ORÇAMENTO DEMOCRÁTICO ESTADUAL OD GOVERNANÇA E PARTICIPAÇÃO QUE TRANSFORMAM A

Gilvanildo Pereira dos Anjos Tereza Cristina Elias Cantalice Oliveira Leandro de Pontes Araújo Germano Barbosa Firmino

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Painel 26/003 Novas Práticas em Participação e Governança nos Governos Estaduais

ORÇAMENTO DEMOCRÁTICO ESTADUAL – OD GOVERNANÇA E PARTICIPAÇÃO QUE TRANSFORMAM A PARAÍBA

Isidro-Filho Gilvanildo Pereira dos Anjos Tereza Cristina Elias Cantalice Oliveira Leandro de Pontes Araújo Germano Barbosa Firmino

RESUMO

Na Paraíba, a gestão pública compartilhada entre governo e sociedade civil vem efetivamente transformando costumes e sedimentando a participação popular num estado historicamente marcado pela ingerência coronelista de modelos políticos beneficiários da ignorância e da apatia da população. O Orçamento Democrático Estadual é o instrumento precípuo dessa quebra de paradigmas e mudança de cultura, promovendo a cidadania a partir do empoderamento popular. Anualmente, são realizadas audiências públicas nas 14 regiões da Paraíba que reúnem até cinco mil participantes. Nesse período foram realizados 90 encontros, com a participação direta de mais de 200 mil pessoas. A adesão é crescente: em 2011 foram 13.335 participantes e em 2015, 36.681. As demandas coletadas são sistematizadas em eixos temáticos para inclusão nas prioridades de investimento do orçamento subsequente, a partir da LOA, LDO e do PPA. Entre os anos de 2012 e 2015 foram demarcados cerca de R$ 7 bilhões em ações. Os princípios básicos do OD são: democratização, participação, regionalização, intersetorialidade, economicidade, redistribuição e desenvolvimento integrado sustentável.

3 1. INTRODUÇÃO

A Paraíba vive um novo tempo, uma nova história, uma nova realidade, de conquistas e avanços, com bases sólidas na participação popular. Os frutos da participação popular não se concentram no Litoral, na Borborema, no Cariri, no Curimataú ou no Sertão. Estão, sim, em todos os recantos do Estado, em todas as 14 Regiões Georçamentárias, contemplando, diretamente, os moradores dos 223 municípios.

A implantação da política do Orçamento Democrático Estadual está como uma das ações mais importantes do Governo do Estado da Paraíba. É a primeira vez que um governo paraibano insere à participação popular para discutir os destinos dos gastos públicos. A cada ano é crescente o número de participantes nas audiências públicas regionais do Orçamento Democrático, demonstrando a consolidação deste instrumento, que pertence à população.

A Paraíba tem uma população estimada pelo IBGE, em 2015, de 3.972.202 habitantes e ocupa o 5º lugar entre os Estados nordestinos mais populosos. Acessar a população do estado deixando o litoral rumo ao sertão Paraibano é uma tarefa impactante quando se deseja um modelo de gestão democrático, pautado na voz da população.

Localizado na região Nordeste do Brasil, o estado possui extensão territorial de 56.469,466 quilômetros quadrados, divididos em 223 municípios distribuídos pelas mesorregiões da Mata Paraibana, Agreste, Borborema e Sertão. A economia do estado se baseia na agricultura, principalmente de cana-de-açúcar, fumo, frutas como: abacaxi, graviola, caju, manga, acerola, mangaba e o tamarindo. Produz ainda, com destaque: mandioca, milho, sorgo, urucum, pimenta-do-reino, castanha de caju, arroz, café e feijão. A indústria alimentícia é forte no estado. O setor industrial também se ocupa da fabricação têxtil, do couro, do calçado, da metalúrgica e da produção sucroalcooleira. A criação de caprinos é uma opção em algumas regiões. O turismo aparece como atividade relevante centrado nas áreas litorâneas, mas com destaque para o mês das festas juninas, em especial em .

4 O transporte marítimo com as exportações e as importações, operadas principalmente no Porto de e pelas estradas é fundamental à economia. São mais de 5.300 quilômetros de rodovias, 4.000 km estaduais e 1.300 km federais. O Porto de Cabedelo, a 18 km de João Pessoa, é o mais oriental do Brasil. Tem 700 m de extensão e 300 m de largura.

As cidades paraibanas que tem maior destaque no seu PIB são: João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita, Bayeux, , Caaporã, e Conde. Mas como em outros estados, sua formação compreende ainda os pequenos munícipios. No caso da Paraíba, 67 deles com menos de 5 mil habitantes. Manter o diálogo, compreender as diferenças, encurtar as distâncias, entender as especificidades são desafios de uma gestão. Neste sentido, o Orçamento Democrático é um importante instrumento de ligação entre a sociedade e o poder público.

