UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA Pró-Reitoria De Pós-Graduação E Pesquisa Mestrado Em Economia De Empresas

DEMANDA POR SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES

Guido Fontgalland Junior

Dissertação apresentada à Universidade Católica de Brasília como parte dos requisitos para obtenção de título de Mestre em Economia de Empresas

ORIENTADOR: Prof. Dr. ADOLFO SACHSIDA

BRASÍLIA - Novembro/2003

“A P R E N D E R: O novo sempre vem e entra pela porta que nunca se espera. A porta do novo é o tropeço da vigília, aprender é ensinar a mesma palavra escrita, ora pelos olhos abertos da dúvida, ora pelos olhos fechados da certeza”.

1

“A P R E N D E R: O novo sempre vem e entra pela porta que nunca se espera. A porta do novo é o tropeço da vigília, aprender é ensinar a mesma palavra escrita, ora pelos olhos abertos da dúvida, ora pelos olhos fechados da certeza”.

2

Dedico este trabalho de pesquisa a todos aqueles que estão envolvidos nos ideais da educação.

Aos meus pais Odete e Guido e a minha filha Marina Fontgalland.

Ao Prof. Dr. ADOLFO SACHSIDA , orientador com indiscutível competência acadêmica, por ter acreditado e incentivado a conclusão desta etapa no longo caminho do conhecimento.

Aos professores do curso de mestrado em Economia de Empresas da Universidade Católica de Brasília, pelos ensinamentos transmitidos e a todos os funcionários.

À Lisaura Cronemberger e Constantino Cronemberger pela apoio e incentivo nos momentos de dificuldades e pela ajuda na conclusão das pesquisa.

3

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO ...... 7

II. REVISÃO DA LITERATURA...... 10 A. MODELOS TEÓRICOS ...... 10 B. ESTUDOS EMPÍRICOS ...... 28 III. CASO BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÃO ...... 53

IV. METODOLOGIA ...... 66 A. HIPÓTESES ...... 68 V. RESULTADOS E DISCUSSÃO: ELASTICIDADES...... 76

VI. CONCLUSÃO...... 81

VII. BIBLIOGRAFIA...... 83

4

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1 – Demanda desejada por mensagens ...... 48 Tabela 2 – Demanda desejada por terminais ...... 51 Tabela 3 – Demanda desejada por terminais ...... 51 Tabela 6 – Taxa de chamadas locais completas (%) ...... 65 Tabela 7 – Sinais dos coeficientes em relação às tarifas ...... 79 Gráfico 1 – Terminais fixos-milhões ...... 56 Gráfico 2 – Pulsos – bilhões ...... 57 Gráfico 3 – Taxa de crescimento – pulsos ...... 57 Gráfico 4 – Taxa de crescimento – terminais instalados ...... 58 Gráfico 5 – Terminais instalados ...... 63 Gráfico 6 – Densidade telefônica entre número de instalações por número de habitantes ...... 64 Gráfico 7 – Acessos por 100 habitantes ...... 65 Gráfico 8 – Levantamento – 1998 à 2001 ...... 66 Gráfico 9 – Assinantes – Centrais – Tarifação e Faturamento ...... 71 Gráfico 10 – Domicílio – com telefone ...... 72 Gráfico 11 – Telefones Instalados – Telebrás 1972 ...... 73 Gráfico 12 – Telefones Instalados – PNAD 2001 ...... 74 Gráfico 13 – Déficit (%) ...... 74 Gráfico 14 – Déficit – quantidades terminais – 1 x 1000 ...... 75 Gráfico 15 – Estimativa do n° de crescimento dos anos de 2000 e 2003.. 75 Apêndice – Gráficos das variáveis e base de dados…………………….... 87

RESUMO:

5

Considerando que setor de telecomunicações está sofrendo modificações em sua estrutura de mercado e os atos da agência reguladora - com o objetivo de estabelecer parâmetros, algumas vezes de competitividade, outros de controles -, os valores das elasticidades podem ser instrumentos de avaliação como as concessionárias podem alcançar o ponto de equilíbrio econômico-financeiro, tendo a agência reguladora, na condução das políticas e estratégias do bem-estar da comunidade.

Palavras-chave: Telecomunicações; Elasticidades.

ABSTRACT

Considering that sector is under modifications in its market structure and, further, the acts of the regulatory agency - with the objective of establishing parameters, some times of competitiveness, other times of controls -, the values of the elasticities price and income can be evaluation instruments as much concessionary companies, to reach the point of economical-financial balance, as regulatory agency, in the conduction of policies and strategies of the community's welfare.

Keyworks: Telecommunications; Elasticities.

6

I. INTRODUÇÃO

A mudança do papel do Estado, de produtor para regulador, introduz demandas para os estudos da política econômica. O plano de tarifas e a alocação de investimentos, a partir de 1998, são efetuados por firmas privadas concessionárias dos serviços públicos de telefonia, que passam a atender ao objetivo de maximização de lucros, diferentemente dos objetivos de maximização de bem-estar social, comuns nas empresas estatais.

A idéia de universalização de acesso à telefonia pressupõe a concessão de algum tipo de subsídio ou de crédito às camadas menos favorecidas da população. A população pobre é definida como a parcela cuja renda domiciliar per capita é insuficiente para atender ao valor das despesas de consumo correspondente às necessidades básicas de seus membros. Na verdade, ao contrário da televisão comum e do rádio, a existência de uma rede de acesso é condição necessária para o ingresso nos serviços de telefonia e TV a cabo; o uso da infra-estrutura, portanto, não é livre, dada a posse do aparelho.

Considerando as características econômicas e a realidade nacional do setor, é necessário avaliar os mecanismos disponíveis para a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel induzir os concessionários privados a estender a prestação dos serviços de telefonia à população ainda desprovida desse serviço, de modo que maximize, de maneira equânime, o bem-estar social associado a eles e privilegie as firmas mais eficientes. Os vários

7

mecanismos regulatórios possíveis dependem, basicamente, dos instrumentos e do conjunto de informações com os quais a Anatel pode contar.

O setor de telecomunicações é aquele, entre os de infra-estrutura, que apresenta o maior dinamismo tecnológico na atualidade. As utilizações potenciais da rede são cada vez mais numerosas, tais como transmissão e recuperação de dados, transmissão de voz, som e imagem para fins científicos, comerciais – especialmente de entretenimento –, tornando cada vez mais tênues as fronteiras entre os setores de material eletroeletrônico, informática e comunicações, bem como os limites entre os serviços de radiodifusão, telefonia, transmissão de dados e serviços de valor adicionado.

A demanda por serviços de telecomunicação também se caracteriza por um comportamento estocástico [Alencar (1998)]. Ela pode variar enormemente com a hora do dia, o dia da semana ou do ano. Isso impõe sérias implicações ao dimensionamento da rede, pois, por um lado, gera economias de escala (o número de roteamentos possíveis cresce, proporcionalmente mais que o número de troncos disponíveis em cada trecho ao longo do trajeto), enquanto, por outro, torna recomendável a adoção de preços diferenciados sujeitos à restrição de capacidade. Essa configuração garante à rede, ainda, economias de escala importantes, já que é uma duplicação desnecessária cabear o terminal, separadamente, para fazer chamadas interurbanas ou internacionais, em vez de usar o mesmo cabo usado para as locais.

A rápida evolução tecnológica e a explosão da planta que apresentou um crescimento significativo do número de terminais fixos instalados e do número de terminais móveis nos sete últimos anos gerou uma

8

necessidade maior de informação aos reguladores para execução da sua missão. Os reguladores podem ser forçados a recorrer à competição, com maior freqüência do que o ideal, para regular atividades de mercado. Do contrário, haverá poder de monopólio exercido em áreas de baixa atratividade econômica, enquanto, em áreas mais atraentes, a Embratel – ou seus sucedâneos e concorrentes – poderá instalar conexões diretas para grandes clientes, via satélite, por exemplo.

O objetivo principal deste trabalho é fazer uma revisão da literatura acerca da eficiência do mercado e do bem-estar da população, à luz da teoria microeconômica, estudando o comportamento dos agentes econômicos do setor. Além disso, objetiva-se estimar, por meio de um modelo econométrico, a demanda por serviços de telecomunicação no Brasil, cujos dados poderão ser coletados junto ao órgão regulador e/ou, também junto às nas empresas concessionárias.

9

II. REVISÃO DA LITERATURA

A. MODELOS TEÓRICOS

Análise do Processo de Transição do Setor:

Vinte anos atrás, os limites da indústria de telecomunicações eram estáveis e bem definidos, como eram os serviços providos pelas companhias de telefonia, que, ou eram nacionais, ou regularam monopólios que trouxeram um corpo prontamente disponível de dados em uma base consistente. Hoje, os limites da indústria têm bases variáveis, os mercados são fragmentados e crescentemente competitivos Taylor (1999). A estimava de preços de telecomunicações e da elasticidade de renda era mais fácil há vinte anos atrás, em relação ao que é hoje.

Naquela época, os estudos da indústria de telecomunicações não exigiam dos analistas lidar com mudanças rápidas e expansões de serviços, não tinham que lidar com funções de demanda de firmas, ao invés de funções de demanda de indústria, e não tinham que colecionar e organizar dados primários. As telecomunicações de hoje exigem dos analistas o trabalho com todos estes problemas e mais outros.

O propósito do trabalho foi prover uma avaliação do estado atual de análise de demanda de telecomunicações, bem como uma descrição dos problemas que estão tendo que ser superados.

10

Como perspectiva dos desafios, uma avaliação breve das modificações nas políticas do setor de telecomunicação. O primeiro uso substantivo de elasticidades de preço de telecomunicações se apresenta desde 1970, em grande parte, como conseqüência da inflação e da velocidade da mudança tecnológica em transmissão das ligações interurbanas. Durante os anos 50 e 60, mudanças tecnológicas tinham reduzido o custo de transmissão interurbana, resultando em uma redução das tarifas fixas ou das taxas interurbanas. A análise da demanda não teve nenhum papel na fixação dessas novas taxas ou tarifas.

Nos anos 70, houve situações diferentes. Reduzindo a velocidade de mudança tecnológica, reduzindo o custo de transmissão interurbana, juntamente com a inflação, houve pressão nas taxas das chamadas interurbanas com variações superiores, em lugar de efeito das contínuas variações para baixo. Pressões eram feitas para aumentar taxas e tarifas locais, mas o desejo forte por parte de reguladores era garantir as tarifas. Nessa situação, a importância da elasticidade-preço ficou aparente. Com taxas decrescentes, companhias de telefonia pequenas estariam mais sensíveis aos incentivos, se mais alta fosse a elasticidade preço. Porém, os incentivos mudam claramente com ajustes das taxas e tarifas para cima. Desde que as rendas foram mais baixas, a elasticidade-preço foi ignorada. Como conseqüência, as companhias interurbanas (AT&T, nos EUA, e a TransCanadá Telephone System, no Canadá) começaram a usar econometria fundamentada nas elasticidades, em relação aos aumentos de taxa, antes mesmo das comissões do regulador.

11

Durante os anos 70, o foco estava quase completamente na estimação de elasticidades do uso, e as elasticidades do preço do acesso receberam pouca atenção, assim como as taxas locais que eram um dado residual para compor a diferença entre a renda real e as rendas que seriam projetadas para estimativa do crescimento dos mercados. Antes dos anos 70, modelos de demanda de uso sofisticados para o mercado do EUA de ligações interestaduais foram usados pela AT&T e Bell Canadá. Os modelos para as ligações intra-estado tinham sido usados para determinar as taxas em mais três ou quatros estados dos EUA. Um modelo de demanda de uso genérico emergiu dentro do (então) Sistema da Bell, no qual uma medida de uso (normalmente chamadas ou minutos) foi relacionada à renda, estimando uma medida de tamanho de mercado (tipicamente o número de telefones) e hábito (como normalmente medido pelo valor da variável).

A competição emergiu, nos EUA, no mercado de interurbanos e os subsídios para as chamadas locais que, historicamente, vinham sustentando artificialmente as baixas taxas locais estavam sendo corroídos, como conseqüência de competição de matrizes de custo. O resultado foi o aumento substancial da pressão para cima nas taxas locais, junto com uma exploração extensa das possibilidades de substituir parte da taxa serviço local com serviço medido.

A quebra do monopólio da AT&T, que se efetivou no dia 10. de janeiro de 1984, não só era um evento significante para a reestruturação da indústria de telefonia nos EUA, mas também porque os serviços de telecomunicações passavam a ter uma exigência de análise maior.

12

Além disso, com a competição e a fragmentação do mercado, as elasticidades das firmas ficaram distintas em relação às elasticidades do setor, e outros cuidados tiveram de ser tomados, usando as elasticidades que tinham sido calculadas com os dados de uma única companhia.

Outro modelo de estudo da demanda traz a necessidade de lidar com os costumes ou perfil, as características das chamadas e das classes das chamadas oferecidas pelas companhias de telefonia locais. Na prática, serviços como: chamada em espera, siga-me, modos de chamadas ou serviços vieram a ser oferecidos individualmente ou em pacotes. Os pacotes possuem preços claramente menores que os artigos individuais.

Desafios Atuais e Futuros – Modelando Demanda de Telecomunicações:

O surgimento da competição conduziu à indisponibilidade de dados de fontes de indústria tradicionais, isto é, as próprias companhias de telefonia. Isto aconteceu, não de forma surpreendente, em razão de as companhias de telefonia terem como informação estratégica qualquer dado ou modelo para mensurar a elasticidade, que é considerada como um dos grandes segredos do comércio.

