Ibéria entre eEspanha Portugal Relações Musicais 24 + 25 nov +25 24 2018

© pirineus 24 NOVEMBRO Música Ibérica para Tecla SÁBADO Séculos XVI a XVIII 16:00 — Grande Auditório

Ibéria Pierre Hantaï Cravo Relações musicais entre Portugal e Espanha

Em coprodução com a Fundación Juan March

Antonio de Cabezón Carlos Seixas de primer tono Sonata n.º 71, em Lá menor Diferencias sobre la pavana italiana Sonata n.º 28, em Ré menor Tres versillos de secundo tono Tiento de primer tono Domenico Scarlatti Glosa sobre el motete “Ave Maria” Sonata em Sol menor, K. 8 de Josquin Desprez Diferencias sobre la gallarda milanesa Carlos Seixas Minuet da Sonata n.º 55, em Sol menor Antonio de Cabezón Glosa sobre “Je fille quant Dieu me donne Domenico Scarlatti de quoi” de Adriaen Willaert Fuga em Dó menor, K. 58 Pedro de Araújo Carlos Seixas Fantasia de primer tono Mesas Redondas Minuet da Sonata n.º 43, em Fá maior Antonio de Cabezón Tres versillos de sexto tono Domenico Scarlatti Diferencias sobre “Las vacas” Sonata em Fá maior, K. 151 24 NOVEMBRO 25 NOVEMBRO Sonata em Si bemol maior, K. 249 SÁBADO DOMINGO Juan Bautista Cabanilles 18:00 — Auditório 3 18:00 — Auditório 3 Passacalles de primer tono Cibrán Sierra, Pedro Teixeira, Carlos Mena Fernando Miguel Jalôto, Cristina Fernandes moderador: Miguel Ángel Marín moderador: Jorge Matta Anónimo Españoleta Música Ibérica: O Desafio da História da Relação Musical entre sua Recuperação e Apresentação Portugal e Espanha intervalo

mecenas mecenas mecenas mecenas mecenas mecenas principal Este concerto é gravado pela RTP - Antena 2 Duração total prevista: c. 1h 45 min. música e natureza estágios gulbenkian para orquestra concertos de domingo ciclo piano coro gulbenkian gulbenkian música Intervalo de 20 min.

03 Música Ibérica para Tecla Séculos XVI a XVIII

Entre os séculos XVI e XVIII, os repertórios acompanhou em diversas viagens pela Europa. para instrumentos de teclado floresceram na A música de Cabezón chegou aos nossos dias Península Ibérica com grande brilho, tanto no através de duas coletâneas principais: o Libro âmbito das peças que acompanhavam a liturgia de cifra nueva para tecla, arpa y (1557), nos grandes órgãos das catedrais e de outras de Luis Venegas de Henestrosa, e Obras de igrejas, como em contextos profanos, nos quais música para tecla, arpa y vihuela (1578), publicada profissionais e amadores expressavam a sua arte pelo seu filho Hernando. A sua vasta produção em instrumentos como o clavicórdio, o cravo inclui obras de âmbito litúrgico (hinos e e, mais tarde, o pianoforte. Portugal e Espanha peças breves como Kyries, versos e fabordones); tiveram uma participação de pleno direito tentos (o equivalente ibérico do ricercare nas diferentes etapas de desenvolvimento da italiano, portanto peças que usam contraponto música de tecla desde os finais do Renascimento imitativo, antecessoras da fuga); e obras de até ao apogeu do Barroco – ou seja, desde a caráter secular como as variações (designadas época em que os modelos polifónicos vocais como “diferencias”, “discantes” ou “glosas”), ainda moldavam as texturas musicais até à as quais fixam uma prática originalmente emancipação dos repertórios instrumentais improvisada. Os tentos de Cabézon revelam através de uma linguagem mais idiomática e um profundo conhecimento do contraponto virtuosística. O programa deste recital apresenta e exímia organização formal. Destaca-se uma panorâmica de dois séculos de música também a sua mestria na arte das variações para teclado através das obras de compositores sobre canções ibéricas, flamengas ou francesas que trabalharam em Portugal e Espanha e de (como “Je fille quant Dieu me donne de quoi” géneros emblemáticos do contexto ibérico: de Adriaen Willaert), sobre peças religiosas dos tentos (ou , em espanhol), fantasias, (de que é exemplo o motete “Ave Maria” de “diferencias” (ou variações) e danças dos séculos Josquin Desprez), sobre padrões melódicos e XVI e XVII às sonatas do século XVIII. harmónicos (como a melodia Guárdame las Antonio de Cabezón (Castrillo Mota de Judíos, vacas, associada ao basso ostinato da romanesca), 1510-Madrid, 1566) foi o primeiro representante e sobre danças, como sucede nas Diferencias de vulto da tradição teclística ibérica e um sobre la pavana italiana e nas Diferencias sobre dos mais notáveis organistas da Europa do la gallarda milanesa, presentes no programa. seu tempo. O facto de ser cego não o impediu A variedade rítmica e textural destas peças de receber uma sólida formação musical em contrasta com a solenidade da escrita mais Palença, nem de alcançar importantes cargos vertical e austera do Tiento de tercer tono. profissionais. Entrou ao serviço de Isabel de A dança foi um elemento chave na música , coleção do fundador © fcg Portugal em 1526, ou seja, no ano do casamento do Renascimento e do Barroco, quer pelo seu 1793 com o imperador Carlos V, e em 1538 era papel funcional nos bailes de corte e noutros “músico de câmara” de Carlos V. Entre 1539 contextos sociais, quer como base de outras e 1548 estave ao serviço do príncipe Felipe e composições. A “españoleta” era uma das das infantas e a partir de 1548 converteu-se múltiplas danças em voga em Espanha e

no organista do futuro rei Felipe II, a quem Itália nos séculos XVI e XVII. Habitualmente retrato de mademoiselle duplant françois-andré vincent,

