Tatiana Menchini Steiner cuprea IB - Unicamp (Bosc, 1802)

ORDEM FAMÍLIA NOME COMUM APARENTEMENTE NÃO EXISTE CATEGORIA BRASIL (B IODIVERSITAS , 2002): VU – A1A + 3C; D2; E

Principais características morfológicas Diopatra cuprea é um poliqueta bentônico, primariamente de hábito errante e com algumas adaptações para construir e viver em tubos enterrados na areia ou na lama. Pode alcançar cerca de 1 cm de largura e 20 cm de comprimento e é mais freqüente no limite da maré baixa, em praias abrigadas, podendo ocorrer em maiores profundidades. Geralmente ocorre em grandes agregados, com dezenas de indivíduos, podendo ser também solitário. Possui corpo longo, com apêndices cefálicos sensoriais bem desenvolvidos (antenas e palpos), inseridos sobre uma base anelada. A faringe evaginável é provida de maxilas e mandíbulas quitinosas e as brânquias dorsais em espiral são bem evidentes e restritas à região anterior do corpo. O tubo construído por este tem aspecto pergaminhoso e sua extremidade anterior, denominada ‘chaminé’, geralmente curva e mais espessa, se projeta acima da superfície do substrato. É construído a partir de um muco produzido pelo animal e que, em contato com a água, se solidififormando camadas. Na ‘chaminé’, o animal fixa materiais coletados no ambiente, desde detritos, partes duras de outros animais e algas, até qualquer outro pequeno objeto encontrado nos arredores. Na porção abaixo da superfície, o tubo é composto de areia e uma camada mais fina de muco. Esta ornamentação tem como objetivo a camuflagem, a captura de presas e a detecção de predadores. Nas reentrâncias da chaminé é formado um micro-hábitat, com uma fauna muito rica e abundante, composta por crustáceos, nemátodas, moluscos e outros poliquetas. Não se sabe ao certo se alguma espécie desta epibiota está também ameaçada.

Biologia É onívoro, podendo alimentar-se de pequenos animais, algas, material em decomposição, além da fauna existente na ‘chaminé’. Quando o tubo de D. cuprea é removido, somente a parte superior, mais espessa, é destacada, sendo que o animal se desloca para fora dele pela extremidade posterior enterrada na areia e tem a capacidade de produzir um novo tubo. Não existe dimorfismo sexual e sua reprodução não é conhecida. No Brasil, foi registrada a existência de pequenos jovens vivendo na chaminé do tubo. Diopatra cuprea vem sendo caracterizada como um complexo de espécies e está representada no Brasil por cinco diferentes morfotipos. Para esta avaliação, estão sendo incluídas apenas as espécies deste complexo com representantes na região entremarés.

Distribuição Distribuição pretérita: a espécie foi originalmente descrita para a costa atlântica da América do Norte (Carolina do Norte, EUA) como Nereis cuprea . Distribuição atual: apresenta distribuição anfiatlântica, com registros para o Brasil (AL, PB, SE, PE, BA, ES, RJ, SP, PR, SC e RS), costa Norte-americana (de Massachussets até a Flórida), Golfo do México, Panamá, costa oeste e sul da África, além do oceano Índico.

Captura e pesca

É bastante procurado como isca para a pesca amadora, e como alimento para algumas espécies ornamentais.

Fonte: Invertebrados aquáticos: a situação de ameaça dos invertebrados aquáticos no Brasil. In: MACHADO, A. B. M.; DRUMMOND, G. M.; PAGLIA, A. P. (Ed.) Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção . Brasília (DF): MMA; Belo Horizonte (MG): Fundação Biodiversitas, 2008. (Biodiversidade, 19).