Mesmo se o acesso para uma determinada companhia, aos dados estratégicos de outra companhia não fossem um obstáculo, a fragmentação dos serviços do mercado o são. Os dados individuais são restritos, embora companhias locais nos EUA ainda façam muito do faturamento para as companhias de interurbanos. Para adquirir um quadro completo do consumo

13

de telecomunicações de um usuário, ou ramo de negócio, o técnico tem que bater em várias portas.

Empresa, Indústria e Elasticidades dos Usuários:

Os modelos usados são, na maioria, os que permitem calcular a elasticidade de preços cruzados. As elasticidades de preço obtidas são como os exemplos:

(1) uma elasticidade de preço de cerca de -0.25 para residências que usam só a companhia local para as chamadas de intra-regiões; (2) uma ‘LEC’ – Local Exchange Carriers - estimam elasticidade de cerca de -0.55 e uma elasticidade-cruzada de cerca de 0.35 para usuários que usam múltiplas companhias para as chamadas de inter-região.

Escolha da Companhia:

Ainda podem ser usadas outras companhias com acesso por códigos que requerem a discagem de dígitos adicionais (CSP = código de seleção de prestadora). Isto deu origem à necessidade de desenvolver modelos que explicam a escolha de um consumidor em relação à companhia primária. A competição fez germinar no mercado de intra-regiões um elemento “do bem” para o mercado.

O artigo de Dineen e Abrar (1999) provê uma análise retrospectiva de modelos de demanda usados pela Bell Canadá em quinze períodos anuais. Os modelos baseados em dados nivelados incluem modelo de plano de ligação

14

telefônica opcional, modelo de regressão cross section de demanda dos clientes residenciais e modelo de escolha da companhia. Na seção final do artigo, são descritos modelos de demanda de acesso residencial, incluindo um modelo de escolha binário simples de demanda para acesso para a rede e um mais complexo para a demanda por linhas primárias e adicionais.

Os modelos desenvolvidos de OLS podem modelar o estudo de demanda usando dados de séries temporais. O modelo básico pode ser descrito como o exemplo abaixo:

Demand= α + β * Pr ice + δ * Income + φ *Connections + λ * Dummies + ε (1)

• Trimestralmente: todos os dados que, durante vários anos, estavam disponíveis com todas as variáveis; • DUMMY: Variáveis sazonais e também variáveis para responder por eventos incomuns que afetam a demanda; • Um termo de erro aleatório, assumindo a distribuição normalmente e independentemente.(iid) • Todas as variáveis estão em logaritmos, assim os coeficientes calculados (constantes) são as elasticidades. • α,β,δ,φ,λ são os parâmetros a serem estimados.

Modelos de ponto-a-ponto:

Nesta especificação, o tráfego entre cada par de províncias foi representado por uma equação específica que incluiu, como regressões, os

15

determinantes habituais da demanda, isto é, preço, renda e tamanho de mercado e, além disso, agrega a direção do tráfego em relação às rotas. Cada rota formou um par de equações simultâneas, que traduz a nova estrutura de escolha do prestador do serviço:

Demand A→B = α A + β * Pr iceA→B + δ * IncomeA + φ * Lines A + λ * Demand B→A + ε A (2)

Demand B→A = α B + β * Pr iceB→A + δ * IncomeB + φ * Lines B + λ * Demand A→B + ε B (3) onde, • Linhas: são linhas em serviço na área de origem das chamadas; • Também são incluídas variáveis de dummy sazonais nos modelos; • Um termo de erro aleatório assumido normalmente distribuído e avaliando auto-correlação (AR1); • Todas as variáveis estão em logaritmos; assim, as elasticidades de preço não dependem do nível estimado.

Estes modelos são, consideravelmente, mais complexos que os modelos de OLS, previamente usados. Ambos os problemas de simultaneidade entre os pares de equações e as de agrupar série de tempo e dados cross section tiveram que ser previamente ajustados.

Como todas as variáveis estão em logaritmos, a elasticidade unidirecional é:

∂Demand A→B β = 2 (4) ∂ Pr ice A→B (1 − γ )

16

a elasticidade direcional inversa é:

∂Demand A→B γβ = 2 (5) ∂ Pr iceB→A (1− γ )

γ =chamada recíproca ou coeficiente de callback.

Outro modelo é o que mensura o impacto de descontos em relação a demanda e rendas, que usam dados de pós-subscrição do cliente.

Minutesi =α + β * Pricei + δ * Rewardsi + φ * Demographicsi + γ *CCIi + ε i (6) onde, • Preço é receita média por minuto (ARPM – average revenue per minuto) que varia, por clientes, devido a padrões de chamada discrepantes e concentração; • Recompensas: são dólares (descontos) para os pontos de gratificação; • Demográficas: são dados individuais (preferência de idioma, por linhas, urbana ou rural), (renda, educação, tamanho da casa etc.) • CCI chamado índice de concentração é, uma medida do tamanho da comunidade com residências de interesse: CCI = (minutos para atender até 3 números / minutos totais) • O termo de erro é assumido Gama distribuído

Em um ambiente competitivo, no qual concorrentes ganharam partes significantes de mercado, uma companhia está não apenas interessada em analisar o comportamento de seus clientes, em relação a como respondem às alterações nas taxas e tarifas, mas também em como seus clientes e os clientes do seu competidor podem responder a mudanças nas taxas de um

17

competidor. Se a companhia reduz suas taxas, e os competidores não respondem ela, verá o crescimento da demanda como sendo um acontecimento provável por ação dos seus próprios clientes e pela migração de alguns clientes dos competidores:

A forma modelo básico é:

MinutesT = α + β *Pr iceT + β *Pr iceC +φ * IncentivesT + λ * Demographics + ε T (7)

MinutesC = α + β *Pr iceT + δ *Pr iceC +φ * IncentivesC + λ * Demographics + ε C (8) onde Escolha = 1 p/ Telecom escolhido = 0 p/caso contrário (9)

• Dados cross section em minutos e outras variáveis disponíveis durante determinado mês (a subscrição individual i é omitida para simplicidade); • PriceT é ARPM average revenue per minuto para os clientes da telecom; • PriceC é ARPM average revenue per minuto para os clientes do competidor; • Incentivos são recompensas que induzem à troca, respectivamente, da telecom e competidor; • Demografia: é uma combinação de dados nivelados do cliente e do bairro. • Z é uma matriz de todas as variáveis nas duas equações de demanda e também atributos das companhias ou concessionárias.

18

Podem ser derivados dois tipos de elasticidades de preço do modelo: • Elasticidades parciais ou condicionais quantificam o impacto de uma mudança de preço em relação à demanda pela companhia escolhida; • Elasticidades totais ou incondicionais quantificam o impacto de uma mudança de preço em relação à demanda que permite mudanças da companhia. A elasticidade total é uma probabilidade com base na média das elasticidades parciais pelas duas companhias.

Modelos de Demanda para Acessos Locais:

Grupos de defesa do consumidor consideraram que pequenos aumentos em taxas locais mensais teriam resultado significativo. Assim, a elasticidade de preço de acesso se tornou um assunto importante.

O modelo básico de acesso residencial para a rede era uma equação de escolha discreta simples da forma:

Pr obi = exp{X i β}{}/(1 + exp X i β ) + ε i (10) onde,

• Probi é probabilidade de subscrição à rede por i domicilio; • X é uma matriz de variáveis explicativas que incluem preço mensal, preço de instalação, ocorrendo periodicamente, e dados demográficos ao nível domicilio; • distribuição de valor externo;

19

• dados detalhados aproximadamente de 37.000 domicílios de pesquisas e estatísticas do Canadá; • O modelo foi calculado criando uma variável: se i domicilio subscreve à rede; = 0 caso contrário.

As metodologias empregadas evoluíram com a complexidade dos mercados e com a natureza da informação requerida. Em um ambiente de monopólio, as elasticidades de demanda e renda de mercado bastavam quantificar os processos de mudanças de horários, de taxa de chamadas de longas distâncias e de planos básicos. Como o processo de competição foi intensificado, foram requeridas elasticidades por grupos específicos de clientes, e os impactos para se estimar cada fatia de mercado se tornaram um assunto importante.

Estimativas Semi-paramétricas de Intra-região, Elasticidades da Demanda:

Levy (2000) analisou as empresas de utilidade pública estatal concessionárias-PUCs public usefulness concessionary- em relação à competição no mercado para os serviços de telefonia intra-região.

Como LECs local exchange company abaixam os preços para conhecer e testar a competição, as perdas de renda no mercado serão uma função de parte do mercado perdido e a elasticidade de consumidor em relação à demanda.

20

A teoria econômica prescreve que uma função de demanda individual para chamadas depende de todos os preços da economia e da renda. Para isto, pode ser mostrado que determinadas restrições na utilidade funcionam em relação aos preços, e a demanda por minutos totais de uso para chamadas de intra-região pode ser representada como uma função do preço médio por minuto e da renda, i.e.:

MOU = f ( p, I) (11)

MOU=minute of used

Enquanto se pode descrever demanda para um caso particular, as demanda residenciais variam sobre suas preferências em relação às tarifas praticadas (principalmente pela distribuição geográfica) o modelo genérico usa as variáveis demográficas x e um termo de erro aleatório.

MOU I = f i ( pi , I i ) = f ( pi , I i , xi ) + ε i (12)

MOU = g( p) + Xβ + ε (13) onde, • X é uma matriz de variáveis demográficas e variáveis de indicador geográficas; • p é preço médio por minuto; • g uma função contínua; e • MOU é minutos de uso da chamada de intra-região. Todas as variáveis contínuas estão medidas, e o termo de erro – aleatório é zero e uma distribuição desconhecida F.

21

Calculando g por OLS, levando uma série expansão finita de g. Isto envolve co-seno e seno que funcionam em relação a p à regressão em MOU. Conseqüentemente, é apresentada, no artigo, a equação de demanda:

 m  MOU i = ∑α k cos(2πkpi ) + γ k sin(2πkpi ) + X I β + ε I (14)  k =1 

Conseqüentemente, enquanto cortes pequenos na tarifa estimularão a demanda, cortes crescentes terão pequeno efeito adicional na demanda global, e a elasticidade de ponto será influenciada para cortes grandes na tarifa.

As implicações dos achados estabelecem que estimativas econométricas podem continuar fazendo um papel de instrumento na política reguladora, e os resultados indicam que os modelos podem ser usados tirando proveito dos dados disponíveis, ou através de pesquisas estabelecendo uma estratégia ou políticas de regulação, de acordo com o comportamento dos mercados de oferta e demanda.

A política de price cap é comumente usada pelos reguladores para buscar a eficiência das empresas e, presumivelmente, aumentar o bem-estar dos consumidores. Porém, quando as demandas por serviços são interdependentes, uma política mais rígida, ou um aumento no price cap, pode reduzir o bem-estar social [Kang e Weisman (2000)].

O trabalho de Kang e Weisman examina se os consumidores necessariamente se beneficiam pelo processo de price cap, apontando um

22

aumento do bem-estar do consumidor, quando as demandas forem independentes e, reciprocamente, quando as demandas são interdependentes, o price cap mais apertado pode reduzir o bem-estar do consumidor. Baseados no modelo:

Q = a i - aiPi + biPj (16)

onde i e j são serviços com i diferente de j e α i > 0, P o preços dos serviços.

O exame de Prieger (2002) compara a inovação de produto sob a política de price cap em telecomunicações nos EUA. O modelo econométrico inclui um processo de conta (para inovação de produto), segue um processo de análise da duração na criação de mais serviços, sob price caps. O modelo também pode ser útil para outras colocações em relação ao processo de regulação. A literatura de price caps, em relação à inovação, focaliza quase exclusivamente a redução de custo, não a inovação de produto. O excedente criado por um produto novo pode ser muito mais alto que o excesso de reduções de custos para produtos existentes. Esse trabalho apresenta um modelo econométrico para inovação de produto.

O modelo apresentado no trabalho, com os números de eventos para os serviços novos, é avaliado em períodos (t) t = 1,…, T, e k = 1,…, que é a dimensão ou variável que cobre categorias de serviço diferentes. A duração de cada período é a mesma.

O modelo requer cuidado, porque o número de “durações” não segue o número de períodos (ao invés disso, emparelha a soma de todas as

23

contas), porque os efeitos podem começar em um período e terminar em outro. O parâmetro captura a dependência da duração. Quando < 1, há dependência de duração positiva. Quando > 1, há dependência de duração negativa.

Aparentemente, o regime regulador teve um impacto grande, ao menos em relação a alguns serviços de acesso mais importantes. Há problema potencial nos movimentos de correlação e causalidade, porém, isso está além da extensão da verificação do trabalho. Afora os resultados numéricos específicos obtidos, a contribuição principal do trabalho é metodológica. O modelo econométrico pode ser útil para explorar outros assuntos de regulação, com outros dados e setores.

A modelagem elaborada por Chung (2001), com um sistema que inclui os efeitos demográficos, segue uma aproximação para modificar a teoria de demanda de consumidor “standard”, de forma que a variável sócio- demográfica pode ser incorporada formalmente nos sistemas de demanda. As aproximações permitem interpretações úteis da produção doméstica e da despesa de subsistência.

O modelo começa com uma função de custo bem definida m*(u.p), onde u é o nível de utilidade e p um vetor de preço. Considere um par de f(m de funções, p|z) e h(p|z), onde h(p|z) é um vetor de J funções h1,…,h1 do n- vetor p e um vetor de variáveis socio-demográficas z, e m é um scalar. São introduzidas variáveis socio-demográficas no sistema de demanda nestas duas funções:

M(U), P|Z) F{M*[U DE º, H(P|Z], P|Z}. (17)

24

se as condições seguintes são conhecidas: (1) para qualquer l > 0, lf(m de f, p|z) = lf(m, p|z); e h é homogêneo de grau k em p; (2) f é não-negativo, enquanto aumentando em m, e não-decrescente em p; e cada h1, j = 1,…,J, é não-decrescente em p; e (3) f e h são côncavos dentro (m, p) e p, respectivamente. Qualquer par de f(m de funções, p|z) e h(p|z), satisfazendo estas condições, e o M(u resultante, p|z) é a função de custo modificada m*(u de função, p), onde a função de utilidade indireta modificada correspondente pode ser expressada como:

U(M, P|Z) U*(F(M DE º, P|Z, H(P|Z). (18) onde, • u*(m, p) é o núcleo função de utilidade indireta que corresponde ao núcleo custo função m*(u, p); e • F(M, p|z) = m é a função inversa de f(m, p|z) = M.

