QUARTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2012 I SÉRIE-NÚMERO 1

DIÁRIO DA

ASSEMBLEIA NACIONAL

III LEGISLATURA (2012-2017) I SESSÃO LEGISLATIVA (2012-2013)

REUNIÃO CONSTITUTIVA ______

SUMÁRIO

O Mestre-de-cerimónias anunciou o início da Aprovou-se o Projecto de Resolução que cria a Sessão quando eram 10 horas e 20 minutos. Comissão Eleitoral para escrutinar a eleição do Presidente da Assembleia Nacional e demais Nos termos do Título II, Capitulo I do Regimento membros da Mesa. Intervieram os Deputados da Assembleia Nacional. Fernando Heitor (UNITA) e Lopo do Nascimento (MPLA). O Presidente da Assembleia Nacional cessante, António , proferiu o discurso de Foram eleitos o Presidente da Assembleia abertura da Cerimónia de Investidura. Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, e os restantes membros da Mesa. Foi aprovado o Projecto de Resolução que cria a Comissão de Mandatos dos Deputados à O Presidente eleito da Assembleia Nacional, Assembleia Nacional. Intervieram os Srs. Fernando da Piedade Dias dos Santos, Deputados André Gaspar Mendes de Carvalho e proferiu o discurso de encerramento da Lindo Bernardo Tito (CASA-CE), Sérgio Luther Cerimónia de Investidura. Rescova (MPLA) e Ernesto Mulato (UNITA). O Sr. Presidente declarou a Sessão encerrada Foi aprovado o Projecto de Resolução sobre a quando eram 14 horas e 38 minutos. Verificação de Mandatos dos Deputados à Assembleia Nacional. Intervieram os Srs. Deputados Lindo Bernardo Tito e Abel Chivukuvuku (CASA-CE), Bornito de Sousa (MPLA) e Fernando Heitor (UNITA).

I SÉRIE – NÚMERO 1

O Mestre-de-cerimónias (Amílcar Xavier) - Anuncio a chegada de Sua Excelência o Presidente cessante da Assembleia Nacional.

(Entoação do Hino Nacional)

O Mestre-de-Cerimónias: - Senhoras e Senhores,

Digníssimos Srs. Deputados da Nação, eleitos nas eleições de 31 de Agosto de 2012,

Srs. Membros do Governo,

Caros Convidados a essa Reunião Constitutiva da III Legislatura da Assembleia Nacional,

Fazem parte do Presidium, o Excelentíssimo Sr. Procurador-Geral da República;

O Excelentíssimo Sr. Venerando Juiz Presidente do Tribunal Constitucional;

O Excelentíssimo Sr. Venerando Juiz Presidente do Tribunal de Contas;

O Excelentíssimo Sr. Juiz Presidente do Supremo Tribunal Militar;

Membros do Executivo;

Distintos Membros das Forças Armadas de e da Polícia Nacional.

Permitam-me que saúde, igualmente, os Srs. Membros e Líderes das Congregações Religiosas representadas aqui nesta Assembleia e reconhecidas, igualmente, pelo Estado laico angolano.

Senhoras e senhores,

Ilustres convidados,

Caros Deputados

Aos 27 dias de Setembro de 2012 sejam, pois, bem-vindos à Cerimónia Solene desta Magna Reunião Constitutiva, que inaugura a III Legislatura da Assembleia Nacional e que conta, igualmente, com a presença dos Distintos Membros do Corpo Diplomático acreditado na República de Angola.

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17 DE OUTUBRO DE 2012

Em nome do Presidium desta Reunião Constitutiva da III Legislatura da Assembleia Nacional, permita-me que convide o Presidente da Assembleia Nacional cessante, Engenheiro António Paulo Kassoma, para usar da palavra perante esta Augusta Assembleia.

A vossa atenção!

O Sr. Presidente da Assembleia Nacional Cessante (António Paulo Kassoma):- Distintos Deputados,

Venerando Juiz Presidente do Tribunal Constitucional,

Venerando Juiz Presidente do Tribunal de Contas,

Digníssimo Procurador-Geral da República,

Reverendíssimas Entidades Eclesiásticas,

Senhores Membros do Corpo Diplomático acreditado em Angola,

Prezados convidados,

Minhas senhoras e meus senhores.

Na sequência das Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012, encontramo-nos hoje aqui reunidos, para a investidura dos deputados eleitos para a III Legislatura.

Ontem, quarta-feira, os angolanos, em particular, e o mundo, em geral, tiveram o privilegio de acompanhar directamente ou através dos meios de comunicação social, a investidura solene de Sua Excelência o Engenheiro José Eduardo dos Santos, no cargo de Presidente da República de Angola, e do Engenheiro Manuel Domingos Vicente, no cargo de Vice-Presidente da República.

A investidura do Presidente de República, que assistimos ontem, reveste-se de elevada dignidade constitucional, que vem a ser completada hoje, com a cerimónia que vamos presenciar nesta Sessão Constitutiva da Assembleia Nacional.

Ambos os actos traduzem o mais vivo testemunho do compromisso do povo angolano com a paz e a estabilidade, a consolidação das instituições do Estado, da democracia e do pluralismo de expressão política. I SÉRIE – NÚMERO 1

Tal como disse o próprio Presidente da República, no seu discurso de investidura, a consolidação do Estado e das suas instituições apresenta-se, neste contexto, como a garantia da estabilidade política, da paz e das liberdades democráticas.

Com a investidura dos Deputados, abrimos um novo ciclo parlamentar, que se renova em cada 5 anos, no quadro do figurino jurídico-político traçado pela Constituição da República de Angola aprovada em 2010, ou seja, terminamos um ciclo de eleições presidenciais e legislativas de 4 em 4 anos e abrimos uma nova etapa de renovação institucional que se repetirá a cada intervalo de 5 anos, em conformidade com a Carta Magna.

Esta tomada de posse marca, não só, a celebração de um pacto de confiança, mas também de responsabilidade e de compromisso entre cada um dos Senhores Deputados eleitos e o povo angolano, para a resolução dos problemas nacionais.

A confiança em Vós depositada pelos eleitores devolve-se com trabalho e muitos resultados.

Com estas palavras, declaro aberta a Reunião Constitutiva da Assembleia Nacional.

(Batida do martelo)

Eram 10 horas e 20 minutos

(Aplausos gerais)

O Sr. Presidente cessante: - Srs. Deputados, eu não devo dirigir esta Reunião Constitutiva sozinho, devo constituir uma Mesa Provisória.

Assim, peço ao Sr. Deputado José Diogo Ventura, do MPLA, enquanto Deputado mais idoso, e a Sra. Deputada Yolanda Brígida Domingos de Sousa, igualmente do MPLA, enquanto Deputada mais nova, para juntarem- se a mim e assim constituirmos a Mesa Provisória da Assembleia Nacional.

Srs. Deputados, Constituída Mesa Provisória da Assembleia, passemos à verificação de mandatos.

