Crescimento Econômico e Bem-Estar nos Municípios do Espírito Santo

Matheus Albergaria de Magalhães Coordenador de Estudos Econômicos Rede de Estudos Macroeconômicos (Rede MACRO) Instituto Jones dos Santos Neves (CEE/IJSN) O que é ser um “bom” economista?

“Bons economistas são os pássaros mais raros. Eles devem alcançar um alto padrão em várias direções diferentes e combinar talentos que não é comum encontrar juntos. Devem ser a um só tempo historiadores, homens públicos e filósofos. Devem entender de símbolos e falar com palavras. Devem ser tão incorruptíveis e distantes quanto um artista, ainda que por vezes tão pé no chão quanto um político”.

John Maynard Keynes Importância do tema “Crescimento Econômico”

“(...) Não vejo como se pode olhar dados como esses sem sentir que eles representam possibilidades. Há alguma coisa que o governo da Índia poderia fazer para levar a economia de seu país a crescer como as economias da Indonésia ou do Egito? E, havendo, o quê exatamente? Se não, o que há na “natureza da Índia” que a torna assim? As conseqüências para o bem-estar humano envolvidas nessas questões são simplesmente incríveis: uma vez que se começa a pensar nelas, é difícil pensar em qualquer outra coisa (...)”.

Robert E. Lucas Jr. Motivação

• Economia do estado do Espírito Santo ainda é relativamente pouco estudada

• Vantagem: existe atualmente um amplo leque de temas econômicos a serem estudados no Estado (Comércio Exterior, Organização Industrial, Investimento Agregado, Educação, Saúde, Criminalidade, etc.)

• Necessidade de caracterização das especificidades do Estado e de mensuração de seus aspectos quantitativos Questões a serem respondidas

• Por quê algumas localidades tendem a crescer mais do que outras ao longo do tempo?

• Há concentração de projetos de investimento/PIB per capita no Espírito Santo?

• Qual deve ser o formato de políticas econômicas voltadas para combater os potenciais problemas daí decorrentes? Organização

• Metodologia

•Teoria: Modelo de Solow

•Evidência Empírica: Convergência de Renda

• Resultados para os Municípios do Espírito Santo

• Conclusões e Sugestões de Pesquisa Futura Método

• Obter informações do mundo real

• Ter a teoria econômica como referência

• Contrastar resultados do mundo real com resultados propostos pela teoria

• Propor mudanças na teoria, de modo que esta possa refletir melhor a realidade

• Sugerir formas de estudo e/ou formulação de políticas econômicas Modelo de Solow (1956) Teoria: Efeitos de um Aumento na Taxa de Investimento no Longo Prazo Modelo de Solow (1956)

Figura 2.4: Um aumento na taxa de Investimento Fonte: JONES, C.I. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. Modelo de Solow: Dinâmica da Transição

Fonte: JONES, C.I. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. Evidência Empírica: Investimento e PIB no Longo Prazo

PIB real por trabalhador, 1997

Participação do investimento no PIB – 1980-97

Fonte: JONES, C.I. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. Evidência Empírica: Divergência de Renda no Mundo

Fonte: JONES, C.I. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. Evidência Empírica: Convergência de Renda para Países da OCDE

Fonte: JONES, C.I. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. PIB Municipal por Classes de Renda (2007)

Fonte: Coordenação de Estudos Econômicos - IJSN Elaboração: Coordenação de Geoprocessamentos - CGeo PIB per capita nos municípios em 2003 e 2007

Fonte: Coordenação de Estudos Econômicos - IJSN Elaboração: Coordenação de Geoprocessamentos - CGeo Investimentos Previstos por Microrregião Administrativa 2009-2014 (Estimativas Preliminares)