A Paraíba vive, desde 2011, um novo tempo político de efetiva participação popular e promoção da cidadania, nas cidades e no campo. Um tempo de transformação de cultura administrativa, cujos reflexos atingem suas quatorze regionais, em obras, serviços e demais ações governamentais, promovendo a melhoria da qualidade de vida da população.

A experiência consolidada de democracia participativa é responsável, hoje, por investimentos que resultam em impactantes ações de governo, contemplando demandas de interesse coletivo regional defendidas pela própria população em 90 audiências públicas realizadas pelo Orçamento Democrático Estadual no decorrer desses seis anos de gestão. Contando sempre, com a participação do governador, que esteve presente em 86 das 90 edições do OD. Sua equipe de auxiliares, diretos e indiretos, os secretários de Estado e os dirigentes de órgãos da administração indireta são constantes em todos os encontros.

O projeto de descentralização do governo passou a contar, desde 2015, com recursos tecnológicos que asseguram praticidade, eficiência, celeridade e transparência através da informatização do credenciamento e do preenchimento de fichas de prioridades que acontecem em plenárias de audiências públicas regionais.

5 Este mecanismo possibilita, ainda durante o evento, a divulgação, sistematização imediata das demandas apontadas como prioridades – obras, serviços e ações governamentais de interesse coletivo regional – para as Secretarias e órgãos respectivos de governo.

O Orçamento Democrático Estadual da Paraíba (ODE-PB) faz parte de um processo de reengenharia institucional da gestão pública estadual, cuja ideia é implantar um Estado de proximidade, levando ações, obras e serviços para a população em todas as Regiões Geoadministrativas. Cabe ressaltar ainda, que o ODE-PB é a base de um novo modelo de gestão das políticas públicas, que visa transformar a participação social, na construção do Orçamento Público, em política de Estado, e não apenas numa política de Governo. Em síntese, o ODE é um instrumento de democratização da relação do Estado com a sociedade, através da participação popular no processo de elaboração, implementação e fiscalização do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), da Lei Orçamentária Anual (LOA), das obras e serviços do Estado da Paraíba.

Este instrumento surgiu na perspectiva de contribuir com o processo de planejamento do Estado ao instituir a Democracia Participativa na Gestão das Políticas Públicas do Estado da Paraíba e oportunizar aos cidadãos um espaço de controle social onde seja possível contribuir, dialogar, acompanhar e fiscalizar as obras, serviços e ações do Governo. Para tanto, dois conceitos advindos do campo da gestão balizam este processo, são eles: Políticas Públicas e Planejamento. Embora a expertise deste grupo esteja mais diretamente ligada ao exercício na prática, numa proposta multidisciplinar que agrega o saber de cada um dos componentes do grupo, vale apresentar alguns referenciais.

1.1. POLÍTICAS PÚBLICAS E PLANEJAMENTO: UMA BASE CONCEITUAL

Em 2006, a pesquisadora do Centro de Recursos Humanos da Universidade Federal da Bahia, Celina Souza, fez uma revisão da literatura sobre Políticas Públicas. A partir do seu artigo, verifica-se a variação do conceito em correntes que se complementam e se contrariam. Ela trabalha com as definições dos pesquisadores

6 considerados os pais da Política Pública: MEAD (1995), LYNNL (1980), PETERS (1995), LASWELL (1958) e DYE, (1984). Para a autora, não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja política pública. Mead a define como um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas e Lynn, como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos. Peters segue o mesmo veio: política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Dye (1984) sintetiza a definição de política pública como “o que o governo escolhe fazer ou não fazer”. A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, decisões e análises sobre política pública implicam responder às seguintes questões: quem ganha o quê , por quê e que diferença faz. Outras definições enfatizam o papel da política pública na solução de problemas. Críticos dessas definições, que superestimam aspectos racionais e procedimentais das políticas públicas, argumentam que elas ignoram a essência da política pública, isto é , o embate em torno de ideias e interesses. Pode-se também acrescentar que, por concentrarem o foco no papel dos governos, essas definições deixam de lado o seu aspecto conflituoso e os limites que cercam as decisões dos governos. Deixam também de fora possibilidades de cooperação que podem ocorrer entre os governos e outras instituições e grupos sociais.

As definições de políticas públicas assumem, em geral, uma visão holística do tema, uma perspectiva de que o todo é mais importante do que a soma das partes e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses contam, mesmo que existem diferenças sobre a importância relativa destes fatores.