Convido a Sra. Deputada Ana Maria Taveira, para apresentar o Projecto de resolução que cria a Comissão de Verificação de Mandatos.

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Tem a palavra a Deputada Ana Maria Taveira.

A Deputada Ana Maria Taveira não está na Sala? Está sim.

Há um pedido de palavra do Sr. Representante da CASA-CE, tem a palavra!

Sr. Deputado “Miau”, os instrumentos, porque não accionam, estão a convida-lo a não tomar a palavra!

O Sr. Deputado pretende fazer uma declaração?

O Deputado André Gaspar Mendes de Carvalho (CASA-CE):- Sr. Presidente, quero apenas pedir um esclarecimento.

O Sr. Presidente cessante: Não é o momento para pedir esclarecimentos. Pode sentar-se, por favor!

Sr. Deputado, não é o momento para pedir esclarecimentos.

Sr. Deputado “Miau”, vamos constituir a Comissão de Verificação de Mandatos, esta Comissão vai preparar um relatório, apresentá-lo-á aos Srs. Deputados e nessa altura tomarão a palavra.

Tem a palavra a Deputada Ana Maria Taveira, para apresentar o Projecto de Resolução.

A Deputada Ana Maria Taveira (MPLA): - Excelência Sr. Presidente da Assembleia Nacional cessante, com a Sua permissão, passo a apresentar a Resolução que cria a Comissão de Verificação de Mandatos dos Deputados à Assembleia Nacional.

Considerando que a realização das Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2010 legitimou o mandato da III Legislatura da Assembleia Nacional;

Tendo em conta que as disposições combinadas dos artigos 10.º, 11.º e 12.º do Regimento da Assembleia Nacional prevêem a eleição de uma Comissão de Verificação de Mandatos, para o acto de investidura dos Deputados à Assembleia Nacional eleitos, para a apreciação da elegibilidade dos Deputados, cujo mandato seja susceptível de impugnação por facto que tenha sido objecto de decisão judicial, com trânsito em julgado, ou por qualquer motivo de impedimento previsto na Constituição da República de Angola ou na Lei;

I SÉRIE – NÚMERO 1

A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das disposições combinadas da alínea n) do artigo 161.º e da alínea f) do artigo 166.º, ambos da Constituição da República de Angola, a seguinte Resolução:

1. Considerar eleita a Comissão de Verificação de Mandatos dos Deputados à Assembleia Nacional, durante a Reunião Constitutiva da Assembleia Nacional, realizada no dia 27 de Setembro de 2012.

2. A Comissão de Verificação de Mandatos referida no número anterior é constituída pelos seguintes Deputados:

a) Carlos Alberto Ferreira Pinto (MPLA) – Presidente; b) Eduarda Maria Nicolau Silvestre Magalhães (MPLA); c) Francisco Boaventura Canjongo Chitapa (MPLA); d) Isabel João Miguel Sebastião Peliganga (MPLA); e) João Manuel Francisco “João Pinto” (MPLA); f) Joaquim António Carlos Reis Júnior (MPLA); g) Luísa Pedro Francisco Damião (MPLA); h) Sónia Moisés Nele (MPLA); i) Vigílio da Ressurreição Bernardo Adriano Tyova (MPLA); j) Raul Manuel Danda (UNITA); k) Demóstenes Amós Chilingutila (UNITA); l) Silvestre Gabriel Samy (UNITA); m) Alexandre Sebastião André (CASA-CE); n) Benedito Daniel (PRS); o) Francisco Alberto Carlos Mendes (FNLA).

3. A Comissão de Verificação de Mandatos tem como objectivo a elaboração do relatório a submeter à votação da Reunião Constitutiva da Assembleia Nacional, contendo a declaração de verificação de mandatos dos Deputados eleitos.

4. Do relatório devem constar, ainda, os demais factos, com incidência na respectiva verificação de mandatos.

5. A presente Resolução entra imediatamente em vigor.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em , aos 27 de Setembro de 2012.

Publique-se.

O Presidente da Assembleia Nacional, António Paulo Kassoma.

Sr. Presidente, tenho apresentado o Projecto de Resolução.

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O Sr. Presidente cessante: - Srs. Deputados, apresentado o projecto de resolução que constitui a Comissão de Verificação de Mandatos, submeto à vossa apreciação.

Está em apreciação o texto do Projecto de resolução. O texto não foi distribuído?

É um texto simples e também foi lido, acho que não há dificuldades no seu entendimento.

Não há intervenção? Há sim!

Tem a palavra o Deputado Miau.

O Deputado André Gaspar Mendes de Carvalho (CASA-CE): -Excelência Sr. Presidente da Assembleia Nacional cessante, Digníssimos Deputados eleitos:

Uso da palavra nesta Magna Casa, para pedir um esclarecimento relativo a uma incongruência no que diz respeito ao que está disposto no Capitulo I, artigo 8.º da Lei Orgânica do Funcionamento e do Processo Legislativo da Assembleia Nacional, cujo conteúdo não difere ao do Capitulo I, artigo 7.º, pontos 1 e 2 do actual Regimento da Assembleia Nacional, aprovado pela Lei n.º 13/12, de 2 Maio – Lei Orgânica que Aprova o Regimento da Assembleia Nacional.

O Sr. Presidente cessante: - Srs. Deputados, os serviços competentes da Secretaria e da Mesa Provisória estão a distribuir a documentação e também programou-se a realização de um seminário para todos os novos Deputados. Este seminário ocorrerá na segunda e terça-feira, onde serão distribuídos todos os documentos de suporte a acção dos Srs. Deputados.

Srs. Deputados, neste momento, apreciamos o texto da Resolução.

Tem a palavra o Deputado Lindo Bernardo Tito, para uma intervenção.

O Deputado Lindo Tito Bernardo (CASA-CE): - Excelentíssimo Sr. Presidente da Assembleia Nacional cessante, Caros Deputados eleitos:

Sr. Presidente cessante, o meu colega, companheiro André Gaspar Mendes de Carvalho, pretende apenas que a lei seja cumprida, pois, nos termos artigo por ele referido, constante do Regimento da Assembleia Nacional, os Deputados deveriam receber, oito dias antes desta Sessão, os elementos I SÉRIE – NÚMERO 1 necessários para o seu mandato, nomeadamente, a legislação e elementos necessários para a sua actividade. Quer dizer que não estão criadas condições para esta Sessão Constitutiva da III Legislatura.

O Sr. Presidente cessante: - Tem a palavra o Deputado Sérgio Luther, para uma intervenção.

O Deputado Sérgio Luther Rescova (MPLA): - Excelentíssimo Sr. Presidente da Assembleia Nacional, Digníssimos Deputados:

Sr. Presidente, apenas para, em primeiro lugar, reiterar aquilo que o Sr. Presidente fez referência em relação ao texto que, em concreto, está a merecer a apreciação dos Deputados. Trata-se de um projecto de resolução com um objectivo concreto, simples e que não nos parece que as intervenções que estamos a ouvir estão nesse sentido.

