Universidade Paulista the Wall – Gesamtkunstwerk
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UNIVERSIDADE PAULISTA THE WALL – GESAMTKUNSTWERK WAGNERIANO: Um drama transmídia de Roger Waters Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Paulista – UNIP para obtenção do título de Mestre em Comunicação. MARCOS VINICIUS DE MORAES TERRA SÃO PAULO 2020 UNIVERSIDADE PAULISTA THE WALL – GESAMTKUNSTWERK WAGNERIANO: Um drama transmídia de Roger Waters Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Paulista – UNIP para obtenção do título de Mestre em Comunicação. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Heloisa de Araújo Duarte Valente MARCOS VINICIUS DE MORAES TERRA SÃO PAULO 2020 Terra, Marcos Vinicius de Moraes. The Wall - Gesamtkunstwerk wagneriano: um drama transmídia de Roger Waters / Marcos Vinicius de Moraes Terra. - 2020. 139 f. : il. color. Dissertação de Mestrado Apresentada ao Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Paulista, São Paulo, 2020. Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Heloísa de Araújo Duarte Valente. 1. The Wall. 2. Roger Waters. 3. Richard Wagner. 4. Obra de arte total. 5. Narrativa transmídia. I. Valente, Heloísa de Araújo Duarte (orientadora). II. Título. Ficha elaborada pelo Bibliotecário Rodney Eloy CRB8-6450 MARCOS VINICIUS DE MORAES TERRA THE WALL – GESAMTKUNSTWERK WAGNERIANO: Um drama transmídia de Roger Waters Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Paulista – UNIP para obtenção do título de Mestre em Comunicação. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA __________________________/__/__ Prof.ª Dr.ª Heloísa de Araújo Duarte Valente Universidade Paulista – UNIP __________________________/__/__ Prof. Dr. Gustavo Souza da Silva Universidade Paulista – UNIP __________________________/__/__ Prof.ª Dr.ª Márcia Regina Carvalho da Silva Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação-SP AGRADECIMENTOS Agradeço a todos aqueles que lutam seja com as mãos, palavras ou com as artes contra toda forma de intolerância e outras agruras criadas por governantes fascistas, em especial, Roger Waters, que fez de sua obra essa luta. À minha companheira Caroline, que há doze anos me acompanha e encoraja nos caminhos que seguimos juntos, com seu olhar amoroso e sereno. À minha mãe Soninha, que me transferiu sua empatia com o próximo, à minha avó dona Nenê a ter força e a meu avô Nico pela tranquilidade e profundidade que só um trabalhador rural consegue passar, devido sua relação com a terra. Aos três, que a presença continua na maior riqueza que eles me ofereceram, a nossa história. Aos meus irmãos, sobrinhos e ao meu pai. Por toda a forma de cuidado e carinho que ofereceram por todos esses anos. Em especial ao Bruno que além de ajudar a ver o mundo com outros olhos, me ajudou com a dissertação no final. Aos meus amigos e amigas de trabalho do Museu da Pessoa, que a cinco anos vêm escutando minhas histórias, e que a um ano resistem às minhas lamurias sobre minha dissertação. Quando escuto Pink Floyd, me vem meu grande amigo Tiago, devido a nossa história juntos. Além dele, aqueles que em diversas noites de sábado escutávamos juntos aquela VHS com parte do show Pulse, os queridos amigos Walmir, Daniel e Sergio, essa amizade e esse VHS ajudaram a transformar minha trajetória. Ao meu amigo Vitor Scarpelli, que me apresentou ao curso e me estimulou a entrar, mesmo eu falando que esse mundo não era para mim. À professora que mais estimulou e acreditou na minha capacidade de estudo e análise, minha orientadora, Heloísa Valente. Também sou grato aos professores Márcia Carvalho e Gustavo S. Silva pelas importantes contribuições no exame de qualificação. A Christina da UNIP sempre atenciosa, ao Dalton que ao final ajudou com a “correria” para entregar a dissertação, além de Marina Macambyra com a indicação da forma correta na normatização. A toda forma de amor e esperança, seja Deus, uma canção, uma lembrança, um abraço, ou uma obra de arte total que cotidianamente chamamos de vida. Quantas estradas um homem precisa andar Antes que possam chamá-lo de homem? Quantos mares uma pomba branca precisa sobrevoar Antes que ela possa descansar na areia? Sim, e quantas balas de canhão precisam voar Até serem para sempre banidas? A resposta, meu amigo, está soprando ao vento (Bob Dylan) RESUMO Este trabalho parte do conceito de “obra de arte total” (Gesamtkunstwerk), desenvolvido pelo compositor Richard Wagner para aplicá-lo ao estudo da obra The Wall, de Roger Waters. Para além de seu mérito como compositor e líder do grupo musical Pink Floyd, Waters exerceu papel relevante para a música desde a década de 1960 pelas inovações que promoveu na linguagem musical, em particular na concepção performática (cf; ZUMTHOR, 2018) de seus shows, bem como o emprego de outras modalidades artísticas em sua obra. Em assim o fazendo, acabou por ampliar o próprio conceito de “obra”. Nesse ponto encontramos no projeto artístico do músico inglês afinidades intelectuais com o compositor alemão, cujo pensamento estético ficou registrado em livros, especialmente A obra de