Aproximação de função onde k = 1 de forma que f e h são homogêneos de grau um. A possibilidade de uma expressão de forma fechada para a função de utilidade direta no caso estudado é crucial, uma vez que permite aplicar a interpretação de produção doméstica.

É verificada a homogeneidade linear das funções que tornam todas estas expressões possíveis, de forma que a relação entre o núcleo modificado das funções de utilidade direta pode ser formulada explicitamente, podendo aplicar interpretações em relação às produções domésticas.

25

O trabalho de Goel (2000) estuda o efeito de regulamento de price caps em empresas reguladas que estão procurando uma inovação externa, ainda incerta. O trabalho, incorporando no modelo a incerteza da inovação, através de novas tecnologias incorporadas a produções, e o processo imperfeito de recompensas às empresas, no uso de inovações técnicas. Em contraste com a literatura existente, é colocado no artigo que a estratégia de price cap mais apertada diminui os incentivos para redução de custo.

O modelo apresenta o regulador, fixando um price cap, inicialmente, e empresas engajadas no processo. As pesquisas insinuam que as empresas ou firmas mais prósperas movem a sua escala de produção em relação a tecnologias diferentes ou para uma nova tecnologia. O price cap é fixo e a produção marginal é validada inicialmente. Por conseguinte, não há nenhum excesso de produção.

Com o passar do tempo, o regulador aperta o price cap para um fator z.2. As razões por trás desse ajuste incluem incentivos de redução de custo de “bedsitter” com um price cap mais apertado, e transferindo alguns dos ganhos de inovação do processo aos consumidores. O investimento permite a empresa, potencialmente, evitar o price cap e até mesmo a ganhar o excesso das produções na fase de pós-inovação. Se nenhuma empresa tem êxito no processo de inovação, o regulador pode relaxar o price caps pós- inovação, RF da firma próspera pode destinar todo o excesso de produção (PS), porém, EF da firma próspero pode destinar só uma fração de PS, enquanto o permanecendo (1 - d) vai para o RF. O grau adequado poderia ser determinado através de fatores, como leis de proteção de propriedade intelectuais, poder de negociação das empresas, etc.

26

A despesa de pesquisa da empresa regulada será dada por x, o gasto de pesquisa do fomentador externo é determinado por y, os custos de pesquisa são modelados e a produção marginal constante vale antes da redução do custo, a inovação ocorrida é determinada através de c1, enquanto os custos correspondentes, depois da redução de custo, se tornam c2, tal que c2 < c1. O price cap inicial (P1) é fixo ao custo marginal (c1) e não há nenhum excesso de produção neste caso. Com o passar do tempo, o regulador ajusta o price cap por z. Então o price cap neste caso é dado por P2 = (c1 - z). O regulador só considera o investimento atraente se P2 > c2. O excesso de produção de pós-inovação correspondente ao PS2.

A inovação é uma chance de gerar o próximo nível de tecnologia. A probabilidade de sucesso da inovação é determinada por uma distribuição exponencial tal, que a probabilidade do RF inova a cada t1.

Dada a organização básica acima, serão considerados a conduta da empresa regulada e o fomentador externo, alternativamente. Dessa forma, não há nenhum excesso de produção antes da inovação, e as empresas tentam maximizar os benefícios esperados.

A empresa regulada pode destinar todo o excesso de produção, se tiver sucesso na inovação que reduz custos de produção C2. Porém, se EF tiver êxito, RF ainda adquire uma proporção (I - d) do excesso de produção. Aqui 0 £ d £ 1. Isto pode ser devido ao poder de negociação superior de RF EF. Por exemplo, linhas de transmissão geralmente são gerenciadas através de unidades reguladas. No caso de uma tecnologia de transmissão superior,

27

desenvolvida por um fomentador externo, pode demorar a adoção desta tecnologia, ou não pode adotar nenhuma, na esperança de que outra firma proponha uma invenção. Isso diminui o poder de negociação do fomentador externo. RF escolhe seu nível de pesquisa que gasta x, para maximizar o presente desconto valor (r que é a taxa de desconto) de excesso de produção líquida.

(m = (r + h(x) + h(y)).) (19)

Um price cap mais ajustado diminui os incentivos para a redução de custo, e as empresas tendem a reduzir o gasto de pesquisa. Dado o modelo estilizado, este resultado é discrepante com os achados em outros trabalhos e sugere que, enquanto existe a regulamentação de price cap atraente da perspectiva dos consumidores, seus efeitos em relação às mudanças técnicas poderão ser perversos.

B. ESTUDOS EMPÍRICOS

Um dos pontos explorados por Uri (2001) é saber se os regulamentos de incentivo na forma price caps, aplicáveis ao serviço de telecomunicações, resultaram em aumento na eficiência produtiva das operadoras. No caso dos Estados Unidos, onde o princípio do price caps é utilizado como instrumento de incentivo na indústria de telecomunicações para operadoras de longa distância, entre 1988 a 1998, usando o modelo de aproximação de DEA, não houve incremento identificável na eficiência técnica dessas empresas, como projetado:

28

Minimizar θ,λ > 0 Sujeito a y – Ψλ> 0; θξ – Ξλ >0; Ν λ = 1; λ > 0 (20)

O objetivo é determinar a eficiência relativa de cada LEC medido pela relação de produção das contribuições para produções múltiplas e se, os índices de eficiência apropriados contêm o peso das produções somadas divididas pelas contribuições de peso somadas.

Lang e Lundgren (1991) analisam os dados de demanda residencial de serviços de telecomunicação, quantidade de chamadas, números de terminais instalados e volume de tráfego, considerando as variações observadas durante as horas do dia e os dias da semana, em especial atenção no comportamento da elasticidade. O resultado da estimação é resumido pela própria elasticidade-preço (p é preço em hora/minuto) que foi aproximadamente a mesma nos dois casos: θ=0,013 em junho θ= 0,016 em setembro.

O estudo de Duffy (2001), que combina dados de pesquisa de âmbito nacional no ano de 1998 com dados de pesquisa dos preços de serviço de telefonia residencial em 90 cidades dos Estados Unidos, calculando a demanda residencial por linhas de acesso adicional, supõe que as residências urbanas são moderadamente sensíveis ao preço das tarifas dos serviços de telefonia. A média das elasticidades encontrada foi de –0.590, substancialmente acima das médias das linhas de acesso primárias. A sensibilidade moderadamente alta para o preço de linhas de acesso adicionais

29

geralmente tem implicações diretas para um objetivo de política pública de acesso à .

A demanda para linhas de acesso adicionais é modelada semelhantemente a linhas de acesso primárias, usada em estudos passados de acesso de telefone local. A probabilidade de uma residência exigir linhas de acesso adicionais é determinado por:

P = Pr ob()(Y = 1 = F Xβ + ε ) (21) onde Y = 1 indica que a residência tem mais de uma linha de acesso, e X é um vetor de características domésticas, como renda, padrões demográficos e o preço.

Assume mais adiante que as probabilidades preditas são descritas pela distribuição de logistic de forma que:

P = e Xβ +ε /(1+ e Xβ +ε ) , (22) expressando a variável dependente como a relação a favor de um domicílio ter mais de um rendimento para linha de acesso.

P /()1− P = e Xβ +ε (23)

Finalmente, levando os rendimentos do modelo de logit familiar:

L = In()P /()1− P = Xβ + ε (24)

30

A elasticidade-preço para linhas de acesso adicionais é calculada, aplicando o seguinte modelo:

∗ ∗ η = β P Pr ice ()1− p , (25) onde β é o coeficiente de preço, é derivado do logit calculado pelo modelo, e p é a probabilidade prevista.

Já o trabalho de Pinaki e Srinivasan (1999) calcula elasticidades da demanda de preço para uso de telefone, no qual foi verificado que a elasticidade de preço de chamadas interurbanas na Índia é muito mais alta que o observado em países desenvolvidos. Porém, a elasticidade da demanda de preço para chamadas locais parece ser comparável à maioria de outros países. Estas elasticidades justificam a reestruturação atual do processo de tarifas da Telecom Índia. A Elasticidade das chamadas locais na índia é de –0,11 a – 0,31 dependendo da região e a elasticidade das chamadas de longa distância na Índia é de –1,37 a –3,70, também dependendo da região.

Com dados bastantes ricos colhidos na Companhia de Telecomunicação do Canadá, Dineen e Abrar (1998) estimaram a elasticidade, considerando nível de renda, faixa etária, residência e outros dados. São avaliadas as elasticidades informadas, para 1996, segundo à taxa de penetração atual e preço, e o preço da instalação de uma linha nova com uso permanente.

31

Acesso Preço elasticidade resultados para o Canadá Acesso Linhas adicionais Acesso permanente -0.008 -0.48 Solicitações eventuais -0.003 -0.07

O resultado encontrado foi que a própria elasticidade de preço para acesso é extremamente baixa, sendo –0.008, mas a elasticidade de preço por linhas adicionais é significativo.

No trabalho de Harold Ware (1998), são examinados: (1) tendências regulatórias, tecnológicas e econômicas orientadoras da diversificação e competição das telecomunicações, e (2) esforços substanciais em investimento e marketing das empresas de telecomunicações, para diversificar e entrar em outros mercados via integração vertical, joint ventures e fusões. O Ato de Telecomunicações de 1996 nos Estados Unidos (Telecommunications Act of 1996), regulações posteriores de mercado e evoluções tecnológicas trouxeram preocupações, no sentido de que os proprietários das companhias locais podem impedir a diversificação nos mercados locais e estimular competição substancial entre mercados historicamente distintos (por exemplo, companhias de longa distância entraram em mercados locais). A entrada de uma companhia local demonstra que os benefícios da competição – menores tarifas e serviços inovadores – se realizarão quando as companhias operadoras da BellTelecom estiverem autorizadas a entrar nos mercados de longa distância.

Trevor (1996) modela dinamicamente a habilidade de uma companhia local oficial em controlar as entradas no mercado com pressão

32

sobre o lucro. O modelo é consistente com o pós Ato de Telecomunicações de 1996, para o mercado americano. O modelo demonstra que um órgão oficial poderia escolher preços de insumos e de produção para desencorajar novas empresas a produzirem. O impacto da contenção regulatória ou comportamento do órgão oficial é examinado. Conclui-se que os preços dos insumos podem conduzir a um pequeno crescimento nos insumos próprios de uma nova empresa e que uma continuada supervisão de preços de insumos e produção pode ser necessária.

Na análise de Zolnierek e Eisner (2000), são examinados modelos de entrada no mercado das novas companhias americanas de telefone locais. Foi construído e estimado um modelo Logit, usando informações de códigos de distribuição numéricos de mercados locais de telefone e correspondentes renda, densidade e características regulatórias desses mercados. Os achados sustentam que a idéia convencional de que as facilidades de ingresso pelas novas competidoras locais é mais provável de acontecer em grandes mercados urbanos de telefone. Além disso, com exceção de territórios servidos pela Ameritech, novos ingressos são mais prováveis de ocorrer em áreas de serviço da Bell Operating Company (BOC).

Outra possível explicação é que as agências reguladoras, ambas ao nível estatal e federal, tinham sua atenção na competição da BOC dentro de cada território. Além disso, temendo, por exemplo, o atendimento rural, os agentes reguladores podem negar aos competidores potenciais a autorização para competir em territórios independentes. Examinando o período mais recente, há pequena diferença estatística entre o grau de entrada de pelo menos

33

um competidor em um território da BOC Bell Operating Company, e o grau de entrada de pelo menos um competidor em um território independente.

Outra exceção notável para os padrões de entradas observados em áreas servidas pela BOC Bell Operating Company acontece em territórios da Ameritech. Em recentes períodos, os padrões de entrada em áreas da Ameritech se assemelham a esses territórios independentes em lugar de outras BOC.

Enquanto se pode sugerir que a Ameritech não é receptiva para competição como outra BOC, também se pode sugerir que as taxas de Ameritech sejam mais próximas aos custos e, então, ofereça menos oportunidades de arbitragem para competidores. A possibilidade posterior ilustra a necessidade de precaução na interpretação dos resultados da análise, ou seja, uma falta de entrada competitiva em territórios da Ameritech pode indicar que, por causa de qualquer estimativa da eficiência da empresa, ou reavaliação da taxa de eficiências através dos reguladores, oportunidades de lucro são menos atraentes para concorrentes potenciais em territórios da Ameritech do que em outros territórios da BOC.

Talvez a explicação mais provocante para este fenômeno é que os competidores, em territórios da Ameritech, estão escolhendo estratégias de revenda como uma alternativa de entrada na base da empresa concessionária.

A análise apresentada aqui provê uma investigação inicial nos determinantes de padrões de entrada em mercados de telefone locais. Como uma avaliação preliminar de competição que segue o Ato de

34

Telecomunicações de 1996, competidores são mais prováveis de entrar em áreas urbanas altamente povoadas.

As conclusões alcançadas aqui são baseadas em dados sistemáticos, e cobrem todos os mercados de telefone locais norte-americanos. Porém, o trabalho deveria ser visto apenas como uma investigação inicial nos determinantes de padrões de entrada em mercados de telefone locais. Visto desta maneira, a análise ilustra a necessidade de trabalho adicional nesta área.

