DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) DF E ENTORNO

DIAGNÓSTICO ANALÍTICO

Brasília, maio de 2019

FIGURAS

Figura 1 - Municípios e Distrito Federal integrantes da RIDE-DF e Entorno ...... Figura 2 – Uso e ocupação nos Municípios e Distrito Federal integrantes da RIDE-DF e Entorno ...... Figura 3: Estimativa de Geração de Resíduos Sólidos em 2015 (per capita do SNIS) ...... Figura 4: Aterros Sanitários Licenciados Ambientalmente ......

TABELAS

Tabela 1 - Configurações dos Sistemas de Abastecimento de Água (Manancial e Tratamento) na RIDE- DF e Entorno ......

Tabela 2 - Capacidade dos Sistemas de Produção e das Unidades de Tratamento ......

Tabela 3 - Sistemas de Abastecimento de Água Identificados em Distritos e Povoados Rurais ......

Tabela 4 - Dados Compilados do SNIS/2013 sobre os Sistemas de Abastecimento de Água na RIDE- DF e Entorno ......

Tabela 5 - Dados Operacionais da SANEAGO para Sistemas de Abastecimento de Água (Maio/2015) .

Tabela 6 - Sistemas de Esgotamento Sanitário na RIDE-DF e Entorno ......

Tabela 7 - Dados Compilados do SNIS/2013 sobre os Sistemas de Esgotamento Sanitário na RIDE-DF e Entorno ......

Tabela 8 - Dados Operacionais da SANEAGO para Sistemas de Esgotamento Sanitário (Maio/2015) ...

Tabela 9 - Manejo de Drenagem Urbana na RIDE-DF e Entorno ......

Tabela 10 - Características Gerais do Manejo de Resíduos Sólidos na RIDE-DF e Entorno ......

Tabela 11 - Estimativa de Resíduos Sólidos Urbanos nas Cidades da RIDE-DF e Entorno para Ano 2015 ......

DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) DF E ENTORNO

Pág. 1. APRESENTAÇÃO ...... 1 2. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 4 2.1 Gestão dos Serviços ...... 4 2.2 Situação Atual ...... 4 2.3 Dados Operacionais ...... 10 2.4 Questões Intermunicipais e Federativas...... 14 3. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 15 3.1 Gestão dos Serviços ...... 15 3.2 Situação Atual ...... 15 3.3 Dados Operacionais ...... 17 3.3 Questões Intermunicipais e Federativas...... 19 4. MANEJO DE DRENAGEM URBANA ...... 20 4.1 Gestão dos Serviços ...... 20 4.2 Situação Atual ...... 20 4.3 Questões Intermunicipais e Federativas...... 22 5. MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 23 5.1 Gestão dos Serviços ...... 23 5.2 Situação Atual ...... 23 5.3 Questões Intermunicipais e Federativas...... 26 5.4 Caracterização dos Resíduos Sólidos ...... 26 5.4.1 Resíduos Sólidos Urbanos ...... 27 5.4.2 Resíduos Sólidos Rurais ...... 28

ii

1. APRESENTAÇÃO O objetivo geral deste Estudo é apresentar proposta para elaboração do diagnóstico do saneamento básico das denominadas RIDE’s (Regiões Integradas de Desenvolvimento do Brasil), RIDE DF e Entorno, RIDE Polo Grande Teresina/PI, e RIDE Polo Petrolina/PE e Juazeiro/BA, incorporando diagnóstico dos entes federados que as compõem. Esse Diagnóstico será composto de 3 (três) partes, para cada uma das RIDE´s: • ‘Diagnóstico Analítico’ (técnico, social, econômico e institucional) da situação do saneamento básico nas RIDE’S e nos entes federados que fazem parte de sua composição, com base em dados secundários, estudos disponíveis, indicadores e, quando necessário, dados primários; • Visão Estratégica’ com a identificação das condições a serem enfrentados e a formulação de prognósticos para a política pública e os serviços públicos de saneamento básico para os próximos 20 (vinte) anos; • Plano Regional de Saneamento Básico’ das RIDE’s, contendo, também, os elementos necessários para que cada município, segundo sua decisão individual, elabore seu Plano Municipal. O presente documento enfoca somente a RIDE DF e Entorno, que foi criada pela Lei Complementar n.º 94, de 19 de fevereiro de 1998 e regulamentada pelo Decreto n.º 2.710, de 4 de agosto de 1998, alterado pelo Decreto n.º 3.445, de 4 de maio de 2000 e pelo Decreto n.º 7.469, de 04 de maio de 2011. A RIDE é constituída pelo Distrito Federal, pelos municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas, Alexânia, , Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, , Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, , , Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso e Vila Boa, no Estado de Goiás, e Unaí e Buritis, no Estado de Minas Gerais. Os territórios dos municípios que compõem a RIDE e o do DF ocupam uma região de 55.435 km². Segundo o Censo 2010 do IBGE, a população da RIDE era de, aproximadamente, 3,7 milhões de habitantes. A Figura 1 ilustra os municípios e o Distrito Federal, integrantes da RIDE-DF e Entorno.

1

Figura 5 - Municípios e Distrito Federal integrantes da RIDE-DF e Entorno

O presente texto constitui, em realidade, uma primeira etapa do Diagnóstico Analítico. Apresentam-se, aqui, as primeiras avaliações sobre a situação do saneamento básico na RIDE. Os sistemas de infraestrutura existentes referem-se ao abastecimento de água potável e esgotamento sanitário e ao manejo de drenagem urbana e de resíduos sólidos. O objetivo é, no contexto de um processo participativo, dispor de um documento de discussão com os atores locais, com vistas a aperfeiçoar o diagnóstico em níveis municipal e regional. Trabalhou-se, essencialmente, com dados secundários e com dados, informações e impressões obtidas à ocasião de visitas ao campo, em duas rodadas de ida ao campo por parte dos participantes do Estudo. Somente o município de Cocalzinho de Goiás apresenta um Plano Municipal de Saneamento Básico aprovado pelo legislativo local. A Figura 2 apresenta o uso e a ocupação do solo da RIDE DF e Entorno, com imagem de 2014, com destaque para as águas urbanas e conurbadas.

2

Figura 6 – Uso e ocupação nos Municípios e Distrito Federal integrantes da RIDE-DF e Entorno

3

2. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 2.1 Gestão dos Serviços Com relação a prestadores do serviço de abastecimento de água nos municípios da RIDE-DF e Entorno, há duas categorias: empresa regional e autarquia municipal. As empresas regionais são:  SANEAGO (Saneamento de Goiás S.A.), que atende os municípios goianos de Água Fria de Goiás, Águas Lindas, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso e Vila Boa;  CAESB (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal), que atende o Distrito Federal; e  COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), que atende o município mineiro de Buritis. De acordo com os dados do poder concedente municipal, os contratos de concessão da SANEAGO estão vencidos nos municípios goianos de Água Fria e Santo Antônio do Descoberto. As autarquias municipais estão presentes nos municípios goianos de Abadiânia e Corumbá de Goiás e nos municípios de Cabeceira Grande e Unaí.

2.2 Situação Atual Quanto ao manancial e ao tipo de tratamento para a água, os sistemas de abastecimento de água implantados na RIDE possuem três configurações típicas nas sedes municipais, sendo:  Captação em manancial superficial, com tratamento da água em estação de tratamento convencional ou por filtração direta;  Utilização de manancial subterrâneo, por meio de poços tubulares profundos (PTP’s), com tratamento simplificado da água em Unidades de Tratamento Simplificado – UTS (desinfecção e fluoretação);  Uso misto de captação superficial e reforço de manancial subterrâneo. A Tabela 1 apresenta as configurações de sistemas de abastecimento de água nas sedes municipais.

