ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS.

ATA Nº 021

PRESIDENTE - SENADOR

O SR. NARRADOR (ABRAÃO LINCOLN) - Senhoras e Senhores, bom-dia. Daremos início à Audiência Pública da Comissão Externa de Riscos Ambientais, do Senado Federal, com o tema ações do combate ao desmatamento e à Operação Arco de Fogo, desencadeada pelo IBAMA, em parceria com a Polícia Federal. O Instituto Nacional de Pesquisa Espacial-INPE inseriu 19 municípios do Estado de Mato Grosso no mapa de desmatamento como destruidores da natureza, resultado assim no Decreto nº 6.231, de 21 de dezembro de 2007, que estabelece no Bioma Amazônia, ações relativas à proteção de áreas ameaçadas de degradação e à racionalização do uso do solo, de forma a prevenir, monitorar e controlar o desmatamento ilegal e alterar o Decreto nº 3.179, de 1999, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. A Operação Arco de Fogo vem asfixiando e restringindo as atividades econômicas na região. E, nesta problemática, a Comissão do Senado da República convidou os setores produtivos, políticos e toda população da região para debaterem os efeitos das medidas e desbravamento desta Operação. No entanto, a Comissão busca conhecer in loco a realidade sobre o desmatamento, mensurar a extensão dos danos sociais, as conseqüências ambientais e, principalmente, buscar alternativas para o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso. Compondo a Mesa de autoridades, convido, neste momento, o Exmº Sr. Senador da República do Estado de Mato Grosso, Jayme Campos (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Bom-dia a todos os presentes! Eu quero iniciar a composição da Mesa, chamando o Exmº Sr. Vice-Governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, neste ato, representando o Governador (PALMAS); o Exmº Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Deputado Sérgio Ricardo (PALMAS); a Srª Prefeita Municipal de Alta Floresta, Maria Isaura Dias Afonso (PALMAS); o Exmº Senador Leomar Quintanilha, Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, representante do Estado de (PALMAS); o Exmº Senador , Relator da Comissão Externa do Senado Federal para avaliar o Risco Ambiental, representante do Estado do Pará (PALMAS); o Exmº Senador Expedito Júnior, Relator da Subcomissão da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, representante do Estado de Rondônia (PALMAS); o Exmº Senador Gilberto Goellner, membro da Comissão de Meio Ambiente, do Estado de Mato Grosso (PALMAS); o Exmº Deputado Federal, companheiro Welinton Fagundes (PALMAS); o Exmº Deputado Riva, 1º Secretário da Assembléia Legislativa de Mato Grosso (PALMAS); os Exmºs Deputados Ademir Brunetto e Pedro Satélite (PALMAS); para representar a Câmara Municipal desta cidade, o Presidente da Câmara Municipal de Alta Floresta, Professor Paulo Florêncio (PALMAS); o Exmº Pág. 1 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Sr. Deputado Estadual Adalto de Freitas - Daltinho (PALMAS); o Exmº Sr. Secretário de Estado de Meio Ambiente, Luís Henrique Daldegan; (PALMAS); o Exmº Sr. Deputado Estadual, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, companheiro Dilceu Dal Bosco; (PALMAS); o Exmº Sr. Henrique Schneider, Promotor de Justiça, neste ato representando o Procurador Geral do Estado de Mato Grosso, Dr. Paulo Prado (PALMAS); o Exmº Sr. Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, companheiro Neldo Egon (PALMAS); o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso - FAMATO, Dr. Ruy Prado; o Presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso - ACRIMAT, Sr. Mário Cândia. Na qualidade de Presidente da Comissão Temporária Externa, criada pelo Requerimento nº 193 de 2008, destinada a verificar, in loco , o risco ambiental em que vivem os 31 municípios relacionados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial-INPE, em seu mapa do desmatamento, declaro aberto os trabalhos da 4ª Reunião desta Comissão, que temos a honra de comparecer, desta feita, na cidade de Alta Floresta. Convido todos para que em pé cantemos o Hino Nacional Brasileiro. (NESTE MOMENTO, É CANTADO O HINO NACIONAL BRASILEIRO). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Senhoras e senhores, bom-dia! Nós atrasamos tanto, por isso estou pensando que é tarde/noite, mas o que vale é a boa intenção. Srs. Prefeitos, Srs. Vereadores, população de Alta Floresta e região aqui presentes, antes de mais nada eu quero registrar a minha satisfação de, hoje, estar nesta Cidade região de Mato Grosso na qualidade de Presidente desta Comissão Externa, junto com os demais Senadores de nosso País e demais autoridades estaduais, com o princípio maior de tratarmos de assuntos com relação às questões ambientais do nosso Estado, mas, sobretudo, da região Norte de Mato Grosso. Lamentavelmente, nós temos acompanhado bem de perto a crise que se instalou aqui com relação à política ambiental. Nós sabemos da importância que esta região representa no contexto estadual, porque não dizer no contexto nacional. O objetivo maior desta Comissão é ouvir a população, ouvir o setor produtivo, a classe trabalhadora, as autoridades políticas, para que possamos juntos buscar uma saída inteligente, com propostas êxitosas que, certamente, poderemos continuar a crescer, prosperar e desenvolver, nunca perder de vista a compatibilização com a produção e, acima de tudo, não esquecer do homem que também faz parte do ecossistema. Lamentavelmente, Exmº Senador Leomar Quintanilha, que preside muito bem a Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, Senadores Flexa Ribeiro, Expedito Júnior e Gilberto Goellner, o Governo Federal, através do Decreto nº 6.321, inseriu no mapa do desmatamento da Amazônia dezenove cidades mato-grossenses, dentro do conjunto, trinta e seis cidades dos Estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso. O que originou esse decreto foi fruto de uma informação não precisa, através do DETER, ou seja, um órgão vinculado ao INPE, dados esses que, lamentavelmente, permitiu que o Governo baixasse esse Decreto, quase inviabilizando a nossa região. E para que Vossas Excelências que nos acompanham, que nos prestigiam neste ato, saibam, o Decreto é tão tendencioso que na medida em que as propriedades acima de quatro módulos terão todas elas de ser recadastrados, e todos nós sabedores que somos, o INCRA, no Mato Grosso e no Brasil, porque não dizer, ele é impotente para resolver não só os problemas de assentamento, mas, com certeza, quando se trata de um assunto tão importante que é o recadastramento que precisa do geo para que seja, com certeza, expedido esse novo CCR. Pág. 2 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Ora, se nós trouxermos todos os técnicos do Brasil para Alta Floresta e às demais cidades mato-grossenses, será impossível. Eu acho e quero crer que num prazo de oito a dez anos nós teremos direito ao acesso a esse novo CCR para que possamos ter financiamento e fazer qualquer transação imobiliária. Todavia, talvez por falta de uma boa informação, tudo isso aconteceu. Eu vou mais longe, se gasta hoje milhões de reais com uma Operação chamada Arco de Fogo, enquanto os recursos que estão sendo gastos com essa Operação... (PALMAS)... ele teria, esse mesmo recurso teria que ser aplicado em boas políticas públicas... (PALMAS). São algo em torno de trinta mil desempregados na região Norte e na região Noroeste, por falta naturalmente de uma política responsável. O que estamos fazendo aqui, povo amigo, população valorosa da região Norte, especificamente de Alta Floresta, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Apiacás, Paranaíta, Carlinda, Colíder, Sinop e assim por diante, nós estamos aqui para ouvir os senhores, para saber a verdade, porque o papel do Congresso Nacional é defender os interesses do povo brasileiro... (PALMAS)... e esta Comissão tem esse papel, para que não possamos continuar, certamente, como se fôssemos criminosos, bandidos, essas mesmas pessoas que foram induzidas a vir aqui nas décadas de 70, 80, habitar esta Floresta Amazônica através de uma civilização moderna que certamente já contribuiu muito para o Brasil, para a nossa região e para o nosso Estado (PALMAS). De tal forma, prezado amigo Vice-Governador Silval Barbosa, Deputado Sérgio Ricardo, Presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso e demais Deputados, nós estamos travando uma verdadeira guerra, uma verdadeira batalha, tanto é verdade que as pessoas de alguns órgãos governamentais deste País, quando o Senador Jayme Campos pronunciou, de uma certa feita, aqui nesta Cidade, na tribuna do Senado Federal, que eu não poderia permitir, como cidadão que recebeu quase oitocentos mil votos do povo mato-grossense, não poderia me curvar diante desta política perversa (PALMAS). Outro dia, um comando de fiscais do IBAMA foi na minha propriedade e lavrou um auto de infração. Eu quero dizer aos brasileiros do meu Estado que não terá nenhum cidadão neste País que vai intimidar o Senador, o brasileiro Jayme Veríssimo de Campos (PALMAS). Todas as vezes que depender de lutar com aminha inteligência, com minha força, com minhas energias, eu estarei defendendo, com certeza, o povo mato-grossense, o trabalhador, o produtor, aqueles que constroem a grandeza deste País (PALMAS). De tal forma, meus amigos e minhas amigas, quero dizer aos senhores e as senhoras, que esta Comissão que já veio do Estado do Pará, do querido Senador Flexa Ribeiro; que veio do Estado de Rondônia, do querido Senador Expedito Júnior; vocês podem ter certeza de que estes mesmos homens que estão aqui junto com o brilhante e valoroso Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, Senador Leomar Quintanilha, junto com o companheiro Senador Gilberto Goellner, não vamos se intimidar. Nós vamos a luta, vamos fazer com que possamos rever esse Decreto nº 6.321 porque, por incrível que pareça, esse decreto é inconstitucional (PALMAS). Já está na Comissão de Constituição, Justiça e um Decreto Legislativo, da Senadora Kátia Abreu, ao qual eu sou Relator, com toda clara evidência, que é o de nº 6.321. E terão que ser revistos os seus artigos 4º, 5º, 6º, 7º e 11, porque estão, com certeza, contrariando a Lei maior, que é a Constituição Federal do Brasil. De forma, meus Senhores, para não alongar no meu entendimento, que o que querem fazer conosco não se faz em nenhum País moderno, em nenhum País avançado. Pág. 3 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Ninguém veio aqui, ilustres ex-Prefeitos Robson Silva e Romoaldo Júnior, para proteger criminosos. Nós viemos aqui para defender o homem de bem, para defender essa mocidade, que depende da perspectiva de melhores dias... (PALMAS)... Nós estamos aqui para ser vistos de outra maneira. Dá-nos a entender, meus amigos, minhas amigas, por onde eu tenho passado, que essa questão do víeis ideológico não pode prevalecer. Nunca um pato selvagem poder ser mais importante do que um ser humano. Não! O pato selvagem não é mais importante do que nós, brasileiros (PALMAS). Dá-nos a entender, neste exato momento, ex-Prefeito Vicente da Riva, com clara evidência, que o pato é mais importante do que nós. Não! Não colocar as questões ideológicas juntamente às questões de políticas públicas para este País. Nós queremos que o Estado seja aliado da população e não que o Estado seja contra o seu povo. Nós pagamos os tributos, pagamos os impostos e vem a Força Nacional espancar jovens aqui, em Alta Floresta, e na cidade de Sinop!... (PALMAS). Isso não! Isso não! Esse não é o papel do Estado. Quem paga a Força Nacional, Senadores, é esse povo que trabalha. E, por isso, eu estou concluindo para ouvi-los. Eu quero dizer que é um prazer... Com certeza, os senhores têm companheiros de fé, não aqueles políticos que só aparecem aqui na época da eleição. Muitos não querem colocar a cara à tapa. É bom que se esclareça que, quanto aos que não querem se expor, não votem mais neles. Não! Vamos, com certeza, defender e votar os que, realmente, têm compromisso com a população e com esta região. Eu passo a palavra à Prefeita de Alta Floresta... Antes, nós temos que estipular um curto e breve tempo, porque nós temos que ouvir alguns segmentos da sociedade. De tal forma, ficam estipulados, inicialmente, quatro a cinco minutos aos inscritos, para continuarmos a nossa Audiência Pública, para que ela seja proveitosa e para que todos tenham o direito de falar e nós de ouvir. Com a palavra, a Srª Maria Isaura Dias Afonso, Prefeita de Alta Floresta (PALMAS). A SRª MARIA ISAURA DIAS AFONSO - Bom-dia a todos! Exmº Senador Jayme Campos, Presidente da Comissão Externa do Senado, que está nos visitando hoje, em seu nome, eu cumprimento os demais Senadores que compõem essa Comissão. Eu quero, também, cumprimentar o Vice-Governador do Estado, Sr. Silval Barbosa, neste ato, representando o Exmº Governador Blairo Maggi (PALMAS). Em nome do Deputado Ademir Brunetto, eu cumprimento os demais Deputados Estaduais que se fazem presentes; o Deputado Federal Welinton Fagundes; o Presidente da Câmara Municipal de Alta Floresta, Sr. Paulo Florência, e, em seu nome, os demais Vereadores aqui presentes; os Secretários de Estado aqui presentes; senhoras e senhores; professores, comerciantes, trabalhadores, madeireiros, pecuaristas, jovens, estudantes Sejam todos bem-vindos a esta Audiência Pública! Srs. Senadores, a presença de Vossas Excelências em Alta Floresta para tratar de um assunto de vital importância à sobrevivência da nossa região reacende, em nosso meio, a esperança de que alguém está olhando por nós com bons olhos. Em várias entrevistas, tanto locais, Pág. 4 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. quanto estaduais e na própria Assembléia Legislativa, por ocasião de uma Audiência Pública para tratar da questão do meio ambiente, eu disse que estávamos nos sentindo abandonados pelos nossos representantes políticos (PALMAS). Quem estava olhando para nós e não por nós era, hoje, graças a Deus, a ex-Ministra Marina Silva (PALMAS). Mas olhava com aquele olhar de ambientalista, de um gabinete bem refrigerado em Brasília, onde o homem não tem importância nenhuma na sua visão. Como disse o nosso Senador, muito bem dito... Ele até referiu-se a um pato. Mas eu acho que tem muita coisa! Inclusive, nós sabemos que a Bíblia, Senador, em Gênesis, diz que o homem foi criado para tomar conta de tudo que tinha sobre a face da terra. Mas pela política imposta pela ex-Ministra Marina Silva, o homem aqui não tinha importância nenhuma, apesar de ter sido trazido para cá há trinta anos, pelo nosso saudoso Ariosto da Riva, o último Bandeirante do século... (PALMAS)... O recado para nós estava muito claro: “Vocês podem ir embora daqui, que aqui, na Amazônia, não interessa mais que vocês fiquem. Não tem lugar para vocês aqui”. Esse foi o recado que entendemos deles. Por quê? Porque os americanos, os europeus, os asiáticos, que já destruíram toda a sua floresta, que são os maiores emissores de gás carbônico colocado na atmosfera, decidiram controlar a nossa vida e a nossa casa. O Governo Federal, baseado em dados irreais, falsos, mentirosos, fornecidos pelo INPE, ao invés de manter um diálogo conosco, com as nossas autoridades, de checar esses dados junto ao Governo do Estado, o que fez? A Ministra, como eu já disse, ex-Ministra, preocupadíssima em não desagradar os estrangeiros, denegriu com a nossa imagem no mundo todo, lameou, manchou a nossa honra, nos taxou de destruidores da floresta...(PALMAS)..., tratou-nos como bandidos, marginais, contraventores, quando, com o apoio do Ministério da Justiça, mandou a Polícia Federal e a Guarda Nacional invadir a nossa casa... (PALMAS). Srs. Deputados, Srs. Senadores, Alta Floresta é a nossa casa e nós vamos defendê- la! (PALMAS). E, agora, que o Governador Blairo Maggi provou que o INPE errou, o que vai acontecer? Será que o Governo Federal vai nos pedir desculpas por tudo que aconteceu? Ou continuará com a Polícia Federal e com a Guarda Nacional desfilando, de cima para baixo, na nossa cidade, nos carrões pagos e abastecidos com o dinheiro público? (PALMAS). Pasmem, Srs. Deputados, Srs. Senadores, freqüentando academias, boates, bares, festinhas... (PALMAS) ...espancando nossos adolescentes e desfilando metralhadoras para nos intimidar (PALMAS). Senador Jayme Campos, o senhor, que literalmente conhece toda a história deste nortão, sabe da garra desse povo que aqui está, da coragem e determinação desses desbravadores, leve até o Governo Federal, juntamente com os demais ilustres Senadores e nossos Deputados que compõe a Comissão Temporária Externa, o pedido veemente deste povo trabalhador e ordeiro para que seja determinada a imediata retirada da Polícia Federal e da Força Nacional da nossa casa... (NESTE MOMENTO, A PLATÉIA SE LEVANTA E SE MANIFESTA APLAUDINDO E ASSOVIANDO.) A SRª MARIA ISAURA DIAS AFONSO - Chega de humilhação! Precisamos de recursos financeiros e apoio técnico para produzir com sustentabilidade ambiental para matar a fome do mundo, porque é isso que estamos fazendo aqui (PALMAS). Os cento e cinqüenta - cento e cinqüenta milhões de reais -, quem sabe mais, gastos com a Operação Arco de Fogo poderiam transformar a nossa região, beneficiando o homem e também o meio ambiente, se é isso que realmente precisa (PALMAS).