Há muitos aspectos de competição local que necessitam de estudo. As conclusões alcançadas acima sugerem alguns aspectos particulares. A compreensão da competição local melhora, quando o tráfego de rede e dados fica disponível. Tais dados proverão informação que indica se as presenças de mercado medidas nesse trabalho são, na realidade, significantes. Da mesma forma, enquanto os dados comparativos empregados na análise ao nível de LATA (Local Access and Transport Area), a desagregação dos mercados urbanos e rurais pode melhorar a habilidade para identificar fatores que afetam padrões de entrada de novas operadoras.

Outra área de pesquisa sugerida pela análise trata dos padrões observados nos territórios atendidos pela Ameritech, porque os padrões de entrada diferem dos observados em outros territórios das BOC, e porque a empresa revende uma porcentagem alta das linhas relativas às demais BOCs. As empresas parecem adotar estratégia de entrada de revenda para instalações em territórios da Ameritech.

35

Enquanto a análise manteve o foco nas características de mercado que afetam a entrada, uma análise futura deveria avaliar diferenças nos padrões de entrada de habitante, de empresas regionais e de âmbito nacional. Igualmente, uma pesquisa futura pode examinar padrões de entrada com diferencial entre companhias de longa distância tradicionais, que podem entrar no mercado de telefonia local para os segmentos empresariais, e para empresas com experiência em outras linhas de negócio.

Ros (1999) reexamina os efeitos da privatização e competição na expansão da rede e sua eficiência. Usando um “fixed model”, verificou que, no período de 1986-1995, os países que possuíam pelo menos 50% dos ativos dos seus principais provedores de telecomunicações no setor privado tinham significativamente mais linhas instaladas por 100 habitantes e, com grau menor em relação à taxa de crescimento de número de linhas de telefones por 100 habitantes. Não há evidência, porém, de que a privatização conduz a um maior crescimento de linhas por 100 habitantes, em países cujo o PIB per capita é menor que US$ 10,000. A privatização é positivamente associada ao crescimento do número de linhas por empregado da empresa de telecomunicação, enquanto a competição não afeta a expansão da rede, afetando positivamente a eficiência, medida em número de linhas por empregado. A fim de contar com uma possível endogeneidade das variáveis individuais de privatização e competição, todas as equações são estimadas, usando também variáveis instrumentais aproximadas.

Os sistemas de telecomunicações em países em desenvolvimento sofrem de numerosas deficiências, as quais incluem: exigências para serviços básicos, falta de serviços avançados para o setor privado, qualidade de serviço,

36

baixa produtividade, e rendas desviadas para outros setores da economia. As importantes opções de política usadas por um número crescente de países, desenvolvidos e em desenvolvimento, são privatização e competição. Na esperança de melhorar o desempenho das telecomunicações com respeito a variáveis fundamentais, alguns países privatizaram, ou tudo, ou uma parte dos ativos de telecomunicações, ou a competição foi permitida dentro de certos ou de todos os setores da indústria.

O propósito do trabalho foi examinar que efeito tem a privatização ou a competição, usando variáveis de telecomunicações fundamentais, como expansão de rede e eficiência. Teoricamente, o tipo de propriedade e estrutura de mercado de uma indústria é fator determinante de variáveis fundamentais como produção, preço, e eficiência técnica. Porém, em comparação com outras indústrias, os efeitos de privatização e de competição em telecomunicações precisam ser examinados mais de perto, devido à presença de economias significantes, uma proporção grande de ativos que são aplicados, estimando-se um componente político forte.

Por meio de dados recentes da União de Telecomunicações Internacional (ITU, 1997) e de outras fontes, são examinados os efeitos da privatização e da competição em variáveis de telecomunicações no período de 1986-1995. Ao longo da análise de dados, são examinados os efeitos de privatização e da competição para todos os países, independente do nível de renda.

37

Efeitos da Eficiência Técnica:

Até que ponto a teoria econômica prediz mudanças em eficiências alocativas ou técnicas como resultado de mudanças em relação à propriedade e à estrutura das empresas ou do mercado? Enquanto a literatura econômica contém hipóteses de testes dos efeitos da competição entre empresas em relação ao desempenho de setor, os efeitos teóricos da propriedade estão menos claros. Adicionalmente, é importante entender as peculiaridades do setor de telecomunicações, porque ele é caracterizado por economias significantes, por quantias grandes de ativos que são aplicados, e pela existência de um componente político forte.

Efeitos de Propriedade:

As economias neoclássicas são relativamente neutras nos efeitos de propriedade; já as economias institucionais novas ( Levy e Spiller 1996) – provêm eventos importantes nos efeitos de incentivo de competição e tipos discrepantes de estrutura de propriedade. A privatização é a transferência do setor público para o setor privado da propriedade de ativos produtivos, distribuindo-os e estimando o fluxo de lucro residual gerado. De acordo com a literatura, o tipo de propriedade tem efeitos significativos no comportamento e no desempenho das firmas; mudanças em direitos de propriedade alteram as estruturas de incentivo enfrentadas por decisão dos fabricantes. Em geral, uma mudança na distribuição de direitos de propriedade conduz a uma estrutura diferente de incentivos para a administração e, conseqüentemente, para as mudanças em comportamento administrativo e desempenho de companhia.

38

Melhorias de eficiência previstas, associadas com privatização, são devidas, principalmente, a mudanças na relação de principal agente, e em custos de transação associados com supervisão. A administração de uma empresa é considerada como agentes (no caso de propriedade privada) dos acionistas, ou (no caso de propriedade pública) do governo pelo qual eles são responsáveis. Uma suposição crítica no debate da privatização é a afirmação de que a alternância de público para a propriedade privada resulta em objetivos mais precisos e mensuráveis por parte dos donos, criando ambiente e incentivos para monitorar e controlar a administração. Na administração, supervisão e monitoramento na propriedade pública serão buscados objetivos não comerciais, provavelmente, e os indivíduos podem ter menos incentivo para mostrar que os recursos são eficazmente usados. Por outro lado, a propriedade privada é comparada com um nível mais alto de supervisão de administração e com decisões financeiras mais comerciais e oportunas. Isso é o resultado principalmente do objetivo exclusivo de maximização de lucro da propriedade privada.

Efeitos de competição:

Uma das virtudes principais da competição, enfatizada na literatura econômica, é seu papel como mecanismo que estimula eficiência interna. É um princípio bem estabelecido que, na ausência de economias significantes de equilíbrio, a competição resulta da técnica e eficiência alocativas. A literatura de NIE também prediz que aquela competição terá efeitos positivos em eficiência técnica. Competição gera informação. Assim, custos de informação são ameaçadores para os donos da empresa, embora seja quem possui os ativos. A competição entre empresas nos mesmos meios de mercado que

39

estimam os lucros revelam informação importante sobre os custos de um empreendimento e eficiência de uso de contribuição. Se o mercado for competitivo, lucro e preços ajudarão a determinar as contribuições para o equilíbrio. Assim, a competição pode ter efeitos diretos na eficiência interna da empresa.

Modelos de regressão:

A privatização das telecomunicações e a competição são positivamente associadas com maior expansão de rede e com a eficiência. Uma análise econométrica das variáveis dependentes pode determinar se, mantendo outros fatores constantes, privatização e competição permanecem positivamente associadas com expansão de rede e do grau de eficiência.

No trabalho, apresenta-se uma análise econométrica dos efeitos da privatização do setor de telecomunicações em relação à competição, analisando as variáveis fundamentais do setor, como expansão de rede e dos índice de eficiência. Os resultados indicam que os países que têm 50% dos ativos dos provedores de telecomunicações no setor privado têm linhas instaladas com taxas significativamente mais altas por 100 habitantes. Porém, não há evidência de que a privatização determina crescimento mais alto em linhas por 100 habitantes, nos países cujo PIB per capita é menor que US$ 10,000.00. A privatização é positivamente associada com mais linhas principais por empregado e crescimento em linhas por empregado, enquanto a competição não é considerada para afetar expansão de rede, mas é considerada para afetar eficiência, positivamente, como medido em linhas por empregado. Para responder pela possível endogeneidade da privatização e variáveis de

40

competição, todos os modelos foram calculados, usando também variáveis instrumentais.

Os resultados também indicam que os países que têm 50% dos ativos dos provedores de telecomunicações no setor privado e competição para a licença em quaisquer serviços locais, interurbanos ou internacionais, têm níveis mais altos de eficiência que os países que, ou privatizaram há pouco, ou permitiram competição. Como resultado, nos países que privatizaram suas redes e não permitem competição em serviços básicos, podem não garantir tarifas mais baixas na utilização ou expansão de rede, ao contrário, se eles também tinham permitido competição, há prováveis perdas de eficiência técnicas.

Áreas para pesquisa adicional incluem várias possibilidades. Primeiro, uma análise mais detalhada de como as privatizações ocorreram permitiria investigação qualitativa e quantitativa que pode ajudar a explicar os resultados obtidos no trabalho. Isto permitiria analisar os fatores adicionais, como o tipo de regulamento que é aplicado à empresa recentemente privatizada, se o balanceamento das tarifas aconteceu antes da privatização e se havia compromissos no contrato de concessão que requereram aumento significativo em linhas. Segundo, usar variáveis que mensurem o processo de concorrência, possibilitando identificar se o grau de competição no mercado seria um modelo frutífero. Finalmente, calculando produtividade de fator total, proporcionando medidas melhores de eficiência.

41

Röller e Waverman (2001) investigam como a infra-estrutura de telecomunicações afeta o crescimento econômico, usando dados de 21 países da OECD, por um período de 20 anos, para examinar os impactos que o desenvolvimento nas telecomunicações podem ter tido. Calcula-se um modelo juntamente com uma função de produção para o investimento em telecomunicação, encontrando-se evidência de uma ligação de causalidade positiva significante. De forma interessante, a massa crítica parece estar a um nível de infra-estrutura de telecomunicações que é próximo do serviço universal.

Uma medida de demanda de telecomunicações é modelar ambos: a demanda e a provisão para telecomunicações. A equação de função de produção agregada é, então, como segue:

In yit = α i + β k′ xit′ + δ ′j d it′ + vi + ε it , (26)

GDP it = f (K it , HK it ,TELECOM it ,t) . (27)

TELECOM it = h(GDPit / POPit ,TELPit ). (28) Investimento:

TTI it = g(TELPit Z it ). (29) Infra-estrutura:

TELECOM it −TELECOM it −1 = (TTI i,t , Rit ). (30)

42

O coeficiente em TELECOM na equação (30) serve para a estimativa da relação causal entre a infra-estrutura de telecomunicações e a produção econômica, bem como para diferenciar os dois efeitos, isto é, a elasticidade de renda de infra-estrutura de telecomunicações e o impacto da indústria de TELECOM no PIB.

Para a equação de demanda, a demanda efetiva é relacionada significativamente inversa ao preço para telefonar. É calculada a elasticidade de demanda e é significativamente maior que 1, demonstrando uma demanda elástica. Relativamente ao efeito de renda, considera-se a demanda para infra- estrutura de telecomunicações relacionada positivamente com o PIB real, com a elasticidade de renda que é bastante grande e muito significante. Este achado é importante, porque previamente discutimos que há causalidade entre infra- estrutura de TELECOM e o crescimento, provavelmente por efeito de renda.

Donald e Sappington (1997) analisam os determinantes da escolha entre regulação de tarifas e regulação de incentivos na indústria de telecomunicações dos EUA. Constataram que o Estado é mais tendente a selecionar regulação de incentivo: quando utilizou regulação de incentivo no passado, e quando o lucro das firmas sob regulação “tarifa de retorno” aumenta para acima da média da indústria.

A análise de Breslaw e Pizante (1989) em relação à demanda de telecomunicação tem tradicionalmente estrutura de lag. A literatura explorada pelos autores sugere que um lag de quatro trimestres seja suficiente para abranger os efeitos de uma mudança de preço. O trabalho apresenta evidência empírica que sugere que este processo de ajuste poderia ser consideravelmente

43

mais longo – talvez até vários anos. Primeiro, usando dados da Bell Canadá, é mostrado que 75% do efeito é alcançado em nove trimestres para serviços corporativos. Uma análise semelhante, que usa dados residenciais trimestrais e modelagem, demonstrou que 95% dos efeitos aconteceram em 2,5 anos. O uso de tal lag resulta em valores muito mais plausíveis para o coeficiente de tamanho de mercado do que acontece em modelos com lags mais curtos. Também é apresentada evidência baseada em resultados de pesquisa que sugerem que os consumidores são geralmente bastante ignorantes acerca do verdadeiro nível de preços de telecomunicação, e assim fornece algumas conclusões sobre o comprimento desses lags.

Durante a última década, a prestação de serviços de telecomunicação de voz no EUA mudou, de monopólio para um enorme grau de competição. Como conseqüência, é diminuída a necessidade de regulamentos assim que as regras severas de competição substituem as tarefas previamente administradas pelo FCC e as comissões estatais. No Canadá, esta liberalização aconteceu a uma taxa muito mais lenta, e, em razão disso, a Canadian Radio Television and Telecommunications Commission (CRTC) teve que desempenhar um papel muito mais ativo na determinação dos preços dos serviços. Certamente, este pode não ser o melhor dos mundos, porém, uma externalidade positiva da necessidade da Comissão em avaliar as conseqüências das mudanças de taxa propostas é um cenário altamente desenvolvido de modelos de demanda. Esses modelos foram desenvolvidos pelo grupo de análise de demanda da Bell Canadá e também por Telecomunicações de CNCP e terceiros interessados e colocados recentemente sob escrutínio público durante estudos iniciais da CRTC para revisar as metodologias usadas pelas carriers na modelagem de elasticidades de preço, e

44

monitorar seu progresso, desenvolvendo modelos de demanda para os serviços.

