UNIJUÍ- Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Departamento de Humanidades e Educação

Curso de Geografia

Acadêmico: Mateus João Zanchet

A IMPORTÂNCIA DA BR 386 PARA O DESENVOLVIMENTO DO VALE DO

Ijuí RS, fevereiro de 2013.

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UNIJUI- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Departamento de Humanidades e Educação

Curso de Geografia

Mateus João Zanchet

A IMPORTÂNCIA DA BR 386 PARA O DESENVOLVIMENTO DO VALE DO TAQUARI

TCC apresentado ao Curso de Geografia da Unijuí - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como pesquisa realizada para a obtenção do título de Licenciatura em Geografia, orientadora Prof.° Célia Clarice Atkinson.

Ijuí RS, fevereiro de 2013.

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RESUMO

O trabalho foca o desenvolvimento do Vale do Taquari, motivado pela diversificação das atividades econômicas presentes nesta região do estado do RS, bem como enfoque na importância que a BR 386 tem para o desenvolvimento dos municípios vizinhos com a vinda de grandes empresas nacionais e multinacionais, gerando renda a população e conseqüentemente fortalecendo a economia local, tendo como o fator de preocupação com a quantidade de pedágios e os valores pagos pelos usuários das rodovias que perpassam o Vale do Taquari.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...... O6

1. CONTEXTUALIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DO VALE DO TAQUARI...... 07

1.1 Características Econômicas do Vale do Taquari...... 09

2. ESTUDO DA MALHA RODOVIÁRIA DO VALE DO TAQUARI...... 12

2.1 Análise da Construção da RB 386...... 15

2.2 A Importância da BR 386 para o Escoamento da produção...... 17

2.3 O Processo de Descentralização Industrial e Comercial...... 21

2.4 Obstáculos para o Crescimento...... 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS...... 28

REFERÊNCIAS...... 31

ANEXO A: ENTREVISTA COM O PRESIDENTE DO CODEVAT...... 32

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ANEXO B: ENTREVISTA COM USUÁRIOS DA RODOVIA...... 34

ANEXO C: SISTEMATIZAÇÃO DAS ENTREVISTAS...... 35

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INTRODUÇÃO

A modernização das rodovias se faz cada vez mais presente e necessária nos dias atuais, para atender a demanda dos fluxos e abrindo caminho para o crescimento de regiões localizadas “estrategicamente” ao seu redor, atingindo cada vez mais lugares e regiões.

Conforme SANTOS (1997) O espaço mundial ou o espaço nacional, hoje, não mais se constituem em meios naturais ou meios técnicos e sim em meio técnico científico informacional, difundindo engenharias e densidades de objetos, configurando espaços dotados de fixos que permitem fluidez, movimento, comunicação, circulação de pessoas, mercadorias, capitais, informação. Este trabalho tem por objetivo de mostrar A Importância que a BR 386 tem para o Desenvolvimento do Vale do Taquari, região localizada na porção central do estado do RS, região qual vem crescendo por investimentos em infraestrutura nas rodovias federais, e implantações de movas plantas industriais dos mais diversificados ramos, absorvendo a mão de obra local e de regiões próximas. Neste trabalho também foram feitas entrevistas com usuários da rodovia BR 386 e com o presidente do presidente do CODEVAT, sobre a importância da BR 386, para o desenvolvimento do Vale do Taquari.

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1. Contextualização e Localização do Vale do Taquari/RS

Localizado na região central do Estado do Rio Grande do Sul, a uma distancia média de 120 km da capital, , o Vale do Taquari estende- se por um território de 4.821,11 km², correspondendo a 1,71% da área total do Estado do RS.

Segundo o Censo IBGE 2010, moram na região, 327.822 habitantes, representando 7,5% da população do estado. A Região situa-se as margens do Rio Taquari e afluentes, na extensão compreendida entre os municípios de a Taquari, no sentido norte-sul, estendendo-se, de Progresso a Poço das Antas na direção do oeste ao leste com um total de 36 municípios, conforme figura 1.

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Figura 1 – Localização do Vale do Taquari/RS e seus Municípios

Fonte: Fundação de Economia e Estatística.

O Vale do Taquari tem uma densidade demográfica de 68,3 hab/km², no entanto, os maiores municípios com maiores densidades populacionais são Lajeado e Estrela.

Segundo o Censo IBGE 2010, a cidade de Lajeado é a maior cidade do Vale do Taquari com 71.445 habitantes sendo que 97% da população é urbana e 3% rural, já a cidade de Estrela possui uma população total de 30.619 habitantes, dos quais 84,6% moram na zona urbana e 15,4% na área rural.

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As cidades de Lajeado e Estrela são as cidades que mais se destacam no campo econômico regional, motivada em parte por estarem localizadas as margens da BR 386, trecho por onde passam diariamente aproximadamente 18.000 veículos, interligando varias regiões do estado.

A BR 386 é conhecida também como a Rodovia da Produção uma vez que liga a região metropolitana à região Norte do estado, percorrendo uma malha rodoviária de 445 km, sendo crucial para o desenvolvimento da região, pois faz ligações com as mais diversas rodovias do estado.

1.1 Características Econômicas do Vale do Taquari/RS

No território que compreende a Região do Vale do Taquari/RS desenvolvem-se atividades voltadas para a avicultura, suinocultura e gado leiteiro, também a indústria moveleira, coureiro-calçadista e alimentícia, setores importantes na economia destes municípios, dentre outras atividades primarias e secundárias, bem como os serviços e comercio em geral.

