ED. 117 FEV./2013

SANTA MARIA FORO DE SAO PAULO HOMENAGEM Uma tragédia quase Brasil vai sediar XIX João Zinclar: um operário anunciada página 3 Encontro página 5 da fotografia página 16 2 — Nº 117 — FEVEREIRO/2013 teresses individuais, onde uns se acham com teresses individuais,ondeunsseachamcom in­ de somatória uma nunca coletivo, projeto crático, militanteedemassas,baseadonum Defender oPT éconstruirumpartidodemo­ próprios decomunicação. e criandonossojornaldiáriooutrosmeios Partido do financeira autonomia a garantindo compromisso práticocomestasbandeiras, da comunicaçãosocial.Edemonstrarnosso ras dareformapolíticaedemocratização Defender oPT élevantarbemaltoasbandei­ hegemônicos nestemeio. tão fisiologismo ao e parlamentar cretinismo lativos combativos,quenãosecurvemao dirigimos. Eimplementarmandatoslegis­ povo, oBrasil,osestadosemunicípiosque Defender oPT égovernar, embenefício do parlamentares. nos processos eleitorais, governos e mandatos apenas nemprincipalmenteemanospares, de fazerlutapolíticaesocialcotidiana,não Defender oPT érecuperarnossacapacidade talismo edeprogressodaintegraçãoregional. num contextodecriseinternacional do capi­ após 10 anos de governo encabeçado pelo PT, política, para a nova situação políticaaberta Defender oPT éatualizarnossaestratégia luta contraoneoliberalismoecapitalismo. desenvolvimento democrático e popular, na lismo, comasreformasestruturais,um sos comaclassetrabalhadora,osocia­ Defender oPT émanternossoscompromis­ der oPT. defen­ nós, para significa, que o claro deixar É fundamental defender o PT. Mas é preciso ita pretendenoscrucificar. comemora seus33anos.Idadenaqualadire­ E EDITORIAL Secr. Gráfica eAssinaturas: Edma Walker [email protected] End.para correspondência: Silveira R. Martins,147 conj. 11, São Paulo (SP), CEP 01019-000 Editores: Fernandes (MA),Ubiratan Félix (BA), Valter Pomar (SP). Esteves (PE), Rosana Ramos (DF), Rafael Pops (DF), Regiane Cerminaro (SP), Rubens Alves (MS), Sílvia de Lemos Vasques (RS), Sonia Hypólito (DF), Teresinha Mascarenha (PI), Marco JonatasAurélio Moreira (MG), (SE), Mario Candido (PR), Múcio MagalhãesAlmeida (PE), Olavo Joel Carneiro (RJ), Pere (SC), Petit (PA),Almeida Rafaelde Anne Tomyama (CE), Raquel Janeth (SP), Uehara Jandyra Moreth (DF), José Gilderlei (SP), (RN), Laudicéia Schuaba (ES), LeyseDias Souza Cruz (ES), Lício Isaias Lobo (SP), Lúcia [Maria Barroso(ES), Vieira] (SE), Marcel Lopes Frison (RS), Marcelo Iriny (SP), Iliada Iole (ES), Rocha Fabiana (ES), Malheiros Fabiana (PE), Solaney Expedito (ES), Font Emílio (GO), Loureiro Eduardo Walker(SP), Edma (RS), Marcon Dionilso (TO), Vieira Cerqueira Denise (MS), Oliveira de Silva Denize (MG), Matos Daniela (MS), Olivi (PA),DamarciChagas das Rosa Carita (DF), Elias Bruno (RS), Aguiar Beto (ES), Rita Ana (SE), Direção Nacional da AE: Circulação interna aoPT. Matérias assinadasnãorefletem, necessariamente, aposição da tendência. Página 13 EXPEDIENTE dores, que no dia 10 de fevereiro dores, quenodia10defevereiro aniversariante Partidodos Trabalha­ sta ediçãodePágina13édedicadaao Valter Pomar e Adriana Miranda Diagramação: CláudioGonzalez (Mtb28961) é umjornalpublicado sobresponsabilidade dadireção nacionaldaArticulação deEsquerda, tendência interna do Partido dos Trabalhadores. Adilson Nascimento dos Santos (MS), Adriana Miranda (DF), Adriano Oliveira (RS), Aila Marques (CE), Ana Afonso (RS), Ana Lúcia Ana (RS), Afonso Ana (CE), Marques Aila (RS),Oliveira Adriano (DF), Miranda Adriana (MS), Santos dos Nascimento Adilson os ataquesqueadireitafazhojeaoPT. com o criminoso tucano Marcos Valério— taram —por exemplo, com suaassociação as devidasautocríticas, daqueles quefacili com adefesadoPT. Nemabrirmãodeexigir condenados. Masnãoconfundirsuadefesa, seguir prestando a solidariedade devida aos Defender oPT écriticar o STF, prestare petistas, nemmesmoaleifoigarantida. timidade daJustiça. A algunsdosacusados tos indispensáveisparaalegalidadeelegi­ da Ação Penal470atropeloudiversosquesi­ Defender oPT édenunciarqueojulgamento uais cometidosporfiliadosaoPT. que necessário,oserroscoletivosouindivid­ O que inclui reconhecer e corrigir, sempre nes­ Defender oPT émanterumarelaçãodeho­ que umgrandepassadopelafrente. saiba construirofuturo,quetenhamuitomais mais direitosdoqueosoutros.Umpartido Comissão deética nacional: tidade política com a classe trabalhadora. tidade políticacomaclassetrabalhadora. Eleandra RaquelKoch (RS), Rodrigo César(SP)eWagner Lino(SP). ­ Os editores de 2014. bates doquintocongressopartidário,noano das direçõespartidárias, bem comoosde­ que disputamosoprocessodeeleição direta zem as chapas e candidaturas petistas com deve fazer cada militante petista e o que fa­ Em 2013, ainda mais necessário. É o que Defender o PT é uma necessidade, sempre. os ataquesdenossosinimigos. PT não pode ficar na defensiva, nem facilitar ações em defesa do PT. Para se defender, o conferir protagonismo aos condenados,nas tema do julgamento; e um erro ainda maior político transformar em centro da tática o não custalembrar: consideramos umerro violência. Depois dedeixarisso bemclaro, solidário com quemjulga vítima de uma E ninguém deve pedir autorização para ser tes têm o direito e o dever de se defender. Defender oPT éconsiderarqueosinocen­ SANTA MARIA Uma tragédia quase anunciada Diego Adolfo Pitirini*

Foto: Wilson Dias / Agência Brasil / EBC anta Maria, é uma cidade não tão grande, mas que possui uma razoável Simportância para a Região Central do Rio Grande do Sul. Tem um enorme público juvenil, fruto das sete universidades e do alto contingente militar. Cidade que por opção de alguns não tem indústria e quase toda a eco­ nomia gira no entorno do setor de serviços, orientado pelas leis de mercado e com pouca regulação. Até mesmo os serviços públicos concedidos têm déficit de fiscalização, como o transporte. Aquilo que as leis da oferta e da demanda conseguem regular é regulado, extrapolando estes limites sobra pouca coisa. Na cidade as festas universitárias são bem comuns. As festas têm baixo custo porque du­ rante os últimos 30 anos existiu no município uma boate de uma entidade estudantil de graça para os estudantes e com bebidas bara­ tas. Também são muitas e, geralmente, em lugares­ “ajeitados”. Isto se explica porque, mesmo com centenas de audiências, o Plano Diretor de Santa Maria até, hoje, inexiste. Além disso, uma enfermaria muito grande Voltarão às aulas e tudo deve ficar mais Os eventos na cidade, em geral, mobi­ foi montada para receber pacientes, muitos observável, afinal tem turmas que 10 lugares lizam estudantes na sua divulgação já que deles chegavam desmaiados. Outros três estarão vazios. Na região inteira de Santa as turmas precisam arrecadar recursos para ginásios também foram usados. Um recebia Maria não existe um só pessoa que não tenha pagar as festas de formatura tão esperadas corpos de jovens para serem identificados, o perdido ou não conheça vítimas da tragé­ pelas famílias. Desta forma, empresários outros familiares e o terceiro equipes de estu­ dia. Na cidade, a caminhada organizada por dividem a parcela dos lucros em troca de dantes prepavam corpos para serem velados. setores da igreja reuniu 35 mil pessoas. boates lotadas. A superlotação e os espaços Ao longo da tragédia um setor impor­ Acredito que as angustias, hoje, da maio­ sem adequada ventilação são coisas comuns tante da sociedade explorou ao máximo a dor ria das pessoas, caminhe em dois sentidos. e quase naturais. daqueles e daquelas que até agora não enten­ O primeiro: entender o que aconteceu, achar O incêndio na Boate Kiss, ocorrido no dem direito o que aconteceu com seus entes explicação e algo que seja aceitável e o se­ dia 27 de janeiro, espantou a população. Pri­ queridos. A grande mídia conseguiu transfor­ gundo de como homenagear e dar o ultimo meiro veio a noticia de 20 mortos. Depois a mar a comoção de milhares de pessoas que carinho a quem se foi. confirmação de mais de 200 vítimas. Traba­ perderam 231 jovens em uma uma ampliação Pelas percepções que tenho do mundo e lhadores do resgate até hoje devem sonhar momentânea de sua audiência e seu lucro. pelas opções que fiz na vida tentarei resolver com a cena de aparelhos celulares tocando Repórteres entrevistaram familiares e comigo tais angustias, olhando para o mundo no bolso de jovens sem vida ou com um ba­ amigos em cima dos caixões e perseguiram material e aceitando a rima que fala que “em nheiro de mortos empilhados. pessoas em busca de lágrimas. Vários casos tempos de desordem sangrenta, e de confusão A maioria dos corpos dos mortos, jovens podiam ser levados à policia mas, naquele organizada” as fatalidades são potencializadas entre 18 e 23 anos, foi levada por caminhões. momento, as pessoas só desejavam processar pela anarquia capitalista, pela busca incessante No inicio falou-se em um veículo, mas quan­ a dor e despedir dos seus entes queridos. do lucro. Mas que nestes tempos “nada pode