Assim, do ponto de vista teórico-conceitual, a política pública em geral e a política social em particular são campos multidisciplinares, e seu foco está́ nas explicações sobre a natureza da política pública e seus processos. Por isso, uma teoria geral da política pública implica a busca de sintetizar teorias construídas no campo da sociologia, da ciência política e da economia. As políticas públicas repercutem na economia e nas sociedades, dai ́ por que qualquer teoria da política pública precisa também explicar as inter-relaç ões entre Estado, política, economia e sociedade. Tal é também a razão pela qual pesquisadores de tantas disciplinas –

7 economia, ciência política, sociologia, antropologia, geografia, planejamento, gestão e ciências sociais aplicadas – partilham um interesse comum na área e têm contribuído para avanços teóricos e empíricos.

Quanto ao Planejamento na gestão pública, muito se produziu de conhecimento nas últimas décadas. José Antonio Puppim Oliveira sintetizou em seu artigo Repensando Políticas Públicas: por que frequentemente falhamos no planejamento? Um dos motivos que leva a falhas nos resultados é a dissociação que se faz entre elaboração e implementação no processo de planejamento de acordo com algumas visões da prática ou escolas de pensamento. Ainda segundo o autor, no Brasil, planejamento sempre esteve ligado a elaboração de planos e de controle. Através da história verifica-se a quantidade de planos que já foram e continuam sendo elaborados: planos trienais, planos decenais, planos econômicos, planos plurianuais, planos de desenvolvimento regionais, planos diretores, etc. O planejamento é visto como sendo o processo de elaborar planos e organizar ações que os confirme no futuro.

Com foco em Políticas Públicas de Estado e planejamento de curto, médio e longo prazo, os gestores do ODE da Paraíba confirmaram, após seis anos da prática contínua, cada vez mais expressiva, que o Orçamento Democrático apresenta como resultado um processo pedagógico de participação social; ampliação dos espaços de discussão dos problemas do Estado; mobilização de um número muito maior de atores sociais envolvidos na busca de alternativas e soluções para demandas locais; o estabelecimento de uma parceria do Estado com a sociedade; mais transparência e informação disponibilizada sobre o Estado; mudança na relação do Governo com as Prefeituras Municipais; transformação na relação do Poder Executivo com o Poder Legislativo; a implantação de uma dinâmica regional de desenvolvimento integrado e sustentável e; implantação de uma dinâmica administrativa intersetorial.

Para que as expectativas fossem alcançadas foi indispensável a realização de diversas articulações na construção de uma proposta metodológica própria que compreendesse as características do Estado, de seu povo e sua estrutura administrativa. Como por exemplo, a organização de uma Subsecretaria

8 especialmente criada para garantir a mobilização popular e a efetivação dos objetivos elencados a seguir.

2. OBJETIVOS

O Orçamento Democrático da Paraíba foi instituído com os seguintes objetivos:

 Democratização – ampliação do espaço de exercício da cidadania e governança democrática;  Participação – promoção do empoderamento, do controle e da corresponsabilidade social;  Regionalização – os municípios passam a articular os interesses regionalmente e não mais individualmente sem, contudo, perder a especificidade de cada um;  Intersetorialidade – como instrumento de ação integrada de diferentes atores institucionais e não governamentais, através de uma rede de articulação regional e estadual;  Economicidade – realizar mais políticas públicas, obras e serviços, com menos recursos;  Descentralização – promover a articulação institucional nas regiões geoadministrativas;  Redistribuição – desconcentrar as políticas públicas, investimentos, obras e serviços em todo o Estado;  Desenvolvimento Integrado Sustentável – priorizar as regiões e suas potencialidades.

3. METODOLOGIA

O Ciclo do Orçamento Democrático Estadual é composto por etapas com finalidades específicas que se complementam. É um processo dinâmico e definido a cada exercício, considerando-se as regiões orçamentárias, as etapas, o Conselho do Orçamento Democrático Estadual e os conselheiros do OD, de acordo com a

9 avaliação anual. Os relatórios de avaliação dos Conselhos subsidiam o planejamento da Subsecretaria do Orçamento Democrático Estadual.

Todos os anos a equipe do Orçamento Democrático Estadual, em conjunto com os conselheiros regionais e estaduais, planeja e organiza um calendário de atividades que acompanha o Ciclo Orçamentário do Governo, ou seja, as etapas de produção das leis orçamentárias, que é o planejamento de gastos públicos para o ano subsequente. Estas Leis precisam ser apresentadas à Assembleia Legislativa, para discussão, apresentação de propostas de alteração, por parte dos deputados (emendas), e posterior aprovação.