(R$ 1 milhão) Total dos Número de Microrregião Part % Part % investimentos projetos 1 - Metropolitana 19,873.1 42.6 373 31.8 2 - Pólo 17,204.9 9.7 85 27.6 3 - Metrópole Expandida Sul 13,177.0 5.7 50 21.1 4 - Sudoeste Serrana 405.3 3.7 32 0.6 5 - Central Serrana 287.8 3.2 28 0.5 6 - Litoral Norte 1,223.5 5.7 50 2.0 7 - Extremo Norte 611.7 2.7 24 1.0 8 - Pólo 934.9 5.8 51 1.5 9 - Noroeste I 259.4 4.1 36 0.4 10 - Noroeste II 951.4 3.9 34 1.5 11 - Pólo Cachoeiro 6,948.0 8.0 70 11.1 12 - Caparaó 539.4 4.9 43 0.9 Total 62,416.4 100.0 876 100.0 Fontes: Bandes, Invest-ES, Seama/ IEMA, Sedes, Sedu, Sedurb, Sesa, Sesp, Siges, Cesan, jornais e revistas. Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – IJSN. Investimentos Previstos por Município: 2008-2013

Elaboração: Coordenação de Geoespacialização – IJSN Concentração Espacial dos Investimentos: 2008-2013

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) /CEE – IJSN Distribuição de Renda per capita entre municípios (Resultados Preliminares) Distribuição Intermunicipal da Renda RPC mais rico / Anos Theil - L Theil - T V Lr RPC mais pobre 1999 0,206 0,239 0,703 9,555 0,068 2000 0,186 0,216 0,676 9,071 0,058 2001 0,199 0,225 0,671 9,446 0,071 2002 0,210 0,237 0,740 8,891 0,074 2003 0,207 0,232 0,830 9,911 0,069 2004 0,241 0,267 0,820 10,401 0,085 2005 0,290 0,335 0,991 14,054 0,094 2006 0,274 0,306 0,860 11,698 0,086 2007 0,259 0,292 0,882 11,338 0,082

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Proporção “Renda Mais Rico/Renda Mais Pobre” (Resultados Preliminares) RPC mais rico / RPC mais pobre 15

14 14,1

13

12 11,3 11

10

9

8

7

6 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Índices de Concentração de Renda (Resultados Preliminares)

1,200 0,400

0,350 1,000

0,300

0,800 0,250

0,600 0,200

0,150 0,400

0,100

0,200 0,050

0,000 0,000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

V Theil - L Theil - T

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Crescimento de Macrorregiões do Estado (Resultados Preliminares)

Macrorregião 1999 2007 g (%) Anos

Noroeste 5.956 10.080 5,8 12

Norte 8.174 12.341 4,6 15

Metropolitana 11.197 15.231 3,4 20

Sul 7.319 9.757 3,2 22

Total geral 8.736 12.338 3,8 18

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Crescimento de Microrregiões Administrativas do Estado (Resultados Preliminares) Microrregião 1999 2007 g (%) Anos Noroeste II 5.967 11.521 7,3 9 Noroeste I 5.190 9.136 6,3 11 Metrópole Extendida Sul 11.880 19.289 5,4 13 Polo Cachoeiro 8.001 12.430 4,9 14 Extremo Norte 7.009 10.786 4,8 14 Metropolitana 14.015 21.084 4,5 15 Litoral Norte 9.339 13.897 4,4 16 Polo Colatina 6.707 9.425 3,8 18 Polo Linhares 13.675 17.240 2,6 27 Sudoeste Serrana 7.784 9.212 1,9 37 Central Serrana 8.732 9.357 0,8 90 Caparaó 6.569 6.819 0,4 168 Total geral 8.736 12.338 3,8 18

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Crescimento de Municípios Específicos (Resultados Preliminares)

Município 1999 2007 g (%) Anos Presidente Kennedy 10.084 58.664 19,6 4 Serra 15.251 27.00 6,3 11 João Neiva 7.734 13.395 6,1 11 Anchieta 38.711 63.372 5,5 13 Vitória 40.435 60.592 4,5 15 Total geral 8.736 12.338 3,8 18 6.207 8.546 3,6 20 Aracruz 30.417 32.317 0,7 103 11.589 11.849 0,2 282 Santa Teresa 10.442 9.432 -1,1 -61 10.176 8.376 -2,2 -32