Segundo, e talvez mais importante, é que o Diploma legal, no qual os Ilustres Deputados estão a se fundamentar pelas suas intervenções, já foi revogado, o que significa que está ultrapassada a questão e gostaríamos, todos, que continuássemos de modo normal este processo e o seminário que foi anunciado será, também, um momento esclarecedor para essas e outras questões.

(Aplausos do MPLA)

O Sr. Presidente cessante: - Srs. Deputados, vamos prosseguir com a apreciação do texto do projecto de resolução que aqui foi lido pausadamente. Submeto à votação.

Tem a palavra o Deputado Ernesto Mulato, para uma intervenção.

O Deputado Ernesto Mulato (UNITA): - Excelência Sr. Presidente da Assembleia Nacional cessante, Caros Deputados:

Quero apenas sugerir que se dê prosseguimento aos trabalhos da Reunião Constitutiva, uma vez que já foi aqui reconhecido que houve, de facto, omissão nos procedimentos, mas que os mesmos não sirvam de impedimento para a continuidade desta Magna Sessão.

O Sr. Presidente cessante: - Já tomou a palavra Sr. Deputado.

Muito obrigado pela sua intervenção Sr. Deputado, está registada essa mesma intervenção.

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Submeto à votação o Projecto de resolução.

Sr. Deputado Miau, ficou esclarecido aqui de que o texto foi lido pausadamente, toda a gente compreendeu o texto.

Contagem de votos, por favor!

Os Srs. Deputados pretendem que volte a ser lido o Projecto de Resolução?

Não é necessário, o Projecto de Resolução será distribuído.

Enquanto suspendermos a Sessão, para a Comissão de Verificação de Mandatos actuar, o Projecto de Resolução será distribuído.

Contagem de votos, por favor!

Submetido à votação, o Projecto de Resolução foi aprovado por unanimidade, com 175 votos.

(Aplausos gerais)

O Sr. Presidente cessante: - Está constituída a Comissão de Verificação de Mandatos.

Esta Comissão de Verificação de Mandatos reunir-se-á, imediatamente, na Sala 4, para realizar o seu trabalho.

Enquanto a Comissão de Verificação de Mandatos está reunida, suspendo a Reunião Constitutiva até que as condições estejam criadas para ser apresentado o relatório e a apreciação pelos Srs. Deputados.

Está suspensa a Reunião!

O Mestre-de-cerimónias: - Excelências, senhoras e senhores, pedem que se mantenham, por enquanto, nesta Magna Sala.

Se me permitem a ousadia, vamos serenar os ânimos. Há um grupo coral que se vai exibir aqui. O Grupo Coral Peregrinos da Igreja Anglicana, que merece, igualmente, o nosso vivo respeito, por favor.

(Pausa) Eram 11 horas

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(Reinicio dos trabalhos)

Eram 12 horas e 35 minutos

O Mestre de Cerimónias: - Excelências, queiram, por favor, retomar aos seus lugares, vamos dar reinicio a nossa Sessão. O Sr. Presidente Cessante: - Srs. Deputados, retomemos os nossos trabalhos. Apresentar aos convidados as nossas sinceras desculpas pela demora que resulta da complexidade do trabalho da Comissão de Verificação de Mandatos. Apelo a calma e o bom-senso dos deputados para cumprirmos com os objectivos desta Sessão, teremos muito tempo e oportunidade para debatermos sobre o procedimento legislativo. Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Ferreira Pinto, Presidente da Comissão de Verificação de Mandatos, para apresentar o Relatório da Verificação de Mandatos!

O Deputado Carlos Ferreira Pinto (MPLA): - Sr. Presidente,

1. No dia 31 de Agosto de 2012 realizaram-se, na República de Angola, as Eleições Gerais para a eleição do Presidente da República, do Vice- Presidente da República e dos Deputados à Assembleia Nacional, nos termos da Constituição e da lei.

2. No dia 07 de Setembro de 2012, a Comissão Nacional Eleitoral divulgou a Acta do Apuramento Nacional e aprovou o Mapa Oficial com os Resultados Definitivos das Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012, publicado no Diário da República n.º 174, I Série, de 10 de Setembro.

3. Nos termos do artigo 10.º do Regimento da Assembleia Nacional realizou-se, no dia 27 de Setembro de 2012, a Reunião Constitutiva da Assembleia Nacional, durante a qual foi eleita a Comissão de Verificação de Mandatos para o acto de investidura dos Deputados à Assembleia Nacional, que recebeu, do Presidente da Mesa Provisória, os processos de apuramento geral das Eleições Gerais, para análise e parecer, composto pelas seguintes peças: a) Acta do Apuramento Nacional; b) Mapa Oficial com os Resultados Definitivos das Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012, contendo a relação nominal dos Deputados à Assembleia

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Nacional eleitos pelo Círculo Eleitoral Nacional e pelos dezoito Círculos Eleitorais Provinciais.

4. Para a análise e elaboração do parecer, o Presidente da Mesa Provisória suspendeu os trabalhos da Reunião Constitutiva da Assembleia Nacional, por um período de 1h35.

5. Nos termos do artigo 12.º do Regimento da Assembleia Nacional, a análise consistiu na apreciação da elegibilidade dos deputados cujo mandato fosse susceptível de impugnação por facto que tenha sido objecto de decisão judicial, com trânsito em julgado, ou por qualquer motivo de impedimento previsto na Constituição ou na lei.

6. Os processos de apuramento geral das Eleições Gerais reportam, no essencial, sobre a eleição, mediante um único boletim de voto, por sufrágio universal, igual, directo e secreto do Presidente da República, do Vice- Presidente da República e dos 220 Deputados à Assembleia Nacional, sendo 130 pelo Círculo Eleitoral Nacional e 90 pelos dezoito Círculos Eleitorais Provinciais (cinco por cada Círculo Eleitoral Provincial).

7. Reportam, ainda, os resultados obtidos pelos partidos políticos e pelas coligações de partidos políticos concorrentes, segundo o sistema de representação proporcional, dos quais se apresentam, a seguir, apenas os daqueles que obtiveram assentos na Assembleia Nacional, tendo ficado, assim, distribuídos os mandatos dos Deputados:

Número de Votos Válidos Obtidos por Cada Lista:

Partidos Políticos e Coligação de Total de Nº de Percentagem Partidos Políticos Votos Deputados Eleitos MPLA 4.135.503 175 71,84% UNITA 1.074.565 32 18,66% CASA-CE - Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação 8 6,00% Eleitoral 345.589 PRS- Partido de Renovação Social 98.233 3 1,70% FNLA- Frente Nacional de Libertação de Angola 65.163 2 1,13%

Total 5.719.053 220 99,33%

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Número de Deputados por Círculos Eleitorais

Partidos Políticos e Coligação de Círculo Círculos Eleitorais Partidos Políticos Eleitoral Provinciais Nacional MPLA 94 81 UNITA 24 8 CASA- CE - Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação 8 0 Eleitoral

PRS – Partido de Renovação Social 2 1 FNLA- Frente Nacional de Libertação de Angola 2 0

Total 130 90

8. Refere a Acta do Apuramento Nacional que “ É proclamado Presidente da República de Angola o Senhor José Eduardo dos Santos, cabeça de lista do Partido MPLA” e que “ É proclamado Vice- Presidente da República de Angola o Senhor Manuel Domingos Vicente, segundo da lista do Partido MPLA”, os quais tomaram posse no dia 26 de Setembro.