4

Tabela 12 - Configurações dos Sistemas de Abastecimento de Água (Manancial e Tratamento) na RIDE-DF e Entorno Município Manancial Tratamento 1 Abadiânia/GO Superficial: captação no cór. Varginha ETA Convencional 2 Alexânia/GO Superficial: 2 captações no cór. Cachoeirinha ETA Convencional 3 Corumbá de GO Superficial: 2 captações no cór. Bagagem ETA Convencional 4 Novo Gama/GO Superficial: captação rib. Santa Maria ETA Convencional 5 Padre Bernardo/GO Superficial: captação rib. Angicos ETA Convencional Superficial: captações no dreno Frota, cór. 6 Pirenópolis/GO Cloração para Frota e ETA Filtração Direta para demais Barriguda (Andorinhas) e rio das Almas 7 Água Fria/GO Poços tubulares profundos (PTP’s) Cloração 8 Águas Lindas/GO Poços tubulares profundos (PTP’s) Cloração 9 Cabeceiras/GO Poços tubulares profundos (PTP’s) Cloração 10 Cocalzinho/GO Poços tubulares profundos (PTP’s) Cloração e Fluoretação 11 Mimoso/GO Poços tubulares profundos (PTP’s) Cloração e Fluoretação 12 Vila Boa/GO Poços tubulares profundos (PTP’s) Cloração e Fluoretação 13 Cidade Ocidental/GO Superficial no rib. Saia Velha e PTP’s ETA Convencional para superficial e Cloração para PTP’s 14 Cristalina/GO Superficial no cór. Embira e PTP’s ETA Filtração Direta para superficial e Cloração para PTP’s 15 Formosa/GO Superficial no cór. Bandeirinha e PTP’s ETA Convencional para superficial e Cloração para PTP’s 16 Luziânia/GO Superficial no cór. Palmital e PTP’s ETA Convencional para superficial e Cloração para PTP’s 17 Planaltina/GO Superficial no rio Maranhão e PTP’s ETA Convencional para superficial e Cloração para PTP’s 18 Sº Antônio Descoberto/GO Superficial no rio Descoberto e PTP’s ETA Convencional para superficial e Cloração para PTP’s 19 Valparaíso/GO Superficial no rib. Saia Velha e PTP’s ETA Convencional para superficial e ETA Filtração Direta para PTP’s 20 Distrito Federal Superficial em várias captações e PTP’s ETA’s Convencionais para superficial e Cloração e Fluoretação para PTP’s 21 Buritis/MG Superficial no rio Urucuia e PTP’s ETA Convencional para superficial e Cloração para PTP’s Superficial nos cór. Cabeceira Grande e 22 Cabeceira Grande/MG ETA Convencional para superficial e Cloração para PTP’s Palmital (distrito) e PTP’s 23 Unaí/MG Superficial no rio Preto e PTP’s ETA Convencional para superficial e Cloração e Fluoretação para PTP’s

5

Mediante consulta à Tabela, verifica-se que há somente 6 (seis) municípios com captação superficial (26%) exclusiva, 6 (seis) municípios com utilização de manancial subterrâneo (26%) e 11 municípios (incluindo o Distrito Federal), com uso de mananciais superficial e subterrâneo (48%). É importante esclarecer que, apesar de o município goiano de Novo Gama possuir somente captação superficial no ribeirão Santa Maria, a distribuição de água possui reforço de aproximadamente 60 L/s provenientes do sistema da CAESB. Excetuando Águas Lindas de Goiás, os sistemas com utilização somente de manancial subterrâneo caracterizam municípios com população total inferior a 20.000 habitantes (ano 2015). De todos os mananciais utilizados para abastecimento de água na região, foram disponibilizados somente as Licenças Ambientais de Instalação nas captações de Formosa e Pirenópolis, pela SANEAGO. Em nenhum local, foi apresentada outorga de direito de uso da água captada. Somente no Distrito Federal, foram identificadas áreas de preservação de mananciais superficiais, com objetivo de garantir a qualidade das águas captadas. Nos demais sistemas, há presença de agricultura e pecuária nas áreas a montante das captações, implicando em elevações rápidas e acentuadas da turbidez da água bruta e riscos de contaminação por agrotóxicos. A Tabela 2 apresenta os dados de capacidades dos sistemas de produção de água (captações e bombeamentos de água bruta) e das unidades de tratamento, dados esses obtidos em visitas de campo.

6

Tabela 13 - Capacidade dos Sistemas de Produção e das Unidades de Tratamento

Capacidade Capacidade Item Município Manancial Tratamento (L/s ou m3/h) (L/s) 1 Abadiânia/GO Superficial - cór. Varginha 26 L/s ETA Convencional 27 2 Água Fria/GO 2 PTP's 30 m3/h Hidrogerox - 3 Águas Lindas/GO 220 PTP's e 112 operando ? Cloração em parte ? 4 Alexânia/GO 2 captações cór Cachoeirinha ? ETA Convencional 20 5 Cabeceiras/GO 3 PTP's 75 m3/h Hidrogerox ? Superficial - rib. Saia Velha 120 L/s ETA Convencional 6 Cidade Ocidental/GO ? Reforço de 4 PTP's 30 m3/h Cloração 7 Cocalzinho/GO 4 PTP's 82 m3/h UTS 42 8 Corumbá/GO Superficial - rio Bagagem 27 L/s ETA Convencional Superficial - Cór. Embira Reforço 52 L/s 9 Cristalina/GO ETA Filtração Direta 77 de 9 PTP's 54 m3/h Superficial - cór. Bandeirinha 175 L/s ETA Convencional 80 10 Formosa/GO Sistemas independentes por PTP's Sem dados Cloração Sem dados Superficial - cór. Palmital 100 L/s 11 Luziânia/GO ETA Convencional 66 27 Sistemas independentes por PTP's Sem dados 12 Mimoso/GO 1 PTP 17 m3/h Hidrogerox ?

13 Novo Gama/GO Superficial - rib. Santa Maria 110 L/s ETA Convencional 110

14 Padre Bernardo/GO Superficial - rib. Angicos 45 L/s ETA Convencional 45

Dreno no cór. Frota 9 L/s Cloração 9 15 Pirenópolis/GO Superficial Barriguda (Andorinhas) + 25 L/s + 72 L/s ETA Filtração Direta 60 Superficial rio das Almas Superficial - rio Maranhão 170 L/s ETA Convencional 140 16 Planaltina/GO 3 PTP's ? Hidrogerox ?

17 Sº Antônio do Desc./GO Superficial - rio Descoberto 150 L/s ETA Convencional 80

Superficial - rib. Saia Velha 105 L/s ETA Convencional 18 Valparaíso/GO ? 54 PTP's ? ETA Filtração Direta 19 Vila Boa/GO 2 PTP's 56 m3/h Hidrogerox ?

Sistema Descoberto: superf + PTP's 4585 L/s Sistema Santa Maria/Torto: superf + PTP's 2161 Sistema Brazlândia: superf + PTP's ETA convencionais 20 Distrito Federal 119 ? Sistema São Sebastião: PTP's + UTS's 212 Sistema Sobradinho/Planaltina: superf + 721 PTP's

Superficial - rio Urucuia 52 L/s ETA Convencional 54 21 Buritis/MG 9 PTP's 250 m3/h Cloração ? Sede: superficial - cór. Cabeceira Grande 12 L/s ETA Convencional 10 22 Cabeceira Grande/MG Reforço de PTP Sem dados Cloração Sem dados

Superficial - rio Preto 250 L/s ETA Convencional 200 23 Unaí/MG Reforço de PTP's Sem dados Cloração e Fluor Sem dados