As etapas do Ciclo de atividades do Orçamento Democrático são compostas de: audiências regionais, assembleias populares para eleição de conselheiros, planejamento democrático, formação para conselheiros e equipe da secretaria executiva, Seminário Paraibano de Democracia Participativa, formação, avaliação e planejamento. Ainda há outras atividades complementares que norteiam a metodologia deste instrumento de participação popular, como as reuniões preparatórias, reuniões ordinárias dos Conselhos Regionais, Assembleias Ordinárias do Conselho Estadual, Prêmio Ceci Melo de Participação Social, Plano Plurianual Democrático, Caravana de visita às obras e Fórum Permanente de participação popular microrregional.

A figura abaixo ilustra o trajeto percorrido desde as audiências públicas, até a conclusão do orçamento público:

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•A população aponta três prioridades de investimento para a sua região e apresenta Audiências três demandas correlacionadas as três prioridades. Regionais

•Realiza o trabalho de sistematização das demandas organizando-as em um banco de Orçamento dados a ser enviado aos Conselheiros Regionais, as Secretarias e Órgãos do Estado. Democrátic o

•Cada região destaca as demandas mais relevantes de acordo com sua realidade. Conselhos Regionais

•Recebem o banco de dados das Demandas Regionais, bem como, os destaques dos Conselhos Regionais. Ficando as secretarias, responsáveis em apontar a viabilidade Secretarias do atendimento da demanda ou justificativa da negativa. e Órgãos do Estado

•Evento que oportuniza socializar entre conselheiros/as regionais e secretários/as as Planejamento demandas que serão atendida. Democrático

•Identificação na peça orçamentária - LOA das ações que visam atender as LOA demandas apresentadas pela população nas Audiências Regionais.

Fonte: Subsecretaria do Orçamento Democrático da Paraíba.

3.1. ETAPAS1

O Ciclo do Orçamento Democrático Estadual divide-se nas seguintes etapas presenciais:

 Audiências Regionais;  Assembleias Microrregionais de eleição de conselheiros;  Assembleias ordinárias com o Conselho Regional;  Planejamento Democrático com os secretários de governo e os conselheiros;  Formação dos Conselheiros;  Seminário Paraibano de Democracia Participativa;

1O número de Etapas pode variar a cada ano, de acordo com o planejamento do exercício.

11  Avaliação e planejamento do Ciclo.

3.1.1. Audiências Regionais

As Audiências Regionais são espaços de participação popular realizadas em todas as Regiões Orçamentárias. É um convite à sociedade para que interaja com a gestão pública estadual. É neste espaço que a sociedade civil paraibana se expressa, livre e espontaneamente, em diálogo direto com o governador do Estado e seus auxiliares diretos e indiretos, defendendo os interesses coletivos das cidades e das regiões, escolhendo três prioridades de investimentos e apontando obras, ações e/ou serviços que gostaria que fossem investidos.

A escolha das prioridades é feita através do preenchimento eletrônico de uma ficha, na qual a população presente na audiência escolhe aquelas obras, ações e/ou serviços que gostaria que fossem realizadas nas respectivas regiões. São nas audiências regionais que também são eleitas, através de enquete, aquelas obras já realizadas pelo Governo do Estado, consideradas de maior relevância para aquela população. É uma forma de reviver e consultar à população sobre os investimento e gastos públicos realizados a partir das demandas indicadas nas audiências.

Dentro das audiências regionais há um espaço também dedicado às crianças que acompanham os pais, é o OD Mirim. Um espaço lúdico educativo de interação das crianças, com o objetivo de oportunizar à participação popular das mães e pais durante a realização das audiências. O OD Mirim é uma ação intersetorial, que tramita em parceria com outras secretarias do governo.

A iniciativa do OD Mirim se deu em virtude da percepção do baixo número de participação das mulheres, durante a realização das audiências, refletindo um quadro de questão de gênero e o fato de que as mulheres ainda têm dificuldade de ocupar os espaços públicos e fazer falas em decorrência das discriminações e desigualdades de gênero em nossa cultura. O OD Mirim já soma resultado, com o crescimento efetivo do número da participação feminina nos anos subsequentes, ampliando e garantindo

12 o recorte de gênero, colaborando, assim, com a promoção da cidadania ativa para as mulheres.

3.1.2. Assembleias Microrregionais de eleição de conselheiros

As Assembleias Microrregionais são eventos para os quais a população é convidada a eleger um grupo de Conselheiros Regionais do Orçamento Democrático Estadual, nas respectivas Microrregiões, com vistas a representar aquela determinada microrregião nas ações da secretaria executiva e do governo.

Estas Assembleias são realizadas a cada dois anos. Cada Região Orçamentária é subdividida em Microrregiões, que, por sua vez, elegem um número de Conselheiros Regionais proporcional à participação na Assembleia Microrregional.

Qualquer cidadão tem assegurada a participação nesse processo, salvo se ocupar cargo eletivo ou de primeiro escalão em gestão municipal da região que representa ou, ainda, se tiver qualquer vínculo funcional junto ao governo. O mandato de conselheiro do Orçamento Democrático é voluntário.

