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9 ENCONTRO DE ECONOMIA GAÚCHA Área Temática: 3. Localização e Distribuição Regional do Desenvolvimento

O DESENVOLVIMENTO HUMANO EM MUNICÍPIOS EMANCIPADOS DO (2000/2010)

Marcio Nunes dos Santos Raniéri Mansur Plain Matheus Nienow Angélica Massuquetti

Resumo: O objetivo do estudo foi analisar o desenvolvimento humano em municípios gaúchos emancipados, na década de 1990 e com até 2.000 habitantes (2010), em comparação aos municípios de origem. O período de análise foi 2000/2010 e a metodologia empregada foi a análise do IDHM e dos indicadores de desenvolvimento que integram cada dimensão, além do PIB, do tamanho da população e do PIB per capita. Os resultados revelaram significativa evolução nos índices/indicadores analisados, representando ganho qualitativo para as comunidades emancipadas. O IDHM geral apresentou evolução na classificação para todos os municípios emancipados. No desagregado, Longevidade se manteve como o índice de maior grau de desenvolvimento, mas com menor crescimento no período. No IDHM Educação, observou-se que 67,5% dos municípios foram enquadrados como médio desenvolvimento, respondendo pelos maiores crescimentos para o período, embora seu valor baixo represente menor contribuição ao índice. O IDHM Renda, analisado conjuntamente com o Índice de Gini, ganha destaque positivo, pois 41 municípios superaram a média do Estado representando melhora na distribuição de renda e 40 municípios apresentaram variação de renda superior para o período analisado. Por fim, há uma concentração dos municípios emancipados na RFP 9. Palavras-chave: Desenvolvimento humano. Emancipação. IDHM. Rio Grande do Sul.

 Acadêmico de Ciências Econômicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Endereço eletrônico: [email protected]  Acadêmico de Ciências Econômicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e Bolsista em Iniciação Científica (UNIBIC UNISINOS). Endereço eletrônico: [email protected]  Acadêmico de Ciências Econômicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e Bolsista em Iniciação Científica (PROBIC FAPERGS-UNISINOS). Endereço eletrônico: [email protected]  Professora no Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGE) na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Endereço eletrônico: [email protected] 2

1 INTRODUÇÃO

A independência de determinada região de seu município de origem pode se basear em uma série de fatores que, juntos ou isolados, determinam não apenas a continuidade ou a fragmentação do território, mas sim toda uma nova estrutura de Estado que nasce para fazer frente aos anseios da população local. Aspectos como expansão geográfica, representação política, verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), estrutura administrativa e extensão dos serviços públicos participam igualmente da discussão e geram conteúdo suficiente para inúmeros estudos específicos. Este artigo aborda um aspecto determinante para o desenvolvimento socioeconômico das regiões emancipadas: a aproximação do Estado à comunidade deve proporcionar uma melhor distribuição de renda, efetiva e abrangente, por meio de serviços públicos que visem desenvolver o espaço local de forma sustentável no longo prazo. A pesquisa elaborada por Bremaeker (1993, p.5) procurou identificar com os novos prefeitos de municípios recém-emancipados quais foram os motivos que levaram à criação do mesmo e 62,9% alegaram “[...] descaso por parte da administração do município de origem”. O pleno atendimento dos anseios das populações pelo Estado é apontado como uma das principais motivações para o desmembramento das regiões e o estreitamento do relacionamento da administração pública com a sociedade é tarefa do poder público e deve ser executado de forma equânime por aqueles que assumem o pleito democraticamente. Quando determinada região julga o aparato do Estado insuficiente ou mal distribuído por meio da administração municipal, tende a buscar, via o artifício da emancipação, a reaproximação dos serviços públicos à região dita desamparada. Tal movimento, garantido pela Constituição Federal de 1988, Art. 18 §4° e pela Emenda Constitucional n° 15, permite a criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios mediante consulta prévia por meio de plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após Estudos de Viabilidade Municipal (BRASIL, 2018). Este estudo não discutirá o mérito da emancipação em si, embora haja insumos suficientes para discussão a favor e contra o processo, mas analisar o desenvolvimento humano, no período 2000/2010, em municípios gaúchos emancipados na década de 1990 e com até 2.000 habitantes, em 2010, em comparação aos municípios de origem. Os indicadores utilizados foram baseados nas dimensões renda, educação e longevidade, extraídas do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), e no Produto Interno Bruto (PIB), no tamanho da população e no PIB per capita. O estudo está dividido em cinco seções, iniciando 3

com esta introdução. Na segunda seção aborda-se a relação entre desenvolvimento humano e emancipação. A terceira seção é destinada a descrever os procedimentos metodológicos deste estudo. Na quarta seção apresenta-se a análise dos resultados e, por fim, a quinta seção é reservada para as considerações finais.

2 DESENVOLVIMENTO HUMANO E EMANCIPAÇÃO

Em 1980, havia 3.974 municípios no Brasil. Duas décadas depois já se contabilizavam 5.507 municípios, isto é, um acréscimo de 38%. Esse crescimento de municípios foi incentivado, em parte, pela distribuição de receitas, que beneficiava esses novos e pequenos municípios, e pela nova legislação, que repassava da federação para o estado a definição dos requisitos para a criação de novos municípios (LORENZETTI, 2013). No Rio Grande do Sul, em 1980, havia 232 municípios frente a 467, em 2000. Desta forma, expressou-se um aumento de 101%, ainda maior do que o observado no Brasil. De 1991 a 2000 foram criados 134 municípios no estado, dentre os quais 24 municípios tinham menos de 2.000 habitantes, em 2010 (FEE, 2018). O processo de emancipação foi acompanhado por um constante debate: para os opositores, a repartição do FPM era a principal motivação dos emancipacionistas e prejudicava os municípios já existentes, em virtude da redução de suas receitas. Já os defensores argumentavam que as divisões municipais trariam desenvolvimento local para populações até então marginalizadas (BOUERI et al., 2013). A teoria econômica contemporânea apresenta diversas perspectivas sobre a descentralização da política e a sua relação com o desenvolvimento. Afirma-se que a disponibilização de bens públicos locais de forma descentralizada é mais benéfica que de forma centralizada porque se adequa mais facilmente às necessidades dos cidadãos. Assim, determina-se que municípios menores tendem a ser mais homogêneos e dessa forma suas preferências seriam mais bem representadas do que em municípios mais populosos (OATES, 1972). No entanto, em contrapartida, maiores secessões municipais limitam o aproveitamento de economias de escala. Assim, justifica-se que um município, independentemente de seu tamanho, necessita de uma estrutura executiva e legislativa básica, isto é, demanda um número mínimo de secretários, vereadores e assessores. Portanto, apesar de os benefícios locais serem maiores, os retornos para a região de municípios podem diminuir em eficácia e 4

eficiência. Em síntese, a teoria econômica apresenta um trade-off entre os ganhos de representação em municípios menores com os ganhos de escala presentes nos municípios maiores (BOUERI et al., 2013). Ainda assim, para além dos fatores sociais e econômicos, algumas secessões derivam e são impulsionadas por fatores geográficos, de distanciamento do centro urbano, e culturais. Essas variáveis podem contribuir para o fortalecimento das divisões municipais e coincidem com diferenças nos indicadores de longevidade, de acesso à educação e de renda (BALBIM et al., 2012).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 OBJETO DE ESTUDO

Dentre os municípios gaúchos emancipados na década de 1990, identificou-se que 24 possuíam menos de 2.000 habitantes, em 2010, como observa-se na Tabela 1. Esses municípios emancipados e seus municípios de origem são o objeto deste estudo. Destes, o menos populoso foi União da Serra, com 1.500 habitantes.

