Observação Solicitamos aos eventuais leitores que, caso disponham de outras informações que possam enriquecer este verbete, favor encaminhá-las à Fundação José Augusto através do seu Centro de Estudos e Pesquisas Juvenal Lamartine-CEPEJUL, situado na Rua Jundiaí, 641, Tirol, CEP 59020-120, ou, pelo E-mail [email protected]

Élder Heronildes da

Município de Mossoró-RN SÓCIO HONORÁRIO, segundo as normas estatutárias da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL AFLAM, é destinado a escritores e artistas de excepcional Élder Heronildes da Silva projeção que tenham contribuído com o desenvolvimento Segundo ocupante da cadeira 38 cultural e artístico da cidade de Mossoró. A aprovação é de Patrono da Cadeira 38 – Luís Antonio dos Santos Lima responsabilidade da Assembleia da Academia. Essa distinção Natal foi concedida as personalidades, nas respectivas datas: EM Leste Potiguar 27.03.2010 – Outorgado à Elder Heronildes da Silva Município de Mossoró-RN Elder Heronildes da Silva Sócio Fundador – Cadeira 17 Academia Maçônica de Letras o do Norte - Município de Mossoró-RN AMLERN Academia Mossoroense de Letras – AMOL Instalada no dia 30 de setembro de 2009, na cidade de Élder Heronildes da Silva Mossoró-RN Primeiro ocupante da cadeira 37 Acadêmico da AMOL - Cadeira 37 CADEIRA Nº 37 PATRONO: RAIMUNDO RUBIRA DA LUZ PRIMEIRO OCUPANTE: Élder Heronildes da Silva Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense – Mossoró AFLAM Oeste Potiguar Elder Heronildes da Silva Sócio Honorário da AFLAM Biblioteca Pública Municipal “Nei Pontes Duarte” Praça da Independência, Centro, Mossoró-RN

Eilder Heronildes da Silva, sócio fundador da cadeira nº 17 da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Norte. Natural de Mossoró, nascido a 9 de setembro de 1933, filho de Francisco José da Silva e Francisca Laura da Silva, é casado com Zélia Macedo Heronildes e pai de George Macêdo Heronildes e Disreeli Macêdo Heronildes. Ele assumiu a Cadeira 21 na instituição, através de uma campanha encabeçada pelo saudoso escritor mossoroense Vingt Rosado que o apoiou na iniciativa, como também dos beneplácitos dos acadêmicos da ANL. Ele substituiu o escritor Luís Carlos Guimarães, na cadeira 37, que também pertenceu ao contista e pintor Newton Nazarro e ao poeta modernista Jorge Fernandes, considerado o primeiro poeta desse gênero no Rio Grande do Norte, que mereceu a admiração de escritores da era modernista como é o caso do paulista Mário de Andrade. “Ele foi de certo modo consagrado por Mário de Andrade. Inclusive, Mário chegou mesmo a escrever sobre o poeta a Câmara Cascudo. Manoel Bandeira também escreveu sobre ele.

Elder Heronildes da Silva - Jornalista, escritor, Presidente da Academia Mossoroense de Letras – AMOL, Sócio efetivo da Academia Norte rio-grandense de Letras e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar – ICOP

Élder Heronildes da Silva, natural de Mossoró, nascido a 9 de setembro de 1933, filho de Francisco José da Silva e Francisca Laura da Silva, é casado com Zélia Macedo Heronildes e pai de George Macêdo Heronildes e Disreeli Macêdo Heronildes. Ele assumiu a Cadeira 21 na instituição, através de uma campanha encabeçada pelo saudoso escritor mossoroense Vingt Rosado que o apoiou na inciativa, como também dos beneplácito dos acadêmicos da ANL. Ele substituiu o escritor Luís Carlos Guimarães, na cadeira 37, que também pertenceu ao contista e pintor Newton Nazarro e ao poeta modernista Jorge Fernandes, considerado o primeiro poeta desse gênero no Rio Grande do Norte, que mereceu a admiração de escritores da era modernista como é o caso do paulista Mário de Andrade. “Ele foi de certo modo consagrado por Mário de Andrade. Inclusive, Mário chegou mesmo a escrever sobre o poeta a Câmara Cascudo. Manoel Bandeira também escreveu sobre ele. Vingt-Um insistiu que Élder Heronildes fosse candidato à de Luís Carlos Guimarães, mas Diógenes da Cunha Lima queria que ela fosse ocupada por Ney Leandro. Certo. Ele tem os seus méritos. Mas, há algum tempo ele mesmo dizia que não queria a academia. Ele (Ney Leandro) disse que não gostava da academia porque fedia a lenharia, a naftalina. Enquanto isso, ele (Élder Heronildes) louvava os acadêmicos, achando que era uma honra está ao lado de pessoas com tanta cultura. Élder Heronildes da Silva, que tomou posse em 21 de outubro de 2005

