GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS

AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOLVIMENTO RURAL E FUNDIÁRIO

SECRETARIA DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

PROPOSTA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA

INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA - IICA

AÇÕES DE COMBATE À POBREZA RURAL NA REGIÃO NORDESTE DE GOIÁS

DOCUMENTO DE REFERÊNCIA - VERSÃO PRELIMINAR

FEVEREIRO, 2003.

A AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

PROPONENTE

Governo do Estado de Goiás

Marconi Ferreira Perillo Júnior - Governador

CONVENENTE

Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA

COMISSÃO EXECUTIVA

Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento

José Carlos Siqueira - Secretário

Agência Goiana de Desenvolvimento Regional

João Bosco Umbelino dos Santos - Presidente

Fabrício Bernardes de Paiva - Diretor de Desenvolvimento da Região Nordeste

Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

José Mário Schreiner - Secretário

Arthur Eduardo Alves de Toledo - Chefia de Assessoria Técnica e Planejamento

Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário

Sandoval Moreira Mariano - Presidente

Rogério Martins Esteves - Diretor de Extensão e Assistência Técnica

ii AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

FINALIDADE

Apoiar a implementação de ações de combate à pobreza rural na região Nordeste do Estado de Goiás

PRAZO DE EXECUÇÃO

Janeiro de 2003 a dezembro de 2006

PARCERIAS INSTITUCIONAIS

Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento - SEPLAN

Agência Goiana de Desenvolvimento Regional - AGDR

Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento - SEAGRO

Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário - AGENCIARURAL

Secretaria Estadual de Infra-estrutura - SEINFRA

Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas - AGETOP

Agência Goiana de Desenvolvimento Industrial e Mineral - AGIM

Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e da Habitação - SEMARH Agência Goiana de Meio Ambiente

Secretaria Estadual da Saúde

Secretaria Estadual da Educação

Procuradoria Geral do Estado

iii AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

Associação Municipal do Nordeste de Goiás:

Município de Alto Paraíso de Goiás, Município de , Município de Buritinópolis, Município de , Município de , Município de , Município de Damianópolis, Município de Divinópolis de Goiás, Município de Flores de Goiás, Município de Guarani de Goiás, Município de , Município de Mambaí, Município de Monte Alegre de Goiás, Município de Nova Roma, Município de Posse, Município de São Domingos, Município de São João D’Aliança, Município de Simolândia, Município de Sítio d’Abadia, Município de Teresina de Goiás.

COLABORADORES

Maria Luiza Osório Moreira - Geóloga - Agência Goiana de Desenvolvimento

Industrial e Mineral - AGIM

Sebastião Pereira Caixeta - Engenheiro Civil - Secretaria Estadual de Infra-estrutura -

SEINFRA

Regina Beatriz Simon Yazigi - Economista - Secretaria Estadual de Desenvolvimento e

Planejamento - SEPLAN

EQUIPE DE TRABALHO

Arthur Eduardo Alves de Toledo - Engenheiro Agrônomo - SEAGRO

Edna Ferreira Rosa - Engenheira Agrônoma - AGENCIARURAL

Edna Rodrigues Costa Lopes - Tecnóloga em Cooperativismo - SEAGRO

Elias Begnini - Administrador - AGDR

Lúcio Warley Lippi - Economista - AGDR

Salvador de Souza Barcelos - Administrador - AGENCIARURAL

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SUMÁRIO

1 JUSTIFICATIVA...... 1

2 APRESENTAÇÃO...... 5

2.1 METODOLOGIA...... 5

3 OBJETIVOS ...... 6

3.1 OBJETIVO GERAL...... 6

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...... 6

4 CARACTERIZAÇÃO ...... 8

4.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA - GOIÁS...... 8

4.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA - NORDESTE GOIANO ...... 9

4.3 MICRORREGIÕES ...... 9

4.4 POPULAÇÃO URBANA E RURAL DO ESTADO DE GOIÁS ...... 11

4.5 POPULAÇÃO URBANA E RURAL DO NORDESTE DO ESTADO DE GOÍAS...... 14

4.6 PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS ...... 23

4.7 INDICADORES SOCIAIS...... 32

4.8 ESTRUTURA FUNDIÁRIA ...... 45

5 INFRA-ESTRUTURA ...... 57

5.1 ESTRADAS...... 57

5.2 ENERGIA ...... 59

5.3 SANEAMENTO BÁSICO...... 64

5.4 TELECOMUNICAÇÕES ...... 65

6 ASPECTOS AMBIENTAIS ...... 66

6.1 A RESERVA DA BIOSFERA DO CERRADO GOYAZ ...... 66 6.1.1 ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS...... 68 6.1.2 ASPECTOS ECONÔMICO-AMBIENTAIS ...... 68 6.1.3 ASPECTOS SÓCIO-AMBIENTAIS ...... 69

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6.1.4 ASPECTOS CIENTÍFICO-AMBIENTAIS ...... 69

6.2 AS ZONAS NÚCLEO DA RESERVA DA BIOSFERA DO CERRADO GOYAZ...... 70 6.2.1 PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS...... 70 6.2.2 PARQUE ESTADUAL DE TERRA RONCA...... 70 6.2.3 APA- ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ...... 72

6.3 POTENCIAL TURÍSTICO DA REGIÃO ...... 73

7 COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBOS ...... 77

8 RESULTADOS ESPERADOS ...... 81

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 82

10 BIBLIOGRAFIA...... 84

11 ANEXO ...... 86

11.1 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) MÉDIO – MICRORREGIÕES: GO ...... 86

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 01 - LOCALIZAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS ...... 8

FIGURA 02 - MICRORREGIÕES DO NORDESTE GOIANO ...... 9

FIGURA 03 - MAPA RODOVIÁRIO - ESTADO DE GOIÁS...... 59

FIGURA 04 - REGIÃO DE TERRA RONCA...... 71

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 01 - COMPOSIÇÃO DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2000) ...... 10

TABELA 02 - EVOLUÇÃO DAS POPULAÇÕES URBANA E RURAL - GOIÁS, BRASIL...... 12

TABELA 03 - VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIAS (1980 - 2001) ...... 15

TABELA 04 - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DAS POPULAÇÕES URBANA E RURAL DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (1980 - 2000) ...... 17

TABELA 05 - VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (1980 - 2000) ...... 19

TABELA 06 - DENSIDADE DEMOGRÁFICA - REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2001)...... 21

TABELA 07 - REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS: PRODUÇÃO ANIMAL (2000) ...... 23

TABELA 8 - REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS: PRODUÇÃO VEGETAL (2001) ...... 24

TABELA 09 - GOIÁS: EFETIVO DE BOVINOS, SUÍNOS E AVES POR MICRORREGIÃO (2000) ...... 28

TABELA 10 - EFETIVO BOVINO - NORDESTE GOIANO...... 29

TABELA 11 - GOIÁS: ÁREA COLHIDA, PRODUÇÃO E RENDIMENTO: PRINCIPAIS PRODUTOS...... 29

TABELA 12 - PRODUÇÃO AGRÍCOLA: DÉFICIT DE PRODUTIVIDADE (2001) ...... 30

TABELA 13 - HOSPITAIS E POSTOS DE ATENDIMENTO MÉDICO ...... 33

TABELA 14 - SERVIÇOS SOCIAIS BÁSICOS ...... 34

TABELA 15 - PERFIL DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS - INDICADORES SOCIAIS (1991)...... 35

TABELA 16 - MOVIMENTO E RENDIMENTO ESCOLAR: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2000)...... 38

TABELA 17 - MOVIMENTO E RENDIMENTO ESCOLAR: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2001)...... 39

vii AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

TABELA 18 - EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – IDH: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (1991 - 2000) ...... 43

TABELA 19 – DESEQUILÍBRIO REGIONAL: MICRORREGIÕES DO ESTADO DE GOIÁS (IDH 2000) ...... 44

TABELA 20 - POLÍTICAS E PROGRAMAS DE GERAÇÃO DE EMPREGO, PRODUÇÃO E RENDA...... 44

TABELA 21 - DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - BRASIL ...... 46

TABELA 22 - DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - GOIÁS...... 47

TABELA 23 - DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - NORDESTE/GO ...... 48

TABELA 24 – DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - CHAPADA DOS VEADEIROS ...... 50

TABELA 25 - DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - VÃO DO PARANÃ ...... 51

TABELA 26 - INDICADORES CADASTRAIS DE IMÓVEIS RURAIS DO NORDESTE DE GOIÁS (1997)...... 53

TABELA 27 - ASSENTAMENTOS E FAMÍLIAS ASSENTADAS: INCRA (1999)...... 54

TABELA 28 - EMPREENDIMENTOS RURAIS: BANCO DA TERRA - GOIÁS ...... 54

TABELA 29 - DISTRIBUIÇÃO DA MALHA FUNDIÁRIA DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS ...... 55

TABELA 30 - ESTRUTURA FUNDIÁRIA - UTILIZAÇÃO DOS SOLOS (1996)...... 56

TABELA 31 - USINAS EM OPRAÇÃO: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2002) ...... 60

TABELA 32 – USINAS EM CONSTRUÇÃO: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2002) ...... 60

TABELA 33 - PREVISÃO E EXECUÇÃO DE LIGAÇÕES: REGIÃO NORDESTE - GO (2002)...... 62

TABELA 34 - CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA: REGIÃO NORDESTE - GO (2001) ...... 63

viii AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

1 JUSTIFICATIVA

A moderna sociedade estabeleceu um modelo sócio-econômico que prima pelo aumento da produção e da produtividade. Apesar dos avanços na geração da produção, assistimos paralelamente, uma exponencial concentração da renda e empobrecimento social. Se esta perspectiva não é a regra em países desenvolvidos, em função dos mecanismos de eqüidade social, em países do terceiro mundo ela se revela de forma inexorável. Aliás, a classificação primeiro, segundo ou terceiro mundos não são mais cabíveis. Inclusão e exclusão são os termos de referência, afinal um cidadão da elite econômica brasileira interage muito mais com o seu par estrangeiro do que com seu compatriota socialmente excluído.

A inclusão e exclusão não se restringem às fronteiras geopolíticas, mas no âmbito dos relacionamentos social, político e econômico de estratificações sociais, independente da nacionalidade. As organizações públicas e privadas que mantêm intra e inter- relacionamentos para além dos seus respectivos limites territoriais, portanto atuando globalmente, formatam uma estrutura social de incluídos e excluídos. O volume e intensidade destes relacionamentos extrapolam a dimensão de seus interesses precípuos, desdobram em secundários e apoderam-se da ética e da lógica da sociedade, determinando quem serão ou não seus interlocutores, prepostos e beneficiários, isto de forma institucionalizada, legal e revestida de um caráter de naturalidade.

O modo de produção vigente exige uma crescente escala de produção, maiores níveis de produtividade e qualidade, redução de custos operacionais, administrativos e financeiros, fazendo com que haja um maior nível de concentração e centralização do capital1; fatores que levam à concentração da renda e ao aumento do número de excluídos dos processos de produção e distribuição2.

1 Referimo-nos não apenas ao capital monetário, mas ao capital financeiro, fixo e social. 2 Em que pese a exigência da modernização das relações sociais de produção, as relações democráticas de organização social permeiam toda e quaisquer estruturas sócio-produtivas. É latente o clamor social no que diz respeito ao reconhecimento dos direitos sociais, pois, não é concebível e sustentável uma sociedade em que os níveis de indigência e exclusão social gravam uma parcela cada vez maior da sociedade. O reconhecimento do direito à propriedade privada tem como condição sine qua non o reconhecimento dos direitos sociais.

1 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

O agravamento do cenário social no Brasil, resultado do aumento do desemprego, da degradação ambiental, da ocupação desordenada dos territórios; reflete um quadro de disparidades que tende a se acentuar, pois é fruto de um processo de exclusão que se modifica no tempo, no espaço e conceitualmente3.

O Estado de Goiás, caracterizado como essencialmente agropecuário, não é diferente. Sua extensão territorial estabelece acentuadas disparidades inter e intra-regionais em virtude dos diferentes níveis de desenvolvimento, onde regiões produtoras de commodity´s contrastam com regiões cuja subsistência é obtida através da agricultura familiar.

Outro aspecto de extrema relevância é a falta de perspectiva para a permanência do cidadão em seu local de origem, tornando inevitável o êxodo rural. Violência urbana, exclusões social, desagregação familiar, ocupação desordenada do espaço urbano (favelização), subemprego, dentre outros, são problemas gerados pela mencionada falta de perspectiva no campo e decorrente migração. Ao se oportunizarem relações de trabalho e emprego consubstanciadas pela constituição de um padrão sócio-produtivo dinâmico, pautado na cooperação e cidadania, capaz de garantir níveis satisfatórios de qualidade de vida, o trabalhador não mais se deslocará em direção aos grandes centros em busca de trabalho.

Na região do Nordeste do Estado de Goiás, prevalece um quadro social com grande desigualdade na distribuição de renda, mortalidade infantil elevada, precária condições sanitárias e habitacionais, terras ocupadas sem títulos de propriedade e baixa oferta de energia elétrica; fatores que contribuem e retroalimentam um círculo vicioso no qual se estabelece uma máxima: “é pobre por ser pouco desenvolvido, é pouco desenvolvido por ser pobre”. É a exclusão social se materializando por toda uma região, exigindo cuidados especiais e tratamento prioritário para modificar um panorama que, caso perdure, comprometerá irreversivelmente todo e qualquer processo de desenvolvimento.

3 O processo de exclusão social possui características diferenciadas tanto no aspecto temporal (quando) quanto espacial (onde), dependendo do nível de organização social em que ocorre. Há modificação conceitual da exclusão social; o termo exclusão digital é expressão de uma nova abordagem em que diferentes nuances são consideradas. A necessidade em cunhar novos termos reflete a mudança conceitual de exclusão social.

2 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

CONTEXTUALIZAÇÃO

Buscando minorar a precária situação da população da região Nordeste do Estado de Goiás e objetivando minimizar os desequilíbrios regionais com investimentos em programas sociais para amenizar as dificuldades locais, o Governo do Estado de Goiás

implementa ações e programas de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Não obstante aos esforços empreendidos, persistem os desequilíbrios.

O baixo capital social, aliado à falta de capacitação e baixa qualificação profissional dos habitantes do Nordeste Goiano tem como causas os desequilíbrios econômicos, políticos, sociais, culturais e institucionais para a consolidação da cidadania. Decorre do insuficiente mercado de trabalho, falta de geração de renda, insuficiência de bens e serviços básicos, limitações da população em atuar com eficiência na defesa de seus direitos e interesses e, ainda, incapacidade de se organizar coletivamente para dinamizar a economia da região.

Essa situação nos mostra que “os remédios convencionais perderam a sua eficácia e vigência. O modelo chegou a tal grau de esgotamento que já não é mais possível recuperá- lo; simplesmente se faz necessário substituí-lo por uma estratégia educativa-emancipadora. Com tal fim os governos, conscientes de que ‘não estão em condições de fazer tudo por todos os agricultores sempre’, terão de assumir o papel de essencialmente emancipador de dependências. Com este propósito deverão delegar aos próprios agricultores a solução de seus problemas, proporcionando-lhes conhecimentos mínimos para que verdadeiramente queiram, saibam e possam assumir, atitudes e papéis mais protagônicos na eficiente solução dos seus próprios problemas”.4

A questão maior é: qual a real possibilidade de fortalecimento, de crescimento dessa comunidade? Como conseguirão vencer estes desafios sem uma estratégia de apoio? A sociedade precisa se posicionar diante das opções de desenvolvimento, devendo ser esclarecida sobre as diferentes possibilidades de forma a poder exigir políticas públicas coerentes com sua alternativa.

4 LACKI. P. O que pedem os agricultores e o que podem os governos; mendigar dependência ou proporcionar emancipação? – FAO.

3 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

A reorganização da sociedade é a base para iniciarmos alguma perspectiva de desenvolvimento sustentável. Tal reorganização deve ser obtida de modo que as comunidades tenham capacidade de criar condições éticas, econômicas, institucionais e técnicas para que um processo de mobilização social ocorra, possibilitando a sistematização do desenvolvimento regional. Sendo assim, serão valorizados os elementos estratégicos intangíveis, como o capital humano e social, o “empoderamento” das pessoas 5 e das organizações. A transição para uma sociedade sustentável, segundo JARA “é um problema de tomada de consciência que começa na mudança interna das pessoas, nos sentimentos de solidariedade, no amor político pela sociedade, um novo pacto do ser humano com todos os demais seres, com a natureza”.

A construção do futuro da região depende da comunidade como sujeito capaz de propor um desenvolvimento sustentável, isso só acontecerá se a comunidade romper com relacionamentos de dependência, pois não há a possibilidade de um futuro sustentável se não houver transformações pessoais promovidas pela educação e pela participação social. O fortalecimento das capacidades de autogestão, decisão e participação são o fundamento do desenvolvimento sustentável. É principalmente uma questão de planejamento, visão de futuro e mudança de consciência da população local.

Nesse contexto insere-se a necessidade de mobilização social para cooperação, que tem como objetivo básico a participação ativa dos atores envolvidos no processo e que busque a eqüidade, em que a única alternativa realista consiste em proporcionar a comunidade os conhecimentos para que eles mesmos possam solucionar os seus problemas, com capacitação e tecnologias compatíveis com os recursos que realmente possuem.

5 JARA (1999).

4 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

2 APRESENTAÇÃO

O presente trabalho tem como escopo a propositura de uma ação estratégica de formação e ampliação do capital social através da mobilização e organização dos atores sociais, agentes do processo de desenvolvimento sustentável. A ação a ser implementada, circunscrita à região Nordeste do Estado de Goiás, pressupõe o conhecimento das especificidades que a distinguem. Portanto, não se trata de mera caracterização de uma fração do território goiano; mas de uma análise que possa levar à dinamização sócio- econômica da região Nordeste do Estado de Goiás.

2.1 METODOLOGIA

A metodologia proposta difere das convencionais abordagens nas quais intervenções são arquitetadas sem a preocupação com a capacitação do capital humano. As usuais metodologias definem uma lógica operacional verticalizada de cima para baixo, determinando o que, como, para quem e onde fazer, sem a efetiva participação do público alvo. Trata-se de uma concepção anacrônica de intervenção, pois, não contempla mecanismo endógeno de alavancagem do desenvolvimento.

Ao iniciar um processo de organização ou reforçar o contexto organizacional existente, a presente abordagem metodológica cria condições para que as comunidades possam identificar suas necessidades, superar seus limites, tomar suas decisões e sentir-se o sujeito do processo. Nesse processo prioriza-se os níveis cognitivos, psicomotores e afetivos das comunidades de forma contínua, dotando-as de elementos fundamentais para alcançar um resultado exitoso. Desta forma exercita-se todo o seu potencial na construção de uma nova consciência coletiva, dada a inversão da lógica operacional.

5 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Combater a pobreza das populações rurais da região Nordeste do Estado de Goiás, através de um processo de maior eficiência, eficácia e efetividade das ações nas comunidades, propiciando melhores condições de vida como instrumento de resgate da cidadania e de desenvolvimento socioeconômico.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Possibilitar a mobilização social como instrumento de organização coletiva das comunidades rurais para que possam se desenvolver de forma sustentável;

• Aumentar o capital social, favorecendo a sustentabilidade social, econômica e ambiental;

• Capacitar a comunidade de modo a potencializar e otimizar os recursos humanos, materiais e financeiros;

• Despertar as comunidades rurais para a necessidade do desenvolvimento econômico compatível com a preservação ambiental;

• Internalizar conceitos e práticas de organizações associativas no meio rural em todos os elos da cadeia produtiva;

• Estimular atividades que propiciem a prática da auto-gestão das comunidades rurais no âmbito de suas unidades produtivas;

• Dinamizar os trabalhos de regularização fundiária na região, melhorando e ampliando a exploração econômica da terra;

• Ampliar e intensificar a assistência técnica aos pequenos proprietários rurais, visando ao fortalecimento da agricultura familiar;

6 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

• Implementar ações de cidadania nas áreas de educação, saúde e meio ambiente, mediante a prestação de serviços de melhor qualidade;

• Sistematizar ações específicas para o Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, com vistas a resolver os problemas sociais, fundiários e de assistência técnica;

• Implementar ações de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento dos assentamentos rurais;

• Promover a integração entre políticas, programas e projetos de desenvolvimento local;

• Buscar parcerias e alianças estratégicas entre instituições públicas e privadas, visando o desenvolvimento regional.

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4 CARACTERIZAÇÃO

4.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA - GOIÁS

Localizado na região Centro-Oeste do país, o Estado de Goiás esta situado no planalto central do território brasileiro, posiciona-se entre os paralelos 12º 23’46” N e 19º 29’46” S e os meridianos 45º 58’36” Leste e 53º 14’53” a Oeste de Greenwich, perfazendo uma área total de 341.289,50 Km². Limita-se ao Norte com o Estado de Tocantins, a Leste com os Estados de e , a Oeste com o Estado do Mato Grosso e ao Sul com os Estados de Minas Gerias e Mato Grosso do Sul. A área do Estado de Goiás compreende 4,19% do território brasileiro e 22,22% da região Centro-Oeste.

FIGURA 01 - LOCALIZAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS

Goiás Brasil

12º 23’46”

Tocantins

Mato Grosso Bahia

53º 14’53” 45º 58’66” Goiás

Minas Gerais Mato Grosso do Sul

19º 29’46”

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4.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA - NORDESTE GOIANO

O Nordeste do Estado de Goiás esta localizado geograficamente na região de confluência com os estados de Minas Gerais, Bahia e Tocantins, entre os paralelos 12° 30’ N e 15° 30’ S e meridianos 45° 30’ Leste e 48° 30’ a Oeste de Greenwich, cujo polígono encerra uma área total de 38.766 km², ou 3.876.600 hectares. A área da região Nordeste do Estado de Goiás compreende 11,36% da área total do Estado de Goiás.