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(PALMAS)... que é a volta da paz e da tranqüilidade na nossa casa. Muito obrigada (PALMAS). O SR. NARRADOR (ABRAÃO LINCOLIN) - Agradecemos a presença de todos os prefeitos da região, vereadores, secretários, representantes de instituições estaduais e federais, da população, da imprensa local, estadual, nacional e até internacional. Muito obrigado a todos. Lembrando que esta Audiência Pública está sendo transmitido ao vivo, através da Rádio Progresso. O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Srª Prefeita, estamos encaminhando para a Secretaria da Comissão, deliberado pelo Dr. Will e pelo Dr. Carlos, que se encontra aqui, e Dr. José Francisco, para que tomem conhecimento desses assuntos. Está presente aqui, requisitado por esta Comissão, o Delegado da Polícia Federal, Dr. Caio. Quero que registre em Ata também a reclamação da população de Alta Floresta... (PALMAS) O Dr. Caio é Delegado da Polícia Federal, requisitado por esta Comissão. Prosseguindo... (NESTE MOMENTO, A PLATÉIA GRITA PALAVRAS DE ORDEM.) O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Prosseguindo, é bom que se esclareça à população que o Dr. Carlos é Delegado da Polícia Federal de Brasília e está requisitado para esta Comissão para também ouvir a comunidade em relação às ações do DPF aqui no Estado. Convido para fazer uso da palavra o companheiro Valdenir José Dobri, Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL, que dispõe de cinco minutos. Por favor, seja o mais objetivo possível, companheiro Valdenir, para dar tempo para todo mundo falar. O SR. VALDENIR JOSÉ DOBRI - Muito obrigado, Senador. Certamente, em cinco minutos será possível. Comunidade de Alta Floresta. Queremos, Senador, em primeiro lugar, agradecer essa comunidade que compareceu, atendeu ao chamado para estar nesta Audiência Pública e estamos aqui para representá- los. A Operação Arco de Fogo, Srs. Senadores, senhores, foi deflagrada através de material mentiroso divulgado pelo INPE e aceito pelo Ministério do Meio Ambiente, mas tão rápido e prontamente desqualificado pela Secretaria de Meio Ambiente do nosso Estado. O Governo Federal deflagrou essa operação milionária com o objetivo de desocupar o extremo Norte do Estado de Mato Grosso, bem como regiões dos Estados de Rondônia e Pará, determinando intempestivamente a Operação Arco de Fogo. Pág. 6 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Essa desocupação, Sr. Senador, está sendo conseguida, mesmo que de forma lenta e não totalmente visível, mas ela existe com a falta de investimentos, com a falta de investidores interessados em vir para esta região. Também os investidores locais, alguns terminando seus investimentos aqui e já direcionando investimentos para outra região onde o Governo Federal aceita que haja investimento. Entendemos, então, que essa desocupação já está em andamento. O terrorismo psicológico e físico imposto pelas forças da Polícia Federal e, principalmente, pelas práticas hostis da Força Nacional de Segurança, com suas ações abusivas e espalhafatosas, estão transformando a nossa cidade e região numa terra de lei marcial, com toque de recolher e tudo, onde impera o medo e o terror quando encontra esses policiais que freqüentam, com o direito que eles têm também, mas com a mesma liberdade que todos deveriam ter nos ambientes mais diversos na nossa cidade, sem posturas condignas que possam merecer nosso respeito. A queda nas vendas do nosso comércio, Sr. Senador, assusta, pois ela é real e significativa. Vários fatores contribuem para essa decadência, mas citaremos apenas dois deles: o desemprego e o medo do desemprego, o que acaba sendo pior, porque a pessoa não sabe até que dia estará empregada. Funcionários, antigos ou novos, não sabem até quando manterão seus empregos e também não sabem até quando a empresa permanecerá com suas portas abertas compram somente o necessário para sua sobrevivência. Que crescimento a nossa região pode esperar numa situação como essa? O desemprego também traz outra conseqüência direta e rápida: a inadimplência no nosso comércio. Quem não tem emprego não tem salário; quem não tem salário não paga suas contas e também não compram para comer. O desemprego, que atingiu no primeiro momento a indústria madeireira, que tive que fechar suas portas, agora também está atingindo frigoríficos, que também estão sendo lacrados e fechados. Como é que pode sonhar com um porvir melhor? Somos Alta Floresta! Somos Mato Grosso! Somos Brasil também! Até quando a nossa liberdade será tão usurpada? Até quando a brava gente brasileira que aqui vive viverá na desesperança, ou por aqui simplesmente sucumbirá? Somos pela legalidade. Não questionamos as ações legais de qualquer autoridade, mas não calaremos e questionaremos toda e qualquer arbitrariedade contra o nosso povo (PALMAS). Por fim, esperamos sinceramente, Excelência, que o resultado do trabalho desta Comissão que Vossa Excelência preside, seja da maior isenção possível, sem medo e sem pressões e que resulte em paz e prosperidade para a região do extremo Norte de Estado de Mato Grosso. Esperamos, também, conseguir demonstrar ao Presidente Lula e ao Ministro da Justiça, que aqui não há necessidade de policiais treinados para enfrentamentos populares... (PALMAS)... acreditamos que no Brasil existem lugares, sim, em que a Força Nacional de Segurança será muito mais útil e o dinheiro do contribuinte melhor empregado. Esse é o nosso desejo, que essa Comissão realmente vá para frente. E mais, Srs. Senadores, temos duas faixas lá que eu gostaria de dizer aos senhores que a falta de resposta também, pode ser uma resposta. Então, nós esperamos realmente... (PALMAS)... que a resposta a este movimento, a este trabalho, venha para nós. Toda pessoa tem

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Caros Senadores da República, como podem notar, somos os maiores interessados em trabalhar dentro da legalidade, respeitando a Reserva Legal nas propriedades da Amazônia Legal. O setor madeireiro quer reafirmar o compromisso com a região, dizer que não possuímos e não somos detentores de terras, reconhecemos e respeitamos todas as demais atividades produtivas da nossa região. Porém, se existem desmatamentos ilegais, reais, eles deverão ser punidos com os rigores da lei. O nosso setor está preocupado em sobreviver economicamente com a preservação ambiental e o uso racional da floresta. Para encerrar, gostaríamos de ressaltar que essa situação só chegou a esse ponto, por incompetência e inércia do Ministério do Meio Ambiente e os órgãos governamentais responsáveis pelo meio ambiente... (PALMAS) Uma coisa tem que se deixar claro, se os senhores não dão solução econômica para as pessoas, estão empurrando para a ilegalidade. Somente proibir condutas não é a forma de resolver problema, mas, sim, de criar problema. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Quero registrar aqui a presença do Prefeito Nelson, da cidade de Monte Verde; Pedro Alcântara, da cidade de Paranaíta; Prefeito Celso Banazeski, do Município de Colíder; Prefeito Dr. Miranda, do Município de Carlinda; Prefeito Valdir Barranco, do Município de Nova Bandeirantes e a Prefeita Zilda, do Município de Apiacás. Eu quero que os senhores respeitem os horários, porque, temos ainda um compromisso hoje na cidade de Sinop. Temos uma agenda muito grande. Concedo a palavra ao Dr. Henrique Schneider, Promotor de Justiça da Comarca de Alta Floresta. O SR. HENRIQUE SCHNEIDER - Excelentíssimo Sr. Senador Jayme Campos, em nome de quem eu gostaria brevemente de cumprimentar todos os demais Senadores pertencentes à Comissão e os Srs. Deputados da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso; Srª Prefeita; Srs. Vereadores; sociedade de Alta Floresta. Gostaria apenas de pontuar uma pequena digressão: o manual da vida, também, conhecida como Bíblia Sagrada, diz assim: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque, serão saciados.” Diz também Jesus Cristo, no Sermão do Monte: “Bem aventurado os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” Eu acredito que esta reunião não tem outra razão se não a de pacificar um conflito que se instaura no seio da sociedade do norte de Mato Grosso, e não de inflamá-lo (PALMAS). Em nome do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, instituição incumbida da defesa da ordem democrática, do regime jurídico, do estado democrático de direito, gostaria de dizer, contrapondo alguns pontos que foram colocados aqui pela própria prefeita, eu acredito que a presença da Polícia Federal é importante não só para Mato Grosso, não só para Alta Floresta como para qualquer lugar do nosso Brasil em que se pretenda ver o estado devidamente aparelhado nas suas instituições. Nós não podemos achar que vamos pretender o desenvolvimento educacional e Pág. 9 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. socioeconômico expulsando as instituições do estado democrático de direito do seio da nossa sociedade. Não, absolutamente, não é isso que apregoa a Constituição do nosso querido Estado brasileiro. Porém, é evidente - aqui eu gostaria de pontuar as minhas breves palavras - que a Operação Arco de Fogo, isso nos tem parecido muito claramente a partir da nossa vivência cotidiana no seio da nossa sociedade de Alta Floresta, tem uma característica diferenciada das demais operações da Polícia Federal na medida em que ela tem um caráter perene, não temporário, não transitório. Há uma indefinição com relação ao tempo de permanência da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança. Talvez haja um excesso do contingente policial e do aparato que se faz presente junto dessa operação. Isso tudo leva a uma situação que, somada ao equívoco de articulação da operação, a meu ver, na medida em que coloca a polícia contra a população, a polícia não se envolve com a sociedade civil organizada, a polícia não só veio para a Comarca de Alta Floresta e não se apresenta às autoridades constituídas, não busca apoio conjunto com os setores constituídos da sociedade...(PALMAS)... isso gera um distanciamento absolutamente inaceitável. É sobre esse aspecto que o Ministério Público, na condição de fiscalizador, agente externo da atividade policial, tem severas críticas a esse aspecto da Operação Arco de Fogo. Mas, de outra borda, não posso deixar de dizer que é absolutamente imprescindível a presença, não por um mês ou um ano, a presença ad perpetum das instituições da Polícia Federal, se nós queremos ver de fato o desenvolvimento pleno da nossa sociedade, debaixo de um estado ordem democrático de direito. Agora, a minha participação se encerra conclamando aos Srs. Senadores, que façam valer da sua posição dessa Comissão no sentido de sensibilizar aqueles que estão à frente da Operação Arco de Fogo, de redimensioná-la à realidade e à verdade com o povo de Alta Floresta. Do contrário, pequenos incidentes isolados, como esse que nós vivenciamos desses jovens, serão situações emblemáticas para problemas muito maiores, e a polícia serve se não por outra razão, mas para pacificar e não para incitar, não para inflamar. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Quero parabenizar o Dr. Henrique pela sua objetividade e, acima de tudo, pela sua fala, que é muito oportuna. De fato, vivemos num estado democrático de direito e é fundamental que os direitos individuais sejam respeitados. Na medida, Dr. Henrique, que na minha visão, particularmente, em que pese não ser Advogado, não ser bacharel em Direito, eu acho que está sendo desrespeitado o pacto federativo, há quase uma intervenção federal aqui no Mato Grosso. Isso não se pode admitir em hipótese alguma... (PALMAS)... porque nós não estamos em guerra. Vossa Excelência tem toda razão. Concedo a palavra ao Sr. Mauro Ferronato, Presidente do Sindicato da Indústria de Móveis do Norte de Mato Grosso, que dispõe de cinco minutos, seja o máximo possível pragmático na sua fala. O SR. MAURO FERRONATO - Bom-dia, Senador Jayme Campos, em nome do qual gostaria de cumprimentar os demais Senadores; em nome do Vice-Governador Silval Barbosa, os demais membros da Mesa. Senador Jayme Campos, Presidente dessa Comissão, nós do setor moveleiro viemos aqui trazer nossos cumprimentos.

Pág. 10 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Aproveitamos esta oportunidade, Senador, para trazer a nossa extrema preocupação com a atual política ambiental adotada no norte do Estado de Mato Grosso nos últimos anos, principalmente após a divulgação dos dados do INPE no início do corrente ano. Salientamos que nós moramos na região e não vimos todo esse desmatamento que está sendo falado. E mesmo, Senador, o desmate que ocorreu, a grande maioria está dentro da legalidade, pois nós entendemos que há regras e há leis que regem o desmatamento. Existe, sim, alguns desmatamentos, mas dentro da legalidade. Gostaríamos também de dizer, Senador, que estamos há quatro anos desenvolvendo um projeto denominado Arranjo Produtivo Local de Móveis do Vale do Teles Pires, projeto este que conta com a participação de diversos parceiros locais, estaduais e federais. Este projeto é uma espécie de PAC, que é a palavra da moda, atual do setor moveleiro, onde diversos atores somam esforços para desenvolver determinado setor. Foram convidados mais de vinte parceiros, a grande maioria atendeu o nosso chamado, está até hoje engajado no desenvolvimento deste projeto. Porém, Senador, com a preocupação que temos em levar a coisa séria, fazer dentro da legalidade, chamamos também o IBAMA, o Ministério do Meio Ambiente, ora representado pelo IBAMA local, o qual não está participando das ações, a qual julgamos ser de suma importância a participação desse órgão no desenvolvimento, pois procuramos desenvolver as nossas ações sempre dentro da legalidade, principalmente ambiental, por muitas vezes encontramos dificuldades devido à ausência dessa instituição. Ainda entendemos, senhores, que o IBAMA não tem a única função de fiscalizar, mas também de orientar, ensinar e ser parceiro. Infelizmente, não é isso que observamos. Observamos, sim, um órgão inoperante, que opera só de forma ostensiva e não de forma preventiva. Entendemos ainda que seja necessário preservar, sim, o meio ambiente, pois as nossas indústrias necessitam da matéria-prima extraída da mata. Aqui vai mais uma cobrança, que já é cobrado pela milionésima vez: onde está o dinheiro que pagamos pela reposição florestal? É bom que os senhores saibam que para cada metro cúbico de madeira extraído da mata, deve-se plantar, ou recolher aos cofres públicos através de taxas, o equivalente a vinte e cinco mudas de árvores! Uma árvore dá em torno de quinze metros cúbicos, que daria em torno de trezentos e setenta e cinco mudas. É engraçado, pois não fazem nada! Faz trinta anos e não trinta dias que estamos recolhendo essas taxas. Cadê algum projeto de reflorestamento, ou mesmo de florestamento desenvolvido pelo Governo Federal através do Ministério do Meio Ambiente? (PALMAS). É isso mesmo, não há. Pois é vergonhoso. Se fossemos plantar todas as árvores que pagamos, não haveria espaço físico para se fazer esse reflorestamento (PALMAS). Agora, é fácil vir aqui e nos tachar de criminosos, de bandidos, de destruidores da natureza, porque vocês do Governo não fazem suas partes; não assumem a culpa que têm no cartório... (PALMAS). Ao invés de mandarem a Força Nacional, a Polícia Federal, para nos humilhar, por que não fazer valer esses créditos que temos, junto ao Ministério do Meio Ambiente, que a população tem e colocar esse povo para plantar árvores? Pois, já faz trinta anos... (PALMAS)..., quarenta anos. Nós pagamos a reposição florestal, mas, onde está essa reposição? Para finalizar, prezado Senador, eu gostaria de deixar mais um pedido, especialmente a Vossa Excelência, que preside essa Comissão: Que estude a viabilidade de

Pág. 11 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. processar a Senadora e ex-Ministra do Meio Ambiente pelo crime de lesa-pátria, pois, o País perdeu muito com as declarações feitas... (PALMAS)... O País perdeu muito, Senador, com as declarações feitas por essa senhora nos últimos meses. Essa senhora é antipatriota. Com certeza, ela está a serviço de uma força oculta, que quer, de todas as formas, impedir o nosso desenvolvimento. E aqui, em nome do setor moveleiro, Senador, nós trazemos essas palavras. E contamos com a sensibilidade de todos, nesta hora difícil pela qual passamos. Nós precisamos de uma mão amiga e contamos com o apoio de todo o Senado Federal. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Eu peço ao Mauro que encaminhe o seu pronunciamento para o nosso Secretário Geral, Dr. Will. Ele foi fundo, hein! (PALMAS). Eu peço aos oradores que, daqui para frente, cumpram o que regimentalmente foi estabelecido, porque não podem passar os cinco minutos. Eu concedo a palavra ao Presidente do Sindicato Rural, Sr. Celso Beviláqua. Seja bem objetivo na sua fala, Presidente. O SR. CELSO BEVILÁQUA - Senador Jayme Campos, em seu nome, eu cumprimento toda a Mesa; senhoras e senhores, jovens aqui presentes. Em nome do Sindicato Rural, nós iremos proferir breves palavras. Os companheiros que já nos antecederam disseram grandes realidades que acontecem conosco aqui, no Norte mato-grossense. É com satisfação que agradeço o espaço oferecido ao Sindicato Rural de Alta Floresta, que tem vinte e oito anos de luta incessante pela classe produtora do Município da região Norte do Estado de Mato Grosso. Prezados Senadores, Vice-Governador, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos aqui presentes, é com grande indignação que acompanhamos, desde a sua publicação, na calada da noite, o Decreto nº 6.321, que “dispõe sobre ações relativas à prevenção, monitoramento e controle do desmatamento no Bioma Amazônia”. Inúmeras ações do Governo Federal, sem norte, causam e geram incalculáveis prejuízos à população e à economia dos municípios constante da malfadada lista negra do desmatamento. É importante destacar que não é de hoje que o Governo Federal, através do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, busca legislar através de Medidas Provisórias e Decretos na tentativa de impor à população brasileira normas ilegais e inconstitucionais. No caso do Decreto nº 6.321, o Governo Federal busca impor novas obrigações à classe produtora, que não estão previstas em Lei. Ele cria obrigações aos proprietários rurais, que são dos órgãos do Governo Federal, conforme previsto em lei federal. Como se não bastasse, senhores, o Decreto nº 6.321 afronta o direito de propriedade a partir do momento em que a propriedade é embargada, sendo proibida a comercialização de produtos oriundos da mesma pelo simples fato de não ser realizado o cadastramento dentro do prazo de trinta dias, que ficou impossibilitado, pois, ficou provado que o INCRA não tem gente suficiente e nem capacitada para realizá-lo. Mas, Senadores, a grande fatalidade ocorreu no momento em que o Decreto nº 6.321 passou a tratar de maneira desigual a população e os proprietários rurais, detentores de imóveis localizados nos municípios, incluídos na lista negra do desmatamento, mais especificamente a população do Município de Alta Floresta.