3.1.3. Assembleias Ordinárias com os Conselhos Regionais

As Assembleias Regionais são eventos nos quais os Conselheiros Regionais elegem os Conselheiros Estaduais do Orçamento Democrático. Cada Região elege 02 (dois) Conselheiros Estaduais titulares e 02 (dois) suplentes. Somente os Conselheiros Regionais Titulares podem se candidatar e votar na eleição para Conselheiro Estadual do Orçamento Democrático.

I. Conselhos

São atribuições dos Conselhos do Orçamento democrático:

II. Atribuições do Conselho Regional

 Eleger os Conselheiros Estaduais do OD;  Elaborar DIAGNÓSTICO da realidade regional;

13  Discutir os problemas existentes na Região e encaminhar soluções;  Acompanhar os debates sobre a elaboração das peças orçamentárias;  Monitorar a execução das obras e serviços na Região;  Articular ações junto à Gerência Regional e ao Conselho Estadual do OD;  Trabalhar em prol dos interesses coletivos da Região;  Reunir-se com setores do governo para discutir e encaminhar soluções para a realidade regional.

III. Atribuições do Conselho Estadual

 Acompanhar e fiscalizar obras, serviços e ações setoriais na Região;  Acompanhar as atividades dos Conselheiros Regionais do Orçamento Democrático Estadual;  Manter contato permanente com as Gerências Regionais, de acordo com a necessidade de cada Região.

3.1.4. Planejamento Democrático

O Planejamento Democrático é a etapa em que o Conselho Estadual do Orçamento Democrático se reúne com os secretários de Estado e os dirigentes de órgãos da administração indireta cujas pastas tenham sido as mais demandadas nas audiências públicas regionais, para analisar as prioridades e demandas de cada região geoadministrativa. As pastas governamentais apresentam seus relatórios, a partir do quadro de prioridades e demandas da região, com vistas à identificação do que poderá ou não ser contemplado no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual.

3.1.5. Formação dos Conselheiros

A Formação dos Conselheiros se constitui numa etapa contínua que ocorre ao longo do ano, compreendendo a realização de atividades de capacitação em temas

14 como “peças orçamentárias”, “gestão pública”, “democracia participativa”, “controle social”, “transparência pública” e “movimentos sociais”, enfatizando o papel do conselheiro enquanto representante da sociedade civil junto às instâncias de poder, através de sua atuação nas ações organizadas pelo Orçamento Democrático Estadual.

O curso de formação possibilita o exercício do diálogo entre a teoria e a prática desenvolvida pelos conselheiros. A metodologia é referenciada na educação popular e desencadeia processos de capacitação que colaboram com o fortalecimento e a compreensão do protagonismo dos cidadãos para a participação popular.

3.1.6. Seminário Paraibano de Democracia Participativa

O Seminário Paraibano de Democracia Participativa trata-se de importante etapa anual de atividade, promovidas pelo Orçamento Democrático, em parceria com demais organismos governamentais, inclusive municipais, com caráter de formação e de discussão das questões atinentes à política de participação e controle das contas públicas. Geralmente, o evento conta com a participação de agentes políticos públicos que representam instâncias governamentais municipais, estaduais e federal. É uma troca de experiências no campo da democracia participativa.

3.1.7. Avaliação e Planejamento

Esta etapa corresponde ao momento em que se discutem as atividades do ciclo e se planejam os próximos. Desta etapa participam os conselhos regionais, o Conselho Estadual e todos os integrantes que compõem a Secretaria Executiva do Orçamento Democrático Estadual.

IV. Atribuições dos Gerentes Regionais

 Receber e orientar as visitas das Comissões de Fiscalização, das obras e serviços, do Orçamento Democrático nas Regiões;

15  Receber comissões de Conselheiros, bem como colaborar nos esclarecimentos que se fizerem necessários, por meio de audiências, aos Secretários Estaduais;  Articular a participação, quando solicitada, da equipe do Governo nas reuniões do Conselho do Orçamento democrático;  Contribuir para a promoção da interlocução do Governo com a sociedade em todo o Estado, estimulando a participação da população na discussão dos problemas de cada Região;  Manter a população informada sobre as ações do Estado nas diferentes Regiões Orçamentárias;  Manter os gestores do Governo informados acerca das demandas e problemas da população nas diferentes Regiões do Estado;  Articular a participação dos Conselheiros nos cursos de capacitação e formação promovidos pelo Orçamento Democrático Estadual;  Produzir relatórios periódicos para a Subsecretaria do OD com as devidas informações sobre as atividades realizadas nas respectivas Regiões Orçamentárias.