04 em ritmo ternário e baseada num plano primeira metade do século XVIII começou a harmónico fixo, aparece pela primeira vez no assimilar influências italianas, à semelhança tratado de Fabrizio Caroso Il ballarino (1581), do que ocorreu com outros géneros musicais, acompanhada pela correspondente coreografia, e contou com representantes tão dando origem a numerosas versões posteriores. extraordinários como Domenico Scarlatti Outro ponto alto da música ibérica para teclado (Nápoles, 1685-Madrid, 1757). Contratado encontra-se na produção de Juan Bautista por D. João V em 1719, passaria o resto da Cabanilles (Algemesí, 1644-Valência, 1712), sua vida na Península Ibérica, salvo algumas compositor e organista ao serviço da catedral viagens ocasionais. Até 1729 esteve ao serviço de Valência, que alcançou uma prestigiada da monarquia portuguesa, como compositor reputação. Cabanilles era um mestre na da corte e da Patriarcal e mestre de música imitação e elaboração contrapontística da família real, passando depois a Espanha sobre um cantus firmuse na manipulação dos na sequência do casamento da sua talentosa padrões rítmicos de dança nas suas variações discípula, a infanta Maria Bárbara de Bragança, sobre pasacalles, paseos e galhardas. Assimilou com o herdeiro do trono espanhol. também influências italianas (ligadas ao estilo Pouco tempo depois de Scarlatti ter chegado da tocata). A tradição ibérica da variação, a Lisboa, José Antonio Carlos de Seixas quase sempre construída sobre baixos ostinati (Coimbra, 1704-Lisboa, 1742), anteriormente (como os da ), levou-o a escrever organista da Sé de Coimbra, foi nomeado floridas passagens virtuosísticas que recordam organista da Capela Real e Patriarcal. Esta a improvisação, por vezes combinadas com dupla presença fez da corte de D. João V um densas texturas polifónicas, como sucede nas local privilegiado para a prática da música Pasacalles de primer tono. de tecla, na qual estavam envolvidos vários O português Pedro de Araújo (fl. 1662-1675), membros da família real: além da já referida que exerceu a sua atividade em Braga, é Maria Bárbara, o infante D. António (irmão especialmente conhecido pelas suas batalhas do rei) e a rainha consorte, Maria Ana de (género que evoca os sons de um combate e tira Habsburgo. Na Bibliotheca Lusitana (1759), partido da trompetaria horizontal do órgão Diogo Barbosa de Machado atribuiu a Seixas ibérico), mas a sua criatividade emerge também a criação de mais de 700 tocatas para cravo, de outras peças. A expressividade da sua mas conhecem-se hoje apenas 105 (11 de linguagem, a agilidade dos desenhos rítmicos autoria não comprovada). e a estrutura bastante livre das suas obras As suas sonatas ou tocatas (termos equivalentes parecem antecipar a tocata barroca. A Fantasia nos manuscritos portugueses) testemunham del primer tono é uma composição politemática a evolução da sonata barroca a partir da sua que começa com um longo tema, do qual estrutura bipartida simples até formas mais derivam outros temas e motivos melódicos (por elaboradas, por vezes com contrastes de material vezes com recurso a cromatismos e diminuições temático, que mais tarde convergem na sonata rítmicas). Passagens polifónicas, repetições de clássica. As peças de Seixas distinguem-se pelo notas e motivos fragmentários combinam-se caráter irregular e assimétrico do fraseado e da num discurso de grande vitalidade. escrita rítmica, pela simplicidade da linguagem Apesar de manter traços ibéricos, a música harmónica e por uma inspiração melódica de tecla praticada em Portugal e Espanha na da qual emergem por vezes rasgos de lirismo

retrato póstumo de carlos seixas. gravura de jean daulle (1742-1763) © dr

07 Música de Câmara 24 NOVEMBRO e melancolia, o que levaria Santiago Kastner só cravos, mas também pianofortes, instrumento SÁBADO a falar de “expresividade lusitana”. Muitas com o qual o compositor tinha já contactado 19:00 — Grande Auditório das sonatas de Seixas (na sua maioria num só em Florença e Lisboa). As sonatas de Scarlatti andamento) estão agregadas a um minueto, em apresentam múltiplas tipologias, tanto na geral de construção simples e estilizada. Dois organização formal (com um sólido domínio minuetos – um mais gracioso e elegante (Sol da estrutura da sonata bipartida), como na menor) e outro com caráter mais marcial (Fá variedade de texturas e protótipos nacionais maior) – fazem parte do programa deste recital, como a fuga, a tocata italiana, o minueto francês Cuarteto Quiroga assim como duas sonatas contrastantes, ambas ou a jota e o espanhóis. Apesar de no modo menor. A n.º 71 [numeração da edição algumas visões exteriores terem exagerado Aitor Hevia Violino de Kastner para a Portugaliae Musica, 1992] é o alegado exotismo hispânico da produção de Cibrán Sierra Violino uma das mais expressivas páginas de Seixas, Scarlatti, é inegável que esta apresenta marcas Josep Puchades Viola recorrendo à imitação de motivos melódicos do contexto ibérico, sem prejuízo de outras Helena Poggio Violoncelo entre as duas mãos, que logo depois dá lugar influências. A sua música fascina pela vivacidade Jonathan Brown Viola a texturas mais homofónicas. A Sonata em dos ritmos de dança, pela ligeireza das notas Ré menor [n.º 28 na edição Portugaliae Musica; repetidas, pelas passagens que recordam o n.º 7 na edição Doderer/Organa Hispanica, 1982] rasgueado da guitarra e as castanholas, pelo uso caracteriza-se pelos incisivos compassos de hábil da acciacatura (ataque de notas estranhas Joseph Haydn abertura, com acordes cheios na mão esquerda, ao acorde em simultâneo com este) e pelo seu Quarteto para Cordas em Dó maior, op. 74 n.º 1 e pela construção à base de motivos derivados exuberante colorido. de arpejos e rápidos fragmentos de escalas, A ampla exploração dos recursos do teclado e Allegro Andantino grazioso um vocabulário que recorda os instrumentos a criação de um idioma altamente virtuosístico, Menuetto: Allegro de corda dedilhada. por vezes com cruzamentos de mãos, constituiu Finale: Vivace Antes de chegar a Portugal e durante a um importante avanço nas técnicas de sua estadia em Lisboa, entre 1719 e 1729 execução. As quatro sonatas em programa João Pedro de Almeida Mota (entrecortada por ausências em Roma, Nápoles ilustram diversas facetas da escrita do Quarteto para Cordas em Ré menor, op. 6 n.º 2 e Paris), Domenico Scarlatti compôs sobretudo compositor: a K. 8, pertencente aos famosos Allegro óperas, serenatas, cantatas e música religiosa. Essercizi per gravicembalo (impressos em Londres Largo Ainda que algumas peças do período português em 1738 e dedicados a D. João V), caracteriza-se Minueto possam ter desaparecido com o terramoto de pela textura criada por solenes ritmos Finale 1755, a maior parte da sua produção para tecla pontuados; a K. 58 é uma fuga a quatro partes foi escrita na corte espanhola ao serviço de sobre um breve tema cromático descendente; intervalo Maria Bárbara e Fernando VI. Vários foram os a K. 151 combina a imitação de breves estímulos à sua criatividade: a variedade de e luminosos motivos melódicos com José Palomino músicas praticadas nos círculos da corte, engenhosas soluções harmónicas e elegantes Quinteto para Cordas com duas violas n.º 1 o talento e a destreza técnica de Maria Bárbara ornamentações; e a K. 249 destaca-se pela Allegro moderato ma con brio como cravista, assim como as coleções de originalidade e vitalidade rítmica, pelas audazes Minuetto instrumentos de tecla reunidas por esta princesa dissonâncias (acciacature) e pela evocação Largo Allegro brillante portuguesa e rainha de Espanha (incluindo não do imaginário da música espanhola.

cristina fernandes

Este concerto é gravado pela RTP - Antena 2 Duração total prevista: c. 1h 40 min. Intervalo de 20 min.

