PLANO ESTRATÉGICO MUNICIPAL DE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

CONCELHO DE SANTA CATARINA

“MARCA, O RUMO EM SANTIAGO NORTE”

2017 - 2027

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 1 Cidade de , Outubro de 2017 www.cmscs.cv

@ All rigths reserved the Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago - Cabo Verde

A ESTRUTURA DO PLANO (ÍNDICE)

Mensagem do Presidente Enquadramento Metodologia Missão, Visão e Valores O Concelho de Santa Catarina de Santiago. Objectivos e Metas Mapa Estratégico Eixos Estratégicos

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL Demografia Educação e Formação Saúde Segurança Pública e Protecção Civil Habitação Integração Social Género Migração Espaços e Actividades Desportivas Cultura

DIMENSÃO ECONÓMICA Agricultura e Pecuária Tecido Empresarial Turismo Comércio Economia do Mar Energia Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs Acessibilidades e Transportes

DIMENSÃO AMBIENTAL Espaços verdes de recreio e lazer Resíduos e Limpeza Urbana Gestão de Recursos Hídricos

DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL Administração Autárquica

INDICADORES DE AVALIAÇÃO

RESULTADOS ESPERADOS

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PARTICIPANTES DO PLANEAMENTO ESTRATÉGICO DO CONCELHO DE SANTA CATARINA E INSTITUIÇÕES CONSULTADAS

Gabinete do Presidente Ministério de Ambiente e Agricultura - MAA DEFP- Direção da Educação e Formação Profissional PresidentePARTICIPANTES DO PLANEAMENTO ESTRATÉGICODrº. Claudino Cabral DO CONCELHO DE SANTA CATARINAMinistério DE SANTIAGO da Economia - ME Drº. José Alves DPSH- Direção da Promoção Social Agência Cabo-verdiana para o Desenvolvimento Vice-presidente Drº. Elisangela Leal Empresarial e Inovação – ADEI Drº. José Luís Semedo DUP-Direção do Urbanismo e Planeamento Drº. Gilberto Teixeira Ministério da Educação – ME Secretário Municipal

Drº. Alcides Varela DOIT- Direção de Obras, Infraestruturas e Transportes Ministério da Justiça – MJ

Drº. Ricardo Fidalgo DAF- Direção da Administração e Finanças

Drº. Cinthia Moura Instituto Nacional de Estatística – INE

DRHAG- Direção dos Recursos Humanos e Ministério do Turismo – MT PELOURO PROMOTOR – Administração e Finanças Administração Geral Dr. José Luís Semedo Drº. Orlando Furtado Câmara do Comércio de Sotavento – CCS

DEE – Direção de Estudos e Estatística CONSULTOR Drº. Adilson Monteiro Cabo Verde Trade Invest – CTI Drº. Carlos Correia

Ministério das Finanças – MF DAS – Direção do Ambiente e Saneamento Técnicos Convidados Drº. Dr. Nunes Henrique (Engenheiro) Ministério da Saúde – MS DAJAC- Direção dos Assuntos Jurídicos, Dr. Ulisses Vieira (Consultor) Auditoria e Controlo Dr. Carlos Fidalgo Correia (Sociólogo) Comando Regional da Polícia Nacional – CRPN Drº. José Veiga Dr. Nelson Veiga (Economista) Ministério da Cultura – MC Dr.ª Sandra Moniz (Geóloga) DELI- Direção da Economia Local e Inovação Drº. Dr.ª. Ana Correia Furtado (Estatístico) Dr. Graciano Cena (Sociólogo) Organização das Nações Unidas – ONU

DCGCI- Direção da Cultura, Género, Dr.ª Carla Furtado (Geógrafo) Organização Mundial do Turismo – OMT Comunicação e Imagem Dr.ª Eunice Fernando (Geógrafo)

Drº. Jassira Monteiro Dr.ª Margarida Tavares (Urbanista) Dr. António Pinho (Filosofo) World Travel Turim Consul – WTTC DJD- Direção da Juventude e Desporto Dr. Jailson Moreno (Assistente Social) Drº. Emanuel Coelho Dr. Manuel Cabral (Historiador) Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago – Dr. Augusto Ribeiro (Historiador) CMSCST DSPC- Direção da Segurança e Proteção Civil Drº. Nelson Veiga

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ENQUADRAMENTO

A busca pelo desenvolvimento dos concelhos, das regiões, e dos Estados-nações tem configurado como um dos maiores desafios para gestores das instituições públicas governamentais. Num ritmo cada vez mais acelerado os pesquisadores das áreas de ciências sociais, económicas, ambientais e políticas têm procurado construir aparatos teóricos que iluminam as práticas administrativas visando contribuir para uma gestão pública mais eficiente, eficaz e efectiva.

Paralelamente a este cenário, percebe-se um mundo cada vez mais globalizado em praticamente todas as suas dimensões: económica, social, ambiental e política, o que tem causado fortes impactos na estrutura social dos grandes centros urbanos, alterando a organização do trabalho, a estrutura de consumo, criando desigualdades sociais, aumentando o índice do crescimento populacional, e influenciando a prática político-administrativa nas mais diversas esferas de governação (Local, Regional e Nacional).

É neste contexto que emerge o Planeamento Estratégico Municipal (PEM) que é um instrumento de gestão de extraordinária importância para fazer cobro aos inúmeros desafios enfrentados pelos governos municipais, nomeadamente as pressões da legislação, dos munícipes, dos empresários locais, sindicatos, das associações comunitárias e, etc). Güel (1997) salienta que a complexidade dos desafios urbanos requer um trabalho multidisciplinar, na construção de caminhos alternativos para superar essas problemáticas que envolvem múltiplas e diferenciadas questões urbanas, regionais, nacionais e internacionais. (Rezende; Castor, 2006) explica que o planeamento estratégico municipal é um processo dinâmico e interactivo para determinação dos objectivos, estratégias e acções do município e da câmara municipal. Segundo esses autores o plano é elaborado por meio de diferentes e complementares técnicas administrativas com o total envolvimento dos atores sociais, ou seja, munícipes, gestores locais e demais interessados na cidade. Eles sustentam, ainda, que o plano é formalizado para articular políticas, estaduais e municipais visando produzir resultados no município e gerar qualidade de vida adequada aos seus munícipes. Peter Drucker (1977), por sua vez, define planeamento estratégico como um processo contínuo, sistemático, organizado e capaz de prever o futuro, de maneira a se tomar decisões que reduzam riscos.

O planeamento efectivamente constitui uma ferramenta de extrema importância na esfera governamental tendo em conta que o mesmo permite: compartilhar uma visão estratégica; mobilizar pessoas e recursos para objectivos e metas comum; desenvolver relações intersectoriais; para alem de permitir os dirigentes das organizações públicas pensar no curto, médio e longo prazo e assumir o controlo sobre o destino dos concelhos.

É com base nestas orientações teóricas-metodológicas e científicas de uma literatura rica referente ao planeamento estratégico municipal em epígrafe, no Plano do Governo de Cabo Verde para a uma década e, nos Objectivos para Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas a todos os países a nível global que um grupo multidisciplinar composto por dezenas de especialistas das mais diversas áreas (economia, gestão, engenharia, urbanismo, arquitectura, educação, ciência política, medicina, geologia, serviço social, filosofia, estatística, sociologia) trabalharam durante cinco meses para elaborarem o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável do Concelho de Santa Catarina de Santiago.

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METODOLOGIA

O ponto de partida para a definição do Plano Estratégico para o desenvolvimento do Concelho de Santa Catarina de Santiago foi a definição de uma visão estratégica relativamente ao futuro do concelho sob o lema “Santa Catarina marca o rumo em Santiago Norte”, uma visão estribada nos princípios do desenvolvimento sustentável discutidos pela primeira vez na Conferência do Estocolmo, realizada em 1972, na Suécia. Foram vários os encontros que sucederam este primeiro, reunindo a cúpula política e especialistas de diferentes países ao redor do mundo, interessados no avanço nas discussões sobre práticas da sustentabilidade e, os dirigentes da Autarquia de Santa Catarina procuraram em desenvolver um plano que espelha essa visão que promete promover um desenvolvimento que salvaguarda as necessidades das gerações futuras.

Tendo em consideração os (4) pilares/dimensões do desenvolvimento sustentável, foram delineados e concebidos (24) Eixos Estratégicos que por sua vez foram desmontados em (100) programas e (300) projectos por forma a concretizar na prática os (10) macro-objectivos estratégicos desdobrados em (19) micro-objectivos estratégicos delineados no plano para (10) anos de governação municipal.

MICRO-OBJECTIVOS

1º PILAR/DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

DEMOGRAFIA

Objetivo 1 | Empoderar a população na idade jovem criando as condições para que essa camada social possa investir em pequenos negócios e terem acesso ao emprego e renda evitando assim a saída de quadros qualificados (fugas de cérebros) do concelho;

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

Objetivo 2 | Promover uma educação e formação de excelência em todos os níveis de ensino visando potencializar o surgimento de quadros de alto valor agregado para servir o concelho de Santa Catarina e o próprio país;

SEGURÂNÇA PÚBLICA E PROTEÇÃO CIVIL

Objetivo 3 | Incutir nas pessoas a cultura de boas práticas sanitárias, urbanísticas e o cumprimento de leis e regulamentos municipais;

Objetivo 4 | Desenvolver acções, com eficácia administrativa, Visando a sensibilização, prevenção e reacção de acordo com as situações e contextos no âmbito da afirmação da autoridade municipal;

INTEGRAÇÃO SOCIAL

Objetivo 5 | Promover a integração social das crianças, dos adolescentes, das pessoas com necessidades especiais, das pessoas da terceira idade, dos portadores do vírus de HIV e toxicodependentes visando dar-lhes maior e melhores oportunidades sociais e económica;

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DESPORTO

Objetivo 7 | - 1- Elevar a qualidade da Vereação do Desporto na CMSC; 2 - Aumentar a base de participação desportiva no Concelho nas localidades; 3 - Beneficiar e construir estrategicamente infraestruturas desportivas em falta; 4 - Aumentar o financiamento da oferta pública desportiva;

2º PILAR/DIMENSÃO ECONÓMICA

TECIDO EMPRESARIAL

Objetivo 8 | Promover o tecido empresarial local incentivando as empresas a inovar e a ter maior responsabilidade social e ambiental;

AGRICULTURA E PECUÁRIA

Objetivo 9 | Alavancar o sector agro-pecuário do concelho através de novos investimentos e da sua integração a outras regiões agrícolas no país e aos mercados turísticos nacionais;

TURISMO

Objetivo 10 | Desencravar a economia do turismo do concelho e projectar Santa Catarina enquanto Marca Turística;

COMÉRCIO

Objetivo 11 | Organizar o sector de comércio do concelho e promover os produtos de origem local;

ECONOMIA DO MAR

Objetivo 12 | Criar uma organização especializada em assuntos do mar capaz de gerir o sector das pescas a nível local e capacitar os pescadores locais visando aumentar a eficácia na produção de pescados;

ENERGIA

Objetivo 13 | Potencializar a produção de energias renováveis no concelho através de acções de capacitação que visam reduzir custos de energia no concelho e estimular o surgimento de novas empresas no sector;

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Objetivo 14 | Reforçar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na Administração Pública local como forma de apetrechar a máquina pública em matéria de recursos tecnológicos e, estimular o surgimento de novas empresas no ramo das TICs.

ACESSIBILIDADES, MOBILIDADES E TRANSPORTES

Objetivo 15 | Construir e melhorar todas as vias de acesso do concelho visando melhorar as condições de acessibilidades e mobilidades e permitir melhor circulação de pessoas, escoamento dos produtos locais para os mercados e desencravar as localidades ainda encravadas;

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3º PILAR/DIMENSÃO ECONÓMICA AMBIENTAL

ESPAÇOS VERDES DE RECREIO E LAZER

Objetivo 16 | Garantir uma melhor qualidade no ambiente do território do concelho bem como a qualidade de vida das pessoas através de uma boa gestão ambiental, particularmente dos espaços verdes;

SANEAMENTO E RESIDUOS SÓLIDOS

Objetivo 17 | Criar condições para melhor gestão dos resíduos sólidos no concelho através de investimentos em matéria de equipamentos, recursos humanos e ações de sensibilização junto da comunidade visando preservar o meio ambiente;

4º PILAR/DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

ADMINISTRAÇÃO AUTÁRQUICAS

Objetivo 18 | Promover uma gestão pública municipal, moderna, participativa e, auto-sustentável do ponto de vista financeiro.

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Para alcançar esses desideratos pré-definidos foi formada um equipa multidisciplinar reunindo diversos especialistas. Em seguida a equipa foi subdividida em quadro grupos de acordo com as dimensões do desenvolvimento sustentável. Por sua vez, os grupos visando desenvolver um plano participativo que espelha os interesses/desejos dos munícipes do concelho de Santa Catarina reuniram com os mais diversos atores sociais importante no território, nomeadamente, líderes das Associações para Desenvolvimento Comunitário, Empresários Locais de múltiplas áreas económicas, e Dirigentes de Instituições Governamentais e Religiosas sediadas no concelho para estudar e inteirar-se da realidade do concelho nas mais diferentes áreas.

Plano Estratégico – Grupo de Trabalho

Grupo 2 – Dimensão Grupo 1 – Dimensão Económica Socio-cultural . Agricultura . Demografia . Pecuária . Educação . Pesca . Saúde . Turismo . Segurança Público . Tecido Empresarial . Género . Tecnologias de . Emigração Informação e comunicação . Energia

Grupo 3 – Ambiental Grupo 4 – Político- Institucional . Espaços verdes de recreio e . Administração Autárquica lazer Autárquica . Resíduos e Limpeza Urbana . Gestão de Recursos Hídricos . Educação Ambiental

Para além dos vários encontros com os atores locais no decorrer do processo de elaboração do presente plano foi feito um survey na rica literatura existente sobre planeamento estratégico visando considerar estudos de casos idênticos de outros concelhos com trajectórias que se aproximam, à escala nacional e internacional.

Finalmente, considera-se importante salientar, ainda, que para elaboração desta plano a equipa de trabalho seguiu um calendário/cronograma pré-definido que orientou todas as etapas da elaboração do Plano.

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Plano Estratégico - Cronograma das Atividades

Junho Reunião de arranque do trabalho, definição das actividades e distribuição das responsabilidades, apresentação do cronograma; Junho/Julho Realização de plenárias nas comunidades visando obter inputs;

Junho/Julho Encontro com empresários e dirigentes de instituições locais visando obter inputs;

Junho/Julho Diagnóstico dos diferentes sectores considerados no plano;

Agosto/Setembro Elaboração dos programas estruturantes e prioritárias;

Setembro Apresentação do primeiro draft do plano ao presidente e a equipa da direcção da CMSCST;

Outubro Socialização do plano com a sociedade civil;

Outubro Entrega do plano à câmara municipal de Santa Catarina.

Portanto, estes são os procedimentos metodológicos que foram adoptados pela equipa que elaborou o presente plano visando produzir um plano aprofundado e detalhado que espelhe de forma efectiva e cabalmente os reais desafios do concelho bem como as potencialidades do mesmo em matéria de desenvolvimento.

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MISSÃO, VISÃO E VALORES

A maior parte das organizações sejam elas públicas, privadas, ou do terceiro sector, são movidas pela missão, visão e valores que devem nortear as práticas administrativas de todos os servidores/colaboradores municipais e, com Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago não é diferente. Neste sentido, a autarquia local define como missão central:

MISSÃO

Promover o desenvolvimento do concelho de Santa Catarina de Santiago através de implementação de medidas de políticas públicas de base participativa capazes de atender todas as demandas sociais, económicas e ambientais do concelho, por meio da prestação de um serviço público de excelência aos munícipes.

VISÃO

Revolucionar o concelho de Santa Catarina transformando-o em um concelho próspero, comprometido com a qualidade de vida dos seus residentes e visitantes, que garante a segurança e justiça social, reconhecido por respeitar o meio ambiente, e atractiva aos investidores, marcando assim o rumo em Santiago Norte.

VALORES

O Compromisso; a Ética; a Responsabilidade; e a Honestidade.

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CONCELHO DE SANTA CATARINA DE SANTIAGO

CARACTERIZAÇÃO

Estudos realizados sobre o Concelho de Santa Catarina e instituições que representam o município apontam que o Concelho é, em termos demográficos, económicos e agrários, um dos mais importantes do país configurando e funcionando como um verdadeiro celeiro de Cabo Verde.

ASPECTOS HISTÓRICOS

Do ponto de vista histórico, o concelho de Santa Catarina foi criado em 1600 pelo Bispo D. Fr. Vitorino Ortuense, e inicialmente era constituído por duas freguesias: Santa Catarina e São Salvador do Mundo.

Em 1834, um senhor chamado de Manuel António Martins tomou posse como governador da Província de Cabo Verde e pretendia fazer a transferência da sede do governo da cidade da Ribeira Grande (actualmente ) para os Picos (Achada Igreja), na Freguesia de São Salvador do Mundo que posteriormente veio a dar origem ao concelho de Santa Catarina.

Esta transferência da sede do governo para os Picos não foi do conhecimento do governo português. A iniciativa desta transferência foi simplesmente uma opção do governador, contribuindo deste modo para o crescimento das infra-estruturas e para o desenvolvimento do concelho de Santa Catarina e do interior da ilha de Santiago. O concelho tem uma atracão natural (um clima montanhoso favorável) e dispunha de um solo rico e de abundancia de água. (VIEIRA, 1993, citado por, TAVARES, 2009, p. 51)

Segundo esses autores, Assomada foi fundada num planalto entre duas cadeias de montanhas, e rapidamente se tomou o centro do concelho de Santa Catarina e um dos mais importantes centros urbanos do interior da ilha de Santiago. De acordo com eles Santa Catarina é conhecida pela sua independência, já que foi isto é o berço da língua crioula e o palco de muitas revoltas e confrontos contra os proprietários das terras e contra o colonialismo português, sendo uma das mais conhecidas a revolta de Ribeirão Manuel.

No fim do séc. XIX, o Concelho de Santa Catarina ocupava a metade Norte da ilha, enquanto a metade Sul era o Concelho da . No início do séc. XX, duas freguesias a norte do concelho foram separadas para constituir o Concelho do Tarrafal. Em 2005, uma freguesia a sul foi separada para constituir o Concelho de São Salvador do Mundo. (ANMCV, 2017)

ASPECTOS GEOGRÁFICOS

Do ponto de vista geográfico, o Concelho de Santa Catarina é um concelho/município da ilha de Santiago, no Sotavento de Cabo Verde, com uma superfície de 243 km² e 49.829 habitantes. A sede de concelho é a cidade de Assomada, que fica a 36 km para norte da cidade da Praia, capital do país.

O concelho de Santa Catarina é constituído pela freguesia de Santa Catarina. A freguesia de São Salvador do Mundo, que constitui desde 2005 o concelho do mesmo nome, fez parte de Santa Catarina até àquela data. O concelho abrange parcialmente os Parques Naturais de Serra Malagueta e de Serra do Picos de Antónia. Parque da Serra Malagueta possui uma área de 774 ha e situa-se na confluência de três Municípios: Santa Catarina (302 ha), São Miguel (436 ha) e Tarrafal (36 ha). (ANMCV, 2017).

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ASPECTOS ECONÓMICOS

Santa Catarina é um concelho predominantemente rural (86% da população vive em áreas rurais e 14% vive na zona rural), daí, as principais actividades económicas serem a agricultura (em regime de sequeiro), a criação de gado, a avicultura, a pesca e o comércio retalhista. (TAVARES, 2009, ANMCV, 2017) Para além dos sectores considerados potenciais, como a área do turismo, energias renováveis e Tecnologias de Informações e Comunicações, o Concelho já conta com diversos tipos de actividades económicas capazes de induzir o crescimento e desenvolvimento do concelho de Santa Catarina, ei-los que são:

 Indústria de transformação de alimentos;  Empresas do ramo de construção civil;  Lojas de comércio de retalho e a grosso;  Restauração, hotelaria, serviços similares e, etc.

O concelho está localizado em uma região onde se regista uma forte procura do ensino secundário e superior e de formação profissional o que pode ser muito importante para qualificação da mão-de-obra local e, consequentemente, desenvolvimento económico do Concelho, isto, se os recursos humanos foram bem aproveitados.

Não é possível falar da economia do concelho ignorando o papel dos emigrantes no desenvolvimento local. Efectivamente os emigrantes Cabo-verdianos originários de Santa Catarina exercem uma enorme influência sobre a economia do Concelho, sobre a sua vida social, política e cultural. Segundo Gandra (1994), citado por Tavares (2009), essa influência não se verifica somente na compra de terrenos mais produtivos e na compra de terrenos para a construção, mas também na visão de gerir os seus bens, na organização do trabalho e na família. O autor explica, por exemplo, que quando as mulheres se tomam responsáveis pelo trabalho agrícola elas têm que recorrer ao trabalho assalariado, afectando assim a entreajuda tradicional o “djunta mon”, passando a ter de remunerar as pessoas que trabalham a terra, já que estes deixam de aceitar trabalhar em parceria.

Ainda, em matéria de habitação, há períodos em que os emigrantes vêm para o país passar férias e aproveitam para construir e reformar as suas casas, e é nessas ocasiões que o sector de construção civil emprega muitos profissionais do concelho nas mais diversas áreas dinamizando assim a economia local.

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ANÁLISE SWOT – CONCELHO DE SANTA CATARINA

Para materializar a missão e visão delineada no presente plano o grupo realizou uma análise aprofundada do concelho de Santa Catarina usando critérios objectivos visando identificar a real situação do município e, a seguir, traçar os objectivos, metas, programas e projectos estratégicos para o desenvolvimento do concelho. Análise esta que considera as potencialidades, fragilidades, bem como as oportunidades e ameaças que envolve o concelho.

FATORES ESTRATÉGICOS PESO X PESO CLASSIF. CLASSIF FATOR FACTOR

PONTOS FORTES

CAPITAL FÍSICO Ø Empresário com parcelas de terrenos que permitem instalar grandes empreendimentos industriais, etc; 0,04 1 0,04 Ø Predominância de um Vasto Património histórico; 0,02 3 0,06 ü A existência de um sector de agronegócio com forte potencial para geração de emprego e renda para os jovens do concelho com iniciativas 0,04 4 0,16 empreendedoras;

Ø Boas acessibilidades marítimas; 0,04 3 0,12 Ø Boas condições de ligações com os concelhos vizinhos; 0,04 4 0,16 CAPITAL SOCIAL 0 Ø St.ª Catarina inserido no maior e na mais populosa Região Desportiva; 0,02 4 0,08 Ø Existência de todos os níveis de ensino e formação no concelho; 0,04 4 0,16

Ø Forte movimentação de pessoas dentro da cidade oriundos dos concelhos circunvizinhos (Tarrafal, Calheta, , São Salvador do 0,02 3 0,06 Mundo e São Lourenço dos Órgãos). CAPITAL FINANCEIRO 0 Ø Empresários com poder financeiro porem sem visão de negócio que permite aproveitar as oportunidades existentes no concelho. 0,04 2 0,08 CAPITAL HUMANO 0

0,03 3 0,09 Ø Equipa jovem com pessoas qualificadas e corpo de gestão preparado na área das TICs;

Ø Vocação para negócio, apesar da maioria das pessoas que enveredam para o sector do comércio é por falta de oportunidades de emprego 0,02 2 0,04 formal; ü Elevada percentagem de quadros superiores das mais diversas áreas; 0,04 3 0,12

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§ Corporação atual de bombeiros com formação; 0,01 4 0,04 CAPITAL NATURAL 0

Ø Existência de vários produtos turísticos no concelho nomeadamente: Serra malagueta, Arvore Poilom na , Gruta de Aguás Bela, , Casa Amilcar Cabral, Estatua da Amilcar Cabral; Monte Brião em Rincão; Produtos de Terra na , Cerâmica nos 0,04 3 0,12 engenhos, instalações antigas de fábrica de grogue; panos de terra, etc; ü Identificação e estudos das setes maravilhas; 0,02 3 0,06 Ø Recurso Solar; 0,02 2 0,04 SOMA DO PESO DOS PONTOS FORTES 0,48 1,43

OPORTUNIDADES PESO C..F. P. X C. F

CAPITAL FÍSICO 0

ü A existência de um sector de agronegócio com forte potencial para geração de emprego e renda para os jovens do concelho com iniciativas 0,05 3 0,15 empreendedoras; ü Elevado potencial dos Portos de Rincão e Porto (localização geográfica e condições naturais favoráveis). 0,05 3 0,15 ü Organização do Sector do Comércio; 0,05 4 0,2 ü Existência de Universidades. 0,05 3 0,15

ü Vários pontos de atracão turística tais como cascata de Águas caídas, Gruta de Águas belas, Falésia de Achada Leite, Monte Brianda, 0,03 3 0,09 Tabugal;

ü Identificação de soluções de intervenção em resultado do aumento da pressão do tráfego do automóvel sobre o 0,02 1 0,02 principal e Único eixo EN-ST-01, que liga Praia a Tarrafal, passando pelo Centro da Cidade; CAPITAL SOCIAL 0 ü Geração de Emprego e renda para as famílias tendo em conta as pontecialidades dos vários sectores da economia; 0,05 5 0,25 Ø Localização de maior aglomerado de adolescentes e jovens na ES “Amílcar Cabral”; 0,03 2 0,06 CAPITAL FINANCEIRO 0 ü Interesse estrangeiro e nacional para o sector de Energias Renováveis em Cabo Verde; 0,02 1 0,02 CAPITAL HUMANO 0 ü População jovem com forte propensão para aprendizagem 0,05 3 0,15 CAPITAL NATURAL 0

Ø Identificação/localização das sete maravilhas — espaços apropriado para desenvolver políticas de proteção da biodiversidade e 0,03 3 0,09 geodiversidade;

Ø Consciencialização da comunidade para os problemas ambientais 0,03 3 0,09

Ø Envolvimento do setor privado na área de saneamento e gestão de resíduos solidos 0,05 3 0,15 SOMATÓRIO DAS OPORTUNIDADES 0,51 1,57

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PONTOS FRACOS PESO C..F. P. X C. F

CAPITAL FÍSICO 0

0,04 4 0,16 Ø Desorganização do sector de comércio; Ø Inexistência de grandes empresas para enquadrar os recursos humanos qualificados no Concelho; 0,03 3 0,09 Ø Urbanização e parque desportivo deficitário; 0,02 4 0,08 ü Inexistência de um Auditório Municipal e Salas de Espectáculos Adequado; 0,01 3 0,03 ü Carência de equipamentos para a educação pré-escolar. 0,01 3 0,03 CAPITAL SOCIAL 0 CAPITAL FINANCEIRO 0 Ø Falta de acesso ao Crédito; 0,04 2 0,08 Ø Idade média de alguns segmentos da frota de pesca avançada; 0,02 2 0,04 CAPITAL HUMANO 0 ü Falta de formação sobre gestão de negócios/empresa por parte da maioria dos empresários locais; 0,02 3 0,06

0,02 3 0,06 Ø Falta de organização dos produtos turísticos por parte do poder local; Ø Fraca capacidade de planeamento e de investimento no subsector elétrico; 0,01 2 0,02

Ø Falta de visão por parte dos empresários e potenciais empreendedores locais para perceber as oportunidades de negócio existente no sector 0,03 3 0,09 do turismo do concelho; CAPITAL NATURAL 0 ü Falta de capacidade para Criar rotas/circuitos turísticos voltado para o turismo rural, de e cultural; 0,03 3 0,09 Ø Baixa produtividade no sector agro-pecuário; 0,05 2 0,1

0,05 3 0,15 ü Insuficiência de meios humanos, finaceiros, materiais para atender a demanda no municipio em matéria de saneamento e resíduos sólidos; ü Várias zonas com potencialidades agrícolas e turísticas encravadas, dadas as 0,05 4 0,2 condições orográficas do território;

ü INEXISTÊNCIAS DE PARÁMETROS QUE DELIMITA em Xm2), destinado a REM e a REU, Inexistências de IGT inferior ao PDM: 0,05 2 0,1 Plano detalhado (PD) e Plano de mobilidade e Plano de cobertura de rede de esgoto (fraca % de cobertura de população servida por rede de esgotos e tratamento de águas pluviais); SOMA DOS PONTOS FRACOS 0,48 1,38 SOMA DO PESO DOS PONTOS FRACOS E FORTES 0,96 0

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PESO C..F. P. X C. F AMEAÇAS

CAPITAL FÍSICO 0 ü Êxodo rural dado a falta de acessibilidade para algumas 0,04 3 0,12 zonas do Concelho; Ø Expansão urbana desconsidera construção de novos espaços desportivos; 0,03 2 0,06 ü Degradação acentuada de espaços históricos com necessidade de intervenção; 0,03 2 0,06 ü Desorganização do sector do turismo no concelho. 0,04 3 0,12 CAPITAL SOCIAL 0 ü Desemprego e subemprego; 0,05 2 0,1 CAPITAL HUMANO 0 CAPITAL FINANCEIRO 0 ü Inexistência de meios financeiros próprios para financiamento de projetos ambiciosos; 0,05 3 0,15

0,05 3 0,15 ü Crise económica-financeira internacional; CAPITAL NATURAL 0 ü Falta de Chuva e Seca Permanente; 0,05 4 0,2

ü Possibilidade de ocorrência de fenómenos perigosos gerados no exterior (e.g. sismo, tsunami), mas com efeitos potencialmente 0,05 3 0,15 devastadores no território regional;

ü Potencial turístico do município e do país e o aumento dos resídos solidos nos concelhos; 0,05 3 0,15

Ø Maiores % dos terrenos pertencem aos particulares; 0,05 3 0,15 SOMA DO PESO DAS AMEAÇAS 0,49 1,41 SOMA DO PESO DAS AMEAÇAS E DAS OPORTUNIDADES 1,00 0 SOMA DOS PONTOS FORTES E DAS OPORTUNIDADES 3 SOMA DOS PONTOS FRACOS E DAS AMEAÇAS 4,2 SITUAÇÃO ATUAL DO -1,2 SUBTRAÇÃO DAS FRAQUEZAS E AMEÇAS DOS PONTOS FORTES E DAS OPORTUNIDADES CONCELHO

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OBJECTIVOS E METAS ESTRATÉGICOS

METAS ESTRATÉGICAS

METAS EM RELALAÇÃO A 2017 EIXOS DE INTERVENÇÃO MACRO-OBJECTIVOS INDICADORES 2017 2018 2019 2020

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

TECIDO EMPRESARIAL 1. Números de pessoas economicamente ativas a trabalhar nos diversos sectores da economia 1.313 1.600 1.900 2.200 AGRICULTURA local;

PECUÁRIA Estimular a geração de emprego e renda através de investimentos em projectos nos

COMÉRCIO sectores em que o município apresenta 2. Número de unidades produtivas no 527 600 620 640 maior potencial de desenvolvimento, sector; nomeadamente: agricultura, pecuária, PESCA pesca, turismo, tecido empresarial, comércio, TICs, e Energias Renováveis.

TURISMO

TECNOLOGIA DE 3. Volume de vendas das Unidades 2.139 2.500 3.000 2.500 INFORMAÇÃO E Produtivas do sector. COMUNICAÇÃO ENERGIAS RENOVAVEIS

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ACESSIBILIDADES E TRANSPORTES

DIMENSÃO POLÍTICO - INSTITUCIONAL

Modernização da Administração Municipal 1. Número de computadores novos 35 através da reorganização dos serviços introduzidos; municipais introduzindo equipamentos mais 2. Número de Palestras, Conferências, modernos e trabalhando a imagem da Formações voltadas para qualificação 5 Câmara Municipal de Santa Catarina através dos colaboradores/servidores de várias medidas especificais voltadas para públicos; a todos os colaboradores municipais, dando 3. Introdução de fardamentos assim uma nova roupagem a administração inovadores para os funcionários de 0 local; font-offs. Melhorar a eficiência, eficácia, e efectividade na prestação dos serviços aos ADMINISTRAÇÃO 4. Número de utentes satisfeitos com cidadãos/utentes através de introdução de 50% 70% 80% 90% AUTARQUICA os serviços prestados; melhorias nos equipamentos informáticos e treinamento dos funcionários de front-offs; Maximizar a captação de recursos financeiros através de parcerias com órgãos 5. Número de entradas de receitas 5000000 governamentais e não-governamentais, resultado de parcerias e projectos; nacionais e internacionais; 6.Valor Total de receitas municipais; 1.216.438.349 +10% +10% +10% Aumentar a receita municipal através de 7. Número de Palestras, Conferências, medidas de política fiscal municipal mais e spot publicitário, panfletos, usados amiga dos empresários e investidores; e 5 10 15 20 para sensibilizar a comunidade a políticas de cidadania fiscal. pagar os impostos.