Tabela 1 – População e origem dos municípios emancipados na década de 1990 Município População 2010 Lei de Criação Data Município de Origem 1.827 Lei nº. 10.755 16/04/1996 Lajeado Capão Bonito do Sul 1.714 Lei nº. 10.742 16/04/1996 Carlos Gomes 1.632 Lei nº. 9.540 20/03/1992 1.551 Lei nº. 10.765 16/04/1996 Nova Bréscia 1.701 Lei nº. 10.744 16/04/1996 Garibaldi 1.564 Lei nº. 9.606 20/03/1992 Constantina Floriano Peixoto 1.994 Lei nº. 10.636 28/12/1995 Getúlio Vargas Gentil 1.691 Lei nº. 9.577 20/03/1992 Lagoa dos Três Cantos 1.583 Lei nº. 9.632 20/03/1992 Não-Me-Toque 1.587 Lei nº. 9.631 20/03/1992 1.791 Lei nº. 10.747 16/04/1996 Caibaté 1.829 Lei nº. 9.543 20/03/1992 Ciríaco 1.728 Lei nº. 9.544 20/03/1992 Marau 1.971 Lei nº. 9.608 20/03/1992 Sarandi 1.759 Lei nº. 10.759 16/04/1996 Constantina Ponte Preta 1.730 Lei nº. 9.537 20/03/1992 Jacutinga 1.874 Lei nº. 9.588 20/03/1992 Quatro Irmãos 1.763 Lei nº. 10.761 16/04/1996 Santa Cecília do Sul 1.637 Lei nº. 10.763 16/04/1996 Tapejara Santa Tereza 1.690 Lei nº. 9.627 20/03/1992 Bento Gonçalves São Pedro das Missões 1.912 Lei nº. 10.753 16/04/1996 Palmeira das Missões 1.576 Lei nº. 9.629 20/03/1992 São José do Ouro União da Serra 1.500 Lei nº. 9.598 20/03/1992 Guaporé 5

Vespasiano Correa 1.992 Lei nº. 10.663 28/12/1995 Muçum Fonte: Elaborado pelos autores a partir de FEE (2018).

Dentre os municípios gaúchos emancipados, 14 (58%) se concentram na Região Funcional de Planejamento1 9 (RFP 9), três na RFP 2, três na RFP 3, dois na RFP 7 e um em cada uma das seguintes RFPs: 1 e 8 (Figura 1)

Figura 1 – RFPs e COREDEs no Rio Grande do Sul

Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2018).

1 Regiões Funcionais de Planejamento (RFPs) são as grandes regiões do estado que o governo dividiu a fim de implantar políticas econômicas afins, dadas as características socioeconômicas similares de cada uma dessas regiões. Os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDEs), por outro lado, são regiões menores e têm a mesma finalidade das RFPs. 6

3.2 ÍNDICES E INDICADORES

Neste estudo, utilizou-se o IDHM, que é medido por meio dos Censos Populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este índice possui três dimensões: longevidade, educação e renda. Seu resultado varia entre 0 (zero) e 1 (um), sendo classificado, segundo o Atlas Brasil (2018), em: de 0 a 0,499: muito baixo desenvolvimento (MBD); de 0,500 a 0,599: baixo desenvolvimento (BD); de 0,600 a 0,699: médio desenvolvimento (MD); de 0,700 a 0,799: alto desenvolvimento (AD); e de 0,800 a 1: muito alto desenvolvimento (MAD). Além deste índice, foram analisados os indicadores empregados para o cálculo de suas dimensões (ATLAS BRASIL, 2018): 1. IDHM: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal; 2. IDHM Longevidade: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Longevidade (esperança de vida ao nascer: número médio de anos que as pessoas deverão viver a partir do nascimento, se permanecerem constantes ao longo da vida o nível e o padrão de mortalidade por idade prevalecente no ano do Censo); 3. IDHM Educação: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Educação (escolaridade da população adulta: percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade com ensino fundamental completo; fluxo escolar da população jovem: percentual de crianças entre 5 e 6 anos frequentando a escola, percentual de jovens entre 15 e 17 anos com ensino fundamental completo e percentual de jovens entre 18 e 20 anos com ensino médio completo); 4. IDHM Renda: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Renda (renda per capita: indicador que ajuda medir o grau de desenvolvimento econômico do país ou região). Como mencionado anteriormente, neste artigo, analisou-se o desenvolvimento dos municípios emancipados na década de 1990 e também de seus municípios de origem. O intuito foi comparar a evolução do desenvolvimento de cada município com seu espaço de referência. Além disso, o índice e os indicadores foram analisados nos anos de 2000 e de 2010 e coletados a partir da base de dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Por fim, também foram analisados o PIB, o tamanho da população e o PIB per capita. A base de dados consultada foi FEE Dados, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), no ano de 2010.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 DESENVOLVIMENTO HUMANO

A Tabela 2 apresenta o IDHM dos municípios estudados, categorizados pelo estágio de desenvolvimento.

Tabela 2 – IDHM (geral e dimensões) dos municípios – 2000/2010* IDHM IDHM Longevidade IDHM Educação IDHM Renda Municípios/Estado 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 Canudos do Vale 0,556 0,713 0,816 0,84 0,343 0,574 0,615 0,751 Lajeado 0,715 0,778 0,832 0,845 0,592 0,704 0,741 0,796 Capão Bonito do Sul 0,531 0,637 0,724 0,779 0,323 0,507 0,64 0,654 Lagoa Vermelha 0,65 0,738 0,811 0,885 0,506 0,62 0,669 0,734 Carlos Gomes 0,596 0,739 0,793 0,886 0,404 0,622 0,662 0,732 Viadutos 0,567 0,702 0,78 0,864 0,355 0,561 0,658 0,715 Coqueiro Baixo 0,582 0,692 0,852 0,886 0,363 0,532 0,636 0,703 Nova Bréscia 0,695 0,778 0,832 0,847 0,523 0,666 0,77 0,836 Coronel Pilar 0,602 0,727 0,82 0,835 0,377 0,6 0,707 0,766 Garibaldi 0,712 0,786 0,82 0,856 0,579 0,688 0,76 0,825 Engenho Velho 0,533 0,717 0,748 0,821 0,34 0,611 0,595 0,735 Constantina 0,63 0,754 0,83 0,885 0,461 0,668 0,653 0,726 Floriano Peixoto 0,532 0,663 0,792 0,854 0,328 0,486 0,579 0,701 Getúlio Vargas 0,665 0,746 0,8 0,843 0,547 0,658 0,671 0,747 Gentil 0,628 0,733 0,791 0,863 0,48 0,643 0,652 0,71 Passo Fundo 0,701 0,776 0,803 0,849 0,58 0,699 0,741 0,787 Lagoa dos Três Cantos 0,664 0,789 0,841 0,852 0,508 0,754 0,686 0,765 Não-Me-Toque 0,692 0,765 0,817 0,847 0,566 0,673 0,716 0,784 Linha Nova 0,611 0,749 0,775 0,846 0,459 0,662 0,641 0,751 Feliz 0,659 0,75 0,81 0,847 0,504 0,658 0,702 0,758 Mato Queimado 0,617 0,717 0,853 0,87 0,457 0,603 0,604 0,702 Caibaté 0,614 0,719 0,771 0,857 0,475 0,611 0,633 0,709 Muliterno 0,598 0,689 0,75 0,808 0,471 0,547 0,604 0,74 Ciríaco 0,595 0,719 0,769 0,855 0,414 0,6 0,662 0,724 Nicolau Vergueiro 0,676 0,753 0,83 0,839 0,573 0,66 0,65 0,772 Marau 0,678 0,774 0,805 0,857 0,541 0,699 0,715 0,773 Nova Boa Vista 0,64 0,768 0,803 0,836 0,526 0,708 0,621 0,764 Sarandi 0,677 0,777 0,821 0,858 0,549 0,705 0,687 0,776 Novo Xingu 0,585 0,767 0,803 0,85 0,408 0,708 0,611 0,749 Constantina 0,63 0,754 0,83 0,885 0,461 0,668 0,653 0,726 Ponte Preta 0,56 0,725 0,794 0,874 0,38 0,6 0,582 0,727 Jacutinga 0,62 0,726 0,781 0,855 0,474 0,636 0,645 0,703 Porto Vera Cruz 0,544 0,69 0,777 0,827 0,385 0,6 0,538 0,661 Porto Lucena 0,578 0,693 0,786 0,827 0,416 0,575 0,591 0,7 Quatro Irmãos 0,504 0,689 0,775 0,833 0,307 0,565 0,539 0,695 Erechim 0,696 0,776 0,82 0,833 0,57 0,716 0,72 0,782 Santa Cecília do Sul 0,529 0,725 0,828 0,839 0,279 0,581 0,641 0,781 Tapejara 0,66 0,76 0,8 0,837 0,526 0,688 0,683 0,763 Santa Tereza 0,611 0,746 0,843 0,853 0,392 0,637 0,69 0,765 Bento Gonçalves 0,712 0,778 0,833 0,842 0,569 0,695 0,762 0,805 São Pedro das Missões 0,471 0,664 0,765 0,804 0,29 0,566 0,471 0,644 Palmeira das Missões 0,635 0,737 0,789 0,831 0,478 0,667 0,678 0,722 (Continua) 8