08 09 Música de Câmara

Joseph Haydn andamento anterior. Também o andamento final usa como tema um motivo de seis notas retirado do primeiro andamento. Porém, um dos aspetos Rohrau, 31 de março de 1732 mais marcantes desta obra reside no seu plano Viena, 31 de maio de 1809 tonal; apesar de centrado na tonalidade de Dó maior, Haydn recorre a campos tonais distantes, o que não deixa de causar no ouvinte um efeito Quarteto para Cordas em Dó maior, surpreendente. No início do desenvolvimento op. 74 n.º 1 do primeiro andamento, assim como na secção central do Andantino, são evidentes os bruscos composição: 1793 saltos para a tonalidade de Mi bemol maior. duração: c. 23 min. Inesperado é também o início da parte B do c. xviii © dr Menuetto, na tonalidade de Lá bemol maior, e Os quartetos para cordas de Joseph Haydn assim como os primeiros compassos do Trio, representam a parte mais substancial da sua baseados em Lá maior. produção de câmara. Na sua segunda visita a Londres, em 1794, Haydn levava consigo uma quarteto de cordas, s série de seis quartetos (os opus 71/74) para serem João Pedro estreados na temporada de concertos organizada de Almeida Mota pelo violinista alemão Johann Salomon (1745- não só a biografia deste músico como sugere que os quartetos foram escritos para 1815) e a convite deste. Haydn sabia de antemão Lisboa, 1744 a localização das suas obras. o monarca Carlos IV, de Espanha, violinista que, ao contrário de Viena, onde os quartetos Madrid, 1817 Nascido em Lisboa, na freguesia de Alfama, amador que normalmente ocupava o lugar do eram apresentados em ambiente privado, estas Almeida Mota foi “Moço do Coro” na segundo violino nas tertúlias musicais da corte. composições se destinavam à sala de concertos Irmandade de Santa Cecília e possivelmente Terá sido também graças ao contacto regular e ao grande público londrino. Talvez por este terá pertencido à Capela Real. Sabe-se também com compositores que residiram em Madrid ou motivo, Haydn assumiu nestes opus um tipo Quarteto para Cordas em Ré menor, que, a partir de 1771, foi tenor em Santiago de que estiveram associados à Capela Real – como de escrita musical mais robusta e brilhante op. 6 n.º 2 Compostela e mais tarde assumiu funções de o grande mestre italiano do quarteto de cordas, Mestre de Capela nas catedrais de Lugo (1775) Luigi Boccherini, ou os espanhóis José Teixidor – que se demarca da dos anteriores quartetos composição: c. 1798? e Astorga (1783). Deslocou-se para Madrid e Manuel Canales (ambos autores de quartetos) – evidenciando-se também um tratamento duração: c. 19 min. em 1793 para ocupar o posto de Mestre de – que o ambiente na corte espanhola terá sido, tímbrico mais sofisticado. As efusivas passagens Rudimentos do Colegio de Niños. Cinco anos para Almeida Mota, especialmente propício atribuídas ao primeiro violino, presentes Foi por intermédio do notável trabalho de depois foi nomeado compositor da Real Câmara. à criação dos seus quartetos para cordas. sobretudo nos andamentos extremos do Humberto de Ávila (1922-2006) que a figura do Naturalmente que, face às funções exercidas, Os quartetos de Almeida Mota denunciam quarteto op. 74 nº. 1, então protagonizadas por compositor João Pedro de Almeida Mota saiu é mais vultuosa a produção musical sacra de a proximidade ao modelo clássico, quer na Salomon, possivelmente terão tido um efeito do anonimato a que esteve votado até ao início Almeida Mota, quando comparada com a sua expressividade, quer na disposição coloquial mesmerizador sobre o público da época. Para da década de oitenta do séc. XX. Os resultados música secular. Para além de algumas árias e e igualitária entre as linhas melódicas, além da extensa dimensão deste quarteto, de da sua pesquisa foram então editados no livro canções com piano, destacam-se os dezasseis constituindo um marco assinalável na música realçar ainda a sua notável coesão interna: Almeida Mota, Compositor Português em Espanha quartetos para cordas, cujo manuscrito contém peninsular e um raro exemplo deste género o tema do Menuetto aproveita um motivo do (1996), onde o investigador nos deu a conhecer a indicação “per divertimento di S. M. C.” o que musical com autoria de um músico português.

10 11 25 NOVEMBRO José Palomino Meandros Musicais do Tejo DOMINGO 16:00 — Grande Auditório Madrid, 1755 Las Palmas, 9 de abril de 1810

Ana Quintans Soprano Quinteto para Cordas Carlos Mena Contratenor com duas violas n.º 1 Ruth Verona Violoncelo barroco duração: c. 23 min. Carlos García-Bernalt Cravo / Órgão

Educado no seio de uma família de violinistas, aos quinze anos José Palomino atingiu um c. xviii © dr excelente nível técnico que lhe garantiu um e Jayme de la Té y Sagau Jayme de la Té y Sagau lugar como violinista na Capela Real de Madrid. Cantata: Campos del Tajo undoso Cantata: Este suspirar Em 1773 viajou para Lisboa, integrando a Para alto e contínuo Para soprano e contínuo irmandade de Santa Cecília. Viria mais tarde guas livres, s Recitativo: Campos del Tajo undoso Aria (Affectuoso): Este suspirar a assumir funções de violinista na Capela Real, Aria (Adagio): A Dios, bellos Elysios Coplas (Andante): Aunque, hasta aqui mi gemido onde já eram músicos o seu pai e o seu irmão. Coplas (Andante): Huir de injusta estrella Recitativo: Mas si tanto padecen tus fatigas Do longo período durante o qual permaneceu Recitativo: Dichoso yo Aria (Andante): Si lloro, si signo em Portugal, a sua produção musical inclui várias Aria (Affectuoso): Mas será mejor no huir Davide Perez farsas e outras peças, escritas para os Teatros lisboa, aqueduto das a Pedro António Avondano da Rua do Salitre e Teatro da Rua dos Condes, Allegro em Sol maior assim como diversas modinhas. Destacam-se em contraste com um breve desenvolvimento, Spiritoso em Dó maior Jayme de la Té y Sagau ainda algumas composições instrumentais: onde emerge um surpreendente novo tema. Jayme de la Té y Sagau uma sonata para piano, um dueto para violino Também a secção de reexposição evidencia Cantata: Qué me quieres? Cantata: Ansia enemiga Para alto e contínuo e piano, um quinteto com piano, um concerto um tratamento muito peculiar, não apenas Para soprano e contínuo para violino e orquestra e seis quintetos no que se refere às substanciais mudanças Recitativo: Qué me quieres para cordas, estes últimos “dedicados a Sua ao nível da instrumentação, mas também Preludio (Affectuoso): Ansia enemiga Aria (Andante): Si el aire me lleva Excelência, o Conde Fernán Nuñez, embaixador quanto à disposição dos elementos musicais. Coplas (Andante): Oh! Cuanto con tu engaño Recitativo: Así ardiendo Recitativo: Eterno mi dolor use afligido de Espanha em Portugal”. O Quinteto de Cordas Após o Minuetto, que revela um tratamento Aria (Affectuoso): De qué te sirve el ceño Aria (Adagio): De mi pecho ya el ansia infelize nº. 1 de Palomino constitui, porventura, um dos mais discursivo e menos fragmentário que Carlos Seixas melhores exemplos do Classicismo no nosso o congénere norte-europeu, o elegante e Domenico Scarlatti Adagio em Si menor país, contudo evidenciando uma abordagem meditativo Largo – profundamente nostálgico Sonata em Lá maior, K. 208 muito pessoal. O Allegro inicial, combinando, e dum resignado dramatismo – é seguramente Jayme de la Té y Sagau na justa medida, a jovialidade do Estilo Galante um dos pontos altos desta obra. A concluir, Jayme de la Té y Sagau Duo: Miró a Matilde el Amor com bruscas incursões por território em modo um caprichoso Allegro, que sintetiza muitos Duo: Tente arroyuelo infelize Para soprano, alto e contínuo menor – um claro reflexo da estética do Sturm dos elementos característicos do período Para soprano, alto e contínuo und Drang – é exemplo do referido. Por outro pós-barroco: as súbitas pausas expressivas, Largo: Miró a Matilde el Amor Adagio: Tente arroyuelo infelize lado, este andamento, escrito em forma sonata, os inesperados saltos de tonalidade ou as Coplas (Affectuoso): Gime, Amor Coplas (Adagio): Ese murmureo que arrulla Recitativo: Y pues gime el Amor evidencia uma secção de exposição assaz longa, repentinas mudanças de ambiente e textura. Recitativo: Ocultas tú el aljôfar cristalino Aria (Adagio): Pues con el querer Aria (Affectuoso): Llévese tu candor mi pesar luís raimundo intervalo

Duração total prevista: c. 2h Intervalo de 20 min.

