Lobo solitário de feroz individualismo, Foi num ambiente de pânico e confusão, escritor que se caracteriza pela audácia de vilanias, de sadismo, com que rompe, em seus romances, todos de boçalidade que um jornal — os cânones da hipocrisia burguesa, Cony o Correio da Manhã — começou a erguer passou a desempenhar conscientemente no , com a força de seu o papel de aríete com que os homens prestígio, uma primeira e corajosa linha livres forçavam as portas da masmorra de defesa da democracia ofendida e ditatorial que os notórios inimigos da humilhada pelas pérfidas manobras dos democracia desejavam construir no inimigos da emancipação nacional. Brasil. Paladino sem filiação política, A firmeza com que Niomar Moniz cruzado sem cruz, Cony erguia sua voz Sodré Bittencourt conseguiu, sob e brandia sua pena, qual novo Cid, em ameaças e perigos reais, manter essa defesa da dignidade essencial do ser brilhante campanha merecerá, um dia, a humano, ponto de apoio e meta final Heitor Carlos devida atenção e o emocionado respeito de todas as ideologias que procurem dos cronistas desta fase de nossa História. conduzi-lo a futuro de plena realização. Das páginas vibrantes do Correio da carlos CONY Neste livro, que ficará histórico, que carlos Manhã saía um alento de liberdade que não marcará apenas um momento, mas heitor heitor entusiasmava e soerguia, do lodo e da todo um sentido de grandeza, estão abjeção, todo um povo envergonhado reunidas as crônicas que Cony escreveu e cabisbaixo. Otto Maria Carpeaux, nos dias incertos e perigosos que o Brasil Márcio Moreira Alves, Hermano Alves, viveu em 1964. Quem passou por eles, Antonio Callado, Edmundo Moniz foram quem lhes provou o sabor amargo, deles CONYÉ sabido o papel de Carlos Heitor Cony O ato e o fato soldados que não se retraíram diante do jamais se esquecerá. nos dias atormentados que o país viveu e CONY perigo e deram forma e substância a essa continua a viver. Muitos e variados riscos O ato e o fato contraofensiva tão digna quanto solitária. foram enfrentados, para que lhe fosse – Ênio Silveira Nenhum outro jornal, em todo o Brasil, possível comportar-se como homem e como (editor da 1a edição deste livro) O som e a fúria11a edição do que se viu escritor. Cony honrou os dois títulos. teve a coragem de seguir o exemplo do A crônica final e a carta que se segue mostram no Golpe de 1964 Correio da Manhã. o preço que lhe custou esse comportamento e Mas um jornalista do Correio, mais são ainda um retrato da realidade brasileira. do que qualquer outro, se transformou Um retrato triste, sem dúvida. Mas o que nos no panfletário que a hora exigia e a nação importa é que esse cronista admirável tenha esperava para lavar a face e levantar a sido, como foi, de forma extraordinária — um ISBN: 9788500031984 momento da consciência humana. cabeça. Seu nome, hoje conhecido em todo Capa: Victor Burton Imagem de capa: Golpe Militar de 1964. – Nelson Werneck Sodré 9 788500 031984 o Brasil: Carlos Heitor Cony. Repressão na rua da Praia. Porto Alegre, 02/04/1964. Crédito: Acervo Iconographia

o ato e o fato CAPA.indd 1 21/05/18 11:22 11a edição © 2014 by Carlos Heitor Cony

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Cony, Carlos Heitor. C768a O ato e o fato: o som e a fúria do que se viu no Golpe 11. ed. de 1964 / Carlos Heitor Cony – 11. ed. – Rio de Janeiro: Edipass, 2018. 216 p.

ISBN: 9788500031984

1. História – Ditadura Militar – Brasil. I. Correio da Manhã. II. Título.

CDD 980 CDU 930.2 (81) O autor

Carlos Heitor Cony é um importante representante do neorrealismo brasileiro, uma corrente literária do século XX voltada para as questões sociais, políticas e econômicas. Trabalhou na imprensa desde 1952, atuando como colunista da Folha de S.Paulo e comentarista da rádio CBN. O livro O ato e o fato foi publicado pela primeira vez ainda em 1964, logo após o Golpe Militar. Seu lançamento foi o primeiro ato de protesto civil depois do golpe. A obra reúne crônicas publicadas no jornal Correio da Manhã, que faziam críticas ao regime militar instaurado naquele mesmo ano.