Um dos pontos geralmente aceitos pelos vários modelos de demanda de telecomunicações é "formação de hábito". Especificamente, um ajuste completo para uma determinada mudança de preço leva tempo. As razões por que tal ajuste não seja alcançado em um único período são variadas: incluem restrições tecnológicas, rigidezas institucionais e persistência de padrões de consumo habituais. Um modelo corretamente especificado tem que responder por este elemento dinâmico, especificando corretamente um processo lag – os mais comuns são o lag Koyck e o lag de distribuição polinomial. Embora a estrutura de lag não requeira uma especificação a priori do comprimento do lag, um comprimento entre 3 e 5 trimestres é especificado. O trabalho explora o argumento de que, pelo menos em alguns setores, a estrutura de lag apropriada é maior – tipicamente da ordem de três anos. Lags dessa ordem geram estimativas de elasticidade muito diferentes, comparadas a modelos com lags mais curtos, não só para preço, mas também para renda e tamanho de mercado. Além disso, as conseqüências na renda de uma mudança de taxa são muito diferentes, não só por causa da mudança do parâmetro de avaliação, mas também por causa da velocidade de ajuste.

Durante a última década, houve um aumento significativo no nível de competição no mercado de longa distância. Nos EUA, isto pode ser medido diretamente em termos de mercado – em 1990, 755 operadoras compraram o acesso da Bell Operating Companies, enquanto a AT&T levou 84% de todos os minutos interestaduais em 1984; isto tinha caído a 64% antes de 1990. No

45

Canadá, com o serviço de mensagem de voz (MTS), oferecido em base de monopólio pela Telecom Canada Members, a competição só pôde ser averiguada pelo impacto colateral dos EUA, crescimento dos revendedores canadenses e a presença aumentada da Unitel, o carrier comum alternativo. Mesmo em um monopólio regulado, a competição resultou em queda do preço real da intra-Bell MTS em 40%, entre 1987 e 1990. Considerando que as taxas geralmente foram fixas significativamente acima do custo (e taxas de acesso abaixo do custo), a conseqüência de tal pressão descendente nas taxas de MTS é a redução da disponibilidade de subsídios cruzados para o acesso, resultando em pressão maior nas taxas locais. Citando :

"Se a competição fosse introduzida em serviço de longa distância, a receita da Bell Canada diminuiria, e o subsídio de serviços locais diminuiria. As taxas locais muito provavelmente teriam que aumentar substancialmente".

Como se pode observar, a magnitude de tais aumentos depende, de forma crítica, da disputa de receita que surge como conseqüência de uma redução em taxas de MTS. As implicações políticas seguem diretamente.

O CRTC (órgão regulador) promoveu audiências em 1991 para examinar um requerimento da Unitel Inc. para prover serviço de longa distância. A Comissão tem que confrontar o fato de que qualquer "competição total" é desejável, implicando que as taxas de longa distância devem cair enquanto as locais aumentam, ou que algum grau de acordo é necessário, tal que um concorrente novo também tem que fazer uma "contribuição" para manter preços baixos de acesso.

46

Um aumento significante da tarifa para serviço local é percebido como politicamente inaceitável, tendo sérias conseqüências no bem-estar. Por outro lado, uma contribuição significativa pelo concorrente novo pode resultar em que tal entrada não será mais economicamente viável, o que corrói muitos dos benefícios potenciais, estáticos e dinâmicos da competição. A avaliação dos custos de cada uma dessas eventualidades depende crucialmente do grau de disputa de receita que seria o resultado de uma redução da taxa de MTS. Se MTS é não-elástico, e a velocidade de ajuste é rápida, então uma redução grande de taxa resultará em uma redução de receita significativa e imediata. Reciprocamente, se MTS é elástico, e/ou a velocidade de ajuste é baixa, então uma redução grande de taxa pode traduzir em uma redução de receita muito mais limitada, ocorrendo em um período maior de tempo. Para investigar a estrutura de defasagem, os modelos convencionalmente definidos devem calcular o tamanho de mercado.

Log (Q) = α + βlog(p) + τlog(y) +δ log(M) (30)

Demanda de Serviço de Nacional – um Estudo Econométrico:

A seguir, seguem os resultados obtidos pelo método dos mínimos quadrados ordinários, em relação ao trabalho de Arteiro (1987), acerca da demanda de serviços de Telex Nacional, para um espaço amostral variando entre abril de 1980, e março de 1985. Todas as variáveis utilizadas foram transformadas para logaritmos.

47

Tabela 1: Demanda Desejada por Mensagens

Na tabela anterior, destaca-se que a inclusão das onze dummys não provocou efeitos significativos nos resultados da equação, tendo a variável e os empréstimos bancários demonstrado ser um bom indicador do nível de atividade produtiva dos usuários. Conseqüentemente, selecionamos a primeira equação como aquela que apresentou os melhores resultados, tanto quanto aos valores das estatísticas t-student, quanto ao valor apresentado pelo coeficiente de determinação e pelo teste de Durbin Watson. Adicionalmente, os sinais dos coeficientes estimados por esta equação são os previstos pela Teoria Econômica.

Ainda dentro do item de Demanda por Mensagem, foram realizados alguns testes com a equação de pulsos por terminal. Para tanto, utilizamos as mesmas variáveis explicativas testadas na equação anterior.

Nesta equação, a variável terminais ativados assume um papel que merece ser comentado. No caso anterior, a variável representava uma restrição

48

quanto ao potencial máximo de geração de tráfego na rede pública. Nesta, cada novo terminal ativado na rede representa uma ampliação das possibilidades de tráfego entre os demais. Melhor explicando: suponhamos um caso hipotético de uma rede composta por apenas dois terminais, A e B. Nesta situação, o fluxo de mensagens na rede segue apenas dois caminhos, ou seja, de A em direção a B e de B em direção a A. Com a ativação de mais um terminal, digamos C, o terminal A poderá enviar mensagens para B e C, e assim sucessivamente, para cada novo terminal ativado, as possibilidades de tráfego já existente para um se elevam. Deste modo, espera-se que o tráfego médio aumente à medida que a rede cresce.

Demanda Desejada por Terminais:

A demanda desejada por terminais é proporcional à demanda desejada por mensagens, portanto, as mesmas variáveis que influenciam a segunda deverão influenciar a primeira. Temos, então, que:

KD = f (Pm, Ps, Q) (31) onde: KD = demanda desejada por terminais Pm = preço médio de mensagem telex Ps = preço de serviços substitutos Q = nível de atividade produtiva dos usuários

Nestes testes, são utilizados os mesmos serviços substitutos descritos anteriormente, enquanto que a variável representativa do nível de atividade produtiva merece maiores comentários.

49

Apesar de o setor financeiro ser responsável pela maior parcela da geração de tráfego na rede, o mesmo não ocorre quanto ao número de terminais, uma vez que é o setor industrial o responsável pela maior participação no total dos terminais ativados, o que nos leva a esperar que a variável IPI – Índice de Produção Industrial – seja mais apropriada para expressar o nível de atividade econômica dos usuários.

Além das variáveis já analisadas, deverá ser considerada também na equação o número de localidades interligadas pela Rede Nacional de Telex, pois, quando uma nova localidade passa a ser atendida, todos os potenciais usuários nela residentes são induzidos a se inscreverem no serviço.

O quadro seguinte apresenta os resultados obtidos para esta equação pelo método dos mínimos quadrados ordinários, adotando-se como espaço amostral, o período entre abril de 1980 e março de 1985. Foram, também, realizadas transformações logarítmicas em todas as variáveis utilizadas.

Como em todas as equações da tabela anterior, o teste de Durbin- Watson apresentou valores relativamente baixos, indicando a existência de autocorrelação dos resíduos. Realizamos novos testes, incluindo a variável dependente defasada no conjunto das variáveis explicativas.

50

Tabela 2: Demanda Desejada por Terminais

Tabela 3: Demanda Desejada por Terminais

Considerando os resultados apresentados nos itens anteriores, os usuários do serviço de telex nacional, quando tomados em termos agregados, são muito pouco sensíveis a variações nos preços e tarifas relativas ao serviço. Isto se deve ao fato de que a elasticidade estimada para a equação do tráfego

51

total de mensagens, com relação ao preço do serviço, é de –0,64, enquanto que a elasticidade estimada para a equação do tráfego por terminal, com relação à mesma variável, é de –0,54. Outro fato importante registrado na equação de pulsos por terminal é que a obtenção de um coeficiente com sinal positivo para a variável de número de terminais indica que o tráfego médio por terminal aumenta, à medida que a rede cresce.

De uma maneira geral, pode-se concluir que todas as mudanças na mecânica tarifária, que porventura venham a provocar aumentos no valor real cobrado pelo serviço, resultariam em variações positivas nos níveis de receita, uma vez que a redução no tráfego seria menos que proporcional ao aumento efetuado nas tarifas.

A recente história das telecomunicações brasileiras é tema de trabalho de Rezende e Façanha (2002), no qual elaboram estudo da evolução do Sistema Nacional de Telecomunicações, que foi consolidado em 1972 pela criação da Telebrás. A holding incluiu os operadores locais (municipais) e o operador interurbano. Durante os anos 70, o sistema experimentou significante expansão, até seu esgotamento durante os anos 80, especialmente em termos de possibilidades de investimento para atender a demanda crescente. A privatização do sistema ocorreu em julho de 1998, numa operação que alcançou o montante de US$ 19 bilhões. Hoje em dia, o setor está operando sob controle da agência reguladora – Anatel – que tem os papéis proeminentes de conceder licenças e estabelecer normas de competição e monitoramento de serviços.

52

O documento focaliza os anos de 1998 (julho) e 1999 (dezembro) e aplica a metodologia de análise de dados – DEA para gerar fronteiras de eficiência relativa. DEA é uma aproximação flexível da medida de eficiência e impõe restrições a priori em relação ao conhecimento e à tecnologia. As observações finais são de que não há nenhuma evidência de aumento de eficiência técnica entre empresas no setor de telecomunicações brasileiro.

Esse artigo pretendeu apresentar uma primeira avaliação quantitativa do setor de telecomunicações privatizado no Brasil, usando dados recentes. O resultado principal indicou que nenhum diferencial de nível de eficiência técnica poderia ser identificado após um período de dezoito meses.

III. CASO BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÃO

O nome já era conhecido em português, mas a companhia ainda era estrangeira. Em 28 de novembro de 1956, finalmente, o presidente Juscelino Kubitschek assinava o Decreto nº 40.439, nacionalizando a Sociedade Anônima Brazilian Telephone Company. Ela passou a ser , efetivamente, brasileira.

O serviço de telecomunicações tornava-se cada vez mais amplo e mais complexo. Para atender às novas necessidades do mercado, foi criada a Empresa Brasileira de Telecomunicações – Embratel, em setembro de 1965. O objetivo era : instalar e explorar os grandes troncos nacionais de microondas, integrantes do Sistema Nacional de Telecomunicações e suas

53

conexões com o exterior. O primeiro sistema de microondas da América Latina foi inaugurado entre Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas

A Companhia de Telecomunicação Brasileira passou para as mãos do Estado em 1966. Neste ano, o governo brasileiro negociou, não só a compra da empresa, mas também a de suas associadas, a Companhia Telefônica Brasileira de Minas Gerais – CTMG e a Companhia Telefônica do Espírito Santo – CTES. As três pertenciam à Brazilian Traction, de capital canadense, e tinham um peso considerável no mercado de telecomunicações: eram responsáveis por 62% dos telefones no País e operavam numa área que abrangia 45% da população brasileira. Foram adquiridas por US$ 96.315.787, com prazo de 20 anos.

Com a compra pelo governo brasileiro, a CTB e suas subsidiárias mudaram de estatuto e de administração, as tarifas foram reformuladas de acordo com o custo real dos serviços prestados. A empresa lançou-se na expansão e modernização dos serviços, nas áreas em que operava, programando a instalação de 522.528 linhas telefônicas.

O crescimento do setor de telecomunicações exigia novas mudanças. Estudos desenvolvidos pelo Ministério das Comunicações indicaram a necessidade de planejar e coordenar de perto as atividades de telecomunicações em todo o País. Esse trabalho ficaria a cargo de uma entidade pública criada especificamente com esta finalidade, a Telecomunicações Brasileiras S. A., a Telebrás.

54

A Lei nº 5.972, sancionada em 11 de julho de 1972, instituiu a política de exploração de serviços de telecomunicações e autorizou o Poder Executivo a constituir a Telebrás, mas a nova estratégia para o setor já estava em andamento. Dois meses antes, em 26 de maio, o Ministério das Comunicações havia designado uma nova concessionária para cada Estado ou região geoeconômica do País. Essas empresas absorveriam as outras, então existentes, em suas respectivas áreas de operação. Com a nova política, duas das principais empresas do grupo CTB – Companhia Telefônica Brasileira de Minas Gerais – CTMG e a Companhia Telefônica do Espírito Santo – CTES – foram designadas representativas dos respectivos estados e passaram a ser subsidiárias da Telebrás.

Planejamento intermediário e expansão de emergência:

Algumas regiões não tinham condições para aguardar a elaboração de um planejamento completo e reclamavam providências urgentes para solucionar um dos seus problemas mais angustiantes; seu isolamento. De certo modo, essas regiões viveram sem comunicações aceitáveis até 1972. Com a implantação do sistema de comunicações por difusão troposférica da Embratel, as capitais do Estado do Acre e dos Territórios de Rondônia, Roraima e Amapá passaram a integrar o Sistema Nacional de Telecomunicações.