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MAPA ESTRATÉGICO

Mapa estratégico é o produto do planeamento estratégico e foi desenhando como forma de demostrar a os caminhos estratégicos que serão seguidos pela Câmara Municipal para atingir os objectivos e metas trançados, cumprir a sua missão e visão.

A estratégia de desenvolvimento do Concelho de Santa Catarina delineada para concretizar a missão e visão estabeleceu-se em torno de quatro grandes eixos estratégicos de intervenção – Socio-cultural, Economico, Ambiental e político-institucional, procurando sempre comtemplar no mesmo as preocupações do governo de Cabo Verde explícitos no Plano Nacional e da ONU explícitas nos objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

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MAPA ESTRATÉGICO Princípios de desenvolvimento sustentável

SOCIOCULTURAL ECONÓMICO Demografia, Educação e Formação, Tecido empresarial, Turismo, Saúde, Segurança Pública e Protecção Agricultura, Pecuária, Pesca, Civil, Habitação, Integração Social, etc. Tecnologias, Energias

Valores PROJECTO

Ética Responsabilidade PROGRAMA PROJECTO

PROJECTO PROJECTO

ANÁLISE EXTERNA PROJECTO

SITUAÇÃO OBJECTIVOS MISSÃO PROGRAMA PROJECTO ATUAL E METAS Santa CatarinaSanta E VISÃO PROJECTO

ANÁLISE INTERNA PROJECTO

PROJECTO

Concelho de de Concelho PROJECTO

PROGRAMA Marca Rumo Santiago em Norte Compromisso Honestidade PROJECTO

Valores PROJECTO

AMBIENTAL POLÍTICO- Áreas Verdes e Parques Naturais, INSTITUCIONAL Resíduos e Limpeza urbana, Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 Administração Autárquica Gestão de Recursos Hídricos, 20 Educação Ambiental.

Princípios de desenvolvimento sustentável

Princípios DIMENSÃO de desenvolvimento SOCIO sustentável- CULTURAL ______

Demografia, Educação e Formação, Saúde, Segurança Pública e Protecção Civil Habitação, Integração Social, Género Migrantes, Espaços e Actividades Desportivas, Cultura.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

DEMOGRAFIA - EIXO ESTRATÉGICO

DEMOGRAFIA - DIAGNÓSTICO

A situação demográfica do país está influenciada tanto pelos aspectos geográficos como pelas condições sociais e económicas, que são factores que condicionam o crescimento e a evolução demográfica. Os factores responsáveis pela evolução demográfica em Cabo Verde são a natalidade, a mortalidade e o fenómeno migratório.

Em Cabo Verde, considerando a dinâmica populacional dos últimos setenta anos, apresenta uma nítida tendência para um crescimento continuado de sua população, embora de uma forma não muito intensa, tal como demostra os dados do INE.

Analisando o gráfico 1, onde ilustra a evolução demográfica de 1940 a 2010 nota-se que só na década de 40 que houve um decréscimo da população, facto esse que pode ser explicado pelo famoso fome do ano 1947. Dos anos 1960 até 1990 houve um crescimento linear, a década de noventa teve maior crescimento da população no país, e podemos verificar o mesmo cenário para a ilha de Santiago e para o concelho de Santa Catarina.

Gráfico 1: Evolução da demográfica

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Em termos de população residente, de acordo com os dados censitários de 2010 fornecidos pelo INE, o Concelho de Santa Catarina apresentava 43.297 habitantes, correspondendo este valor a cerca de 8,8% da população nacional, sendo o terceiro concelho mais populoso do país. Como poderá constatar na Quadro 1, no período de 2000 a 2010 houve um acréscimo da população tanto a nível nacional como a da ilha de Santiago e também do concelho de Santa Catarina com uma variação de 27,3%, 15,8% e 6% respectivamente.

Quadro 1: População residente

Quadro nº 1: População Residente Designação Ano 2000 Ano 2010 Taxa de variação Cabo Verde 341.491 434.625 27,30% Ilha de Santiago 236.627 274.044 15,80% Concelho de Santa Catarina 40.825 43.297 6,00%

Esta realidade mostra-nos um concelho com muita importância no contexto nacional, em especial num momento da vida colectiva em que as questões demográficas são, provavelmente o principal motor de desenvolvimento do país.

Gráfico 2: Pirâmide etária

A pirâmide etária de Santa Catarina apresenta a base larga e o topo estreito pode-se então caracterizar a população do concelho como uma população jovem (59,6% têm menos de 24 anos).

Na pirâmide etária de Santa Catarina verifica-se que a base da pirâmide já começa a estreitar-se, facto que pode ser devido a diminuição da natalidade no concelho, por outro lado, na faixa etária dos 10 aos 24 anos a pirâmide já começa a alargar-se devido a existência de um número considerável de jovens.

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Segundo os dados do INE, dos residentes no Concelho em 2015, 52% são de sexo feminino e 48% do sexo masculino, sendo que desses residentes maioria vivem no meio rural cerca de 72% e apenas 22% residem no meio urbano conforme ilustra os gráficos 3 e 4.

Gráfico 3: População residente por sexo Gráfico 4: Distribuição da população por meio de residência

Gráfico 5: Representantes dos agregados familiares Em 2015, o concelho de Santa Catarina tinha cerca de 11.223 agregados familiares, na sua maioria (6.132) representadas por mulheres, o que demonstra algum desequilíbrio na estrutura familiar do concelho.

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Gráfico 6: Esperança média de vida A esperança média de vida de um individuo a nascença é um indicador muito importante para medir a qualidade de vida de um concelho e de um país. Em Santa Catarina, de acordo com os dados do INE do ano 2011 a 2017 a esperança media de vida tem vindo a aumentar para ambos os sexos, o que demostra o aumento da qualidade de vida no concelho. Relativamente a distinção entre os sexos, o sexo feminino tem esperança média de vida superior ao sexo masculino.

NATALIDADE/FECUNDIDADE

A natalidade e a fecundidade aparecem muitas vezes empregues como sendo palavras sinónimas, quando têm um significado completamente diferente. A natalidade mede a frequência dos nascimentos que ocorrem no conjunto da população total de um país, região, concelho, etc. Enquanto a fecundidade mede a frequência dos nascimentos que ocorrem num subconjunto específico – as mulheres em idade de procriar (15 – 49 anos). (Nazareth, 2004) Evidentemente que, numa população com elevado nível de fecundidade (população jovem), a tendência é para uma elevada taxa de natalidade, mas existem outros factores que condicionam a natalidade como o nível de conforto e o nível de instrução.

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NATALIDADE

Segundo os dados do INE, no ano 1990, Santa Catarina tinha uma taxa bruta de natalidade relativamente elevada, ligeiramente inferior a média nacional e inferior a média da ilha de Santiago. Esta taxa bruta de natalidade, de Santa Catarina, ocupava o segundo lugar no ranking nacional a seguir da praia (58,3‰), em 1990. Contrariamente, em 2000 tinha uma taxa bruta de natalidade ligeiramente superior a ilha de Santiago e superior a média nacional. No ano 2010, a taxa bruta de natalidade em Santa Catarina reduziu consideravelmente (18,7‰), comparando ao ano 2000, esta taxa era inferior a média nacional que tinha uma taxa bruta de natalidade de (22‰) conforme ilustra os dados na Quadro 2.

Quadro 2: Taxa bruta de natalidade

Quadro 2: Taxa Bruta de Natalidade Concelho de Santa Ano Ilha de Santiago Cabo Verde Catarina 1990 38,2 42,7 38,4 2000 30,9 30,8 28,6 2010 18,7 22

FECUNDIDADE

A fecundidade é caracterizada pelo número médio de crianças que uma mulher pode ter ao longo da vida. Este fenómeno depende de vários factores, tais como: políticos, culturais, religiosos, estrutura da população, níveis de instrução e condições socioeconómicas. O conhecimento do nível de fecundidade e da sua tendência é de extrema importância para o estudo da população, uma vez que permite planear fenómenos sociais e económicos e tomar medidas no sentido de reduzi-la ou incentivá-la.

MORTALIDADE

A mortalidade é um fenómeno demográfico condicionado por factores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo, dependendo das suas características físicas, biológicas e do meio envolvente. Como sabemos, a mortalidade é um fenómeno diferencial em razão do sexo, visto que na prática, geralmente a incidência da mortalidade é maior nos indivíduos do sexo masculino do que no sexo feminino.

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Gráfico 7: Mortalidade geral Tendo em conta os dados do relatório estatístico publicado pelo Ministério da Saúde e da Segurança Social, a Taxa de Mortalidade apresenta variação a nível dos valores durante o período de 2005 a 2015. O menor valor foi verificado no ano de 2010, em que se alcançou a marca dos 4,8‰ porém, em 2008 esta taxa atingiu um máximo de 5,5‰ a nível nacional. Enquanto que a nível do concelho de Santa Catarina o ano 2005 teve a taxa mais baixa com um valor de 4,7‰ contrapondo o ano 2015 que atingiu uma taxa de 5,6‰.

MIGRAÇÕES

As migrações constituem um dos fenómenos demográficos que contribuem para o aumento ou diminuição de uma população (variação da população) e se encontram dependentes de um conjunto de factores de ordem política, social, económica, cultural e até psicológica. Em Cabo Verde, quando se faz referência a esse fenómeno, ressalta-se a ideia de emigração. Pode-se afirmar que este é um fenómeno dependente das condições socioeconómicas das pessoas e remonta a existência do homem cabo-verdiano. No concelho de Santa Catarina, como parte integrante de Cabo Verde esse fenómeno não tem sido excepção.

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MIGRAÇÕES INTERNAS

As migrações internas se encontram relacionadas com a falta de oportunidades e emprego das populações levando a pobreza, dai as pessoas procuram melhores condições de vida noutras paragens, o que muitas vezes não passa de uma mera ilusão.

O saldo migratório em Cabo Verde contínua a ser negativo, isto é, há mais pessoas a saírem do país do que a entrar. No entanto, em termos de tendência, constata-se que este saldo negativo tem vindo a reduzir, passando de -1.822 em 2011 para -1.010 em 2015, uma diminuição de - 44,6% segundo os dados do INE.

O mesmo é notório a nível do concelho de Santa Catarina que, segundo os dados do INE está longe de ser um centro atractivo das populações, gerador de emprego, visto que os estudos realizados demonstram que é um concelho relativamente pobre, por isso o seu saldo migratório é negativo, ou seja, tem-se verificado uma maior saída de pessoas do que as entradas.

Gráfico 8: Saldo migratório

Segundo dados ilustrados no gráfico 8 o saldo migratório do Concelho de Santa Catarina desde 2011 até então foi sempre negativo, apesar de haver redução considerável com o passar dos anos, mesmo assim contínua negativo, o que significa que temos de traçar políticas para fixar os residentes e atrair mais pessoas para o concelho.

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DEMOGRAFIA – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Grande foco populacional; . Existência de ZDTI; . População bastante jovem; . Grandes potencialidades agrícolas e pecuárias;

. Recursos Humanos qualificados; . Existência de quadros qualificados;

. Crescimento populacional; . Existência de Universidades.

. Riquezas natural e paisagística.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Aumento populacional desordenado; . Inexistência de grandes empresas para enquadrar os recursos humanos . Desemprego e subemprego; qualificados no Concelho; . Forte êxodo rural; . Pobreza; . Alta taxa de emigração dos jovens. . Cultura de emigração; . Dificuldade de acesso a algumas localidades.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

DEMOGRAFIA – EIXO ESTRATÉGICO

DEMOGRAFIA – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Empoderar a população na idade jovem criando as condições para que essa camada social possa investir em pequenos negócios e terem acesso ao emprego e renda evitando assim a saída de quadros qualificados (fugas de cérebros) do concelho;

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Apoiar jovens na criação de rendimentos; COM APOIO PARA A  Reter os jovens no Meio . Ministério CRIAÇÃO DE Rural; Economia; PEQUENAS E  Combater o êxodo rural no MÉDIAS EMPRESAS . CMSC NO MEIO RURAL concelho. . Dar oportunidades a . Cabo Verde Trade

jovens empreendedores; Invest. EMPREENDEDORISMO JUVENIL 1; 4 e 8

NO MEIO RURAL . Diminuir desemprego  Incentivar jovens locais a juvenil no meio rural; tirar máximo proveito das CAPACITAÇÃO DOS JOVENS NA ÁREA DE potencialidades turísticos TURISMO DE BASE existentes nas diversas

COMUNITÁRIA E zonas do nosso Concelho. RURAL NO CONCELHO DE SANTA CATARINA

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Combater a fuga de quadros do concelho;

 Aumentar grau de DESCENTRALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS competitividade do PÚBLICOS E PRIVADOS município;

 Criar mais oportunidades de emprego no concelho.

 Ministério de  Aumentar as  Aliviar pressão sobre a Economia; Cidade da Praia; oportunidades de 4; 8 e 10 VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS APOIO A INICIATIVAS emprego no concelho; HUMANOS  CMSC. PRIVADAS PARA A  Promover maior  Apostar nas GERAÇÃO DO potencialidades do EMPREGO integração dos quadros Concelho; no mercado local.

 Aproveitar excesso da produção; TRANSFORMAÇÃO E  Ter produtos com melhor CONSERVAÇÃO DOS qualidade e certificados; PRODUTOS AGRÍCOLAS  Garantir stooks de produto durante o ano.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO - EIXO ESTRATÉGICO

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO - DIAGNÓSTICO

A educação é a base para o desenvolvimento de um territorio a longo prazo. Ela constitui a via fundamental para a humanidade herdar e divulgar as civilizações e os conhecimentos, preparar novas gerações e criar uma vida melhor. A qualificação dos recursos humanos é da maior relevância para a integração do concelho numa economia baseada no conhecimento e nas novas tecnologias.

Neste contexto, é estratégico promover a redução do abandono escolar precoce e o estabelecimento de condições de igualdade no acesso aos diversos graus de ensino mediante, por exemplo, políticas que abranjam a prevenção destas situações, as escolas da segunda oportunidade e que promovam regimes de aprendizagem destinados a ajudar as crianças e os jovens com dificuldades de aprendizagem e a promoção de um ensino inclusivo.

Apostar no reforço das competências, na sensibilização dos recursos humanos (professores, formadores, etc.) para estas matérias, no desenvolvimento de conteúdos educativos especificamente orientados para estes fins, bem como no ensino e formação vocacional são acções a que deve ser dada uma atenção particular.

Das infra-estruturas educativas e formativas existentes no concelho, e para além do tradicional ensino regular, devera ser disponibilizado um largo leque de ofertas formativas na área do ensino profissional e da formação.

Constituindo a educação e a formação um direito do cidadão, sendo os homens e mulheres a principal força produtiva de um país, a centralidade da educação como principal eixo de desenvolvimento sustentado do país vê se reforçada no atual Programa do Governo para a IX Legislatura e, nas acções governativas em matéria de Educação, através do Ministério da Educação, respeitando a inclusão e coesão social. Este propósito está enformado pelo seguinte princípio orientador: um sistema educativo integrado no conceito de economia do conhecimento que, da base ao topo, oriente os jovens para um domínio proficiente das línguas, das ciências integradas, das tecnologias e para a construção de um perfil cosmopolita aberto ao mundo, capaz de interiorizar valores intrínsecos ao saber ser e estar, de responsabilização mútuas, enquanto membros da comunidade, de preparação para a aprendizagem ao longo da vida, cultura de investigação, experimentação e inovação, contendo esta linha mestra das políticas educativas (Programa do Governo, IX Legislatura 2016-2021).

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A nova visão para a educação do concelho passa pela criação, de forma concertada – agentes educativos, empresários, outros parceiros – de uma oferta diversificada e adaptada às necessidades do concelho em termos de ensino profissional e tecnológico, bem como à implementação de um sistema de orientação vocacional que preveja e evite situações de insucesso e de abandono do percurso escolar e formativo por parte da população jovem.

A base de trabalho para a caraterização geral do sistema educativo do concelho da Santa Catarina, são os dados dos Censos de 2010 e os dados do ano letivo 2015/16 que nos permitem uma análise macro de alguns dos principais indicadores.

Quando se observam os dados referentes ao nível de ensino da população residente no concelho em 2010, verifica-se que o nível de ensino com valores percentuais mais significativos era o ensino básico (40,3%), seguido pelo ensino secundário com 32,0% e sem nível de instruçao17,0%, respetivamente. Já no que se refere ao Ensino Superior (3,8%) e o curso médio 0,9% registavam valores ligeiramente inferiores. Deste modo, e numa análise comparativa com os valores registados em 2000, verifica-se um decréscimo da população residente com o ensino básico, bem como um aumento dos valores associados ao ensino secundário e, particularmente, ao ensino superior.

Quadro 3 - População residente por nível de ensino em 2010

Quadro 3 - População residente por nível de ensino em 2010 Sem Nivel Pré-Escolar Alfabetização EBI Secundário Curso médio Superior ND 17,00% 4,60% 0,90% 40,30% 32,00% 0,90% 3,80% 0,40%

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A rede educativa existente no concelho de Santa Catarina no ano letivo 2015/2016 abrange desde educação pré-escolar ao ensino secundário, técnico profissional, cursos superiores profissionalizante e superior, lecionados em instituições pertencentes à rede pública e privada.

Quadro 4 - Rede educativa ano letivo 2015/16

Quadro 4 - Rede educativa ano letivo 2015/16 Nível de Ensino Rede Publica Rede Privada Total Pré-escolar 44 8 52 Ensino Básico 43 43 Ensino Secundário Geral 2 2 4 Ensino Secundário Técnico 1 1 Ensino Profissional 1 3 4 Ensino Superior 1 1 2

Total 92 14 106

No ano letivo de 2015/16, o concelho contava com 14634 estudantes, distribuídos da seguinte forma pelos diferentes graus de ensino:

Gráfico1: Distribuição de estudantes pelo concelho

6000 5543 5499 5000 4000 3000 1817 2000 1218 1000 557 0 Pré-escolar Ensino Básico Ensino Ensino Ensino Superior Secundario Profossional

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A taxa de Acolhimento do pré-escolar era, em 2015/16, de 97,3%; a percentagem de retenção no básico era de 8,4% - apesar de tudo o valor abaixo da nacional – e 66,1% transitavam ou terminavam o secundário. A taxa líquida de escolarização no ensino básico era de 90,9% e 71,8% no ensino secundário e a taxa bruta de escolarização era de 101% e 93.8% respetivamente.

Relativamente às áreas de formação enquadradas no ensino profissional em 2015/2016, predominaram os formandos nas áreas de saúde (18,1%), agronegócio (10,6%), tecnologia de informação geográfica e territorial (9,9%), apresentando-se igualmente estas áreas como dominantes no ano letivo precedente. A nível do ensino superior os cursos com maior número de formandos foram os cursos de direito (21,1%), educação básica inicial (20.8%), e enfermagem com (13,5%).

Tendo em atenção os desafios da aprendizagem ao longo da vida numa sociedade do conhecimento emergente, existem outras infraestruturas determinantes para a aprendizagem e aquisição de conhecimento, designadamente os equipamentos associados às redes de bibliotecas e arquivos, e no concelho apenas existe um municipal com muitas carências, bem como os existentes em alguns estabelecimentos de ensino.

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EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

• Acessibilidades/Centralidade do município; • Desenvolvimento de um projeto educativo local com a definição de uma política

educativa centrada na unidade territorial e numa lógica de um plano estratégico para a

• Existência de todos os níveis de ensino e formação no concelho; educação concelhia;

• Taxa de acolhimento do pré-escolar superior à média nacional; • Aproveitar a capacidade da Escola Técnica para incentivar a procura do ensino técnico; • Capacidade máxima de acolhimento dos estabelecimentos da educação e do • Conceção de bolsas de estudos para os alunos da via técnica e profissional; ensino superas a procura existente; • Necessidade, no tecido produtivo, de técnicos qualificados, com formação escolar e • Existência de diversos estabelecimentos da rede particular que reforçam a profissional; capacidade de frequência do ensino de diferentes níveis e formação; • Capacidade demográfica para a implementação de um Instituto Politécnico; • Elevada taxa de alfabetização; • Capacitação de associações e outros organismos locais para o aumento da sua ação • Elevada taxa de transição do ensino básico para o ensino secundário (95%); educativa; • Inclusão e participação escolar e social dos alunos com necessidades • Ligação às associações de Jovens existentes e eventual criação de outras a partir da educativas. escola; • Trabalho com as instituições de educação profissional e superiores próximas do

município; • Diversidade cultural; • Nova reconfiguração da rede educativa.

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PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Carência de equipamentos para a educação pré-escolar; . Lacunas ao nível da segurança escolar; . Ausência de planos de evacuação nas escolas e jardins-de-infância; . Deficiente rede de transportes escolar; . Baixa percentagem de profissionais de infância qualificados (25,5%); . Degradação de estabelecimentos do ensino básico em algumas zonas; . Forte atratividade do núcleo urbano relativamente ao mundo rural; . Dispersão territorial da rede educativa; . Carência de infra-estruturas desportivas e laboratoriais que permitam o . Contínua procura dos estabelecimentos da zona urbana por parte de crianças dos desenvolvimento de atividades extracurriculares nas escolas do ensino sectores rurais, por questões relacionadas à atividade laboral dos encarregados de básico e secundário; educação; . Fraca procura da Via Técnica; . Grande Mobilidade de professores com formação pedagógica; . As taxas de retenção no ensino secundário estão acima das taxas . Mercado de trabalho pouco exigente; . Nos próximos anos letivos é expectável uma diminuição da população escolar nacionais; . Desequilíbrio entre as ofertas formativas entre as áreas de ciências sociais . (crianças e jovens); e humanas, ciência e tecnologia e artes; . Aumento do desemprego conjuntural; . Abandono precoce da educação e formação; . Competição inter-concelhia para a captação de investimento; . Ausência de parcerias eficazes entre a escola e o tecido empresarial; . Baixa taxa de natalidade. . Insuficiência de estratégias de incentivo, motivação a empreendedorismo; . Debilidades no sistema de comunicação/articulação entre município, coletividades e associações, escola e encarregados de educação; . Pouca participação/responsabilização dos pais/encarregados de educação no processo educativo; . Carência de equipamentos das novas tecnologias de informação e comunicação nas escolas; . Diminuição da taxa líquida de escolarização;

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO – EIXO ESTRATÉGICO

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO – SUB-EIXO ESTRATÉGICO

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO – OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS Promover uma educação e formação de excelência em todos os níveis de ensino visando potencializar o surgimento de quadros de alto valor agregado para servir o concelho de Santa Catarina e o próprio país;

PROGRAMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

- Proporcionar ambiente renovado e motivador da aprendizagem de EXPANSÃO E acordo com um plano de REABILITAÇÃO reconfiguração da rede escolar e dos DAS INFRA- objetivos do EBO”.; ESTRUTURAS - Expandir e melhorar a rede de EDUCATIVAS. Jardins de Infância com prioridade para as zonas carenciadas; - Adequar as estruturas e os . CMSC . ME 4; 9 e 10 equipamentos às crianças com . ASSOCIAÇOES DE Criar, valorizar e necessidades educativas especiais; PAIS/ENCARREGA VALORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS E potencializar os recursos e DO DE EDUCAÇÃO RECURSOS EDUCATIVOS COMUNIDADE a interação com o meio - Capacitar profissionais de infância, EDUCATIVA professores, e coordenadores com conhecimentos adequados ao

REFORÇO DA desenvolvimento dos novos FORMAÇÃO DOS currículos. PROFESSORES E - Definir com os estabelecimentos AGENTES de ensino superior nacionais e EDUCATIVOS internacionais diversas modalidades de formação e capacitação dos agentes educativos. Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 38

PROGRAMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

- Ajudar a erradicar o abandono escolar e apoiar o regresso à escola e/ou entrada no mercado de trabalho;

- Detetar e combater o risco de ABANDONO ZERO abandono escolar através do alargamento das ofertas educativas, formativas e profissionais, como resposta às necessidades dos jovens;

. ESCOLAS - Articular a rede social em resposta . ME 4 e 10 Reduzir e prevenir o aos problemas dos jovens e famílias. PROMOÇÃO DO SUCESSO abandono escolar precoce . CMSC EDUCATIVO E PREVENÇÃO DO e promoção do sucesso . PAIS/E. ABANDONO ESCOLAR PRECOCE educativo. EDUCAÇÃO

- Propiciar educação para todos e EDUCAÇÃO honrar os princípios de uma INCLUSIVA- educação democrática, os quais EDUCANDO E fundamentam os sistemas APRENDENDO NA educacionais inclusivos e, frente a DIVERSIDADE toda diversidade humana.

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PROGRAMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAM A

- Garantir a prestação adequada do TRANSPORTE serviço de transporte escolar, de forma a garantir um padrão de ESCOLAR qualidade que confira aos INCLUSIVO educandos dignidade e justiça.

. COMUNIDDADE Reduzir e prevenir o EDUCATIVA PROMOÇÃO DO SUCESSO abandono escolar precoce 4 e 10 EDUCATIVO E PREVENÇÃO DO e promoção do sucesso . ASSOCIAÇOES ABANDONO ESCOLAR PRECOCE educativo. COMUNITÁRIAS

- Garantir um sistema de apoio REFORÇO DE APOIO educativo que responda às SOCIOEDUCATIVOS. necessidades das famílias, provendo igualdade no acesso ao ensino e formação;

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 40

PROGRAMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

- Estabelecer melhores ligações com o sector empresarial e implementar diferentes métodos e modalidades formativas para o concelho.

- Promover a colaboração entre REFORÇO DAS empresas, instituições locais e os LIGAÇÕES COM O estabelecimentos de ensino e MUNDO formação do concelho no . CMSC EMPRESARIAL. desenvolvimento da oferta . EMPRESAS

formativa concelhia. . ESCOLAS

. ME - Promover a interação dos jovens Criar parcerias com . UNVERSIDADES 4; 8; 10 e 17 COOPERAÇÃO INSTITUCIONAL com as empresas, criando instituições locais para . CENTROS DE E ARTICULAÇÃO DAS OFERTAS programas de intercâmbio e visita que possam FORMAÇÕES FORMATIVA ÀS NECESSIDADES empresarial a nível nacional e melhorar a pertinência DAS ATIVIDADES ECONÓMICAS internacional. . ASSOCIAÇÕES DO CONCELHO do ensino e da COMERCIAIS formação ministrados . ESCOLAS para o mercado de trabalho. - Abrir as empresas para a apresentação de áreas de trabalho e apresentação de novas tendências e “OPEN DAYS DAS possibilidades de mercado/novas profissões (indústria agroalimentar, PROFISSÕES” inovação industrial ou profissionalização das organizações da economia social, etc.) e a dignificação das profissões manuais.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 41

PROGRAMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

- Promover a inovação educacional no ensino da ciência e da tecnologia;

Projeto: INOVE - Criar incentivo e envolvimento de investigadores para o futuro Parque Tecnológico de Santa Catarina;

. CMSC . EMPRESAS - Promover a participação em . ESCOLAS concursos de ideias sobre projetos . ME INVESTIMENTO NA de intervenção na criação de Investir na criatividade e . UNVERSIDADES CRIATIVIDADE , INOVAÇÃO, PROJETO:” produtos e de empresas inovadores. inovação para melhoria da . INVESTIGADORES QUALIFICAÇÃO DAS PESSOAS E FÁBRICA DA 1; 4; 8 e 10 qualidade de vida dos . PROFESSORES NA APRENDIZAGEM AO LONGO CRIATIVIDADE” - Apoiar os jovens com interesse no munícipes . ALUNOS DA VIDA desenvolvimento de empresas e . MAA negócios na área do empreendedorismo agrícola. . COMUNIDADE EM GERAL

- Promover e estimular o espírito empreendedor dos jovens; EMPREENDEDO-

RISMO NA ESCOLA - Transmitir, aos estudantes, os princípios do empreendedorismo como fator importante para a sua educação e para o seu futuro.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 42

PROGRAMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

CRIAÇÃO DE SEMANAS/MESES - Promover uma cultura de TEMÁTICOS, NO cidadania partilhada envolvendo . CMSC ÂMBITO DA todos os elementos da comunidade . EMPRESAS EDUCAÇÃO PARA educativa. . ESCOLAS . ME INVESTIMENTO NA A CIDADANIA Investir na criatividade e . UNVERSIDADES 1; 4; 8 e 10 CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO, inovação para melhoria da . INVESTIGADORES QUALIFICAÇÃO DAS PESSOAS E qualidade de vida dos . PROFESSORES NA APRENDIZAGEM AO LONGO munícipes. . ALUNOS DA VIDA . MAA CRIAÇÃO DE . COMUNIDADE EM BOLSAS DE - Criar incentivos à investigação e GERAL INVESTIGAÇÃO / promover uma cultura de ESTÁGIOS qualificação formativa contínua. INTERNACIONAIS

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 43

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

SAÚDE - EIXO ESTRATÉGICO

SAÚDE - DIAGNÓSTICO

O acesso aos cuidados de saúde em um direito garantido e salvaguardado na maior parte das constituições de república a nível global. Em Cabo Verde a constituição no seu artigo 71º orienta que “ todos têm direito à saúde e o dever de a defender e promover, independentemente da sua condição económica”, e que esse direito é realizado através de uma rede adequada de serviços de saúde e pela criação das condições económicas, sociais, culturais e ambientais que promovam e facilitem a melhoria da qualidade de vida das populações. Segundo CR e do Estado a responsabilidade de garantir o direito à saúde, através da criação das condições para o acesso universal dos cidadãos aos cuidados de saúde, designadamente:

1. Assegurar a existência e o funcionamento de um sistema nacional de saúde; 2. Incentivar a participação da comunidade nos diversos níveis dos serviços de saúde; 3. Assegurar a existência de cuidados de saúde pública; 4. Incentivar e apoiar a iniciativa privada na prestação de cuidados de saúde preventiva, curativa e de reabilitação; 5. Promover a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentosos; 6. Regular e fiscalizar a actividade e a qualidade da prestação dos cuidados de saúde; 7. Disciplinar e controlar a produção, a comercialização e o uso de produtos farmacológicos, e outros meios de tratamento e de diagnóstico.

Segundo os dados da OMS, 2015, em Cabo Verde a oferta da prestação de cuidados de saúde aumentou e os estabelecimentos de saúde estão mais próximos dos cidadãos. Uma média de 75.7% dos agregados familiares estão a menos de 30 minutos de um centro de saúde sendo essa taxa maior na zona urbana (91.6%) que na rural (77.1%). Os dados apontam que o Governo vem investindo de forma contínua no sector de saúde para garantir o funcionamento das estruturas de saúde primária e secundária do país chegando aos 3.500.000.000 (três bilhões de escudos) em 2015.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 44

A nível da Região Sanitária Santiago Norte que inclui o concelho de Santa Catarina o sector da saúde tem evoluído bastante tanto em termos de equipamentos de saúde quanto em termos de recursos humanos e financeiros, não obstante, alguns desafios em matéria de capacidade de resposta as demandas aos Hospitais e Centros de Saúde.

Um dos grandes empreendimentos no sector da saúde a nível da região foi a construção do Hospital Regional Santa Rita Vieira que trouxe impactos directos na vida população aliviando o Hospital Central da Praia a maior do país.

A despeito do sector da saúde ser maioritariamente tutelado pelo poder central através do ministério da saúde, as autarquias locais também tem responsabilidade nessa matéria e devem desenvolver programas e projectos que visam aumentar a cobertura da saúde a nível local para 100% da população.

No que tange ao concelho de Santa Catarina em particular quando comparado com outros concelhos importante do país verificasse que a situação não é tão preocupante não obstante os desafios existentes em matéria de capacidade de resposta a todas as demandas da população. Analisando os últimos dados do sector da saúde produzido pelo ministério da saúde em matéria de orçamento canalizado para o sector da saúde do concelho constata-se que o valor chega aos 40 milhões de escudos oriundos do orçamento do estado, mais cerca de 15 milhões de escudos geradas pela própria delegacia. Vide a Tabela abaixo.

