Algumas Trilhas Dannunzianas No Pré-Modernismo Brasileiroi

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Algumas Trilhas Dannunzianas No Pré-Modernismo Brasileiroi Algumas Trilhas Dannunzianas No i Pré-Modernismo Brasileiro Roberto Vecchi Tal literatura que é a de D’Annunzio e da qual é elle certamente o escriptor mais notvel, inspira-se de uma esthetica, sobre mentirosa, antisocial, preten- dendo ser a literatura do ‘pro-homem’, segundo a concepç o extravagante e in- sana de Nietzsche. $ uma arte de ‘entes de raz o’, como se dizia na velha philosophia, sem vida real, criaturas fict&cias a que nem o genio de um D’Annunzio consegue dar mais vida que a dos bonifrates de uma fantasma- goria. '...( Crear uma arte s* de aspectos exteriores gerada pela ‘s* pot+ncia das suas harmonias’, mesmo quando se possue essa faculdade no grau em que a tem d’Annunzio, é uma dessas tentativas que frizam a insanidade espiritu- al, e saem do mundo real. José Verssimo, A literatura de Gabriel D’Annunzio. In: Homens e cousas estrangeiras . ( 899- 900). Rio de Janeiro-Paris, Garnier, 902. p. 332-333, vol. I. A avalia+,o crtica, l-cida e peremptoriamente li.uidat/ria de José Verssimo na ep0rafe acerca de Gabriele D’Annunzio e da sua obra (.ue se tornar2 topos de uma certa linha pré-modernista anti- formalista: pense-se, por e3emplo, nos ecos afinados .ue ir2 en- contrar no ensaio de 4ima 5arreto), se por um lado resulta forte- mente tribut2ria da época de transi+,o do come+o do século, por outro contém os pontos si0nificativos de um certo 6n0ulo de vis,o da obra dannunziana .ue for7aram uma ima0em aparentemente redutora da influ8ncia e3ercida pelo escritor italiano no conte3to liter2rio, e n,o s/ nacional. 4on0e de pretenderem ser uma apreci- a+,o e3austiva da problemática da recep+,o dannunziana no 5rasil (assim como é confi0urada nos trabalhos pioneiros de Giuseppe Carlo Rossi), as presentes considera+:es procuram entrela+ar os resultados parciais de duas pes.uisas distintas .ue de al0um modo assumem aspectos de tal recep+,o como prete3to, detectando na RO5ERTO VECCHI verdade n,o s/ trilhas, mas também precisamente, uma encruzi- lhada interte3tual dannunziana com a prosa de Gra+a Aranha, e uma trilha do @poeta imma0inifico’ italiano com o percurso de for- ma+,o poética de Aanuel 5andeira pré-modernista .ue se0ue para- lela B evolu+,o do discurso lrico de modernos italianos (crepuscu- lares). A hip/tese de trabalho .ue articula tal perspectiva é 7usta- mente a de mostrar como a avalia+,o de José Verssimo capta ape- nas al0uns aspectos da obra dannunziana, ne0li0enciando a.uele .ue se torna com cada vez maior evid8ncia um dos seus caracteres mais insti0antes, ou se7a, o papel dinamizador no processo de mo- derniza+,o desempenhado por ele sobretudo pelos materiais deca- dentes .ue ele copiosamente importa, sem nenhuma tria0em crti- ca, .ue em se0uida ser,o aproveitados, por meio da pr2tica da monta0em, por outros artistas. Essa reavalia+,o se torna de al0um modo necess2ria se .ui- sermos procurar outros recortes no estudo da articula+,o da mo- dernidade, a partir da pr/pria idéia .ue temos de Pré-modernismo. Se a pr/pria din6mica do Pré-modernismo, de fato, com seu perfil hbrido e seu car2ter de processo, e3clui a viabilidade de um corte epistemol/0ico ntido .ue separe os dois termos de uma polaridade como tradicionalDmoderno (assim como tentaram os Aodernistas), é verdade porém .ue dentro desse 6mbito da periodiza+,o liter2ria, ou até dentro de cada obra inscrita nessa con7untura sincrética, é perceptvel um espa+o intermédio .ue se retalha, participando contemporaneamente de uma dupla natureza, de uma dupla falta, cu7a defini+,o n,o pode ser sen,o a de EneutroF, ou se7a, constitu- do pela aus8ncia de ambos os termos absolutos, e sim pela pre- sen+a de suas tens:es, lu0ar por e3cel8ncia da multiplicidade, do conflito, da anula+,o ativa da contradi+,o .ue o produz ii . Esse lu0ar evidentemente fictcio da formaliza+,o crtica é .ue fornece um ponto de observa+,o m/vel .ue permite relativizar, mesmo na au- 24 Algumas trilhas Dannunzianas no ... s8ncia do corte mas em virtude da duplicidade de tra+os, dois 0u- mes, duas diretrizes de leitura .ue procuram en3er0ar o sistema de rela+:es .ue une e separa as emer08ncias liter2rias da pré-moderni- dade aos valores estéticos da tradi+,o ou do moderno, sem ne- nhuma decis,o necess2ria no amál0ama indissol-vel da apar8ncia do novo com a perman8ncia do velho. H a partir desse entre lu0ar pré-moderno brasileiro, suspenso entre runas e contornos de uma paisa0em por definir da tempora- lidade nova moderna 7ustamente , no ponto indeterminado de contato de .uiasmos formais, entre futuro do passado e mem/- ria do futuro, entre utopia da memória e hist/ria da utopia, .ue subentende o espa+o do fetiche (ou se7a, da aus8ncia .ue simboliza a presen+a iii ), .ue um romance como Cana de Gra+a Aranha ( 902) se oferece como ob7eto de estudo e3emplar, por.ue parece ocupar inteiramente o espa+o da neutraliza+,o de espa+os confli- tantes, fetichizar a aus8ncia do .ue o antecipa e a presen+a do .ue o se0ue e vice-versa (a confirma+,o do car2ter .ui2smico da tem- poralidade estética pré-modernista). Avalia+:es crticas de 6mbito e interpreta+,o t,o diferentes como a cl2ssica de 4-cia Ai- 0uel-Pereira e a mais recente de José Paulo Paes conver0em na atribui+,o ao romance da fun+,o con7untiva, de charneira, entre dois perodos liter2rios, apontando ambos para o seu preenchi- mento de uma va0a intermédia .ue condensa em si uma sntese absorvente da transi+,o: a primeira destacando a media+,o entre e- stéticas t,o opostas .uais naturalismo e simbolismo, o se0undo detectando na obra o elo hist/rico entre os dois Aodernismos, o ponto de uni,o entre as idéias da Escola do Recife e as da Semana de Arte Aoderna iv . Nesse romance de idéias, de .ue Roberto Schwarz apontou os limites estruturais por ser si0nificativa- mente, com outro .uiasmo Kuma filosofia ficcionalizada e uma fic+,o filosofanteL v, re0istra literariamente uma certa ima0em, uma certa interpreta+,o do 5rasil, a tentativa de inscrever em variados 25 RO5ERTO VECCHI padr:es estético-ideol/0icos o espa+o brasileiro, como condiz B tend8ncia dominante da época (pense-se na série parate3tualmente homólo0a, apesar da pluralidade diver0ente de c/di0os, de Os sert.es de Euclides, Pelo sert o de Afonso Arinos e 0ert o de Coelho Neto). Essa paisa0em marcada por um e3traordin2rio vitalismo da nature- za vir0em .ue enucleia os si0nos de runa e artifcio da fase de mo- derniza+,o em curso, de .ue José Paulo Paes interpretou recente- mente a ntima sem6ntica espacial, deve tanto B e3peri8ncia de ob- serva+,o direta da re0i,o do Esprito Santo do narrador .uanto ao olhar retrospectivo dele virado para o estetismo decadente alheio da tradi+,o européia. De fato, na constru+,o do referente local, Gra+a Aranha aproveita v2rios recursos e materiais liter2rios, so- bretudo descritivos, retirados das p20inas do Trionfo della morte de Gabriele D’Annunzio ( 894), mostrando como no horizonte do autor h2 uma dialética constante entre o plano da realidade e o da literatura, entre conte3to e te3to vi . A apropria+,o de recursos narra- tivos, a sobretudo estilstico-descritivos, da fonte dannunziana se revela de al0um modo interessante, se7a na confi0ura+,o da vis,o estética pré-modernista de Gra+a Aranha, se7a na compreens,o da efetiva e discutida fun+,o modernizadora desempenhada por Ga- briele D’Annunzio na forma+,o italiana de uma nova e3press,o liter2ria alinhada com os avan+os de outras literaturas européias, sobretudo por.ue a presen+a, no interte3to de Cana , de elementos formais e temáticos de um romance si0nificativo de uma certa fase evolutiva do percurso dannunziano, .ual é o Trionfo della morte , ab- sorve inclusive si0nos e tens:es do especfico c/di0o da moderni- dade nele e3plicitado. O Trionfo della morte , .ue marca uma problemática passa0em do escritor do pessimismo schopenhaueriano para o su- per-hominismo de Iietzsche por meio de um modelo formal de romance .ue se apresenta como a plena realiza+,o dos ideais da littérature 1agnérienne vii , teve ampla resson6ncia em toda a América 26 Algumas trilhas Dannunzianas no ... 4atina, sobretudo a partir da sua publica+,o .uase sincrOnica em franc8s na 2evue des Deux 3ondes em 895 viii . D’Annunzio adere B idéia da obra total, de fus,o de todas as artes de Pa0ner, e na dedi- cat/ria-tratado do romance define os postulados estéticos do Kideal livro de prosa moderno .ue sendo v2rio de sons e de ritmos como um poema, reunindo no seu estilo as mais diferentes virtudes da palavra escrita Q...R parecesse n,o imitar, mas continuar a natu- rezaL i3 S assim, o car2ter moderno do romance é identificado com a capacidade de conter o impasse da linha naturalista-verista, do 0rau zero da escrita liter2ria, ultrapassando-o através da necessidade in- trnseca do sublime 3. A modernidade assim tra+ada se confi0ura como al0o .ue redunda, e3cresc8ncia le3ical, .ue, .uebrando com o vocabul2rio cinzento e contido do naturalismo (dos descrittori ), proporciona a moderniza+,o wa0neriana do romance por meio de uma opera+,o de restaura+,o lin0Tstica .ue aproveita ao má3imo todos os recursos oferecidos pela tradi+,o da ln0ua italiana. A mo- biliza+,o do mais amplo arsenal le3ical se torna possvel a partir da autonomiza+,o do si0nificante, .ue vale pelo seu poder simb/li- co-anal/0ico e n,o mais pela capacidade de reproduzir mimetica- mente si0nificados: ou se7a, uma or0aniza+,o do si0nificante .ue e3alta sobretudo o papel da forma, a forma do conte-do3i .
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