9. Na sua “Declaração Sobre as Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012”, de 19 de Setembro, o Tribunal Constitucional da República de Angola, órgão jurisdicional competente para apreciar e pronunciar-se, em última instância, sobre a regularidade e a validade das eleições, declarou, “inter alia”: a) Que as Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012 foram livres, transparentes, universais e justas, nos termos previstos pela Constituição da República e pela Lei; b) Que, consequentemente, são válidas as Eleições Gerais e os resultados constantes da Acta do Apuramento Nacional, aprovada a 7 de Setembro de 2012, pela Comissão Nacional Eleitoral e publicada no Diário da República n.º 174, I Série, de 10 de Setembro de 2012; c) Que, por consequência e em conformidade com o previsto na Constituição e na Lei, devem ser investidos nas respectivas funções o Presidente da República eleito, o Vice - Presidente da República eleito e os deputados à Assembleia Nacional eleitos.

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10. Nos termos do n.º 3 do artigo 114.º da Constituição da República de Angola “ A eleição para o cargo de Presidente da República é causa justificativa do adiamento da tomada de assento parlamentar”, sendo o mesmo aplicável ao caso do Vice- Presidente da República, nos termos do n.º 4 do artigo 131.º da Constituição da República de Angola.

11. A verificação de mandatos incidiu sobre 218 deputados eleitos, excluídos, logicamente, o cabeça de lista do Partido MPLA e o segundo da mesma lista, constatando-se a existência de 76 deputadas eleitas, correspondendo a 34,54% do total de deputados eleitos.

12. Dos Deputados eleitos, constantes da relação nominal referida na alínea b) do n.º 3 do presente relatório, a Comissão de Verificação de Mandatos apurou que nenhum deles se encontra em situação de incompatibilidade, conforme previsto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 149.º da Constituição da República de Angola, ou seja, nenhum exerce as funções de: a) Presidente ou de Vice-Presidente da República; b) Ministro de Estado, de Ministro, de Secretário de Estado ou de Vice- Ministro; c) Embaixador; d) Magistrado Judicial ou do Ministério Público; e) Provedor de Justiça ou de Provedor de Justiça Adjunto; f) Membro dos Conselhos Superiores da Magistratura Judicial ou do Ministério Público; g) Governador Provincial, de Vice-Governador Provincial ou de mais titulares dos órgãos da Administração Local do Estado; h) Titulares dos órgãos das autarquias locais; i) Membro dos órgãos de direcção, de administração e de fiscalização de empresas públicas, de institutos públicos ou de associações públicas; j) Funções públicas remuneradas em órgãos da Administração directa ou indirecta do Estado; k) Administração, de gerência ou de qualquer cargo social em sociedades comerciais e demais instituições que prossigam fins lucrativos; l) Relações jurídico-laborais subordinadas com empresas estrangeiras ou organizações internacionais; m) Função que impeça uma participação activa nas actividades da Assembleia Nacional, excepto as funções de dirigente partidário, de docência ou outras como tal reconhecidas pela Assembleia Nacional; n) Outras funções que, nos termos da lei, se considere incompatível com a função de Deputado. 13. Para o acto de investidura e juramento solene, nesta mesma data e nesta mesma Reunião Constitutiva da Assembleia Nacional, estão presentes os I SÉRIE – NÚMERO 1

Deputados eleitos constantes da relação nominal a que se refere a alínea b) do n.º 3 do presente relatório, excepto por razões justificadas, os (as) Senhores (as) Deputados (as): a) Alice Paulina Dombolo Chivaca – por razões de saúde; b) Bento dos Santos “ Bento Kangamba” – por razões de saúde; c) Eugénio Antonino Ngolo – por razões de saúde; d) Eulália Maria Alves Rocha Silva – por razões de saúde; e) Rui Luís Falcão Pinto de Andrade – por razões de saúde; f) Victória Manuel da Silva Izata – por razões de saúde.

14. Foi levantado um incidente sobre a elegibilidade do Deputado à Assembleia Nacional eleito, Bento dos Santos “ Bento Kangamba”, susceptível de impugnação do mandato, nos termos do artigo 12.º do Regimento da Assembleia Nacional ex vi da alínea e) do n.º 1 do artigo 145.º da Constituição da República de Angola.

15. Não se tendo registado qualquer acto de reclamação ou de impugnação de mandato, até ao encerramento da apreciação do presente relatório, a Comissão de Verificação de Mandatos, reunida nesta mesma data, concluiu, nestes termos e nos de mais de direito, que o mandato de cada um dos deputados eleitos pode ser considerado e declarado válido.

16. Nos termos do n.º 3 do artigo 15.º do Regimento da Assembleia Nacional os Deputados ausentes, referidos no n.º 13 do presente relatório, prestarão juramento solene no início da primeira reunião em que estiverem presentes.

17. Estando reunidos todos os requisitos legais para o acto de investidura e prestação de juramento solene dos deputados eleitos nas Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012, para a III Legislatura da Assembleia Nacional (2012- 2017), a Comissão de Verificação de Mandatos recomenda a aprovação, pela Reunião Constitutiva da Assembleia Nacional, do presente Relatório de Verificação de Mandatos, o qual foi aprovado, na Comissão de Verificação de Mandatos, por unanimidade.

Feito em Luanda, aos 27 de Setembro de 2012.

Passo a fazer a leitura do Projecto de Resolução

Considerando que a Reunião Constitutiva da Assembleia Nacional se realizou no dia 27 de Setembro de 2012;

Tendo sido apreciado o Relatório/Parecer da Comissão de Verificação de Mandatos dos Deputados à Assembleia Nacional eleitos nas Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012.

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A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das disposições combinadas da alínea n) do artigo 161.º e da alínea f) do artigo 166.º, ambos da Constituição da República de Angola, a seguinte Resolução:

1. É aprovado o Relatório/Parecer Sobre a Verificação de Mandatos dos Deputados à Assembleia Nacional eleitos nas Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012, que é parte integrante da presente Resolução.

2. A presente Resolução entra imediatamente em vigor.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 27 de Setembro de 2012. –

Publique-se.

O Presidente da Assembleia Nacional, António Paulo Kassoma.

Tenho feito, assim, a apresentação, quer do Relatório da Comissão de Verificação de Mandatos, quer do Projecto de Resolução que o aprova.