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Em matéria de recursos humanos que trabalham no sector Santa Catarina quando comparado com os outros concelhos do país constata-se que o mesmo encontra-se bem servido, dispondo em 2015, de 42 médicos 56 enfermeiros para atender uma população de aproximadamente 52 mil habitantes. Portanto cercar de 12 médicos para cada 10.000 habitantes. Tendo em conta os recursos que o país dispõe acredita-se que esses números são interessantes e permite atenuar as necessidades existentes no sector de saúde do concelho.

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Em termos de taxa de mortalidade geral percebe que o concelho regista uma evolução de 5,6% em relação ano anterior apresentado um total de 254 óbitos no ano de 2015.

Tabela 3. Total de óbitos e taxa de monografia geral por concelho de residência e género

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Entre as principais causas de morte está relaciona com aparelho circulatório, sintomas mal definidos, tumores ou neoplasias e, aparelho respiratório como demostra a tabela abaixo. Portanto, considera importante implementar acções que visam minimizar essas doenças no concelho.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 48

Um das doenças preocupantes que tem desafiados os médicos por que ainda não tem cura, tem atingido de forma significativa a população do Concelho de Santa Catarina. Segundo os dados do relatório do ministério da saúde Concelho está em segundo lugar em matéria de pessoas infectadas com vírus de VIH-SIDA, perdendo apenas pelo município da Praia que está em primeiro lugar e São Vicente segundo lugar. Portanto, considera-se urgente medidas nesse sentido visando prevenir novas infecções por essa doença que na sua fase terminal geram muitos custos para o sistema nacional de saúde.

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Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 50

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 51

SAÚDE – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

• Existência de massa crítica no Concelho e na RSSN; •s Solidariedade e partilha de recursos entre as estruturas;

• Melhoria nos indicadores básicos da saúde: diminuição da mortalidade . Existência de parceiros nacionais e internacionais, ONGs com infantil, neonatal e materna e aumento da taxa de cobertura vacinal; capacidade de financiamento a nível do concelho e da RSSN; • Melhoria da capacidade de resposta do Hospital Regional Santa Rita . Envolvimento em parcerias no âmbito do programa audit/assist da Viera; Delegacia de Saúde; • Melhoria da Rede Sanitária da RSSN que envolve o concelho de Santa . Campanhas de sensibilização do problema de saúde dos idosos. Catarina;

• Utilização de protocolos de atendimento pré-natal existente.

AMEAÇAS PONTOS FRACOS

• Insuficiência de RH (médicos, enfermeiros, assistentes sociais, • Fraca capacidade de financiamento; • Fraca comparticipação das famílias nos cuidados de saúde; técnicos de laboratório entre outros), materiais e financeiros; • Mobilidade frequente dos RH; • Existência de fortes crenças e costumes maléficos para a saúde; • Condições ambientais favoráveis à propagação de doenças • Inexistência de um plano de reciclagem/formação contínua dos transmitidas por vetores; técnicos de saúde; • Vendas ilícitas de medicamentos; • Inexistência de informatização a nível de consultas em rede. • Abate ilegal de animais para o consumo humano; • Venda de bebidas alcoólicas aos menores de 18 anos.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

SAÚDE - EIXO ESTRATÉGICO

SAÚDE – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Promover o Acesso a cuidados de saúde de qualidade;  Incentivar a atividade  Promover a adoção PROMOÇÃO DE física; generalizada de estilos FEIRAS DE SAÚDE  Promover uma . CMSC,

de vida fisicamente PÚBLICA PROMOÇÃO DA alimentação saudável; . DELEGACIA DE SAÚDE, QUALIDADE ativos e pouco  Fomentar um ambiente SAÚDE, 1;3;4 e 10 DE VIDA E BEM- sedentários; saudável; . MINISTÉRIO ESTAR  Disponibilizar  Criar instrumentos de intervenções médicas, DA SAÚDE, monitorização da apoio social e de . OMS. enfermagem em relação entre a “Vida “VIDA ATIVA” articulação com as Ativa” e os ganhos em

equipas de rua; saúde.  Promover o envelhecimento ativo e saudável.

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Promover o Acesso a cuidados de saúde de  Intervir junto da

qualidade; população sem-abrigo  Promover a adoção na área da saúde;

generalizada de estilos  Melhorar a literacia . CMSC,

de vida fisicamente em saúde em grupos PROMOÇÃO DA ativos e pouco de maior . DELEGACIA DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE, SAÚDE, QUALIDADE sedentários; 1;3;4 e 10 DOMÍNIOS DE vulnerabilidade;  Disponibilizar DE VIDA E BEM- MAIOR  Acelerar e agilizar a . MINISTÉRIO intervenções médicas, ESTAR VULNERABILIDADE resposta ao DA SAÚDE, apoio social e de enfermagem em VIH/SIDA: . OMS.

articulação com as  Aumentar a

equipas de rua; integração social e

 Promover o apoiar a pessoa com

envelhecimento ativo e problemas de saúde

saudável. mental.

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Promover o Acesso a  Melhorar as cuidados de saúde de condições de vida, qualidade; saúde e bem-estar da

 Promover a adoção população idosa; generalizada de estilos . CMSC,

PROMOÇÃO DA de vida fisicamente PROJETO  Sensibilizar e educar . DELEGACIA DE ativos e pouco MUNICIPAL DE SAÚDE, QUALIDADE SAÚDE, sedentários; para a saúde e o DE VIDA E BEM- SAÚDE PARA 1;3;4 e10 envelhecimento; ESTAR  Disponibilizar TERCEIRA IDADE . MINISTÉRIO intervenções médicas, DA SAÚDE,

apoio social e de  Combater o enfermagem em isolamento e . OMS. articulação com as promover a melhoria equipas de rua; da mobilidade e da  Promover o acessibilidade. envelhecimento ativo e saudável.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

SEGURÂNÇA PÚBLICA E PROTEÇÃO CIVIL - EIXO ESTRATÉGICO

SEGURÂNÇA PÚBLICA E PROTEÇÃO CIVIL - DIAGNÓSTICO

Na sequência da realização da Conferencia Mundial sobre a Redução dos Riscos de Desastres em Janeiro de 2005, foi possível uma forte congregação de vontade política das autoridades Cabo-verdianas na constituição de uma plataforma de solução à questão da Redução do Risco de Desastre em Cabo Verde, sob a orientação do Quadro de Acção de Hyogo.

A Proteção Civil em Cabo Verde, teve os seus primórdios em meados do ano de 1999, com a publicação da Lei de Bases de Proteção Civil (Lei nº. 100/V799 de 19 de Abril), e atualmente é uma instituição que se vem solidificando, com o seu crescimento sustentado, e que tem vindo a marcar uma presença profícua em todos os pontos do país, não só na consolidação e reorganização do sistema, bem como no domínio da sua socialização.

Em termos de desenvolvimento a Proteção Civil em Cabo Verde está em franco desenvolvimento e é já visível o interesse que vem despertando não só nos organismos públicos, como também nos privados, associações e população em geral. Assim foi possível a formatação de diversos diplomas normativos, para a melhor eficiência e eficácia da Proteção Civil em Cabo Verde, qual seja:

A Lei n.º12/VIII/2012, que estabelece as bases gerais da proteção civil, prevê a criação do conselho Municipal de Proteção civil, com o seu regulamento, para assegurar que todas as entidades e instituições de âmbito Municipal imprescindíveis à proteção e socorro, emergência e assistência previsíveis ou decorrentes de acidente grave ou catástrofe se articulam entre si, garantindo os meios considerados adequados à gestão da ocorrência em cada caso concreto.

A transposição de matérias de proteção civil nos conteúdos escolares constituiu desde a génese do Serviço Nacional de Proteção Civil um dos seus objetivos fundamentais, pois acredita-se que só se pode arquitetar uma cultura de prevenção e segurança na óptica da Proteção civil se a Escola for eleita como um dos principais eixos do Sistema Nacional de Proteção Civil.

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A nível do Concelho de Santa Catarina, as determinadas zonas (Baxo La, Banana Semedo e algumas zona de região de Assomada) encontram-se expostos a um leque variado de perigos, que inclui:

(i) Perigos naturais, que correspondem a ocorrências associadas ao funcionamento dos sistemas naturais (e.g., sismos, movimentos de massa, erosão do litoral, cheias e inundações);

(ii) Perigos ambientais, em que se combinam os resultados de acções continuadas da atividade humana com o funcionamento dos sistemas naturais (e.g., incêndios florestais, contaminação de cursos de água, de aquíferos e de solos).

O problema da segurança pública em Cabo Verde parece estar na ordem do dia e a suscitar maior preocupação às autoridades governamentais, dado o crescendo de delinquência e violência criminal a que tem vindo a assistir-se de há uns anos a esta parte na nossa terra. Mas mesmo que tudo estivesse em aparente normalidade, a problemática da segurança não se compadece com a rotina e nunca deve sossegar os responsáveis. Exige sempre uma contínua reflexão, avaliação e diagnóstico da situação por forma a aquilatar-se se os meios disponibilizados e os processos adotados estão a todo o momento em correspondência com as necessidades e as expectativas dos cidadãos.

À parte isso, incumbe ao Estado, em instâncias devidas, o estudo, o acompanhamento e a resposta possível aos fenómenos sociais que podem estar na raiz do problema da criminalidade ou que podem potenciar a sua eclosão ou agravar a sua incidência. Entretanto, em todas as sociedades, especialmente nas democráticas e de cultura ocidental, persiste irresolúvel a dialéctica entre o saber se a delinquência e a violência criminal se extinguem quando atacadas nas suas raízes sociais (desemprego, fome, injustiça, exclusão social) ou se os instrumentos de repressão serão sempre um mal necessário.

Num contexto de dificuldades económicas e sociais, o tema da segurança assume particular importância. A segurança como um bem jurídico, funda-se na lógica de supremacia inquestionável do interesse nacional e contribui, decisivamente, para a manutenção de um clima de tolerância e a promoção de comunidades justas e seguras.

A segurança é também decisiva para a fruição do espaço público e partilha de todos os territórios da cidade, para residentes e visitantes. Sendo assim, foi possível a elaboração dos seguintes diplomas jurídico-legais com enfoque e parametrização de incidência na segurança interna e autárquico, quais sejam:

 A resolução nº75/2016 que estabelece a elaboração do Programa Nacional de Segurança Interna e Cidadania (PNSIC), com medidas de carácter urgente e de implementação imediata.  A lei nº 50/VII/2009 que define o regime jurídico de exercício de segurança, com a função subsidiária e complementar da atividade das forças e dos serviços de segurança pública do Estado.

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 A Lei nº 13/IX/ 2017 que estabelece o regime, forma e criação, estatuto do pessoal, equipamentos e orgânicas das polícias Municipais, com a função de polícia administrativa para fiscalizar o território municipal, cumprimento de leis e regulamentos municipais.

Apesar de a segurança pública ser responsabilidade do Estado, o município de Santa Catarina deve cooperar na segurança de proximidade e participar nos Programas de Segurança Comunitária, tendo em vista propiciar um ambiente de tolerância numa abordagem multidisciplinar à segurança dos cidadãos como o emprego, a educação ou a saúde.

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SEGURÂNÇA PÚBLICA E PROTEÇÃO CIVIL – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Existência de quartel de bombeiros e sua localização estratégica; . Valorização do território, garantindo a segurança das pessoas e dos bens e a qualidade do . Corporação atual de bombeiros com formação; ambiente, regulamentando o uso do solo em função dos riscos aos quais está exposto;

. Realização de simulacros e exercícios constantes; . População jovem com forte propensão para aprendizagem;

. Equipa de brigadas de corporação funcional 24 horas por dia; . Forte disponibilidade das instituições públicas e privadas em cooperar nas ações de . Existência do comando Regional Santiago Norte, no edifício da corporação dos proteção civil; bombeiros; . Existência do quadro legal (Lei de bases de proteção civil Lei n.º 12/VIII/2012); . Fortes capacidade de sensibilização da população; . Existência de acordos de cooperação com municípios estrangeiros e ONGs; . Forte articulação institucional na resolução e mitigação de riscos; . Desenvolvimento de plataformas de comunicação de emergência, pelo SNPCB (Serviço . Existência de meios de resposta (veiculo ligeiro e pesado de combate a incêndio, e Nacional de Proteção civil e Bombeiros); desencarceramento e meios de primeira intervenção, “pás, enxada», etc. . Existência de projetos estruturantes no SNPCB (centro único de emergência, . Existência de plano de emergência para a época das chuvas; observatório nacional de redução de riscos e desastres); . Existência do PDM.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Existência de áreas de perigo acentuado que, por serem densamente povoadas e/ou por estarem ocupadas por atividades humanas desajustadas, possuem um risco elevado; . Deficiente manutenção de meios operacionais devido a restrições financeiras; . Baixo nível de escolaridade dos efetivos da corporação; . Concentração excessiva de infraestruturas estratégicas em áreas de . Inoperacionalidade dos meios de Evacuação; perigosidade moderada ou elevada; . Inexistência do Gabinete Municipal de Proteção civil; . Não existência de um conselho municipal de proteção civil; . Expansão urbana e de atividades económicas para zonas marginais expostas a . Inexistência de um plano de formação contínua dos Bombeiros; perigos naturais e ambientais e conduzindo à degradação de recursos naturais; . Não existe um plano Municipal de Emergência; . Dificuldade no reabastecimento de camiões autotanques; . Inexistência de uma corporação da Policia Municipal; . Possibilidade de ocorrência de fenómenos perigosos gerados no exterior (e.g. sismo, tsunami), mas com efeitos potencialmente devastadores no território regional;

. Agravamento das situações de risco com origem hidro-meteorológica, no quadro da modificação global do clima; . Agravamento da erosão costeira e das ameaças às actividades económicas concentradas nas zonas de Baxo La e Banana Semedo, no quadro da subida do nível do mar e deslizamentos de terras. Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 59

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

SEGURÂNÇA PÚBLICA E PROTEÇÃO CIVIL – EIXO ESTRATÉGICO

SEGURÂNÇA PÚBLICA – SUB-EIXO ESTRATÉGICO

SEGURÂNÇA PÚBLICA E PROTEÇÃO CIVIL – OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS

1-Incutir nas pessoas a cultura de boas práticas sanitárias, urbanísticas e o cumprimento de leis e regulamentos municipais; 2-Desenvolver acções, com eficácia administrativa, Visando a sensibilização, prevenção e reacção de acordo com as situações e contextos no âmbito da afirmação da autoridade municipal.

PROGRAMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Propiciar uma gestão preventiva dos riscos no território;  Direção Geral das Pescas;  Garantir a correcta

- Identificar e organizar o utilização do território,  Câmara Municipal PROGRAMA AUTÁRQUICO DE CRIAÇÃO DO em condições de de Santa Catarina; espaço territorial do GABINETE ORDENAMENTO DE Concelho de Santa segurança e em benefício 11 e 13 TERRITÓRIO. MUNICIPAL DE das comunidades; Catarina; PROTEÇÃO CÍVIL  Universidades;

 Forças Armadas;  Elaborar um programa de médio e longo prazo,  Policia Nacional e para reforço da Judiciaria. resistência anti- catástrofe natural e ambiental;

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 60

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Mobilizar agentes e  Organizar e dinamizar organismos, de uma workshops, seminários e forma adequada e conferências sobre a temática da redução do eficaz, de modo a que risco de desastre, se possa construir uma envolvendo toda a verdadeira cultura de comunidade;  Direção Geral das segurança no CRIAÇÃO DO Pescas; CENTRO Concelho;  Criar projetos MUNICIPAL DE PROAESR -PROGRAMA correlacionados com  Câmara Municipal INFORMAÇÃO E de Santa Catarina; 4; 11 e 13 “SANTA CATARINA  Dar início ao processo comunidade escolar SENSIBILIZAÇÃO SEGURA” de formação dos PARA REDUÇÃO propiciando-lhes uma  Universidades; DOS RISCOS DE maior dinâmica e parceiros sobre a campanha local, no SANTA CATARINA abrangência;  Forças Armadas; (CMISRSC). âmbito das medidas  Expandir o voluntariado de  Policia Nacional e de auto-proteção e proteção civil no Judiciaria. prevenção para as suas município e desenvolver infraestruturas e ações de utilizadores. formação/informação sobre prevenção de riscos e

comportamento em cenário de catástrofe.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

HABITAÇÃO - EIXO ESTRATÉGICO

HABITAÇÃO - DIAGNÓSTICO

A habitação constitui um elemento cultural paradigmático para a compreensão dos fluxos humanos que acompanham ciclos histórico/sociais presentes no percurso evolutivo das comunidades e, neste sentido, um elemento imprescindível e fulcral para a caracterização sócio/cultural em Cabo Verde.

O processo de construção em Cabo Verde está sujeito às condições climáticas específicas derivadas da sua localização geográfica, e problemas de habitação e urbanismo, como as carências habitacionais e infraestruturais.

Atendendo ao contexto climático de Cabo Verde, as prevenções a levar em conta na prática da construção prendem-se com a elevada radiação solar, os ventos acompanhados de poeira em suspensão e as chuvas que embora sejam irregulares e pouco frequentes, são de carácter torrencial

A Acão das chuvas pode ter um efeito erosivo, contribuindo para o desgaste mais acentuado dos materiais de construção, principalmente dos aplicados no exterior (coberturas e revestimentos, entre outros). Esta pode também ser responsável por fissuras superficiais devido ao arrefecimento rápido das superfícies e por manchas de humidade no interior dos edifícios devido às infiltrações das águas das chuvas.

Em relação aos ventos, constata-se que estes podem arrastar e transportar poeiras e areias, provocando efeitos de erosão nas construções. Realça-se ainda, que a acção mecânica do vento, nalgumas ilhas de forte intensidade (Sal, Boavista e São Vicente), tem de ser considerada também no dimensionamento de estruturas e nas soluções construtivas.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 62

Em Cabo Verde, o problema habitacional coloca-se tanto ao nível de alojamento familiar, como também da habitação, enquanto local com condições aceitáveis de habitabilidade. Na generalidade, as habitações apresentam baixa qualidade em termos funcionais, de construção e de conforto, dado principalmente o baixo rendimento familiar e a baixa capacidade de resposta em termos de planificação física e socioeconómica do país.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) a superlotação das habitações em Cabo Verde é muito comum e calcula-se que cerca de 47% do parque habitacional, ou seja, mais de 20.000 unidades, não conseguem atingir o padrão mínimo estabelecido pelo governo de Cabo Verde de 2 pessoas por quarto.

Aliado a uma crescente procura, o forte crescimento demográfico tem dificultado o processo de procurar e conseguir oferecer soluções viáveis para resolução dos problemas habitacionais e urbanísticos

Perante as necessidades sociais e o aumento da procura da habitação nos principais centros urbano da cidade de Assomada, o mercado de solos mantém-se fortemente desequilibrado. Favorece a subida brusca do preço dos terrenos e das construções, propiciando aos proprietários fundiários e aos promotores imobiliários grandes lucros. Consequentemente, a especulação comercial dos terrenos reflete- se necessariamente no custo elevado das construções. Nestas circunstâncias, a habitação oferecida no mercado legal aparece, pois, a preços demasiado altos para a capacidade financeira de grande parte da população.

O Município de Santa Catarina, situado na Ilha de Santiago de Cabo verde., é o terceiro maior concelho de Cabo Verde, com Cerca de 50.000 habitantes, dos quais cerca de 43% são pobres.

O elevado défice Habitacional de cerca de 4000 fogos e a situação de insegurança habitacional em que vivem mais de 2000 famílias e convivem com uma elevada procura de lotes para construção urbana, mormente por um segmento importante e famílias sem capacidade financeira para construção de habitação própria, mas também com a especulação imobiliária urbana na venda de terrenos no concelho e um segmento importante de procura de habitação económica.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 63

A crise social e a desigualdade de renda expulsam constantemente, ainda que não de forma explícita, a população mais pobre das áreas equipadas e bem servidas de infraestrutura, resultando na contínua ampliação e adensamento loteamentos precários e irregulares de periferia.

Atualmente, a nível dos tipos de habitação do centro urbano da Assomada, destacam-se duas situações extremas. Por um lado, nos últimos anos, tem aumentado consideravelmente o número de habitações de padrões elevados, com técnicas e materiais importados, pertencentes às camadas da população com maiores rendimentos, quadros superiores, dirigentes políticos, comerciantes e emigrantes que no geral ocupam as zonas mais consolidadas da cidade e dotadas de melhores infraestruturas. Por outro lado, confirma-se cada vez mais a tendência do surgimento de habitações construídas através de um processo tido “ilegal”, com poucas condições de habitabilidade e que ocupam zonas geralmente carentes em infraestruturas de saneamento básico e de equipamentos públicos. Estas estão ocupadas pelos extratos mais vulneráveis da população que vivem, na generalidade, com fracos recursos económicos

As diferenças de rendimento existentes nas famílias de Santa Catarina destacam as desigualdades sociais acentuadas e com tendência a crescer, cuja consequência é a definição de um padrão de habitabilidade diferenciado consoante o nível de rendimento.

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HABITAÇÃO – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

 Condição para a fixação e aumento do número de famílias;  Crescimento de parque habitacional; s  Crescimento de nº total de loteamentos;  Redução do custo da habitação como incentivo à fixação da população;  Programa e projetos de intervenção da área de habitação: Caso da

empresa Habitar Assomada, S.A.;  Localização geográfica, melhorada recentemente pela criação de novos acessos.  Predisposição dos dirigentes autárquicos na delineação de políticas

legais que promovam a habitação.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

 Dificuldade de acesso ao crédito bancário aos particulares para

habitação;  Aumento das casas abandonadas;  Tendência de concentração populacional na sede de concelho, com

a consequente desertificação rural;  Aumento do índice de envelhecimento dos edifícios não ocupados como residência habitual;  Carência ao nível das condições de habitabilidade de algumas

famílias;  Alteração do conceito de família;

 Existência de pedidos de apoio ao nível de obras de melhoramento  Custos elevados da habitação, o que dá azo ao processo migratório. das condições de habitabilidade;

 Mercado de arrendamentoPlano limitado Estraté gicoe com Municipal rendas para elevadas. o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 65

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

HABITAÇÃO - EIXO ESTRATÉGICO

HABITAÇÃO – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Constituir um

instrumento de  Garantir o melhor referência para a aproveitamento da infra- articulação da estrutura instalada e das política edificações existentes; . Câmara

habitacional e Municipal de controle dos seus  Consolidar, através de ação resultados; conjunta da sociedade civil Santa  Diagnosticar as organizada e do poder público PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA Catarina; necessidades (municipal e estatal), a moradia CONSOLIDAÇÃO DA social nas áreas centrais; EMERGÊNCIA habitacionais atuais . Agencias 1; 8; 9; 10 e HABITAÇÃO HABITACIONAL no Município, e de 11 SOCIAL.  Garantir a manutenção da Imobiliárias; estimativas quanto população de baixo rendimento . IFH; à sua evolução; nas áreas afetadas por planos e  Orientar com maior programas de requalificação . Ministério de clareza a urbana, tendo em vista os articulação dos efeitos destes na valorização Ordenamento imobiliária. meios e o do Território. equacionamento dos projetos  Coibir novas ocupações por habitacionais que assentamentos habitacionais nas áreas inadequadas para essa integram o finalidade. programa MunicipalPlano Estrat deégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 Habitação. 66

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Constituir um  Propiciar a participação instrumento de da população moradora e referência para a dos movimentos que articulação da lutam por uma moradia; política habitacional e . Câmara  Articular as ações da controle dos seus Municipal de resultados; política habitacional com os projectos dirigidos à Santa  Diagnosticar as PROGRAMA DE necessidades PROMOÇÃO DE inclusão social através da PARTICIPAÇÃO E Catarina; EMERGÊNCIA habitacionais atuais geração de rendimento, 1; 8; 9; 10 e INCLUSÃO SOCIAL HABITACIONAL no Município, e de emprego e capacitação . Agencias 11 estimativas quanto dos grupos excluídos; Imobiliárias; à sua evolução; . IFH;  Orientar com maior clareza a  Reservar parcela das . Ministério de articulação dos meios e o unidades habitacionais de Ordenamento interesse social. equacionamento do Território. dos projetos habitacionais que  Desenvolver projectos de

integram o atendimento habitacional programa destinado à população Municipal de em situação de rua, em Habitação. parceria com os

stakeholders.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 67

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Constituir um  Articular a formulação de instrumento de políticas públicas entre o referência para a Estado e o Município tendo articulação da em vista a política complementaridade. . Câmara habitacional e controle dos seus  Buscar financiamento Municipal de resultados; internacional para os Santa  Diagnosticar as projetos habitacionais de necessidades interesse social; Catarina; PROMOÇÃO DO 1; 8; 9; 10 e PROGRAMA DE habitacionais atuais EMERGÊNCIA FINANCIAMENTO . Agencias 11 no Município, e de DA HABITAÇÃO HABITACIONAL Imobiliárias; estimativas quanto SOCIAL  Facilitar o acesso e a à sua evolução; permanência das famílias . IFH;  Orientar com maior de baixa renda nas linhas clareza a de financiamento público . Ministério de articulação dos da Habitação de Interesse Ordenamento meios e o Social; do Território. equacionamento dos projetos  Estimular o habitacionais que autofinanciamento da integram o Plano moradia através de Municipal de associações e cooperativas. Habitação.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 68

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Estimular a diversidade de soluções e a adequação dos projetos aos condicionantes  Constituir um do meio físico; instrumento de  Considerar as referência para a características articulação da diferenciadas da demanda, política desenvolvendo projetos . Câmara habitacional e habitacionais coerentes controle dos seus com suas necessidades. Municipal de resultados;  Estabelecer parâmetros Santa  Diagnosticar as edílicos e urbanísticos, bem Catarina; necessidades como procedimentos de PROGRAMA DE PROMOÇÃO DOS habitacionais atuais aprovação, específicos para . Agencias 1; 8; 9; 10 e EMERGÊNCIA no Município, e de PROJETOS os empreendimentos 11 HABITACIONAL estimativas quanto URBANÍSTICO- habitacionais de interesse Imobiliárias; à sua evolução; ARQUITETÓNICOS social. . IFH;  Orientar com maior  Adotar novas tecnologias . Ministério de clareza a de habitação no processo articulação dos construção e manutenção Ordenamento meios e o dos empreendimentos equacionamento habitacionais voltados do Território. param os princípios do dos projetos desenvolvimento habitacionais que integram o Plano sustentável; Municipal de  Adequar os Habitação. empreendimentos habitacionais de interesse social.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 69

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

INTEGRAÇÃO SOCIAL - EIXO ESTRATÉGICO

INTEGRAÇÃO SOCIAL - DIAGNÓSTICO

A palavra integração é muitas vezes utilizada como sinónimo de coesão, unidade e equilíbrio, ajustamento e harmonia. Mas não é sinónimo de homogeneidade na sociedade, já que a diferenciação é uma qualidade essencial das relações sociais (Chris Argyris 1975 pág. 35). A integração social é uma teoria que mostra que a falta de interacção social positiva e aceitação tem consequências negativas na vida de um individuo, família, comunidade e perspectiva social.

Para o mesmo autor Chris Argyris (1975 pág. 42) a integração social consiste no processo de introdução de indivíduos ou grupos em contextos sociais maiores, com padrões normais mais gerais. Quanto maior for a integração dentro de uma sociedade, maior será o nível de concordância entre os seus membros e maior será a estabilidade social na comunidade. Apesar de ser um conceito positivo, em alguns casos, quando ocorre uma integração total, é comum haver uma lentidão em processos dinâmicos sociais e por vezes uma inaptidão de mudar e se adaptar a acontecimentos e fenómenos novos.

Apesar de algumas sociedades atuais não fazerem essa distinção, é importante salientar que existem dois tipos de integração: a normativa, que ocorre através da incorporação das normas e valores predominantes; e a funcional, que ocorre graças à dependência mútua entre os seus vários elementos.

As Nações Unidas tem um ramo de integração Social, que é uma parte da divisão de Política Social e o desenvolvimento (departamento de assuntos económicos e Social). Ela também emite uma publicação trimestral chamada boletim sobre políticas de integração Social. Desde a sua criação, em 1945, um dos principais objectivos da ONU foi o de apoiar e de proteger os mais vulneráveis e oprimidos. O primeiro parágrafo da Carta das Nações Unidas expressa a determinação dos povos ao redor do mundo de “promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla”, e de “empregar um mecanismo internacional para promover o progresso económico e social de todos os povos”. O Artigo 55 amplia esses propósitos, afirmando que as Nações Unidas favorecerão “níveis mais altos de vida, trabalho efectivo e condições de progresso e desenvolvimento económico e social”, e “a solução dos problemas internacionais económicos, sociais, de saúde e relacionados”.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 70

Cerca de 70% de todo o trabalho do sistema da Organização é destinado a cumprir este pressuposto. O trabalho é orientado pela ideia de que a erradicação da pobreza e a melhoria no bem-estar das pessoas ao redor do mundo são etapas necessárias para a construção de uma paz duradoira.

A constituição da republica de Cabo verde no seu artigo 1º diz que - Cabo Verde é uma República soberana, unitária e democrática, que garante o respeito pela dignidade da pessoa humana e reconhece a inviolabilidade e inalienabilidade dos direitos humanos como fundamento de toda a comunidade humana, da paz e da justiça. Também, reconhece a igualdade de todos os cidadãos perante a lei, sem distinção de origem social ou situação económica, raça, sexo, religião, convicções políticas ou ideológicas e condição social e assegura o pleno exercício por todos os cidadãos das liberdades fundamentais. E acima de tudo assegura que, criará progressivamente as condições indispensáveis à remoção de todos os obstáculos que possam impedir o pleno desenvolvimento da pessoa humana e limitar a igualdade dos cidadãos e a efectiva participação destes na organização política, económica, social e cultural do Estado e da sociedade cabo-verdiana.

Também no artigo 7º na alínea (b) diz que - Garante o respeito pelos direitos humanos e assegura o pleno exercício dos direitos e liberdades fundamentais a todos os cidadãos; e na alínea (e) - reforça que o propósito é trabalhar para Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo cabo-verdiano, designadamente dos mais carenciados, e remover progressivamente os obstáculos de natureza económica, social, cultural e política que impedem a real igualdade de oportunidades entre os cidadãos, especialmente os factores de discriminação da mulher na família e na sociedade;

Não obstante a isso, o governo de Cabo Verde no seu programa da IX legislatura tem um conjunto de compromissos e de entre eles destacam-se alguns que tem como objectivo principal garantir a plena integração de grupos e pessoas no panorama social e político do país garantindo assim maior eficácia e eficiência no processo de desenvolvimento do país.

O governo comprometeu em colocar os cuidados de dependentes – crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiências, tradicionalmente considerados como um mandato social exclusivo das famílias no centro da agenda das políticas públicas de inclusão social e de apoio as famílias. Tudo isso para promover a igualdade de género e a conciliação da vida laboral e familiar e fazer com que Cabo Verde seja uma nação exemplo no mundo em matéria de igualdade de género e de inclusão social, num juntar de esforços, nomeadamente, com as ONG`s, as igrejas, a comunicação social e a comunidade internacional, com principal destaque para o Sistema das Nações Unidas.

Tudo isso revela que o Estado de Cabo Verde tem como propósito e missão a plena integração de todos no sistema político e social do país e que para isso, todos os direitos e deveres estão assegurados e salvaguardados na lei.

Santa Catarina é um concelho em constante mudança e transformação, por isso, ainda se depara com situações preocupantes, próprias desse processo social que carecem de uma atenção especial e de intervenções imediatas como o caso da integração social de grupos e pessoas vulneráveis. Não se sabe com exatidão a real situação social do concelho nesta matéria, mas após um estudo cuidadoso e pormenorizado

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 71

permitiu-nos ter uma noção dos números que existem no concelho em termos de grupos e pessoas vulneráveis e em matéria de políticas públicas de intervenção social.

A plena integração de emigrantes principalmente de origem africana, das pessoas com deficiências, dos ex. reclusos, das minorias étnicas e religiosas, das crianças em situação de risco, dos idosos, dos toxicodependentes, da diáspora santa-catarinense, das minorias oriundas de outras ilhas, nos programas e projectos deve ser uma prioridade das autoridades local.

