64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

FORMAÇÃO DO ANDROSPORANGIO EM aeranthos (TILLANDSIOIDEAE-).

Cristiele Spat 1* , César C. de Freitas 2, João M. S. de Oliveira 3

1,2,3Universidade Federal de Santa Maria, * [email protected] observa-se as CPSe e CPSi se dividindo periclinalmente. Introdução A divisão da CPSe resulta no endotécio e em uma camada média e a divisão da CPSi forma uma camada Bromeliaceae, pertencente a , possui grande média e tapete. Esse tipo de desenvolvimento é diversidade de espécies na região neotropical, considerado por Davis (1966) [4] como básico. Na compreendendo cerca de 3140 espécies divididas em 58 posição lateral do esporângio, observa-se o gêneros [1], sendo 551 do gênero Tillandsia . desenvolvimento em CPSe e CPSi da mesma forma que Tradicionalmente eram reconhecidas três subfamílias: nas regiões dorsal e ventral do esporângio, porém, no Pitcairnioideae, Tillandsioideae e Bromelioideae [2]. decorrer do desenvolvimento apenas a camada a CPSi Pórem, por recentes estudos moleculares e por se divide e, suas derivadas se diferenciam em camada representar uma classificação mais natural, o número de média e tapete, sendo observado que as células da CPSe subfamílias foi ampliado para oito. Tillandsia aeranthos, se diferenciam em endotécio. Esse tipo de pertencente a Tillandsioideae , apresenta flores com seis desenvolvimento caracteriza o padrão monocotiledôneo estames, ovário súpero e tricarpelar. Esta pesquisa [4]. Assim, com o número de estratos esporangiais objetivou caracterizar a formação dos estratos parietais formados, se observa epiderme, endotécio, camadas da antera de Tillandsia aeranthos . médias (1-3) e tapete. O número de camadas médias de até 3 é observado devido a divisão das células da própria Metodologia camada. Assim, foi observado dois padrões de desenvolvimento, básico e monocotiledôneo, em regiões Botões florais e flores foram coletados no Distrito de distintas nos esporângios. Boca do Monte, Santa Maria, RS e Distrito de Vila Block, São Sepé, RS. O material foi fixado em glutaraldeído 1% e formaldeído 4% em tampão fosfato de sódio. Após, o Conclusões material foi submetido a vácuo por 6 horas. Após a Em relação a Bromeliaceae, até o momento, a retirada do vácuo, o material botânico, foi lavado em combinação de padrões de desenvolvimento não foi tampão fosfato de sódio 0,1M pH 7,2, em água destilada descrito, sendo portanto, inédito para família. e uma vez em Tween20 2ml/L. Posteriormente, foi desidratado em série etílica, seguido de lavagens do Agradecimentos material em soluções de clorofórmio e etanol absoluto . O material foi pré-infiltrado com uma solução de Ao projeto PRONEX/FAPERGS-CNPq, pelo hidroxietilmetacrilato e etanol absoluto durante o período financiamento. de 12h, seguido de infiltração em hidroxietilmetacrilato por cerca de 12h e emblocado com esta resina em Referências Bibliográficas suporte de Teflon até sua polimerização. As secções, nas [1] Givnish, T. J., Barfuss, M. H. J., Van Ee, B., Riina, R., espessuras de 3 a 6µm, foram feitas em micrótomo de Schulte, K., Horres, R., Gonsiska, P. A., Jabaily, R. S., Crayn, D. rotação Leica RM2245. O corante padrão utilizado foi M., Smith, A. C., Winter, K., Brown, G. K., Evans, T. M., Holst, B. Azul de Toluidina O 0,05% pH 4.4 em tampão de K., Luther, H., Till, W., Zizka, G., Berry, P. E. & Sytsma, K. J. benzoato de sódio. As fotomicrografias foram realizadas 2011. Phylogeny, adaptative, and historical biogeography in em microscópio Leica DM2000 com câmera digital de Bromeliaceae: Insights from an Eigth-locus plastid phylogeny. imagem DFC 295 com LAS para captura . American Journal of Botany 98(5): 1-24. [2] Smith, L. B. & Downs, R. J. 1974. Pitcairnioide Resultados e Discussão (Bromeliaceae) . Flora Neotropica 14 Hafner Press, New York. [3] Pozner, R. 2001. Approach to the early sporangial O primórdio estaminal revela uma estrutura com os sítios development in angiosperms considering meiosis control and histológicos, dérmico, subdérmico e central. Em estádios cellular differentiation . Systematic Evolution 230(1-2): 25- seguintes de desenvolvimento, a antera apresenta um 42 formato bilobado. A camada dérmica, que se diferencia [4] Davis, G. L. 1966. Systematic embryology of the angiosperms . John Wiley & Sons, New York. em epiderme, apresenta divisões anticlinais e acompanha o crescimento do primórdio estaminal. Após o crescimento radial nas células dos contornos dos primórdios, ocorrem divisões periclinais nas mesmas, o que define a formação da camada parietal primária (CPP) e a inicial esporogênica. Após, a camada parietal primária (CPP) divide-se periclinalmente formando a camada parietal secundária externa (CPSe), voltada para a epiderme e a camada parietal secundária interna (CPSi). Tal descrição se adequa ao descrito por Pozner (2001) [3], como uma generalização para a diferenciação inicial dos androsporângios nas Angiospermas, onde as células para a formação inicial são descritas como ‘iniciais subdérmicas’. No estádio subseqüente de desenvolvimento, na porção ventral e dorsal da antera,