arte do futuro [1849]/(2003). Partimos da hipótese de que, a despeito de diferenças de campo estético (música erudita/popular), Waters adota a orientação wagneriana ao conceber suas composições – ainda que não o faça de modo deliberado. Nesta dissertação analisamos a obra The Wall, de Waters, em seus vários elementos composicionais: narrativa, letra, música, desenho, nos formatos midiáticos e nas respectivas linguagens empregadas (álbum discográfico, longa-metragem), bem como as diferentes performances concebidas pelo seu criador (espetáculo ao vivo ou gravado em estúdio) buscando compreender em que medida ela pode ser considerada uma obra de arte total como descrita por Richard Wagner, além de ser uma narrativa transmídia (cf. JENKINS, 2009). Para isso, apoiamo-nos ainda nos estudos sobre a paisagem sonora de Schafer (2011), além de dados biográficos de Waters, notas de imprensa acerca de sua atuação como militante político. Palavras-chave: The Wall. Roger Waters. Richard Wagner. Obra de arte total. Narrativa transmídia. ABSTRACT This essay begin from the concept of "total artwork" (Gesamtkunstwerk), written by the composer Richard Wagner to apply to the study of the work “The Wall” of Roger Waters. Beyond your merit of being a composer and the leader of the musical group Pink Floyd, Waters has played an importante role in the music scene since the decade of 1960’s because of his musical knowledge and his performance conception of his concerts (cf; ZUMTHOR, 2018) and others musical categories in his art. He ended up expanding the concept of “art”. At that point, he found an artistic project, of the English musician intellectual affinities with the German composer, whose thought aesthetic was registered in books, especially The Artwork of the Future [1849]/(2003). By that we can assume that the aesthetic music (classical/popular music), Waters adopts the Wagnerian orientation conceive your compositions - even if you don't do it deliberately. In this thesis we analyzed the work The Wall, by Waters, in its various compositional elements: narrative, lyrics, music, drawing, media formats in use the languages used (record disc, films), as well as the different performances conceived by its creator (live concets or recorded in the studio) looking to understand to what extent it can be considered a completed work of art like Richard Wagner describes, besides being a transmedia narrative (cf. JENKINS, 2009). For that, we still support each other studies like SoundScape of Schafer's (2011), in addition to biographical data of Waters, press releases about his role as a political activist. Key-words: The Wall. Roger Waters. Richard Wagner. Total Artwork. Transmedia Narrative. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Ilustração de Scarfe dos personagens ..................................................... 82 Figura 2 – Ilustração do julgamento .......................................................................... 83 Figura 3 – Capa do disco The Wall. .......................................................................... 84 Figura 4 – Contracapa do disco The Wall. ................................................................ 84 Figura 5 – Registro fotográfico do palco e do público do show em Berlin (1990) ...... 90 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I – O LADO ESCURO DE ROGER WATERS 15 1.1 Roger Waters e seus demônios 15 1.2 O Pink Floyd - Um eclipse em um grupo 21 CAPÍTULO II – TODOS OS TIJOLOS NO MURO 36 2.1 The Wall - Desconstrução 36 2.2 The Wall - Fragmentos 41 2.2.1 The Wall - Narrativa 43 2.2.2 The Wall - Música, letra e paisagem sonora 49 2.2.3 The Wall - Ilustração e desenho 79 2.2.4 The Wall - Performance ao vivo 85 2.2.5 The Wall - Audiovisual 102 CAPÍTULO III – The Wall uma obra de arte total 114 3.1 A obra de arte do futuro 114 3.2 Um drama transmídia 116 3.3 A sétima arte: A obra de arte total. 123 3.4 Uma obra coletiva sobre a vida humana 127 CONSIDERAÇÕES FINAIS 130 REFERÊNCIAS 134 9 INTRODUÇÃO “O Drama verdadeiro só é pensável enquanto produto do impulso coletivo de todas as artes”. Richard Wagner 1 Em sua obra The Wall Roger Waters apresenta suas intensas memórias e questionamentos sobre a vida humana, a guerra, as relações individuais e coletivas até que a obra se torna coletiva e vai para além do seu universo individual. Essa obra pode ser identificada como criada através de uma “força geradora”, conceito desenvolvido por Wagner (2003) para definir que uma obra não arbitrária e natural é consequência do carecer sem intenção, o que se torna apenas uma necessidade natural assim que nasce uma obra de arte. Waters e seus companheiros da banda Pink Floyd desenvolveram uma obra de arte coletiva, que a força motriz era a necessidade natural de falar sobre a existência humana e sua relação com o outro, e a alienação gerada pelas marcas negativas dos eventos cotidianos na vida de uma pessoa. Richard Wagner em seu livro A Obra de arte do futuro, escrito em 1849, descreve suas reflexões estético-musicais sobre arte identificando que ela está para o homem como o homem está para a natureza.