3.2. ATIVIDADES COMPLEMENTARES

 Reuniões preparatórias para as Audiências públicas Regionais;  Reuniões ordinárias dos Conselhos Regionais;  Assembleias bimestrais ordinárias do Conselho Estadual;  Lançamento do Ciclo;  Prêmio Ceci Melo de Participação Social;  Plano Plurianual Democrático;  Caravana Estadual de visita às obras;  Fórum Permanente de Participação Popular Microrregional

16 Cada uma destas etapas e atividades tem singular importância no fortalecimento da democracia participativa, constituindo-se como relevantes fóruns de exercício da cidadania.

3.2.1. Reuniões preparatórias para as Audiências Regionais

Momento em que a equipe de articuladores regionais, da Secretaria Executiva do Orçamento Democrático, juntamente com os integrantes dos conselhos regionais, após mobilizarem a população de cada uma das 14 regiões Georçamentárias, realizam uma série de reuniões, em pequenos grupos, com o objetivo de divulgar o Ciclo de Atividade, com ênfase para as audiências públicas regionais.

3.2.2. Reuniões ordinárias com os Conselhos Regionais

As reuniões ordinárias são espaços de diálogos e debates permanentes entre os conselheiros regionais, que representam suas respectivas microrregiões. O Conselho Regional acompanha as ações, serviços e obras do governo do estado e encaminha ao Conselho Estadual às avaliações e reinvindicações.

3.2.3. Reuniões Mensais Ordinárias do Conselho Estadual

As reuniões mensais do Conselho Estadual são realizadas de forma itinerante, em todas as regiões do Estado, proporcionando, assim, a descentralização do instrumento. Este é o momento de avaliar o que o Conselho Regional encaminhou nas ações ordinárias.

3.2.4. Lançamento do Ciclo

É a primeira atividade do ano a ser realizada pela secretaria. O lançamento do Ciclo de atividades do Orçamento Democrático Estadual é uma solenidade

17 direcionada para a imprensa local, com a presença do governador e toda a equipe de governo, para a divulgação do calendário das plenárias públicas regionais, assim como, de todo o ciclo.

3.2.5. Prêmio Ceci Melo de Participação Social

O Governo da Paraíba, por meio do Orçamento Democrático Estadual e da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, concede anualmente, dentro das atividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Prêmio Ceci Melo de Participação Social, homenageando mulheres que se destacam na atuação pessoa, profissional ou política, em prol do desenvolvimento humano e cidadão. O Prêmio tem o objetivo de dar visibilidade às mulheres que desenvolvem ações em prol do empoderamento popular e da participação democrática.

3.2.6. Plano Plurianual Democrático – PPAD

É o processo de aprofundamento da democracia participativa, constituindo-se em nova dinâmica entre Estado e sociedade, na busca de aprimoramentos das etapas de formulação, implementação, controle e avaliação das políticas públicas estaduais. É o momento de sensibilizar a sociedade organizada para participar do processo de construção de um plano para o Estado.

3.2.7. Caravana Estadual de visita às obras

Esta é a etapa em que os conselheiros e gestores da administração estadual visitam as obras e os serviços implementados pela gestão estadual, com vistas a conhecerem de perto e acompanharem às demandas alvo de tais ações.

3.2.8. Fórum Permanente de Participação Popular Microrregional

18 O Fórum Permanente de Participação Social (FPPS) é um espaço democrático de discussão e reflexão que vis reunir permanentemente o conjunto de cidades, distribuídas devidamente em microrregiões, através dos conselheiros regionais (titulares e suplentes), entidades sociais, lideranças comunitárias e religiosas para discutir coletivamente as necessidades e demandas (a partir das prioridades regionais), como forma de aglutinar os atores sociais em torno da ferramenta, como forma de estratégia de fortalecer os vínculos com as bases sociais do Estado.

4. CONCLUSÕES

É notória a mudança de mentalidade que a inserção da política participativa vem proporcionando no estado. A Paraíba vive um momento histórico, de intensas mudanças na cultura da política. Em todas as regiões pode se identificar ações do governo resultantes dessa participação. São estradas construídas, hospitais ampliados e outros construídos, escolas reformadas, poços perfurados, dentre tantas outras realizações, fruto de reivindicação popular.

A implantação do Orçamento Democrático Estadual representa um avanço real para o aprimoramento da democracia paraibana através da participação direta da população, que pode debater com o governador e a sua equipe sobre os problemas da comunidade, apontando soluções e indicando prioridades para o uso dos recursos públicos.

A existência do OD tem um efeito pedagógico e positivo ao aproximar o governo da população sobre a realidade das microrregiões e regiões, inovando as relações. A gestão pública aprende com a população sobre sua realidade e prioridades e é convidada a convergir para a intersetorialidade, onde várias secretarias e órgãos de governo atuam através da responsabilidade compartilhada.

