CRESCIMENTO ECONÔMICO DOS MUNICÍPIOS DA CANTUQUIRIGUAÇU
Andréia Aparecida de Lima, Helder Ivan Wirggers, Neusa Clotilde AyresAmarildo Hersen (Orientador) e-mail: [email protected]
Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Sociais Aplicadas
Palavras-chave: PIB, crescimento econômico, Cantuquiriguaçu.
Resumo:
O crescimento econômico de uma região pode ser medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) da mesma. O objetivo do presente trabalho e identificar se houve crescimento econômico nos municípios que compõem a Região de Cantuquiriguaçu. Para tanto foi observado os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Os Resultados mostram que os municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Catanduvas, apresentaram o maior crescimento econômico, sendo da ordem de 29,40% e 23,35%. O município do Pinhão, detentor do pior resultado, apresentou queda de 41,16% de seu produto, no período analisado. Os municípios que também apresentaram decrescimento econômico, porém menos expressivo, foram Campo Bonito, Candói, Diamante do Sul, Espigão Alto do Iguaçu, Foz do Jordão, Goioxim, Quedas do Iguaçu e Reserva do Iguaçu. Já os municípios de Canta Galo, Guaraniaçu, Ibema, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Três Barras do Paraná e Virmond demonstraram aumento do produto no período.
Introdução
É importante, de início, distinguir dois conceitos comumente confundidos como único: produção e produto. Segundo Rossetti, 2006, a produção deve ser vista como um processo contínuo de entradas e saídas. O produto deve ser entendido como a diferença entre o valor das saídas e o valor das entradas. Esta diferenciação, que reduz o valor do produto a uma abstração numérica é fundamental para que sejam evitadas múltiplas contagens. Se não for considerada esta diferenciação, as contas de produção incorrerão em superestimações. O Produto Interno Bruto (PIB) refere-se ao valor agregado, depurado das transações intermediarias e medido a preços de mercado, de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico do país sob consideração, num determinado período de tempo.
Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 Segundo a escola neoclássica, crescimento econômico é determinado pela variação do PIB e sua relação com o crescimento demográfico de um país. Nos fins da década de 50, o pensamento neo-keynesiano buscou entender o crescimento econômico como um processo. O crescimento econômico, nos dias atuais, de acordo com Fernando Rebouças, é avaliado pela sua capacidade qualitativa de gerar riquezas e não mais quantitativa, como pensava-se no início do século XX. Todo crescimento econômico específico de um país apresenta origens históricas enraizadas. Objetiva-se com a pesquisa analisar se houve crescimento do PIB dos municípios que compõem a região Cantuquiriguaçu, no período compreendido entre 2002 e 2006.
Materiais e Métodos
Para a presente pesquisa faz se uso do entendimento de dois conceitos de fundamental importância: PIB nominal e PIB real. O primeiro diz respeito ao valor do PIB calculado a preços correntes, ou seja, no ano em que o produto foi produzido e comercializado, já o segundo é calculado a preços constantes, onde é escolhido um ano-base onde é feito o cálculo do PIB eliminando assim o efeito da inflação. Para avaliações mais consistentes, o mais indicado é o uso de seu valor real, que leva em conta apenas as variações nas quantidades produzidas dos bens, e não nas alterações de seus preços de mercado (ROSSETTI, 1992). Fazendo-se uso do banco de dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2009), obteve-se o PIB real dos municípios que compõem a Região de Cantuquiriguaçu. Os dados extraídos são deflacionados a preço do ano de 2000, isolando dessa forma o crescimento artificialmente devido ao aumento dos preços da economia. As análises pertinentes encontram-se na seção seguinte.
Resultados e Discussão
Na Tabela 1 tem-se os dados relevantes do crescimento econômico dos vinte municípios que compõem a região de Cantuquiriguaçu, onde a análise refere-se ao PIB real, variação real no período de 2000 e 2006. Destacam- se os municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Catanduvas, onde houve crescimento econômico na ordem de 29,40% e 23,35% no período, e o município de Pinhão, onde houve queda do crescimento econômico correspondente à -41,16%. O município de Espigão Alto do Iguaçu praticamente ocorreu estagnação, mas mesmo assim evidencia-se queda de crescimento econômico na ordem de -0,29%.