O gênero textual crônica e a obra de Cony

A crônica é um gênero literário que se caracteriza por ser uma narrativa curta, em que se conta um fato ou costume do cotidiano, podendo aproximar-se do teor jornalístico. Nesta obra, já a primeira crônica relata o dia 1º de abril de 1964. Cony relata o que viu: euforia, covardia, medo e armas. O autor, diante dos acontecimentos que deram início ao período do regime militar no Brasil, escreveu os atos que marcaram esse fato histórico. Em cada crônica o escritor narra a história acontecendo diante de seus olhos. Ao lermos essas crônicas nos dias atuais, podemos retraçar a história brasileira recente, o que nos provoca a pensar em nossa estrutura política e nas esferas de poder. Entender, especialmente, que o restabelecimento da democracia no país aconteceu há tão pouco tempo dá uma dimensão nova para o papel do jovem na construção das bases política e social do Brasil, a partir da conscientização de sua atuação como cidadão e personagem ativo da sociedade.

Cony, apolítico, ficou furioso quando seus amigos foram pre- sos, e começou uma campanha sozinho, no Correio da Manhã, contra o arbítrio da ditadura. Foi ameaçado de espancamento, morte, e processado pelo ministro do Exército, Costa e Silva.

Toda nossa geração passou pelas angústias do protagonista de Pessach: a travessia. Cony é um artista, um colega, um amigo, e conhecê-lo enriquece a minha vida.

Paulo Francis

v

É contra isso que se revolta Carlos Heitor Cony, e por isso mes- mo esse cético, que esconde atrás da máscara de um cinismo feroz seu sentimentalismo inato, surpreendeu-nos novamente, pelas suas atitudes na vida pública. A mesma virilidade que o fez contemplar o espetáculo feio da vida, sem cair em desespero definitivo, inspirou-lhe no momento de servilismo generalizado sua atitude justa: sem dar razão aos vencidos, defende-os contra iniquidades que ninguém merece; e castiga os vencedores.

Otto Maria Carpeaux

A Otto Maria Carpeaux memória, lição e saudade

Sumário

Da salvação da pátria...... 13 O manifesto dos intelectuais...... 16 O sangue e a palhaçada...... 23 O Medo e a Responsabilidade...... 26 O ato e o fato...... 29 Revolução dos caranguejos...... 32 Ameaças e opinião...... 35 Um passo atrás na direção certa...... 37 Anistia...... 40 A natural história natural...... 43 O povo e os caranguejos...... 46 Farto material subversivo...... 50 Um castelo no ar...... 53 Res sacra reus...... 56 A reação fascista ou Mme. Nhu de calças vai a Paris...... 59 Missa de trigésimo dia...... 61 Cipós para todos...... 64 A herança...... 68 Um velho cabo de guerra...... 71 A necessidade das pedras...... 74 Waterloo e o desconfiômetro...... 77 Judas, o dedo-duro...... 80 Cuba...... 83 Até quando?...... 86 Mera coincidência...... 89 Da coisa provecta...... 92 A hora dos intelectuais...... 95 Os anônimos...... 97 A estupidez dos prebostes...... 100 A afronta e o latrocínio...... 103 Ainda os intelectuais...... 106 Missa de segundo mês...... 109 Um apelo...... 112 O sangue e a pólvora...... 114 Bonde errado...... 117 A falta que não faz falta...... 120 Réquiem para um marechal...... 123 Cacho de bananas...... 125 Capim-melado...... 128 A culpa do marechal...... 130 A figueira e o pescoço...... 133 A Idade de Ouro...... 135 A vaca togada...... 138 Os estudantes...... 141 Salomé e a dança...... 144 A rima e a insistência...... 147 Sansão e o climatério...... 150 Na cova do leão...... 153 Maomé e a montanha...... 156 Epístola ao marechal-presidente...... 159 As eleições do CACO...... 162 Aos meus leitores...... 165 Compromisso e alienação...... 168 Urnas e quartéis...... 171 Das eleições, ainda...... 174 O maior crime...... 177 A situação vigente...... 180 Ato Institucional II...... 183 Uma palavra ainda...... 187