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Convergência de Renda nos Municípios

.20 Presidente Kennedy

7 .16

0

-

9

9

-

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d .12 é

m São DomingosItapemirimFundão do Norte

Vila Valério o

t Jaguaré

n Águia BrancaPinheiros

e .08 BoaVila Esperança Pavão

m Água Doce do Norte i Marechal FlorianoSerra c MantenópolisJoão Neiva s BarraAlto deRioIconhaSanta São Novo FranciscoMaria de Jetibá Anchieta e Montanha r EcoporangaMarilândiaSão MateusLinhares Vitória

C .04 São Gabriel da Palha PancasCariacicaNova VenéciaSooretama e Ibiraçu

MarataízesRioBaixo Novo Guandu doViana Sul d

Colatina PontoAfonsoAlfredoDores Belo Cláudio Vendado AtilioChaves Rio Vivacqua NovaPreto do Imigrante

a Conceição do Castelo BomIbatibaGuaçuíPedro JesusIrupi BrejetubaCanário Itaguaçudo NorteConceição da Barra x AlegrePiúmaLaranjaIbitiramaMucuriciSanta daRioCachoeiro Terra Leopoldina Bananal de ItapemirimAracruz a .00 JerônimoMuquiIúnaGuarapari CasteloMonteiroVila Velha T Divino de São Lourenço ApiacáSão ItaranaJoséSãoSanta do Roque Calçado Teresa do Canaã MunizDomingos Freire Martins -.04 8.0 8.5 9.0 9.5 10.0 10.5 11.0

Log(PIB per capita - 1999) Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Região 1: Caparaó Região 2: Central Serrana Região 8: Noroeste II

.10 .10 .10 São Domingos do Norte

Vila Valério

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a .08 .08 .08 Águia Branca

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B .06 .06 .06

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P Santa Maria de Jetibá

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.04 .04 .04 São Gabriel da Palha

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t Nova Venécia

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i .02 .02 .02

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s Guaçuí Itaguaçu

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e Alegre

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r IbitiramaIúna

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.00 .00 .00

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e Divino de São Lourenço

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a São José do Calçado São Roque do CanaãSanta Teresa

x x x

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a -.02 -.02 -.02

T T T Muniz Freire

-.04 -.04 -.04 8.5 8.6 8.7 8.8 8.9 9.0 9.1 8.8 8.9 9.0 9.1 9.2 9.3 8.55 8.60 8.65 8.70 8.75 8.80 8.85 8.90

Log(PIB per capita 1999) Log(PIB per capita 1999) Log(PIB per capita 1999)

Região 10: Pólo Colatina Região 11: Pólo Linhares Região 12: Sudoeste Serrana

.10 .10 .10

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a .08 .08 .08

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B .06 .06 João Neiva .06

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.04 .04 .04

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n Ibiraçu

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m Colatina

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i .02 .02 .02 Afonso Cláudio

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c Conceição doBrejetuba Castelo

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a -.02 -.02 -.02 Domingos Martins

T T T

-.04 -.04 -.04 8.4 8.6 8.8 9.0 9.2 9.4 8.8 9.2 9.6 10.0 10.4 8.6 8.7 8.8 8.9 9.0 9.1 9.2 9.3

Log(PIB per capita 1999) Log(PIB per capita 1999) Log(PIB per capita 1999)

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Região 1: Extremo Norte Região 4: Litoral Norte Região 5: Metrópole Expandida Sul

.20 .20 .20

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p .16 .16 .16

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o Itapemirim

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t .08 Pinheiros .08 .08

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s São Mateus

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e .04 .04 .04

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d Conceição da Barra

Mucurici Pedro Canário Piúma

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-.04 -.04 -.04 8.5 8.6 8.7 8.8 8.9 9.0 9.1 9.2 8.6 8.8 9.0 9.2 9.4 9.6 8.5 9.0 9.5 10.0 10.5 11.0