Segundo dados da Delegacia de Saúde de Assomada entidade que tem acompanhado e trabalhado de perto com a situação dos doentes mentais no concelho, existem cerca de 345 processos de doentes mentais registrados e que recebem acompanhamento por parte desta unidade de saúde. Destes (345) 226 são seguidos e acompanhados mensalmente e alguns, conforme o caso, de três em três meses. São doentes activos, normalmente são acompanhados pelos familiares e as consultas mais frequentes que fazem são as de psicologia e psiquiatria excepto em alguns casos onde esses doentes são alcoólatras. (DSSC, 2017)

De realçar ainda que de entre estes 226 doentes que são seguidos e acompanhados 129 são homens e 97 são mulheres. No entanto, de entre os 345 doentes no geral 119 não vão à consulta e não são acompanhados pelo Centro de Saúde.

Segundo pudemos apurar a quando da entrevista com a assistente social do centro, as causas mais frequentes da problemática mental em Santa Catarina são: Alcoolismo, drogas, e causas outras como nascença, “Stress”, trauma familiar, abusos sexuais, abandonos, etc…. OBS – No seio do grupo que mencionamos, constatou-se um grande número de crianças e adolescentes que sofrem com problemas mentais em Santa Catarina. São cerca de 27 no geral entre meninos e meninas dos 7 aos 17 anos na sua maioria crianças da aldeia SOS. A maioria recebe acompanhamento psicológico devido a algum historial de psiquiatria e abusos sexuais.

Outra caso passível de atenção é sem dúvida a questão dos emigrantes residentes no Concelho, sobretudo os de origem africana. Segundos dados da INE, referentes ao ano 2014 elaborados mediante um inquérito multiobjectivos contínuo, existem em Santa Catarina de Santiago um número significativo de emigrantes residentes no concelho, cerca de 2.038 no total, sendo 1.209 homens e 829 mulheres.

A maioria desses emigrantes trabalha no sector do comércio e da construção civil, mas um número significativo trabalha em outros ramos e áreas da sociedade santa-catarinense. Muitos são professores, pequenos empresários, médicos e enfermeiros. A plena integração dos mesmos no contexto social e político do concelho é uma necessidade que se impõe, visto que, muitos vivem com dificuldades e não se sentem integrados plenamente na vida social e política do concelho segundo as entrevistas realizadas. Um número significativo de emigrantes residentes no concelho já constituíram família já construíram habitações e estão bem inseridos, contudo ainda existem muitos entraves que condicionam todo o processo da plena integração dos mesmos no concelho, falamos essencialmente das dificuldades que têm em adquirir a residência, registrar os filhos, registrar bens e propriedades, abrir empresas, participar na vida política, e algum tipo de preconceito e discriminação sobretudo institucional segundo depoimento de alguns imigrantes entrevistados.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 72

A cidade da Praia acolheu no passado dia 15 de Junho um seminário sobre “imigração e integração social de imigrantes a nível local”. O Ministério da Família e inclusão Social (MFIS), através da Direcção Geral da Imigração, órgão responsável pela elaboração e implementação de políticas e medidas direccionadas para a imigração e inclusão de imigrantes e promotor desse evento. Este seminário constitui uma das primeiras actividades do “Projecto Reforço da gestão da imigração e integração dos imigrantes a nível municipal”, que contempla três vertentes essenciais: a formação/capacitação das estruturas nos Municípios que trabalham com imigrantes/estrangeiros em cada município ou ilha; a elaboração de manuais de procedimento para os Gabinetes de Apoio aos imigrantes (existentes) nas Câmaras Municipais e a elaboração de Planos Municipais de integração social de imigrantes em alguns Municípios.

Um outro caso é também o das minorias religiosas existentes no concelho. Podemos afirmar que Santa Catarina é um concelho laico, apesar da maioria das pessoas serem da religião católica existem cerca de (8) instituições religiosas no concelho com destaque para: Adventistas do sétimo dia, Testemunhos de Jeová, Igreja Centro de ajuda, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias (Mórmom), Igreja do Nazareno, Grexa de Assomada do Pastor (Sr. Adriano). Todas essas organizações religiosas sedeadas no concelho têm trabalhado no sentido de termos uma sociedade cada vez mais coesa e comprometida com os valores que norteiam a boa convivência social e os princípios da ética e da moral. Por isso, é de extrema importância que estejam inseridos no panorama social e político do concelho, visto que, segundo as entrevistas realizadas muitas dessas organizações consideram que sempre ficam à margem e que não são tidas em conta a quando da elaboração dos planos estratégicos de desenvolvimento local bem como em outros processos de decisões importantes para o município.

Outro aspecto não mais ou menos importante é o da situação das crianças, adolescentes e idosos em situação de risco no concelho. Segundo dados da delegação do ICCA de Santa Catarina existe um número significativo de crianças e adolescente no concelho. Cerca de 43% da população total do concelho é composto por crianças e adolescentes. De acordo com o depoimento do responsável do ICCA em Santa Catarina não há registro de situação de crianças e adolescentes de rua, mas existe um número significativo cerca de 25 no total que podem ser considerados como sendo na rua.

Essas crianças e adolescentes, não chegam a ter uma rotura dos vínculos com a família a ponto de pernoitarem na rua por um período suficientemente longo, para que se possam, nesse período, serem consideradas como de rua. Com frequência essas crianças e adolescentes que dormem na rua a um bom tempo acabam retornando às suas casas configurando a situação de crianças na rua o que é nossa realidade. Embora, vivamos no seculo XXI e tendo em conta as inúmeras ações, projectos e campanhas de divulgação dos direitos destes grupos, levados a cabo nos últimos 20 anos, ainda persistem nos dias que correm, inúmeros casos intoleráveis de maus tratos contra crianças, adolescentes e pessoas idosas. Salienta-se casos de abusos e exploração sexual, negligencia, maus tratos, e disputas de crianças entre progenitores.

A estatística nacional realizada em 2012 mostra que das 135.684 crianças com idade entre 5-17 anos 9.666 exercem trabalho infantil, 8.683 dessas crianças encontra-se em situação de trabalho que se deve abolir, 7.649 encontram-se a realizar trabalhos perigosos e 1.034 encontram- se em outras modalidades de trabalho a abolir. Em Santa Catarina de Santiago a exploração do trabalho infantil é uma realidade

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 73 principalmente em casas onde moram, nos campos nas épocas de chuvas, nos pequenos comércios informais, lavando carros. Por isso, é de extrema importância que medidas sejam tomadas como forma de minimizar esta situação e atenuar os seus efeitos.

Em Santa Catarina existem vários problemas sociais que merecem ser encaradas com seriedade. O caso dos toxicodependentes e usuários de drogas é outra realidade visível que carece de uma atenção redobrada e cuidadosa, pois, trata-se de vidas humanas. Segundo dados da Delegacia de Saúde de Santa Catarina existem cerca de trinta (30) indivíduos com problemas relacionados a toxicodependência que normalmente são acompanhados pela psicóloga responsável do referido espaço. Segundo informações da DSSC desde 2014 ano em que se começou a trabalhar directamente com esses indivíduos e seus familiares, cerca de 12 foram encaminhados para recuperação na tenda “Elxadai” em Santa Cruz todos do sexo masculino.

É de extrema importância que esta categoria de pessoas que se encontra “marginalizada” seja integrada com mediadas de políticas públicas assertivas e articuladas entre as várias instituições que trabalham directa e indirectamente com esta problemática social e Santa Catarina não foge à regra.

A integração dos ex. reclusos é também uma necessidade constante em Santa Catarina, visto que, existe um número significativo de pessoas que cumpriram penas de prisão que estão em liberdade mas que ainda não se sentem totalmente integradas, apoiadas e valorizadas bem como outros que ainda se encontram na prisão e que vão sair a qualquer momento e terão que receber uma atenção especial como forma de se garantir a plena integração dos mesmos e evitar que sejam reincidentes o que acontece na maioria das vezes.

De acordo com os dados do INE o número de ocorrências de homicídios em Cabo Verde passou de 39 em 2010 para 56 em 2012, espelhando um aumento de 43,6%. O concelho com maior registo de ocorrência tem sido a Praia, seguido de S. Vicente, onde em 2012, apresentaram 29 e 7 ocorrências de homicídios, respectivamente. A mesma fonte INE (2013) faz uma comparação entre os concelhos e nos revela que em Santa Catarina 1,2% de crimes são cometidas por pessoas com idade inferior a 16 anos, 5,5% com idade compreendida entre os 16-20 anos, 68,8% com idade compreendida entre os 21-30 anos, 19,1% com idade compreendida entre os 31-45 ano, e 5,4% com mais de 45 anos. Neste momento de acordo com os dados dos Serviços de Reinserção Social temos cerca de 25 Presos oriundos de Santa Catarina sendo que 21 são homens e 4 são mulheres.

Outro Grupo vulnerável que merece uma atenção especial no Concelho é a dos doentes de VIH. Em Santa Catarina segundo informações recolhidas junto da Delegacia de saúde existem cerca de 145 pessoas infectadas pelo viros do VIH sida. Neste número constam cerca de 48 homens e 97 mulheres. Dentre esses 48 homens têm dois (2) com idade compreendida entre 2-14 anos, (1) com idade compreendida entre 15-19 anos, (27) com idade compreendida entre 25-49 anos, e (17) com mais de 50 anos. No caso das mulheres têm (1) com idade compreendida entre os 5-9 anos, (2) com idade compreendida entre os 10-14 anos, (5) com idade compreendida entre os 15-29 anos, (7) com idade compreendida entre os 20-24, (54) com idade compreendida entre os 25-49 anos e (28) com mais de 50 anos. Segundo informações recolhidas a quando da entrevista o número de mulheres infectadas é superior pelo facto de que elas procuram mais os centros de saúde e pelo fato de serem detectadas através da gravidez.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 74

Queríamos salientar que Santa Catarina é uma cidade multicultural e que todas as comunidades aqui residentes precisam sentir integradas. Não se sabe com exactidão mas existe um número elevado de pessoas de outras ilhas que procuram Santa Catartina para fixar sua residência. Vêem de todas as ilhas com principais destaques para os oriundos de Santo Antão, Fogo, Brava e São Vicente. Estas pessoas também fazem parte da comunidade santa-catarinense e devem participar de forma activa no processo de desenvolvimento, logo devem ser levados em conta e incluídos nos planos, programas e projectos de desenvolvimento social.

Por último, queríamos frisar que, a diáspora Santa-Catarinense é um grupo alvo que deve ser levado em conta e integrado em todos os aspectos da vida social e política do concelho não só pela posição que ocupam no cenário político social do concelho mas também pelo valioso contributo que têm dado neste aspecto. A diáspora Santa Catarinense é grande em número, não se consegue saber com exactidão o número de pessoas oriundas de Santa Catarina que vivem na diáspora por que emigram todos os dias, fazem parte da comunidade santa- catarinense, por isso, devem ser levados a participar de forma activa no processo de desenvolvimento do concelho, e fazer com que mesmo estando longe não se sintam ausentes e excluídos do processo de desenvolvimento do concelho das prioridades e dos desafios que se impõem. Eles desempenham um papel fundamental nesse processo sobretudo pelas remessas que enviam, pelas parcerias para o desenvolvimento que conseguem, pelas inovações que trazem a todos os níveis. Todos os anos milhares de emigrantes vêem para Santa Catarina de férias ou para fixar residência por um tempo determinado, logo, é dever da autarquia local se preocupar em criar as condições.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 75

INTEGRAÇÃO SOCIAL – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Emigração com alta taxa de remessas; . Parcerias públicas e privado, nacionais e internacionais;

s . Elevada percentagem de quadros superiores que podem apoiar no . Crescimento do sector do turismo, construção e da Hotelaria;

processo de integração social;

. Elevado número de comunidades emigradas;

. Potencialidade de emprego em vários sectores da economia,

nomeadamente, comércio e turismo rural, que facilita a integração social; . Situação geográfica favorável;

. Existência de um número significativo de grupos e associações de . Território em constante expansão.

desenvolvimento comunitário;

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Crise internacional; . Pouca capacidade de resposta institucional virada para debelar os . Fuga de quadros superiores; problemas associados ao fluxo migratório; . Diminuição das remessas dos emigrantes e do fluxo do . Envelhecimento da população; turismo; . Ineficiência em moldes de respostas de meios institucional às potências . Diminuição de investimentos e ajudas internacionais; ameaças do terrorismo; . Insegurança; . Fraca capacidade institucional no âmbito de sinergia com organizações . Elevado número de famílias monoparentais; que visam através de colóquios, conferências debater questões . Elevada taxa de êxodo rural. relacionadas com preconceito e estereótipos raciais;

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 76

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

INTEGRAÇÃO SOCIAL - EIXO ESTRATÉGICO

INTEGRAÇÃO SOCIAL DE IMIGRANTES RESIDENTES NO CONCELHO E MINORIAS ORIUNDAS DE OUTRAS ILHAS - SUB-EIXO ESTRATÉGICO INTEGRAÇÃO SOCIAL – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Promover a integração social das crianças, dos adolescentes, das pessoas com necessidades especiais, das pessoas da terceira idade, dos portadores do vírus de VIH e toxicodependentes visando dar-lhes maior e melhores oportunidades sociais e económica;

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Responder às CRIAÇÃO DE UM Melhorar as relações sócias necessidades deste GABINETE DE e os laços de solidariedade e MIGRÇÕES E - Associação dos público-alvo; orientá-los na tomada de COOPERAÇÃO imigrantes; MIGRAÇÕES E COOPERAÇÕES  Criar melhores decisão em matéria de

COMO MODELO DE condições de inserção investimentos. - Ministério da DESENVOLVIMENTO destes grupos na família e inclusão SUSTENTÁVEL educação, saúde, INSTITUIÇÃO DA social; cultura e formação SEMANA DO Estimular reflexões e - Embaixadas; 1; 4; 8 e 10 profissional; IMIGRANTE E DO EMIGRANTE debates nos mais variados - Câmara Municipal  Incentivar e estimular domínios acerca das mecanismos e de Santa Catarina; PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA ÀS INTEGRAÇÂO E questões relacionadas com - Universidades; FAMÍLIAS, NO ACESSO AO soluções inovadoras SENSIBILIZAR PARA os imigrantes e emigrantes. TRABALHO E PARTICIPAÇÃO nos centros de A DIVERSIDADE - Serviço Nacional de ACTIVA NO PAÍS DE formação, escolas e Fronteiras; ACOLHIMENTO. demais estruturas - Instituições indispensáveis para a Ter informações sobre as Internacionais ligadas inclusão de CRIAÇÂO DE UMA situações socioeconómicas imigrantes. BASE DE DADOS dos imigrantes e emigrantes. às migrações.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 77

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

INTEGRAÇÃO SOCIAL - EIXO ESTRATÉGICO

INTEGRA ÇÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS, CRIANÇAS E IDOSOS EM SITUAÇÃO DE RISCO - SUB-EIXO ESTRATÉGICO

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Procurar mecanismos e formas de garantir através PROMOÇÃO DO DESPORTO E CIDADANIA, UMA do desporto e de • Dar a oportunidade aos DESPORTO PARA OS VIA PARA A INTEGRAÇÃO actividades recreativas grupos mais vulneráveis GRUPOS para praticarem o desporto. - Associação das SOCIAL lúdicas, uma maior VULNERÁVEIS integração dos grupos pessoas com vulneráveis. deficiências; • Prestar apoio - Ministério da diversificados às pessoas família e inclusão com deficiências e aos social; 1; 4 e 10 CRIAÇÃO DE UM idosos; CENTRO SOCIAL - Câmara Municipal (LAR DIA) • Melhorar e fortalecer as de Santa Catarina; relações sociais e os laços - Universidades; de solidariedade social.  Dar uma atenção especial - Instituições que às questões ligadas à promovem ações INTEGRAÇÃO DAS PESSOAS integração das pessoas PROMOÇÃO DE COM DEFICIÊNCIAS E IDOSAS. com deficiências e idosos ACESSIBILIDADE sociais. • Trabalhar junto com as envolvendo o terceiro DIGITAL – - Polícia Municipal sector e a família. TECNOLOGICA escolas e garantir que as crianças com deficiências e os idosos tenham acesso de igual modo às novas Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelhotecnologias. de Santa Catarina – 2017- 2027 78

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

INTEGRAÇÃO SOCIAL - EIXO ESTRATÉGICO

INTEGRAÇÃO SOCIAL DE IMIGRANTES RESIDENTES NO CONCELHO E MINORIAS ORIUNDAS DE OUTRAS ILHAS - SUB-EIXO

ESTRATÉGICO

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

- Associação das pessoas com

 Procurar mecanismos e deficiências; formas de garantir através DESPORTO E CIDADANIA, UMA do desporto e de - Ministério da VIA PARA A INTEGRAÇÃO actividades recreativas • Garantir um ambiente família e inclusão SOCIAL lúdicas, uma maior propício e que respeite a social; PROJECTO DE diversidade, com integração dos grupos ACESSIBILIDADE sinalizações e condições de - Câmara Municipal vulneráveis. FÍSICA – locomoção para todos, capaz de Santa Catarina; 1; 4 e 10 INTERVENÇÕES de integrar tudo e todos  Dar uma atenção especial ARQUITECTÓNICAS numa verdadeira lógica de - Universidades; às questões ligadas à integração social; INTEGRAÇÃO DAS PESSOAS integração das pessoas - Instituições que COM DEFICIÊNCIAS E IDOSAS. com deficiências e idosos promovem ações envolvendo o terceiro sociais. sector e a família. - Policia Municipal

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 79

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

INTEGRAÇÃO SOCIAL - EIXO ESTRATÉGICO

INTEGRAÇÃO SOCIAL DAS MINORIAS ÉTNICAS E RELIGIOSAS - SUB-EIXO ESTRATÉGICO

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Procurar formas de haver uma maior articulação entre as entidades religiosas e o poder local como forma - Associações de fortalecer os laços sociais; Comunitárias;

MULTICULTURALISMO,  Fazer com que as • Criar um espaço de intercâmbio - Câmara CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO confissões religiosas CRIAÇÃO DE UM entre as confissões religiosas e a RELIGIOSA COMO MODELO DE tenham um papel ESPAÇO DE Municipal de TERTULIAS sociedade civil, para reflectirem DESENVOLVIMENTO importante no auxilio à Santa Catarina; 3; 4 e 10 RELIGIOSA sobre aspectos religiosos. elaboração dos planos SUSTENTÁVEL. projectos e programas de desenvolvimento social; - Universidades;

 Proporcionar espaços e - Instituições momentos de religiosas. intercâmbios entre as diferentes confissões religiosas em parceria com os Espaços Jovens.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 80

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

INTEGRAÇÃO SOCIAL - EIXO ESTRATÉGICO

INTEGRAÇÃO SOCIAL DOS TOXICODEPENDENTES - SUB-EIXO ESTRATÉGICO

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Procurar envolver as escolas, as famílias e outras entidades com responsabilidades, no combate ao uso - Associações e abuso de bebidas alcoólicas bem comunitárias; como do VIH e outras doenças associadas. - Câmara Municipal de Santa Catarina;  Procurar alternativas junto com o

governo, organizações internacionais e CRIAÇÃO DE UMA Ter uma rede de Espaços Jovens que PREVENÇÃO PRIMÁRIA - Universidades; DO VIH E DAS demais entidades competentes, no REDE MUNICIPAL trabalham de forma articulada e 3; 4; 8 e 10 TOXICODEPENDÊNCIAS sentido de auxiliar os doentes de VIH DE ESPAÇOS participativo em relação às

NO MEIO ESCOLAR; bem como os toxicodependentes e seus JOVENS problemáticas ligadas à juventude . - Polícia Nacional;

familiares na procura de alternativas

de vida através do trabalho e de um - Centro de saúde; acompanhamento pormenorizado e

sistemático dos mesmos, num trabalho articulado e de entre ajuda mutua, - Hospital Santa

sempre com o envolvimento dos mais Rita Vieira variados actores e entidades com competência na matéria. - Centros de juventude

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 81

DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

GÊNERO - EIXO ESTRATÉGICO

GÊNERO - DIAGNÓSTICO

Fazer uma introdução

Distribuição da população por sexo e grupos etários

De acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística (INE), a população do Município de Santa Catarina é de cerca de 43.297 habitantes; destes, 46.8 por cento (%) são homens e 53.2% são mulheres, sendo que das mulheres cerca de 11,475% se encontram no período fértil dos 15 a 49 anos de idade. O número da população com mais de 65 anos de idade é de 3.133 pessoas e, dentre estas, 1.211 são do sexo masculino e 1.922 do sexo feminino.

Os referidos dados mostram que cerca de 69,6 % da população santacatarinense tem menos de 15 anos, sendo que 36,6 % são do sexo masculino e 33% do feminino. Na faixa etária dos 15 aos 24 anos de idade, 26,7% são do sexo masculino e 23,9% do feminino. Na faixa etária dos 25 aos 34 anos de idade, 15,6% são do sexo masculino e 12,4% do feminino. Na faixa etária dos 35 aos 64 anos de idade, 15,8% são do sexo masculino e 22,3% do feminino. 6% dos homens tem mais de 65 anos de idade, enquanto 8% das mulheres tem mais de 65 anos.

Esperança média de vida e taxa de mortalidade por sexo

Ainda de acordo com os referidos dados, em Santa Catarina a esperança média de vida à nascença é no género masculino de 69.7 anos, enquanto que no feminino é de 79,2 anos. Os dados revelam, ainda, que 5,4 % da mortalidade é masculina e 4,2% feminina. A taxa de mortalidade infantil masculina é de 29,7 anos, enquanto que a feminina é de 23,2 anos.

Representantes dos agregados familiares

Decorre do Censo que 57% das mulheres são chefes de família, enquanto que 43% dos homens ocupam a mesma função.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 82

Estado civil

Quanto ao estado civil, segundo os dados preliminares do Censo em referência, 55,9% dos homens são solteiros, 14,8% são casados, 20,7% vivem em união de facto, 7,6% estão separados, 0,2% são divorciados e 0,8% são viúvos. Quanto às mulheres, 42,1% são solteiras, 14,9% são casadas, 23,0% vivem em união de facto, 15,3% estão separadas, 0,2% divorciadas e 5,2 viúvas.

Nível de instrução da população por sexo

Segundo os mesmos dados, dos 43.297 habitantes, 6.933 são analfabetos e destes, 2.239 são do sexo masculino e 4.694 do sexo feminino. Das 1.859 crianças que frequentam o pré-escolar 920 são do sexo masculino e 939 do sexo feminino. Das 17.072 pessoas que possuem o Ensino Básico 8.552 são do sexo masculino e 8.520 do sexo feminino. Das 12.296 pessoas que possuem o Ensino Secundário 6.143 são do sexo masculino e 6.153 do sexo feminino. Das 350 pessoas que possuem Curso Profissional, de entre as quais 147 são do sexo masculino e 203 do sexo feminino. Das 1.557 pessoas que possuem o Ensino Superior, 785 são do sexo masculino e 772 do sexo Feminino.

Taxa de emigração e imigração por sexo

Nos últimos 5 anos anteriores a 2010, registaram-se em Santa Catarina 1.895 emigrações, de entre as quais 918 de homens e 976 de mulheres. E registaram-se cerca de 799 imigrações, de entre as quais 604 do sexo masculino e 195 do feminino. No que se refere ao saldo migratório, dos 1.096 que efetuaram remessas de dinheiro, 314 são homens e 781 mulheres.

Economia e Emprego

De acordo com os mesmos dados preliminares, da população ativa 51, 4% é do sexo masculino e 48,6% do feminino, sendo que o desemprego atinge 48,6% dos homens e 51,4% das mulheres. Dos 311 jovens que entraram com pedidos de emprego no ano 2016, no Centro de Emprego e Formação Profissional de Assomada, 202 são do sexo feminino e 109 do masculino. Segundo o Plano Municipal para a Igualdade e Equidade de Género de Santa Catarina (2011), as atividades económicas produtivas no concelho baseiam-se no tradicional setor agrícola, com destaque para a agricultura de sequeiro, criação de gado, comércio e pesca. Um outro setor emergente das atividades económicas é o industrial, nomeadamente, através de serviços prestados por pequenas e médias empresas agroalimentares e de construção civil.

Relativamente às atividades económicas produtivas, ainda de acordo com o Plano Municipal para a Igualdade e Equidade de Género, existem grandes desequilíbrios entre homens e mulheres. As mulheres desempenham atividades mais ligadas à área do comércio, como a produção de compotas, pastéis, confeção de vestuário, atividades domésticas e vendas a retalho; enquanto que as atividades ligadas à construção civil são

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 83 quase exclusivamente realizadas por homens. Relativamente à agricultura, apesar de não haver uma disparidade tão vincada, também se nota que são as mulheres as que mais se dedicam a esta atividade.

Quanto às profissões desempenhadas, 62,2% da população corresponde a trabalhadores não qualificados e, destes, 46,9% são homens e 77,2% mulheres.

Saúde

De acordo com a análise feita pela Delegacia de Saúde (2010), as mulheres procuram mais as estruturas de saúde, não só para atenção à sua própria saúde como também para acompanhar os filhos e filhas e, ainda, os idosos a seu cargo. Os dados do IDSR II (inquérito dirigido ás comunidades, através de associações, sobre a participação nos órgãos de decisão), citado no Plano Municipal para a Igualdade e Equidade de Género, mais de 50% das mulheres tem a primeira gravidez antes dos 20 anos e 13% das meninas entre os 15 e os 19 anos já são mães (3,7% estavam grávidas do primeiro filho e 23,5% já estiveram grávidas alguma vez). No que se refere às doenças infeciosas, os dados mostram que existe uma maior percentagem das mulheres seropositivas com 1,4 % enquanto que a dos homens é de 0,5%.

Violência Baseada no Género (VBG)

De acordo com os dados do Gabinete de Apoio à Vítima (GAV), sedeado na esquadra da Polícia Nacional de Santa Catarina, foram denunciados durante o ano de 2010, até ao final do terceiro trimestre, 409 casos de Violência Baseada no Género (VBG). Quase exclusivamente as denúncias são feitas por vítimas do sexo feminino.

Segundo a Rede Sol (Rede de Atendimento às Vítimas de Violência Baseada no Género), o concelho de Santa Catarina apresenta os números mais elevados de VBG, imediatamente seguido pelo concelho da Praia.

Os dados relativamente a situação de homens e mulheres no Município de Santa Catarina, dá-nos a conhecer a realidade numa prespetiva de género, e a partir daí identificar os fatores que estão na origem dessas desigualdades, bem como traçar planos de actuação, rumo ao empoderamento das mulheres e à igualdade de género no Concelho.

Apesar de alguns avanços no que diz respeito á luta pela igualdade de género e empoderamento das mulheres os dados (Censo 2010, INE) mostram que falta muito ainda para se fazer, o concelho de Santa Catarina é o município do país com maior desequilíbrio de género em termos populacionais e o município com maior número de vítimas de VBG.

Em termos Demográficos, existe um claro desequilíbrio de género em desfavor dos homens, o que representa uma diferença de quase 10 pontos percentuais, mas a proporção de crianças, adolescentes e jovens na idade dos 0 aos 34 anos do sexo masculino é maior do que do sexo

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 84 feminino. Isto, porque o nascimento de mulheres é superior ao dos homens e o número de mortalidade tanto infantil, como na idade adulta, nos homens é superior ao das mulheres, o que justifica uma maior percentagem do número das mulheres em relação aos homens a partir dos 34 anos de idade.

No que respeita à distribuição da população por áreas económicas, notam-se grandes desequilíbrios entre homens e mulheres. Na área do comércio informal e retalhista é praticamente exercida por mulheres, e na da construção civil é realizada quase exclusivamente por homens. Relativamente à agricultura, apesar de não haver uma disparidade tão vincada, também se nota que são as mulheres as que mais se dedicam a esta atividade.

O desemprego e a pobreza ainda têm cara feminina, as mulheres continuam a desempenhar os trabalhos ligadas a setores informais, e a um rendimento monetário inferior ao dos homens.

No que diz respeito às doenças sexualmente transmissíveis, o concelho de Santa Catarina regista mais mulheres diagnosticadas com VIH do que homens, fundamentalmente por razão dos comportamentos sexuais promíscuos destes últimos. Mas também por elas frequentarem mais as estruturas de saúde, permitindo uma mais eficaz deteção da doença.

Uma das causas do insucesso escolar feminino tem a ver com a gravidez precoce nas mulheres, os dados mostram que 50% destas tem a sua gravidez antes dos vinte anos de idade, uma idade em que se encontram no período escolar (ensino secundário) o que lhes dificulta o aproveitamento, originando ainda um número elevado de iliteracia. Quanto ao pré-escolar, existem mais raparigas do que rapazes, já nos ensinos Básico e Secundário, existe um desequilíbrio menor entre os rapazes e raparigas. No Ensino Superior o número de rapazes ocupava uma ligeira posição de liderança, segundo os dados de 2010, uma situação que, ao que supomos, se terá alterado nos últimos anos. Já no Ensino Profissional (e ainda segundo os mesmos dados), as raparigas ocupavam uma posição dianteira. Muitas das mães são solteiras ou separadas, fator este que as obriga a ocupar a dianteira na chefia dos agregados familiares, uma posição que é exercida pelos homens apenas em situações de matrimónio ou de união de facto. As mulheres são normalmente consideradas chefes de família quando são solteiras, separadas ou viúvas, e a maioria das mulheres revelam ser separadas. No que se refere à emigração e imigração, as mulheres são em maior número que os homens, o que mais tem contribuído para o saldo migratório no concelho.

As atividades comunitárias, à semelhança das outras também são mais desempenhadas maioritariamente pelas mulheres, especialmente no que concerne à arrumação de locais para reunião, limpeza de sede de associações e, ainda, na preparação de festas.

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GENERO – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Legislação favorável à promoção de programas para erradicação da desigualdade de género e da subalternização social das mulheres; s . Predisposição dos poderes públicos municipais em assumiram uma . Irreversibilidade da Constituição do Gabinete Municipal de Igualdade

nova linha de rumo em matéria de igualdade de género e direitos e Equidade de Género;

das mulheres; . Disponibilização de recursos do Estado para a implementação de . Promoção das mulheres ao cargo da chefia; programas tendentes à efetiva equidade de género e empoderamento . Existência de um Gabinete voltado para assuntos ligados à social e económico das mulheres; igualdade de género; . Existência de um instrumento jurídico-legal (Lei nº 84/VII/2011 - VBG), tem em vista a protecção de bens jurídicos considerados como direitos fundamentais ínsitos na Constituição da República.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. A prevalência de uma cultura machista e sexista; . A inexistência de uma consciência social forte em matéria de

igualdade e equidade de género; . A assimilação da cultura de subalternização feminina pelas

próprias mulheres. . A inexistência, de facto, de um movimento associativo de

mulheres, com capacidade de mobilização e influência.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

GÊNERO - EIXO ESTRATÉGICO

GÊNERO - SUB-EIXO ESTRATÉGICO

GÊNERO - OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Promover a igualdade e equidade do género no concelho de Santa Catarina visando salvaguardar, especialmente, os direitos da mulher tendo em conta situação actual que as mesmas;

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS RELACIONADOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA PROJECTO PROGRAMA

SENSIBILIZAÇÃO DA Gabinete Municipal Sensibilizar a população em geral POPULAÇÃO SOBRE A para a Igualdade de sobre a igualdade e equidade de Género, comunicação IGUALDADE E EQUIDADE DO género social, redes sociais, GÉNERO associações locais

CAMPANHA DE Desenvolver Ações que SENSIBILIZAÇÃO PARA A ICIEG, Gabinete PROMOÇÃO DE UMA Assumir em plenitude a paternidade e contribuem para a ASSUNÇÃO PLENA DE distribuição justa de tarefas Municipal para a MAIOR IGUALDADE Igualdade de Género, promoção da igualdade e RESPONSABILIDADES 4; 5 e 10 DO GÊNERO domésticas e comunitárias entre Comando da Policial, PATERNAIS E EDUCAÇÃO equidade de género. ambos os sexos. comunicação social, IGUALITÁRIA ENTRE MENINOS redes sociais E MENINAS

FORMAÇÃO DAS MONITORAS Capacitar as monitoras dos jardins ICIEG, Gabinete DOS JARDINS INFANTIS EM Municipal para a EDUCAÇÃO IGUALITÁRIA DE infantis em educação igualitária de Igualdade de Género, GÉNERO género. Ministério da Educação

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

Gabinete CRIAÇÃO DE Municipal para a ASSOCIAÇÕES DE Empoderar as mulheres rurais, união Igualdade de MULHERES NAS entre as mulheres, sensibilização sobre Género e DIVERSAS questões de género COMUNIDADES DE associações locais SANTA CATARINA

Gabinete Municipal para a Igualdade de

ALFABETIZAÇÃO Reduzir o número de mulheres Género, Ministério DAS MULHERES analfabetas da Educação

SENSIBILIZAÇÃO PARA UMA MAIOR IGULADADE Dar uma atenção especial aos DO GÊNERO PARA Fomentar o empreendedorismo direitos da mulher; feminino, com formações de SALVAGUARDAR OS Gabinete Municipal 4; 5 e 10 DIREITOS DA MULHER capacitação voltadas para a criação de para a Igualdade de EMPREENDEDORISMO pequenos negócios e dar apoio técnico Género e Instituto FEMININO à elaboração de planos de negócio, de Emprego e encaminhá-los às organizações de Formação financiamento de microcrédito para a Profissional criação de micro empresas

SENSIBILIZAÇÃO E INFORMAÇÃO SOBRE OS CUIDADOS DE Melhorar o acesso das mulheres aos Gabinete Municipal SAÚDE. cuidados de saúde, informar sobre as para a Igualdade de doenças e respetivas prevenções, Género, Hospital prevenir a gravidez precoce Regional Santiago Norte, Centros de indesejada. Saúde, associações FEIRAS DE SAÚDE EM locais PARCERIA COM OS SERVIÇOS DE SAÚDE.

