CÂMARA DOS DEPUTADOS

INDICAÇÃO N.º 314, DE 2020 (Do Sr. Sanderson)

Sugere sejam adotadas medidas emergenciais para conter os impactos socioeconômicos da estiagem que atingiu a agricultura do estado do Rio Grande do Sul.

DESPACHO: PUBLIQUE-SE. ENCAMINHE-SE.

PUBLICAÇÃO INICIAL Art. 137, caput - RICD

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Excelentíssimo Ministro da Economia, Senhor Paulo Guedes,

Cumprimentando-o cordialmente, sirvo-me da presente INDICAÇÃO para sugerir a Vossa Excelência sejam adotadas medidas emergenciais para conter os impactos socioeconômicos da estiagem que atingiu a agricultura do estado do Rio Grande do Sul. A falta de chuva nos últimos meses vem afetando significativamente a agricultura do estado do Rio Grande do Sul e fazendo crescer a lista dos municípios prejudicados pela estiagem. De acordo com boletim da Defesa Civil, divulgado no dia 16/03/2020, 50 cidades gaúchas já teriam tido a decretação de emergência reconhecida pelo Governo Federal; 28 municípios estariam com a situação em andamento no governo federal e; 162 cidades estariam aguardando a análise do governo do Estado. Essas localidades, em conjunto, contabilizam danos como, por exemplo, perdas nas lavouras e dificuldades para o abastecimento de água à população. As últimas cidades que tiveram o reconhecimento do decreto pelo governo federal foram Alegrete, Camargo, Canguçu, Gentil, Guabiju, Herval, Pantano Grande, Restinga Seca, Santa Margarida do Sul, São Pedro do Sul, Sinimbu, Tio Hugo, Toropi e Venâncio Aires. A diminuição da precipitação está afetando a produção de milho e leite em diversas regiões do Rio Grande do Sul. De acordo com o Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, do Estado, o prejuízo causado pela estiagem observado neste ano é superior aos anteriores. Segundo o Secretário em exercício de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, dos 61 municípios responsáveis pela maior produção de milho no Estado, 56 apresentaram precipitação até 43% mais baixa. Entre os municípios mais afetados, de acordo com o secretário, estão Ijuí, Não-Me-Toque, Passo Fundo, Vale do Rio Pardo, Planalto e Pelotas, mostrando que o impacto envolve diferentes regiões gaúchas. O prefeito de Venâncio Aires, por exemplo, anunciou em nota que “a estiagem já causa danos e prejuízos aos produtores rurais de mais de R$ 40 milhões em Venâncio Aires e as perdas quantificadas são consideradas irreversíveis e abrangem mais de 1,5 mil famílias”. Ora, não se desconhece o fato de que o Brasil vive sob a égide de pandemia internacional ocasionada pela infecção humana pelo coronavírus SARS- CoV-2 (COVID-19), com impactos que transcendem a saúde pública e afetam a economia como um todo. Ocorre que ninguém melhor que V. Exª sabe que a agricultura é uma das principais fontes de renda do Brasil. Somente em 2013, a atividade agrícola representou cerca de 22,8% do Produto Interno Bruto do País. Não por outro motivo que o Brasil é considerado um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Entre 1975

Coordenação de Comissões Permanentes - DECOM - P_6748 CONFERE COM O ORIGINAL AUTENTICADO INC 314/2020 3 e 2015, a taxa média de crescimento agropecuária foi de 3,58%, uma média de 4,08% ao ano, se considerarmos apenas o século XXI. Neste aspecto, merece destaque a importância do Rio Grande do Sul para a oferta nacional de alimentos, que já é historicamente reconhecida mundialmente. Isso porque o Estado ocupa posição estratégica para a oferta nacional de diversos produtos agrícolas (arroz, trigo, aveia) e está entre os principais exportadores de fumo, soja e arroz, estando a agricultura presente em praticamente todas as regiões do território gaúcho. Tais fatos, em conjunto, demandam uma atuação emergencial do Governo Federal no estado do Rio Grande Sul, sobretudo no que tange à prorrogação do financiamento bancários para os agricultores e à desburocratização de vistorias relativas às perdas nas lavouras. É nesse contexto que, diante da relevância da temática, solicito a Vossa Excelência sejam adotadas medidas emergenciais para conter os impactos socioeconômicos da estiagem que atingiu a agricultura no estado do Rio Grande do Sul. Certo de poder contar com sua fundamental sensibilidade e colaboração, reitero protestos de distinta consideração aos trabalhos desenvolvidos por V. Exª à frente do Ministério da Economia, mormente aqueles relacionados desenvolvimento socioeconômico do país.

Brasília (DF), em de abril de 2020.

Ubiratan SANDERSON

Deputado Federal (PSL/RS)

FIM DO DOCUMENTO

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