4.3 MICRORREGIÕES

A região Nordeste do Estado de Goiás é composta por um conjunto de 20 municípios distribuídos em duas microrregiões oficialmente denominadas Vão do Paranã (12 municípios) e Chapada dos Veadeiros (8 municípios). A região Nordeste do Estado de Goiás possui uma população de 147.986 habitantes (2000), representando 2,96% da população total do Estado, com densidade demográfica de 3,80 habitantes por km²; distribuída conforme a Tabela 01.

FIGURA 02 - MICRORREGIÕES DO NORDESTE GOIANO

VÃO DO PARANÃ CHAPADA DOS VEADEIROS

Fonte: http://www.citybrazil.com.br

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TABELA 01 - COMPOSIÇÃO DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2000) Microrregiões População Chapada dos Veadeiros Total Urbana % Rural % Alto Paraíso de Goiás 6.182 4.179 67,60 2.003 32,40 Campos Belos 17.047 14.207 83,34 2.840 16,66 Cavalcante 9.150 3.654 39,93 5.496 60,07 Colinas do Sul 3.702 2.249 60,75 1.453 39,25 Monte Alegre de Goiás 6.892 2.746 39,84 4.146 60,16 Nova Roma 3.717 1.341 36,08 2.376 63,92 São João D' Aliança 6.736 4.188 62,17 2.548 37,83

Municípios Teresina de Goiás 2.585 1.775 68,67 810 31,33 Vão do Paranã Total Urbana % Rural % Alvorada do Norte 7.560 6.787 89,78 773 10,22 Buritinópolis 3.383 1.651 48,80 1.732 51,20 Damianópolis 3.303 1.502 45,47 1.801 54,53 Divinópolis de Goiás 5.172 2.993 57,87 2.179 42,13 Flores de Goiás 7.514 2.225 29,61 5.289 70,39 Guarani de Goiás 4.678 1.708 36,51 2.970 63,49 Iaciara 11.295 7.998 70,81 3.297 29,19 Mambaí 4.838 3.017 62,36 1.821 37,64 Posse 25.696 18.388 71,56 7.308 28,44 São Domingos 9.636 4.434 46,01 5.202 53,99 Simolândia 6.219 5.199 83,60 1.020 16,40

Municípios Sítio D' Abadia 2.681 852 31,78 1.829 68,22 Chapada dos Veadeiros 56.011 34.339 61,31 21.672 38,69 Vão do Paranã 91.975 56.754 61,71 35.221 38,29 Nordeste Goiano 147.986 91.093 61,56 56.893 38,44 Goiás 5.003.228 4.396.645 87,88 606.583 12,12 Participação relativa da região Nordeste Goiano 2,96% 2,07% 9,38% Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação

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4.4 POPULAÇÃO URBANA E RURAL DO ESTADO DE GOIÁS

Conforme os dados da Tabela 02, a população brasileira, no período de 1970 a 2000, apresenta uma taxa média de crescimento de 2,02% ao ano. Contudo, houve uma redistribuição da população urbana e rural. Nas décadas de 1970, 1980 e nos anos de 1991, 1996 e 2000, o Brasil apresenta uma população rural de 44,08%, 32,41%, 24,41%, 21,64% e 18,75%, respectivamente. Apesar da taxa média de crescimento apresentada, a população rural brasileira decresceu a uma taxa de 0,84% ao ano, portanto, a participação relativa da população rural brasileira diminui sistematicamente.

Em relação à população total do Estado de Goiás, depreende-se que houve um crescimento médio da ordem de 2,45% ao ano no período de 1970 a 2000, com 2.417.466 e 5.003.228 habitantes, respectivamente. O perfil populacional do Estado de Goiás apresenta uma modificação significativa ao longo dos anos de 1970, 1980, 1990 e 2000. De acordo com os dados da Tabela 02; deduz-se que no ano de 1970 a população rural goiana representava 54,16% do total de 2.417.466 habitantes; para o ano de 2000, a população rural corresponde apenas a 12,12% do total de 5.003.228 habitantes. Isto significa que a população rural do Estado de Goiás, de 1970 a 2000, cresce negativamente na ordem de 2,53% ao ano. Observa-se que, apesar de eminentemente agrícola, o Estado de Goiás sofre uma modificação na distribuição de suas populações urbana e rural, mais intensa do que a verificada em âmbito nacional. De acordo com os dados, depreende-se que para os anos de 1980, 1991, 1996 e 2000 esta população rural goiana apresentava, respectivamente, 32,45%, 19,19%, 14,22% e 12,12% da população total. As taxas de crescimento da população rural resultam em -22,65%, de 1970 a 1980; -23,84%, de 1980 a 1991; -16,74% de 1991 a 1996; -5,54% de 1996 a 2000.

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TABELA 02 - EVOLUÇÃO DAS POPULAÇÕES URBANA E RURAL - GOIÁS, BRASIL

1970 1980 1991 Especificação Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Goiás 2.417.466 1.108.248 1.309.218 3.120.718 2.108.049 1.012.669 4.018.903 3.247.676 771.227 Brasil 93.139.037 52.084.984 41.054.053 119.002.706 80.436.409 38.566.297 146.825.475 110.990.990 35.834.485

1996 2000 Especificação Total Urbana Rural Total Urbana Rural População urbana e rural - Brasil Goiás 4.515.868 3.873.722 642.146 5.003.228 4.396.645 606.583 140.000.000 Brasil 157.079.573 123.082.167 33.997.406 169.799.170 137.953.959 31.845.211 120.000.000 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - FIBGE Censos Demográficos 1970, 1980, 1991, 2000 100.000.000 Contagem Populacional 1996 80.000.000 60.000.000

40.000.000 Participação da população rural na população total 20.000.000 Região 1970 1980 1991 1996 2000 0 Goiás 54,16% 32,45% 19,19% 14,22% 12,12% 1970 1980 1991 1996 2000 Brasil 44,08% 32,41% 24,41% 21,64% 18,75% Cáculos do Autor População urbana e rural - Goiás Urbana 4.500.000 Variação da população rural Rural 4.000.000 Região 1970 - 1980 1980 - 1991 1991 - 1996 1996 - 2000 3.500.000 Goiás -22,65% -23,84% -16,74% -5,54% 3.000.000 Brasil -6,06% -7,08% -5,13% -6,33% 2.500.000 2.000.000 Cáculos do Autor 1.500.000 1.000.000 500.000 0 1970 1980 1991 1996 2000

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Em contraste aos números apresentados, a população urbana do Estado de Goiás, no mesmo período (1970 a 2000), cresce a uma taxa positiva 4,70% ao ano. A população urbana, considerando-se os mesmos anos, cresceu de 1970 a 1980, 90,21%; de 1980 a 1991, 54,06%; de 1991 a 1996, 19,28%; e de 1996 a 2000, 13,50%. Relativamente à população total, a população urbana do Estado de Goiás, confere aos anos de 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000; respectivamente, uma participação de 45,84%; 67,55%, 80,81%, 85,78% e 87,88%.

A constatação da mudança da distribuição da população urbana e rural, tanto a brasileira quanto, principalmente, a goiana, seria suficiente para afirmar que o caráter urbano estaria ganhando relevo em detrimento do caráter rural?

Seria correto afirmar que, em virtude da dinâmica econômica e da diversificação da produção, o Brasil rural estaria em franca decadência e a urbanização seria o destino das chamadas zonas rurais?

Estaria o setor rural, caracterizado como atrasado e desprovido de infra-estrutura, fadado a perder sua importância absoluta e relativa nas relações de troca com o setor urbano, tido como moderno, desenvolvido e dinâmico?

Afinal, o que poderia definir o que é urbano e o que é rural?

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4.5 POPULAÇÃO URBANA E RURAL DO NORDESTE DO ESTADO DE GOÍAS

Na região Nordeste do Estado de Goiás, a exemplo do que acontece em âmbito Nacional e Estadual, a população rural diminui sua participação no total da população. Conforme os dados da Tabela 01, constata-se que para o ano de 2000, a região do Nordeste do Estado de Goiás, apresenta uma população de 147.986 habitantes, sendo 89.695 habitantes (60,61%) residentes na zona urbana e 58.291 habitantes (39,39%) residentes na zona rural. A microrregião da Chapada dos Veadeiros possui 56.011 habitantes (37,85% em relação à região); com 32.941 habitantes (58,81%) na zona urbana e 23.070 habitantes (41,19%) na zona rural. No que concerne à microrregião do Vão do Paranã, a população resulta em um total de 91.975 habitantes (62,15% em relação à região); com 56.754 habitantes (61,71%) na zona urbana e 35.221 habitantes (38,29%) na zona rural.

A região Nordeste do Estado de Goiás mantém, no ano de 2000, 38,44% (56.893 habitantes) de sua população total (147.986 habitantes) residindo no meio rural; enquanto que no Estado de Goiás, para o mesmo ano, observa-se que para uma população de 5.003.228; apenas 12,12% dos habitantes (606.583) residem na zona rural.

Os dados da Tabela 03 representam o perfil de crescimento da população da região Nordeste do Estado de Goiás. Apesar do crescimento em termos absolutos, nota-se que há uma tendência de estagnação da população, expressa pela variação percentual da população da região ao longo dos anos. Quanto aos Municípios que compõem a região Nordeste do Estado de Goiás, não há um padrão representativo da evolução populacional. Metade dos Municípios apresenta crescimento absoluto de sua população, enquanto os outros cinqüenta por cento apresentam diminuição ou aumento de sua população absoluta em determinados períodos. O que pode ser afirmado é que há uma acentuada flutuação das populações municipais ao longo dos últimos vinte anos. No período de 1980 a 1991 os Municípios de Alto Paraíso de Goiás, Campos Belos, Flores de Goiás, Guarani de Goiás e Mambaí apresentam taxas de crescimento acima de 30%, enquanto os Municípios de Damianópolis, Monte Alegre de Goiás, Posse, São Domingos e Sítio D`Abadia, apresentaram taxas de crescimento inferiores a 9%; ou que o Município de Cavalcante apresentou uma taxa negativa de crescimento na ordem de 27,15%.

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TABELA 03 - VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIAS (1980 - 2001)

População Municípios 1980a - V % 1991 - V % 1996 - V % 2000 - V % 2001 Região NE 108.587 24,67 135.378 3,44 140.029 5,68 147.986 1,09 149.597 Alto Paraíso de Goiás 2.725 53,87 4.193 29,12 5.414 14,19 6.182 3,79 6.416 Alvorada do Norte 6.056 22,04 7.391 2,83 7.600 -0,53 7.560 0,15 7.571 Buritinópolis - - - - 3.379 0,12 3.383 1,09 3.420 Campos Belos 10.130 45,57 14.746 4,38 15.392 10,75 17.047 1,57 17.315 Cavalcante 11.196 -27,15 8.156 16,60 9.510 -3,79 9.150 1,13 9.253 Colinas do Sul - - 3.458 0,32 3.469 6,72 3.702 0,84 3.733 Damianópolis 3.517 4,49 3.675 -3,73 3.538 -6,64 3.303 -1,39 3.257 Divinópolis de Goias 4.245 18,37 5.025 -0,20 5.015 3,13 5.172 0,37 5.191 Flores de Goiás 3.884 30,56 5.071 5,50 5.350 40,45 7.514 4,07 7.820 Guarani de Goiás 3.985 40,80 5.611 -15,74 4.728 -1,06 4.678 -2,31 4.570 Iaciara 7.962 21,94 9.709 3,12 10.012 12,81 11.295 0,80 11.385 Mambaí 5.085 37,64 6.999 -35,42 4.520 7,04 4.838 1,82 4.926 Monte Alegre de Goiás 7.342 8,50 7.966 -13,53 6.888 0,06 6.892 -1,68 6.776 Nova Roma 4.117 14,53 4.715 -15,27 3.995 -6,96 3.717 -3,93 3.571 Posse 21.679 8,48 23.518 5,33 24.771 3,73 25.696 1,42 26.060 São Domingos 9.657 6,97 10.330 -8,19 9.484 1,60 9.636 -1,25 9.516 São João D`Aliança 4.342 17,83 5.116 16,54 5.962 12,98 6.736 5,58 7.112 Simolândia - - 5.578 8,52 6.053 2,74 6.219 1,19 6.293 Sítio d`Abadia 2.665 3,11 2.748 5,28 2.893 -7,33 2.681 -0,30 2.673 Teresina de Goiás - - 1.373 49,75 2.056 25,73 2.585 5,96 2.739 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - FIBGE a - Superintendencia Central de Planejamento - SEPLAN / GO - 1996

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Para os demais períodos basta destacar, para ratificar a flutuação populacional, que o Município de Teresina de Goiás teve sua população acrescida em 49,75% e que o Município de Mambaí diminuiu sua população em 35,42%, no período de 1991 a 1996. Ou ainda, que a população do Município de Flores de Goiás cresceu 40,45% e que a população do Município de Sítio D`Abadia decresceu 7,33%, no período de 1996 a 2000.

Uma análise histórica da distribuição das populações urbana e rural para o Estado de Goiás (Tabela 02), em comparação com a região Nordeste do Estado (Tabela 04), mostra que, enquanto a população rural no Estado, na década de 1980, atingia 32,45% do total da população, a região Nordeste do Estado de Goiás apresentava, no mesmo período, 68,77% de sua população residindo na zona rural. Para o ano de 1991 a população rural do Estado de Goiás alcançou 19,19% do total de habitantes, contra 50,06% da população total da região Nordeste do Estado de Goiás residindo na zona rural. No ano de 1996 a população rural do Estado de Goiás representava 14,22% do total, enquanto que a população rural da região Nordeste do Estado decrescia para o patamar de 41,31% do total da população da região. Em 2000 a população rural do Estado de Goiás representava 12,12%, enquanto que a população rural da região Nordeste atingia 38,44% da população nordestina.

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TABELA 04 - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DAS POPULAÇÕES URBANA E RURAL DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (1980 - 2000)

População Municípios Total Urbana Rural 1980 1991 1996 2000 2001 1980 - %T 1991 - %T 1996 - %T 2000 - %T 1980 - %T 1991 - %T 1996 - %T 2000 - %T Região NE 108.587 135.378 140.029 147.986 149.597 33.916 31,23 67.613 49,94 82.186 58,69 91.093 61,56 74.671 68,77 67.765 50,06 57.843 41,31 56.893 38,44 Alto Paraíso de Goiás 2.725 4.193 5.414 6.182 6.416 539 19,78 2.331 55,59 3.457 63,85 4.179 67,60 2.186 80,22 1.862 44,41 1.957 36,15 2.003 32,40 Alvorada do Norte 6.056 7.391 7.600 7.560 7.571 4.179 69,01 5.707 77,22 6.379 83,93 6.787 89,78 1.877 30,99 1.684 22,78 1.221 16,07 773 10,22 Buritinópolis - - 3.379 3.383 3.420 - - - - 1.562 46,23 1.651 48,80 - - - - 1.817 53,77 1.732 51,20 Campos Belos 10.130 14.746 15.392 17.047 17.315 6.892 68,04 11.728 79,53 12.809 83,22 14.207 83,34 3.238 31,96 3.018 20,47 2.583 16,78 2.840 16,66 Cavalcante 11.196 8.156 9.510 9.150 9.253 1.802 16,10 2.001 24,53 3.062 32,20 3.654 39,93 9.394 83,90 6.155 75,47 6.448 67,80 5.496 60,07 Colinas do Sul - 3.458 3.469 3.702 3.733 - - 1.173 33,92 1.821 52,49 2.249 60,75 - - 2.285 66,08 1.648 47,51 1.453 39,25 Damianópolis 3.517 3.675 3.538 3.303 3.257 559 15,89 1.083 29,47 1.306 36,91 1.502 45,47 2.958 84,11 2.592 70,53 2.232 63,09 1.801 54,53 Divinópolis de Goias 4.245 5.025 5.015 5.172 5.191 1.837 43,27 2.209 43,96 2.857 56,97 2.993 57,87 2.408 56,73 2.816 56,04 2.158 43,03 2.179 42,13 Flores de Goiás 3.884 5.071 5.350 7.514 7.820 699 18,00 1.585 31,26 2.049 38,30 2.225 29,61 3.185 82,00 3.486 68,74 3.301 61,70 5.289 70,39 Guarani de Goiás 3.985 5.611 4.728 4.678 4.570 657 16,49 1.486 26,48 1.564 33,08 1.708 36,51 3.328 83,51 4.125 73,52 3.164 66,92 2.970 63,49 Iaciara 7.962 9.709 10.012 11.295 11.385 4.106 51,57 6.720 69,21 7.523 75,14 7.998 70,81 3.856 48,43 2.989 30,79 2.489 24,86 3.297 29,19 Mambaí 5.085 6.999 4.520 4.838 4.926 1.178 23,17 3.012 43,03 2.557 56,57 3.017 62,36 3.907 76,83 3.987 56,97 1.963 43,43 1.821 37,64 Monte Alegre de Goiás 7.342 7.966 6.888 6.892 6.776 1.097 14,94 2.275 28,56 2.582 37,49 2.746 39,84 6.245 85,06 5.691 71,44 4.306 62,51 4.146 60,16 Nova Roma 4.117 4.715 3.995 3.717 3.571 634 15,40 1.287 27,30 1.424 35,64 1.341 36,08 3.483 84,60 3.428 72,70 2.571 64,36 2.376 63,92 Posse 21.679 23.518 24.771 25.696 26.060 6.273 28,94 13.265 56,40 16.710 67,46 18.388 71,56 15.406 71,06 10.253 43,60 8.061 32,54 7.308 28,44 São Domingos 9.657 10.330 9.484 9.636 9.516 2.098 21,73 3.573 34,59 3.909 41,22 4.434 46,01 7.559 78,27 6.757 65,41 5.575 58,78 5.202 53,99 São João D`Aliança 4.342 5.116 5.962 6.736 7.112 1.107 25,50 2.503 48,92 3.643 61,10 4.188 62,17 3.235 74,50 2.613 51,08 2.319 38,90 2.548 37,83 Simolândia - 5.578 6.053 6.219 6.293 - - 4.306 77,20 4.896 80,89 5.199 83,60 - - 1.272 22,80 1.157 19,11 1.020 16,40 Sítio d`Abadia 2.665 2.748 2.893 2.681 2.673 259 9,72 472 17,18 647 22,36 852 31,78 2.406 90,28 2.276 82,82 2.246 77,64 1.829 68,22 Teresina de Goiás - 1.373 2.056 2.585 2.739 - - 897 65,33 1.429 69,50 1.775 68,67 -- 476 34,67 627 30,50 810 31,33 População Densidade Região Total Urbana Rural Demográfica 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 Goiás 3.120.718 4.018.903 5.003.228 2.108.049 3.247.676 4.396.645 1.012.669 771.227 606.583 9,14 11,78 14,66 Nordeste - GO 108.587 135.378 147.986 33.916 67.613 91.093 74.671 67.765 56.893 2,79 3,48 3,80 Pop. relativa NE/GO 3,48% 3,37% 2,96% 1,61% 2,08% 2,07% 7,37% 8,79% 9,38% Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Censo Demográfico Superintendência Central de Planejamento - SEPLAN / GO - 1996

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Entretanto, ao analisarmos os dados da Tabela 05, constatamos que a população rural dos Municípios da região Nordeste do Estado de Goiás, diminuiu sistematicamente ao longo das décadas de 1980 e 1990. Apesar do decrescimento, em termos absolutos, da população rural do Estado de Goiás, houve aumento da participação relativa da população rural da região Nordeste. Conforme os dados da Tabela 04, a população rural da região Nordeste aumentou sua participação relativa para 7,37%, 8,79% e 9,38%, nos anos de 1980, 1991 e 2000 respectivamente, em relação à população rural do Estado de Goiás.

Em que pese a evolução da participação relativa da população rural da região Nordeste, deve-se levar em consideração que o critério adotado no Brasil para definição da população urbana e rural é o critério administrativo6. Este critério preconiza que a sede do Município é, por definição, uma cidade e que a população que habita a sede do Município é considerada urbana. Além disto, o mencionado critério considera, ainda, que a sede de um Distrito é uma Vila e que a população residente nesta Vila também é considerada Urbana. Por este conceito a expansão da zona urbana, ou diminuição da zona rural, estaria determinada pela vontade do administrador público ou pela emancipação de um aglomerado populacional rural, situações em que levaria ao surgimento de uma nova sede municipal e, portanto, uma nova zona urbana e conseqüente aumento de sua população. A persistir a prevalência do critério Administrativo, a importância da população rural será exígua ou inexistente para promoção de políticas públicas, visto a insuficiência de seu valor absoluto. Observando-se a tendência da diminuição da população rural para o Brasil (Tabela 01) e em particular para o Estado de Goiás (Tabelas 01 e 04), poder-se-ia afirmar que não haveria propositura de políticas e projetos que contemplariam a dinamização do setor rural, em função de sua inexpressiva participação no cômputo da população total.

6 Também conhecido como critério espacial, o critério administrativo separa o urbano do rural com base na idéia de que sempre há uma zona urbana. A mera existência de um Município é suficiente para determinar um perímetro urbano.