Tabela 2 – IDHM (geral e dimensões) dos municípios – 2000/2010* (Continuação) IDHM IDHM Longevidade IDHM Educação IDHM Renda Municípios/Estado 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 Tupanci do Sul 0,57 0,694 0,775 0,818 0,387 0,595 0,619 0,688 São José do Ouro 0,653 0,755 0,771 0,846 0,546 0,669 0,662 0,759 União da Serra 0,664 0,733 0,841 0,852 0,495 0,587 0,703 0,786 Guaporé 0,67 0,765 0,807 0,837 0,516 0,685 0,721 0,781 0,639 0,723 0,824 0,855 0,467 0,584 0,678 0,758 Muçum 0,641 0,746 0,816 0,84 0,462 0,654 0,697 0,757 Rio Grande do Sul 0,664 0,746 0,804 0,84 0,505 0,642 0,72 0,769 Fonte: Elaborado pelos autores a partir de Atlas Brasil (2018). Notas: (*) O município de origem é apresentado abaixo do município emancipado; o sistema de cores é empregado para identificar os níveis de desenvolvimento: vermelho – muito baixo desenvolvimento (MBD), rosa – baixo desenvolvimento (BD), amarelo – médio desenvolvimento (MD), verde claro – alto desenvolvimento (AD) e verde escuro – muito alto desenvolvimento (MAD).

Parte-se para a análise da evolução do IDHM (geral e dimensões), no período 2000/2010, dos municípios emancipados, comparando-os com seus municípios de origem2: 1. Canudos do Vale: Apresentou crescimento superior em todos os índices analisados frente ao seu município de origem. O IDHM geral evoluiu 0,157 (0,063), avançando duas graduações no índice, de BD para AD. Longevidade cresceu 0,024 (0,013). O índice de maior destaque foi Educação, que partiu de MBD para BD, com elevação de 0,231 (0,112). E Renda apresentou elevação de 0,136 (0,055). 2. Capão Bonito do Sul: Cresceu no agregado 0,106 (0,088), alcançando o estágio de MD. O desempenho dos índices Longevidade e Renda ficaram abaixo do município de origem, Lagoa Vermelha (0,055 para 0,074 e 0,014 para 0,065, respectivamente). Educação representou melhora de 0,184 (0,114), porém, permanecendo como MD. 3. Carlos Gomes: Avançou de BD para AD, com crescimento de 0,143 (0,135) no agregado. Embora apresente avanço inferior ao seu município de origem, Viadutos, ainda assim evoluiu em todos os índices com importante avanço em Educação: 0,218 (0,206). Junto com o município de Coqueiro Baixo, Carlos Gomes detém o maior índice de Longevidade, com 0,886, e MAD, além de crescimento de 0,093 (0,084). Renda evoluiu 0,07 (0,057), passando de MD para AD. 4. Coqueiro Baixo: Avançou na classificação em dois índices, sendo o agregado de BD para MD, com acréscimo de 0,11 (0,83), e Educação partindo de MBD para BD, com aumento de 0,169 (0,143). Longevidade, que já detinha classificação de

2 Os dados entre “parênteses” representam a variação do índice do município de origem. 9

MAD, aumentou 0,034 (0,015) e representou o maior índice do estudo, junto com Carlos Gomes. Renda melhorou 0,067 (0,066) e foi classificada como AD. 5. Coronel Pilar: Apresentou avanço em dois índices, sendo que o agregado passou de MD para AD, com acréscimo de 0,125 (0,074), e Educação passou de MBD para MD, com aumento de 0,223 (0,109). Longevidade aumentou 0,015 (0,036) e Renda 0,059 (0,065). 6. Engenho Velho: Apresentou evolução na classificação de todos os índices, sendo que o agregado passou de BD para AD, com aumento de 0,184 (0,124), Longevidade passou de AD para MAD, com crescimento de 0,073 (0,055), Educação passou de MBD para MD, aumentando 0,271 (0,207) e Renda partiu de BD para AD, com ganho de 0,14 (0,073). 7. Floriano Peixoto: Manteve a classificação MBD em Educação, com evolução de 0,158 (0,111). O agregado passou de BD para MD, com 0,131 (0,081) e Longevidade foi de AD para MAD, acrescendo 0,062 (0,043). E Renda subiu duas classificações, com 0,112 (0,076), atingindo AD. 8. Gentil: Evoluiu em todos os índices. O agregado subiu de MD para AD, apresentando crescimento de 0,105 (0,075), Longevidade passou de AD para MAD, com evolução de 0,072 (0,046), Educação passou de MBD para MD e crescimento de 0,163 (0,119) e Renda partiu de MD para AD e aumentou 0,058 (0,046). 9. Lagoa dos Três Cantos: Atingiu a classificação de AD em três índices, sendo que Longevidade 0,011 (0,03) já se enquadra como MAD. Apresentou o maior IDHM agregado e Educação do estudo, com respectivamente 0,789 e crescimento de 0,125 (0,073), classificado como AD, e 0,754 e crescimento de 0,246 (0,107). Renda melhorou 0,079 (0,068), classificando o município como AD. 10. Linha Nova: Apresentou avanço em todos os índices, sendo que o agregado passou de MD para AD, com aumento de 0,138 (0,139), Longevidade foi de AD para MAD, com evolução de 0,071 (0,037), Educação evoluiu duas classificações, passando de MBD para MD, com aumento de 0,203 (0,154) e Renda passou de MD para AD, com evolução de 0,11 (0,056). 11. Mato Queimado: Evoluiu em três dos quatro índices, mantendo a Longevidade como MAD, com acréscimo de 0,017 (0,086). O agregado e a Renda cresceram, respectivamente, 0,1 (0,105) e 0,098 (0,076), partindo de MD para AD. Educação somou 0,146 (0,136), subindo de MBD para MD. 10