Pág. 12 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. É importante frisar, Senhores, que a Constituição Federal garante à população tratamento igualitário, que é mais conhecido como “princípio de igualdade”. O que nós queremos ver à luz do Decreto nº 6.321 é a criação do zoneamento no território brasileiro, pois, medidas drásticas, truculentas e desnecessárias são tomadas em municípios que estão sitiados em função da inclusão na lista negra do desmatamento, passando a população a ser tratada como bandida e equiparada, inclusive, como fora da lei. Dessa forma, a população e mais ainda os produtores rurais sentem-se inseguros e sem motivação para produzir, para impulsionar o País ao crescimento e, também, com uma grande dúvida quanto ao futuro, visto que, em razão de estar entre os municípios incluídos na malfadada lista, chegam a se senti em campo de concentração em razão da segregação que vem sofrendo. Dessa forma, Senadores, é inacreditável a mantença do Decreto nº 6.321, visto que se encontra eivado de ilegalidades e inconstitucionalidades. Ademais, Senhores, outro ponto que merece atenção do Senado Federal é Medida Provisória nº 2.166, que, por inúmeras vezes, foi reeditada e até o presente momento não há previsão para sua votação. Nesse sentido, é importante destacar que pontos da Medida Provisória merecem maior atenção e alterações. Dentre elas, o relativo à reserva legal de propriedade rural, situada em áreas de floresta na Amazônia Legal, no sentido que a Reserva Legal volte a ser 50%, como era quando chegamos aqui, na década de 80... (PALMAS)... e não de 20%, que inviabiliza qualquer atividade nesse setor, que está previsto na medida legal. Não acarretará prejuízos aos Municípios, Estados e União a volta desses 50%, uma vez que possibilitará maior produção das propriedades, seja de grãos ou de carne, que é a nossa especialidade no Norte mato-grossense. Dessa forma, Senadores, é de suma importância que o Decreto nº 6.321 seja revogado, tendo em vista que as informações apresentadas pelo INPE acerca do desmatamento nos Estados de Mato Grosso, do Pará e do Amazonas, não são reais, conforme ficou demonstrado desde a publicação do Decreto, que possibilitará o desenvolvimento sustentável da região Norte do Estado de Mato Grosso, mais especificamente do Município de Alta Floresta e dos que compõem a sua grande região. Bem como, que a Medida nº 2.166 seja colocada em pauta para votação, devendo sofrer as devidas alterações quanto à área de Reserva Legal para que volte a ser 50% da propriedade rural situada na área de floresta da Amazônia Legal. Senadores, eu estou aqui, nesta incumbência, em um momento bastante crítico para a economia de Alta Floresta e, principalmente, dos produtores. E nesta situação, eu quero convidá-los para que do dia 17 ao dia 25, estendendo o convite a todos os senhores, façam-se presentes na Feira Agropecuária de Alta Floresta. Eu convido todos os ouvintes, a população, em geral, para mostrarmos que temos garra e continuamos produzindo e fazendo. Nós vamos mostrar a melhor e maior Feira Agropecuária do Nortão de Mato Grosso, realizada pelo Sindicato Rural, em parceria com a Prefeitura e com todas as entidades. Nós temos abnegados produtores que deixam seus afazeres para fazer essa Feira e mostrar o nosso potencial de produção. E, Senadores, nós precisamos do empenho dos senhores para que essa Medida seja revogada e para que tenhamos mais produtividade e tranqüilidade para viver nesta terra, que escolhemos há mais de trinta anos, quando viemos incentivados pelo Governo Federal. Protejam-nos, Senador! Em Brasília, nós precisamos que a Medida Provisória nº 2.166 seja definitivamente votada para determinar que tenhamos legalidade no que fazemos e não Pág. 13 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. vivamos mais na ilegalidade, como o Governo Federal quer nos remeter, para que sejamos produtores legais neste País e não bandidos. Muito obrigado, Senador Jayme Campos (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Agradeço ao Presidente do Sindicato Rural de Alta Floresta. Convido para fazer uso da palavra, respeitando os cinco minutos, por favor, senão vai ser cortada a palavra, o Dr. Mário Nishikawa, do CODAM-Conselho de Desenvolvimento da Amazônia Mato-grossense. O SR. MÁRIO NISHIKAWA - Nossos cordiais cumprimentos a todas as autoridades presentes e a toda essa população que aqui marca presença maciçamente. Aqui estamos enfocando risco ambiental. Na realidade, nós, seres humanos, somos o mais importante do meio ambiente e estamos correndo risco de extinção, pois as ações governamentais na nossa região estão nos aniquilando, estão nos matando. Queremos sobreviver. Temos direito de sobrevir, sobreviver com qualidade e dignidade. Por isso essa é a principal razão de duas solicitações apenas que nos coube enumerar: primeira, a Hidrovia Teles Pires/Juruena/Tapajós - e aqui, hoje, temos a grata satisfação de contar com a presença do Senador Flexa Ribeiro, que foi autor do Projeto de Lei do Senado nº 184/07, que altera e acrescenta as hidrovias do Tapajós/Teles Pires e Juruena na relação Descritiva do Sistema Hidroviário Nacional do Plano Nacional de Viação. Essa obra é de fundamental importância para o Médio Norte e Norte de Mato Grosso, além das regiões do Pará e o Sudeste do Amazonas. A Nação brasileira deverá priorizar modais de transporte mais compatíveis com suas dimensões gigantescas. Visando o quê? Baixar o frete para não perder competitividade no mercado mundial, sendo a hidrovia a melhor opção. Por quê? Porque o transporte pela hidrovia é duas vezes mais barato do que o frete ferroviário e quatro vezes mais barato do que o frete rodoviário. Essa é a razão da melhor opção. Na realidade, somos privilegiados, temos milhares de quilômetros de estradas naturais, de caminhos naturais, que estão aí, que a natureza nos ofertou, que são os nossos rios. E o investimento para tornar esses rios comercialmente navegáveis é bem menor do que a construção de ferrovia ou de rodovia. Não é admissível que nosso Estado, celeiro do mundo - e o mundo necessitando de mais alimentos - seja alvo de imposições restritivas, severas e perversas aos setores produtivos de forma unilateral e ditatorial, sem possibilidade de diálogo, priorizando somente as questões ambientais, desconsiderando e desprezando o ser humano, sacrificando toda a população. Essa imposição restritiva, policialesca, punitiva e injusta do Governo Federal, como está ocorrendo aqui em Alta Floresta e em dezenas de municípios da região amazônica, com a Operação Arco de Fogo, é um equívoco, é inadmissível, entra em contradição com o PAS, Plano Amazônia Sustentável, lançado pelo Presidente Lula, assinado com Governadores dessa região na semana passada, em Brasília. É de fundamental importância a otimização dos recursos públicos - a aplicação desses recursos - na execução das obras de infra-estrutura. O País, para continuar crescendo, necessita de energia elétrica barata, ambientalmente limpa e confiável, e não ficarmos dependendo de gás de países vizinhos; precisa de transporte para baratear frete, para isso é necessário o aproveitamento múltiplo das águas, Pág. 14 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. construindo barragem para geração de energia, construindo usina hidrelétrica simultaneamente com eclusa que permitirá a navegação. Assim, a eclusa custará muito pouco. Não podemos cometer erros do passado, como o da Hidrelétrica de Itaipu, onde não se construiu simultaneamente a eclusa, inviabilizando a hidrovia do MERCOSUL. Outro exemplo: Hidrelétrica de Tucuruí, sem a eclusa, truncou a hidrovia Araguaia/Tocantins, que poderia beneficiar municípios do leste mato-grossense, além dos Estados de Goiás, Tocantins e Pará... O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Mário, atente para o horário, nós temos muitos oradores. Por favor. O SR. MÁRIO NISHIKAWA - Rapidinho. Outro fato importante. Devemos lembrar que o Rio Teles Pires, sem contar os rios Juruena e Tapajós, têm potencial hidrelétrico de 6.500MW em cinco barragens, entre o quilômetros 285 e 680, a partir da sua foz, segundo levantamentos realizados pela ELETRONORTE, publicados em 1995. Isso equivale o quê? A metade da Itaipu. A hidrovia incrementará o turismo ecológico, pelas belezas cênicas da nossa rica flora e belíssima fauna, promovendo a integração entre cidades lindeiras e Estados interligados pelas águas, beneficiando comunidades indígenas, que ganharão principalmente, com o turismo, venda de artesanato, pesca esportiva e etc. Segunda solicitação, ZPE-Zona de Processamento de Exportação, conforme um dos objetivos do Plano Amazônia Sustentável que visa corrigir as desigualdades regionais. Há a necessidade de o Governo Federal mitigar tantas restrições ambientais e compensar nossa região com a aprovação da ZPE-Zona de Processamento de Exportação em Alta Floresta, que concede regime especial de incentivos fiscais e tributários, dando condições de atrair investidores para a implantação de agroindústrias ambientalmente corretas; ecoturismo; pesquisa e industrialização de essências para perfumarias e cosméticos; princípios ativos para indústria farmacêutica e tantas outras atividades econômicas ecologicamente corretas, algumas de alto valor inegável, gerando riquezas, empregos e rendas para tanta gente sacrificada, desestimulada, desorientada, vítimas e refém do Governo Federal. Antes éramos desbravadores heróicos, hoje somos tratados como bandidos (PALMAS). É da autoria do Senador Jayme Campos a criação da ZPE - peço atenção - para Alta Floresta. Já foi aprovada... O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Mário, por favor... O SR. MÁRIO NISHIKAWA - Já estou terminando. ...na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, aguardando Parecer do Senador Eliseu Rezende, na Comissão de Assuntos Econômicos, para depois ir para plenário. Já está acabando. A população da região de Alta Floresta aguarda ansiosa e esperançosa... (PALMAS E OVAÇÃO) ...a aprovação dessa ZPE. Aqui fica registrado o nosso apelo aos Exmºs Srs. Senadores, para que este sonho possa se tornar realidade. O CODAM endossa e reitera também todas as reivindicações enumeradas hoje a esta diligente, solícita e bem-vinda Comissão Especial do Senado Federal. Então, nossos sinceros agradecimentos a todos os Srs. Senadores, sua equipe de assessoria, pelo empenho e solução dos problemas aqui apresentados (PALMAS E OVAÇÃO). Muito obrigado. Pág. 15 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Muito obrigado, Mário. Eu quero comunicar aos Srs. Vereadores, porque alguém está pedindo inscrição para falar, que não tem como abrir a palavra aos Vereadores, uma vez que têm vinte e cinco que quer falar. Não levem a mal. Já estão falando aqui as autoridades da cidade, os que representam as entidades, o setor produtivo, enfim. Se eu abrir a palavra para um Vereador de Alta Floresta, tenho que conceder a palavra para Paranaíta, Apiacás, Nova Monte Verde e a Audiência Pública não acabará hoje. Não vai dar para todos os inscritos falarem. Tem cento e cinqüenta inscritos! É impossível!... (VAIAS)... Quero passar a palavra e que cumpra regimentalmente os cinco minutos, ao Sr. Vicente da Riva, que neste ato representa a família da Riva, filho do fundador da cidade, que dispõe de cinco minutos, meu caro amigo Vicente. Seja bem pragmático na sua fala. O SR. VICENTE DA RIVA - Meu caro Senador Jayme Campos, em nome de quem cumprimento toda a Mesa, população de Alta Floresta. Agradeço este espaço, eu não estava inscrito e quero aqui manifestar a minha preocupação em estarmos vivendo essa situação e ainda não termos um caminho a seguir. E esse caminho, Senador, vai depender muito da atitude e das ações dessa Comissão junto ao Governo. Ocupamos o nosso território nos últimos 30 anos e se erros foram cometidos, que nos dêem mais 30 anos, que nos dêem recursos... (PALMAS)... que venham nos orientar, que o IBAMA assuma a sua função de orientação e não de punição como nós estamos vendo. As distorções que nós vivemos, Senadores e é muito importante nessa Comissão, vem primeiramente porque, somos conduzidos por Medidas Provisórias, com parâmetros numéricos de ocupação de 20%, 50%, 80%. Por leis burras, não aceitas, que não representam à possibilidade e ocupação econômica. Nós poderemos, sim, ter ocupação das propriedades atendendo as questões ambientais, as áreas de preservação permanente. Mas, cada propriedade vai ter o seu índice de ocupação. Isso é atender o nosso Código Florestal, nós não podemos atender, Senador, Medidas Provisórias. Eu lembro que em 1992, neste mesmo CTG, houve uma reunião, onde o meu pai ainda presente, já se manifestava aqui com a preocupação com essas questões ambientais. São, Senador, 16 anos que nós aguardamos por um Zoneamento Ecológico Econômico que, hoje, está na Assembléia Legislativa. Quero solicitar ao Deputado Riva, que é um defensor do setor produtivo, que nós precisamos participar ativamente, porque, é outra coisa que pode nos engessar. Faz 16 anos que estamos esperando que haja esse zoneamento, de repente, nesta atual circunstância ele é lançado e é lançado de uma maneira que nós não temos participação efetiva. Eu gostaria que nós, através do CONAM, do Sindicato Rural, participássemos efetivamente, para que não viéssemos a ser engessados. Finalmente, Senador, não vou falar aqui do Decreto nº 6.321, porque, tudo já foi falado dessa malfadada ação governamental, Mas, quero dizer que na condição de sermos pró-ativos, como nos é cobrado, é muito mais do que qualquer cidadão dos grandes centros. Nós temos uma grande possibilidade de causar um benefício muito grande ao meio ambiente, porque, estamos numa região produtora, num tempo onde as medidas que são tomadas contra nós, induzem á atitudes e clima de desobediência civil. Pág. 16 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. O que ouvi de muitos produtores era revolta, porque, não tinha condição de permanecer neste Estado. A nova geração, nascida aqui, em solo amazônico, de Alta Floresta especificamente, eu acredito que sejam totalmente ambientalistas. Ela clama por respeito ao meio ambiente, pela recuperação, mas, ela pertence a uma geração que, também, quer produzir, quer gerar riqueza, quer participar do desenvolvimento econômico social do nosso país. Nós temos aqui biólogos, agrônomos, engenheiros florestais, zootecnistas, administradores, facilitadores de turismo, todos formados, hoje, Senador. É a juventude formada aqui em Alta Floresta. Essa juventude quer participar de uma maneira ativa, ser pró-ativa, mas, não com lei que só traz a punição. Finalmente, Senador, eu acredito que sem mudar a legislação, hoje, só baseado em medidas provisórias, decretos, portarias, instruções, nós não vamos a lugar nenhum. Nós temos um Código Florestal, precisamos ir a fundo, mudar e respeitar o setor produtivo, cobrar do setor produtivo, sim, o respeito ao meio ambiente. Nós temos grandes chances de ser um exemplo para todo mundo e estamos sofrendo, hoje, uma conseqüência de uma política governamental errada para o meio ambiente, uma política governamental que só traz a punição e que não estou vendo a questão apenas neste Governo, mas, a ausência de governo nesses últimos 20 anos, nessa questão ambiental. Nós temos que mudar e mudar a fundo! Eu solicito dessa Comissão a possibilidade de virarmos tudo, não é só mudar a 166, voltar para 50%, como pediu o nosso Presidente do Sindicato, mas mudar, porque, a realidade é que aqui não foi ocupado pela pecuária, como querem hoje falar. Alta Floresta, Paranaíta e Apiacás, começaram com um projeto agrícola de ocupação do cacau, do café, do guaraná, das atividades de lavoura de subsistência. Então, eram atividades totalmente sustentáveis, nos faltou crédito, veio uma inflação nacional, terminou com a agricultura, a nossa região bravamente se reorganizou economicamente, veio à pecuária. Os pecuaristas passaram a ter um outro tipo de convivência com os madeireiros que vinham a reboque, nós nos organizamos. Nesses últimos 10 anos, nós saímos de uma situação crítica há dois anos para uma situação que é muito melhor e, de repente, nós somos penalizados. Acredito Senador, que a iniciativa dessa Comissão será fundamental para a nossa população. Agradeço este espaço em nome de toda família Riva, que Vossa Excelência me fez aqui representar. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Aqui propostas de vários relatores, encaminhadas à Mesa, para que as autoridades que compõem a comitiva faça uso da palavra e, a posteriori , ouviremos o restante, se o tempo permitir. Convido o Sr. Nilson James de Freitas, mais popularmente conhecido como Aranha, pai do menino que foi espancado. Para que passe às mãos desta Comissão o documento que me disseram que o senhor tem para entregar. (NESTE MOMENTO, O SR. NILSON JAMES DE FREITAS FAZ À ENTREGA DO DOCUMENTO À COMISSÃO - PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Este é o documento que o Sr. Nilson James de Freitas está entregando, nós passaremos às mãos do Secretário-Geral da Executiva desta Comissão, Dr. Will, para tomar as devidas providências dentro da forma da lei... (PALMAS). Passo a palavra ao Deputado Ademir Brunetto, representante desta região, que dispõe de cinco minutos para fazer uso da palavra. Pág. 17 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. O SR. ADEMIR BRUNETTO - Muito obrigado, Senador. Bom-dia meus amigos e minhas amigas (PALMAS). Senador Jayme Campos, em seu nome quero cumprimentar todos os ilustres Senadores. Sejam bem-vindos! Muito obrigado por estarem aqui nos ouvindo hoje. Nós estávamos ansiosos! Cumprimento o Vice-Governador; o Deputado Sérgio Ricardo, Presidente da Assembléia Legislativa; os demais Deputados que estão conosco; Deputado Federal Welinton Fagundes; Secretários; Prefeitos; meus amigos e minhas amigas. Senador Jayme Campos, nós temos aqui um grupo de pessoas - por favor, da Cometa, levante com a bandeira...(NESTE MOMENTO, VÁRIAS PESSOAS SE LEVANTAM E COMEÇAM A MOVIMENTAR A BANDEIRA) - ... representando o povo de Alta Floresta e dizendo que a população daqui também é brasileira...(PALMAS). Parabéns. Temos os jovens estudantes de Direito, de camisa preta, por favor, levantem, a população que está de camisa preta...(AS PESSOAS REFERIDAS SE LEVANTAM)... porque isso representa o luto da cidade pela agressão aos jovens pelos soldados da Força Nacional (PALMAS). Estamos de luto pela agressão. Senadores, nós da Assembléia Legislativa esgotamos todas as possibilidades de diálogo, de pedidos, de ações para que paralisasse ou diminuísse as ações da polícia nesta região. Não temos mais forças para fazê-lo. Neste momento, Senador, nós queremos dizer que é necessário que Vossas Excelências usem toda força institucional desta Comissão para convencer todos os Senadores da República de que é necessário que se faça a imediata retirada da Força Nacional e da Polícia Federal... (PALMAS). É imediata e necessária. Queremos também dizer que os embargos às propriedades rurais têm provocado prejuízos diretos e indiretos a toda economia da região. Queremos a imediata suspensão dos embargos às propriedades rurais e os senhores podem nos ajudar, não tem fundamento esses embargos. Também queremos pedir para que se inicie no Senado da República uma agenda positiva para a Amazônia, uma agenda para discutirmos como é que irão financiar a reposição das matas, como é que irão financiar a reposição da mata ciliar. Queremos falar de recursos para os pequenos produtores, queremos falar de uma agenda positiva e vamos retomar esse discurso lá no Senado da República, porque precisamos de ajuda financeira, apoio político e sem esse apoio do Senado, nós achamos que isso será muito tardio. Contamos com Vossas Excelências. Por fim, Srs. Senadores, queremos a imediata punição dos soldados que agrediram esses meninos aqui... (PALMAS). Os senhores acham que esses meninos representam ameaça aos soldados da Força Nacional? Isso é inconcebível, que eles não tenham o discernimento para entender que esses jovens não representam agressão. Em nome da sociedade do norte de Mato Grosso e de Alta Floresta, pedimos ajuda para a imediata transferência dessa Força Nacional e da Polícia Federal. Precisamos de vocês e contamos com Vossas Excelências. Muito obrigado, Srs. Senadores (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - O Deputado Ademir Brunetto tem toda razão, a Força Nacional deveria estar lá no , no morro, combatendo bandido e assaltante... (PALMAS).