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TABELA 05 - VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (1980 - 2000) População Urbana População Rural Municípios 1980 - V % 1991 - V % 1996 - V % 2000 1980 - V % 1991 - V % 1996 - V % 2000 Região NE 33.916 99,35 67.613 21,55 82.186 10,84 91.093 74.671 -9,25 67.765 -14,64 57.843 -1,64 56.893 Alto Paraíso de Goiás 539 332,47 2.331 48,31 3.457 20,89 4.179 2.186 -14,82 1.862 5,10 1.957 2,35 2.003 Alvorada do Norte 4.179 36,56 5.707 11,78 6.379 6,40 6.787 1.877 -10,28 1.684 -27,49 1.221 -36,69 773 Buritinópolis - - - - 1.562 5,70 1.651 - - - - 1.817 -4,68 1.732 Campos Belos 6.892 70,17 11.728 9,22 12.809 10,91 14.207 3.238 -6,79 3.018 -14,41 2.583 9,95 2.840 Cavalcante 1.802 11,04 2.001 53,02 3.062 19,33 3.654 9.394 -34,48 6.155 4,76 6.448 -14,76 5.496 Colinas do Sul - - 1.173 55,24 1.821 23,50 2.249 - - 2.285 -27,88 1.648 -11,83 1.453 Damianópolis 559 93,74 1.083 20,59 1.306 15,01 1.502 2.958 -12,37 2.592 -13,89 2.232 -19,31 1.801 Divinópolis de Goias 1.837 20,25 2.209 29,33 2.857 4,76 2.993 2.408 16,94 2.816 -23,37 2.158 0,97 2.179 Flores de Goiás 699 126,75 1.585 29,27 2.049 8,59 2.225 3.185 9,45 3.486 -5,31 3.301 60,22 5.289 Guarani de Goiás 657 126,18 1.486 5,25 1.564 9,21 1.708 3.328 23,95 4.125 -23,30 3.164 -6,13 2.970 Iaciara 4.106 63,66 6.720 11,95 7.523 6,31 7.998 3.856 -22,48 2.989 -16,73 2.489 32,46 3.297 Mambaí 1.178 155,69 3.012 -15,11 2.557 17,99 3.017 3.907 2,05 3.987 -50,76 1.963 -7,23 1.821 Monte Alegre de Goiás 1.097 107,38 2.275 13,49 2.582 6,35 2.746 6.245 -8,87 5.691 -24,34 4.306 -3,72 4.146 Nova Roma 634 103,00 1.287 10,64 1.424 -5,83 1.341 3.483 -1,58 3.428 -25,00 2.571 -7,58 2.376 Posse 6.273 111,46 13.265 25,97 16.710 10,04 18.388 15.406 -33,45 10.253 -21,38 8.061 -9,34 7.308 São Domingos 2.098 70,31 3.573 9,40 3.909 13,43 4.434 7.559 -10,61 6.757 -17,49 5.575 -6,69 5.202 São João D`Aliança 1.107 126,11 2.503 45,55 3.643 14,96 4.188 3.235 -19,23 2.613 -11,25 2.319 9,87 2.548 Simolândia - - 4.306 13,70 4.896 6,19 5.199 - - 1.272 -9,04 1.157 -11,84 1.020 Sítio d`Abadia 259 82,24 472 37,08 647 31,68 852 2.406 -5,40 2.276 -1,32 2.246 -18,57 1.829 Teresina de Goiás - - 897 59,31 1.429 24,21 1.775 - - 476 31,72 627 29,19 810 Participação da População População Urbana População Rural Urbana e Rural (%) Região 1980 %T 1991 %T 1996 %T 2000 %T 1980 %T 1991 %T 1996 %T 2000 %T Nordeste - GO 33.916 31,23 67.613 49,94 82.186 58,69 91.093 61,56 74.671 68,77 67.765 50,06 57.843 41,31 56.893 38,44 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação

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O conceito de zona urbana e zona rural tem sido reavaliado por estudiosos e organizações de diversas nações7. A consciência das dinâmicas das atividades econômicas localizadas em territórios rurais, reforça a necessidade de reavaliação do critério Administrativo e a proposta de um conceito de ruralidade.

Segundo Abromovay8, “ruralidade é um conceito de natureza territorial e não- setorial e o mesmo se aplica à noção de urbano. As cidades não são definidas pela indústria nem o campo pela agricultura.”

Apesar da relevância das atividades econômicas rurais e não rurais exercidas no meio rural9, não basta caracterizar o tipo de atividade econômica predominante para definir uma região como rural ou urbana. A Organização de Cooperação e Desenvolvimento

Econômico - OCDE, adota como critério, para classificar uma região como urbana ou rural, a densidade demográfica. De acordo com o referido critério, uma localidade é considerada urbana a partir de uma densidade demográfica de 150 hab/Km². No intuito de adequar o valor do parâmetro à realidade brasileira, poder-se-ia adotar o valor de 20 hab/Km², uma vez que este é o valor da densidade demográfica do Brasil10.

De acordo os dados apresentados na Tabela 06, a região Nordeste do Estado de Goiás possui, no ano de 2001, uma densidade demográfica de 3,26 hab/km². Conforme o parâmetro adotado (150 ou 20 hab/Km²), a região Nordeste goiano apresenta uma densidade demográfica 46 ou 5 vezes menor. Dentre os Municípios que compõem a Região Nordeste do Estado de Goiás, destacam-se os municípios de Simolândia, com a maior densidade demográfica (18,36 hab/km²), e Cavalcante, com a menor densidade demográfica (1,33 hab/Km²), contrastando com a capital do Estado de Goiás, Goiânia, com 1.501,18 hab/Km².

7 Sobre o assunto ver: ABROMOVAY (2000); SARRACENO (1996/1999); OCDE (1994); VON MEYER (1998); Plano para o Desenvolvimento Sustentável do Brasil Rural – PNDRS 1ª e 2ª versões (2002). 8 ABROMOVAY (2002), p. 6. 9 As atividades econômicas não podem mais ser divididas em atividades circunscritas ao meio urbano ou rural, pois, as atividades econômicas sempre tiveram um caráter de complementaridade. A Revolução Industrial de 1740, a partir de inovações tecnológicas na indústria têxtil é, na verdade, uma revolução na agroindústria; uma relação de complementaridade entre a agricultura e a infante indústria. Outro exemplo é o chamado turismo rural; uma atividade não rural sendo exercida no meio rural. 10 O parâmetro proposto é obtido pela divisão entre a população brasileira para o ano de 2000 (169.799.170) e a área total do Brasil (8.514.215,30) = 19,94 hab/km². Trata-se da densidade demográfica do Brasil, cerca de 20 hab/km².

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TABELA 06 - DENSIDADE DEMOGRÁFICA - REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2001)

Habitantes Densidade Microrregiões Área (Km²) (2001) Demográfica Chapada dos Veadeiros 28.466,30 56.915 2,00 Alto Paraíso de Goiás 2.593,90 6.416 2,47 Campos Belos 7.852,80 17.315 2,20 Cavalcante 6.953,50 9.253 1,33 Colinas do Sul 1.708,20 3.733 2,19 Monte Alegre de Goiás 3.119,80 6.776 2,17 Nova Roma 2.136,00 3.571 1,67 São João D' Aliança 3.327,40 7.112 2,14 774,70 Municípios Teresina de Goiás 2.739 3,54 Vão do Paranã 17.389,30 92.682 5,33 Alvorada do Norte 1.291,90 7.571 5,86 Buritinópolis 268,20 3.420 12,75 Damianópolis 415,40 3.257 7,84 Divinópolis de Goiás 831,10 5.191 6,25 Flores de Goiás 3.709,30 7.820 2,11 Guarani de Goiás 1.229,30 4.570 3,72 Iaciara 1.625,40 11.385 7,00 Mambaí 859,60 4.926 5,73 Municípios Posse 1.954,80 26.060 13,33 São Domingos 3.295,70 9.516 2,89 Simolândia 342,70 6.293 18,36 Sítio D' Abadia 1.565,90 2.673 1,71 Estado de Goiás 341.289,00 5.003.228 14,66 Região Nordeste do Estado de Goiás 45.855,60 149.597 3,26 Goiânia (capital) 740,50 1.111.622 1.501,18 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação

Densidade Demográfica - Região Nordeste do Estado de Goiás - 2001

Alto Paraíso de Goiás 20,00 Campos Belos Cavalcante 18,00 Colinas do Sul Monte Alegre de Goiás 16,00 Nova Roma 14,00 São João D' Aliança Teresina de Goiás 12,00 Alvorada do Norte 10,00 Buritinópolis Damianópolis 8,00 Divinópolis de Goiás 6,00 Flores de Goiás

Densidade Demográfica Guarani de Goiás 4,00 Iaciara 2,00 Mambaí Posse 0,00 São Domingos Limite: Município rurais = Densidade demográfica < 20 hab/km² Simolândia Sítio D' Abadia

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Ao levarmos em consideração as densidades demográficas do Estado de Goiás (14,66 hab/Km²), da Região Nordeste do Estado (3,26 hab/Km²) e o parâmetro adotado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (150 hab/Km²) ou ainda, a média nacional (20 hab/Km²); pode-se afirmar que tanto o Estado de Goiás, quanto os municípios da região Nordeste do Estado, são eminentemente rurais, apesar do predomínio da população urbana. Assim, quaisquer propostas de desenvolvimento devem levar em consideração a realidade rural, a especificidade agropecuária e o ambiente sociocultural da região como fatores preponderantes do sucesso de políticas, programas e projetos.

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4.6 PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS

Na classificação dos municípios da região Nordeste do Estado de Goiás, como eminentemente rurais, foi argumentado a impropriedade de se caracterizar um município em função da atividade econômica predominante. Porém, independente da dicotomia rural versus urbano, é fato a existência de alguma produção. Os Municípios que compõem a região Nordeste do Estado de Goiás produzem, basicamente, gêneros necessários à subsistência (Tabelas 07 e 08).

TABELA 07 - REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS: PRODUÇÃO ANIMAL (2000)

Produção Produção Vacas Bovino Suínos Municípios Ave (cab) leite (1.000 ovos Ordenhadas (cab) (cab) l) (1.000 dz) (cab) Alto Paraíso de Goiás 12.550 21.000 1.030 33 1.090 1.700 Alvorada do Norte 5.650 31.000 320 5 520 1.000 Buritinópolis 7.050 8.600 120 10 640 300 Campos Belos 13.100 40.085 701 25 1.700 3.500 Cavalcante 43.900 43.300 1.208 100 3.710 3.300 Colinas do Sul 14.000 25.000 1.800 42 1.400 2.000 Damianópolis 11.200 11.750 200 16 520 1.100 Divinópolis de Goias 9.600 38.576 403 14 950 2.200 Flores de Goiás 14.000 103.000 2.740 28 2.130 7.400 Guarani de Goiás 18.600 23.600 310 23 2.250 1.300 Iaciara 14.000 61.480 520 18 920 1.600 Mambaí 6.000 4.029 210 10 480 400 Monte Alegre de Goiás 19.500 96.718 1.100 34 2.100 4.000 Nova Roma 16.000 37.974 400 22 1.970 1.100 Posse 33.000 62.525 1.500 46 2.250 6.000 São Domingos 29.000 80.000 600 43 2.650 3.000 São João D`Aliança 25.000 57.000 2.000 70 2.550 2.900 Simolândia 11.900 15.500 80 10 690 500 Sítio d`Abadia 12.900 18.300 200 17 1.150 830 Teresina de Goiás 6.400 8.000 370 14 930 650 Total 323.350 787.437 15.812 580 30.600 44.780 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação

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TABELA 8 - REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS: PRODUÇÃO VEGETAL (2001)

Algodão irrigado Arroz sequeiro Banana Café Cana-de-açúcar Municípios

Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Alto Paraíso de Goiás - 400 400 40 250 45 45 15 450 Alvorada do Norte -- 196 112 2 8 - - 70 1.610 Buritinópolis -- 140 84 2 8 - - 32 720 Campos Belos -- 330 165 25 105 - - 150 3.450 Cavalcante -- 350 420 80 400 5 4 40 1.040 Colinas do Sul -- 200 180 95 285 - - 20 600 Damianópolis -- 250 112 5 21 - - 140 3.220 Divinópolis de Goias - - 300 180 17 68 - - 120 2.760 Flores de Goiás 1.500 9.000 400 480 14 123 - - 10 300 Guarani de Goiás -- 140 84 20 80 - - 120 2.760 Iaciara -- 280 168 10 40 - - 83 1.992 Mambaí -- 300 120 4 17 - - 105 2.310 Monte Alegre de Goiás - - 400 200 15 60 - - 110 2.750 Nova Roma -- 300 144 55 220 - - 190 4.750 Posse - - 38015925605 52806.160 São Domingos -- 900 450 20 80 - - 70 1.540 São João D`Aliança - - 400 480 27 216 60 67 60 1.800 Simolândia-- 13568601.380---- Sítio d`Abadia -- 400 200 15 60 - - 97 2.425 Teresina de Goiás -- 80 80 20 130 - - 10 300 Total 1.500 9.000 6.281 4.286 551 3.611 115 121 1.722 40.937 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação

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TABELA 08 - REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS: PRODUÇÃO VEGETAL (2001) - CONTINUAÇÃO

Feijão 1ª safra Feijão 2ª safra Feijão 3ª safra Laranja Mandioca Municípios

Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Alto Paraíso de Goiás300360----151101001.200 Alvorada do Norte306------20280 Buritinópolis 5 1 ------10 140 Campos Belos 50 10 ------60 780 Cavalcante70569081----1001.200 Colinas do Sul-- 103----15180 Damianópolis357------30420 Divinópolis de Goias2014------60840 Flores de Goiás8080------50700 Guarani de Goiás------60840 Iaciara 30 7 - - 160 288 - - 50 700 Mambaí 10 2 - - 60 90 - - 120 1.560 Monte Alegre de Goiás 20 4 - - 10 9 - - 60 780 Nova Roma407------30420 Posse 75454012104 46430360 São Domingos 40 8 - - 60 36 - - 60 840 São João D`Aliança 500 750 - - 600 1.800 75 600 120 1.440 Simolândia102------15210 Sítio d`Abadia408------40520 Teresina de Goiás159------30330 Total 1.370 1.376 140 96 900 2.227 94 774 1.060 13.740 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação

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TABELA 08 - REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS: PRODUÇÃO VEGETAL (2001) - CONTINUAÇÃO

Manga Melancia Milho 1ª safra Soja Municípios

Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Alto Paraíso de Goiás 10 80 - - 750 1.500 4.000 8.400 Alvorada do Norte---- 700399600780 Buritinópolis---- 800480-- Campos Belos---- 800480-- Cavalcante---- 7201.080-- Colinas do Sul---- 250500-- Damianópolis---- 400260-- Divinópolis de Goias---- 360173-- Flores de Goiás----1.3003.250200450 Guarani de Goiás -- 24 960 1.400 840 - - Iaciara -- 20 800 1.000 480 - - Mambaí ---- 2201.560-- Monte Alegre de Goiás----1.172768-- Nova Roma---- 850510-- Posse ----1.5001.050-- São Domingos -- 150 7.500 4.600 5.060 - - São João D`Aliança 10 36 - - 6.240 24.960 6.200 14.880 Simolândia---- 300156-- Sítio d`Abadia---- 800828400520 Teresina de Goiás---- 150180-- Total 20 116 194 9.260 24.312 44.514 11.400 25.030 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação

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A produção pecuária das microrregiões que integram a região Nordeste Goiano, basicamente restrita a bovinocultura, avicultura e suinocultura, quando comparada a outras microrregiões do Estado de Goiás, apresenta uma baixa participação relativa no total do efetivo bovino (2,49% - 17º colocação, e 1,79% - 18º colocação), suíno (1,29% - 18º colocação, e 1,32% - 17º colocação) e avícola (0,65% - 18º colocação, e 0,57% - 16º colocação); Vão do Paranã e Chapada dos Veadeiros, respectivamente (Tabela 09).

A pecuária bovina destaca-se como o principal rebanho na região; porém sua participação em relação ao rebanho bovino do Estado de Goiás, apresenta uma tendência à diminuição no período de 1996 a 2000 (Tabela 10). No período em apreço, os municípios de Buritinópolis, Campos Belos, Iaciara, Monte Alegre de Goiás e Simolândia apresentam expressivo crescimento de seu rebanho bovino (38,37%, 60,77%, 27,71%, 42,68% e 55,81%; respectivamente). De outra forma, as reses bovinas dos municípios de Damianópolis, Guarani de Goiás e Sítio D`Abadia decresceram à ordem de 17,70%, 23,29%, e 18,04%.

No que diz respeito à produção agrícola, a região Nordeste do Estado de Goiás (Tabela 08), apresenta um elevado déficit em termos de produtividade, ao ser comparada com o rendimento agrícola médio do Estado de Goiás (Tabela 11). Conforme os dados da Tabela 12, a produção agrícola do Nordeste do Estado, apresenta déficit´s de produtividade variando de 0,50% (Feijão 3ª safra) até 231,98% (Cana-de-açúcar).

O desenvolvimento da região Nordeste Goiano, passa obrigatoriamente pela diversificação das atividades econômicas rurais e não rurais. De acordo com os dados apresentados a produção agropecuária da região Nordeste, carece de mecanismos endógenos de alavancagem da produção, produtividade e diversificação do produto interno. Esta perspectiva de dinamização da produção viabiliza-se pela articulação de cadeias produtivas e inserção dos agricultores familiares.

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TABELA 09 - GOIÁS: EFETIVO DE BOVINOS, SUÍNOS E AVES POR MICRORREGIÃO (2000) Bovino Suínos Aves Microrregião Cabeças Part. % Ranking Cabeças Part. % Ranking Cabeças Part. % Ranking Anápolis 774.258 4,21% 10º 79.648 6,78% 4º 3.178.808 12,02% 4º 637.954 3,47% 12º 58.070 4,94% 9º 742.479 2,81% 8º Aragarças 747.500 4,06% 11º 28.010 2,39% 16º 162.040 0,61% 17º Catalão 595.053 3,23% 15º 50.585 4,31% 10º 1.373.660 5,19% 7º Ceres 1.000.400 5,44% 9º 75.510 6,43% 6º 572.800 2,17% 9º Chapada dos Veadeiros 329.077 1,79% 18º 15.450 1,32% 17º 150.450 0,57% 18º Entorno de Brasília 1.225.675 6,66% 7º 87.170 7,42% 3º 2.538.200 9,60% 5º Goiânia 601.157 3,27% 13º 79.144 6,74% 5º 3.974.146 15,03% 2º Iporá 596.200 3,24% 14º 40.980 3,49% 12º 273.375 1,03% 13º Meia Ponte 1.526.412 8,30% 3º 101.908 8,68% 2º 1.499.780 5,67% 6º 498.800 2,71% 16º 46.750 3,98% 11º 3.279.530 12,40% 3º 1.390.000 7,55% 5º 66.890 5,70% 8º 562.600 2,13% 10º Quininóplois 1.372.203 7,46% 6º 40.860 3,48% 13º 471.180 1,78% 11º Rio Vermelho 1.558.850 8,47% 2º 39.725 3,38% 14º 233.285 0,88% 14º São Miguel do Araguaia 1.483.470 8,06% 4º 29.540 2,52% 15º 172.242 0,65% 15º Sudoeste de Goiás 2.598.501 14,12% 1º 250.540 21,33% 1º 6.662.640 25,19% 1º Vale do Rio dos Bois 1.005.352 5,46% 8º 68.430 5,83% 7º 424.300 1,60% 12º Vão do Paranã 458.360 2,49% 17º 15.150 1,29% 18º 172.900 0,65% 16º Total Estado 18.399.222 100,00% 1.174.360 100,00% 26.444.415 100,00% Região Nordeste - GO 787.437 4,28% 30.600 2,61% 323.350 1,22% Fonte:Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Elaboração: SEPLAN-GO/SEPIN/Gerência de Estatísticas Socioeconômicas - 2002

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TABELA 10 - EFETIVO BOVINO - NORDESTE GOIANO

Total de Bovinos Municípios 1996 2000 V % Alto Paraíso de Goiás 18.104 21.000 16,00 Alvorada do Norte 31.966 31.000 -3,02 Buritinópolis 6.215 8.600 38,37 Campos Belos 24.933 40.085 60,77 Cavalcante 40.525 43.300 6,85 Colinas do Sul 23.634 25.000 5,78 Damianópolis 14.277 11.750 -17,70 Divinópolis de Goiás 36.560 38.576 5,51 Flores de Goiás 96.001 103.000 7,29 Guarani de Goiás 30.766 23.600 -23,29 Iaciara 48.140 61.480 27,71 Mambaí 3.952 4.029 1,95 Monte Alegre de Goiás 67.788 96.718 42,68 Nova Roma 40.426 37.974 -6,07 Posse 53.038 62.552 17,94 São Domingos 81.014 80.000 -1,25 São João d'Aliança 52.578 57.000 8,41 Simolândia 9.948 15.500 55,81 Sítio d'Abadia 22.327 18.300 -18,04 Teresina de Goiás 8.572 8.000 -6,67 Goiás 16.488.390 18.399.222 11,59 Região Nordeste - GO 710.764 787.464 10,79 Participação Relativa 4,31% 4,28% -0,71 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 1995-1996 Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação.