O Sr. Presidente da Assembleia Nacional cessante: - Srs. Deputados, feita a apresentação do Relatório/Parecer sobre a Verificação de Mandatos dos Deputados e o respectivo Projecto de Resolução, submeto à vossa apreciação.

Não há pedido de palavra, submeto à votação.

Há um, Deputado Lindo Bernardo Tito.

O Deputado Lindo Bernardo Tito (CASA-CE): - Excelência Sr. Presidente da Assembleia Nacional cessante, ddistintos Deputados eleitos, minhas senhoras e meus senhores:

Permita-me, em nome dos Deputados da CASA-CE, requerer à Comissão de Verificação de Mandatos, a impugnação do mandato do Deputado eleito Bento dos Santos “Bento Kangamba”, por ter sido por 2 ocasiões julgado e condenado, respectivamente, em penas maiores de 2 anos e 8 meses e 4 anos.

Como bem prevê o artigo 12.º do Regimento Interno da Assembleia Nacional, compete a Comissão de Verificação de Mandatos verificar os requerimentos de impugnação que lhe são submetidos, obviamente permitindo que o deputado em causa venha junto dessa Comissão, ou na Comissão I SÉRIE – NÚMERO 1

Permanente depois de essa cessar as suas funções, exercer o seu direito de defesa.

Permita-me, Excelência, que possa entregar ao Distinto Deputado eleito, Presidente da Comissão de Verificação de Mandatos, o nosso requerimento de impugnação de mandato do Deputado Bento dos Santos “Bento Kangamba”.

O Sr. Presidente cessante: - Não há mais intervenções. Há sim!

Deputado Bornito de Sousa, tem a palavra.

O Deputado Bornito de Sousa (MPLA): - Sua Excelência Sr. Presidente, Distintos Deputados:

Queria dar a minha contribuição para uma questão formal que, provavelmente, poderá ser colocada novamente.

Nós fizemos uma votação para a eleição para a Comissão de Verificação e, efectivamente, o Regimento Interno orienta nesse sentido, que se faça a eleição. A questão que foi colocada, logo a seguir, é de quem é que elege, uma vez que o Parlamento ainda não está formalmente constituído.

Sendo assim, queria solicitar e propor a Mesa, que em vez de fazermos a votação desta Resolução, pudéssemos utilizar o mecanismo que está previsto no artigo 146.º do nosso Regimento, ou seja, o Sr. Presidente pode fixar uma hora para a votação.

Faríamos a discussão, se não houver objecção, os órgãos constituídos assumem funções e no fim, depois de constituída a Assembleia Nacional, ou seja, depois de constituída a Mesa definitiva e antes do discurso do Presidente da Assembleia Nacional eleito, faríamos a votação de todos os instrumentos que certificam os órgãos que foram constituídos.

O Presidente cessante: - Não há mais intervenções.

Tem a palavra o Deputado Carlos Ferreira Pinto.

O Deputado Carlos Ferreira Pinto (MPLA): - Excelência, Ilustres deputados, minhas senhoras e meus senhores, estimados colegas:

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Foi feita a entrega de Requerimento de Impugnação do Mandato, seguirá os termos do Regimento da Assembleia Nacional, nomeadamente, do artigo 13.º do mesmo.

O Sr. Presidente cessante: - Srs. Deputados, o Deputado Bornito de Sousa colocou aqui uma proposta.

Considero que nós votamos e aprovamos a constituição da Comissão de Verificação de Mandatos. Esta Comissão de Verificação de Mandatos realizou o seu trabalho e apresentou aqui um Relatório/Parecer com base na aprovação pelos Deputados eleitos. Penso que deveremos continuar com esse procedimento, por estar coberto pelo Regimento Interno. Tem a palavra o Deputado Abel Chivukuvuku.

O Deputado Abel Chivukuvuku (CASA-CE): - Sr. Presidente da Assembleia Nacional cessante, apenas para referir que a aceitação do procedimento proposto pelo Deputado eleito Bornito de Sousa, obriga a esta Casa, em primeiro lugar, a reconhecer que há uma omissão, no Regimento Interno, quanto aos procedimentos de eleição da Comissão de Verificação de Mandatos, por ela não definir a quem incumbe essa capacidade eleitoral.

Número dois, implica, também, reconhecer que esse exercício também ele não é legal, porque nesta altura tomarão posse deputados sem aprovação prévia da própria Resolução e Parecer da Comissão de Verificação de Mandatos, se nós deixarmos que essa verificação seja feita a posteriori.

O reconhecimento disso é necessário para que seja aceite esse procedimento que foi proposto.

O Sr. Presidente cessante: - Srs. Deputados, há uma proposta, há uma posição de um deputado eleito que apoia a proposta contrária. Deixo a consideração dos Srs. Deputados, mas proponho que prossigamos com os procedimentos constantes do Regimento Interno. A aprovação, tal como o fizemos, do Projecto de resolução da Comissão de Verificação de Mandatos que exerceu a sua função, apresentou ao Plenário o seu Relatório/Parecer e o Projecto de resolução para a aprovação desse Relatório/Parecer.

Esse Relatório/Parecer que verifica a condição dos deputados para a sua tomada de posse é que deve prevalecer para que, efectivamente, devemos dar posse aos Deputados eleitos. Se não apreciarmos e aprovarmos o Projecto de Resolução, não estaremos em condições de passarmos ao procedimento de posse.

I SÉRIE – NÚMERO 1

Srs. Deputados, submeto a aprovação do Projecto de Resolução. Ainda há mais?! Sr. Deputado Heitor, tem a palavra!

O Deputado Fernando Heitor (UNITA): -Presidente da Assembleia Nacional cessante, caros colegas eleitos:

Há aqui um aspecto bastante caricato. Estamos na III Legislatura e as questões que o Deputado eleito Bornito de Sousa, colocou, sinceramente.

Nós temos que procurar desenhar bem o nosso quadro jurídico interno para que não surjam, em plena III Legislatura, vinte e tal anos da Assembleia Nacional, questões tão basilares quanto essas que estão a ser agora colocadas.

Faço minhas das palavras as do Deputado eleito Abel Chivukuvuku, vamos ser humildes e reconhecer que algo está mal, para podermos seguir a diante.

Para além disso, eu noto no texto que nos foi submetido, algumas gralhas que me parecem dever merecer a nossa correcção. Não sei se posso dizer quais são?

Na alínea b), onde se fala “Mapa Oficial sobre os Resultados Definitivos”, na última frase aparece o termo “dezoitos círculos”, não existe este número na aritmética, “dezoito círculos”.

Noto, também, e eu peço desculpa, nós temos que buscar a excelência no que nós fazemos.

(O Sr. Presidente interrompe)

O Sr. Presidente cessante: - Sr. Deputado, eu faço-lhe a seguinte pergunta: é possível remeter, por escrito, as suas contribuições?

O Orador: - Não! Eu termino já, é curto, curtíssimo, são poucas gralhas mas são importantes, numa Casa desse tipo.