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

Gabinete REALIZAÇÃO DE Contribuir para o aumento da Municipal para a ATIVIDADES autoestima das mulheres, incluindo-as Igualdade de SOCIOCULTURAIS nas atividades socioculturais. Género e associações locais

SENSIBILIZAÇÃO PARA UMA MAIOR IGULADADE Dar uma atenção especial aos 4; 5 e 10 DO GÊNERO PARA SENSIBILIZAÇÃO SALVAGUARDAR OS direitos da mulher; DOS SERVIÇOS E DIREITOS DA MULHER ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS E Gabinete PRIVADAS DA Municipal para a SOCIEDADE CIVIL Aumentar o envolvimento das Igualdade de PARA AUMENTO DO Género, NÚMERO DE mulheres na liderança e nos lugares de instituições MULHERES EM tomada de decisão. LUGARES públicos e EELEGÍVEIS. privadas

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

MIGRAÇÃO - EIXO ESTRATÉGICO

MIGRAÇÃO - DIAGNÓSTICO

O processo migratório, um fenómeno a nível planetário está enraizado na sociedade das ilhas desde o período da formação na sociedade cabo-verdiana, ou seja, a formação da cultura deste país foi forjada baseada no processo migratório, através da migração dos dois povos responsáveis no aparecimento de uma nação puramente mestiça. De um lado, os brancos, e por outro lado, os africanos trazidos da Costa da Guiné. A movimentação, ou seja, a migração entre estas duas culturas diferentes estão na origem da formação de uma sociedade tipicamente crioula.

Contudo, o processo migratório nas ilhas cabo-verdianas sofreu mudanças significativas ao longo dos anos, apesar de nos primórdios da presença portuguesa nas ilhas aconteceu de uma forma lenta, neste contexto podemos afirmar que processou-se com intervalos de tempo longos, com início nos primeiros anos da presença portuguesa na ilha de Santiago, a única povoada na época, mais tarde houve uma nova vaga de migração nas ilhas, com o advento da comercialização dos colonos brancos com a Costa da Guiné, os armadores envolveram-se no comércio de escravos originando num grande fluxo de migração em direcção a ilha de Santiago.

O fenomeno migratório no concelho de Santa Catarina sofreu uma profunda mudança, se nos primeiros anos do seu povoamento existiam apenas escravos e forros livres, anos mais tarde, com a criação do concelho do mesmo nome, por volta de 1836, a única data encontrada num documento oficial, existente na Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa, denominado de Legislação Novíssima, a apontando a criação do concelho no período da governação de Sá da Bandeira. No entanto, existe um estudo publicado em que aponta a data de 1834 a criação do mesmo Concelho. Contudo o nosso objectivo da referência serve apenas para afirmar o novo impulsionamento do movimento migratório existente no Concelho. A partir deste período houve um crescimento significativo de pessoas a emigrar para fora do concelho, muitos fixaram noutros pontos da ilha, enquanto outros procuraram os países vizinhos para fixarem. Nos dias de hoje, a movimentação migratória inverteu-se, isto porque, assiste-se a imigração em massa sobretudo dos africanos da sub-região em direcção a Cabo Verde, e muitos procuram o Concelho de Santa Catarina para fixar residência confluindo no dia-a-dia com os munícipes locais.

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Neste aspecto o processo migratório de uma forma, ou de outra está intimamente relacionado com o grande desenvolvimento do concelho de Santa Catarina, desde a sua criação aos nossos dias, sobretudo na expansão da Cidade de Assomada, e na dinamização da economia local, transformando o município no segundo maior centro populacional do arquipélago cabo-verdiano, graças ao contributo dos emigrantes, que directamente contribuem na dinamização da economia local, processo pelo qual assenta no envio de capitais oriundos dos países de acolhimento. Neste ponto, apresentamos um estudo realizado pelo Banco de Cabo Verde, datado de 2009, afirmando que, as remessas dos emigrantes registaram um crescimento global significativo a partir do ano de 1990 até 2017, embora em alguns casos houve um certo recuo, mas nos últimos anos assistimos uma retoma considerável na movimentação da remessa não registada dos emigrantes, isto porque, uma grande percentagem de dinheiro é enviado para Cabo verde através de familiares, amigos ou conhecidos. Neste caso foge o controlo das entidades nacionais.

Neste contexto, embora carece de estudos de modo a podermos afirmar com exactidão, mas é mais que evidente a ligação directa entre o desenvolvimento económico e cultural da sociedade cabo-verdiana em relação a remessa dos emigrantes. Por outro lado, o contexto migratório, sobretudo a imigração, nomeadamente os que fixaram no concelho, as suas marcas são visíveis no processo de desenvolvimento local, a nível social, cultural e económico. Se no caso da emigração afirmamos categoricamente a ligação das suas remessas com o desenvolvimento económico da sociedade cabo-verdiana em geral e Santa Catarina em particular, já no caso da imigração é mais sentida sobretudo na dinamização no sector empresarial, isto porque com a saída dos nacionais rumo a emigração contribuindo na quebra do saldo populacional, este processo é compensado com a entrada dos estrangeiros no concelho de Santa Catarina, contribuindo na dinamização da mão-de-obra.

Segundo dados da migração, a maioria dos imigrantes em Cabo Verde, 82%, são provenientes dos países da Língua Portuguesa, sendo 35% provenientes de São Tomé e Príncipe, Angola 22%, Portugal 16%, Guiné Bissau 8%, e por último Moçambique, representa apenas 1%. O resto da imigração está repartido entre vários países, caso da China, Nigéria e Senegal, apesar de existir imigrantes provenientes de outros países, mas que não constam no estudo publicado.

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MIGRAÇÃO – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

 Contributo na dinamização da economia local;  Enriquecimento social e cultural dos migrantes, s Atividades desenvolvidas em prol da integração dos decorrente do processo Migratório;

imigrantes; residentes no concelho de Santa Catarina,  Livre circulação nos restantes países membros de

nomeadamente realização de eventos culturais; uma comunidade, ou também fora do mesmo espaço;

 Aumento da mão-de-obra com a imigração.  Aumento no desequilíbrio em termos de crescimento

populacional, compensando a saída dos nacionais.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

 Falta de uma política clara do município na facilitação  O processo migratório constitui uma grande tanto na reintegração dos emigrantes; oportunidade dos nacionais em descriminar os  Dificuldade dos imigrantes no acesso aos serviços imigrantes, em certos casos são utilizados como a municipais, muitas vezes por culpa da inexistência de uma mão-de-obra barata, uma forma de exploração social orientação virada aos imigrantes; e laboral;  Dificuldades de integração, motivada em alguns casos no  Aumento da precariedade social por parte dos desconhecimento da língua, da cultura entre outros imigrantes; aspectos;  Degradação do mercado de trabalho, aumento do  Obstáculos na regularização dos documentos (Legalização desemprego e paulatinamente da pobreza. documental).

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

MIGRAÇÃO – EIXO ESTRATÉGICO

MIGRAÇÃO – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Definir estratégias  Promover a locais que garantam consolidação do papel uma ação concertada do município nas das diversas entidades . Câmara questões relacionadas envolvidas na área das Municipal de com a problemática da migrações, visando a Santa Catarina; PROGRAMA imigração; promoção e captação, . Associação dos 1;4;8;10;16 e 17 bem como a integração imigrantes no MUNICIPAL DE “ACOLHIMENTO E  Intervir de modo ativo dos imigrantes; concelho; INTEGRAÇÃO na implementação de INTEGRAÇÃO” . DGI; DE IMIGRANTES políticas locais que  Desenvolver iniciativas . REM; promovam a interação de prevenção e combate entre a comunidade ao racismo e à imigrante e a discriminação racial. sociedade local.

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Promover  Promover a consolidação do papel participação das do município nas mulheres imigrantes questões relacionadas . Câmara com a problemática da em movimentos Municipal de imigração; Santa Catarina; PROGRAMA associativos; PROMOÇÃO DO . Associação dos MUNICIPAL DE imigrantes no  Intervir de modo ativo TRABALHO/EMPREE  Criar um plano de INTEGRAÇÃO na implementação de concelho; formação municipal DE IMIGRANTES políticas locais que NDEDORISMO . DGI; promovam a interação para os técnicos que . REM; entre a comunidade desenvolvem trabalho imigrante e a sociedade local. na integração dos

imigrantes.

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Promover a consolidação do papel do município nas . Câmara questões relacionadas  Promover iniciativas Municipal de com a problemática da com vista à Santa Catarina; PROGRAMA imigração; sensibilização da . Associação dos 1;4;8;10;16 e 17 MUNICIPAL DE FORMAÇÃO/INFORM opinião pública para a imigrantes no INTEGRAÇÃO DE  Intervir de modo ativo importância da AÇÃO concelho; IMIGRANTES na implementação de diversidade cultural e . DGI; políticas locais que da interculturalidade. . REM; promovam a interação entre a comunidade imigrante e a sociedade local.

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Disponibilizar os CRIAÇÃO DO instrumentos GABINETE DO informativos EMIGRANTE necessários para os Santa-catarinenses que emigram.

SENSIBILIÇÃO DOS Estimular a participação EMIGRANTES NO dos Emigrantes no  Divulgar os projetos de . Câmara REDIMENSIONAMENTO desenvolvimento do apoio e incentivo à Municipal de DA APLICAÇÃO DAS competitividade, Santa Catarina; REMESSAS. concelho. atividade empresarial e, . Associação dos 1;4;8;10;16 e 17 ao empreendedorismo imigrantes no das comunidades de concelho; . DGI; INCLUSÃO DOS Santa Catarina na Diáspora; . REM; EMIGRANTES NA ATIVIDADE  Disponibilizar informação e facilitar o EMPRESARIAL contato entre LOCAL investidores e entidades nacionais.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

DESPORTO - EIXO ESTRATÉGICO

DESPORTO - DIAGNÓSTICO

O Sistema Desportivo Cabo-verdiano está devidamente organizado onde, a nível concelhio (Câmara Municipal – Setor Público), no que concerne ao desenvolvimento do Desporto Local a Câmara Municipal tem um papel fundamental, por exemplo na reserva, aquisição e distribuição de terrenos para a construção de novas infraestruturas desportivas, em função do aglomerado populacional que, pode ser avaliado, segundo normas internacionais, recorrendo a três indicadores a saber:

Área Desportiva Útil por Habitante (ADU/H); Número de Habitante por Instalação Desportiva (n.º hab./I.D.) e; Relação entre Área Desportiva Útil Coberta e Descoberta (RADC/D).

Para além da responsabilidade com infraestruturas desportivas, fator importante na determinação do nível de desenvolvimento desportivo, também as Câmaras Municipais são importantes na gestão e na administração do Desporto Local, cujas incumbências estão descritas na Lei do Município (?) e no artigo 87º Decreto-Lei n.º 10/2011, de 31 de janeiro.

Considerando essas incumbências será possível descrever, a situação do Desporto no Concelho de Santa Catarina que, superficialmente, apresenta o seguinte cenário:

No que tange ao Desporto, a nível da Câmara Municipal é gerido e administrado diretamente pela Vereação do Pelouro do Desporto. Não se alista um Serviço de Desporto Municipal especializado (constituído por técnicos de desporto – gestores desportivos/especialistas) por forma a permitir que o Programa Eleitoral para o Sector do Desporto seja implementado com eficiência e/ou permitir que o mesmo se desenvolva, através de Programas Promocionais do Desporto de várias modalidades desportivas, através do referido serviço, independentemente das estruturas da hierarquia desportivas existentes no Concelho: Clubes; Ginásios, Escolas, Associações Regionais; Federações, em perfeita harmonia com outros sectores de desenvolvimento social. Contudo, sabe-se que anualmente é colocado em prática um Plano Anual de Atividade cujo orçamento para o presente ano ronda os 48.000 Contos.

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A nível do movimento associativo desportivo nacional, das (11) onze federações desportivas (Andebol; Atletismo; Basquetebol; Boxe; Futebol; Ginástica; Karaté; Taekwondo; Ténis e Voleibol e Xadrez), oficialmente reconhecidas no país estão representadas, no Concelho de Santa Catarina e, para toda Região Desportiva Santigo – Norte (S. Domingos, Órgãos, Picos, St.ª Catarina, Tarrafal, Calheta e St.ª Cruz), em associações regionais (8) oito federações desportivas (Andebol; Atletismo; Basquetebol; Boxe; Futebol; Ginástica; Karaté; e Voleibol).

Esta forma de representação das federações desportivas, na Região Norte da ilha, necessita de ser refletido e organizadas as suas intervenções visando o funcionamento e o dinamismo das modalidades desportivas por Concelhos. Normalmente, os elementos que constituem às associações regionais de Santiago Norte estão dispersos, consequentemente não deixará de ser um entrave no desenvolvimento desportivo da região derivado ao afastamento, entre alguns concelhos. Nestas circunstâncias Santiago Norte terá sempre dificuldades de acompanhar o nível de desenvolvimento desportivo verificado nos outros concelhos do país.

Para além da representatividade oficial das modalidades pressupõe que os agentes das modalidades desportivas (dirigentes, treinadores, professores de educação física e oficiais de arbitragem) não estão suficientemente disponíveis para participar, com assiduidade, nas atividades desportivas de Clubes, Escolas Associações Regionais, Câmara Municipal e toda atividade desportiva no Concelho.

O Concelho de Santa Catarina apresenta o seu dinamismo desportivo, através de equipas formais e informais. A situação é retratada conforme o quadro que se segue:

Quadro 5: Acesso ao desporto verificado através de equipas federadas e não federadas

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Quadro 5: Acesso ao desporto verificado através de equipas federadas e não federadas Equipas Modalidade Desportiva Género Equipas Não/Federadas Federadas Andebol Masc. 1 -

Andebol Fem. 2 - Basquetebol Masc. 2 - Basquetebol Fem 1 - Futebol de 11 Masc. 6 29

Futsal Masc. - 31 Futsal Fem. - 5 Voleibol Masc 2 - Voleibol Fem. 2 Total 16 65

Do Quadro 3 nota-se que a organização recai sobre quatro modalidades desportivas (Andebol, Basquetebol, Futebol e Voleibol) em Equipas ou Clubes, as restantes (7), constituídas em federações desportivas que são modalidades desportivas individuais (Atletismo; Boxe; Ginástica; Karaté; Taekwondo; Ténis e Xadrez) estas não estão representadas e/ou enquadradas em Equipas ou Clubes;

O número de Equipas e Clubes informais é quatro vezes superior às formais. Esta situação dificulta a evolução e a sustentabilidade do associativismo desportivo no Concelho. O que deveria contar, no Concelho é a existência de figura de Clubes inseridos nas diferentes localidades ou populações, sensíveis à prática de diferentes modalidades desportivas.

A evolução de um Clube passará pela sua institucionalização, localização e dinâmica interna, o que não acontece, no Concelho, de uma forma bastante generalizada. Nessa matéria, em termos de promoção da organização de Grupos, Clubes, Grémios ou Associação Desportivas deve e compete aos Serviços do Desporto Local “forçar” que essa dinâmica seja garantida através das relações que devem ser estabelecidas entre ambas as partes (Câmara Municipal e Clubes locais).

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 99

A nível de acesso ao Desporto, infraestruturas desportivas, atletas de modalidades desportivas constituídas em Equipas ou Clubes para realizar treinos ou competições dependem das ofertas da Câmara Municipal e/ou das Escolas Secundárias Públicas do Concelho. Infraestruturas desportivas são construções que possuem, para além da área desportiva com segurança, instalações anexas de serventia aos agentes desportivos que tomam parte ativa na atividade desportiva (treino ou competição), assim como, lugares destinados aos espectadores.

Os Clubes não possuem infraestruturas desportivas próprias, um problema que frena o desenvolvimento das modalidades desportivas, a dinâmica do Clube em vários aspetos, nomeadamente elevação do nível de prestação dos atletas e dos treinadores, impossibilidades de arrecadar receitas nos jogos e aumento de número de sócios, etc.

O Concelho de Santa Catarina possui apenas uma infraestrutura desportiva devidamente acabada, o Pavilhão Desportivo “Nha Gar”, com condições para realizar treinos diários e competições desportivas. O Concelho com um Pavilhão Desportivo não dá resposta a procura de uma série de práticas desportivas realizadas em espaços cobertos e contribui muito para uma oferta inferior à procura.

Pavilhões Desportivos e/ou Polivalentes Baixo Teto precisam de ser construídas estrategicamente nas diferentes localidades do Concelho mesmo que seja apenas para formação de atletas nas modalidades desportivas de salão e individuais abrangendo raparigas e rapazes.

O Campo Municipal de Futebol “Kum Bém” com a obra de construção paralisada há quase duas décadas agrava a possibilidade de acesso à prática do Futebol e do Atletismo com a formalidade exigida, assim como, afasta o Concelho das possibilidades de sedear diferentes tipos de competições e manifestações desportivas de massa.

O Concelho, com apenas uma instalação desportiva acabada, Pavilhão Desportivo “Nha Gar”, apresenta um indicativo muito baixo em termos de Área Desportiva Útil por Habitante (ADU/H) e Número de Habitante por Instalação Desportiva (n.º hab./I.D.). As participações das Equipas ou Clubes do Concelho nas competições desportivas regionais ou nacionais são registadas tanto a nível de Desportos coletivos como individuais. Entretanto é no Desporto coletivo (Andebol, Basquetebol, Futebol e Voleibol) onde se concentra maior número de atletas envolvidos nos campeonatos regionais e nacionais, com destaque para o Futebol abrangendo maior número de Equipas, Clubes e período de competição. Nas modalidades desportivas individuais (Atletismo, Ginástica, Boxe e Karaté) denota-se uma participação pouco acentuada, com períodos longos sem que se registe quaisquer atividades competitivas.

As competições desportivas na Região Desportiva Santigo Norte, nomeadamente a de Futebol que tem um calendário relativamente prolongado é frequente a suspensão das atividades competitivas por falta de recursos financeiros para custear despesas com árbitros e deslocações de equipas de um concelho para outro.

Nas escolas secundárias as aulas curriculares de Educação Física são obrigatórias, uma base para fomentar hábitos para prática do Desporto. No Concelho está sedeada a escola mais populosa do país, a Secundária “Amilcar Cabral” com cerca de 4000 alunos, Escola Técnica 1500 e Napoleão Fernandes 800 para um total de 6.300 adolescentes e jovens que podem ser aproveitados para o futuro do Desporto no Concelho.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 100

2 Hierarquização de Prolemas

 Impasse na estruturação e na organização do Sector do Desporto na Região Desportiva Santiago - Norte onde o Concelho está inserido  Representatividades das federações desportivas no Concelho são limitadas;  Os elementos que constituem as diferentes associações regionais de Santiago Norte, espalhados nos Concelhos constituintes;  A nível do Concelho a dinâmica das modalidades desportivas é limitada;  Modalidades desportivas sem representatividade no Concelho;  Modalidades desportivas individuais não se apresentam organizadas e/ou integradas em clubes e/ou por equipas;  O movimento associativo desportivo do Concelho sustentado em equipas e clubes informais;  Proliferação de Clubes e Equipas informais;  Os Clubes e as Equipas do Concelho, normalmente, representam uma modalidade desportiva. Poucos dedicam mais de duas ou três práticas simultaneamente;  O crescimento e o desenvolvimento do Clube são impedidos por vários fatores: dificuldades de espaços físicos, recursos humanos, financeiro, etc.  No Concelho, a maioria de Clubes e Associações Regionais não tem sede própria;  Serviço de Desporto Municipal não especializado (ausência de gestores e especialistas por modalidades desportivas);  Inexistência de Programas Promocionais, por modalidades desportivas, frena o desenvolvimento do Desporto Local;  Dificuldade local na reserva, na aquisição e na distribuição de terrenos para a construção de novas infraestruturas desportivas;  Indicadores desportivos (Área Desportiva Útil por Habitante (ADU/H) Número de Habitante por Instalação Desportiva (n.º hab./I.D.) e Relação entre Área Desportiva Útil Coberta e Descoberta (RADC/D)) relativamente baixos;  Os agentes do desporto (treinadores, professores de educação física, árbitro, juízes) no Concelho, na sua maioria colaboram, são compromissos informais;  Andebol, Basquetebol Futebol e Voleibol são modalidades desportivas mais procuradas;

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 101

DESPORTO – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. St.ª Catarina inserido no maior e na mais populosa Região Desportiva; . Dinamização da Economia Local através da promoção da

s prática desportiva; . Populações organizadas em equipas e clubes nas modalidades . Existência de um quadro legal favorável para a pratica do desportivas coletivas; desporto; . Existência de cooperação internacional com entidades ligadas ao desporto; . Existência de um Pavilhão Desportivo na periferia da cidade; . Predisposição dos agentes económicos ligados ao desporto no

exercício da actividade económica relacionados com mesmo; . Existência de um Pelouro do Desporto;

. Localização de maior aglomerado de adolescentes e jovens na ES

“Amílcar Cabral”;

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Inadequação das estruturas e organização do Desporto no . Região Desportiva Santigo-Norte privada de representação do Ministério do Desporto e das Federações Desportivas; Concelho;

. Urbanização e parque desportivo deficitário; . Expansão urbana desconsidera construção de novos espaços desportivos; . Escassez de recursos humanos, materiais e financeiros. . Reconhecimento de equipas informais no lugar Clubes Desportivos

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

ESPAÇOS E ACTIVIDADES DESPORTIVAS - EIXO ESTRATÉGICO

ESPAÇOS E ACTIVIDADES DESPORTIVAS - OBJECTIVO ESTRATÉGICO

1- Elevar a qualidade da Vereação do Desporto na CMSC; 2 - Aumentar a base de participação desportiva no Concelho nas localidades; 3 - Beneficiar e construir estrategicamente infraestruturas desportivas em falta; 4 - Aumentar o financiamento da oferta pública desportiva;

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Ministério do Desporto;

- Influenciar Delegação do Ministério  Federação de Educação a criar uma estrutura Caboverdiana representativa do Desporto Escolar no de Futebol; Concelho; Aumentar a base de participação MASSIFICAÇÃO DESPORTO - Estabelecer para cada ano letivo um desportiva nas diferentes quadro de competição em diversas DESPORTIVA ESCOLAR 3; 4; 8 e 10 localidades do Concelho; modalidades desportivas;  Câmara - Estabelecer com a estrutura Municipal de representativa do DE local os critérios Santa de comparticipação e colaboração, no DE Catariana;

 Ministério do Turismo;

 Empresas

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Ministério do Desporto;

 Federação  Estabelecer para cada ano Caboverdiana letivo um quadro de de Futebol; competição em diversas Aumentar a base de participação modalidades desportivas; MASSIFICAÇÃO DESPORTO 3; 4; 8 e 10 desportiva nas diferentes  Câmara DESPORTIVA UNIVERSITÁRIO Municipal de localidades do Concelho;  Estabelecer com a estrutura Santa representativa do DU os Catariana; critérios de comparticipação e colaboração.  Ministério do Turismo;

 Empresas

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOSOBJECTIVOS DODO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTOPROJECTO PROGRAMA

 Estabelecer com as Federações Desportivas aberturas para receber competições desportivas nacionais e internacionais no Pavilhão Desportivo “Nha Gar”;  Ministério do

 Encontrar formas de permitir Desporto; estabilidade e dinamismo aos clubes, com vista ao crescimento e  Federação evolução necessária; Caboverdiana  Estabelecer formas de de Futebol; Aumentar a base de participação comparticipação financeira e de MASSIFICAÇÃO DESPORTO acesso às infraestruturas DESPORTIVA desportiva nas diferentes FEDERADO 3; 4; 8 e 10 desportivas Municipais às  Câmara localidades do Concelho; Associações Regionais e Clubes Municipal de Santa durante competições; Catariana;  Consolidar a prática das modalidades desportivas  Ministério do existentes, melhorando a gestão e a Turismo; administração de filiais (individualidades, Clubes e  Empresas Associações Regionais).  Implementar as Modalidades

Desportivas federadas sem

praticantes Clube e/ou Associação

Regional.

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Acondicionar espaços físicos nas diferentes  Ministério do infraestruturas desportivas Desporto; do Concelho para receber treinos especializados  Federação

(atletismo, ginástica e Caboverdiana desportos de combate) de Futebol;

 Estabelecer com, gestão Aumentar a base de participação MASSIFICAÇÃO do Estádio Nacional, 3; 4; 8 e 10 desportiva nas diferentes DESPORTO DE  Câmara DESPORTIVA frequência de atletas de localidades do Concelho; RENDIMENTO Municipal de elite aos treinos, na Santa referida infraestrutura; Catariana;

 Criar mecanismo de apoio e incentivo aos atletas de  Ministério do alto rendimento Turismo; desportivo, mulheres e homens, com o mesmo  Empresas tratamento e oportunidades.

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Ministério do Desporto;

 Federação

 Potenciar programas de atividade Caboverdiana física abrangendo os adultos nos de Futebol;

recintos desportivos e espaços Aumentar a base de participação MASSIFICAÇÃO naturais perto da comunidade; 3; 4; 8 e 10 desportiva nas diferentes DESPORTO DE  Câmara DESPORTIVA  Promover, ao longo do ano, uma localidades do Concelho; PARTICIPAÇÃO Municipal de série de atividades desportivas Santa corridas nas localidades e Catariana;

caminhadas.  Ministério do Turismo;

 Empresas

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Ministério do Desporto;

 Federação Caboverdiana  Implementar desportos náuticos de Futebol; e aquáticos nas localidades

Aumentar a base de participação situadas no litoral; MASSIFICAÇÃO 3; 4; 8 e 10 DESPORTO DE  Estabelecer circuitos de DESPORTIVA desportiva nas diferentes  Câmara TURISMO montanhas; Municipal de localidades do Concelho;  Instituir provas municipais Santa Catariana; regionais, nacionais e internacionais.  Ministério do Turismo;

 Empresas

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Realizar levantamento de infraestruturas desportivas, beneficiar e/ou concluir as que se encontram em condições críticas,  Ministério do

- Promover a criação de infra com programa arquitetónico Desporto;

estruturas desportivas que inclusivo e eficiente; PROMOÇÃO DE  Federação assegurem a indispensável  Proceder estudo sobre colaboração INFRAESTRUTURAS Caboverdiana CONSTRUÇÃO/BENEFIC na construção do novo Estádio DESPORTIVAS E proliferação de centros de Futebol; IAÇÃO E GESTÃO DE Municipal capaz de comportar, 3; 4; 9 e 10 desportivos; UMA MAIOR INFRAESTRUTURAS para além de campo de futebol, ACESSEBILIDADES DESPORTIVAS  Câmara pista de atletismo de oito DE MATÉRIAIS - Promover uma maior Municipal de corredores e uma boa área de DIDÁTICOS acessibilidade de matérias Santa servidão ao redor; didácticos. Catariana;  Corrigir a urbanização desportiva da cidade, com construção de  Empresas novas infraestruturas desportivas, onde a necessidade é visível;  Definir a forma de gestão das infraestruturas desportivas

municipais;

 Elaborar e implementar Plano de

Manutenção das instalações desportivas Municipais;  Realizar e manter atualizado censo de infraestruturas desportivas do Concelho.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 109

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Ministério do Desporto; - Promover a criação de infra  Encomendar materiais didático mais essenciais para a prática PROMOÇÃO DE estruturas desportivas que  Federação de cada modalidade; INFRAESTRUTURAS assegurem a indispensável Caboverdiana DESPORTIVAS E proliferação de centros AQUISIÇÃO DE  Produzir equipamentos de de Futebol; UMA MAIOR desportivos; MATERIAIS Marketing que incentive o 3; 4; 9 e 10 ACESSEBILIDADES DESPORTIVOS munícipe a praticar o desporto;  Câmara Municipal de DE MATÉRIAIS - Promover uma maior  Adquirir por modalidade DIDÁTICOS acessibilidade de matérias desportiva equipamentos que Santa Catariana; didácticos. represente a imagem do

Município.  Empresas

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 110

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

 Ministério do Desporto;

 Federação - Realizar estudo de custo das acções e Caboverdiana priorizar a sua implementação durante FINANCIAMENTO ORÇAMENTO de Futebol; Aumentar o financiamento da ESTRATÉGICO - o período de Governação da CMSC; DO SERVIÇO DE 3; 4; 8; 9 e 10 PRÓXIMOS 3 ANOS DESPORTO oferta pública desportiva (?) - Elaborar projetos para obter  Câmara subvenções e comparticipações do Municipal de Governo e Parceiros. Santa Catariana;

 Empresas

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

CULTURA - EIXO ESTRATÉGICO

CULTURA - DIAGNÓSTICO

Santa Catarina é um concelho que a cultura sempre esteve presente em vários momentos da sua existência, manifestando-se em várias formas, desde a música, o teatro, a tabanca, na dança, no artesanato, na gastronomia e em várias outras manifestações culturais.

Cultura aqui e em todo Cabo Verde muitas vezes é considerado aquele que menos recebe do orçamento e atenção do governo e consequentemente em todos os concelhos de Cabo Verde, uma questão que dizem respeita, também, à Santa Catarina.

Santa Catarina é um concelho com grande riqueza e diversidade culturais. Os hábitos e costumes da sua população estão bem patentes nas festas tradicionais, nas tradições de produção vária: de olaria, de cestaria, de esteira, de tecelagem; na sua própria tradição agrícola, especialmente no domínio da fabricação do "grogue"; nos seus atrativos gastronómicos; no seu passado histórico, ilustrado pelas revoltas ocorridas em Ribeirão Manuel e Engenhos, de entre outros aspetos culturais. Todos constituindo atrativos interessantes para o desenvolvimento de mercado de turismo cultural no concelho.

Aliás, o concelho constitui um «laboratório cultural» segundo os especialistas. Importa contudo, que sejam tomadas medidas para a preservação, recuperação e valorização do património histórico e cultural a fim de atrair visitantes.

A cultura santa-catarinense na sua riqueza e diversidade, se for explorada como potencialidade turística e preservada, pode contribuir e muito para o desenvolvimento do turismo no Concelho de Santa Catarina. Dada a variedade de aspetos culturais do concelho, apenas se refere de seguida, ainda que de forma superficial, alguns dos seus aspetos mais marcantes: Comemoram-se no concelho várias festas tradicionais em devoção a vários santos consagrados pela religião dominante, a Igreja Católica Apostólica Romana. Qualquer dessas festas tem o poder de atrair pessoas de vários pontos da ilha de Santiago, para não falar dos santa-catarinenses que vivem na diáspora.