7

Em todos os municípios da RIDE-DF, os sistemas de produção de água (captação, bombeamento de água bruta e unidades de tratamento) estão saturados ou próximos dos limites máximos de produção, devendo ser objeto de análises de ampliações. Para os municípios, com uso misto de mananciais superficiais e subterrâneos, observou-se que o sistema original, por captação superficial, era reforçado por PTP’s, tendo em vista o aumento da demanda por água. Destaca-se a situação dos municípios goianos de Águas Lindas, Valparaíso e Luziânia, com uma expressiva quantidade de PTP’s. É precária a situação da cidade de Águas Lindas, com 220 poços existentes e 112 em operação. Nesse caso, há a dúvida se existe interferência da operação de poços presentes na bacia hidrográfica do Alto Descoberto com o desempenho da barragem de acumulação do Descoberto da CAESB. As ETA’s convencionais e por filtração direta são sempre operadas por dispositivos manuais, como registros de entrada e saída de água de lavagem, exceção feita a ETA´s operadas pela CAESB. Outro aspecto observado nas ETA’s convencionais e por filtração direta é a ausência de preocupação quanto ao destino das águas de lavagem de decantadores e filtros, que seguem para redes de drenagem urbana ou lançadas diretamente em cursos d’água. A prática da recirculação das águas de lavagem só foi observada em ETA’s do Distrito Federal. À ocasião de visitas às ETA’s, técnicos operadores de algumas dessas unidades relataram que as Estações precisavam ser paralisadas temporariamente, em períodos de intensas chuvas, devido à turbidez elevada da água bruta. É o caso dos municípios de Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Pirenópolis. Em vários PTP’s, a exemplo de Valparaíso e de Unaí, foram detectadas águas subterrâneas com presença de altos teores de Ferro e Manganês, exigindo o tratamento prévio da água antes da desinfecção e da distribuição. Em conversas com a técnica responsável pela ETA de Unaí, foi relatada a presença de algas nas águas captadas do rio Preto. Segundo essa técnica, tal problema foi detectado somente após a construção da barragem da UHE Queimados e altera a dinâmica do tratamento da água na ETA no período final de estiagem (meses de agosto a outubro). Nas localidades onde há o uso de PTP’s, existe a preocupação sistemática por desinfecção da água, antes de sua distribuição. Contudo, não é uma prática comum a aplicação de flúor. Nos municípios de Água Fria e Mimoso de Goiás, com utilização de manancial subterrâneo, a população local reclamou da presença de dureza na água. Em Vila Boa, também por PTP, a população indicou o desconforto com gosto na água distribuída. Com relação ás unidades de distribuição da água potável (estações de bombeamento de água tratada, adutoras de água tratada, reservação e rede de distribuição), não foram obtidas informações técnicas sobre a capacidade de conjuntos moto-bombas, volume acumulado total de reservatórios e zonas de pressão de redes. Pôde-se inferir, no entanto, que, em muitos casos, há carência de volume de reservação e de zoneamento de pressão de redes de distribuição, com registros de manobras e de descargas. Destacam-se os sistemas goianos de Novo Gama e Planaltina, que são municípios cujas sedes se encontram em terras com declividades acentuadas. Em Novo Gama, o sistema possui 27 Válvulas Redutoras de Pressão (VRP’s) e, em Planaltina, há 10 estações de bombeamento de água tratada. Essa situação implica em manutenção frequente dessas unidades, com custos mais elevados de operação, quando comparados a aglomerados urbanos localizados em áreas de topografia mais suave. Especificamente com relação à natureza da rede de distribuição, destaca-se Padre Bernardo, com presença de tubulações antigas de amianto, no centro da cidade, que devem ser substituídas por PVC. Um fato destacou-se nas visitas técnicas aos municípios: a existência de diversos distritos e povoados urbanos e rurais com sistemas deficientes de PTP’s, ou mesmo sem qualquer sistema de abastecimento de água potável. A Tabela 3 apresenta os dados obtidos em campo.

8

Tabela 14 - Sistemas de Abastecimento de Água Identificados em Distritos e Povoados Rurais

Município Distritos e Povoados Abadiânia/GO Sem dados Água Fria/GO Mato Seco com PTP

Águas Lindas/GO Sem dados Alexânia/GO Olhos D'Água com 2 PTP's Cabeceiras/GO Lagoa (Saneago) e demais pela Prefeitura por PTP's

Cidade Ocidental/GO PTP's em: Dom Bosco, Mesquita, Jardim Edite, ABC e Estrela Dalva

Cocalzinho/GO Girassol e Edilândia pela Saneago. Assentamentos rurais sem sistemas Corumbá/GO Poços confinados em Morrinhos e Aparecida de Loiola

Cristalina/GO Distrito Campo Limpo (Marajó) sem sistema de abastecimento água

Formosa/GO Sem dados

Luziânia/GO Sem dados Mimoso/GO Sem dados

Novo Gama/GO Sem dados

PTP's com tratamento em: Taboquinha, Mariápolis e Vendinha. PTP's sem Padre Bernardo/GO tratamento em: Trajanópolis e Vale das Macieiras. Captação superficial e PTP em Monte Alto. Sem sistema em Entre Rios

Pirenópolis/GO Sem dados

Planaltina/GO Sem dados

Sº Antônio do Desc./GO Sem dados

Valparaíso/GO Sem dados

Vila Boa/GO Sem dados

Distrito Federal Sistemas independentes por PTP's

Distritos e aproximadamente 30 assentamentos rurais com sistemas por PTP's e Buritis/MG captações superficiais SEM tratamento

Cabeceira Grande/MG Palmital com captação superficial e ETA convencional

Unaí/MG Sem dados

9

2.3 Dados Operacionais Os dados operacionais dos sistemas de abastecimento de água foram obtidos a partir das informações do SNIS/2013 e dos relatórios operacionais dos sistemas da SANEAGO, datados de maio de 2015. As Tabelas 4 e 5 apresentam os dados compilados a partir das informações disponíveis no SNIS/2013 e dos relatórios operacionais da SANEAGO/2015, respectivamente.

10

Tabela 15 - Dados Compilados do SNIS/2013 sobre os Sistemas de Abastecimento de Água na RIDE-DF e Entorno

Índice de Total de Perdas Índice de Índice de Índice de População População Ligações Economias Economias Volume Índice de Perdas Totais - Ligações Ativas Volume de Água no Sistema Atendimento Atendimento Perdas na Município Urbana Atendida pelo Micromedidas Totais Ativas Micromedidas Consumido Água Hidrometração Produção e (Unid) Produzido (1000 m³/Ano) (1000 m³/Ano) Total de Água Urbano de Distribuição Total (Hab) Sistema (Hab) (Unid) (Unid) (Unid) (1000 m³/Ano) (%) Consumo (%) (Calculado) (%) Água (%) (%) (Calculado) 1 Abadiânia/GO SEM DADOS

2 Água Fria/GO 1.948 1.948 1.225 1.211 1.271 1.257 200,47 127,53 72,94 36,11 86,00 99,00 35,83 36,38

3 Águas Lindas/GO 177.622 177.622 49.169 40.694 54.957 45.455 8.912,47 6.210,94 2.701,53 99,85 100,00 86,55 29,71 30,31

4 Alexânia/GO 21.043 21.043 7.537 7.328 8.045 7.824 1.223,42 917,52 305,90 82,63 100,00 97,14 24,36 25,00

5 Cabeceiras/GO 5.683 5.683 2.264 2.155 2.321 2.210 381,03 243,83 137,20 73,64 98,40 96,08 35,44 36,01

6 Cidade Ocidental/GO 48.055 48.055 w 20.393 23.083 21.616 4.217,84 2.605,30 1.612,54 78,07 100,00 93,71 37,69 38,23

7 Cocalzinho/GO 6.894 6.894 3.187 3.016 3.257 3.080 623,85 377,67 246,18 37,02 100,00 95,52 38,94 39,46

8 Corumbá/GO 6.706 6.416 1.903 1.903 2.225 2.030 529,00 419,00 110,00 59,25 95,68 100,00 20,79 20,79

9 Cristalina/GO 34.796 34.796 10.664 10.241 11.342 10.868 2.316,63 1.545,79 770,84 68,03 82,50 96,19 32,70 33,27

10 Formosa/GO 99.796 99.796 31.706 30.747 34.218 33.100 6.450,45 4.214,56 2.235,89 91,94 100,00 97,22 34,08 34,66

11 Luziânia/GO 131.706 131.706 38.530 34.778 41.875 37.759 8.572,34 5.361,75 3.210,59 69,99 75,00 90,05 36,90 37,45

12 Mimoso/GO 1.263 1.263 576 554 594 571 73,54 51,81 21,73 46,26 100,00 97,41 28,93 29,55

13 Novo Gama/GO 96.527 96.527 25.162 24.563 29.054 28.350 5.229,83 3.997,83 1.232,00 93,94 94,70 97,67 34,38 23,56

14 Padre Bernardo/GO 11.717 11.717 4.856 4.790 5.112 5.040 966,89 582,13 384,76 38,98 100,00 98,37 39,05 39,79

15 Pirenópolis/GO 16.311 16.311 7.520 7.034 8.084 7.560 1.625,29 1.133,80 491,49 67,65 100,00 95,62 29,63 30,24

16 Planaltina/GO 81.730 81.730 27.194 25.126 29.603 27.383 4.577,98 3.546,18 1.031,80 95,02 100,00 93,94 21,87 22,54

17 Sº Antônio Descoberto/GO 53.297 53.297 14.624 13.935 16.701 15.925 3.292,62 2.175,26 1.117,36 78,39 87,30 94,75 33,36 33,94