TABELA 11 - GOIÁS: ÁREA COLHIDA, PRODUÇÃO E RENDIMENTO: PRINCIPAIS PRODUTOS

Área colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (kg/ha) Produtos 2000 2001 2000 2001 2000 2001 Algodão herbácio 96.718 106.539 254.476 326.150 2.631,11 3.061,32 Arroz 150.334 115.000 294.629 190.839 1.959,83 1.659,47 Banana 12.828 13.013 149.305 152.055 11.638,99 11.684,85 Café 3.986 5.559 5.877 10.731 1.474,41 1.930,38 Cana-de-Açucar 138.750 129.921 10.042.959 10.253.497 72.381,69 78.921,01 Feijão 1ª safra 56.456 40.035 99.838 66.303 1.768,42 1.656,13 Feijão 2ª safra 26.524 49.705 29.265 64.106 1.103,34 1.289,73 Feijão 3ª safra 29.299 36.726 71.312 91.333 2.433,94 2.486,88 Laranja 6.609 6.643 117.933 119.954 17.844,30 18.057,20 Mandioca 16.956 16.666 251.892 248.568 14.855,63 14.914,68 Milho 1ª safra 604.967 738.249 2.973.719 3.493.540 4.915,51 4.732,20 Soja 1.491.066 1.538.988 4.092.934 4.052.169 2.744,97 2.633,01 Fonte:Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Elaboração: SEPLAN-GO/SEPIN/Gerêncoa de Estatísticas Socioeconômicas - 2002 1 - Produção (mil frutos) e rendimento médio (frutos/ha) In: Indicadores Econômicos: Séries Estattísticas Básicas - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento - SEPLAN

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TABELA 12 - PRODUÇÃO AGRÍCOLA: DÉFICIT DE PRODUTIVIDADE (2001)

Região Nordeste Goiano Estado de Goiás Déficit de Produção Produtivi- Agrícola Rendimento médio Rendimento médio Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) dade (kg/ha) (kg/ha) Banana 551 3.611 6.553,54 13.013 152.055 11.684,85 78,30% Café 115 121 1.052,17 5.559 10.731 1.930,38 83,47% Cana-de-açúcar 1.722 40.937 23.772,94 129.921 10.253.497 78.921,01 231,98% Feijão 1ª safra 1.370 1.376 1.004,38 40.035 66.303 1.656,13 64,89% Feijão 2ª safra 140 96 685,71 49.705 64.106 1.289,73 88,09% Feijão 3ª safra 900 2.227 2.474,44 36.726 91.333 2.486,88 0,50% Laranja 94 774 8.234,04 6.643 119.954 18.057,20 119,30% Mandioca 1.060 13.740 12.962,26 16.666 248.568 14.914,68 15,06% Milho 1ª safra 24.312 44.514 1.830,95 738.249 3.493.540 4.732,20 158,46% Soja 11.400 25.030 2.195,61 1.538.988 4.052.169 2.633,01 19,92% Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação.

Dada a dimensão média das propriedades da região Nordeste Goiano11, seria necessária a implementação de programas e projetos específicos para a região. Poder-se-ia questionar o porque da ausência de uma estrutura sócio-produtiva da exploração sustentável de frutos nativos, formando uma cadeia produtiva que contemplasse do plantio até a distribuição da produção, priorizando de forma integrada as organizações sociais.

Neste aspecto a agricultura familiar assume um papel de extrema relevância. Segundo o professor Paulo Haddad, “os grupos sociais tais como pequenos fazendeiros e camponeses vinculados à agricultura de subsistência, indicam o objetivo real que é atingido por diferentes alternativas de desenvolvimento regional. As características regionais (grau de urbanização, disponibilidade de terras, distribuição fundiária) determinam as políticas alternativas a serem adotadas”.12 É essencial, para o sucesso do desenvolvimento da economia regional, qualificar de forma técnica e gerencial os agricultores familiares. Trata-se da criação de vantagens competitividades dinâmicas através da capacitação e organização sócio-produtiva da região como fator endógeno de transformação socioeconômica.

11 Sobre a estrutura fundiária da região Nordeste do Estado de Goiás, consulte o item 4.8 ESTRUTURA FUNDIÁRIA, TABELA 19. 12 HADDAD (1999), p. 21.

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Desenvolver sustentavelmente uma região pressupõe determinados fatores de competitividade, dentre os quais destacam-se: “o aumento da autonomia regional para tomada de decisões, a capacidade para reter e reinvestir o excedente econômico gerado pelo processo de crescimento local, o crescente processo de inclusão social e, ainda, a permanente conservação e preservação do ecossistema regional”.13 É fundamental a compreensão de que o processo de capacitação seja capaz de transcender os aspectos econômicos materializados pela desejável melhoria dos índices técnicos de eficiência econômica; pois não há garantia que a expansão do ciclo econômico implique em melhores condições de vida da população. A especificidade da região Nordeste do Estado de Goiás exige que aspectos sociais e ambientais sejam tratados de forma integrada à dimensão produtiva; pois, a integração produtiva inter-regional é fator atenuante do processo de exclusão social e, no que diz respeito à questão ambiental, não se pode deixar de considerar o zoneamento ecológico econômico - ZEE, no qual são apontadas, por força de lei, as atividades econômicas permitidas, toleradas e proibidas, dada a constituição da

RESERVA DA BIOSFERA DO CERRADO - GOYAZ FASE II. Temas que, obrigatoriamente, são apreciados no corpo deste trabalho.

13 Idem. p. 10.

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4.7 INDICADORES SOCIAIS

A região Nordeste do Estado de Goiás apresenta um quadro social caracterizado pela deficiência em setores estratégicos como educação e saneamento básico. A falta de informações e/ou esclarecimentos à população, aliada às condições de habitação, são fatores propagadores de doenças como chagas, dengue, diarréia, contaminações por verminose e a leishmaniose. Segundo informações da Superintendência de Ações Básicas da Saúde - Secretaria Estadual de Saúde, tais enfermidades ocorrem com freqüência, elevando o número de óbitos e provocando o agravamento da saúde pública. Fato que poderia ser prevenido ou controlado através de hábitos simples de higiene, cobertura vacinal, e tratamento adequado de esgoto.

Conforme os dados da Tabela 13, a região possui 16 hospitais, 390 leitos e 48 Unidades de Atendimento. A região Nordeste do Estado de Goiás conta no ano de 2002, com 64 médicos e 45 odontólogos14 para atender uma população de aproximadamente 147.900 habitantes. De acordo com o parâmetro definido pela Organização Mundial da

Saúde - OMS, seria necessário um médico para cada mil habitantes e um odontólogo para cada seis mil habitantes. Isto significa que o número de médicos deveria ser aumentado em 131,10% e o número de odontólogos ampliado em 228,67% para atingir o que é preconizado pela referida instituição. No que diz respeito ao número de leitos, apesar dos 390 leitos existentes, a região necessita de um incremento de 202 leitos (aumento de 51,78%) para atingir 592 leitos e situar-se dentro do parâmetro aceitável de 4 leitos para cada mil habitantes.

14 Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável – Pesquisa realizada pela Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário (2002).

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TABELA 13 - HOSPITAIS E POSTOS DE ATENDIMENTO MÉDICO

Excedente2 Nº Nº de População Defasagem Municípios População Hospitais populacional Leitos Médicos por Médico1 Nº de Leitos3 p/ Médico Alto Paraíso de Goiás 6.182 1406 1.030 30 -15,27 Alvorada do Norte 7.560 1 30 8 945 -55 0,24 Buritinópolis 3.383 0 0 8 423 -577 13,53 Campos Belos 17.047 2 123 10 1.705 705 -54,81 Cavalcante 9.150 112- - - 24,60 Colinas do Sul 3.702 19- - - 5,81 Damianópolis 3.303 1121 3.303 2.303 1,21 Divinópolis de Goiás 5.172 18 2 2.586 1.586 12,69 Flores de Goiás 7.514 1103 2.505 1.505 20,06 Guarani de Goiás 4.678 00 1 4.678 3.678 18,71 Iaciara 11.295 1124 2.824 1.824 33,18 Mambaí 4.838 1151 4.838 3.838 4,35 Monte Alegre de Goiás 6.892 1182 3.446 2.446 9,57 Nova Roma 3.717 00 1 3.717 2.717 14,87 Posse 25.696 1518 3.212 2.212 51,78 São Domingos 9.636 115- - - 23,54 São João d'Aliança 6.736 1176 1.123 123 9,94 Simolândia 6.219 1181 6.219 5.219 6,88 Sítio d'Abadia 2.681 00 1 2.681 1.681 10,72 Teresina de Goiás 2.585 00 1 2.585 1.585 10,34 Total 147.986 16 390 64 2.312 1.312 201,94 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Censo 2000 AgênciaRural - 2002 1 - Dados provenientes da Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário 2 - O parâmetro adotado pela Organização Mundial da Saúde - OMS, é de 1.000 habitantes por médico. 3 - Considerou-se como parâmetro a necessidade de 4 leitos por grupo de mil habitantes. Obs.: Valores negativos, em azul, significam superáfit. Valores positivos, em vermelho, significam déficit.

O saneamento básico da região é outro aspecto que apresenta grande deficiência. O número de domicílios com tratamento adequado de esgoto, compreendendo banheiro ou sanitário, é de apenas 218 para todos os 20 municípios da região Nordeste do Estado de Goiás (Tabela 14). Somente em 11,09% de todo o território da região há instalações adequadas de esgoto. Observa-se, ainda, que em 12 municípios da região sequer existem instalações adequadas (Tabela 15). De acordo com a referida tabela, o Município de Alvorada do Norte, que apresenta maior percentual de instalações adequadas de esgoto (41,60%), possui somente 42 domicílios com banheiro ou sanitário, apresenta uma defasagem de 58,40% (Tabela 15).

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TABELA 14 - SERVIÇOS SOCIAIS BÁSICOS

Nº Domicílios Nº Abasteci- Escola Escola com Domicílios mento Ensino Municípios Ensino Alunos Alunos População Esgotamentoa com Lixo Água por Funda- Médio Adequado Coletado Domicílio mental Alto Paraiso de Goiás 51 1.161 1.164 1 248 11 1.495 6.182 Alvorada do Norte 42 1.125 1.615 1 498 15 2.526 7.560 Buritinópolis 1 329 565 1 127 18 1.021 3.383 Campos Belos 31 2.936 3.561 2 890 15 5.426 17.047 Cavalcante 21 819 1.047 1 83 63 2.884 9.150 Colinas do Sul 3 577 656 1 111 13 1.059 3.702 Damianópolis 0 249 600 1 225 15 1.042 3.303 Divinópolis de Goiás 3 837 944 1 238 12 1.534 5.172 Flores de Goiás 1 283 610 1 153 2 2.279 7.514 Guarani de Goiás 0 423 590 1 216 17 1.240 4.678 Iaciara 8 1.543 1.823 1 471 24 2.746 11.295 Mambaí 7 410 997 1 144 9 1.583 4.838 Monte Alegre de Goiás 8 558 896 1 269 36 2.047 6.892 Nova Roma 2 302 641 1 132 17 1.226 3.717 Posse 22 3.156 3.156 5 1.287 55 8.230 25.696 São Domingos 3 788 1.289 1 263 31 2.585 9.636 São João D'Aliança 9 1.036 1.152 1 240 23 1.941 6.736 Simolândia 4 883 1.311 1 175 15 2.011 6.219 Sítio D'Abadia 2 62 356 1 81 8 844 2.681 Teresina de Goiás 0 426 426 1 74 5 780 2.585 Total Geral 218 17.903 23.399 25 5.925 404 44.499 147.986 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia - FIBGE. 2000 a - Banheiro ou sanitário

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TABELA 15 - PERFIL DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS - INDICADORES SOCIAIS (1991)

População Alfabetizados Criançasc Instalações Alfabetiza- c/ menos de 8 não I.D.H. Municípios Total Urbana Rural adequadas I.D.H.d ção anos de frequentam d de esgoto Renda 2000 2001 2000 2001a 2000 2001a estudob escola Região NE 147.986 149.597 91.093 92.227 56.893 57.370 77,13% 89,59% 27,91% 11,09% 0,479 0,372 Alto Paraíso de Goiás 6.182 6.416 4.179 4.337 2.003 2.079 86,40% 77,90% 26,10% 11,30% 0,584 0,512 Alvorada do Norte 7.560 7.571 6.787 6.797 773 774 80,50% 84,20% 23,60% 41,60% 0,514 0,471 Buritinópolis 3.383 3.420 1.651 1.669 1.732 1.751 71,90% - - - -- Campos Belos 17.047 17.315 14.207 14.430 2.840 2.885 82,40% 84,30% 16,30% - 0,572 - Cavalcante 9.150 9.253 3.654 3.695 5.496 5.558 61,70% 92,70% 52,30% 23,70% 0,416 0,273 Colinas do Sul 3.702 3.733 2.249 2.268 1.453 1.465 82,70% 90,30% 20,40% 4,40% 0,530 0,620 Damianópolis 3.303 3.257 1.502 1.481 1.801 1.776 75,60% 91,40% 15,10% - 0,465 0,480 Divinópolis de Goias 5.172 5.191 2.993 3.004 2.179 2.187 --16,20% 2,60% 0,476 0,362 Flores de Goiás 7.514 7.820 2.225 2.316 5.289 5.504 78,20% 94,30% 37,80% - 0,419 0,296 Guarani de Goiás 4.678 4.570 1.708 1.669 2.970 2.901 72,20% 95,60% 17,00% - 0,411 0,213 Iaciara 11.295 11.385 7.998 8.062 3.297 3.323 79,50% 89,20% 17,10% - 0,500 0,417 Mambaí 4.838 4.926 3.017 3.072 1.821 1.854 75,00% 96,30% 31,80% - 0,420 0,232 Monte Alegre de Goiás 6.892 6.776 2.746 2.700 4.146 4.076 75,80% 89,20% 33,50% - 0,436 0,308 Nova Roma 3.717 3.571 1.341 1.288 2.376 2.283 81,90% 90,10% 29,60% - 0,479 0,328 Posse 25.696 26.060 18.388 18.648 7.308 7.412 79,00% 87,40% 26,90% 1,90% 0,512 0,456 São Domingos 9.636 9.516 4.434 4.379 5.202 5.137 74,00% 91,90% 31,00% - 0,438 0,332 São João D`Aliança 6.736 7.112 4.188 4.422 2.548 2.690 84,00% 91,50% 28,30% 1,70% 0,529 0,399 Simolândia 6.219 6.293 5.199 5.261 1.020 1.032 76,10% 95,90% 21,90% 1,50% 0,401 0,223 Sítio d`Abadia 2.681 2.673 852 849 1.829 1.824 74,40% 94,00% 31,80% - 0,422 0,262 Teresina de Goiás 2.585 2.739 1.775 1.881 810 858 74,20% 76,50% 53,60% - 0,569 0,506 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil - 1991. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Fundação João Pinheiro, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. População da Região Nordeste do Estado de Goiás = 134.528 Habitantes (1991) a - População estimada com base na participação percentual do ano anterior. b - Porcentagem da população com 25 anos de idade e mais. Alto Paraíso de Goiás - 4.193 Posse - 23.518 Divinópolis de Goiás - 5.025 Alvorado do Norte - 7.391 São Domingos - 10.330 Flores de Goiás - 5.071 c - Crianças de 7 a 14 anos. Buritinópolis - N/C São João D`Aliança - 5.116 Guarani de Goiás - 5.611 d - Dados referentes a 1991. Campos Belos - 14.746 Simolândia - 5.578 Iaciara - 9.709 Variação Populacional Região NE/GO 1991 - 2001 = 11,20% no período Cavalcante - 7.306 Sítio d` Abadia - 2.748 Mambaí - 6.999 Taxa Equivalente Anual Variação Populaciopnal Região NE/GO = 1,07% a.a. Colinas do Sul - 3.458 Teresina de Goiás - 1.373 Monte Alegre de Goiás - 7.966 IDH Estado de Goiás: 1991 = 0,722 Damianópolis - 3.675 Nova Roma - 4.715 IDH - Renda do Estado de Goiás: 1991 = 0,875

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Os indicadores sociais da área educacional (Tabela 15) revelam uma situação alarmante. Apesar de 77,13% da população ser considerada alfabetizada, o que significa um percentual de analfabetos na ordem de 28,87%; constata-se que da população alfabetizada, 89,59% possuem menos de oito anos de estudo15. Os dados referentes à educação infantil na região são assustadores pois revelam que 27,91% das crianças de 7 a 14 anos não freqüentam escola. Em dezenove Municípios, mais de 15% da população de crianças em idade escolar, não freqüentam escola. Chega-se ao absurdo de haver 53,60% de crianças excluídas do processo de educação no Município de Teresina de Goiás. Os dados do corpo discente, do ensino fundamental e médio, revelam alto índice de reprovação e abandono.

Independente da relação causal entre reprovados e abandonos, cumpre-nos informar que, conforme os dados das Tabelas 16 e 17, das 43.469 matrículas no ensino fundamental para o ano de 2000, 13,81% dos matriculados (6.005 alunos) foram reprovados; 15,22% dos matriculados (6.615 alunos) abandonaram as instituições de ensino fundamental. Portanto, 12.620 alunos foram reprovados ou abandonaram a escola, equivalendo a 29,03% das matrículas no ensino fundamental.

No ensino médio, ainda no ano de 2000, para 12.868 matrículas, 1,28% dos matriculados (158 alunos) foram reprovados e 8,04% dos matriculados (1.034 alunos) abandonaram as instituições de ensino médio. Reprovados e abandonos somam 9,26% (1.192 alunos) do total de alunos matriculados no ensino médio.

Realidade não muito diferente pode ser apreciada no ano de 2001. Para 44.104 matriculados do ensino fundamental, 12,33% (5.436 alunos) foram reprovados; 12,56% (5.541 alunos) abandonaram a escola. O número de reprovados e abandonos, no ensino

15 Não é pretensão do presente trabalho discorrer sobre a qualidade da alfabetização na região Nordeste do Estado de Goiás. Porém, devemos considerar a existência de pelo menos quatro níveis de escolaridade e suas respectivas durações: Creche: é o primeiro nível da Educação Infantil; corresponde à faixa etária de 0 a 3 anos de idade e tem duração de quatro anos. Pré-escola: é o segundo nível da Educação Infantil, e corresponde à faixa de 4 a 6 anos de idade; é neste nível que a criança é alfabetizada. Ensino Fundamental: é o antigo “1º grau”, abrange da 1ª à 8ª série, com duração de oito anos; corresponde à faixa etária de 7 a 14 anos de idade. Ensino Médio: é o antigo “2º grau”, abrange da 1ª à 3ª série, com duração de 3 anos; corresponde à faixa etária de 15 a 17 anos.

36 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR fundamental, totaliza 10.977 alunos (24,89% dos matriculados). No ensino médio, no ano de 2001; dos 6.775 matriculados 4,30% (291 alunos) foram reprovados; 11,54% (782 alunos) abandonaram a escola. Dentre reprovados e abandonos, para o ensino médio no ano de 2001; figuram 1.073 alunos (15,84% dos matriculados).