12 13 Meandros Musicais do Tejo expressivo Adagio em Si menor de Carlos Seixas por 10 anos o monopólio da impressão de música A cantata de câmara na Península Ibérica (1704-1742), figura cimeira da música de tecla em Portugal. A Officina de Música de Té y Sagau portuguesa setecentista; peças do violinista e converteu-se assim numa editora de peso, não compositor Pedro António Avondano (1714- só no plano musical, mas também no campo 1782), membro de uma importante dinastia de literário, sendo responsável pela publicação músicos ao serviço da Real Câmara e importante de várias séries de cantatas sacras e profanas, dinamizador da vida musical de Lisboa; e do a maioria delas da sua autoria. A cantata de câmara foi um género musical de culturais da corte de Viena, teve um papel napolitano Davide Perez (1711-1778), contratado Logo que chegou a Lisboa, o impressor catalão grande difusão na época barroca. Deste Itália, crucial na implantação de novos modelos de em 1752 como “Compositor da Real Câmara tinha começado a compor cantatas em honra onde se tinha desenvolvido à sombra da ópera sociabilidade na corte de Lisboa e na introdução e Mestre de Música de Suas Altezas Reais”. da rainha Maria Ana, como documenta um desde os finais do século XVII, estendeu-se em Portugal de géneros como a cantata, As poucas obras para tecla de Perez conhecidas, interessante manuscrito (Pba 82) que se guarda a outros territórios da Europa e da América a serenata e a ópera. provavelmente escritas para as infantas, na Biblioteca Nacional de Portugal e que contém Latina. Destinadas a uma ou mais vozes e Tal como sucedia em Itália, na Península Ibérica suas alunas, são bastante idiomáticas para 16 cantatas para voz solista e baixo contínuo da acompanhamento instrumental, estas obras as cantatas de câmara estavam associadas o teclado, com arpejos e figurações de caráter autoria de compositores portugueses e espanhóis. de expressão refinada interpretavam-se inicialmente ao mecenato real e aristocrático e improvisatório. Por seu turno, as sonatas de Destacou-se também pelas suas composições principalmente em círculos privados e, na às academias literárias. Cantatas de Alessandro Avondano, em geral mais elaboradas do ponto para o Paço Real, como a “fiesta de ” em maioria das vezes, colocavam em música Scarlatti, Bononcini e Emanuele d’Astorga (às de vista formal, caracterizam-se por uma castelhano El poder de la armonía, com libreto poemas de inspiração arcádica que relatavam quais podemos acrescentar os contributos de escrita que pretende fazer brilhar o solista e de José Calixto da Costa y Faria (também autor as desventuras amorosas de pastores e ninfas. Domenico Scarlatti) eram conhecidas em pela variedade de fórmulas peculiares à música de textos para as cantatas), representada em Na Península Ibérica, a cantata desenvolveu-se Madrid, Lisboa e noutras localidades, como galante e clássica. 1713 pelas damas da rainha para comemorar o a partir de géneros como o tono humano e o demonstra a existência de manuscritos com aniversário do soberano. O nome de Té y Sagau vilancico (cuja herança se reconhece na este repertório em bibliotecas espanholas e aparece também associado à composição de alternância entre coplas e estribilho) e portuguesas. Em paralelo com a circulação oratórias e vilancicos interpretados na catedral incorporou pouco a pouco a influência das manuscrita, tornou-se frequente a impressão Jayme de la Té y Sagau de Lisboa Oriental, no Convento da Esperança e cantatas italianas, em particular no que diz de cantatas, permitindo a sua disseminação na Igreja de Santa Justa. A Officina de Música foi respeito à sequência recitativo-ária. Apesar das para além dos círculos restritos de eruditos. Barcelona, c. 1684 herdada pelo seu filho primogénito em 1736. cantatas profanas (ou “cantadas humanas”) As cantatas eram editadas em folhetos soltos Lisboa, 1736 As séries de cantatas impressas por Té y Sagau constituírem o corpus mais amplo, produziram-se (como as publicadas por Joseph de Torres entre em Lisboa contabilizam o número de 253 obras também cantatas sacras (“cantadas a lo divino”) 1718 e 1738 na Imprenta de Música de Madrid) Apesar da crescente italianização da vida musical (87 sacras e 166 profanas). Além de 167 exemplos com um uso devocional específico. ou em coleções como as que o catalão Jayme da corte lisboeta durante o reinado de D. João V, para uma voz e 52 para duas vozes, encontramos O modelo italiano da cantata tinha começado a (ou Jaume) de la Té y Sagau fez imprimir em numa primeira fase continuaram a interpretar-se apenas 14 e 20 composições a três e a quatro adotar-se em Madrid nos anos finais do reinado Lisboa entre 1715 e 1726. algumas composições de origem espanhola. vozes, respetivamente. Todas têm uma parte de Carlos II e em Barcelona durante a estadia É neste contexto inicial que se insere o êxito de acompanhamento com baixo cifrado, sendo dos músicos italianos do arquiduque Carlos O programa completa-se com algumas obras de Té y Sagau em Lisboa e das suas cantatas de poucas as que incluem instrumentos de cordas de Áustria, pretendente ao trono espanhol para tecla, entre as quais uma das mais famosas câmara em castelhano. Provavelmente filho solistas. A maior parte tem música do próprio durante a Guerra de Sucessão de Espanha sonatas de Domenico Scarlatti (1685-1757), de um músico homónimo, identificado como Té y Sagau, mas em 1726 publicou 12 cantatas de (1707-1713). Com a afirmação da dinastia de composição comparável a uma ária, que se harpista de corte nas fontes de arquivo da Sé de Emanuele d’Astorga, que também passou alguns Bourbon nos inícios do século XVIII, o processo desenvolve em amplos arabescos, e cuja linha Barcelona e neto de um “dançador”, segundo o anos em Lisboa. Entre os autores dos poemas de italianização acelerou-se, em parte graças melódica sincopada tem como suporte um processo de habilitação para a Ordem de Cristo, encontramos, entre outros: o cónego da catedral à influência das esposas italianas de Felipe V, acompanhamento ritmicamente regular, por Té y Sagau deixou a Catalunha em 1703. Depois de Lisboa Julião Maciel (libretista de oratórias sobretudo Isabel de Farnésio. Em Portugal, vezes dissonante, que lhe confere um colorido de ter passado vários anos em Madrid, chegou com música de Líteres e de várias das cantatas em a subida ao trono de D. João V em 1707 e o especial. As restantes peças pertencem a uma a Lisboa em 1706 ou 1707 no séquito do jesuíta programa); Diogo Barbosa de Machado, célebre seu casamento com D. Maria Ana de Áustria antologia manuscrita de peças para órgão e e diplomata espanhol Álvaro Cienfuegos, que erudito e membro da Academia Real de História; em 1708 marca também um passo decisivo cravo que se conserva na Biblioteca Nacional tinha como missão a negociação do casamento o conde da Ericeira; e o compositor Pedro Vaz na abertura às correntes italianas. A própria de Portugal (MM 337) e que data da década régio de 1708 entre D. João V e D. Maria Ana de Rego. As dedicatórias dos volumes incluem, rainha, habituada ao protocolo e às práticas de 1760. As páginas escolhidas incluem o Áustria. Em 1715 o rei português concedeu-lhe em primeiro lugar, a rainha D. Maria Ana de