Log(PIB per capita 1999) Log(PIB per capita 1999) Log(PIB per capita 1999)

Região 6: Metropolitana Região 7: Noroeste I Região 9: Pólo Cachoeiro

.20 .20 .20

Presidente Kennedy

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o Fundão

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t .08 .08 Vila Pavão .08

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e e e Água Doce do Norte

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m Mantenópolis

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s Vitória Ecoporanga

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Cachoeiro de Itapemirim

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a Vila Velha JerônimoMuqui Monteiro Castelo

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x .00 .00 .00

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T T T Apiacá Mimoso do Sul -.04 -.04 -.04 Vargem Alta 8.5 9.0 9.5 10.0 10.5 11.0 8.3 8.4 8.5 8.6 8.7 8.8 8.4 8.6 8.8 9.0 9.2 9.4 9.6

Log(PIB per capita 1999) Log(PIB per capita 1999) Log(PIB per capita 1999) Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Convergência para Localidades Semelhantes (Resultados Preliminares)

Municípios com crescimento Municípios com crescimento ACIMA da média do Estado ABAIXO da média do Estado

.20 Presidente Kennedy .20 7

7 .16 .16

0 0

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9 9

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São DomingosItapemirimFundão do Norte o

o Vila Valério t

t Jaguaré n

n Águia BrancaPinheiros e

e .08 BoaVila Esperança Pavão .08

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i Água Doce do Norte c

c MantenópolisJoãoMarechal Neiva FlorianoSerra s

s BarraAlto deRioIconhaSanta São Novo MariaFrancisco de Jetibá Anchieta

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r MontanhaEcoporangaMarilândiaLinhares Vitória c

c São Mateus

.04 São Gabriel da Palha .04 Cariacica e e Nova Venécia

PancasMarataízes VianaSooretamaIbiraçu d

d RioBaixo Novo Guandu do Sul

PontoAlfredoDores Belo do Chaves RioAtilio PretoColatina Vivacqua a a Afonso CláudioVenda Nova do Imigrante

BomIbatibaGuaçuíPedro JesusConceição CanáriodoBrejetuba Norte do CasteloConceição da Barra x x Piúma Irupi Itaguaçu

AlegreLaranjaIbitiramaMucuriciSanta da TerraRio CachoeiroLeopoldina Bananal de Itapemirim Aracruz a

a JerônimoMuquiIúnaGuarapari MonteiroCastelo Vila Velha T T .00 .00 Divino de São Lourenço ApiacáSão JoséItaranaSão do Santa CalçadoRoque Teresa do Canaã Mimoso do Sul Muniz DomingosFreire Martins -.04 -.04 Vargem Alta 8.0 8.5 9.0 9.5 10.0 10.5 11.0 8.4 8.8 9.2 9.6 10.0 10.4

Log do PIB per capita - 1999 Log do PIB per capita - 1999

Elaboração: Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) – CEE – IJSN Limitações da Pesquisa

• PIB per capita equivale a um conceito limitado de bem-estar de uma população

• Análise cobre um período amostral relativamente curto (1999/2007), onde provavelmente não ocorreram significativas mudanças estruturais

• Estudos de cunho microeconômico cobrindo períodos mais recentes demonstram que vêm ocorrendo significativas mudanças em termos de distribuição de renda e desigualdade no Estado Conclusões e Sugestões de Pesquisa Futura

• Ocorrência de disparidades entre municípios em termos de crescimento econômico

• Necessidade de estudos adicionais, com ênfase no papel de outras variáveis econômicas

• Mensuração da importância de fatores como o capital humano e as instituições para o processo de crescimento

• Elaboração de modelos teóricos adequados à realidade estadual, assim como simulação de cenários alternativos Muito Obrigado

Matheus Albergaria de Magalhães Coordenador de Estudos Econômicos Rede de Estudos Macroeconômicos (MACRO) Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) ([email protected]) www.ijsn.es.gov.br