Memórias A revolução dos caranguejos...... 192

13 O ato e o fato - - Da salvação da pátria da salvação Da

Estou impossibilitado de ajudar os gloriosos herdeiros E vejo. Vejo um heroico general, à paisana, comandar um heroico E vejo. Vejo Apesar da ordem médica, decido interromper o sossego o interromper decido ordem médica, da Apesar que o sossego subitamente se transforma em desassossego: que osto em sossego por uma cirurgia e suas complicações, eis eis e suas complicações, uma cirurgia osto em sossego por

de Caxias, mas vendo o general em tarefade Caxias, mas vendo o general em aparentemente tão chego-me a ele e, antes de oferecer meus prés insignificante, importanteconcen e paralelepípedos dois apanha gloriosa: e do outro. em cima tra-se na brava façanha de colocar um e árvores. Impedem o cruzamento da avenida Atlântica com a da avenida e árvores. Impedem o cruzamento mais destina-se à missão Nabuco. Mas o general rua Joaquim alguns rapazes naquilo que mais tarde o repórter da TV-Rio tardemais TV-Rio da repórter o que naquilo rapazes alguns rapazes arrancam bancos chamou de “gloriosa barricada”. Os vou eu, trôpego e atordoado, ver o povo e a História que ali, povo e a História que vou eu, trôpego e atordoado, ver o barbas, está sendo feita. em minhas e assuntar: ali no Posto Seis, segundo me afirmam, há briga e segundo me afirmam, Seis, e assuntar: ali no Posto no patriotismo e nos sadios morte. Confiando estupidamente Armadas, lá Forças as nossas gloriosas norteiam princípios que minha filha surge esbaforida dizendo que há revolução na rua. dizendo filha surge esbaforida minha P 14 Carlos Heitor Cony lá estão, intactos, invencidos, umemcimalá estão,intactos, dooutro.Vou lá passar emglóriasobreminha cabeça. dos, erguemogeneralem triunfo. Vejo obravocabodeguerra sadia juventude,bem-nutridos, bem-fumados, bem-motoriza espécie éaderir. rebeldes ounão,aderem,que anaturaltendência dahumana rir aosrebeldes”.Aconfusãoérápida.Nãohárebeldes e todos, Copacabana, pois ninguém sabe aocertooque significa “ade aderiu aosque sechamavamderebeldes. sabendo que haviatãosólidaresistência, desistiudovexame— paralelepípedos dogeneralforameficazes:oIExército, em à ruaparasaberoque sepassava,ouçopelorádio que osdois panhia dobardoCarlosDrummonddeAndrade,que descera à minha estúpidaignorância. rua ondemoro.Nãodigo nemperguntomaisnada.Retiro-me todo umExército comdois paralelepípedosalinaesquina da Acreditava,atéentão,quetos militares. dificilmente sedeteria —, semprenutri profundaeinarredávelignorância emassun modestamente: pípedos tãosabiamentecolocadosumsobreooutro. timos patrióticos,perguntoparaque servemaqueles paralele Os rapazesdeCopacabana,belosespécimes denossa Nessa altura, há confusão na avenida Nossa Senhora de Qual nãoémeupasmoquando, daliapouco,emcom talvez porissomesmo Apesar deoficial dareserva—ou — Issoéparaimpedir ostanquesdoIExército! O intrépido soldado não se dignou a olhar-me. Rosna, — General,paraque éisto? Olho ochão.Por acasoounão,osdois paralelepípedos - - - - - 15 O ato e o fato - - - ) -4-1964 (2 e surge uma bandeira nacio bandeira e surge uma * — É campeonato do mundo? — É campeonato não. — Também eu E que é. Recolho também fico. o saber fica sem Ela Minha filha, ao meu lado, exige uma explicação para meu lado, exige uma explicação Minha filha, ao — É carnaval, papai? — Não. Das janelas, cai papel picado. Senhoras pias exibem seus Senhoras pias cai papel picado. Das janelas, * Uma pequena lanchonete no Posto Seis, onde depois se instalou onde depois um banco. Seis, lanchonete no Posto * Uma pequena -me ao sossego e sinto na boca um gosto azedo de covardia. -me ao sossego e sinto na boca um aquilo tudo. aquilo nal. Cantam a hino também o todos que e declaram nacional pátria está salva. pios e alvacentos lençóis, em sinal de vitória. Um Cadillac Um Cadillac em sinal de vitória. lençóis, pios e alvacentos para perto do “Six” conversível perto, com a ponta com a perto, relati É coisa tento derrubá-los. sapato do fácil. vamente 16 Carlos Heitor Cony N lho, Moacir C.Lopes,JoséRoberto Teixeira Leite eRodolfo doCTI foramosseguintes:CamposdeCarva tariamente que osnomesque redigíamosnotas, secassaramvolun estas Atéomomentoem deretirarseusnomesdalista. E trataram que, “iludidos emsuaboa-fé”,nãosabiam doque setratava. em facedapublicação,escreveramaosjornaisafirmando CTI, comaindispensáveldesignatários.Alguns destes, lista buição aogovernocomunista dosr. JoãoGoulart. introito, osintelectuaissignatárioseramacusados decontri queno introito redigidoNeste por“umgrupodedemocratas”. pela quartelada, nãotiveramoescrúpulodeimpedir umpe vespertinos, maisdiretamente comprometidosebeneficiados Intelectuais. Algunsjornaisrecusaram-seaisso,masosdois o manifesto defundaçãodoComandodosTrabalhadores paga, sobaresponsabilidadede“umgrupodemocratas”, Para refrescaramemória,transcrevoomanifesto do vespertinos doRiodeJaneiro publicaramcomomatéria os dias que seseguiramàquartelada de1ºabril,dois O manifestodosintelectuais - - - - 17 O ato e o fato ------congregar trabalhadores intelectuais, na sua mais am intelectuais, na sua congregar trabalhadores tica e nacionalista, populares, com as demais forças arregimentadas na marcha por uma estruturação me brasileira. lhor da sociedade pla e autêntica conceituação; fortalecendo-ascultura brasileira, dentro de uma ação geral, efetiva e solidária; apoiar as reivindicações específicas de cada setor da as reivindicações apoiar democrá da formação de uma frente única, participar

