MORRO DO PILAR MINER A I S S . A .

E S T U D O D E IMPACTO AMBIENTAL (EIA)

M E I O ANTRÓPICO

V O L U M E V – TOMO I I - A

Doc. no. EIA-MOPI-005-03/12-v1

Belo Horizonte, março/2012

Morro do Pilar Minerais S.A.

Estudo de Impacto Ambiental

Volume V - Meio Antrópico

Tomo II-A

Documento no. Data: EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Índice 6. Infraestrutura produtiva ...... 1 6.1. Sistema de viário e de transporte ...... 1 6.1.1. Morro do Pilar ...... 2 6.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 5 6.2. Sistema de energia elétrica ...... 9 6.2.1. Morro do Pilar ...... 9 6.2.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 10 6.3. Sistema de telecomunicação ...... 10 6.3.1. Morro do Pilar ...... 11 6.3.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 12 6.4. Resultados da pesquisa amostral ...... 12 6.4.1. Morro do Pilar ...... 13 6.4.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 17 7. Qualidade de vida ...... 21 7.1. Níveis de (des)igualdade social ...... 22 7.2. Índice Mineiro de Responsabilidade Social ...... 26 7.3. Educação ...... 28 7.3.1. Informações de fontes secundárias ...... 28 7.3.1.1. Morro do Pilar ...... 30 7.3.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 37 7.3.2. Resultados da pesquisa amostral ...... 45 7.3.2.1. Morro do Pilar ...... 46 7.3.2.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 50 7.4. Saúde ...... 54 7.4.1. Informações de fontes secundárias e de pesquisa institucional ...... 54 7.4.1.1. Morro do Pilar ...... 55 7.4.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 68 7.4.2. Resultados da pesquisa amostral ...... 78 7.4.2.1. Morro do Pilar ...... 78 7.4.2.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 89

Documento no. Data: Página: i EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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7.5. Assistência social ...... 97 7.5.1. Informações de fontes secundárias e de pesquisa institucional ...... 97 7.5.1.1. Morro do Pilar ...... 98 7.5.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 100 7.5.2. Principais problemas e dificuldades da assistência social – Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 103 7.6. Lazer e turismo ...... 104 7.6.1. Morro do Pilar ...... 104 7.6.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 113 7.7. Segurança pública ...... 118 7.7.1. Informações de fontes secundárias e da pesquisa institucional...... 118 7.7.1.1. Morro do Pilar ...... 120 7.7.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 122 7.7.2. Resultados da pesquisa amostral ...... 124 7.7.2.1. Morro do Pilar ...... 124 7.7.2.2. Santo Antônio do Rio Abaixo ...... 125

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Índice de Fotos

Foto 6.1 – Local de venda de passagem de ônibus em Morro do Pilar...... 2

Foto 6.2 – Local de referência para parada de ônibus intermunicipal em Morro do Pilar...... 2

Foto 6.3 – Exemplo de rua com calçamento em pedras poliédricas em Morro do Pilar...... 3

Foto 6.4 – Rua com bloquetes de concreto em Morro do Pilar...... 4

Foto 6.5 – Obras de alargamento da rodovia MG -232...... 5

Foto 6.6 – Obras de macrodrenagem da rodovia MG-232...... 5

Foto 6.7 – Posto de venda de passagens da Saritur em Santo Antônio do Rio Abaixo...... 7

Foto 6.8 – Rua pavimentada com bloquetes de concreto em Santo Antônio do Rio Abaixo...... 7

Foto 6.9 – Rua asfaltada em mau estado de conservação em Santo Antônio do Rio Abaixo...... 8

Foto 6.10 – Acesso para pessoas com mobilidade reduzida em Santo Antônio do Rio Abaixo. .. 8

Foto 7.1 – Escola Municipal Professora Luzia Cândida de Andrade Morais...... 39

Foto 7.2 – Escola Estadual Professor José Madureira Oliveira...... 41

Foto 7.3 – Quadra Poliesportiva próxima às escolas...... 42

Foto 7.4 – Telecentro e Biblioteca Municipal...... 42

Foto 7.5 – Centro de Saúde Emídio Martins Moreira...... 69

Foto 7.6 – Câmara Municipal e Conselho Tutelar...... 101

Foto 7.7 – Centro de Referência e Assistência Social...... 101

Foto 7.8 – Quartel da polícia militar...... 121

Foto 7.9 – 5º GPM...... 123

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Índice de Gráficos

Gráfico 6.1 – Abastecimento de energia elétrica em Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, 2010...... 9

Gráfico 6.2 – Distribuição percentual da população, segundo meio de transporte utilizado para circular na Sede Urbana do município. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 13

Gráfico 6.3 – Distribuição percentual da população, segundo meio de transporte mais utilizado para se deslocar até municípios vizinhos. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 14

Gráfico 6.4 – Percentual de entrevistados que possuem ou não veículo próprio, segundo meio de transporte mais frequentemente utilizado para o deslocamento na sede urbana. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 15

Gráfico 6.5 – Percentual de entrevistados que possuem ou não veículo próprio, segundo meio de transporte mais frequentemente utilizado para o deslocamento até municípios vizinhos. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 15

Gráfico 6.6 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo frequência com que usam as estradas vicinais. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 16

Gráfico 6.7 – Prevalência de entrevistados, segundo meios de comunicação acessados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 17

Gráfico 6.8 – Distribuição percentual da população, segundo meio de transporte utilizado para circular na sede urbana do município. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 18

Gráfico 6.9 – Distribuição percentual da população, segundo meio de transporte mais utilizado para se deslocar até municípios vizinhos. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011. ... 18

Gráfico 6.10 – Percentual de entrevistados que possuem ou não veículo próprio, segundo meio de transporte mais frequentemente utilizado para o deslocamento até municípios vizinhos. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 19

Gráfico 6.11 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo frequência com que usam as estradas vicinais. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 20

Gráfico 6.12 – Prevalência de entrevistados, segundo meios de comunicação acessados. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 20

Gráfico 7.1 – Taxa média anual de crescimento da renda per capita 2000 a 2010 (%). Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo e ...... 23

Gráfico 7.2 – Distribuição percentual da população em relação às linhas de pobreza e de indigência. Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo, 1991-2010...... 24

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Gráfico 7.3 – Índices Mineiros de Responsabilidade Social. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar. 2000 – 2008...... 27

Gráfico 7.4 – Evolução da taxa de distorção idade-série no ensino fundamental. Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais. 2006 a 2010...... 29

Gráfico 7.5 – Evolução da taxa de distorção idade-série no ensino médio. Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais. 2006 a 2010...... 29

Gráfico 7.6 – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais. 2007 e 2009...... 30

Gráfico 7.7 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo frequência atual à escola. Mulheres, homens e total da amostra. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 46

Gráfico 7.8 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo opinião acerca da necessidade ou não de cursos, e da área do curso necessário, para a obtenção de emprego no município. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 47

Gráfico 7.9 – Informação dos entrevistados acerca de estarem ou não sendo oferecidos cursos de capacitação profissional na cidade, e a respeito de quais seriam esses cursos. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 47

Gráfico 7.10 – Percentual de entrevistados que afirmaram que são oferecidos cursos de capacitação na cidade, segundo a instituição que os ofertam. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 48

Gráfico 7.11 – Percentual de entrevistados com e sem interesse por fazer cursos de capacitação, com menção às áreas de interesse. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 49

Gráfico 7.12 – Distribuição etária dos entrevistados que afirmaram ter interesse em fazer cursos de capacitação profissional e daqueles que afirmaram não ter tal interesse. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 50

Gráfico 7.13 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo frequência atual à escola. Mulheres, homens e total da amostra. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 50

Gráfico 7.14 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo opinião acerca da necessidade ou não de cursos, e da área do curso necessário, para a obtenção de emprego no município. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 53

Gráfico 7.15 – Informação dos entrevistados acerca de estarem ou não sendo oferecidos cursos de capacitação profissional na cidade, e a respeito de quais seriam esses cursos. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 53

Gráfico 7.16 – Percentual de entrevistados com e sem interesse por fazer cursos superiores, e

Documento no. Data: Página: v EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

Morro do Pilar Minerais S.A. de cursos de interesse por eles mencionados. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 54

Gráfico 7.17 – Número absoluto de óbitos segundo grupos de causas selecionados. Morro do Pilar, Janeiro de 2010 a outubro de 2011...... 60

Gráfico 7.18 – Prevalência de desnutrição em menores de dois anos, a cada cem crianças, de acordo com a Estratégia de Saúde da Família. Morro do Pilar. 1999 a 2010...... 61

Gráfico 7.19 – Evolução do percentual de mães adolescentes. Morro do Pilar, 2000 a out./2011...... 62

Gráfico 7.20 – Distribuição percentual das internações, segundo grupos de causas selecionadas. Morro do Pilar, 2010, janeiro a outubro de 2011, e total para o período...... 63

Gráfico 7.21 – Distribuição percentual das internações, segundo grupos de causas selecionadas. Santo Antônio do Rio Abaixo, 2010, janeiro a outubro de 2011, e total para o período...... 75

Gráfico 7.22 – Número absoluto de óbitos segundo grupos de causas selecionados. Santo Antônio do Rio Abaixo, janeiro de 2010 a outubro de 2011...... 76

Gráfico 7.23 – Prevalência de desnutrição em menores de dois anos, a cada cem crianças, de acordo com o Programa de Saúde da Família. Santo Antônio do Rio Abaixo. 1999 a 2010...... 77

Gráfico 7.24 - Evolução do percentual de mães adolescentes. Santo Antônio do Rio Abaixo, 2000 a 2009...... 77

Gráfico 7.25 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo procura por serviços de saúde em Morro do Pilar. Sede urbana. Mulheres, homens e total da amostra, 2011...... 78

Gráfico 7.26 – Local geralmente procurado pelos entrevistados que recorrem aos serviços de saúde de Morro do Pilar. Sede urbana, 2011...... 79

Gráfico 7.27 – Frequência com que os entrevistados recorrem aos serviços de saúde de Morro do Pilar. Mulheres, homens e total da amostra. Sede urbana, 2011...... 80

Gráfico 7.28 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo utilização dos serviços de saúde e local onde procuram por estes. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 80

Gráfico 7.29 – Municípios aos quais os entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Morro do Pilar costumam recorrer. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 81

Gráfico 7.30 – Municípios aos quais os entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Morro do Pilar costumam recorrer, segundo setores público e privado. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 82

Documento no. Data: Página: vi EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.31 – Distribuição percentual dos entrevistados que recorrem aos serviços de saúde fora de Morro do Pilar, segundo o meio de transporte utilizado para o deslocamento. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 83

Gráfico 7.32 – Distribuição percentual dos entrevistados que recorrem aos serviços de saúde fora de Morro do Pilar, segundo o setor de serviço demandado para o atendimento e o tipo de transporte utilizado para o deslocamento. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 84

Gráfico 7.33 – Distribuição percentual dos motivos apresentados pelos entrevistados para a procura pelo último atendimento em saúde. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 85

Gráfico 7.34 – Distribuição percentual dos domicílios amostrados que recebem visita da Equipe de Saúde da Família, segundo frequência com que ocorre tal visita. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 86

Gráfico 7.35 – Percentual de domicílios que mencionaram ter havido casos de doenças infecciosas, segundo doenças selecionadas. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 87

Gráfico 7.36 – Problemas de saúde referenciados pela população residente nos domicílios amostrados*. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 88

Gráfico 7.37 – Distribuição etária dos indivíduos residentes nos domicílios amostrados que disseram ter algum problema de saúde que requeira cuidado permanente*. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 89

Gráfico 7.38 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo procura por serviços de saúde em Santo Antônio do Rio Abaixo. Sede urbana. Mulheres, homens e total da amostra, 2011...... 90

Gráfico 7.39 – Frequência com que os entrevistados recorrem aos serviços de saúde de Santo Antônio do Rio Abaixo. Mulheres, homens e total da amostra. Sede urbana, 2011...... 91

Gráfico 7.40 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo utilização dos serviços de saúde e local onde procuram por estes. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 91

Gráfico 7.41 – Municípios aos quais os entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Santo Antônio do Rio Abaixo costumam recorrer. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 92

Gráfico 7.42 – Municípios aos quais os entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Santo Antônio do Rio Abaixo costumam recorrer, segundo setores público e privado. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 92

Gráfico 7.43 – Distribuição percentual dos motivos apresentados pelos entrevistados para a procura pelo último atendimento em saúde. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 93

Documento no. Data: Página: vii EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.44 – Distribuição percentual dos domicílios amostrados que recebem visita da Equipe de Saúde da Família, segundo frequência com que ocorre tal visita. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 94

Gráfico 7.45 – Percentual de domicílios que mencionaram ter havido casos de doenças infecciosas, segundo doenças selecionadas. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 95

Gráfico 7.46 – Problemas de saúde referenciados pela população amostrada*. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 96

Gráfico 7.47 – Distribuição etária dos indivíduos amostrados que disseram ter algum problema de saúde que requeira cuidado permanente*. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 97

Gráfico 7.48 - Percentual de entrevistados segundo o que fazem nos momentos de lazer – atividades selecionadas. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 105

Gráfico 7.49 – Cachoeiras frequentadas pelos entrevistados que desenvolvem tal prática nos momentos de lazer. Morro do Pilar, Sede Urbana, 2011...... 106

Gráfico 7.50 – Locais que deixaram de ser frequentados pela população nos últimos dois anos, segundo opinião de alguns entrevistados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 107

Gráfico 7.51 – Distribuição percentual dos entrevistados que recebem visitas de amigos e/ou parentes residentes em outros municípios, segundo época do ano em que geralmente ocorrem as visitas. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 107

Gráfico 7.52 – Percentual de entrevistados que recebem visitantes de amigos e/ou parentes residentes em outros municípios, segundo locais frequentados por estes visitantes. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 108

Gráfico 7.53 – Distribuição percentual dos entrevistados que recebem visitantes advindos de outros municípios que frequentam rios, segundo os rios frequentados por estes visitantes. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 109

Gráfico 7.54 – Distribuição percentual dos entrevistados que recebem visitantes advindos de outros municípios que frequentam cachoeiras, segundo as cachoeiras frequentadas por estes visitantes. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 110

Gráfico 7.55 – Festas mais famosas do município, segundo opinião dos entrevistados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 111

Gráfico 7.56 – Festas municipais de caráter religioso e/ou folclórico referenciadas pelos entrevistados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 112

Documento no. Data: Página: viii EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.57 – Nível de participação dos entrevistados às festas folclóricas e/ou religiosas da cidade, segundo grupos etários selecionados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 112

Gráfico 7.58 – Ações necessárias para aumentar opções de lazer e turismo em Morro do Pilar, segundo entrevistados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 113

Gráfico 7.59 – Percentual de entrevistados segundo o que fazem nos momentos de lazer – atividades selecionadas. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 114

Gráfico 7.60 – Distribuição percentual dos entrevistados que recebem visitas de amigos e/ou parentes residentes em outros municípios, segundo época do ano em que geralmente ocorrem tais visitas. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 115

Gráfico 7.61 – Percentual de entrevistados que recebem visitantes de amigos e/ou parentes residentes em outros municípios, segundo locais frequentados por estes visitantes. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 116

Gráfico 7.62 – Festas mais famosas do município, segundo opinião dos entrevistados. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 117

Gráfico 7.63 – Ações necessárias para aumentar opções de lazer e turismo em Santo Antônio do Rio Abaixo, segundo entrevistados. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011...... 118

Gráfico 7.64 - Recursos humanos no setor de segurança. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, 2000-2007 ...... 119

Gráfico 7.65 – Distribuição percentual da população, segundo procura ou não pela polícia nos últimos dois anos e motivos para tal. Morro do Pilar, sede urbana, 2011...... 125

Documento no. Data: Página: ix EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Índice de Tabelas

Tabela 6.1 – Horários dos ônibus e seus respectivos trechos...... 6

Tabela 6.2 – Telefonia fixa. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, agosto de 2011. ... 11

Tabela 7.1 – Número de escolas, docentes e matrículas efetuadas em 2009, segundo ciclo da educação. Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais...... 28

Tabela 7.2 – Nível de Ensino, Matrículas e Instalações Físicas...... 43

Tabela 7.3 – Número de professores e respectivas disciplinas...... 44

Tabela 7.4 – Número de estabelecimentos por tipo de prestador segundo tipo de estabelecimento. Morro do Pilar, 2011...... 55

Tabela 7.5 – Histórico das despesas de saúde, Morro do Pilar 2007-2010 ...... 64

Tabela 7.6 – Número de estabelecimentos por tipo de prestador segundo tipo de estabelecimento. Santo Antônio do Rio Abaixo, 2011...... 69

Tabela 7.7 – Instalações físicas para assistência...... 70

Tabela 7.8 – Número de profissionais existentes no Centro de Saúde – segundo a função...... 70

Tabela 7.9 – Histórico das despesas em saúde. Santo Antônio do Rio Abaixo, 2007-2010...... 72

Tabela 7.10 – Números de casos e ano de registro...... 74

Tabela 7.11 – Recursos institucionais de segurança pública. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, 2000 – 2007...... 119

Documento no. Data: Página: x EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Índice de Quadros

Quadro 7.1 – Síntese de dados sobre condições de vida e níveis de (des)igualdade. Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo e Minas Gerais. Períodos diversos...... 26

Quadro 7.2 – Síntese de informações sobre a infraestrutura em educação. Morro do Pilar, 2010...... 35

Quadro 7.3 – Equipamentos cadastrados para a saúde em Morro do Pilar, conforme Ministério da Saúde, 2010...... 56

Quadro 7.4 – Infraestrutura de Saúde. Morro do Pilar, 2010...... 57

Quadro 7.5 – Quantidade de profissionais existentes nas instituições públicas de saúde, segundo local de trabalho, função e vínculo empregatício. Morro do Pilar, 2010...... 59

Quadro 7.6 – Beneficiários e repasses federais, segundo tipo de benefício ou serviço em assistência social. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, 2011...... 98

Documento no. Data: Página: xi EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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6. INFRAESTRUTURA PRODUTIVA

Neste item será apresentada a infraestrutura produtiva existente nos municípios de Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo, considerando os seguintes aspectos: sistema viário e de transporte, energia elétrica e comunicações, recursos à disposição da população para o desenvolvimento de suas atividades produtivas. Para tanto foram utilizados como subsídios os dados secundários existentes sobre o tema, ao lado de informações e dados obtidos através de pesquisa de campo realizada nas suas sedes urbanas.

6.1. Sistema de viário e de transporte

O sistema viário dos municípios que fazem parte da AID ainda é composto, em sua maioria, por estradas sem pavimentação, o que dificulta a mobilidade da população. O governo de Minas Gerais vem implantando programas de pavimentação de rodovias e estradas, com o objetivo de melhorar a condição de vida da população e o desenvolvimento da economia local; os municípios de Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo estão contemplados em parte desses programas governamentais, conforme descrito anteriormente no Capítulo 6 do Volume I deste EIA, referente a planos e programas governamentais.

Em relação ao transporte público, os dois municípios ora analisados, possuem ligação por uma linha diária através da Viação Saritur. Para realizar este trajeto o ônibus sai da rodoviária de . O transporte para a capital mineira também é realizado pela Viação Saritur, todavia, ocorre, diariamente, com horário único, para Morro do Pilar e para Santo Antônio do Rio Abaixo. Segundo o Perfil dos Municípios Mineiros (IBGE, 2009), os serviços de transporte existentes, são: ônibus inter e intramunicipal para ambos os municípios; van em Morro do Pilar e táxi em Santo Antônio do Rio Abaixo.

Em Santo Antônio do Rio Abaixo existe uma Secretaria Municipal de Transporte exclusiva, mas não tem um conselho municipal de transportes. Já em Morro do Pilar, conforme o Perfil dos Municípios Mineiros (IBGE, 2009), não há estrutura para o setor.

Os municípios não são contemplados com transporte aéreo, ferroviário e hidroviário.

Documento no. Data: Página: 1 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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6.1.1. Morro do Pilar

Conforme observado durante a pesquisa de campo, o transporte constitui uma questão problemática para o município de Morro do Pilar. Para o deslocamento intermunicipal, os moradores contam com apenas uma linha que faz o trecho Belo Horizonte-Carmésia; é oferecida apenas uma viagem ao dia, no período da manhã e o ponto de parada do ônibus fica no largo em frente à igreja católica, centro da cidade, nas proximidades de onde está, também, um posto para venda de passagens (ver fotos a seguir). O principal problema desse meio de transporte, segundo vários entrevistados, é o fato de comumente não ocorrem viagens nos períodos de chuva, devido às más condições da estrada de terra.

Foto 6.1 – Local de venda de passagem de ônibus em Morro do Pilar.

Fonte: (Geonature, Morro do Pilar, nov.2010). Foto 6.2 – Local de referência para parada de ônibus intermunicipal em Morro do Pilar.

Documento no. Data: Página: 2 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Fonte: (Geonature, Morro do Pilar, nov.2010).

O município não possui sistema de transporte público coletivo, o que dificulta bastante o deslocamento entre o perímetro urbano e a zona rural. Em épocas de chuva, devido às condições da estrada, nem mesmo veículos particulares chegam até determinadas localidades; segundo informações recebidas, para se deslocarem, muitos moradores – e também as equipes de profissionais da área de educação e saúde acabam por recorrer ao transporte escolar.

Para tentar minimizar as consequências da falta de transporte coletivo, em 2009 a Prefeitura doou 12 placas de taxi para moradores locais; apesar disso, no momento da pesquisa, alguns entrevistados informaram que somente quatro deles estavam em operação. Dos taxis existentes, dois cobriam o trecho Morro do Pilar-Belo Horizonte e outros dois ficavam responsáveis pelo deslocamento entre Morro do Pilar e Conceição do Mato Dentro.

No que tange às vias públicas do perímetro urbano, observou-se que praticamente todas as ruas são pavimentadas com calçamento em pedras poliédricas. No momento da pesquisa, a Prefeitura estava realizando a troca deste tipo de calçamento por bloquetes de concreto, utilizando recursos garantidos por meio de convênio firmado com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (SETOP), complementados pelo município; conforme informações do poder público municipal, o convênio disponibilizava também recursos para reforma e construção de pontes. As fotos a seguir apresentam, respectivamente, um exemplo de rua com calçamento e um exemplo de rua com bloquetes.

Foto 6.3 – Exemplo de rua com calçamento em pedras poliédricas em Morro do Pilar.

Fonte: (Geonature, Morro do Pilar, nov.2010).

Documento no. Data: Página: 3 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Foto 6.4 – Rua com bloquetes de concreto em Morro do Pilar.

Fonte: (Geonature, Morro do Pilar, nov.2010).

Quanto às ruas do perímetro urbano que não possuem pavimentação, a maioria delas apresenta condições ruins de conservação; algumas, inclusive, sem possibilidade de circulação para veículos. Isso principalmente devido ao período das chuvas, que já havia se iniciado, provocando poças de água e bastante barro. Independente do tipo de pavimentação das ruas, em toda a cidade pôde-se perceber a inexistência de acessibilidade para pessoas com problemas de mobilidade, tanto nas calçadas quanto nas vias. O único local devidamente adaptado para tal é a praça central.

No caso da área rural, foi informado que nem as vias de acesso e nem as ruas das localidades são pavimentadas. As estradas são todas de terra, dificultando o acesso às localidades no período das chuvas; alguns entrevistados destacaram que nesse período é impossível ir até determinada áreas, pois os veículos não conseguem chegar. Nessas condições, somente o acesso à Lapinha é feito de forma mais tranquila.

A rodovia de acesso ao município – a MG-232 é toda de terra; no momento da pesquisa ela rodovia encontrava-se em obras destinadas ao alargamento das pistas e à implantação de sistema de drenagem, para posterior pavimentação, como mostram as fotos a seguir.

Documento no. Data: Página: 4 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Foto 6.5 – Obras de alargamento da rodovia MG -232.

Fonte: (Geonature, Morro do Pilar, nov.2010).

Foto 6.6 – Obras de macrodrenagem da rodovia MG-232.

Fonte: (Geonature, Morro do Pilar, nov.2010).

Outro trecho da MG-232 com previsão para ser pavimentado é aquele que liga Morro do Pilar ao município de Carmésia. É importante destacar que estas obras contribuirão substancialmente para a melhoria do acesso ao município.

6.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

O sistema de transporte público coletivo é inexistente no município de Santo Antônio do Rio Abaixo, não havendo, sequer, meio de transporte entre as localidades rurais e a sede Documento no. Data: Página: 5 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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municipal. A população rural, quando necessita se deslocar para a sede urbana ou para outras localidades, utiliza o transporte escolar; este é disponibilizado pela Prefeitura, tanto na área urbana quanto na rural, de segunda a sexta-feira, através de dois ônibus, duas Kombis e três vans. Segundo informações da pessoa entrevistada na instituição, o transporte existente atende perfeitamente à demanda escolar; porém, passa a não ser suficiente, pelo fato dos moradores utilizarem os ônibus escolares como meio de locomoção municipal.

A Prefeitura também disponibiliza transporte para a área da saúde, sendo a frota composta por três ambulâncias, três Unos e uma van. O transporte na área rural é realizado pelos veículos menores que levam as pessoas até a área urbana, de onde parte a van que segue para os municípios onde são feitos os atendimentos de saúde não oferecidos por Santo Antônio do Rio Abaixo, como Itabira e Belo Horizonte. De acordo com representante da Prefeitura, a oferta não atende totalmente à demanda da população.

Sobre o transporte intermunicipal, constatou-se que existe uma empresa responsável por atender ao município. A Tabela 6.1 apresenta os trechos e os horários em que os ônibus passam na sede municipal.

Tabela 6.1 – Horários dos ônibus e seus respectivos trechos.

Dias da semana Trecho Morro do Pilar Sto Ant. do Rio Abaixo Itabira Seg à Sex 06:00 06:45 10:00 Sab e Dom 15:00 15:45 19:00 Itabira Sto Ant. do Rio Abaixo Morro do Pilar Seg à Sex 15:15 18:00 19:00 Sab e Dom 20:00 22:00 23:00 Belo Horizonte Sto Ant. do Rio Abaixo Seg à Dom 07:00 12:00 Sto Ant. do Rio Abaixo Belo Horizonte Seg à Dom 14:00 19:00

Não há rodoviária no município; as passagens são vendidas no posto de venda da empresa, localizado em um comércio local (ver fotos a seguir).

Os moradores contam também com o transporte realizado por dez táxis, sendo que alguns têm como destinos os municípios de Conceição do Mato Dentro e Guanhães; não foi citada a presença de transporte clandestino.

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Foto 6.7 – Posto de venda de passagens da Saritur em Santo Antônio do Rio Abaixo.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011).

As vias da área urbana são quase todas pavimentadas com bloquetes de concreto; a pavimentação asfáltica é observada apenas no bairro Cidade Nova, enquanto ruas sem pavimentação são encontradas em um novo loteamento implantado. Ressalta-se que a maioria das ruas com pavimentação asfáltica não apresentava boas condições de conservação.

Foto 6.8 – Rua pavimentada com bloquetes de concreto em Santo Antônio do Rio Abaixo.

Fonte:(Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011).

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Foto 6.9 – Rua asfaltada em mau estado de conservação em Santo Antônio do Rio Abaixo.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011).

Recentemente, foram finalizadas obras de melhoramento de algumas vias públicas, por meio de convênio firmado com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (SETOP). As obras são relativas à construção de calçadas nas ruas com maior fluxo de pedestres; a falta de passeios ou sua existência em apenas um lado da rua é observada em toda a área urbana, assim como a inexistência de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. Apenas próximo à escola infantil e na entrada da quadra esportiva tais acessos foram identificados, conforme mostrado na foto a seguir.

Foto 6.10 – Acesso para pessoas com mobilidade reduzida em Santo Antônio do Rio Abaixo.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011)

Em relação às áreas rurais, a Prefeitura informou que faz a manutenção das estradas de terra

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sempre que necessário; em épocas de chuva, devido às condições da estrada, existe dificuldade em acessar algumas localidades.

6.2. Sistema de energia elétrica

A rede de distribuição de energia elétrica é operada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig); este serviço não atende à totalidade dos moradores dos municípios, mas chega próximo à universalização.

Gráfico 6.1 – Abastecimento de energia elétrica em Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, 2010.

Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo

0% 5% 0% 1%

95% 99%

Tinham - de companhia distribuidora Tinham - de outra fonte Tinham - de companhia distribuidora Tinham - de outra fonte Não tinham Não tinham

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

6.2.1. Morro do Pilar

Seguindo modelo de gestão adotado pela Cemig, não há posto de atendimento ou funcionário dessa Companhia em Morro do Pilar; o escritório que atende à região está localizado em Itabira. Os serviços de manutenção são executados por uma empresa terceirizada, que conta com dois funcionários encarregados, exclusivamente, pelos serviços de manutenção leve, dentre os quais estão incluídos a troca de lâmpadas nas vias públicas, troca de fusíveis, a troca e reparação de transformadores pequenos e a ligação/religação de energia nos imóveis. Quando são necessárias manutenções pesadas, o escritório da Cemig, em Itabira, é acionado.

A energia que serve ao município é proveniente da Usina Dona Rita, localizada no município de . Quando existe algum problema no fornecimento de energia dessa usina, cuja subestação está localizada em Santo Antônio do Rio Abaixo, é utilizada a proveniente da subestação de Conceição do Mato Dentro.

Segundo o responsável pela empresa terceirizada pela Cemig, todas as casas do perímetro urbano possuem energia elétrica, embora não necessariamente com fornecimento legalizado. Foi explicado que, como algumas ruas não possuem poste e nem iluminação pública, as casas nelas localizadas obtêm eletricidade por meio de instalações clandestinas; as moradias da zona urbana que não contam com o fornecimento de energia e usam instalações irregulares estão concentradas nas áreas de ocupação mais recente do município – no caso, Ogó e Minério.

Quanto à zona rural, o entrevistado não soube dar maiores informações uma vez que, tal qual

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observado para outros serviços básicos de infraestrutura, não existe um controle do número de imóveis com e sem fornecimento de energia elétrica. Outros entrevistados destacaram que a cobertura na zona rural já é quase completa, e que isto se deu graças ao “Programa Luz para Todos”, do Governo Federal. A Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) foi contratada para realizar o cadastro de todas as famílias que ainda não receberam este benefício, o que já aconteceu, mas não foi possível obter e informação sobre o número de famílias cadastradas, ou o tamanho da demanda total por eletricidade na zona rural.

Segundo os entrevistados, é bastante raro faltar eletricidade em Morro do Pilar; além disso, foi destacado que o município tem plena condição de atender a um eventual aumento da demanda por eletricidade – desde que seja instalado regulador que possibilite elevar a tensão.

6.2.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

O município de Santo Antônio do Rio Abaixo não é contemplado por uma agência da Cemig; sua situação se assemelha à de Morro do Pilar, sendo o escritório geral que atende à região aquele situado em Itabira. Segundo informações de moradores, quando necessário, serviços tais como pedido de segunda via e parcelamentos de contas, pedidos para novas ligações, dentre outros, são solicitados através da internet, ou em Morro do Pilar. Em muitos casos o acesso ao site da Cemig é realizado na própria Prefeitura.

Os serviços de manutenção são realizados pela mesma empresa terceirizada que atende o município de Morro do Pilar. De acordo com o funcionário entrevistado, o fornecimento de energia elétrica para o município de Santo Antônio do Rio Abaixo é o mesmo de Morro de Pilar, sendo a energia proveniente da Usina Dona Rita, localizada em Santa Maria de Itabira.

Segundo representante da Prefeitura, todas as ruas da área urbana são contempladas pelo serviço de energia elétrica; somente a área mais nova da cidade, conhecida como São Luiz, ainda não possui iluminação nas vias públicas. Já em relação à área rural, foi afirmado que quase 100% das localidades têm acesso ao serviço de energia elétrica. Este feito é atribuído ao Programa Luz para Todos e aos programas implantados pela Prefeitura em algumas gestões anteriores.

6.3. Sistema de telecomunicação

Os municípios de Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar oferecem os serviços de telefonia móvel e fixa. Como pode ser visualizado na Tabela 6.2 no município de Santo Antônio do Rio Abaixo existiam 57 linhas telefônicas e 09 telefones públicos, enquanto que na sede de Morro do Pilar são registradas 176 linhas telefônicas e 26 telefones públicos; todos os telefones públicos realizam ligações de longa distância, mas nem todos fazem ligações internacionais e não são acessíveis 24h.

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Tabela 6.2 – Telefonia fixa. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, agosto de 2011.

Localidade Tipo Localidade Acessos Individuais Acessos Públicos Santo Antônio do Rio Abaixo Sede do Município 57 9 Morro do Pilar Sede do Município 176 26

Fonte: ANATEL, 2011.