12. Muliterno: Assim como Ciríaco, seu município de origem, Muliterno evoluiu em todos os índices. No agregado foi de BD para MD, com ganho de 0,091 (0,124), Longevidade avançou de AD para MDB, com crescimento de 0,058 (0,086), Educação subiu duas classificações, de MBD para MD, com aumento de 0,076 (0,186) e Renda foi de MD para AD, com evolução de 0,136 (0,062). 13. Nicolau Vergueiro: Avançou em três índices, mantendo a posição de MAD no quesito Longevidade, com ganho de 0,009 (0,052). O agregado evoluiu de MD para AD, com aumento de 0,077 (0,096), Educação passou de DB para MD, com ganho de 0,087 (0,158), e Renda foi de MD para AD, com acréscimo de 0,122 (0,058). 14. Nova Boa Vista: Igualmente avançou nos três índices com o quesito Longevidade mantendo a classificação de MAD, com crescimento de 0,033 (0,037). O agregado e a Renda subiram de MD para AD, com, respectivamente, ganho de 0,128 (0,1) e 0,143 (0,089). Educação partiu de BD para AD, com aumento de 0,182 (0,156). 15. Novo Xingu: Longevidade se manteve com classificação MAD e ganhou 0,047 (0,055). Renda apresentou crescimento de 0,138 (0,073), partindo de MD para AD. O agregado passou de BD para AD, com aumento de 0,182 (0,124). O índice Educação apresentou um elevado avanço, passando de MBD para AD, e aumentou 0,3 (0,207). 16. Ponte Preta: Com evolução em todos os índices, o agregado avançou de BD para AD e ganho de 0,165 (0,106). Longevidade passou de AD para MAD e acréscimo de 0,08 (0,074), Educação teve expressivo aumento de 0,22 (0,162), evoluindo de MBD para MD. A Renda cresceu 0,145 (0,058), passando de BD para AD. 17. Porto Vera Cruz: O agregado evoluiu de BD para MD, apresentando melhora de 0,146 (0,115). Longevidade passou de AD para MAD, com ganho de 0,05 (0,041), enquanto Renda avançou de BD para MD e acréscimo de 0,123 (0,109). A evolução mais expressiva ficou com Educação, que passou de MBD para MD e aumento de 0,215 (0,159). 18. Quatro Irmãos: Apresentou avanço em todos os índices, sendo o maior para Educação, que foi de MBD para BD, com ganho de 0,258 (0,146). Longevidade atingiu a maior classificação, com aumento de 0,058 (0,013) e representando MAD. Renda obteve MD, com aumento de 0,156 (0,062), ficando o agregado com MD e evolução de 0,185 (0,08). 11

19. Santa Cecília do Sul: Alcançou expressivo aumento no quesito Educação, com ganho de 0,302 (0,162), partindo de MBD para BD. O agregado melhorou em 0,196 (0,1), alcançando AD. Longevidade de manteve com MAD e avançou 0,11 (0,037) e Renda progrediu na classificação para AD, com aumento de 0,14 (0,08). 20. Santa Tereza: Apresentou importante aumento na Educação, avançando de MBD para MD com ganho de 0,245 (0,126). O agregado evoluiu de MD para AD com ganho de 0,135 (0,066). Longevidade manteve-se como MAD e acréscimo de 0,01 (0,009). Renda passou a AD com elevação de 0,075 (0,043). 21. São Pedro das Missões: Apresentou avanço em todos os índices, sendo o mais considerável Educação, com ganho de 0,276 (0,189), classificando-se como BD. O agregado cresceu 0,193 (0,102), posicionando-se como MD. Longevidade obteve MAD, com aumento de 0,039 (0,042) e Renda atingiu MD, com avanço de 0,173 (0,044). 22. Tupanci do Sul: Evoluiu em três dos quatro índices, mantendo a Renda como MD e com acréscimo de 0,069 (0,097). O agregado e a Longevidade cresceram, respectivamente, 0,124 (0,102) e 0,043 (0,075), tornando-se MD e MAD. Educação obteve o maior aumento 0,208 (0,123), subindo de MBD para BD. 23. União da Serra: Com exceção da Renda, que apresentou aumento de 0,083 (0,06), onde o município figura como o maior índice entre os emancipados, com 0,786, os demais índices obtiveram crescimento inferior quando comparados ao seu município de origem. No agregado obteve crescimento de 0,069 (0,095), garantindo a classificação de AD. Longevidade manteve o MAD, com aumento de 0,011 (0,03) e Educação avançou 0,092 (0,169), evoluindo de MBD para BD. 24. Vespasiano Corrêa: Apresentou desempenho inferior em três índices, quando comparado ao seu município de origem. O agregado evoluiu para AD, com aumento de 0,084 (0,105), Longevidade se manteve como MAD, com ganho de 0,031 (0,024), Educação passou de MBD para BD, com avanço de 0,117 (0,192), e Renda classificou-se como AD frente a um ganho de 0,08 (0,06). A Tabela 3 apresenta os indicadores que compõem as três dimensões do IDHM – Longevidade, Educação e Renda – nos municípios estudados. A interpretação dos índices desagregados está descrita a seguir e integra todos os 48 municípios da amostra no período 2000/2010:

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Tabela 3 – Indicadores de desenvolvimento dos municípios – 2000/2010* Indicador do IDHM Indicadores do IDHM Educação Indicador do IDHM Renda Longevidade Escolaridade da Fluxo escolar dos jovens população adulta % de 11 a 13 anos Índice de Municípios e Estado Esperança de vida ao nos anos finais do % de 15 a 17 % de 18 anos ou Gini % de 18 a 20 Renda per capta, em R$ nascer % de 5 a 6 fundamental regular anos com mais com anos com médio anos na escola seriado ou com fundamental fundamental completo fundamental completo completo completo 2000 2010 % 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 % 2000 2010 Canudos do Vale 73,98 75,38 1,89 100 95,2 75,55 100 14,82 81,7 10,62 37,01 15,97 30,73 367,82 854,58 132,34 0,42 0,49 Lajeado 74,89 75,41 0,69 83,92 94,83 77,56 94,15 62,15 65,15 38,06 48,69 48,4 60,95 805,03 1130,85 40,47 0,5 0,46 Capão Bonito do Sul 68,42 71,73 4,84 37,67 91,83 66,92 92,97 25,48 60,97 25,47 21,36 22,31 29,21 429,47 468,49 9,09 0,61 0,52 Lagoa Vermelha 73,64 78,1 6,06 67,83 89,24 73,78 90,3 46,61 61,13 40,48 37,07 39,65 49,47 512,76 771,47 50,45 0,56 0,5 Carlos Gomes 72,55 78,14 7,71 64,82 100 92,88 98,22 66,34 73,86 19,88 48,92 17,66 37,4 493,71 761,35 54,21 0,39 0,43 Viadutos 71,77 76,81 7,02 35,04 85,02 78,69 88,14 44,97 63,13 29,1 41,62 20,33 36,53 479,85 683,03 42,34 0,49 0,42 Coqueiro Baixo 76,11 78,14 2,67 92,8 100 82,17 88,96 46,91 76,06 36,54 35,01 11,54 26,78 418,35 634,31 51,62 0,42 0,41 Nova Bréscia 74,89 75,81 1,23 100 100 89,01 93,31 59,88 80,04 35,08 62,55 28,34 41,9 962,07 1452,06 50,93 0,62 0,58 Coronel Pilar 74,17 75,07 1,21 63,8 95,06 100 100 30,46 63,5 8,58 52,62 20,83 35,68 650,91 942,36 44,78 0,44 0,36 Garibaldi 74,21 76,35 2,88 87,33 93,78 84,61 85,85 64,27 69,81 44,56 50,16 39,36 57,97 907,45 1355,37 49,36 0,48 0,51 Engenho Velho 69,85 74,23 6,27 50,76 86,94 73,74 82,41 31,8 68,93 23,06 52,54 19,54 43,22 324,42 775,44 139,02 0,49 0,55 Constantina 74,77 78,12 4,48 58,16 95,03 78,51 95,77 53,63 78,47 40.91 59,94 29,25 44,03 466,21 732,39 57,09 0,52 0,45 Floriano Peixoto 72,52 76,23 5,12 29,82 100 90,28 100 34,97 41,97 6,01 47,92 21,77 21,77 293,23 626,67 113,71 0,51 0,44 Getúlio Vargas 73,02 75,55 3,46 76,43 91,41 83,46 84,44 60,62 66,79 37,34 53,67 39,43 51,84 519,09 837,17 61,28 0,52 0,45 Gentil 72,48 76,76 5,91 93,18 90,99 90,73 100 75,75 67,35 32,39 62,79 20,68 41,16 463,09 662,04 42,96 0,47 0,43 Passo Fundo 73,17 75,95 3,80 64,05 83,42 79,03 90,96 59,4 61,71 40,08 51,22 53,24 66,31 803,71 1068,95 33 0,58 0,52 Lagoa dos Três Cantos 75,43 76,14 0,94 77,38 100 72,51 100 64,06 94,45 46,11 66,33 31,05 52,73 572,12 933,6 63,18 0,5 0,43 Não-Me-Toque 74,02 75,8 2,40 82,6 97,36 84,27 92,71 62,11 58,71 43,44 45,54 38,95 56,16 687,8 1051,05 52,81 0,57 0,5 Linha Nova 71,5 75,73 5,92 100 100 85,31 95,86 53,25 74,68 25,6 56,85 22,18 43,37 432,65 857,79 98,26 0,34 0,36 Feliz 73,6 75,8 2,99 74,67 90,72 75,14 96,12 63,37 62,17 22 49,25 37,14 51,33 632,93 897,05 41,73 0,42 0,37 Mato Queimado 76,19 77,22 1,35 71,51 93,03 79,93 94,98 72,57 73,97 14,89 50,75 26,81 35,84 342,88 629,4 83,56 0,55 0,43 Caibaté 71,26 76,39 7,20 73,98 95,25 84,61 95,46 49,01 54,3 32,22 43,13 29,75 43,85 411,94 659,58 60,12 0,52 0,48 Muliterno 70,01 73,48 4,96 86,07 75,31 82,02 85,93 56,28 66,92 24,19 52,3 27,08 33,25 343,38 799,52 132,84 0,42 0,51 Ciríaco 71,15 76,31 7,25 64,46 82,63 88,66 92,76 47,76 57,11 32,21 55,05 20,87 41,79 493,04 725,12 47,07 0,58 0,45 Nicolau Vergueiro 74,79 75,33 0,72 77,1 85,18 100 100 73,17 78,12 87,15 87,15 26,4 37,53 455,46 974,79 114,02 0,48 0,52 Marau 73,28 76,44 4,31 72,13 92,99 88,35 90,5 53,82 71,15 36,19 45,07 40,36 60,97 685,43 980,92 43,11 0,49 0,44 Nova Boa Vista 73,2 75,13 2,64 100 100 95,09 100 47,94 81,38 37,17 81,76 29,57 42,99 381,15 928,49 143,60 0,36 0,4 Sarandi 74,26 76,5 3,02 76,45 97,67 78,01 95,45 59,92 66,11 44,03 57,32 39,67 55,95 574,06 1000,86 74,35 0,55 0,52 (Continua) 13

