REQUERIMENTO DE SESSÃO SOLENE (Deputado Chico Alencar)

Requer a realização de Sessão Solene em comemoração aos 70 anos do nascimento do cantor e compositor Gonzaguinha

Senhor Presidente,

Requeiro a Vossa Excelência, com base no artigo 68, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a realização de Sessão Solene, no dia 29 de setembro, em comemoração aos 70 anos do nascimento do cantor e compositor do Nascimento Júnior, mais conhecido como Gonzaguinha.

JUSTIFICAÇÃO

Gonzaguinha, filho de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e da cantora Odaleia Guedes dos Santos, nasceu no , em 22 de setembro de 1945. Aprendeu a tocar violão com Xavier, seu padrinho que o criou, “baiano do violão das calçadas de Copacabana”.

Apelidado de Luizinho na infância, costumava ouvir Lupicínio Rodrigues, Jamelão e as músicas de seu pai. Era amante de bolero, frequentava programas sertanejos e adorava a música portuguesa, transmitida por Dona Dina, sua madrinha e mãe adotiva, filha de portugueses.

Desejando estudar Economia, vai morar com o pai em Cocotá, bairro da zona norte do Rio, dedicando os próximos anos aos estudos e ao violão. Seus conflitos com Helena, a madrasta, o levaram a morar numa pensão, ingressando na Faculdade de Ciências Econômicas Cândido Mendes.

Na casa do psiquiatra Aluízio Carrero, amigo que adorava reunir pessoas para rodas de violão, conheceu Ivan Lins e outros grandes cantores. Foi nestas rodas que nasceu o M.A.U. (Movimento Artístico Universitário) – formado por Gonzaguinha, Aldir Blanc, Paulo Emílio, César Costa Filho e Ivan Lins –, e que durou, apenas, alguns meses.

Em 1973, apresentou a música Comportamento Geral no programa Flávio Cavalcanti, alcançando as paradas de sucesso. Intimado pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), a música foi proibida em todo o Brasil. Em todo o seu percurso artístico, Gonzaguinha sofreu com a censura: de 72 músicas, 54 foram vetadas. Entretanto, Gonzaguinha não deixou de se expressar politicamente, seja por meio de canções alegóricas, seja em shows, onde cantava músicas proibidas nas rádios.

Aos trinta anos, contraiu tuberculose, passando oito meses fora do palco. Nesse período, concluiu que deveria recuperar a espontaneidade, o que se deu com o lançamento do LP Começaria Tudo Outra Vez, iniciando, imediatamente, uma excursão por todo o país.

Logo após o nascimento da primeira filha, em 1981, acumulou sucessos, tanto nas apresentações ao vivo, como nos diversos LPs. O show Vida de Viajante, de 1991, foi considerado a turnê mais importante, tanto por selar seu reencontro com o pai, como pela simbiose do Brasil sertanejo, representado pelo baião, com o Brasil urbano, simbolizado pelas temáticas de denúncia social.

Gonzaguinha morreu aos 45 anos, ao regressar de uma apresentação no Paraná, vítima de acidente automobilístico em uma rodovia no sudoeste daquele Estado.

Suas composições foram gravadas por muitos dos grandes intérpretes da MPB, como Maria Bethânia, Luiz Gonzaga, Zizi Possi, Ivan Lins, Agnaldo Timóteo, Simone, , Fagner, Nana Caymmi, Clara Becker e Joanna.

Essas são as razões superiores que justificam a apresentação do presente requerimento, ao qual se requer o apoio dos pares.

Sala da Comissão, 22 de junho de 2014.

Dep. Chico Alencar Dep. Sibá Machado Líder do Psol Líder do PT