6.3.1. Morro do Pilar

Os entrevistados em Morro do Pilar informaram que no município não há estação de rádio local; as estações com captação são as de Itabira e a de Conceição do Mato Dentro. Não há, também, jornal local. Além disso, o município não possui transmissão para TV a cabo e existe apenas uma TV por assinatura via satélite. Com relação à televisão, chama a atenção, ainda, o uso bastante difundido de antenas parabólicas para captação de sinais televisivos, o que se justifica pelo fato de que essa é a única maneira de garantir a transmissão – com qualidade – da maioria dos canais abertos.

Com relação à internet, constata-se que no município existe apenas uma lan house, equipada com cerca de quatro computadores, todos com acesso à internet via satélite. Além destes, há apenas um computador para uso gratuito pela população, instalado na biblioteca pública municipal. No entanto, este não possui acesso à internet, não cumprindo, assim, sua função como meio de comunicação. Também na Escola Estadual Cardeal Mota, há uma sala de informática para os alunos, com acesso à internet.

Diferentes entrevistados afirmaram que o município não possui Telecentro em funcionamento, embora já tenha recebido computadores para tal. De fato, em consulta à base de dados do Observatório Nacional de Inclusão Digital, projeto do Ministério de Ciência e Tecnologia, constatou-se que, em 2009, Morro do Pilar foi contemplado com cinco computadores; estes foram repassados pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES), no escopo de suas ações de inclusão digital (ONID, 2011). Corroborando este dado, a Secretária de Educação informou que foram recebidas, ao todo, 17 máquinas, das quais 12 do Governo Federal e as referidas cinco, do Governo Estadual. O espaço para instalação do Telecentro, no entanto, ainda não estava em funcionamento até o momento da pesquisa, embora já estivesse alugado; faltava, apenas, a disponibilização de recursos por parte da Prefeitura, para o custeio do material e da mão de obra necessários à adequada instalação do maquinário.

Com relação ao sistema de telefonia, Morro do Pilar possui cobertura para telefonia fixa, cujo serviço é prestado pela concessionária ‘Oi’, antiga Telemar/MG. Ao todo, os serviços de telefonia eram realizados por meio de 179 linhas telefônicas e 26 telefones públicos, em novembro/2010. No caso dos telefones públicos, todos fazem ligação de longa distância (LDN); porém, nenhum possui adaptação para cadeirantes ou portadores de deficiência auditiva ou da fala (Anatel, 2010; Geonature, 2010). Quanto às linhas telefônicas, considerando que no Documento no. Data: Página: 11 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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município há 1069 domicílios particulares ocupados, conforme dados preliminares do Censo 2010 (IBGE, 2010), e supondo que a maioria das linhas telefônicas esteja instalada nesses domicílios, tem-se, no máximo, uma taxa de 16,75 linhas telefônicas/100 domicílios particulares ocupados.

O município possui, também, cobertura para telefonia móvel, sendo esse serviço prestado unicamente pela operadora ‘Oi’. No entanto, conforme se pôde constatar durante a pesquisa em campo, tal serviço não oferece cobertura para todo o município; de acordo com informações obtidas junto aos entrevistados, a cobertura se dá, especialmente, no perímetro urbano, não atingindo a toda a extensão das localidades rurais, devido tanto à existência de zonas de sombras (pontos com falha de cobertura devido às características morfológicas), quanto ao fato de que só há uma antena para emitir o sinal no município.

Em linhas gerais, o que vale ressaltar é a incipiência dos meios de comunicação em massa como mecanismos de circulação de informações locais e, ademais, como mecanismos de mobilização da população.

6.3.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

As informações sobre telecomunicação foram levantadas junto a vários entrevistados. No que tange ao sistema de comunicação em massa, como rádios, jornais e televisão, o município não possui rádio local e nem jornal local. As estações de rádios captadas em Santo Antônio do Rio Abaixo são a Oriente, de Santa Maria do Itabira, e a Sintonia, de Conceição do Mato Dentro.

O município ainda não possui acesso à internet banda larga, existindo apenas o acesso via rádio, que por muitos entrevistado foi qualificado como muito lento. Como também não há lan house, o acesso da população à internet ocorre somente no Telecentro; este conta com 10 computares e está localizado no prédio da biblioteca pública municipal.

No que tange à telefonia fixa, a empresa OI é responsável pelo fornecimento de tal serviço; foram observados vários telefones públicos na sede municipal e, segundo os entrevistados, estes também estão presentes em várias localidades rurais. Já em relação à telefonia móvel, apenas a operadora Claro atende o município; é importante destacar que o referido sinal cobre somente a área urbana, havendo falhas em seu sistema quando longe do perímetro urbano.

Em relação à televisão, não há o acesso a canais abertos e fechados através de TV via a cabo; contudo, existe a TV via satélite. Tanto na área urbana quanto na rural, o uso de antenas parabólicas é bastante difundido.

6.4. Resultados da pesquisa amostral

Como se destacou anteriormente, parte dos dados primários utilizados neste estudo, e apresentados a seguir, foram obtidos por meio de pesquisa amostral realizada nas sedes urbanas de Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo.

Documento no. Data: Página: 12 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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6.4.1. Morro do Pilar

Começando a abordagem de infraestrutura pelos meios de transporte, é significativo destacar que a maioria absoluta dos entrevistados informou que não utiliza meio de transporte algum para circular dentro da sede urbana de Morro do Pilar, optando por fazê-lo a pé, conforme se vê no Gráfico 6.2. Destaca-se, também, o uso de veículo particular para tal, não obstante o percentual de pessoas que mencionaram esse meio de transporte seja cerca de nove vezes menor do que aquele de pessoas que circulam a pé. Tal fato, além de estar diretamente relacionado à pequena extensão da sede urbana – que facilita deslocamentos a pé – está possivelmente vinculado à inexistência, na cidade, de linhas de ônibus, ou outros meios de transporte, que façam a conexão entre as diferentes partes da cidade.

Gráfico 6.2 – Distribuição percentual da população, segundo meio de transporte utilizado para circular na Sede Urbana do município. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

1,2% 1,2%

9,6% A pé

Veículo particular

Moto Particular

Carona/Veículo da prefeitura

88,0%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Já para ir até municípios vizinhos, o ônibus intermunicipal é a opção escolhida por quase metade dos entrevistados, seguida pelos veículos particulares e, depois, pelos taxis. Chama a atenção, ainda, o percentual de quase 10% dos entrevistados que tem nos veículos da Prefeitura o meio de transporte geralmente utilizado; nesses casos, destaque especial é dado para os veículos da saúde, usados, especialmente, para o transporte de pacientes para consultas, exames e outros procedimentos médicos. É interessante comentar, também, a existência de um percentual – ainda que pequeno – de entrevistados que afirmaram não ir a outros municípios, pois representam indivíduos que, ao que tudo indica, não saem de Morro do Pilar para coisa alguma – quer seja para compras, estudo, trabalho, consultas ou passeios. Estes dados podem ser comparativamente visualizados no Gráfico 6.3.

Documento no. Data: Página: 13 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 6.3 – Distribuição percentual da população, segundo meio de transporte mais utilizado para se deslocar até municípios vizinhos. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

3,6% 1,8% 4,8% Ônibus/ lotação

Veículo particular 9,6% Taxi 49,1% 12,0% Veículo prefeitura

Moto particular

Não vai a outros 19,2% municípios Cavalo/Bicicleta

Fonte: Geonature, fev. 2011.

No caso dos meios de transporte mais frequentemente utilizados pelos entrevistados para sua circulação na sede municipal ou, principalmente, para a ida a algum município vizinho, há que se levar em conta que a escolha é diretamente afetada pelas possibilidades disponíveis. Assim, é de se esperar que a posse ou não de um veículo particular, juntamente com a distância a ser percorrida e com a presença ou não de algum limitador físico que dificulte ou impeça o deslocamento, seja um dos determinantes dessa escolha.

De fato, ao avaliar o Gráfico 6.4, é possível notar que a posse de veículo particular só é majoritária entre os entrevistados que declararam ter nesse meio de transporte a principal forma de locomoção dentro da sede urbana de Morro do Pilar. O fato de alguns entrevistados que possuem veículo particular optarem por transitar principalmente a pé não invalida o efeito da posse de veículo sobre a forma escolhida para o deslocamento, pois, de fato, o Centro de Morro do Pilar é bastante pequeno, não representando o deslocamento a pé um problema para a maioria dos indivíduos – apesar da presença de muitas ruas íngremes.

Documento no. Data: Página: 14 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 6.4 – Percentual de entrevistados que possuem ou não veículo próprio, segundo meio de transporte mais frequentemente utilizado para o deslocamento na sede urbana. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Carona/Veículo da prefeitura

Moto particular 50,0%

Veículo particular 87,5%

A pé 26,9%

Possui Não possui Fonte: Geonature, fev. 2011.

Diferente do que seria de se esperar, quando se fala do deslocamento para os municípios vizinhos o meio de transporte utilizado mostrou-se menos relacionado à posse ou não de veículo próprio. Isto porque – conforme se vê no Gráfico 6.5 – o percentual de pessoas que possui veículo particular, e disse utilizá-lo quando precisa ir a cidades vizinhas, apresentou-se inferior àquele de pessoas com tal posse e que o utilizam para se deslocar na sede urbana. De forma intrigante, ¼ dos entrevistados com carro próprio disse utilizar veículos da Prefeitura para ir até cidades vizinhas, o que, provavelmente, se refere aos casos de pessoas que vão buscar algum tipo de atendimento em saúde.

Gráfico 6.5 – Percentual de entrevistados que possuem ou não veículo próprio, segundo meio de transporte mais frequentemente utilizado para o deslocamento até municípios vizinhos. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Ñ vai a outros municípios

Taxi 5,0%

Onibus/ lotação 18,5%

Moto particular 62,5%

Veículo prefeitura 25,0%

Cavalo/Bicicleta 66,7%

Veículo particular 84,4%

Possui Não possui Fonte: Geonature, fev. 2011.

No escopo das vias de circulação, a análise do Gráfico 6.6 permite notar que a frequência do Documento no. Data: Página: 15 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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uso das estradas vicinais1 é bastante baixa, com mais de metade dos entrevistados tendo declarado utilizar as estradas raramente ou nunca utilizá-las; estes são, portanto, os entrevistados que raramente ou nunca vão às povoações rurais de Morro do Pilar. No outro extremo, tem-se que 28,9% dos entrevistados utilizam tais estradas pelo menos uma vez por mês, o que dá uma dimensão aproximada dos principais beneficiados por eventuais melhorias promovidas em tais estradas.

Gráfico 6.6 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo frequência com que usam as estradas vicinais. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Não utiliza 16,8%

Raramente 36,6%

Anual 6,2%

1 vez/semestre 6,2%

1 vez a cada 2-3 meses 7,5%

1 vez/mês 16,8%

Quinzenalmente 6,2%

1 vez/semana 3,7%

2 a 7 vezes/semana 3,1%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

No caso dos meios de comunicação, tentou identificar aqueles mais recorrentemente acionados pelos entrevistados.

Os dados plotados no Gráfico 6.7 mostram que a televisão é o meio de comunicação mais amplamente acessado pelo grupo investigado, ao passo que a leitura de jornais, claramente, não constitui uma prática recorrente nesse grupo. Reforça essa percepção o fato de que cerca de 1/3 dos entrevistados que afirmou ter o hábito de ler jornais acessa aqueles de menor caráter informativo, em termos de política, economia, atualidades, etc. Além disso, somente um entrevistado afirmou ler jornais do município, os quais, segundo ele, são de circulação bastante eventual, não se caracterizando, portanto, como um meio de comunicação frequente2.

1 Estradas vicinais, neste caso, são aquelas que ligam a sede urbana de Morro do Pilar às povoações ou localidades próximas. 2 Informações não apresentadas em gráficos ou tabelas.

Documento no. Data: Página: 16 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 6.7 – Prevalência de entrevistados, segundo meios de comunicação acessados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

94,0%

66,5%

5,4%

Jornal Rádio Televisão Fonte: Geonature, fev. 2011.

No caso do rádio, 95,4% dos entrevistados que acessam esse meio de comunicação afirmaram ouvir estações da região e, de forma complementar, 4,6% ouvem outras estações de Minas Gerais. Segundo informações fornecidas pela Prefeitura, não existem estações de rádio de Morro do Pilar; as três estações captadas, a depender da localidade onde se esteja, são a rádio Oriente FM – 106,5MHZ – a rádio Bom Jesus FM – 87,9MHZ – e a rádio Tropical FM – 103,3MHZ, todas localizadas nos municípios de Santa Maria de Itabira ou de Conceição do Mato Dentro.

Quanto à televisão, a Rede Globo, seguida pelo SBT e pela Rede Record, são os canais mais frequentemente assistidos pelos entrevistados que afirmaram ter o hábito de ver TV, tendo sido referenciadas por 72%, 41,4% e 12,1% dos entrevistados, respectivamente. Esta informação deve ser balizada pelo fato de que estes são, justamente, os únicos canais com cobertura no município, ao passo que a captação dos demais canais está sujeita à posse de antena parabólica e/ou de TV por assinatura3.

6.4.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

O primeiro ponto a destacar é que, conforme se vê no Gráfico 6.8, a maioria dos entrevistados em Santo Antônio do Rio Abaixo não utiliza meio de transporte algum para se deslocar na sede urbana o que, decerto, é justificado pela sua pequena extensão, formada por apenas algumas ruas.

3 Dado não apresentado em gráfico ou tabela.

Documento no. Data: Página: 17 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 6.8 – Distribuição percentual da população, segundo meio de transporte utilizado para circular na sede urbana do município. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

1,7% 3,4%

8,6%

A pé Automóvel Cavalo Moto

86,2%

Fonte: Geonature, set. 2011.

Para o deslocamento até as cidades vizinhas, por outro lado, no Gráfico 6.9 se vê que mais do que metade dos entrevistados se utiliza do transporte público intermunicipal; de forma complementar, pouco menos do que 1/3 do grupo investigado utiliza automóvel particular para tal.

Os veículos da Prefeitura – especialmente os da saúde – foram citados por alguns entrevistados.

Gráfico 6.9 – Distribuição percentual da população, segundo meio de transporte mais utilizado para se deslocar até municípios vizinhos. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

5,2%

32,8% Outros Automóvel particular 55,2% Veículo da prefeitura Ônibus/lotação

6,9%

Fonte: Geonature, set. 2011.

Conforme se destacou para Morro do Pilar, um dos condicionantes para a utilização ou não de automóvel particular nos deslocamentos dentro do município ou até os municípios vizinhos é,

Documento no. Data: Página: 18 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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sem dúvidas, a posse ou não de tal bem. No caso específico da sede urbana de Santo Antônio do Rio Abaixo, no entanto, por se tratar de uma cidade muito pequena, acredita-se que as distâncias percorridas sejam mais determinantes do que tal posse, para a escolha do meio de transporte nos deslocamentos internos. Não obstante, nos deslocamentos intermunicipais, é de se esperar que ter ou não um carro próprio, de fato, também interfira nas escolhas feitas.

O Gráfico 6.10 retrata uma situação que corrobora tal expectativa. Nele, percebe-se que a não posse de automóvel particular foi muito menor entre aqueles que afirmaram utilizar tal meio de transporte no deslocamento intermunicipal do que entre aqueles que disseram utilizar outros meios. Por outro lado, a posse de um veículo foi menos frequente entre os indivíduos que afirmaram utilizar outros meios de transporte nos deslocamentos intermunicipais do que entre aqueles que disseram fazer tal deslocamento em seu próprio automóvel. Neste gráfico e também no anterior é interessante notar, ainda, que não houve entrevistado algum que afirmasse não ir até municípios vizinhos, diferentemente do que se observou em Morro do Pilar.

Gráfico 6.10 – Percentual de entrevistados que possuem ou não veículo próprio, segundo meio de transporte mais frequentemente utilizado para o deslocamento até municípios vizinhos. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Ônibus/lotação 18,8% 81,3%

Veículo da prefeitura 25,0% 75,0%

Automóvel particular 78,9% 21,1%

Outros 100,0%

Possui Não possui

Fonte: Geonature, set. 2011.

No caso do uso das vias de circulação vicinais, retratada no Gráfico 6.11, metade dos entrevistados disse que esse ocorre apenas raramente, conforme necessidade, sem que haja uma frequência rotineira. Quase ¼ dos entrevistados utilizam tais vias, em média, uma vez por mês, não tendo sido identificado caso algum em que o uso ocorre diariamente.

Documento no. Data: Página: 19 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 6.11 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo frequência com que usam as estradas vicinais. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Raramente 50,0%

1 vez a cada 6 meses 1,7%

1 vez a cada 2/3 meses 3,4%

Mensalmente 24,1%

Quinzenalmente 5,2%

Uma vez por semana 10,3%

2 a 3 vezes por semana 5,2%

Fonte: Geonature, set. 2011.

No caso dos meios de comunicação, o Gráfico 6.12 permite ver que a televisão é, de longe, o mais acionado pelo grupo entrevistado, tendo tal prática apresentado percentuais similares àqueles observados para Morro do Pilar. Quanto à leitura de jornais, embora seus percentuais tenham sido os mais baixos dentre os três meios de comunicação referenciados, há que se destacar que tal prática mostrou-se consideravelmente mais recorrente aqui do que em Morro do Pilar, sugerindo que para Santo Antônio do Rio Abaixo, possivelmente, esse pode ser um instrumento informativo eficaz, caso se deseje fazer circular informações.

Gráfico 6.12 – Prevalência de entrevistados, segundo meios de comunicação acessados. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

93,1% 69,0%

31,0%

Ler jornal Ouvir rádio Assistir televisão

Fonte: Geonature, set. 2011.

Quanto aos jornais lidos, o mais referenciado foi o Estado de Minas, apontado por 22,2%

Documento no. Data: Página: 20 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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daqueles que afirmaram acessar tal meio de comunicação. Mais do que metade dos leitores – ou 55,6% deles – não especificaram o jornal que costumam ler e, por último, houve uma menção apenas a cada um dos jornais: CRO-MG; De Fato; Folha Diocesana; Jornal Santo Antônio4.

No caso das rádios mencionadas pelos entrevistados que utilizam esse meio de comunicação, é interessante perceber a localização da cidade como um dos determinantes de suas escolhas, pois a Oriente FM, de Santa Maria de Itabira, apresentou-se como a mais ouvida, tendo sido citada por 57,5% deles. Outros 37,5% não especificaram qual rádio costumam acessar e, ademais, rádios como a Itatiaia e a Bom Jesus FM – de Conceição do Mato Dentro – as quais foram bastante referenciadas em Morro do Pilar, praticamente não apareceram – tiveram, respectivamente, 3 e 2 menções.

Por último, 64,8% dos entrevistados que assistem televisão disseram assistir à Rede Globo e outros 33,3% não especificaram o(s) canal (canais) que costumam assistir. Outros canais que receberam menções por apenas um ou, no máximo, dois entrevistados foram o SBT, a HBO, a GNT e o ‘Canal do Boi’5.

7. QUALIDADE DE VIDA

Apresenta-se, a seguir, a caracterização dos municípios de Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo, no que se refere à qualidade de vida dos moradores locais. Para tanto, serão considerados índices e indicadores tais como níveis de (des)igualdade social, Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) e acesso da população a bens coletivos como habitação, educação, saneamento, saúde, assistência social, atividades de lazer e turismo e segurança pública.

Para a elaboração do diagnóstico foram utilizadas as informações disponíveis em órgãos e instituições públicas e privadas, notadamente o IBGE e a Fundação João Pinheiro. Estas informações foram complementadas com observações de campo e entrevistas qualificadas junto a lideranças e representantes dos setores público e privado e/ou profissionais de órgãos e instituições presentes na região. Ao mesmo tempo, foram incluídos os resultados obtidos durante a pesquisa amostral realizada nos domicílios das sedes urbanas de Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo.

Dentre os temas abordados durante as entrevistas realizadas com a população residente nas sedes urbanas, foram investigadas as condições gerais de demanda por serviços específicos e de acesso e uso dos mesmos. No caso específico das condições de moradia, pela própria natureza das informações levantadas, é plausível assumir que o perfil retratado tem interferência não somente sobre a vida dos entrevistados, mas também – e em igual proporção – sobre a vida de todos os indivíduos que residem no mesmo domicílio. Tal fato

4 Dado não apresentado em gráfico ou tabela. 5 Idem.

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justifica a possibilidade de extrapolação dos resultados para os 627 indivíduos residentes nos 168 domicílios amostrados na sede urbana de Morro do Pilar e para os 200 moradores dos 58 domicílios urbanos pesquisados em Santo Antônio do Rio Abaixo. Já no caso dos demais temas componentes do item ‘qualidade de vida’ que foram trabalhados na pesquisa amostral, estes são compostos por informações que delineiam exclusivamente as características, condições e percepções do entrevistado, não podendo, por isso, serem extrapoladas para os demais moradores de seu domicílio – não obstante possam, em alguma medida, ter interferência sobre suas vidas.

A escolha dos campos aqui abordados como sendo prioritários na análise da qualidade de vida da população não é casual. Além de estar pautada no desejo de cobrir as questões mínimas apontadas como essenciais pelos termos de referência que legislam sobre a elaboração de Estudos de Impacto Ambiental (EIA), tal escolha justifica-se pelo fato de que eles agregam, a um só tempo, pontos essenciais à vida cotidiana dos indivíduos e que, certamente, sofrerão grande pressão caso um empreendimento minerário da envergadura daquele que se pretende implementar inicie suas atividades em municípios de tão pequeno porte e frágil infraestrutura urbana, como o são Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo.

7.1. Níveis de (des)igualdade social

A análise do PIB per capita6 para os anos 2000 e 2008 demonstra uma diferenciação entre os dois municípios estudados. Os valores encontrados para Santo Antônio do Rio Abaixo foram da ordem de R$5.268,08 (cinco mil, duzentos e sessenta e oito reais e oito centavos) em 2008, bem acima dos R$2.038,2, registrado em 2000. No mesmo período, em Morro do Pilar o PIB per capita subiu de R$ 1.731,26 para R$4.839,14 (quatro mil, oitocentos e trinta e nove reais e quatorze centavos). Entretanto, apesar do considerável incremento registrado nos municípios analisados, estes valores ficaram bem abaixo do PIB per capita de 2008 registrado para Minas Gerais, igual a R$14.232,81 (quatorze mil, duzentos e trinta e dois reais e oitenta e um centavos) no período considerado.

Outro indicador avaliado é a renda per capita mensal, apresentada no Gráfico 7.1, para os anos de 2000 e 2010. Aqui, o mais importante a destacar é que essa renda aumentou para a população em geral nos dois municípios analisados, em taxas até superiores àquela estabelecida para o estado de Minas Gerais.

6 O PIB per capita se refere à soma de todas as riquezas produzidas no município/estado, dividida pelo número de habitantes.

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Gráfico 7.1 – Taxa média anual de crescimento da renda per capita 2000 a 2010 (%). Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo e Minas Gerais.

Minas Gerais 3,66

Santo Antonio 5,23

Morro do Pilar 3,92

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

Fonte: FJP – Fundação João Pinheiro, 2011.

Esse aumento da renda proporciona a redução do percentual de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza e, sobretudo, abaixo da linha de indigência7. O Gráfico 7.2 traz os dados correspondentes ao período compreendido entre 1991 e 2010, mostrando que, graças ao aumento na renda per capita, uma parcela da população conseguiu superar a linha da pobreza, tendo sido essa parcela um pouco mais significativa em Morro do Pilar. Ao mesmo tempo, os dados referentes ao ano de 2010 demonstram que, apesar das mudanças ao longo do período analisado, o contingente populacional vivendo abaixo da linha de indigência ainda é alto, chegando a 14% em Morro do Pilar e a 20,7% em Santo Antônio do Rio Abaixo.

7 Neste estudo, considerou-se como ponto de corte para a linha de pobreza o valor utilizado para o ano 2000, que era de R$75,50. No caso da linha de indigência, o ponto de corte considerado (ano 2000) foi valor de R$37,75. Em 2010, esses valores se alteraram para ½ salário mínimo e ¼ do salário mínimo, respectivamente. Ou seja, foram considerados pobres e indigentes, respectivamente, todos os indivíduos com renda per capita inferior aos valores referenciados.

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Gráfico 7.2 – Distribuição percentual da população em relação às linhas de pobreza e de indigência. Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo, 1991-2010.

Acima da linha de pobreza, 2010

Entre as linhas de pobreza e indigência, 2010 2010 Abaixo da linha de indigência, 2010

Acima da linha de pobreza, 2000

Entre as linhas de pobreza e indigência, 2000 2000 Abaixo da linha de indigência, 2000

Acima da linha de pobreza, 1991

Entre as linhas de pobreza e indigência, 1991 1991 Abaixo da linha de indigência, 1991

0 10 20 30 40 50 60

Santo Antônio do Rio Abaixo (MG) Morro do Pilar (MG)

Embora o PIB per capita e a renda per capita sejam importantes indicadores das condições de vida da população, há que se ponderar que eles constituem apenas médias indicativas, não demonstrando a real (des) igualdade na distribuição, tanto dos ganhos quanto dos gastos e perdas. Levando isso em conta, uma primeira forma de aproximação que permite avaliar um dos aspectos dessa (des) igualdade é o percentual da renda circulante no município, que provem de transferências governamentais – aposentadorias, pensões e programas oficiais de auxílio, como o Programa Bolsa Família (PBF) e o seguro desemprego.

A esse respeito, observou-se que 22,6% das rendas em Santo Antônio do Rio Abaixo eram provenientes, justamente, desse tipo de transferências. Esse percentual mostrou-se mais elevado do que aquele observado em Morro do Pilar (20,4%) ou no Estado como um todo (16,3%). De toda maneira, mais do que metade das rendas em Santo Antônio do Rio Abaixo e em Morro do Pilar advinha do trabalho (63,1% e 62%, respectivamente), similares à média geral do Estado (69,7%). Esses e outros dados encontram-se sumarizados no Quadro 7.1.

Além de uma parcela significativa da população ter renda per capita igual ou inferior à linha de pobreza, conforme se viu no Gráfico 7.2, outro dado que chama a atenção é a porcentagem da população cuja renda familiar per capita provém, em mais da metade de seu valor total, de benefícios do governo. Em Santo Antônio do Rio Abaixo temos 19,7% e em Morro do Pilar, 17,6% da população com a maior parte de sua renda per capita proveniente de rendimentos de aposentadoria, pensão e programas oficiais de auxílio, conforme se vê no

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Quadro 7.1. Tal dado permite uma avaliação sobre o nível de dependência da população dos municípios em relação ao Estado e à Federação, no que tange à obtenção de renda.

Outra variável utilizada para analisar a vulnerabilidade social de um município é a intensidade da pobreza.8 Em Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar esse valor foi de 46,2% e 46,5%, respectivamente, para o ano 2000. Ou seja, quase a metade da população desses municípios possuía, na época, uma renda abaixo de R$75,50 (setenta e cinco reais e cinqüenta centavos). Em 2010 essa situação não se alterou muito, com os valores de 46,5% em Santo Antônio do Rio Abaixo e 44,5% em Morro do Pilar.

Considerando o grau de concentração de riqueza nos dois municípios analisados, observou-se uma situação sensivelmente melhor do que aquela observada para Minas Gerais. Isso foi demonstrado pelo Índice de Gini9 de 2000 que atribuiu 0,56, 0,60 e 0,62, respectivamente, a Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais.

Completando o delineamento das condições de vida e níveis de (des) igualdade na área de abrangência do presente estudo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)10 de 2000 demonstra níveis similares entre Santo Antônio do Rio Abaixo (0,70) e Morro do Pilar (0,68), porém, abaixo do que foi registrado para Minas Gerais (0,77). Independente disso, é importante destacar que todos se encontram na mesma faixa de variação, o que confere a todos eles a classificação de localidades com médio IDH.

8 A intensidade da pobreza refere-se ao percentual da população que vive abaixo da linha de pobreza. 9 O Índice de Gini mede o grau de concentração de riqueza. Seu valor varia de zero (perfeita igualdade) até um (desigualdade máxima). 10 Segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil (2001), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o nível de desenvolvimento humano de um país, estado ou município, utilizando como critérios indicadores de longevidade (esperança de vida ao nascer), renda (PIB per capita) e educação (taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais e taxa de matrícula bruta nos três níveis de ensino – fundamental, médio ou superior). O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total), sendo que índices inferiores a 0,499 representam IDH baixos, índices entre 0,500 e 0,799 são considerados médios, e superiores a 0,800, altos.

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Quadro 7.1 – Síntese de dados sobre condições de vida e níveis de (des)igualdade. Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo e Minas Gerais. Períodos diversos.

Santo Antônio do Rio Abaixo Morro do Pilar Minas Gerais

IDH (1991) 0,59 0,54 0,70 IDH (2000) 0,70 0,68 0,77 Gini (1991) 0,48 0,53 0,61 Gini (2000) 0,56 0,60 0,62 Índice L de Theil (1991) 0,41 0,50 0,70 Índice L de Theil (2000) 0,56 0,64 0,67 PIB per capita (2008) 5.268,08 4.839,14 14.232,81 Renda per capita mensal (2000) 275,79 301,32 539,87 Renda per capita mensal (2010) 459,14 442,60 773,41 Intensidade da pobreza (2000) 46,24 46,55 46,18 Participação percentual das rendas provenientes de transferências governamentais 22,66 20,40 16,30 na renda total do município (2000) Participação percentual das rendas provenientes do trabalho 63,13 62,00 69,70 (principal e outros) na renda total do município (2000) Percentual de pessoas cuja renda familiar per capita provém, em mais de metade de 19,71 17,60 13,90 seu valor total, de benefícios do governo (2000) Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, Ipeadata e Fundação João Pinheiro.

7.2. Índice Mineiro de Responsabilidade Social

O Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) é um indicador elaborado pela Fundação João Pinheiro para expressar o nível de desenvolvimento de cada município mineiro. Seu cálculo abrange as dimensões da educação, saúde, segurança pública, emprego e renda, gestão, habitação, infraestrutura e meio ambiente, cultura, lazer e desporto (Datagerais, 2011). Para obtenção do IMRS, os indicadores são transformados em índices que variam de 0 a 1, sendo que 0 representa a pior nota e 1 exprime um nível de desenvolvimento ideal em determinado âmbito.

O Gráfico 7.3 apresenta o IMRS para os dois municípios da AID. Em muitas dimensões - saúde, educação, renda e segurança pública - os índices de Santo Antônio do Rio Abaixo são melhores do que os de Morro do Pilar, até mesmo o IMRS geral. No que diz respeito à saúde, os dois municípios apresentaram alternância nos valores ao longo dos anos 2000; Santo Antônio do Rio Abaixo apresentou variações negativas entre 2000 e 2002 e, apesar de reverter essa situação, com uma crescente no índice até 2006, sofreu novamente uma queda em 2008. Entre 2002 e 2004, o desempenho do índice de saúde para Morro do Pilar foi negativo, tendo- se, no entanto, percebido variações positivas desde então (2004), de modo que se aproximou do índice de Santo Antônio do Rio Abaixo. No que se refere à cultura, esporte e lazer, os dois municípios apresentaram uma queda entre 2006 e 2008, quando se constata praticamente o mesmo valor de índice para os municípios: 0,428 para Morro do Pilar e 0,424 para Santo Antônio do Rio Abaixo.

No IMRS geral, os valores são estáveis, com registro de pequenas quedas e subidas ao longo Documento no. Data: Página: 26 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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dos anos 2000. Para 2008, o IMRS geral em Morro do Pilar ficou em 0,543. Já em Santo Antônio do Rio Abaixo observa-se um valor um pouco maior (0,597).

Gráfico 7.3 – Índices Mineiros de Responsabilidade Social. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar. 2000 – 2008.

Índice Mineiro de Responsabilidade Social Saúde 0,700 0,800 0,600 0,700 0,500 0,600 0,500 0,400 0,400 0,300 0,300 0,200 0,200 0,100 0,100 0,000 0,000 2000 2002 2004 2006 2008 2000 2002 2004 2006 2008

Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo

Educação Renda 0,700 0,600

0,600 0,500 0,500 0,400 0,400 0,300 0,300 0,200 0,200 0,100 0,100 0,000 0,000 2000 2002 2004 2006 2008 2000 2002 2004 2006 2008

Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo

Segurança Pública Meio Ambiente e Habitação 1,000 0,700 0,600 0,800 0,500 0,600 0,400

0,400 0,300 0,200 0,200 0,100 0,000 0,000 2000 2002 2004 2006 2008 2000 2002 2004 2006 2008

Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo

Cultura, Esporte e Lazer Finanças Municipais 0,700 0,640

0,600 0,620 0,500 0,600 0,400 0,580 0,300 0,560 0,200 0,100 0,540 0,000 0,520 2000 2002 2004 2006 2008 2000 2002 2004 2006 2008

Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo

Fonte: Fundação João Pinheiro – Índice Mineiro de Responsabilidade Social, 2011.