14 15 25 NOVEMBRO Rosa Immaculata DOMINGO 19:00 — Grande Auditório © dr

1662 Coro Gulbenkian o em

c Pedro Teixeira Direção lisboa - terreiro do pa

Francisco Guerrero Filipe de Magalhães Áustria, no caso das Cantatas humanas a solo, que evocam o arroio que corre e os arpejos Motete: Maria Magdalene Magnificat Octavus Tonus “Et exsultavit”* e nobres como o duque de Cadaval. As Cantatas descendentes na palavra “despeño” na Cantata humanas a dúo foram dedicadas ao Infante Tente arroyelo infelize, ou as ondulantes e ágeis Francisco Garro Estêvão de Brito D. António, irmão do rei, aluno de Domenico figurações melódico-rítmicas que acompanham Missa Maria Magdalena (Kyrie / Gloria) Gradual: Sancta Maria Scarlatti e dedicatário das primeiras composições as alusões ao ar, ao mar, aos ventos e ao vulcão impressas dedicadas ao pianoforte, escritas por na Cantata Qué me quieres?. As coplas Diego Ortiz Manuel Cardoso Ludovico Giustini di Pistoia (Florença, 1732). distinguem-se pelas suas atraentes melodias Motete: Beata es Virgo Maria Antífona: Sitivit anima mea A forma das cantatas de Té y Sagau é bastante e várias árias (na habitual forma da capo) variada, tanto no número de andamentos (de dois apresentam tópicos da pastoral como os ritmos Francisco Garro Duarte Lobo a oito), como na sequência das árias, recitativos e pontuados de subdivisão ternária (ritmo de Missa Maria Magdalena (Credo) Hino: Alma Redemptoris Mater * coplas. Há também números formalmente menos siciliana). Do ponto de vista melódico, Té y definidos como o “Prelúdio” que abre a Cantata Sagau recorre tanto a fórmulas curtas como Estêvão Lopes Morago Diogo Dias Melgás Ansia enemiga. Na opinião de Gerhard Doderer, ao encadeamento de um considerável número Hino: Ave Maris Stella Motete: Recordare Virgo Mater o musicólogo que mais estudou este repertório e o de motivos, a saltos ou a progressões por responsável pela sua edição moderna, os modelos graus conjuntos. Os temas surgem por vezes Francisco Garro Estêvão de Brito não foram tanto Alessandro Scarlatti, Bononcini fragmentados e jogam com afinidades melódicas Missa Maria Magdalena (Sanctus / Agnus Dei) Motete: O Rex Gloriae ou Händel mas sim os espanhóis Durón, Literes, entre andamentos. intervalo Torres, Rabassa ou Valls, bem como a tradição A linha vocal é expressiva e flexível, mas não dos tonos humanos. Os textos remetem para o excessivamente virtuosística, salvo exceções como ambiente pastoril e para personagens mitológicos a já referida Cantata Qué me quieres? que exige e alegóricos e a música estabelece uma relação grande agilidade do cantor. Nos duetos, as vozes íntima com a métrica e a poesia. O tormento combinam-se de distintas maneiras, podendo amoroso e a infelicidade do poeta são temas cantar em simultâneo, realizar breves diálogos recorrentes, tratados de acordo com as convenções polifónicos, explorar a alternância e a imitação, da retórica barroca. Alusões a rios como o mover-se em paralelo ou cruzar-se. Sublinha-se Tejo e ao mar, bem como a outros elementos ainda o papel do baixo contínuo nas antecipações da natureza, suspiros, lágrimas e angústias do material temático no início dos andamentos. * Primeira audição moderna. Transcrição de José Abreu, Duração total prevista: c. 1h 50 min. expressam-se através de uma sugestiva relação Universidade de Coimbra Intervalo de 20 min. texto-música: por exemplo, as semicolcheias cristina fernandes

16 17 Rosa Immaculata Música Mariana da Idade de Ouro do Cinquecento Ibérico

Migração. A palavra assume, hoje, contornos pela tipografia lisboeta de Pedro Craesbeeck, seguramente distintos dos que encontraríamos e é numa delas que encontramos a Missa Maria nos séculos XVI e XVII, mas o paralelo subsiste Magdalena, a 6 vozes. Trata-se do livro de coro e alicerça-se: a demanda por um futuro diferente que inclui também antífonas, motetes e outras ou por uma maior estabilidade, entre um rol missas a 4 e 5 vozes, e que sobreviveu até nós infindável de motivos. De entre as atividades em dois exemplares: um na Biblioteca Geral da que encontramos na Renascença, a de músico Universidade de Coimbra e outro na Coleção Ivo esteve entre as que suscitaram números Cruz da Biblioteca Nacional de Portugal. A outra consideráveis de deslocações, e a de compositor coleção de 1609 – que inclui quatro missas, não fugiu a esta tendência. Na procura de um aleluias e lições de defuntos – foi impressa em patrono que lhe facultasse uma regularidade livros de partes (num total de 13) e encontra-se de encomendas de obras, não era incomum dispersa por várias bibliotecas, muito embora