Segundo o (CODEVAT) Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari, essa região é responsável pela produção de mais de 200 milhões de litros de leite ano, representando 15% da produção do Estado do RS. No ano de 2012, iniciaram-se as atividades de mais uma fabrica de leite na região Dália Alimentos.

Na Avicultura destaca-se os incubatórios, indústrias de rações e abatedouros que abatem mais de 180 milhões de frangos/ ano correspondendo a 30% da produção Gaúcha, destacando também a produção da suinocultura com mais de 1 milhão de abates de cabeças anos, representando cerca de 25% da produção estadual.

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Outro segmento de grande importância para a região são as empresas coureiro-calçadista, sendo o segundo maior pólo do estado e o que mais gera empregos na região. Fonte (CODEVAT)

No ramo coureiro-calçadista o destaque é a cidade de que possui uma grande empresa calçadista com mais de 800 trabalhadores, e uma produção voltada exclusivamente para o mercado interno e um curtume com sua produção destinada ao comércio exterior.

Por outro lado, a Indústria Moveleira vem crescendo de forma surpreendente, o Vale do Taquari é o 2° maior pólo moveleiro do estado, se destacando na produção de móveis sob medida, da qual cerca de 90% é destinada á região da grande Porto Alegre.

O segmento de Balas e Chocolates também representa uma parcela significativa no PIB regional, tendo em vista que foi inaugurada em , cidade com posição estratégica devido a sua localização regional a uma distancia de apenas 5 km da BR 386 a mais moderna fábrica de chocolates do Brasil, -NEUGEBAUER- com um investimento superior a 160 milhões de reais, também nesta cidade este ano foi inaugurada a mais moderna fábrica de leite em pó do RS, -Dália Alimentos- com capacidade de produzir 500 mil litros de leite em pó dia.

A produção do segmento moveleiro tem seu ponto forte na cidade de Muçum, empresa moveleira que possui mais de 250 funcionários produzindo diariamente mais de 4.000 móveis, para o consumo nacional e internacional em especial o MERCOSUL.

Na cidade de Encantado destaca-se o sistema cooperativismo de abates e processamento de suíno por uma empresa que conta aproximadamente com 400 empregados, divididos em 3 turnos, tendo a sua produção destinada ao mercado interno.

No segmento primário da produção os destaques ficam por conta das cidades de Capitão, , e Roca Sales como fortes 10

criadores de Aves e Suínos, para grandes empresas frigoríficas multinacionais localizadas em especial na cidade de Lajeado.

A grande maioria destas empresas se instalou no Vale do Taquari nos últimos anos em especial graças a grandes projetos dos governantes locais em busca de melhorias do escoamento da produção a outras partes da região, e também pela proximidade da BR 386, servindo de meio de ligação a diversas regiões e estados do Brasil e também pela proximidade que o estado tem com os países membros do MERCOSUL e sua mão de obra qualificada.

A mão de obra que as empresas aqui instaladas utilizam são na sua grande maioria moradores da sua cidade ou cidades próximas, que se deslocam diariamente através de transporte coletivo fretados pelas empresas, para o deslocamento dos seus trabalhadores até a suas fábricas.

No entanto, em alguns casos, há escassez de mão de obra devido a significativa oferta de empregos com ou sem especialização.

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2. ESTUDO DA MALHA RODOVIARIA DO VALE DO TAQUARI/RS

As malhas rodoviárias presentes no Vale do Taquari/RS são de suma importância para o desenvolvimento local e regional e até em âmbito estadual, pois interligam as mais diversas regiões do estado.

As rodovias estaduais se interligam com as rodovias municipais e locais servindo para a circulação da mobilidade urbana e escoamento de mercadorias que são produzidas na região ou provindas de outras partes do estado, em especial da região da Serra Gaúcha, devido a sua proximidade e relações territoriais viárias com essa região.

O deslocamento por rodovias estaduais e locais do Vale do Taquari para a Região Metropolitana do estado do RS ou para outros estados do país conecta-se obrigatoriamente com a BR 386, que “corta” o estado no sentido norte-sul, sendo uma das rodovias mais movimentadas e importantes do RS para o escoamento de mercadorias e de mobilidade urbana para a população.

Neste sentido, considerando as necessidades de circulação no território, Azambuja e Atkinson, destacam que: “compreender o espaço é mais do que a localização, é também movimento e relação entre os lugares e, principalmente, entre as pessoas, que o espaço contém os fixos que geram os fluxos, o espaço é rede.” (2010, p.11).

Segundo o (CODEVAT) a malha rodoviária do Vale do Taquari é de aproximadamente 5.663,57 km de estradas, categorizadas em quatro classes:

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estradas locais, estradas municipais, estradas estaduais e federais, como podemos ver.

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Figura 2: Redes Viárias que passam pelo Vale do Taquari

Fonte: Adaptado de Univates Editora 2008. 14

A rodovia federal BR 386 percorre o território do Vale do Taquari no sentido norte-sul. Na altura do Km 330 faz ligação com a RS 130 ligando-a a uma das regiões que mais crescem economicamente no Vale do Taquari, no segmento moveleiro e agrícola.

No km 341 essa rodovia faz ligação com a RS 453 ligando a região do Vale do Taquari até a Serra Gaúcha, como acesso as cidades de: Garibaldi, , Bento Gonçalves, e , grandes pólos econômicos do estado do RS.