do a boate foi “evacuada” quatro caminhões Alguns dias depois do incêndio, a sensa­ parecer natural e impossível de mudar”. FEVEREIRO /2013 foram lotados de corpos. Não havia sequer ção é de impunidade. Parece que ninguém Por isto, minha homenagem aos familiares macas para transporte. As pessoas foram car­ é responsável pela tragédia. No empurra-­ e as vítimas não será um minuto de silêncio e regadas pelas pernas e braços. empurra das culpas é provável que sobre para nem um balão, mas seguir em frente na luta A cena de quem depois de sair do choque um pobre trabalhador. Esperamos com an­ para que a sociedade se organize de forma su­ chegou já tarde no local da identificação dos seio o resultado das investigações. Existem perior. Será para que tragédias quase anuncia­ corpos era de um filme de bombardeio da Se­ movimentos para que alguns sejam blinda­ das como esta de Santa Maria sejam evitadas e gunda Guerra Mundial. No grande ginásio, dos. Também existem movimentos por novas a humanidade se torne mais importante do que metade do espaço foi usado para velórios de leis de segurança, em especial de setores que o acumulo de riquezas de alguns. jovens já identificados. A outra parte para di­ querem que a qualidade seja garantida por — Nº 117 vidir os familiares para procederem a identi­ grandes estabelecimentos comerciais, com *Diego Adolfo Pitirini é coordenador de ficação das vítimas por ordem alfabética. rigor, mas com altos preços. Movimentos Sociais da JTP/RS 3 4 — Nº 117 — FEVEREIRO/2013 à Constituição 438/01 permite a expropriação à Constituição 438/01permiteaexpropriação maio doanopassado. A PropostadeEmenda da foiaprovadapeloplenário daCâmara,em salários eaerradicaçãodotrabalho escravo. jornada de40horassemanais semreduçãode bém, na pauta do Congresso matériascomoa Por isto,vamoslutarparaqueincluir, tam­ está entreasprioridadesdonossomandato. dores etrabalhadorasdocampodacidade para oscontratosquejáestiverememvigor. tem onossototalapoio.Seaprovado,valerá obrigatório, FGTS de além trabalho, de ma cional noturno,horas-extrasejornadamáxi­ aprovada naCâmara. lhadores e trabalhadorasdomésticos jáfoi ção Federalparagarantirdireitosaostraba­ sidero essencialéaalteraçãodaConstitui­ votar osvetosemordemcronológica. ministro doSTF, LuizFux,oCongressodeve interpretação daConstituição,defendidapelo e parados no Congresso sejam votados. Pela apreciados casoostrêsmilvetosanteriores ração dopetróleo. buição dasreceitasarrecadadascomaexplo­ aprovada peloCongressoquealterouadistri­ dos vetos da presidenta Dilma Rousseff à lei vembro doanopassado,juntocomoteor ao texto. A MP foianunciadaem30deno­ Ao todo,89emendasjáforamapresentadas 10 demarço,sobpenaperderavalidade. royalties paraeducaçãoprecisaservotadaaté dos royaltiesdopetróleoparaeducação. tramitação noSenadoeadestinaçãodos100% cação (PNE)jáanalisadopelaCâmaraeem importantes comooPlanoNacionaldeEdu­ São previstas,aindavotaçõesextremamente do FundodeParticipaçãodosEstados(FPE). divisão a para cálculo novo um definir verão útil parasessõesdeliberativas. são conjuntade5fevereiro,primeirodia 2013. A previsãoédoOGUservotadonases­ a votaçãodoOrçamentoGeraldaUniãode dos trabalhosdoCongressoNacionaldeveser nado edaCâmara,oprimeiropontopauta P Desafios para 2013 no Congresso Nac A PECdotrabalhoescravocomo échama­ Assegurar eampliardireitosaostrabalha­ O projetoquegarantedireitoscomoadi­ Outra propostaemtramitaçãoquecon­ serão só vetos tais que destacar Vale A MP 592/12quetratadosrecursos Ainda emfevereiro,osparlamentaresde­ mesas diretorasepresidênciasdoSe­ e início de ano e a eleição das novas final do parlamentar recesso o assado ion al Ana Rita* repactuação. Acreditamos queoFundotem fazer justiçaemelhorarapolítica. dade naseleiçõesenosespaços públicosé sobre osinteressesdopovo. Assegurar apari­ esses degruposeconômicos nãoprevaleçam rais éumadasformasdegarantir queinter nanciamento privadodascampanhaseleito­ fi­ o brasileira. com democracia Acabar a cer ano deeleiçõesnacionais. em 2014, serão dificilmente agora, votadas que matériasdessaestatura,senãoforem prioridade paraonossoPartido.Esabemos em 2013,estáareformapolítica,eleitacomo damentais que,também,queremosaprovar, manos. matéria para garantiravançosnos direitoshu­ Atuamos naComissãoEspecialquetratada volvem a reforma do Código Penal brasileiro. ativamente, ainda, das discussões que en­ parada háanos.Odesafioéincluirnapauta. exame. A reduçãodajornadadetrabalhoestá nosso o para voltou Câmara, na modificada A proposta é oriunda do Senado e, como foi agrária ouaprogramasdehabitaçãopopular. reforma à destinados serão imóveis Esses vo. ção encontrarexploraçãodetrabalhoescra­ fiscaliza­ a onde urbanos e rurais imóveis de os vetosdapresidentaDilmaaoprojetoquetrataredistribuiçãodosroyaltiesdopetróleo Sessão doCongressoNacional,em12/12/2012,quandofoiaprovadaaurgênciaparaanalisar No FPE vamos defender uma nova FPE -Novamos defenderumanova A reforma políticaéessencialparafortale­ Reforma política–Entreasmatériasfun­ O nossomandatoacompanhaeparticipa ­ forma política! relevantes paraopovobrasileiro, comoare­ mobilização conseguiremos aprovar projetos e popular pressão com Só imensos. desafios constarão norelatório. em especialaLeiMariadaPenha,também petentes sobreaaplicabilidadedalegislação, com­ órgãos aos Recomendações problemas. sugerir políticaspúblicasparaareversãodos o que é ideal diante do quadro encontrado e cas narededeatendimento,alémindicar o que foi constatado de ruim e as boaspráti­ dade deviolênciacontraamulhernoBrasil, Contra MulhernoBrasil. quérito (CPMI)queinvestigaa Violência In­ de Mista Parlamentar Comissão da final relatório nosso o Mulher, da Mês março, em dos royaltiesdopetróleo. dos emsuasreceitaspelanovaredistribuição Santo e do Rio de Janeiro, que foram impacta­ de compensaçãoaosestados,casodoEspírito desigualdades regionais,comosepropõe. de servir, definitivamente, para acabar com as mulheres da CPMIqueinvestiga aviolênciacontra *Ana RitaésenadoradaRepúblicaerelatora A pauta para2013éextensaenossos reali­ da diagnóstico o trará relatório O Mulheres Defendo aindaqueseadotemecanismos Por fim, planejamos aprovar, planejamos fim, Por - Foto: GustavoLima-Ag.Câmara

Internacional Brasil vai sediar XIX Encontro do Foro de São Paulo

Brasil sediará no período de 31 de um deles específico sobre os governos pro­ julho a 4 de agosto deste ano, na ci­ gressistas e de esquerda, acontecerão, além O dade de São Paulo, o XIX Encontro de oficinas a respeito de defesa, democratiza­ do Foro de São Paulo. A decisão foi toma­ ção da comunicação, formação política, meio da em reunião, no Chile, no mês passado. ambiente, migrações, movimentos sindicais, O evento, informou o secretário-executivo poder popular e movimentos sociais, povos do FSP e dirigente nacional do PT, Valter originários, segurança alimentar, segurança e Pomar, reunirá representantes das organiza­ narcotráfico, trabalhadores da arte e cultura, ções partidárias que compõem o Foro, par­ união e integração latino-americana, proces­ lamentares, lideranças sociais, intelectuais sos eleitorais, desenvolvimento econômico, e militantes. Estado, participação popular e políticas so­ No encontro, além de seminários sobre ciais. Uma plenária dos partidos membros do temas da política internacional, serão reali­ FSP também faz parte da programação. zados encontros com parlamentares, juven­ tude, mulheres, afrodescendentes, oficinas Reflexões temáticas e uma grande plenária. Dois temas regionais “A pauta é ampla, geral e quase irres­ Na opinião de Pomar dois temas regio­ trita. Além disso, queremos que o XIX En­ nais merecerão maior destaque no Encon­ merecerão maior destaque contro tenha uma forte marca cultural e que tro: como aprofundar as mudanças estru­ permita o contato das delegações interna­ turais nos países que a esquerda governa e no Encontro: como cionais com a cidade de São Paulo”, decla­ como acelerar o processo de integração. aprofundar as mudanças rou o secretário-executivo do FSP. “Do ponto de vista internacional, des­ A expectativa é de que no ato público tacaria outros dois temas: como evitar a estruturais nos países de abertura, em 2 de agosto, participe um escalada de guerras e como superar a crise público de duas mil pessoas. “Espero que mundial favorecendo os setores populares”. que a esquerda governa e as instâncias partidárias, os parlamentares, Para Pomar, é provável que ganhe des­ como acelerar o processo os governantes, as lideranças sociais e a taque, também, o aniversário de 40 anos do intelectualidade da esquerda brasileira, a golpe que derrubou o governo da Unidade de integração. começar pelos petistas, se mobilizem para Popular chilena. participar”, disse Pomar. Entre os pontos fortes que devem cons­ Os partidos brasileiros integrantes do tar na declaração final do Encontro do FSP, FSP - PT, PCdoB, PSB, PDT, Pátria Livre, Pomar avalia que terão espaço a integração PCB e o PPS serão os anfitriões do even­ regional, as ações dos governos de esquer­ to. “Ao PT caberá, certamente, um papel e da e progressistas, as eleições presidenciais uma responsabilidade especiais. Neste sen­ vindouras, a paz na Colômbia, a crítica as tido, vamos trabalhar para que a Direção políticas conservadoras hegemônicas nos Nacional do Partido, o ex-presidente Lula EUA e Europa e uma dura condenação a e a presidenta Dilma Rousseff, o prefeito ingerência externa e as intervenções milita­ de São Paulo, Fernando Haddad, nossos res, hoje, em curso. governadores, ministros e parlamentares Ele destaca, porém, que o fundamental, possam se encontrar com as delegações in­ entretanto, não é a declaração final em si, ternacionais”, adiantou. mas a possibilidade de intercâmbio de posi­ ções entre as diferentes esquerdas existen­ Programação tes no mundo e na América Latina. “E, para nós da esquerda brasileira, a FEVEREIRO /2013 O XIX Encontro é composto de um con­ possibilidade de aprender com os partidos junto de atividades. Entre elas, reuniões do amigos e a oportunidade de mostrar quem Grupo de Trabalho e das secretarias regio­ somos, o que estamos fazendo, para onde nais (Mesoamérica e Caribe, Andino-Ama­ vamos”. zônica, Cone Sul, Europa e EUA). Haverá, Em março, o FSP aprovará uma comis­ também, encontros da juventude, mulheres, são redatora para o Encontro. Em abril, um parlamentares, autoridades locais e afro­ documento base e em julho a declaração fi­ descendentes. nal. “A ideia é que a declaração final tenha