Pág. 18 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Aproveitando a oportunidade, quero também fazer um pleito ao Deputado Ademir Brunetto, como valoroso Deputado pelo PT, que encaminhe também para o próprio Presidente Lula, para o Ministro da Justiça, um ofício pedindo a retirada da Força Nacional e da Polícia Federal desta cidade...(PALMAS) Prosseguindo com a nossa reunião, convido para fazer uso da palavra, nós iremos intercalar de agora para frente, o valoroso e operoso Senador da República pelo Estado de Rondônia, Expedito Júnior. O SR. EXPEDITO JÚNIOR - Meus amigos de Alta Floresta, bom-dia, é um prazer estar aqui com vocês. Esta é a nossa terceira visita, já fizemos ao Estado do Pará, fizemos no meu Estado, no Estado de Rondônia e hoje estamos vindo aqui no Estado de Mato Grosso. Quero dizer da nossa alegria, Senador Jayme Campos, pela maneira como Vossa Excelência tem se posicionado e também temos feito uma parceria naquela Casa. Não tenham dúvidas de que os mesmos problemas que vocês estão vivendo aqui, hoje, nós também estamos vivendo no Estado de Rondônia. De repente, a escala é um pouco maior para um estado, um pouco menor para outros, mas os problemas são os mesmos. Aquela faixa que está lá no fundo me preocupa muito. Ela condiz com aquilo que vamos ter que fazer, dar uma resposta para a sociedade. Eu disse no nosso primeiro encontro, que foi lá em Tailândia, nós temos que buscar uma solução, aquela casa, o Senado é a casa revisora. Nós não podemos permitir que tratem o povo como bandido, que botem o povo na mesma vala comum, que trate os madeireiros como bandido (PALMAS). Nós não podemos vir aqui em Alta Floresta, fomos a Rondônia e da mesma maneira no Pará, ouvimos discursos, ouvimos pedidos, pleitos de todas as maneiras e não podemos deixar de dar uma resposta. Eu disse lá em Tailândia, Senador Flexa Ribeiro, hoje a nossa alegria, principalmente a minha, é bem maior porque nesta Audiência Pública estamos com membro do PMDB, estamos com o Presidente da nossa Comissão do Meio Ambiente no Senado, Senador Leomar Quintanilha. Eu disse lá em Tailândia, vou repetir aqui de novo: se nós quisermos, Senador Flexa Ribeiro, Vossa Excelência é do PSDB, os Senadores Jayme Campos e Gilberto Goellner representam aqui os Democrata, eu represento o PR, o nobre companheiro Leomar Quintanilha representa o PMDB, se nós nos unirmos com as nossas lideranças, eu duvido que venha ex-Ministra Marina Silva, o próprio Presidente Lula, nós temos como dar uma resposta ao povo brasileiro (PALMAS). Nós não podemos permitir, eu concordo com o senhor, Senador Jayme Campos, quando o senhor fala da polícia, da Força Nacional, da Polícia Federal, esta polícia teria que estar nas nossas fronteiras, onde as drogas estão adentrando para o nosso País... (PALMAS)... esta polícia deveria estar fiscalizando e trabalhando, realmente, prendendo bandido! Agora, eu não sei se aconteceu isso aqui, em Mato Grosso, mas, no Pará, madeireiros foram presos, algemados, levados para a cadeia. Eles ficaram duas, três, quatro, cinco horas, depois, os soltaram, porque os madeireiros não são bandidos. Eu não sei se aconteceu isso aqui. Em Rondônia, isso não aconteceu. Graças a Deus, houve o bom senso. Lá nós buscamos o entendimento. Está faltando alguém nesta Mesa, meu caro companheiro Senador Jayme Campos. Está faltando alguém do IBAMA aqui, que teria que estar sentado, compondo esta Mesa, para falar Pág. 19 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. e, também, assumir compromisso com o povo. Nós sabemos das nossas responsabilidades e que temos que dar uma resposta ao povo brasileiro. Em Rondônia, o IBAMA sentou-se à mesa e, no dia seguinte, as madeireiras lacradas pela Força Nacional e pela Polícia Federal foram deslacradas pelo próprio IBAMA. Prevaleceu o bom senso do IBAMA no nosso Estado. Eu espero que isso aconteça, também, nos demais Estados. Com esse dinheiro que está sendo usado, eu gostaria de sugerir - e farei isso várias vezes, em várias oportunidades que terei, tanto na Comissão do Meio Ambiente, como, também no plenário do Senado -, que fizéssemos a regularização fundiária das nossas terras. Pelo menos, em Rondônia nós temos problemas graves com a regularização fundiária. Eu não sei se aqui, em Mato Grosso, tem! Com certeza, tem! Porque o INCRA há cinco anos, meu caro Deputado - perdoe-me a expressão -, não tira a bunda da cadeira, não faz nada e, infelizmente, quem paga é a população do nosso Estado. Se há hoje um responsável pelo desmatamento no Brasil, não é o povo! O responsável é o próprio Governo. Porque na década de 70... (PALMAS)..., quando fui para o Estado de Rondônia, vindo do interior de São Paulo, tinha uma legislação, que era o Código Florestal, que permitia e determinava que eu desmatasse 50%, sob pena, se não tivesse benfeitoria, de perder a minha propriedade para o INCRA. Eles iriam dar a minha propriedade para outra pessoa que fizesse benfeitoria. Eu, também, não tenho dúvida que o foco do desmatamento, meu caro Promotor - não sei se ele, ainda, está aqui - não é o setor madeireiro. O foco do desmatamento está, exatamente, nas invasões de terras e naquelas áreas regularizadas pelo INCRA, naquelas áreas entregues pelo INCRA, nos assentamentos. Eu fiz questão, em Rondônia, de sobrevoar as áreas de reserva existente no nosso Estado e as de assentamentos. Nessas áreas, sim, está o foco do desmatamento. Eu gostaria, ainda, de fazer um apelo ao Senador Leomar Quintanilha. Eu conheço a sua liderança; sei o quanto Vossa Excelência pode e, com certeza, nos ajudar nesta empreitada. Como eu ouvi em Rondônia e no Pará, ouvi aqui, deste povo, quando adentrei. E, também, vi algumas faixas. O povo não quer esmola; o povo não quer Bolsa Família; o povo quer a garantia do trabalho; o povo quer ser sustentado pelo seu suor (PALMAS). Nós não podemos permitir que façam isso com o setor madeireiro, que aquece uma fatia gorda da economia dos nossos Estados e da região Amazônica. Tenham certeza que podem contar sempre comigo. Eu estou em Brasília. Eu não sou da base aliada e, também, não sou considerado Oposição. Eu voto de acordo com as minhas convicções. Foi assim que votei a CPMF, para acabar com a CPMF, mesmo sendo um Senador do PR e o meu Partido compor a base aliada. Eu não devo resposta ao Presidente Lula! Eu não devo resposta a Ministro nenhum! Eu devo resposta ao povo do meu Estado, primeiramente, que me elegeu Senador da República; e ao povo brasileiro (PALMAS). Então, as minhas convicções prevalecem naquela Casa (PALMAS). Vocês têm a felicidade de ter dois valiosos e valorosos Senadores, que estão trabalhando por vocês. Senador Jayme Campos, eu quero aqui, de público, fazer o reconhecimento pelo seu trabalho, que é organizado e planejado. Se hoje nós estamos discutindo, percorrendo o Brasil, é graças a dois Senadores que tiveram a feliz idéia: Um, que teve a idéia da criação da Comissão Externa no Senado, que é o Senador Jayme Campos; outro é o Senador Flexa Ribeiro, que, na Pág. 20 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Comissão do Meio Ambiente, extraiu uma Subcomissão para que pudéssemos analisar essa crise; para que nós pudéssemos percorrer o Brasil e analisar o que está acontecendo com os nossos conterrâneos, com os nossos amigos e com os companheiros brasileiros. Eu quero cumprimentar, também, o recém-chegado, que representa um grande Senador, que nos deixou muita saudade. Eu vejo a 2.166 e quero dizer que esse foi o maior entusiasta que nós tivemos, do qual Vossa Excelência assumiu a vaga, Senador Gilberto Goellner, e que deixou saudades naquela Casa porque era uma voz forte em favor da nossa agricultura. Eu quero lhe cumprimentar, Senador Gilberto Goellner pela sua chegada. Vossa Excelência chegou ontem, mas, está defendendo o povo do seu Estado com galhardia. Para finalizar, eu quero só dizer que os senhores nos acompanharão pela TV Senado e eu farei questão de presidir a Sessão, porque, na hora que o Senador Jayme Campos falar, eu direi: Vossa Excelência tem cinco minutos; tem que concluir o seu pronunciamento em cinco minutos (RISOS). Meus amigos, muito obrigado pela maneira que nos receberam. Eu espero que com as nossas reuniões e com as nossas andanças possamos dar uma resposta de imediato ao povo brasileiro, principalmente, ao povo da nossa região Amazônica. Um abraço a todos vocês! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Obrigado, Senador Expedito Júnior, que tem sido um grande parceiro no Senado Federal,sobretudo nessa luta, travando essa verdadeira batalha em prol, naturalmente, da política racional para a região Amazônica. Concedo a palavra ao Exmº Deputado Estadual Riva, pedindo, também, que cumpra literalmente com o Regimento desta Comissão. O SR. RIVA - Bom-dia, senhores e senhoras! Os meus cumprimentos ao Senador Jayme Campos, que preside essa Comissão; a todos os Senadores, em nome do Senador Gilberto Goellner; a Prefeita Maria Isaura; aos meus colegas Deputados Estaduais; ao Deputado Federal ; a todos os Prefeitos da região, aos Vereadores, aos Vice-Prefeitos, ao povo de Alta Floresta e de toda região. Senador Jayme Campos, Vossa Excelência não tenha dúvida que aqui estão centenas de pessoas que lutam com muita teimosia para sobreviver na Amazônia. Eu ficaria mais feliz se estivéssemos aqui para discutir a implantação da Universidade Federal do Norte, para darmos oportunidade aos nossos jovens... (PALMAS); eu ficaria mais feliz, juntamente com os meus colegas Deputados Adalto de Freitas - Daltinho, Ademir Brunetto, Dilceu Dal Bosco e Sérgio Ricardo, se estivéssemos aqui para trazer aparato técnico, para oferecer apoio aos produtores para regularizarem a sua situação. E, também, Senador, eu quero dizer a Vossa Excelência e aos demais Senadores que faço parte, Prefeito Celso, juntamente com alguns membros, da Bancada do Governador Blairo Maggi, que insistiu que ele não aceitasse essa Operação em Mato Grosso, que ele resistisse e que dissesse ao Presidente Lula: “Mato Grosso não precisa da Polícia Federal, nem da Força Nacional. Nós precisamos aqui é de oportunidade para o povo desta região. Eu moro aqui há mais de trinta anos, Senador, e sei o quanto sofrem os trabalhadores daqui, que vêem a cada dia as oportunidades irem embora: é a barreira contra a nossa carne, é a restrição do crédito, é a falta de infra-estrutura de estrada principalmente, e é a falta de oportunidade na educação.