Na altura do Km 445 da BR 386 na cidade de , há ligação com a BR 116 que liga o vale do Taquari a região da grande Porto Alegre, com o Aeroporto Internacional Salgado Filho e a região litorânea do estado, ou seja, a BR 386 para a população da região central do estado do RS é uma rodovia de suma importância tanto para o escoamento da produção quanto como meio de deslocamento da população para as mais diversas regiões do estado do RS.

Todos estes investimentos realizados pelo governo federal na modernização desta rodovia foram criados para atender a demanda do crescimento econômico estadual e regional, possuindo inúmeras vias de acessos às mais diferentes regiões do estado do RS, tornando a BR 386 uma rodovia importantíssima para o crescimento econômico e social do estado do RS.

2.1 Análises da Construção da BR 386

A BR 386 é uma Rodovia Federal que liga a grande maioria dos municípios da porção norte do RS à região metropolitana de Porto Alegre. Sua extensão, percorre, desde o marco Km 1, na cidade de Iraí, na região noroeste do estado, que faz divisa com Santa Catarina, até a Região Metropolitana 445 km, chegando então ao entroncamento com a BR 116, na cidade de Canoas, como podemos ver na figura 3.

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Figura 3. Trajeto por onde perpassa a BR 386

Fonte: CODEVAT, 2005.

Segundo SENE E MOREIRA (2011, p.197), as redes fixas implantadas pelo governo federal no ano de 1960 com o objetivo de ligar as rodovias em redes proporcionou um maior fluxo migratório, urbanização, e melhorou a infraestrutura dos transportes de cargas e coletivos.

As formas de comunicação, circulação e movimento no espaço, hoje contrastam com a realidade do passado. Na formação do território ocorreram inúmeras transformações a partir do meio natural, pré-técnico evoluindo para técnico e recentemente para o meio técnico-cientifico informacional. (SANTOS e SILVEIRA, 2011).

A Rodovia BR 386 que conhecemos hoje teve seu inicio de construção em 1960, mas estima-se ser do ano de 1955 a proposta original de sua criação, a qual fez parte do Plano Rodoviário Nacional principalmente a partir dos Governos Militares.

Na época da sua construção foram exigidos cuidadosos estudos sobre a constituição geológica e dos subleitos dos rios e o dimensionamento do pavimento a ser executado, tendo em vista as características geológicas do terreno e a intensidade de trafego pesado na rodovia já que era criada para ser uma importante rota, transportando mercadorias e pessoas pelo RS.

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O investimento estatal na ampliação da malha rodoviária brasileira inscreve-se no contexto de um país pressionado pelos interesses da indústria automobilística, comandado por um regime ditatorial.

Na década de 60 quando foi iniciado o processo de pavimentação a estrutura base havia sido projetada sobre estudos de trafego diário na média de 3.000 veículos dia, segundo o DAER.

Para a época da construção da BR 386 foram utilizados equipamentos supermodernos que necessitavam de muita mão de obra, assim abriram-se caminhos para a profissionalização da mão de obra empregada.

Para Santos (1978) “a utilização do território pelo povo cria o espaço”, os seus limites se modificam ao longo da história, o território antecede o espaço. Já o espaço geográfico é mais amplo e complexo, é uma expressão concreta da história. O território representa um dado fixo representando uma área.

Essa mão de obra empregada na época foi de suma importância para o crescimento demográfico regional, pois muitos ficaram tornando-se parte da população permanente do Vale do Taquari/RS.

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2.2 A importância da BR 386 para o Escoamento da Produção

Como destacávamos nos parágrafos anteriores a BR 386 constitui-se em importante rodovia regional e nacional, não só pela densidade de fluxo, mas pelos nós de conexão entre diversas porções do território brasileiro.

As redes e suas configurações tem papel fundamental na estrutura territorial, constituindo um espaço definido por Milton Santos, como um conjunto indissociável de um sistema de objetos e um sistema de ações. A BR 386 é, na estrutura geral da organização espacial do território nacional, um

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importante objeto para a realização das ações produtivas, econômicas, políticas, culturais, de lazer dentre outras.

Ou ainda, um espaço reticulado que se faz a partir de pontos, nós, linhas, constituído pelos objetos (engenharias) inscritos no território, viabilizando conexões locais, regionais, nacionais e mundiais em diferentes escalas e dimensões das ações materiais e imateriais.

Foi com a intenção de melhor conhecer os pontos e nós, ou a importância da BR 386, que realizamos uma entrevista com presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari – CODEVAT, para colher informações a respeito dos planos estratégicos, que estão sendo debatidos pelas autoridades regionais visando o desenvolvimento econômico e social do Vale do Taquari.

Segundo dados do CODEVAT (2007) a BR 386 foi responsável pelo escoamento de 6,4% de toda a exportação do estado do RS, no ano de 2007. Não dispomos de dados sobre 2012, mas, conforme informações obtidas junto ao Conselho Regional, os números continuam expressivos. Conectados a essa rodovia, está à ferrovia do trigo e o porto de Estrela, com navegabilidade até o porto de Rio Grande, terminais de exportação para escoamento da produção dessa região.

A rodovia Federal BR 386 é de fundamental importância para a economia de toda a região, a BR 386 passa por 23% da área territorial do estado do RS, perpassa por 48% dos municípios do estado do RS, no Vale do Taquari moram 7,5% da população do RS ou mais de 350.000 pessoas, as empresas regionais representam 6% da exportação total do estado do RS.