Noto também que, não sei se é propositado se não, omite-se, deliberadamente, as vírgulas, confunde a leitura e a compreensão do texto. Uma lei deve ser clara, numa linguagem clara e a pontuação na Língua Portuguesa é extremamente importante, para que se entenda claramente o que se escreve.

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No ponto 8, depois de “ do Partido MPLA” “...como é do conhecimento público, tomaram posse no dia 26 se Setembro”, eu acho que é perfeitamente eliminável esse “como é do conhecimento público”. “Do Partido MPLA tomaram posse no dia 26 de Setembro”. É evidente que é do conhecimento público.

(O Sr. Presidente interrompe)

O Sr. Presidente cessante: - Sr. Deputado, conclua a sua intervenção.

O Orador: - Sr. Presidente, se quiser, depois mando o texto por escrito. Portanto, há aqui um conjunto de aspectos que merecem emendas.

(Protestos do MPLA)

Sr. Presidente, como já estou ouvindo muito “sururu” e começa a ser habitual nesta Casa, mal entramos nela. Devia haver um pouco mais de respeito pela intervenção dos outros, nós estamos numa Casa de Leis, estamos numa Casa de debates e as coisas são para ser debatidas. Aqui as coisas devem ser debatidas. Vou remeter as emendas por escrito.

Submetido à votação, o Projecto de Resolução foi aprovado por unanimidade, com 170 votos.

(Aplausos gerais)

O Sr. Presidente Cessante: - Nessa conformidade, proclamo solenemente investidos nas suas funções, na plenitude do exercício do seu mandato, os Srs. Deputados que foram eleitos para a III Legislatura da Assembleia Nacional e cuja verificação de mandatos acaba de ser feita pela comissão competente e aprovada por este Plenário.

As minhas felicitações aos Srs. Deputados.

Srs. Deputados, seguidamente, vamos testemunhar o acto de juramento do Regimento Interno.

Convido os Srs. Deputados a se colocarem de pé e, em voz alta, responderem com o juramento competente:

O Sr. Presidente cessante: - Juro, por minha honra, cumprir a Constituição e as demais leis da República de Angola.

Os Deputados eleitos: - Juro! I SÉRIE – NÚMERO 1

O Sr. Presidente cessante: - Juro defender a unidade da Nação, a integridade territorial da Pátria, promover e consolidar a paz, a democracia e o progresso social.

Os Deputados eleitos: - Juro!

O Sr. Presidente cessante: - Após o juramento, felicitações aos Srs. Deputados. Os serviços competentes da Assembleia Nacional que distribuam a todos os Deputados, os seus crachás.

(Aplausos gerais)

Esta é a manifestação de alegria por parte dos Srs. Deputados, mas ainda não cumprimos a nossa Sessão Solene.

(Distribuição de crachás aos Deputados)

O Sr. Presidente Cessante: - Srs. Deputados, os crachás que acabastes de receber são um elemento distintivo que permite aos cidadãos identificar-vos enquanto seus representantes. Portanto, faz parte do decoro parlamentar que os Deputados mantenham este crachá em lugar visível.

Declaro, assim, constituída a Assembleia Nacional e, mais uma vez, felicito, por esse facto, o povo angolano, aqui representado pelos Srs. Deputados.

Srs. Deputados, manda o Regimento Interno que nesta Reunião sejam eleitos o Presidente da Assembleia Nacional e os de mais membros da Mesa, nomeadamente os Vice-Presidentes e os Secretários da Mesa.

Assim sendo, Srs. Deputados, vamos constituir uma Comissão Eleitoral com base num Projecto de Resolução consensualmente acordado por todas as formações políticas com assento parlamentar, que também deu entrada na Mesa e foi devidamente admitido.

Esta comissão é composta por 15 membros representando os vários partidos políticos com assento parlamentar. As direcções dos partidos políticos remeteram a Mesa Provisória da Assembleia Nacional a indicação de seus representantes.

O Sr. Presidente cessante: - Deste modo, dou a palavra a Deputada Ruth António Mendes, para apresentar o Projecto de Resolução.

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A Deputada Ruth Mendes (MPLA): - Excelência Sr. Presidente, prezados Deputados, Excelentíssimos Srs. convidados:

Considerando que os números 1 e 2 do artigo 17.º do Regimento da Assembleia Nacional prevêem a eleição do Presidente da Assembleia Nacional e dos de mais membros da Mesa;

Havendo a necessidade de se constituir uma Comissão Eleitoral para escrutinar os resultados da votação respeitante à eleição do Presidente da Assembleia Nacional e dos de mais Membros da Mesa;

A Assembleia Nacional aprova, por mandato do Povo, nos termos das disposições combinadas da alínea b) do artigo 160.º e da alínea f) do artigo 166.º, ambos da Constituição da República de Angola, a seguinte Resolução:

1. É aprovada a eleição da Comissão Eleitoral, para escrutinar os resultados da eleição do Presidente da Assembleia Nacional e dos demais membros da Mesa.

2. A Comissão Eleitoral referida no número anterior é constituída pelos seguintes Deputados:

1. Albertina Teresa José 2. Francisco de Castro Maria 3. Ruth Adriano Mendes 4. Marcelina Huna Alexandre 5. Adriano Botelho de Vasconcelos 6. Pereira Alfredo 7. Carlos Domingos de Almeida 8. Gilberto Manuel Pereira 9. Eugénia Tamar Semente Chiaca 10. Clarisse Matilde Munga Kaputu 11. Mártires Correia Victor 12. Adalberto Costa Júnior 13. Alexandre Sebastião André 14. Simão Muvuma Satambi 15. Francisco Alberto Carlos Mendes

3. A presente Resolução entra imediatamente em vigor.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 27 de Setembro de 2012.

Publique-se.

O Presidente da Assembleia Nacional, António Paulo Kassoma. I SÉRIE – NÚMERO 1

O Sr. Presidente Cessante: Deputado Heitor, tem a palavra.

O Deputado Fernando Heitor (UNITA): - Sr. Presidente, também para fazer jus a dignidade desta Casa, é preciso corrigir mais um aspecto.

No ponto segundo, a Comissão Eleitoral referida no número anterior é constituída pelos seguintes deputados, depois na alínea h) vem “Deputado Gilberto Manuel Pereira”, que por coincidência é o único que tem Deputado ligado ao seu nome os outros não, o que é que se passará?

O Sr. Presidente Cessante: - Srs. Deputados, foram feitas as emendas, não há mais intervenções.

Há sim lá ao fundo. Sr. Deputado faça o favor.

O Deputado Lopo do Nascimento (MPLA): - Sr. Presidente, é apenas uma clarificação. Vamos na alínea a) do número 2, podemos presumir que quem preside essa Comissão Eleitoral é a Deputada Albertina José ou deve aparecer expresso aqui que é a Presidente desta Comissão. É apenas isso, porque não vejo indicado em nenhum outro lugar do texto desta Resolução.