18 Valparaíso/GO 142.911 142.911 40.610 35.690 45.489 39.463 8.175,64 5.298,21 2.877,43 97,42 97,40 88,63 33,83 35,20

19 Vila Boa/GO 3.880 3.880 1.371 1.326 1.395 1.350 216,19 168,48 47,71 73,96 100,00 98,05 21,39 22,07

20 Distrito Federal 2.694.296 2.645.799 616.298 615.413 958.393 954.159 255.958,00 185.916,00 70.042,00 98,20 98,20 99,84 27,27 27,36

21 Buritis/MG 16.979 16.979 5.875 5.873 6.317 6.315 910,00 735,00 175,00 70,81 100,00 99,98 18,79 19,23

22 Cabeceira Grande/MG SEM DADOS

23 Unaí/MG 65.646 64.925 20.309 20.309 23.490 23.490 6.390,10 4.317,06 2.073,04 82,90 98,90 100,00 32,34 32,44 Total/Média para Todos os 3.718.806 3.669.298 910.580 907.079 1.306.826 1.274.805 320.844 229.946 90.898 73,34 95,91 95,99 30,82 30,83 Municípios Total/Média p/ Municípios 935.179 935.179 266.195 263.581 316.401 288.811 57.056 38.559 18.498 72,29 95,37 95,05 32,24 32,22 por SANEAGO OBS: Média aritmética para os índices

11

Tabela 16 - Dados Operacionais da SANEAGO para Sistemas de Abastecimento de Água (Maio/2015)

Total de Perdas Índice Total População População Economias de Economias Economias Ligações de Ligações Água Volume Volume Ligações Totais no Sistema - de Perdas - Município Urbana Total Atendida Água água com Água sem Totais de Água Água com sem Medidor Produzido de Consumido de de Água (Unid) Calculado Calculado (Hab) (Hab) Medidor (Unid) Medidor (Unid) (Unid) Medidor (Unid) (Unid) Água (m³/mês) Água (m³/mês) (m³/mês) (%) 1 Abadiânia/GO ------

2 Água Fria/GO 1.285 1.285 1.104 0 1.104 1.062 0 1.062 14.694,0 7.902,0 6.792,0 46,22

3 Águas Lindas/GO 186.206 186.206 60.138 424 61 53.269 389 53.658 729.488,0 510.641,0 218.847,0 30,00

4 Alexânia/GO 21.833 21.833 8.401 22 8.423 7.880 25 7.905 104.517,0 68.489,0 36.028,0 34,47

5 Cabeceiras/GO 5.374 5.374 2.314 0 2.315 2.254 0 2.254 34.113,0 17.330,0 16.783,0 49,20

Cidade 6 50.005 50.005 26.106 144 26.250 24.696 138 24.834 366.940,0 213.050,0 153.890,0 41,94 Ocidental/GO 7 Cocalzinho/GO 5.819 5.819 2.811 4 2.815 2.747 4 2.751 51.168,0 26.239,0 24.929,0 48,72

8 Corumbá de GO ------

9 Cristalina/GO 44.539 36.765 11.877 106 11.983 11.213 101 11.314 192.410,0 119.616,0 72.794,0 37,83

10 Formosa/GO 106.811 106.811 36.448 19 36.467 33.907 23 33.930 545.758,0 336.550,0 209.208,0 38,33

11 Luziânia/GO 172.995 148.694 47.036 6 47.042 43.649 6 43.655 765.403,0 434.750,0 330.653,0 43,20

12 Mimoso/GO 1.260 1.260 624 4 628 607 4 611 6.647,0 4.109,0 2.538,0 38,18

13 Novo Gama/GO 105.262 102.441 30.920 3 30.923 26.914 3 26.914 432.364,0 289.611,0 142.753,0 33,02

14 Padre Bernardo/GO 12.106 12.106 5.340 27 5.367 5.057 27 5.084 79.966,0 44.449,0 35.517,0 44,42

15 Pirenópolis/GO 15.064 15.064 7.675 2 7.677 7.106 2 7.108 124.920,0 81.027,0 43.893,0 35,14

16 Planaltina/GO 86.154 86.154 31.637 197 31.834 29.254 193 29.447 401.413,0 274.808,0 126.605,0 31,54 Sº Antônio 17 62.737 58.368 18.028 26 18.054 15.966 30 15.996 269.135,0 166.041,0 103.094,0 38,31 Descoberto/GO

18 Valparaíso/GO 152.825 152.825 52.367 56 52.423 46.847 52 46.899 727.971,0 439.328,0 288.643,0 39,65

19 Vila Boa/GO 4.051 4.051 1.437 0 1.437 1.411 2 1.413 19.348,0 12.229,0 7.119,0 36,79

Total / Média 1.034.326 995.061 344.263 1.040 284.803 313.839 999 314.835 4.866.255 3.046.169 1.820.086 39,23

OBS: Média aritmética para o índice total de perdas. Municípios de Abadiânia e Corumbá operados por entidades municipais. 12

A partir das informações compiladas do SNIS/2013, podem ser ressaltados os seguintes aspectos:  Não há dados para os municípios de Abadiânia e Cabeceira Grande, com gestão municipal dos serviços;  A população total atendida pelos sistemas de abastecimento de água declarados é de 3.669.298 habitantes, sendo que o Distrito Federal corresponde a 72%;  A média aritmética do Índice de Atendimento Total de Água foi de 73,34%, destacando-se os municípios de Água Fria, Cocalzinho e Padre Bernardo com valores inferiores a 39%. Tal fato indica a necessidade de ampliação de sistemas de abastecimento de água em distritos e aglomerados rurais;  A média aritmética do Índice de Atendimento Urbano de Água foi de 95,91%, sendo que o município de Luziânia está com patamar somente de 75,00%;  O Índice de Hidrometração é elevado, com média aritmética de 96%;  A média aritmética do Índice de Perdas na Distribuição é de 30,82%, destacando-se os municípios de Água Fria e Padre Bernardo, com população atendida inferior a 12.000 habitantes e perdas acima de 36%. Como o sistema existente em Água Fria possui somente 2 PTP’s, é imperiosa uma investigação para identificar o porquê desse nível elevado de perdas. Em Padre Bernardo, foi identifica a presença de tubulações antigas e em material de amianto, em estágio degradado de conservação. É possível que esse cenário esteja contribuindo para as elevadas perdas neste município;  O Índice Total de Perdas, calculado a partir dos volumes produzidos e consumidos de água, não indicou diferenças com o Índice de Perdas de Distribuição, sendo a média aritmética de 30,83%. Nesse contexto, o menor valor de perdas foi identificado em Buritis, com 19,23%.

Os dados operacionais informados pela SANEAGO, para o mês de maio de 2015, indicaram os seguintes aspectos principais:  População atendida superior ao contingente informado pelo SNIS/2013 para os mesmos municípios, assim como para a quantidade de ligações e economias ativas;  Índice Total de Perdas superior ao informado pelo SNIS/2013 para os mesmos municípios, atingindo o patamar de 39,23%. Nesse patamar, ressaltam-se os municípios de Água Fria, Cabeceiras e Cocalzinho, com valores acima de 46% de perdas totais. Esse fato precisa ser avaliado com destaque para as próximas etapas do plano regional de saneamento, pois evidencia a necessidade de ajustes. Diante dos cenários identificados e dos problemas observados, o presente plano regional de saneamento indica preliminarmente:  Independentemente das fontes e das datas (2013 ou 2015), é imperiosa a demanda por uma proposta de redução de perdas de água nos sistemas de abastecimento de água, reduzindo o atual patamar para valores em torno de 30% para municípios menores e 35% para municípios maiores;  Uma proposta de proteção da “cabeça” dos PTP’s, a fim de evitar contaminações da água subterrânea por águas servidas ou mesmo esgotos de fossas. Somente no Distrito Federal foram identificados poços com lajes de proteção na “cabeça” e distâncias mínimas de edificações e fossas;  Estudar e indicar materiais compatíveis com a realidade pedológica e geológica dos municípios. Por exemplo, as cidades de Novo Gama e Cocalzinho possuem elevadas perdas de água na distribuição, devido a frequentes rompimentos das tubulações de PVC, as quais encontram-se com reduzido recobrimento, devido a presença de substratos rochosos e impenetráveis a pequenas profundidades.