Segundo Pomar, grandes seminários so­ um pouco de análise e muito de manifesto, — Nº 117 bre a África, o Oriente Médio, os Brics (Bra­ portanto com um forte acento conjuntural”, sil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e explicou. 5 6 — Nº 117 — FEVEREIRO/2013 Muita históriaparacontarefazer para nos livrar dos mitos do passado, não para para noslivrar dos mitosdopassado,nãopara servir deve saudosista. Ahistória postura uma de seusmilitantesedirigentes. socialismo jánãoestánohorizonte damaioria tégia e o programa estão mais moderados e o cidade organizativa doPT se reduziu,aestra­ espaço paraacríticaaocapitalismo. A capa­ gemonia burguesa, fortalecendo -se, reduziuo colocou-se emsituaçãodedefensivaeahe­ do avançoneoliberal,omovimentosocialista trabalhadores sofreuumdurorevésem função dos organização a qual no histórico, período O partidojánãoémaisomesmo. ele mesmo,emcertamedida,ajudouamoldar. limites paralutarpelosocialismonoBrasilque um polosocialistadalutadeclassesnoBrasil. em transformá-lo para suficiente força reuniu volver um tipo de organização partidária que vinculados comarealidadebrasileiraedesen­ um programaeumaestratégiaintimamente nenhum outrosegmentodasociedade. que nãoestavasubordinadoaosinteressesde permitiu seroprincipalexpoentedeumprojeto imediatos eestratégicosdostrabalhadoreslhe a capacidadedoPT emrepresentarosinteresses de seuprópriopartido. autônoma, tevecomoconsequênciaacriação tanto, eraprecisoorganizar seria necessáriofazerlutapolíticaeque,por isso para que de mãos, próprias suas de obra solução paraosseusproblemasdeveriaser balhadora brasileira. A consciênciadequea tra­ classe a para história nova uma de início curso dospróximosanos. participaram desuaconstruçãoepensaroper decer amilhõesdelutadoreselutadorasque decisivos, avaliarseuserroseacertos,agra­ propícia paralembrar muitos motivosparacelebrar. Éumaocasião trajetória percorrida. isso erevisitarosaprendizadosextraídosda agradecer acadapessoaquecontribuiupara para valorizartodooesforçofeitoatéentão, um anodeexistência.Nestesentido,servem A PARTIDO Contudo, isso não nos autoriza a adotar Contudo, issonãonosautoriza aadotar Mas nempoderiaser. Vivemos outro Atualmente, porém,oPT apresentasérios Mais queisso,otornoucapazdeelaborar O períododecrescimentodaslutassociaise O dia10defevereiro1980marcouo Em 2013,oPT completa33anoscom safios superados para alcançar mais mais alcançar para superados safios bração quenosfazemlembrarosde­ niversários sãomomentosdecele­ Rodrigo César* se de seus momentos -se deseusmomentos se de maneira -se demaneira ­ ­ * história paracontarefazer. quem já derrubou muitas barreiras e tem muita fazê-lo superarosnovoslimitesse impõema participado de sua construção conseguirem renovador seasdiferentesgerações quetem PTno geracional realmente sentido um terá só adiante. maturidade elegitimidadeparadarumpasso do governofederalderamaoPT experiência, próximos anos. o objetivoforseguirmudandoBrasilpelos parar o PT para enfrentar grandes conflitos se estratégia menos conciliatória e capaz de pre­ questões. Portanto,precisarádarlugarauma Brasil mudarapesardenãoenfrentarestas Trabalhadores porquaseduasdécadasfezo sua poderosa influência. com mídia da monopólios os mantidos manecerão marginais nasociedadeseforem tura política,asideiaseoprogramadoPT per quadros daatualcorrelaçãodeforças. A cul­ mudanças nopaísnãoserãorealizadasnos estruturais necessáriasparaacontinuidadedas político-partidário vigente. As transformações não maissesustentaránoslimitesdosistema encontra-se esgotadahistoricamente. tégia decentro-esquerdaatingiuseulimitee estra­ a pós-neoliberalismo, ao rumo gradual e lenta transição uma de fiador como Estado levado o PT à direção de parcela do poder de ção históricaqueelamesmaajudouacriar. bém nãopermitiráaoPT lidarcomumasitua­ que atualmenteorientaaaçãopartidáriatam­ mas denovotipo,amanutençãodaestratégia não écapazdeapresentarsoluçõesparaproble­ trumento aserforjadoporsuasprópriasmãos. conquistas alcançadas e não vê no PT um ins­ lidade presente,nãoselimitaacomemoraras que temdemandassurgem apartirdarea­ forjada nosúltimosanosdedesenvolvimento, como referênciaajovemclassetrabalhadora de organização emobilização,precisamoster voltados paraofuturo,nãopassado. PT obteveforamalcançadoscomosolhos nos prenderaeles. Ademais, osêxitosqueo Rodrigo Cesar é militantedoPT Neste sentido, o atual processo de transição Neste sentido,oatualprocessodetransição Os 33 anos de vida e os 10 anos à frente A estratégiaqueorientouoPartidodos A ampliaçãodaforçainstitucionaldoPT Em outraspalavras,justamenteporter Mas damesmaformaqueosaudosismo Se quisermosrecuperarnossacapacidade ­ PARTIDO Desafios e tarefas da FPA