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7.3. Educação

7.3.1. Informações de fontes secundárias

As informações da Tabela 7.1, contemplando o número de escolas, docentes e matrículas em cada ciclo da educação, mostram semelhanças entre os dois municípios da AID. Primeiramente, em ambos a demanda por educação – independente do ciclo - é plenamente atendida por escolas estaduais e municipais, não existindo estabelecimentos da rede privada. Ademais, as escolas de ensino médio são todas estaduais ao passo que aquelas que oferecem educação infantil são municipais.

Tabela 7.1 – Número de escolas, docentes e matrículas efetuadas em 2009, segundo ciclo da educação. Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais.

Santo Antonio do Rio Abaixo Morro do Pilar Minas Gerais Escolas Docentes Matrículas Escolas Docentes Matrículas Escolas Docentes Matrículas Educação 1 4 68 1 4 74 7.260 25.643 414.040 Infantil Ensino 2 25 352 3 38 659 12.608 170.798 3.120.335 Fundamental

Ensino Médio 1 12 127 1 11 125 2.888 57.295 824.798 Fonte: IBGE Cidades, 2011.

Há que se ressaltar que, cada vez mais, o desafio que se coloca para a educação deixa de ser a oferta de vagas – dado que, na maioria dos municípios, essa questão já está relativamente solucionada – e passa a ser a oferta de um ensino de qualidade para os usuários, garantindo não somente a entrada, mas também a permanência e progressão por séries.

Um dos indicadores da qualidade do ensino oferecido é a taxa de distorção idade-série,11 apresentada nos Gráfico 7.4 e Gráfico 7.5. Ao analisar esses gráficos, o primeiro ponto a se destacar é que, apesar da situação menos favorável observada para os dois municípios, vis-à- vis aquela retratada para Minas Gerais, as taxas de defasagem encontradas entre eles se aproximam das pertinentes ao Estado. Outro ponto importante a observar são as taxas mensuradas para o ensino médio, as quais se apresentam sempre mais elevadas do que aquelas coletadas para o ensino fundamental. Tal situação, possivelmente, reflete o fato de que muitos indivíduos, por diversos motivos, param de estudar ao final do ensino fundamental e apenas depois de um tempo retornam para concluir a etapa seguinte. Além disso, esta situação pode estar sendo gerada pelo fato de que a defasagem vai se acumulando ao longo dos anos, sendo de se esperar que ela seja maior no ensino médio do que no fundamental.

Ao considerar a evolução da taxa de defasagem entre 2006 e 2010, vê-se que os dois municípios acompanham a tendência do estado de Minas Gerais, de redução da taxa de distorção para o ensino fundamental. Contudo, Morro do Pilar apresenta uma tendência de elevação dessas taxas no ensino médio, bem maiores que as registradas para o Estado. Ao se

11 Refere-se ao percentual de alunos, em cada série, com idade superior àquela recomendada, assumindo 7 anos como a idade adequada para ingresso no ensino fundamental e 8 anos como a duração normal deste.

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comparar Santo Antônio do Rio Abaixo com Morro do Pilar, verifica-se que este último possui as mais elevadas taxas de distorção idade-série nos dois níveis de ensino - fundamental e médio.

Gráfico 7.4 – Evolução da taxa de distorção idade-série no ensino fundamental. Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais. 2006 a 2010.

45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 2006 2007 2008 2009 2010

MORRO DO PILAR SANTO ANTONIO DO RIO ABAIXO MINAS GERAIS

Fonte: MEC/INEP.

Gráfico 7.5 – Evolução da taxa de distorção idade-série no ensino médio. Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais. 2006 a 2010.

60

50

40

30

20

10

0 2006 2007 2008 2009 2010

MORRO DO PILAR SANTO ANTONIO DO RIO ABAIXO MINAS GERAIS

Fonte: MEC/INEP.

Outro indicador considerado na avaliação de qualidade da educação é o Índice de

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Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB12). O Gráfico 7.6 mostra os resultados do IDEB para a 4ª e a 8ª séries do ensino fundamental, em dois momentos do tempo: 2007 e 2009. O primeiro ponto que chama a atenção é o fato da melhora no índice em Santo Antônio do Rio Abaixo que, em 2009, até superou o de Minas Gerais na 4ª série do ensino fundamental. Ao contrário, em 2009 Morro do Pilar apresentou índices inferiores àqueles apresentados para Santo Antônio e Minas Gerais. Todavia, é inegável o processo de melhora observado na qualidade do ensino, o que é indicado pelo aumento nos valores obtidos para o IDEB. Os resultados obtidos pela 8ª série nas três localidades, por outro lado, mostraram-se significativamente inferiores àqueles obtidos pela 4ª série, sugerindo uma piora na qualidade do ensino da primeira para a segunda metade do ensino fundamental.

Gráfico 7.6 – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Santo Antônio do Rio Abaixo, Morro do Pilar e Minas Gerais. 2007 e 2009.

7 5,9 6 5,5 4,8 5 4,6 4,2 4,1 3,8 3,8 4 4 3,3 3,3

3 2,3 2

1

0 2007 2009 2007 2009 4 serie 8 serie

Minas Gerais Morro do Pilar Santo Antônio do Rio Abaixo

Fonte: Ministério da Educação – IDEB, 2011.

7.3.1.1. Morro do Pilar

As informações sobre o serviço de educação oferecido aos moradores do município de Morro do Pilar, apresentadas a seguir, foram coletadas mediante entrevista junto à representante da Secretaria Municipal de Educação e a alguns professores da rede de ensino local.

Especificamente com relação aos investimentos municipais no campo da educação, foi informado que em 2008 o Esforço Orçamentário13 em educação foi da ordem de

12 Calculado a partir de dados sobre aprovação escolar – obtidos no Censo Escolar e as médias de desempenho nas avaliações do INEP, o IDEB é resultado do produto entre o desempenho e o rendimento escolar (ou o inverso do tempo médio de conclusão de uma série). Varia no intervalo de zero a dez, sendo que quanto maior a nota obtida pela escola ou município, mais elevado seu padrão de qualidade do ensino. 13 O Esforço do Gasto Orçamentário (EO) refere-se à participação relativa de cada uma das áreas (ou atividades) que recebem recursos do orçamento público municipal (saúde, educação, saneamento, etc.) no total de gastos orçamentários realizados pela administração pública do município.

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R$1.194.160,38, tendo apresentado redução em 2009 – R$934.127,44. Importante ressaltar que o Esforço Orçamentário total para o município também sofreu redução no referido período.

Como afirmado anteriormente, não existem escolas particulares. Desse modo, o município é o responsável por garantir a cobertura para a educação infantil, bem como para as séries iniciais do ensino fundamental (do primeiro ao quinto ano) oferecido aos moradores da zona rural. A rede estadual, por seu curso, é quem cobre a demanda de todo o município para as séries finais do ensino fundamental (sexto ao nono ano) e para o ensino médio, cobrindo ainda as séries iniciais do ensino fundamental na zona urbana.

Ao todo, o município possui quatro escolas, das quais duas municipais e duas estaduais. No caso das escolas municipais, uma delas está localizada na zona urbana e atende apenas à educação infantil, na modalidade pré-escola, e funcionando nos turnos matutino e vespertino. A outra escola municipal – a E.M. Fazenda – tem sua sede na localidade rural denominada “Carioca”, e atende às séries iniciais do ensino fundamental – do primeiro ao quinto ano – de toda a zona rural de Morro do Pilar.

Uma vez que a zona rural é bastante extensa e tendo em vista que a Superintendência de Ensino não autorizou a abertura de novas escolas nessas áreas, a solução encontrada pelo município para garantir a cobertura de ensino em todo o seu território foi abrir, em diferentes localidades rurais, outras quatro unidades da escola Fazenda Rio Vermelho, as quais estão localizadas em “Ponte de Cimento”, “Lapinha”, “Serra” e “Areias”. Todas elas – e também a sede, no Carioca – funcionam somente no turno matutino, com turmas multisseriadas de 1º e 2º anos e de 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental. A esse respeito vale destacar que, sendo o número de alunos bastante pequeno em cada uma das unidades, não necessariamente existem alunos cursando todas as séries. Assim, a divisão das turmas pode variar conforme a demanda do ano.

No caso das escolas estaduais, estas estão todas localizadas na zona urbana do município. Não possuindo unidades descentralizadas nas localidades rurais, uma delas funciona nos turnos matutino e vespertino e recebe os alunos da zona urbana, que cursam as séries iniciais do ensino fundamental. Já a outra escola estadual recebe todos os alunos - área urbana e rural - do sexto ao nono ano do fundamental e de todas as séries do ensino médio; possui turmas de ensino fundamental nos turnos da manhã e da tarde, e turmas do ensino médio somente à noite. Essa última escola oferece, ainda, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no período noturno, a qual tem recebido, especificamente, alunos da zona urbana.

Conforme apontado por uma professora de escola rural, uma significativa lacuna do modelo de ensino ofertado aos moradores da zona rural é que, para essa população, não é oferecida a educação infantil, justamente a etapa do ensino dedicada ao letramento. Com isso, as crianças entram diretamente no 1º ano, onde têm que aprender a ler e a escrever – coisas que as crianças da zona urbana aprendem antes, na escola infantil. O resultado é o atraso no aprendizado previsto para essa série e maiores dificuldades para acompanhar e assimilar os

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conteúdos previstos para as séries seguintes. Segundo a entrevistada, tal situação tem feito com que muitas crianças, ao passar para o segundo ciclo do ensino fundamental, não consigam acompanhar os conteúdos previstos para o 6º ano. Isso por ser esse ano/série – assim como os seguintes – cursado na zona urbana, junto com os alunos que, por residirem naquele local, tiveram acesso à educação infantil. Foi mencionado ainda que, em muitas situações, opta-se por reter a criança por pelo menos mais um ano nas séries iniciais, de modo que haja maior tempo para suprir suas deficiências de aprendizado antes de promovê-la para o 6º ano onde, muito provavelmente, ela será retida por um ou mais anos, caso não consiga acompanhar o restante da turma.

De acordo com representante da Secretaria Municipal de Educação, nenhuma das escolas do município possui sala de recursos para alunos portadores de deficiência. Esse representante mencionou, no entanto, que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) enviou comunicado à Prefeitura informando que Morro do Pilar foi contemplado com recursos para instalação de tal espaço. No momento da pesquisa, o município aguardava instruções do MEC para tomar as providências necessárias à instalação da referida sala.

A merenda escolar é regularmente oferecida em todas as escolas do município, nos três turnos de funcionamento. No caso das escolas municipais, foi informado que o recurso repassado ao município é insuficiente para cobrir todos os gastos, ficando a cargo da Prefeitura uma contrapartida de cerca de 30% para complementação do serviço.

A fim de garantir o acesso dos alunos da zona rural à escola estadual localizada na sede urbana, o município fornece transporte escolar para todos os alunos que dele necessitam. Segundo informações obtidas, no momento da pesquisa eram atendidas 183 (cento e oitenta e três) crianças e adolescentes em toda a rede pública municipal e estadual de ensino, distribuídas nas zonas rural e urbana – nesse último caso, exclusivamente os alunos com necessidades especiais. O transporte escolar é realizado por meio de cinco veículos que, nos três turnos, buscam e levam nas localidades rurais as crianças e adolescentes que frequentam a escola estadual localizada na área urbana.

Essa quantidade de veículos tem sido suficiente para atender a toda a demanda municipal por transporte escolar. Não obstante, os frequentes “defeitos” e necessidades de manutenção – em virtude do uso – acabam, por vezes, prejudicando o atendimento, uma vez que a manutenção costuma ser lenta e não há muitas opções para substituição do veículo quando ocorre algum problema. Além desses veículos, a Secretaria de Educação tem a seu dispor outro, utilizado para suprir necessidades especiais que surjam.

É importante destacar que, embora três dos cinco veículos pertençam à Prefeitura, e a despeito de ser sua responsabilidade garantir o transporte aos alunos que dele necessitem, a manutenção e cobertura desses é viabilizada por meio de convênio firmado entre os Governos Municipal e Estadual. Ainda com relação a esse tema, uma das professoras da zona rural mencionou que, apesar dos veículos serem destinados aos alunos, não há, no município, transporte público para o deslocamento das professoras até as escolas da zona rural. Uma vez

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que praticamente todas elas residem na região central da cidade e não possuem veículo próprio, a maioria acaba por utilizar também os ônibus escolares para chegar até o seu local de trabalho. Por falta de opção, antes algumas professoras acabavam dormindo nas escolas durante os dias letivos, retornando para casa somente nos finais de semana, feriados, recessos e períodos de férias.

No que tange à infraestrutura física, todas as escolas municipais de Morro do Pilar – as da zona urbana e também aquelas da zona rural – funcionam em prédio próprio. A que oferece educação infantil funciona numa área bastante espaçosa, com prédio térreo construído em alvenaria e coberto por telhado colonial que se estende até parte do pátio. Dentre outras coisas, esse prédio possui quatro banheiros – um para funcionários, um para alunos com deficiências, um para meninos e um para meninas – cantina e quatro salas de aula. Sua área é a única dentre todas que possui acesso para crianças portadoras de necessidades especiais – como rampas e portas largas -, o que pode ser compreendido face à informação de que ela é a escola mais nova da rede, tendo sido construída recentemente. Essa escola não possui parque ou quadra para a prática de esportes, utilizando outros espaços do município, quando necessário. Também não possui biblioteca, sala de vídeo ou de informática e nem computadores para uso dos alunos. Além disso, existem cadeiras e mesas em quantidade e condições satisfatórias para atender adequadamente à demanda existente.

Na sede da escola da zona rural do “Carioca”, o prédio é feito em alvenaria e possui pátio, um banheiro, cantina e quatro salas de aula. Não possui acessibilidade para portadores de necessidades especiais e em sua área não há quadra para a prática de esportes, nem parque. Embora não haja biblioteca, possui um “cantinho de leitura”’ em todas as salas, equipado com alguns livros didáticos e literários, para serem lidos pelas crianças em atividades específicas em sala de aula e também em casa. Essa escola não possui, também, sala de vídeo ou de informática e nem computadores para uso dos alunos. As cadeiras e mesas, por seu curso, estão em quantidade e condições satisfatórias para atender à demanda.

No caso das quatro unidades desta escola rural, foi informado que elas seguem os mesmos padrões, no que tange ao espaço físico, à infraestrutura e aos equipamentos para lazer e estudo, exceção feita ao número de salas - duas e não quatro - e ao número de banheiros, que varia de um a três. Além disso, a unidade localizada em “Lapinha” é a única que possui, de fato, uma biblioteca. Importante destacar que, embora essas escolas não possuam quadra de esportes, elas estão localizadas em áreas abertas e, em sua maioria, gramadas, as quais podem ser – e, de fato, são – utilizadas para a recreação e para a prática de esportes.

No caso dos computadores para os alunos, foi informado que o município recebeu alguns equipamentos do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo14), que serão

14 O ProInfo é um programa da Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação – SEED/MEC –que tem por objetivo promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica. Ele leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais, exigindo como contrapartida que os estados e municípios garantam a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias (MEC, 2010).

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instalados na unidade escolar da localidade denominada Lapinha. Segundo a pessoa entrevistada, essa localidade teria sido escolhida por ser nela que se encontra o contingente populacional mais mobilizado e envolvido do município, em grande medida graças à presença de uma associação local – a AMA LAPINHA15, sobre a qual maiores detalhamentos serão trazidos posteriormente, em capítulo abordando a organização sociopolítica da população.

Quanto às escolas estaduais, essas também funcionam em prédios próprios que, em linhas gerais, oferecem melhor infraestrutura do que aquela observada para as escolas municipais – embora também não possuam acessibilidade para portadores de necessidades especiais. Uma delas possui três banheiros, cantina, biblioteca, sala de vídeo e sala de informática com computadores para uso pelos alunos, não havendo, em sua área, parque ou quadra para a prática de esportes. A outra escola também possui três banheiros, cantina, biblioteca, sala de vídeo e sala de informática com computadores para uso pelos alunos. Esta é a única escola do município com quadra esportiva, que é coberta.

No que diz respeito à infraestrutura de recursos humanos para a educação em Morro do Pilar, foram obtidas informações gerais apenas para a rede municipal, na qual existe um total de 55 funcionários, sendo 38 efetivos e 17 contratados. Segundo informações recebidas, no ano de 2010 foi realizado concurso público para o provimento de vagas em distintas áreas, inclusive na educação. A esse respeito, ponto importante a destacar é a dificuldade que o município enfrenta para prover as vagas abertas em concursos públicos, devido, em primeiro lugar, aos baixos salários, que não constituem atrativo para a maioria das pessoas, especialmente em algumas áreas específicas, e, em segundo lugar, ao fato de que muitos professores que tentaram o concurso público não foram aprovados.

A educação infantil pré-escolar conta com um total de 08 professores, dos quais dois auxiliares e seis habilitados em Pedagogia ou por meio do curso à distância Veredas de Formação, oferecido para professores das séries iniciais. Já o primeiro ciclo do ensino fundamental – na sede e nas quatro unidades da E.M. Fazenda Rio Vermelho – possui tantos professores quantas turmas existentes, sendo cada professor responsável por ministrar à sua turma os conteúdos de todas as matérias. Esses professores são todos habilitados e, além deles, existe um professor de educação física e um de educação religiosa.

No caso do segundo ciclo do ensino fundamental, composto pelo 6º ao 9º anos, foi informado haver no município um total de 15 professores, todos licenciados ou habilitados. Considerando as áreas de atuação, existem dois professores de português, de história, de geografia e de matemática, respectivamente, e, ainda, um professor de geometria, de ciências, de inglês, de artes, de educação física, de educação religiosa e de literatura. Já no ensino médio regular existem nove professores, todos habilitados e com licenciatura plena, sendo um em cada uma das seguintes áreas: português, matemática, geografia, história, biologia, inglês, química e física, artes e educação física.

15 AMA LAPINHA, Associação de Moradores, Agricultores e Apicultores da Lapinha.

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Quando questionada sobre a existência, no município, de algum programa de capacitação para professores e/ou outros profissionais da educação, a representante da Prefeitura disse não haver ação alguma nesse sentido, nem nas escolas municipais e nem nas estaduais e que também não existem ações de formação continuada em tema algum.

Considerando o contingente de alunos matriculados em Morro do Pilar no ano de 2010, esse número chegou a 179 na rede municipal e 702 na rede estadual. Apenas 113 alunos dentre aqueles matriculados no município estavam na zona rural, o que é compreensível, tendo em vista que boa parte das séries ofertadas está concentrada na zona urbana, conforme já mencionado. Interessante destacar que, dentre os estudantes de Morro do Pilar existe, atualmente, apenas um aluno portador de necessidades especiais – dificuldade de locomoção – o que ameniza a falta de acessibilidade dos prédios escolares, apontada anteriormente.

A fim de facilitar a visualização do quadro geral de cada uma das escolas existentes em Morro do Pilar, o Quadro 7.2 sumariza as principais informações coletadas e apresentadas até aqui.

Quadro 7.2 – Síntese de informações sobre a infraestrutura em educação. Morro do Pilar, 2010.

Escolas Variáveis E.M. Fazenda Rio P.E.M. São Tarcísio E.E. Cardeal Mota E.E. Intendente Câmara Vermelho Rural (sede no "Carioca", Urbana - sede e unidades em "Ponte de Localização Urbana - sede município Urbana - sede município município Cimento", "Lapinha", "Serra" e "Areias") Fundamental - anos Fundamental - anos finais (6º ao 9º) Educação Infantil - iniciais em turmas Fundamental - anos Séries atendidas Médio Regular pré-escola multiseriadas (1º e 2º e 3º iniciais (1° ao 5° ano) EJA Presencial a 5º ano) Turnos Manhã e Tarde Manhã Manhã e Tarde Manhã, Tarde e Noite Número de alunos 66 113 233 469 Público atendido Sede do município Zona rural Sede do Município Todo o município Transporte Escolar Não necessita/não há Não necessita/não há Não necessita/não há Sim, da zona rural para a escola Capacitação p/ professores Não há Não há Não há Não há Condição do Prédio Próprio Próprio Próprio Próprio Banheiros, salas de aula, Banheiros, salas de aula, cantina, Estrutura existente na Banheiros,salas de Banheiros, salas de aula, cantina, biblioteca, sala biblioteca, quadra coberta, sala de escola aula, cantina,pátio cantina, pátio de vídeo e de informática, vídeo e de informática, computadores p/ alunos. computadores p/ alunos. Fundamental anos finais: 02 professores de português, matemática, história, geografia, respectivamente; 01 professor de geometria, ciências, inglês, artes, 01 Professor por Turma 01 Professor por Turma 02 professores Ed. Física, Ed. Religiosa, Literatura, lecionando todos os lecionando todos os auxiliares, 06 respectivamente. Todos habilitados, conteúdos; 01 Professor conteúdos; 01 Professor Corpo Docente professores com licenciatura plena Ed. Física; 01 Professor Ed. Física; 01 Professor habilitados (Projeto Ed. Religiosa. Todos Ed. Religiosa. Todos Médio: 01 Professor de Português, Veredas) habilitados habilitados Matemática, História, Geografia, Biologia, Inglês, Artes, Química e Física, Ed. Física, respectivamente. Todos habilitados, com licenciatura plena.

Fonte: Diagnóstico socioeconômico Geonature. Tabulação Própria.

Com relação à qualidade do ensino ofertado em Morro do Pilar, os entrevistados destacaram que as escolas – especialmente aquelas localizadas na sede municipal – são muito boas, oferecendo ensino de qualidade que em nada deixa a dever para as escolas de municípios maiores. Outro ponto positivo, segundo eles, é que não faltam professores na rede, ao Documento no. Data: Página: 35 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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contrário da situação de muitas escolas no país.

O número de vagas existentes para cada série no município pode variar em função da demanda, embora exista uma capacidade máxima de atendimento, que é determinada pela infraestrutura física das escolas. A despeito dessa variação, os entrevistados ressaltaram o esvaziamento das turmas e a redução da demanda por vagas a partir das séries finais do ensino fundamental, o que resvala num pequeno número de alunos cursando e, mais do que isso, concluindo o ensino médio no município, vis-à-vis o número de alunos que entram no 1° ano do ensino fundamental. Embora não tenham apresentado números para tal, destacaram serem significativamente elevados os níveis de evasão escolar no município antes da conclusão do ensino médio, o que pode ser confirmado pela informação de que em Morro do Pilar sobram vagas para esse nível de ensino. Tal fato merece destaque dentre os pontos deficitários identificados ao longo da pesquisa de campo em Morro do Pilar.

Outro ponto destacado foi a defasagem idade-série, observada principalmente nas escolas da zona rural. Tal informação confirma a observação feita por uma professora, de que a ausência de educação infantil para essa área acaba colocando os alunos nela inseridos em desvantagem, vis-à-vis os alunos da zona urbana, que têm acesso à educação infantil pré- escolar. O fato das escolas rurais trabalharem com turmas multisseriadas, que ficam a cargo de uma única professora, vem reforçar o quadro de desvantagem das escolas da zona rural.

A inexistência de cursos profissionalizantes de qualquer tipo, para a população em geral ou para os adolescentes e jovens, especificamente, foi outro ponto deficitário identificado na educação do município. Conforme informou a representante da Prefeitura, para a realização de cursos profissionalizantes seria necessário adaptar o espaço existente nas escolas, pois até o momento não há salas vazias para tal. O Estado, porém, não autorizou as adaptações necessárias, inviabilizando, assim, a implementação dessa modalidade de ensino.

Quando questionada sobre qual seria a principal dificuldade enfrentada pela educação em Morro do Pilar, a entrevistada destacou o transporte escolar. Segundo ela, embora o número de veículos seja, teoricamente, suficiente, sua manutenção é o ponto fraco: os carros quebram com certa frequência e eles têm dificuldade em alugar veículos substitutos que garantam o transporte das crianças durante o período necessário para manutenção. Como consequência, os pais se irritam e ameaçam denunciar o município por negligência. Os outros dois pontos deficitários, conforme assinalado, foram a falta de capacitação para os profissionais e o baixo salário pago aos professores da rede municipal. Segundo informações obtidas, o salário atual encontra-se em desacordo com a lei, estando abaixo do mínimo estabelecido, não obstante a Câmara Legislativa tenha vetado o projeto de lei que previa o plano municipal de carreiras, o que inviabilizou o reajuste salarial para os professores.

Sobre a capacidade do município para atender a um possível aumento na demanda por vagas, a entrevistada destacou que haveria dificuldade, caso o aumento da demanda não viesse acompanhado por aumento de recursos e infraestrutura na mesma proporção. Isso porque, sendo o município pequeno, é pequena também a rede de escolas existente e são exíguos os

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recursos disponíveis para a educação. Ou seja, a rede e os recursos atualmente existentes são suficientes para a demanda atual, mas não para suprir aumentos vultosos do número de alunos.

Uma última característica que merece ser destacada, face às suas implicações, é que em Morro do Pilar a gestão do Programa Bolsa Família (PBF) e do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico)16 cabe à Secretaria Municipal de Educação e não à Secretaria de Assistência Social, como é de praxe na maioria dos municípios. Tal situação se deve ao fato de que, quando o PBF foi implementado em Morro do Pilar, por volta de 2001, o município não possuía Secretaria de Assistência Social ou profissional responsável por esse setor. Posteriormente, quando essa secretaria foi criada, optou-se por manter a gestão na educação. Considerando que o CadÚnico é a porta de entrada para qualquer benefício oferecido pela assistência social – como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, essa é uma situação que enfraquece o funcionamento de ambas as Secretarias: a de Educação, devido ao tempo gasto com a atualização e controle dos dados e das famílias, em detrimento da execução das atividades específicas desse setor; a da Assistência Social, na medida que dificulta o acesso às informações sobre as famílias beneficiadas e/ou cadastradas.

Para além de questões específicas sobre as escolas, a pesquisa de campo indicou a inexistência de projetos, ações ou ONGs com atuação em áreas afins à educação. Além disso, embora existam diversos projetos e programas dos governos estadual e federal, voltados para a formação continuada de profissionais da educação em áreas diversas, em Morro do Pilar não foi identificada parceria alguma para a realização de ações nesse sentido. Por fim, quando perguntada sobre a atuação do Conselho Municipal de Educação, a entrevistada informou que este existe, embora não seja muito atuante, e que suas reuniões ocorrem aproximadamente a cada dois meses.

7.3.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

A coleta de informações sobre Santo Antônio do Rio Abaixo foi feita tanto via Internet, nas fontes de dados estatísticos oficiais (MEC, IBGE, INEP e outras), quanto in loco, através de visitas à Secretaria de Educação e às escolas no município.

Especificamente com relação aos recursos obtidos pelo governo municipal para a área da educação, de acordo com dados apresentados no site oficial do Senado, o Ministério da Educação repassou ao município R$26.498,74, em 2010, e R$25.786,50 em 2011, apontando uma pequena redução nos recursos enviados. Estes recursos são repassados pelo FUNDEB17 integralmente para o ensino fundamental, sendo que 60% do montante referem-se ao

16 Conforme descrito no Volume I desse estudo, o CadÚnico, que é regulamentado pelo Decreto nº 6.135/07 e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), é um instrumento que identifica e caracteriza, de forma informatizada, os núcleos familiares, sendo obrigatoriamente utilizado para a seleção de beneficiários e para a integração de programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família. 17 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb (2006), substituindo o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – Fundef (1996).

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pagamento de profissionais do magistério em efetivo exercício. O município recebe os recursos concernentes ao número de estudantes na educação infantil e no ensino fundamental, enquanto o Estado recebe o correspondente às matrículas contabilizadas nos ensinos fundamental e médio.

Ao todo, o município possui duas escolas registradas, das quais uma municipal e outra estadual. Embora ambas estejam localizadas na sede do município, atendem também à demanda da zona rural. Em Santo Antônio do Rio Abaixo são oferecidos todos os níveis de ensino, exceto o ensino superior, havendo atendimento, portanto, a crianças, jovens e adultos, que totalizavam 781 alunos distribuídos na educação infantil, no ensino fundamental e médio, na educação profissional18, na educação especial e na EJA.

Segundo os entrevistados, não existem escolas particulares em Santo Antônio do Rio Abaixo. Desse modo, o município é o responsável por garantir a cobertura para a educação infantil e para as séries iniciais do ensino fundamental – do primeiro ao quinto ano – para alunos da sede e da zona rural. A rede estadual, por seu curso, oferece do 3º ao 5º ano do ensino fundamental e cobre a demanda de todo o município para as séries finais do mesmo nível de ensino – do 6º ao 9º ano – e para o ensino médio, além de oferecer a EJA.

A escola municipal funciona no período da manhã e atende alunos de todas as séries, que participam de aulas de reforço e atividades de apoio, de acordo com as dificuldades apresentadas durante as aulas regulares. No turno da tarde atende 52 alunos da educação infantil e 155 alunos do ensino fundamental e à noite oferece a modalidade de ensino EJA - com vagas para as séries iniciais do ensino fundamental - e uma turma multisseriada, na qual atualmente estão matriculados 13 alunos. A turma multisseriada foi uma solução adotada para permitir que a população da zona rural tivesse acesso à educação, já que o baixo número de alunos inviabiliza a criação de turmas voltadas ao atendimento de séries ou anos específicas, principalmente na modalidade EJA. Chama atenção a ausência de creches no município, o que se configura como uma lacuna nesta modalidade de atendimento.

Na escola municipal há 11 alunos portadores de necessidades especiais - PNE, não obstante, inexiste acessibilidade no prédio ou profissionais específicos para o atendimento destes educandos. Por outro lado, esta escola oferece a primeira turma do Curso de Enfermagem, realizado por meio da parceria entre a Prefeitura e o Sistema de Educação Profissional de Itabira – SEPRO. Nessa parceria, o governo municipal oferece as instalações físicas e o transporte dos alunos, em contrapartida pelo funcionamento do curso na cidade. Ressalta-se que, sendo o SEPRO uma entidade particular, é cobrada uma mensalidade dos 14 alunos matriculados.

18 O município oferece o Curso Normal de nível médio concomitante ou subsequente, voltado a quem já concluiu o ensino fundamental e tenha concluído ou esteja cursando no mínimo o segundo ano do ensino médio. Tem como objetivo preparar professores de educação infantil. Também oferece o Curso de Enfermagem de nível pós- médio.

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Foto 7.1 – Escola Municipal Professora Luzia Cândida de Andrade Morais.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011)

Na rede municipal são atendidos atualmente 206 alunos existindo, de acordo com a secretaria de educação. A oferta de vagas é superior à demanda, havendo, pois, capacidade de receber mais alunos, caso ocorra um aumento da demanda.

De acordo com os entrevistados, não há evasão escolar no município, com exceção da modalidade EJA. Há, no entanto, defasagem em relação à idade, série e turno, identificada principalmente entre os alunos que moram na zona rural. Segundo os educadores entrevistados, os transtornos enfrentados pelos alunos devido à distância que percorrem para chegar à escola, mesmo com o transporte escolar gratuito, impedem muitos pais de efetuar a matrícula dos filhos.

Em 2011, segundo o site oficial do Senado19, foram repassados recursos pelo Orçamento de Apoio ao Transporte Escolar da Educação Básica à Prefeitura Municipal. Apesar disso, segundo informações, a maior parte da conta com o transporte escolar fica sob a responsabilidade do poder municipal. Foi mencionado que embora os veículos sejam destinados aos alunos, não há no município transporte público para o deslocamento dos moradores da zona rural até a sede, de modo que a maioria das pessoas acaba por utilizar também o transporte escolar como “carona”.

O transporte escolar é oferecido pelo município a todos os alunos da rede municipal e estadual que residem na zona rural. Ao todo, são atendidos 487 alunos na rede pública estadual e aproximadamente 160 alunos na rede municipal de ensino. O transporte é realizado por meio

19 www.senado.gov.br

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de seis veículos, sendo dois ônibus, um microônibus e três vans. Nos três turnos, esses veículos buscam e levam nas localidades rurais as crianças, os adolescentes e os adultos que frequentam a escola municipal e a estadual, realizando normalmente quatro viagens por dia. Essa quantidade de veículos tem sido suficiente para atender a demanda municipal por transporte escolar. Não obstante, tal qual ocorre em Morro do Pilar, os frequentes ‘defeitos’ e necessidades de manutenção dos veículos – em virtude do uso – acabam, por vezes, prejudicando o atendimento, uma vez que a manutenção costuma ser lenta e não há muitas opções para substituição do veículo quando ocorre algum problema. Vale ressaltar que os entrevistados enfatizaram a necessidade de um transporte exclusivo para os alunos, principalmente para aqueles matriculados na Educação Infantil.

Outro ponto nevrálgico na infraestrutura de educação é que as instalações da escola municipal, mesmo apresentando um bom estado de conservação, não são adequadas e suficientes para acomodar alunos de diferentes níveis de ensino. Ademais, face à inexistência de espaços, na escola, para a prática de atividades esportivas, estas são realizadas na quadra poliesportiva municipal, localizada bem próximo ao estabelecimento.