13

2.4 Questões Intermunicipais e Federativas Fundamentadas nas visitas técnicas municipais, foram destacadas as seguintes questões intermunicipais e federativas para sistema de abastecimento de água:  Possível interferência de PTP’s de Águas Lindas, presentes na bacia hidrográfica do Alto Descoberto com a barragem de regularização de vazão do Descoberto, responsável por 58,9% da produção de água no Distrito Federal;  Cidade Ocidental e Valparaíso dividem a mesma captação superficial no ribeirão Saia Velha, com vazão disponível insuficiente para atender a demanda por água dos dois municípios e com conflitos de uso da água com clube de lazer, situado a montante do ponto de captação;  O sistema de drenagem urbana e o by-pass da Estação de Tratamento de Esgotos, ambos da cidade de Santa Maria, situada no Distrito Federal, possuem lançamentos no ribeirão Santa Maria e em pontos a montante da captação de água para o município goiano de Novo Gama. Dessa forma, há interferência direta desses lançamentos do Distrito Federal na qualidade da água captada do Novo Gama. Para minimizar essa poluição, a CAESB disponibiliza aproximadamente 60 L/s de água potável para o sistema de distribuição de água de Novo Gama;  A captação de água do rio Descoberto para a cidade de Santo Antônio do Descoberto é dependente da variação da vazão defluente da barragem do Descoberto, situada no Distrito Federal e sob a responsabilidade da CAESB;  A captação de água no rio Preto para a cidade de Unaí possui interferência da variação de vazão defluente da barragem de Queimados e tem água com presença de algas, notadamente no período de estiagem.

14

3. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 3.1 Gestão dos Serviços A prestação do serviço de esgotamento sanitário nos municípios e no Distrito Federal segue a mesma organização administrativa da prestação do serviço de abastecimento de água, pois, quando proporcionado o serviço de esgotamento sanitário, é o mesmo operador que presta os dois serviços.

3.2 Situação Atual Os sistemas de esgotamento sanitário existentes localizam-se em sedes municipais e em regiões administrativas do Distrito Federal. Comparado à situação do abastecimento de água, o nível de atendimento é, sistematicamente, bem inferior. São poucas as cidades que dispõem de níveis elevados de cobertura, destacando-se Mimoso de Goiás e Unaí, que possuem atendimento por redes coletoras acima de 90% da área urbana, e de Abadiânia, Padre Bernardo e Distrito Federal, com atendimento de rede coletora de esgotos superior a 50%. Excetuando-se o Distrito Federal, que possui estações de tratamento de esgotos (ETE’s) com distintas configurações, desde lagoas de estabilização a lodos ativados, as demais estações de depuração existentes nos municípios goianos e mineiros da RIDE-DF e Entorno caracterizam-se somente por lagoas. Foram identificadas duas situações de ETE’s independentes, que foram implantadas por empreendimentos particulares e, posteriormente, doadas para a empresa de prestação de serviços de água e esgotos. Isso ocorreu nas cidades de Águas Lindas e Valparaíso. Especificamente nas ETE’s independentes de Valparaíso, o processo de desinfecção final dos efluentes líquidos ocorre por radiação com uso de lâmpadas tipo ultravioleta. Essas lâmpadas possuem tempo de uso limitado, exigindo sua substituição sistemática. Esse procedimento é bastante oneroso e tem acarretado dificuldades para a SANEAGO na aquisição, implicando em redução da eficiência da desinfecção. Algumas cidades foram objeto de preocupações, devido à inexistência de sistemas de esgotamento sanitário em áreas com presença de lençol freático próximo à superfície do terreno. É o caso de Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Pirenópolis e Vila Boa. Nas cidades de Cristalina, Formosa e Novo Gama, em que também há áreas de lençol freático pouco profundo, a rede coletora de esgotos precisa ser ampliada para contemplar toda a malha urbana. A Tabela 6 apresenta um resumo das características dos sistemas de esgotamento sanitário encontrados nas cidades da RIDE-DF e Entorno.

15

Tabela 17 - Sistemas de Esgotamento Sanitário na RIDE-DF e Entorno

Item Município Rede Col. (%) Tratamento Lançam. OBS 1 Abadiânia/GO 80 Lagoas Cór. Varginha 2 Água Fria/GO 0

3 Águas Lindas/GO 20 ETE Consórcio em obras 2 ETE's independentes 4 Alexânia/GO 0 5 Cabeceiras/GO 0

6 Cidade Ocidental/GO 42 ETE lagoas aeradas ETE parcialmente desativada

7 Cocalzinho/GO 0 Lençol freático elevado 8 Corumbá/GO 0 Lençol freático elevado 9 Cristalina/GO 34 ETE lagoas Cór. Arrojado Lençol freático elevado Constantes extravasamentos esgotos na EEEB Vila 10 Formosa/GO 48 ETE lagoas Verde para Lagoa Feia (assoreada). Lençol freático elevado 11 Luziânia/GO 22 ETE lagoas Rio Vermelho 12 Mimoso/GO 90 ETE lagoas Rede coletora parcialmente implantada e com ligações 13 Novo Gama/GO 23 ETE Lago Azul por lagoas clandestinas em Boa Vista 1 e 2, Lunabel e Paiva. Lençol freático elevado

14 Padre Bernardo/GO 70 ETE lagoas Cór. Barro Alto

15 Pirenópolis/GO 0 Em obras. Lençol freático elevado

Obras ampliando rede coletora. Lagoa da ETE com 16 Planaltina/GO 25 ETE por RAFA + lagoa Rio Lambari manta rompida

17 Sº Antônio do Desc./GO 45 ETE lagoas aeradas Rio Descoberto

18 Valparaíso/GO 36 2 ETE's independentes

19 Vila Boa/GO 0 Lençol freático elevado ETE's Sobradinho, Brazlândia, Rib. Sobradinho, Rio Verde (Goiás), Lago Brasília Sul, Brasília Norte, Paranoá, Lago Paranoá, Infiltração no solo, Torto, Samambaia, Paranoá, Rio Melchior, Rio Paranoá, Riacho Fundo / Riacho Fundo, Alagado, Rio Paranoá, Rio Alagado, Ribeirão Mestre 20 Distrito Federal 66 Planaltina, Recanto das Emas, D'Armas, Cor. Vargem da Benção, Ribeirão São Sebastião, Vale do Santo Antônio da Papuda, Rio São Amanhecer, Santa Maria, Bartolomeu, Ribeirão Alagado, Rib. Ponte Gama e Melchior Alta e Rio Melchior

21 Buritis/MG 36 ETE lagoas

22 Cabeceira Grande/MG 0

23 Unaí/MG 90 ETE lagoas (capacidade 122 L/s) Rio Preto Rede coletora ampliada e ETE antiga

16

3.3 Dados Operacionais Os dados operacionais dos sistemas de esgotamento sanitário foram obtidos a partir das informações do SNIS/2013 e dos relatórios operacionais dos sistemas da SANEAGO, datados de maio de 2015. As Tabelas 7 e 8 apresentam os dados compilados a partir das informações disponíveis no SNIS/2013 e dos relatórios operacionais da SANEAGO/2015, respectivamente.