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TABELA 16 - MOVIMENTO E RENDIMENTO ESCOLAR: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2000) ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO Municípios Matrículas Reprovados Abandono Repr e Aband Matrículas Reprovados Abandono Repr e Aband Alto Paraiso de Goiás 1.465 186 12,70% 94 6,42% 280 19,11% 248 0 0,00% 28 11,29% 28 11,29% Alvorada do Norte 2.526 266 10,53% 307 12,15% 573 22,68% 498 18 3,61% 106 21,29% 124 24,90% Buritinópolis 1.021 103 10,09% 120 11,75% 223 21,84% 127 1 0,79% 17 13,39% 18 14,17% Campos Belos 5.426 760 14,01% 946 17,43% 1.706 31,44% 890 55 6,18% 233 26,18% 288 32,36% Cavalcante 2.884 657 22,78% 575 19,94% 1.232 42,72% 83 1 1,20% 14 16,87% 15 18,07% Colinas do Sul 1.059 129 12,18% 165 15,58% 294 27,76% 111 0 0,00% 17 15,32% 17 15,32% Damianópolis 1.042 134 12,86% 69 6,62% 203 19,48% 225 0 0,00% 24 10,67% 24 10,67% Divinópolis de Goiás 1.534 218 14,21% 190 12,39% 408 26,60% 238 1 0,42% 35 14,71% 36 15,13% Flores de Goiás 2.279 266 11,67% 521 22,86% 787 34,53% 153 0 0,00% 33 21,57% 33 21,57% Guarani de Goiás 1.240 167 13,47% 125 10,08% 292 23,55% 216 0 0,00% 23 10,65% 23 10,65% Iaciara 2.746 340 12,38% 443 16,13% 783 28,51% 471 8 1,70% 45 9,55% 53 11,25% Mambaí 1.583 232 14,66% 260 16,42% 492 31,08% 144 11 7,64% 16 11,11% 27 18,75% Monte Alegre de Goiás 2.047 317 15,49% 227 11,09% 544 26,58% 269 1 0,37% 52 19,33% 53 19,70% Nova Roma 1.226 43 3,51% 126 10,28% 169 13,78% 132 0 0,00% 20 15,15% 20 15,15% Posse 8.230 1.145 13,91% 1.354 16,45% 2.499 30,36% 8.230 25 0,30% 274 3,33% 299 3,63% São Domingos 2.585 298 11,53% 366 14,16% 664 25,69% 263 21 7,98% 38 14,45% 59 22,43% São João d'Aliança 1.941 190 9,79% 226 11,64% 416 21,43% 240 12 5,00% 32 13,33% 44 18,33% Simolândia 1.011 282 27,89% 266 26,31% 548 54,20% 175 3 1,71% 10 5,71% 13 7,43% Sítio D'Abadia 844 103 12,20% 102 12,09% 205 24,29% 81 1 1,23% 7 8,64% 8 9,88% Teresina de Goiás 780 169 21,67% 133 17,05% 302 38,72% 74 0 0,00% 10 13,51% 10 13,51% TOTAL GERAL 43.469 6.005 13,81% 6.615 15,22% 12.620 29,03% 12.868 158 1,23% 1.034 8,04% 1.192 9,26% Fonte: Secretaria Estadual da Educação - Superintendência de Planejamento e Programação - Censo Escolar

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TABELA 17 - MOVIMENTO E RENDIMENTO ESCOLAR: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2001) ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO Municípios Matrículas Reprovados Abandono Repr e Aband Matrículas Reprovados Abandono Repr e Aband Alto Paraiso de Goiás 1.664 158 9,50% 104 6,25% 262 15,75% 264 36 13,64% 10 3,79% 46 17,42% Alvorada do Norte 2.542 223 8,77% 310 12,20% 533 20,97% 592 63 10,64% 3 0,51% 66 11,15% Buritinópolis 1.106 107 9,67% 89 8,05% 196 17,72% 144 22 15,28% 12 8,33% 34 23,61% Campos Belos 4.900 552 11,27% 621 12,67% 1173 23,94% 945 21 2,22% 129 13,65% 150 15,87% Cavalcante 2.778 507 18,25% 597 21,49% 1104 39,74% 145 0 0,00% 5 3,45% 5 3,45% Colinas do Sul 1.089 116 10,65% 127 11,66% 243 22,31% 147 7 4,76% 28 19,05% 35 23,81% Damianópolis 931 93 9,99% 46 4,94% 139 14,93% 221 0 0,00% 24 10,86% 24 10,86% Divinópolis de Goiás 1.622 143 8,82% 168 10,36% 311 19,17% 252 2 0,79% 24 9,52% 26 10,32% Flores de Goiás 2.262 318 14,06% 269 11,89% 587 25,95% 158 3 1,90% 13 8,23% 16 10,13% Guarani de Goiás 1.286 129 10,03% 106 8,24% 235 18,27% 285 4 1,40% 27 9,47% 31 10,88% Iaciara 2.950 381 12,92% 414 14,03% 795 26,95% 565 24 4,25% 23 4,07% 47 8,32% Mambaí 1.570 192 12,23% 162 10,32% 354 22,55% 169 8 4,73% 19 11,24% 27 15,98% Monte Alegre de Goiás 1.997 292 14,62% 170 8,51% 462 23,13% 324 3 0,93% 41 12,65% 44 13,58% Nova Roma 935 69 7,38% 107 11,44% 176 18,82% 127 0 0,00% 5 3,94% 5 3,94% Posse 8.142 1.086 13,34% 1.190 14,62% 2276 27,95% 1.403 79 5,63% 302 21,53% 381 27,16% São Domingos 2.893 406 14,03% 377 13,03% 783 27,07% 324 13 4,01% 26 8,02% 39 12,04% São João d'Aliança 1.872 201 10,74% 179 9,56% 380 20,30% 286 6 2,10% 30 10,49% 36 12,59% Simolândia 1.842 216 11,73% 292 15,85% 508 27,58% 248 0 0,00% 44 17,74% 44 17,74% Sítio D'Abadia 856 105 12,27% 81 9,46% 186 21,73% 89 0 0,00% 7 7,87% 7 7,87% Teresina de Goiás 867 142 16,38% 132 15,22% 274 31,60% 87 0 0,00% 10 11,49% 10 11,49% TOTAL GERAL 44.104 5.436 12,33% 5.541 12,56% 10.977 24,89% 6.775 291 4,30% 782 11,54% 1.073 15,84% Fonte: Secretaria Estadual da Educação - Superintendência de Planejamento e Programação - Censo Escolar

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A realidade social da região Nordeste do Estado de Goiás, exposta nos indicadores econômicos e sociais apresentados ao longo deste trabalho, podem ser sintetizados através 16 do ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – IDH .

O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH dos municípios que compõem a região Nordeste do Estado de Goiás, para o ano de 1991, está apresentado na Tabela 15. Os dados revelam que o IDH de 65% dos municípios situa-se abaixo de 0,500; caracterizando a insuficiência do desenvolvimento humano na região. A título de exemplo, o valor médio do

IDH da região Nordeste do Estado de Goiás que é de 0,479 (1991), assemelha-se ao IDH de 17 países como Iemem (IDH = 0,479) e Bangladesh (IDH = 478), países considerados efetivamente pobres; e situa-se muito abaixo do valor do IDH do Estado, na ordem de 0,722 (1991).

Chama-nos atenção o indicador IDH – RENDA dos municípios da região; pois reflete as condições e possibilidades na obtenção de renda. Conforme observado, no item

4.6 - PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS; a região produz basicamente gêneros de subsistência, cuja escala de produção não é capaz de dinamizar a economia local ou, quando muito, gerar algum rendimento. Tal perspectiva é ratificada através do IDH – RENDA dos municípios, pois; 85% dos municípios apresentam valores de IDH - RENDA inferiores a 0,500; sendo a média da região igual a 0,372 conforme dados da Tabela 15.

Para o início da década de 2000, no momento em que há a divulgação do Relatório de Desenvolvimento Humano – RDH de 2002; constata-se uma melhora significativa para o

16 O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, consiste num indicador sintético que combina três componentes básicos do desenvolvimento humano:

LONGEVIDADE; que engloba, entre outras coisas, as condições de saúde da população; medida pela esperança de vida ao nascer;

EDUCAÇÃO; medida por uma combinação da taxa de alfabetização de adultos e a taxa combinada de matrícula nos níveis de ensino fundamental, médio e superior;

RENDA; medida pelo poder de compra da população, baseado no PIB per capita ajustado ao custo de vida local para torná-lo comparável entre países e regiões, através da metodologia conhecida como paridade do poder de compra (PPC)

A metodologia de cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH envolve a transformação destas três dimensões em índices de longevidade, educação e renda, que variam entre 0 (pior) e 1 (melhor), e a combinação destes índices em um indicador síntese. Quanto mais próximo de 1 o valor deste indicador, maior será o nível de desenvolvimento humano do país ou região. Operacionalmente classifica-se como baixo, o IDH inferior a 0,501; médio, o IDH entre 0,500 e 0,801; e alto, o IDH acima de 0,800. 17 Relatório de Desenvolvimento Humano Internacional, 1991.

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18 Brasil , passando de 75º colocação (IDH = 0,753) para 73º colocação (IDH = 0,757) no ranking de países do referido relatório.

O Estado de Goiás, a exemplo do que ocorreu no país, apresentou melhoria em seu

Índice de Desenvolvimento Humano – IDH; passando da 9ª posição em 1991 (IDH = 0,722) para a 7ª posição em 2000 ( IDH = 0,770).

No que diz respeito à Região Nordeste do Estado de Goiás, o IDH saltou de 0,479 em 1991, para 0,664 em 2000; conforme os dados da Tabela 18. De acordo com os dados, houve acréscimos médios de 38,81% no que tange o IDH dos Municípios da região em escopo. Nota-se, ainda, que o IDH-M E (educação) foi o que mais contribuiu (61,05%) para a evolução do IDH; que o IDH M R (renda) participou de modo contundente (51,77%) para que o IDH chegasse ao patamar de 0,664 e que o IDH-M L (longevidade), apesar da menor contribuição (11,92%), apresentou expressivo crescimento. Portanto, em termos absolutos, é incontestável a melhora do Índice de Desenvolvimento Humano na Região Nordeste do Estado de Goiás.

Porém, ao analisarmos as microrregiões (Vão do Paranã e Chapada dos Veadeiros) que compõem o nordeste goiano e compará-las às outras microrregiões constataremos que, apesar dos avanços no IDH-M, a Região Nordeste do Estado de Goiás apresenta um forte desequilíbrio. Tal perspectiva é demonstrável ao estabelecermos parâmetros microrregionais utilizando-se o instrumental estatístico. Não se trata do abandono dos limites baixo, médio e alto do IDH (conforme nota de página nº 16); mas do estabelecimento de um critério, com base no índice proposto pelo Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, ou seja o próprio IDH, capaz de mensurar o nível de desigualdade de uma região. Especificamente, a região Nordeste do Estado de Goiás ao ser decomposta em suas duas microrregiões constituintes, nos permite uma avaliação cujo lastro materializa-se no IDH dos municípios pertencentes as microrregião do Estado de Goiás (ver anexo). A metodologia proposta consiste em calcular o índice médio de desenvolvimento humano de cada microrregião, baseado no IDH de cada município, estabelecendo-se uma variância em torno da média (desvio padrão), limites inferiores e

18 A evolução do IDH no Brasil foi de tal ordem que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento concedeu um prêmio ao Presidente da Republica Federativa do Brasil., Fernando Henrique Cardoso; sendo o primeiro vencedor do prêmio Mahbub Ul Haq, assim chamado para homenagear o economista paquistanês que foi pioneiro no enfoque do desenvolvimento humano e que instituiu o Relatório Global sobre Desenvolvimento Humano.

41 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR superiores que servirão de parâmetros para situar a microrregião e classificá-la abaixo, dentro ou superior à margem que definiria a média das microrregiões em análise.

Conforme os dados da Tabela 19 as microrregiões do Vão do Paranã e da Chapada dos Veadeiros, apresentam os menores índices médios de Desenvolvimento Humano do Estado de Goiás: 0,656 e 0,678; respectivamente. Os dados evidenciam que as microrregiões Vão do Paranã e Chapada dos Veadeiros (Região Nordeste do Estado de Goiás) possuem Índices de Desenvolvimento Humano que se situam abaixo da margem que caracteriza a média dos IDH’s para as microrregiões do Estado. Apesar dos valores das microrregiões da região nordeste goiano se situarem em um patamar que classificaria os respectivos municípios como de IDH médio; é notório que tanto a microrregião do Vão do Paranã quanto a da Chapada dos Veadeiros necessitam de ações que permitam equalizar seus níveis de desenvolvimento com os de outras microrregiões do Estado.

As políticas e programas de incentivo à geração de emprego e renda na região Nordeste do Estado de Goiás podem ser consideradas insuficientes. Somente 50% dos municípios da região apresentam atrativos de atividades econômicas; apenas 30% dos possuem programas de geração de emprego e renda; e apesar de 95% dos municípios receberem auxílio do Programa Comunidade Solidária (Tabela 20); tais iniciativas não surtiram o resultado desejável, tanto quantitativamente quanto qualitativamente, ou seja; não foram capazes de impulsionar o desenvolvimento sustentável da região, dado o nível de carências e demandas sociais na região.

Organização social

Apesar da existência de um número de 95 associações, 101 conselhos municipais e 19 sindicatos na região Nordeste do Estado de Goiás; não significa que as organizações sociais tenham bases estruturais sólidas e que haja uma participação efetiva dos associados. Os municípios de Posse, Flores de Goiás e Cavalcante apresentam o maior número de associações, em média doze para cada município, porém as ações e propostas promovidas não foram suficientes para impulsionar o desenvolvimento local. Portanto, é necessário promover uma reavaliação do Associativismo, considerando seus desafios, especificidades e priorizando a capacitação de lideranças locais, internalizando a concepção de que uma estrutura organizacional eficiente é uma das alternativas para superar os obstáculos ao desenvolvimento tanto no âmbito local quanto no âmbito regional.

42 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

TABELA 18 - EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – IDH: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (1991 - 2000)

IDH-M IDH-M L IDH-M E IDH-M R Municípios 1991 2000 Cresc. % 1991 2000 Cresc. % 1991 2000 Cresc. % 1991 2000 Alto Paraíso de Goiás 0,584 0,738 26,37 0,642 0,716 11,60 0,597 0,838 40,39 0,512 0,660 Alvorada do Norte 0,514 0,688 33,95 0,566 0,663 17,21 0,507 0,792 56,21 0,471 0,610 Buritinópolis - 0,603 - - 0,602 - - 0,719 - - 0,488 Campos Belos 0,572 0,708 23,69 0,622 0,716 15,19 0,538 0,800 48,61 - 0,607 Cavalcante 0,416 0,609 46,28 0,622 0,696 11,95 0,352 0,603 71,22 0,273 0,527 Colinas do Sul 0,530 0,671 26,61 0,622 0,639 2,78 0,533 0,794 49,01 0,620 0,580 Damianópolis 0,465 0,634 36,30 0,593 0,636 7,30 0,475 0,748 57,37 0,480 0,518 Divinópolis de Goiás 0,476 0,675 41,83 0,574 0,733 27,67 0,494 0,745 50,89 0,362 0,547 Flores de Goiás 0,419 0,642 53,22 0,593 0,602 1,46 0,367 0,764 108,30 0,296 0,560 Guarani de Goiás 0,411 0,632 53,65 0,617 0,656 6,28 0,402 0,716 77,99 0,213 0,523 Iaciara 0,500 0,704 40,79 0,593 0,756 27,51 0,488 0,785 60,78 0,417 0,571 Mambaí 0,420 0,647 54,00 0,610 0,678 11,08 0,418 0,728 74,23 0,232 0,535 Monte Alegre de Goiás 0,436 0,626 43,50 0,596 0,621 4,25 0,403 0,729 80,96 0,308 0,526 Nova Roma 0,479 0,679 41,66 0,622 0,696 11,95 0,486 0,792 62,90 0,328 0,548 Posse 0,512 0,711 38,87 0,593 0,729 22,91 0,488 0,792 62,23 0,456 0,613 São Domingos 0,438 0,631 44,04 0,556 0,636 14,44 0,425 0,705 65,92 0,332 0,551 São João d'Aliança 0,529 0,719 35,84 0,660 0,716 8,55 0,528 0,788 49,25 0,399 0,651 Simolândia 0,401 0,657 63,92 0,556 0,678 21,87 0,424 0,733 72,96 0,223 0,561 Sítio d'Abadia 0,422 0,643 52,28 0,643 0,663 3,18 0,362 0,729 101,35 0,262 0,536 Teresina de Goiás 0,569 0,672 18,05 0,622 0,716 15,19 0,577 0,727 25,98 0,506 0,572 Evolução média 0,479 0,664 38,81 0,605 0,678 11,92 0,467 0,751 61,05 0,372 0,564

43 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

TABELA 19 – DESEQUILÍBRIO REGIONAL: MICRORREGIÕES DO ESTADO DE GOIÁS (IDH 2000)

Microrregiões Média IDH (2000) Catalão 0,777 Pires do Rio 0,775 Meia Ponte 0,770 Sudoeste de Goiás 0,759 Quirinópolis 0,753 Vale do Rio dos Bois 0,744 Aragarças 0,737 Anápolis 0,736 Ceres 0,730 Porangatu 0,730 Rio Vermelho 0,720 Entorno de Brasília 0,717 São Miguel do Araguaia 0,711 Chapada dos Veadeiros 0,678 Vão do Paranã 0,656 Média Microrregiões - Goiás 0,733 Desvio Padrão 0,034 Limite Inferior 0,699 Limite Superior 0,767 IDH - Estado de Goiás 0,770 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil - 2000

TABELA 20 - POLÍTICAS E PROGRAMAS DE GERAÇÃO DE EMPREGO, PRODUÇÃO E RENDA Recebimento Program as Program a Atração de de Auxílio do Doação de Outros de Geração de Municípios Atividades Program a Terras Incentivos de Trabalho Capacitação Econômicas Comunidade e Renda Profissional Solidária Alto Paraíso de Goiás não - - sim sim sim Alvorada do Norte sim - sim sim não não Buritinópolis sim sim não sim sim sim Campos Belos sim não não sim não não Cavalcante não - - sim sim não Colinas do Sul sim sim sim sim não sim Damianópolis sim sim não sim sim sim Divinópolis de Goiás não - - sim não não Flores de Goiás não - - sim sim não Guarani de Goiás sim sim sim sim não não Iaciara não - - sim não não Mambaí sim sim sim sim não não Monte Alegre de Goiás sim não sim sim não não Nova Roma sim sim sim sim não não Posse não - - sim não não São Domingos sim sim - sim não sim São João d'Aliança não - - sim sim sim Simolândia não - - sim não não Sítio d'Abadia não - - não não não Teresina de Goiás não - - sim não não Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos 44 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

4.8 ESTRUTURA FUNDIÁRIA

Para mostrar a realidade regional no que diz respeito à situação fundiária do

Nordeste de Goiás, recorreu-se ao Sistema Nacional de Cadastro Rural do INCRA, cujos dados obtidos permitem uma análise comparativa através dos quadros fundiários do Brasil e do Estado de Goiás.

As três situações, ou seja, Brasil, Goiás e região Nordeste, podem ser observadas mediante o que consta nas Tabelas 21, 22 e 23, sendo que esta última está desdobrada em duas outras Tabelas (24 e 25) para distinguir as duas microrregiões que compõem a região Nordeste do Estado de Goiás: Chapada dos Veadeiros e o Vão do Paranã.

Em todos os casos o conjunto dos imóveis rurais está distribuído por classes de área em hectare, aparecendo o total dos empreendimentos e de cada classe, bem como do conjunto.

As estatísticas apresentadas na Tabela 21 dão conta da existência de 4.272.792 imóveis rurais cadastrados pelo INCRA em todo o país e distribuídos em 407.572.000 hectares, cuja média é de 95,3 hectares por imóvel.

45 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

TABELA 21 - DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - BRASIL

Total de Total da Área em Média em Classes de Área em Hectares Imóveis Hectares Hectares Até 5 815.123 2.284.300,00 2,80 Mais de 5 até 10 621.980 4.747.400,00 7,60 Mais de 10 até 50 1.775.742 43.484.200,00 24,40 Mais de 50 até 100 471.183 34.424.600,00 73,00 Mais de 100 até 500 450.696 97.697.600,00 216,70 Mais de 500 até 1.000 72.080 51.279.900,00 711,40 Mais de 1.000 até 5.000 59.745 124.020.400,00 2075,80 Mais de 5.000 até 10.000 5.933 43.227.400,00 7285,90 Mais de 10.000 até 50.000 302 5.479.900,00 18145,30 Mais de 50.000 até 100.000 8 562.300,00 70287,50 Mais de 100.000 - - - Total 4.272.792 407.572.000,00 95,30 FONTE: Sistema Nacional de Cadastro Rural - INCRA, posição de 03/05/2001

Número de Imóveis por Classe de Área em Hectares - Brasil

Até 5 (19,08%) Mais de 5 até 10 (14,56) Mais de 10 até 50 (41,56%) Mais de 50 até 100 (11,03%) Mais de 100 até 500 (10,55%) Mais de 500 até 1.000 (1,69%) Mais de 1.000 até 5.000 (1,40%) Mais de 5.000 até 10.000 (0,14%) Mais de 10.000 até 50.000 (0,01%) Mais de 50.000 até 100.000 (0,00%) Mais de 100.000 (0,00%)

46 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR

A Tabela 22 mostra que existem em Goiás 136.123 imóveis rurais cadastrados no

INCRA com uma área total de 30.026.537,5 hectares, representando a média de 220,5 hectares por imóvel.

TABELA 22 - DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - GOIÁS

Total de Total da Área em Média em Classes de Área em Hectares Imóveis Hectares Hectares Até 5 5.803 19.764,80 3,40 Mais de 5 até 10 7.726 60.827,10 7,80 Mais de 10 até 50 46.333 1.322.511,40 28,50 Mais de 50 até 100 24.337 1.765.672,90 72,50 Mais de 100 até 500 38.166 8.665.248,20 227,00 Mais de 500 até 1.000 8.070 5.701.561,40 706,50 Mais de 1.000 até 5.000 5.386 10.278.507,30 1908,30 Mais de 5.000 até 10.000 289 2.006.339,00 6942,30 Mais de 10.000 até 50.000 13 206.105,40 15854,20 Mais de 50.000 até 100.000 - - - Mais de 100.000 - - - Total 136.123 30.026.537,50 220,50 FONTE: Sistema Nacional de Cadastro Rural - INCRA, posição de 03/05/2001

Número de Imóveis por Classe de Área em Hectares - Goiás

Até 5 (4,00%) Mais de 5 até 10 (5,68%) Mais de 10 até 50 (34,04%) Mais de 50 até 100 (17,88%) Mais de 100 até 500 (28,04%) Mais de 500 até 1.000 (5,93%) Mais de 1.000 até 5.000 (3,96%) Mais de 5.000 até 10.000 (0,21%) Mais de 10.000 até 50.000 (0,01%) Mais de 50.000 até 100.000 (0,00%) Mais de 100.000 (0,00%)

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Através da Tabela 23, pode-se constatar um total de 6.890 imóveis rurais cadastrados, perfazendo uma área de 3.283.971,5 hectares por imóvel.

TABELA 23 - DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - NORDESTE/GO

Total de Total da Área em Média em Classes de Área em Hectares Imóveis Hectares Hectares Até 5 167 675,10 4,04 Mais de 5 até 10 206 1.792,60 8,70 Mais de 10 até 50 1.927 60.225,30 31,25 Mais de 50 até 100 1.166 87.093,40 74,69 Mais de 100 até 500 1.966 485.743,40 247,07 Mais de 500 até 1.000 636 464.538,20 730,41 Mais de 1.000 até 5.000 742 1.584.817,80 2.135,87 Mais de 5.000 até 10.000 78 568.701,30 7.291,04 Mais de 10.000 até 50.000 2 30.384,40 15.192,20 Mais de 50.000 até 100.000 - - - Mais de 100.000 - - - Total 6.890 3.283.971,50 476,63 FONTE: Sistema Nacional de Cadastro Rural - INCRA, posição de 03/05/2001

Número de Imóveis por Classe de Área em Hectares Nordeste do Estado de Goiás

Até 5 (2,42%) Mais de 5 até 10 (2,99%) Mais de 10 até 50 (27,97%) Mais de 50 até 100 (16,92%) Mais de 100 até 500 (28,53%) Mais de 500 até 1.000 (9,23%) Mais de 1.000 até 5.000 (10,77%) Mais de 5.000 até 10.000 (1,13%) Mais de 10.000 até 50.000 (0,03%) Mais de 50.000 até 100.000 (0,00%) Mais de 100.000 (0,00%)

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Objetivando distinguir-se as duas microrregiões do Nordeste Goiano (Chapada dos Veadeiros com 8 municípios e Vão do Paranã com 12 municípios), as Tabelas 24 e 25 apenas representam um desdobramento do mosaico fundiário daquela região.