O Sr. Presidente Cessante: - Sra. Deputada Ruth Mendes tem a palavra, para esclarecimento. Subentende-se que quem preside esta Comissão é a Deputada Albertina José.

A Deputada Ruth Mendes (MPLA): - Efectivamente, quem preside esta Comissão é a Deputada Albertina José.

Em relação as emendas que foram apresentadas, estamos de acordo.

O Sr. Presidente Cessante: -Srs. Deputados, submeto o Projecto de Resolução à votação, com as emendas que foram introduzidas.

Submetido à votação, o Projecto de Resolução foi aprovado por unanimidade, com 214 votos.

Srs. Deputados, o próximo ponto da Ordem do Dia é a eleição do Sr. Presidente da Assembleia Nacional para a III Legislatura.

Nos termos da alínea a) do artigo 147.º, do Regimento da Assembleia Nacional, as eleições realizam-se por votação secreta, salvo deliberação contrária tomada por maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções.

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Assim, considerando que a proposta do candidato para Presidente da Assembleia Nacional correspondeu ao preceituado no ponto 2 do artigo 37.º do Regimento da Assembleia Nacional que eu cito “a candidatura para o cargo de Presidente da Assembleia Nacional deve ser apresentada pelo Partido Político ou Coligação de Partidos Políticos que tenha obtido maior número de assentos na Assembleia Nacional, devendo ser subscrita um mínimo de um décimo e um máximo de um quinto dos deputados dos respectivos Partidos Políticos ou Coligação de Partidos Políticos.”

A proposta deu entrada na Assembleia Nacional a Mesa Provisória da Assembleia Nacional no dia 21, cumprindo com a norma.

Assim, proponho que a votação seja feita por mão levantada, se os Srs. Deputados estiverem de acordo.

Estamos todos de acordo, então vamos votar o Presidente da Assembleia Nacional. Srs. Deputados, o Presidente da Assembleia Nacional é o candidato apresentado pelo partido MPLA, o Sr. Deputado Fernando da Piedade Dias dos Santos.

(Ovação de pé)

Srs. Deputados, pela aclamação, parece-me que dispensa a votação por mão levantada. O Sr. Deputado Manuel Savihemba diz que não.

O Deputado Manuel Savihemba (UNITA): - Excelência Sr. Presidente da Assembleia Nacional cessante: Acho importante que se vote, de facto, para que todos saibam qual foi a orientação do voto.

Submetida à votação, a proposta de eleição do Deputado Fernando da Piedade Dias dos Santos para o cargo de Presidente da Assembleia Nacional foi aprovada por unanimidade com 214 votos.

(O Presidente da Assembleia Nacional eleito apresenta-se ao Plenário)

(Ovação de pé)

O Presidente Cessante: - Sr. Deputado Fernando da Piedade Dias dos Santos, Presidente da Assembleia Nacional, convido-o a tomar o acento.

Sr. Deputado Fernando da Piedade Dias dos Santos, Presidente da Assembleia Nacional, devolvo-lhe o martelo que a cerca de dois anos e meio entregou-me para, em nome do Povo angolano, usar e conservar. I SÉRIE – NÚMERO 1

O Sr. Presidente da Assembleia Nacional eleito (Fernando da Piedade Dias dos Santos): - Srs. Deputados, gostaria de agradecer a confiança que me foi depositada ao ser eleito Presidente da Assembleia Nacional.

A partir de hoje, nos próximos cinco anos, vamos viver juntos. Com projectos políticos diferentes, mas somos irmãos. E penso que juntos devemos tornar forte a nossa família, a família parlamentar angolana.

Nesta ocasião, gostaria transmitir a todos vós que o Engenheiro Paulo Kassoma, Presidente cessante, conservou bem o martelo.

É para mim um momento de duplo sentimento, ao substituir o Engenheiro Paulo Kassoma, meu amigo e Camarada de longa data. É motivo de orgulho, mas também motivo de alguma, não vou dizer tristeza, apreensão.

Mas posso garantir ao Engenheiro Paulo Kassoma, a quem eu felicito, pelo bom trabalho realizado durante o seu mandato, que eu farei tudo para seguir o seu trabalho. E tudo de positivo que foi aqui feito, irei aproveitar e tentar rentabilizar.

Sr. Deputados, hoje é um dia de renascimento desta Casa. Estamos juntos. Vamos trabalhar.

É altura de eu ajudar a compor esta Mesa. É altura de elegermos os restantes membros que compõem a Mesa da Assembleia Nacional. Vamos de seguida fazer a eleição dos Vice-presidentes e dos Secretários da Mesa da Assembleia Nacional.

Irei chamar os candidatos aos cargos, a quem peço que se desloquem aqui para frente, para serem conhecidos por todos os Deputados e não só.

(Os candidatos apresentam-se ao Plenário)

Candidato à Primeiro Vice-Presidente da Assembleia Nacional, o Deputado João Manuel Gonçalves Lourenço, do Partido MPLA.

Deputada Joana Lina Ramos Baptista, candidata à Segunda Vice-Presidente e Deputada do MPLA.

Candidato à Terceiro Vice-Presidente, Deputado Ernesto Joaquim Mulato, do Partido UNITA.

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Candidato à Quarto Vice-Presidente, Deputado Manuel Francisco, da Coligação CASA-CE.

Chamo a seguir os candidatos ao cargo de Secretários de Mesa.

Candidata à Primeira Secretária da Mesa, Deputada Emília Carlota Sebastião Celestino Dias, do Partido MPLA.

Candidato à Segundo Secretário de Mesa, Deputado Raul Augusto Lima, do Partido MPLA.

Candidato à Terceiro Secretário da Mesa, Deputado Carlos de Oliveira Fontoura, do Partido UNITA.

Candidato à Quarta Secretária da Mesa, Deputada Odeth Ludovina Baca Joaquim, da Coligação CASA-CE.

Srs. Deputados, eu ao enunciar o nome do candidato a Quarto Vice- Presidente da Coligação CASA-CE, cometi um engano. O Deputado chama-se Manuel Fernandes.

Penso que já foi tempo suficiente para conhecermos os candidatos, peço aos Srs. Deputados que regressem aos seus lugares. Podem regressar aos seus lugares.

De acordo com o que foi aprovado, as eleições serão feitas também por mão levantada. E vamos eleger cada um dos candidatos para o respectivo cargo.

Iniciamos com a eleição do Deputado candidato a Primeiro Vice-presidente, o Deputado João Manuel Gonçalves Lourenço.

Submetida à votação, a proposta de eleição do Deputado João Manuel Gonçalves Lourenço para o cargo de Primeiro Vice-presidente foi aprovado por unanimidade, com 214 votos.

Srs. Deputados, há bocado houveram algumas questões onde surgiram algumas diferenças. Mas parece-me que neste caso da eleição de membros da Mesa há um certo consenso. Porque os candidatos foram indicados pelos respectivos partidos. E eu iria perguntar, vamos continuar com procedimentos de chamar todos um por um ou vamos partir do princípio, como há um consenso alargado votamos já todos, registamos depois da eleição de cada um deles. Estamos de acordo?