que o compositor se deslocasse para onde essa nenhum conjunto se encontre completo. francisco garro, missa maria magdalena © fcg estabilidade se lhe afigurasse mais próspera: As similitudes temáticas da Missa Maria Josquin des Prez passou por Milão, Roma, Magdalena com o motete homónimo de França, Ferrara e Condé-sur-l’Escaut, entre Francisco Guerrero (1528-1599) fazem-nos outros lugares, num caso de extremo sucesso supor que Garro aí se terá inspirado para a como um dos músicos que mais fama angariou composição da sua missa a seis vozes, muito da catedral malagueña. O contacto que teve volta dos oito anos de idade, tendo vivido em no seu tempo. embora não tão claramente como Alonso Lobo o com a música de compositores portugueses e Portugal toda a sua vida. Tal como Estêvão de Tal como no centro da Europa, na Península fez na elaboração da sua Missa Maria Magdalena, espanhóis como Guerrero, Magalhães, Cardoso, Brito, Morago foi aluno de Filipe de Magalhães Ibérica o panorama não era diferente, e vários assumidamente um caso de missa paródia, Victoria ou Cristóbal de Morales (mestre de em Évora, mas não terminaria aí a sua viagem: casos houve de músicos portugueses que se em homenagem ao seu mestre Guerrero. Ainda capela na mesma catedral cerca de 50 anos antes em 1599 foi nomeado mestre de capela da radicaram em Espanha, e de músicos espanhóis assim, e aliado à semelhança temática entre as de Estêvão) fez com que Brito desenvolvesse a Catedral de Viseu, onde permaneceu até à sua que se mudaram para Portugal. Francisco duas obras, é curioso notar que a missa de Garro sua técnica à luz da mestria da geração de ouro morte em 1630. Garro (c. 1556-c. 1623) nasce em Espanha apresenta exatamente a mesma disposição de da polifonia ibérica. A sua obra sobreviveu em Os restantes quatro compositores do programa por volta de 1556, e não são abundantes os vozes (dois sopranos, alto, tenor e dois baixos) sete manuscritos conservados na Catedral de permaneceram sempre em Portugal, muito dados existentes sobre a sua vida. Sabe-se que que o motete Maria Magdalene do mestre Málaga, de onde foram extraídos os motetes embora Manuel Cardoso (1566-1650), Duarte foi nomeado mestre de capela na Catedral sevilhano, que precede a missa no programa que integram o programa. Brito permanece em Lobo (c. 1566-1650) e Filipe de Magalhães de Sigüenza, Espanha, em 1580, mas não se de concerto e que permite, assim, a possibilidade Málaga até à sua morte, em 1641. (c. 1571-1652) se tenham mudado para conhecem as razões que terão levado à mudança de uma comparação mais imediata. Cumprindo um outro eixo – desta feita extra Lisboa após a sua formação na Sé de Évora, do compositor para Lisboa, cerca de 1589. Em De Portugal para Espanha – no sentido inverso, ibérico –, Diego Ortiz (1510-1570) parte de respetivamente para o Convento do Carmo, 1592 torna-se oficialmente mestre de música da portanto, ao de Garro – deslocou-se Estêvão de Espanha para Itália, especificamente de Toledo Sé de Lisboa e Capela Real – é precisamente Capela Real de Lisboa, de Filipe I de Portugal – Brito (c. 1570-1641) por volta de 1596, nomeado a para Nápoles, onde é nomeado mestre de Magalhães que sucede em 1623 a Francisco II de Espanha. Sucedendo a António Carreira 1 de Janeiro de 1597 mestre de capela da Catedral capela em 1558. É dele o motete a quatro vozes Garro no cargo de mestre da Capela Real de nesse cargo, Garro estaria já ligado à Capela de Badajoz. Nascido muito provavelmente Beata es Virgo Maria, de uma beleza serena e Lisboa. Diogo Dias Melgás (1638-1700), por Real antes da data em que começa a vencer o em Serpa cerca de 1570, Brito estudou na Sé surpreendente. seu turno, permaneceu em Évora desde que respetivo ordenado, não sendo claro, contudo, de Évora com Filipe de Magalhães, e mudou-se Estêvão Lopes Morago (c. 1575-c. 1630) nasceu integrou o Colégio dos Moços do Coro (vindo de que função desempenharia. É em 1609 que definitivamente de Badajoz para Málaga em em Vallecas, Espanha, cerca de 1575, e integrou Cuba, Alentejo). Representa o dealbar da geração surgem duas coleções com obras suas, impressas 1613, ano em que é designado mestre de capela o Colégio dos Moços de Coro da Sé de Évora por modernista de compositores e mestres de capela

18 19 ao serviço da sé, na transição inevitável para o A devoção mariana suscitou, à época, um rol Barroco e o seu estilo de baixo contínuo, o uso impressionante de composições polifónicas, de orquestra de cordas e outros instrumentos, desde missas a motetes, passando também pelos que se sabe hoje ter sido o manancial habitual Cantica Beata Mariae Virginis, vulgo Magnificat, de música da catedral eborense durante o cerca o canto de Maria. É em primeira audição de século e meio seguinte, até ao encerramento moderna que se ouvirá Magnificat Octavus do colégio em 1835. Tonus “Et exsultavit” (Filipe de Magalhães) e Alma Com a exceção de Ortiz e Melgás, todos os Redemptoris Mater (Duarte Lobo), ambos a partir compositores que compõem o programa da transcrição para notação moderna realizada testemunharam, em parte ou na totalidade, por José Abreu da Universidade de Coimbra. os 60 anos da dinastia filipina em Portugal, O tema mariano do programa é, por seu lado, coincidentemente construindo eles próprios a desencadeado pela obra central do concerto, chamada Idade de Ouro do Cinquecento Ibérico. a Missa Maria Magdalena, de Francisco Garro. No lado português, Manuel Cardoso assume, A eloquência de escrita bebe da exuberância do neste contexto, uma posição de destaque pelo motete de Guerrero, e espelha-se pelas obras do seu conhecido apreço por D. João, duque de programa dedicadas à Virgem Maria, em que Bragança, mais tarde aclamado rei de Portugal a sensibilidade dos compositores se evidencia (1640), e pelas várias dedicatórias que faz nos de especial modo. seus volumes de música ao futuro regente, como Termina o programa com o muitas vezes patrono que foi de várias das suas publicações. denominado último compositor da Sé de Évora, O seu motete Sitivit anima mea pode, segundo mas que sabemos hoje – e como se referiu antes – José Augusto Alegria, ser encarado como um ter sido o que demonstrou vivamente a transição desejo camuflado de Cardoso de restauração para uma nova realidade estética que perdurou da independência portuguesa, pela escolha ainda por várias décadas na sé. Recordare Virgo supostamente criteriosa do texto latino que Mater é um motete a dois coros que sobreviveu contém: «A minha alma tem sede do Deus em livros de partes, e inclui a parte do “baixo vivo; […] quem me dará asas, como as de uma de acompanhamento” com cifra, denunciando pomba, para que voe e descanse eternamente?». a prática evidente do uso de baixo contínuo. Segundo Alegria, o próprio momento em que, Rosa Immaculata põe em evidência a riqueza no Liber Primus Missarum, o motete surge do período áureo da polifonia espanhola e impresso, poderia significar algo mais para portuguesa em redor da devoção mariana, além de uma mera questão tipográfica: após tomando como ponto de partida os vários fluxos, a sua Missa Pro Defunctis a seis vozes, deveria intercâmbios e migrações de compositores na seguir-se o responsório Libera me, mas Cardoso península ibérica, que cumpriam assim uma opta por colocar de permeio os motetes Non das mais antigas e duradouras tendências da mortui e Sitivit anima mea. Ficará para sempre humanidade. por clarificar se terá ou não havido algum desígnio neste propósito. pedro teixeira

magdalena penitente. óleo de bartolome esteban perez murillo (1665) museu nacional do prado © dr

20 cuarteto quiroga © igor.cat pierre hantaï © philippe matsas jonathan brown © josep molina ana quintans © cristovão Pierre Hantaï Cuarteto Quiroga Jonathan Brown Ana Quintans Cravo Viola Soprano