Na Tabela 24, o conjunto dos 8 municípios totaliza 2.894 imóveis rurais que somam 1.763.893,4 hectares por imóvel.

Já na Tabela 25, pode-se constatar a existência de 3.996 imóveis rurais com área total de 1.520.078,1 hectares, o que significa dizer que, em média, cada imóvel possui 380,3 hectares.

Vale ressaltar que, tal como nas Tabelas 21, 22 e 23, as Tabelas das microrregiões estão consignando imóveis rurais cadastrados no INCRA. Para todas as situações registradas, é possível a existência de outros imóveis que não tenham sido cadastrados.

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TABELA 24 – DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - CHAPADA DOS VEADEIROS

Total de Total da Área em Média em Classes de Área em Hectares Imóveis Hectares Hectares Até 5 48 193,80 4,04 Mais de 5 até 10 41 363,70 8,87 Mais de 10 até 50 556 18.943,70 34,07 Mais de 50 até 100 473 35.454,30 74,96 Mais de 100 até 500 987 248.357,40 251,63 Mais de 500 até 1.000 322 236.680,30 735,03 Mais de 1.000 até 5.000 425 934.250,70 2.198,24 Mais de 5.000 até 10.000 42 289.649,50 6.896,42 Mais de 10.000 até 50.000 - - - Mais de 50.000 até 100.000 - - - Mais de 100.000 - - - Total 2.894 1.763.893,40 609,50 FONTE: Sistema Nacional de Cadastro Rural - INCRA, posição de 03/05/2001

Número de Imóveis por Classe de Área em Hectares Microrregião Chapada dos Veadeiros

Até 5 (1,66%) Mais de 5 até 10 (1,42%) Mais de 10 até 50 (19,21%) Mais de 50 até 100 (16,34%) Mais de 100 até 500 (34,11%) Mais de 500 até 1.000 (11,13%) Mais de 1.000 até 5.000 (14,69%) Mais de 5.000 até 10.000 (1,45%) Mais de 10.000 até 50.000 (0,00%) Mais de 50.000 até 100.000 (0,00%) Mais de 100.000 (0,00%)

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TABELA 25 - DISTRIBUIÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS POR CLASSES DE ÁREA - VÃO DO PARANÃ

Total de Total de Área Média em Classes de Área em Hectares Imóveis Hectares Hectares Até 5 119 481,30 4,04 Mais de 5 até 10 165 1.428,90 8,66 Mais de 10 até 50 1.371 41.281,60 30,11 Mais de 50 até 100 693 51.639,10 74,52 Mais de 100 até 500 979 237.386,00 242,48 Mais de 500 até 1.000 314 227.857,90 725,66 Mais de 1.000 até 5.000 317 650.567,10 2.052,26 Mais de 5.000 até 10.000 36 279.051,80 7.751,44 Mais de 10.000 até 50.000 2 30.384,40 15.192,20 Mais de 50.000 até 100.000 - - - Mais de 100.000 - - - Total 3.996 1.520.078,10 380,40 FONTE: Sistema Nacional de Cadastro Rural - INCRA, posição de 03/05/2001

Número de Imóveis por Classe de Área em Hectares Microrregião Vão do Paranâ

Até 5 (2,98%) Mais de 5 até 10 (4,13%) Mais de 10 até 50 (34,21%) Mais de 50 até 100 (17,34%) Mais de 100 até 500 (24,50%) Mais de 500 até 1.000 (7,86%) Mais de 1.000 até 5.000 (7,93%) Mais de 5.000 até 10.000 (0,90%) Mais de 10.000 até 50.000 (0,05%) Mais de 50.000 até 100.000 (0,00%) Mais de 100.000(0,00%)

Conforme estabelece a Lei 8.629/1993, os imóveis rurais no Brasil estão classificados em pequena, média e grande propriedades, cujo indicador de classificação é o módulo fiscal, que varia de município para município. A pequena propriedade é toda aquela que possui até quatro módulos fiscais. Com área acima de quatro e até quinze módulos fiscais, o imóvel rural é classificado como média propriedade. Qualquer imóvel rural acima de quinze módulos fiscais é classificado como grande propriedade. Estas classificações foram estabelecidas a partir da promulgação da Constituição Federal de

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1998, substituindo as figuras do latifúndio por dimensão e latifúndio por exploração, preconizadas no Estatuto da Terra (Lei 4.504/1964).

No caso da região Nordeste de Goiás, o módulo fiscal que aparece com maior freqüência é o de 70 hectares, havendo apenas dois municípios em que se registra o módulo fiscal de 80 hectares - Campos Belos e Monte Alegre de Goiás (Tabela 26). Considerando-se a média aritmética de 71 hectares como parâmetro para o módulo fiscal da região, pode-se deduzir que nada menos do que 5.432 imóveis são considerados pequena propriedade (71 hectares x 4 módulos = 284 hectares). Utilizando-se este mesmo raciocínio para as demais escalas de freqüência da referida tabela, pode-se considerar que existem 636 imóveis como média propriedade19. Os 822 imóveis rurais restantes podem ser considerados como grande propriedade. Com base nesse entendimento, a predominância na região é a pequena propriedade, com 78,80% do total de 6.890 empreendimentos rurais, mas com apenas 19,30% da área total (3.283.971,50 hectares).

19 A média propriedade, neste caso, inclui os imóveis de 730,40 hectares.

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TABELA 26 - INDICADORES CADASTRAIS DE IMÓVEIS RURAIS DO NORDESTE DE GOIÁS (1997)

Unidade Geográfica Módulo ZTM IE LIM. EST. Situação Cadastral Super. Áreas ZP FMP (ha) Municípios MRG Fiscal (ha) 50/97 (ha) Imóveis Área (ha) Territ. (Km²) Especiais Alto Paraíso de Goiás 005 4 70 B3-6 4 90 324 177.858,3 2.603,4 P Alvorada do Norte 011 4 70 B3-6 4 90 136 81.903,6 1.495,1 Buritinópolis 011 4 70 B3-6 4 90 33 1.986,7 269,2 Campos Belos 005 4 80 B3-6 4 90 169 58.995,2 785,8 A Cavalcante 005 4 70 B3-6 4 90 386 428.702,7 6.979,5 P Colinas do Sul 005 4 70 B3-6 4 90 228 137.656,6 1.714,5 Damianópolis 011 4 70 B3-6 4 90 297 37.824,5 416,9 Divinópolis de Goiás 011 4 70 B3-6 4 90 159 68.350,9 834,3 Flores de Goiás 011 4 70 B3-6 4 90 293 266.313,0 3.722,8 P Guarani de Goiás 011 4 70 B3-6 4 90 339 92.524,0 1.233,8 P Iaciara 011 4 70 B3-6 4 90 262 125.660,9 1.631,3 Mambaí 011 4 70 B3-6 4 90 362 92.243,8 862,7 P Monte Alegre de Goiás 005 4 80 B3-6 4 90 628 217.537,9 3.131,5 P Nova Roma 005 4 70 B3-6 4 90 322 274.671,4 2.143,9 Posse 011 4 70 B3-6 4 90 837 110.463,8 1.961,9 São Domingos 011 4 70 B3-6 4 90 578 225.346,9 3.308,0 P São João d'Aliança 005 4 70 B3-6 4 90 428 299.170,0 3.339,5 P Simolândia 011 4 70 B3-6 4 90 94 29.479,3 344,0 Sítio d'Abadia 011 4 70 B3-6 4 90 248 114.857,8 1.373,0 P Teresina de Goiás 005 4 70 B3-6 4 90 48 35.885,8 777,5 P FONTE: Sistema Nacional de Cadastro Rural - Índices Básicos de 1997

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A Tabela 27 mostra que, em doze Municípios, o INCRA instalou vinte e cinco projetos de assentamento através do Programa de Reforma Agrária, contemplando 1.717 famílias de trabalhadores rurais, o que representa a mesma quantidade de propriedades inseridas no contexto da agricultura familiar.

TABELA 27 - ASSENTAMENTOS E FAMÍLIAS ASSENTADAS: INCRA (1999)

Número de Famílias Municípios Número de Projetos Assentadas

Alto Paraíso de Goiás 1 64 Cavalcante 1 121 Colinas do Sul 1 0 Flores de Goiás 4 839 Guarani de Goiás 2 72 Mambaí 5 160 Monte Alegre de Goiás 1 76 Nova Roma 1 0 São Domingos 1 0 São João d'Aliança 6 285 Sítio d'Abadia 1 49 Teresina de Goiás 1 51 Total 25 1.717 Fonte: Sistema Nacional de Indicadores Urbanos 2002

Ainda como reforço à agricultura familiar, em três municípios, já contemplados pelo Programa de Reforma Agrária (Flores de Goiás, Mambaí e Monte Alegre de Goiás), foram instaladas seis Agrovilas (Tabela 28) que atendem a 177 famílias de pequenos agricultores, em parceria do Governo do Estado de Goiás com o Banco da Terra (Programa de Crédito Fundiário do Ministério do Desenvolvimento Agrário).

TABELA 28 - EMPREENDIMENTOS RURAIS: BANCO DA TERRA - GOIÁS

Municípios Unidade Nº de Famílias Flores de Goiás Agrovila COOPERSAN 30 Flores de Goiás Agrovila COOPAGRIF 30 Flores de Goiás Agrovila COOPERSMA 30 Mambaí Agrovila MAMBAÍ 45 Monte Alegre Agrovila UNIPRATA 21 Monte Alegre Agrovila AGROPRATA 21 Total 6 177 Fonte: AGENCIARURAL 2002

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Finalmente, a Tabela 29 possibilita a visualização de como está distribuída a área total da região Nordeste do Estado de Goiás, que é de 3.876.600 hectares. Deste total, 237.000 hectares formam o Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga (comunidade com cerca de 4.000 remanescentes de quilombos), encravado na trijunção dos municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás, com mais de dois séculos de existência.

TABELA 29 - DISTRIBUIÇÃO DA MALHA FUNDIÁRIA DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS

Área Kalunga Área c/ Área Área Área Municípios / Reserva possibilidade Município Ambiental Titulada Indígena de Titulação Alto Paraíso de Goiás 259.400 - 246.652 27.683 157.970 Alvorada do Norte 129.200 - - 35.717 93.483 Buritinópolis 26.800 - 17.072 - 26.800 Campos Belos 78.300 - - 8.066 70.234 Cavalcante 695.400 153.248 427.349 212.572 261.299 Colinas do Sul 170.800 19.148 134.496 4.743 146.909 Damianópolis 41.500 - 41.500 19.389 2.111 Divinópolis de Goiás 83.100 - - - 83.100 Flores de Goiás 370.900 - - 47.471 323.429 Guarani de Goiás 122.900 - 29.071 50.485 43.343 Iaciara 162.500 - - 14.049 148.450 Mambaí 86.000 - 86.000 90.493 - Monte Alegre de Goiás 312.000 42.546 - 12.844 256.609 Nova Roma 213.600 - 186.400 53.708 159.892 Posse 195.500 - 29.625 56.066 139.434 São Domingos 329.600 - 66.107 84.914 178.679 São João D`Aliança 332.700 - 57.020 90.571 240.813 Simolândia 34.300 - - - 34.300 Sítio d`Abadia 156.600 - - 39.118 117.482 Teresina de Goiás 75.500 41.205 34.300 2.036 26.500 Total 3.876.600 256.147 1.355.592 849.925 2.510.837 FONTE: Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário. Obs.: 1) Todas as áreas estão expressas em hectare (ha); 2) Os municípios sem área titulada foram desmembrados, respectivamente, de Mambaí, São Domingos e Posse; 3) A área a ser titulada representa 61% do total dos municípios subtraindo a área já titulada, as áreas ambientais restritas, áreas dos Kalungas e as áreas indígenas, 4) As áreas ambientais restritas estão representadas pelo Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Nova Roma, São João D' Aliança e Teresina de Goiás), Parque Estadual de Terra Ronca (Guarani de Goiás e São Domingos), Distrito de São Jorge (Alto Paraíso), Parque Municipal Abílio Herculano Szervinsk (Alto Paraíso), Parque Municipal Lavapés (Cavalcante) e Parque Estadual de Terra Ronca (São Domingos e Guarani de Goiás). As áreas com menores restrições estão representadas pelas APAS (Àreas de Proteção Ambiental) de Pouso Alto (Alto Paraíso de Goiás, Buritinópolis, Cavalcante, Nova Roma, Teresina de Goiás, São João D' Aliança e Colinas do Sul), Serra Geral de Goiás (São Domingos e Guarani), Rio Vermelho (Damianópolis, Buritinópolis, Mambaí e Posse). As áreas de reservas especiais são representadas pelo Sítio Histórico Patrimônio Cultural Kalunga (Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás) e a Reserva Indígena Avá-canoeiro (Colinas do Sul). 5) O cálculo das áreas ambientais por município foram feitos com base no mapa das unidades de conservação do Estado de Goiás, fornecido pela Agência Ambiental do Estado.

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Ao longo dos anos, o Governo do Estado de Goiás regularizou a ocupação da terra devoluta em 845.926 hectares, com a expedição de títulos definitivos de propriedade.

Visando cobrir pelo menos 61% da área total da região, torna-se imperioso regularizar cerca de 2.508.753 hectares referentes à posse e uso das terras devolutas do Estado de Goiás, ocupadas por posseiros de boa fé, ensejando tal medida uma possível alavancagem da região rumo ao desenvolvimento sustentável.

TABELA 30 - ESTRUTURA FUNDIÁRIA - UTILIZAÇÃO DOS SOLOS (1996) Número de Área Total Pastagens Lavouras Matas Municípios Estabelecimentos (ha) (ha) (ha) (ha) ESTADO DE GOIÁS 111.691 25.387.718 19.328.131 2.222.396 3.837.191

005 - Chapada dos Veadeiros 2.859 980.604 756.884 36.383 187.337 Alto Paraiso de Goiás 239 80.913 59.821 3.339 17.753 Campos Belos 197 46.462 34.497 10.802 1.163 Cavalcante 705 231.482 198.899 2.299 30.284 Colinas do Sul 220 74.195 61.781 1.748 10.666 Monte Alegre de Goiás 444 152.435 95.707 2.940 53.788 Nova Roma 438 112.349 89.659 2.454 20.236 São João D'Aliança 466 222.575 159.669 12.547 50.359 Teresina de Goiás 150 60.193 56.851 254 3.088

011 - Alvorada do Norte 3.681 1.105.704 806.588 35.899 263.217 Alvorada do Norte 125 85.315 64.922 2.926 17.467 Buritinópolis 77 15.832 11.123 310 4.399 Damianópolis 348 30.951 25.147 385 5.419 Divinópolis de Goiás 266 75.872 51.811 2.129 21.932 Flores de Goiás 303 265.378 212.015 5.466 47.897 Guarani de Goiás 472 83.732 46.279 4.000 33.453 Iaciara 350 125.804 76.003 2.718 47.083 Mambaí 89 12.591 9.798 301 2.492 Posse 628 112.024 83.738 3.315 24.971 São Domingos 643 175.543 125.289 4.056 46.198 Simolândia 138 35.727 25.335 8.696 1.696 Sítio D'Abadia 242 86.935 75.128 1.597 10.210 FONTE: IBGE - Censo Agropecuário, 1995/96.

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5 INFRA-ESTRUTURA

O setor de infra-estrutura tem papel fundamental para o desenvolvimento da região Nordeste do Estado de Goiás, permitindo o ganho de competitividade das unidades produtivas, melhorando o desempenho da economia regional, resultando no aumento da oferta do emprego e na obtenção de renda pela população local.

As atividades de comércio podem se dinamizar com a queda dos custos de transporte e com uma logística de transporte mais eficaz. A redução dos preços dos produtos regionais seria alcançada, oportunizando aos produtores locais, ofertarem seus produtos aos grandes centros consumidores, especialmente os mercados de Brasília e de Goiânia.

As melhores condições de hospedagem serão obtidas com a disponibilização de energia, água tratada, esgoto e serviços de telefonia. A melhoria das estradas e a pavimentação de rodovias permitiriam o acesso facilitado à região caracterizada por belezas naturais únicas. Aliado ao envolvimento da sociedade, a formação e incremento do capital humano seriam capazes de levar à região, o almejado desenvolvimento sustentável.

5.1 ESTRADAS

A região nordeste conta com dois importantes eixos de integração regional. Trata-se das rodovias BR-020 e GO-118. Esta malha viária totaliza, aproximadamente, 480 km de estradas estaduais asfaltadas que interligam os seus municípios e dão acesso aos Estados da Bahia e do Tocantins e, 130 km de rodovia federal pavimentada (BR-020) ligando entre si os municípios cortados pela BR ao nordeste do país.

No entanto, estas duas estradas não possuem uma interconexão adequada até o presente momento, o que impede uma maior integração regional e resulta em uma maior dependência da região do nordeste goiano em relação ao conglomerado urbano de Brasília- DF.

A rodovia federal BR-020 está inserida na micro-região do Vão do Paranã, localizada no leste da mencionada região. A estrada estadual GO-118 interliga os

57 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR municípios da microrregião da Chapada dos Veadeiros, localizados a oeste na Região Nordeste.

Além da BR-020 e da GO-118, a região conta, ainda, com as seguintes rodovias estaduais: GO-110, GO-112, GO-236 e GO-114. Portanto, o transporte rodoviário constitui-se no principal e único meio de deslocamento de cargas e passageiros da região.

A necessidade de pavimentação de estradas secundárias, as chamadas vicinais, é evidente. Para que se possa completar a interligação entre os municípios das duas microrregiões que constituem o nordeste goiano a pavimentação das mesmas deve ser priorizada.

Alguns municípios da região encontram-se em uma situação de total isolamento em períodos de chuva (de outubro a março), motivado pelas características do relevo (altamente acidentado) e pela falta de compactação dos solos, resultando em constantes atolamentos de veículos nas estradas da localidade neste período do ano.

Outra dificuldade, resultante desta ausência de infra-estrutura na área de transportes, está na carência de interligação entre as rotas turísticas regionais, o que dificulta a visitação local, acarretando prejuízos a uma atividade econômica altamente geradora de trabalho e renda. O resultado de uma maior integração entre as microrregiões do nordeste goiano, seria a redução de forma substancial, das taxas de desemprego na localidade.

Verifica-se uma peculiaridade na região. A falta de uma estrutura adequada de integração regional produz um vazio geopolítico entre estes dois principais eixos de comunicação rodoviária; justamente em áreas com potencial agrícola (solos férteis), sem provimento de estradas pavimentadas que possibilitem o escoamento da produção rural.

O município de Nova Roma tem a propriedade de ser o centro urbano geograficamente mais centralizado desta isolada região, o qual já possui uma estrutura rudimentar de interligação com os municípios da Chapada dos Veadeiros e do Vão do Paranã sendo, portanto, a localidade mais propícia para a disponibilização de uma estrada pavimentada que interligue estas duas micro-regiões.

A concretização da atividade econômica do turismo na região necessita, portanto, de estradas em condições adequadas para receber os turistas provenientes dos estados mais

58 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR próximos da região, de visitantes de todo o Brasil e do mundo, o que é possível de ser realizado, dada a proximidade do aeroporto internacional de Brasília com relação ao Nordeste Goiano.

FIGURA 03 - MAPA RODOVIÁRIO - ESTADO DE GOIÁS

5.2 ENERGIA

Outro fator restritivo ao desenvolvimento da região está relacionado à descontinuidade de fornecimento local de energia elétrica, mostrando-se necessários investimentos que possibilitem o aumento da capacidade de geração e melhoria da transmissão energética para que se possa promover qualquer atividade econômica de forma adequada.

A capacidade instalada da região do nordeste goiano corresponde a 1.758,03 MW (megawatts). Isto equivale a, aproximadamente, 22,47 % da energia gerada no Estado de

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Goiás. Sendo, portanto, necessário investimentos mais convincentes na área de transmissão de energia. Há duas usinas hidrelétricas geradoras de grande porte, maior de 30 megawatts de potência, são estas: Usina de Cana Brava (1.293 MW)e Usina Serra da Mesa (450 MW). Além disso, há três usinas de pequeno porte, menor de 30 MW (megawatts): as usinas de São Domingos (14,34 MW), a de Mambai I (0,35 MW) e a Usina de Mosquito (0,34 MW).

A seguir consta a tabela com informações sobre as usinas em operação no Nordeste Goiano:

TABELA 31 - USINAS EM OPRAÇÃO: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2002)

Potência Usina Lat/Long Empreendedor Município (MW) Cana Brava 450 13º24'00''/48º09'00'' Gerasul/Tractesel Cavalcante Serra da Mesa 1.293 13º50'00''/49º18'00'' Consórcio VBC Cavalcante Mambaí 0,35 14º41'29''/4621'02'' CELG Sítio D'Abadia Mosquito 0,34 12º57'11''/46º23'17'' CELG Campos Belos São Domingos 14,34 13º26''00''/46º22'17'' CELG São Domingos Total 1.758,03 Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica

A seguir consta a tabela com informações sobre as usinas em construção no Nordeste Goiano:

TABELA 32 – USINAS EM CONSTRUÇÃO: REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE GOIÁS (2002)

Potência Usina Lat/Long Empreendedor Município (MW) Santa Edwiges I 10,10 14º18'46''/46º12'55'' Centrais Elétricas Rio das Almas Buritinópolis/Posse Santa Edwiges II 12,10 14º21'20''/46º11'35'' Centrais Elétricas Rio das Almas Buritinópolis/Mambaí Santa Edwiges III 6,50 14º22'18''/46º17'29'' Centrais Elétricas Rio das Almas Buritinópolios/Posse Mambaí II 12,00 14º41'29''/46º21'02'' CPE-CCB-C. Marques Figueiredo Sítio D'Abadia Total 40,70 Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica

No Estado de Goiás, o consumo enegético é da ordem de 6.229.000 Mwh, enquanto que na região do Nordeste Goiano, este consumo não passa de 71.987 Mwh, correspondendo a 1,156% do total consumido no Estado como um todo, algo incipiente e, que pode demonstrar a carência desta região em relação às demais regiões do Estado.