Iole Ilíada*

m dezembro do ano passado, uma emos nossa força eleitoral em força social e A nova diretoria, agora presidida pelo nova diretoria e um novo conselho política para a sustentação das mudanças es­ companheiro Marcio Pochmann, está ciente Ecurador, compostos por indicação do truturais que necessitamos realizar. desses desafios e das expectativas postas so­ Diretório Nacional do PT, tomaram posse na Sobre a disputa política e ideológica na bre a nova diretoria. Mas também temos claro Fundação Perseu Abramo (FPA) para o man­ sociedade, aliás, tanto as pesquisas da Funda­ que nada disso será levado a efeito se o PT dato de 2013 a 2016. ção quanto a de outros institutos têm revelado não pensar a Fundação como uma peça de Criada há 16 anos para atender a antiga dados preocupantes sobre uma crescente des­ uma engrenagem articulada, como parte de aspiração petista pela constituição de um politização e desinteresse pela atuação cole­ um todo estratégico, como instrumento posto centro de reflexão e formulação capaz de tiva e pela participação social, com destaque a serviço de um projeto político de transfor­ articular e fomentar a elaboração intelectual para a ausência de identificação com os par­ mação social, tarefas para as quais o partido e a criação cultural da esquerda brasileira, a tidos políticos. Esse fenômeno se faz acom­ político é insubstituível. Fundação desde o início foi pensada como panhar, evidentemente, de uma disseminação um instrumento importante na necessária dis­ do individualismo e das ideias conservadoras, Nova diretoria da FPA puta de ideias que o Partido deveria travar, acirrando a intolerância e o preconceito. Marcio Pochmann - presidente como parte de sua estratégia para chegar ao Tal constatação parece contraditória com Iole Ilíada - vice-presidenta poder e transformar a sociedade. o fato de que temos hoje um governo de Artur Henrique - diretor A chamada “disputa de hegemonia” es­ centro-esquerda no país, que goza de grande Ariane Leitão - diretora teve desde a origem, portanto, entre as tarefas popularidade e que efetivamente mudou para Fátima Cleide - diretora principais da FPA. Isso implicava a necessi­ melhor a vida de muitos. Mas é um sinal claro Joaquim Soriano - diretor dade de manter duas faces complementares: de nossas debilidades e desafios futuros. uma voltada para o “exterior”, com o esta­ Ao dizer isso, é preciso reconhecer que as Conselho Curador: Hamilton Pereira belecimento de um diálogo amplo com a so­ alterações sofridas pelo PT ao longo desses (DF) – presidente, André Singer (SP), Eliezer ciedade; outra voltada para o interior do PT, mais de 30 anos de existência, converteram o Pacheco (RS), Elói Pietá (SP), Emiliano José contribuindo com o permanente trabalho de Partido em eficiente máquina eleitoral, debilita­ (BA), Fernando Ferro (PE), Flavio Jorge (SP), reflexão e formação política, preservação da ram sua capacidade de formulação programáti­ Gilney Viana (DF), Gleber Naime (MG), memória e estímulo ao debate, fundamentais ca e estratégica e, como corolário, sua vocação Helena Abramo (SP), João Motta (RS), Joe­ a um partido transformador. para mobilizar a sociedade e fazer a necessária nia Batista (RR), José Celestino Lourenço Dezesseis anos depois, muita coisa mu­ disputa de hegemonia. Isso sem falar na dificul­ (MG), Maria Aparecida Perez (SP), Maria dou. O PT chegou ao governo federal, ocu­ dade em realizar a propaganda daquele que, por Celeste de Sousa da Silva (RS), Nalu Faria pando-o já há 10 anos. O Brasil emergiu das decisão de seus congressos, segue sendo seu (SP), Nilmário Miranda (MG), Paulo Van­ sombras neoliberais, desnudando um uni­ objetivo histórico: o socialismo. nuchi (SP), Pedro Eugênio (PE), Raimunda verso de novas perspectivas para os trabalha­ Esta ausência de disputa de hegemonia, Monteiro (PA), Regina Novaes (RJ), Ricardo dores, mas também revelando a profundidade bem como essa redução do espaço para a re­ de Azevedo (SP), Selma Rocha (SP), Severine­ dos nossos problemas estruturais. A América flexão crítica, a formulação e a divulgação do Macedo (SC) e Valmir Assunção (BA). Latina transformou-se, com a ascensão si­ pensamento de esquerda, cobram agora seu multânea de várias forças de esquerda aos preço: não seguiremos avançando sequer em *Iole Ilíada é vice-presidenta da Fundação governos da região. O mundo entrou em crise um projeto de reformas sociais, se não cons­ Perseu Abramo e da direção nacional da e em uma fase de transição em sua arquitetura truirmos uma base de sustentação política Articulação de Esquerda geopolítica e econômica. para isso. Foto: Cesar Ogata Tais mudanças, todavia, não significam Esta é, inequivocamente, que aquelas tarefas iniciais postas para a uma tarefa do Partido. Mas a Fundação estejam superadas. Pelo contrário. Fundação Perseu Abramo, por

As mudanças recentes na ordem política e suas características e sua voca­ FEVEREIRO /2013 econômica internacional tornam fundamental ção, pode cumprir um papel im­ um esforço analítico que dê conta de com­ portante como ferramenta para preender suas características e significados. a consecução desses objetivos. A nova situação latino-americana exige que Para isso, tanto é necessário am­ nossos governos tenham uma crescente ca­ pliar a capacidade de elaboração pacidade de formular políticas e pensar estra­ e de interlocução da FPA com tegicamente, para seguir avançando em seus os formuladores e formadores de projetos transformadores. E a experiência opinião, como a apropriação de

brasileira vem evidenciando a necessidade de sua produção pelo Partido, aqui — Nº 117 disputar opiniões, ideias e o imaginário políti­ incluídos tanto seus dirigentes A partir da esq.: Artur Henrique,Ariane Leitão, Márcio co da sociedade, sem o que não converter­ quanto sua base militante. Pochmann,Iole Ilíada, Fátima Cleide e Joaquim Soriano 7 8 — Nº 117 — FEVEREIRO/2013 Muito alémdoprogressismo menos três. do Brasil,ascausas destadebilidadesãopelo relativa debilidadedestaprodução. Nocaso “pouca produçãointelectual”, massima querda, mastambémemoutrostemas,asaber: balanço dosgovernosprogressistasedees­ Não apenasacercadaintegraçãoregionaledo teórico. déficit um de existência a reconhecem metropolitanos. dora entreasoligarquiaslocaiseseusaliados alcance eaingerênciadaaliançaconserva­ integração éumfatordecisivoparalimitaro mento capitalista, todos reconhecem que a defendem umnovomodelodedesenvolvi­ dos doForoperseguem. diferentes projetos estratégicos queos parti­ e, também,como“guarda-chuva”paraos aproveitar melhortodo o potencial regional; crise internacional em particular; seja para nas emgeralecontraosimpactosdaatual seja comoproteçãocontraingerênciasexter que aintegraçãoéalgocentral,estratégico, do qualsousecretário-executivodesde2005. bre otemaintegração,éForodeSãoPaulo, tegração regional”. in­ da perspectivas e desafios atual, “estágio neste seminário, quando se discutia o tema edição daintervençãofeitapor Valter Pomar mento eaintegraçãoregional”. A seguir, uma “caminhos progressistasparaodesenvolvi­ O INTER Claro que o déficit teórico não significa significa não teórico déficit o que Claro aprender com Allende doque com Che. hoje numa experiência que tem mais a apessar dequeestamostodosenvolvidos Che aindaémaispresenteque Allende, grande partedaesquerdalatinoamericana *a estratégia,poisnoimagináriode ensinamentos daquelasexperiências; repetem errosedesconsideramacertos mentistas doséculoXX,poismuitos social-democratas enacionaldesenvolvi­ *o balanço das experiências socialistas, que correspondeaoséculoXX; uma interpretaçãoacercadocapitalismo pois muitoscontinuamoperandocom *a análisedocapitalismoséculoXXI, Os partidosqueintegramoForotambém Dos quedefendemosocialismo,aos Todos ospartidosdoForoconsideram Meu postodeobservação,paraopinarso­ americanos, para debater os tuais sul-americanos,paradebateros de janeiro,umencontrocomintelec­ Instituto Lulapromoveu,nodia21 N AC Valter Pomar* ION AL ­

como articular nossas duas grandes tarefas: como articular nossasduasgrandestarefas: cas existentes naesquerdabrasileira,sobre 44% em2012). cia partidária(caímosde61% em1988para número depessoasquetêmalguma preferên­ PSDB), masnocontextode uma reduçãono querido (24%,contra6%doPMDBe5% quisa queapontaoPT como partidomais lhendo oquefoiregistradonarecentepes­ massas denovotipo. uma educação pública e uma comunicação de ção, senãotivermosumaindústriacultural, nas edezenasdemilhõesafavordaintegra­ não haveráumaculturapopular, comdeze­ a formaçãodeumpensamentomassas: cultura, educaçãoecomunicaçãoobstaculiza prejuízo dopensamentodeesquerda. formação e promoção da intelectualidade, em da educaçãoecomunicaçãosocial. desenvolvimentismo) noterrenodacultura, viético, dasocial-democraciaedonacional liberalismo e da tripla crise (do socialismo so­ produção teórica. lidade, inclusiveadeesquerda,istoafeta é abasesocialdegrandepartedaintelectua­ proclives aofascismo.Ecomoaclassemédia seja paraposturasconservadorasasvezes deste setor, sejaparaposturasesquerdistas, “classe médiatradicional”empurraparcelas Em terceirolugar, citoasdiferenças políti­ Sem estamudança,continuaremosco­ na neoliberal influência a lado, outro Por Este impactoafetouosmecanismosde Em segundolugar, citooimpactodoneo­ Em primeiro lugar, a perda de status da constituir um campo de idéias, que terá um constituir um campo de idéias, que terá um de construir“uma” doutrina;devemossim porque achoquenãodevemos cairnoerro dedoutrina, falar não prefiro eu siderações, lar dedoutrina.Sementrar emoutrascon­ especial alterarnossaestratégia. como viemosnoscomportandoatéagora,em seguir adianteseráprecisoalteraramaneira mas emquetambémpercebemospara mento, em que atingimos um sucesso parcial, cessidade dedoutrina,exatamentenestemo­ entre teoriaepolítica. conhecer anecessidadedeumaconexãoforte are­ equivale isto afirmar pois “doutrina”, na aberturadesteseminário:precisamosde estratégia etática. entre políticos, meios os e finais objetivos tre fenômeno: aruptura entre teoria eprática,en­ nismo e o esquerdismo expressam um mesmo correlação deforças. desconsiderando qualqueranáliserealistada final, objetivo o para olhos tem só que bado, crítica; eumesquerdismotambémexacer zer” aquieagora,atacandoqualquerpostura fa­ “possível é que o para olhos tem só que equivocadas: ouumgovernismoexacerbado, setores daesquerdabrasileira,duasposturas através dereformasestruturais. desenvolvimentismo conservador, nestecaso superar ahegemonianeoliberal eo Agora, como outros, eu prefiro não fa­ não prefiro eu outros, como Agora, Aliás, nãoéporacasoquesefaladestane­ Neste sentido,aplaudooquedisseLula Do pontodevistadasidéias,ogover­ Estas diferençaspolíticasgeram,em ­ INTERNACIONAL