Durante o exercício de 1975, foi efetuado o levantamento cadastral das empresas exploradoras dos serviços públicos de telefonia, bem como da situação das concessões de serviços urbanos e interurbanos. Tal medida possibilitou a revisão dos planos de incorporações das concessionárias

55

independentes, promovendo ainda maior integração de esforços e recursos para a arrancada de 1976.

Gráfico 1: Terminais fixos – milhões

terminais fixos - milhões

20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 - 7 7 7 7 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 2 4 6 8 0 2 4 6 8 0 2 4 6 8 fonte:Telebrás A taxa de utilização de terminais que, em 1981, estava em 88%, passou para 91% em 1982, refletindo o empenho do Sistema em cumprir orientação emanada do Ministério das Comunicações que visava maior aproveitamento da planta instalada. Dessa forma, foi possível ampliar a gama de serviços oferecidos à população, em especial a de baixa renda, por meio do prosseguimento dos programas de popularização do telefone e de interiorização das telecomunicações, de desburocratização e de simplificação da vida, bem como os de suporte a negócios e os de economia de combustível.

Cabe menção especial ao programa de interiorização das telecomunicações, através do qual foi obtido o pleno atingindo os principais objetivos inerentes à criação da empresa, qual seja, como o de promover a integração nacional pelas telecomunicações. Isso foi conseguido em novembro

56

de 1982, exatamente ao completar a Telebrás o seu 10º ano de existência, com a interligação ao Sistema Nacional de Telecomunicações do até então último município mudo. Ao final do ano, o País totalizou 6.647 localidades, das quais 4.021 sedes municipais, atendidas por serviço telefônico.

Gráfico2: Pulsos - bilhões

pulsos - Bilhões

70 60 59 59 60 56 50 50 42 35 40 35 28 30 21 20 18 10 4 5 6 10 3 8 - 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98

fonte:Telebrás

Gráfico 3: Taxas de crescimento - pulsos

taxa de crescimento - pulsos

38% 40% 32% 30%

20% 17% 12% 11% 11% 10% 6% 10% 11% 2%-1% 0% 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 -10% fonte:Telebrás

57

Gráfico 4: taxa de crescimento – terminais instalados

taxa de crescimento - terminais instalados

35% 32% 30%

25%

20% 19%

15% 14%

10% 8% 6% 14% 4% 5%

0% 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98

De 1972 a 1976, crescimento no chamado “milagre econômico”; para os anos 80, taxas bem inferiores, devido ao cenário econômico.

Tarifas:

Grande parte dos resultados favoráveis obtidos por algumas das empresas foram conseqüência da progressiva implantação da política tarifária, objetivando a correção de valores que afetavam negativamente o desempenho de algumas empresas, sem que isso onerasse injustamente o usuário. Assim, grandes disparidades tarifárias existentes foram eliminadas com a adoção de tarifas que facultaram valores padronizados para todo o Território Nacional, tanto na área de telefonia interurbana, como na local.

A remuneração do investimento era considerada como custo, acrescido dos rendimentos auferidos no ano, e não poderia exceder, segundo o

58

Código Brasileiro de Telecomunicações, a 12% ao ano sobre o investimento remunerável.

Desempenho Econômico:

Na análise do desempenho econômico do setor de telecomunicações, o ano de 1983 foi marcado pela perda da realidade tarifária, pois as correções atingiram somente 128,5%, enquanto a inflação média do ano atingiu 175,4%, medida pelo Índice Geral de Preços (IGP) expurgado. As conseqüências deste fato foram: ganho global de produtividade, bastante substancial, na parte operacional.

A conjuntura político-econômica vigente em 1989 levou o setor de telecomunicações a um dualismo perfeitamente caracterizado. De um lado, a escassez de recursos resultante da defasagem tarifária e do elevado custo financeiro; de outro, o compromisso da Telebrás, junto à sociedade, de atender à demanda por serviços de telecomunicações, a qual tem se revelado crescente, diversificada e exigente em termos de qualidade.

Os primeiros cabos de fibra óptica no Brasil foram instalados em 1994, no Rio de Janeiro. A fibra óptica é um filamento de vidro da espessura de um fio de cabelo, capaz de transmitir a luz a enormes distâncias. Quando uma pessoa fala ao telefone, sua voz é traduzida para a linguagem dos impulsos elétricos, pelo próprio aparelho. Quando essa mensagem é transmitida através de fibra óptica, esses impulsos são convertidos em impulsos de luz, por meio de uma fonte de infravermelho conectada à fibra.

59

A comunicação óptica tem muitas vantagens: permite a transmissão de uma quantidade muito maior de informações, a distâncias bem mais longas; tem menor custo de implantação e operação; os componentes são significativamente menores e a interferência eletromagnética é reduzida.

Apesar dos avanços das telecomunicações, milhões de brasileiros ainda não tinham acesso aos serviços básicos de telefonia. Para ampliar a oferta de serviços e atender às necessidades dos consumidores, era preciso atrair investimentos privados e melhorar a expansão da infra-estrutura das telecomunicações. Com a privatização, seria possível acompanhar a evolução tecnológica e as mudanças do mercado.

Todavia, o projeto ia de encontro à Constituição Federal que previa o monopólio estatal das telecomunicações. A quebra do monopólio foi aprovada pelo Congresso Nacional em agosto de 1995. As portas para o futuro começavam a se abrir.

O novo sistema de competição começou pela telefonia celular. A abertura para a exploração da banda B por empresas nacionais e estrangeiras, em 1997, comprovou os benefícios da concorrência: serviços melhores e preços menores. Os planos alternativos de comercialização multiplicaram-se, e o telefone celular deixou de ser privilégio da minoria para ser um meio de comunicação acessível a qualquer um.

A Lei Geral das Telecomunicações, aprovada em julho de 1997, traçava o novo modelo para as telecomunicações no Brasil. A base era a universalização dos serviços e a livre competição. Para facilitar a privatização,

60

o Sistema Telebrás foi dividido em várias empresas. Na área de telefonia celular, as concessionárias estaduais foram agrupadas em oito holdings da banda A. Na área de telefonia fixa, as 26 operadoras estaduais foram agrupadas em três holdings regionais. A Embratel continuou atuando em todo o País com serviços de longa distância. O leilão das 12 holdings, no dia 29 de julho de 1998, rendeu aos cofres públicos mais de R$ 22 bilhões.

Conforme citado anteriormente, nos últimos anos ocorreu gigantesca modificação no setor de telecomunicações, tanto estrutural quanto na incorporação de novas tecnologias. Apenas parcela da população brasileira tinha acesso a linhas telefônicas, sendo, talvez, a principal barreira para a entrada de novos usuários no sistema, o elevado valor pago pela habilitação que impedia à população de baixa renda ter acesso ao serviço telefônico.

Em 1995, o Governo desenvolveu estudos, visando à reestruturação do setor de telecomunicações, objetivando, progressivamente, criar condições necessárias para a efetiva concorrência entre os prestadores de serviço, de modo a possibilitar o acesso ao sistema e fornecer atendimento adequado.

A primeira etapa da reestruturação afetou, em maior escala, os serviços locais que estavam altamente subsidiados. Reduziu-se em grande parte o subsídio nas tarifas de assinaturas, eliminando-se as distinções existentes em função do porte de rede da localidade do assinante, passando o valor da assinatura a ser função exclusivamente das classes de assinatura residencial, não residencial e linha tronco.

61

Em 1997, foi implementada a segunda e última etapa da reestruturação tarifária. As medidas, além de aprofundar as questões anteriormente abordadas, incorporaram redução de tarifas nos serviços de longa distância nacional e internacional e de comunicação de dados. Contudo, a principal modificação foi a eliminação do mecanismo de autofinanciamento, de R$ 1.117,63, que foi substituído pela tarifa de habilitação de R$ 300,00, representando uma redução de 73,16% para a entrada no sistema.

Após a privatização do setor, os reajustes passaram a ser realizados com base nas fórmulas paramétricas previstas nos contratos de concessão, com atualização vinculada a uma cesta de produtos do índice IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas.

O primeiro reajuste, utilizando a fórmula paramétrica, ocorreu em junho de 1999, quando a Anatel homologou os reajustes dos telefones fixos, com base na variação do IGP-DI, ocorrida entre os meses de março de 1998 e maio de 1999. O primeiro reajuste tarifário para as ligações entre telefones fixos e móveis, após a privatização, ocorreu em janeiro em 2000.

Em junho de 2000, doze meses após o reajuste anterior, as tarifas de telefones fixos para chamada local, longa distância nacional e longa distância internacional foram reajustadas com base na variação do IGP-DI, decrescidas do fator de transferência dos índices de produtividade para a longa distância.

A defasagem tarifária e a incorreta distribuição de custos, apesar de propiciarem baixas tarifas para alguns usuários, impediam que os demais viessem a utilizar o serviço, devido à impossibilidade de obtenção da linha

62

telefônica. As grandes alterações realizadas nas tarifas envolveram a elevação da assinatura e a redução da tarifa de habilitação. A privatização do setor de telefonia fixa, a introdução de novas tecnologias na área dos telefones celulares e o processo competitivo permitiram aos brasileiros o acesso a esse meio de comunicação.

Na telefonia fixa, encerrou-se o ano de 2002 com 49 milhões de acessos instalados. No gráfico a seguir, é mostrada a evolução da quantidade destes acessos no Brasil, um crescimento acumulado de 168%.

Gráfico 5 – Terminais instalados.

Terminais Instalados

60.000 49.234 50.000 32.451 40.000 30.000 23.298 20.230 20.000 11.341 10.000 - jul-94 jul-95 jul-96 jul-97 jul-98 jul-99 jul-00 jul-01 jul-02 jan-94 jan-95 jan-96 jan-97 jan-98 jan-99 jan-00 jan-01 jan-02

fonte:ANATEL

Desses acessos, quase 46% estão na Região I, formada por Estados do Sudeste, do Nordeste e pela maioria dos Estados do Norte; 23% na Região II, que abrange os Estados do Centro-Oeste, do Sul e dois Estados do Norte, e 31% na Região III, que corresponde ao Estado de São Paulo.

63

Outro ponto de destaque é a melhoria dos indicadores de acesso a todas as classes econômicas, representados pelo avanço da telefonia fixa nas camadas mais pobres da população. Observa-se, no gráfico a seguir, como evoluiu o atendimento às diversas classes sociais e econômicas no Brasil entre 1997 e 2001.

Gráfico 6 – Densidade telefônica entre números de instalação por número de habitantes – Fonte: ANATEL

% 95 99 89 92 100 85 90 91 80 70 80 82 83 82 60 71 66 50 61 40 50 30 42 34 20 28 10 15 0 6 10 1997 1998 1999 2000 2001

CLASSE A CLASSE B CLASSE C CLASSE D

A densidade telefônica, ou seja, a relação entre o número de telefones instalados e os números de habitantes do País, também cresceu. Em 1994, havia 8,6 telefones para cada grupo de 100 habitantes; hoje, são praticamente 28 telefones fixos instalados, no Brasil, para cada grupo de 100 habitantes.

64

Gráfico 7 – Acessos por 100 habitantes – fonte: ANATEL

acessos por 100 habitantes 30 25 28.2

20 23.1 15 16.8 10 13.6 10.4 5 8.6 7.1 7.8 0 1990 1992 1994 1996 1998 1999 2000 2001

Qualidade:

Com relação à qualidade do serviço na telefonia fixa, as tabelas a seguir mostram os indicadores alcançados em julho de 1998 – mês da privatização –, comparados com o que, hoje, é exigido como meta. Na tabela seguinte, está o exemplo dos indicadores com os resultados alcançados em dezembro de 2001, demonstrando que os indicadores de qualidade alcançaram os níveis fixados pela Anatel.

Tabela 6 – Taxas de chamadas locais completadas (%)

Taxa de chamadas locais completadas (%) Referência Matutino Vespertino Noturno jul/98 41,36 41,36 41,36 meta Anatel em 2000 60,00 60,00 60,00 dez/01 64,85 68,64 71,24

65

Gráfico 8 – Levantamento de 1998 à 2001. fonte: ANATEL

80 70 60 50 jul/98 40 meta anatel em 2000 30 dez/01 20 10 0 Matutino Vespertino Noturno

É nítida a melhoria da qualidade dos serviços nos três últimos anos. As metas para os anos futuros, conforme previsto nos contratos de concessão, são ainda mais rigorosas.

IV. METODOLOGIA

Este trabalho tem por objetivo descrever o desenvolvimento de modelo para estimar a função demanda por serviços de telecomunicações, com interesse especial na estimação das elasticidades-preço, examinado as variáveis ‘tarifas básicas’ e ‘demanda por terminais de telefonia fixa’.

Na elaboração do modelo, foi considerado o proposto por de Dineen e Abrar (1999), onde se estabelece a relação à demanda por acesso à telefonia, com as variáveis renda e preços.

66

Forma Estrutural do Modelo:

A equação de demanda de mercado pode ser expressa por:

Qdf= γ1pt+β2yt+β3st+υ1t (43) onde, • t: período ao qual a variável corresponde;

• Qdf: quantidade demandada; • pt: preço e tarifas; • yt: renda; • st: população; e

• υ1t: termo aleatório.

Curva da Demanda:

A elasticidade de preço da demanda variará com o nível de preço que pode ser determinada:

Ep = (∆Q / ∆P)(P / Q) = −b(P / Q) (44)

A partir dos resultados, poderemos descrever e compreender o comportamento do mercado em relação aos serviços de telecomunicação, procurando analisar o mercado pós-privatização.

67

A. HIPÓTESES

O modelo procura demonstrar que a variável demanda por terminais de telefonia fixa pode sofrer influências em relação às variáveis sócio- demográficas, renda e tarifas dos serviços básicos.