A escola estadual, por sua vez, também recebe os alunos das zonas urbana e rural que cursam as séries iniciais do ensino fundamental, médio e EJA, funcionando nos turnos matutino, vespertino e noturno. São atendidos 100 alunos no turno da manhã, distribuídos entre as turmas do 3º ao 9º ano do ensino fundamental. Há, ainda, uma turma do 1º ano do ensino médio e outros 25 alunos que estudam em período integral no Projeto Escola de Tempo Integral20 (PROETI).

Lançado em 2007, o PROETI é um projeto estruturador do governo estadual que foi criado para atender, prioritariamente, crianças e jovens que vivem em áreas de grande vulnerabilidade social e alunos com baixo desempenho escolar. Tem como principais propostas melhorar a aprendizagem dos alunos que demandam maior atenção, ampliando a sua permanência diária na escola, e promover o atendimento aos alunos com defasagem de aprendizagem. No turno da manhã, os alunos participam de atividades para o desenvolvimento de habilidades e competências e de atividades artísticas, culturais e esportivas. No turno da tarde frequentam as classes regulares do ensino fundamental.

Além do PROETI, outro programa oferecido no município é o Reforço Escolar, no qual os alunos são geralmente atendidos por professores eventuais, que não atuam nas aulas regulares. Trata-se de atividades que não se destinam apenas aos alunos com dificuldades de aprendizagem, mas buscam incorporar também os demais alunos.

20 Disponível em https://www.educacao.mg.gov.br/

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Foto 7.2 – Escola Estadual Professor José Madureira Oliveira.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011)

No período noturno é oferecido o Curso Normal, que conta atualmente com 14 alunos matriculados e tem como objetivo preparar professores de educação infantil. O curso recebe tanto alunos que já concluíram o ensino fundamental e que precisam completar a escolaridade mínima para o exercício da profissão quanto profissionais sem formação específica que atuam na educação infantil. Tem a duração de quatro anos e permite ao aluno o aproveitamento de estudos anteriores, possibilitando a conclusão do curso em dois anos. A Educação de Jovens e Adultos – EJA, na modalidade ensino médio, que também é oferecida nesse turno, conta com 140 alunos matriculados. Além desses dois cursos, também é oferecido um programa de aperfeiçoamento de estudos que, na prática, é um curso pré-vestibular que atende a 60 alunos.

A merenda escolar é regularmente oferecida em todas as escolas do município, em seus três turnos de funcionamento. Apesar da cobertura plena, foi informado que o recurso repassado é insuficiente para cobrir todos os gastos, de modo que a escola possui uma horta que possibilita melhorar a qualidade da alimentação escolar.

No que tange à infraestrutura física, todas as escolas funcionam em prédios próprios. A escola municipal tem um prédio térreo construído em alvenaria e coberto por telhado colonial. Possui nove banheiros – quatro masculinos, quatro femininos e um para os professores – cantina e treze salas de aula. Existe um pátio, mas não um parque para as crianças brincarem. A biblioteca e a sala de vídeos estão conjugadas no mesmo espaço, não havendo sala de informática. Igualmente, a escola estadual possui um pátio, mas não um parque. Nela, são sete salas de aula, todas equipadas com televisão, DVD e Datashow. Há, ainda, três banheiros, uma sala de informática com 25 computadores e a sala dos professores é equipada com dois computadores e um ar condicionado. Esta escola possui um sistema de câmeras para

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aumentar a segurança de toda a comunidade escolar.

Os responsáveis pelas escolas informaram que o número de mesas e cadeiras é suficiente para atender adequadamente à quantidade de alunos, embora falte melhorar a infraestrutura utilizada para as práticas de esporte e lazer, já que nenhuma delas possui esses espaços, utilizando a quadra poliesportiva municipal para as aulas de Educação Física. Ao lado da quadra poliesportiva estão o Telecentro Comunitário, que possui 10 computadores, e a Biblioteca Pública Municipal, ambos funcionando no mesmo prédio. Importante destacar que existe no município mais uma quadra poliesportiva coberta, a qual, no entanto, localiza-se longe das escolas, o que dificulta o acesso dos alunos durante as aulas.

Foto 7.3 – Quadra Poliesportiva próxima às escolas.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011)

Foto 7.4 – Telecentro e Biblioteca Municipal.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011)

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A tabela a seguir sumariza informações sobre as duas escolas de Santo Antônio do Rio Abaixo.

Tabela 7.2 – Nível de Ensino, Matrículas e Instalações Físicas.

MATRÍCULA TOTAL NÚMERO INSTALAÇÕES ESCOLA NIVEL DE ENSINO TURNO PNE S ALUNOS DE SALAS SANITÁRIAS

Fundamental Médio Matutino 100 Escola Estadual PROETI Professor Fundamental Vespertino 233 4 547 7 9 José Médio Madureira Médio Oliveira EJA Noturno 214 Normal

Infantil Vespertino 52 Escola Municipal Professora Fundamental Vespertino 155 11 234 13 3 Luzia Cândida de Andrade Morais EJA 13 Noturno Técnico 14 TOTAL GERAL 15 781 20 12

Fonte – Tabulação própria, concatenada com dados da Secretaria Municipal de Educação

Em relação aos professores que trabalham nas escolas, foi informado que estes são em número suficiente para atender a demanda existente. A atuação dos mesmos foi bastante elogiada pelos entrevistados, que apontaram um resultado satisfatório nos processos de aprendizagem. A tabela a seguir apresenta o quantitativo de professores, suas respectivas formações e os níveis em que atuam nas escolas.

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Tabela 7.3 – Número de professores e respectivas disciplinas.

E. M. PROF. LUZIA E. E. PROF. JOSÉ CÂNDIDA DE MADUREIRA ANDRADE MORAES INFANTIL 4 1º CICLO regulares 3 6 matemática 3 português 3 geografia 2 2º CICLO história 1 3 ciências 1 espanhol 1 artes 1 educação religiosa 1 matemática 2 português 2 geografia 1 história 1 MÉDIO biologia 1 espanhol 1 física 1 química 1 matemática português geografia história biologia Professores do Médio espanhol sociologia EJA 1 filosofia física química educação física 1 educação religiosa 1 eventual 1 reforço 1 TOTAL GERAL 30 14 Fonte – Tabulação própria, concatenada com dados da Secretaria Municipal de Educação

Quando questionados sobre a existência de algum programa de capacitação para professores e/ou profissionais da educação, os entrevistados disseram que os cursos ocorrem eventualmente e apresentam temas relacionados à alfabetização e letramento, ressaltando que aqueles que ainda não completaram a formação profissional têm a oportunidade de estudar no Curso Normal oferecido à noite pela Escola Estadual.

Considerando a qualidade do ensino ofertado, os entrevistados destacaram que as escolas são muito boas, oferecendo ensino de qualidade. Segundo eles, não faltam professores na rede de ensino, o que é um ponto positivo, se consideramos a situação de muitas escolas. Apesar da referida qualidade, os entrevistados destacaram também a existência de defasagem idade- série, observada em todas as escolas do município.

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No caso do número de vagas existentes para cada série, os entrevistados informaram que este pode variar em função da demanda, embora exista uma capacidade máxima de atendimento decorrente da infraestrutura física das escolas. As pessoas entrevistadas ressaltaram o esvaziamento das turmas e a redução da demanda por vagas a partir das séries finais do ensino fundamental. Segundo elas, os casos de evasão observados apresentam como justificativas mais frequentes o ingresso do aluno no mercado de trabalho antes da conclusão do curso e/ou a desistência de estudantes da zona rural, principalmente nos períodos chuvosos, já que estes enfrentam dificuldades em chegar até a escola devido à precariedade das estradas.

Para além de questões específicas sobre as escolas, identificou-se que em Santo Antônio do Rio Abaixo não existe Conselho Municipal de Educação. A pesquisa de campo apontou, ainda, para a inexistência de projetos, ações ou ONGs com atuação em áreas afins à educação. Além disso, embora existam diversos projetos, programas e ações do governo estadual e federal voltados para a formação continuada de profissionais da educação em áreas diversas, poucas foram as ações identificadas nesse sentido.

Segundo percepção dos entrevistados, as carências no tocante à infraestrutura física das escolas – dentre as quais se destaca a inexistência de áreas para a prática de atividades esportivas e de recreação e a debilidade do sistema de transporte escolar - não interferem na qualidade do sistema educacional oferecido no município. No que tange à inclusão digital, a sala de informática da escola estadual e o Telecentro Comunitário, até o momento, são suficientes para o atendimento à demanda dos moradores do município. As condições físicas do atendimento seguem o modelo pedagógico no concernente à relação aluno/classe, com uma média de 23 a 25 alunos/docente/classe. Esta relação é considerada ótima para atingir uma boa qualidade de ensino, particularmente nas primeiras séries do ensino fundamental.

Quanto ao número de vagas disponíveis, as escolas municipais não têm capacidade de atender ao aumento futuro na demanda por vagas na educação infantil e também no ensino fundamental, segundo informações dos entrevistados. Para que o atendimento aconteça da melhor maneira possível seriam necessários investimentos na infraestrutura física e também aumento de recursos repassados para a educação, já que a rede de ensino municipal trabalha próximo de sua capacidade máxima.

7.3.2. Resultados da pesquisa amostral

Este subitem apresenta o perfil de educação do grupo pesquisado na pesquisa amostral realizada nas sedes urbanas de Morro do Pilar e de Santo Antônio do Rio Abaixo, abordando questões atinentes à demanda atual por vagas escolares, aos locais onde essa demanda ocorre e, de forma mais ampla, à demanda por educação profissionalizante, que constitui importante facilitador da inserção no mercado de trabalho.

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7.3.2.1. Morro do Pilar

No que tange às características relacionadas à educação, tem-se, primeiramente, que apenas 13,7% dos entrevistados estudam atualmente. Este percentual é mais alto para as mulheres do que para os homens, embora a diferença entre os dois contingentes não seja muito significativa, conforme se vê no Gráfico 7.7.

Gráfico 7.7 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo frequência atual à escola. Mulheres, homens e total da amostra. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

86,9% 84,2% 86,3% Não Sim

13,1% 15,8% 13,7%

Feminino Masculino Total

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Considerando a distribuição etária daqueles que frequentam a escola atualmente, 65,2% deles têm entre 16 e 25 anos – ou seja, de fato, estão em idade escolar se considerarmos que, formalmente, 25 anos é a idade aproximada com a qual um jovem conclui o ensino superior na ausência de reprovações. De forma complementar, é interessante destacar que os demais entrevistados que estão frequentando a escola têm mais de 30 anos de idade, representando, em sua maioria, indivíduos que voltaram – ou começaram – a estudar já em idades mais avançadas.

Na maioria absoluta dos casos – 82,6% –, o curso frequentado pelos entrevistados que estão estudando é presencial, sendo que em 78,3% deles a instituição de ensino fica em Morro do Pilar, especificamente na sede urbana. Quanto ao turno, 88,9% dos entrevistados estudantes estudam à noite21, o que é compatível com o perfil dos entrevistados que, em sua maioria, trabalha.

Vinculando educação e emprego, sabe-se que, cada vez mais, a realização de cursos, capacitações, aperfeiçoamentos e especializações tem se mostrado importante estratégia para aumentar as chances de que um indivíduo consiga nele se inserir. Isso se mostra significativo

21 Dado não apresentado em gráfico ou tabela.

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nos mais diferentes contextos, embora seja mais determinante em locais onde o mercado de trabalho se mostre mais diversificado e competitivo. No caso de Morro do Pilar, onde tal mercado é bastante incipiente, com pouca diversidade e capacidade de absorção, é interessante destacar que, no contexto atual, 40% dos entrevistados acha desnecessário fazer cursos de capacitação para que se consiga emprego na cidade, conforme plotado no Gráfico 7.8. Os demais entrevistados afirmaram que sim, é necessário que se façam cursos, caso se deseje ser empregado na cidade.

Dentre os cursos destacados, os mais referenciados foram aqueles concernentes às áreas de informática e computação, sendo interessante destacar, ainda, que houve menções a cursos mais diretamente relacionados ao ramo da mineração – no caso, mineração e segurança do trabalho – sugerindo que parte dos entrevistados já vê e verbaliza, dentre as potencialidades do município, o desenvolvimento de atividades econômicas nessa área.

Gráfico 7.8 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo opinião acerca da necessidade ou não de cursos, e da área do curso necessário, para a obtenção de emprego no município. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Beleza 1,2% Alimentação 2,4% Segurança do Trabalho 3,6% Elétrica 4,8% Mineração 7,2% Ensino básico, médio ou superior 7,2% Técnicos 10,8% Outro 12,0% Atendimento 12,0% Informática/Computação 51,8% Desnecessário 40,0% Fonte: Geonature, fev. 2011.

Ao todo, 44,3% dos entrevistados afirmaram que, à época de realização da pesquisa, não estavam sendo oferecidos cursos de capacitação em Morro do Pilar, ao passo que outros 29,9% disseram não saber qualquer coisa a esse respeito, conforme apresentado no Gráfico 7.9. Dentre os entrevistados que disseram que sim, estavam sendo oferecidos cursos no município, a maioria referenciou aqueles no ramo da informática e da computação. Estes percentuais sugerem certo nível de desinformação entre os entrevistados, pois, coincidentemente, à época de realização da pesquisa, soube-se que havia uma empresa na cidade que, em parceria com a Prefeitura Municipal, estava oferecendo alguns cursos profissionalizantes para a população, pelos quais eram cobrados valores mais baixos (R$60,00/mês), porém, não acessíveis à maioria dos moradores que, conforme se tem visto ao longo dos relatórios, possui rendimentos mensais bastante baixos.

Gráfico 7.9 – Informação dos entrevistados acerca de estarem ou não sendo oferecidos cursos Documento no. Data: Página: 47 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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de capacitação profissional na cidade, e a respeito de quais seriam esses cursos. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Sim, outros 2,4%

Sim, auxiliar de farmácia/farmacêutico 3,6%

Sim, secretariado/auxiliar administrativo 3,6%

Sim, auxiliar de contabilidade 7,2%

Sim, ramo da informática e computação 21,6%

Não sabe 29,9%

Não 44,3%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

O aparente nível de desinformação dos entrevistados acerca dos cursos ofertados é corroborado pelo fato de que, mesmo dentre aqueles que afirmaram estar sendo oferecidos cursos profissionalizantes na cidade, a maior parte não sabe ao certo quem os está oferecendo e, dentre aqueles que apontaram alguma instituição como sendo a responsável, não houve unanimidade. É o que mostra o Gráfico 7.10.

Gráfico 7.10 – Percentual de entrevistados que afirmaram que são oferecidos cursos de capacitação na cidade, segundo a instituição que os ofertam. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

11,6% Não sabe

41,9% Prefeitura /Sec. de Educação 20,9%

Empresa particular, de fora

Parceria entre Prefeitura e empresa particular 25,6%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Conforme retrata o Gráfico 7.11, independente de saberem ou não da oferta de cursos

Documento no. Data: Página: 48 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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profissionalizantes ou de capacitação profissional em Morro do Pilar, quase a metade dos entrevistados – 48,8% deles – afirmou ter interesse em fazer algum curso desse tipo, ao passo que a outra parcela dos entrevistados – 51,2%, afirmou não ter interesse por tal. Os cursos mencionados pelos indivíduos como sendo de seu interesse, no entanto, divergem em certa medida daqueles mencionados anteriormente como importantes para a aquisição de emprego no município, o que é bastante relevante, pois sugere que os interesses dos entrevistados não convergem exatamente com o que eles veem como necessário para atender ao mercado de trabalho local. Em comum, foram citados apenas os cursos nos ramos da alimentação e de beleza e o curso de informática – o mais citado em ambos os casos.

Gráfico 7.11 – Percentual de entrevistados com e sem interesse por fazer cursos de capacitação, com menção às áreas de interesse. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Beleza 3,8%

Costura e bordado 5,0%

Cursos superiores 6,3%

Saúde 7,5%

Alimentos 7,5%

Administrativo 7,5%

Conservação e limpeza 8,8%

Outros 20,0%

Informática 46,3%

Não tem interesse 51,2%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Por último, Gráfico 7.12 ilustra de modo bem claro que, quanto mais novo o entrevistado, maior é seu interesse em fazer cursos de capacitação, provavelmente para aumentar suas chances de inserção no mercado laboral. Por outro lado, o alto percentual de entrevistados em idade ativa que não têm vontade em realizar esses cursos (37%) demonstra que parte da PIA não está interessada em se capacitar, ainda que 60% deles tenham admitido que esses cursos sejam importantes para a aquisição de emprego no município22. Essa aparente correlação entre interesse por cursos e idade dos entrevistados esteve presente em muitas narrativas, nas quais eles afirmaram que ‘ter interesse até teriam, mas já estão velhos e não haveria utilidade alguma em estudar mais’. Em outros casos, o não interesse em fazer cursos profissionalizantes foi justificado pelo fato de que possuíam escolaridade bastante baixa, o que, segundo eles, inviabilizaria até mesmo o aprendizado de novas profissões.

22 Dado não apresentado em gráficos ou tabelas.

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Gráfico 7.12 – Distribuição etária dos entrevistados que afirmaram ter interesse em fazer cursos de capacitação profissional e daqueles que afirmaram não ter tal interesse. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 16 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65 66 a 75 76 a 85

Sim Não Fonte: Geonature, fev. 2011.

7.3.2.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

Iniciando a análise do contexto da educação em Santo Antônio do Rio Abaixo, tem-se que uma parcela significativa dos entrevistados estava estudando no momento da pesquisa. Adicionalmente, o Gráfico 7.13 permite notar que os percentuais encontrados não se diferenciaram muito quando se inseriu o recorte por sexo. A este respeito, ressalva-se apenas que, tendo sido a escolha da amostra totalmente aleatória, o número de mulheres entrevistadas (40) foi consideravelmente superior ao de homens (apenas 18).

Gráfico 7.13 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo frequência atual à escola. Mulheres, homens e total da amostra. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

80,0% 77,8% 79,3%

20,0% 22,2% 20,7%

Mulheres Homens Total Estuda atualmente Não estuda atualmente

Fonte: Geonature, set. 2011.

Documento no. Data: Página: 50 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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No que tange à distribuição etária dos entrevistados que afirmaram estar frequentando escola, 41,7% deles têm entre 16 e 25 anos – logo, encontram-se no grupo etário onde, formalmente, se dá a conclusão da etapa de estudos para a maioria daqueles que concluem até o ensino superior. Os demais entrevistados estudantes tinham entre 31 e 55 anos, ou seja, representam indivíduos que não concluíram seus estudos nas idades formalmente estabelecidas, ou porque sofreram muitas reprovações ou porque, mais provavelmente, começaram/voltaram a estudar mais tardiamente.

Dos doze entrevistados que afirmaram estar estudando, apenas um estuda à distância, ao passo que os demais realizam cursos presenciais. Apenas dois destes doze entrevistados estudam em outras cidades que não Santo Antônio do Rio Abaixo – no caso, um em Belo Horizonte e um em Carmésia. Todos os entrevistados estudantes frequentam escolas da zona urbana e 10 deles estudam no turno da noite23.

Abarcando a capacitação profissional como parte importante do setor educação, especialmente para indivíduos em idade ativa, como é o caso da maioria dos entrevistados nesse estudo, tem-se que 53,4% deles afirmam ser necessário fazer cursos de capacitação e profissionalização para se conseguir emprego em Santo Antônio do Rio Abaixo. No caso dos demais entrevistados, ou eles consideram desnecessária tal ação ou não possuem opinião a esse respeito, conforme se vê no

23 Dados não apresentados em gráfico ou tabela.

Documento no. Data: Página: 51 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.14.

Dentre os cursos apontados como importantes por aqueles que consideram necessário fazer algum tipo de capacitação, destacam-se os cursos técnicos como um todo. Em linhas gerais, é interessante notar que, a despeito do fato de que a maioria dos entrevistados era do sexo feminino, a maioria dos cursos citados está inserida em áreas majoritariamente dominadas por homens – como é o caso dos cursos de elétrica e mineração e, também, da maioria dos técnicos.

Com relação à oferta de cursos profissionalizantes, apenas 41,7% dos entrevistados disseram que ela ocorre no município, tendo os demais entrevistados afirmado que ela não ocorre ou que não tem conhecimento de tal. As áreas referenciadas por aqueles que identificaram a oferta de cursos no município pode ser visualizada no

Gráfico 7.15.

Sobre as instituições que oferecem os cursos mencionados, foram várias as citadas, dentre as quais se destacam instituições tanto públicas – como a Prefeitura, as escolas da sede e o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) – quanto não governamentais – como a SEPRO. Destaca-se que apenas uma menção foi feita a instituições particulares oferecendo cursos na cidade24.

24 Dado não apresentado em gráfico ou tabela.

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Gráfico 7.14 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo opinião acerca da necessidade ou não de cursos, e da área do curso necessário, para a obtenção de emprego no município. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Outras 6,5%

Mineração 6,5%

Segurança do Trabalho 6,5%

Informática 6,5%

Alimentação 9,7%

Atendimento 9,7%

Elétrica 12,9%

Técnicos 22,6%

Desnecessário/Não sabe 46,6%

Fonte: Geonature, set. 2011.

Gráfico 7.15 – Informação dos entrevistados acerca de estarem ou não sendo oferecidos cursos de capacitação profissional na cidade, e a respeito de quais seriam esses cursos. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Sim, outras áreas 15%

Sim, artesanato 10%

Sim, informática 30%

Sim, área de 35% enfermagem

Não sabe 10%

Não 48,3%

Fonte: Geonature, set. 2011.

Para além da existência de oferta de cursos profissionalizantes ou do fato de se ver ou não a capacitação como pré-requisito para a obtenção de vagas no mercado de trabalho local, 55,2% dos entrevistados afirmou que não teria interesse em fazer qualquer curso desse tipo, ainda

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que houvesse oferta no município. No caso dos que disseram ter interesse por tal, foi grande a diversidade de cursos mencionada, tendo se sobressaído aqueles ligados ao artesanato e a alguns setores bastante vinculados ao serviço público – especificamente, educação, saúde e administração pública, conforme Gráfico 7.16. A respeito destes cursos, é interessante notar que eles não guardam relação alguma com aqueles que foram apontados pelos entrevistados como sendo importantes para que se consiga emprego na cidade, atualmente.

Gráfico 7.16 – Percentual de entrevistados com e sem interesse por fazer cursos superiores, e de cursos de interesse por eles mencionados. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Culinária 7,7%

Área agropecuária 7,7%

Área da educação 15,4%

Área da saúde 15,4%

Administração, inclusive pública 15,4%

Artesanatos diversos 15,4%

Outros, diversos 26,9%

Não tem interesse 55,2%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Por fim, o entrecruzamento da idade dos entrevistados com a informação sobre haver ou não interesse em participar de algum curso de capacitação revelou não existir uma relação clara entre essas duas variáveis. Não obstante, é importante destacar que a prevalência de entrevistados mais jovens é maior entre os que têm interesse em fazer algum curso profissionalizante, do que entre aqueles que não tem tal interesse, ao passo que entre os que disseram não ter interesse por tal, a prevalência nas idades mais avançadas é maior, vis-à-vis aquela observada no outro grupo25.

7.4. Saúde

7.4.1. Informações de fontes secundárias e de pesquisa institucional

As informações sobre as condições de saúde nos municípios de Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo foram coletadas, principalmente, no site do Ministério da Saúde – DATASUS e, posteriormente, complementadas com informações obtidas em entrevistas com representantes de órgãos e instituições presentes na região, bem como em pesquisa amostral realizada nas sedes urbanas desses municípios.

25 Dado não apresentado em gráfico ou tabela.

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7.4.1.1. Morro do Pilar

O município conta com três estabelecimentos de saúde, dentre os quais dois públicos e um filantrópico. Especificamente, são dois centros de saúde/unidades básicas de saúde e um “hospital geral” que, na verdade, é uma Unidade Hospitalar de Pronto Atendimento.

Tabela 7.4 – Número de estabelecimentos por tipo de prestador segundo tipo de estabelecimento. Morro do Pilar, 2011.

Tipo de Estabelecimento Público Filantrópico Total Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde 2 - 2 Consultório Isolado - - - Hospital Geral - 1 1 Policlínica - - - Posto de Saúde - - - Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e - - - Terapia Total 2 1 3 Nota: Número total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS.

Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional disponível em http://cnes.datasus.gov.br. Acesso em 15 set. 2011

Segundo informações obtidas durante as entrevistas, a principal unidade de saúde local é o Hospital Joaquim Bento de Aguiar. Construído em 1988, este se encontra cadastrado no Ministério da Saúde como entidade filantrópica conveniada ao SUS. Embora conste como hospital nos registros do Ministério da Saúde, na prática trata-se tão somente de um posto, uma Unidade Hospitalar de Pronto Atendimento.

Confirmando o relatado pelos entrevistados, durante a realização da pesquisa em campo pôde-se perceber a falta de espaços devidamente esterilizados e organizados para o atendimento a situações de emergência. Além disso, alguns equipamentos – como uma incubadora e um aparelho de raios x – encontravam-se desmontados ou colocados em local impróprio para seu uso. No caso do aparelho de raios x, foi destacado que o mesmo nunca foi sequer montado, pois seu funcionamento depende da adequação de um espaço para tal, com cobertura de chumbo, o que não havia sido providenciado, até o momento da pesquisa.

Uma consulta ao banco de dados do Ministério da Saúde (MS, 2010) permitiu averiguar quais os equipamentos e infraestrutura existentes em Morro do Pilar (Quadro 7.3). Há que se destacar que os equipamentos são listados para o município como um todo, não estando associados, de forma específica, a nenhuma das três instituições de saúde existentes.

Documento no. Data: Página: 55 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Quadro 7.3 – Equipamentos cadastrados para a saúde em Morro do Pilar, conforme Ministério da Saúde, 2010.

Área Equipamento Quantidade Raios-X dentários 1 Equipamento Odontológico 2 Compressor odontológico 1 Fotopolimerizador 1

Caneta de alta rotação 2 Odontologia Caneta de baixa rotação 1 Amalgamador 1 Incubadora 1

Monitor de pressão não invasivo 12 da vida da

Manutenção Manutenção Reanimador pulmonar 1 Eletrocardiografo Fora de uso Fonte – Tabulação própria, concatenada com dados do Ministério da Saúde disponíveis em http://cnes.datasus.gov.br.

Além do Hospital Joaquim Bento de Aguiar, o município conta com uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que funciona na entrada do perímetro urbano de Morro do Pilar, em um espaço independente, amplo e bem estruturado, construído especialmente para este fim. O Centro de Saúde Morro do Pilar (CS) está instalado em um local anexo ao Hospital, e funciona em espaço bastante restrito e adaptado, possuindo duas salas para atendimento médico, uma sala para procedimentos, uma sala administrativa e outra que é cedida ao Joaquim Bento para funcionamento de sua farmácia.

Até o momento da pesquisa, em Morro do Pilar não existia farmácia pública ou popular, apenas três drogarias particulares na sede municipal. Segundo informações fornecidas pela Prefeitura, o município firmou convênio com o Governo Estadual, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, para construção de uma farmácia pública, no escopo do Programa ‘Farmácia de Minas26’. Os recursos já foram aprovados e liberados, restando, agora, apenas construir o prédio onde a farmácia funcionará.

Outra estrutura de saúde existente é o laboratório de análises clínicas. Foi destacado que, apesar da existência do mesmo, a maioria dos exames é apenas coletada no município e depois enviados a Itabira para análise. Tal situação é causada, principalmente, pela falta de infraestrutura física e de equipamentos para realização de exames, inclusive de média e de alta complexidade.

26 O programa Rede Farmácia de Minas visa garantir o acesso a medicamentos para atenção primária, por meio da estruturação da rede estadual de assistência farmacêutica. No nível municipal, o Programa prevê o repasse de recursos financeiros aos municípios, para construção da Farmácia, aquisição de equipamentos e complementação salarial do profissional farmacêutico responsável pela unidade da Rede Farmácia de Minas. O município recebe, ainda, um software - o Sistema Integrado de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica (SIGAF) - que ajuda no gerenciamento da Farmácia.

Documento no. Data: Página: 56 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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O Quadro 7.4 a seguir apresenta a infraestrutura de saúde de Morro do Pilar.

Quadro 7.4 – Infraestrutura de Saúde. Morro do Pilar, 2010.

Conveniada Tipo de estabelecimento Denominação Esfera Administrativa ao SUS?

Hospital Geral Hosp. Joaquim Bento de Aguiar Entidade Beneficente Sim

Centro de Saúde/Unidade Centro de Saúde Morro do Pilar Municipal, adm. direta da Saúde (MS, SES, SMS) Sim Básica de Saúde PSF Ana Soares Vieira Sá Donana Municipal, adm. Direta de Saúde (MS, SES, SMS) Sim

Posto de Saúde Não há ______

Policlínica Não há ______

Consultório Isolado Não há ______

Laboratório de Análises Não há ______

Farmácia Popular Não há, apenas drogaria privada ______Leitos Não há ______

Fonte: Tabulação própria, concatenada com dados do Ministério da Saúde disponíveis em http://cnes.datasus.gov.br.

Além das estruturas físicas existentes, Morro do Pilar conta com duas equipes da Estratégia de Saúde da Família – ESF27, estando uma referenciada à zona urbana e a outra à zona rural. Ambas estão localizadas na sede do município. Importa destacar que a instalação, na cidade, do ponto de apoio da ESF rural deve-se ao fato daquela população encontrar-se muito espalhada no território, o que dificultaria a seleção de uma das localidades para tal.

A unidade urbana da ESF cobre cinco micro áreas que, juntas, agregam 668 famílias. Já a unidade rural da ESF cobre quatro micro áreas, agregando um total de 436 famílias. Segundo dados do Ministério da Saúde, desde 2004 a cobertura populacional da Saúde da Família é de 100% (MS, 2012). Tal fato deve ser visto como extremamente positivo, pois um dos papéis preponderantes desempenhados pela ESF é contribuir com a redução da demanda por serviços de média e de alta complexidade, oferecendo ações de prevenção e identificação precoce de determinados agravos à saúde, além de permitir um acompanhamento mais próximo às famílias.

Segundo os entrevistados, há que se destacar ainda que, embora a saúde da família funcione segundo a lógica do atendimento compartido por território de residência, com uma equipe de referência para cada território, alguns moradores têm preferência por determinado médico, que não necessariamente é o responsável por seu local de residência. Nesses casos, os moradores preferem se deslocar até outra área para serem atendidos pelo médico de sua

27 Conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde, a ESF – nomenclatura que veio substituir a anterior, Programa de Saúde da Família, ou PSF - é uma estratégia fomentada pelo governo federal para reorientação do modelo assistencial. Opera por meio da implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde que são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. Seguindo o preconizado para a atenção básica, tais estão focadas na execução de ações voltadas para a promoção da saúde, da prevenção, da recuperação, da reabilitação de doenças e agravos mais frequentes e da manutenção da saúde das famílias a ela referenciadas.

Documento no. Data: Página: 57 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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preferência, ao invés de se consultar com o profissional de referência de seu território.

As ações em saúde em Morro do Pilar estão vinculadas a uma secretaria municipal exclusiva para essa área, a qual não possui um prédio específico para seu funcionamento. Em função disso, suas atividades são realizadas no Hospital Joaquim Bento de Aguiar.

Existe um Conselho Municipal de Saúde na cidade mas, segundo informações repassadas pelos entrevistados, o mesmo encontra-se um tanto desarticulado e não se reúne de forma regular. Conforme preconiza a Lei nº. 8142, de 28/12/1990, para o recebimento de recursos advindos do Estado e do Governo Federal, o município deve ter instituído o Conselho de Saúde – de composição paritária, conforme Decreto nº 5.839, de 11/07/2006 –, sendo necessária, ainda, a existência do Fundo Municipal de Saúde. Além disto, o Conselho de Saúde constitui um dos principais mecanismos de controle social e de participação popular no desenho e gestão da saúde, servindo seu nível de articulação como um termômetro da organização social no município (FIOCRUZ, 2002).

O atendimento a parte da demanda por consultas e exames é garantido por meio da participação de Morro do Pilar no Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro Leste (CISCEL). Fundado em 12/06/1997, tal consórcio destina-se a garantir atendimento de baixa e de média complexidade à população dos municípios consorciados, oferecendo exames e consultas médicas. Tais procedimentos são realizados na sede do Consórcio, localizada em Itabira, a qual conta com uma unidade ambulatorial composta por consultórios e salas de procedimentos médicos. Além de Morro do Pilar e de Itabira, fazem parte do CISCEL os municípios de Santa Maria de Itabira, Santo Antônio do Rio Abaixo, Passabém, , Itambé do Mato Dentro, Barão de Cocais, , Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo e São Sebastião do Rio Preto.