Tabela 3 – Indicadores de desenvolvimento dos municípios – 2000/2010* (Continuação) Indicador do IDHM Indicadores do IDHM Educação Indicador do IDHM Renda Longevidade Escolaridade da Fluxo escolar dos jovens população adulta % de 11 a 13 anos Índice de Gini Municípios e Estado Esperança de vida ao nos anos finais do % de 15 a 17 % de 18 anos ou % de 18 a 20 Renda per capta, em R$ nascer % de 5 a 6 fundamental anos com mais com anos com médio anos na escola regular seriado ou fundamental fundamental completo com fundamental completo completo completo 2000 2010 % 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 % 2000 2010 Novo Xingu 73,17 76 3,87 73,46 91,61 89,8 100 65,61 83,39 25,92 70,9 16,69 47,46 359,08 847,22 135,94 0,33 0,41 Constantina 74,77 78,12 4,48 58,16 95,03 78,51 95,77 53,63 78,47 40,91 59,94 29,25 44,03 466,21 732,39 57,09 0,52 0,45 Ponte Preta 72,61 77,44 6,65 66,57 95,71 70,96 98,14 67,87 71,95 22,99 61,09 16,83 32,41 299,22 735,35 145,76 0,36 0,39 Jacutinga 71,87 76,3 6,16 59,54 100 81,22 91,6 50,31 72,34 45,18 59,71 30,52 39,3 442,73 636,24 43,71 0,55 0,39 Porto Vera Cruz 71,6 74,61 4,20 79,61 97,44 99,21 98 49,75 81,81 4,46 50,73 16,75 32,14 227,93 490,03 114,99 0,46 0,42 Porto Lucena 72,14 74,62 3,44 56,66 93,22 88,09 92,3 54,28 63,82 19,4 48,78 24,24 34,17 316,49 621,82 96,47 0,53 0,44 Quatro Irmãos 71,51 74,98 4,85 64,39 92,38 68,84 91,78 26,45 70,21 14,95 28,93 15,2 36,01 228,51 602,95 163,86 0,51 0,47 Erechim 74,18 74,95 1,04 68,31 90,92 81,94 90,47 60,64 71,51 42,01 52,82 46,38 62,93 704,34 1038,39 47,43 0,52 0,48 Santa Cecília do Sul 74,66 75,34 0,91 41,27 92,98 68 85,42 47,1 82,07 22,01 55,98 10,92 31,33 431,29 1029,23 138,64 0,5 0,48 Tapejara 72,99 75,23 3,07 68,36 92,22 88,98 93,25 62,96 69,95 42,1 59,09 33,79 52,69 559,97 922,28 64,70 0,51 0,44 Santa Tereza 75,58 76,17 0,78 91,77 100 86,35 91,59 30,61 61,18 9,06 68,16 20,43 40,18 587,7 935,56 59,19 0,4 0,37 Bento Gonçalves 74,99 75,52 0,71 76,04 91,27 81,05 89,83 60,61 65,02 39,17 49,36 44,75 61,41 918,21 1196,56 30,31 0,47 0,44 São Pedro das Missões 70,91 73,26 3,31 35,02 93,16 37,7 98,26 41,47 64,88 20,12 40,48 21,58 32,89 150,04 441,36 194,16 0,46 0,48 Palmeira das Missões 72,33 74,83 3,46 72,21 92,77 68,9 93,76 45,76 64,34 35,82 49,42 35,13 52,62 544,05 715,29 31,48 0,64 0,52 Tupanci do Sul 71,5 74,09 3,62 41,43 86,78 82,47 97,98 36,62 48,36 19,91 54,59 28,35 40,66 377,39 577,85 53,12 0,51 0,5 São José do Ouro 71,28 75,73 6,24 79,66 96,25 87,06 94,1 66,85 68,64 35,28 53,05 35,99 49,27 492,47 901,51 83,06 0,55 0,55 União da Serra 75,43 76,14 0,94 80,55 87,62 100 96,45 78,14 71,46 47,23 55,62 20,65 33,39 635,85 1068,08 67,98 0,49 0,37 Guaporé 73,41 75,22 2,47 85,53 98,16 83,48 90,52 42,43 71,47 28,92 56,61 37,99 51,21 712,06 1035,41 45,41 0,48 0,42 Vespasiano Correa 74,45 76,31 2,50 68,85 92,93 100 91,09 81,52 57,87 39,8 76,25 19,4 31,45 542,16 895,32 65,14 0,41 0,35 Muçum 73,98 75,38 1,89 75,75 92,5 78,82 90,05 51,82 67,63 28,43 63,58 28,57 45,46 613,02 887,43 44,76 0,46 0,39 Rio Grande do Sul 73,22 75,38 2,95 59,94 79,9 76,97 89,69 52,63 61,13 32,02 43,79 41,9 56,29 708,12 959,24 35,46 0,58 0,54 Fonte: Elaborado pelos autores a partir de Atlas Brasil (2018). Nota: (*) O município de origem é apresentado abaixo do município emancipado.