Esses dados representam o grau de importância da BR 386 para região, grande produtora de alimentos, com PIB superior a 4,6 bilhões ano, com destaque para a produção de grãos e criações de suínos, aves e leite, por estes motivos, entre outros, a BR 386 é conhecida com a Estrada da Produção.

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Nesse sentido, Santos e Silveira desatacam que:

Como as informações e as finanças passam a ser dados importantes se não fundamentais, na arquitetura da vida social, e o espaço total de um país, isto é, o seu território, enquanto suporte as produções em todas as suas instâncias, equivale ao mercado. Desse ponto de vista, distinguem-se, no país, áreas onde a informação e as finanças tem maior ou menor influência, da mesma maneira que antes a questão se colocava quanto ao produto e a mão de obra. (2001; 53). Para CARLOS (pg. 89) as redes urbanas diminuem as distancias dos fluxos das informações de forma continua interligando cada vez mais a região ao mundo, ou seja, o lugar se redefine pelo estabelecimento ou aprofundamento de suas relações numa rede de lugares.

Devido às cidades de Lajeado e Estrela terem suas localizações e fundações como uma das cidades mais antigas da região e por suas localizações estratégicas no espaço onde centralizam os principais hospitais, universidades e centros financeiros regionais, as pessoas que necessitam ir a Porto Alegre tanto as do Vale do Taquari, bem como algumas cidades da região Norte, são obrigadas a passarem por estás cidades, consequentemente utilizando a BR 386 para chegarem a Porto Alegre.

Segundos dados da polícia rodoviária federal circulam diariamente na BR 386 no Vale do Taquari aproximadamente 4.000 caminhões e ônibus transportando pessoas e os mais diversos tipos de mercadorias e mais de 9.500 veículos leves diariamente em média, entre esses a maioria dos usuários são moradores da região, que utilizam a rodovia para se locomoverem de suas casas para seus trabalhos e para irem aos comércios locais ou para região metropolitana e litoral.

Para termos um comparativo de fluxo nos 7 km duplicados entre as cidades de Lajeado e Estrela pela BR 386, segundo dados da Policia Rodoviária Federal, existem variações significativas de fluxos dependendo do local da rodovia analisada.

Para simples comparação, verificamos que o fluxo na BR 386 no km 340 em frente ao posto policial federal, circulam aproximadamente 9 mil veículos 19

dias, já no Km 345 localizado entre as cidades de Lajeado e Estrela, na parte duplicada e urbana da rodovia, circulam aproximadamente 18 mil veículos dia, ou seja, numa distância de apenas 5 km os números dos fluxos praticamente dobram, mostrando como a modernização da rodovia viabiliza o desenvolvimento econômico e social, desafogando o transito pesado da rodovia.

Portanto, segundo a PRF, a intensidade dos fluxos depende da sua localização em estudo, tendo em vista que nas regiões de maior concentração urbana os fluxos são maiores, pois servem de ligações para a população local se deslocar para o trabalho ou para outras atividades pessoais, elevando a densidade do fluxo somada a circulação das cargas que passam pela região.

Este significativo fluxo entre os municípios de Lajeado e Estrela num trecho de apenas 7 km em que a rodovia está duplicada, está concentrando, nos últimos anos, investimentos privados no campo de prestações de serviço, com destaque para: Concessionárias de Veículos, Restaurantes, Empresas Prestadoras de Serviços, Postos de Combustíveis, e, no momento, um alto investimento de uma empresa privada na construção de um Shopping Center.

Para SPOSITO (2008) As novas tecnologias em redes fixas devem ser entendidas como elemento responsável por seu dinamismo e por sua forma. As tecnologias podem criar novas localidades uma vez que exigem infraestruturas modernas para a circulação.

O trecho mais movimentado da região entre os municípios de Lajeado e Estrela, teve a sua extensão de 7 km duplicada no ano de 1994, para atender a demanda de infraestrutura necessária já para aquela época, o que resolveu momentaneamente os problemas de deslocamentos, atenuados por certo período.

Para o entendimento de (Corrêa, 1989, p.94).

(...) a rede urbana constitui-se no conjunto de centros urbanos funcionamentalmente articulados entre si. É, portanto, um tipo particular de rede na qual, as vértices ou nós, são os diferentes núcleos de povoamentos 20

dotados de funções urbanas, e os caminhos ou ligações os diversos fluxos entre esses centros. No ano de 2003, após um grave acidente envolvendo um ônibus de passageiros com uma carreta desgovernada, que resultou na morte de 13 pessoas, acendeu um sinal de alerta referente à infraestrutura “ultrapassada” que a BR 386 vem enfrentando a um bom tempo.

Esse acontecimento gerou uma mobilização dos órgãos públicos competentes para criarem uma comissão em prol da Duplicação de 33,5 Km da BR 386, com o objetivo de evitar novas tragédias e para dar fôlego a uma rodovia tão importante para o escoamento da produção e da circulação das pessoas que necessitam se dirigir a região metropolitana.

O CODEVAT, juntamente com os prefeitos da região após anos de luta conseguiu no ano de 2010 o inicio das obras de duplicação deste trecho da rodovia que não comportava mais tal carga de fluxo diário, o que proporcionará um ganho considerável de tempo e de segurança para os usuários da rodovia vindos ou a caminho da região metropolitana e apenas a 1 hora do Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre.