Variáveis em Estudo:

As variáveis escolhidas para a especificação do modelo de estimação para a demanda foram1:

Tarifação em pulso: (Resolução 85/98) pulsos elétricos que acionam o contador de pulsos, gerados em cadência pré-determinada por tipo de chamada, que atualmente está relacionado ao processo de tarifação das chamadas locais, entre telefones fixos.

Nas chamadas locais, ocorre um pulso a cada 4 minutos, além daquele registrado, quando o telefone chamado é atendido. Todos os pulsos são computados no telefone de quem fez a chamada. As chamadas locais, entre 0 hora e 6 da manhã, todos os dias, a partir das 14 horas dos sábados e o dia todo nos domingos e feriados, são computados com único pulso por chamadas, independente da duração.

Conforme as regras contratuais, as concessionárias podem aplicar reajustes diferenciados por item do serviço local, limitados a um crescimento real, desde que compensado por redução em outro item. Assim, os índices

68

variam entre empresas, mas em nenhum caso a cesta dos serviços locais terá aumento superior à inflação.

Serviço telefônico fixo comutado de longa distância nacional: (Resolução 40/98) modalidade de serviço telefônico fixo comutado, destinado ao uso do público em geral, que permite a comunicação entre pontos fixos determinados, situados em áreas locais distintas do território nacional.

Tarifa ou preço de habilitação: (Resolução 85/98) valor devido pelo assinante, no início da prestação de serviço, que lhe possibilita a fruição imediata e plena do STFC.

Tarifa de disponibilidade: (Portaria 063/85) valor mensal, expresso em tarifa básica de serviço local (TBSL), fixado em portaria específica do Ministério das Comunicações.

Variáveis Sócio-demográficas em Estudo:

A variável renda está representada pelo PIB mensal, em dólar, coletado na base de dados do Banco Central, considerando o mesmo período para os dados do setor de telecomunicações. O dados da população foram coletados na base de dados do IBGE, com a visualização da quantidade mensal.

1Dados coletados, em parte, nos relatórios da Telebrás e em publicações Anatel, para o período de janeiro de 1994 a dezembro de 2002.

69

Para o modelo apresentado, foram testadas as significâncias dos parâmetros e a significância geral do modelo, para as variações de y que podem ser explicadas pelas variações das variáveis independentes. A modelagem utilizada nesta análise segue os modelos apresentados no referencial teórico, considerando os dados do período de 1997 a 2002, em séries mensais, correspondendo a 54 observações, colhidas junto à ANATEL e Concessionária. Como citado por de Breslaw e Pizante (1989), a demanda de telecomunicações tem tradicionalmente estrutura de lag. A literatura disponível sugere que um lag de quatro trimestres seja suficiente para abranger os efeitos de uma mudança de preço, conforme citado anteriormente.

No caso em estudo, observando as estruturas das empresas concessionárias, onde o processo de faturamento e cobrança gira em torno de 45 dias da data de origem da chamada até a sua efetiva cobrança, via conta telefônica ou fatura, somado ao prazo descrito na Resolução 85 da Anatel que estabelece o prazo de uso e bloqueios totais (bloqueio por não cumprimento de pagamento) em 90dias, o uso de um lag de 5 a 6 meses deve absorver os movimentos das tarifas e os comportamentos do assinante.

70

Gráfico 9 – Assinantes – Centrais – Tarifação e Faturamento

Centrais Tarifação e Faturamento

Assinantes

Linhas Adicionais para Internet:

A demanda por linha de telefonia fixa pode sofrer com a expansão da utilização da internet, porém ainda não existem dados ou estudos disponíveis, especialmente no Brasil, que identifiquem com exatidão o número de linhas utilizadas exclusivamente para acesso à rede mundial. As tecnologias existentes possibilitam o uso do mesmo meio para acesso às linhas primárias e a dados, como mostra o exemplo a seguir:

ADSL:

É um serviço para acesso à Internet em velocidades que variam de 64 kbits até 2 Mbits. Utiliza um conceito bastante interessante, pois aproveita a linha do assinante, duplicando-a virtualmente com a utilização de modens apropriados, permitindo que trafegue ao mesmo tempo, na mesma linha, voz e dados. Em outras palavras, o usuário acessa a Internet por sua linha telefônica,

71

mas o telefone continua livre para fazer ou receber chamadas. O ADSL é um serviço oferecido para clientes individuais (assinantes comuns).

Déficit de Telefones para Domicílios Particulares:

Outro ponto que deve ser evidenciado é o aspecto numérico e descritivo em relação aos fenômenos demográficos, aqui trazido pelo déficit entre o número de domicílios particulares e o número de domicílios com telefone. Esta análise amplia o estudo, visando o completo entendimento e dimensionamento da demanda por telefonia fixa, e estabelece uma visão geral do processo distributivo dos serviços entre as regiões do Brasil.

Analisando os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD (IBGE), verifica-se o crescimento do número de domicílios particulares à taxa de 2,87% ao ano e do número de domicílios com telefones em torno de 16,68% ao ano, taxa essa impulsionada pelo processo de reestruturação do setor.

Gráfico 10 – Domicílio – com telefone

,9 ,5 50 3 6 ,8 4 4 1 0 ,0 4 , 7 6 3 40 3

27,4 30

4 3, 20 1 16,5

,3 ,8 7 10 6

- 1992 1993 1998 1999 2001

domicílio com telefone

72

Partindo da premissa de que os Serviços de Telecomunicações são considerados essenciais e básicos para a sociedade moderna, o coeficiente de déficit entre a quantidade de domicílios com telefone instalado versus o total deve ser um indicador rotineiro nas análises da demanda.

Os dados coletados junto à Telebrás possibilitam verificar a distribuição e a proporção de terminais instalados em relação às regiões, apontando a região Sudeste com a maior participação na planta de telefonia fixa no início do processo de expansão dos serviços de telecomunicação iniciado pela Telebrás. Gráfico 11 – Telefones Instalados – Telebrás 1972

telefones instalados - Telebrás 1972

Norte Urbana Centro_oeste Nordeste 4% 2% Sul 8% 12%

Sudeste 74%

Para o ano de 2001, utilizando dados da PNAD, verifica-se uma distribuição com participação menor da região Sudeste, devido ao crescimento da participação das regiões Norte, Nordeste e Centro- Oeste.

73

Gráfico 12 – Telefones Instalados – PNAD – 2001.

telefones instalados - PNAD 2001

Centro_oeste Norte Urbana Nordeste 7% 4% 16% Sul 18%

Sudeste 55%

Em relação ao déficit, a região Nordeste observa o maior índice:

Gráfico 13 – Déficit (%)

déficit %

Centro_oeste Norte Urbana 19% 22%

Sul 16% Nordeste 29% Sudeste 14%

74

Gráfico 14 – Déficit – quantidades terminais – 1 x 1000.

déficit - quantidade terminais - 1x 1000

1.346 1.057 2.665

7.725

6.246

Norte Urbana Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Gráfico 15 – Estimativa do número de crescimento dos anos de 2000 e 2003

100% Déficit 19,1 80% Total de 60% domicílios Domicílios 46,5 40% com telefone 27,4 20%

0% 1 x 106 ano domicílio telefones instalados déficit disponibilidade déficit efetivo 2001 46,5 27,4 19,1 10,4 8,7 2002(*) 47,8 28,8 19,0 10,4 8,6 2003(*) 49,2 28,9 20,3 10,6 9,7 (*) estimativa

75

Estimando o crescimento do número de domicílios para os anos de 2002 e 2003, e deduzindo a disponibilidade existente na planta (LI – LES), o déficit estaria em torno de 9,7 milhões de linha.

V. RESULTADOS E DISCUSSÃO: ELASTICIDADES

Os coeficientes de elasticidades permitem estimar o grau de sensibilidade da demanda por novas linhas ou terminais, como demonstrado anteriormente, e também verificamos a importância da inclusão de variáveis sócio-demográficas, para estabelecer um grau de importância em relação às tarifas. A metodologia econométrica pode ser definida como um conjunto de métodos ou práticas que definem o que é um bom modelo e como encontrá- lo.Uma classe muito importante na análise econométrica são os modelos dinâmicos que serão usados, de acordo com Gujarati (2000): estes modelos consideram explicitamente o comportamento de uma variável no decorrer do tempo, e se apresentam no seguinte formato:

Yt = β0Xt + β1 Xt-1 +...+ βmXt-m + δ1Yt-1 + δ2Yt-2 +...+ δmYt-m + ε t

Onde Y representa a variável, independente e X o conjunto das variáveis que ajudam a explicar o comportamento da variável Y, e o operador m indica a quantidade de defasagens empregadas no modelo. A forma funcional escolhida será a logarítmica, que permite o cálculo da elasticidade: Log (Q) = α + βlog(tarifas) + τlog(renda) +δ log(população)

76

Resultados2 :

Em relação ao modelo sócio-demográfico: Resultados do modelo que apresenta a estimativa para a demanda por chamadas locais, ou seja, quantidade de pulso consumido: 1o. Modelo: Elasticidades em relação às Tarifas e Variáveis sócio-demográficas Variável Elasticidade Desvio Padrão T-prob

População – 12 lag 13.006 (1.5792) 0.0000 Tarifa para as chamadas de -0.7597 (0.2060) 0.0008 Longa Distância Nacional– 6 lag

Renda – PIB mensal– 3 lag 0.21806 (0.0834) 0.0131 Tarifa para habilitação do 0.01309 (0.0442) 0.7688 acesso– 1 lag

Tarifa para o pulso– 2 lag 0.33401 (0.0706) 0.0000

Tarifa da assinatura– 8 lag -0.12707 (0.0515) 0.0188 R2= 0.980345

As variáveis População, Renda, Quantidade de Pulso apresentaram nível de significância dos valores acima de 99%, com exceção das Tarifas, que apresentaram significância abaixo de 99 %. Isso significa que as variáveis População e Renda têm influência sobre a demanda por linha telefônica de forma mais significativa que as tarifas.

2 Utilização – Empirical Econometric Modeling Using – Pc Give 9.0 – Lag length - OLS – Format test sumamary –ARCH, Normality, heteroscedasticity and Reset

77

2o. Modelo: Elasticidades em relação ao consumo de Pulsos:

Variável Elasticidade Desvio Padrão T-prob

Terminais em serviço – 3 lag 1.0741 (0.15954) 0.0000

Tarifa da assinatura– 6 lag -0.0453 (0.07327) 0.5397

Renda – PIB mensal– 8 lag 0.1845 (0.09738) 0.0660

Tarifa para o pulso– 1 lag -0.0382 (0.16964) 0.0014 R2= 0.92157

3o. Modelo: Elasticidades em relação ao consumo de Ligações de Longa Distância Nacional Variável Elasticidade Desvio Padrão T-prob

Tarifa da assinatura– 2 lag -0.03763 (0.08096) 0.6471 Tarifa para as chamadas de 0.45610 (0.41477) 0.2845 Longa Distância Nacional– 2 lag

Renda – PIB mensal– 2 lag -0.58248 (0.20714) 0.0108 R2= 0.397298

Os valores estimados das elasticidades demonstram, no primeiro modelo, que a demanda tem baixa dependência em relação à tarifa de habilitação.

Quanto ao resultado do segundo modelo cujo foco específico é a demanda por pulsos, conforme explicado anteriormente, equivalente à quantidade de chamadas locais, as elasticidades estimadas apresentaram

78

resultados, demonstrando influência da variação do preço do pulso na quantidade demandada por ligações locais. Tal resultado estabelece uma relação de coerência com a Teoria Econômica.

Observe-se que, elástica se e > 1, inelástica se e < 1 e elasticidade unitária se e = 1. Tabela 7 - Sinais dos coeficientes em relação às tarifas.

Referência Elasticidade-tarifa assinatura

Modelo -1 - 0,13 Modelo - 2 - 0,05 Modelo -3 - 0,03

Os resultados, considerando os sinais dos coeficientes em relação às tarifas, demonstram a relação com a Teoria Econômica, onde as variações preços e tarifas afetam a quantidade de linhas instaladas.

O resultado encontrado se aproxima dos resultados apresentados por Dineen e Abrar (1998) extremamente baixos, sendo –0.008.

COMPARAÇÃO COM OUTROS ESTUDOS

As elasticidades estimadas trazem, de alguma maneira, a idéia geral que os clientes não são muito sensíveis para tráfico local e sensíveis para nacional de longa distância. A elasticidade de demanda para tráfico local relacionado à tarifa de pulso foi de –0,038, enquanto os resultados para as chamadas de longa distância foram de 0,456.

79

Nos estudos apresentados, são calculadas elasticidades para o caso da Índia. No estudo de Pinaki e Srinivasan (1999) das chamadas locais na Índia é de –0,11 a –0,31, dependendo da região, e a elasticidade das chamadas de longa distância na Índia é de –1,37 a –3,70, dependendo da região. Deve- se observar também que, no caso das chamadas de longa distância, há um comportamento acima das médias verificadas em outros países. Então, neste caso, na comparação dos resultados, deve ser observada a relação com o tráfego local.

O estudo de Taylor apresenta as seguintes referências: 1. uma elasticidade de preço de cerca de -0.25 para residências que usam só a companhia local para as chamadas de intra-regiões; 2. uma ‘LEC’ – Local Exchange Carriers - estimam elasticidade de cerca de -0.55 e uma elasticidade-cruzada de cerca de 0.35 para usuários que usam múltiplas companhias para as chamadas de inter-região.

As diferenças fundamentais entre modelo adotado e os desenvolvidos pelos autores citados é que, em primeiro lugar, o objetivo é estimar um modelo que venha demonstrar a evolução da demanda por linhas ou terminais de acesso à telefonia fixa. Então, são usados dados considerando as variáveis que venham a explicar a demanda por acesso ou linhas.