Segundo levantamento realizado pelo Colegiado dos Secretários Executivos dos Consórcios Intermunicipais de Saúde de Minas Gerais/Agência de Políticas Públicas (COSECS/APP), além da ultrassonografia, cardiologia, oftalmologia e eletrocardiografia, que funcionam na própria sede do consórcio, o CISCEL possui, também, uma rede contratada para a realização de diversos procedimentos de baixa e de média complexidade. Para custeio de suas ações, cada município consorciado repassa para o consórcio 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pagando mediante fatura individual o valor que ultrapassa o recurso que foi repassado. A prestação de contas é feita, especificamente, aos prefeitos e secretários municipais de saúde, ao Tribunal de Contas de Minas Gerais e, ademais, por meio de publicação em jornais de grande circulação nos municípios consorciados (COSECS, s.d.).

A totalidade dos profissionais de saúde do município de Morro do Pilar está apresentada no quadro abaixo. Cabe notar que, apesar do pequeno número de profissionais atuantes, o município dispõe de um fisioterapeuta contratado.

Documento no. Data: Página: 58 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Quadro 7.5 – Quantidade de profissionais existentes nas instituições públicas de saúde, segundo local de trabalho, função e vínculo empregatício. Morro do Pilar, 2010.

Local Função Quantidade Vínculo Empregatício Médico Clínico Geral 1 Contratado Enfermeiro 1 Contratado Fisioterapeuta Geral 1 Contratado Psicóloga 1 Autônoma, prestação serviço

Técnico em Enfermagem 2 Contratado Bento de Aguiar Hospital Joaquim Joaquim Hospital Auxiliar de Enfermagem 6 Contratado Médico de Saúde da Família 1 Contratado Enfermeiro de Saúde da Família 1 Contratado Cirurgião Dentista de S. Família 2 Contratado +func. Público Farmacêutico 1 Contratado

do do Pilar Aux. Cons. Odontológico de S. Família 1 Contratado Téc. Enfermagem de S. Família 1 Contratado

Centro de Morro Saúde Agente Comunitário de Saúde 5 Contratado Médico de Saúde da Família 1 Contratado Enfermeiro de Saúde da Família 1 Contratado Cirurgião Dentista de S. Família 1 Contratado Aux. Cons. Odontológico de S. Família 1 Contratado

Aux. Enfermagem de S. Família 1 Contratado

PSF Ana Soares Ana PSF Vieira Sá Donana Vieira Sá Agente Comunitário de Saúde 4 Contratado

Fonte – Tabulação Própria, concatenada com dados do Ministério da Saúde disponíveis em http://cnes.datasus.gov.br.

Passando-se da infraestrutura física e humana existente para alguns indicadores de saúde da população, vale destacar o comportamento da mortalidade no município. Segundo dados do Datasus, houve um pequeno aumento no número de óbitos entre 2000 e 2010, passando-se de um total de 3,5 óbitos/1.000 habitantes no primeiro ano para 3,9 óbitos/1.000 habitantes, no final do período considerado. Os percentuais observados em Minas Gerais servem como parâmetro para uma avaliação dos indicadores referente ao município: 5,4%0 e 6,1%0 em 2000 e 2010, respectivamente.

Em números absolutos, entre janeiro de 2010 e outubro de 2011, foram registrados 27 óbitos em Morro do Pilar, dentre os quais 15 em 2010 e 12 em 2011. Os principais grupos de causas podem ser visualizados no Gráfico abaixo, no qual se destacam as doenças do aparelho circulatório, seguidas pelas causas mal definidas.

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Gráfico 7.17 – Número absoluto de óbitos segundo grupos de causas selecionados. Morro do Pilar, Janeiro de 2010 a outubro de 2011.

4 Doenças aparelho 3 circulatório 12 Causas mal definidas

3 Neoplasias

5 Causas externas

Outros

Fonte: Ministério da Saúde – Datasus, 2011.

Em relação à cobertura da imunização por meio de vacinas preventivas, verifica-se que em 2010 todas as crianças da cidade foram vacinadas (Ministério da Saúde – DATASUS, 2010).

Bastante atrelado à preservação da saúde, o combate à pobreza extrema e à fome é um dos objetivos contidos na Declaração do Milênio, documento assinado em 2000 por chefes de Estado e de Governo de 189 países, entre eles o Brasil. Uma das metas a serem atingidas é a redução pela metade, entre 1990 e 2015, da proporção da população atingida pela fome (PNUD). A prevalência de desnutrição em crianças é uma das formas de se medir a fome em um país, região ou município, e seu monitoramento, ao longo do tempo, é uma maneira de avaliar se estão sendo executadas ações de combate por parte dos governantes. Ao que tudo indica, no município de Morro do Pilar estão sendo bem sucedidas as ações nesse âmbito, uma vez que se observa uma queda contínua no indicador “prevalência de desnutrição”, a partir de 2003. Ao analisar o Gráfico abaixo, percebe-se que a proporção de crianças menores de dois anos e que sofrem de desnutrição chegou a 0,6 em Morro do Pilar no ano de 2010.

Documento no. Data: Página: 60 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.18 – Prevalência de desnutrição em menores de dois anos, a cada cem crianças, de acordo com a Estratégia de Saúde da Família. Morro do Pilar. 1999 a 2010.

Fonte: SIAB – DATASUS. Portal ODM, Relatório Dinâmico, 2011.

De acordo com o Ministério da Saúde, ao longo das três últimas décadas o indicador de mortalidade infantil vem sofrendo reduções constantes no país. Em Morro do Pilar no período compreendido entre janeiro/2007 e outubro/2011 foi registrado apenas um óbito de criança com até um ano de idade, perfazendo uma taxa de mortalidade infantil de 34,5%0 para o período comentado (DATASUS, 2011).

Quanto ao percentual de mães adolescentes (15 a 19 anos), este variou ao longo das décadas de 1990 e 2000, conforme se vê no Gráfico abaixo. Tal variação é plausível, se levarmos em conta o pequeno número anual de nascimentos observados no município a cada ano, o qual variou de 17 em 2002 a 45 em 2001, tendo iniciado e terminado o período considerado com 29 nascimentos (Datasus, 2011).

Documento no. Data: Página: 61 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.19 – Evolução do percentual de mães adolescentes. Morro do Pilar, 2000 a out./2011.

28,6%

23,5% 23,3% 21,4% 20,0% 19,2% 15,6% 13,2% 13,8%

7,1% 7,3% 5,9%

Fonte: Datasus, Caderno de Informações de Saúde.

Outro índice importante na análise da saúde dos munícipes é a internação por grupos de causas. Em Morro do Pilar, entre janeiro de 2010 e outubro de 2011, ocorreram 167 internações, dentre as quais 80 em 2010 e as outras 87 entre janeiro e outubro de 2011. Dentre as motivações para tal, destacam-se as causas externas, as doenças circulatórias, as doenças digestivas e aquelas respiratórias que, juntas, . Dentre as causas externas que motivaram internações de moradores de Morro do Pilar, no período considerado, sobressaem- se as quedas (21), tendo sido observados, ainda, acidentes de trânsito com veículo pesado (2), acidente com motociclista (1) e outras causas (6).

Uma informação igualmente significativa em termos de saúde é a ausência de casos notificados de HIV/AIDS em Morro do Pilar, durante o período de 1990 a 201028. Isto a despeito da tendência ao espraiamento e à chegada em municípios de pequeno porte, que vem sendo observada para esta epidemia a longo dos últimos anos.

28 DATASUS, 2009 e Portal ODM, Relatório Dinâmico, 2011.

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Gráfico 7.20 – Distribuição percentual das internações, segundo grupos de causas selecionadas. Morro do Pilar, 2010, janeiro a outubro de 2011, e total para o período.

2011 (n=87) 2010 (n=80) Total (n=167) Outras causas 12,6% 12,5% 12,6% XVIII.Causas mal definidas 2,3% 6,3% 4,2% XVII.Malformações congênitas deformidades e anomalias 3,4% 5,0% 4,2% cromossômicas XVI. Afecções período perinatal 3,4% 5,0% 4,2% XIII.D. sist. osteomuscular e tec. 5,7% 5,0% 5,4% conjuntivo XIV. Doenças do aparelho geniturinário 11,5% 0,0% 6,0% II. Neoplasias (tumores) 6,9% 7,5% 7,2% X. Doenças do aparelho respiratório 6,9% 12,5% 9,6% XI. Doenças do aparelho digestivo 12,6% 12,5% 12,6% IX. Doenças do aparelho circulatório 19,5% 12,5% 16,2% XIX. Causas externas 14,9% 21,3% 18,0%

OBS: por não se tratar de casos motivados por doenças e/ou acidentes, as internações ocorridas em virtude de gravidezes, partos ou puerpérios foram retiradas do montante representado no gráfico. Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH)/Datasus, 2012.

De acordo com informações obtidas por meio do Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), entre 2006 e 2010 as despesas com saúde em Morro do Pilar aumentaram 36,7%. Em termos relativos a vigilância epidemiológica foi a que sofreu maiores aumentos, ao passo que em termos absolutos a assistência hospitalar e ambulatorial tenha sido a principal responsável pelo aumento observado no montante de despesas em saúde. No outro extremo destacam-se as ações voltadas para a vigilância sanitária, que não sofreram investimento algum no período de tempo considerado, denotando, por isso, ponto deficitário na infraestrutura de saúde.

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Tabela 7.5 – Histórico das despesas de saúde, Morro do Pilar 2007-2010

Ano Variação Ítem de despesa 2006 2007 2008 2009 2010 2006-2010 Atenção Básica 429.121,71 424.250,00 419.500,00 633.000,00 544.264,16 21,2% Assistência Hospitalar e 1.022.995,60 1.234.755,63 1.050.000,00 1.284.000,00 1.387.768,85 26,3% Ambulatorial Vigilância Sanitária ------Vigilância Epidemiológica 12.021,28 - 23.500,00 24.000,00 23.724,50 49,3% Outros gastos - 87.200,00 228.500,00 91.700,00 356.477,15 - Total no ano 1.464.138,59 1.746.205,63 1.721.500,00 2.032.700,00 2.312.234,66 36,7% Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos em Saúde - SIOPS

Como não existe profissional e nem serviço particular ou conveniado no campo da saúde, todas as ações ficam a cargo do poder público, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Exceção feita ao atendimento odontológico, para o qual existem, no município, dois dentistas com consultório particular, além dos dois profissionais que compõem a equipe de saúde da família.

Devido à precária infraestrutura de saúde existente, o município realiza somente atendimentos da atenção básica. A maioria dos casos de maior complexidade, onde se incluem, dentre outras coisas, os procedimentos de suturas e imobilizações de fraturas e as solicitações de consultas com especialistas, são encaminhados para Itabira – microrregião à qual Morro do Pilar pertence – ou para Belo Horizonte, dependendo do tipo de demanda e da disponibilidade de vagas.

Em Belo Horizonte, os casos são encaminhados, sobretudo, para os Hospitais João XXIII e Risoleta Tolentino Neves. Em casos específicos, são encaminhados também para os Hospitais Sofia Feldman e Odete Valadares – gravidezes e partos de alto risco –, para o Galba Veloso – quando se trata de surtos psiquiátricos –, ou para os Hospitais Mário Pena e Baleia – em casos de tratamento ou agravos causados pelo câncer. Além disto, a Coordenadoria de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência, da Secretaria Estadual de Saúde, informou que Morro do Pilar é referenciado para Belo Horizonte no Programa Estadual de Reabilitação Física e no Programa Estadual de Atenção à Saúde Auditiva, encaminhado para este município todas as demandas surgidas nestas duas áreas.

Em Itabira, o hospital de referência é o Nossa Senhora das Dores. Além de demandas por atendimento hospitalar, Morro do Pilar encaminha para esse município a maioria das solicitações por consultas com especialistas ou por exames específicos. De acordo com informações da Coordenação Estadual de Hipertensão e Diabetes (Hiperdia) há previsão de implantação, em 2011, de um Centro Hiperdia em Itabira, o qual ficará responsável por atender aos portadores de diabetes e hipertensão com um nível de complexidade maior, também de Morro do Pilar.

A despeito da estrutura instalada para o atendimento via consórcio, ou do mecanismo de encaminhamentos para os hospitais de Itabira e de Belo Horizonte, na prática, o atendimento em saúde deixa a desejar. Isso porque, segundo entrevistados, nem o CISCEL e nem os

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hospitais conseguem atender a todas as demandas e, quando conseguem, quase sempre é longo o tempo de espera, que aumenta de forma proporcional à complexidade do procedimento e ao tamanho da demanda por ele ou pela especialidade.

Alguns dos problemas citados nas entrevistas se referem à falta de vagas, ao número de profissionais vis-à-vis à demanda, à falta de determinadas especialidades e a não realização de certos tipos de exames – como os de alta complexidade. Isto faz com que, em muitas situações, haja descontinuidade no tratamento. Tal situação pode ocorrer devido à desistência por parte do paciente, à saída do médico que fazia o acompanhamento, ou devido ao fato de o hospital de Itabira e do CISCEL não oferecerem condições para realizar determinados procedimentos, levando à necessidade de encaminhamento para Belo Horizonte, sobretudo para os hospitais mencionados anteriormente.

Conforme opiniões de entrevistados, para tornar a infraestrutura de saúde de Morro do Pilar suficiente seriam necessárias, no mínimo, a reforma do Hospital João Bento de Aguiar e a contratação de mais profissionais e de mais especialidades, tanto no Consórcio quanto no próprio município. Informaram também que Morro do Pilar recebeu recursos do Governo Federal para reforma e adequação das estruturas do referido hospital, o que, certamente, aumentará a sua capacidade de atendimento e possibilitará a ampliação dos tipos de serviços ofertados no próprio município, contribuindo, assim, para a diminuição das filas de espera e de encaminhamento para outros locais. O projeto já foi aprovado e o recurso para tal já se encontra no município. No momento da pesquisa em campo, o início da execução das obras dependia, somente, da conclusão do processo licitatório.

Especificando a demanda existente e, portanto, as áreas com maiores necessidades de investimento, destacaram que os serviços mais demandados por Morro do Pilar no campo da saúde eram, em ordem decrescente de recorrência, as consultas médicas, os exames laboratoriais, os exames específicos, o atendimento de urgência e, por último, as internações. No que tange às especialidades mais demandadas e, portanto, com as maiores filas de espera, foram destacadas, também em ordem decrescente de recorrência, a clínica geral, a ginecologia e obstetrícia, a cardiologia e a pediatria, ao lado de outras especialidades como a otorrinolaringologia, a pneumologia, a reumatologia, a neurologia e a psiquiatria. Além dessas, a ginecologia infantil e a neurocirurgia foram destacadas como especialidades demandadas, porém sem atendimento em Itabira, devido à falta de especialistas para tal.

Uma vez que Morro do Pilar oferece apenas atendimento no nível básico, as únicas especialidades parcialmente atendidas no próprio município são aquelas por consultas com clínico geral ou por realização de sessões de fisioterapia. Importante ressaltar que, por estar no nível da atenção básica, o município poderia oferecer atendimento em outras áreas, além da clínica geral – como a pediatria, a cardiologia e a ginecologia (MS, 2011_a).

No que tange aos profissionais e especialistas atuantes nas três instituições existentes, destaca-se a fragilidade dos vínculos empregatícios, dado que, no momento da pesquisa, a maioria absoluta dos profissionais era apenas contratada por tempo determinado. Tal fato

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reforça a importância do concurso realizado no município, o qual garantirá mais estabilidade aos atendimentos, por meio da formalização de vínculos empregatícios permanentes.

Quadro 7.5 apresentado anteriormente sumariza a composição de cada unidade de atendimento, no que concerne aos profissionais atuantes na atenção à saúde – excetuando-se os profissionais técnico-administrativos e aqueles responsáveis pela conservação e limpeza. Com relação aos dados apresentados, vale destacar que estes se referem ao local de atuação dos profissionais, o que não necessariamente coincide com o local no qual estão referenciados no Ministério da Saúde. Isso vale para toda a equipe do Hospital Joaquim Bento de Aguiar, que está referenciada ao Centro de Saúde Morro do Pilar. Além disto, é possível que alguns destes profissionais ou algumas das funções elencadas, bem como os vínculos, tenham se alterado em virtude da efetivação dos aprovados no concurso.

Foi informado que é bastante elevada a demanda por serviço de fisioterapia, por existirem muitos portadores de deficiência motora no município. O horário de atendimento do médico clínico do Hospital varia entre os períodos da manhã, tarde e noite, a depender da demanda que surja. Quanto ao psicólogo, o atendimento no município ocorre apenas uma vez por mês e está destinado somente aos casos mais urgentes; isto porque a demanda é bastante elevada, ou seja, bem mais do que o número de horários disponíveis permitiria cobrir. Embora não esteja destacado como tal no

Quadro 7.5, no Centro de Saúde Morro do Pilar existe, ainda, um dos profissionais que é prático em patologia e, por isto, realiza o recebimento e a coleta de materiais para análises laboratoriais. Para atender a todo o município, existe um agente de endemias e zoonoses que foi recentemente contratado.

É interessante destacar, também, que uma vez que não há profissional com formação em assistência social na área da saúde, tal intervenção é solicitada à Secretaria Municipal de Promoção Social sempre que se faz necessário. A demanda por este tipo de profissional é bastante elevada no município, inclusive por parte da saúde, que sempre a requer para realizar avaliações, acompanhamentos e orientações junto aos pacientes e suas famílias.

Com relação ao meio de transporte de pacientes, o município conta com um micro-ônibus com 26 lugares, repassado pelo Estado, por meio do Sistema Estadual de Transporte em Saúde (SETS), além de três ambulâncias. O micro-ônibus atende também ao município vizinho de Itambé do Mato Dentro. Quanto às ambulâncias, devido à falta de manutenção, apenas uma dentre as três encontra-se em condições de se deslocar para fora do município, nas situações de emergência. No caso das outras duas, uma delas não funciona mais e a outra só consegue circular no perímetro urbano. Para o transporte das equipes do PSF, os entrevistados destacaram que, embora exista um veículo destinado para tal, na prática o deslocamento se dá quase sempre por meio do transporte escolar, de modo que o veículo específico do PSF fique à disposição para transportar pacientes no município.

Diante dessas informações é possível perceber que a questão do transporte e, sobretudo, da

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manutenção da frota de veículos públicos, apresenta-se como um problema real em Morro do Pilar. Faz-se presente não somente na saúde, mas também nos demais setores de atuação do poder público – como educação, assistência social e segurança pública – e prejudica significativamente a atuação dos profissionais e o acesso das políticas e serviços, sobretudo às localidades mais distantes. As condições de conservação das vias de acesso ao município e às suas zonas rurais, especialmente nos períodos chuvosos, agrava ainda mais a situação, posto que provoca maior desgaste dos veículos e, consequentemente, torna mais frequente a necessidade de manutenção.

Outra dificuldade significativa enfrentada pela saúde em Morro do Pilar, segundo informações, é a alta rotatividade dos profissionais, especialmente dos médicos. Esta seria motivada, sobretudo, pelo valor da remuneração oferecida, que não atrai tais profissionais. Já foram abertos concursos públicos para o provimento de vagas porém, quando se consegue efetivar algum profissional, esse permanece por pouco tempo, geralmente apenas até conseguir uma vaga em outro local.

Atrelada a tal dificuldade está a questão da capacidade do município para atender à demanda. Segundo a pessoa entrevistada, a infraestrutura física e humana existente, bem como o fato de o município só realizar atendimento básico, gera uma lacuna entre a oferta e a procura. De forma complementar, o consórcio intermunicipal também não tem sido capaz de garantir atendimento pleno e ágil a toda a demanda por outros procedimentos e especialidades, dado que esta é bastante superior à oferta dos serviços, considerando que atendem outros 12 municípios, além de Morro do Pilar.

Um quarto ponto nevrálgico na organização da saúde em Morro do Pilar é a inexistência de capacitação e formação continuada dos profissionais. No momento da pesquisa, os únicos profissionais da saúde que estavam recebendo capacitação para o trabalho eram uma enfermeira e um técnico em informática – ambos estavam participando de um curso de pós- graduação na área de gestão em saúde, oferecido pelo Estado por meio da Gerência Regional de Saúde. Foram disponibilizadas duas vagas ao município e os dois se candidataram.

Especificamente no caso da equipe do PSF, a profissional responsável por este programa disse realizar, por sua conta, capacitações periódicas, sem um calendário predefinido, abordando assuntos específicos – como hipertensão, diabetes, DST e drogas. Destacou, ainda, que as equipes do PSF realizam palestras voltadas para as famílias de todas as microáreas, realizadas, na maioria das vezes, no espaço das escolas.

Quanto aos convênios existentes para execução das políticas e serviços em saúde, foi informado que naquele momento Morro do Pilar possuía somente alguns com o governo estadual. Os convênios com o governo federal estavam suspensos devido ao não cumprimento de certos pré-requisitos. Dentre os convênios e consórcios do setor de saúde, o primeiro a destacar é o que garante o micro-ônibus para transporte dos pacientes, conforme já mencionado anteriormente. Outro relevante é o que destinou recursos à construção e implementação de uma farmácia pública em Morro do Pilar. Um terceiro convênio destacado

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foi aquele que destinou recursos para a reforma do Ambulatório Joaquim Bento de Aguiar, com início previsto para 2011.

No tocante ao quadro epidemiológico do município em 2009 e 2010, vale destacar que, nesse período, não foi registrado caso algum de dengue ou febre amarela. Isso a despeito da abundância de águas e possíveis focos para proliferação do Aedes Aegypti ou do fato de que Morro do Pilar está inserido numa região onde a febre amarela é considerada endêmica, com orientação favorável à vacinação, por parte do Ministério da Saúde. Também não foi diagnosticado caso algum de Doença Sexualmente Transmissível (DST) ou de Doença de Chagas. Sobre esta última, foi informado que existem muitos casos crônicos que são acompanhados conforme a necessidade, o que parece sugerir que tal doença, que fez várias vítimas no passado, encontra-se sob controle no município.

Outro ponto que chamou a atenção foi que, tanto em 2009 quanto em 2010, não foi registrado caso algum de contágio por doenças infectocontagiosas. Tal fato surpreende, face à infraestrutura de saneamento do município, que não possui tratamento de água na zona rural e nem tratamento completo da água no perímetro urbano. De igual forma, não dispõe de rede para coleta e tratamento de esgoto sanitário, nem controle sobre o manejo de resíduos sólidos e o escoamento do esgoto na zona rural (Geonature, 2011).

Dentre as verminoses, a única destacada foi a ‘Ancilostomíase29’ (amarelão ou anemia tropical) que é bastante frequente – especialmente entre as crianças. Na maioria dos casos de anemia que são detectados pelo PSF, o exame mais detalhado das condições do paciente revela que a Ancilostomíase é a causadora.

Somente as doenças das vias respiratórias foram destacadas como recorrentes – o número de casos que surgem torna-se bastante elevado nos períodos de mudanças climáticas. Além disso, destaca-se como relevante o número de casos de doenças pulmonares obstrutivas crônicas, provocadas, sobretudo, pelo tabagismo, o que reporta à necessidade de realização de campanhas de conscientização e combate ao fumo.

7.4.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

O município de Santo Antônio do Rio Abaixo conta com apenas uma Unidade Básica de Saúde/Centro de Saúde, localizada na sede municipal, que atende casos de urgência, emergência e ambulatorial. Essa unidade conta com uma farmácia, uma lavanderia, uma central de esterilização de materiais e S.A.M.E. ou S.P.P. (Serviço de Prontuário de Paciente) e abriga também a Secretaria Municipal de Saúde que não possui prédio próprio.

29 Também conhecida por amarelão, opilação, anemia tropical ou ancilostomose, é uma das verminoses mais comuns no Brasil, principalmente nas zonas rurais. É causada pelo Necator americanus ou pelo Ancylostoma duodenale, sendo transmitida através da pele (contato com solo contaminado, por exemplo) ou de alimentos infectados (quando as moscas pousam nos alimentos depois de terem tido contato com as fezes do transmissor). Os vermes penetram no organismo e prendem-se nas paredes do intestino, passando a sugar o sangue da criança para se alimentar.

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Tabela 7.6 – Número de estabelecimentos por tipo de prestador segundo tipo de estabelecimento. Santo Antônio do Rio Abaixo, 2011.

Tipo de Estabelecimento Público Filantrópico Total Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde 1 - 1 Consultório Isolado - - - Hospital Geral - - - Policlínica - - - Posto de Saúde - - - Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e - - - Terapia Total 1 - 1 Nota: Número total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS.

Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional disponível em http://cnes.datasus.gov.br. Acesso em 15 set. 2011

Foto 7.5 – Centro de Saúde Emídio Martins Moreira.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011)

Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os estabelecimentos, em geral, possuem sete consultórios divididos de acordo com a Tabela 7.7 a seguir:

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Tabela 7.7 – Instalações físicas para assistência.

QUANTIDADE LEITOS/EQUIPOS Urgência e Emergência Atendimento diferenciado 1 0 Ambulatorial Clínica indiferenciado 1 0 Odontologia 1 0 Sala de curativo 1 0 Sala de nebulização 1 0 Sala de imunização 1 0 Outros consultórios não médicos 1 0 Fonte: Tabulação própria, concatenada com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

Embora os entrevistados não tenham sabido prestar informações mais detalhadas, uma consulta ao banco de dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES permitiu averiguar a existência de um equipamento odontológico e de um aparelho de raios x dentários.

A totalidade dos profissionais de saúde do município atende unicamente pelo SUS. Esta equipe conta com um médico de família, um cirurgião dentista, dois enfermeiros, um nutricionista, dentre outros profissionais.

Tabela 7.8 – Número de profissionais existentes no Centro de Saúde – segundo a função.

ESPECIALIDADE QUANTIDADE Clínica Médica 1 Dentista 1 Fisioterapeuta 1 Fonoaudiólogo 1 Nutricionista 1 Enfermeiro 2 Farmacêutico 1 Agente Comunitário* 5 Técnicos em Enfermagem 3 Técnico em Odontologia 1 Técnico em Patologia Clínica 1 Auxiliar de Enfermagem 1 Administrativo 2 Serviços Gerais 2 Motoristas 10 TOTAL DE COLABORADORES 33 *processo de seleção temporária Tabulação própria, concatenada com dados da Secretaria Municipal de Saúde

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Destaca-se que, embora não haja, na equipe de saúde, profissionais com formação em assistência social e psicologia, tal intervenção é solicitada à Secretaria Municipal de Assistência Social/Centro de Assistência Social (CRAS), sempre que se faz necessário. A demanda por este tipo de profissional é bastante elevada no município, inclusive por parte da saúde, que sempre solicita seus serviços para realizar avaliações, acompanhamentos e orientações junto aos pacientes e suas famílias.

Não possuindo serviço particular ou conveniado no campo da saúde, todas as ações ficam a cargo do poder público, por meio do SUS. Segundo informações dos entrevistados, devido à precária infraestrutura existente, o município realiza somente atendimentos da atenção básica. Os casos de média e de alta complexidade, onde se incluem, dentre outras coisas, os procedimentos de suturas e imobilizações de fraturas e as solicitações de consultas com especialistas e de exames são encaminhados para Itabira – Pronto Socorro Nossa Senhora das Dores; para Passa Bem – Hospital São José e para Belo Horizonte – Hospital Felício Rocho ou Pronto Socorro João XXIII, a depender do tipo de demanda e da disponibilidade de vagas.

O município participa do Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro-Leste – CISCEL, o qual ajuda a atender parte da demanda por procedimentos de baixa e média complexidade. O município não conta com nenhuma parceria com o setor privado para a exceção de serviços, ações ou projetos na área de saúde.

A adesão do município à ESF tem sido estimulada por meio de incentivos financeiros repassados mensalmente, mediante a prestação das informações de produção e de alguns indicadores da Atenção Básica. A ESF cobre toda a população do município desde 2004 (MS, 2012) sendo que, uma vez por semana, seus técnicos visitam as famílias cadastradas nas localidades rurais.

A respeito dos problemas enfrentados pelo setor de saúde do município de Santo Antônio do Rio Abaixo, os entrevistados destacaram o número de profissionais inferior à demanda, a falta de determinadas especialidades médicas e a não realização de exames patológicos e de análises clínicas. Para tornar a infraestrutura suficiente seriam necessárias, no mínimo, a reforma do Centro de Saúde e a contratação de mais profissionais e de especialistas, além do aumento de equipamentos de saúde, segundo os parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde. Também foi relatada a necessidade de ampliar o número de consultas médicas, o atendimento de urgência, as internações e a oferta de exames específicos. No que tange às especialidades mais demandadas, foram destacadas a cardiologia e a pediatria, as quais não constam no quadro de funcionários do município.

A indisponibilidade de veículos também é um problema recorrente. Para o transporte de pacientes o município dispõe de duas ambulâncias e um veículo, não sendo suficiente para o atendimento à população do município que se encontra em situações urgentes ou emergenciais. No entanto, a equipe de saúde da família possui outro veículo exclusivo para o acompanhamento de aproximadamente 800 famílias atendidas pela ESF. Diante dessas informações, é possível perceber que a questão do transporte e, sobretudo, da manutenção da

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frota de veículos públicos, apresenta-se como um problema real. Faz-se presente não somente na saúde, mas também nos demais setores de atuação do poder público – como educação, assistência social e segurança pública – prejudicando significativamente a atuação dos profissionais e o acesso às políticas e serviços, sobretudo para a população das localidades mais distantes.

Além dos problemas citados, outra dificuldade significativa enfrentada pela saúde em Santo Antônio do Rio Abaixo, tal como observado em Morro do Pilar, segundo os entrevistados, é a alta rotatividade dos profissionais, especialmente dos médicos. Esta seria motivada, sobretudo, pelo valor da remuneração oferecida, que não atrai tais profissionais, e pelo frágil vinculo empregatício mantido pelos contratos temporários.

Outro ponto importante na organização da saúde é referente à capacitação e a formação continuada dos profissionais. Nesse campo, os entrevistados disseram que o município oferece mensalmente, aos médicos e enfermeiros, um curso sobre classificação de risco do paciente.

Em Santo Antônio do Rio Abaixo existe um Conselho Municipal de Saúde, porém não é atuante, de acordo com informações dos entrevistados. Quanto às despesas com esse setor, de acordo com informações obtidas por meio do Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), de 2006 a 2010 as despesas municipais com saúde aumentaram 48,1%, ou seja, mais do que se observou em Morro do Pilar. Tanto em termos relativos quanto em termos absolutos o aumento mais significativo se deu na assistência hospitalar e ambulatorial, a qual mais do que dobrou seus valores no período considerado. Por outro lado, assim como se observou em Morro do Pilar, durante o período analisado a Vigilância Sanitária não apresentou despesa alguma.

Tabela 7.9 – Histórico das despesas em saúde. Santo Antônio do Rio Abaixo, 2007-2010.

Ano Variação Itens de despesa 2006 2007 2008 2009 2010 2006-2010 Atenção Básica 407.366,52 494.390,77 328.860,61 428.323,37 460.867,98 11,6% Assistência Hospitalar e 508.799,09 677.943,35 806.148,39 836.435,50 1.394.348,65 63,5% Ambulatorial Vigilância Sanitária ------Vigilância Epidemiológica - - - 27.500,00 37.504,67 - Outras despesas 191.394,39 215.317,12 203.611,43 286.398,27 242.470,82 21,1%

Total por ano 1.107.560,00 1.387.651,24 1.338.620,43 1.578.657,14 2.135.192,12 48,1% Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos em Saúde – SIOPS

Ressalta-se que o município desenvolve alguns programas na área de saúde, como o Programa Saúde na Praça, que tem como objetivo estimular a prática de atividade física em praças públicas, orientada por profissionais de educação física, fisioterapia e nutrição. Desenvolve ações voltadas para a promoção da saúde e qualidade de vida e busca favorecer a convivência solidária e prazerosa da comunidade. O município também participa do Programa Saúde em

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Casa30, no qual os recursos repassados podem ser aplicados na qualificação de pessoal, obras em postos de saúde, compra de equipamentos médicos e de material de consumo. A prioridade é a promoção da saúde e a prevenção de doenças, sendo as principais metas a redução do número de internações hospitalares, a redução da mortalidade materna e infantil e a cobertura vacinal de 95% da população infantil. Existe ainda um programa municipal de acompanhamento aos pacientes hipertensos e diabéticos.

Quanto ao quadro epidemiológico, ressalta-se primeiramente o fato do município ser considerado área endêmica de transmissão da Doença de Chagas, sendo encontrados casos especialmente na zona rural. Os entrevistados relataram dois casos em 2009 e quatro em 2005, não obstante acredite-se que o número de doentes seja bem maior, porém, sem notificação. Estes entrevistados relataram, ainda, a existência de muitos casos crônicos acompanhados conforme a necessidade.