A mais importante de todas as festas tradicionais é assinalada a 25 de Novembro e é dedicada a Santa Catarina, a padroeira do concelho. A festa é rija em todos os cantos do concelho mas é na cidade de Assomada que tem maior notoriedade. Nessa altura regressam muitos emigrantes, trazendo mais brilho às comemorações.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 112

Pela importância que detêm no contexto cultural do concelho, as datas de comemoração dalgumas destas festas, podem muito bem servir de elemento de atracão turística se forem divulgadas a nível da comunicação social, das agências de viagem e operadores turísticos nacionais e estrangeiros através de meios de informação como brochuras e desdobráveis com informações pertinentes e completas. Santa Catarina é um concelho de profundas tradições africanas. Desde os grupos de Batuque, ao profundo dialeto Crioulo, passando pelos frequentes desfiles de Tabanca, e os trajes tradicionais ainda usados por muitos Santa-Catarinenses, nuances do continente africano podem ainda ser encontrados em cada canto do Concelho. Se se quiser passar por uma verdadeira experiência cultural, assista-se a uma das muitas festas municipais, passe-se uma tarde visitando uma pequena povoação, ou jante-se e passe-se a noite numa casa rural cujos residentes normalmente apreciam sobremaneira acolher visitantes por módico preço.

III. Principais Atividades Culturais do Município

⃰⃰ Festas de Romarias (Minifestivais de Música tradicional e contemporânea em quase todas as zonas do Concelho, em especial:

- das Naus - Nossa Senhora de Lourdes (11 de Fevereiro); - Serra da Malagueta - São José Operário (1 de Maio); - Assomada – Nossa Senhora de Fátima (13 de Maio); - Na Ribeira da Barca por ocasião do Imaculado Coração de Maria (31 de Maio); - Achada Leite e – Santo António (13 de Junho) - Rincão - São Pedro (29 de Junho); - - Coração de Jesus (5 de Julho); - Achada Além - Santa Ana (26 de Julho); - Chã de Tanque - Nossa Senhora da Graça (15 de Agosto); - Ribeirão Manuel - Santa Teresinha (3 de Outubro); - Festa do Município - Santa Catarina (25 de Novembro); - Santo André – Engenhos (30 de Novembro).

Quadro 6: Eventos Anuais

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 113

Quadro 6: Eventos culturais Descrição Mês Carnaval Fevereiro Festival de Teatro Março Feira de Artesanato e Gastronomia Maio e Novembro Festival de 13 de Maio Maio Top Festival Maio Terrerú di Cultura Abril/Dez Festividades da Tabanca Maio Concursos de Batuque Junho e Agosto Noite de Verão – Summer Party Julho Noite de Emigrante Agosto Concurso de Vozes Setembro Festival de Guitarra Setembro Concurso de Dança Outubro Festival de Hip-Hop Consciente Outubro Festival de Batuco Novembro Festival de Funaná Novembro Festival “Nha Santa Catarina” Novembro Gala Cultural Dezembro Noite de Reveiilon Fim do Ano

IV. ALGUMAS ESTATISTICAS DA CULTURA

Quadro 7: Agentes

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 114

Quadro 7: Agentes culturais

Descrição Números Artesões 30 Activistas 50 Produtores 15 Empresas de promoção 10 Associações culturais 25 Grupos de Batuque 32 Grupos de Teatro 15 Grupos de Dança 20 Grupos de Tabanca 12 Grupos de Hip-hop 55 Músicos + De 50 Escola de Musica 1

V. Símbolos que constituem o Património Cultural Material do Município

 Monumento alusivo à Revolta de Ribeirão Manuel;  Casa de Amílcar Cabral – Achada Falcão;  Casa do Morgado de Telhal;  Pelourinho de Assomada;  Cine-Clube de Assomada;  Igreja de Santa Catarina em Cruz de Cima;

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 115

 Igreja de Nossa Senhora da Graça em Chã de Tanque  Igreja de Nossa Senhora de Fátima  Residência Oficial do Presidente da Câmara Municipal  Paços do Concelho (edifício/Câmara Municipal)  Centro Cultural Norberto Tavares (Antigo Museu da Tabanca);  Museu da Tabanca;  Fábrica de Olaria de Fonte Lima;  Centro Histórico de Assomada  Biblioteca Municipal  Antigo Edifício da EMPA  Centro de Saúde de Assomada  Casas Tradicionais  Edificações Religiosas  Trapiches, lavadas, galerias e diques  Tradicionais destilarias de aguardante de cana-de-açúcar ou grogue  Construções de apoio à agricultura  Liceu Amílcar Cabral  Centro de Saúde de Assomada (Antiga Enfermaria Regional)  Casarão Sr. Lubrano  Centro Histórico de Ribeira da Barca  Planalto de Cabeça Carreira  Salão Paroquial de Nhagar  Capelas  Escola Justina Ferreira

Símbolos que constituem o Património Cultural Imaterial do Município

. Batuque . Tabanca . Funaná . Tradição Oral . Teatro . Dança

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. Musica . Gastronomia local . Festas de Romaria . Revoltas de R. Manuel e Engenhos RICOS/NATURAIS Localização e Historial

o Casa de Amílcar Cabral em Achada Falcão; o Monumento alusivo à revolta de Ribeirão Manuel em Ribeirão Manuel o Parque Natural de Serra da Malagueta em Serra da Malagueta o Biblioteca Municipal em Assomada o Casa (Antigo Edifício da EMPA) em Assomada o Câmara Municipal em Assomada o Residência Oficial do Presidente da Câmara Municipal em Assomada; o Enfermaria Regional em Assomada; o Casas tradicionais em várias zonas; o Habitações Senhoriais em Chã de Tanque, Assomada, Engenhos; o Pelourinho Municipal - Assomada; o Edifício da antiga Repartição da Fazenda e dos Correios que é hoje o Centro Cultural Norberto Tavares (espaço onde funcionou o Museu da Tabanca) Assomada; o Trapiches e as tradicionais destilarias de aguardente de cana-de-açúcar ou grogue em Tabugal, Engenhos, Boaentrada, Furna, João Dias e Chã-de-Tanque; o Igreja de Santa Catarina em Cruz de Cima; o Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Assomada, o Igreja de Nossa Senhora da Graça em Chã de Tanque.

Historial:

Antiga Casa do Amílcar Cabral, situada em Achada Falcão, constitui uma obra nobre e de grande historicidade para o concelho de Santa Catarina, na medida que, esse ilustre filho e Herói Nacional viveu parte da sua infância naquele edifício. Uma construção semelhante às casas dos morgados e de pessoas que detinham uma certa posse e privilégio naquela altura.

Monumento alusivo à Revolta Ribeirão Manuel - Um monumento que simboliza resistência e revoltas perante os abusos e injustiças sociais (pesados contratos desumanos, concediam seis dias de serviços gratuito ao morgado) que estavam a passar com os morgados, onde

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 117 estes almejavam obter o maior lucro possível com colheitas e as rendas pagas pelos rendeiros. A 2 de Dezembro de 1910 os rendeiros de Ribeirão Manuel, Tomba Touro, Brianda e demais localidades assaltam várias localidades do concelho de Santa Catarina e São Miguel, roubando sementes de milho e de Purgueira com manducos, pedras e facas. Fizeram a justiça com as suas próprias mãos com convicção de que a autoridade competente não estava fazendo e cumprindo assim a lei divina. Em suma as mulheres armadas de machins e homens armados de pedras saíram de Ribeirão Manuel e em marcha para Cruz Grande, onde se encontravam presas as mulheres amarradas pela tropa, a uma cadência marcada com as «armas» que transportavam e com o bater dos pés no chão, num cortejo impressionante de fumo e barulho, atravessaram Galho Monte, Boca Mato e Barreira rumo á prisão. Com isso suscitou-se o confronto directo com as tropas de forma a libertarem as mulheres que estavam no cativeiro, e isso ficou célebre na ilha de Santiago denominado de «homi faka, mudjer maxin, mininus tudo ta djunta pedra» justificando assim a edificação daquele monumento em Ribeirão Manuel.

Parque Natural da Serra Malagueta- Possui uma área de 774 ha e situa-se na confluência de três Municípios: Santa Catarina (302 ha), São Miguel (436 ha) e Tarrafal (36 ha). No Parque, encontram-se diferentes tipos de habitats devido à diversidade de altitude e de microclima, abriga uma grande variedade de plantas (123 espécies), aves (19 espécies), mamífero (3 espécies), anfíbios (1 espécie) e invertebrados (46) que foram investigados até o momento. Com um total de 29 espécies de plantas endémicas o Parque é um dos locais mais importantes para a conservação de plantas em Cabo Verde. Também com as suas 6 espécies/subespécies de aves endémicas de interesse para conservação global, Serra Malagueta pode ser classificada como uma área importante de aves (AIA). Nos termos do Decreto-Lei nº 3/2003, de 24 de Fevereiro, o Parque Natural da Serra Malagueta é gerido por um «Órgão Gestor do Parque», sob a tutela do ministério com competências em matéria de áreas protegidas.

Biblioteca Municipal - Antiga Escola Central, atual biblioteca Municipal, autêntico património histórico-cultural da antiga Vila e atual Cidade de Assomada, localiza-se no centro histórico da cidade. É enquadrada pelas duas ruas paralelas que se projetam para o Norte em direção à Praça Gustavo Monteiro. À sua frente se encontra a antiga casa do administrador, atual residência oficial do Presidente da Câmara. A Escola Central, que foi edificada, servia da educação onde, desempenhou uma importante função ao nível da instrução, no concelho de Santa Catarina. A antiga Escola Central, hoje biblioteca Municipal é uma obra arquitetónica de características marcadamente colonial, construída nos inícios do surgimento da vila de Assomada.

Antigo Edifício da EMPA- Esse edifício público, foi de capital importância para o concelho de Santa Catarina e para as regiões vizinhas. Por muito tempo serviu como base de comércio, onde era vendido os produtos que vinham de exteriores. A empresa EMPA foi criada três meses depois da Independência Nacional, com a tarefa de importar, distribuir e comercializar produtos alimentares básicos e outros essenciais à economia Nacional. EMPA foi retirada da monopólio na comercialização de muitos produtos que geravam bons lucros, passando a empresa a comercializar quase que exclusivamente os produtos de ajuda alimentar.

Câmara Municipal - Esta obra arquitetónica de cariz civil/pública está localizado no centro histórico da urbe, mais concretamente no Largo Gustavo Monteiro, situando-se na sua envolvência alguns edifícios de carácter histórico, como por exemplo, o Centro de Saúde, a

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 118

Antiga Escola Central (atual Biblioteca Nacional), a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, o Centro Cultural Norberto Tavares, o Cineclube. Antigo Paço do Concelho construído, aproximadamente, depois da transferência da sede do concelho para a vila de Assomada, era uma construção simples com características marcadamente do período colonial. O antigo edifício da Câmara foi demolida e deu lugar ao levantamento de um novo edifício nos anos 50 no mesmo lugar.

Residência Oficial do Presidente da Câmara Municipal – Essa casa encontra-se localizada no centro histórico de Assomada no prolongamento da rua que se estende da rua do Centro Cultural Norberto Tavares na Avenida Gustavo Monteiro. Encontra-se anexa á Câmara Municipal e trata-se de uma edificação com características marcadamente coloniais. Está inserido numa área em que encontra-se grande parte da dinâmica quotidiana da Cidade de Assomada. Foi residência do administrador do concelho e posteriormente, como habitação do Delegado do Governo e hoje como Residência Oficial do Presidente da Câmara Municipal.

Enfermaria Regional - Esta obra arquitetónica de índole civil/publica é um dos monumentos históricos mais representativos do passado da Vila de Assomada, com traços da arquitetura portuguesa. Este edifício foi mandado construir em 1948 pelo Governador João de Figueiredo, para Enfermaria Regional substituindo o primeiro Posto Sanitário, que passou a ser utilizado como Posto Policial, mais tarde foram adaptadas outras construções para Maternidade, Postos de Consultas, Banco e Enfermarias.

Habitações Tradicionais - As habitações tradicionais nasceram da necessidade, da realidade das pessoas e dos grupos humanos no dia-a-dia, que ao iniciarem o trabalho árduo e paulatina o povoamento das ilhas, caíram no desafio e lançaram mão das suas técnicas, habilidades e conhecimentos, para construírem as suas moradias, aproveitando os recursos locais e, desta forma, se consagrou o tipo de casa que iria surgir, acompanhando a evolução do concelho e da sociedade cabo-verdiana.

Habitações Senhoriais (Casa de Morgados, “sobrados” ou “casa grande”) - Integrada na propriedade do telhal (antigo morgadio), feita de pedra e barro, com reboco de cal e areia. Cobertas por telhado de duas águas, com uma escada exterior e uma varanda. tem dois pisos, funcionalmente distintos - o térreo, destinado á arrecadação e ao celeiro e o primeiro piso, com várias divisões muito amplas e de grande pé direito, servia de habitação temporária á família do proprietário.´

Pelourinho Municipal de Assomada - O Mercado Municipal de Assomada encontra-se localizado no prolongamento da rua que estende à frente do Centro Cultural Norberto Tavares denominada de Avenida Gustavo Monteiro, encontra-se ladeada por duas ruas: a Norte pela rua António Joaquim Monteiro de Pina e ao Sul pela rua Camilo Pires Monteiro. Trata-se de uma edificação com características marcadamente coloniais. Está inserido numa área em que se encontra grande parte da dinâmica quotidiana da Cidade de Assomada, constituindo um centro comercial que dá uma grande movimentação de pessoas, de bens e uma dinâmica que atinge o seu auge nos dias de feiras (Quarta Feiras e Sábados). O mercado ou espaço de mercado é normalmente assumido como uma obra arquitectónica de cariz secular. A construção do mercado foi iniciada no mês de Novembro de 1918 e inaugurada em 1931. O mercado Municipal constitui um espaço privilegiado para a cidade de Assomada uma vez que, pode ser entendido como local de intercâmbio de mercadorias, experiencias e conhecimentos.

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Centro Cultural Norberto Tavares (espaço onde funcionou o Museu da Tabanca, no Edifício da antiga Repartição da Fazenda e dos Correios); O antigo edifício da Fazenda, actual Centro Cultural Norberto Tavares fica situado no centro de Assomada, tendo a sua alçada principal voltada para a rua Gustavo Monteiro, á direita encontra-se a rua Padre Luíz Allaz e a esquerda a rua António Monteiro. Foi sede da antiga Repartição da Fazenda e dos Correios de Santa Catarina, construída na primeira metade do século XX, este edifício, serviu nos seus primórdios como moradia familiar de altos funcionários da administração do concelho. Foi posteriormente transformado em repartição pública, albergando, durante muitos anos, os serviços da Fazenda e dos Correios. Deixou de albergar o serviço dos Correios a 23 de Agosto de 1985 e da Fazenda a 13 de Maio de 1995. O primeiro momento de funcionamento do edifício como Museu da Tabanca aconteceu com a sua inauguração em 2000 depois do trabalho de restauro e reutilização que ocorreu entre o período de 1995 até 2000. Em 2008 foi encerrado para obras de requalificação e só a 13 de Dezembro do mesmo ano foi inaugurado como Centro Cultural Norberto Tavares. O Museu de Tabanca primeiramente instalado neste edifício foi transferido para Chã de Tanque, lugar onde se presume que tenha nascido a Tabanca de Santa Catarina.

Quintalona (Antiga casa de morgado onde funciona o Museu de Tabanca), situa-se em Chã de Tanque, Concelho de Santa Catarina a cerca de 5 km do Centro Histórico da Cidade de Assomada, na via que dá acesso á zona de Rincão. O edifício rural oitocentista apresenta características típicas da época colonial, possuindo uma dimensão espacial e tipológica própria da arquitetura neoclássica que, modelo próprio das colónias portuguesas. A casa foi construída, provavelmente, na primeira metade do século. XIX pertencia a um dos grandes morgados do concelho, de nome Tomás Martins de Carvalho, que desde o inicio do povoamento da Freguesia de Santa Catarina era possuidor de grandes porções de terra, nas duas grandes ribeiras - a da Boaentrada e a dos Engenhos. Atualmente a casa grande é conhecida como «Quintalona» ou casa do Féfa” Alfredo dos Santos Neves que, entretanto, se casou com a filha herdeira do Tomás de Carvalho (Ana Maria de Matos de Carvalho). De 1975 a esta data o edifício está sob a tutela do Estado. Em 2008, o Conselho de Ministros pôs este mesmo á disposição do Ministério da Cultura com vista á sua reabilitação e transformação em Museu da Tabanca. O edifício, actual Museu da Tabanca, foi utilizado inicialmente como habitação (Casa do Morgado), mas tinha no seu seio o escritório do morgado, onde pagava-se a renda de utilização das respectivas terras. Albergou desde 1975, a Cooperativa Paz e Progresso, mais tarde, a Agência Administrativa de Chã de Tanque e mais algumas divisórias serviram de sala de aulas do Ensino Básico, até o ano de 1991, altura em que foi expandida a escola de Chã Tanque. A partir desta data a casa ficou abandonada, passando a ser ocupada por alguns habitantes da zona. Cumprindo a decisão do Conselho de Ministros de 2008, o edifício, hoje restaurado, passa a ter função de Museu da Tabanca.

Trapiches - (as tradicionais destilarias de aguardente de cana de açúcar ou grogue);Um trapiche é uma máquina destinada a moer a cana-de-açúcar, sendo a sua estrutura fixa. Os cilindros que moem a cana-de-açúcar são movidos por uma estrutura composto por dois pedaços de tronco de árvore fixos no centro, ou seja ao cilindro do meio. A esta estrutura liga-se uma armação de madeira denominada canga, movida através da tração animal, geralmente um par de bois. À medida que os bois fazem o movimento circular a máquina é operada por dois trabalhadores, um em cada lado da estrutura, que vão introduzindo, alternadamente, a cana nas finas ranhuras entre os cilindros. A cana é assim moída, e o suco da cana (calda) é recolhido no recipiente colocado por baixo dos cilindros, para futuro tratamento. Em Santa Catarina encontram-se Trapiches ainda ativos em Chã de Tanque, Mato Sanches, Engenhos, Boaentrada, Tabugal, Charco, Furna e João

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Dias. A calda continua sendo utilizada na produção de mel de cana por cozedura numa grande caldeira de boca aberta denominada «cobre» que é efectivamente o nome do meta com o qual é fabricado. A calda é sobretudo fermentada para a produção de grogue em «alambiques».

Edificação Religiosa - A Igreja de Nossa Senhora de Fátima situa-se na Cidade de Assomada, mais concretamente no seu Centro Histórico, justamente na sua zona central, isto é do lado Oeste da Praça Central da urbe, junto ao Edifício da Câmara Municipal. A Igreja de Nossa Senhora de Fátima foi construída na época colonial, entre 1947- 1949 e foi inaugurada no mesmo ano da conclusão da obra. Durante a fase da construção desse edifício da arquitectura sacra, o Arquipélago de Cabo Verde atravessava uma época difícil, pois na altura, vivia-se uma das piores secas da História de Cabo Verde. Foi um momento em que o mundo acabara de viver a II Guerra Mundial, houve muita fome no País (fome de 1947). Mesmo assim a população local, não desistiu de dar a sua contribuição para que fosse edificada a Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Igreja de Santa Catarina

A Igreja de “Nha Santa Catarina - A igreja de “Nha Santa Catarina” é, seguramente a primeira igreja católica construída neste concelho, o que lhe dá estatuto da maior e mais importante edifício religioso do concelho. Ela foi construída em honra a Santa Catarina de Alexandria. De acordo com Santa Rita Vieira o surgimento desta igreja é contemporânea à transferência da sede do Concelho dos Picos para Achada Falcão que efetivamente ocorreu entre os anos de 1851 a 1857. A igreja em menção localiza-se, no interior da povoação de Achada Braz, no distrito de Achada Falcão e no concelho e Freguesia de Santa Catarina, ilha de Santiago. E trata-se de uma obra de planta retangular. Para quem se desloca da Cidade da Praia, chegando ao cemitério perto de Assomada na zona de Nhagar, percorre cerca de 100 metros, chegando a zona de Cruz de Cima, entra à esquerda, desce pouco menos de 50m e assim encontra a obra religiosa em apreço. O edifício ocupa uma área de 232,5m2, construído de pedra e cal, a parede tem uma espessura de 0,75m, rebocado com argamassa de cimento e areia. É constituído por uma sacristia com seus 25.2m2, espaço onde se prepara para a eucaristia, tem uma porta de entrada e uma outra que dá acesso directo ao altar, onde se encontra três imagens. A de Santa Catarina, no meio, Santo António no lado esquerdo e São José ao lado direito. Também do lado direito do altar fica o coro, espaço destinado às crianças. Neste, há uma porta que o liga com o exterior e três pequenas janelas. A igreja possui um conjunto de cinco portas, destacando-se o portal existente na parte frontal de 2.10m de largura e 3.50m de altura. Nos alçados laterais, direito e esquerdo respectivamente possui mais duas portas iguais entre si (1.32m de largura e 2.20m de altura), menores, como se vê, em relação ao portal da entrada principal. Ainda existem mais duas pequenas portas, uma que dão acesso ao coro e outra à sacristia. As janelas distribuem-se de modo regular pelo edifício, estando duas no alçado lateral direito e duas no alçado lateral esquerdo. Existem ainda mais três janelas no coro.

A cobertura é de telha de fibrocimento assente numa estrutura de madeira. Na cabeceira da igreja existem dois sinos, entretanto, apenas um se encontra funcional. No interior, o espaço é pintado com tinta ao óleo a volta numa altura aproximada de 2m e parte superior com tinta de água assim como na parte externa. O pavimento é revestido de massame de betão simples provavelmente sobre a calçada portuguesa. De salientar que o corredor e o altar estão pintados a ocre.

Capela de Nossa Senhora da Graça

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- Esta construção cativa todos que por lá passam, principalmente os observadores mais atentos, que conseguem ver nela não apenas uma edificação religiosa mas também, uma verdadeira obra de arte, que ela é. Esta edificação é propriedade da paróquia de Santa Catarina, e faz parte do património da igreja católica de Cabo Verde. Esta fabulosa e modesta construção remota ao século XVII e é a primeira do tipo erguida em Santa Catarina. Ela ocupa uma área de 90m2 fica a 5km e alguns metros da cidade de Assomada, em Chã de Tanque mais concretamente na zona de Boa Vista, cercado por duas grandes elevações, em que de um lado, fica o planalto de Achada Galego e por outro, o de Achada Grande.

VI. Símbolos que constituem o Património Cultural Imaterial do Município

.Batuque .Tabanca .Funaná .Tradição Oral .Teatro .Dança .Musica

Historial

Batuque - é um género performativo complexo que envolve percussão, poesia, canto e dança. O repertório é constituído por cantigas em crioulo, acompanhadas por percussão polirrítmica realizada com as mãos num idiofone formado por uma pequena almofada ou pano enrolado designado por «tchabeta», dançada de forma vigorosa e virtuosa (torno) por uma ou mais dançarinas e com menor frequência por dançarinos. O Batuque é típico da ilha de Santiago e ainda hoje a sua presença reduz-se a esta ilha. É um género que manifesta a presença africana, e retrata as convivências sociais. O batuque nasceu com o homem cabo-verdiano e apesar da tentativa do regime colonial em proibi- lo, conseguiu resistir e vem sendo praticado cada vez mais com muita força na ilha de Santiago principalmente em ocasiões comemorativas.

Tabanca

È uma forma de expressão cultural praticada nas ilhas de Santiago e do Maio e reflecte a origem da nossa caboverdianidade - a miscigenação proveniente das culturas europeia e africana. No festejo da tabanca existem vários rituais que são respeitados como é o caso da capela que é um espaço muito importante para qualquer grupo de tabanca, onde se realiza os cerimoniais «sagradas», nomeadamente o Toki de salva, o roubo do Santo e por vezes interrogatório aos ladrões, momentos importantes na festividade da Tabanca. O Toki de salva é o momento em que se efectua a comunicação com o Santo patrono do grupo, através das batidas cadenciadas nos tambores, do cerimonial das varas «sagradas» e da oração (reza cantada) etc. Esse é o momento em que se presta culto e se pede a protecção divina. Toda a sequência dá a ideia

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 122 de um verdadeiro ritual africano, mas na realidade é uma «encenação» do rosário com figurações: os batimentos de tambores correspondem às Ave Marias e Glórias. Antes do ritual dos beijos, costuma-se rezar padres - nossos de oferenda ao santo padroeiro. Além do período festivo, fazem – se as salvas quando morre algum cativo da Tabanca, as quais tem lugar no sétimo dia depois do enterro». O roubo do Santo é executado pelos ladrões da Tabanca, embora o Santo encontra-se, normalmente, sob vigilância dos guardas na corte. Há um espécie de encenação entre quem vigia e quem rouba o Santo. O Santo, representado por uma bandeirinha branca com uma cruz vermelha no centro e uma vara de marmeleiro com uma fita vermelha atada numa das pontas, é vendido na casa da Rainha do agasalho ou do Rei de bandeira.

Em regra, estes últimos mantêm a compra do Santo por setes anos consecutivos. Esse ato desencadeia uma série ações e animações que dão continuidade aos festejos. Nas épocas em que não se comemora a Tabanca, guardam – se na capela todos os objetos que fazem parte do cortejo, exceto a indumentária que fica ao cuidado da pessoa que a utiliza. Os grupos de Tabanca têm, regra-geral alguma economia, designadamente terrenos que cultivam, milho, feijão e outros produtos armazenados.

Funaná

O funaná é um género musical, surgiu no meio rural que inicialmente abarcava somente a ilha de Santiago. Esse estilo antigamente era tocado com instrumentos como gaita e ferro, animando, assim, as festas populares e religiosas. Possui um ritmo mais acelerado do que a coladeira. É um género muito próximo do continente africano que apareceu graças ao acordeão introduzido no país pelos portugueses para acompanhamento nas missas e apropriado posteriormente pelos habitantes desta ilha para as suas canções. O funaná é dançado com cadência própria e conexa ao ritmo musical.

Teatro

Teatro é um termo de origem grega que designa simultaneamente o conjunto de peças dramáticas para apresentação em público onde é utilizada a arte de representação por um ou vários atores que apresentam uma determinada história que desperta na plateia sentimentos variados. Essa forma de manifestar em Cabo Verde é representada de acordo com a sua realidade sócio – económica. Toda a vivência e convivência do país e mais concretamente em Santa Catarina são projetadas no teatro de forma que as mensagens passam. As temáticas tem muito a ver com os problemas que assolam a sociedade cabo-verdiana como é o caso do uso de álcool, gravidez na adolescência, o uso de drogas, combate ao HIV- SIDA, a violência domésticas entre outras temáticas. Em Santa Catarina existem vários grupos de teatro de várias zonas do concelho que anualmente reúnem em festival de teatro para esporem as suas peças.

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VII. Principais Localidades e Núcleos históricos

Santa Catarina é um concelho rico em termos patrimoniais, durante o período colonial foram edificados obras no concelho de grande envergadura. Reporta-se a edifícios que apresentam interfaces significativos com outros importantes segmentos da economia como a construção civil, o turismo que são portadores de um potencial que favorece o desenvolvimento local. A inserção desses edifícios no concelho preserva a nossa identidade, conserva o que somos e o que fomos. Essas obras guardam uma herança importante para a história local, história desta região da ilha de Santiago e de Cabo verde em geral. Durante muito tempo essas obras serviram para fins civis públicos para servir a governação local, a dinamização do comércio na região, administração da fazenda, prestação de cuidados de saúde e garantir educação dos habitantes na antiga Vila de Assomada, outros ainda representam símbolos de resistência devido as revoltas dos camponeses, outros ainda serviam de moradias das pessoas singulares, governadores, rendeiros e outro tipo de património que tem a sua representatividade em termos do embelezamento e de paisagem natural.

Santa Catarina é um concelho onde os edifícios antigos ainda continuam com uma certa prevalência em várias localidades e com maior consistência em lugares que outrora foram de capital importância para o desenvolvimento e surgimento de aglomerado populacional. As localidades de Ribeirão Manuel, Achada Falcão, Ribeira da Barca, Engenhos, Centro Histórico de Assomada, apresentam um perfil histórico e cultural imponente com monumentos memoráveis, espaços geográficos magníficos, e construções de diferenciados estilos arquitetónicos simples. Essas localidades apresentam um conjunto de monumentos com valor histórico-cultural que vêm desde o período colonial. Através desses monumentos podemos perceber formas de vida daqueles que no passado deles utilizaram.

Alguns edifícios estão diretamente relacionados com a transferência da sede da Vila para Assomada, por um lado; por outro, retratam a vivência das populações desse núcleo urbano e de outras localidades do concelho de Santa Catarina e quiçá de todo o interior de Santiago. Apesar de alguns edifícios terem perdido a sua arquitetura original, contudo enquadra-se num ambiente e meio envolvente propício. Esses sítios exprimem um passado enquanto testemunhos, conservam uma arquitetura e estilo de uma determinada época histórica, daí a pertinência de preservá-los, na medida em que ajuda a fortalecer a consciência de certas especificidades da cultura cabo-verdiana. Por aquilo que representam do passado do concelho guardam uma herança importante para a história local e possibilitam um estudo mais aprofundado da história desta região da ilha de Santiago e de Cabo verde em geral.

Em suma essas, construções de alguma forma representam ou trazem em suas características pistas sobre a história dessas localidades, neste caso, Ribeirão Manuel, Achada Falcão, Ribeira da Barca, Engenhos e Centro Histórico de Assomada. Sendo assim, esses patrimônios representam a materialização da cultura destas localidades, além de trazer em suas características e no estilo a história das pessoas que o construíram.

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CULTURA – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

 Existência de Um Centro Histórico;  Predominância de um Vasto Património histórico e cultural;  Existências de Complexos Culturais importantes (CCNT, Cine-Clube, Auditório LAC, Anfiteatro da Escola Técnica,s polivalente de Assomada);  Existência de um vasto património cultural – Material e Imaterial;  Vasto e diversificado número de artistas, agentes, grupos, empresas e associações culturais;  Oportunidade em inovar exposições trazendo ou fazendo um mix de exposições de  Interesse da autarquia na elaboração e implementação do Plano de Salvaguarda do CHA; objetos museológicos;  Forte tradição da Olaria (Fonte Lima);  Possibilidade de aparecimento de novos talentos através do “Terreru di kultura”;  Artistas e agentes de renome nacional e internacional;  Eminente abertura de um posto de informação turística;  Agenda Cultural forte;  Plano de Salvaguarda do Centro Histórico;  Referências históricas e culturais importantes;  Possibilidade de Construção do Museu Nacional Amílcar Cabral;  Diversidade de grupos de danças locais tradicionais e de batuco;  Realização de diversas atividades semanais, mensais e anuais com o objetivo de divulgar as manifestações  Possibilidade de criação de rotas e pontos de turismo cultural e rural; culturais;  Possibilidade de criação de Bandas Musicais de qualidade no concelho;  Técnicos e profissionais com conhecimento na área de cultura e proteção patrimonial;  Possibilidade de criação de Rede de Museus – Museu da Tabanca, Museu do Mar,  Maior intervenção do pelouro da cultura nas festas de romarias de Santa Catarina; Museu das Revoltas, Museu da Cidade, Centro Interpretativo de Fonte Lima;  Existência da Casa onde Viveu Amílcar Cabral;  Construção de um Auditório Municipal.  Existência de vários sítios históricos (R. Manuel, Achada Falcão, Engenhos);  Monumento Alusivo a Revolta de Ribeirão Manuel (1910);  Escola de Musica Norberto Tavares;  Vários pontos de atracão turística tais como cascata de Águas caídas, Gruta de Águas belas, Falésia de Achada Leite, Monte Brianda, Tabugal;  Recém-licenciados capacitados na área de gestão cultural e património;

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PONTOS FRACOS AMEAÇAS

 Inexistência de um Auditório Municipal e Salas de Espectáculos Adequado;  Pouco interesse das organizações ligados à cultura na preservação da memoria e  Falta de apoio e meios financeiros para artistas e agentes; identidade do espolio cultural;  Falta de políticas de incentivo á cultura (fundo de acesso);  Inexistência de uma Escola de Arte e Cultura;  Degradação acentuada de espaços históricos com necessidade de intervenção;  Falta de circuito e roteiros turísticos;  Mistura de outras tradições culturais com a nossa, gerando perda da nossa identidade  Inexistência de um guia turístico do Património histórico e cultural; cultural;  Falta de espaços de lazer nas localidades dispersas para realização e promoção de eventos;  Ausência de um espaço específico para realização de atividades culturais;  Repetições habituais nas mesmas formas de exposição, sem alterações ou acréscimo;  Ausência de um roteiro turístico do concelho de Santa Catarina;  Risco de desestruturação do Centro Histórico de Assomada;  Necessidade de técnicos para intervenção em projetos de promoção, defesa e divulgação do  Fuga de quadros capacitados da área da Cultura; património local e intervenções preventiva/curativa caso haja necessidade;  Risco de desaparecimento de grupos de tabanca;  Pouco interesse da população em participar nas atividades culturais.  Desinteresse de artistas na exploração dos seus talentos.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

CULTURA - EIXO ESTRATÉGICO

CULTURA - SUB-EIXO ESTRATÉGICO

CULTURA - OBJECTIVO ESTRATÉGICO Promover a nível nacional e internacional a rica cultura local considerada um dos principais activos do concelho de Santa Catarina de Santiago;

PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

- Transformar Assomada num Centro PRODUÇÃO DE UM DOCUMENTÁRIO Cultural de excelência do Município; SOBRE O ESPÓLIO CULTURAL DO - Valorizar a cultura imaterial através BATUQUE de políticas públicas assertivas. - IPC – Instituto

de Património Cultural - Tornar Assomada no palco de toda a PROMOÇÃO DO riqueza cultural do Concelho de Santa REALIZAÇÃO DE Promover, valorização e divulgação - Associação CONCELHO DE SANTA 4; 8 e 10 FESTIVAL ANUAL DE desta manifestação cultural. CATARINA COMO Catarina; BATUQUE Nacional de CENTRO DE Tabanca CONVERGENGIA DO - Divulgar e valorizar o património ESPÓLIO CULTURAL A NÍVEL NACIONAL material e imaterial local. INSTITUIÇÃO DA Valorizar e preservar a Tabanca - Universidades SEMANA DA TABANCA - Associações

Comunitária Divulgar a Olaria tradicional da MOSTRA localidade de Fonte Lima; MUNICIPAL DE OLARIA Incentivar as oleiras de Fonte Lima a empresarializarem o sector.