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1. Esperança de vida ao nascer: Houve evolução para todos os 48 municípios da amostra. Ao comparar com o estado do Rio Grande do Sul, 33 municípios alcançaram ou superaram o resultado de 75,38 anos. Os municípios de Carlos Gomes e de Coqueiro Baixo apresentaram valor superior a 78 anos, enquanto o menor resultado pertence ao município de Capão Bonito do Sul, com idade de 71 anos, 6,41 a menos que seu município de origem, Lagoa Vermelha. 2. % de 5 a 6 anos na escola: Os municípios que obtiveram redução na frequência escolar foram Canudos do Vale (4,8%), Gentil (2,19%) e Muliterno, que representou a maior queda (10,76%). Em comparação ao estado, com exceção de Muliterno, todos os demais municípios obtiveram valores superiores a 79,9%. 3. % de 11 a 13 anos nos anos fundamental regular seriado ou com fundamental completo: Apenas dois municípios apresentaram retração nos resultados: União da Serra caiu 3,55% e Vespasiano Corrêa diminuiu 8,91%. Na comparação com o estado, 41 municípios alcançaram valor superior a 89,69%. Dentre os que não atingiram o valor do estado, estão: Viadutos, Coqueiro Baixo, Garibaldi, Engenho Velho, Getúlio Vargas, Muliterno e Santa Cecília do Sul. 4. % de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo: Cinco municípios enfrentaram redução neste indicador, sendo eles: Gentil (8,4%), Não-Me-Toque (3,4%), Feliz (1,2%), União da Serra (6,68%) e Vespasiano Corrêa, com a maior queda (23,65%). Quando comparados ao Estado, 40 municípios superaram o valor de 61,13%, sendo que os municípios que alcançaram o mesmo foram: Capão bonito do Sul, Lagoa Vermelha, Floriano Peixoto, Não-Me-Toque, Caibaté, Ciríaco, Tupanci do Sul e Vespasiano Corrêa. 5. % de 18 a 20 anos com médio completo: Apenas três municípios apresentaram redução para o período analisado, sendo eles: Capão bonito do Sul (4,11%), Lagoa Vermelha (3,41%) e Coqueiro Baixo (1,53%). Ao comparar com o Rio Grande do Sul, 40 municípios superaram o valor de 43,79%, sendo que os demais ficaram abaixo do mesmo: Canudos do Vale, Capão Bonito do Sul, Lagoa Vermelha, Viadutos, Coqueiro Baixo, Caibaté, Quatro Irmãos e São Pedro das Missões. 6. % de 18 anos ou mais com fundamental completo: Apenas seis municípios atingiram valor superior ao estado, que foi de 56,29%, sendo que nenhum integra a relação de municípios emancipados: Lajeado, Garibaldi, Passo Fundo, Marau, Erechim e Bento Gonçalves. 15

7. Renda per capita, em R$: Apenas quatro municípios não acompanharam ou ultrapassaram o aumento da renda de 35,46% do estado do Rio Grande do Sul, sendo eles: Capão Bonito (9,09%), Passo Fundo (33%), Bento Gonçalves (30,31%) e Palmeira das Missões (31,48%). 8. Índice de Gini: Dentre os municípios analisados, 11 sofreram redução na capacidade de distribuição de renda, resultando em aumento na desigualdade social. Destes, dez municípios figuram entre os emancipados, sendo eles: Canudos do Vale, Carlos Gomes, Engenho Velho, Linha Nova, Muliterno, Nicolau Vergueiro, Nova Boa Vista, Novo Xingu, Ponte Preta e São Pedro das Missões. Quando comparados ao índice do estado do Rio Grande do Sul, que foi de 0,54, apenas três municípios atingiram valor superior, respondendo por menor desigualdade social e concentração de renda. Em síntese, a evolução do desenvolvimento dos municípios emancipados, em comparação ao desenvolvimento dos municípios de origem, no período 2000/2010, pode ser observada no Quadro 1. Os municípios emancipados apresentaram claro desenvolvimento nas áreas estudadas quando comparados tanto ao município de origem quanto ao estado do Rio Grande do Sul. O crescimento demonstrado por meio do IDHM reflete a evolução no desenvolvimento destes municípios, assim como também apresenta sinais que devem ser analisados separadamente, relacionando-os à efetividade das políticas públicas de longo prazo. O IDHM Educação, por exemplo, embora tenha obtido avanços importantes, ainda apresenta baixo progresso quando comparado às demais dimensões, fruto de um passivo histórico de abandono herdado pelos novos municípios. Com relação ao desenvolvimento educacional, percebe-se que há aumento da evasão escolar entre jovens e adultos, resultando em indicadores menos representativos para idades superiores. Já a evolução do IDHM Renda, neste período, acompanha o sentido da sua distribuição, conforme aponta a análise do Índice de Gini. Enquanto a variação da dimensão renda cresceu acima da média do estado em 91,7% dos municípios, 93,75% apresentaram desempenho melhor do que a média do estado para o Índice de Gini. Por fim, o IDHM Longevidade, que agrega a esperança média de vida ao nascer, representou 97,9% de municípios com o mais alto grau de desenvolvimento.

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Quadro 1 – Síntese da evolução do desenvolvimento dos municípios emancipados – 2000/2010* % de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental Esperança de vida ao nascer % de 5 a 6 anos na escola % de 15 a 17 anos com fundamental completo regular seriado ou com fundamental completo Maior (12) Menor (12) Maior (16) Menor (8) Maior (18) Menor (6) Maior (13) Menor (11) - Canudos do Vale - Canudos do Vale - Capão Bonito do Sul - Capão Bonito do Sul - Carlos Gomes - Canudos do Vale - Carlos Gomes - Canudos do Vale - Carlos Gomes - Coronel Pilar - Carlos Gomes - Capão Bonito do Sul - Coqueiro Baixo - Capão Bonito do Sul - Coqueiro Baixo - Floriano Peixoto - Gentil - Coqueiro Baixo - Floriano Peixoto - Coronel Pilar - Coronel Pilar - Engenho Velho - Gentil - Lagoa dos Três Cantos - Coronel Pilar - Gentil - Engenho Velho - Floriano Peixoto - Mato Queimado - Lagoa dos Três Cantos - Coqueiro Baixo - Linha Nova - Engenho Velho - Mato Queimado - Linha Nova - Gentil - Muliterno - Nicolau Vergueiro - Engenho Velho - Mato Queimado - Floriano Peixoto - Lagoa dos Três Cantos - Muliterno - Lagoa dos Três Cantos - Nicolau Vergueiro - Nova Boa Vista - Linha Nova - Muliterno - Ponte Preta - Ponte Preta - Nicolau Vergueiro - Linha Nova - Novo Xingu - Novo Xingu - Mato Queimado - Nicolau Vergueiro - Quatro Irmãos - Quatro Irmãos - Nova Boa Vista - Nova Boa Vista - Ponte Preta - Ponte Preta - Muliterno - Nova Boa Vista - Santa Teresa - Santa Cecília do Sul - Novo Xingu - Porto Vera Cruz - Tupanci do Sul - Porto Vera Cruz - Santa Cecília do Sul - Novo Xingu - Tupanci do Sul - Santa Teresa - Porto Vera Cruz - Quatro Irmãos - União da Serra - Quatro Irmãos - Porto Vera Cruz - União da Serra - União da Serra - São Pedro das Missões - Santa Cecília do Sul - Santa Teresa - Santa Cecília do Sul - Vespasiano Corrêa - Vespasiano Corrêa - Tupanci do Sul - Santa Teresa - São Pedro das Missões - São Pedro das Missões - São Pedro das Missões - Tupanci do Sul - Vespasiano Corrêa - União da Serra - Vespasiano Corrêa % de 18 a 20 anos com médio completo % de 18 anos ou mais com fundamental completo Renda per capta, em R$ Índice de Gini Maior (14) Menor (10) Maior (02) Menor (22) Maior (8) Menor (16) Maior (7) Menor (17) - Canudos do Vale - Capão Bonito do Sul - Coqueiro Baixo - Coqueiro Baixo - Coronel Pilar - Canudos do Vale - Carlos Gomes - Coronel Pilar - Engenho Velho - Capão Bonito do Sul - Coronel Pilar - Floriano Peixoto - Floriano Peixoto - Coqueiro Baixo - Gentil - Gentil - Canudos do Vale - Gentil - Coronel Pilar - Lagoa dos Três Cantos - Lagoa dos Três Cantos - Capão Bonito do Sul - Lagoa dos Três Cantos - Carlos Gomes - Floriano Peixoto - Linha Nova - Canudos do Vale - Linha Nova - Coqueiro Baixo - Linha Nova - Engenho Velho - Gentil - Mato Queimado - Capão Bonito do Sul - Mato Queimado - Engenho Velho - Mato Queimado - Muliterno - Lagoa dos Três Cantos - Nicolau Vergueiro - Carlos Gomes - Nova Boa Vista - Floriano Peixoto - Carlos Gomes - Muliterno - Novo Xingu - Linha Nova - Nova Boa Vista - Engenho Velho - Novo Xingu - Muliterno - Novo Xingu - Nicolau Vergueiro - Ponte Preta - Mato Queimado - Novo Xingu - Muliterno - Ponte Preta - Quatro Irmãos - Nova Boa Vista - Santa Cecília do Sul - Nicolau Vergueiro - Ponte Preta - Nicolau Vergueiro - Porto Vera Cruz - Santa Cecília do Sul - Ponte Preta - União da Serra - Nova Boa Vista - Porto Vera Cruz - Santa Cecília do Sul - Quatro Irmãos - São Pedro das Missões - Porto Vera Cruz - Vespasiano Corrêa - Porto Vera Cruz - Santa Teresa - Santa Teresa - União da Serra - Quatro Irmãos - Quatro Irmãos - Tupanci do Sul - São Pedro das Missões - Santa Cecília do Sul - Santa Teresa - Vespasiano Corrêa - Tupanci do Sul - Santa Teresa - Tupanci do Sul - União da Serra - Tupanci do Sul - São Pedro das Missões - Vespasiano Corrêa - Vespasiano Corrêa - São Pedro das Missões - União da Serra Fonte: Elaborado pelos autores. Nota: (*) Em comparação ao desenvolvimento do município de origem. 17