2.3 O Processo de Descentralização Industrial e Comercial

Para Milton Santos (1993, p.44) o processo de descentralização da indústria atinge vários pontos do território nacional motivados pelo envolvimento do sistema de modernização do sistema capitalista. O processo de ocupação “colonização” de novas áreas ou regiões tem total relevância para o desenvolvimento de uma região viabilizando novas rodovias, infraestrutura por intermédios do mercado financeiro.

O Vale do Taquari vê com bons olhos o processo de descentralização que vem ocorrendo no estado do RS, as regiões metropolitanas como Porto Alegre, , , São Leopoldo e , estão com suas 21

infraestruturas físicas quase totalmente esgotadas, não sendo “mais possível a instalações de grandes empresas” que necessitam de grande espaço físico para suas acomodações.

Nesse contexto é que podemos considerar além do crescimento “natural”, a ocupação das margens das rodovias, como mostra a figura 4, grandes áreas de terraplanagens, estradas laterais e sendo construídos, inúmeros canteiros de obras se juntando com o trajeto de duplicação da rodovia.

Figura 4 – Canteiro de obras na margem esquerda da BR 386 no município de Fazenda Vila Nova RS.

Fonte: Mateus Zanchet

No entendimento de Milton Santos (2009, p.209). A rede urbana, em conjunto com as infraestruturas existentes nas cidades, fazem inúmeras ligações internas e externas, permitindo o transporte de matérias ou informações, sobre um território.·.

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Em entrevista ao Jornal O Informativo do Vale (2012. p 16) o prefeito da cidade de Fazendo Vila Nova, cita o grau de importância que a duplicação da BR 386 terá para a cidade, destaca que a cidade de Fazenda Vila Nova no ano de 2011, teve um crescimento econômico acima da média regional, e no ano de 2012, a arrecadação será maior ainda, ocupando uma posição de destaque na economia do estado.

O valor adicionado do município passou de 4,7 milhões de reais em 1997 para 88,5 milhões de reais no ano de 2010. Segundo o prefeito, o município investe em planejamento urbano e social, priorizando a qualidade de vida, num programa a longo prazo, pois os projetos para os próximos anos são muito animadores.

Com o término da duplicação da BR 386 onde está situado o município de Fazendo Vila Nova, localizada a menos de 100 km de Porto Alegre, o governo municipal espera que sua população, segundo o Censo de (2010) que hoje é de 3.697, multiplique por cinco, quando os altos investimentos que podem passar dos 10 milhões em investimentos privados forem concluídos em conjunto com o término da duplicação da BR 386, como podemos ver na figura 5.

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Figura 5. Trevo de acesso à cidade de Fazenda Vila Nova, com a duplicação praticamente concluída, ao lado direito.

Fonte: Mateus Zanchet.

2.4 Obstáculos para o Crescimento

O Vale do Taquari possui uma população, segundo o Censo IBGE/2010 de 327.723 habitantes, quais 84% reside na zona urbana.

A circulação dessa população e das mercadorias produzidas na região ou provenientes de outros lugares enfrenta dificuldades, devido ao custo dos pedágios cobrados nesta região. 24

Dados cedidos pelo CODEVAT, extraídos do Relatório de Concentração da Câmara Temática dos Pedágios de Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – CDES RS revelam os impactos dos volumes financeiros movimentados pelas concessionárias no Vale do Taquari no ano de 2010.

O Vale do Taquari está cercado por praças de pedágios, no total são 6 pontos de pedágios. O pedágio do Município de Marques do Souza, localizado as margens da BR 386 é o mais caro do RS, seu valor cobrado é dobrado, ou seja, ao invés dos usuários pagarem R$ 7,00 para carros de passeio paga-se R$ 14,00.

Segundo a (UNIVIAS) Concessionária Administradora da Rodovia, a malha rodoviária do Vale do Taquari é de 328,78 Km de rodovias, e a cada 54,80 Km, em média, há um pedágio. Portanto, o Vale do Taquari representa 25% da receita de todos os pedágios estaduais, tendo em vista que a população regional representa apenas 7% da população do estado é um custo muito elevado e merece ser questionado pelos cidadãos brasileiros.

Porem, sabemos que boas estradas geram sim desenvolvimento e crescimento econômica, como em entrevista realizada a campo pomo podem ver no Anexo B, os usuários das rodovias não são contras a implantação dos pedágios e sim contra pela elevada quantidade instaladas no vale do Taquari e seus valores altos cobrados.

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Na tabela 2 podemos visualizar dados sobre a concessão dos pedágios no Rio Grande do Sul.

TABELA - 2

VOLUMES DE TRÁFEGOS E RECEITAS DAS CONCESSIONÁRIAS NO PROGRAMA ESTADUAL DE CONCESSÃO RODOVIÁRIAS POR POLOS EM 2010.

