2011 Dis Frmmelo.Pdf
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA FRANCISCO ROGERLÂNDIO MARTINS DE MELO EPIDEMIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA MORTALIDADE RELACIONADA À DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL, 1999 A 2007 FORTALEZA 2011 2 FRANCISCO ROGERLÂNDIO MARTINS DE MELO EPIDEMIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA MORTALIDADE RELACIONADA À DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL, 1999 A 2007 Dissertação apresentada ao programa de Pós- Graduação em Saúde Coletiva do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Saúde Pública. Área de concentração: Saúde Coletiva (Epidemiologia das Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis). Orientador: Prof. Dr. Jorg Heukelbach FORTALEZA 2011 3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências da Saúde ___________________________________________________________________________ M485e Melo, Francisco Rogerlândio Martins de Epidemiologia e distribuição espacial da mortalidade relacionada à doença de Chagas no Brasil, 1999 a 2007. – 2011. 259 f.; il. Color. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina, Departamento de Saúde Comunitária, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Fortaleza, 2011. Área de Concentração: Saúde Coletiva (Epidemiologia das Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis) Orientador: Prof. Dr. Jorg Heukelbach. 1. Doença de Chagas-mortalidade. 2. Doença de Chagas-epidemiologia. 3. Estudos de séries temporais. 4. Distribuição espacial da população. I. Título CDD: 616.9363 __________________________________________________________________________________ 4 FRANCISCO ROGERLÂNDIO MARTINS DE MELO EPIDEMIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA MORTALIDADE RELACIONADA À DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL, 1999 A 2007 Dissertação submetida ao programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Saúde Pública. Área de concentração Saúde Coletiva (Epidemiologia das Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis). Aprovada em:____/____/______ BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________ Profº. Dr. Jörg Heukelbach (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC) _____________________________________________________ Profº. Dr. Adauto José Gonçalves de Araújo Escola Nacional de Saúde Pública (FIOCRUZ) _____________________________________________________ Profº. Dr. Luciano Pamplona de Góes Cavalcanti Universidade Federal do Ceará (UFC) _____________________________________________________ Profª. Dra. Terezinha do Menino Jesus S. Leitão Universidade Federal do Ceará (UFC) 5 Aos meus pais, Ana e Raimundo ( in memoriam ), pela contribuição moral e o caráter da formação pessoal. Aos meus irmãos, Rosiel, Rogério, Renato e Carina. Àqueles que, como eu, labutam na dura batalha da vida e que de maneira alguma se deixam abater diante dos obstáculos que encontram pelo caminho. 6 AGRADECIMENTOS De maneira especial, ao meu orientador Dr. Jörg Heukelbach, por ter acreditado na minha capacidade e pela confiança em mim depositada. Agradeço por todo apoio durante o mestrado, pela compreensão, incentivo, dedicação e, sobretudo, paciência, por entender minhas dúvidas e inquietudes, pelo exemplo de vida e superação. Obrigado pelo interesse demostrado, pelo apoio científico, disponibilidade para leituras e discussões, além das sugestões e criticas que foram relevantes para a construção desse trabalho. A meus pais, por me conduzirem pelo caminho da compreensão, do diálogo e do respeito ao próximo. Meu pai Raimundo, in memoriam , hoje estaria compartilhando toda a sua alegria por eu ter cumprido mais uma etapa de minha vida. A minha mãe Ana, palavra obrigado não seria suficiente para traduzir a minha gratidão por todo apoio, carinho e amor. Ela é a razão de tudo isto, pelo incentivo que sempre me proporcionou. Aos meus irmãos Rogério, Rosiel Renato e Carina pelo apoio dispensado e por me fazerem acreditar que a Educação é a melhor maneira para reduzir as desigualdades sociais e o caminho para um futuro melhor para o Brasil. Essa conquista é para vocês! À Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFC, pela oportunidade oferecida. Ao corpo docente do Curso de Pós-Graduação do Mestrado em Saúde Pública da Universidade Federal do Ceará, pelos subsídios teórico-metodológicos e pela colaboração intelectual que me ajudaram nessa caminhada. À banca de qualificação, composta pelos professores Fernando Schemelzer e Carlos Henrique, pelas valiosas sugestões que contribuíram para o resultado final desta dissertação de mestrado. Aos membros da banca examinadora da defesa da dissertação, que gentilmente aceitaram o convite de participação e pelas sólidas sugestões e contribuições para o enriquecimento deste trabalho. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e à Fundação Cearense de Apoio a Pesquisa – FUNCAP, que através da bolsa de estudos possibilitou o desenvolvimento desta pesquisa. A Dominik Fontes, Zenaide Queiroz e Adriana Alencar pela disponibilidade em ajudar sempre que necessário. A minha companheira Mauricélia, pela compressão e apoio para cursar o Mestrado, por ter permanecido ao meu lado, me incentivando a percorrer este caminho, por compartilhar angústias, dúvidas, momentos de alegria e realização. Obrigado pelo companheirismo que demonstrou não só neste período, mas como em todos os momentos de nossas vidas. Ao professor Dr. Carlos Henrique Moraes de Alencar, pela sua prontidão e disponibilidade em contribuir com a pesquisa. Agradeço pela ajuda, suporte técnico-científico e dedicação na realização deste trabalho, sendo um exemplo de determinação na busca de conhecimento. 7 Ao professor Dr. Alberto Novaes Ramos Júnior, por sua importante colaboração intelectual na pesquisa e pelo exemplo de dedicação ao trabalho. À professora Dra. Jaqueline Caracas pelo apoio disponibilizado durante a disciplina Estágio à docência. Ao geógrafo Wolfram Lange, pela colaboração na análise espacial dos dados. Aos meus colegas de turma do mestrado, que contribuíram para que este período não fosse somente de aprendizado acadêmico, mas também de divertidas e agradáveis companhias e apoio nos momentos de dificuldade. Enfim, a todos aqueles que de uma maneira ou de outra estiveram presente junto a mim e contribuíram para que este percurso pudesse ser concluído, o meu sincero agradecimento. 8 “Um homem que ousa desperdiçar uma hora ainda não descobriu o valor da vida.” (Charles Darwin) 9 RESUMO A doença de Chagas continua sendo uma Doença Tropical Negligenciada e um problema de saúde pública, com significativas implicações socioeconômicas na maioria dos países latino- americanos, incluindo o Brasil. Objetivou-se caracterizar a magnitude e os padrões da mortalidade relacionada à doença de Chagas no Brasil. Foi realizado estudo descritivo e analítico com dados de mortalidade obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/DATASUS/MS), além de análise espacial utilizando os municípios como unidades de observação. Foram analisados todos os óbitos ocorridos no Brasil entre 1999 e 2007, nos quais a doença de Chagas foi mencionada como causa básica ou associada de morte. Foram calculados os coeficientes de mortalidade específicos e a mortalidade proporcional para analisar as tendências temporais por meio de regressão polinomial. Investigaram-se os fatores associados ao óbito pela doença de Chagas, comparando-os com os óbitos gerais. Foram descritas as causas de morte que frequentemente se associaram com a doença de Chagas. Para análise de autocorrelação espacial foram utilizados os métodos: Moran global, Getis-Ord General G, Moran local e estatística Gi*. Entre 1999 e 2007, ocorreram 53.930 óbitos relacionados à doença de Chagas no Brasil (44.543 como causa básica e 9.387 como causa associada), com coeficiente médio de mortalidade de 3,78/100.000 habitantes e mortalidade proporcional de 0,6%. Durante o período de estudo, a mortalidade apresentou tendência de declínio a nível nacional (p=0,011), porém com padrões diferenciados entre as regiões. Observou-se redução da mortalidade nas regiões Centro-Oeste (p=0,001), Sudeste (p=0,007) e Sul (p=0,028), mas a região Nordeste apresentou tendência de crescimento (p=0,047) e a região Norte apresentou tendência de estabilidade (p=0,309). Na análise multivariada foram independentemente associados à mortalidade: idade >30 anos (OR ajustada=10,60; IC 95%: 9,90-11,33; p<0,001); residir nos estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal (OR ajustada=4,89; IC 95%: 4,81-4,98; p<0,001); não morar em capital de estado (OR ajustada=1,04; IC 95%: 1,02-1,06; p<0,001) e sexo masculino (OR ajustada=1,02; IC 95%: 1,00-1,03; p=0,045). As principais causas associadas à doença de Chagas como causa básica foram as complicações diretas do envolvimento cardíaco, como os transtornos de condução/arritmias (41,4%) e a insuficiência cardíaca (37,7%). As doenças cerebrovasculares (13,2%), isquêmicas do coração (13,2%) e hipertensivas (9,3%) foram as principais causas básicas nos óbitos em que a doença de Chagas foi causa associada. A análise espacial identificou um extenso agregado espacial (cluster ) de alto risco para mortalidade relacionada à doença de Chagas envolvendo oito estados na região central do Brasil e mais quatro clusters menores. Apesar do declínio da mortalidade