Pierre Hantaï nasceu em Paris em 1964 e iniciou O Cuarteto Quiroga tem residência no Palácio Jonathan Brown nasceu em Chicago e iniciou a Ana Quintans é licenciada em Escultura a sua formação musical aos onze anos de idade. Real de Madrid, sendo responsável pela Coleção sua formação musical aos quatro anos de idade. e estudou Canto na Escola de Música do Começou a tocar cravo como autodidata, Real de Stradivarius decorados. É considerado Estudou com Heidi Castleman, Martha Strongin Conservatório Nacional, em Lisboa, e no apaixonando-se pela música de Johann um dos mais dinâmicos da nova geração Katz e Victoria Chiang, obteve o Masters Degree Flanders Operastudio, em Ghent, como bolseira Sebastian Bach. Estudou com o americano europeia, sendo reconhecido pelo seu caráter e na Juilliard School, com Karen Tuttle, e estudou da Fundação Calouste Gulbenkian. Iniciou-se Arthur Haas e posteriormente com Gustav pelas suas interpretações inovadoras. O quarteto posteriormente na Universität Mozarteum, em profissionalmente em 2005 com a música de Leonhadt, mestre que o convidaria a tocar sob rende homenagem à memória do grande Salzburgo, com Thomas Riebl e Veronika Hagen. Monteverdi, tendo vindo a dedicar a maior parte a sua direcção. Cedo começou a dar concertos violinista galego Manuel Quiroga, um dos Participou em masterclasses de Diemut Poppen, do seu trabalho à música dos sécs. XVII e XVIII, e recitais, a solo ou com os seus dois irmãos instrumentistas mais importantes da história Sylvia Rosenberg e Donald Weilerstein e foi em colaboração com maestros como W. Christie, Marc e Jérôme. Nos anos seguintes, colaborou da música espanhola. O quarteto estudou com profundamente influenciado por Ferenc Rados M. Minkowski, R. Pichon, A. Curtis, V. Dumestre, com várias figuras de destaque da música Rainer Schmidt na Escuela Superior de Música e György Kurtág. Em 2002 passou a fazer parte A. Florio, M. Magalhães, L. Cummings, L. G. antiga como Philippe Herreweghe, os irmãos Reina Sofía (Madrid), com Walter Levin na do Cuarteto Casals, com o qual se tem Alarcón, E. Onofri, ou I. Bolton. Destacam-se Kuijken, François Fernandez, Marc Minkowski Musikhochschule de Basileia e com Hatto apresentado nas mais importantes salas de apresentações em prestigiados palcos nacionais ou Philippe Pierlot. Pierre Hantaï apresenta-se Beyerle na European Chamber Music Academy. concertos e festivais a nível mundial. O Cuarteto e internacionais: Opéra Comique, Théâtre des regularmente como solista em prestigiados Vencedor de vários concursos internacionais Casals grava em exclusivo para a Harmonia Champs-Élysées, Festival d’Aix-en-Provence, palcos a nível internacional. É um convidado (Bordéus, Paolo Borciani, Genebra, Pequim, Mundi, cobrindo um vasto repertório que se Festival de Glyndebourne, Concertgebouw de frequente de Jordi Savall e reúne-se também Fnapec-Paris, Palau-Barcelona), apresenta-se estende de Boccherini a Kurtág. Amesterdão, Ópera de Lyon, Ópera de Rouen, regularmente com os seus irmãos e com os nas principais salas a nível internacional, Jonathan Brown é regularmente convidado a Bayerische Staatsoper (Munique), Teatro seus amigos Amandine Beyer, Hugo Reyne, incluindo Wigmore Hall (Londres), Philarmonie colaborar com vários agrupamentos de música Nacional de São Carlos, Alten Oper Frankfurt, Sébastien Marq, Skip Sempé, Olivier Fortin ou de Berlim, Frick Collection e Lincoln Center de câmara, incluindo os Quartetos Tokyo, Kuss, Teatro Real de Madrid, Scottish Opera, Victoria Jean-Guihen Queyras, para a interpretação de (Nova Iorque), Concertgebouw de Amesterdão Miró, Quiroga e Zemlinsky e o Trio Kandinsky. Hall (Genebra); Bozar (Bruxelas), Fundação música de câmara. Recentemente reconstituiu ou Mozarteum de Salzburgo. Em 2007 recebeu É também de assinalar o seu compromisso com a Gulbenkian, Centro Cultural de Belém, Casa o agrupamento Concert Français, que fundou o Premio Ojo Crítico da RNE e em 2006 a Medalha música contemporânea; em Barcelona, é membro da Música, Carnegie Hall (Nova Iorque), La Folle em 1985 com o objetivo de interpretar os de Ouro do Palau de la Música de Barcelona. fundador do grupo Funktion e atua regularmente Journée (Japão); Helsinki Music Centre, Maggio concertos e cantatas de Bach. Na rica discografia Empenhados no ensino da música de câmara, como solista com o grupo BCN216, interpretando, Musicale (Florença), Festival de Viena, Festival de Pierre Hantaï destacam-se as suas gravações os membros do quarteto são responsáveis pela entre outras, obras de Morton Feldman e Luciano de Edimburgo e Mozarteum de Salzburgo. para a editora Mirare, nomeadamente: as Cátedra de Quarteto de Cordas do Conservatório Berio. É professor de viola e de música de câmara Participou em várias gravações discográficas, Variações Goldberg, o 1º Livro de O Cravo bem Superior de Saragoça e convidados regulares de na Escola Superior de Música da Catalunha, incluindo: árias de Albinoni, com Marcello Temperado de Bach, dois volumes de sonatas universidades e escolas superiores. Cibrán Sierra em Barcelona, e professor assistente de viola Di Lisa e a orquestra Concerto de’ Cavalieri; de Scarlatti, um recital dedicado a François deseja expressar a sua gratidão aos herdeiros de na Escuela Superior de Música Reina Sofía, La Spinalba, Il Trionfo d’Amore (F. A. de Almeida) Couperin e um programa de suites orquestrais Paola Modiano pela graciosa cedência do violino em Madrid. Orienta regularmente masterclasses e As Sementes do fado, com Os Músicos do Tejo; de Bach, com o Concert Français. Nicola Amati “Arnold Rosé” de 1682. na Europa e nos Estados Unidos da América. Round Time, de Luís Tinoco, com D. A. Miller e a Orquestra Gulbenkian.

22 23 carlos mena © e. espinho ruth verona © dr carlos garcía-bernalt © dr pedro teixeira © dr Carlos Mena Ruth Verona Carlos García-Bernalt Pedro Teixeira Contratenor Violoncelo Cravo / Órgão Maestro