POLOS TRAFEGO RECEITAS %

Gramado 3.225.510 19.987.442,00 4,70

Caxias do sul 7.766.032 62.216.972,00 14,64

Lajeado 9.757.097 103.616.406,00 24,38

Metropolitano 11.957.773 96.171.809,00 22,63

Carazinho 6.641.482 62.378.461,00 14,68

Vacaria 3.835.190 38.043.208,00 8,95

Santa Cruz do Sul 5.453.154 42.514.156,00 10,01

Soma 48.638.238 424.928.454,00 100

Média 6.984.034 60.704.064,86 14,29

Fonte: Cedes-http://www.cdes.rs.gov.br/biblioteca/2011/12/01/relatorio-de-concertacao-da- camara-tematica-pedagios

Apenas para fins de comparação, segundos dados do CEDES (2011); enquanto o polo de Lajeado arrecadou, no ano de 2010, R$ 103.616.406,00, o valor gasto pelo Governo Federal (e não pelas concessionárias) para duplicar o trecho entre Estrela e Tabaí numa extensão de 33,5 Km é de R$ 147.000.000,00 a preços de 2011, 2012 e 2013.

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Como sabemos no ano de 2013 encera-se a concessão das empresas Pedagiodoras após 15 anos de exploração, os Governos Estadual e Federal promete não renovar os contratos, as estradas Federais voltarão para a União e nas rodovias estaduais serão criados projetos de concessões regionais, onde serão cobrados valores mais baixos e os recursos daí provenientes servirão para manter exclusivamente as rodovias sobre sua jurisdição.

Sendo essa a expectativa da população usuária das rodovias e das empresas juntamente com seus governantes que já estão saturados de tantos percalços impedindo um crescimento social e econômico ainda maior para o desenvolvimento de toda a região do Vale do Taquari.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa foi possível avaliar a importância da Rodovia BR 386, para o desenvolvimento econômico e social para o Vale do Taquari/RS, através de pesquisas a campo com usuários da Rodovia e Autoridades Publicas, que buscam, através de políticas em infraestrutura o desenvolvimento da região.

A pesquisa mostrou o grau de importância da Rodovia BR 386 para o desenvolvimento do estado do RS, especialmente para o Vale do Taquari, sendo uma das principais rodovias de ligação e de escoamento da produção da região metropolitana à região Central e Norte do estado do RS, e o grau de importância que os investimentos públicos em infraestrutura têm para o desenvolvimento de um local ou espaço.

Com o passar dos anos esta rodovia que teve sua construção no inicio da década de 60, está com sua capacidade de escoamento de fluxos esgotada, tendo em vista o crescimento populacional e econômico da região e do estado, nas ultimas décadas.

Ao entorno da BR 386, as cidades cresceram economicamente com a implantação de grandes, médias e pequenas empresas, que ocasionaram um acentuado crescimento urbano.

O crescimento urbano e econômico, do Vale do Taquari/RS, está direcionado a facilidade de acesso às redes de fluxos, as “rodovias” que 28

transpassam o Vale no sentido Norte-Sul e Leste-Oeste, interligando a região as mais diversas partes do estado do RS, do Brasil e também do MERCOSUL.

O Vale do Taquari em especial a BR 386 teve um significativo aumento no fluxo de veículos nas últimas décadas, quando na época de sua construção, em 1960, esperava-se um fluxo em torno de 3.000 veículos dias, hoje somente no Vale do Taquari passam em média 13.000 veículos dia.

Tendo em vista este crescimento no fluxo de veículos, entre as cidades de Lajeado e Estrela, a BR 386 foi duplicada, na década de 90, para atender a demanda dos fluxos, que neste trecho representava, em média, 18.000 veículos dia.

Devido a este crescimento de fluxo na rodovia, as autoridades locais criaram um projeto chamado “Pró-Duplicação da BR 386” visando melhorias desta rodovia para a população local, que a utiliza diariamente para as suas necessidades de locomoção e para o fluxo de cargas pesadas, que transportam a produção das empresas locais, bem como as cargas que perpassam a região com destino a outras regiões do país.

Todos estes fluxos de mercadorias e de pessoas que passam pela região, estão abrindo novos caminhos para o crescimento econômico do Vale do Taquari, tendo em vista sua localização privilegiada, próxima a Grande Porto Alegre, que vem passando por um processo de descentralização, sendo que o Vale do Taquari pela sua posição geográfica, está absorvendo as margens da BR 386, a maioria das empresas que visam se instalar em regiões estratégicas de fácil acesso e com uma infraestrutura rodoviária que de suporte ao seu grau de investimentos.

Investimentos esses pleiteados pelo CODEVALE, que há anos vem lutando pela melhoria dos fluxos, principalmente na BR 386. Em 2010 iniciou- se a duplicação de 33,5km dessa rodovia, no Vale do Taquari, porém o sistema de rodovias pedagiadas é um complicador.

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Os pedágios, segundo dados recolhidos a campo, através das entrevistas são as principais reclamações das autoridades publicas e dos usuários, pela quantidade e pelo valor absurdo que é cobrado. Pois o Vale do Taquari sozinho responde por 25% de todo valor arrecadado, e sua população não ultrapassa os 7% de todo o estado do Rio Grande do Sul.

Ou seja, a BR 386 constitui-se em importante fixo da rede de rodovias no estado, conectada a malha nacional, possibilitando os fluxos de pessoas e mercadorias dessa porção do território gaúcho a outros estados e ao exterior. Sua duplicação na porção que abrange o Vale do Taquari garante maior fluidez e também sugere melhores condições de segurança para quem nela trafega.