Pág. 21 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Então, deveríamos estar discutindo aqui, ex-Prefeito Romoaldo Júnior, novas oportunidades para os nossos trabalhadores. O direito adquirido, que muitos falam, depois da famigerada 2.166, que, se não me engano, foi reeditada mais de cinqüenta vezes, não vale para o povo, só vale quando tem interesse do Governo, quando tem interesse do Estado, quando tem interesse do Governo Federal. Essa Operação Arco de Fogo, meus senhores, é um show pirotécnico, não tem nada a ver com questão ambiental! (PALMAS). A ex-Ministra Marina Silva é uma insensível, que, diante das informações verdadeiras, dos levantamentos feitos no Estado de Mato Grosso, não se curvou para a verdade e manteve o Decreto nº 6.321. Agora não vamos nos iludir: sai a ex-Ministra Marina Silva e entra outro pior, que é o Sr. Carlos Minc, do Rio de Janeiro, que não conhece a realidade da Amazônia... (PALMAS E OVAÇÃO). Posso falar isso aos senhores, porque ontem ele já disse: “Não vamos permitir que o Sr. Blairo continue plantando soja.” Ora, conheço a realidade dos negócios do Sr. Blairo Maggi, e quero fazer uma defesa e um repúdio às afirmações incoerentes, infundadas e, felizmente, equivocada do Sr. Minc, que é Deputado Estadual, que eu conheço. Não se iludam! Não tem nada alvissareiro para esta região, a não ser que vocês cheguem em Brasília e digam ao Presidente: fomos a Alta Floresta e vimos o maior movimento cívico da história de Alta Floresta em defesa dos trabalhadores...(PALMAS E OVAÇÃO) ...em defesa da região. Eu confio muito, Vice-Governador Silval Barbosa, no Senado. Usem a força dos senhores, nos restituam o direito que tivemos ao comprar terras aqui de desmatar os 50%. Hajam com rigor em relação à questão ambiental, mas respeite o principal componente do meio ambiente: o homem. Parabéns, Deputado Ademir Brunetto! Parabéns, Senador Jayme Campos! Parabéns, Deputado Ademir Brunetto! Parabéns, principalmente, ao povo de Alta Floresta, que não se calou! Continuem fazendo isso. Um abraço a todos (PALMAS E OVAÇÃO)! O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Parabéns, Deputado Riva! É pertinente a fala de Vossa Excelência. Eu concedo a palavra ao Deputado Dilceu Dal Bosco, Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso (PALMAS). O SR. DILCEU DAL BOSCO - Bom-dia a todos! Cumprimento toda a mesa em nome do Senador Jayme Campos. Quero, com a permissão de todos os senhores, falar diretamente, mais precisamente aos Senadores que nos visitam, ao Senador Leomar Quintanilha, ao Senador Expedito Júnior e ao Senador Flexa Ribeiro, até porque o nosso povo conhece e sofre junto conosco todos os dias essa situação. Falo aqui, Srs. Senadores, como Vice-Presidente da Assembléia Legislativa, Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais e Presidente da Pág. 22 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Comissão Especial, que foi criada e fui eleito anteontem para discutir o zoneamento no Estado de Mato Grosso. Não quero falar só dessa Ação Arco de Fogo, dessa Operação, mas de 2005 para cá. O que estão fazendo conosco, Srs. Senadores - até citei esse exemplo, lá em Colíder, no “Nortão Reage”, do Prefeito Celso, citei esse exemplo que mostra tudo o que está acontecendo - o Governo Federal é como se fosse aquele pai que engravidou a mãe e abandonou o filho e mãe. Esse filho foi educado, foi tratado, foi cuidado e depois de vinte, trinta anos, esse pai, o Governo Federal, volta e fala: “olha, você foi mal educado, você não está se vestindo bem, você não foi bem tratado”. E começa a bater e a maltratar. Foi isso que o Governo Federal fez conosco, nos chamou para cá há vinte, trinta anos, não veio educar, não veio fiscalizar, não veio ajudar, mas depois que veio a qualidade de vida, que veio o asfalto, que veio o hotel com ar-condicionado, que vieram todas essas condições, ele veio para punir, para maltratar, para fazer as operações que está fazendo. Não é justo o que estão fazendo com o nosso povo! (PALMAS) Não é justo o que estão fazendo com Alta Floresta, com esta região, com o Norte e com o Mato Grosso! Não podemos aceitar isso! Não podemos nos calar! Senadores, Mato Grosso vem fazendo o dever de casa desde 2005, quando foi deflagrada a Operação Curupira. Diminuiu-se o desmatamento, foi extinta a FEMA e criada a SEMA, foi aprovada a legislação na Assembléia Legislativa, a política ambiental, foi alterado o Código e parece que nada disso adiantou para o Governo Federal e para o Ministério do Meio Ambiente. Nós queremos, sim, justiça! Nós queremos ser respeitados! Não se admite mais um Estado que tem, Senador Jayme Campos, um Pacto Federativo, o Governo Federal vir passar por cima de um Ente Federado, por cima do Governo do Estado, das autoridades e fazer operações abusivas sem conversar com as autoridades, com o próprio Governo e com o Poder Constituído do nosso Estado. Não queremos e não vamos aceitar isso. Faço três pedidos, como Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembléia Legislativa: Por favor, ajudem a aprovar a Medida Provisória nº 2.166, transformando-a em lei. É disso que precisamos. Peço também que ajudem o nosso saudoso Senador Jonas Pinheiro, que queria e, com certeza, onde está, ainda quer, que Mato Grosso saia da Amazônia Legal. Essa legislação para os Estados que estão na Amazônia Legal não é justa. Fomos incluídos para termos o benefício de vir para desbravar a Amazônia por conta do SUDAM, incluíram parte de Mato Grosso nesse primeiro instante, depois o Estado inteiro, como compensação pela saída de . Hoje sofremos com essa legislação, que é rígida, que é dura e severa. Portanto, nos ajudem na possibilidade de retirar Mato Grosso da Amazônia Legal. Por último, estaremos andando Mato Grosso inteiro, discutindo, socializando, levando a todos os municípios o Projeto do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, mas queremos, Senador Flexa Ribeiro, fazer dele uma linha de corte, um divisor de águas, um marco daquilo que já fizemos, legal ou não, da forma e da maneira que fizemos, para aquilo que queremos de desenvolvimento sustentável e proteção do meio ambiente. É isso que estaremos defendendo, mas, Pág. 23 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. para isso, precisamos do apoio do Senado e do Congresso junto ao CONAMA e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento. Essa demonstração que os senhores dão hoje aqui, através do Senador Jayme Campos, que aprovou o Requerimento e criou essa Comissão Especial de Risco Ambiental, é para nós um alento muito grande. Nós, mato-grossenses, precisamos do apoio do Congresso Nacional. Ajudem-nos, levem a nossa voz, levem para o Congresso a real situação que passamos. Nós não precisamos. Ninguém aqui em Mato Grosso precisa de Polícia Federal e de Guarda Nacional para nos guiar, nos orientar e nos punir. Basta que venha nos fiscalizar. Nós não temos no nosso histórico, Senador Expedito Júnior, nenhuma retaliação, nenhum impedimento a qualquer tipo de fiscalização. Não precisa usar a força em Mato Grosso, de jeito nenhum. Não precisa, isso já foi provado! Agradeço imensamente, quero parabenizar todos que organizaram este evento, em especial o povo desta região, o povo de Alta Floresta e de todos os municípios aqui presentes. Parabéns a todos, que Deus ilumine a todos nós. Com certeza, a partir de hoje, nós teremos dias melhores, mais paz e mais tranqüilidade para trabalhar no nosso querido Mato Grosso. Um abraço a todos! Muito obrigado. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Obrigado, Deputado Dilceu Dal Bosco. Quero registrar a presença do Alexandre, diretor do Instituto Ouro Verde de do Movimento da Agricultura Familiar. Está registrado. Seja bem-vindo. Com a palavra, o ilustre Senador da República, Gilberto Goellner, que neste ato, com certeza, falará com o seu conhecimento de causa em relação a esta matéria. O SR. GILBERTO GOELLNER - Boa-tarde, companheiros da Mesa, população de Mato Grosso e de todos os municípios que se fazem representar aqui e de todas as entidades civis, classistas que estão a prestigiar este grande evento. Quando o Senador Flexa Ribeiro requereu, dentro da Comissão de Meio Ambiente, a constituição de uma Comissão de 05 Senadores titulares e de 05 suplentes, nós, imediatamente, nos inscrevemos, porque sabíamos que estaríamos aqui, assim como fomos ao Pará e a Rondônia, realmente, para levantar e para entender o porquê, o Governo brasileiro, tentando encobrir a sua inoperância, a inoperância dos órgãos federais, a inoperância do INCRA, do IBAMA, de fiscalizações e controles permanentes, aqui só vem uma vez quando querem punir, perseguir e tentar achar o grande vilão do desmatamento da floresta brasileira. Os dirigentes que nós conhecemos em Brasília, liderados que foram pela ex- Ministra Marina Silva, tinham um propósito. Tinham o propósito de segurar o desmatamento. O propósito é evidente, tinha o seu mérito. Agora, ficar monitorado como estão, por ONGs internacionais e submeter-se a todos os caprichos dessas ONGs, fazer com que o Brasil, que ainda possui 69,4% de sua mata nativa, quando a Europa possui apenas 0,1% de sua floresta nativa?! Então, o que é que precisamos responder ao mundo? São eles é que tem que nos dar respostas! É o Príncipe Charles, Presidente de uma grande ONG internacional que reuniu na semana anterior, há duas semanas atrás, mais de 40 Parlamentares e membros do Ministério do Meio Ambiente, que estiveram lá visitando o Príncipe Charles e ouvindo o que ele desejava para a Floresta Amazônica. Pág. 24 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. É dentro desse princípio que eles têm que, realmente, impedir tudo aqui. Tudo é impedido. Ainda ontem, na Comissão de Agricultura do Senado, onde esteve lá o Ministro Reinhold Stephanes, ele deixou bem claro: “Nós não podemos plantar cana-de-açúcar na Floresta Amazônica.” E, aqui tudo é bioma de floresta. Então, aqui tudo eles querem proibir e impedir. Então, eu convoco - sei que vocês têm seus representantes, são os Deputados Estaduais, os nossos Deputados Federais e Senadores que já estão em Brasília - para nos unirmos aos sindicatos e madeireiros, aos sindicatos rurais, aos prefeitos e a Prefeita daqui, senhora Maria Isaura, para, realmente, irmos a Brasília. Vamos tentar mostrar o que nós estamos fazendo, a necessidade que temos de continuar aqui produzindo, respeitando o meio ambiente, continuar explorando o manejo florestal adequado e licenciado. É disso que precisamos! É disso que precisamos lá, para mostrar a realidade, porque, aquele povo lá não conhece a realidade. Os senhores podem ter certeza, se eles conhecessem um pouquinho dessa realidade, não fariam o que estão fazendo. Eu digo mais, o novo Ministro que já foi citado aqui, o Sr. Carlos Minc, ontem à noite, numa declaração falou que só conhecia o Estado do Rio de Janeiro. Agora, impedindo tudo que for para floresta, tudo que for aqui para aqui do Mato Grosso, ele vai impedir. Porque não é só esta região que é de floresta. Na concepção do pessoal de Brasília, todo o Estado de Mato Grosso pertence à Amazônia Legal, porque, está ainda em lei, infelizmente. Então, tudo aqui pertence e é Amazônia Legal. E é dentro desse princípio da Medida Provisória 2.166, que rege a lei ambiental brasileira, é que nós precisamos trabalhar. E eu estarei lá discutindo junto com a Câmara, com o Deputado Micheletto, para fazer com que os propósitos e as intenções que já foram levantados em fevereiro deste ano. Um projeto que nos deixou lá, o saudoso Senador Jonas Pinheiro, era de que realmente Mato Grosso fosse retirado da Amazônia Legal. Eu não diria que hoje, tem ambiente para tanto. Agora, nós precisamos, a partir do zoneamento, Deputados Sérgio Ricardo, Dilceu Dal Bosco, Riva, Adalto de Freitas - Daltinho, nós precisamos, sim, levantar a real situação desse zoneamento para que ele não engesse e impeça mais do que hoje, já está sendo impedindo. E que retornemos, realmente, o que é ter uma floresta e faça aqui, sim, uma sustentação viável de exploração das nossas áreas que por lei, podemos explorar. Precisamos fazer uma sustentação, porque, hoje, não há concepção nem para isso. Quando o Governador Blairo Maggi, numa recente entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, colocou que o mundo precisa de alimentos e possivelmente, Mato Grosso poderia colaborar com as suas áreas que poderiam ser explorada dentro do ambiente legal. O que eles colocaram? O Governador Blairo Maggi é responsável e orienta para o desmatamento da Amazônia para produzir alimentos. É isso que eles querem levar, eles querem fatos, eles querem dar resposta para o mundo, querem dizer que eles são os guardiões. Mas, enquanto o governo brasileiro e o Ministério do Meio Ambiente não tornarem como verdadeiro colaborador quem está aqui, quem está na terra, quem usa, quem está aqui preservando e guardado a floresta, dando valor aos ativos florestais que ainda estão em pé, nada nós vamos conseguir. Esses recursos que foram anunciados, que foram gastos cento e oitenta milhões de reais nessa Operação de força, que fazem não só aqui, como fizeram em Rondônia, como fizeram em Sinop, como fizeram no Pará e que agora será ampliado para mais de um bilhão de reais, se nós não utilizarmos isso aí para financiar os projetos do MT LEGAL, que recentemente foi aprovado na Assembléia Legislativa, de fazer com que cada município, dentro do seu consórcio, se utilize desses recursos; nós precisamos nos credenciar para podermos requerer esses recursos para bem aplicar, levantar a real situação de cada município, organizar o que é que precisamos realmente repor, são as Pág. 25 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. áreas de preservação permanente e colocar aqui um marco regulatório zero. Nós precisamos colocar aqui um marco regulatório porque não vamos ter condições de repor as áreas já desmatadas anteriormente. Precisamos dar um basta, porque se fosse assim, Paraná, , , São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, todos esses estados teriam que fazer o mesmo. O mundo inteiro teria que fazer o mesmo! Não somos nós que vamos precisar fazer...(PALMAS)... e os outros ficarem rindo na nossa cara. O futuro, que eu vejo como futuro, nós vamos ter dificuldades grandes se não nos unirmos, classe política, o setor empresarial e os produtores em geral. Por quê? Porque dentro dessa concepção, da perseguição que a região de Floresta Amazônica vai ter, não vai parar. A convocação que teríamos que fazer para o novo ministro é que, realmente, tire a força policial que está aqui, a Força Nacional e leve, sim, para as favelas do Rio de Janeiro, que ele representa também, levar para lá...(PALMAS)... porque aqui não pode ficar. O que eles fizeram foi uma humilhação, porque aqui não tem criminoso como tem nas favelas do Rio de Janeiro. Dentro dessa linha, nós estamos aqui dispostos a cumprir o mandato que o Jonas Pinheiro nos deixou. São mais dois anos e meio. Eu pretendo estar em Brasília, mas sempre junto com vocês, ouvindo todas as lideranças, requerendo o que for necessário. Agora, nos dêem uma força e vão lá, façam esse grande movimento de ir lá. Nós precisamos, sim, levar pessoas lá e mostrar a realidade, porque esse pessoal lá não conhece e estamos lá sozinhos batalhando. É isso, Senador Jayme Campos, eu agradeço a oportunidade. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Obrigado, Senador Gilberto. Quero registrar a presença do dirigente da OAB aqui, Dr. Arão, que nos entregou documentos que serão encaminhados de forma regimental. Com a palavra, o Exmº Senador da República Flexa Ribeiro, companheiro e amigo, Relator desta Comissão (PALMAS). O SR. FLEXA RIBEIRO - Boa-tarde a todos. Quero pedir permissão à Mesa para saudar, em primeiro lugar, o povo de Mato Grosso, o povo de Alta Floresta, que aqui nos ouve e aqui faz esta mobilização fantástica, para que possamos levar daqui, Senador Jayme Campos, tudo aquilo que o povo de Mato Grosso, de Alta Floresta e dos municípios vizinhos reivindicam, que nada mais é do que trabalho digno para sustentar as suas famílias. Quero saudar o nosso Presidente da Comissão Externa, Senador Jayme Campos; nosso Vice-Governador Silval Barbosa, e, em seu nome, saudar o Governador Blairo Maggi; quero saudar o Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Sérgio Ricardo, e, em seu nome, saudar a todos os Deputados Estaduais; a Prefeita Maria Isaura, e em seu nome saudar a todos os Prefeitos e ex-prefeitos de todos os municípios presentes; aos nossos companheiros, valorosos companheiros do Senado Federal; Senador Leomar Quintanilha, que brilhantemente preside a Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal; Senador Gilberto Goellner, que junto com o Senador Jayme Campos honra o Estado de Mato Grosso, defendendo diuturnamente, obstinadamente os interesses deste glorioso Estado da federação brasileira.