Com este propósito de união são convocados todos os tra Com este propósito de união b) c) O CTI tem por finalidades: a) Compreendendo a necessidade de maior coordenação a necessidade de maior coordenação Compreendendo COMANDO DOS TRABALHADORES INTELECTUAIS DOS TRABALHADORES COMANDO dades do CTI, desejam nele atuar acima de personalismos ou dades do CTI, desejam nele atuar acima de secundários motivos de dissensão. balhadores intelectuais que, estando de acordo com as finali balhadores intelectuais que, setores da cultura brasileira, resolveram fundar um movimento resolveram fundar um brasileira, setores da cultura Intelectuais (CTI). dos Trabalhadores Comando denominado líticas que marcam o processo brasileiro de emancipação eco de emancipação processo brasileiro marcam o líticas que aos vários intelectuais, pertencentes —, trabalhadores nômica entre os vários campos em que se desenvolve a lutaa desenvolve se eman pela em que campos vários os entre às lutas ligada do país — essencialmente cultural po cipação Mayer. Por conseguinte, o leitor, ao ler esses nomes na lista na ler esses nomes ao o leitor, conseguinte, Por Mayer. não está lendo. faça de contaa seguir, que 18 Carlos Heitor Cony Lima Sobrinho —DiasGomesÉdison Carneiro—Ênio Alex Viany —Álvaro Lins—Álvaro Vieira Pinto—Barbosa seus organismos dedireção. da no decorrer do mês de novembro, com o convocando-os paraaPrimeiraAssembleiaGeral,ser realiza declaram fundadoo intelectuais nopaís,osabaixoassinados,porestedocumento, tar deformaamplaopensamento dos que exercematividades traram aurgênciadacriaçãodesseórgãocapazde represen tivos dasforçaspopulares; a sua presença conjuntamente com os demais órgãos representa possam os intelectuais emitir os seus pronunciamentos e afirmar constituir umativosetordelutadessascorrentesprogressistas; várias correntesprogressistas; cessidade cadavezmaiordacoordenaçãoeunidadeentreas Como seutextodebase,foi elaboradooseguintedocumento: de golpedadireita eemdefesadasliberdadesdemocráticas. junto àsdemaisforçaspopularesagrupadascontraastentativas duranteaúltimacrisepolítica, tes, paraque arepresentassem, 5 docorrentemês,deuaumgrupode13dosseuscomponen deres que uma numerosa assembleia de intelectuais, reunida a Considerando que osacontecimentosrecentesdemons Considerando ainexistência de umórgãomediante oqual Considerando que osintelectuaisnãopodemdeixarde Considerando que a situação política do país impõe a ne convocaçãonasceudoexercício dadelegaçãodepo Esta