Luís Antônio dos Santos Lima - A trajetória de Luiz Antônio dos Santos Lima por meio do seu papel de educador envolvido no ideário higienista brasileiro, face à história da educação norte rio grandes. Realizamos pesquisas no acervo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, onde localizamos a tese de doutoramento em Medicina de Luiz Antônio, intitulada Higiene Mental e Educação (1927). Nossas análises fundamentam-se nos postulados da História Cultural, por meio de teóricos como: Chartier (1990), Elias (1986) e Gondra (2003). Observamos que Luiz Antônio dos Santos Lima diplomou-se na primeira turma da Escola Normal de Natal, em 1910. Exerceu o magistério no Grupo Escolar Augusto Severo, no Atheneu Norte-Rio- Grandense e na Escola Normal de Natal. Destacou-se pelos seus ideais educativos higiênicos em cultivar os bons hábitos, tais como: metodizarão da alimentação, do asseio, da disciplina, dentre outros cuidados para a formação sadia dos alunos. Evidenciamos que Luiz Antônio dos Santos Lima atuou na educação e no setor médico do Estado em consonância com o ideal de modernidade do início do século XX.

A AMLERN presta homenagem aos 80 anos de Elder Heronildes Considerado Elder Heronildes “embaixador da cultura do País de Mossoró” Por Luciano Lellys Para celebrar o aniversário de 80 anos do escritor Elder Heronildes da Silva, comemorado em 9 de setembro, a Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Norte (AMLRN) desenvolverá, no próximo dia 8, uma série de atividades em homenagem àquele que é considerado pela entidade o “embaixador da cultura do País de Mossoró”. A programação terá início a partir das 12h45, quando Elder, ao lado de uma comitiva de intelectuais, participa da atração “Observador Político”, transmitida simultaneamente pela Rádio 93 FM e TV Mossoró. Às 15h, a comitiva visita a TV Cabo Mossoró (TCM). “Élder é o titular da cadeira de nº 17 da AMLRN, representando um verdadeiro embaixador da cultura potiguar, estando no mesmo patamar que Vingt-un Rosado, João Batista Cascudo Rodrigues, Raimundo Soares de Brito, então nada mais justo do que prestar essa homenagem, aprovada por unanimidade em nossa Academia”, destaca Wellington Barreto, presidente da entidade. Após a participação em programas de TVs locais, Elder Heronildes acompanha a Santa Missa em Ação de Graças, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, a partir das 17h. Em seguida, às 19h30, será promovida uma Sessão Magna no auditório da Subsecional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mossoró, localizada no bairro Nova Betânia. “Elder é o advogado mais antigo da OAB Mossoró ainda em atividade. A Sessão Magna será o ponto alto das comemorações, quando estarão presentes amigos, presidentes de Academias do Rio Grande do Norte, ex-reitores da Universidade do Estado do RN (Uern), pessoas que fizeram e fazem parte da história desse ilustre confrade”, relata Wellington Barreto. O homenageado Elder Heronildes da Silva é hoje presidente da Academia Mossoroense de Letras (Amol), entidade que ajudou a fundar, em 1988, ao lado de personalidades como Vingt-un Rosado, Benedito Vasconcelos, Paulo de Medeiros Gastão e Sebastião Vasconcelos. Elder é também membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL), e foi reitor da Uern no período de 1975 a 1981. O escritor integrou ainda o grupo que criou a Fundação Vingt-un Rosado, instituição que mantém em funcionamento a Coleção Mossoroense, maior editora em número de títulos publicados no Brasil. “Me sinto extremamente lisonjeado e sensibilizado com essa lembrança dos meus amigos confrades. A homenagem toca meu coração. Diria que é uma grande bondade da Academia desenvolver essa programação, é muito gratificante”, conclui Elder Heronildes.