Pág. 26 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Senador Expedito Júnior, de Rondônia; Deputado Federal Welinton Fagundes; vereadores, quero saudar a todos os vereadores aqui presentes, lideranças dos trabalhadores, liderança do setor produtivo, meus amigos e minhas amigas. Estamos vindo aqui a Mato Grosso e neste instante em Alta Floresta, Vice- Governador Silval Barbosa, para ver in loco o caos que o Governo Federal, através dessa Operação chamada Arco de Fogo, veio instalar na Amazônia Brasileira, em especial no meu Estado, o Estado do Pará, no Estado de Mato Grosso e no Estado de Rondônia. Quero iniciar as minhas palavras dizendo aquilo que temos repetido abundantemente e que os ouvidos dos ambientalistas e das Organizações Não Governamentais não querem ouvir ou querem transferir para a mídia de forma deturpada. Nenhum de nós aqui, Senadores, Vice-Governador, Deputados Estaduais, Deputados Federais, Prefeitos, Vereadores, nenhum de nós brasileiros e amazônidas, estamos defendendo a devastação da nossa região. Muito pelo contrário, se tem alguém que defende a permanência da floresta somos nós brasileiros que aqui vivemos, porque sabemos que é da floresta que vamos extrair continuadamente, perpetuamente as riquezas para dar melhor qualidade de vida para vinte e três milhões de brasileiros que defendem a soberania desta região para o nosso País...(PALMAS). Esta região que é cobiçada internacionalmente, infelizmente, Senador Jayme Campos, não tem a cobiça dos brasileiros, do restante, cento e setenta milhões de brasileiros que compõem esta nossa Nação, porque eles olham para cá com uma visão completamente desvirtuada da realidade. Mas eles não estão errados, eles estão sendo enganados, porque a notícia que chega a eles é que o povo que aqui está quer destruir a Amazônia. Quando a notícia real é que queremos, sim, preservar a Amazônia, mas queremos também preservar a vida digna de todo ser humano que aqui habita. Nós queremos aliar a questão ecológica ambiental com a questão do desenvolvimento. Não aceitamos discutir, Senador Leomar Quintanilha, a questão ambiental é isolada da questão do desenvolvimento, porque as duas podem ser aliadas, as duas podem ser discutidas de forma que o desenvolvimento sustentável possa transformar as nossas riquezas em melhor qualidade de vida para o nosso povo. E aí, o que é que nós vemos por parte do Governo Federal, por parte do Ministério do Meio Ambiente? São ações mediáticas, são ações que eu diria, para dar resposta ao resto do mundo. Agora mesmo, Senador Leomar Quintanilha, agora mesmo foram convidados sessenta personalidades do Brasil para ir a Londres, a convite do príncipe Charles. Para discutirem o quê? Para discutirem a Amazônia. Nós temos que discutir a Amazônia no Brasil; nós temos que discutir a Amazônia em Mato Grosso; nós temos que discutir a Amazônia na Amazônia... (PALMAS). Não será de lá que imporão o que vamos fazer para a região. É daqui, do povo que aqui vive e sabe o que é melhor para a região e que tem que ser ouvido. Não serão dos gabinetes refrigerados de Brasília que virão as ordens e determinações que já provaram ser ineficazes. Nós temos que ter uma ação positiva, uma agenda real, que traga a proteção ambiental, que traga a sustentação ambiental para a região, mas, também, que traga o desenvolvimento. O grande responsável pela devastação, pelo que foi feito na Amazônia foi o Governo. Foi o Governo pelas suas ações no passado, pois, trouxe para cá brasileiros sem terra e para as terras sem brasileiros. Ele mandou que fosse feito corte raso na metade da área para que o

Pág. 27 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. INCRA pudesse titular essa área. Ou seja, havia uma indução. Mais do que isso, havia uma obrigação de fazer o corte raso da floresta. Mudou a Legislação e não é mais permitido isso. O Governo errou novamente, porque se omitiu na sua ação mais importante e, ao invés de gastar milhares, centenas de milhões de reais nessas operações policialescas; como gosta de dizer a Ministra Marina Silva, Vice-Governador Silval Barbosa, ação de comando e controle, como se, através disso, nós pudéssemos combater a causa pelo efeito, trouxe a polícia, que procura fazer o combate ao efeito. Mas a causa não quer resolver, porque a causa está na responsabilidade do Governo Federal, que não cumpre com suas obrigações. Eu quero dizer que nós vamos, com certeza absoluta, Senador Jayme Campos, Senador Gilberto Goellner, Senador Leomar Quintanilha, Senador Expedito Júnior, propor nos relatórios das duas Comissões, tanto da Comissão Externa do Senado, quanto da Subcomissão da Comissão de Meio Ambiente, ações reais, ações concretas, que visem trazer à Amazônia, sim, o desenvolvimento sustentável. E quais são essas ações? São simples. Não são ações de pirotecnia, que dão respostas à mídia internacional, trazendo para a Amazônia milhares de policiais, seja da Força Nacional ou da Polícia Federal. No meu Estado... Aqui e em Rondônia não houve, mas, no meu Estado a Governadora colocou a Polícia Militar para agredir os trabalhadores, para impedir o trabalho dos empresários, que querem trabalhar na legalidade. Nós não defendemos aqueles que buscam fazer suas ações empresariais de forma ilegal, mas, também, não é possível trabalhar na legalidade quando o Estado Brasileiro, em seus diversos níveis, não cumpre o seu papel de licenciar os planos de manejo que ficam engavetados. Antes, era pelo IBAMA... (PALMAS)...; depois, pelas Secretarias do Meio Ambiente dos Estados também. E, também, os senhores estão de parabéns! Disse-me o Senador Jayme Campos que não acontece aqui; eu ouvi do Senador Expedito Júnior que não acontece em Rondônia. Mas no Estado do Pará parece que a Secretaria do Meio Ambiente dá continuidade à ação nefasta do IBAMA. Eu acho - tenho dito repetidas vezes, Vice-Governador - que o IBAMA tem uma ação que não é do interesse do Brasil. Tanto o IBAMA, quanto o Ministério do Meio Ambiente são tutelados pelas organizações não governamentais, financiadas por recursos externos, que não querem o Brasil competitivo no mercado internacional. (PALMAS). Por trás desse cenário ambiental, que é correto, que é justo, está o mercado, que aciona e alimenta para que o Brasil não seja como um player importante na produção de alimentos para o mundo. O player é importante na produção de produtos da floresta para o mundo. Porque eles não querem perder o mercado que hoje detém. E detém esse mercado por subsídios, seja ele nos Estados Unidos ou na Comunidade Européia. Eu quero encerrar dizendo que nós vamos, sim, Senador Leomar Quintanilha, como eu disse, propor uma pauta positiva e oferecer ao Governo, ao novo Ministro do Meio Ambiente... Eu peço a Vossa Excelência, como Presidente da Comissão do Meio Ambiente, que na próxima reunião Comissão aprove um requerimento para que a primeira participação do novo Ministro seja no Senado Federal, na Comissão do Meio Ambiente, para que comece a discutir essa questão com os representantes do povo; para que ele ouça tudo o que nós assistimos na nossa Pág. 28 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. caminhada. Eu tenho certeza absoluta, que ele nem imagina, no Rio de Janeiro, o que está acontecendo aqui, na Amazônia. A proposta que eu quero deixar, encerrando, é a seguinte: É necessário que o Governo Brasileiro faça, ao invés das ações Arco de Fogo ou Guardiões da Floresta, como gosta, um PAC. Está na moda fazer PAC. Vamos fazer um PAC pela legislação fundiária; vamos dar recurso para que se faça a legalização fundiária do Brasil inteiro, em especial da Amazônia; vamos oferecer recurso para que possamos dar aos Estados condições de aprovar e implantar os seus planos de zoneamento econômico-ecológico. Porque, através desses planos, nós definiremos, de uma vez por todas, quais são as áreas que devem ser preservadas; quais são as áreas do Estado que terão uso através do manejo; quais são as áreas que podem ter uso intensivo. E, então, não haverá dificuldade entre os empresários para dirigirem seus projetos, contanto que estejam de acordo com o zoneamento que for aprovado. É preciso, ao invés de mandar a Polícia Federal e a Força Nacional, gastar milhões de reais mandando para os Estados da Amazônia Engenheiros Florestais, Técnicos Florestais, centenas, milhares, para ajudarem esses Estados, para instruírem os brasileiros que aqui moram. Ao invés de multar, devem fazer a parte educativa que antecede à fiscalização. É muito fácil multar porque eles não cumprindo com a função de licenciar. Então, já sabem o que irão encontrar. Quando a Ministra deflagrou a Operação Arco de Fogo já sabia o resultado antecipadamente porque tinha conhecimento de que o IBAMA não cumpria e não cumpre com as finalidades para as quais ele foi feito. O IBAMA - é bom lembrar, Senador Jayme Campos - substituiu o IBDF. O IBDF recebeu, ao longo de décadas, recursos, pagos pelos empresários, para que ele, o IBDF, reflorestasse e esses recursos desapareceram. É preciso, Senador Leomar, que se busque também saber onde estão esses recursos do IBDF que não foram usados pelo Governo - de épocas passadas - para fazer o reflorestamento, porque é desde esse tempo que o Governo também peca por omissão para com a nossa região. Para finalizar, quero dizer da necessidade, como está dito aqui, da discussão, melhor dizendo, Deputado Riva, da MP 2.166, uma Medida Provisória que está há dez, onze anos, tramitando no Congresso Nacional e não discutimos, não aprovamos e não rejeitamos. Senadores Leomar Quintanilha, Jayme Campos, Expedito e Goellner, vamos chegar em Brasília, vamos ao Presidente do Congresso Nacional e vamos pedir, Deputado, que a MP 2.166 entre em pauta. Vamos discuti-la, vamos fazer as alterações que precisam ser feitas... (PALMAS) ...vamos alterar, fazer a revisão do Código Florestal, que é dos anos 60. Meus amigos, quero aqui assumir um compromisso com o povo de Mato Grosso, com o povo de Alta Floresta e dos municípios. Vice-Governador Silval Barbosa, não precisaria repetir isso que venho repetindo, porque o povo de Mato Grosso tem nos Senadores Jayme Campos e Gilberto Goellner defensores, como eu disse, diuturnamente, na tribuna e nas comissões, defendendo os interesses deste Estado, mas não vamos nos calar. Não é fácil vir aqui para defender aqueles mais necessitados, porque acham que estamos defendendo a devastação. Estamos defendendo o direito de o trabalhador ter um emprego! Estamos defendendo o direito do empresário que quer trabalhar na legalidade ter a oportunidade de assim fazer!

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Prosseguindo com o nosso evento, ainda temos alguns oradores inscritos, certamente ávidos por ouvir as palavras do nosso Presidente da Comissão de Meio Ambiente, do Vice-Governador Silval Barbosa, e do Presidente da Assembléia Legislativa. Passo a palavra ao Exmº Sr. Deputado Federal Welinton Fagundes. O SR. WELINTON FAGUNDES - Gostaria de cumprimentar o Senador Jayme Campos e, da mesma forma, parabenizá-lo, Senador, pela sua coragem de assumir um tema tão polêmico. Como Vossa Excelência mesmo já disse, só o fato de Vossa Excelência apresentar a proposta de constituição dessa Comissão Externa já foram procurar uma forma de perseguição ao cidadão e empresário Jayme Campos. É importante que toda população do Estado saiba entender o papel de cada um de nós que aqui está, bem como também as nossas dificuldades e limitações. Quero cumprimentar o nosso Vice-Governador Silval Barbosa, que é um legítimo representante, que conhece muito a vida e o dia-a-dia da população desta região. Quero cumprimentar o nosso companheiro Senador Gilberto Goellner; o Senador Flexa Ribeiro; o companheiro Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Senador Leomar Quintanilha; o meu companheiro de Partido, Senador Expedito Júnior; da mesma forma, cumprimento toda a população na pessoa da Prefeita Maria Isaura, bem como os ex-Prefeitos e vereadores que aqui estão. Cumprimento o Deputado Sérgio Ricardo em nome de todos os Deputados Estaduais aqui presentes, mas reverencio o Deputado Ademir Brunetto, que é um representante legítimo da região. Ao chamar toda a população, para vocês entenderem também as nossas limitações, eu gostaria aqui de ressaltar que a nossa representação na Câmara dos Deputados, a representação dos Deputados Federais da região Amazônica é muito pequena, porque a nossa representação é proporcional à população brasileira: enquanto Mato Grosso tem oito Deputados Federais, São Paulo tem setenta e um! Felizmente, temos um sistema bicameral, temos também o Senado da República e temos um pouco mais de condições de representatividade. A região Amazônica tem 54% do Território Nacional, mas temos ainda uma população muito pequena. Daí a necessidade de sairmos daqui com algumas conclusões. Ouvi aqui inúmeras sugestões, principalmente, a do Sr. Mário, que colocou aqui inúmeras sugestões. Diz-se muito no Brasil que, quando não se quer resolver um problema, forma-se uma Comissão. Aí, Senador Jayme Campos, é que eu tenho certeza da esperança de cada brasileiro que aqui vive, na responsabilidade que temos de estar aqui hoje para falar com vocês, Pág. 30 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. principalmente o que faremos amanhã e depois de amanhã. Então, é nesse sentido que eu quero aqui propor à Comissão - temos duas alternativas para mudar essa situação, a conclusão aqui é clara - a presença da Força Nacional é desnecessária; e o Decreto feito pelo Presidente da República tem muitos artigos inconstitucionais. Temos à frente da Suprema Corte do Brasil um mato-grossense, o Ministro Gilmar Mendes. Então, Senador Jayme Campos, eu gostaria aqui de sugerir que esta Comissão, com a assessoria do Senado, pudesse, urgentemente, entrar com as inconstitucionalidades junto ao Supremo Tribunal Federal... (PALMAS). Este é, sem dúvida, o meio legal que temos. Se não conseguirmos, não tem outra forma, aí, talvez, daqui a vinte, trinta, ou quarenta dias, teremos que estar convocando cada prefeito, cada vereador, cada liderança para invadir Brasília, com a presença da população, para fazer parar Brasília. Não adianta fecharmos as estradas de Mato Grosso, porque, quem vai sofrer seremos nós, mato-grossenses, precisamos fechar a Explanada do Brasil. Claro que vamos encontrar dificuldades, mas, espero que com a liderança do Senador Jayme Campos, com a liderança de todos os Senadores da região Amazônica, encontre a força necessária para demover essa ação que não tem outro objetivo, a não ser dar satisfação para a comunidade internacional. Nós estivemos com o Presidente da República mais ou menos há 15 dias. O Deputado Dilceu Dal Bosco estava na audiência, juntamente com o Governador Blairo Maggi e o próprio Presidente Lula nos falou de forma muito categórica, que nós temos que nos posicionar. Eu entendo, Senador Jayme Campos, que a única forma que nós temos para nos posicionar, é parar o Senado da República, até que o Presidente da República tenha, realmente, uma decisão de como iremos agir aqui na região Amazônica. Só para os senhores terem uma idéia, ontem eu tive a oportunidade de conversar com o chefe, com o Comandante do 9º BEC, que é o responsável para construir a BR-163. Inicialmente, Senador Flexa Ribeiro, a BR-163 foi feito um convênio, ano retrasado, com o Governo do Estado, para início da construção. Os recursos foram liberados e o Tribunal de Contas da União impediu, cancelou a licitação e diz que não tinha como fazer a obra. Fomos buscar o Exército Brasileiro, que não tenho dúvida da credibilidade do Exército Brasileiro. Ontem, o Comandante do 9º BEC me disse que o Tribunal de Contas já estava acenando para paralisar qualquer ação do Exército Brasileiro na construção da BR-163. Portanto, isso é uma demonstração clara que não querem deixar promover o desenvolvimento da nossa região. Nós temos o exemplo claro de Manaus. Manaus e o Amazonas estão com 99% do seu território ainda intacto, porque, foi criada a Zona Franca de Manaus. Então, como está aqui a necessidade da criação da ZPE, nós temos aqui que ir a Brasília, discutir efetivamente, com o Governo, fiscalizar se esse PAS, Plano de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia vai sair do papel, se não vai ficar apenas no discurso. Cada brasileiro que aqui está, precisa sustentar sua família, gerar emprego para seus filhos e só vamos fazer isso, realmente, com financiamento. Eu quero encerrar, para não demorar muito, mas, quero encerrar aqui com uma proposta: Senador Jayme Campos, que realmente a Comissão, além de exigir na Justiça, passe também, a tomar ações para fazer com que tudo àquilo que foi anunciado pelo Presidente da República na semana passada, realmente, que venha promover a liberação de recursos financeiros para a nossa região.