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REFERÊNCIAS

ARTKINSON.C.C . Redes e fluxos. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. 46 p. (Coleção educação a distância. Série livro-texto). AZAMBUJA, L.D e ARTKINSON. C. C. Teoria e Métodos Geográficos. Ijuí: Ed. Ijuí, 2010. P. 11. (Coleção educação a distância. Série livro-texto). CARLOS. J.M e SENE. E. Espaço Geográfico e Globalização. São Paulo: Editora Scipione, 2012. 270 p. CODEVAT- Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Taquari. CORRÊA, R. L. A rede urbana. São Paulo: Ática, 1989, 94 p. < duplicabr386.com.br>. Acesso em: 10 se setembro de 2012. < IBGE.gov.br >. Acesso em: 20 outubro de 2012. Jornal o Informativo do Vale. Fazenda Vila Nova a Nova Potencia do Vale. 2012. 16 p. SPOSITO, Eliseu S. Redes e Cidades. 1. Ed. São Paulo: Editora Unesp, 2008. SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira , São Paulo: Hucitc, 1993. 44 p.

SANTOS, Milton e SILVEIRA, Maria Laura. Brasil: território e sociedade no inicio do século XXI. Rio de Janeiro: Record,2001.471 p.

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ANEXO A

Entrevista realizada com o Senhor presidente do CODEVAT e Reitor da Univates, realizada no dia 17 de outubro de 2012 em seu gabinete.

Perguntas

1) Como o senhor vê o Vale do Taquari situado economicamente dentro do estado do RS?

2) Qual a importância geopolítica da BR 386, para o desenvolvimento do Vale do Taquari?

3)Através dos investimentos públicos em infraestrutura na área dos transportes rodoviários ocorrido nos últimos anos, impulsionou o crescimento econômico e social do Vale do Taquari?

4) Porque ouve a necessidade de duplicação desta rodovia?

5) Podemos ver que as margens da rodovia cada vez mais empresas veem se instalando nesses locais, o senhor acredita que a 386 é uma vitrine de entrada das pessoas vindas da região Metropolitana e do Norte do estado para o Vale do Taquari, ou tem como motivo a facilidades de acesso a outras regiões do território brasileiro?

6) O senhor acredita que com a duplicação destes 34Km da rodovia novas empresas se instalaram na região?

7) Quais as conexões da BR 386 com outros municípios do estado?

8) O senhor possui informações sobre o fluxo de cargas transportadas por esta rodovia? 32

9) Como se sabe a BR 386 possui três praças de pedágios no vale do Taquari, uma em Tabaí, Marques de Souza e , sabemos que o governo estadual não ira mais renovar estas concessões, como ficarão estas praças de pedágios?

10) Como o senhor vê num aspecto geral o crescimento do Vale do Taquari atualmente, e o que o CODEVAT tem de planos futuros para o crescimento econômico da nossa região e para a melhoria dos fixos que possibilitam os fluxos com o país e com o mundo?

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ANEXO B

Entrevista a usuários da BR 386 realizada no dia 18 de agosto de 2012, em postos de combustíveis localizados as margem da rodovia BR 386 no município de Lajeado, com motoristas de ônibus, caminhões e usuários de veículos leves que moram na Região do Vale do Taquari.

1) Com qual frequência você utiliza a rodovia BR 386?

2) Para qual atividade você a utiliza BR 386?

3) Você concorda que a duplicação da BR 386 ira influenciar no crescimento econômico da Região?

4) No seu ponto de vista, você acha que com a modernização da rodovia o escoamento do trafego de veículos de passeios e os de caminhões ira reduzir o tempo e o custo transporte?

5) Você concorda com tantos pedágios em uma rodovia tão importante para o Vale do Taquari? E se os valores cobrados fossem menores, você seria favorável a esse tipo de concessão de pedágios?

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ANEXO - C

Sistematização das Entrevistas.

Em entrevista com o Senhor presidente do CODEVAT Vale e Reitor da Univates, a duplicação da BR 386, é uma demanda bem antiga não somente do vale, mas de toda a região, se nos pegarmos o estado do Rio Grande do Sul, a única estrada duplicada era a freeway, ligando a região metropolitana ao litoral.

O RS está muito mal em infraestrutura de tráfego em especial, se nos pegarmos a região de Caxias do Sul, com a importância econômica que tem não da para acreditar que não tenha uma rodovia duplicada até Porto Alegre, se você pegar a região de São Paulo e Paraná, o estado inteiro é cortado por rodovias duplicadas ou triplicadas, não somente algumas, mas sim várias.

Então o estado do RS, precisa de uma malha rodoviária duplicada é uma questão geopolítica, então tem esse projeto de duplicação da BR 101 em direção a ai tem a RS 290 que liga a região de a Santa Maria, que precisa ser duplicada e a BR 386, então dentro deste projeto já no ano de 1981 tem-se a intenção que essa rodovia precisa ser duplicada, o que se conseguiu de primeiro momento foi o alargamento de pista entre as cidades de Tabaí e Canoas.

Pela BR 386, é responsável por grande parte da escoação da produção primária e uma parte da produção industrial do estado RS passam por aqui, na verdade toda produção celeira que faz esse trajeto que liga Porto Alegre até o porto de Rio Grande, então a um ponto de ligação com a região metropolitana 35

que acaba desafogando a BR 116, então é uma estrada vital para o desenvolvimento do RS.

A duplicação que estamos fazendo agora é de um trecho de 33,5 Km, a todo um projeto que da continuidade da duplicação da BR 386 até a cidade de e depois até Sarandi e depois por toda sua extensão de 445 km. O estado precisa ter essa rodovia duplicada, consequentemente criando novas vias de acesso, novos espaços econômicos e de descentralização industrial.