Há vários índices de desenvolvimento que consideram a variável consumo de energia como um fator relevante para se conhecer o modo de vida e a capacidade de produção de uma sociedade. O conforto disponibilizado para a população com a utilização

60 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR de aparelhos eletrônicos e a tecnologia de produção que utiliza equipamentos propícios ao aumento da produtividade de seus produtos e serviços são resultados esperados quando se tem um alto consumo de energia.

Este problema pode ser minimizado, visto a existência de um considerável potencial hidroelétrico na região, o que permite a construção de usinas geradoras tanto na região de São Domingos quanto em Mambaí, aumentando, substancialmente, a oferta de energia elétrica local.

Há esforços do governo do Estado de Goiás no segmento de eletrificação rural, denominado de “Programa Luz no Campo”, com o qual os beneficiados contam com isenção total de contrapartida no momento de aquisição das ligações elétricas em seus estabelecimentos rurais. Geralmente, ocorre o tipo de ligação monofásica, embora a requisição da população local seja do tipo trifásico, o que permitiria o seu emprego na produção agrícola.

Atualmente, há 3.000 (três mil) redes em execução pela CELG, empresa estadual responsável pela distribuição de energia na região, com 800 (oitocentos) ligações concluídas mensalmente.

No município de Flores de Goiás, localizado na microrregião do Vão do Paranã, ocorre uma parceria entre a CELG e o INCRA/DF (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), provocada por um convênio assinado entre estas duas instituições que gerará 5.000 (cinco mil) ligações no ano de 2002, sendo o público alvo os assentamentos de São Vicente (540 ligações) e o de Bela Vista (19 ligações).

A disponibilidade de energia é um dos pré-requisitos para a redução das desigualdades regionais, atraindo empresas e turistas, o que torna os investimentos no setor elétrico, principalmente no quesito eletrificação rural, prioritários, visto a importância deste setor para o crescimento da produção agrícola, do emprego e da geração de renda.

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TABELA 33 - PREVISÃO E EXECUÇÃO DE LIGAÇÕES: REGIÃO NORDESTE - GO (2002)

Municípios Previsâo Executado Em Execução Buritinópolis 43 - - Alto Paraíso 98 25 11 Alvorada do Norte 119 5 - Cavalcante 74 - - Colinas do Sul 63 23 19 Damianópolis 89 - 25 Flores de Goiás 559 14 - Formosa - 362 - Guarani 337 - - Iaciara 129 30 - Mambaí 78 - - Monte Alegre 248 71 122 Nova Roma 63 19 - Posse 800 144 119 São Domingos 93 1 - São João D'Aliança 416 - 212 Simolândia 184 5 - Sítio D´Abadia 88 71 - Teresina de Goiás 21 - - Total 3.502 770 508 Fonte: Companhia Energética do Estado de Goiás - Celg

Previsão e Execução de Ligações: região Nordeste/GO (2002)

4.000

3.000

2.000

1.000

0

Pr ev is to Executado Em execução

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TABELA 34 - CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA: REGIÃO NORDESTE - GO (2001)

Nº de Consumo (Mwh) Municípios Consumidores Residencial Industrial Comercial Rural Outros Total Alto Paraíso de Goiás 1.996 1820 59 1272 991 838 4980 Alvorada do Norte 2.279 1.794 409 1.022 1.177 1.353 5.755 Buritinópolis 769 413 13 42 74 527 1.069 Campos Belos 4.959 3.739 655 1.599 426 2.618 9.037 Cavalcante 1.169 798 23 308 72 471 1.672 Colinas do Sul 971 561 81 231 200 398 1.471 Damianópolis 758 472 5 77 34 351 939 Divinópolis de Goias 1.277 791 2.290 176 162 391 3.810 Flores de Goiás 1.102 810 29 349 1.585 564 3.337 Guarani de Goiás 717 371 22 103 144 342 982 Iaciara 3.090 2.046 374 478 1.138 1.425 5.461 Mambaí 1.489 906 50 125 132 655 1.868 Monte Alegre de Goiás 1.287 836 21 236 115 459 1.667 Nova Roma 874 485 14 112 204 407 1.222 Posse 6.803 5.802 4.900 3.031 502 2.913 17.148 São Domingos 2.046 1.258 40 447 591 1.147 3.483 São João D`Aliança 1.799 1.182 148 575 1.095 735 3.735 Simolândia 1.683 1.279 103 392 61 760 2.595 Sítio d`Abadia 537 281 11 13 180 322 807 Teresina de Goiás 551 360 14 215 26 334 949 Total 36.156 26.004 9.261 10.803 8.909 17.010 71.987 Fonte: Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - Superintendência de Estatística, Pesquisa e Inform

Consumo de Energia Elétrica por Categoria Região Nordeste do Estado de Goiás (2001)

36% Legenda Residencial Industrial Comercial 13% Rural 24% Outros 15% 12%

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Municípios da Região Nordeste do Estado de Goías Participação percentual no consumo de energia elétrica - (2001)

Alto Paraíso de Goiás (6,92%) Alvorada do Norte (7,99%) Buritinópolis (1,48%) Campos Belos (12,55%) Cavalcante (2,32%) Colinas do Sul (2,04%) Damianópolis (1,30%) Divinópolis de Goias (5,29%) Flores de Goiás (4,64%) Guarani de Goiás (1,36%) Iaciara (7,59%) Mambaí (2,59%) Monte Alegre de Goiás (2,32%) Nova Roma (1,70%) Posse (23,82%) São Domingos (4,84%) São João D`Aliança (5,19%) Simolândia (3,60%) Sítio d`Abadia (1,12%) Teresina de Goiás (1,32%)

5.3 SANEAMENTO BÁSICO

A deficiência do saneamento básico é visível pela insignificância da rede de esgoto regional, o que cria sérios problemas sociais e de saúde pública. A importância deste item de infra-estrutura está na prevenção de doenças infecto-contagiosa. A política de saúde pública deve estar, portanto, integrada a política de saneamento básico, com o intuito de melhorar a qualidade de vida da população da região Nordeste do Estado de Goiás. Como se não bastasse, a dotação de uma infra-estrutura de saneamento é de extrema relevância para que se possa concretizar a atividade turística, uma vez que com uma melhor estrutura esta atividade terciária ganharia um grande impulso.

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5.4 TELECOMUNICAÇÕES

Dentre as várias formas de exclusão social, destacamos a exclusão digital. Apesar dos recursos provenientes do Governo Federal para instalação de quiosques de informática nos Municípios de Posse e Iaciara, tal oferta será insuficiente para atender a região Nordeste do Estado de Goiás.

Outro fator de precariedade na região Nordeste do Estado de Goiás é constatado pelos serviços de telefonia fixa e móvel. A qualidade e a constância dos serviços são fatores limitantes para o estabelecimento de uma estrutura de comunicação capaz de alavancar o desenvolvimento regional. O isolamento provocado pela falta ou má qualidade dos serviços de telefonia impede o desenvolvimento e a geração de novos negócios de vários setores econômicos.

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6 ASPECTOS AMBIENTAIS

A Região do Nordeste Goiano é uma região que se destaca pela exuberância de suas belezas naturais, mas também sofre com os efeitos da degradação causada pelo homem.

De acordo com o documento ESTADO AMBIENTAL DE GOIÁS - 2001, da Agência Ambiental, em apenas uma década as matas nativas praticamente foram erradicadas das propriedades rurais no Estado de Goiás, revelando que apenas uma parcela de 0,8% do território do Estado possui áreas protegidas (parques), enquanto, o percentual recomendado internacionalmente é de 10%, no mínimo.

O extrativismo, a substituição das matas naturais pelas lavouras temporárias e pastagens plantadas tem aumentado a degradação dos solos e dos recursos hídricos, assim como o desvio do leito dos rios, a irrigação sem planejamento provoca o assoreamento dos rios e na maioria das vezes o desaparecimento de nascentes.

6.1 A RESERVA DA BIOSFERA DO CERRADO GOYAZ

Em 1993 foi criada a Reserva da Biosfera do Cerrado - Fase I no Distrito Federal, que foi um marco importante no reconhecimento internacional do Cerrado, como área de grande interesse biológico. Com esta iniciativa, tornou-se necessária a participação de outros Estados situados em área de Cerrado, no sentido da criação de outras fases, objetivando a reintegração deste bioma com os biomas do Pantanal, Floresta Amazônica e Mata Atlântica.

A proposta da Reserva da Biosfera do Cerrado Goyaz elaborada no ano 2000, pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Goiás, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e do WWF - Fundo Mundial para a Natureza, a partir de discussões que se originaram nas próprias comunidades, sobretudo através de organizações da sociedade civil, principalmente da região da Chapada dos Veadeiros, desde o ano de 1995. Sua aprovação ocorreu no dia 09 de novembro de 2000, pela UNESCO.

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As reservas têm sido planejadas objetivando três metas: conservação, implantação do desenvolvimento sustentável e aprimoramento científico. A UNESCO fornece assistência técnica, ajuda na divulgação internacional do projetor e o acompanhamento de sua implantação. Para a implementação, são determinadas três zonas; zona núcleo, que devem ser unidades de conservação de uso direto, zonas de amortecimento que devem cercar ou unir as zonas núcleos, onde as atividades econômicas necessitam ser compatíveis com práticas ecologicamente aceitáveis, de forma a garantir a integridade dos ecossistemas das zonas núcleos e zonas de transição que são zonas de abrangência flexível, onde há o direcionamento para o uso sustentado.

A região do Nordeste Goiano, foi escolhida visando a potencialização das políticas regionais de proteção e recuperação da biodiversidade, a promoção do desenvolvimento econômico das populações residentes e a conexão da Fase I com o Estado do Tocantins. A área da Reserva tem como zonas núcleo o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o Parque Estadual de Terra Ronca e o Parque Municipal de Itiquira. Uma zona de amortecimento abrange o entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e do Parque Municipal de Itiquira, conectando os dois através do Vão do Paranã, e se estendendo até as margens da Usina Hidroelétrica de Serra da Mesa e até o Sítio Histórico Kalunga, um importante remanescente de quilombos. A outra zona de amortecimento abrange o entorno do Parque Estadual de Terra Ronca, incluindo a APA Estadual da Serra Geral. Já a zona de transição abrange quase a totalidade do Nordeste Goiano, demonstrando a intenção de desenvolver em bases sustentáveis toda esta região. Os principais sistemas naturais da região foram contemplados na abordagem estabelecida, bem como a diversidade de sistemas produtivos tradicionais do Cerrado brasileiro e suas influências sobre a biodiversidade circundante. As características histórico-culturais tiveram peso significativo para a designação das zonas de amortecimento no sítio histórico/cultural dos kalunga e no entorno do Parque Estadual de Terra Ronca.

O Governo do Estado de Goiás elegeu como uma de suas prioridades o Nordeste Goiano, objetivando o resgate da dívida social acumulada ao longo das últimas décadas nesta região. Esse título aumenta o potencial de desenvolvimento da região, pois as

67 AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOVIMENTO REGIONAL - AGDR possibilidades de planejamento e captação de recursos para os projetos na região se tornam maiores.

A Reserva da Biosfera conta com um comitê Estadual como órgão gestor composto por entidades governamentais e da sociedade civil, responsável por montar o plano de ação, a partir do qual o processo será iniciado.

6.1.1 ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS

A ampla área de distribuição geográfica da Reserva da Biosfera do Cerrado Goyaz abrange planícies e regiões montanhosas, cuja importância em termos de biodiversidade vêm sendo cada vez mais destacada, em função das diferentes fitofisionomias existentes, da influência dos biomas vizinhos que penetram a área da Reserva,bem como da relevância para a conservação dos recursos genéticos e processos ecológicos únicos, em especial, a resistência da vegetação à acidez e ao alto teor de alumínio presente no solo.

6.1.2 ASPECTOS ECONÔMICO-AMBIENTAIS

O turismo ecológico, rural e cultural passa a ter um papel importante; no município de Alto Paraíso de Goiás o turismo já é responsável por grande parte de sua movimentação econômica. Já nos municípios de São Domingos e Guarani de Goiás, estão sendo tomadas iniciativas no sentido de aproveitar o potencial turístico do Parque Estadual de Terra Ronca, principalmente de suas cavernas.

O Vale do Paranã possui um potencial inigualável para a expansão do turismo ecológico, devido à diversidade de ambientes, em especial suas baixadas inundáveis, abrigando grandes concentrações de aves aquáticas e ninhais, e os cursos d’água que descem suas encostas, formando quedas d’água, cachoeiras e corredeiras no caminho.

O turismo histórico cultural ainda é pouco desenvolvido, com potenciais condições para sue estabelecimento como fonte econômica. Destaca-se a existência de um antigo quilombo. Outras atividades econômicas usando as estruturas sociais, culturais existentes podem ser expandidas, tais como a criação de animais silvestres o extrativismo controlado

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(que até então na região não tem controle) agricultura orgânica, produção de plantas medicinais.

6.1.3 ASPECTOS SÓCIO-AMBIENTAIS

Dentro do perímetro sugerido para a Reserva da Biosfera do Cerrado Goyaz existem comunidades estabelecidas que possuem uma filosofia alternativa de vida, com meios tradicionais de vida subsistem, desde quilombos, pescadores de subsistência, coletores de plantas e criadores de gado de forma extensiva. No interior da área proposta existe, ainda, um grupamento humano especial, formado pelos descendentes de escravos fugidos das minas de ouro e dos índios da região. População tradicional denominada povo kalunga, mantém sistemas de produção agrícola e de pecuária de subsistência baseados na posse coletiva da terra.

6.1.4 ASPECTOS CIENTÍFICO-AMBIENTAIS

A cidade de Alto Paraíso de Goiás é um dos pólos atrativos de pesquisas puras e aplicadas relacionadas ao Cerrado e sua utilização racional. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros já exerce seu papel de concentrador de interesses da comunidade acadêmica. A construção da barragem de Serra da Mesa, localizada no extremo noroeste da Reserva da Biosfera, ocasionou um crescimento de pesquisas na área de influência do reservatório, em um programa de monitoramento das comunidades naturais após a formação do lago, desenvolvido em conjunto por Furnas Centrais Elétricas, Universidade de Brasília e a

Fundação Pró-Natureza (FUNATURA). Essa demanda levou à existência de infraestrutura permanente no local.

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6.2 AS ZONAS NÚCLEO DA RESERVA DA BIOSFERA DO CERRADO GOYAZ

6.2.1 PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, criado em 11 de janeiro de 1961 pelo Decreto nº. 49.875 como Parque Nacional do Tocantins, foi delimitado através do Decreto nº. 99.279 de 6 de junho de 1990 estabelecendo sua área em 65.514 ha. Posteriormente teve sua área aumentada para 241.447 ha através do decreto s/n de 27 de setembro de 2001. O objetivo principal da criação do Parque Nacional consistiu na proteção das dos formadores do rio Tocantins, proteção dos campos rupestres das partes altas, cerrados e matas ciliares.

Há ofertas de excursões e pacotes turísticos ao longo do ano, com uma concentração em feriados e férias escolares

6.2.2 PARQUE ESTADUAL DE TERRA RONCA

Parque Estadual de Terra Ronca, criado em 7 de julho de 1989 pela Lei Estadual nº. 10.879, com a área e limites estabelecidos pelo Decreto Estadual nº. 4.700 de 21 de agosto de 1996, possui área de 50.000 ha no município de São Domingos, GO. Seu objetivo principal consiste na proteção do complexo de cavernas do cáster de A Terra Ronca, seu entorno e os ambientes de cerrado, mata ciliar e mata seca sobre solo calcário, bem como assegurar a evolução natural dos sistemas subterrâneos locais, um dos maiores complexos de cavernas da América Latina.

A criação do Parque Estadual visa, também, estabelecer condições para que o turismo de lazer expanda-se na região, dando igualmente melhores condições para o turismo cultural/religioso da Terra Ronca, uma das maiores manifestações populares da região Centro-Oeste do Brasil. Há um impacto econômico positivo desse turismo na economia local e o Parque colocou a visita à caverna como uma das opções turísticas nos roteiros das agencias especializadas em ecoturismo.

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A diversidade biológica do parque é enorme. Já foram registradas mais de 150 espécies de aves e quase 50 de mamíferos. A vegetação, formada por cerrado, cerradão, matas de galeria e veredas, se constitui em excelente habitat’s para uma enormidade de espécies animais, alguns endêmicos, outros já ameaçados de extinção, como o lobo-guará, o tatu-canastra, o veado campeiro, a onça pintada, suçuarana e a arara azul.

FIGURA 04 - REGIÃO DE TERRA RONCA

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6.2.3 APA- ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

O Projeto de Criação, Implantação e Manutenção de Unidades de Conservação busca realizar um levantamento contínuo de locais ainda preservados que podem se tornar áreas protegidas, bem como realizar ações para o aperfeiçoamento na administração e manejo destas áreas.

A maior das unidades de conservação no Estado envolve a região ao redor do Parque Estadual de Terra Ronca, APA da Serra Geral de Goiás, no município de São Domingos. Esta área, foi regulamentada pelo Decreto nº 4.666, de 16 de abril de 1996, e possui uma área correspondente a 60 mil ha.

6.2.3.1 APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO

Criada em 27/09/2001, com 176 mil hectares, destina-se a proteger a fauna e a flora do cerrado e principalmente mais de uma centena de cavernas catalogadas e dezenas de rios subterrâneos das encostas goianas da Serra Geral, na divisa com a Bahia. Abrange os municípios de Mambaí (exceto o perímetro urbano) e Damianópolis além de parte dos municípios de Buritinópolis e Posse, todos no nordeste de Goiás. Terá dentro de seus limites um parque nacional e monumentos naturais protegidos por lei, como as cavernas do Funil e de Nossa Senhora das Dores. Integra o corredor ecológico que começa no Distrito Federal com suas unidades de conservação, passa pela APA das Nascentes do Rio Vermelho e interliga-se com as unidades estaduais da APA da Serra Geral e do Parque de Terra Ronca, completando-se depois com a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

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6.2.3.2 APA DA SERRA GERAL

A mais extensa das APA's estaduais de Goiás, com 60 mil hectares, situa-se no município de São Domingos, na Serra Geral que divide o estado com a Bahia. Serve para proteger o Parque Estadual de Terra Ronca, dentro do qual estão as principais cavernas do Planalto Central. Foi criada pelo decreto estadual 4.666 (16/04/96). Dentro desta APA estão os mais importantes conjuntos de cavernas e rios interiores até agora conhecidos na região de Terra Ronca. Há também muitas cachoeiras, paisagens, rios, animais e plantas a serem protegidos.

6.2.3.3 APA POUSO AUTO

Destinada a fomentar o desenvolvimento sustentável e a preservar a flora, a fauna, os mananciais, a geologia e o paisagismo da região de Pouso Alto, localizada na Chapada dos Veadeiros, foi criada em 01/10/2000, pelo Estado de Goiás, a Área de Proteção Ambiental Pouso Alto, com 8.72.000 ha (oitocentos e setenta e dois mil hectares), envolvendo partes dos municípios de Alto Paraíso, Cavalcante, São João da Aliança e Colinas do Sul.

6.3 POTENCIAL TURÍSTICO DA REGIÃO

Além da Reservada Biosfera, a região apresenta um grande potencial turístico, em alguns municípios sendo bem explorado e com boa infra-estrutura local, mas a grande maioria dos municípios apesar do potencial e de fazer parte de roteiros turísticos, ainda apresentam deficiências de rede hoteleira, restaurantes e bar.

A Chapada dos Veadeiros, o mais antigo patrimônio geológico da América do Sul, formada há 1,8 bilhão de anos, é considerada um dos maiores paraísos ecológicos do país. A Chapada dos Veadeiros está localizada no Nordeste Goiano, sendo constituída por áreas aplainadas, serras, montanhas, morros e vales. Situa-se nos municípios goianos de São

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João da Aliança, Alto Paraíso, Terezina de Goiás, Cavalcante, Colinas, além dos povoados de Vila de São Jorge (situado a 35 km de Alto Paraíso), que é a porta de entrada para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, (conta com quase 500 habitantes), Moinho e Capela, todos eles com passeios prontos e muitos lugares ainda por serem explorados. Encaixa-se na bacia do Rio Tocantins e abriga um dos últimos mananciais de águas não poluídas do planeta.

Alto Paraíso de Goiás, é cidade construída sobre minas de cristais, principal pólo de turismo ecológico no centro-oeste brasileiro, devido ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, situado a poucos quilômetros. Um dos pontos mais bonitos da cidade é o aeroporto de Alto Paraíso, que foi construído pelo governo estadual para atender a um projeto de produção de frutas e de trigo que não deu certo, hoje serve de mirante para o pôr-do-sol . O município, recebe turistas de todo o Brasil, oferece uma grande variedade de pousadas (aproximadamente 50), restaurantes e bares (15) e atividades voltadas para a cura.