Carlos Mena nasceu em 1971 em Vitoria-Gasteiz, Ruth Verona nasceu em Las Palmas de Gran Carlos García-Bernalt nasceu em Salamanca. Pedro Teixeira nasceu em Lisboa. Licenciou-se e em Espanha. Estudou na Schola Cantorum Canaria, cidade onde começou muito cedo a sua Influenciado pelo ambiente musical familiar, obteve o grau de Mestre em Direção Coral pela Basiliensis, na Suíça, com os maestros Richard formação musical. Estudou com Pedro Ruiz no começou a estudar piano no Conservatório de Escola Superior de Música de Lisboa. No Coro da Levitt e René Jacobs. Apresentou-se em Conservatório Superior de Música de Las Palmas, Salamanca. Posteriormente viria a dedicar-se ao Universidade de Lisboa foi assistente do maestro importantes palcos, incluindo o Konzerthaus de tendo obtido o diploma de Professora Superior órgão e ao cravo, tendo sido aluno de Toni Millán José Robert. Trabalhou também com Vasco Pearce Viena, a Philharmonie de Berlim, o Teatro Colón de Violoncelo com a classificação máxima. neste último instrumento. Com uma bolsa do de Azevedo, António Lourenço e Paulo Lourenço. de Buenos Aires, o Alice Tully Hall de Nova Posteriormente mudou-se para a Holanda para governo suíço, obteve o diploma superior de órgão Foi professor na Escola Superior de Educação de Iorque, o Kennedy Center (Washington DC), estudar no Conservatório de Zwolle, com Jeroen no Conservatório de Basileia, sob a orientação Lisboa. Dirige atualmente o Coro Ricercare (desde a Ópera de Sydney, o Concert Hall de Melbourne, Reulling, e no Koninklijk Conservatorium de de Guy Bovet. Mantém atualmente uma intensa 2001) e o Officium Ensemble, agrupamento o Suntory Hall e a Ópera de Tóquio. No domínio Haia, onde se especializou em violoncelo barroco atividade de colaboração com agrupamentos de profissional que fundou em 2000. Anteriormente da ópera, interpretou o papel principal em com Lucia Swarts e obteve o diploma de Educação música barroca como Le Concert des Nations, Il dirigiu o Coro Polifónico Eborae Musica e Radamisto de Händel, na Felsenreitschule de Superior Profissional. Fondamento, Al ayre Español, Orquestra Barroca o Grupo Coral de Queluz. Com o Officium Salzburgo, no Konzerthaus de Dortmund, no Tanto em Espanha como no estrangeiro, há vários de Sevilha, Orquestra Barroca da Universidade Ensemble recebeu o prémio The Most Promising Musikverein de Viena e no Concertgebouw de anos que se dedica à interpretação histórica em de Salamanca, Capilla Santa María, Camerata Conductor of Tonen 2002, na Holanda, tendo o Amesterdão. Outras atuações incluem: L’Orfeo colaboração com vários agrupamentos, entre os Iberia, Hespèrion XXI, Música Boscareccia, Officium Ensemble recebido o 3.º prémio nas de Monteverdi, no Festival de Innsbruck e na quais se destacam Forma Antiqva, Les Concerts Gabinete Armónico ou The Rare Fruits Council. categorias de música sacra e de música secular. Ópera Estadual de Berlim; Rappresentazione Parisiens, Hippocampus, Artaserse, Al Ayre Toca também regularmente com as Orquestras Pedro Teixeira tem sido reconhecido como um di anima e di corpo de Cavalieri, no Théâtre de Español, La Capilla Real de Madrid, The Bach Sinfónicas de Castela e Leão, de Bilbau, de Madrid dos mais proeminentes diretores corais do país, la Monnaie (Bruxelas); Il trionfo del tempo e del Netherland Society, Orquesta Barroca de Sevilla, e da Galiza, e com a Filarmónica de Málaga. Como não só pela sua intensa atividade, mas também disinganno de Händel, no Festival de Salzburgo; El Concierto Español, Ensemble Fontegara, solista ou em grupo, apresentou-se em vários pela sua sólida e característica interpretação e Europera 5 de John Cage, no Festival da Flandres. Estil Concertant e Musica Ficta. Trabalhou com países da Europa e no México, nomeadamente em da música vocal, o que lhe permitiu projetar-se Cantou também o papel de Oberon, em Sonho solistas e maestros de renome como Christophe festivais de música e em salas como o Auditório a nível internacional. Juntamente com Peter de uma Noite de Verão de Britten, no Teatro Real Coin, Philippe Jaroussky, Keneth Weiss, Richard Nacional de Madrid, o Palau de la Música de Phillips, Ivan Moody e Jordi Abelló, dirige em de Madrid, o papel principal em Ascanio in Alba Egarr, Erik Hull ou Carlos Mena. Realizou Valência, o Palácio Euskalduna (Bilbau), a Kursaal Barcelona o workshop Victoria400 e é responsável de Mozart, no Barbican Centre de Londres, e gravações a solo e de música de câmara, e atuou (San Sebastián), L´Arsenal (Metz), a Fundação pelas oficinas de Ensemble Vocal e Direção Coral Bajazet de Vivaldi, no Teatro Arriaga de Bilbau. em muitos auditórios em Espanha e a nível Gulbenkian, a Salle Pleyel (Paris), a Citè de la do Curso Internacional de Música Medieval e Em 2007 participou na estreia de El viaje a internacional, tendo recebido vários prémios Musique (Paris), o Konzerthaus de Viena, o Renascentista de Morella. Desde 2011, colabora Simorgh de Sánchez-Verdú, no Teatro Real de e o reconhecimento da crítica especializada. Concertgebouw de Amesterdão, o Teatro Regio regularmente com a Fundação Gulbenkian Madrid. Estreou várias obras de compositores Atualmente compagina a sua atividade de Turim, o Teatro Real de Madrid, o Teatro de la como maestro preparador do Coro Gulbenkian. contemporâneos, como Libro del Frío e Libro de concertística com a docência, nomeadamente em Maestranza (Sevilha) ou o Gran Teatre del Liceu de É diretor artístico das Jornadas Internacionais las Estancias, de Sánchez-Verdú, para os Festivais diferentes cursos de música antiga e concertos Barcelona. Realizou várias gravações discográficas Escola de Música da Sé de Évora e, desde 2012, de Leão e Granada, e Tres Sonetos de Michelangelo pedagógicos. e é professor de cravo no Conservatório Superior é Maestro Titular do Coro de la Comunidad de G. Erkoreka. de Música de Castellón de la Plana. de Madrid.

24 25 Coro Gulbenkian Michel Corboz Maestro Titular Jorge Matta Maestro Adjunto

Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta Dudamel, Jonathan Nott, Michael Gielen, presentemente com uma formação sinfónica Michael Tilson Thomas, Rafael Frübeck de sopranos de cerca de cem cantores, podendo atuar Burgos, René Jacobs, Theodor Guschlbauer, ou Ariana Russo também em grupos vocais mais reduzidos. Esa-Pekka Salonen, entre muitos outros. O Coro Inês Lopes Assim, apresenta-se tanto como grupo Gulbenkian tem participado em importantes Mariana Moldão a cappella, interpretando a polifonia dos festivais internacionais, tais como: Festival Teresa Duarte séculos XVI e XVII, como em colaboração Eurotop (Amesterdão), Festival Veneto (Pádua

coro gulbenkian © gm-márcia lessa contraltos com a Orquestra Gulbenkian ou com outros e Verona), City of London Festival, Hong Kong Carmo Coutinho agrupamentos para a interpretação das grandes Arts Festival, Festival Internacional de Música Fátima Nunes obras do repertório clássico, romântico ou de Macau, ou Festival d’Aix-en-Provence. Joana Esteves contemporâneo. Na música do século XX Em 2015 participou, em Paris, no concerto Rita Tavares tem apresentado, frequentemente em estreia comemorativo do Centenário do Genocídio absoluta, inúmeras obras contemporâneas Arménio, com a World Armenian Orchestra tenores Frederico Projecto de compositores portugueses e estrangeiros. dirigida por Alain Altinoglu. A discografia Gerson Coelho Tem sido igualmente convidado pelas mais do Coro Gulbenkian está representada Jorge Leiria prestigiadas orquestras mundiais, entre as nas editoras Philips, Archiv / Deutsche Rodrigo Carreto quais a Philharmonia Orchestra de Londres, Grammophon, Erato, Cascavelle, Musifrance, a Freiburg Barockorchester, a Orquestra do FNAC Music e Aria Music, tendo ao longo dos baixos Século XVIII, a Filarmónica de Berlim, a anos registado um repertório diversificado, Afonso Moreira Sinfónica de Baden Baden, a Sinfónica de Viena, com particular incidência na música João Costa Rui Borras a Orquestra do Concertgebouw de Amesterdão, portuguesa dos séculos XVI a XX. Algumas Sérgio Silva a Orquestra Nacional de Lyon, a Orquestra destas gravações receberam prestigiados de Paris, ou a Orquestra Juvenil Gustav prémios internacionais. Desde 1969, Mahler. Foi dirigido por grandes figuras como Michel Corboz é o Maestro Titular do Coro Claudio Abbado, Colin Davis, Frans Brüggen, Gulbenkian. A função de Maestro Adjunto Franz Welser Möst, Gerd Albrecht, Gustavo é desempenhada pelo maestro Jorge Matta.

coordenação António Lopes Gonçalves

produção Fátima Pinho Marta Andrade Joaquina Santos Fábio Cachão

27 6 + 7 dezembro Tchaikovsky THE 8 Sinfonia n. 5 PRECISO COMO UM MAESTRO. º POTENTE COMO UMA ORQUESTRA. Orquestra Gulbenkian

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EM PORTUGAL. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens durante os espetáculos.

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