UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM

JÚLIO BERNARDO MACHINSKI

UMA LEITURA DE : justaposição de imagens e associação de ideias na poesia de Luís Aranha

CAMPINAS, 2016

JÚLIO BERNARDO MACHINSKI

UMA LEITURA DE COCKTAILS: justaposição de imagens e associação de ideias na poesia de Luís Aranha

Tese de doutorado apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Teoria e História Literária, na área de Teoria e Crítica Literária.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Eugênia da Gama Alves Boaventura Dias

Este exemplar corresponde à versão final da Tese defendida pelo aluno Júlio Bernardo Machinski e orientada pela Prof.ª Dr.ª Maria Eugênia da Gama Alves Boaventura Dias.

CAMPINAS, 2016 Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CNPq, 147888/2010-7

Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem Lilian Demori Barbosa - CRB 8/8052

Machinski, Júlio Bernardo, 1978- M184L MacUma leitura de Cocktails : justaposição de imagens e associação de ideias na poesia de Luís Aranha / Júlio Bernardo Machinski. – Campinas, SP : [s.n.], 2016.

MacOrientador: Maria Eugênia da Gama Alves Boaventura Dias. MacTese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem.

Mac1. Poesia brasileira - Séc. XX - Crítica e interpretação. 2. Modernismo (Literatura) - Brasil. 3. Aranha, Luís, 1901-1987. I. Boaventura, Maria Eugênia,1947-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: A reading of Cocktails : justaposixion of images and association of ideas in the poetry of Luís Aranha Palavras-chave em inglês: Brazilian poetry - 20th century - Criticism and interpretation Modernism (Literature) - Brazil Aranha, Luís, 1901-1987 Área de concentração: Teoria e Crítica Literária Titulação: Doutor em Teoria e História Literária Banca examinadora: Maria Eugênia da Gama Alves Boaventura Dias [Orientador] Leandro Pasini Ivan Francisco Marques Augusto Massi Rui Moreira Leite Data de defesa: 24-11-2016 Programa de Pós-Graduação: Teoria e História Literária

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BANCA EXAMINADORA:

Maria Eugênia da Gama Alves Boaventura Dias

Leandro Pasini

Ivan Francisco Marques

Augusto Massi

Rui Moreira Leite

Pascoal Farinaccio

Mirhiane Mendes de Abreu

Marcos Antonio Siscar

IEL/UNICAMP 2016

Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

À memória de Luís Aranha.

AGRADECIMENTOS

ao Emerson Bettega e à Aline Costa Cherini, por tudo o que representam em minha vida e por terem sido os principais entre os primeiros incentivadores deste trabalho;

à minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Maria Eugênia Boaventura, por acreditar que eu seria capaz de oferecer alguma contribuição à fortuna crítica sobre a poesia de Luís Aranha e por propiciar que eu me tornasse algo mais íntimo da história do modernismo brasileiro, em especial, do modernismo paulista; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, pela concessão da bolsa que viabilizou minha permanência em Campinas durante a realização da maior parte desta pesquisa; aos servidores do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, especialmente aos funcionários da Biblioteca, bem como à prestativa, paciente e gentil equipe da Secretaria de Pós-Graduação, nas pessoas do Sr. Cláudio, do Sr. Miguel e da Sra. Rose; ao poeta, tradutor e editor Sr. Philippe Blanchon, da Librairie La Nerthe, pela gentileza de enviar-me uma primeira versão digital da tradução francesa de Cocktails; ao tradutor Prof. Antoine Chareyre, pela amizade, pelo estímulo do início ao fim da pesquisa, pelos exemplares trazidos na bagagem e pelos diálogos e trocas sobre Luís Aranha e o modernismo brasileiro; ao Prof. Dr. Renato Suttana, guia precioso e seguro nos meus passos iniciais no campo da teoria literária durante a graduação em Letras, pela generosa primeira leitura iluminadora e incentivadora deste trabalho em sua fase inicial; aos Profs. Drs. Alípio Correia de Franca Neto e Leandro Pasini, pelas valiosas sugestões na qualificação do texto; ao Caio Rodrigo de Andrade Lima, pela companhia na visita ao Arquivo Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, pela presença no dia da defesa da tese e por ter tornado mais leve e divertido um período desta jornada; aos membros da Banca Examinadora: Profs. Drs. Augusto Massi, Ivan Francisco Marques, Leandro Pasini e Rui Moreira Leite, pela compreensão diante dos contratempos pessoais e por enriquecerem o trabalho com suas ressalvas e contribuições intelectuais (a responsabilidade pelo aspecto preparatoriano da tese é toda minha); aos amigos da Pós-Graduação em Teoria e História Literária do IEL, especialmente ao Prof. Dr. José Leonardo Souza Buzelli, pelo incentivo desde o momento anterior à minha aprovação como aluno da Unicamp e pela torcida ao longo de toda a trajetória, bem como ao parceiro de viagens, aulas, almoços, cafés e passeios pelos sebos de Barão Geraldo, Prof. Dr. Diego Gomes do Valle;

às minhas irmãs Eva, Jaqueline, Marisa e Marcia, pelo incentivo; aos demais familiares (em especial, à Tia Clare, sempre vibrando com meus acertos) e aos amigos que ajudaram de diversas formas.

Agradeço, ainda, aos meus pais, Lourdes e Jaques, pela vida e pelo apoio.

RESUMO

Através de seus poemas de índole modernista, cujo registro lírico baseia-se na reelaboração dos empréstimos efetuados das expressões poéticas das vanguardas europeias, Luís Aranha forneceu uma reconstituição crítica, fundamentada na ironia e no humor, do processo de transformação do cenário urbano da cidade de São Paulo, bem como dos modos de viver no início do século XX em decorrência do surto desenvolvimentista tecnológico da Segunda Revolução Industrial. Para tanto, o poeta recorreu, em especial, aos procedimentos formais futuristas e cubistas da colagem, das palavras em liberdade, do rompimento com a sintaxe, da justaposição de imagens e da associação de ideias. Dessa forma, Aranha contribuiu significativamente para a renovação do código literário brasileiro no momento de transição da poesia pós-romântica para a poesia modernista. Neste trabalho, analisamos um conjunto de dez poemas selecionados de Cocktails, rastreando o diálogo estabelecido entre Luís Aranha e alguns expoentes da poesia europeia, entre eles: Álvaro de Campos, Arthur Rimbaud, Blaise Cendrars e Guillaume Apollinaire.

Palavras-chave: Poesia brasileira – Séc. XX – Crítica e interpretação; Modernismo brasileiro.

ABSTRACT

Through his poems of a modernist nature, whose lyrical writing is based on the reworking of loans made from the poetic expressions of the European avant-gardes, Luís Aranha provided a critical reconstitution, based on irony and humor, of the transformation process of São Paulo’s urban scene, as well as the ways of living in the early 20th century as a result from developmental technological outbreak of the Second Industrial Revolution. For this, the poet used in particular the formal futurist and cubist procedures of collage, words in freedom, the break with the syntax, the juxtaposition of images and the association of ideas. Thus, Aranha contributed significantly to the renewal of the Brazilian literary code at the time of transition from post-romantic poetry to modernist poetry. In this work, we analyzed a set of ten selected poems of Cocktails, tracing the dialogue established between Luís Aranha and some representatives from European poetry, including: Álvaro de Campos, Arthur Rimbaud, Blaise Cendrars and Guillaume