Foto: Ricardo Stuckert Agora, este campo de idéias é mais diver­ ção latinoamericanista e caribenha. É claro sificado do que uma doutrina, além de com­ que nosso foco imediato é a integração da preender um leque de posições que não cabe América do Sul. Mas para esta integração ter na definição de “progressista”, que me parece sucesso, é inescapável enfrentar a hegemonia muito acanhada frente aos dilemas e as possi­ dos Estados Unidos junto ao México, Caribe bilidades abertas pelo atual período histórico. e América Central. Concluo assinalando que o tempo corre Por fim, não haverá integração sem inten­ contra nós. Não está dado que vamos conse­ so protagonismo do Brasil. Talvez sejamos o guir passar da ênfase nas políticas públicas que país menos latinoamericano da região, mas visam superar o neoliberalismo, para a ênfase somos também o capitalismo mais potente, nas reformas estruturais necessárias para su­ que tem melhores condições para ajudar a fi­ perar o desenvolvimentismo conservador. nanciar a integração. A desacumulação que estamos vendo na Mas para podermos fazer isto, teremos esquerda mexicana e colombiana, mais a ope­ que afastar a sombra de que somos sub- ração denominada “Arco do Pacífico”, são al­ imperialistas, o que exigirá entre outras coi­ guns dos muitos sinais de que a situação está se sas mais presença direta do Estado e mais complicando. E está se complicando, entre ou­ controle sobre a atuação das transnacionais tros motivos, porque as oligarquias, a começar privadas brasileiras. da brasileira, oferecem dura e crescente re­ Um bom momento para prosseguir a dis­ sistência contra toda medida que busque alte­ cussão sobre estes temas será o XIX Encontro rar de maneira estrutural a repartição da rique­ do Foro de São Paulo, que será realizado no za entre Capital e Trabalho, dando cada vez Brasil, na cidade de São Paulo, de 31 de julho núcleo comum composto pela prioridade ao mais sinais de que não vão respeitar as regras a 4 de agosto de 2013. social, pela defesa da ampliação das liber­ do seu próprio jogo, se estas regras levam-nas dades democráticas, pela afirmação do papel a perder o jogo: vide Paraguai e Honduras. *Valter Pomar é membro do Diretório do Estado, pela combinação entre soberania O caso de Honduras confirma, por outro Nacional do PT e secretário executivo do Foro nacional e integração regional. lado, que devemos manter uma orienta­ de São Paulo

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­ ­ ­ ­ nhos anossaproposta. campo popularnãoserepetiuevotamossozi­ Educação eReformaUniversitária,ondeo se mostraramnavotaçãodaresoluçãosobre que estes dificuldades e Limites dificuldades. campo popular, mesmocientesdoslimitese com aconstruçãoeofortalecimentodeste po majoritário. cam­ o com polarizar para suficiente política querda (PSOL ePCR)queconseguiuforça este campo,enãomaisaditaOposiçãodeEs­ presente aoConselhosurtiubonsefeitos.Foi com os anseios de boa parte dos estudantes governos epartidos. perante independência total e finanças das mento; maiortransparêncianacondução comunicação quecheguemabasedomovi­ interna daUNE;criaçãodemecanismos princípios: fortalecimentodademocracia resolução fundamentadanosseguintes trilhos dacombatividadeatravésdeuma joritário deformaarecolocar a UNE nos alternativa dedireçãoaoatualcampoma­ da Juventudenosapresentamosenquanto Quilombo, MudançaeLevantePopular junto comoscompanheirosdoscoletivos Esquerda/Reconquistar aUNE,emcon­ de Articulação da Juventude da nós dantil, De nossa parte, pretendemos continuar De nossaparte,pretendemoscontinuar Tal posturaconseqüenteequedialoga Na resoluçãosobreMovimentoEstu­ Ato políticodo 14ºConebdaUNEnoauditório daUFPE 3º DireitosdePolíticas Educacionais daUNE tos SociaisdaJPT, dirigentenacionaldaAEe *Jonatas MorethécoordenadordeMovimen- lutas eparaosestudantes! la que resiste eReconquistaraUNE para as contramo­ a inventar engrenagem, própria da Brasil. Acreditamos sernecessárionocentro mudar oMovimentoEstudantil,aUNEe universidade eopaís. movimento demassascapaztransformara tornando omovimentoestudantilnumforte mais ativonaorganização dosestudantes, entidade nacionalcumpraumpapelainda campo majoritárioquefaçacomnossa construção deumaalternativadireçãoao que continuavivaelatenteanecessidadeda templado napropostaaprovada. democrática epopularquenãoestavacon­ tos cruciaiscomooprojetodeuniversidade no papeleporentendermosquehaviapon­ consenso, ouapenasterresoluçõesavançadas estudantil; pornãomaisnosinteressarofalso templa aimensadiversidadedomovimento joritário eaoposiçãodeesquerdanãocon­ mos queapolarizaçãoentreocampoma­ o campomajoritário,mas,sim,porentender lução alternativaapenasparademarcarcom Somos aqueles que acreditam ser possível Somos aquelesqueacreditamserpossível convicção a temos Coneb, um mais Após Não apresentamosumapropostadereso­ ­ EDUCAÇÃO Para a classe trabalhadora SindMetal Goiânia Jorge Braga*

o Brasil, o acesso à educação gratuita e de qualidade, apesar de assegurado Nna Constituição, não faz parte da rea­ lidade da grande maioria dos cidadãos. São inúmeros os casos onde, por falta de oportuni­ dade, a população não consegue ter acesso à formação desejada. No caso da juventude, o acesso à educação e à formação são fatores de extrema importância para o caminho a ser trilhado durante sua vida profissional. Den­ tre tantos fatores, a necessidade de possuir um emprego se destaca como fator negativo a esse acesso, principalmente entre a parcela mais pobre da população. A carga laboral diária, somada ao tempo despendido com transporte, faz com que o tempo disponível para a formação do traba­ lhador seja bastante reduzido. A carga horária do trabalhador estudante muitas vezes ultra­ passa o patamar das 15 horas diárias, situação comparável à dos operários ingleses no início cença remunerada para estudos ainda per­ Bandeira de luta na ampliação da revolução industrial. Essas condições le­ manece sem mecanismos legais que garan­ vam ao trabalhador grande dificuldade tanto tam sua aplicação. Em seu artigo 2º, a Con­ dos direitos do trabalhador em buscar iniciar um processo de formação venção 140 preconiza que “Qualquer Mem­ e acesso à educação, a quanto em prossegui-lo. bro deverá formular e aplicar uma política Além disso, o trabalhador é prejudicado que vise à promoção por métodos adaptados Convenção 140 da OIT é mais pela dificuldade de se inserir em projetos de às condições e usos nacionais e eventual­ pesquisa e extensão e participar de congres­ mente por etapas, da concessão de licença um ponto de convergência sos, seminários, oficinas e outros eventos remunerada para estudos”, porém, nenhuma entre o movimento estudantil importantes para a sua formação acadêmica política foi desenvolvida neste sentido. e científica. Desta forma, a universidade O tempo decorrido desde a promulga­ e o movimento sindical. Cabe muitas vezes tem sua função reduzida ao for­ ção da lei que ratifica a convenção da OIT a esses movimentos sociais a necimento de mão de obra qualificada para os mostra que não há no legislativo brasileiro filões do mercado, relegando ao segundo pla­ um grande interesse por esta discussão. Sem articulação e a luta conjunta no o avanço social, científico e tecnológico a participação da sociedade civil organizada, para que haja avanços destes da sociedade. o debate tende a permanecer estagnado. É im­ Dentro desse panorama, é de extrema ne­ portante que essa política seja incorporada à direitos, se firmando como cessidade a ampliação dos direitos dos traba­ pauta do dia e se debatam formas de avan­ lhadores, visando garantir o acesso à forma­ çar na luta por uma educação mais inclusiva importantes conquistas ção continuada. Nesse sentido, a convenção e acessível a todo o conjunto da sociedade, para o país e para a classe 140 da OIT prevê a implementação de licença seja por meio de subsídios governamentais ou remunerada para estudos. Essa licença seria pela exigência de tais medidas por parte da trabalhadora.

utilizada tanto para formação pessoal, como iniciativa privada. FEVEREIRO /2013 cívica e sindical, possibilitando ao trabalha­ Bandeira de luta na ampliação dos direitos dor a participação em diversos espaços de do trabalhador e acesso à educação, a Con­ expansão do conhecimento, além da gradua­ venção 140 da OIT é mais um ponto de con­ ção. Ao trabalhador seria possível participar vergência entre o movimento estudantil e o também de cursos de formação política, edu­ movimento sindical. Cabe a esses movimen­ cação ambiental, educação artística, capacita­ tos sociais a articulação e a luta conjunta para ção profissional, dentre outros, trazendo mais que haja avanços destes direitos, se firmando oportunidades de enriquecimento intelectual, como importantes conquistas para o país e

cultural e político. para a classe trabalhadora. — Nº 117 Promulgada no Brasil durante o governo Itamar Franco, a Convenção que trata da li­ *Jorge Braga é militante do PT-BA 11 12 — Nº 117 — FEVEREIRO/2013 A Combatividade é a marca do mandato dade nasociedade. capaz de ampliar ainda mais a sua capilari­ participação popular. Esuaatuação deveser mento emancipatório, não pode ser fechado à estratégia edasualinhapolítica comoinstru­ senvolve dentrodeseusprincípios, dasua talistas, religiosos,artistas,etc. deres comunitários,comunicadores,ambien­ advo­ mu­ segmentos emilitantessociais:homens a nossa caminhada. São os mais variados tude dabasesocialquesegueacompanhando das elutasdosmovimentossociais. dade emanter de leiqueampliem e fortaleçam asuavisibili­ mandato narealizaçãodeaçõeseprojetos rança, etc.-garantirobomdesempenhodo popular -educação,saúde,habitação,segu­ pautar osgrandestemasqueafetamaomeio da participaçãopopular. como aquestãodademocraciaeampliação tros. Além disso,deveagregaroutrostemas direitos humanosecomunicação,dentreou­ ambiente, meio como: histórica, construção torno detemascentraisquepautamasua conjuntura. na postos desafios os politicamente e mente tecnica­ enfrentar para qualificada e nizada mandato deoposiçãoexigeumaaçãoorga­ que teráatuarnumcenárioadverso.Um conscientemente ospassosdeummandato te doprojetosocialista. profundas naordemestabelecida, comopar trabalhador e nastransformações radicais e cia, noscompromissoscomaslutasdopovo cias participativas, naética e natransparên­ nar, especialmente o acúmulo de experiên avançosdo modopetistadegover tada: nos perspectiva deesquerdarevolucionária, pau­ se materializar como referência social, numa de o é desafio principal O expectativas. de presente paraobomdesempenhodomandato. PT, emFortaleza,esepropõeagoraacontinuar VEREADORES lheres, jovens, intelectuais, educadores, lheres, jovens,intelectuais,educadores, Ao mesmotempoqueomandatosede­ É preciso,portanto,lidarcomaampli­ É fundamentaltambém:estaratentoe A linhapolíticadomandatoseteceem Para isso, é importante planejar e executar Atravessamos um momento carregado gados, bancários,agentesdesaúde,lí­ nheiro Deodato Ramalho, vereador do nheiro DeodatoRamalho,vereadordo no Cearáapoiouaeleiçãodocompa­ militância da Articulação deEsquerda -se sintonizadocomasdeman­ ­ ­ ­ Agenda 2013 vereador doPT, emFortaleza Deodato Ramalho, 2013 2013