Pág. 31 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. As prefeituras aqui, hoje, os prefeitos é que estão sofrendo quando tem o desemprego batendo à porta. Então, acredito que não temos outra forma para dar satisfação à população, a não ser tomar posições como foi o próprio Senador Expedito Júnior, mesmo sendo da base aliada, teve a coragem de votar contra a CPMF. Então, eu espero, tenho certeza que o Senado da República vai dar uma resposta a todos que aqui vieram. Caso contrário, quero me colocar como cidadão para liderar um processo de movimento de fechar Brasília com os amazônicos que aqui vivem e que aqui estão. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Parabéns, Deputado Federal Welinton Fagundes. Quero passar a palavra agora ao nosso mestre, nosso professor, Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Senador brilhante, valoroso pelo Estado do Tocantins, o querido amigo particular, Senador Leomar Quintanilha (PALMAS). O SR. LEOMAR QUINTANILHA - Boa-tarde a todos! Meus cumprimentos sinceros, sobretudo àqueles que estão resistindo às necessidades de outras demandas e até a fome, que permanecem até agora para nos ouvir e para discutir sobre questões importantes que afligem a si próprios, suas famílias, sua comunidade, seus Estados e seu país. Meu caro Vice-Governador Silval Barbosa que, neste ato, representa o querido amigo e Governador Blairo Maggi; ilustre Prefeita Maria Isaura, que de forma muito cortês e gentil, expressando o sentimento do seu povo nos recebe com muito carinho, com muita atenção; meu ilustre Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Sérgio Ricardo; meu caro Presidente da Subcomissão Temporária e Externa do Risco Ambiental, querido amigo, combativo Senador Jayme Campos, que preside os trabalhos. Vou cumprir o meu tempo, Senador Jayme Campos, já cobrava aqui o querido Goellner, mas, não vou deixar de fazer uma referência as ilustres autoridades que estão dispondo do seu tempo, da sua inteligência, da sua preocupação para estar conosco neste momento tão importante para Mato Grosso. Meu caro Senador Gilberto Goellner, querido companheiro; Senador Expedito Júnior; Senador Flexa Ribeiro, que integram as Comissões Externas proposta pelo Senador Jayme Campos e a Subcomissão que foi criada no âmbito da Comissão do Meio Ambiente do Senado Federal, que eu tenho a honra de presidir; meu ilustre Deputado Wellington Fagundes; meu caro Deputado Presidente da Comissão do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, Dilceu Dal Bosco, em nome de quem saúdo os demais Deputados Estaduais que nos honram com suas presenças; ilustre Promotor de Justiça, Dr. Henrique, a sua presença nesta discussão e Vossa Excelência que tem a responsabilidade de defender os interesses da sociedade, do cidadão, é muito importante neste encontro; ilustre Secretário Estadual de Meio Ambiente; meus caros Prefeitos de outros municípios, Vereadores de Alta Floresta e dos municípios vizinhos; líderes classistas; agricultores; pecuaristas; madeireiros; empresários; servidores públicos e juventude vibrante do nosso querido Mato Grosso. Eu não poderia, Senador Jayme Campos, iniciar a minha palavra sem mencionar a imensa saudade que sinto da ausência do grande brasileiro, do grande mato-grossense, Senador Jonas Pinheiro... (PALMAS)... com quem tive a honra de mourejar, tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado da República, e que deixa um legado de responsabilidade ao competente, ao inteligente, ao operoso, Senador Gilberto Goellner, para representar este importante Estado.

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É por essa razão que eu estou aqui para ouvir como ouvi a energia, o sentimento, a indignação e os reclamos do povo mato-grossense num momento de dificuldade que ele enfrenta expressado por diversos líderes que usaram a palavra antes de mim. Ouvi atentamente. E quero dizer aos senhores que aqui, representando duas Comissões importantes do Senado Federal, está o Senado da República para conversar com Mato Grosso, para ouvir as propostas, sugestões e idéias dos mato-grossenses. Quero afirmar aos senhores: não deixaremos frustradas as suas expectativas. Não deixaremos morrer a esperança que Mato Grosso e Alta Floresta tem no exercício da Justiça (PALMAS). Voltaremos para o Senado com a nossa responsabilidade ampliada, porque sentimos do povo uma reação muito forte por ações equivocadas, adotadas pelo Governo Federal. Eu me somo, faço coro àqueles que entendem que não há nada mais importante sobre a face da terra do que o ser humano. É o homem, é a mulher, o ser mais importante do eco sistema em que vivemos, por isso toda prioridade nas nossas leis para o homem e a mulher brasileira. Por isso, toda prioridade nas nossas ações para o homem e a mulher brasileiro. Vejo, especificamente, na questão que estamos tratando hoje aqui, das reações que provocaram, inclusive, a constituição das Comissões para avaliar os riscos ambientais, os instrumentos que tenho lido, nos noticiários que ouço pelo rádio e pela televisão, sobretudo a defesa intransigente, equivocada e isolada da preservação ambiental, usando uma expressão até pouco conhecida, antropizada, muitas pessoas às vezes não sabem o que se refere essa palavra, mas usam os ambientalistas essa palavra porque antropizada é uma área que sofreu uma ação do homem, do ser humano. E ela é usada, toda vez que eu já ouvi essa palavra ser usada, foi exatamente atribuindo ao homem uma responsabilidade como se fosse o homem um ser perverso e destruidor por índole e por natureza, porque altera a condição natural da terra. Mas não seria também uma ação antrópica produzir alimento? Não é uma ação antropizada positiva, produzir alimentos? Não é uma ação positiva antrópica, gerar riquezas? Gerar emprego? Então, é preciso que haja equilíbrio e responsabilidade em tudo que vemos e fazemos. Também ouvi atentamente a reação muito forte da população em uma situação que foi aqui constituída. Ainda não vi, Senador Jayme Campos, a ação burocrática, fiscalizatória dos instrumentos de Governo em outros segmentos da economia brasileira! Eu não vi na indústria, e ainda não vi no comércio, na atividade educacional! Eu não vi nenhuma fiscalização acompanhada de um forte aparato policial. Por que é que na atividade rural, por que é que na fazenda tem que haver essa presença do fiscal, do Governo, com a presença do aparato policial? A fazenda não é um covil de bandidos, a fazenda é um lugar de trabalho, a fazenda é onde se produz alimento, a fazenda é onde se gera emprego, a fazenda é onde gera trabalho, onde gera riquezas... Então, eu não entendo, até porque não tive notícias, não fui informado de que o povo mato-grossense fosse um povo conflituoso, que fosse um povo desordeiro. Ao contrário, encontrei um povo cordato, um povo operoso, um povo trabalhador, que tem dado orgulho ao Brasil na produção de alimento, que tem contribuído para que o País quebre ano após ano o recorde de produção de alimento. Pág. 33 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Olhem que nós já estamos ouvindo uma pressão externa muito forte sobre a escassez de alimento! Essa carapuça não serve para nós. Aqui estamos conseguindo produzir alimentos em quantidade suficiente para atender as demandas nacionais e alguma coisa na demanda internacional. Mas vamos, minha gente de Mato Grosso, continuar nesse empenho, nessa condição de produzir o alimento que venha mitigar a fome não só dos nossos irmãos brasileiros, mas dar uma contribuição para que o País possa participar de forma efetiva da mitigação da fome no mundo afora. Volto para o Senado sem antes mencionar que represento o Estado do Tocantins, ali também estamos enfrentando algumas dificuldades, e não entendo porque, também por uma portaria equivocada do Ministério do Meio Ambiente, mais de trinta municípios do meu estado foram caracterizados como Bioma Amazônico. Na verdade, cerca de noventa ou mais de 90% do território tocantinense é revestido pelo Bioma Cerrado. Então, essas questões equivocadas que acontecem aqui em Mato Grosso, que acontecem no Tocantins, que está acontecendo em Rondônia, no Pará e em outros estados brasileiros, deverão ser corrigidos pelo Governo Federal com a pressão do Poder Legislativo. Eu quero dizer, meus queridos companheiros Senadores Jayme Campos, Flexa Ribeiro, Expedito Júnior e Gilberto Goellner, nós temos o dever e a obrigação de corrigir uma parte dos equívocos que estão sendo gerados dentro do próprio Congresso Nacional. A Medida Provisória nº 2166, editada ainda no Governo Presidente Fernando Henrique, reeditada cem vezes, não foi votada porque nós discutimos, constituiu dentro do Congresso Nacional um grupo a favor e um grupo contra a aprovação da medida provisória. Nessa situação legislativa que nós criamos, que é a medida provisória, é uma lei que vige sem ser votada, a partir da sua edição, nós estamos nessa situação esdrúxula no Congresso Nacional, porque ela coloca na ilegalidade um sem número de produtores rurais que já haviam desmatado fração maior do que aquela que ela estabelece como reserva legal. Então, nós temos que correr, mobilizar todo Senado, todo Congresso Nacional para corrigir essa injustiça. Portanto, meus caros e queridos mato-grossenses, obrigado pela forma cordial com que nos receberam. Voltaremos daqui levando os apelos e as suas expectativas, assumindo com vocês o compromisso de procurarmos nos empenhar para que, conjuntamente, possamos encontrar a solução que venha corrigir os equívocos, que tanto transtorno, tanta confusão tem trazido à sociedade de Alta Floresta, de Mato Grosso e do nosso País. Grande abraço a todos vocês e bom trabalho! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Essas são as palavras do Exmº Senador Leomar Quintanilha. Eu quero dizer aos companheiros do Rotary , que recebemos o documento e encaminharemos a nossa Secretaria. Com a palavra, o Exmº Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Deputado Sérgio Ricardo. O SR. SÉRGIO RICARDO - Eu nome do Senador Jayme Campos, eu cumprimento todos os Senadores aqui presentes. Eu aproveito, Senador, para parabenizá-lo e agradecê-lo pela grandiosa ação que Vossa Excelência está movimentando, através da estruturação dessa Comissão, que está percorrendo o Brasil discutindo situações difíceis, como essa que Mato Grosso e outros Estados atravessam.

Pág. 34 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Eu cumprimento o Vice-Governador do Estado, Sr. Silval Barbosa; cumprimento a Bancada de Deputados Estaduais aqui presente, que é uma Bancada forte desta região, composta primeiramente pelo Deputado Ademir Brunetto, que tem sido um lutador incansável na defesa desta região na Assembléia Legislativa, juntamente com o Deputado Dilceu Dal Bosco, com o Deputado Pedro Satélite e com o Deputado Riva. Eu quero destacar aqui o trabalho do Vice-Governador, nosso eterno Deputado Estadual Silval Barbosa, defensor incansável dos interesses dessa região. E, também, registrar a presença do Deputado Adalto de Freitas - Daltinho, que é da região do Araguaia, mas que, sensibilizado, está aqui, hoje, ouvindo a situação pela qual passa esta região do Estado de Mato Grosso. Eu cumprimento, também, o companheiro Deputado Federal Wellington Fagundes. A minha fala será rápida, até porque, sinto-me contemplado com a fala dos companheiros da Mesa que me antecederam. Eu só me preocupo, Senador Jayme Campos, Srs. Senadores, porque Alta Floresta não tem mais tempo para esperar, pelo o que percebi e conversei com a população e pelas faixas que li aqui. Alta Floresta não tem mais tempo! Eu peço, em nome da Assembléia Legislativa, como Presidente desse Poder importante à democracia deste Estado, que a busca das soluções; que a busca da resolução dos anseios da sociedade que clamou hoje, aqui, aconteça imediatamente na vida dessas pessoas. Porque eu vi o desemprego aumentar nesta região; a falta de opções e a situação delicada que, se continuar assim, poderá caminhar - se não considera dessa forma - para o caos. Como Bacharel em Direito, eu alerto para a ameaça ao estado de direito, que observamos aqui. Parece que aqui se inverteu o principio básico do direito. O princípio básico do direito diz que todos são inocentes, até que se prove ao contrário. Há aqui momentos, que eu percebo e me foi relatado, em que se inverteu isso. Todos são culpados, até que provar ao contrário. Então, essa ameaça ao estado de direito tem que ser corrigida. E eu confio muito no Senado, nos homens que estão aqui hoje, comandados por Vossa Excelência, Senador Jayme Campos. Mas eu quero convidar a todos... A situação chegou ao ponto em que está chegou hoje porque durante o jogo as regras foram mudadas, Deputado Riva. A lei determinava uma situação e, depois de determinado momento, passou a determinar outra situação. Hoje, o castigo que recai é exatamente porque a população cumpriu o que determinava a lei. A população foi correta no que determinava a lei. Então, foram mudadas as regras durante o jogo. Para que isso não volte a acontecer, eu quero falar do daqui para frente. Porque a vida continua! Eu não tenho dúvida que a situação será resolvida, com a Assembléia Legislativa forte e cobrando; com esse Congresso forte e atento para os programas daqui. Eu não tenho dúvida que essa situação será resolvida! Mas nós temos o daqui para frente. Nós temos o daqui a cinqüenta anos, cem anos, mil anos. O que acontecerá nesta região e neste Estado? Isso está escrito aqui...(NESTE MOMENTO, O ORADOR MOSTRA O DOCUMENTO PARA A PLATÉIA)..., neste projeto que começaremos a discutir em todas as regiões do Estado de Mato Grosso.

Pág. 35 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Eu convido a população, as Prefeituras, as Câmaras de Vereadores, os Vereadores, para discutirem nessa peregrinação que a Assembléia Legislativa fará pelo Estado de Mato Grosso. Essa peregrinação tem os seguintes pólos... Este projeto dividiu Mato Grosso em doze pólos, portanto, eu entendo ex- Deputado Silval Barbosa, agora, Vice-Governador, que nós temos doze Estados diferentes dentro de Mato Grosso. E nós vamos discutir em cada um desses doze Estados. Então, são doze pólos onde faremos Audiências Públicas. E será importante a participação dos senhores, Deputado Welinton Fagundes. Nos seguintes pólos nós faremos Audiências Públicas: Juína, Alta Floresta, Vila Rica, Barra do Garças, Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Tangará da Serra, Diamantino, Sorriso, Juara e Sinop. O procedimento será o seguinte, Srs. Prefeitos, Vereadores, sociedade: Será encaminhada uma Comissão, inicialmente composta por membros da Assembléia Legislativa, composta na Assembléia Legislativa, que tem como Presidente o Deputado Dilceu Dal Bosco, que instalará o Grupo de Trabalho nas cidades, nos pólos. E ela contará com o apoio, com a ajuda, pois, necessita da ajuda dos Srs. Prefeitos e Vereadores. Essa Comissão ouvirá a população nos pólos durante quinze dias, até chegar o dia da Audiência Pública. No dia da Audiência Pública teremos o resultado desse grupo de trabalho, que já ouviu a sociedade. Depois, acontecerá Audiência Pública e, por mais quinze dias, esse Grupo de Trabalho continuará ouvindo sugestões. Então, eu só queria, na minha fala, ressaltar a importância da participação de todos os senhores. Esta Audiência Pública aqui, hoje, Srª Prefeita - eu aproveito para, em seu nome, saudar todas as senhoras que estão aqui, hoje - trata da situação até agora. Nós temos que cuidar do que acontecerá daqui para frente. É esse zoneamento que tratará do futuro dessa geração e das futuras gerações. Eu agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do universo, que permite que este momento aconteça. Muito obrigado e felicidades aos senhores! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Eu concedo a palavra ao Deputado Estadual Pedro Satélite, no tempo regimental, por favor! O SR. PEDRO SATÉLITE - Eu serei bem rápido. Eu peço licença ao Senador Jayme Campos para, em seu nome, cumprimentar todos que compõem esta Mesa, pois, já é tarde. São 13:00 horas. Eu não poderia deixar, Srs. Senadores, de dizer algumas palavras aqui, pois, chegamos aqui há trinta anos, como centenas e milhares de pessoas. Naquela época, Senador Flexa Ribeiro, diziam: Integrar para não entregar ou ocupar para não entregar. Eu peço aos Srs. Senadores e a todos nós para fazermos essa reflexão, porque o Presidente da República, o Governo, dizia isso. Nós tínhamos medo, naquele momento, Sr. Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Sérgio Ricardo, de perder a Amazônia. Eu fui um brasileiro que vim há trinta anos para cá. Eu levei de Cuiabá a Alta Floresta, Senador, quinze dias. Era estrada de chão; era difícil, mas, nós éramos felizes porque víamos pela frente um horizonte de que aqui poderíamos criar os nossos filhos e ter um futuro digno. Nós éramos chamados pelo Governo Federal! Esse mesmo Governo Federal, hoje, não tenham dúvida, da maneira que está; está nos tirando daqui. Pág. 36 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Pergunto aos senhores: tem como sobreviver nesta região ainda? Todos estão quebrando! Empresários quebrando, comércio quebrado. Não existirá mais condições de sobreviver nesta região se não for tomada uma atitude, uma atitude séria e rápida. Deixo aqui um alerta. Será que esses organismos internacionais - que ouvi Vossa Excelência falando - as ONGs, que são bancadas, pagas por países desenvolvidos do Primeiro Mundo, da Europa ou dos Estados Unidos, não nos deixam o risco de perder a Amazônia, Senadores? Será que não? Se fomos chamados para ocupar a Amazônia, o Governo não pode isso conosco, porque para cá milhares de pessoas vieram, muitos perderam filhos, irmãos e amigos de malária e outras doenças, ex-Prefeito Vicente da Riva. Então, estamos sendo desrespeitados e não podemos mais continuar nessa situação. Portanto, faço um apelo aqui ao Senado Federal. Quero aqui, Senador Jayme Campos, parabenizar Vossa Excelência, porque a nossa esperança é o Senado da República. O Governador Blairo Maggi está fazendo e fez a sua parte. A Assembléia Legislativa, o Presidente Sérgio Ricardo, fez e estamos fazendo a nossa parte, e tenho certeza que o Senado da República, se todos os Srs. Senadores souberem o que está se passando nesta região, com certeza, resolverão os nossos problemas. Infelizmente, sabemos, algumas partes do Brasil, no Sul do País, de onde vim, não sabem o que passamos aqui na Amazônia. Foi feita uma lavagem cerebral no povo brasileiro sobre quem vive aqui é bandido, está destruindo a natureza. E essa não é a verdade. Então, é triste, é lamentável! A situação que estamos vivendo é dramática. Espero, Senador Jayme Campos, que Vossa Excelência, como já fez lá no Senado - e tenho certeza que o nosso voto desta região está valendo e vai valer muito mais - precisa resolver essa situação. Muito obrigado, que Deus ilumine, principalmente o povo que aqui está, que continua e vai continuar acreditando. Peço aos governantes, ao Senado da República e também ao Presidente da República que tenha dó e não deixe e não se curve para os países desenvolvidos - ele sabe disso. Precisamos denunciar isso! Infelizmente, somos poucos, teríamos que ser muito mais, mas não vamos abaixar a cabeça jamais! Muito obrigado. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Muito obrigado, Deputado Pedro Satélite. Quero dizer às pessoas que estavam inscritas e não foi possível fazer uso da palavra que é pelo adiantado da hora. Estou recebendo um bilhete da Márcia Machado, dizendo que gostaria de falar. Márcia, lamentavelmente, a lista de oradores é vasta. Recebi a reclamação do Vereador Presidente da Câmara de Alta Floresta e não é possível atender a todos. Se continuarmos aqui, não iremos a Sinop e ainda temos esse compromisso e agenda para cumprir no dia de hoje.