Tabela 18 - Dados Compilados do SNIS/2013 sobre os Sistemas de Esgotamento Sanitário na RIDE- DF e Entorno

População Total População Ligações Economias Índice de Índice de Atendida com Urbana com Ativas de Totais Ativas Coleta de Tratamento Município Esgotamento Esgotamento Esgotos de Esgotos Esgotos de Esgotos Sanitário (Hab) Sanitário (Hab) (Unid) (Unid) (%) (%)

1 Abadiânia/GO

2 Água Fria/GO

3 Águas Lindas/GO

4 Alexânia/GO

5 Cabeceiras/GO

6 Cidade Ocidental/GO 28.432 28.432 8.411 8.903 41,87 100,00

7 Cocalzinho/GO

8 Corumbá/GO

9 Cristalina/GO 11.572 11.572 3.550 3.982 34,24 100,00

10 Formosa/GO 47.968 47.968 14.851 16.672 48,18 100,00

11 Luziânia/GO 29.162 29.162 8.340 9.861 22,49 100,00

12 Mimoso/GO 1.263 1.263 493 505 87,76 100,00

13 Novo Gama/GO 21.750 21.750 5.465 6.702 22,80 100,00

14 Padre Bernardo/GO 9.809 9.809 3.122 3.328 63,81 100,00

15 Pirenópolis/GO

16 Planaltina/GO 24.041 24.041 6.590 7.659 24,84 100,00 Sº Antônio 17 25.202 25.202 6.556 7.994 45,20 100,00 Descoberto/GO

18 Valparaíso/GO 44.087 44.087 11.794 14.431 35,60 100,00

19 Vila Boa/GO

20 Distrito Federal 2.307.969 2.228.991 493.762 819.161 66,13 100,00

21 Buritis/MG 6.114 6.114 1.899 2.090 24,05 0,00

22 Cabeceira Grande/MG

23 Unaí/MG 57.834 57.834 17.896 21.056 87,03 67,88

Total / Média 2.615.203 2.536.225 582.729 922.344 46,46 89,84 Total / Média para 249.400 249.400 71.071 82.127 42,68 100,00 Municípios pela SANEAGO OBS: Abadiânia, Água Fria, Águas Lindas, Alexânia, Cabeceiras, Cocalzinho, Corumbá, Pirenópolis, Vila Boa e Cabeceira Grande sem dados Média artimética para os índices de coleta e tratamento

17

Tabela 19 - Dados Operacionais da SANEAGO para Sistemas de Esgotamento Sanitário (Maio/2015)

População Ligações de Economia de Atendida com Esgotamento Município Esgoto Total Esgotamento Sanitário (Unid) Sanitário (Hab) (Unid)

1 Abadiânia/GO - - -

2 Água Fria/GO - - - Águas 3 - - - Lindas/GO 4 Alexânia/GO - - -

5 Cabeceiras/GO - - -

Cidade 6 30.848 9.075 9.696 Ocidental/GO 7 Cocalzinho/GO - - -

8 Corumbá/GO - - -

9 Cristalina/GO 11.851 3.650 4.072

10 Formosa/GO 57.215 17.772 19.735

11 Luziânia/GO 32.032 9.079 10.776

12 Mimoso/GO 1.260 506 517

13 Novo Gama/GO 22.526 5.556 6.941 Padre 14 12.106 4.114 4.375 Bernardo/GO 15 Pirenópolis/GO - - -

16 Planaltina/GO 25.436 7.034 8.067 Sº Antônio 17 35.744 9.550 11.162 Descoberto/GO 18 Valparaíso/GO 60.040 15.498 19.437

19 Vila Boa/GO - - -

Total 289.058 81.834 94.778 OBS: Municípios de Abadiânia e Corumbá operados por entidades municipais. Demais municípios operados pela SANEAGO sem dados

18

A partir das informações compiladas do SNIS/2013, podem ser ressaltados os seguintes aspectos:  A população total atendida foi de 2.615.203 habitantes, sendo que o Distrito Federal corresponde a 88%;  A média aritmética do Índice de Coleta de Esgotos foi de 46,46%, destacando-se os municípios de Mimoso e Unaí, com patamar superior a 87% de atendimento. O menor valor informado foi em Luziânia, com 22,5%;  A média aritmética do Índice de Tratamento de Esgotos é elevada, correspondendo a 89,84%. A maioria dos municípios e o Distrito Federal possuem 100% de depuração dos esgotos coletados. Os municípios que contradizem esse cenário são Unaí com índice de 67,9% e Buritis com ausência de tratamento. Os dados operacionais informados pela SANEAGO, para o mês de maio de 2015, indicaram uma população atendida superior ao contingente informado pelo SNIS/2013 para os mesmos municípios, assim como para a quantidade de ligações e economias ativas. Em virtude da concentração somente no meio urbano, as próximas etapas do presente plano regional de saneamento deverão abordar propostas de sistemas de esgotamento sanitário para distritos e aglomerados rurais, objetivando proteger o meio ambiente e evitar riscos de doenças de veiculação hídrica.

3.3 Questões Intermunicipais e Federativas Fundamentadas nas visitas técnicas municipais, foram destacadas as seguintes questões intermunicipais e federativas para sistemas de esgotamento sanitário:  Lançamento eventual de esgotos sanitários brutos pelo by-pass da ETE Santa Maria, situada no Distrito Federal, no riacho Santa Maria, a montante da captação de água para o município goiano de Novo Gama;  O rio Melchior recebe os efluentes líquidos depurados das ETE’s Samambaia e Melchior, operadas pela CAESB, e tem a sua foz no rio Descoberto, em ponto a jusante da captação de água para Santo Antônio do Descoberto. Entretanto, o ponto de lançamento de esgotos depurados pela ETE Santo Antônio do Descoberto situa-se também no rio Descoberto, em ponto a jusante dessa confluência (rio Descoberto com rio Melchior). Dessa forma, deve-se avaliar o efeito acumulativo de poluentes no rio Descoberto.

19

4. MANEJO DE DRENAGEM URBANA 4.1 Gestão dos Serviços A gestão do manejo de drenagem urbana é municipal e inclui as unidades constituintes de microdrenagem (sarjetas, bocas de lobo, tubulações e poços de visitas) e macrodrenagem (tubulações principais, canais, reservatórios e dissipadores). Como o Distrito Federal tem status de Estado e Município, o Governo do Distrito Federal é responsável pelo manejo de drenagem urbana em todo o seu território. Especificamente em Unaí, constatou-se que a autarquia municipal responsável pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário (SAAE) assumiu recentemente também a gestão da drenagem urbana.

4.2 Situação Atual A maioria dos municípios possuem sistemas de microdrenagem instalados, nas sedes municipais, principalmente nos locais com eventos frequentes de inundações. Somente os municípios de Cocalzinho de Goiás e Cabeceira Grande não possuem sistemas instalados. Apenas o Distrito Federal indicou possuir cadastro técnico completo das redes de drenagens existentes e dos projetos aprovados. Excetuando-se o Distrito Federal, não foi encontrado nenhum sistema de macrodrenagem instalado e em operação. De forma geral, observou-se que, nas cidades que possuem áreas com declividade acentuada e presença de latossolos ou cambissolos, ocorrem processos erosivos acelerados e intensos, nos limites da malha urbana. Nessa situação, destacam-se as cidades de Alexânia, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Novo Gama e Pirenópolis. As visitas técnicas realizadas nas cidades da RIDE-DF e Entorno e as entrevistas com os gestores públicos municipais permitiram, também, mapear os principais locais de alagamentos e aceleramento de processos erosivos. A Tabela 9 apresenta um resumo do manejo de drenagem urbana nas cidades da RIDE-DF e Entorno.