O Orçamento Democrático é um processo inovador e revolucionário que leva o governo a todas as regiões da Paraíba, reunindo agentes políticos e públicos da sociedade e governo, em reuniões ampliadas que trazem a face, a história, o saber e

19 o poder do povo de cada região. É o compromisso dos que compõem o Governo do Estado da Paraíba.

4.1. RESULTADO DA PARTICIPAÇÃO

A experiência tem respaldado a equipe gestora do ODE-PB a promover adequações a cada edição. A análise dos dados fornece ao grupo informações que balizam tomadas de decisões para além do orçamento, afinal, percorrer o estado viabiliza o reconhecimento das muitas realidades. Logo após o primeiro ano da prática democrática, passou a ser gerado gráficos de demandas por eixos prioritários, como o demostrado a baixo.

Gráfico 1. Prioridades apontadas nas quatorze regiões geoadministrativas | 2011 - 2015 Demandas por Eixos Prioritários Habitação Estradas e 2% Rodagens 10%

Segurança Pública 13% Educação 33%

Abastecimento D'água Saúde 15% 27%

Tabela 1. Eixos Prioritários em 2011 Eixos Prioritários Qnd. Discriminação Regiões João Pessoa, , Esperança, Campina Grande, Cuité, Saúde 15 , Patos, Itaporanga, Catolé do Rocha, Cajazeiras, Sousa, Princesa Isabel, Itabaiana, Pombal, . João Pessoa, Guarabira, Esperança, Campina Grande, Cuité, Educação 14 Monteiro, Patos, Itaporanga, Catolé do Rocha, Cajazeiras, Sousa, Princesa Isabel, Pombal, Mamanguape.

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Abastecimento D'água 03 Esperança, Itaporanga, Princesa Isabel.

Estradas 06 Guarabira, Monteiro, Patos, Cajazeiras, Itabaiana, Pombal.

João Pessoa, Campina Grande, Cuité, Catolé do Rocha, Segurança Pública 05 Mamanguape. Habitação 02 Sousa, Itabaiana.

Tabela 2. Eixos Prioritários em 2012 Eixos Prioritários Qnd. Discriminação Regiões João Pessoa, Guarabira, Esperança, Campina Grande, Cuité, Monteiro, Patos, Itaporanga, Saúde 15 Catolé do Rocha, Cajazeiras, Sousa, Princesa Isabel, Itabaiana, Pombal, Mamanguape.

Educação 03 João Pessoa, Itaporanga, Mamanguape.

Guarabira, Esperança, Campina Grande, Cuité, Monteiro, Patos, Itaporanga, Catolé do Rocha, Abastecimento D'água 13 Cajazeiras, Sousa, Princesa Isabel, Pombal, Mamanguape. Guarabira, Esperança, Campina Grande, Estradas 08 Monteiro, Patos, Cajazeiras, Princesa Isabel, Itabaiana.

Segurança Pública 03 João Pessoa, Cuité, Catolé do Rocha.

Habitação 01 Sousa Agricultura 01 Pombal

Tabela 3. Eixos Prioritários em 2013: Eixos Prioritários Qnd. Discriminação Regiões João Pessoa, Guarabira, Solânea, Esperança, Campina Saúde 14 Grande, Cuité, Monteiro, Itaporanga, Catolé do Rocha, Cajazeiras, Sousa, Itabaiana, Pombal, Mamanguape. João Pessoa, Guarabira, Campina Grande, Cuité, Educação 13 Monteiro, Patos, Itaporanga, Catolé do Rocha, Cajazeiras, Sousa, Princesa Isabel, Pombal, Mamanguape.

Solânea, Esperança, Cuité, Patos, Itaporanga, Catolé do Abastecimento D'água 10 Rocha, Princesa Isabel, Itabaiana, Pombal, Mamanguape.

Guarabira, Solânea, Esperança, Monteiro, Patos, Estradas 02 Cajazeiras, Princesa Isabel, Itabaiana,

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Segurança Pública 01 João Pessoa, Campina Grande

Cultura 01 Sousa.

Tabela 4. Eixos Prioritários em 2014: Eixos Prioritários Qnd. Discriminação Regiões Cajazeiras, Campina Grande, Catolé do Rocha, Cuité, Saúde 15 Guarabira, Itabaiana, Itaporanga, João Pessoa, Mamanguape, Monteiro, Pombal, Patos e Sousa. Cajazeiras, Campina Grande, Catolé do Rocha, Cuité, Educação 16 Guarabira, Itabaiana, Itaporanga, João Pessoa, Mamanguape, Monteiro, Pombal, Patos, Princesa Isabel e Sousa.

Abastecimento D'água 05 Cuité, Itaporanga, Patos, Pombal e Princesa Isabel.