ACADÊMICOS DA AMOL CADEIRA Nº 1 PATRONO: JONAS REGINALDO DA ROCHA PRIMEIRO OCUPANTE: LUIS ALVES NETO CADEIRA Nº 2 PATRONO: JORGE FREIRE DE ANDRADE PRIMEIRO OCUPANTE: DORIAN JORGE FREIRE SEGUNDO OCUPANTE: CID AUGUSTO ROSADO CADEIRA Nº 3 PATRONO: JOSÉ MARTINS DE VASCONCELOS PRIMEIRO OCUPANTE: GILBAMAR DE OLIVEIRA BEZERRA CADEIRA Nº 4 PATRONO: JOSÉ OCTÁVIO PEREIRA LIMA PRIMEIRO OCUPANTE: RAIMUNDO SOARES DE BRITO CADEIRA Nº 5 PATRONO: LAVOISIER MAIA PRIMEIRO OCUPANTE: MONSENHOR HUMBERTO BRUNING CADEIRA Nº 6 PATRONO: AURÉLIO WALDOMIRO PINHEIRO PRIMEIRO OCUPANTE: AMÉRICO DE OLIVEIRA CADEIRA Nº 7 PATRONO: RAUL CALDAS PRIMEIRO OCUPANTE: EMERI JUSSIER COSTA CADEIRA Nº 8 PATRONO: MARIA SYLVIA V. CÂMARA PRIMEIRO OCUPANTE: ZENAIDE DE OLIVEIRA COSTA CADEIRA Nº 9 PATRONO: JERÔNIMO ROSADO PRIMEIRO OCUPANTE: EDNA DUARTE DANTAS CADEIRA Nº 10 PATRONO: ANTONIO PINTO DE MEDEIROS PRIMEIRO OCUPANTE: JAIME HIPÓLITO DANTAS CADEIRA Nº 11 PATRONO: MONSENHOR LUIS FERREIRA C. DA MOTA PRIMEIRO OCUPANTE: PADRE SÁTIRO CAVALCANTI DANTAS CADEIRA Nº 12 PATRONO: LAURO DA ESCOSSIA PRIMEIRO OCUPANTE: LAURO DA ESCOSSIA FILHO CADEIRA Nº 13 PATRONO: JOAQUIM INÁCIO DE CARVALHO FILHO PRIMEIRO OCUPANTE: JOSÉ LACERDA ALVES FELIPE CADEIRA Nº 14 PATRONO: TIBÉRIO CÉSAR CONRADO BULAMARQUI PRIMEIRO OCUPANTE: MARCOS ANTÔNIO FILGUEIRA CADEIRA Nº 15 PATRONO: JOAQUIM RIBEIRO FREIRE PRIMEIRO OCUPANTE: DALVA STELLA NOGUEIRA FREIRE CADEIRA Nº 16 PATRONO: COSME CORCINO LEMOS PRIMEIRO OCUPANTE: PAULO MEDEIROS GASTÃO CADEIRA Nº 17 PATRONO: TÉRCIO DE MIRANDA ROSADO PRIMEIRO OCUPANTE: JOSÉ COSME NETO CADEIRA Nº 18 PATRONO: LUÍS DA CÂMARA CASCUDO PRIMEIRO OCUPANTE: DEÍFILO GURGEL CADEIRA Nº 19 PATRONO: SEBASTIÃO FERNANDES DE OLIVEIRA PRIMEIRO OCUPANTE: PAULO AFONSO LINHARES CADEIRA Nº 20 PATRONO: SANTA GUERRA PRIMEIRO OCUPANTE: AMÉRICA FERNANDES ROSADO MAIA CADEIRA Nº 21 PATRONO: ALIPIO BANDEIRA PRIMEIRO OCUPANTE: JERÔNIMO VINGT-UN ROSADO MAIA SEGUNDO OCUPANTE: GERALDO MAIA CADEIRA Nº 22 PATRONO: ADAUTO MIRANDA RAPOSO DA CÂMARA PRIMEIRO OCUPANTE: CARLOS BORGES DE MEDEIROS CADEIRA Nº 23 PATRONO: FRANCISCO FAUSTO DE SOUZA PRIMEIRO OCUPANTE: LUÍS FAUSTO DE MEDEIROS CADEIRA Nº 24 PATRONO: JOSÉ LEITE DE ARAGÃO MENDES PRIMEIRO OCUPANTE: PEDRO BATISTA DE MELO CADEIRA Nº 25 PATRONO: FELIPE NERI DE BRITO GUERRA PRIMEIRO OCUPANTE: BENEDITO VASCONCELOS MENDES CADEIRA Nº 26 PATRONO: INÁCIO MEIER PIRES PRIMEIRO OCUPANTE :LAURO MONTE FILHO SEGUNDO OCUPANTE: MÁRIO GERSON CADEIRA Nº 27 PATRONO: RAFAEL FERNANDES GURJÃO PRIMEIRO OCUPANTE: RAFAEL BRUNO FERNANDES NEGREIROS SEGUNDO OCUPANTE: PAULO NEGREIROS CADEIRA Nº 28 PATRONO: PAULO FERREIRA DA LUZ PRIMEIRO OCUPANTE: RAIMUNDO N. CAVALCANTI NUNES CADEIRA Nº 29 PATRONO: D. JOÃO BATISTA PORTOCARRERO COSTA PRIMEIRO OCUPANTE : D. JOSÉ FREIRE DE OLIVEIRA NETO CADEIRA Nº 30 PATRONO: JEREMIAS DA ROCHA NOGUEIRA PRIMEIRO OCUPANTE : MILTON DE ALBUQUERQUE PEDROSA SEGUNDO OCUPANTE : CLAUDER ARCANJO CADEIRA Nº 31 PATRONO: MANOEL ASSIS PRIMEIRO OCUPANTE : JOMAR FERREIRA DA COSTA REGO CADEIRA Nº 32 PATRONO: MÁRIO NEGÓCIO DE ALMEIDA E SILVA PRIMEIRO OCUPANTE : JOÃO BATISTA CASCUDO RODRIGUES CADEIRA Nº 33 PATRONO: CÔNEGO AMÂNCIO RAMALHO PRIMEIRO OCUPANTE: JOSÉ AUGUSTO RODRIGUES CADEIRA Nº 34 PATRONO: ABEL FREIRE COELHO PRIMEIRO OCUPANTE: SEBASTIÃO VASCONCELOS DOS SANTOS CADEIRA Nº 35 PATRONO: ISAURO NONO ROSADO MAIA PRIMEIRO OCUPANTE: DAMIÃO SABINO DA SILVA SEGUNDO OCUPANTE: ALMIR NOGUEIRA DA COSTA CADEIRA Nº 36 PATRONO: MANOEL ALMEIDA BARRETO PRIMEIRO OCUPANTE: FRANCISCO CANINDÉ QUEIROZ E SILVA CADEIRA Nº 37 PATRONO: RAIMUNDO RUBIRA DA LUZ PRIMEIRO OCUPANTE: ÉLDER HERONILDES DA SILVA CADEIRA Nº 38 PATRONO: WALTER DE ALBUQUERQUE WANDERLEY PRIMEIRO OCUPANTE: RAIMUNDO NONATO DA SILVA CADEIRA Nº 39 PATRONO: ALFREDO SIMONETTI PRIMEIRO OCUPANTE: MONSENHOR AMÉRICO V. SIMONETTI CADEIRA Nº 40 PATRONO: SILVÉRIO SOARES DE SOUZA PRIMEIRO OCUPANTE: RAIMUNDO SOARES DE SOUZA SEGUNDO OCUPANTE: SILVÉRIO SOARES DE SOUZA NETO