com espaçoparainteratividadenarede. prevista aentradanoardosítiomandato, da atuaçãoassessoriae,emfevereiro,está dia 26dejaneiro,aconteceuoplanejamento e requerimentosdeaudiênciaspúblicas.No entrada emváriosprojetosdeleisambientais Presidência. Em2dejaneiroovereadordeu sentou onomedeDeodatocomocandidatoà proporcionalidade nasuacomposição,apre­ ferência doExecutivoecomodesrespeitoà bancada doPT, inconformadacomainter da Mesa Diretora da Câmara de Fortaleza, a dades. Nasessãoextraordináriaparaeleição vereador DeodatoRamalhoiniciousuasativi­ em meioaorecessoparlamentar, omandatodo cheiras deresistênciadaslutaspopulares. nos propomosaajudarconstruirnastrin­ com asgrandesquestõesdonossotempo. economia políticainternacionalesintonizado tas sociais.Edeveestaratentoaosdebatesda petistas nasváriasáreas.Deverepercutiraslu­ defesa doPT edosavançosdasadministrações ciedade, noBrasilemundo.Deverealizara nectado àsgrandespautasdosdebatesnaso­ trito ao mundo provinciano. Deve estar co­ avanços doprojetopopular. seu caráteranti-povoequedesconstruamos as denúnciasdasmedidasqueevidenciemo desmandos do Executivo municipal e realizar aos e o à corrupção gestão, fisiologismo, ao combate da atual vigilante fiscalização a No seu primeiro mês de atuação, mesmo No seuprimeiromêsdeatuação,mesmo Mandato começaatuante Tudo issoconstituiosentido geraldoque res­ ficar pode não mandato o disso, Além No planolocal,omandatodeveencetar perto devocê.perto militante mais Procure como de Esquerda. da Articulação 2013 Agenda ­ GOVERNOS ESTADUAIS Dois anos do Governo Tarso e a reconstrução de um Estado Marcel Frison*

oi debaixo de muita chuva, no dia 21 que faremos em quatro anos o mesmo que terços, no segundo ano. Ou seja, o Governo, de janeiro deste ano, no município de foi realizado em toda a longa história do Rio para viabilizar aumentos salariais acima dos FEncruzilhada do Sul, que o governador Grande. índices inflacionários para praticamente todas Tarso Genro abriu a porteira do futuro as­ Registre-se que iniciamos o nosso man­ as categorias, garantir investimentos pesados sentamento Elton Brum ao lado de militantes dato enfrentando uma enorme ofensiva por na educação, saúde e segurança, cortou pro­ do MST e do ex-proprietário da área de ter­ parte de grandes conglomerados econômicos fundamente na sua própria carne. ras desapropriada no final de 2012, para o ato da área do saneamento com o objetivo de No caso do magistério o Governo avan­ de entrega aos acampados da cessão de uso e privatizar o setor no Estado, em particular, çou para um aumento de 76% em quatro escritura. Neste mesmo período, em 2011, o o abastecimento de água. Aproveitando-se anos contra 6% do governo Yeda e 14% do governador inaugurava a retomada do coman­ do momento de renovação dos contratos de governo Rigotto, além de garantir, em acordo do sobre o Palácio Piratini da esquerda gaúcha prestação de serviços da Corsan (estatal do sa­ MPE, que todos os trabalhadores em educa­ isentando 200 mil agricultores familiares­ de neamento) em relação aos municípios, vários ção (com contratos de 40 horas semanais) dívidas contraídas junto ao Banrisul. destes, impulsionados, em algumas situações, percebessem um salário, no mínimo, igual O evento em Encruzilhada não pretendia pelos precários serviços (até então) prestados ao Piso Nacional do Magistério Público. Um simbolizar mais do que representava, ou seja, pela companhia, em outras, por convicções, aumento histórico nunca antes percebido pela a afirmação do compromisso deste Governo digamos, político-administrativas, aventa­ categoria. com a reforma agrária. Mas, no meu ponto ram a hipótese de entregar para a iniciativa Portanto, a discussão em torno do Piso de vista, pode ser identificado como um ali­ privada os serviços de saneamento. Nacional, legitimamente, levantada pelo nhavar ao lado do ponto que ancorou o início Porém vencemos esta guerra, primeiro CPERS-Sindicato, diz respeito não ao paga­ da ação governamental em busca de atender qualificando os serviços e as relações com mento do mesmo, mas da sua incorporação as necessidades de bases sociais semelhantes. os municípios e as comunidades, segundo no Plano de Carreira do Magistério, o que O fechamento virtuoso de um primeiro ciclo. trazendo os recursos necessários para alcan­ significaria duplicar (em alguns casos tri­ Um ciclo cujo principal legado foi reconstruir çar um novo patamar na nossa capacidade de plicar) os salários da categoria, o que ainda é as condições para que o Estado voltasse a investimentos (onde os trabalhadores e traba­ inviável para os cofres públicos. fazer parte da vida do povo gaúcho, perpas­ lhadoras da Corsan tiveram um papel deci­ Na Educação, o Governo realizou concur­ sando todos os segmentos sociais, principal­ sivo), e terceiro, contando com apoio e dis­ so público onde ingressaram na rede estadual mente aqueles historicamente discriminados posição de enfrentar o debate do governador de ensino 5,5 mil novos professores e profes­ e relegados a um segundo plano. Tarso Genro que manteve (e mantém) uma soras, os recursos destinados para a área subi­ Em dois anos de trabalho conquistamos posição muito nítida a respeito desta questão ram de R$ 4,8 bilhões em 2010 para R$ 5,3 R$ 12,5 bilhões de recursos externos para in­ – “a água é um bem público e o acesso a ela bilhões em 2011 e R$ 5,8 em 2012; a previsão vestimentos por todo o Estado. Somente na deve ser universal, não podemos, portanto, orçamentária de 2013 prevê gastos de R$ 6,5 Secretaria de Habitação e Saneamento, pasta privatizá-la”. bilhões e chegará a R$ 7,2 bilhões em 2014, que dirijo, serão no mínimo (digo no mínimo, Hoje a privatização aconteceu em apenas portanto, um crescimento de 67,6% em rela­ por que tudo indica que ultrapassaremos estes dois municípios (São Gabriel e Uruguaiana) ção ao último ano da governadora Yeda. valores) R$ 3,1 bilhões, destes R$ 2,8 bilhões das dezenas que manifestaram o interesse e Estes recursos se refletem em reformas, em saneamento básico e mais R$ 300 milhões entre as centenas em que a Corsan presta o abrangendo mais de 800 escolas, construção em habitação de interesse social. serviço. Destes, em São Gabriel, temos a es­ de bibliotecas, laboratórios, ginásios e qua­ Na área de energia teremos R$ 2,4 bi­ perança de poder reverter o processo uma vez dras poliesportivas. No mesmo sentido, a lhões. Para recuperação e construção de es­ que o PT venceu as eleições. Secretaria Estadual de Educação estará dis­ tradas, em especial, as tão desejadas ligações Por outro lado, Tarso deixou claro desde ponibilizando cerca de 10 mil computadores