Estradas 04 Guarabira, Cajazeiras, Itabaiana e Mamanguape.

João Pessoa, Campina Grande, Monteiro, Catolé do Rocha e Segurança Pública 05 Princesa Isabel. Habitação 01 Guarabira Saneamento Básico 01 Sousa

Tabela 5. Eixos Prioritários em 2015: Eixos Prioritários Qnd. Discriminação Regiões Cajazeiras, Sousa, Mamanguape, Guarabira, Campina Grande (Esperança), Guarabira (Solânea), Catolé do Rocha, Educação 16 Pombal, Monteiro (Sumé) Cuité, Itabaiana, Patos, Campina Grande (Boqueirão), Itaporanga, Princesa Isabel e João Pessoa. Cajazeiras, Sousa, Mamanguape, Guarabira, Campina Grande (Esperança), Catolé do Rocha, Pombal, Cuité, Saúde 13 Itabaiana, Patos, Sumé, Campina Grande (Boqueirão) e João Pessoa. Sousa, Guarabira (Solânea), Catolé do Rocha, Princesa Abastecimento D'água 07 Isabel, Pombal, Patos e Itaporanga.

Esperança, Guarabira (Solânea), Cuité, Campina Grande Segurança Pública 06 (Boqueirão), Mamanguape e João Pessoa.

Estradas e Rodagens 05 Cajazeiras, Itabaiana, Sumé, Itaporanga e Princesa Isabel.

Habitação 01 Guarabira

22 Tabela 6. Ações Demarcadas na Lei Orçamentária Anual Ano Ações demarcadas na LOA Valor 2012 210 ações R$ 1.169.162.534,00 2013 233 ações R$ 1.844.000.000,00 2014 270 ações R$ 1.866.718.918,00 2015 258 ações R$ 1.759.847.984,00

Tabela 7. Participação Popular: as audiências regionais dos ciclos de 2011 a 2015 Participação Região Sede 2011 2012 2013 2014 2015 1ª João Pessoa 2.500 2.622 1.917 4.052 4.364 2ª Guarabira 880 1.200 932 1.357 2.420 2ª - - 1.140 - - 2ª Solânea - - - 2.320 1.780 3ª Soledade - 716 - - - 3ª Esperança 700 827 1.316 1.423 2.680 Campina 3ª 1.085 840 Grande 1.235 1.837 2.495 4ª Cuité 721 985 1.566 1.712 2.050 5ª Monteiro 1.046 986 1.008 1.382 2.036 6ª Patos 636 951 1.180 2.132 2.784 7ª Itaporanga 803 1451 1.299 1.653 2.183 Catolé do 8ª 735 950 Rocha 789 - 1.800 8ª São Bento - - - 1.230 - 9ª Cajazeiras 563 1.252 1.255 1.650 2.500 10ª Sousa 444 1.175 1.311 1.010 1.350 Princesa 11ª 950 1.507 Isabel 1.609 1.549 1.824 12ª Itabaiana 862 1.617 1.992 2.114 2.160 13ª Pombal 633 1.085 1.264 2.140 2.115 14ª Mamanguape 777 953 1.295 2.640 2.140 Total 13.335 19.117 21.108 30.201 36.681

23 REFERÊNCIAS

DYE, Thomas D. Understanding Public Policy. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice- Hall. 1984

LASWELLLaswell, H.D. Politics: Who Gets What, When, How. Cleveland, Meridian Books.1958.

LYNNLynn, L. E. Designing Public Policy: A Casebook on the Role of Policy Analysis. Santa Monica, Calif.: Goodyear. 1980

MEAD, L. M. Public Policy: Vision, Potential, Limits, Policy Currents, Fevereiro: 1-4. 1995.

OLIVEIRA, José AntonioPuppim. Repensando Políticas Públicas: Por Que Freqüentemente Falhamos no Planejamento

PETERS, B. G. The Politics of Bureaucracy. White Plains: Longman Publishers. 1995.

SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Revista Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez 2006, p.20-45.

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AUTORIA

Gilvanildo Pereira dos Anjos – Secretário Executivo do Orçamento Democrático Estadual, Governo do Estado da Paraíba Endereço eletrônico: [email protected] Telefone: (83) 98828-8419 ou 99683-8561

Tereza Cristina Elias Cantalice Oliveira – Assessora de Imprensa Endereço eletrônico: [email protected] Telefone: (83) 98640-8349 ou 99316-9750

Leandro de Pontes Araújo – Gerente executivo do Núcleo de Planejamento e Gestão da Informação

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Endereço eletrônico: [email protected] Telefone: (83) 98891-6436

Germano Barbosa Firmino – Assessor de Imprensa Endereço eletrônico: [email protected] Telefone: (83) 98868-0501