Sítio d'Abadia - além de cavernas, lagoas e atrações como o Encontro das Águas o, Sítio d´Abadia, em Goiás, tem uma das maiores cachoeiras em volume d´água do país, no rio Corrente, a 646m de altitude, nas encostas da Serra Geral. É o portal de entrada para a nova APA das Nascentes do Rio Vermelho, que fica ao lado do município.

O município de Cavalcante, fundado em 1740 com o descobrimento de ouro, município abriga 60% do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, além de cachoeiras, riachos e trilhas, existe uma comunidade remanescente de um dos maiores quilombos do Brasil: o Calunga. O fluxo de turismo ecológico cresça lentamente, e tem uma precária rede hoteleira.

Cortada pela GO-118, São João d'Aliança, ganhou importância para o turismo ecológico a partir da década de 1990, com a ascensão de Alto Paraíso como pólo turístico devido à proximidade com o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Há belas cachoeiras, como a do Mingau trilhas e rios, como o Cachoeirinha e o próprio Tocantinzinho, que depois é um dos formadores do lago de Serra da Mesa

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Colinas do Sul (GO) fica a meio caminho entre São Jorge (distrito de Alto Paraiso) e Niquelândia, nas proximidades de uma das "pontas" do lago de Serra da Mesa, junto ao rio Tocantinzinho. Preparou-se para ser um pólo de turismo de olho no lago - mas o desastre ecológico de 2001 fez as águas baixarem 9 metros e os investimentos ficaram à espera da volta das águas. A partir de Colinas é possível atingir pontos de turismo às margens do lago, como Mato Verde (12km), Chapada da Visão, Chiqueiro de Pedra e Vale do Lago.

Niquelândia- Surgiu nos anos subsequentes à chegada dos bandeirantes a Goiás, com a descoberta de ouro, recebendo o nome de São José do Tocantins em 1735. Guarda uma rica história colonial, como parte de um conjunto de povoados auríferos nas cabeceiras do rio Tocantins, como Traíras, Água Quente e Muquém, sede de famosa romaria e agora um minúsculo povoado ligado a Niquelândia por asfalto. O ouro foi substituído pelo níquel e a cidade perdeu quase todo seu patrimônio arquitetônico. Volta à cena como pólo de apoio turístico numa das pontas do lago de Serra da Mesa.

São Domingos -Importante para o turismo ecológico, inclusive por dar acesso por asfalto de Salvador(BA) ou Brasília(DF) até o Parque Estadual de Terra Ronca, onde estão as mais famosas cavernas do nordeste de Goiás. Região protegida pela APA da Serra Geral, junto com Guarani. Dispõe de centro de informações turísticas e algumas pousadas.

Guarani de Goiás- Importante para o ecoturismo por estar entre as APAs das Nascentes do Rio Vermelho, ao sul, e da Serra Geral, ao norte, onde se situa o Parque Estadual de Terra Ronca. Guarani (GO) é cortada pelo rio Frei, no qual está uma das belas cachoeiras da região De lá pode-se também ir para Iaciara e depois cruzar o Paranã para Nova Roma, entrando na Chapada dos Veadeiros.

Posse- Situada ao lado da Serra Geral, que separa Goiás da Bahia, Posse(GO) tornou-se importante para o turismo ecológico por ser o entrocamento entre a APA das Nascentes do Rio Vermelho e o Parque Estadual de Terra Ronca. O nome decorre de ter sido no passado uma das mais conflituosas regiões goianas em questões fundiárias, predominando a ocupação por posse. Na década de 1960 prosperou no município as Ligas Camponesas, tendo como líder histórico José Porfírio, morto pelo regime militar (1964-1985).

Alvorada do Norte- Ganhou importância para o ecoturismo por estar no cruzamento de asfalto entre a APA das Nascentes do Rio Vermelho, a leste, e mais ao norte a APA da

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Serra Geral e o Parque Estadual de Terra Ronca. Região de rios como o Corrente e cachoeiras.

Mambaí- Antiga Riachão, que adotou a tradução tupi-guarani para o nome, Mambaí é o centro da APA das Nascentes do rio Vermelho, no nordeste de Goiás. Em sua volta há centenas de cavernas, em sua maioria ainda desconhecidas, além de cachoeiras, formações rochosas e veredas da Serra Geral.

Buritinópolis - Parte do município está dentro da APA das Nascentes do Rio Vermelho, no nordeste de Goiás. O nome vem do Rio e da grande quantidade desta palmeira nas várzeas da região. Seu ciclo econômico anterior foi a extração de madeira, principalmente aroeira. Entra agora no roteiro de ecoturismo planejado pelo Ibama ao criar a nova unidade de conservação em setembro de 2001. A sede do município é uma pequena cidade, aprazível, ligada por asfalto a Alvorada do Norte e dalí a Brasília. Asfalto até Mambaí quase concluído, faltando cerca de 8km onde as chuvas provocaram danos ao meio ambiente, com erosão e assoreamento.

Damianópolis- Município da APA das Nascentes do Rio Vermelho, no nordeste de Goiás, está a meio caminho de Sítio d´Abadia e Mambaí, por asfalto. Encostas da Serra Geral, que faz divisa com a Bahia, tem muitas cavernas ainda desconhecidas, com rios interiores, bem como algumas cachoeiras e muitas formações rochosas. Ainda tem florestas de pequizeiros, mas quase toda a aroeira adulta foi cortada.

Os principais estrangulamentos estão relacionados com o pouco valor atribuído ao turismo e a cultura, baixo poder aquisitivo na região, a não estruturação e divulgação de informações, o descaso com os pontos turísticos, a falta de infra-estrutura e de consciência para atendimento ao turista, a falta de espaço adequado para eventos de impacto e a inexistência de projeto para o setor, aliados a falta de estradas, problemas com energia elétrica, seca e dificuldade financeira da comunidade para investir na rede hoteleira, bares e restaurantes. Apesar dos problemas existe empresas turísticas que fazem pacotes para as regiões do Nordeste Goiano.

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7 COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBOS

As Comunidades Remanescentes de Quilombos são detentoras de Direitos Culturais Históricos, assegurados pelos artigos 215 e 216 da Constituição Federal que tratam das questões relativas à preservação dos valores culturais da população negra, e eleva as terras dos remanescentes de quilombos à condição de Território Cultural Nacional. Grandes preservadoras do meio ambiente, respeitam o local onde vivem e reivindicam condições que permitam a sua continuidade e permanência em suas terras. Esta população sofre constantes ameaças de subtração e expropriação territorial dos mais diversificados inimigos que cobiçam seus territórios por vários motivos : pela fertilidade do solo, pela riqueza em recursos naturais, pela qualidade da madeira, da água, a riqueza do subsolo.

É expressivo o número de Comunidades Remanescentes de Quilombos a serem trabalhadas representando porcentagem muito significativa nos índices da população excluída do processo de desenvolvimento nacional

No Brasil, até hoje, foram identificadas oficialmente, 743 Comunidades Remanescentes de Quilombos, reconhecidas 42, e tituladas 29. No Estado de Goiás, foi identificado nos municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, aquele que talvez tenha sido o maior Quilombo da América Latina, os kalungas. Alvo de estudos e pesquisas de entidades, especialmente a Universidade Federal de Goiás, definiu-se o perímetro de influência desta comunidade, culminando na criação, através de Lei Complementar Estadual Nº 19 de 05/01/95, do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga.

Localizado na mesorregião do Nordeste Goiano, Microrregião Chapada dos Veadeiros; a comunidade Kalunga chega a aproximadamente quatro mil habitantes distribuídos por 814 casas.

Ocupam uma área de 237 mil hectares e fica a 375 quilômetros de Brasília. São cinco os núcleos dos Kalungas e abrigam cerca de 50 grupos: Vão de Almas, Vão do Moleque, Ribeirão dos Bois, Contenda e Kalunga. Chegar até a região não é tarefa fácil, posto que estes núcleos situam-se entre serras, distantes das sedes de seus municípios e precariamente servidos por estradas. O deslocamento da população e de seus produtos para comercialização (basicamente farinha de mandioca), é feito através de muares, caminhão e até mesmo a pé. Existem duas estradas principais, uma no Município de Monte Alegre de

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Goiás, que possibilita o acesso até o rio Paranã que faz divisa com o Município de Cavalcante, onde encontramos um dos maiores núcleos (Vão de Almas). O acesso para os demais núcleos de Monte Alegre de Goiás, é feito pelo Rio Paranã com canoas a remo e motorizadas.

O Município de Cavalcante conta com uma importante estrada, não pavimentada, que dá acesso ao Estado de Tocantins, ramificando-se até o núcleo do vão do moleque. Teresina já é melhor servida por estradas vicinais, em função de ser menor e possuir propriedades estruturadas. Todas são extremamente precárias, agravando-se no período das chuvas.

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O sustentáculo dessa comunidade consiste de práticas agropastoris de subsistência. Utilizadas a cerca de 250 anos, de forma rudimentar (manual, sem a utilização de fertilizantes e defensivos), aproveitando-se das “manchas” existentes nas encostas e faixas ciliares durante, em média, 2 anos, deixando-as em pousio até sua completa recuperação. Essa prática se explica uma vez ser a maior parte das terras inaproveitáveis, em função das características de relevo e solos, bem como da dificuldade de acesso. A irregular distribuição de chuvas, também é um ponto de estrangulamento na agricultura local. Grandes períodos de estiagens levam a população à fome, sendo necessárias medidas de caráter emergencial, como distribuição de cestas básicas para amenizar o problema.

Existem três escolas, compostas de um alojamento para os professores, duas salas de aula e uma cozinha. Funcionam num sistema de revezamento com grupos de três professores, sendo que a troca é feita a cada dois meses. As férias do meio do ano, devido à colheita da mandioca, são antecipadas para o mês de abril.

Os professores têm uma canoa para buscá-los e chegam a caminhar até 4 km até as margens do rio, onde pegam a embarcação, e caminham mais 1 km para chegar à escola

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(quando não residem próximo à mesma), carregando mantimentos para os seus dois meses de trabalho.

Fato também de relevante importância consiste no estabelecimento da reserva da biosfera e da APA Pouso Alto na região, ficando o território Kalunga em sua zona de amortecimento. De acordo com a legislação pertinente, as atividades econômicas dentro ou em torno dessas unidades de conservação devem ser restritas, sendo que uma das premissas é a diminuição do rebanho animal. Percebemos, portanto, que caso não haja um trabalho com essas comunidades no sentido de se desenvolver projetos auto-sustentáveis, ocorrerá a evasão dos mesmos para os centros urbanos comprometendo seriamente a efetivação destas unidades, gerando um confronto entre a população local e o poder público.

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8 RESULTADOS ESPERADOS

A crença na capacidade do ser humano em superar obstáculos e propor soluções, está fundamentada nos processos de desenvolvimento baseados na capacitação dos atores sociais. Eficácia, eficiência e efetividade são obteníveis através da aplicação do conhecimento adequado à realidade socioeconômica local. Para que isso ocorra é fundamental despir-se de velhos hábitos e buscar aperfeiçoamento das usuais práticas e processos de produção, gestão, e tomada de decisões. Espera-se que, no decorrer do processo de capacitação, a comunidade internalize os seguintes conceitos e posturas:

tomar a iniciativa da mudança: através da postura proativa, protagônica, empreendedora, buscando o conhecimento (o que fazer e por que fazer), a habilidade e compreensão dos métodos (como fazer), e a vontade (querer fazer), adequando seus hábitos para a condução de sua atividade produtiva e vida pessoal com qualidade;

melhorar o nível de organização, entender organização como instrumento de desenvolvimento social, político e empresarial. Participar de entidades representativas, com o intuito de alcançarem - através da cooperação - objetivos comuns, entendendo que isoladamente o esforço é muito maior e os resultados são sempre menores do que os esperados;

buscar melhor capacitação: ampliar o conhecimento e a motivação, e aplicar estes conhecimentos, nos aspectos tecnológicos, gerenciais e organizacionais;

melhorar a administração da sua propriedade e do seu negócio: planejar e priorizar aquilo que realmente precisa ser feito;

ampliar ainda mais as parcerias para fortalecer a sua atuação na sociedade e buscar maior viabilidade dos seus negócios;

agronegócios: compreender o conceito de “agronegócio”, com elemento de coordenação das cadeias produtivas locais e regionais, promovendo a integração e o equilíbrio da receita entre os elos que a compõem;

preservar o meio ambiente, pois precisamos não somente produzir, mas produzir sempre, de forma sustentável, e não comprometer a oportunidade das gerações futuras.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o processo de estudos, caracterização e análise da região Nordeste do Estado de Goiás, percebeu-se que a busca de soluções de curto prazo, o imediatismo de ações de políticas públicas, foram insuficientes para obtenção de um desenvolvimento sustentável. Os resultados de uma proposta de desenvolvimento planejado surtem efeitos, a médio e longo prazos, quando há o comprometimento e integração institucional, gestão compartilhada, sensibilização, mobilização e participação da comunidade. Neste processo as instituições públicas e privadas assumem um papel de extrema relevância. Às primeiras caberia o papel de indutora ao desenvolvimento, oportunizando efetivas condições culturais, sociais e econômicas, nas quais destacamos:

Papel do Estado como promotor do desenvolvimento.

Maior envolvimento do setor privado

Integração institucional - ações serem desenvolvidas de forma cooperativa

Consórcios intermunicipais

As mudanças culturais exigem que os hábitos, valores, crenças e atitudes das pessoas sejam trabalhados, tanto no comportamento das próprias pessoas quanto na postura das instituições. A mudança não ocorre de uma hora para outra, mas para que possa acontecer faz-se mister liderança, clima favorável, entendimento, convicção e perspectivas positivas.

Nessa perspectiva sugerimos, conforme a argumentação proposta, a implementação de programas integrados de desenvolvimento regional, através da formação de consórcios de parceria entre os municípios, que incluam o poder público e a sociedade. A proposta busca não só diagnosticar problemas, mas a operacionalidade do programa e uma integração entre os setores público e privado. “A proposta de promover articulações entre os municípios rurais (que incluam também os eventuais “rurbanos” e o centro urbano da microrregião) só poderá ter chance se estiver vinculada a uma regionalização que permita vislumbrar tendências e prioridades”.

Há necessidade de adotar, no gerenciamento institucional, os princípios e as ferramentas da gestão para participativa para que sejam criadas as condições adequadas de cooperação, preservação ambiental e de competitividade.

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O PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL e posteriormente o

REGIONAL é a oportunidade do município planejar o futuro e também oportunidade para a integração, participação institucional e da comunidade, a alternativa estratégica para viabilizar a busca da melhor qualidade de vida. O mesmo priorizará enfoque sistêmico, participativo e descentralizado, o Planejamento se consolida como um instrumento para gestão proativa do município, definindo um modelo de co-gestão, partilhando tarefas, responsabilidades e resultados.

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LEITE, Pedro Sisnando, et alii. (orgs.). Reforma agrária e desenvolvimento sustentável Agrário. Brasília. Paralelo 15, Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento, Ministério do Desenvolvimento Agrário. 2000.

LLORENS, Francisco Albuquerque. Desenvolvimento Econômico Local: Caminhos e Desafios para a Construção de uma nova Agenda Política. Tradução Antônio

Rubens Pompeu Braga. BNDES. Rio de Janeiro. 2001.

MEYER Von. Les enseignements des indicateurs territoriaux. l'observateur de l'OCDE. nº. 210, 1998.

Plano para o Desenvolvimento Sustentável do Brasil Rural - PNDRS 1ª e 2ª versões. 2002.

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Reserva da Biosfera do Cerrado GOYAZ - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de Goiás Agencia Ambiental do Estado de Goiás. 2002.

SACHS, Ignacy. Redescoberta e Invenção do Brasil Rural. Conselho Nacional de

Desenvolvimento Rural Sustentável - CNDRS. Prelo.

SANTO, Benedito do E. Os Caminhos da Agricultura Brasileira. São Paulo. Ed. Evoluir. 2001.

SARACENO, E. O conceito de ruralidade: problemas de definição em escala européia.

Programa de seminários INEA sobre desenvolvimento nas áreas rurais - métodos de análise e políticas de intervenção. Roma, out. 1996/99.

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VEIGA, José Eli da, et alii. O Brasil precisa de uma estratégia de

desenvolvimento.Convênio FIPE-IICA (MDA/CNDRS/NEAD). 2001.

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11 ANEXO

11.1 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) MÉDIO – MICRORREGIÕES: GO

Anápolis IDH Ceres IDH Anápolis 0,788 Barro Alto 0,708 Araçu 0,733 0,728 0,749 Ceres 0,782 Caturaí 0,728 Goianésia 0,743 Damolândia 0,739 Guaraíta 0,697 Heitoraí 0,744 0,694 0,765 0,736 Itaberaí 0,739 0,725 0,720 0,735 0,746 Morro Agudo de Goiás 0,717 Itauçu 0,742 Nova América 0,715 Jaraguá 0,728 Nova Glória 0,724 Jesúpolis 0,721 Pilar de Goiás 0,700 Nova Veneza 0,731 0,777 Ouro Verde de Goiás 0,719 Rianápolis 0,759 Petrolina de Goiás 0,733 0,748 Santa Rosa de Goiás 0,715 Santa Isabel 0,720 São Francisco de Goiás 0,726 São Luiz do Norte 0,710 Taquaral de Goiás 0,726 0,758 Média 0,736 Média 0,730

Aragarças IDH Chapada dos Veadeiros IDH Aragarças 0,748 Alto Paraíso de Goiás 0,738 Arenópolis 0,739 Campos Belos 0,708 0,715 Cavalcante 0,609 Bom Jardim de Goiás 0,737 Colinas do Sul 0,671 Diorama 0,733 Monte Alegre de Goiás 0,626 Montes Claros de Goiás 0,750 Nova Roma 0,679 Piranhas 0,737 São João D’Aliança 0,719 Média 0,737 Teresina de Goiás 0,672 Média 0,678

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Catalão IDH Entorno de Brasília IDH Anhanguera 0,794 Abadiânia 0,723 Campo Alegre de Goiás 0,802 Água Fria de Goiás 0,695 Catalão 0,818 Alexânia 0,696 Corumbaíba 0,767 Cabeceiras 0,695 0,755 0,795 Davinópolis 0,732 Cocalzinho de Goiás 0,703 0,765 Corumbá de Goiás 0,716 0,758 0,760 Nova Aurora 0,785 Formosa 0,750 0,785 Luziânia 0,756 Três Ranchos 0,787 Mimoso de Goiás 0,664 Média 0,777 0,705 Pirenópolis 0,713 Planaltina 0,723 Santo Antônio do Descobe 0,709 Vila Boa 0,674 Média 0,717

Meia Ponte IDH Quirinópolis IDH Água Limpa 0,739 0,737 Aloândia 0,743 Caçu 0,783 Bom Jesus de Goiás 0,772 Gouvelândia 0,738 0,758 Itajá 0,747 0,759 Itarumã 0,735 0,802 0,751 Cromínia 0,769 Quirinópolis 0,780 0,812 São Simão 0,754 Inaciolândia 0,717 Média 0,753 0,782 Joviânia 0,786 0,761 Rio Vermelho IDH Marzagão 0,779 0,729 Morrinhos 0,806 Aruanã 0,721 Panamá 0,733 Britânia 0,723 0,755 Faina 0,703 0,805 Goiás 0,736 0,736 Itapirapuã 0,707 0,806 0,740 Vicentinópolis 0,784 Matrinchã 0,710 Média 0,770 Santa Fé de Goiás 0,713 Média 0,720

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Pires do Rio IDH São Miguel do Araguaia IDH Cristianópolis 0,771 Crixás 0,717 0,768 Mozarlândia 0,768 0,787 Mundo Novo 0,692 Pires do Rio 0,785 Nova Crixás 0,686 Santa Cruz de Goiás 0,782 0,715 São Miguel do Passa Quat 0,767 São Miguel do Araguaia 0,737 Silvânia 0,774 Uirapuru 0,662 Urutaí 0,760 Média 0,711 Vianópolis 0,784 Média 0,775

Porangatu IDH Vale do Rio dos Bois IDH 0,743 Acreúna 0,763 Campinaçu 0,733 Campestre de Goiás 0,715 0,750 0,747 0,694 0,768 Estrela do Norte 0,746 Edéia 0,759 0,737 0,731 0,713 0,746 Minaçu 0,750 Palmeiras de Goiás 0,760 do Norte 0,659 Palminópolis 0,753 Mutunópolis 0,722 Paraúna 0,742 Niquelândia 0,740 São João da Paraúna 0,779 Nova Iguaçu de Goiás 0,723 Turvelândia 0,685 Porangatu 0,761 Varjão 0,729 Santa Tereza de Goiás 0,729 Média 0,744 Santa Terezinha de Goiás 0,721 0,743 Uruaçu 0,738 Média 0,730

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Sudoeste de Goiás IDH Vão do Paranã IDH 0,754 Alvorada do Norte 0,688 Aporé 0,752 Buritinópolis 0,603 Caiapônia 0,735 Damianópolis 0,634 Castelândia 0,732 Divinópolis de Goiás 0,675 Chapadão do Céu 0,834 Flores de Goiás 0,642 Doverlândia 0,710 Guarani de Goiás 0,632 Jataí 0,793 Iaciara 0,704 Maurilândia 0,726 Mambaí 0,647 0,780 Posse 0,711 Montividiu 0,806 São Domingos 0,631 Palestina de Goiás 0,739 Simolândia 0,657 Perolândia 0,730 Sítio d' Abadia 0,643 Portelândia 0,780 Média 0,656 Rio Verde 0,807 Santa Helena de Goiás 0,747 0,756 Santo Antônio da Barra 0,746 Serranópolis 0,742 Média 0,759

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