Ainda segundo os entrevistados, foi registrado apenas um caso de dengue em 2009 e um em 2010. Eles afirmam que o número de casos foi bem maior, porém, sem notificação, o que dificulta um diagnóstico preciso a respeito da ocorrência no município.

O número de casos relativos às doenças das vias aéreas superiores passou de 24, em 2009, para 40 casos registrados em 2010, constatando que a prevenção deve ser priorizada nos programas desenvolvidos pela Secretaria de Saúde. Das doenças do aparelho respiratório, os diagnósticos principais são as pneumonias e a asma, sendo as crianças menores de cinco anos as mais atingidas. Tal qual ocorre em outros locais, estas doenças tornam-se mais frequentes nos períodos de mudanças climáticas. O número de casos notificados é alto, conforme entrevistas, o que remete à insuficiência de resolubilidade da rede ambulatorial básica, seja pelo escasso número de unidades ou profissionais, ou pelo difícil acesso ao serviço de apoio diagnóstico e terapêutico.

Em 2009 foram diagnosticados cinco casos de Doença Sexualmente Transmissível (DST), tendo sido diagnosticados outros cinco em 2010. Quanto à Gastroenterite, foram 10 casos em 2009 e 25 em 2010, apontando um grande aumento no número de casos registrados. Em 2010 foi também relatado um caso de Hepatite B, conforme relato nas entrevistas.

Outro ponto que chamou a atenção foi que, tanto em 2009 quanto em 2010, não foi registrado caso algum de contágio por doenças infectocontagiosas, a despeito da precária infraestrutura de saneamento básico existente no município. Por outro lado, foram constatados muitos casos de verminoses, especialmente entre crianças. O número de casos relatados é apresentado na tabela a seguir, que contempla os anos de 2009 e 2010. Os dados foram informados pela Secretaria Municipal de Saúde de Santo Antônio do Rio Abaixo.

30 O Programa foi lançado em abril de 2005 com o objetivo de ampliar e fortalecer o Programa Saúde da Família (PSF), estruturado a partir de equipes multiprofissionais que atuam em Unidades Básicas de saúde.

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Tabela 7.10 – Números de casos e ano de registro.

Casos 2009 2010 Amebíase 20 30 Giardíase 20 30 Xistosa 6 6 Ascaridíase 240 240 Lombrigas 240 240 Solitárias 0 2 Oxiuríase 100 150 TOTAL DE CASOS 626 698 Fonte: Geonatura, set. 2011.

Tal quadro aponta para a urgência do desenvolvimento de programas relacionados à higiene alimentar e da execução de obras de saneamento, principalmente daquelas relativas ao tratamento de água e esgoto.

Foi destacada pelos entrevistados a existência de pacientes com doenças crônicas como o diabetes mellitus e a hipertensão arterial. No cuidado a essas doenças, o vínculo do paciente com a equipe de saúde é muito importante para o bom resultado do controle. Para garantia dessa atenção, o Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT) é primordial, assim como as consultas especializadas e o fornecimento da medicação. Para prevenção dessas doenças, a Secretaria de Saúde, juntamente com o Centro de Referência e Assistência Social – CRAS, realiza ações educativas como palestras e oficinas voltadas para toda a população.

No tocante às internações, entre janeiro de 2010 e outubro de 2011 Santo Antônio do Rio Abaixo gerou 146 ocorrências, das quais 77 no primeiro ano e 69 entre janeiro e outubro do segundo ano. Conforme se vê no gráfico abaixo, em 2011 as causas externas, as doenças respiratórias, as circulatórias e as digestivas foram responsáveis por mais do que 60% das internações ocorridas, ao passo que em 2010 as três primeiras dessas doenças responderam por quase esse montante. Há que se destacar que, guardadas as particularidades e diferenças entre os municípios, e a despeito das dificuldades estatísticas quando se trabalha com pequenos números, os perfis de morbidade de Morro do Pilar e de Santo Antônio do Rio Abaixo são muito semelhantes aos da maioria dos municípios brasileiros.

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Gráfico 7.21 – Distribuição percentual das internações, segundo grupos de causas selecionadas. Santo Antônio do Rio Abaixo, 2010, janeiro a outubro de 2011, e total para o período.

2011 2010 Total (n=69) (n=77) (n=146) Outras causas 11,6% 5,2% 8,2% XIII.D. sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 7,2% 2,6% 4,8% II. Neoplasias (tumores) 5,8% 3,9% 4,8% XIV. Doenças do aparelho geniturinário 2,9% 7,8% 5,5% XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 1,4% 9,1% 5,5% I. Algumas doenças infecciosas/parasitárias 7,2% 5,2% 6,2% XI. Doenças do aparelho digestivo 20,3% 7,8% 13,7% IX. Doenças do aparelho circulatório 10,1% 19,5% 15,1% X. Doenças do aparelho respiratório 14,5% 23,4% 19,2% XIX. Causas externas 18,8% 15,6% 17,1%

OBS: por não se tratar de casos motivados por doenças e/ou acidentes, as internações ocorridas em virtude de gravidezes, partos ou puerpérios foram retiradas do montante representado no gráfico. Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH)/Datasus, 2012.

No período compreendido entre janeiro de 2010 e outubro de 2011 ocorreram 15 óbitos em Santo Antônio, dos quais 7 em 2010 e 8 em 2011. As causas foram aquelas discriminadas no gráfico a seguir, no qual se veem com destaque as doenças circulatórias e as neoplasias como as mais frequentes para tal.

Transformando o número de óbitos em Taxa Bruta de Mortalidade, é possível auferir uma pequena redução entre os anos de 2000 e 2010: no ano 2000 foram 3,8 óbitos/1.000 habitante, ao passo que em 2010 foram e 3,9 óbitos/1.000 habitantes.

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Gráfico 7.22 – Número absoluto de óbitos segundo grupos de causas selecionados. Santo Antônio do Rio Abaixo, janeiro de 2010 a outubro de 2011.

Doenças circulatórias 1 1 1 5 Neoplaisas 1 Doenas infecciosas e parasitárias 2 Doenças respiratórias 4 Doenças digestivas

Doenças do período perinatal Causas mal definidas

Fonte: Ministério da Saúde – Datasus, 2011.

Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano, a redução da mortalidade infantil31 é outro objetivo contido na Declaração do Milênio. Esta parece estar sendo alcançada pelo município de Santo Antônio do Rio Abaixo, pois ao longo de três décadas o nível de mortalidade infantil vem sofrendo quedas constantes, tendo atingido o valor zero em 2010. Já em 2011, até outubro havia sido registrado apenas um caso, tal qual ocorreu em Morro do Pilar.

Quanto ao universo de cobertura da imunização com vacinas preventivas, verifica-se que todas as crianças foram vacinadas no ano de 2010 (DATASUS, 2010). Em relação à “prevalência de desnutrição”, o município em estudo apresenta uma queda contínua a partir de 2005. Ao analisar o Gráfico 7.23, percebe-se que a proporção de crianças desnutridas, menores de dois anos, zerou em Santo Antônio do Rio Abaixo no ano de 2010 (DATASUS).

31 De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano, o indicador “mortalidade infantil” refere-se ao número de crianças que não irão sobreviver ao primeiro ano de vida, em cada 1.000 nascidas vivas.

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Gráfico 7.23 – Prevalência de desnutrição em menores de dois anos, a cada cem crianças, de acordo com o Programa de Saúde da Família. Santo Antônio do Rio Abaixo. 1999 a 2010.

Fonte: SIAB – DATASUS. Portal ODM, Relatório Dinâmico, 2011.

Por fim, a análise do percentual de gravidezes que se refere a mães adolescentes no município – ou seja, com 10 a 19 anos de idade – permite ver grande oscilação na frequência de gravidezes precoces, o que é bastante plausível, posto que se trate de um evento raro. A despeito disso vale destacar que o patamar mais baixo dos últimos anos foi atingido em 2009, voltando a subir em 2010, quando se apresentou mais elevado do que em todos os anos considerados.

Gráfico 7.24 - Evolução do percentual de mães adolescentes. Santo Antônio do Rio Abaixo, 2000 a 2009.

28,6% 27,3%

20,0% 18,2%

13,8% 14,3% 11,4% 10,3% 8,0% 5,6%

0,0% 0,0%

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: Datasus, Caderno de Informações de Saúde.

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7.4.2. Resultados da pesquisa amostral

Apresenta-se a seguir os resultados obtidos através da pesquisa de campo realizada em uma amostra dos domicílios das sedes urbanas de Morro do Pilar e de Santo Antônio do Rio Abaixo.

7.4.2.1. Morro do Pilar

Os resultados da pesquisa amostral demonstram que aproximadamente 84% dos entrevistados afirmam ter o costume de recorrer aos serviços de saúde disponíveis em Morro do Pilar, não havendo variação significativa nesta demanda para homens e mulheres separadamente, conforme se vê no Gráfico 7.25. Esta é uma informação interessante pois, historicamente, os homens tendem a recorrer de maneira menos frequente aos serviços de saúde do que as mulheres, o que, em grande medida, gera complicadores adicionais à qualidade de vida daqueles (Ministério da Saúde, 2008).

Gráfico 7.25 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo procura por serviços de saúde em Morro do Pilar. Sede urbana. Mulheres, homens e total da amostra, 2011.

Total 83,9% 16,1%

Recorrem Não recorrem Homens 84,2% 15,8%

Mulheres 83,8% 16,2%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Quanto ao local geralmente procurado pelos entrevistados que afirmaram utilizar serviços de saúde em Morro do Pilar, no Gráfico 7.26 é possível ver que o Hospital Joaquim Bento Aguiar é o mais referenciado, seguido pelo Centro ou Posto de Saúde. Neste aspecto, é importante ressaltar que tal achado vai ao encontro do que era esperado, uma vez que a rede de atenção à saúde de Morro do Pilar é composta, apenas, pelo referido hospital, por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) – o ‘PSF Ana Soares Vieira Sá Donana’, que funciona na entrada do perímetro urbano de Morro do Pilar – e por um Centro de Saúde – o ‘Centro de Saúde Morro do Pilar’ (CS), instalado em um espaço anexo ao “Hospital”, o que de certo deve ter contribuído para confusão por parte dos entrevistados, acerca do local por eles procurado. Além disso, as consultas que são feitas no município, no âmbito da atenção básica, ocorrem no próprio hospital, o que justifica a maior procura por este local, vis-à-vis a UBS e o Centro de Saúde.

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Gráfico 7.26 – Local geralmente procurado pelos entrevistados que recorrem aos serviços de saúde de Morro do Pilar. Sede urbana, 2011.

0,7% Secretaria de saúde

15,6% Centro de saúde/ Posto de saúde

83,7% Hospital Joaquim Bento Aguiar

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Em relação à frequência com que procuram pelo serviço de saúde mencionado, retratada no Gráfico 7.27, é importante notar que mais da metade dos entrevistados (56,9%) o fazem menos de uma vez ao ano ou não possuem frequência rotineira, buscando somente quando necessitam. Embora majoritária para ambos os sexos, tal situação, que é característica de casos em que inexiste a rotina de realização de consultas e exames de caráter preventivo, é menos recorrente entre os homens (54,8%) do que entre as mulheres (57,5%), contrariando as estatísticas nacionais que demonstram uma menor presença dos homens nos serviços de saúde da atenção primária (Ministério da Saúde, 2008). Vale destacar, também, que a maior prevalência de casos em que a procura pelos serviços de saúde do município ocorre apenas raramente, é observada para os três locais procurados – no caso, Secretaria de Saúde, Posto/Centro de Saúde e Hospital.

Complementando o quadro acima, tem-se que no outro extremo da demanda 24,5% das mulheres e 29% dos homens buscam por serviços de saúde do município pelo menos uma vez por mês – caracterizando, novamente, uma situação de maior frequência dos homens entrevistados do que das mulheres, aos serviços básicos de saúde de Morro do Pilar.

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Gráfico 7.27 – Frequência com que os entrevistados recorrem aos serviços de saúde de Morro do Pilar. Mulheres, homens e total da amostra. Sede urbana, 2011.

Raramente/confor me necessidade 56,9% 57,5% 54,8% Anual

3,6% 2,8% 6,5% Semestral 7,3% 8,5% 3,2% 6,5% 6,6% 6,6% Bi/trimestral

29,0% 25,5% 24,5% Até mensal

Total Feminino Masculino Fonte: Geonature, fev. 2011.

Quanto à utilização de serviços de saúde em outros municípios, 44,6% dos entrevistados disseram fazê-lo, contra 55,4% dos entrevistados que afirmaram que não o fazem. Avaliando a procura por serviços de saúde como um todo, nota-se que 96% dos entrevistados o faz, seja em Morro do Pilar, em outro município ou em ambos os locais. Não obstante, há que mencionar o fato de que 44% deles busca todos os serviços de saúde de que precisa, ou pelo menos parte deles, fora do município, o que retrata, possivelmente, o fato de que no município inexistem consultas ou exames especializados, inexistindo, também, atendimentos e procedimentos de média e de alta complexidade.

Gráfico 7.28 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo utilização dos serviços de saúde e local onde procuram por estes. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

4% 32% Não utilizam serviços de saúde Utilizam somente no 52% município 12% Utilizam somente fora do município Utilizam no município e fora dele

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Em relação à procura por serviços de saúde fora de Morro do Pilar, a maioria dos entrevistados que se encaixa nesta situação mencionou Belo Horizonte e/ou Itabira. Interessante mencionar Documento no. Data: Página: 80 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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que, além de Itabira, o único município próximo a Morro do Pilar mencionado com maior recorrência foi Conceição do Mato Dentro.

Gráfico 7.29 – Municípios aos quais os entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Morro do Pilar costumam recorrer. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Santa Luzia 4,0%

Outro município de MG 5,3%

Lagoa Santa 6,7%

Conceição do Mato Dentro 10,7%

Itabira 33,3%

Belo Horizonte 64,0%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Ainda com relação aos entrevistados que disseram buscar serviços de saúde fora de Morro do Pilar, é interessante destacar que quase 75% deles recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) quando o fazem. Isto nos dá uma dimensão aproximada da demanda por serviços públicos de saúde por parte dos entrevistados, tendo em vista que, no caso daqueles que utilizam os serviços em Morro do Pilar, a demanda também é específica para o SUS.

Com relação aos municípios mais demandados para um e outro setor, vê-se que no caso dos procedimentos privados – seja por meio de convênio ou de consultas particulares – a busca é, principalmente, em Belo Horizonte, que foi apontada por 19,6% dos entrevistados que disseram utilizar serviços de saúde em outros municípios. Este é também o município mais demandado para procedimentos no setor público de saúde (32,6% da amostra), sendo seguido por Itabira, com 26,1% dos casos. Disso depreende-se que as redes públicas de saúde de Belo Horizonte e de Itabira, juntas, atendem a 58,7% da demanda daqueles entrevistados que buscam serviços de saúde em outros municípios que não Morro do Pilar. Essas informações podem ser vistas no Gráfico 7.30.

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Gráfico 7.30 – Municípios aos quais os entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Morro do Pilar costumam recorrer, segundo setores público e privado. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

75%

Outro município de MG 50% Santa Luzia Itabira Belo Horizonte 25% Lagoa Santa Conceição do Mato Dentro

0% Público Privado

Fonte: Geonature, fev. 2011.

No que tange aos meios de transporte utilizados pelos entrevistados que buscam serviços de saúde em outros municípios (Gráfico 7.31), 56% deles disseram utilizar o veículo da Prefeitura – no caso, um micro-ônibus que foi repassado pelo Governo do Estado por meio do Sistema Estadual de Transporte em Saúde (Sets) e que leva os pacientes até Belo Horizonte e até Itabira, em dias alternados. Corroborando tal informação, 90,5% dos entrevistados que utilizam o veículo da Prefeitura quando precisam se deslocar para realizar procedimentos de saúde fora de Morro do Pilar disseram se deslocar para Belo Horizonte ou para Itabira32.

O percentual de usuários do veículo da Prefeitura é bastante relevante, pois demonstra que mais da metade dos entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Morro do Pilar conta com o setor público para garantir, também, o deslocamento até o local onde o atendimento ocorrerá. Por outro lado, demonstra que 42,3% dos entrevistados precisam arcar com os custos do deslocamento para outros municípios sempre que precisam realizar procedimentos médicos de qualquer natureza, o que denota uma situação de fragilidade do sistema. Isto se levarmos em conta tanto os gastos financeiros quanto as dificuldades que tal situação impõe, especialmente no caso de Morro do Pilar, onde as opções de horários e rotas para deslocamento intermunicipal são bastante restritas.

32 Dado não apresentado em gráficos ou tabelas.

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Gráfico 7.31 – Distribuição percentual dos entrevistados que recorrem aos serviços de saúde fora de Morro do Pilar, segundo o meio de transporte utilizado para o deslocamento. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

1,3% A pé

Taxi 9,3%

Ônibus 16,0%

Carro próprio 17,3%

Veículo da prefeitura 56,0%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Para uma análise mais ampla da demanda por ações públicas no campo da saúde, no Gráfico 7.32 foram cruzadas as informações sobre o setor ao qual o serviço buscado em outros municípios pertence – se público ou privado – e sobre o tipo de transporte utilizado no deslocamento – se privado, como carro próprio, taxi e ônibus, ou público, que é o micro- ônibus da Prefeitura. O que se vê é a confirmação das argumentações anteriormente feitas, com metade dos entrevistados demandando os serviços que são oferecidos pelo Estado, tanto para o atendimento em saúde quanto para o deslocamento. Iguais percentuais foram encontrados para os casos em que se utiliza o transporte privado para acessar um atendimento na rede pública de saúde e para aqueles onde tanto o atendimento quanto o transporte utilizado são privados – ou seja, independem da ação do Estado.

Documento no. Data: Página: 83 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.32 – Distribuição percentual dos entrevistados que recorrem aos serviços de saúde fora de Morro do Pilar, segundo o setor de serviço demandado para o atendimento e o tipo de transporte utilizado para o deslocamento. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

6,8%

Atendimento e transporte públicos 21,6% Atendimento e transporte privados 50,0% Atendimento público, transporte privado Atendimento privado, transporte público 21,6%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Independente da frequência, do local – se em Morro do Pilar ou não – ou do setor – se privado ou público – no qual os entrevistados procuram por atendimento em saúde, tem-se que aproximadamente 71% do total de entrevistados precisaram de atendimento há, no máximo, seis meses33. Quando perguntados sobre o motivo que os levou a procurar atendimento médico da última vez, os entrevistados apresentaram uma variedade bastante grande de respostas, conforme se pode ver no Gráfico 7.33. A despeito disso, importa ressaltar que dentre todas elas as mais mencionadas foram a presença de dores em geral, sem especificação, e a realização de algum exame. Embora em menor percentual, merecem ser destacados, também, os problemas de pressão e a gripe ou pneumonia. Destaca-se, ainda, que somente 14,6% dos entrevistados tiveram como motivação para a última procura por atendimento de saúde a realização de procedimentos que possivelmente podem ser considerados preventivos, e não paliativos – no caso, consulta com especialista, gravidez, retorno de consulta e rotina ou controle. Este percentual sobe para 34,4% se considerarmos a busca por medicamentos e a realização de exames como sendo, também, procedimentos preventivos.

Complementa este quadro de baixa demanda por atendimento preventivo em saúde o fato de que, dentre os entrevistados que afirmaram ter procurado atendimento em saúde pela última vez há mais de um ano, 68% deles tiveram como motivação a solução de algum problema imediato – como dores, fraturas, cirurgias e outros problemas específicos34.

33 Dado não apresentado em gráfico ou tabela. 34 Idem.

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Gráfico 7.33 – Distribuição percentual dos motivos apresentados pelos entrevistados para a procura pelo último atendimento em saúde. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Problemas relacionados à pele 1,9% Consulta com especialista 1,9% Bronquite 1,9% Prob. coluna, joelhos ou articulações 3,2% Fratura 2,5% Gravidez 3,2% Buscar medicamento 3,2% Retorno de Consulta 3,8% Infecção 3,8% Alergia 4,5% Rotina/ controle 5,7% Gripe ou pneumonia 6,4% Pressão 7,0% Outro 15,3% Exame 16,6% Dores em geral 19,1% Fonte: Geonature, fev. 2011.

Dos entrevistados que conseguiram se lembrar de quando foi a última vez em que precisaram de atendimento médico, 98,1% disseram que conseguiram ser atendidos, contra 1,9% que afirmaram não terem conseguido o atendimento de que precisavam35.

No que tange à medicina preventiva e à ampliação do acesso da população e da abrangência das ações em saúde, uma importante iniciativa do Estado é o Programa de Saúde da Família (PSF), conforme já descrito anteriormente. Teoricamente, as equipes de Saúde da Família de Morro do Pilar fariam visitas mensais às famílias seguindo referenciamento territorial para as equipes, consonância com as diretrizes nacionais para este serviço. Quando perguntados a este respeito, apenas 54,5% dos domicílios entrevistados disseram receber visitas da equipe de saúde da família. Destes, 62,7% afirmaram que as visitas, de fato, acontecem pelo menos uma vez por mês, conforme é possível ver no Gráfico 7.34, pelo somatório dos domicílios com visitas diárias a semanais, menos que semanais e mais que mensais, e mensais. Por outro lado, 9,9% dos entrevistados afirmaram receber visitas semestrais a anuais e 15,4% disseram que recebem visitas, porém, sem uma periodicidade específica. Todos os três casos merecem atenção, pois representam justamente o percentual de domicílios amostrados que, por motivos desconhecidos, não tem tido acesso a este importante serviço de saúde.

35 Ibdem.

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Gráfico 7.34 – Distribuição percentual dos domicílios amostrados que recebem visita da Equipe de Saúde da Família, segundo frequência com que ocorre tal visita. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Sem periodicidade especificada 15,4%

Anual 4,4%

5,5% Semestral

Bimestral ou trimestral 8,8%

Mensal 35,2%

Menos que semanal e mais que mensal 11,0%

Diário a semanal 16,5%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Quanto à demanda por serviços, um importante indicador refere-se à existência ou não de mulheres grávidas no domicílio. Isto porque tal grupo demanda não somente a atenção de profissionais específicos – como ginecologistas e obstetras – mas também um maior número de consultas e de exames de média complexidade concernentes ao acompanhamento em pré- natal os quais, não estando, em sua maioria, disponíveis em Morro do Pilar, precisam ser encaminhados para outros municípios. A recorrência de domicílios amostrados com mulheres grávidas apresentou-se bastante baixa – somente 7, o que representa 4,2% da amostra.

Sobre estas grávidas, é possível afirmar que:

 Quatro tinham entre 17 e 22 anos e três tinham de 32 a 33 anos;  Apenas duas residiam com o pai da criança;  Igualmente, somente uma afirmou que sua gravidez foi planejada – ou seja, as demais gravidezes não foram desejadas;  Todas estavam tendo acompanhamento médico, sendo uma acompanhada em Conceição do Mato Dentro, três em Belo Horizonte e quatro em Morro do Pilar – embora não se saiba ao certo a ‘qualidade’ deste atendimento;  Todas residem no município há mais de três anos e;  Cinco delas engravidaram de homens que residem no município há mais de três anos.

Por fim, outro importante fator a ser analisado no âmbito da saúde refere-se à incidência de doenças infecciosas. Isto porque a maior ou menor incidência de tais doenças guarda estreita relação com as condições de vida dos indivíduos, as características de seus domicílios e a qualidade e acesso dos mesmos aos serviços de saneamento básico e infraestrutura urbana –

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como tratamento de água e esgoto e coleta de lixo.

Conforme se vê no Gráfico 7.35, a infecção mais mencionada dentre todas foi a ascaridíase, que já acometeu pelo menos um morador em aproximadamente 63% dos domicílios amostrados. Outras doenças infecciosas mencionadas com alguma frequência – embora em percentuais bastante inferiores – foram a gastroenterite – muito frequente em crianças – a oxiuríase, a teníase e a esquistossomose. É interessante destacar, mais uma vez, a baixa recorrência de casos de dengue e de febre amarela em Morro do Pilar, a despeito do fato de que, conforme já mencionado, o Ministério da Saúde apontar este município como área endêmica para estas duas infecções, com orientação para vacinação, no caso da Febre Amarela.

Gráfico 7.35 – Percentual de domicílios que mencionaram ter havido casos de doenças infecciosas, segundo doenças selecionadas. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Malária 0,0% Criptosporidíase 1,2% F.amarela 1,2% Meningite 1,8% Giardíase 1,8% Dengue 1,8% DST 2,4% Amebíase 3,0% D.chagas 4,8% Hepatites A B 6,0% Esquistossomose 8,9% Taeníase 8,9% Oxiuríase 10,1% Gastrointerite 11,9% Ascaridíase 63,1% Fonte: Geonature, fev. 2011.

Dentre as informações coletadas para todos os 627 moradores dos domicílios pesquisados na sede urbana de Morro do Pilar, uma delas foi referente à situação de saúde de cada um dos indivíduos36. Neste grupo, a grande maioria (79,9%) disse não ter problema algum de saúde que requeira medicação, tratamento ou acompanhamento permanente. Dentre aqueles que mencionaram algum problema (20,1%), mais de 1/3 referenciou doenças de pressão arterial. Diabetes e problemas relacionados aos ossos e articulações também apresentaram percentuais bastante significativos. Embora com percentual similar ao de outras enfermidades, os níveis referenciados para a depressão merecem ser destacados dentre os demais, tendo em vista tanto suas implicações para a inserção e permanência dos indivíduos no mercado de trabalho – podendo levar à perda de anos de vida no mercado – quanto suas causas possíveis, muitas delas estreitamente relacionadas ao contexto no qual vive a população, como a falta de

36 Conforme já mencionado anteriormente, nos 168 domicílios amostrados na sede urbana de Morro do Pilar residem 627 indivíduos, dos quais foram obtidas informações relativas a alguns aspectos.

Documento no. Data: Página: 87 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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perspectivas e expectativas de vida, desemprego, isolamento, solidão e o estresse. No Gráfico 7.36 estão retratadas as distribuições percentuais das doenças e males referenciados pelos moradores.

Gráfico 7.36 – Problemas de saúde referenciados pela população residente nos domicílios amostrados*. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

39 40 35 30 25 20 13 13 12 15 9 9 8 10 5 4 4 5 0

N. % Fonte: Geonature, fev. 2011. * O percentual apresentado neste gráfico refere-se ao total de 627 indivíduos residentes nos domicílios amostrados na sede urbana de Morro do Pilar.

Considerando que as chances dos indivíduos terem alguma das doenças destacadas no gráfico anterior, em sua maioria aumentam com a idade, é importante considerar a distribuição etária da população amostrada com algum problema de saúde. Conforme se vê no Gráfico 7.37, até os nove anos de idade existe um percentual considerável de crianças com algum problema de saúde – certamente problemas característicos dessa etapa da vida, o que diminui durante a adolescência e juventude – entre os 10 e 29 anos – e aumenta de forma rápida e intensa entre os indivíduos com 30 anos e mais.

Documento no. Data: Página: 88 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.37 – Distribuição etária dos indivíduos residentes nos domicílios amostrados que disseram ter algum problema de saúde que requeira cuidado permanente*. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

% 20 17,9 17,7 18 15,4 16 14 13,0 11,4 12 10,6 10 8 5,7 5,7 6 4 3,3 2 0 0-9 10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 e mais Fonte: Geonature, fev. 2011.

* O percentual apresentado neste gráfico refere-se ao total de 627 indivíduos residentes nos domicílios amostrados na sede urbana de Morro do Pilar.

7.4.2.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

No caso de Santo Antônio do Rio Abaixo, mais do que em Morro do Pilar, a procura por serviços de saúde no próprio município é quase unânime, conforme se vê no Gráfico 7.38. Interessante notar que somente entre as mulheres foram identificados casos de não uso de serviços do município.

Quanto ao local procurado pelos entrevistados para receberem atendimentos em saúde, todos eles mencionaram o Posto, ou Centro de Saúde37.

37 Dado não apresentado em gráfico ou tabela.

Documento no. Data: Página: 89 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.38 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo procura por serviços de saúde em Santo Antônio do Rio Abaixo. Sede urbana. Mulheres, homens e total da amostra, 2011.

Total 98,28%

Homens 100% Recorrem Não recorrem

Mulheres 97,50%

Fonte: Geonature, set. 2011.

Em relação à frequência com que os entrevistados recorrem aos serviços de saúde no município, primeiramente é interessante destacar que em cerca de 40% dos casos inexistem práticas preventivas em saúde, posto que a procura se dá única e exclusivamente quando se faz necessário – ou seja, quando ocorre algum evento específico. Nesse aspecto, chama atenção a inexistência de diferenças significativas quando se discerne homens e mulheres, além do percentual mais baixo que foi observado para Santo Antônio do Rio Abaixo, vis-à-vis o que se constatou em Morro do Pilar.

Quanto aos entrevistados que mencionaram alguma frequência de procura aos serviços municipais de saúde, o intervalo mais frequente foi o mensal, tendo as procuras semanais/quinzenais e bi ou trimestrais sido, também, bastante referenciadas. Estas frequências parecem sugerir casos em que os indivíduos necessitam de acompanhamento mais permanente, representando, por isso, demandas contínuas para os serviços públicos municipais.

A despeito de usarem ou não serviços de saúde em Santo Antônio do Rio Abaixo, 67,2% dos entrevistados utilizam serviços de saúde de outros municípios38, o que é bastante plausível uma vez que, tal qual ocorre em Morro do Pilar, a cidade não possui infraestrutura instalada que permita realizar a maioria dos exames e consultas de média e de alta complexidade, ou especializados. Corrobora tal afirmação o fato de que, conforme se vê no

Gráfico 7.40, maioria dos entrevistados procura por atendimentos em saúde tanto em Santo Antônio do Rio Abaixo quanto em outros municípios.

38 Dado não apresentado em gráfico ou tabela.

Documento no. Data: Página: 90 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.39 – Frequência com que os entrevistados recorrem aos serviços de saúde de Santo Antônio do Rio Abaixo. Mulheres, homens e total da amostra. Sede urbana, 2011.

100% 2,5% 1,7%

Não recorre a serviço de 80% 38,9% saúde no município 42,5% 41,4% Raramente/quando precisa 60% 5,6% 1,7% Semestral 10,0% 13,8% 22,2% 40% Bi/trimestral 30,0% 29,3% 20% 27,8% Mensal

15,0% 12,1% 5,6% Semanal/quinzenal 0% Mulheres Homens Total

Fonte: Geonature, set. 2011.

Gráfico 7.40 – Distribuição percentual dos entrevistados, segundo utilização dos serviços de saúde e local onde procuram por estes. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Utilizam somente 32,8% no município

Utilizam somente 65,5% fora do município

1,7% Utilizam no município e fora dele

Fonte: Geonature, set. 2011.

Dentre os municípios procurados pelos entrevistados que recorrem a serviços de saúde fora de Santo Antônio do Rio Abaixo, os mais mencionados foram Itabira e Belo Horizonte, conforme se vê no Gráfico 7.41.

Documento no. Data: Página: 91 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.41 – Municípios aos quais os entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Santo Antônio do Rio Abaixo costumam recorrer. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Diamantina 2,6%

Passabem 5,1%

Santa Luzia 7,7%

Guanhães 7,7%

Conceição do Mato Dentro 10,3%

Belo Horizonte 46,2%

Itabira 51,3%

Fonte: Geonature, set. 2011.

Considerando o setor ao qual os serviços de saúde demandados por aqueles que buscam atendimento fora do município geralmente recorrem, é relevante notar que em 81,6% dos casos trata-se de serviços do setor público, conforme Gráfico 7.42. Nesse caso, as maiores demandas são, simultaneamente, para Belo Horizonte, para Itabira e, em menores proporções, para Conceição do Mato Dentro. Já no caso daqueles que utilizam a rede privada a maioria dos atendimentos ocorre em Itabira, o que possivelmente guarda relação com o fato de que Santo Antônio fica mais próximo deste município do que de Belo Horizonte.

Gráfico 7.42 – Municípios aos quais os entrevistados que utilizam serviços de saúde fora de Santo Antônio do Rio Abaixo costumam recorrer, segundo setores público e privado. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

81,6% Diamantina 100% Passabem 80% Santa Luzia 60% Guanhães 40% 18,4% Conceição do Mato 20% Dentro Belo Horizonte 0% Itabira Público Privado

Fonte: Geonature, set. 2011.

Quase metade dos entrevistados que utiliza serviços de saúde fora do município – ou 46,2%

Documento no. Data: Página: 92 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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deles – disse utilizar veículos da Prefeitura para fazer o deslocamento até o local do atendimento39. Conforme destacado para Morro do Pilar, essa informação é bastante significativa, pois indica casos em que a intervenção governamental tem que se dar não somente para atender a demanda por atendimento em saúde, mas também para atender à demanda por transporte público em saúde.

