Cinema E Outras Artes I
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Diálogos e Inquietudes Artísticas CINEMA E OUTRAS ARTES I Cinema e Outras Artes assume-se como uma coleção de livros que tem como linha programática reunir investigações dedicadas à intersecção dos Estudos Fílmicos com outras formas de expressão artística, numa constante revisitação da expressão Sétima Arte. CINEMA E O primeiro volume, Cinema e Outras Artes I, dá conta da profícua e já longa relação entre o cinema e a escrita e reúne contribuições várias que se encontram na confluência entre a Ciência, a Arte e a Filosofia. OUTRAS ARTES I DIÁLOGOS E INQUIETUDES ARTÍSTICAS ANABELA BRANCO DE OLIVEIRA LILIANA ROSA, MANUELA PENAFRIA, NELSON ARAÚJO LILIANA ROSA, ANA OLIVEIRA, CATARINA PEREIRA, DE ANABELA BRANCO ANA CATARINA PEREIRA LILIANA ROSA MANUELA PENAFRIA NELSON ARAÚJO (Editores) LABCOM.IFP Comunicação, Filosofia e Humanidades Editora LabCom.IFP Unidade de Investigação www.labcom-ifp.ubi.pt Universidade da Beira Interi or CINEMA E OUTRAS ARTES I DIÁLOGOS E INQUIETUDES ARTÍSTICAS ANABELA BRANCO DE OLIVEIRA ANA CATARINA PEREIRA LILIANA ROSA MANUELA PENAFRIA NELSON ARAÚJO (Editores) Ficha Técnica Título Cinema e Outras Artes I Diálogos e Inquietudes Artísticas Editores Anabela Branco de Oliveira, Ana Catarina Pereira, Liliana Rosa, Manuela Penafria, Nelson Araújo Editora LabCom.IFP www.labcom-ifp.ubi.pt Coleção Ars Direção Francisco Paiva Revisão Ana Catarina Pereira, Delfina Rodrigues e Liliana Rosa Design Gráfico Liliana Rosa (capa) Cristina Lopes (paginação) ISBN 978-989-654-581-9 (papel) 978-989-654-583-3 (pdf) 978-989-654-582-6 (epub) DOI 10.25768/fal.books.2019.01 Depósito Legal 459029/19 Tiragem Print-on-demand Universidade da Beira Interior Rua Marquês D’Ávila e Bolama. 6201-001 Covilhã. Portugal www.ubi.pt Covilhã, 2019 © 2019, Anabela Branco de Oliveira, Ana Catarina Pereira, Liliana Rosa, Manuela Penafria, Nelson Araújo. © 2019, Universidade da Beira Interior. O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública ou transformação da totalidade ou de parte desta obra carece de expressa autorização do editor e dos seus autores. Os artigos, bem como a autorização de publicação das imagens, são da exclusiva responsabilidade dos autores. Comité de leitura Abílio Hernandez Cardoso Anabela Dinis Branco De Oliveira Bolsa FCT SFRH/BSAB/143186/2019 Ana Catarina Pereira Bolsa FCT SFRH/BSAB/143117/2018 Ana Isabel Soares António Fatorelli Carlos Melo Ferreira Daniel Tércio Liliana Rosa Luís Nogueira Manuel Deniz Da Silva Manuela Penafria Maria Do Rosário Lupi Bello Mirian Tavares Nelson Araújo Sérgio Guimarães Sousa Tito Cardoso E Cunha IN MEMORIAM PROFESSOR CARLOS MELO FERREIRA Índice Apresentação 15 Da palavra à imagem permanece o mistério da música: Tous les matins du monde, filme de Alain Corneau 19 Daniel-Henri Pageaux PARTE 1 LITERATURA E POESIA 45 Entre dois Planos Nacionais - o reduzido cinema português e o grande espaço da literatura 47 António Manuel Dias Costa Valente Rebecca (Hitchcock) e As Formigas (Lygia Fagundes Telles): espaços de suspense 61 Fátima Leonor Sopran Como os desdobramentos convergem para a construção do suspense em Sueurs Froides (d’entre les morts) (1954) e em Vertigo (1958)? 77 Maria do Socorro Aguiar Pontes Giove Cine y literatura en Iris Murdoch: narrativa y olvido 89 Ramón Luque Os Maias cinematografados: Leitura colateral das (des)continuidades portuguesas 95 Filomena Antunes Sobral Apuntes sobre semiótica de la narrativa audiovisual: poética, retórica y niveles de significación 113 Alfonso M. Rodríguez de Austria Giménez de Aragón Análise da transformação do narrador na adaptação cinematográfica do livroO Amor nos Tempos do Cólera 131 André Laender Pita O Auto da Compadecida invade o cinema: uma análise dos processos de adaptação, direção e montagem da obra de Guel Arraes 147 João Evangelista do Nascimento Neto João Botelho: um certo olhar sobre a Literatura 165 Luis Carlos Pimenta Gonçalves Dar a palavra – Veredas, de João César Monteiro 183 Elisabete Marques Synecdoche, New York: O Filme pela Figura 195 Francisco Ricardo Cipriano Silveira L’amant de la Chine du Nord (1991): novo gênero discursivo entre cinema e literatura 217 Maria do Socorro Aguiar Pontes Giove PARTE 2 ARTE, CIÊNCIA E FILOSOFIA 229 O Cinema de Majid Majidi: Bacheha-Ye aseman / Filhos do Paraíso – Um exercício de confluência entre a Ética e a Estética 231 António Júlio Andrade Rebelo Uma interpretação do filmeInception : entre os sonhos e a antiga arte da memória 245 Carlos Alberto de Matos Trindade The way things go: O banal transfigurado em Fischli & Weiss 267 Guy Amado Edenes modernos: la naturaleza como metáfora fílmica del origen perdido 285 Chantal Poch Stromboli: a jornada do herói e as estruturas do imaginário no neorrealismo italiano de