4.2 PIB, POPULAÇÃO E PIB per capita

Conforme destacado anteriormente, 58% dos municípios que se emanciparam na década de 1990 estão concentrados na RFP 9, sendo que os demais estão distribuídos pelas RFPs 2, 3, 7, 1 e 8. Nesta subseção, analisam-se o PIB, o tamanho da população e o PIB per capita, em 2010, dos municípios emancipados, identificando sua representatividade em seu Conselho Regionais de Desenvolvimento (COREDE) e na sua RFP (Tabela 4).

Tabela 4 – PIB, população e PIB per capita dos municípios e COREDEs – 2010 (%) PIB per capita 2010 RFP COREDE/Município PIB 2010 (R$ mil) População 2010 (R$) % da % da % da COREDE Norte % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 26,34 2,31 20,71 2,07 127,20 111,70 Carlos Gomes 0,09 0,01 0,15 0,02 61,04 53,60 Floriano Peixoto 0,15 0,01 0,19 0,02 78,05 68,54 Ponte Preta 0,12 0,01 0,16 0,02 75,18 66,02 Quatro Irmãos 0,23 0,02 0,17 0,02 136,45 119,82 % da % da % da COREDE Rio da Várzea % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 10,76 0,94 12,21 1,22 88,14 77,40 Engenho Velho 0,14 0,01 0,14 0,01 94,59 83,06 Nova Boa Vista 0,16 0,01 0,18 0,02 87,00 76,40 Novo Xingú 0,12 0,01 0,16 0,02 74,59 65,50 São Pedro das Missões 0,11 0,01 0,18 0,02 64,56 56,69 RFP9 % da % da % da COREDE Nordeste % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 11,57 1,02 11,57 1,02 97,55 85,67 Capão Bonito do Sul 0,40 0,03 0,16 0,02 242,05 212,55 Santa Cecília do Sul 0,17 0,01 0,15 0,02 107,17 94,11 Tupanci do Sul 0,12 0,01 0,15 0,01 81,98 71,99 % da % da % da COREDE Produção % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 35,12 3,08 31,61 3,16 111,09 97,56 Gentil 0,23 0,02 0,16 0,02 148,19 130,14 Muliterno 0,13 0,01 0,17 0,02 75,95 66,70 % da % da % da COREDE Alto da Serra do Botucaraí % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 6,61 0,58 9,72 0,097 67,92 59,65 Nicolau Vergueiro 0,21 0,02 0,16 0,02 128,38 112,74 % da % da % da COREDE Vale do % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 44,51 2,98 43,94 3,06 101,29 97,25 RFP2 Canudos do Vale 0,14 0,01 0,24 0,02 57,10 54,82 Coqueiro Baixo 0,13 0,01 0,20 0,01 65,18 62,57 Vespasiano Corrêa 0,21 0,01 0,26 0,02 80,76 77,53 (Continua)

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Tabela 4 – PIB, população e PIB per capita dos municípios e COREDEs – 2010 (%) (Continuação) PIB per capita 2010 RFP COREDE/Município PIB 2010 (R$ mil) População 2010 (R$) % da % da % da COREDE Serra % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 85,57 11,92 79,31 8,06 107,8 147,88 RFP3 Coronel Pilar 0,07 0,01 0,16 0,02 45,96 62,99 Santa Tereza 0,07 0,01 0,16 0,02 44,17 60,54 União da Serra 0,09 0,01 0,14 0,01 66,95 91,77 % da % da % da COREDE Missões % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 29,30 1,71 32,65 2,32 89,73 73,87 Mato Queimado 0,20 0,01 0,24 0,02 82,73 68,11 RFP7 % da % da % da COREDE Fronteira Noroeste % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP % do Rio Grande do Sul 29,79 1,74 26,79 1,90 111,20 91,55 Porto Vera Cruz 0,13 0,01 0,24 0,02 53,40 43,96 % da % da % da COREDE Vale do Caí % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP RFP1 % do Rio Grande do Sul 3,33 1,57 3,91 1,59 85,28 99,30 Linha Nova 0,02 0,01 0,04 0,02 57,13 66,51 % da % da % da COREDE Alto Jacuí % do RS % do RS % do RS RFP RFP RFP RFP8 % do Rio Grande do Sul 29,71 1,73 19,23 1,45 154,49 119,15 Lagoa dos Três Cantos 0,29 0,02 0,20 0,01 145,77 112,42 Fonte: Elaborado pelos autores a partir de FEE (2018).

Quanto aos COREDEs mais proeminentes em relação ao PIB da RFP 9, estão o Produção, com 3,08% do total do estado, e o Norte, com 2,31%. No COREDE Produção, ganha destaque o município de Gentil (com 0,23% do PIB total da RFP e 0,02% do PIB total do estado). No COREDE Norte, se destaca o município de Quatro Irmãos (com 0,23% do PIB total da RFP e 0,02% do PIB total do estado). Após, no mesmo COREDE, aparece Floriano Peixoto (com 0,15% do PIB total da RFP e 0,01% do PIB total do Estado). Na RFP 2, aparece o COREDE Vale do Taquari, com 2,98% do total do PIB estadual e 44,51% do PIB da sua RFP. No COREDE, o destaque se dá para o município de Canudos do Vale (com 0,14% do PIB total da RFP e 0,01% do PIB total do estado) e Coqueiro Baixo (com 0,13% do PIB total da RFP e 0,01% do PIB total do estado). Em seguida, aparece o COREDE Serra, da RFP 3, que representa 11,92% do PIB de todo o estado e 85,57% da RFP. No COREDE, o destaque se dá para o município de União da Serra (com 0,09% do PIB total da RFP e 0,01% do PIB total do estado) e Coronel Pilar (com 0,07% do PIB total da RFP e 0,01% do PIB total do estado). Após, há dois municípios do grupo na RFP 7, em COREDES diferentes. o primeiro é Mato Queimado, das Missões (com 0,20% do PIB total da RFP e 0,01% do PIB total do estado); o segundo é Porto Vera Cruz (com 0,13% do PIB total da RFP e 0,01% do PIB total do Estado). Por fim, aparecem as RFPs 1 e 8, cada uma com um município. A primeira, da 19