80

VI. CONCLUSÃO

As altas taxas de demanda por linhas telefônicas, no período em análise, são reflexos do déficit gerado pelo embate entre os preços administrados e as altas taxas de inflação dos anos 80, gerando, por muitos anos, carências de investimentos.

Com o processo de privatização, a liberação dos preços até o patamar da inflação, e os pesados investimentos no setor, o atendimento à demanda voltou a apresentar a desenvoltura necessária. Porém, no final de 2002, observou-se uma certa fadiga no crescimento dos números de linha em serviços, as taxas observadas no período de 2000 a 2001 não se mantêm no ano de 2002. Este cenário decorre do fato de que a demanda por linhas de telefone pode sofrer com a interdependência das tarifas dos diversos serviços – chamadas locais, de longa distância e outras –, que vêm sofrendo inúmeras variações e incrementos ao longo dos últimos anos. Tendo em vista que o setor de telecomunicações vem sofrendo modificações concernentes à sua estrutura de mercado, e considerando, ainda, a ação do agente regulador – com o objetivo de estabelecer parâmetros, ora de competitividade, ora de controles –, os valores das elasticidades, preço e renda podem ser instrumentos de avaliação, tanto das empresas concessionárias para alcance do ponto de equilíbrio econômico-financeiro, como do próprio agente regulador na condução de políticas e estratégias do bem-estar da comunidade. Os resultados mostram que os aspectos demográficos estão presentes de forma mais expressiva que as tarifas, demonstrando que a política de price cap pode ser alternada com políticas de alocação de recursos, visando

81

planificar o atendimento à demanda por linhas de telefone, em especial atenção às camadas de baixa renda e, ainda, promover o desenvolvimento regional de forma equalizada.

As metodologias empregadas neste trabalho ainda devem evoluir, buscando compreender a complexidade dos mercados, criando modelos que considerem a segmentação das classes de clientes residenciais, corporativos, com a natureza da informação requerida, como idade, tamanho de cada mercado, teledensidade por localidade, considerando área urbana e rural, e a utilização da telefonia móvel. Em um ambiente de monopólio, a estimativa das elasticidades se baseia em quantificar a demanda e a renda, e as mudanças nos horários de uso e tarifas para as chamadas de longa distância e local. Com intensificação da competição, são requeridas elasticidades por grupos específicos de cliente e estimação de modelos por parte de mercado se tornar um assunto importante. Outro ponto que deve ser aprofundado, assim como os impactos no modelo, em relação às modificações da estrutura tarifária ocorrida diante do processo de privatização, buscando verificar quais os efetivos efeitos da nova matriz de tarifação em relação às elasticidades preço e renda. Estas observações devem ser provocações para novos estudos e pesquisa, dando continuidade ao refinamento do esforço apresentado neste trabalho.

82

VII. BIBLIOGRAFIA

Alencar, M. S., 1998, Telefonia Digital, São Paulo, Ed. Érica, 2a Edição.

Aldebert, M., Ivaldi, M. e Roucolle, C., 2000, Telecommunications demand and pricing structure: An econometric analysis.

Anatel, 1998, Plano Geral de Outorgas de Serviço de Telecomunicações Prestado no Regime Público, Brasília.

Anatel, 2000, Serviço Telefônico Fixo Comutado - Reajuste de Tarifas, Brasília.

Anatel, Ato nº 9.444, de 19 de junho de 2000.

Anatel, Ato nº 17.149, de 21 de junho de 2001.

Andrade, T. A. e Lobão, W.J.A., 1996, Tarifação Social no Consumo Residencial de Água, Economia Aplicada 1, 59-80.

Arteiro, H. L., 1987, A Demanda de Serviço de Telex Nacional: Um Estudo Econométrico, Revista de Econometria 1, 57-81.

Blanchfield, W. C. e Oser, J., 1983, História do Pensamento Econômico, São Paulo, Ed. Atlas, 1a Edição.

Breslaw, J. e Pizante, G., 1989/90, Lag Structure in Telecommunications Demand Analysis, Information Economics and Policy 4, 325-345.

83

Burton, E., Eisner, J.J. e Zolnierek, J., 2001, An Empirical Examination of Entry Patterns in Local Telephone Markets, Journal of Regulatory Economics 19, 143-159.

Carrera-Fernandez, J., 1996, A Nova Política Nacional de Recursos Hídricos e a Regulação dos Setores de Águas e Energia Elétrica, Economia Aplicada 1, 133-161.

Chiang, A. C., 1982, Matemática para Economistas, São Paulo, Ed. Mcgraw-Hill do Brasil, 2a Edição.

Chung, C.F., 2001, Modeling demand systems with demographic effects based on the modifying function approach, Economics Letters 73, 269-274.

Cysne, R. P. e Moreira, H. A., 1997, Curso de Matemática para Economistas, São Paulo, Editora Atlas, 1a Edição.

Dodd, A. Z., 2000, O Guia Essencial para Telecomunicações, Rio de Janeiro, Ed. Campus, 2a Edição.

Donald, S. e Sappington, D., 1997, Choosing Among Regulatory Options in the United States Telecommunications Industry, Journal of Regulatory Economics 12, 227-243.

Duffy-Deno, K.T., 2001, Demand for additional telephone lines: an empirical note, Information Economics and Policy 13, 283-299.

Ferguson, C. E., 1989, Microeconomia, Rio de Janeiro, Ed. Forense-Universitária, 12a Edição.

84

Gatto, J., Kelejian, H. e Stephan, S., 1990, A random coefficient qualitative choice model of telecommunications demand, Economics Letters 35, 45-50.

Goel, R.K., 2000, Price-cap regulation and uncertain technical change, Applied Economics Letters 7, 739-742.

Gujarati, D. N., 2000, Econometria Básica, São Paulo, Makron Books, 3a Edição.

Johnston, J., 1977, Métodos Econométricos, São Paulo, Ed. Atlas, 1a Edição.

Kang, J. e Weisman, D. L., 1999, Do consumers benefit from tighter price cap regulation, Economics Letters 113-119.

Lang, H. e Lundgren, S., 1991, Price elasticities for residential demand for telephone calling time, Economics Letters 35, 85-88.

Matos, O. C., 1997, Econometria Básica – Teoria e Aplicações, São Paulo, Ed. Atlas, 2a Edição.

Pinaki, D. e Srinivasan, P.V., 1999, Demand for telephone usage in India, Information Economics and Policy 11, 177-194.

Pindyck, R. S. e Rubinfeld, D. L., 2002, Microeconomia, São Paulo, Ed. Prentice Hall, 5a Edição.

Prieger, J.E., 2002, A model for regulated product innovation and introduction with application to telecommunications, Applied Economics Letters 9, 625-629.

Resende, M. e Façanha, L.O., 2002, Privatization and efficiency in Brazilian telecommunications: an empirical study, Applied Economics Letters 9, 823- 826.

85

Röller, L.H. e Waverman, L., 2001, Telecommunications Infrastructure and Economic Development: A Simultaneous Approach, The American Economic Review, vol. 91, no. 4.

Ros, A.J., 1999, Does Ownership or Competition Matter? The Effects of Reform on Network Expansion and Efficiency, Journal of Regulatory Economics 15, 65-92.

Roycroft, T.R., 1998, A Dynamic Model of Incumbent LEC Response to Entry Under the Terms of de Telecommunication Act of 1996, Journal of Regulatory Economics 14, 211-227.

Salvatore, D., 1996, Microeconomia, São Paulo, Makron Books, 3a Edição.

Uri, N.D., 2001, Measuring the Impact of Price Caps on Productive Efficiency in Telecommunications in the United States, The Engineering Economist, vol. 46, no. 2, 81-113.

Vinhaes, E. e Santana, E., 1996, Mercados Contestáveis e Competição no Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro, Economia Aplicada 1, 53-68.

Ware, H., 1998, Competition and Diversification Trends in Telecommunications: Regulatory, Technological and Market Pressures, Journal of Regulatory Economics 13, 59-94.

Whipkey, K. L. e Whipkey, M. N.,1982, Cálculo e suas múltiplas aplicações, Rio de Janeiro, Ed. Campus, 3a Edição.

86

Apêndice – Gráficos das variáveis e base de dados

87

REF les renda us$ pop T.hab T.ass T.pulso T.ldn jul-98 17.365 68.498 164.575 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 ago-98 17.597 69.023 164.760 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 set-98 17.845 68.580 164.945 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 out-98 18.190 67.748 165.130 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 nov-98 18.456 65.932 165.316 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 dez-98 18.789 61.690 165.688 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 jan-99 19.104 41.003 165.688 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 fev-99 19.376 40.283 165.872 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 mar-99 19.638 44.558 166.056 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 abr-99 19.918 44.691 166.240 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 mai-99 20.125 45.025 166.425 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 jun-99 20.509 45.251 166.610 R$ 50,00 R$ 10,00 R$ 0,06 R$ 0,18 jul-99 20.762 45.394 166.795 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 ago-99 21.098 46.700 166.980 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 set-99 21.412 46.738 167.166 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 out-99 21.805 46.625 167.351 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 nov-99 22.536 46.140 167.537 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 dez-99 23.552 44.148 167.910 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 jan/00 22.500 45.238 167.910 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 fev/00 23.023 47.065 168.095 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 mar/00 23.588 49.951 168.280 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 abr/00 23.965 48.712 168.465 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 mai/00 24.358 50.995 168.651 R$ 54,67 R$ 11,77 R$ 0,06 R$ 0,19 jun/00 24.749 51.464 168.837 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 jul/00 25.232 51.424 169.023 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 ago/00 25.719 52.665 169.209 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 set/00 26.183 51.447 169.395 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 out/00 26.756 52.467 169.582 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 nov/00 27.352 51.535 169.769 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 dez/00 29.861 49.244 170.143 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 jan/01 30.490 40.167 170.143 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 fev/01 31.101 40.398 170.329 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 mar/01 31.656 43.390 170.515 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 abr/01 32.290 43.059 170.701 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 mai/01 32.989 44.485 170.887 R$ 45,93 R$ 14,03 R$ 0,07 R$ 0,18 jun/01 33.749 41.453 171.074 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 jul/01 34.344 43.194 171.261 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 ago/01 34.985 44.324 171.448 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 set/01 35.616 43.056 171.635 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 out/01 35.759 43.489 171.822 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 nov/01 35.905 42.984 172.010 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 dez/01 36.069 40.360 172.386 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 jan/02 36.147 35.244 172.386 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 fev/02 36.176 35.334 172.572 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 mar/02 36.235 37.929 172.758 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 abr/02 36.297 38.161 172.945 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 mai/02 36.321 38.701 173.132 R$ 65,41 R$ 23,21 R$ 0,09 R$ 0,18 jun/02 36.397 37.785 173.319 R$ 54,82 R$ 26,79 R$ 0,10 R$ 0,20 jul/02 36.526 38.958 173.506 R$ 54,82 R$ 26,79 R$ 0,10 R$ 0,20 ago/02 36.671 39.624 173.693 R$ 54,82 R$ 26,79 R$ 0,10 R$ 0,20 set/02 36.903 39.086 173.881 R$ 54,82 R$ 26,79 R$ 0,10 R$ 0,20 out/02 37.001 39.697 174.068 R$ 54,82 R$ 26,79 R$ 0,10 R$ 0,20 nov/02 37.092 38.855 174.256 R$ 54,82 R$ 26,79 R$ 0,10 R$ 0,20 dez/02 37.112 36.829 174.633 R$ 54,82 R$ 26,79 R$ 0,10 R$ 0,20

88

les renda us$

40.000 80.000 35.000 70.000 30.000 60.000 25.000 50.000 20.000 40.000 15.000 30.000 10.000 20.000 5.000 10.000 - - jul-98 jul-99 jul-00 jul-01 jul-02 jul-98 jul-99 jul-00 jul-01 jul-02 jan-99 jan-00 jan-01 jan-02 out-98 abr-99 out-99 abr-00 out-00 abr-01 out-01 abr-02 out-02 jan-99 jan-00 jan-01 jan-02 out-98 abr-99 out-99 abr-00 out-00 abr-01 out-01 abr-02 out-02

pop T.hab

176.000 174.000 R$ 70,00 172.000 R$ 60,00 170.000 R$ 50,00 168.000 R$ 40,00 166.000 R$ 30,00 164.000 R$ 20,00 162.000 R$ 10,00 160.000 158.000 R$ - jul-98 jul-99 jul-00 jul-01 jul-02 jan-99 jan-00 jan-01 jan-02 jul-98 jul-99 jul-00 jul-01 jul-02 out-98 abr-99 out-99 abr-00 out-00 abr-01 out-01 abr-02 out-02 jan-99 jan-00 jan-01 jan-02 out-98 abr-99 out-99 abr-00 out-00 abr-01 out-01 abr-02 out-02

T.ass T.pulso

R$ 30,00 R$ 0,12

R$ 25,00 R$ 0,10

R$ 20,00 R$ 0,08

R$ 15,00 R$ 0,06

R$ 10,00 R$ 0,04

R$ 5,00 R$ 0,02

R$ - R$ - jul-98 jul-99 jul-00 jul-01 jul-02 jul-98 jul-99 jul-00 jul-01 jul-02 jan-99 jan-00 jan-01 jan-02 jan-99 jan-00 jan-01 jan-02 out-98 abr-99 out-99 abr-00 out-00 abr-01 out-01 abr-02 out-02 out-98 abr-99 out-99 abr-00 out-00 abr-01 out-01 abr-02 out-02

T.ldn

R$ 0,21 R$ 0,20 R$ 0,20 R$ 0,19 R$ 0,19 R$ 0,18 R$ 0,18 R$ 0,17 jul-98 jul-99 jul-00 jul-01 jul-02 jan-99 jan-00 jan-01 jan-02 out-98 abr-99 out-99 abr-00 out-00 abr-01 out-01 abr-02 out-02

89