I SÉRIE – NÚMERO 1

Vozes do Plenário: - Sim!

Então, Srs. Deputados, vamos votar em conjunto os candidatos aos cargos de Segundo Vice-Presidente, Terceiro Vice-Presidente e Quarto Vice- Presidente, que são os Deputados Joana Lina Ramos Baptista, Deputado Ernesto Joaquim Mulato e o Deputado Manuel Fernandes.

Simultaneamente, iremos eleger a Deputada Emília Carlota Sebastião Celestino Dias, para o cargo de Primeira Secretaria de Mesa, o Deputado Raul Augusto Lima, para o cargo de Segundo Secretário da Mesa, o Deputado Carlos de Oliveira Fontoura, para o cargo de Terceiro Secretário de Mesa, a Deputada Odeth Ludovina Baça Joaquim, para o cargo de Quarta Secretaria de Mesa.

Submetida à votação, a proposta de eleição dos Vice-presidentes e Secretários de Mesa foi aprovada por unanimidade, com 214 votos.

(Aplausos gerais)

Srs. Deputados, em nome de todos os Deputados, felicito os recém-eleitos aos cargos de Vice-Presidentes da Assembleia Nacional e de Secretários de Mesa. Acho que posso pedir mais uma salva de palmas, consagração.

(Aplausos gerais)

Agora não sei se já posso descer ou se o Mestre-de-Cerimónias tem que me chamar. Tenho que chamar ainda os outros?

Srs. Primeiro Vice-Presidente, Deputado João Lourenço, Segunda Vice- Presidente, Deputada Joana Lina, podem assumir os vossos lugares.

A Sra. Primeira Secretária de Mesa, Deputado Emília Carlota Sebastião Celestino Dias, Segundo Secretário de Mesa, Deputado Raul Augusto Lima.

Bom, agora a Mesa está completa e realmente as felicitações tem mais força. Uma salva de palmas.

(Aplausos gerais)

O Mestre-de-Cerimónias: - Com a Vossa permissão, Excelentíssimo Sr. Presidente eleito da Assembleia Nacional, distintos deputados desta III Legislatura, vamos agora viver um momento de música, convido-vos a

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17 DE OUTUBRO DE 2012 acompanhar o coral peregrino da Igreja Anglicana, para a vossa melhor apreciação.

(Momento lúdico)

(O Sr. Presidente da Assembleia Nacional eleito profere o seu primeiro discurso a partir do púlpito).

O Sr. Presidente da Assembleia Nacional: - Venerando Juiz Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional, Venerando Juiz Conselheiro Presidente do Tribunal de Contas Sua Excelência Presidente cessante da Assembleia Nacional, Excelentíssimos Senhores Deputados, Excelentíssimo Senhor Procurador Geral da República, Excelentíssimos Membros do Executivo cessante, Excelentíssimo Senhor Provedor de Justiça, Digníssimas Autoridades Eclesiásticas, Ilustres Convidados, Minhas senhoras e meus senhores,

Iniciamos hoje um novo ciclo da história contemporânea do nosso País, que resulta da expressão da vontade popular manifestada nas urnas, no dia 31 de Agosto último, através do voto universal, livre e justo.

Com elevada honra aceito a responsabilidade para presidir a Assembleia Nacional, pois é uma oportunidade para novamente poder emprestar a minha humilde contribuição à consolidação do processo democrático no nosso País.

Nós os 220 deputados, fomos legitimados pelo povo para o representar, para um mandato de cinco anos e, durante esse período, quero contar com a colaboração de todos e cada um de vós, sem excepção. O nosso trabalho não será fácil porque são cada vez maiores as expectativas do Povo que vê em cada um de nós o seu legítimo representante e a voz que defenderá os interesses dos cerca de vinte milhões de angolanos que quer ver garantidos os seus direitos universais.

Senhores Deputados

Minhas senhoras e meus senhores, I SÉRIE – NÚMERO 1

Os caminhos que até agora percorremos têm sido de enorme aprendizagem e, sobretudo, de assimilação colectiva dos valores do bem que a democracia encerra em si.

Ao sermos eleitos, o povo transmitiu um forte aviso aos políticos, seus representantes nesta Magna Casa, de que o país precisa da unidade e da participação de todos, para firmar o caminho que nos conduz á consolidação do processo democrático.

Permita-me que cite o pensamento profundo de um filho da lusofonia que diz: “… temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Dai a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades” – fim de citação.

O povo olha com renovada esperança para os seus representantes neste novo formato constitucional e nesta composição da casa das Leis, na expectativa de que os seus anseios estejam reflectidos em políticas públicas concretizáveis. Para isso, temos o dever de buscar entendimentos alargados sobre a natureza das políticas públicas afirmativas do desiderato de “mais crescimento e melhor distribuição”.

Acredito que na unidade seremos capazes de honrar o compromisso que acabamos de assumir.

Senhores Deputados,

Minhas senhoras e meus senhores,

O espaço democrático em que se inscreve essa Legislatura assume, como fio- de-prumo, a intensificação da participação e o alargamento dos entendimentos em matéria crucial do futuro comum da Nação.

Devemos, pois, continuar a privilegiar o diálogo nas questões estratégicas de cooperação com o Executivo.

A conjuntura política, económica e social universal transporta-nos para um mundo com problemas globais, o que nos obriga a ter uma visão ampla sobre o papel que esta Assembleia Nacional pode desempenhar e, deste modo, convergirmos os nossos esforços conjuntos na satisfação dos anseios e necessidades dos nossos cidadãos.

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Este Parlamento, no exercício da sua função de legislador e fiscalizador da actividade do Executivo estará mais próximo do Povo, para que o seu trabalho seja executado com maior isenção e eficiência.

As renovações nas bancadas e a entrada de novas forças políticas só podem conferir maior competência, melhor qualidade do debate político e, sobretudo, exigir uma administração parlamentar moderna e eficaz, virada para o essencial do trabalho parlamentar.

Fomos eleitos pelo Povo para sermos seus representantes. Devemos dar o nosso melhor e cabe-nos, portanto, trabalhar com afinco, honestidade e integridade, para que as expectativas do nosso Povo não sejam defraudadas e, acima de tudo, para a consolidação da nossa jovem democracia.

Agradeço a vossa confiança e quero assegurar-vos que encontrarão na minha pessoa, Presidente deste órgão, disponibilidade e abertura para o aprofundamento do diálogo, da negociação parlamentar, bem como o apoio necessário para o fortalecimento da nossa Instituição, neste novo contexto político, e para uma sempre sã cooperação institucional à bem da Nação.

(Aplausos gerais)

Srs. Deputados, declaro encerrada a Reunião Constitutiva da III Legislatura da Assembleia Nacional.

(Batida do martelo)

Eram 14 horas e 38 minutos

A DIVISÃO DE REDACÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.-