MOSSORÓ: BREVE HISTÓRICO

Por Carlos Escóssia A cidade de Mossoró está situada na microrregião salineira do Estado e apresenta o seguintes limites: ao norte, com o Estado do e o município de Grossos; ao sul, com os municípios de Governador Dix-sept Rosado e Upanema; a leste, com os municípios de Areia Branca, Carnaubais e Assú, e a oeste com o município de Baraúna. Convém ressaltar que a localização privilegiada da cidade, pela proximidade com duas capitais (Natal- RN e -CE) contribui para a fixação de mão-de-obra migrante, emprestando altos índices ao crescimento populacional. Com uma população de aproximadamente 230.000 habitantes, somando-se ainda uma população flutuante em torno de 60.000 habitantes, corresponde a 5,35% da área total do Estado. A sede do município situa-se a 5°11 de latitude sul, 37°20, oeste de longitude e altitude de 18m, com clima do tipo Dd Aa, ou seja, semiárido muito quente, com apenas duas estações climáticas bem definidas; uma seca, que se prolonga quase sempre por sete ou oito meses; e outra chuvosa, com distribuição bastante irregular que, quando muito, ultrapassa cinco meses, com temperatura média anual de 27°,5°C e média de precipitação de 679,5mm. Até o século XVIII, a região de Mossoró era habitada pela tribo Cariri dos Monxorós, de onde se originou o seu nome. A cidade de Mossoró tem sua origem em um povoado surgido em 1712, após a tomada de posse do sitio Santa Luzia pelo sargento-mor Antônio de Souza Machado. Em 1842, a Freguesia de Santa Luzia de Mossoró foi desmembrada de Apodi e, em 1852, o núcleo urbano foi elevado à categoria de Vila, desvinculando-se da Vila Princesa, na Comarca de Assú. Mossoró se desenvolveu graças à sua posição geográfica, à facilidade de obtenção do sal do litoral, e à proximidade da criação de gado na chapada do Apodi, que permitiram à região de Mossoró se tornar nos tempos coloniais um centro da indústria do charque, congregando as chamadas oficinas de carne, que preparavam o alimento para ser exportado para o Ceará e para o Sul do país. Entretanto, com o estabelecimento do monopólio do sal, em 1788, as oficinas de carne acabaram transferindo-se para o Ceará. O refino, moagem e preparação do sal de cozinha, iniciados no século XIX, propiciaram a Mossoró atrais atividades econômicas e urbanas, tornando-a o centro comercial da salicultura da região de Areia Branca, firmando-se gradativamente como importante centro urbano regional. A salicultura veio somar-se à comercialização e ao beneficiamento do algodão, agregando a Mossoró também a função de agroindustrial. Situada na área de contato entre o litoral salineiro e o sertão algodoeiro e pecuarista, Mossoró torna-se o centro de afluxo da produção agrícola da área sertaneja próxima, através de uma rede viária radial, congregando o comércio, bancos, pequenos estabelecimentos de beneficiamento de algodão, carnaúba e oiticica, fabricas de redes, cordoaria e sacaria para o mercado regional, produtos minerais (com destaque para o cimento), além de empresas exportadoras ligadas à tradicional atividade salineira do litoral. Comunicando-se por via rodoviária com Fortaleza, Natal e Campina Grande e, através de ferrovia, com Souza e Areia Branca, Mossoró adquiriu a importância de centro regional de primeira categoria, garantindo a posição de segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte. Essa situação, que perdurou até os anos 70, veio a sofrer impacto significativo que afetou os dois pilares básicos da economia regional e em especial a economia local: a cultura do algodão arbóreo e a atividade salineira. No primeiro caso, a concorrência das fibras e a maior produtividade da cultura do algodão herbáceo levaram ao declínio da atividade, tendo como consequência o enfraquecimento de um dos principais setores da fixação da população rural no sertão e o incremento das migrações para o meio urbano, ajudando a compreender o expressivo crescimento demográfico da cidade de Mossoró nesse período, em contraste com o quadro de relativa estagnação econômica. No segundo caso, a mecanização do parque salineiro, iniciando em fins dos anos 60, completado na primeira metade dos anos 70, e a formação de empresas associadas a grandes grupos econômicos, fizeram com que Mossoró perdesse a importância diante de Natal, como entreposto comercial para esse tipo de atividade. A mecanização das salinas determinou, assim, o fechamento de postos de trabalhos, não apenas em sua extração, mas também na esfera de comercialização do produto. A partir dos anos 80, duas novas atividades foram desenvolvidas na região de Mossoró, produzindo um impacto significativo em sua economia. A primeira delas é a fruticultura irrigada no Vale do Apodi-Mossoró e a segunda atividade é a extração do petróleo. O município de Mossoró é atualmente o maior produtor terrestre de petróleo bruto do Rio Grande do Norte, seno responsável por mais de um terço de sua produção no Estado, abrigando inclusive o seu maior campo petrolífero, o Canto do Amaro, descoberto em 1986 e que representa reservas da ordem de 77 milhões de barris. No que se relaciona aos aspectos econômicos, observa-se nitidamente a hegemonia do setor terciário sobre os outros setores da economia (primário e secundário) sendo o setor terciário o sustentáculo da economia local. Com a falência da agroindústria e a mecanização das salinas, Mossoró preocupa-se em reorganizar sua economia, e o