Tem-se que 43,6% dos entrevistados que utilizam o transporte público para acessar serviços de saúde fora do município utilizam, também, serviços públicos em saúde nos municípios para os quais se deslocam40. O contraponto dessa informação delineia uma situação onerosa para os demais entrevistados que utilizam a rede pública de saúde em outras cidades que não Santo Antônio do Rio Abaixo, posto que estes são, justamente, os entrevistados que têm que arcar com os custos do deslocamento.

Além da frequência, do município ou da rede na qual os entrevistados procuram por atendimento em saúde, há que se destacar que aproximadamente 80,7% deles precisaram de atendimento há, no máximo, seis meses41. Os motivos para a última procura, plotados Gráfico 7.43, são bastante diversificados, sendo mais frequentes as consultas em virtude de acidentes sofridos – ou seja, decorrentes de atendimentos emergenciais – ou as de rotina ou controle que, positivamente, denotam casos em que a busca é por atendimento preventivo, e não paliativo. Há que se destacar, no entanto, que uma avaliação geral permite ver que os casos em que o atendimento foi de caráter preventivo restringem-se a pouco mais do que 1/3 do total, se considerarmos os retornos de consulta, exames e consultas de rotina ou controle como tal.

Gráfico 7.43 – Distribuição percentual dos motivos apresentados pelos entrevistados para a procura pelo último atendimento em saúde. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Febre 3,8% Retorno consulta 5,7% Gripe 5,7% Diabetes 5,7% Bronquite 7,5% Infecção 9,4% Exame 13,2% Rotina/controle 15,1% Acidente 17,0% Outros 17,0%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

É positivo destacar que, independente do motivo que gerou a última procura por serviços de

39 Dado não apresentado em gráfico ou tabela. 40 Idem. 41 Ibdem.

Documento no. Data: Página: 93 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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saúde, todos os entrevistados conseguiram ser atendidos. Mais do que isso, em 69,2% dos casos o atendimento ocorreu em, no máximo, uma hora42.

No que tange à atuação das Equipes de Saúde da Família (ESF), tem-se que apenas 50,9% dos entrevistados afirmaram receber suas visitas em casa, sendo que apenas em pouco mais da metade dos casos tais visitas ocorrem todos os meses, conforme determinam as diretrizes do Ministério da Saúde para o funcionamento da Estratégia de Saúde da Família. As demais observações representam o percentual de domicílios amostrados que, embora receba atendimento das ESF, o recebe apenas casualmente, sem uma frequência exata ou após longos intervalos de tempo (Gráfico 7.44).

Gráfico 7.44 – Distribuição percentual dos domicílios amostrados que recebem visita da Equipe de Saúde da Família, segundo frequência com que ocorre tal visita. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Não sabe 3,3%

Bimestral/Trimestral 3,3%

Anual 6,7%

Sem frequência específica 30,0%

Mensal 56,7%

Fonte: Geonature, set. 2011.

No grupo entrevistado, foram amostrados dois domicílios onde residiam mulheres grávidas. Sabe-se que este número é bastante baixo, o que, é certo, guarda relação não só com o tamanho da amostra mas, sobretudo, com o fato de que trata-se de fenômeno estatisticamente raro. Não obstante, informações relacionadas ao perfil de atendimento em casos de gravidez são bastante relevantes, quando o assunto abordado é o perfil de oferta e demanda em saúde de um município.

Assim, sobre as duas grávidas identificadas, é possível afirmar que:

 Uma tinha 19 anos e a outra, 27;  As duas residiam com os pais das crianças;  Ambas estavam tendo acompanhamento médico, sendo uma acompanhada no próprio município e a outra, em Conceição do Mato Dentro;  As duas gravidezes foram planejadas e;

42 Dado não apresentado em gráfico ou tabela.

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 Tanto as grávidas quanto os pais de suas crianças já moravam em Santo Antônio do Rio Abaixo há mais de três anos.

A última característica avaliada no âmbito da saúde foi a incidência de doenças infecciosas, a qual está relacionada não somente com o perfil de demanda por serviços específicos, mas também com o perfil epidemiológico do local. Foram selecionadas as infecções com maior incidência histórica, no caso do Brasil, às quais foram inseridas as doenças sexualmente transmissíveis.

A esse respeito, é positivo notar que, conforme Gráfico 7.45, em 71,4% dos domicílios amostrados nenhum dos membros jamais foi acometido por qualquer das infecções analisadas43. No caso dos domicílios que tiveram membros infectados por pelo menos uma doença, a mais mencionada foi a ascaridíase. As demais infecções investigadas ou não tiveram menção alguma – e, por isso, não constam do gráfico abaixo – ou incidiram sobre pouquíssimos domicílios – apenas um, no caso da giardíase e da dengue, por exemplo. Interessante notar que, apesar do município ser considerado área endêmica da Doença de Chagas, conforme analisado anteriormente, não foi informado pelos entrevistados nos domicílios amostrados nenhum caso.

Adiciona-se a esse quadro a informação de que, em 88,9% dos casos, os indivíduos acometidos pelas infecções mencionadas receberam o tratamento médico necessário.

Gráfico 7.45 – Percentual de domicílios que mencionaram ter havido casos de doenças infecciosas, segundo doenças selecionadas. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Giardíase 1,8%

Dengue 1,8%

Gastrointerite 3,6%

Hepatite A e B 5,4%

Esquistossomose ou Xistosa 5,4%

Ascaridíase, lombrigas ou bichas 10,7%

Nenhuma destas 71,4%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Dentre as informações coletadas para todos os 200 moradores dos domicílios pesquisados na sede urbana de Santo Antônio do Rio Abaixo, uma delas foi referente à situação de saúde de

43 As infecções investigadas junto aos entrevistados foram: dengue, febre amarela, doença de chagas, gastroenterite, malária, hepatites A e B, Amebíase, giardíase, criptosporidíase, meningite, esquistossomose, lombrigas, ascaridíase, taeníase, oxiuríase e doenças sexualmente transmissíveis.

Documento no. Data: Página: 95 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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cada um dos indivíduos44. Neste grupo, apenas 20,93% informaram sofrer de algum problema de saúde que requeira cuidados permanentes. Dentre estes, o problema mais citado foi, com 25% de incidência, pressão arterial; na sequência foram apresentados problemas como bronquite (16,67%), diabetes (8,33%), epilepsia e asma (5,56% cada um). Os demais moradores informaram doenças variadas, com uma incidência em cada uma, conforme demonstrado no Gráfico 7.46.

Gráfico 7.46 – Problemas de saúde referenciados pela população amostrada*. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%

Fonte: Geonature, set. 2011. * O percentual apresentado neste gráfico refere-se ao total de 200 indivíduos residentes nos domicílios amostrados na sede urbana de Santo Antônio do Rio Abaixo.

Ao analisar a ocorrência de doenças em conjunto com a idade dos moradores, é surpreendente observar que ¼ das pessoas que sofrem de algum problema de saúde que requer cuidados permanentes têm entre 0 e 9 anos de idade, como se vê no Gráfico 7.47. Esta incidência tão grande é explicada por problemas respiratórios comuns em crianças, como bronquite e asma45. É interessante notar também que os problemas de saúde são mais encontrados em adultos de 40 a 49 anos do que em idosos.

44 Conforme já mencionado anteriormente, nos 58 domicílios amostrados na sede urbana de Santo Antônio do Rio Abaixo, residem 200 indivíduos, dos quais foram obtidas informações relativas a alguns aspectos. 45 Dados não apresentados em gráficos ou tabelas.

Documento no. Data: Página: 96 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Gráfico 7.47 – Distribuição etária dos indivíduos amostrados que disseram ter algum problema de saúde que requeira cuidado permanente*. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

25,0%

19,4%

11,1% 8,3% 8,3% 8,3% 8,3% 5,6% 5,6%

Fonte: Geonature, set. 2011. * O percentual apresentado neste gráfico refere-se ao total de 200 indivíduos residentes nos domicílios amostrados na sede urbana de Santo Antônio do Rio Abaixo.

7.5. Assistência social

7.5.1. Informações de fontes secundárias e de pesquisa institucional

No que tange aos serviços socioassistenciais do Brasil, o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) os organiza, articulando os esforços e recursos dos três níveis de governo para a execução e o financiamento da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), por meio de um modelo de gestão participativa, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Prevê o atendimento em dois níveis, que contam com repasse de recursos federais conforme o contingente populacional, as condições de vida da população e a adesão do município. O primeiro nível é a assistência social básica, prestada pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); o segundo é a assistência social especial, da qual o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) é a principal unidade (MDS/SNAS, 2005).

O Quadro 7.6 traz informações sobre beneficiários e repasses federais feitos aos municípios em análise, segundo tipo de benefício ou serviço em assistência social, para o mês de agosto de 2011 e para o acumulado do mesmo ano. Como se constata, ambos têm beneficiados do Programa Bolsa Família (PBF), do Benefício de Prestação Continuada (BPC)46 e de Renda Mensal Vitalícia (RMV)47, variando apenas o número de beneficiários, que se mostra maior em

46 O Programa Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada encontram-se descritos em detalhes, no subitem que trata de planos, programas e projetos governamentais e não governamentais. 47 A Renda Mensal Vitalícia (RMV) é um benefício previdenciário destinado às pessoas maiores de 70 anos de idade ou inválidos, definitivamente incapacitados para o trabalho, que, em um ou outro caso, não exercem atividades

Documento no. Data: Página: 97 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Morro do Pilar, o que está coerente com o fato de que nesse município a população é maior do que aquela observada para Santo Antônio do Rio Abaixo.

Quadro 7.6 – Beneficiários e repasses federais, segundo tipo de benefício ou serviço em assistência social. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, 2011.

Santo Antônio do Rio Abaixo

Repasse Acumulado até Ação Famílias Mensal ago/11 ago/11

Bolsa Família 155 17.882,00 136.608,00 Benefício de Prestação Continuada (BPC) + Renda 14 7.630,00 53.845,00 Mensal Vitalícia (RMV) Recursos para Apoio à Gestão (IGD) 687,50 6.349,50 PAIF Serviço de Proteção Social Básica à Família 500 4.500,00 36.000,00 Serviços Específicos de Proteção Social Básica 0 0,00 0,00 (Idosos e/ou Crianças de 0 a 6 anos) ProJovem Adolescente 0 0,00 0,00 TOTAL REPASSADO EM 2011 30.699,50 232.802,50 Morro do Pilar Bolsa Família 303 34.606,00 258.384,00 Benefício de Prestação Continuada (BPC) + Renda 27 14.715,00 114.190,00 Mensal Vitalícia (RMV) Recursos para Apoio à Gestão (IGD) 687,50 10.471,50 PAIF Serviço de Proteção Social Básica à Família 500 0 0,00 Serviços Específicos de Proteção Social Básica 0 0 0,00 (Idosos e/ou Crianças de 0 a 6 anos) ProJovem Adolescente 0 0 0,00 TOTAL REPASSADO EM 2011 50.008,50 383.045,50 Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social, 2011.

O Ministério do Desenvolvimento Social disponibiliza o número de famílias pobres com perfil para recebimento de benefício do PBF, vis-à-vis a cobertura desse Programa em cada município em 2011. Segundo tais dados, Morro do Pilar possuía 430 famílias cadastradas, das quais 415 auferiam renda per capita mensal de até ½ salário mínimo, ou seja, abaixo da linha da pobreza. No caso de Santo Antônio do Rio Abaixo, das 274 famílias cadastradas 261 viviam com renda per capita mensal abaixo de ½ salário mínimo.

7.5.1.1. Morro do Pilar

As informações específicas sobre Morro do Pilar, apresentadas a seguir, foram obtidas, sobretudo, junto à profissional responsável pela assistência social no município, ao lado de entrevistas feitas com representante do poder público municipal e com técnicos da área da saúde.

remuneradas e não auferem rendimento superior a 60% do valor do salário mínimo. Atualmente, foi substituída pelo BPC, permanecendo seu pagamento somente àqueles que adquiriram direito a seu recebimento antes da mudança na legislação.

Documento no. Data: Página: 98 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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O município possui, atualmente, uma secretaria exclusiva para tratar da assistência social – no caso, a ‘Secretaria Municipal de Promoção Social’, composta por apenas três profissionais - todas contratadas - dentre as quais a Secretária Municipal e uma assistente social. Uma vez que esta profissional é a única de toda a gestão pública, ela acaba por atender a toda a demanda municipal – quer na promoção social, na saúde ou na defesa civil.

Não há no município infraestrutura ou recurso algum para execução de projetos, ações ou serviços da Proteção Social Especial, o que, vale destacar, está em conformidade com o estabelecido pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para Municípios de Pequeno Porte I48, como é o caso de Morro do Pilar. Assim, os serviços prestados em assistência social referem-se exclusivamente ao nível de gestão básica, oferecendo, por isso, apenas Proteção Social Básica, para a qual foi habilitado no SUAS em 2008. Tal nível de gestão restringe-se ao pagamento de benefícios oriundos do Programa Bolsa Família (PBF) e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), ambos programas federais de renda mínima. Além disso, a Secretaria fornece alguns benefícios em caráter emergencial, como material de construção, auxílio aluguel e cestas básicas, estas últimas possuindo demanda superior à oferta, o que faz com que as famílias cadastradas recebam mês sim, mês não. Exceção feita ao caso das famílias constantes da ‘lista de urgência’ do Conselho Tutelar, as quais recebem a cesta todo mês. Isso significa que, até o momento da pesquisa, no município não havia projeto, ação ou serviço algum voltado para outros públicos específicos da assistência social – como crianças, adolescentes ou idosos. A única ação mencionada, para além da concessão dos benefícios, foi a orientação e apoio familiar, prestada aos indivíduos que procuram o local com tal demanda.

Durante a pesquisa, verificou-se que o município não possui Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), estrutura que constitui o carro chefe da Proteção Social Básica e à qual ficam referenciados todos os projetos, programas e serviços da assistência social, segundo determinação da SNAS (MDS/SNAS, 2005). Tal fato acaba por impingir limitações à atuação da profissional responsável pela assistência social em Morro do Pilar, uma vez que a inexistência dessa estrutura inviabiliza o requerimento, por parte do município, de recurso para execução de diversos projetos, serviços e programas custeados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Ponto positivo é que essa limitação poderá ser superada em breve, pois, segundo informações recebidas em campo, o município já recebeu do MDS recursos para implementação de um CRAS, estando pendente somente a identificação de um local para sua instalação.

Até o momento da pesquisa, o serviço de assistência social funcionava em um cômodo de uma casa alugada pelo município, na qual funcionavam, também, o Conselho Tutelar, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e a EMATER. A sala da assistência social é equipada com arquivo, mesa, cadeiras e um computador. Uma vez que os arquivos não são digitalizados, cada família atendida possui uma pasta com informações gerais sobre seus componentes. Este procedimento, entretanto, não contempla todas as famílias do município ou, sequer, todas as

48 Para o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) os Municípios de Pequeno porte I são aqueles com até 20.000 habitantes.

Documento no. Data: Página: 99 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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famílias carentes ou beneficiárias de programas sociais.

No que tange ao número de beneficiários da assistência social, a entrevistada informou não saber ao certo qual o número de beneficiados pelo auxílio aluguel, especialmente por ser bastante variável de um mês a outro, e por receber solicitações de diferentes fontes, como da Prefeitura e do Conselho Tutelar. O único número que a entrevistada soube informar foi o de cestas básicas/mês – trinta ao todo.

De igual forma, não existe informação sobre o número de beneficiários do BPC ou do PBF pois, conforme mencionado no subitem sobre educação, ambos os programas estão sob o controle da Secretaria de Educação, que é responsável, ainda, pela atualização do CadÚnico49. Novamente, vale destacar que a desvinculação entre a Promoção Social e o CadÚnico deve ser vista como fator negativo para o funcionamento geral dessa Secretaria, posto que o acesso às informações contidas nesse cadastro tornam-se mais difíceis, ficando suas informações subutilizadas no planejamento de ações para o município.

7.5.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

As informações sobre assistência social no município de Santo Antônio do Rio Abaixo foram obtidas, sobretudo, junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que existe no município. Além disso, algumas informações foram levantadas em entrevistas com profissionais que atuam na área.

Embora a placa mostrada na Foto 7.6 abaixo identifique o local como sendo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, esta, na verdade, não possui sede própria, funcionando no prédio do CRAS que existe na cidade. No local mostrado nesta foto, funciona o Conselho Tutelar do município; a porta do lado esquerdo é a Câmara Municipal e a do lado direito dá acesso ao segundo andar do prédio, onde funciona a Prefeitura.

49 O CadÚnico, que é regulamentado pelo Decreto nº 6.135/07 e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), é um instrumento que identifica e caracteriza, de forma informatizada, as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou de três salários mínimos no total. Constituindo-se num banco de dados com informações amplas sobre os núcleos familiares, é obrigatoriamente utilizado para a seleção de beneficiários e para a integração de programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família.

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Foto 7.6 – Câmara Municipal e Conselho Tutelar.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011).

O CRAS, por seu curso, funciona em sede própria. Dada sua capilaridade nos territórios, atua como a principal porta de entrada do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), em conformidade com as normas operacionais vigentes no país. É responsável pela organização e oferta de serviços da Proteção Social Básica nas áreas de vulnerabilidade e risco social. Além de ofertar serviços e ações de proteção básica, o CRAS possui a função de gestão territorial da rede de assistência social básica, promovendo a organização e a articulação das unidades a ele referenciadas e o gerenciamento dos processos nele envolvidos.

Foto 7.7 – Centro de Referência e Assistência Social.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011)

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O principal serviço ofertado pelo CRAS é o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF50), cuja execução é obrigatória e exclusiva. Este consiste em um trabalho de caráter continuado que visa fortalecer a função protetora das famílias, prevenindo a ruptura de vínculos, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Também por meio dos recursos do PAIF são oferecidas palestras e oficinas socioeducativas à população, sendo realizadas na sede do CRAS, no Conselho Tutelar e nas escolas. O CRAS oferece às crianças de 0 a 6 anos, oficinas e um local onde funciona uma pequena Brinquedoteca. Durante a visita, foi apresentado o novo espaço que está sendo construído para abrigar todas as atividades voltadas para as crianças.

Segundo a Secretária de Desenvolvimento Social, para além das atividades descritas acima, diversas ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população são realizadas no município. No entanto, sem a participação e o apoio da população, nenhuma delas obtém sucesso.

O quadro de funcionários do CRAS é composto por uma assistente social e um auxiliar administrativo. São realizados palestras e acompanhamento psicossocial a cerca de 60 famílias e, caso o município não apresenta condições para atendê-las, as mesmas são encaminhadas para Itabira e Conceição do Mato Dentro, continuando, porém, a serem acompanhadas pelo CRAS durante todo o processo.

A Secretaria de Desenvolvimento Social constitui-se de apenas 03 profissionais. Tal qual ocorre em Morro do Pilar, também aqui a assistente social dessa Secretaria é a única existente na gestão pública, acabando por atender a toda a demanda municipal para esse tipo de profissional – quer na promoção social, na saúde ou na defesa civil. Os serviços prestados referem-se exclusivamente ao nível de gestão básica, ao pagamento de benefícios oriundos do Programa Bolsa Família (PBF) e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) - idosos e deficientes. Além disso, a Secretaria fornece alguns benefícios em caráter emergencial, cuja demanda é superior à oferta.

Não estão contemplados os serviços e/ou ações da Proteção Social Especial, uma vez que o município não está cadastrado para tal no SUAS. Como consequência, não existem recursos ou infraestrutura destinada a este tipo de serviço. O município também não possui programas, projetos ou ações voltadas para os idosos. Contudo, são executados projetos voltados especialmente para as crianças e a família.

De acordo com informações da entrevistada, o Programa Bolsa Família beneficia cerca de 390 famílias, abarcando aproximadamente 700 pessoas. O BPC - idosos atende 06 pessoas e o BPC - deficiente atende 12 pessoas no município. O atendimento do CRAS, por seu curso, contempla cerca de 170 famílias.

50 PAIF é um programa financiado pelo governo federal. De caráter continuado, visa fortalecer a função de proteção das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Este programa tem como público-alvo famílias em situação de vulnerabilidade social.

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Apesar da capilaridade dos serviços, várias situações dificultam o atendimento satisfatório à população. Ressalta-se que todas estas famílias estão cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), assim como ocorre com as demais famílias que se beneficiam de outros programas e projetos sociais, ou que têm o perfil socioeconômico e demográfico dos acompanhados pela assistência social.

De acordo com os entrevistados, após a inserção do município no Programa Bolsa Família, os níveis de renda das famílias beneficiadas ganharam novos contornos e, ainda que não suprindo todas as necessidades, já alcançam significação. Apesar disso, os entrevistados atentaram para o fato de que apenas esta medida não se constitui como suficiente na resolução dos problemas socioeconômicos. Pelo contrário, o perfeito atendimento às demandas recebidas passa, também, pelo aumento dos recursos destinados à Secretaria de Assistência Social, de modo a aumentar o número de benefícios distribuídos, e também viabilizar a realização de projetos e ações junto a públicos específicos.

Foi destacado que todos os atendimentos municipais são feitos em conformidade com os critérios exigidos pelos órgãos financiadores, com a prioridade sendo dada às famílias em situação de vulnerabilidade. Atualmente, os serviços mais demandados na assistência social do município, são moradia e combate ao alcoolismo e à gravidez na adolescência.

Existem, no município, alguns Conselhos Municipais que estão ligados à temática da assistência social, quais sejam: o Conselho Tutelar, o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e o Conselho de Assistência Social.

7.5.2. Principais problemas e dificuldades da assistência social – Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo

De forma bastante interessante os dois municípios em análise referenciaram os mesmos problemas e dificuldades enfrentados na prestação dos serviços de assistência social. Estes são descritos nos parágrafos a seguir.

Dentre todas, o transporte foi apontado como o principal ponto nevrálgico para a prestação do serviço de assistência social. Segundo entrevistados em ambos os municípios, não há um carro exclusivo para uso durante as visitas domiciliares, que constituem ação imprescindível para a liberação de benefícios e também para o acompanhamento das famílias beneficiadas. Sempre que há necessidade de veículo, é preciso fazer solicitação à Prefeitura e aguardar disponibilidade – o que nem sempre acontece em tempo hábil para atender à demanda. Como consequência, não só o número de atendimentos torna-se menor – dado o tempo de deslocamento – como se torna impossível, também, realizar visitas às famílias residentes dos locais mais afastados e, especialmente, da zona rural. Embora não tenha sido mencionado, julga-se importante acrescentar dentre os dificultadores da ação o fato de que nos locais destinados para funcionar os serviços de assistência social não há telefone fixo para uso próprio, o que, decerto, torna mais complicado o contato com as famílias acompanhadas.

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Além disso, a infraestrutura humana existente nos municípios para as ações da assistência social é insuficiente. Em cada um deles, uma única assistente social é responsável por atender a todas as demandas da Prefeitura e das secretarias, o que acaba por sobrecarregá-la. Segundo os entrevistados, seria necessária a contratação de um psicólogo e de mais uma assistente social para atender a toda a demanda existente.

Ademais, para um perfeito atendimento às demandas recebidas seria necessário, também, o aumento dos recursos destinados às secretarias de assistência e desenvolvimento social, de modo a aumentar o número de cestas básicas e de material de construção distribuídos, e também viabilizar a realização de projetos e ações junto a públicos específicos. Tal chamado vai ao encontro de outro ponto deficitário identificado nos municípios, qual seja, a inexistência de projetos e ações voltadas especificamente para as crianças, adolescentes e idosos. Conforme os entrevistados, embora não exista esse tipo de iniciativa, existe demanda para tal, especialmente ante a ausência de opções de cursos e espaços de lazer e sociabilidade.

Finalizando destaca-se que, tal qual observado nos dois municípios, não há iniciativa alguma voltada para a capacitação dos profissionais no exercício de suas atividades. Este tipo de iniciativa não ocorre nem no momento de entrada dos profissionais e nem ao longo de sua atuação, sob a forma de capacitação continuada.

7.6. Lazer e turismo

As informações sobre o lazer e turismo nos municípios da AID foram obtidas por meio da pesquisa amostral realizada nas sedes urbanas de Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo, na qual se buscou perceber não somente o acesso a equipamentos e as principais atividades praticadas pelos moradores entrevistados, mas também suas demandas por tal e o fluxo, na cidade, de visitantes advindos de outros locais.

7.6.1. Morro do Pilar

O primeiro item abordado referiu-se às práticas dos entrevistados em seus momentos de lazer – ou seja, quando não estão trabalhando. Conforme se vê no Gráfico 7.48, as quatro atividades mais recorrentemente mencionadas – assistir TV, ouvir rádio, visitar familiares e amigos e frequentar igrejas – independem totalmente da existência ou não de uma infraestrutura voltada para o esporte, lazer e/ou cultura, sendo, por isso, passíveis de serem concretizadas à despeito da ocorrência de investimentos públicos para tal.

No caso específico das igrejas, há que se destacar a prevalência da frequência a cultos católicos, os quais foram mencionados por 76,4% dos entrevistados que apontaram ser esta prática uma de suas opções nos momentos de lazer. De forma complementar, 15,1% daqueles que disseram frequentar igrejas nos momentos de lazer participam de cultos evangélicos e outros 8,5% não especificaram quais as igrejas frequentadas51. Interessante ressaltar o fato de

51 Dados não apresentados em gráficos ou tabelas.

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que não houve menção alguma à participação em celebrações de outros grupos religiosos – como o espiritismo ou o candomblé, por exemplo.

Quanto às atividades de lazer que envolvem, em alguma medida, iniciativa ou investimentos públicos, a mais mencionada foi a participação em festas religiosas ou folclóricas (42,9%), merecendo, nesse caso, a ressalva de que tais festas acontecem em específicas do ano, não representando essa atividade, portanto, algo permanente na vida dos entrevistados que a mencionaram. Complementando o rol de atividades que envolvem iniciativa ou investimentos públicos, chamam a atenção, também, os baixos percentuais de menções a outros eventos, como a frequência a praças ou a prática de esportes. Nesse caso, é possível que a menção relativamente baixa esteja atrelada à falta de tais espaços na cidade, conforme mencionado por vários entrevistados e observado durante as pesquisas em campo.

Com relação às atividades de lazer que abarcam os recursos naturais da cidade, a frequência a rios se destacou, em detrimento da ida a cachoeiras ou da prática da pesca. Este é um dado interessante, se levarmos em conta a quantidade relativamente alta de rios e cachoeiras na cidade e em seu entorno, o que caracteriza, sem dúvidas, um de seus principais potenciais turísticos – ainda que praticamente inexplorado.

Gráfico 7.48 - Percentual de entrevistados segundo o que fazem nos momentos de lazer – atividades selecionadas. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Outros 3,0% Coisas em casa (Descansar, cozinhar, cuidar) 3,6% Artesanato 3,6% Frequenta bares 4,2% Pratica esportes 5,4% Ir para a roça/capinar/plantar 6,0% Pesca 7,7% Frequenta praças 12,5% Frequenta cachoeiras 17,3% Vai a bailes/festas/churrascos 22,6% Frequenta rios 26,8% Vai a festas religiosas/folclóricas 42,9% Frequenta igrejas 63,1% Visita família/amigos 63,7% Ouve rádio 68,5% Assiste TV 89,9% Sim Não Fonte: Geonature, fev. 2011.

Dentre os rios mencionados pelos entrevistados que disseram ser essa uma de suas atividades de lazer (26,8%, conforme gráfico anterior), os mais mencionados foram o Preto e/ou o Preto de Baixo – mencionados por 57,8% deles – e o Lajeado, apontado por 42,2% deste subgrupo. Outros rios mencionados, porém em níveis menos relevantes (15,6% dos entrevistados que frequentam rios), foram o Lapinha, o Mata Cavalo, o Peixe, o Poço do Soldado, o Ribeirão e o

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Picão52. Quanto às cachoeiras, mais do que a metade dos entrevistados que praticam esta forma de lazer disseram ir à Cachoeira do Lajeado. As demais cachoeiras mencionadas apresentaram percentuais bem menos elevados, com destaque para as do Pica-pau, do Chuvisco e da Lapinha, conforme se vê plotado no Gráfico 7.49.

Gráfico 7.49 – Cachoeiras frequentadas pelos entrevistados que desenvolvem tal prática nos momentos de lazer. Morro do Pilar, Sede Urbana, 2011.

Outras 17,2%

Lapinha 6,9%

Chuvisco 10,3%

Pica-pau 13,8%

Lajeado 51,7%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Para além das atividades desenvolvidas nos momentos de lazer, 13,8% dos entrevistados afirmaram que, ao longo dos últimos dois anos, a população de Morro do Pilar deixou de frequentar alguns lugares, contra 67,7% que dizem que isso não ocorreu e outros 18,6% que dizem não saber se tal mudança ocorreu ou não53. Conforme se vê no Gráfico 7.50, os bares e festas da cidade e, na sequência, as praças e os locais destinados à prática de esportes, foram os mais mencionados dentre aqueles que têm sido alvo de tal mudança, na opinião do grupo de entrevistados em questão.

No tocante ao afluxo sazonal, na cidade, de pessoas advindas de outros municípios, uma importante forma de aproximação a esta informação é a frequência com que os entrevistados recebem, em suas residências, visitas de parentes e/ou amigos que não residem em Morro do Pilar. As respostas a esse respeito apontam para um afluxo significativo de amigos e/ou parentes, com 53,6% dos entrevistados tendo afirmado receber visitas deste tipo, advindas de outras cidades. Estes entrevistados afirmaram, ainda, que tais visitas ocorrem principalmente durante os feriados prolongados, nas férias escolares e nos períodos de festas do município, conforme retratado no

Gráfico 7.5154.

52 Idem. 53 Dados não apresentado em gráfico ou tabela. 54 Nesse gráfico, não estão contabilizados os entrevistados que afirmaram receber visitas, mas não informaram em

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Gráfico 7.50 – Locais que deixaram de ser frequentados pela população nos últimos dois anos, segundo opinião de alguns entrevistados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Outros 14,3%

Igrejas 14,3%

Praças/locais de 25,0% esporte

Bares/festividades 46,4%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Gráfico 7.51 – Distribuição percentual dos entrevistados que recebem visitas de amigos e/ou parentes residentes em outros municípios, segundo época do ano em que geralmente ocorrem as visitas. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

3,8% 2,5% Feriados prolongados Férias escolares Festas 8,9% Final de semana 38,0% Sem época certa

Dias úteis 17,7%

29,1%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Corroborando a potencial relevância dos recursos naturais de Morro do Pilar como atrativos para pessoas de outras cidades, os resultados apresentados no Gráfico 7.52 demonstram que quase ¾ dos visitantes recebidos pelos entrevistados frequentam os rios da cidade e, ademais,

que época do ano isso geralmente ocorre, o que representou 12,2% deste estrato.

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aproximadamente 44% deles vão às cachoeiras. Por outro lado, as praças e festas da cidade constituem locais frequentados pelos visitantes recebidos por pouco mais do que ¼ destes entrevistados. No caso das praças, há que se ponderar que a baixa menção às mesmas é justificada, possivelmente, pela pequena quantidade existente na sede do município e, mais do que isso, pelo tamanho – pequeno – e pelo inadequado estado de conservação em que a maioria delas se encontra.

Gráfico 7.52 – Percentual de entrevistados que recebem visitantes de amigos e/ou parentes residentes em outros municípios, segundo locais frequentados por estes visitantes. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Outros 7,8%

Igrejas 15,6%

Festas da cidade 25,6%

Praças 25,6%

Cachoeiras 44,4%

Rios 71,1%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

A despeito da pequena menção às praças enquanto opções de lazer, a mais procurada pelos visitantes que acessam esse tipo de local quando estão na cidade é, segundo os entrevistados, a da Matriz (52,2% dos casos), que está localizada, justamente, na rua mais movimentada da cidade55. Para as visitas que frequentam igrejas (15,6% delas, conforme Gráfico 7.52), iguais percentuais (42,9%) vão às igrejas católicas e evangélicas, não havendo, dentre as visitas recebidas, maior prevalência de uma ou de outra56.

No caso dos rios frequentados pelos visitantes dos entrevistados, conforme se vê no Gráfico 7.53, os mais referenciados foram o Preto e o Lajeado. Vale destacar que tais rios foram, também, os mais recorrentemente apontados pelos entrevistados que disseram frequentar, eles mesmos, algum rio nos momentos de lazer.

Quanto às cachoeiras, tal qual praticado por alguns entrevistados em seus momentos de lazer (Gráfico 7.52, já apresentado), também os amigos e/ou parentes que visitam a cidade vão mais recorrentemente às do Lajeado, Pica-pau e Chuvisco. É interessante notar que, uma vez mais,

55 Dado não apresentado em gráficos ou tabelas. 56 Idem.

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o percentual mais significativo refere-se à Cachoeira do Lajeado, conforme

Gráfico 7.54.