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

- Valorizar o Património Histórico e Arquitetónico existente no Centro da ELABORAÇÃO DO PLANO DE Cidade; SALVAGUARDA DO CENTRO HISTÓRICO - Preservar a memória e a história da DE ASSOMADA Cidade. - Ministério da Cultura (IPC)

- Fundação PROMOÇÃO DO Transformar o Município de Santa CONCELHO DE SANTA Amílcar Cabral Catarina no coração cultural da ilha, CATARINA COMO FEIRA CENTRO DE Estimular e democratizar o acesso às tendo uma dinâmica intensa de INTERNACIONAL DO - Associação CONVERGENGIA DO eventos, que terá impacto positivo TEATRO DO OPRIMIDO informações e a produção teatral. 4; 8 e10 ESPÓLIO CULTURAL A Mindelact NÍVEL NACIONAL elevado no turismo….

- Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria FEIRA MUNDIAL DE Promover o Intercâmbio Mundial da ARTE POPULAR Cultura Popular;

PEREGRINAÇÃO Mostrar a importância da Revolta de ANUAL A RIBEIRÃO Ribeirão Manuel na história do nosso MANUEL E ACHADA FALCÃO povo.

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

- Ministério da Cultura (AHN) Consolidar o processo de afirmação CRIAÇÂO DA ESCOLA DE cultural como meio de preservação - Associação dos MÚSICA “NORBERTO Combatentes da TAVARES” da memória e identidade coletiva. Liberdade da Pátria

- Assembleia PROMOÇÂO DA Nacional ASSOMADA, COMO - Promover eventos culturais CIDADE DE MÚSICOS E marcantes no Concelho. - Assembleia 4 e 8 DA MÚSICA Municipal

- Escolas Secundárias

REALIZAÇÃO E - Fundação PROMOÇÃO DE Garantir uma forte agenda de eventos EVENTOS CULTURAIS culturais e promover o Norberto Tavares empoderamento dos artistas. - Unitel T+

- Cavibel

- Bancos comerciais

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

INVENTÁRIAÇÂO DO PATRIMÓNIO Proceder o levantamento de toda a CULTURAL DO informação relativa ao património CONCELHO municipal. - Ministério da Cultura e Industrias - Realizar trabalhos de investigação e Criativas (IPC)

PROMOÇÃO DO análise crítica do património cultural material e imaterial de Santa Catarina. - UNESCO PATRIMÓNIO CULTURAL 4 e 8 MATERIAL E IMATERIAL - Reconhecer a importância do - CMRG- DE SANTA CATARINA património ético-cultural e artístico para Santiago a preservação da memória e identidade. - Direção Geral do Turismo

- UCCLA

CRIAÇÃO DA ROTA DO Criar de um roteiro histórico-turístico BADIO (CIDADE que simboliza a fuga dos escravos. VELHA /ENGENHOS)

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PROGRAMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROJECTO PROGRAMA

CRIAÇÃO DE UM Dotar o Município de um - Governo de AUDITÓRIO equipamento cultural apropriado para MUNICIPAL Cabo Verde (MC/ eventos de natureza especial. Ministério Finanças)

- Fundação Transformar o Pelourinho de Assomada, Amílcar Cabral no futuro, num espaço para realização de RANSFORMAÇÃO DA - Valorizar do nosso Herói Nacional; Feira Internacional de Arte e Cultura, INTERNCIONALIZAÇÃO CASA AMÍLCAR - MINOM CABRAL EM MUSEU - Divulgação da História de Cabo 4 e 8 DA CULTURA LOCAL com a participação, em especial, de (Movimento NACIONAL Verde. intelectuais e produtores culturais da Internacional para CPLP e de todos os Países onde residem a Nova cabo-verdianos. CRIAÇÃO DA REDE Museologia) MUSEOLÓGICA E PATRIMONIAL (MUSEU - Universidades DAS REVOLTAS, MUSEU AMÍLCAR - Simbolizar e perpetuar a história - UNESCO CABRAL, MUSEU DO cultural cabo-verdiana. MAR E DA - ANMCV EMIGRAÇÃO, MUSEU DA TABANCA, CENTRO - Assembleia INTERPRETATIVO DE FONTE LIMA. Municipal

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DIMENSÃO ECONÓMICA

______

Tecido Empresarial, Turismo, Comércio,

Agricultura e Pecuária,

Pesca, Energia, e

Tecnologias de Informação e Comunicação

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EIXOS ESTRATÉGICOS

DIMENSÃO ECONÓMICA

AGRICULTURA E PECUÁRIA - EIXO ESTRATÉGICO

AGRICULTURA E PECUÁRIA - DIAGNÓSTICO

AGRICULTURA A agricultura é uma ferramenta de desenvolvimento de vital importância não só para crescimento económico como também para superar a pobreza e aumentar a segurança alimentar. Entretanto, para alavancar o sector e aumentar a produtividade agricultura são necessários vários investimentos em matéria de equipamentos e formações contínuas voltados para os agentes que atuam no sector agrícola.

De acordo com a história do pensamento económico a agricultura, sempre, configurou como um dos sectores importantes da economia mundial e, em Cabo Verde a população historicamente viram a agricultura como uma fonte onde podem ter acesso a alimentos e renda que lhes permitem satisfazer as suas necessidades.

Santa Catarina de Santiago por ser um concelho localizado na zona rural a actividade agrícola apresenta como um dos sectores da economia local que mais emprega as pessoas, portanto, é do campo que vem o sustento da maior parte das famílias que residem no concelho e em outras localidades do Arquipélago como a cidade da Praia a capital do país.

Em matéria de sexo e meio de residência dos agregados familiares que praticam a agricultura os dados do último recenseamento apontam que a mão-de-obra predominante no sector de agrícola são das mulheres e a maioria dos agregados concentram-se nas zonas rurais do concelho. (vide os quadros abaixo).

Quadro - Repartição dos agregados familiares agrícolas por concelho segundo o sexo do representante

Masculino Feminino Total Concelhos Número % Número % Número % Santa Catarina 2329 10,2 3364 17,2 5693 13,4 Total 22943 100,0 19527 100,0 42470 100,0

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 133

Fonte: RGA 2015 (Dados Preliminares)

Quadro - Repartição dos agregados familiares agrícolas por meio de residência

URBANO/RURAL Concelho RURAL URBANO Total

Número % Número % Número % Número % Santa Catarina 1 ,0 4826 84,8 866 15,2 5693 100,0 Total 1 ,0 27741 65,3 14728 34,7 42470 100,0 Fonte: RGA 2015 (Dados Preliminares)

Ultimamente com o crescimento do sector do turismo a nível nacional tem-se registado um número significativo de comerciantes que tem exportado produtos agrícolas para as ilhas turísticas sal, Boavista e São vicente. Portanto, o sector agrícola do concelho tem contribuído não só para abastecer o mercado local como também de outros municípios e ilhas. O concelho de Santa Catarina pelo fato de deter a maior parte das parcelas de terrenos no território nacional pode potencializar o desenvolvimento do sector agrícola dando assim oportunidade de emprego para a população. Segundo os dados preliminares de Recenseamento Agrícola – 2015, Santa Catarina de Santiago é o concelho do país com maior superfície total de parcelas de terrenos. (vide o quadro, abaixo).

Quadro - Superfície e Parcelas de Terrenos Por Concelho

Superfície com Superfície com Superfície total da Superfície Superfície de terras Superfície de CONCELHO Superfície em pousio pastagens pastagens parcela Cultivada arborizadas outras terras permanentes temporária Ribeira Grande 21.372.297 16.169.158 1.818.555 1.342.423 317.700 764.573 959.888 Paul 10.527.341 7.637.963 1.456.968 429.050 257.500 649.510 96.350 Porto Novo 20.559.124 12.847.916 6.454.218 185.500 285.700 100.840 684.950 S. Vicente 9.419.622 4.366.707 1.059.245 63.408 10.716 3.512.666 406.880 Ribeira Brava 6.823.722 6.503.550 38.335 48.958 65.622 5.900 161.357 Tarrafal de S. Nicolau 3.472.809 2.939.377 7.350 0 59.750 8.500 457.832 Sal 740.725 657.250 61.455 2.000 100 13.496 6.424 Boavista 2.755.543 2.057.923 608.956 0 0 0 88.664 Maio 4.660.926 2.194.757 1.813.967 6.000 90.947 163.150 392.105

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 134

84.855 Tarrafal 23.282.495 22.810.221 291.322 8 24.616 71.473

Santa Catarina 53.697.774 50.390.879 1.532.476 192.120 612.433 336.161 633.705 Santa Cruz 37.230.376 31.989.112 2.121.528 571.116 1.319.866 626.762 601.992 Praia 13.933.502 11.209.010 1.869.460 296.102 140.110 170.930 247.890 S. Domingos 25.628.215 19.571.835 1.646.680 357.400 850.600 907.243 2.294.457 Calheta de S. Miguel 20.654.712 20.046.053 384.211 46.801 104.009 73.617 21 S. Salvador do Mundo 13.307.307 12.399.516 188.749 250.302 117.892 201.435 149.413 S. Lourenço dos Órgãos 14.991.465 12.342.342 456.192 394.130 334.566 1.385.688 78.547 Ribeira Grande de 8.033.834 6.432.916 338.126 139.185 244.140 318.816 560.651 Santiago Mosteiros 18.358.330 16.206.902 510.629 226.258 494.800 229.083 690.658 S. Filipe 34.237.660 25.448.690 1.985.520 395.750 2.845.703 854.000 2.707.997 Santa Catarina do Fogo 15.671.628 11.399.095 704.417 722.508 944.008 415.000 1.486.600 Brava 5.204.031 5.046.115 81.058 33.650 37.200 5.008 1.000 Cabo Verde 364.563.438 300.667.287 25.429.417 5.702.669 9.157.978 10.813.851 12.792.236 Fonte: RGA 2015 (Dados Preliminares)

A despeito dos vários investimentos no sector agrícola em matéria de formação, equipamentos e infra-estruturas de grande porte como a Barragem de Saquinho e Flamengo ambas localizadas no território do concelho, a agricultura constitui um sector com um grande potencial por explorar. Pois, “ainda predominam práticas e culturas pouco produtivas, rudimentares e por vezes, até obsoletas e inadequadas. Segundo os dados do último recenseamento agrícola persiste ainda a agricultura de sequeiro uma técnica agrícola para cultivar terrenos onde a pluviosidade é diminuta e, o concelho de Santa Catarina lidera o ranking nacional em matéria do número agregados familiares que praticam a agricultura de sequeiro. E, em matéria da prática da agricultura de regadio nota-se que o concelho está bem posicionado quando comparado com os outros municípios, ocupando segundo lugar no ranking nacional, ficando apenas atrás do concelho de Santa Cruz (vide o quadro, abaixo).

Actividade agrícola praticada SEQUEIRO REGADIO PECUARIA SILVICULTURA Total Concelho Número % Número % Número % Número % Número % Ribeira Grande 1690 5,1 1031 12,0 1827 4,7 2451 5,4 44 0,3 Paul 500 1,5 426 5,0 809 2,1 1006 2,2 4 0,0 Porto Novo 1458 4,4 746 8,7 1935 5,0 2365 5,2 6 0,0

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 135

São Vicente 227 ,7 301 3,5 1445 3,7 1701 3,7 47 0,3 Ribeira Brava 981 2,9 328 3,8 1067 2,8 1330 2,9 5 0,0 Tarrafal de São Nicolau 446 1,3 214 2,5 663 1,7 766 1,7 1 0,0 Sal 274 ,8 15 ,2 383 1,0 544 1,2 3 0,0 Boavista 107 ,3 65 ,8 500 1,3 509 1,1 0 0,0 Maio 467 1,4 103 1,2 836 2,2 898 2,0 147 1,0 Tarrafal 2821 8,5 227 2,6 2804 7,2 3148 6,9 1815 12,6 Santa Catarina 5545 16,6 1116 13,0 5407 14,0 2716 18,9 6180 13,6 Santa Cruz 3456 10,4 1389 16,2 3399 8,8 4049 8,9 2270 15,8 Praia 1130 3,4 171 2,0 3571 9,2 4058 8,9 98 0,7 São Domingos 2109 6,3 621 7,2 2233 5,8 2528 5,6 353 2,5 Calheta de São Miguel 2288 6,9 544 6,3 2194 5,7 2467 5,4 1802 12,5 São Salvador do Mundo 1485 4,5 307 3,6 1579 4,1 1683 3,7 1161 8,1 S. Lourenço dos Órgãos 1211 3,6 329 3,8 1217 3,1 1313 2,9 1065 7,4 Ribeira Grande de Santiago 758 2,3 389 4,5 1348 3,5 1415 3,1 81 0,6 Mosteiros 1499 4,5 36 ,4 1351 3,5 1627 3,6 520 3,6 São Filipe 3010 9,0 90 1,0 2682 6,9 3311 7,3 1891 13,2 Santa Catarina do Fogo 997 3,0 28 ,3 913 2,4 1085 2,4 234 1,6 Brava 850 2,6 104 1,2 585 1,5 965 2,1 117 0,8 Cabo Verde 33309 100,0 8580 100,0 38748 100,0 45399 100,0 14380 100,0

Actualmente com o surgimento das novas tecnologias de produção é possível perceber que alguns agricultores têm investido no sector agrícola com o sistema de rega gota-gota usando parcelas de terras cada vez maior para produzir. E, em matéria de agricultura de regadio, o Concelho de Santa Catarina está posicionado em segundo lugar depois do Concelho de Santa Cruz (Vide o quadro, acima).

Por outro lado, após a criação das barragens em algumas ilhas do país percebe-se um certa preocupação do Ministério da Agricultura o órgão governamental que coordena todo o sector agrícola nacional em inculcar na mente dos agricultores a ideia de empresarializar o sector, isto é, organizar a produção agrícola visando melhorar a qualidade dos produtos e fazer com que os mesmos consigam concorrer em pé de igualdade com os produtos importados. Neste sentido, hoje já é possível perceber um número cada vez maior de produtores que vêm desenvolvendo a actividade agrícola numa lógica empresarial e que têm conseguido participar no abastecimento de parte dos empreendimentos turísticos no país. Entre os produtos derivados do sector agrícola comercializados pelos produtores pode-se destacar: a

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 136 confecção de doces e licores diversos, a produção de aguardente e mel de cana sacarina, manufactura do queijo e manteiga e a salga da carne de porco.

O quadro, abaixo, descreve outras formas de organização para a exploração do sector agrícola que o país apresenta no momento e, o concelho de Santa Catarina detém um número significativo dessas organizações, posicionando em terceiro lugar, depois de Praia (segundo lugar) e, São Vicente, que ocupa o (primeiro lugar).

Tipo Exploração não Familiar CONCELHO Empresa Instituição Outra Total Cooperativa Associação Instituição Publica Escola Igrejas ONG Agrícola Privada Empresa Coluna 1 Coluna 2 Coluna 5 Coluna 4 Coluna 3 Coluna 9 Coluna 8 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 10 Coluna 11 Cabo Verde 140 9 3 5 23 1 65 8 5 21 São Vicente 29 2 0 1 3 1 9 1 1 11 Santa Catarina 16 1 0 0 2 0 11 1 0 1 Praia 17 2 0 0 3 0 6 2 1 3 Fonte: RGA 2015

PECUÁRIA

A actividade pecuária, em todo o país, é uma actividade estreitamente associada à agricultura praticada pelas explorações familiares e, no concelho de Santa Catarina não é diferente, o interessante é o nível de desenvolvimento dessa actividade no concelho que está em um estágio superior aos outros concelhos do país. É através da actividade pecuária que as famílias conseguem se sustentar e, ainda, abastecer o mercado local. Hoje em dia já é possível também ver produtores que investem na actividade pecuária visando produzir em grande escala e abastecer o mercado turístico nacional, especialmente, em matéria de frangos.

Segundo os dados Recenseamento Geral Agrícola (RGA) de 2015, o Concelho de Santa Catarina é reconfirmado como sendo o maior do País em termos de produção pecuária. Nessa data, detinha o maior número de Bovinos, Caprinos e Suínos. A suinicultura ocupava o lugar cimeiro, com o maior número de cabeças. Seguindo-lhe os bovinos e caprinos. Santa Catarina é ainda o principal produtor da carne bovina e o maior fornecedor de carne a nível nacional. Neste cenário, é importante referir, ainda, que Assomada é o maior mercado de venda de gado da ilha de Santiago e do país. (vide o quadro, abaixo)

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 137

NÚMERO DE ECFETIVOS POR ESPÉCIE EFECTIVOS POR ESPÉCIE E SEXO

Bovinos Caprinos Ovinos Suínos Bovinos Caprinos Ovinos Suínos CONCELHO Total Total Total Total Macho Fêmea Total Macho Fêmea Total Macho Fêmea Total Macho Fêmea Total Ribeira Grande 325 1.367 56 1.175 147 442 589 664 4.109 4.773 63 407 470 866 1.001 1.867 Paul 219 387 5 707 70 255 325 133 1.090 1.223 8 14 22 496 583 1.079 Porto Novo 481 1.542 35 1.473 173 695 868 873 15.883 16.756 28 119 147 1.035 1.489 2.524 São Vicente 163 618 56 1.437 92 245 337 462 4.133 4.595 83 204 287 1.526 2.413 3.939 Ribeira Brava 446 1.078 287 834 169 418 587 930 2.542 3.472 214 484 698 529 787 1.316 Tarrafal de São 178 316 178 599 60 177 237 224 686 910 149 387 536 399 547 946 Nicolau Sal 75 114 42 482 37 118 155 150 719 869 51 200 251 741 884 1.625 Boavista 132 637 46 432 140 365 505 1.547 7.622 9.169 492 190 682 481 775 1.256 Maio 536 656 33 626 567 1.364 1.931 1.578 7.602 9.180 38 82 120 687 1.291 1.978 1.26 Tarrafal 1.682 1.410 817 2.609 593 1.716 2.309 935 2.275 3.210 614 1.879 2.117 2.817 4.934 5 1.33 Santa Catarina 3.446 2.919 506 4.983 3.072 4.403 2.011 4.898 6.909 416 787 1.203 4.316 5.022 9.338 1 Santa Cruz 1.942 1.889 505 3.393 742 1.967 2.709 1.141 3.607 4.748 412 913 1.325 2.865 4.040 6.905 Praia 568 1.353 314 2.970 442 949 1.391 1.453 3.637 5.090 423 900 1.323 3.417 4.489 7.906 São Domingos 1.745 1.571 538 1.954 839 2.120 2.959 898 3.281 4.179 358 854 1.212 1.776 2.263 4.039 Calheta de São 1.634 1.371 310 2.148 517 1.414 1.931 792 2.376 3.168 231 430 661 1.600 2.428 4.028 Miguel São Salvador do 1.190 858 124 1.471 396 1.008 1.404 397 1.015 1.412 77 124 201 1.161 1.393 2.554 Mundo S. Lourenço dos 884 697 84 1.029 339 855 1.194 364 1.097 1.461 61 158 219 899 1.116 2.015 Órgãos Ribeira Grande de 856 786 145 1.261 485 1.104 1.589 1.045 3.003 4.048 173 932 1.105 1.385 1.927 3.312 Santiago Mosteiros 781 956 6 633 253 724 977 436 1.806 2.242 8 19 27 459 484 943 São Filipe 905 2.519 34 1.816 407 1.169 1.576 1.816 12.050 13.866 54 114 168 1.465 1.975 3.440 Santa Catarina do 578 1.037 34 458 212 744 956 473 4.036 4.509 18 50 68 247 425 672 Fogo Brava 333 352 6 201 204 463 667 216 1.625 1.841 7 14 21 124 165 289 Total 19.099 24.433 4.161 32.691 8.215 21.384 29.599 18.538 89.092 107.630 3.978 8.647 12.625 28.591 38.314 66.905

Fonte: RGA 2015 (Dados Preliminares)

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 138

O problema da actividade pecuária e da agricultura no concelho de Santa Catarina é o mesmo, preende-se com a falta de chuva, pois quando não houver a chuva não só o concelho sentem as consequências como também todo o país. Por outro lado, com a falta da chuva, para além da falta do milho que é um dos principais alimentos nutritivos dos animais, a falta de pastos muitas das vezes colocam os criadores em situações críticos levando os animais a situações de autêntica desnutrição e desvalorização no mercado. Este ano de 2017 reflecte de forma emblemática os impactos da falta de chuva no Arquipélago de Cabo de Verde.

Entre os tipos de criadores existentes do concelho destaca-se os Criadores associados à exploração tradicional e os Criadores associados à exploração melhorada. O primeiro, dedicam-se à criação essencialmente de caprinos/ovinos e suínos em regime extensivo. Utilizam raças locais e tecnologias tradicionais. Já o segundo, dedicam-se à criação de animais de raça local/melhorada, em regime semi-estabulado e estabulado. Estes criadores utilizam melhores tecnologias em termos de manejo, alimentação e cuidados sanitários.

Finalizando este eixo de extrema importância para o desenvolvimento do concelho pode-se afirmar com base nos dados apresentados que os sectores da Agricultura e Pecuária constituem uma das áreas da economia local de maior relevância e, acredita-se que uma aposta continuada nesses sectores através de investimentos estruturantes pode consubstanciar como uma das estratégias fundamentais e assertivas que poderá ser adopta pela autarquia local e, por conseguinte, liderar o mercado nacional com produtos derivados desses dois sectores.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 139

AGRICULTURA – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

 Disponibilidade de terrenos;  Geração de Emprego e renda para as famílias;  Zonas com muitas potencialidades agrícolas, tais como: João Berneardo, Entre  Acesso ao mercado turístico; Picos, Rincão, etc.  População Jovem;  Forte crescimento global do consumo de bens alimentares;  Terrenos relativamente férteis;  Procura crescente de produtos biológicos, de época, nomeadamente s Existência de infra-estruturas hidráulicas que permite desenvolver actividade da dieta mediterrânica; agrícola;  Imagem positiva junto da opinião pública sobre a importância do  Existência da Barragem de saquinho e de Flamengo que fazem parte do sector agro-alimentar para a recuperação da economia cabo-verdiana; concelho;  Incentivo ao turismo rural.  Existência de um centro de colheita;  Feira do Gado que permite a exposição e venda dos gados.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

 Falta de normas que permite melhor gestão da água;  Aumento da intensidade de fenómenos climáticos adversos;

 Baixa produtividade agro-pecuária;  Má gestão do terreno por parte dos agricultores mesmo sabendo das  Muitas terras, porem fragmentadas o que não permite a produção em potencialidades das áreas agrícolas; escala;  Volatilidade dos preços das matérias-primas e dos consumos  Falta de um sistema de logística e de distribuição a nível nacional que intermédios agrícolas; permite o escoamento da produção agro-pecuária inter-ilhas;  Enquadramento macroeconómico e financeiro desfavorável ao  Falta de um Centro de Transformação que não se limita apenas a financiamento dos investimentos públicos e privados no contexto do formação; sector agro-alimentar nacional;  Explorações de reduzida dimensão física e económica, e fragmentadas,  Seca prolongada; com problemas de viabilidade.  Intensificação da erosão costeira;  Surgimento de novas pragas e doenças;  Eventuais dificuldades na mobilização de fundos necessários à implementação da dinâmica de desenvolvimento agrícola e rural segundo a visão e as expectativas dos actores políticos;  Hiper-sensibilidade dos preços derivado às irregularidades das

chuvas. Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 140

DIMENSÃO ECONÓMICA

AGRICULTURA – EIXO ESTRATÉGICO

AGRICULTURA – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Alavancar o sector agro-pecuário do concelho através de novos investimentos e da sua integração a outras regiões agrícolas no país e aos mercados turísticos nacionais; ;

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STHEKHOLDERES ODS/PROGRAMA ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS

CRIAÇÃO DE UM FUNDO DE EMERCIA PARA PERIODOS DE Mitigar os efeitos do mau MAU ANO AGRÍCOLA ano agrícola

. Ministério de

Criar condições para os Agricultura e criadores preparam os seus INVESTIMENTO NO Apostar no sector Desenvolvimento 1, 2, 3, 8 CRIAÇÃO DE UM MATADORO produtos no Concelho de agriculta visando gerar Rural – MDR SECTOR AGRO-PECUÁRIO SEMI-INDUSTRIAL Santa Catarina antes de riquezas no concelho transportá-los para outros . PRO-EMPRESA . BANCOS concelhos

CRIAÇÃO DE UM FUNDO DE Permitir os pequenos APOIO PEQUENOS agricultores/empreende EMPREENDEDORES NO dores o acesso ao SECTOR AGRÍCOLA crédito.

CRIAÇÃO DE EMPRESAS NO SECTOR AGRO-PECUÁRIO. . Ministério de Agricultura e EMPREENDORISMO NO Desenvolver o sector CRIAÇÃO DE Empresarializar o sector Desenvolvimento 1, 2, 3, 8 SECTOR AGRÍCOLA agrícola. COOPERATIVAS agro-pecuário. Rural – MDR . ADEI CRIAÇÃO DO GABINETE DE APOIO AO . BANCOS EMPREENDEDOR - GAE

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 141

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STHEKHOLDERES ODS/PROGRAMA ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS

Integrar duas regiões

CRIAÇÃO DO PORTO com forte potenciais DE RIBEIRA DA BARCA agro-pecuário. Região . Ministério de Norte das ilhas do Fogo e Agricultura e Santiago. Desenvolvimento Permitir o escoamento INTEGRAÇÃO DE Rural – MDR 1, 2, 3, 8 da produção agro- . REGIÕES AGRÍCOLA PRÓ-EMPRESA pecuária. . BANCOS CRIAÇÃO DE . Ministério da

EMPRESAS DE Ligar Santa Catarina aos Economia; . Cabo Verde Trade TRANSPORTES outros concelhos e Invest TERRESTRES E outras ilhas. MARÍTIMOS

Identificar os possíveis proprietários . Ministério de Permitir uma maior Agricultura e ORGANIZAÇÃO DAS RECADASTRAMENTO gestão do território Identificar terrenos Desenvolvimento 1, 2, 3, 8 ÁREAS AGRÍCOLAS agrícola do concelho. DO TERRENO possíveis de ser Rural – MDR . PRÓ-EMPRESA atribuídos a grupos de . BANCOS jovens para produzirem

para tempo determinado

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 142

DIMENSÃO ECONÓMICA

TECIDO EMPRESARIAL - EIXO ESTRATÉGICO

TECIDO EMPRESARIAL - DIAGNÓSTICO

A riqueza de uma nação é mensurada sobre tudo pela capacidade das empresas produzirem bens e serviços. A maior parte dos produtos e serviços comercializados no mercado são oferecidos pelas empresas, são elas que suprem as necessidades das nossas sociedades em matéria de bens e serviços da primeira e segunda necessidade.

Os dados sobre o tecido empresarial cabo-verdiano revelam que esse sector encontra em franco crescimento apesar das várias crises económicas que aconteceram nas duas últimas décadas, nomeadamente, a crise na imobiliária de 2008 que teve o seu início nos estados unidos mas que depois teve seus impactos nas várias economias ao redor do mundo, a crise na zona euro. Essas duas crises tiveram os seus reflexos na maior parte dos países, sobre tudo, os países em desenvolvimento que dependem da ajuda externa como é o caso de Cabo Verde.

A nível nacional, os dados do Instituto Nacional de Estatística, indicam que em 2007 o número do efectivo de empresas activas era de 7512 empresas, em 2011 esse número evoluiu para 8957, em 2015 esse número passa para 9357. O número de pessoal ao serviço evoluiu de 46.567 em 2007 para 51.411 em 2012 e 52.783 em 2015. O volume de venda dessas empresas era de 191.285 em 2007 e evolui para 250.822 em 2012 e, 251561 em 2015.

A evolução recente ocorrida no sector empresarial cabo-verdiano é extremamente importante tendo em conta que este cenário demostra alguma consistencia por parte das empresas em matéria de competitividade, organização, produtividade, aspectos que tornam as empresas cada vez mais preparadas para concorrer no mercado.

A nivel da ilha de santiago, também, os dados são animadores, o tecido empresarial tem crescido de forma interrupta, em 2007 o número de empresas na ilha de santiago era de 3.233, em 2012, era de 4062 e em 2015 o número de empresas a operar na ilha de santiago era de 4.233.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 143

Em termos do pessoal ao serviço, os dados apontam que em 2007 havia cerca de 22.640, em 2012 (25.011) e, em 2015 (23.724). No que tange ao volume de negócio em 2011 as empresas ativas na ilha de santiago apresentaram um volume de 135.017.860 e, em 2015, (117.139.033), fazendo a ilha se apresentar como a primeira do país em matéria de número de empresas activas, número de pessoas empregadas, e volume do negócio. A ilha de santiago é responsável por cerca de 50% do volume do negócio das empresas do país. (INE, 2015)

A mesma dinâmica de crescimento do tecido empresarial também é verificado no Concelho de Santa Catarina, em 2007, o concelho contava com 412 empresas activas, já em 2012 passou para 527. Em matéria de pessoal ao serviço nessas empresas, era de 1.286 em 2007 cresceu para 1.313 em 2012. Em matéria de volume de negócio em 2007 era de 1.794 e, em 2012 passou para 2.139 milhões de escudos. Segundo os dados do recenseamento empresarial de 2010 a maior parte do pessoal ao serviço trabalham em empresas privadas. E o sector que mais emprega a nível do concelho é Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, com 1.437, seguido do sector de construção civil com 1.280.

Um estudo realizado pelo INE, 2015, que analisa as empresas que se preocupam com a inovação, o estudo constatou que das 100% das empresas inqueridas se preocupam em inovar, e entre os tipos de inovação: inovação de produto, inovação de processo, inovação operacional e inovação de marketing, constaram que a maior parte das empresas a nível nacional estão preocupados com a inovação do produto, em segundo lugar com a questão de marketing. Já as empresas do Concelho de Santa Catarina estão mais empenhadas em matéria de marketing. As estratégias de marketing são de extrema importância para garantir a satisfação dos clientes e consequentemente a fidelização dos mesmos. Neste sentido, pode-se afirmar que as empresas do concelho tem estado preocupadas em prestar um serviço de qualidade para os clientes visando consolidar os seus espaços no mercado e alcançar os seus objectivos e metas.