Rossellini 301 Paula Pires da Silva Autoria e Organização 315 Apresentação Cinema e Outras Artes assume-se como uma coleção de livros que tem como linha programática reunir investigações dedicadas à intersecção dos Estudos Fílmicos com outras formas de expressão artística, numa constante revisitação da expressão Sétima Arte. A coleção promove e divulga uma imensa produção de conhecimento que, por si, justifica a importância de um conjunto de livros cujo enfoque reflete, retrospetiva e prospetivamente, as ligações, de diálogo e inquietudes, entre as diferentes artes. O primeiro volume, intitulado Cinema e Outras Artes I – Diálogos e Inquietudes Artísticas, é composto por um texto inaugural de Daniel-Henri Pageaux, seguindo-se dois capítulos temáticos. O autor imprime uma cadên- cia de pesquisa vinculada às relações do cinema com as outras artes, intersetando, no seu discurso, mutações fílmicas que decorrem de “sinestesias ou da aliança”. No filmeTous les Matins du Monde (1991), de Alain Corneau, o autor encontra um campo particularmente frutífero para sistematizar a linha investigadora. Questionando o processo de adaptação romancista, invoca a interven- ção de elementos musicais, plásticos e pictóricos para chegar a “uma poética da adaptação”. A sua perfuração fílmica avança, assim, em múltiplos sentidos, extrapo- lando imbricações entre cinema e materialidades, jogos cromáticos, processos de composição e referências pictóricas, brilhando de toda a parte, a música, protago- nista maior do filme. O primeiro capítulo, com a designação Literatura e Poesia, dá conta da pro- fícua e já longa relação entre o cinema e a arte da escrita. António Costa Valente compara dados do Plano Nacional de Cinema com os do Plano Nacional de Leitura, apontando a necessidade do primeiro se aproximar das linhas de trabalho do segundo. Fátima Sopran e Maria Giove exploram as aproximações do suspense no cinema e na literatura baseando-se, a pri- meira autora, no filme Rebecca (1940), de Alfred Hitchcock, e no conto As Formigas, de Lygia Fagundes Telles; Giove utiliza também o estudo compa- rado, desta feita, entre o romance Sueurs Froides (d’entre les morts) (1954), de Pierre Boileau e Thomas Narcejac, e a obra cinematográfica Vertigo (1958), a partir dos conceitos Dobra e Desdobra desenvolvidos por Gilles Deleuze, defendendo a sua convergência para a construção do suspense em ambas as obras. Em seguida, Ramón Luque organiza a sua pesquisa em redor das adaptações literárias ao cinema, integrando exemplos em que este diálo- go foi profícuo, e outros em que se demonstrou estéril. Filomena Sobral, por sua vez, permanece no domínio da transposição fílmica, propondo uma leitura da obra Os Maias (2014), de João Botelho, que objetiva uma múlti- pla participação artística para o resultado final. Alfonso Aragón serve-se de ferramentas semióticas para propor uma classificação na narrativa au- diovisual engajada em três níveis, enquanto André Pita faz uma análise detalhada sobre a transferência do narrador literário para a matéria fílmica – na transposição fílmica de Mike Newell do livro O Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel Garcia Márquez –, valorizando o jogo artístico que pres- cinde daquela figura mas mantém os elementos narrativos. O capítulo prossegue com João Neto a vincular, também, a sua investiga- ção às questões da transposição, focando-se na obra dramática o Auto da Compadecida (1957), de Ariano Suassuna e na sua transposição cinemática por Guel Arraes, em 2000, depurando estratégias de realização e montagem. Luís Gonçalves procede a uma extração fílmica na obra de João Botelho, obtendo ganhos no diálogo que o realizador português estabelece com as ou- tras artes. Elisabete Marques enfatiza os mecanismos dissonantes no filme Veredas (1978), de João César Monteiro, sinalizando, na estratégia artística, uma fecundação entre as dimensões visual e textual sublimada pela postu- Cinema e Outras Artes I 16 Diálogos e Inquietudes Artísticas ra política. Já Francisco Silveira traça um paralelo entre a figura de estilo sinédoque e Synecdoche, New York (2008), de Charlie Kaufman, defendendo que aquela técnica literária concretiza todo o filme, assumindo-se como o universo narrativo da obra; e, para concluir a fração temática, Maria Giove convoca a obra L’amant de la Chine du Nord (1991), de Marguerite Duras, investigando a associação de recursos do romance e do guião numa conju- gação que promove um singular género discursivo. Arte, Ciência e Filosofia é o título da segunda parte, que entendemos como um território onde claramente se manifestam diálogos e inquietudes artísti- cas entre o cinema e outras artes. António Júlio Rebelo explora confluências entre ética e estética, utilizando como referência o filmeOs Filhos do Paraíso (1997), de Majid Majidi, para