RFP 1, Linha Nova, no Vale do Caí (com 0,02% do total da RFP e 0,01% do total do Estado); a segunda, da RFP 8, Lagoa dos Três Cantos, no Alto Jacuí (com 0,29% do total da RFP e 0,02% do total do Estado). Quanto aos COREDEs mais relevantes com relação à população da RFP 9, estão o Produção, com 3,16% do total do estado, e o Norte, com 2,07%. Dentro do COREDE Produção, ganha destaque o município de Gentil (com 0,16% do total da RFP e 0,02% do total do estado). No COREDE Norte, se destaca o município de Floriano Peixoto (com 0,19% do total da RFP e 0,02% do total do estado). Após, no mesmo COREDE, aparece Quatro Irmãos (com 0,17% do total da RFP e 0,02% do total do estado). Na RFP 2, aparece o COREDE Vale do Taquari, com 3,06% do total da população do estado e 43,94% da RFP. No COREDE, o destaque se dá no município de Vespasiano Corrêa (com 0,26% do total da RFP e 0,02% do total do estado) e Coqueiro Baixo (com 0,20% do total da RFP e 0,01% do total do estado). Em seguida, aparece o COREDE Serra, da RFP 3, com 8,06% da população de todo o estado e 79,31% da RFP 3. No COREDE, o destaque se dá para o município de Coronel Pilar (com 0,16% do total da RFP e 0,02% do total do estado) e União da Serra (com 0,16% do total da RFP e 0,02% do total do estado). Após, há dois municípios do grupo na RFP 7, em COREDES diferentes. O primeiro é Mato Queimado, das Missões (com 0,24% do total da RFP e 0,02% do total do estado); o segundo é Porto Vera Cruz (com 0,24% do total da RFP e 0,02% do total do estado). Por fim, aparecem as RFPs 1 e 8, cada uma com um município. O primeiro, da RFP 1, Linha Nova, no Vale do Caí (com 0,04% do total da RFP e 0,02% do total do estado); o segundo, da RFP 8, Lagoa dos Três Cantos, no Alto Jacuí (com 0,20% do total da RFP e 0,01% do total do estado). Por fim, quanto aos COREDEs mais proeminentes com relação ao PIB per capita3 da RFP 9, estão o COREDE Norte, com valor 11,70% maior do que o PIB per capita do estado, e Produção, com valor 2,44% menor do que o do estado. Dentro do COREDE Produção, ganha destaque o município de Gentil (com valor 48,19% maior do que o total da RFP e valor 30,14% maior do que o total do estado). No COREDE Norte, se destaca o município de Quatro Irmãos (com valor 36,45% maior do que o total da RFP e valor 19,82% maior do que o total do estado). Após, no mesmo COREDE, aparece Floriano Peixoto (com valor 21,95% menor do que o total da RFP e valor 31,45% menor do que o total do estado). Na RFP 2, aparece o COREDE Vale do Taquari, com valor 2,75% menor do que o total do PIB per capita do estado e valor 1,29% maior do que o PIB per capita da RFP. No COREDE, o

3 Com relação à proporção do PIB per capita se avalia quanto, em termos percentuais, o indicador do município ou do COREDE está acima ou abaixo do PIB per capita da RFP ou do estado do Rio Grande do Sul. 20

destaque se dá para o município de Vespasiano Corrêa (com valor 19,24% menor do que o total da RFP e valor 22,47% menor do que o total do estado) e Coqueiro Baixo (com valor 34,82% menor do que o total da RFP e valor 62,57% menor do que o total do estado). Em seguida, aparece o COREDE Serra, da RFP 3, com valor 47,88% maior do PIB per capita de todo o estado e valor 7,90% maior do que o da RFP 3. No COREDE, o destaque se dá ao município de União da Serra (com valor 33,05% menor do que o total da RFP e valor 8,23% menor do que o total do estado) e Coronel Pilar (com valor 54,04% menor do que o total da RFP e valor 37,01% menor do que o total do estado). Após, há dois municípios do grupo na RFP 7, em COREDES diferentes. O primeiro é Mato Queimado, das Missões (com valor 17,27% menor do que o total da RFP e valor 31,89% menor do que o total do estado); o segundo é Porto Vera Cruz (com valor 46,60% menor do que o total da RFP e valor 56,04% menor do que o total do estado). Por fim, aparecem as RFPs 1 e 8, cada uma com um município. O primeiro, da RFP 1, Linha Nova, no Vale do Caí (com valor 42,87% menor do que o total da RFP e valor 33,49% menor do que o total do estado), e o segundo, da RFP 8, Lagoa dos Três Cantos, no Alto Jacuí (com valor 45,77% maior do que o total da RFP e valor 12,42% maior do que o total do estado). É factível observar que, dentre os municípios emancipados após 1990, os melhores indicadores se concentram na RFP 9, que tem como COREDEs representantes o Norte, o Rio da Várzea, o Nordeste, a Produção e o Alto da Serra do Botucaraí. Os destaques, conforme observado anteriormente, vão para Capão Bonito do Sul (do Nordeste, com 0,03% do PIB do estado), Gentil (da Produção, com 0,02% do PIB do estado) e Quatro Irmãos (do Norte, com 0,02% do PIB do estado).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A emancipação de municípios com populações menores do que 2.000 habitantes na década de 1990 foi frequente no Brasil e ainda mais no Rio Grande do Sul. Tais movimentos foram impulsionados por fatores políticos, geográficos e/ou econômicos. Em meio às emancipações, alguns argumentavam que o processo tinha mais benefícios que malefícios, enquanto outros afirmavam o contrário (BOUERI et al., 2013). Os resultados apresentados revelaram significativa evolução nos índices/indicadores analisados, representando benefícios qualitativos para as comunidades emancipadas. O IDHM geral apresentou evolução na classificação para todos os municípios emancipados e em alguns 21

casos estas comunidades ultrapassaram o IDHM dos seus municípios de origem, mesmo possuindo índices inferiores quando da emancipação. Exemplos disso são os municípios de Carlos Gomes, Lagoa dos Três Cantos e Novo Xingu. No desagregado do IDHM, Longevidade se manteve como o índice de maior grau de desenvolvimento, mas com menor crescimento no período. No IDHM Educação, observou-se que 67,5% dos municípios foram enquadrados como médio desenvolvimento, respondendo pelos maiores crescimentos para o período, embora seu valor baixo represente menor contribuição ao índice. O IDHM Renda, analisado conjuntamente com o Índice de Gini, ganha destaque positivo, pois 41 municípios superaram a média do estado do Rio Grande do Sul, representando melhora na distribuição de renda e 40 municípios apresentaram variação de renda superior para o período analisado. Dos 24 municípios emancipados, 17 apresentaram melhor distribuição de renda do que seus municípios de origem. Observou-se, ainda, que a maior parte das emancipações ocorreu na região norte do estado, sendo que 14, isto é, 58% ocorreram na RFP 9. Não se observou nenhuma emancipação de municípios com menos de 2.000 habitantes nos RFPs 4, 5 e 6, que englobam os municípios do sul e do litoral. Os municípios emancipados obtiveram desenvolvimento expressivo quando comparados tanto ao município de origem quanto ao estado do Rio Grande do Sul como referência. O crescimento demonstrado por meio do IDHM geral reflete a evolução qualitativa no desenvolvimento socioeconômico enfrentado por estes municípios. Dessa forma, os resultados observados se alinham com a teoria política de que a emancipação traz mais benefícios que malefícios aos municípios emancipados. Ainda assim, os resultados são mais significativos para as dimensões saúde/longevidade e renda do que para educação.

REFERÊNCIAS

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