CTI esolicitamaadesãodosintelectuais, Rio deJaneiro, 7

de outubro1963 objetivo de eleger os - - . - - - - -

19 O ato e o fato

------Geir Campos — Astrojildo Pereira — Paulo — Paulo Campos — Astrojildo Pereira Geir dual) — Modesto Justino de Oliveira — Hélio de Oliveira dual) — Modesto Justino — A este documento de fundação — ainda aberto para rece — ainda aberto de fundação A este documento gisa Nery Car — José Condé — Joaquim Mendes Campos — Eneida — Mário Jurandir dozo — Nestor de Holanda — Dalcídio Reynal — Gullar Ferreira — Tati Miécio — Brito Silva da Médica) — José Paulo Drummond — Álvaro Dória — Valé Drummond — Álvaro — José Paulo Médica) rio Konder — Mauro de Lossio Leiblitz. Bernardo Goldwasser — Edson Cláudio — Artur Lycio Pon — Artur Lycio Bernardo Goldwasser — Edson Cláudio Miranda — Carlos Ebert — Hircio tual — David Weissman Wettreich Tuny Milanez — Bernardo — José de Albuquerque Cazé. — Paulo Alberto M. de Barros (Dep. Estadual) — Sinval Palmeira (Dep. Estadual)Alberto M. de Barros — Sinval Palmeira (Dep. Esta­ Pestana — Cláudio Guimarães Ferreira Saboya — Pedrílvio Magalhães. LITERATURA: Aníbal Machado — Álvaro Moreyra — Adal LITERATURA: MEDICINA: Mauro Lins e Silva (da direção da Associação da Associação (da direção MEDICINA: Mauro Lins e Silva ARQUITETURA: Flávio Marinho Rêgo — Júlio Graber — ARQUITETURA: DIREITO: Max da Costa Santos (Dep. Federal) — Paulo — Paulo da CostaDIREITO: Max Santos (Dep. Federal) Brasileira — já apuseram as suas assinaturas, passando assim as suas assinaturas, passando assim — já apuseram Brasileira do CTI, os seguintes intelectuais: a ser membros fundadores bimento de adesões, em listas que podem ser encontradas, até em listas podem ser encontradas, bimento de adesões, que nas livrarias São José, Ler e Civilização 31 de outubro, o dia Silveira — — M. Cavalcanti Proença — Moacyr — Moacyr Proença — M. Cavalcanti Amado — Jorge Silveira — Osny — Oscar Niemeyer Sodré — Nelson Werneck Felix Duarte Pereira. 20 Carlos Heitor Cony ARTES PLÁSTICAS:DiCavalcanti—IberêCamargo TEATRO: Francisco de Assis— Oduvaldo Vianna — Eurico MÚSICA: CarlosLyra—JoséLuizCalazans(Jararaca). CIÊNCIA: JoséLeite Lopes—Jaques Danon. Lopes —CamposdeCarvalhoSylvanPaezzo —Jurema drade —EdnaSavagetCarlos Heitor Cony—Moacir C. — JoãoFelício dosSantos—BeatrizBandeira —ArydeAn — Cláudio MelloeSouza—A.PizarroPereira Jacobina Brandão —EsdrasdoNascimento —LuizPaiva deCastro Marques — HomeroHomem—JamesAmadoOtávio do Jardim —ReynardPerez —Felix Athayde—Oswaldino via LeonChalreo—Claudius. Scliar —KumbukaEdith Behring—LygiaPape —Síl — Djanira —Darel Valença —Poty Lazzarotto— Carlos José Roberto Teixeira Leite (Diretor do Museu Nacional) Gledis —MariaRibeiro —Wanda Lacerda—Vera Gertel. Filho—CelsoCardoso Coelho—Maria Ribeiro —Costa ro (Scandall)—JacksondeSouzaAryToledo —Agildo — RodolfoMayerAntônio Sampaio—J. SebastiãoAma valho —Ferreira nhares —MárioBrasini —RodolfoArenaRafaeldeCar — Tereza Rachel — Miriam Pérsia — Yara Sales — Luiz Li nieri —JoséRenatoFlávioRangelModestodeSouza Silva —OduvaldoViannaFilhoGianfrancescoGuar — RobertoPontual. Finamour —GuidoWilmarSassiJúlioJosédeOliveira Maia —FlávioMigliácio —JoelBarcelos ------21 O ato e o fato ------— Teixeira Filho (Secretário da Federação Nacional dos dos Nacional da Federação Filho (Secretário — Teixeira — Franco — Oranice Radialistas) — Giuseppe Ghiaroni (Diretor Froes Hemílcio Amaral Gurgel — Janete Clair — de Sindicato do Radialistas e dos Nacional Federação da Santos — Luís Carlos Saldanha — David Neves — Fernan Santos — Luís Carlos Saldanha — Azevedo — Célio Gon do Duarte — Ítalo — Alinor Jacques çalves — Braga Neto. Ramiro Melo — Sérgio Sanz — Fernando Amaral — Leon Sanz — Fernando Melo — Sérgio Ramiro Saul Le — Farias Rocha — Marcos — Glauber Hirszman chtamaches — — Roberto Pires — Paulo — Ar Lima Júnior Gil Soares — Eliseu Visconti — Walter Lima — Ruy — Waldemar naldo Jabor — Mário Carneiro — José Dias da Silva. — João dos Santos Nelson Pereira — Saraceni César Paulo Raposo — Miriam Glazman — Edwaldo Cafezeiro — Maria Glazman — Edwaldo Cafezeiro Raposo — Miriam Lauryston Gomes — Bandeira — Dulcina de Paiva Lia Faria de Alcân Luiz Araújo — Pedro Guerra — Antônio Pereira — tara de Faria — Marly Casas — Alberto Latorre Figueira Pinto. Rosemonde de Castro dos Professores) — Pedro Gouveia Filho — Sarah Castro — Filho Gouveia — Pedro dos Professores) Barreto (da Confe de Almeida Andrade — José Barbosa de Braga de Carvalho — Ony dos Professores) deração Nacional Abend — Cursino — Iron Teixeira — Robespierre Martins Carlos Lisboa — Emir Ahmed (da Confederação Nacional Nacional Ahmed (da Confederação — Emir Carlos Lisboa RÁDIO E TELEVISÃO: Chico Anísio — Moacyr Masson Masson Moacyr — Anísio Chico RÁDIO E TELEVISÃO: CINEMA: Joaquim Pedro de Andrade — Miguel Borges — Pedro CINEMA: Joaquim EDITORES: Jorge Zahar — Carlos Ribeiro — Irineu Garcia Garcia — Irineu Zahar — Carlos Ribeiro EDITORES: Jorge EDUCAÇÃO: Heron de Alencar — Carlos Cavalcanti — José — Cavalcanti — Carlos de Alencar Heron EDUCAÇÃO: 22 Carlos Heitor Cony ECONOMIA: CidSilveira —DomarCamposOswaldo JORNALISMO: —Plínio deAbreu Jorge CarlosLeite Ribeiro. sos Guimarães — Theotônio Júnior — Helga Hoffmann — Wanderley Guilherme—AristótelesMouraAlbertoPas Gusmão —CibilisdaRochaVianaPaulo Schilling— Flávio Pamplona —WilsonMachado. — Barboza Mello — Muniz Bandeira — Osmar Flores — — RenatoGuimarãesDarwinBrandãoOtávioMalta lherme Mendes — Cláudio Bueno Rocha — Luiz Quirino Tati deMoraes—LuizLunaHeráclioSales —JoséGui Garret — Domício Costa —WalterGarret —Domício Costa Alves—GeraldoLuz. Ilka Maria—GerdaldosSantosRodneyGomesJonas Monjardim —MariaAliceBarretoCéliadeCastro —Gracindo Júniorda Matta —NeuzaTavares —Mário — NoraNeyÊnio Santos—ÍsisdeOliveira —Newton Radialistas daGuanabara)—NaraLeãoJorgeGoulart