dos municípios com as principais artérias da as primeiras reuniões do secretariado que as portáteis para alunos e professores. FEVEREIRO /2013 nossa malha rodoviária, serão mais R$ 2,6 prioridades do seu governo seriam a educa­ Em relação à saúde, em 2013, atingire­ bilhões. O Governo encaminhou junto aos ção, a saúde, a segurança pública e a melho­ mos, pela primeira vez na história do Rio bancos Banco Mundial, BIRD e BNDES ria das condições salariais e de trabalho do Grande, a destinação constitucional de 12% empréstimos da ordem de R$ 2 bilhões para funcionalismo. Estas diretrizes orientaram do orçamento para gastos neste setor. É ne­ atender­ as demais áreas. a destinação de verbas oriundas do Tesouro cessário salientar que a bancada de situa­ No caso do saneamento básico, com es­ Estadual. ção, em especial, o deputado Marlon Santos tes recursos (conquistados junto ao Governo Isto significou, por exemplo, que a Secre­ (PDT) relator da peça orçamentária tiveram da presidenta Dilma Rousseff) será possível taria de Habitação e Saneamento tivesse um um papel decisivo, demonstrando coragem duplicar a nossa capacidade de tratamento do orçamento reduzido pela metade no primeiro para cortar de todos os poderes, com anuên­ — Nº 117 esgoto produzido no Estado, passando dos ano, em relação ao último do Governo Yeda, cia do Executivo, o suficiente para garantir a atuais 15% para 30%, o que significa dizer no que se remete aos investimentos, e em dois aplicação da Constituição Estadual. 13 14 — Nº 117 — FEVEREIRO/2013 co integrado com as questões sociais, o nosso co integradocom asquestõessociais,onosso uma década. fantasma, quenosassombrou pormaisde desta forma,deumpersistente eincômodo no FHC,foipararnaBahia.Exorcizamo -nos, Ford, queporumrebaixado golpedogover repre­ a instalaçãodaGeneralMotorseaoque três vezessuperioraoquefoidestinadopara montante um Estado, do história da privado mil empregos, e será o maior investimento a aplicaçãodeR$5bilhõesegeração7 lulose Rio-grandenseemGuaíba,queprevê jeto deduplicaçãodaplantaindustrialCe­ R$ 30 bilhões. Destaca-se entre estes, o pro ­ Grande investimentosprivadosnaordemde matriz produtiva. tos privadosparaseintegraremnestamesma sua dinamizaçãotrazendonovosinvestimen­ mento dascadeiasprodutivasexistentesena (Arranjos ProdutivosLocais),nofortaleci­ dustrial, calcadanofortalecimentodos APLs neamento, instituímos uma novapolíticain­ os investimentosemestradas,energia esa­ ra jáabordadosnestetextoquandoelencamos além deenfrentarosgargalos deinfraestrutu­ volvimento econômico,nestesentido,para cessariamente porumaestratégiadedesen­ para quilombolas. moradias paracomunidadesindígenase170 mente, atravésdaSehabs,construiremos224 dentes em175diferentesmunicípios.Igual­ mos beneficiando cerca de 9 mil famílias resi­ R$ 50,00amaisparacadauma.Hojeesta­ contempladas peloBolsaFamíliarepassando luta, entreestas,aumentaarendadasfamílias visando enfrentar o problema da miséria abso­ e complementainiciativasdoGovernoDilma o ProgramaRSMaisIgualquearticulaações oficialmente onomequedesejarem. na qualtravestisetransexuaispoderãoadotar Pública instituiuaCarteiradoNomeSocial, sem Homofobia,aSecretariadeSegurança mas deviolênciadoméstica. violência contraasmulhereseatendervíti­ Lilás quevisam,respectivamente,combatera trulha MariadaPenha,aSalaLiláseEscuta Políticas paraasMulheres,foiinstituídaaPa­ sistema prisional. atenuar adifícilecomplexasituaçãodonosso novos presídiosereformadosatuais,visando mos em2102vagascomaconstruçãode mos 211 novasviaturas. Além disso,amplia­ ais civise2.523policiaismilitares;adquiri­ criminalidade; contratamos772novospolici­ localidades queapresentavamaltoíndicede em paz da territórios sete constituímos setor, em 13% os recursos estaduais destinados ao GOVERNOS ESTADUAIS Na esteira do desenvolvimento econômi­ Nestes dois anos trouxemos para o Rio A tarefadereconstruiroEstadopassane­ No terrenodainclusãosocial,instituímos Integrando aCampanhaRioGrande Em parceriacomaSecretariaEstadualde Na SegurançaPública,incrementamos sentaria a malfadada implantação da sentaria amalfadada implantação da ­ oa eh s aeud a itrc polariza­ histórica a atenuado se tenha bora sequências imediatas. reprimidas que,legitimamente, exigemcon­ quantidade gigantesca dedemandas sociais de uma zero gerou déficit Yeda do Apolítica captados nasobrasprojetadas sãoenormes. cas públicasetransformaçãodosrecursos políti­ das execução de dificuldades as e pel moldado paraqueascoisasnãosaiamdopa­ fundas naestruturadoEstado,tudoparece mento doEstado. finanças públicas e solapam a capacidade de investi­ as desequilibram que menos a ais presenta ummontantedeR$12bilhõesanu­ Somando estestrêsaspectosprincipais,re­ bilhão/ano. 1 R$ precatórios de pagamento o da PrevidênciaconsomemaisR$6bilhõese Déficit O ano. por bilhões 5 R$ de torno em some 13% da receita líquida, o que representa solução definitiva. A dívida com a União con­ mos enfrentado,masqueestãolongedeuma problemas estruturaisgravíssimosquete­ Mambituba eoChuy, oRioGrandetem munidades eprefeituras. dades daregião,ouvimoseatendemosasco­ apresentamos asnossasrealizaçõesnasci­ nos municípiosdointerior Estado, onde Governo do implantação a significa que no” grande sucesso,éa“InteriorizaçãodoGover­ mocratização doestado,querevelou-seum Estado. ao desenvolvimentoeconômicoesocialdo nador debatendotemasestratégicosrelativos chamado Conselhão,queassessoraogover forma permanenteeoCDES,popularmente mesma comoGovernoeGovernadorde envolve consultasàpopulaçãoeinteraçãoda um milhãodevotos;oGabineteDigitalque urna oumeioeletrônicoquecolheumaisde de prioridades feita através do voto direto em soas nas Assembleias Municipais;avotação presenciais equereuniucercade60milpes­ o OrçamentoParticipativocomaudiência Participação Popular e Cidadã, que envolve em 1999,atravésdoSistemaEstadualde participação popularinauguradopeloOlívio origem. que estava restrito apenas aos municípios de lizada em todo o território rio-grandense, algo familiares industrializadapossasercomercia­ familiar, permitindo queaproduçãodosagricultores agroindustrial sanidade de ficado pelo Governoqueconstituiosistemauni­ do deputadoEdegarPretto(PT/AE)adotada empreendedores atravésdoBanrisul. lizou R$100milhõesparamicroepequenos que realizou11 miloperaçõesedisponibi­ microcrédito, consideradoomaiordopaís, Governo instituiuumfortíssimoprogramade Por outrolado, noâmbitodapolítica,em­ A hegemonia neoliberal fincou raízes pro­ o entre flores são tudo nem Contudo, Outro componentedesteprocessode­ O Governo Tarso retomouoprocessode Outro exemplo,éoSusaf,deiniciativa ­ Saneamento/RS PT esecretário deEstadodaHabitaçãoe AE, membrodoDiretórioNacional do *Marcel Frison édirigentenacionalda tinuaremos avencer. Democrático. Assim, não tenho dúvidas, con­ Mais Igualitário,Desenvolvidoe do GovernoparaproduzirumRioGrande fora e dentro intensamente trabalhar vitória, à levaram nos que e 2010 em unificaram nos tes doatodegovernar, manteroslaçosque da gaúchaenfrentarascontradiçõesineren­ ao PT easdemaisforçaspolíticas daesquer nosso projeto. e majoritáriodefensorimpulsionadordo a constituiçãodeumcamposocialorgânico democratização doestadoe,principalmente, das políticaspúblicas,noaprofundamentoda sos captados,noincrementodaconsecução dinâmica fortíssima de execução dos recur se iniciaestãosituadosnaimposiçãodeuma melhor paraoRioGrande. a nossa administração produzirá um futuro dos eleitorespesquisadosconsideramque importante éaperspectivadefuturo,59,65% do Governo chega a 71,1%. Outro indicador aprovação a que afirmar podemos 28,2%, faz rarmos a avaliação “regular positiva” que per contra 12,9%deruim/péssimo.Seconside­ ótimo/bom de 42,9% temos pesquisa última a respeitodoGovernoébastantepositiva.Na população medidapelaspesquisasdeopinião da compreensão a e firme permanece zação resultados nãolhessãoanimadores. A coali­ sembleia Legislativa. política desustentaçãodoGovernona As­ cesso dedesconstituição,desagregarabase imediata. A táticaprincipalé,apartirdopro­ de 2011 etenhaquesersolucionadodeforma janeiro após começado tivesse este se como blema, dosinúmerosqueassolamoEstado, é esqueceropassadoetransformarcadapro­ desconstituir nossoprojeto. A linhaadotada mente nãoparaproporsoluções,mas mente assumeopapeldaoposição,obvia­ ca aonossoGoverno,oGrupoRBSnova­ em seconstituircomoalternativaprogramáti­ – asenadora Ana Amélia Lemos(PP). político meio o para fileiras suas das mente ao poder. E tem candidata, destacada direta­ de grãosematériasprimas,queremretornar agrícola atrasadadependentedaexportação publicitárias eamanutençãodeumapolítica e privilegiada,aconcentraçãodasverbas desenfreada fiscal renúncia pela estendidas nomicamente atravésdasbenessesdoEstado acirrada. Aqueles quesefortalecerameco­ ral, adisputapelahegemoniaseguedeforma setores conservadoresdeorientaçãoneolibe­ ção entreocampodemocráticoepopularos As condições objetivas estão dadas. Cabe As condiçõesobjetivasestãodadas.Cabe Os desafios postos neste segundo ciclo que Embora oesforçohercúleodadireita,os Diante dafragilidadepolíticaoposição ­ ­ ­ Esportes “Olé” nasceu no México Texto extraído do livro Os Subterrâneos do Futebol, de João Saldanha, lançado em 1963 pela editora Tempo Brasileiro