Pág. 37 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Fiquem certos de que todos que falaram aqui - imagino que é o sentimento das pessoas que gostariam de expressar aqui - certamente, através deles... (NESTE MOMENTO, A PLATÉIA MANIFESTA-SE EM PROTESTO.) O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Ainda temos o Vice-Governador para falar, inclusive o próprio Secretário de Meio Ambiente vai deixar para falar só em Sinop, o Presidente da FAMATO vai deixar para falar em Sinop, o Deputado Adalto de Freitas - Daltinho... (NESTE MOMENTO, A PLATÉIA MANIFESTA-SE EM PROTESTO.) O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Concedo, democraticamente, POR três minutos, cumprindo regimentalmente o que foi estabelecido, ao representante do Sindicato dos Trabalhadores (PALMAS). Após as palavras do representante do Sindicato dos Trabalhadores, ouviremos, para encerrar este evento, as palavras do Vice-Governador, Silval Barbosa. O SR. ALEXANDRE - Bom-dia, porque não almoçamos ainda. Não quero fazer da minha fala uma fala representando um segmento, mas da agricultura familiar. Foi falado aí que só agora estão discutindo o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Isso não é bem assim. A agricultura familiar discute há muito tempo o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Foram feitas várias propostas aqui. Não precisa fazer nada novo, não. Se escutarem esse segmento da agricultura familiar, terão muita coisa interessante. E a história da região mostra que a ausência do Estado por trinta anos na região - eu acho que é inegável -, porque nós vivenciamos da década de 70 até os anos 2000 e até hoje, uma ausência completa da estrutura do Estado aqui e, de repente, o Estado começa a se fazer presente de uma maneira atabalhoada. Isso não podemos negar. Acho que a fala do Promotor foi extremamente precisa nesse sentido, onde ele colocou aqui que não se expulse as instituições do Estado, mas que a sociedade controle as instituições do Estado. Faço um convite para todo mundo que está aqui hoje, para freqüentar os conselhos municipais, freqüentar as instituições que têm de controle da população para que possamos discutir isso na gestão municipal de cada município da nossa região. Infelizmente, essa mobilização que temos aqui hoje não é a mobilização que temos no dia-a-dia na região. Então, precisamos transportar essa força para todo dia. Vejam uma outra informação: o Senador de Rondônia deu uma informação. Conheço pouco Rondônia, não conheço muito, o que conheci também não foi de avião, foi de carro, ou caminhando, mas não se pode falar, de jeito nenhum, que o responsável pelo desmatamento é a pequena agricultura. Isso é uma inverdade absoluta! (PALMAS) Porque no Estado de Mato Grosso, não sei Rondônia, a pequena agricultura, os assentamentos, públicos e privados, representam apenas 20% da área. Esse povo, apesar de na nossa região representar quase 90% dos estabelecimentos, ocupa 20% da área. Eles não são os responsáveis pelo desmatamento. Na verdade, todos nós aqui sabemos quem são os responsáveis pelo desmatamento, sabemos que o grande desmatamento tem nome e que, se quiséssemos, ele poderia ser resolvido. Então, a grande alternativa que temos... O que não é novidade nenhuma: vamos usar a bandeira da agricultura familiar, que é a cara da nossa região, para compor uma nova proposta de desenvolvimento. Pág. 38 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. De jeito nenhum os agricultores familiares podem ser responsabilizados por esse quadro! De jeito nenhum! Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Eu confesso que não ouvi o Senador Expedito dizer que o responsável pelo desmatamento é o pequeno produtor... O SR. ALEXANDRE (FALA DA PLATÉIA) - O Senador falou. Falou que as invasões e os assentamentos. O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Eu confesso que não ouvi. O SR. EXPEDITO JÚNIOR - O que eu disse foi que em Rondônia estamos vivendo uma situação e aqui é outra. Eu não disse que a de vocês é igual. Eu disse que estávamos vivendo os mesmos problemas. Pelo meu Estado falo eu, porque moro lá e sei da situação. Fiz questão de colocar a todos os Senadores, percorremos e fomos para os assentamentos. Só para informação, as maiores multas do IBAMA agora são nos pequenos assentamentos em Rondônia. (O SR. ALEXANDRE FALA DA PLATÉIA - INAUDÍVEL.) O SR. EXPEDITO JÚNIOR - Não estou dizendo que a agricultura familiar é responsável pelo desmatamento. Eu falo pelo meu Estado. Você conhece o seu e eu conheço o meu (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JAYME CAMPOS) - Prosseguindo, passo a palavra ao nosso Vice-Governador. Antes da sua fala, porque ele fará o encerramento, quero agradecer a presença de todos os companheiros e companheiras, sociedade civil organizada, autoridades que vieram prestigiar este evento. Ao Dodô, que encaminhou este documento, com certeza eu lerei com muito carinho. E aqueles que querem mandar sugestões, mandem no meu e-mail ou ao companheiro Senador Gilberto Goellner. Com a palavra, o Vice-Governador Silval Barbosa (PALMAS). O SR. SILVAL BARBOSA - Obrigado meu amigo Senador Jayme Campos. Primeiro, eu quero, em nome da nossa população do Norte do Estado de Mato Grosso, em nome do nosso Governador Blairo Maggi, agradecer à Comissão, essa Comissão dos Srs. Senadores. Senador Flexa Ribeiro, Senador Leomar Quintanilha, Senador Gilberto Goellner, Senador Expedito Júnior, Deputado Federal Wellington Fagundes, Senador Jayme Campos, enfim, quero cumprimentar toda a Mesa e as autoridades em nome da nossa Prefeita, Maria Isaura, a Assembléia Legislativa cumprimento em nome do Presidente Sérgio Ricardo. Srs. Senadores, realmente o nosso Estado vive em uma situação muito difícil a partir do ano de 2005. Os nossos produtores já vêm com uma dificuldade há muitos anos, por ser uma região atípica, uma região que oferece aos produtores, pequenos, médios e grandes, todos os tipos de dificuldades. Mas, a partir de 2005, quando houve aqui a Operação Curupira, aí sim, o Estado passou a viver um verdadeiro caos por conflitos e legislações entre a União e o Estado de Mato Grosso. O Estado, o Mato Grosso, o Governo fez a parte que deveria ser feita, fez o enfrentamento naquele momento, onde o IBAMA e o Ministério do Meio Ambiente tinham

Pág. 39 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. paralisado todo o setor madeireiro e todo o setor produtivo com as regras impostas de cima para baixo. O Governo do Estado de Mato Grosso, junto com a Assembléia Legislativa, sentou com o Governo Federal e assumiu, através, de um pacto a responsabilidade ambiental no Estado de Mato Grosso naquele primeiro momento. No segundo momento, o Governo desenvolveu uma legislação ambiental para reger aqui, de que forma iria produzir, enfim, dentro da legislação consonante com a legislação federal e começamos a trabalhar. Começamos avançar nessa legislação, levantada e discutida com a sociedade mato-grossense e todos os segmentos produtivos. E, estranhamente, de vez em quando somos pegos de surpresa pelo Ministério do Meio Ambiente, é uma operação aqui, uma operação ali e até que enfim, este ano, definitivamente, por uma lei aprovada no Congresso Nacional a responsabilidade ambiental ficou para ser gerida pelo Estado. Estranhamente, novamente, depois de muito trabalho para apagar aquela imagem da Operação Curupira, o nosso Governador viajou o mundo, viajou em vários países, debateu com as ONGs e levou a imagem de Mato Grosso que não é aquilo que se vendia lá fora. Discutimos internamente, debatemos internamente e, estranhamente, vem o mal fadado relatório do INPE, totalmente, fora da realidade de Mato Grosso. Mais uma vez o Governador do Estado fez o enfrentamento, foi a público dizer: “É um relatório mentiroso, que está a serviço de quem, nós não sabemos, mas não do interesse do país e, acima de tudo, dos Estados que colocaram aquelas cidades dentro daquele relatório.” Ligou para o Presidente Lula, dizendo que não aceitava, que não permitia ser colocado esse relatório. Foi à imprensa nacional e internacional colocando como mentiroso. O Presidente Lula suspeitando também, diante da fala do nosso Governador e da forma que estávamos gerindo a questão ambiental, instituiu uma Comissão e mandou a Mato Grosso. Veio a Ministra Marina Silva; Ministro Tarso Genro, que é da Justiça; Ministro do MDA, Guilherme Cassel; Presidente do INCRA, Leonel Wolfhart; Diretor do INPE, Gilberto Câmara; Presidente do IBAMA, Bazileu e o Secretário Executivo do Meio Ambiente, Dr. Capobianco. Vieram até a base área, pegaram um helicóptero, sobrevoaram esta região Norte. Ora, senhores, lá em Sinop, os próprios Ministros, Srs. Senadores, assumiram ali antes de confrontarem os dados, que o relatório poderia não estar correto. Mas, assumiu em uma mesa redonda como esta. Não foi a público dizer que eles tinham cometido uma injustiça com o Brasil, porque, vendeu-se a imagem negativa desses Estados para o mundo a fora. Não admitiu e continuamos o Governo Blairo Maggi, junto com a nossa Secretaria do Meio Ambiente, continuaram fazendo o trabalho. Foram Pegos todos os dados, as áreas que o INPE levantou como desmatamento do ano passado e fez a evolução das imagens dos últimos anos, 93% não condiziam com a verdade. Só 7% eram verdadeiros. Foi ao Presidente Lula, entregou o relatório, entregou à Marina Silva, há uns quinze dias. Pediu para que o Presidente Lula revisse esse malfadado decreto. E esse documento, Srs. Senadores, os senhores irão receber amanhã esses dados comprovados, dizendo qual é a realidade do Mato Grosso, do Governador, na Assembléia Legislativa. Portanto, essa Comissão veio em muita boa hora. Por isso agradeço aos senhores, em nome da nossa população, porque, através dessa Comissão, os senhores que estão viajando aos Estados atingidos por esse decreto, terão a oportunidade de nos defender, mas também, de propor outras alterações importantes. Por exemplo, o Congresso Nacional, o Senado Federal, que é uma Pág. 40 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO ESPECIAL EXTERNA DE RISCOS AMBIENTAIS, COM OBJETIVO DE DISCUTIR O RISCO AMBIENTAL EM QUE VIVEM 31 MUNICÍPIOS RELACIONADOS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA ESPACIAL - INPE, EM ALTA FLORESTA, REALIZADA NO DIA 15 DE MAIO DE 2008, ÀS 09:00 HORAS. Casa conservadora e respeitada no país, é a Casa que nós respeitamos, que ainda impõe credibilidade junto com a Câmara Federal, tenha a oportunidade de mudar essa legislação. Ora, tem muitos estudos no nosso Estado e no Brasil de ampliação de reservas indígenas, de criação de parques nacionais. Isso é só competência do Ministério! O Ministro da Justiça, após um estudo feito de qualquer jeito, assina um decreto de ampliação ou criação de reserva. Isso não é possível aceitar, Srs. Senadores! Está aí a Serra Raposa do Sol, nós temos muitas raposas do sol aqui em Mato Grosso, que vão estourar dentro de pouco tempo. Eu deixo aqui um pedido em nome de Mato Grosso, que essa Comissão de Senadores aqui, respeitados no Brasil, que levem e mudem a legislação, que para se ampliar um parque, uma reserva ou se criar uma reserva indígena, tem que passar pelo Senado Federal, pelo Congresso Nacional. Porque, não é possível admitir ser pego de surpresa... (PALMAS)... Já criaram reserva aqui em Mato Grosso em cima de cidades! Duas dessas eu posso citar: Suiá Missu e uma aqui em Poxoréo. Isso é uma Raposa do Sol no futuro! Portanto, fica aqui esse pedido. O Governador vai continuar contestando, vai continuar defendendo o nosso Estado, fazendo o enfrentamento como está fazendo. Ontem, nós não comemoramos o pedido de demissão da Marina Silva, porque não temos o que comemorar; porque estamos fazendo o que é correto no Estado de Mato Grosso. Nós estamos acompanhando com os meios que temos no nosso Estado, mas ontem fiquei muito triste assistindo o Jornal da Globo , o novo ministro que deve ser nomeado, ontem, lá da França, deu uma entrevista dizendo que irá continuar fazendo esse grande trabalho que a ex-ministra estava fazendo, porque o meio ambiente tem que ser respeitado - nós estamos cansados de saber disso - e que vai fazer um trabalho sério. O que não dá para permitir é fazer, por exemplo, se deixar, o Governador Blairo Maggi planta soja até nos Andes. Ora, ele não conhece a realidade de Mato Grosso. Não conhece como o Governador produz, não conhece as propriedades! Ora, não vamos nem retaliar essa declaração infeliz do Ministro. Nós vamos, sim, convida-lo para vir a Mato Grosso e ver o jeito que os nossos produtores produzem. Muitas vezes, sozinhos, como são o povo do Norte, sem uma regularização fundiária...(PALMAS)... essa família fazendo sacrifícios, muitos perderam vidas. Aqui eu faço um pedido, senhores: vamos impor uma regularização fundiária, dêem autonomia aos estados resolverem essa questão fundiária. Um outro último pedido, para encerrar, porque esta Audiência Pública tem caráter oficial. Todos os pedidos, os documentos que foram encaminhados a essa Comissão servirão para embasar o relatório final da decisão dos Srs. Senadores. Aqui foi unânime o pedido para retirar a Força Nacional que está aqui, a Operação Arco de Fogo, se já tem... Se já tem orçamento, aqui eu vou fazer um pedido e ver se os senhores aprovam, se já tem um orçamento essa operação, falaram aqui em conto e cinqüenta, cento e oitenta milhões, temos aqui só no nosso Estado, eu acredito, mais de duzentos homens da Força Nacional e tem um orçamento para manter. Não vamos tirar de Mato Grosso. Vamos remanejar para a zona de fronteira, que são setecentos quilômetros de fronteira seca, para combater as drogas, o narcotráfico e não os nossos trabalhadores... (PALMAS)... Quero fazer esse pedido para que vocês encaminhem dentro da Comissão, porque já tem o orçamento e é muito simples remanejar com toda essa superestrutura que tem a Força Nacional, e nós precisamos. Aí, sim, nós vamos diminuir a violência no Rio de Janeiro, em São Paulo e nos grandes centros por onde chegam a cocaína e as drogas que são transportadas pela fronteira seca.

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Equipe Técnica: - Taquigrafia: - Donata Maria da Silva Moreira; - Cristina Maria Costa e Silva. - Revisão: - Anna Flávia Gasparotto; - Nilzalina Couto Marques; - Regina Célia Garcia; - Rosivânia de França Daleffe.

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