Portanto se pegarmos a região de Porto Alegre em direção ao Vale dos Sinos em direção a Caxias do Sul, que foram pioneiros na questão de desenvolvimento no estado, está com o espaço físico esgotado, o metro quadrado fica muito caro, a dificuldade no transporte ficando tudo muito caro.

Certamente um dos novos polos de crescimento vai ser aqui no Vale do Taquari, que é um vale em conjunto com o Vale do você precisa de infraestrutura, então a BR 386 tem o papel de oferecer novos espaços, descentralizando a região de Porto Alegre, então uma transportadora que necessite de espaço não tem que procurar regiões próximas para a sua instalação.

Podemos ver que as margens da BR 386 é um verdadeiro canteiro de obras, estão sendo feitas grandes terraplanagens, no intuito de trazer novas fabricas, empresas que necessitam de espaço para locomoção de caminhões.

Uma das cidades que mais crescerão no Vale do Taquari é a cidade de Fazenda Vila Nova, é uma cidade que está se preparando com altos investimentos, é uma cidade que vai ter que se acostumar, aquela estrutura que exista lá hoje vai ser toda modificada por ser uma cidade a beira da rodovia, onde o fluxo será continuo, cabendo a administração criar projetos na área de educação, saúde e planejamento urbano.

Como a gente sabe o Vale do Taquari está a aproximadamente 120 km De Porto Alegre, Caxias do Sul está em torno de 90 km, 180 km, Santa Cruz do Sul e Santa Maria 213 km e o Vale aqui um raio de 200 km, 36

então estamos numa região privilegiada, uma empresa que quiser aqui se instalar vai ser privilegiada, pois a localização é fundamental, portanto é muito melhor estar localizada aqui no Vale do Taquari do que em algumas destas regiões como Passo fundo.

A cidade de Caxias já é um pouco diferente, ou seja, é ainda melhor estar com Caxias do Sul do que em Santa Maria, por causa da localização aqui se referindo ao Vale do Taquari, e então para-nos isso aqui é um negócio espetacular pela facilidade de acesso a outras partes do estado do RS.

Por isso tudo por aqui mereceria ser duplicado, é o mercado que nos cobra antão aqui você tem dois fluxos: de produtos agrícolas provindos da agricultura familiar e pelo sentido inverso tem os fluxos das grandes empresas que vem da região metropolitana para cá, como a Bala Florestal, eles tinham uma planta industrial em Porto Alegre e trouxeram para cá e recentemente a empresa Wallerios foi comprada pela Vompar, podia se instalar muito bem em Porto Alegre do lado da sua fabrica de bebidas e vieram se instalar aqui na cidade de Arroio do Meio.

Está empresa veio somente para cá, pois tudo isso aqui vai ser duplicado se não acreditassem nessa duplicação eles não veriam para cá.

Enfim o aeroporto Salgado Filho fica daqui de Lajeado é mais perto do que Guarulhos até o centro de São Paulo, portanto com a duplicação da rodovia o Vale do Taquari estará a apenas 1 hora de carro do aeroporto, isso é coisa de países de primeiro mundo.

Porem um fato que ainda nos impede de crescermos ainda mais são os pedágios que no ano que vem a princípios serão desativados e devolvidos os pedágios em rodovias estaduais passaram de volta ao governo estadual e os pedágios nas rodovias federais voltarão a ser administradas pelo Governo Federal.

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Respostas dos usuários da rodovia BR 386.

Nesta entrevista feita a campo as margens da BR 386, foram entrevistados 6 usuários da rodovia BR 386; três caminhoneiros, um motorista de ônibus e dois usuários moradores da região.

A perguntar com qual frequência eles utilizam a rodovia, os caminhoneiros disseram que geralmente eles vêm para está região duas vezes ao mês, os motoristas de ônibus disseram que seis vezes por semanas eles transportam passageiros de Lajeado até Porto Alegre e os moradores locais disseram que utilizam a rodovia diariamente para de deslocarem para o trabalho ou para se dirigirem a outros locais da região.

Perguntados se a duplicação e os investimentos em infraestrutura todos disseram que isso é fundamental para o crescimento de qualquer lugar e que esta duplicação ira proporcionar um grande crescimento para o lugar.

Questionados se a modernização da rodovia ira influência na redução de tempo de transporte de deslocamentos e a diminuição dos acidentes, todos os cinco foram enfáticos dizendo que com certeza ira diminuir em até 15 minutos o deslocamento da região do Vale do Taquari até a região metropolitana e significativamente o número de acidentes fatais.

Ao fazer a ultima perguntas referente aos pedágios se eles concordavam com tantos pedágios numa rodovia tão importante para o estado os caminhoneiros disseram que esse é a pior parte para transportarem frete para o RS, pois cerca de 10% do frete ficam nos pedágios.

Os motoristas de ônibus destacaram a manutenção e das boas condições das estradas, porem disseram que a região tem muitos pedágios o que acaba encarecendo em cerca de 5% o custo a mais nas passagens de ônibus.

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Já os moradores que utilizam a rodovia para o deslocamento diário disseram que eles no dia a dia não passam por nem um pedágio, mas quando querem sair para viajar notam como é caro andar nas estradas do RS.

E todos os entrevistados disseram que se os valores dos pedágios fossem reduzidos pela metade estaria de bom tamanho, pois os valores são altíssimos principalmente os do Vale do Taquari.

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