Estádio Universitário ficou à cunha. O River reagiu e também fez o dele. Didi ain­ Cem mil pessoas comprimidas para da fez outro, de fora da área, numa jogada que Oassistir ao jogo. É muito alegre um viera de um córner, mas o juiz anulou porque jogo no México. É o país em que a torcida Paulo Valentim estava junto à baliza. Embora mais se parece com a do Rio de Janeiro. Ba­ a bola tivesse entrado do outro lado, o árbi­ rulhenta, participa de todos os lances da par­ tro considerou a posição de Paulinho ilegal. tida. Vários grupos de “mariaches” compare­ De fato, Paulinho estava “off-side”. Havia cem. Estes grupos, que formam o que há de um bolo de jogadores na área, mas o árbitro mais típico da música mexicana, são consti­ estava bem ali. E Paulinho poderia estar dis­ tuídos de um ou dois “pistões” e clarins, dois traindo a atenção de Carrizo. ou três violões, harpa (parecida com a das O jogo terminou empatado. Vairo não guaranias), violinos e marimbas. As marim­ foi até o fim. Minella tirou-o do campo, bem bas são completamente de madeira, mas não perto de nós no banco vizinho. Vairo saiu vão ao campo de futebol, sendo substituídas rindo e exclamando: “No hay nada que hacer. por instrumentos pequenos. O ponto alto dos Imposible” – e dirigindo-se ao suplente que “mariaches” é a turma do pistão, do clarim e o entrava, gozou: coro, naturalmente. No campo de futebol, os – Buena suerte muchacho. Pero antes, te grupos amadores de “mariaches” que compa­ aconsejo que escribas algo a tu mamá. recem ficam mais ativos em dois momentos O jogo terminou empatado e uma multi­ distintos: ou quando o jogo está muito bom e dão invadiu o campo. O “Jarrito de Oro”, que eles se entusiasmam, ou, inversamente, quan­ só seria entregue ao “melhor do campo” no do o jogo está chato e eles “atacam” músicas dia seguinte, depois de uma votação no café em tom gozador. No jogo em que vencemos Tupinambá, foi entregue ali mesmo a Gar­ ao Toluca, que estava no segundo caso, os rincha. Os torcedores agarraram-no e deram “mariaches” salvaram o espetáculo. uma volta olímpica carregando Mané nos O time do River era, realmente, uma ombros. Sob ensurdecedora ovação da tor­ máquina. Futebol bonito e um entendimento Quando Mané () dava cida. No dia seguinte, os jornais acharam que só um time que joga junto há três anos aquele seu famoso drible e que tínhamos vencido o jogo, considerando pode ter. Modestamente, jogamos trancados. o tal gol como válido. Mas só dedicaram a A prudência mandava que isto fosse feito. De deixava Vairo no chão, um coro isto poucas linhas. O resto das reportagens e fato, se “abríssemos”, tomaríamos um baile. crônicas foi sobre Garrincha. Foi um jogo de rara beleza. E não foi por de cem mil pessoas exclamava: As agências telegráficas enviaram longas acaso. De um lado estavam Rossi, Labruña, “Ôôôôô”! O som do “olé” mensagens sobre o acontecimento e deram Vairo, Menéndez, Zarate, Carrizo. De outro, grande destaque ao “Olé”. As notícias reper­ estavam Didi, Nilton Santos, Garrincha etc. mexicano é diferente do nosso. cutiram bastante no Rio e a torcida carioca Jogo duro e jogo limpo. Não se tratava de ca­ consagrou o “Olé”. Foi assim que surgiu este maradagem adquirida em quase um mês no dores mantinham-se no mais profundo silên­ tipo de gozação popular, tão discutido, mas mesmo hotel, mas sim da presença de grandes cio. Quando Mané dava aquele seu famoso que representa um sentimento da multidão. craques no gramado. A torcida exultava e os drible e deixava Vairo no chão, um coro de Já tentaram acabar com o “Olé”. Os ár­ “mariaches” atacavam entusiasmados. cem mil pessoas exclamava: “Ôôôôô”! O bitros de futebol, com sua inequívoca voca­ Estava muito difícil fazer gol. Poucas ve­ som do “olé” mexicano é diferente do nosso. ção para levar vaias, discutiram o assunto em zes vi um jogo disputado com tanta seriedade O deles é o típico das touradas. Começa com congresso e resolveram adotar sanções. Mas e respeito mútuos. Mas houve um espetáculo um ô prolongado, em tom bem grave, pa­ como aplicá-las? Expulsando a torcida do es­ à parte. Mané Garrincha foi o comandante. recendo um vento forte, em crescendo, e ter­ tádio? Verificando o ridículo a que estavam

Dirigiu os cem mil espectadores. Fazendo mina com a sílaba “lé” dita de forma rápida. expostos, deixam cada dia mais o assunto de FEVEREIRO /2013 reagirem à medida de suas jogadas. Foi ali, Aqui é ao contrário: acentua-se mais o final lado. É melhor assim. É mais fácil derrubar naquele dia, que surgiu a gíria do “Olé”, tão “lé”: “Olééé!” – sem separar, com nitidez, as um governo do que acabar com o “Olé”. comumente utilizada posteriormente em nos­ sílabas em tom aberto. Não poderia ter havido maior justiça a um sos campos. Não porque o Botafogo tivesse Verdadeira festa. Num dos momentos em jogador que a que foi feita pelos mexicanos a dado “Olé” no River. Não. Foi um “Olé” pes­ que Vairo estava parado em frente a Garrin­ Mané Garrincha. Garrincha é o próprio “Olé”. soal. De Garrincha em Vairo. cha, um dos clarins dos “mariaches” atacou Dentro e fora de campo, jamais vi alguém Nunca assisti a coisa igual. Só a torcida aquele trecho da Carmem que é tocado na tão desconcertante, tão driblador. É impos­ mexicana com seu traquejo de touradas pode­ abertura das touradas. Quase veio abaixo o sível adivinhar-se o lado por onde Mané vai ria, de forma tão sincronizada e perfeita, dar Estádio Universitário. “sair” da enrascada. Foi a coisa mais justa do um “Olé” daquele tamanho. Toda vez que Numa jogada de Garrincha, mundo que Garrincha tivesse sido o inspira­ — Nº 117 Mané parava na frente de Vairo, os especta­ completou com o gol vazio e fez nosso gol. dor do “Olé”. 15 16 — Nº 117 — FEVEREIRO/2013 HOMENAGEM questões sociais não mudou”. questões sociais nãomudou”. profissional, minha sensibilidade para as opção uma fotografia da fiz Quando sas. coi­ duas as juntando acabei e fotografia causa dostrabalhadores.“Eu gostavade para osmovimentossociais eparaa que suacondiçãooperáriaosensibilizou estava que onde o povo está. Ele fotógrafo costumava afirmar um era Zinclar foi dita por Zinclar em uma entrevista. cisco emoitoestados. percorreu asmargens doRio SãoFran­ livro éresultadodoscincoanosemque ribeirinho esualutaemdefesadorio.O Sertão”, um registro da cultura do povo fico “O Rio São Francisco e as Águas no 1996. Em2009,lançouolivrofotográ­ goria emCampinas,de1990a1996. e integrouadireçãodosindicatodacate­ o BrasildeFato.Zinclarfoimetalúrgico meios popularesdecomunicação,como Rurais Sem Terra (MST),sindicatose tre elesoMovimentodos Trabalhadores fava paraváriosmovimentossociais,en­ atingido porumcaminhão. cal, quandooônibusnoqualviajavafoi feito acoberturadeumaeleiçãosindi­ trabalho em Ipatinga (MG), ondehavia neiro desteano.Eleretornavadeum mentos sociaisfaleceunodia19deja­ movi­ dos fotógrafo O Ferraro. Vitória E A frase dotítulodestahomenagem até PCdoB ao filiado foi Zinclar João Zinclartinha56anosefotogra­ edição o depoimento de sua filha filha sua de depoimento o edição Zinclar, oPágina13publicanesta João fotógrafo ao homenagem m “Sou umfotógrafo Depoimento de toda opressão, detodaviolênciaepossamgozá --lá plenamente.” TE AMO, PAI. ção que seja: “A vida é bela, que as gerações futuras a limpem de todo ó mal, de acho quedeveriasercomum entretodososrevolucionários,qualquerorganiza­ Por últimovoucitar Trotsky, emboravocênão sejanemumpouco Trotskysta, masessafrase esquecido. seja nunca trabalho seu que mas revolução pela só não va­ lutando amigos seus continuar dos muitos mos que sei e eu vão, em ser pode não – fotografia já a você destaco que – tudo fez afinal também, você por mas mim, por só não lutando, continuar vou Eu lucionar, libertartodososexploradoseoprimidosdessesistemasujoqueéocapitalismo. E como eu não poderia deixar de citar, nosso projeto de vida é transformar o mundo, é revo­ passasse novestibular, tivessefilhos,etc. tos que eu citei a cima eu vou fazer com mais garra do que nunca, porque você queria que eu Não, eunãovoumeestagnar, emboravaisermuitodifícilcontinuar, mas todosessesmomen­ e sempreantesdefazerqualquercoisaeuvoupensarnoque vocêdiria. ou emalgumaoutradimensãoqualquer, vocêsemprevaiestarnaminhamente,nomeucoração, que tantoeucomovocênosbaseamosnomaterialismodialético.Emboranãoestejacéu você estáemalgumoutrolugarmevendo,bemqueeuqueria,masomaisprovávelénão,já quando umapessoamuitoqueridamorre,elaestáemalgumoutrolugarnosvendo.Nãoseise um temadenossasconversas,masagoraeuentendo,acreditaremDeuséteraesperançaque Eu nuncaentendidireitooporquedaspessoasacreditaremtantoemDeus,issoinclusiveera ficha. a cair me vai que momentos pequenos ter vão dia cada a mas ele, pra detalhes os todos em tudo contar de anciã a ter vou eu momentos nesses chegar,só revolução não a que mento momento em que eu ocupar uma reitoria, no momento em que eu dirigir uma greve, no mo­ vô um tenha ele maravilhoso, nomomentoemqueachapaeufaçoparteganharaseleiçõesdoDCE, que quiser e filho um tiver eu que momento no companheiro, futuro meu mento emqueeumeformar, nomomentoemqueeuresolverirmorarjuntocom que euprecisardomeupai.Nomomentoempassarnovestibular, nomo­ em momento cada a poucos, aos caindo vai ela que acho ficha, a caiu não Ainda operário eum Vitória Ferraro operário da fotografia” Foto: FlaldemirSantAnnadeAbreu