Tabela 1 – PIB Municipais deflacionados ao ano de 2000 (em R$)
Municípios 2002 2006 Variação real (%) Campo Bonito 30.328,77 29.167,25 -3,83
Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 Candói 107.853,10 92.349,00 -14,37 Cantagalo 37.459,94 39.065,39 4,28 Catanduvas 47.122,00 58.126,46 23,35 Diamante do Sul 12.131,41 10.008,57 -17,49 Espigão Alto do -0,29 Iguaçu 19.815,75 19.758,13 Foz do Jordão 21.882,29 19.070,68 -12,84 Goioxim 28.775,74 28.417,53 -1,24 Guaraniaçu 70.048,99 71.715,46 2,37 Ibema 27.771,99 28.165,38 1,41 Laranjeiras do Sul 122.290,80 124.564,50 1,85 Marquinho 15.024,27 17.499,69 16,47 Nova Laranjeiras 34.794,26 38.724,38 11,29 Pinhão 373.210,70 219.581,30 -41,16 Porto Barreiro 15.802,51 16.893,80 6,90 Quedas do Iguaçu 123.882,80 121.013,80 -2,31 Reserva do Iguaçu 35.856,86 27.279,88 -23,92 Rio Bonito do 29,40 Iguaçu 43.643,23 56.478,05 Três Barras do 8,94 Paraná 43.001,08 46.849,51 Virmond 15.824,17 17.363,39 9,72 Média 61.326,03 54.104,61 -11,78
Fonte: IPEADATA O maior crescimento econômico da região analisada se deu no município de Rio Bonito do Iguaçu, seguido de Catanduvas. Por hipótese pode-se destacar que no primeiro, o crescimento se deu devido a instalação de um dos maiores assentamentos do Paraná, trazendo como conseqüência o aumento da população, no segundo destaca-se a construção da primeira Penitenciária Federal de Segurança Máxima do país, a qual movimentou a economia local, com investimento do Governo do Paraná em torno de R$ 20 milhões, e também a construção de casas pela Cohab, para funcionários que se fixaram no município. Foram contratados 250 agentes penitenciários federais, com renda média acima de R$ 4 mil, contribuindo para um aumento do PIB, gerando renda e demanda por serviços específicos até então não explorados no município. O município do Pinhão foi o que apresentou o pior resultado da região, no período. O decrescimento do PIB, no período, foi superior a 41%. Por hipótese pode-se considerar que o município apresenta-se fortemente relacionado ao setor agropecuário e as safras do ano de 2005 sofreram sérias quebras provenientes de fatores climáticos. Analisando a média da variação real do Pib dos municípios estudados, percebe-se que houve queda do Pib em -11,78%, onde destacamos como
Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 fator de influência, o fato dos municípios estarem em sua maioria relacionados ao setor agrícola.
Conclusões
Os municípios que compõem a região de Cantuquiriguaçu apresentaram, no período de 2002 a 2006, índices de crescimento econômico diferenciados. O destaque positivo é dado à Rio Bonito do Iguaçu e Catanduvas, com crescimento econômico real superior a 29% e 23%. Já o município com o resultado mais negativo foi o do Pinhão, que decresceu mais de 41%, no mesmo período. Os municípios de Campo Bonito (-3,83%), Candói (- 14,37%), Diamante do Sul (-17,49%), Espigão Alto do Iguaçu (-0,29%), Foz do Jordão (-12,84%), Goioxim (-1,24%), Quedas do Iguaçu (-2,31%) e Reserva do Iguaçu (-23,92%) apresentaram um decrescimento econômico no período. Os municípios de Canta Galo (4,28%), Guaraniaçu (2,37%), Ibema (1,41%), Laranjeiras do Sul (1,85%), Marquinho (16,47%), Nova Laranjeiras (11,29%), Porto Barreiro (6,9%), Três Barras do Paraná (8,94%) e Virmond (9,72%), em contrapartida apresentaram crescimento econômico no período.
Agradecimentos
Ao professor Amarildo Hersen que gentilmente deu sugestões para a realização deste trabalho.
Referências
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Tabela do PIB por município. Disponível em
Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009