Gráfico 7.53 – Distribuição percentual dos entrevistados que recebem visitantes advindos de outros municípios que frequentam rios, segundo os rios frequentados por estes visitantes. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Santo Antônio 4,7%

Picão 4,7%

Outros 7,8%

Lajeado 59,4%

Preto 68,8%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Gráfico 7.54 – Distribuição percentual dos entrevistados que recebem visitantes advindos de outros municípios que frequentam cachoeiras, segundo as cachoeiras frequentadas por estes visitantes. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Outras 5,0%

Lapinha 7,5%

Tombo 7,5%

Chuvisco 12,5%

Pica-pau 15,0%

Lajeado 62,5%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Quando perguntados sobre as festas mais famosas do município (Gráfico 7.55), o Forró do Campo – ou Forró do Morro – e o Carnaval foram as mais referenciadas. No caso do Forró do Documento no. Data: Página: 109 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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Campo, este ocorre em todo mês de Julho, no campo de futebol da sede urbana, e não tem caráter religioso ou folclórico. Abarca a realização de shows musicais, rodeios e cavalgadas e, segundo entrevistados, atrai vários turistas das cidades vizinhas e também de locais mais distantes.

A terceira festa mais recorrentemente apontada dentre as de maior fama no município foi a Festa de Agosto. De caráter religioso e também folclórico, as festividades do mês de agosto estão vinculadas à religião Católica e, segundo informações, incluem a festa da padroeira da cidade – Nossa Senhora do Pilar – e as festas de São Benedito, do Divino e do Rosário.

Gráfico 7.55 – Festas mais famosas do município, segundo opinião dos entrevistados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Outras festas 1,8%

Festas folclóricas 5,4%

15,5% Semana Santa

Festa de agosto 44,6%

66,7% Carnaval

79,8% Forró do campo

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Especificamente no caso de festas religiosas ou folclóricas, 95,8% dos entrevistados afirmaram que estas fazem parte do calendário festivo anual da cidade. Os outros 4,2% afirmaram não saber se este tipo de festas ocorre em Morro do Pilar, possivelmente por não associarem algumas das festas da cidade ao seu caráter folclórico ou religioso. Dentre as festas referenciadas pelos entrevistados, a Festa de Agosto foi a mais lembrada (65,8%). Se levarmos em conta o fato de que esta festa refere-se, na verdade, a uma série de festividades em comemoração a santidades específicas – Nossa Senhora do Pilar, Santo Expedito, São Benedito, Nossa Senhora do Rosário, Divino Espírito Santo e São Sebastião – o percentual de menções à mesma sobe para 80,1% da amostra. As festividades da Semana Santa obtiveram a segunda mais elevada citação, seguidas pelo Forró do Morro, ou do Campo, que foi identificado como sendo uma festa folclórica da cidade – embora não o seja. Estes dados estão sumarizados no Gráfico 7.56.

Para além das festas referenciadas, os resultados da pesquisa sugerem que estas são bastante frequentadas pelos entrevistados, pois 75,6% dos mesmos afirmaram delas participar. Analisando a variação de tal participação segundo grupos etários, vê-se no

Gráfico 7.57 que não há uma tendência clara, embora os níveis de participação mais elevados Documento no. Data: Página: 110 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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tenham sido encontrados entre os entrevistados com, no máximo, 30 anos de idade.

Gráfico 7.56 – Festas municipais de caráter religioso e/ou folclórico referenciadas pelos entrevistados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Outras 1,9% N.S. Aparecida 2,5% Folclóricas 8,7% Carnaval 23,0% Forró do Morro 30,4% Semana Santa 37,3% São Sebastião 1,9% Festa do Divino 2,5% Festa do Rosário 3,1% São Benedito 3,1% N.S. do Pilar 3,7% Festa de agosto 65,8%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Gráfico 7.57 – Nível de participação dos entrevistados às festas folclóricas e/ou religiosas da cidade, segundo grupos etários selecionados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Total 75,6% 66-85 52,0% 61-65 87,5% 56-60 85,7% 51-55 60,0% 46-50 69,2% Participa 41-45 80,0% Não Participa 36-40 84,2% 31-35 70,6% 26-30 92,3% 21-25 92,3% 16-20 85,7%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

Por fim, a falta de opções de lazer em Morro do Pilar foi mencionada pela maioria dos entrevistados como sendo um dos principais pontos deficitários da infraestrutura municipal. De forma bastante recorrente, sua menção foi vista como prejudicial, sobretudo para as crianças e adolescentes. No caso dos jovens, a importância de que existam mais opções, atividades e espaços de lazer esteve associada à ocupação de seu tempo, diminuindo, assim, o tempo livre para o envolvimento com drogas.

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Tendo o consumo de álcool e drogas, especialmente pelos jovens, sido outro ponto negativo mencionado por alguns entrevistados, parece ser plausível deslumbrar uma mesma deficiência, qual seja: a inexistência de uma estrutura municipal que abarque este público, seja em termos de lazer, cultura e esporte, seja em termos de profissionalização e geração de trabalho e renda – outro ponto também trazido por alguns entrevistados em distintos momentos das entrevistas.

À luz de seus apontamentos, os entrevistados indicaram o que, em sua opinião, precisaria ser feito para aumentar as opções de lazer e também de turismo em Morro do Pilar. Em linhas gerais, pode-se dizer que a maioria absoluta de suas sugestões passa pela necessidade de que haja mais investimento no município, especialmente em infraestrutura urbana, conservação dos espaços públicos e criação de mais espaços de lazer e diversão, conforme se vê no Gráfico 7.58. A necessidade de investimentos específicos em infraestrutura turística – como a formação de guias (3,4%), a maior divulgação acerca da cidade (8,4%) e a instalação de hotéis, pousadas e restaurantes (12,6%) – também foi consideravelmente referenciada, sugerindo que parte dos entrevistados, de fato, já vê o turismo como uma possibilidade de geração de renda para a cidade. Ademais, além de a maioria dos investimentos requeridos passar, necessariamente, pela iniciativa pública, a necessidade de que haja uma gestão mais voltada para o fortalecimento da infraestrutura turística também apareceu de forma explícita, tendo sido apontada por 6,7% dos entrevistados.

Gráfico 7.58 – Ações necessárias para aumentar opções de lazer e turismo em Morro do Pilar, segundo entrevistados. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

Mais investimentos em geral 29,4% Aumentar comércio/nº investidores 5,0% Mais investimento governamental 5,9% Direcionar mais a gestão para o turismo 6,7% Investir em infraestrutura turística 12,6% Ter/formar guias turísticos 3,4% Divulgar mais o que a cidade tem 8,4% Cuidar/potencializar o que a cidade tem 3,4% Melhorar limpeza e conservação 5,0% Consertar Paredão 1,7% Asfaltar/Melhorar acesso e ruas 10,1% Investir em festas e eventos 4,2% Investir em infraestrutura cultural 3,4% Investir em opções de lazer 1,7% Investir em estrutura/prática de esportes 9,2% Construir clubes 4,2% Construir praças 2,5% Construir parques 8,4% Investir em habitação 1,7% Mais emprego e renda 1,7% Outros 4,2%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

7.6.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

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A análise das atividades desenvolvidas pelos entrevistados de Santo Antônio do Rio Abaixo em seus momentos de lazer permite vislumbrar uma situação consideravelmente diferente daquela observada para Morro do Pilar. Mesmo no caso da atividade mais referenciada – assistir televisão – os percentuais aqui observados foram bastante inferiores àqueles da outra cidade em análise, conforme se vê no Gráfico 7.59. Menções à frequência em festas religiosas ou folclóricas e em bares, bailes e forrós foram também menos frequentes, assim como o foram as menções à frequência em espaços públicos e de sociabilidade, como as praças e igrejas.

Por outro lado, chamam a atenção os percentuais de menção a práticas vinculadas ao uso dos recursos naturais da região – como a pesca e a frequência em rios e cachoeiras – os quais denotam que, pelo menos na amostra selecionada, tais recursos são mais recorrentemente acionados em Santo Antônio do Rio Abaixo do que em Morro do Pilar, a despeito da grande quantidade de opções existentes neste último município. Em comum, os dois municípios guardam o fato de que as práticas de lazer mais acionadas são aquelas que independem de qualquer investimento público ou infraestrutura urbana.

Gráfico 7.59 – Percentual de entrevistados segundo o que fazem nos momentos de lazer – atividades selecionadas. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Cuidados com casa/horta/jardim 94,8% Artesanato 94,8% Frequenta bares 94,8% Frequenta praças 94,8% Pratica esportes 94,8% Outros 93,1% Vai a bailes, festas e forró 91,4% Vai a festas religiosas/folclóricas 84,5% Pesca 82,8% Frequenta cachoeiras 77,6% Ouve rádio 69,0% Visita família e amigos 67,2% Frequenta igrejas 63,8% Frequenta rios 60,3% Assiste TV 34,5% Fonte: Geonature, set. 2011. Sim Não

A igreja católica foi a única referenciada por aqueles que disseram frequentar igrejas em seus momentos de lazer. Quanto à frequência a praças, os poucos entrevistados que escolheram também essa opção, citaram a Alcino Quintão, que está localizada no Centro da cidade. Oitenta e dois vírgula seis por cento daqueles que frequentam rios escolheram o Santo Antônio como sendo sua opção predileta, tendo havido algumas menções, também, ao Rio Abaixo, ao Poço do Limão e ao Balneário, ou Prainha. No caso das cachoeiras, a do Chuvisco foi referenciada por 78,6% dos entrevistados que têm nessa prática uma opção nos momentos de

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lazer. As do Limão, Cristal e Angico receberam uma menção cada57.

Avaliando as mudanças ocorridas nas práticas de lazer e diversão da população em geral, 8,6% dos entrevistados acreditam que ao longo dos dois últimos anos a população tem deixado de frequentar alguns locais da cidade. Dentre esses, foram citadas as praças e locais de práticas esportivas (20% de menções), as igrejas (também com 20%) e, de forma mais recorrente, os rios, cachoeiras e outros atrativos naturais da região, os quais foram referenciados por 60% daqueles que afirmaram ter havido mudanças no intervalo de tempo considerado58.

No que tange à frequência com que recebem, em suas residências, visitas de parentes e/ou amigos advindos de outras cidades, as respostas dadas pelos entrevistados sugerem ser esse um fato bastante comum. A maioria deles – ou 82,8% – recebe tais visitas59, sendo que, conforme se vê no Gráfico 7.60, os feriados prolongados e as férias escolares são as épocas mais comuns para tal.

Gráfico 7.60 – Distribuição percentual dos entrevistados que recebem visitas de amigos e/ou parentes residentes em outros municípios, segundo época do ano em que geralmente ocorrem tais visitas. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

4,2% 2,1% Feriados prolongados 12,5% 41,7% Férias escolares

Época de festa na cidade 39,6% Final de semana

Sem época certa

Fonte: Geonature, set. 2011.

A avaliação dos locais mais recorrentemente frequentados pelas visitas que os entrevistados recebem sugere que os recursos naturais da cidade são, ainda que potencialmente, importantes atrativos turísticos. Conforme se vê no Gráfico 7.61, são poucas as visitas que não frequentam lugar algum na cidade, ao passo que, dentre os locais frequentados pelas mesmas, os rios e cachoeiras destacam-se com percentuais bastante significativos.

Quanto aos rios, cachoeiras, igrejas e praças frequentadas pelas visitas recebidas, não houve diferenças significativas em relação àqueles mencionados pelos entrevistados como sendo os que eles próprios costumam frequentar. Assim, as visitas que frequentam praças costumam também ir à Alcino Quintão e as que frequentam igrejas vão à católica – no caso, a Igreja

57 Dados não apresentados em gráficos ou tabelas. 58 Idem. 59 Ibdem.

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Matriz de Santo Antônio. Aquelas que frequentam cachoeira vão, em sua maioria, à do Chuvisco – 96,2% - havendo algumas que vão, também, à do Cristal (19,2%) ou ao Poço do Limão (11,5% dos casos). Quanto às visitas que frequentam rios, uma vez mais, na maioria das vezes os escolhidos são o Santo Antônio (86,1% das observações) ou, em menor proporção, a Prainha, que foi citada como opção para 13,9% das visitas que costuma realizar tal prática quando estão na cidade60.

Gráfico 7.61 – Percentual de entrevistados que recebem visitantes de amigos e/ou parentes residentes em outros municípios, segundo locais frequentados por estes visitantes. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Praças 2,1%

Festas 6,3%

Igrejas 27,1%

Cachoeiras 52,1%

Rios 75,0%

Não frequentam atrativos 14,6%

Fonte: Geonature, set. 2011.

Conforme se viu anteriormente no Gráfico 7.59, a menção à frequência em festas na cidade não se destacou muito dentre as atividades que os moradores realizam em seus momentos de lazer. Apesar disso, as entrevistas permitiram identificar quais são, na opinião do grupo pesquisado, as festas religiosas e/ou folclóricas mais famosas. No Gráfico 7.62 vê-se que dentre as mais referenciadas estão duas exclusivas do município – a cavalgada e a festa do padroeiro da cidade, Santo Antônio – e outras duas de caráter nacional, que são o carnaval e a semana santa – esta segunda tendo sido referenciada por apenas um entrevistado.

No caso específico de festas religiosas e/ou folclóricas, apenas um dos 58 entrevistados disse não ter conhecimento de sua existência na cidade. Os demais não somente disseram conhecê- las como também, numa proporção de 78,6% dos casos, afirmaram delas participar. Dentre todas as festas mencionadas tanto por aqueles que participam quanto por aqueles que não participam delas, as mais recorrentes foram a de Santo Antônio – destacada por 89,7% dos entrevistados – e a de Nossa Senhora da Aparecida – com 13,8% de referências. Além dessas, a Festa do Divino, o Carnaval, a Semana Santa e a Cavalgada receberam uma menção cada61.

60 Dados não apresentado em gráfico ou tabela. 61 Idem.

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Gráfico 7.62 – Festas mais famosas do município, segundo opinião dos entrevistados. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Semana Santa 1,7%

Festa de Santo Antônio 31,0%

55,2% Carnaval

Cavalgada 67,2%

Fonte: Geonature, set. 2011.

No escopo do lazer e turismo, o último ponto levantado junto à população amostrada referiu- se a quais seriam, em sua opinião, as ações prioritárias a serem realizadas no município, com o intuito de ampliar as opções existentes. A esse respeito, é interessante notar duas diferenças importantes em relação ao que se constatou em Morro do Pilar. A primeira delas é que ao longo das entrevistas em Santo Antônio do Rio Abaixo foram menos recorrentes as menções negativas à infraestrutura de turismo, lazer e cultura existentes. A segunda, retratada no Gráfico 7.63, refere-se à diversidade consideravelmente menor de ações apontadas como necessárias para ampliação das opções de lazer e turismo local. Nesse ínterim, chama a atenção o percentual elevado de indivíduos que simplesmente não possuem opinião alguma a respeito – 36,2%. Dentre as ações referenciadas, destaca-se a necessidade de que se construam e/ou melhorem os hotéis, restaurantes e pousadas na cidade, a qual foi referenciada por 29,7% dos entrevistados que apresentaram opiniões nesse tema.

Apesar dos percentuais destacados no parágrafo anterior, é mister destacar que todas as outras ações sugeridas pelos entrevistados passa, necessariamente, pela iniciativa pública, posto que requer investimentos em infraestruturas de diversos tipos, tanto no âmbito da prestação de serviços – como asfaltamento, limpeza e conservação dos espaços da cidade – e da construção de novas estruturas – como parques e praças – quanto no que concerne à divulgação da cidade ou à realização de investimentos diversos – inclusive em prestação de serviços e obras.

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Gráfico 7.63 – Ações necessárias para aumentar opções de lazer e turismo em Santo Antônio do Rio Abaixo, segundo entrevistados. Santo Antônio do Rio Abaixo, sede urbana, 2011.

Outros 8,1%

Mais investimentos em geral 8,1%

Divulgar o que cidade tem 8,1%

Melhorar conservação do que cidade tem 8,1%

Melhorar acesso à cidade/pontos turísticos 8,1%

Construir praças 13,5%

Construir parques 27,0%

Investir em infraestrutura turística 29,7%

Não sabe/não respondeu 36,2%

Fonte: Geonature, fev. 2011.

7.7. Segurança pública

7.7.1. Informações de fontes secundárias e da pesquisa institucional

Em vista do crescimento observado da violência urbana nos últimos anos, a temática da segurança pública vem, cada vez mais, se tornando dominante na discussão acerca da qualidade de vida dos brasileiros. Nesse contexto, a análise sobre os recursos institucionais e humanos, além de indicadores que contemplam não só o funcionamento desses dois aspectos, mas também a evolução e a caracterização da violência municipal, tornam-se imprescindíveis para uma avaliação da organização do sistema.

As informações que dizem respeito aos recursos institucionais disponíveis nos municípios componentes da AID do empreendimento em estudo são escassas até 2005. É importante salientar a inexistência, tanto em Morro do Pilar quanto em Santo Antônio do Rio Abaixo, das delegacias de polícia civil, de proteção a criança e adolescentes, especializada no atendimento à mulher e delegacia especializada no atendimento à mulher vítima de violência, como mostram os dados da Tabela 7.11.

Todavia, o Gráfico 7.64 indica que em Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar o número de habitantes por policial militar não sofreu modificações expressivas entre 2000 e 2006. A partir de 2006, porém, nota-se uma queda acentuada nos valores, que se acredita ser devida a contratações realizadas e a ligeira redução do número de habitantes, uma vez que a taxa de crescimento anual, no período de 2000 a 2010, ficou na casa dos 0,26% e 0,94% negativos, em Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, respectivamente.

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Tabela 7.11 – Recursos institucionais de segurança pública. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, 2000 – 2007.

Santo Antônio do Rio Abaixo

Existência de Existência de Existência de Existência de Existência delegacia de instituição Existência Existência Existência de Conselho de conselho de Existência delegacia de Existência de delegacia polícia especializada de conselho de conselho Ano conselho de segurança direitos da de conselho proteção a de guarda de polícia especializada no atendimento de defesa de defesa segurança atuante criança e do tutelar criança e ao municipal civil no atendimento à mulher vítima civil civil atuante adolescente adolescente à mulher de violência

2000 Não 2001 Não Não 2002 Não 2003 Não 2004 Não 2005 Não 2006 Não Não Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não 2007 Não Não Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não Morro do Pilar 2000 Não 2001 Não Não 2002 Não 2003 Não 2004 Não 2005 Não 2006 Sim Não Sim Sim Não Não Não Não Sim Não Não 2007 Sim Não Sim Sim Não Não Não Não Sim Não Não Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social Gráfico 7.64 - Recursos humanos no setor de segurança. Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, 2000-2007

Morro do Pilar 2.000

1.500

1.000

500

0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Habitantes por policial militar (habitantes)

Santo Antônio do Rio Abaixo 700 600 500 400 300 200 100 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Habitantes por policial militar (habitantes)

Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar 35.900 35.850 35.800 35.750 35.700 35.650 35.600 35.550 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Habitantes por juiz na comarca (habitantes)

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social. Documento no. Data: Página: 118 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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O número de habitantes por juiz nestes dois municípios é o mesmo para a comarca de Conceição do Mato Dentro, pois ambos fazem parte desta comarca que já contabiliza a relação habitante/juiz para todas as cidades pertencentes a essa jurisdição. Percebe-se que o valor desta relação vem diminuindo, embora se tenha informações somente para o período de 2000 a 2005.

Cabe, ainda, notar que Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar não possuem Núcleo de Defensoria Pública, embora exista defensoria na comarca. Além disso, não possui Núcleo ou Juizado Especializado – ou seja, o atendimento é todo unificado.

Quanto à violência, tanto Santo Antônio do Rio Abaixo quanto Morro do Pilar ainda podem ser considerados municípios tranquilos. Conforme o Mapa da Violência nos Municípios Brasileiros (2010), entre 2003 e 2008, ocorreu apenas um homicídio em Morro do Pilar e nenhum em Santo Antônio do Rio Abaixo. Para os dados do Ministério da Saúde, no período entre 2005 e 2010, também não houve registro de qualquer ocorrência de violência, seja no trânsito ou em agressões.

No ano de 2006 foram criados quatro Conselhos Municipais em Morro do Pilar, quais sejam, o Conselho de Segurança, o Conselho de Defesa Civil, o Conselho Tutelar e o Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. Em Santo Antônio do Rio Abaixo, foram implantados apenas o Conselho Tutelar e o Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. No entanto, segundo informações dos entrevistados, nenhum destes é atuante.

7.7.1.1. Morro do Pilar

O 4º Grupamento da Polícia Militar (GPM), responsável pela segurança pública de Morro do Pilar, possui um efetivo de quatro policiais e é subordinado ao 3º Pelotão da Polícia Militar, em Conceição do Mato Dentro. Quando necessário, é de lá que vem reforço policial ou qualquer outro tipo de serviço da PMMG, como atendimento da Polícia Rodoviária, da Polícia Ambiental, do Corpo de Bombeiros ou da Polícia Civil. Além disso, a estrutura de responsabilização – que inclui Ministério Público, Juizado e Promotorias – também é subordinada a Conceição do Mato Dentro.

O 4º GPM é responsável por realizar todas as atividades de segurança pública no município, o que inclui a realização de rondas três vezes ao dia – das quais pelo menos uma deve ser nas escolas –, averiguações de denúncia, apreensões, dentre outros. O Grupamento possui apenas um veículo para realização das rondas e apreensões, e sua manutenção constitui um dos principais problemas enfrentados, devido à falta de recursos. Consequentemente, sempre que se faz necessário qualquer tipo de manutenção ou reposição de peça, o veículo fica parado durante dias, inviabilizando o patrulhamento do município ou o atendimento às ocorrências. Os entrevistados informaram que, em muitas situações, são realizados rondas e atendimentos até mesmo em veículos particulares.

O quartel do 4º GPM funciona em uma casa alugada e está equipado com um computador,

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uma impressora e um aparelho telefônico, além do mobiliário. Outro problema enfrentado é a inadequação de tal casa, que não atende às condições de segurança adequadas – não possui, sequer, tranca nas janelas, que são escoradas com pedaços de madeira, para evitar serem abertas por fora. Ainda, não possui espaço adequado para detenção, de modo que os casos que demandam tal ação são encaminhados para Conceição do Mato Dentro.

Foto 7.8 – Quartel da polícia militar.

Fonte: (Geonature, Morro do Pilar, nov.2010).

Os representantes da instituição, entrevistados durante a pesquisa, destacaram possuir uma boa relação com a população do município, que os respeitam e convidam para audiências públicas, sempre que ocorrem. Nessas ocasiões, os participantes aproveitam para expor suas reclamações e solicitações. Mencionaram ainda ter uma boa relação com as escolas, porém sem grandes intervenções ou parcerias.

Segundo opinião dos entrevistados, o Conselho Tutelar não possui um perfil proativo para a resolução de casos envolvendo crianças e adolescentes. Assim, a maioria dos casos chega para a polícia que faz então o encaminhamento para o Conselho, e não o contrário, como seria de se esperar.

Sobre o quadro geral de violência no município, foi destacado que Morro do Pilar é bastante tranquilo, sem grandes problemas de violência ou casos de crimes com maior potencial ofensivo. A maioria absoluta das ocorrências policiais tem como fonte geradora o consumo excessivo de álcool, que provoca reclamações com relação a som alto e brigas. O único caso de homicídio registrado no município nos últimos dois anos – especificamente em 2009 – teve como motivador justamente uma briga iniciada após o consumo de bebida alcoólica. Brigas entre vizinhos é outro motivador de chamadas policiais, porém, em nenhum caso costuma haver desdobramento mais complicado. Infrações de furto e roubo são esporádicas, embora ao longo de 2010 tenha havido um pequeno aumento na incidência de roubos na área rural. Para conter essa situação, o 4º GPM atuou em parceria com a Polícia Civil de Conceição do Mato Dentro, tendo conseguido identificar e coibir o grupo infrator.

Dentre as diversas localidades rurais do município, o ‘Carioca’ foi apontado como a que Documento no. Data: Página: 120 EIA-MOPI-005-03/12-v1 27/03/2012

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apresenta maiores índices de ocorrência, sendo registrados, sobretudo, casos de porte ilegal de armas, embriaguez, brigas e alguns crimes de menor potencial ofensivo. No caso da área urbana, os locais denominados como ‘Volta da Tropa’, ‘Nossa Senhora de Lourdes’ e ‘Ogó’ foram os destacados como menos tranquilos, sendo que as brigas ocasionadas por embriaguez representaram a maioria das ocorrências registradas. Sobre acidentes de trânsito, nenhum caso mais grave ou fatal foi registrado nos últimos dois anos. Os casos mais recorrentes são acidentes nas estradas de terra envolvendo motos, quase sempre pilotadas por condutores não habilitados. As vítimas deste tipo de acidente quase sempre chegam ao “Hospital” com fraturas, que são encaminhadas para tratamento em Itabira. A solução encontrada pelos policiais para coibir esse tipo de situação foi fazer um acordo com o “Hospital”, no sentido de que este comunique ao quartel sempre que apareçam pacientes acidentados no trânsito.

Com relação ao tráfico e consumo de drogas, disseram ter conhecimento de que essas substâncias estão presentes no município, ainda que em pequenas proporções. Entretanto, ainda não houve registro algum nem sobre consumo e nem sobre comércio ou tráfico, o que se deve, sobretudo, ao fato de que a população não faz denúncias sobre esse tipo de situação.

A respeito das principais dificuldades enfrentadas para a realização do trabalho de segurança pública, os entrevistados afirmaram tratar-se da precariedade dos recursos destinados ao município, que teria como consequência a dificuldade para a manutenção da viatura – conforme destacado anteriormente –, a falta de equipamentos para o trabalho – inclusive de armamentos – e a infraestrutura inadequada do quartel. Além disso, as más condições de acesso à zona rural seriam outro dificultador, devido à má qualidade das estradas, o que acabaria por tornar mais moroso o atendimento às demandas que lá surgem. Antevendo o que poderá vir a ocorrer após o asfaltamento da via de acesso ao município, foi destacado que em breve será necessário, também, o aumento do efetivo no município, pois, com o acesso facilitado, a circulação de pessoas irá aumentar e, consequentemente, a demanda por serviços prestados pela Polícia.

7.7.1.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

O 5º Grupamento da Polícia Militar (GPM) é o único serviço em segurança pública com instalação e efetivo em Santo Antônio do Rio Abaixo. Este Grupamento é subordinado ao 3º Pelotão da Polícia Militar, em Conceição do Mato Dentro, que por sua vez, está subordinado à 25ª Companhia da Polícia Militar Independente, em Guanhães. O 5º GPM conta com um efetivo de quatro policiais e apenas uma viatura, responsável pela segurança pública tanto na área urbana quanto na área rural do município, sendo realizadas rondas diárias e atendimento às ocorrências. O fato de haver apenas uma viatura para atender a todas as demandas do município torna-se um problema quando esta necessita de manutenção, ficando os serviços de ronda temporariamente suspensos, assim como o atendimento às chamadas ocorridas.

O número de policiais existentes não é suficiente para manter a segurança pública quando ocorrem festas na cidade, como o carnaval e a Cavalgada, principais eventos do município. Quando necessário, o reforço policial vem do 3º Pelotão da Polícia Militar, de Conceição do

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Mato Dentro. De igual forma, outros serviços são demandados, quando necessários, das unidades existentes naquele município, como o atendimento da Polícia Ambiental, da Polícia Rodoviária e da Polícia Civil. No caso do serviço do Corpo de Bombeiro, as unidades que atendem ao município são as de Itabira ou Belo Horizonte. Também é subordinada a Conceição do Mato Dentro a estrutura de responsabilização que inclui Ministério Público, Juizado e Promotorias.

Em relação à infraestrutura física do 5º GPM, de acordo com o responsável, existe um convênio entre a Polícia Militar e a Prefeitura, sendo de responsabilidade desta a manutenção e a limpeza do recinto, assim como o fornecimento de combustível para a viatura. Segundo o entrevistado, o combustível oferecido não é suficiente para que a ronda seja efetiva em todo o município. O quartel está equipado com computadores, impressora e aparelho telefônico. Ressalta-se que não há espaço para detenção de infratores, sendo estes encaminhados para a delegacia de Conceição do Mato Dentro.

Foto 7.9 – 5º GPM.

Fonte: (Geonature, Santo Antônio do Rio Abaixo, set.2011)

De acordo com informações, não há em Santo Antônio do Rio Abaixo, assim como em Morro do Pilar, grandes problemas em relação à violência ou crimes de maior potencial ofensivo. No entanto, as maiores ocorrências, diferentemente do observado no município vizinho, são relativas a problemas com posse de terra, como por exemplo, invasão de limite de propriedade. Geralmente, são feitas, em média, de uma a cinco ocorrências policiais no mês. No ano de 2011 ocorreram apenas três furtos e as últimas ocorrências foram por posse ilegal de arma, estelionato, furto e ameaça de morte. No que tange às infrações de furto e roubo, estas são esporádicas, havendo maiores ocorrências em épocas de festas no município.

Não há na zona rural uma localidade específica com maior índice de criminalidade e tampouco um bairro com tais índices na área urbana.

Sobre o Conselho Tutelar, foi informado que não há uma boa relação entre este a PM na

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resolução de casos envolvendo crianças e adolescentes, ocorrendo fatos em que o referido Conselho encaminha à PM e vice-versa.

Com relação ao tráfico e consumo drogas, são poucos os usuários de substâncias entorpecentes no município e não há registros de tráfico ou consumo, principalmente por falta de denuncias da população. Os entrevistados acreditam que a recente pavimentação da estrada que liga a sede do município à MG-120 poderá facilitar a entrada de drogas em Santo Antônio do Rio Abaixo, aumentando assim o número de usuários e os consequentes problemas. Outro problema relacionado à pavimentação é o aumento no número de acidentes de trânsito, que até o momento são muito poucos.

7.7.2. Resultados da pesquisa amostral

Com a pesquisa amostral, se tentou avaliar, principalmente, a frequência e o tipo de ocorrências havidas no município nos últimos dois anos que demandaram intervenção policial. Isto não somente para conhecer os tipos de demanda, mas também para se perceber as situações mais recorrentes em Morro do Pilar e em Santo Antônio do Rio Abaixo, atualmente, de forma a complementar o que já foi anteriormente trazido sobre esse tema, por meio de dados secundários e de dados primários coletados junto a atores institucionais destas duas cidades, os quais contemplaram, sobretudo, a oferta de serviços existente.

7.7.2.1. Morro do Pilar

Conforme se vê no Gráfico 7.65, apenas 16,8% dos entrevistados afirmaram ter recorrido à polícia nos últimos dois anos. Destes, a maioria o fez em virtude de brigas, desentendimentos ou agressões – muitas vezes associados ao consumo de álcool, conforme argumentaram muitos entrevistados. Casos relacionados à ocorrência de acidentes, assaltos, roubos, ataques ao patrimônio e barulho ou desordem nas ruas, embora tenham sido referenciados, mostraram-se pouco recorrentes.

Além disso, independente do motivo que gerou a necessidade de se recorrer à polícia, em 92,6% dos casos as pessoas envolvidas eram residentes de Morro do Pilar. Ou seja, na maioria das vezes não houve envolvimento de turistas ou visitantes62, o que é coerente com o fato de que, embora com muitas potencialidades turísticas, Morro do Pilar não se constitui em polo turístico na região onde está inserido.

62 Dado não apresentado em gráficos ou tabelas.

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Gráfico 7.65 – Distribuição percentual da população, segundo procura ou não pela polícia nos últimos dois anos e motivos para tal. Morro do Pilar, sede urbana, 2011.

1,2% 0,6% Acidente 10,8% 1,8% 2,4% Assalto/roubo

Brigas, desentendimentos, agressões Barulho/desordem na 83,2% vizinhança/rua Ataques ao patrimônio

Não acionou

Fonte: Geonature, fev. 2011.

7.7.2.2. Santo Antônio do Rio Abaixo

No tocante à demanda por serviços de segurança pública em Santo Antônio do Rio Abaixo, apenas 6 dos 58 entrevistados disseram ter recorrido a tais nos últimos dois anos, o que perfaz um percentual de 10,3% da amostra. Dentre os motivos que geraram estas demandas estão o envolvimento em agressões – 3 casos – em brigas e desentendimentos – 2 casos – ou em acidentes – 1 caso – nenhum deles com desdobramentos mais trágicos, como a morte ou prisão dos envolvidos. De forma mais detalhada, os entrevistados afirmaram que nos casos em que o acionamento à polícia se deu em função brigas e desentendimentos, os envolvidos eram pessoas nascidas em outros municípios – ou seja, turistas ou visitantes. Já nos casos de acidente ou agressão, os envolvidos eram naturais de Santo Antônio do Rio Abaixo63.

Desse contexto, o mais importante a se depreender é o baixo potencial ofensivo dos casos que geraram necessidade de acionamento das polícias e, também, a inexistência de situações envolvendo assaltos, roubos ou ataque ao patrimônio.

63 Dado não apresentado em gráfico ou tabela.

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