Ramos — - - 23 O ato e o fato - - - O sangue e a palhaçada O sangue

cristãos personagens fizeram publicar em jornais desta fizeram publicar em jornais cristãos personagens scondidos no pseudônimo coletivo, alguns valentes e coletivo, alguns valentes no pseudônimo scondidos Meu nome — e tenho muita honra nisso — figura e figu nisso Meu nome — e tenho muita honra Em sua parte essencial, o manifesto define as finalidades o manifesto Em sua parte essencial,

por uma estruturação melhor da sociedade brasileira.” por uma estruturação melhor da sociedade seja idêntico ou em essência, que, manifesto rará em qualquer formação de uma frente única, democrática e nacionalista, formação de uma frente única, com as demais forças populares, arregimentadas na marcha específicas de cada setor da cultura brasileira, fortalecendo-as brasileira, cultura setor da cada específicas de da efetiva e solidária; c) participar geral, ação uma de dentro do CTI: “a) congregar trabalhadores intelectuais na sua maisdo CTI: “a) congregar trabalhadores reivindicações as apoiar b) conceituação; autêntica e ampla “ativamente para a implantação do governo comunista do sr. “ativamente para a implantação do sr. do governo comunista João Goulart”. balhadores Intelectuais (CTI), chamando a atenção do “Alto balhadores Intelectuais (CTI), chamando Militar”Comando trabalharam listaa para que signatários de praça, sob a responsabilidade e glória de “um grupo de de praça, sob a responsabilidade e glória mocratas”,do Comando dos Tra de fundação o manifesto E 24 Carlos Heitor Cony inadvertência devemserlembrados doque semprepensei do do sr. JoãoGoulart. e que do governo em nada contribuíram para a implantação se nochumboparadarna medida dapágina,funçõesinglórias ali,metendoumsinônimo aqui,cortando invertendoumafra com ostítulos,aslegendas,fotos,adiagramação, aoficina, ção dasmaishumildes, porsinal.Gastominhas noites àsvoltas deminha literatura. rem, nãogostariam acredito sinceramenteque eles,alémdenãomecompreende a minha literatura.Nãoescrevoparaserlido porgeneraise que compreendam nemoaltobaixoComandoMilitar sexual, ahipocrisiasocial, ahipocrisiareligiosa.Nãoacredito denar emmeusromances:ahipocrisiapolítica, estruturas. Essaque mesmo. aíestánãopresta a sociedade brasileira precisa realmente denovasemelhores contrário. Tenho, mais do que nunca agora, a certeza de que manifesto enãovejorazõesparaalterarminha opinião. Pelo no ficoubemexplícita porumacoisa melhor,esta to, aluta essenciais doprograma.Masosentidobásicomovimen cediço egasto “nacionalismo” que presidiu aumdospontos mereceram minha aprovaçãopessoal.Tampouco gostei do dero issoque aíestá“melhor”. uma estrutura melhor da sociedade brasileira, pois não consi sociedade. Tenho odireito por eodeverdeparticipar daluta análogo aoque aíestá.Tenho odireito demecongregarem Mas nãosouapenasescritor. Trabalho emjornal,fun É issoque, emtermosdeficção,tenhoprocuradocon O manifesto élongo,enemtodososseusconsiderandos Quanto àsminhas crônicas, osque meleemportédio ou ------25 O ato e o fato - - - - - ) 7-4-1964 ( Nem muito Nem muito * “Lembram aquele Gomez do Gomez “Lembram aquele

: , lá está: “considero esta , lá está: “considero esquerda A Idade da Razão Da arte de falar mal Da arte de falar Continuo acreditando que nem o alto Comando Militar que acreditando Continuo ou da da generosidade, da complacência Não preciso O Ministério da Guerra ficava na praça da República e o Dops na rua da da Guerra ficava na praça da República O Ministério Relação. * é hora para degolas nem recuos. Quanto mais não seja, deve seja, não mais Quanto recuos. nem degolas para hora é mos evitar o sangue e a palhaçada. ou incivis do movimento vitorioso. Acredito que posso me dar posso me dar que do movimento vitorioso. Acredito ou incivis que Mais: acredito ao luxo de pensar com a própria cabeça. Não deve ficar com a própria cabeça em seu lugar. cada qual da República ou na rua da Relação para pensar. da República ou na rua da Relação civis líderes dos orientareime menos pronunciamentos pelos omissão de quem quer que seja. Não pedirei licença na praça licença na praça seja. Não pedirei que quer de quem omissão nem “o grupo de democratas” posi compreendam a minha de não tenho o direito mal por isso, pois ção. Não lhes quero são incapazes. de que exigir uma coisa era muito difícil ser Gomez.” difícil era muito defesa de teses — essas sim — necessárias”. E lembro um per essas sim — necessárias”. E lembro defesa de teses — sonagem de só porque era comunista o camarada Pois romance de Sartre? do livro se escoram uns aos outros em que imbecis um aglomerado de claro o meu pensamento a respeito de certa esquerda oportu de certa respeito pensamento a claro o meu esquerda página 25 À Goulart. João nistacercava o sr. e desonesta que sr. João Goulart e de seu governo. Em crônica publicada no publicada crônica Em de seu governo. e João Goulart sr. mais tarde crônica in plebiscito, às vésperas do ano passado, bem deixei Civilização Brasileira, livro editado pela cluída em