20

Tabela 20 - Manejo de Drenagem Urbana na RIDE-DF e Entorno

Item Município Microdrenagem Alagamentos Processos Erosivos 1 Abadiânia/GO Sim Não Não 2 Água Fria/GO Sim Não Não Setor 11 e Bairros manões Centro 3 Águas Lindas/GO Sim Bairro Jardim Recreio Oeste e Jardim Vitória 4 Alexânia/GO Sim 14 erosões graves 5 Cabeceiras/GO Sim Não Bairros Redenção e Nova Reública

6 Cidade Ocidental/GO Sim Não Não

7 Cocalzinho/GO Não Não Próximos do rio Corumbá 8 Corumbá/GO Sim Não Setor Alto Corumbá 9 Cristalina/GO Sim Não Bairros Rasgão e Vila Andrade

Obras aprofundamento leito cór. Josefa 10 Formosa/GO Sim Bairros Bela Vista e Vila Verde Gomes Rio Palmital, Juiz de Fora, Parque 11 Luziânia/GO Sim Marajoara, Mandu I e II, Estrela Dalva V 12 Mimoso/GO Sim Não Não

13 Novo Gama/GO Sim Não Graves erosões em Lago Azul e Pedregal

14 Padre Bernardo/GO Sim Adjacências da rodoviária Recuperação recente no cór. Rapadura

Passagem Fundo, Vila Matutina e 15 Pirenópolis/GO Sim Não Vila Cintra

Voçoroca de grandes dimensões no final 16 Planaltina/GO Sim Não de rede microdrenagem

17 Sº Antônio do Desc./GO Sim Não Recuperação recente no cór. Capoeirinha

18 Valparaíso/GO

19 Vila Boa/GO Sim Não Não

Pontos nas Asas Norte e Sul, em Localidades com mais incidência de Brasília, Guariroba, em Ceilândia; erosoões, em ordem decrescente: Avenidas Hélio Prates e Elmo Sobradinho, Planaltina, São Sebastião, 20 Distrito Federal Sim, com cadastro Serejo, em Taguatinga, Sol Paranoá, Ceilândia, Brazlândia, Gama, Nascente, Vicente Pires, Núcleo Bandeirante, Brasília, Recanto das Arniqueiras, Vila Rabelo, Fercal e Emas, Samambaia, Taguatinga e Riacho Vila Cauhi, no Núcleo Bandeirante Fundo (*1)

21 Buritis/MG Sim Não Não

22 Cabeceira Grande/MG Não Não Sim

Sim - gestão 23 Unaí/MG repassada para Sim Sim SAAE OBS.: (*1) Martins, E., O. 2005 - Cadastro Georreferenciado de Erosões no Distrito Federal

Em virtude da elevada quantidade de locais com aceleramento de processos erosivos em toda a região da RIDE-DF e Entorno e de alagamentos, o presente plano regional, nas próximas etapas, deverá propor orientações para minimizar tais fatos.

21

4.3 Questões Intermunicipais e Federativas Fundamentadas nas visitas técnicas municipais, foram destacadas as seguintes questões intermunicipais e federativas para o manejo de drenagem urbana:  Lançamento de drenagem urbana da cidade de Santa Maria, situada no Distrito Federal, no riacho Santa Maria, a montante da captação de água para Novo Gama, no Estado de Goiás;  Vários processos erosivos no rio Corumbá, no município de Corumbá, que podem contribuir com elevação de turbidez na água e assoreamento do lago Corumbá;  Interferência de escoamento superficial proveniente do Porto Seco do Distrito Federal em áreas do município de Valparaíso.

22

5. MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 5.1 Gestão dos Serviços A gestão do manejo de resíduos sólidos é municipal, inclui todos os tipos de resíduos e rejeitos. Como o Distrito Federal tem status de Estado e Município, o Governo do Distrito Federal é responsável pelo manejo de resíduos sólidos em todo o território.

5.2 Situação Atual As informações sobre o manejo de resíduos sólidos nos municípios da RIDE DF e Entorno são muito limitadas, excetuando-se os relatórios anuais do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do Distrito Federal. Diante dessa situação e tendo em vista a necessidade de uniformizar os dados e compará-los entre si, o presente estudo baseou-se nas visitas técnicas e utilizou dados disponíveis no Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano base 2013. As principais características identificadas sobre o manejo de resíduos sólidos urbanos foram:  A administração pública é responsável pela gestão dos serviços em todos os municípios da RIDE- DF e Entorno e no Distrito Federal;  Somente o Distrito Federal e os municípios de maior população (Águas Lindas, Luziânia e Unaí) possuem taxas para custear os serviços de gestão dos resíduos sólidos urbanos;  Empresas privadas contratadas são responsáveis pela coleta dos resíduos sólidos urbanos em: Águas Lindas, Cidade Ocidental, Cristalina, Novo Gama, Valparaíso, Distrito Federal e Unaí;  A coleta de resíduos sólidos urbanos é compartilhada entre Prefeitura e empresas contratadas nos municípios de Corumbá de Goiás, Formosa e Luziânia;  As Prefeituras são as únicas responsáveis pelas coletas de resíduos sólidos urbanos nos municípios de Abadiânia, Água Fria, Alexânia, Cabeceiras, Cocalzinho de Goiás, Mimoso de Goiás, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Vila Boa, Buritis e Cabeceira Grande;  Há somente 2 aterros sanitários licenciados na RIDE-DF e Entorno, situados nos municípios goianos de Planaltina e Cidade Ocidental;  Os aterros situados em Formosa e Pirenópolis são operados como vazadouros;  Somente nos municípios de Mimoso de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e Vila Boa a coleta de resíduos de saúde se acha sob a responsabilidade da própria Prefeitura. Em todos os demais municípios e no Distrito Federal, a coleta desses resíduos está sob a responsabilidade de empresas privadas contratadas;  As empresas contratadas para coletar os resíduos de saúde também são responsáveis pela destinação final, sendo na maioria das vezes, em outros municípios, alguns externos à RIDE DF e Entorno;  Os resíduos de saúde coletados pelas Prefeituras são destinados para vazadouros situados dentro dos próprios municípios;  Os resíduos de construção civil não possuem destinação adequada em nenhum município da RIDE e no Distrito Federal, sendo que, em muitos casos, esses resíduos são encaminhados para áreas degradadas, voçorocas e cascalheiras;  Somente no Distrito Federal foi identificado processo mais estruturado, com organização e infraestruturas instaladas, destinado aos catadores de resíduos. A Tabela 10 apresenta uma caracterização geral do manejo dos resíduos sólidos das cidades da RIDE- DF e Entorno.

23

Tabela 21 - Características Gerais do Manejo de Resíduos Sólidos na RIDE-DF e Entorno

Respons. Natureza Jurídica do Taxa p/ Responsável pela Destino dos Resíduos Unidade Final dos Responsável Unid. Item Município pela Coleta Responsável Serviço Coleta de Saúde Resíduos Urbanos Final Res. Saúde

1 Abadiânia/GO Empresa Pública Não Prefeitura Gerador Anápolis/GO Vazadouro Prefeitura 2 Água Fria/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa - Vazadouro Prefeitura 3 Águas Lindas/GO Adm. Pública Direta Sim Empresa Empresa Mesmo Município Aterro Controlado Empresa 4 Alexânia/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa Mesmo Município Aterro Controlado Prefeitura 5 Cabeceiras/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa /GO Vazadouro Prefeitura 6 Cidade Ocidental/GO Adm. Pública Direta Não Empresa Empresa Mesmo Município Aterro Sanitário Empresa 7 Cocalzinho/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa Senador Canedo/GO Vazadouro Prefeitura 8 Corumbá/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura e Empresa Empresa Anápolis/GO Vazadouro Prefeitura 9 Cristalina/GO Adm. Pública Direta Não Empresa Empresa Cidade Ocidental/GO Vazadouro Prefeitura 10 Formosa/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura e Empresa Empresa - Aterro/Vazadouro Prefeitura 11 Luziânia/GO Adm. Pública Direta Sim Prefeitura e Empresa Empresa Cidade Ocidental/GO Vazadouro Prefeitura 12 Mimoso/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Prefeitura Mesmo Município Vazadouro Prefeitura 13 Novo Gama/GO Adm. Pública Direta Não Empresa Empresa - Vazadouro Prefeitura 14 Padre Bernardo/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa Anápolis/GO Vazadouro Prefeitura 15 Pirenópolis/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa Senador Canedo/GO Aterro/Vazadouro Assoc. Catadores 16 Planaltina/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa Mesmo Município Aterro Sanitário Prefeitura 17 Sº Antônio do Desc./GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Prefeitura Mesmo Município Vazadouro Prefeitura Aterro Sanitário de 18 Valparaíso/GO Adm. Pública Direta Não Empresa Empresa Senador Canedo/GO Empresa Cid. Ocidental 19 Vila Boa/GO Adm. Pública Direta Não Prefeitura Prefeitura Mesmo Município Vazadouro Prefeitura 20 Distrito Federal Autarquia Sim Empresa Empresa Betim/MG Aterro Controlado Empresa 21 Buritis/MG Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa - Vazadouro Prefeitura 22 Cabeceira Grande/MG Adm. Pública Direta Não Prefeitura Empresa Patos de Minas/MG Aterro Controlado Prefeitura 23 Unaí/MG Adm. Pública Direta Sim Empresa Empresa Mesmo Município Aterro Controlado Empresa