faz através da implementação do setor terciário que engloba as atividades que estão nas esferas de circulação, da distribuição e do consumo, não só terciário para as cidades que, como Mossoró, constituem-se “centros regionais”, aglomerando prestações de serviços das cidades circunvizinhas. Saliente-se que as instituições prestadoras de serviços geram uma massa salarial que culmina na formação de uma sucessão continua e ininterrupta de demandas, ou seja, o aumento de instituições que possibilitem maior numero de salários, propiciam o incremento das atividades comerciais locais que, por sua vez, requerem pluralidade dos serviços oferecidos, fazendo surgir, através da acumulação de capitais, novas indústrias na região. Por outro lado, a terceirização da economia viabiliza a migração campo-cidade, pela euforia que a oferta de emprego e serviços suscita, trazendo consequências negativas para a cidade, como sejam: desemprego, favelização e marginalização. Em Mossoró, a expansão do terciário foi inicialmente viabilizada com a prestação de serviços básicos – educação e saúde – e o incremento do comércio local. Na área de educação, teve importância ímpar a oferta de cursos superiores pela Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM) e pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o que favoreceu 1° e 2° graus, com maior número de escolas implementadas pelos poderes públicos, municipal e estadual. Na área de saúde, novos hospitais, ambulatórios e farmácias passaram a oferecer assistência médico-hospitalar à população, e isso somado à maior dinamização da cidade, alia-se às instituições prestadoras de serviços. Dessa maneira, Mossoró foi forçada a intensificar os serviços oferecidos à população e , ainda, a multiplicar o montante de que até não dispunha, numa tentativa de atender à demanda provocada pelo significativo fluxo migratório que recebeu, decorrente da exploração petrolífera que a desencadeou no município. A cidade teve que criar uma infraestrutura a passos galopantes, atropelando o processo natural de desenvolvimento que, certamente, teria nos setores básicos de prestação de serviços à população. A cidade, até então interiorana, tomou ares de metrópole em curto espaço de tempo. Novos elementos passam a constar no repertório do seu cotidiano. Um cotidiano que surpreende pelas inovações que no dia-a- dia vão se sucedendo e que traz consigo visíveis transformações para a população de Mossoró. Uma cidade que hoje se vê às voltas com situações e atitudes que não sabe reverter ou enfrentar. Na proporção do aumento do número de migrantes que aqui vêm em busca da melhoria de vida, crescem as filas de desemprego, os índices de marginalidade e violência, além de inúmeros problemas socioeconômicos que inviabilizam o pseudoprogresso aqui desenvolvido. Todavia, se a população cresceu em números o aumento não se deu em nível de vida. Além da posição geográfica favorável e do aumento constante do fluxo comercial advindo do setor salineiro e do parque industrial impulsionado pela Petrobrás, Mossoró produz (via irrigação) abundante quantidade de frutas, em especial melão, acerola, caju e castanha, o que lhe permite abastecer a região e exportar alguns desses produtos para o Sul do Brasil, e até para outros países. Sem dúvida, a economia de Mossoró tem apresentado considerável desenvolvimento, em especial no setor terciário, consubstanciado pela Petrobrás e empresas por ela contratadas. Isso não impede, contudo, que a cidade apresente um índice de desemprego galopante, já sendo visível o grande número de famílias que vivem abaixo da linha internacional de pobreza, apesar de ser expressivo o aumento de estabelecimentos comerciais e industriais no município. Faz-se necessário colocar em pauta a retomada do crescimento econômico de Mossoró, sobretudo nos setores primário e secundário. A cristalização do desenvolvimento regional dependerá da vontade política do poder público e da classe empresarial e, obviamente, do papel das instituições de ensino superior existentes na região, nos labores da formação de técnicos, mão-de-obra especializada, investigações cientificas e transferência tecnológica. Só com a junção dessas forças será possível projetar Mossoró, não só na esfera estadual e regional, como também em nível nacional, pela sua destacada participação na produção nacional de frutos tropicais e na extração de recursos minerais, como petróleo, calcário, sal, gesso e gás natural. A exploração desses recursos demonstra o potencial existente e justifica todo o esforço do seu caminhar para o desenvolvimento. Como perspectiva para o futuro próximo, o Plano de Desenvolvimento Sustentável do RN (IDEC, 1997) aponta a zona mossoroense como propícia ao desenvolvimento da indústria química, com a integração da cadeia produtiva dos setores salineiro e petrolífero; a exploração mineral (calcário, gipsita, argilas); a fruticultura irrigada; a pecuária; a piscicultura e a carcinicultura; o agronegócio e a agroindústria integrada. Ao limiar de uma nova era, de um mundo globalizado, e diante de perspectivas de um salto qualitativo sem precedentes na história, se faz necessário e urgente que as forças vivas da comunidade se congreguem em torno de objetivos maiores: aproveitar potencialidades e atenuar carências, que ainda são muitas. Fonte: http://www.carlosescossia.com/2009/12/mossoro-breve-historico.html

Jailton Augusto da Fonseca