Realizou-se uma projeção de produção de resíduos nas cidades da RIDE-DF e Entorno, fundamentada nas seguintes premissas: • Estimativa populacional para o ano 2015 pelo Estudo Demográfico da Prof. Ana Maria Nogales; • Para municípios constantes do SNIS 2013, proporção de população urbana equivalente ao ano 2013; • Para municípios cujos dados não constam do SNIS 2013, proporção de população urbana equivalente ao Censo 2010 (Água Fria, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Mimoso, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso e Buritis); • Para municípios com dados informados no SNIS/2013, foram utilizados parâmetros de produção per capita, com base 2013; • Para municípios sem dados no SNIS/2013, foram adotados os seguintes parâmetros de produção, especificados no Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), ano 2013: o Produção de Resíduos Sólidos Urbanos com 0,955 Kg/hab/dia (média de Goiás); o Produção de Resíduos Sólidos de Saúde com 1,172 Kg/hab/ano (média de Goiás); o Produção de Construção e Demolição com 0,896 Kg/hab/dia (média Região Centro Oeste); • Comparação de produção de Resíduos Sólidos Urbanos para os municípios goianos considerando os per capita de produção de resíduos sólidos urbanos pelo Plano de Resíduos Sólidos do Estado de Goiás pela UFG.

A Tabela 11 apresenta a estimativa de resíduos urbanos nas cidades da RIDE-DF e Entorno para o ano de 2015.

24

Tabela 22 - Estimativa de Resíduos Sólidos Urbanos nas Cidades da RIDE-DF e Entorno para Ano 2015

25

A Figura 3 apresenta uma distribuição espacial, em forma de círculos, da estimativa de produção de resíduos para o ano 2015, segundo os per capita do SNIS.

Figura 7: Estimativa de Geração de Resíduos Sólidos em 2015 (per capita do SNIS) Os resultados encontrados indicaram que os per capita de produção de resíduos adotados pelo Plano de Resíduos Sólidos do Estado de Goiás se encontram em um patamar inferior de 22%, quando comparados com os parâmetros informados ao SNIS e/ou adotados pela ABRELPE para os mesmos municípios goianos.

5.3 Questões Intermunicipais e Federativas Fundamentadas nas visitas técnicas municipais, foram destacadas as seguintes questões intermunicipais e federativas para o manejo de resíduos sólidos: o Valparaíso não possui área para o destino final de seus resíduos, devido ser um município quase que inteiramente urbano. Dessa forma, a Prefeitura envia os resíduos para o Aterro Sanitário de Cidade Ocidental. Por outro lado, a Prefeitura de Cidade Ocidental reivindica que, apesar de Valparaíso pagar ao aterro particular o destino de seus resíduos, não promove nenhuma compensação ambiental na cidade destino; o Fato semelhante ao anterior ocorre no município goiano de Planaltina, onde a Prefeitura local exige uma compensação ambiental devido ao aterro particular receber resíduos do Distrito Federal.

5.4 Caracterização dos Resíduos Sólidos A caracterização dos Resíduos Sólidos consiste em determinar suas principais características físicas, químicas, biológicas, qualitativa, quantitativas e destinação final. Conforme verificado em campo, os principais componentes dos resíduos urbanos dos municípios que compõem a RIDE DF e Entorno são: matéria orgânica, vidro, plástico, metal, resíduos da construção civil e resíduos de serviços de saúde.

26

5.4.1 Resíduos Sólidos Urbanos A composição média de matéria orgânica encontrada no descarte dos brasileiros varia de 52 a 60% de acordo com local onde estar sendo feita a pesquisa, pois a porcentagem de matéria orgânica de uma população pode estar ligada à condições socioeconômica, ou seja, quanto maior o poder aquisitivo, maior a produção e consumo de eletroeletrônicos, embalagens, diminuindo o percentual de matéria orgânica no volume de resíduos final. Alguns municípios da RIDE DF e Entorno assemelham-se no quesito características dos resíduos urbanos coletados, por possuírem as mesmas atividades econômicas, e padrões aquisitivos semelhantes. Para melhor caracterização dos resíduos urbanos seria necessário o fornecimento de dados da composição gravimétrica, do tipo e das características físico-químicas e microbiológicas, porém grande parte dos municípios não forneceram esses dados por não realizarem esse tipo de análise. De todos os municípios da RIDE, apenas Cocalzinho de Goiás possui Plano Municipal de Saneamento Básico aprovado. Neste documento é apresentada a caracterização dos resíduos para este centro urbano. A média de matéria orgânica encontrado nos resíduos domiciliares foi da ordem de 54,46% e aproximadamente 12% de plástico. O maior aporte de resíduo no município é proveniente de domicílios (86,01%), o comércio aparece em segundo lugar com (8,56%), resíduos públicos (5,35%) e por fim (0,08%) de serviço de saúde. Estas médias obtidas para o município de Cocalzinho podem ser comparadas com outras regiões que possuem as mesmas vocações econômicas dentro da RIDE. Subtraindo logicamente grandes metrópoles que além de possuírem atividades econômicas variadas, possuem per capita maiores de produção de resíduos. É o caso do Distrito Federal, Águas Lindas de Goiás, Luziânia, entre outras. No que tange ao descarte final de resíduos, somente os municípios goianos de Planaltina e Cidade Ocidental possuem aterros sanitários licenciados ambientalmente (Figura 4). O cenário de vazadouros ainda é frequente, onde o Distrito Federal possui o título de maior “lixão” da América Latina.

Figura 8: Aterros Sanitários Licenciados Ambientalmente

27

5.4.2 Resíduos Sólidos Rurais Segundo o Mapa de uso e ocupação do solo da RIDE DF e Entorno (Figura 02), há vários distritos e localidades rurais em grande parte da região, notadamente nos municípios goianos de Cocalzinho e Padre Bernardo e nos municípios mineiros de Buritis e Unaí. A composição dos resíduos sólidos rurais cada vez mais se assemelha a dos resíduos urbanos, devido principalmente, à proximidade das comunidades rurais a centros urbanos. Décadas passada os resíduos rurais eram essencialmente composto de restos orgânicos, no entanto, atualmente verifica-se um volume crescente de frascos, sacos, plásticos em geral, pilhas, pneus, lâmpadas, aparelhos eletroeletrônicos, entre outros. Com tudo, por causa da distância física das propriedades as questões geográficas a coleta dos resíduos rurais muitas vezes não é realizada, acarretando o descarte através da queima ou aterramento dos resíduos. Segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos é estimada uma geração per capita de 0,46 kg/hab/dia, na zona rural, para resíduos domiciliar. No que tange os resíduos agrossilvopastoris, a Lei Federal nº 12.305, que Instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, classifica o resíduo proveniente desta atividade em dois grupos, agropecuário e silvicultura. A RIDE DF e Entorno é dividida em municípios, esses possuem suas sedes e distritos. Normalmente as atividades econômicas nos distritos são agrossilvopastoris, e, associado a essa atividade, encontram-se os resíduos inorgânicos, presentes nas embalagens de agrotóxicos, que apesar da política reversa não é respeitada por muitos consumidores e descartada de forma inadequada. Outro problema é o ponto de coleta, que segundo Plano de Resíduos Sólidos do Estado de Goiás pela UFG, existe apenas um ponto em toda RIDE, localizado no Município de Cristalina, e uma central de recebimento em Luziânia. Nesse contexto, também há as embalagens de fertilizantes, que segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos, o Brasil consumiu em 2012, 29,5 milhões de toneladas de fertilizante. Apesar da forte demanda existente por este produto, as embalagens não estão sujeitas a uma legislação específica que incentive sua destinação correta, portanto, dados estatísticos sobre este assunto são praticamente inexistente.

28