Com base num estudo realizado junto das organizações que trabalham na promoção do tecido empresarial local, nomeadamente, Agencia Cabo-verdiana de Desenvolvimento Empresarial e Inovação - ADEI, Câmara de Comércio; e entrevistas dirigidas a vários empresários locais, foi possível perceber os pontos forte, pontos fracos, oportunidades e ameaças existentes no sector empresarial do concelho.

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TECIDO EMPRESARIAL – ANÁLIS SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES s

. Existência de um sector de agronegócio com forte potencial para geração de emprego e renda para os jovens do concelho com . Empresários/empreendedores com poder financeiro e materiais; iniciativas empreendedoras;

. Empresários com parcelas de terrenos que permitem instalar grandes . Possibilidades de envolvimento e participação em feiras de negócios empreendimentos industriais, etc; e formações;

. Instituições no concelho tais como: CRP, ADEI e CÂMARA DE COMÉRCIO . Existência de um quadro legal favorável à proliferação de micro e

que apoiam e assessoram os empresários locais das mais diversas áreas; pequenas empresas e ao incentivo dos empreendedorismos jovem;

. Predisposição das unidades económicas na utilização de instrumentos de gestão . Existência de meios alternativos à forma tradicional de que lhes garantam a competitividade (actual e futuro); financiamento ao dispor das empresas;

. Existência de uma consciências das unidades económicas na criação de cadeia de . Existência de uma localização para o parque industrial; valor. . Existências de fundo de garantia para apoiar o empreendedorismo.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Inexistência de uma cultura de financiamento pela via do capital alheio . Falta de formação sobre gestão de negócios/empresa por parte da . Muitas empresas a operar de forma informal; maioria dos empresários locais; . Fraca aderência ao cumprimento da produção de informações . Emigração; contabilísticas aos utentes de informação financeira; . Uso de financiamento para fins pessoais; . Curta duração do ciclo de vida das empresas a operar no mercado; . Concorrência desleal; . Resistência a formação; . Excesso de burocracia na concessão de crédito. . Falta de orientações e organização dos empresários locais; . Empresários com poder financeiro, porém sem visão de negócio que os permitem aproveitarem as oportunidades existentes no concelho.

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DIMENSÃO ECONÓMICA

TECIDO EMPRESARIAL – EIXO ESTRATÉGICO

TECIDO EMPRESARIAL – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Promover o tecido empresarial local incentivando as empresas a inovar e a ter maior responsabilidade social e ambiental;

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

. Cabo Verde Trad . Reconhecer publicamente Invest; as empresas que têm contribuído para o . Ministério de PROMOÇÃO DO Contribuir para o desenvolvimento do Economia; TECIDO desenvolvimento do tecido BUSINESS GALA concelho. empresarial local e gerar EMPRESARIAL . Câmara de mais riqueza no concelho. . Incentivar as empresas a Comércio; 1; 8 e 10 LOCAL inovarem e serem mais competitivas. . Empresas de Organização de Eventos.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 146

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

Treinar todos os

EXCELENCIA NO funcionários que trabalham na parte do front-offes nas ATENDIMENTO. empresas do concelho. . Cabo Verde Trad Invest;

. Ministério de CRIAÇÃO DE Economia; Contribuir para o . CMSC SUBSÍDIO DE PROMOÇÃO DO desenvolvimento do Potencializar o surgimento . Câmara de 1; 8 e 10 TECIDO tecido empresarial local FOMENTO AO de novos negócios. Comércio;

EMPRESARIAL e gerar mais riqueza no EMPREENDEDORIS . LOCAL concelho. MO LOCAL . IEFP;

. Empresas de Organização de Eventos. Permitir a Câmara FORMALIZAÇÃO arrecadar mais impostos e DAS EMPRESAS ter maior controle sobre os negócios no concelho.

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DIMENSÃO ECONÓMICA

TURISMO - EIXO ESTRATÉGICO

TURISMO - DIAGNÓSTICO

O turismo é hoje considerado por vários políticos, pesquisadores e organismos internacionais, como uma oportunidade para o desenvolvimento dos países mais pobres. As pesquisas realizadas periodicamente pelo World Travel and Tourism Council (WTTC) e Organização Mundial do Turismo evidenciam o potencial de crescimento deste importante setor da economia mundial.

A previsão da OMT é que as chegadas internacionais alcancem 1,6 bilhões de pessoas, até o ano de 2020. Destas chegadas do mundo inteiro em 2020, a OMT prevê que 1,2 bilhões serão intra-regionais, e 378 milhões serão viajantes de longo curso. OMT (2011).

Nos últimos anos, os países africanos têm atraído turistas de diversas partes do mundo, um dado importante, se entendermos que quanto maior é a entrada dos turistas nesses países, maiores são os gastos feitos por eles, e, por conseguinte, a receita gerada. Nem a última crise económica mundial que afetou a maioria dos países e continentes foi capaz de interromper o crescimento do turismo no continente africano, em termos de chegadas internacionais. OMT (2011).

Em Cabo Verde, o turismo é considerado actualmente o principal motor de desenvolvimento da economia nacional, chegando a representar 21% no PIB em 2008 e, em 2016, respeitando os 70,2 %, em média, do total das receitas geradas pelo sector dos serviços como um todo (BCV, 2016). Nos últimos anos, tem sido um dos destinos muito procurados pelos turistas, que viajam por motivos profissionais, negócio e, sobretudo, o procuram para satisfazer os seus desejos de lazer.

Segundo os dados do Banco de Cabo Verde a atividade turística nacional teve uma performance favorável em 2016, determinada pelo aumento da procura turística internacional, medida em termos de entrada de hóspedes não residentes nos estabelecimentos hoteleiros, em 15,1 por cento (9,8 pontos percentuais acima do valor registado em 2015).

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 148

O aumento da procura turística internacional por Cabo Verde superou tanto o crescimento da procura turística mundial (que, entretanto, desacelerou de 4,6 para 3,9 por cento) como o forte aumento da procura dirigida à Africa Subsariana (em 10,7 por cento). Terá sido determinado pelo aumento do rendimento disponível dos viajantes, reflexo da melhoria das condições no mercado de trabalho dos principais mercados emissores do turismo nacional e da desinflação dos preços no consumidor, pelo alargamento da oferta e consequente aumento do marketing do país e, em certa medida, pela preferência de turistas por destinos mais seguros. (BCV, 2017).

A tabela 8, apresentada, abaixo, descreve os principais indicadores do turismo em Cabo Verde, demostrando o potencial desse setor importante da economia nacional.

A despeito da tendência crescente do sector do turismo a nível da economia global, do continente africano, de Cabo Verde, o concelho de Santa Catarina não tem registrado uma evolução rápida e consistente. Os dados que serão apresentados a seguir demostram efectivamente que a dinâmica do turismo no concelho tem sido muito fraco, em outras palavras, a economia do turismo nesse destino encontra-se estagnado não obstante o forte potencial turístico existente no concelho.

Para melhor compreensão da situação do sector do turismo no Concelho de Santa Catarina os dados do turismo relativamente ao município serão sempre comparados com os do município do Sal, Boavista e São Vicente que lideram em matéria de destino turístico em Cabo Verde,

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 149 por outro lado, vamos considerar o concelho do Tarrafal por ser o destino mais próximo e o concelho da Praia por ser o principal destino da ilha de Santiago.

Analisando os dados do INE, resultado da pesquisa da oferta turística em Cabo Verde e por concelho percebe-se que o concelho está longe de ser considerado um destino turístico tendo em conta o número muito insignificante de alojamentos turísticos. Santa Catarina em 2016 tinha apenas (1 hotel), (1 pensão), (1 pousa) e apenas (1 residência turística) em exercício. Resumindo, o Concelho contava apenas com 4 estabelecimentos de alojamento disponíveis. Estes dados explica o fato de épocas de festas o concelho não dispor de números de alojamentos suficientes para hospedar os turistas que visitam o concelho em épocas festivas, nomeadamente, a festa da padroeira do concelho nossa senhora de Santa Catarina comemorada no dia 25 de Novembro e nossa senhora de Fátima celebrada 13 Maio, festas essas realizadas em dois pontos importantes do concelho.

Apesar de pouco estabelecimentos um número significativo de turistas visitaram município em 2016. Os dados apontam que cerca de (1.746) Hospedaram nos estabelecimentos nos concelhos com um total de dormidas de (3.989). Para além dos turistas que tinham como destino o Concelho há aqueles atravessaram o centro da cidade tendo como destino final o concelho do Tarrafal vizinho de Santa Catarina. Os dados apontam que durante o ano de 2016 (4.678) escolheram Tarrafal como destino e esse mesmo número gerou um total de dormidas de (14.086).

Com base nesses dados pode-se constatar que assomada em um destino turístico potencial tendo em conta o número do turista que circula no seu território e que poderia gerar receitas significativas para o município. O município do Tarrafal vizinho que é um dos principais destinos turísticos da ilha de santiago gerou três vezes mais o número de dormidas do que Santa Catarina, esse número é extremamente importante se entendermos que quanto maior for a dormida no destino mais é a possibilidade do turista gastar no destino. E os destinos considerados sustentáveis eles apostam na retenção dos turistas gerando maior número de dormidas em vez de apostar na quantidade dos turistas que procuram o destino.

Entre os países principais emissores de turistas para o concelho de Santa Catarina está a frança que lideram o ranking com (552), em segundo lugar está a Alemanha com (203), em terceiro lugar a Bélgica e Holanda que soma um total de (61) e, em quarto lugar está Portugal com 38.

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Um outro dado importante relativamente ao desenvolvimento do turismo no Concelho de Santa Catarina apreende-se com os factores que determina a escolha dos destinos, pois os dados indicam que os destinos que mais receberam os turistas em Cabo Verde são aqueles onde os estabelecimentos de alojamento ofereçam outros serviços aos turistas para além do serviço de hospedagem, tais como: serviços de Restauração, Ginásios, Piscinas, Bar, Discoteca, Sala Reunião, Lojas, Ténis, Sala de Jogo, Excursões, WiFi, Televisão a Cabo e Outros.

Face a esses dados percebe-se que o crescimento do sector do turismo no concelho passa, também, pela capacitação dos proprietários e empreendedores do sector do turismo em matéria de gestão de hotelaria.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 151

TURISMO – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Existência de vários produtos turísticos no concelho nomeadamente: Serra malagueta, Arvore Poilom

na Boa Entrada, Gruta de Aguás Belas, Achada leite, Casa Amilcar Cabral, Estatua da Amilcar Cabral; . Criação de vários tipos de negócios ao redor do parque natural; Monte Brião em Rincão; Produtos de Terra na fundura, Cerâmica nos engenhos, instalações antigas de . Produtos turísticos que precisam ser lapidados e projectados; fábrica de grogue; panos de terra, etc; . Criação de rotas/circuitos turísticos voltado para o turismo . Todo manancial da história do concelho de Santa Catarina, tais como a revolta de ribeirão Manuel e rural, de montanha e cultural. história dos escravos na ribeira de Engenho que liga a Ribeira Grande de Santiago; . Recuperação das casas antigas para os alojamentos turísticos; . sExistência de várias agências de viagens, porém sem outros serviços/produtos, limitando apenas a . Recuperação e valorização dos “trapiches”; venda de bilhetes de passagens; . Valorizações da cultura local (historias populares, costumes, . Turismo Rural e Cultural; tradições, etc; . Existência de edifícios históricos; . Classificação da arvore Poilão como um monumento natural, . Características da própria cidade; valorizando a zona onde se encontra e realização de visita ao local pelas guias turísticas; . Zonas portuárias como Rincão e Ribeira da Barca; . Turismo cultural e religioso; . Existência de paisagens lindas no concelho; . Movimentar o sector da Hotelaria; . Vários tipos de produtos artesanais; . Existência de um ponto de informação turístico.

AMEAÇAS PONTOS FRACOS

. Falta de visão por parte dos empresários e potenciais empreendedores locais para perceber as

oportunidades de negócios existentes no sector do turismo do concelho; . Falta de formação sobre gestão de negócios/empresa por parte da maioria dos empresários locais que atuam no sector do . Falta de locais de hospedagem (residências turísticas, pensões, hotéis), restaurantes, turismo; esplanadas, nas proximidades dos pontos turísticos tais como: o caso da serra malagueta e . Degradação do meio ambiente; poilom; . Degradação património natural e cultural; . Saneamento Básico insuficiente; . Falta de guias turísticas a funcionar de formar organizado; . Infra-estruturas insuficientes; . Falta de divulgação e exploração do sector do turismo no concelho; . Vandalismo (roubo e a delinquência juvenil); . Vontade Política; . Não integração do pessoal/mão-de-obra formada no sector do turismo; . Carência de know-how no sector turístico; . Falta de sinalização, . Problemas com o armazenamento do lixo. . Falta de organização dos produtos turísticos; . Falta de Saneamento; . Fraca exploração dos museus doPlano concelho. Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 152

DIMENSÃO ECONÓMICA

TURISMO – EIXO ESTRATÉGICO

TURISMO – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Desencravar a economia do turismo do concelho e projectar Santa Catarina enquanto Marca Turística;

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

Potencializar o

CRIAÇÃO DO desenvolvimento turístico MASTER PLAN DE nas zonas reservadas para

ZDTI captação de investimentos turísticos.

Gerir o destino Turístico CRIAÇÃO DO Local, elaborando estudos, GABINETE DO . Câmara Municipal planeamento, e promoção ORGANIZAÇÃO DO Organizar o sector visando TURISMO de Santa Catarina; do destino. 1; 8; 9 e 17 SECTOR DO TURISMO projectar o concelho de Santa Catarina enquanto . Ministério da DO CONCELHO destino turístico. Economia MAPEAMENTO DOS Identificar todos os PRINCIAIS PRODUTOS produtos turísticos locais. TURÍSTICOS

POSTO DE Ter um espaço para

INFORMAÇÃO orientação dos turistas através da disponibilização TURÍSTICA COM GUIAS DISPONVEIS das informações turísticas.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 153

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

Elaborar trilhos e REQUALIFICAÇÃO itinerários turísticos do DOS ESPAÇOS NAS município. PRÓXIMIDADES DAS

7 MARAVILHAS DO Construir espaços de

CONCELHO convívio para prática do . Ministério da campismo. Economia

PROMOÇÃO DO Reforçar as competências INVESTIMENTO dos operadores turísticos . Gabinete do DIRECIONADO AO locais e atrair novos CAPACITAÇÃO DOS Capacitar os Turismo da SECTOR DO TURÍSMO investimentos turísticos AGENTES DO 1; 4; 8; 9 e 17 para o concelho. SECTOR TURÍSTICO. trabalhadores, dirigentes CMSC; e operadores do sector do turismo local. . Gabinete de Comunicação e imagem da CMSC. Permitir os turistas CRIAÇÃO DOS contemplarem a beleza do MIRADORES DO concelho a partir de vários CONCELHOS pontos.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 154

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

. CMSC; PROJECÇÃO DA Integrar o concelho na INTEGRAÇÃO DE ECONOMIA Integrar o Concelho na cadeia produtiva do turismo SANTA CATARINA . Ministério do TURISTICA LOCAL A Rota Turística Nacional e que envolve várias outras COMO DESTINO empresas, nomeadamente, Turismo; 1; 8; 9 e 17 NÍVEL Internacional TURÍSTICO operadores turísticos, INTERNACIONAL agência de viagens, hotéis, . Agentes transportadoras aéreas, etc. Turísticos

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 155

DIMENSÃO ECONÓMICA

COMÉRCIO - EIXO ESTRATÉGICO

COMÉRCIO - DIAGNÓSTICO

O comércio constitui um outro sector da economia cabo-verdiana que tem dado um grande contributo no desenvolvimento da economia nacional e local. Os dados do INE, 2013, apontam que das 4.281 empresas que se dedicam ao comércio, 88% das mesmas estão no comércio a retalho e empregam cerca de 68% do total de pessoal ao serviço no comércio. Já no que tange ao volume do negócio as empresas do comércio a retalho representam apenas 31% do volume de negócios do comércio, enquanto que o comércio a grosso responde por 66% do volume de negócios do sector gerado pelo sector do comercio no Arquipélago.

Os dados indicam ainda que 85,7% das empresas do sector do comércio são Empresas em Nome Individual 81,5% são consideradas microempresas e 92,6% das empresas que dedicam ao comércio tem até 5 pessoas ao serviço. Esses dados demostram a fragilidade do sector informal visto que a maior parte dessas empresas são pequenas, não contam com uma estrutura organizacional bem estruturada, não conta com instrumentos estratégicos de gestão tais como: plano estratégico, plano de marketing e, etc.

A ilha de Santiago pelo facto de sediar a capital do país agrupa um número significativo de empresas do sector do comércio. Segundo os dados, das 12.253 pessoas ao serviço no sector do comércio, em 2013, 49,6% estavam na ilha de Santiago, que também alberga 43,8% das empresas comerciais do país. No período de 2009 a 2013, em termos gerais, registou-se uma diminuição de 10,1% no total de pessoas ao serviço no comércio. (INE, 2013)

Segundo os dados a maior parte das empresas (68,4%) está envolvida com o comércio de bens alimentares, empregando cerca de 53,4% do total de pessoal ao serviço do sector e contribuindo com 44% no volume de negócio total da actividade comercial. (INE, 2013).

No âmbito dos concelhos do país Santa Catarina encontra-se muito bem posicionado em matéria de comércio, particularmente o comércio a retalho que é mais expressivo em todos os concelhos do país. Os dados indicam que Santa Catarina encontra em terceiro lugar. Praia com 832, São vicente, 785, Sal 25, e Santa Catarina 203. Portanto, o número significativo de comércio a nível nacional estão localizados no concelho dando um contributo importante no desenvolvimento económico e social do concelho gerando emprego para as famílias e contribuindo para o crescimento do Produto Interno Bruto local e nacional.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 156

Não é possível falar do sector do comércio em Cabo Verde e especialmente no Concelho de Santa Catarina sem se referir ao comércio informal, por ser um país ainda em fase de desenvolvimento, registando um índice significativo de pobreza, muitas pessoas resolvem se empreender no sector de comércio visando ter acesso ao emprego e renda e, por conseguinte, melhorar as suas condições de vida.

Actualmente, percebe-se um número cada vez maior de cidadão com nível de formação profissional e superior a enveredar para sector do comércio e, muita das vezes começando com pequenas unidades de negócios operando na economia de forma informal. Num estudo versando sobre o comércio informal no concelho de Santa Catarina realizado por Vilma (2015) constatou um número interessante de jovens com formação superior que praticam o comércio informal.

Uma outra constatação importante desse mesmo estudo foi o facto de mais de 50% afirmarem estar interessados e dispostos a formalizar os seus negócios. Um dado extremamente importante se entendermos que após a formalização estarão sujeitos não só a pagar as taxas diárias para operarem como também contribuir pagando impostos que vão aumentar as receitas municipais. Receitas essas que poderão ser convertidas em infra-estruturas económicas que vão das mais condições ao sector do comércio.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 157

COMÉRCIO – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Grande vocação para o comércio; . Organização do Sector do comércio;

. Forte movimentação de pessoas dentro da cidade oriundos dos concelhos . Organização de cooperativas de empresários cabo-verdianos para circunvizinhos (Tarrafal, Calheta, Santa Cruz, São Salvador do Mundo e importar produtos da china; São Lourenço dos Órgãos); . Descentralização do comércio para outros pontos do concelho; . O nível de escolaridade tanto dos gerentes como dos colaboradores é . Formalização do comércio informal; médio alto; . Diminuição dos impostos para os pequenos comerciantes visando . Elevado grau de dedicação ao negócio em exclusivo; estimular o surgimento de novos negócios. . Grande equilíbrio entre as empresas novas e as mais antigas; . Fusões entre empreendimentos ou aliança de estratégias; . Vasto conhecimento em marketing; . Expansão de feiras e mercados; . Grande variedades de Produtos; . Maior disponibilidade de produtos e serviços; . Um novo produto ou serviço inovador. . PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Desorganização do sector de comércio; . Baixo nível de formação por parte da maioria dos comerciantes; . Poder de compra maioritariamente médio/baixo; . Fraca fiscalização hidro-sanitária; . Poucas medidas para fidelizar clientes embora estes sejam fieis; . Crise económica internacional; . Poucos registos de dados e informações sobre os clientes; . Forte exposição económica face ao exterior; . Tendência dos empresários para uma fraca adesão às novas tecnologias . Concorrência internacional; para o incremento das vendas; . Mudança de hábito e costumes; . Os produtos são semelhantes; . Apropriação . Baixa qualidade dos produtos ou serviços. . Falta de espaço para exposição dos produtos artísticos criados/fabricados no concelho, nomeadamente, produtos artesanatos de diversas naturezas.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 158

DIMENSÃO ECONÓMICA

COMÉRCIO – EIXO ESTRATÉGICO

COMÉRCIO – OBJECTIVO ESTRATÉGICO.

Organizar o sector de comércio do concelho e promover os produtos de origem local;

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

O Criar condições mais dignas CRIAÇÃO DE UM NOVO

para que os comerciantes MERCADO PARA OS

COMERCIANTES QUE do concelho possam comercializar os seus VENDEM NA VIA PÚBLICA produtos. . CÂMARA DE COMÉRCIO; ORGANIZAÇÃO DO Investir e melhorar o CRIAÇÃO DO Descentralizar os . PRÓ-EMPRES; 1; 2; 3; 8; 9; 10 e COMÉRCIO LOCAL sector do comércio local MERCADO investimentos em matéria . ASSOCIAÇÃO DE 12 MUNICIPAL DE COMERCIANTES RIBEIRA DA BARCA de mercados municipais.

Criar melhores condições CRIAÇÃO DO

MERCADO PARA para os produtores de

VENDA DE GADOS gado do concelho.

CRIAÇÃO DE ESPAÇO PARA EXPOSIÇÃO E Criar as condições para . CÂMARA DE Divulgar os produtos PROMOÇÃO DOS PROMOÇÃO DE que os produtores COMÉRCIO; made in Santa 1; 2; 3; 8; 9; 10 e PRODUTOS LOCAIS PRODUTOS LOCAIS possam divulgar e . PRÓ-EMPRESA; Catarina . ASSOCIAÇÃO DE 12 comercializar os seus COMERCIANTES CRIAÇÃO DE MAIS produtos. UM DIA DE FEIRA

PICO NA ASSOMADA

Plano Estrat égico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 159

DIMENSÃO ECONÓMICA

ECONOMIA DO MAR - EIXO ESTRATÉGICO

ECONOMIA DO MAR - DIAGNÓSTICO

A reduzida dimensão territorial contrasta com os 800.000Km2 de Zona Económica Exclusiva marítima (em perspectiva a sua extensão para 1.000.000 Km2 com o apoio de Portugal, Brasil e Noruega) o que permite a Cabo Verde, aproveitando a sua situação geoestratégica, ambicionar, a médio/longo prazo, posicionar-se como uma importante economia marítima com diversas valências: transporte de pessoas e mercadorias, reparação naval, base logística de pescas, transbordo de cargas e contentores (transhipment), abastecimento de navios (bunkering), indústria pesqueira, investigação oceanográfica, energia renovável e muitos outros domínios relacionados com o mar.

De acordo com um artigo do “Jornal Economia do Mar” (2014) as prioridades centram-se no reforço das instituições ligadas ao “cluster do mar” e concessão das operações portuárias, ainda sem modelo definido. Neste capítulo, de acordo com a mesma fonte, São Vicente representa cerca de 70% da economia marítima albergando estruturas institucionais e académicas de valia as quais urge capacitar e valorizar.

A construção de um Entreposto de Frio no Mindelo, a instalação de pequenas unidades de transformação de pescado e mesmo algumas acções de fornecimento de combustíveis a navios em alto-mar (bunkering), evidenciam a estratégia de Cabo Verde no que tange a economia marítima.

O “CIN-Centro Internacional de Negócios”, conceito que se constitui como plataforma franca comercial, e eventualmente industrial, deverá ter a sua localização em São Vicente. Com os olhos postos nos destinos abertos pelos acordos comerciais que Cabo Verde assinou com a União Europeia, os Estados Unidos/Canadá e CEDEAO, abre-se uma janela de oportunidade para a criação de uma plataforma logística atlântica de acesso aos 4 continentes que emolduram o Oceano Atlântico.

Também a investigação científica, em parceria com a instituição científica alemã GEOMAR, dá passos mais consistentes ligando-se ao conhecimento universitário. Refira-se neste capítulo o protocolo assinado com Portugal para a instalação de uma Escola do Mar com a “Escola Náutica Infante D. Henrique”, investigação oceanográfica e biologia marinha com as Universidades do Algarve, Porto e Lisboa.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 160

No domínio da pesca, as limitações são evidentes existindo no entanto alguns nichos de produto pesqueiro passíveis de identificação e exploração. A aquacultura, onde se conhecem algumas experiências embrionárias, carece ainda de confirmação da sua viabilidade.

Cabo Verde assume em Agosto deste ano a Presidência da Conferência de Ministros da comissão sub-regional de Pescas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o que traz responsabilidades, mas também muitas oportunidades para dar outra dinâmica a este importante setor a nível nacional.

No que concerne ao “Insight” da economia marítima Santa-catarinense é constatável que o mar assume-se como um dos ativos estratégicos, pois se bem desenvolvido, se bem planeado, se bem implementado, dará um contributo de grande importância para o desenvolvimento de Santa Catarina.

De acordo com a reportagem da RTC em maio de 2017 a Localidade da Ribeira da Barca, a pesca deixou de ser um meio confiável de sustentabilidade, pelo que apanha de areia representa um meio de subsistência para a população menos desfavorecida. Não obstante a existência de Unidade de Transformação de Pescados, a mesma não tem beneficiado os pescadores de Santiago Norte.

A limitada capacidade de agregação de valor, com particular ênfase no subsector da pesca artesanal, o reduzido envolvimento de produtores na comercialização dos seus produtos e deficiente organização e representatividade das estruturas associativas e os elevados custos operacionais de produção, são alguns dos constrangimentos enfrentados pelos profissionais ligados ao mar.

Não obstante os aspetos sobre-expostos o Poder Local Santa-catarinense pode delinear uma política governativa de promoção da cultura marítima e uma imagem do mar como portadores de futuro para Cabo Verde, desde a escola básica à universidade.

Precavendo obviamente para questões relacionadas com o financiamento do híper cluster Local, mormente na captação de investidores/financiadores não há cluster.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 161

ECONOMIA DO MAR – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Elevado potencial dos Portos de Rincão e Porto Ribeira da barca (localização geográfica e condições naturais favoráveis). . Boas acessibilidades marítimas; . Existência de condições para desenvolvimento de produtos orientados para segmentos em . Plano de água favorável; crescimento como o turismo sénior e desportivo; . O fundo não está sujeito ao assoreamento; . Aproveitamento das Atividades do Hypercluter do Mar Cabo-Verdiano; . Flexibilidade laboral e um bom clima socio-portuário; . Presidência de Cabo Verde na Conferência de Ministros da comissão sub-regional de Pescas da . Existência de áreas de expansão para infra-estruturas logísticas; CDEAO; . Posição geoestratégica privilegiada nas rotas marítimas eixo Sotavento, face à existente; . Turismo Náutico; . Capacidade portuária (porto de águas profundas) e espaço adjacente pronto para a fixação . Disponibilidade de áreas para projectos portuários;

de empresas logísticas e industriais; . Redução de custos através da economia de escala; . UTAV em Porto Ribeira da Barca. . Tendência de crescimento das trocas a nível mundial e aumento do comércio marítimo; . Atracção de grandes e médias empresas (valor económico); . Aumento das exportações por via marítima; . Novas indústrias de alto valor acrescentado.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Fraca rede de frio (refrigeração + congelação); . Limitada capacidade de agregação de valor, com particular ênfase no subsector da pesca artesanal; . Dependência do mercado externo no abastecimento de alguns produtos da pesca . Reduzido envolvimento de produtores na comercialização dos seus produtos e deficiente para transformação, e no escoamento dos produtos da pesca transformados; organização e representatividade das estruturas associativas; . Reduzido orçamento para implementação das atividades do sector; . Elevados custos operacionais de produção; . Fraca dimensão do mercado local; . Idade média de alguns segmentos da frota de pesca avançada; . Inexistência de meios financeiros próprios para financiamento de projetos ambiciosos; . Vulnerabilidade de alguns stocks por fragilidade dos ecossistemas, por pressão das pescarias ou pelo carácter migratório das espécies; . Ausência de hinterland. . Aquacultura em fase de implantação, incapaz de ser, uma verdadeira alternativa à pesca extrativa; . Contracção dos fluxos de comércio mundiais; . Baixo nível de escolaridade e formação de grande número dos profissionais ligados ao . Contracção do PIB nacional; sector; . Altos preços do combustível; . Fraca dimensão do mercado local; . Inexistência de terminais específicos para movimentação de cada tipo de mercadoria; . Incapacidade em termos de infra-estruturas e equipamentos, para atender determinados . A crise económica mundial; tipos de navios, bem como a movimentação de alguns tipos de mercadorias;

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DIMENSÃO ECONÓMICA

ECONOMIA DO MAR – EIXO ESTRATÉGICO

ECONOMIA DO MAR – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Criar uma organização especializada em assuntos do mar capaz de gerir o sector das pescas a nível local e capacitar os pescadores locais visando aumentar a eficácia na produção de pescados;

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

Organizar um fórum com . Associação dos projeção internacional, que pescadores e permita a partilha de Peixeiras; CRIAÇÃO DA SEMANA DA conhecimento e diminua a PESCA distância entre a . Direção Geral das comunidade piscatória e a Pescas; comunidade científica,  Desenvolver, em parceria . Câmara com o Centro de Emprego através da criação da PROAFPSP - PROGRAMA “Semana das Pescas; Municipal de AUTÁRQUICO DE FORMAÇÃO e Formação Profissional e 1; 2; 3; 4; 8 ; 10; PROFISSIONAL DO SETOR DAS universidades, estudos Santa Catarina; 12 e 14 PESCAS científicos sobre recursos . Universidades; marinhos na Região; . Associação dos Criar referenciais de CRIAÇÃO DE CURSOS formação para pescadores, pescadores e PROFISSIONAIS PARA OS PESCADORES de curta duração, que Peixeiras; incluam informação . Instituições científica atualizada; Internacionais ligados aos

Assuntos do Mar

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STHEKHOLDERES ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Construir uma Economia . Associação dos Local Dinâmica;

pescadores e  Fomentar a criação de  Servir de elo entre os Peixeiras; Unidades transformadoras assuntos ligados ao mar de agregação de valor ao . Direção Geral das no Concelho de Santa PROAIEPSC-PROGRAMA DE pescado em Porto de Pescas; CRIAÇÃO DE UM Catarina e os INCENTIVO À Rincão e da Ribeira da EMPRESARIALIZAÇÃO DO GABINETE MUNICIPAL StakeHolders . Câmara SETOR PESCAS NO Barca; SOBRE A ECONOMIA relacionáveis; 1; 2; 3; 4; 8; 9; CONCELHO Municipal de MARÍTIMA 10; 12 e 14

Santa Catarina;  Fomentar o crescimento  Promover Projetos ligados

do sector privado, do à pesca e à . Universidades; investimento e da empresarialização local . Associação dos produtividade; do mesmo. pescadores e  Modernizar e expandir as Peixeiras; infraestruturas locais das . Instituições pescas em moldes de Internacionais Subsidiariedade. ligados aos Assuntos do Mar

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DIMENSÃO ECONÓMICA

ENERGIA - EIXO ESTRATÉGICO

ENERGIA - DIAGNÓSTICO

Poucos são os países no mundo auto-suficientes na produção de energia. O Japão importa praticamente toda a energia que consome e até os Estados Unidos, com seu enorme território e seus recursos naturais, importam metade do petróleo que consome.

A China lidera o ranking mundial de investimentos no sector renováveis, seguidos de países como Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Itália, India e Japão, estes representam cerca de 70% da capacidade total mundial em energias renováveis, excluindo a energia hidroeléctrica.

No ano 2011 as energias renováveis compuseram mais de 25% do total energético global – capacidade gerada (estimada em 5360 GW) e ofereceram uma estimativa de 20,3% da electricidade global (Sawin, et al., 2012).

Em Cabo Verde, o abastecimento em energias exerce uma pressão considerável sobre a sua estabilidade macroeconómica e os recursos ambientais, pois a factura da importação de combustíveis absorve consideráveis recursos financeiros que poderiam ser direcionados para o investimento produtivo.

A disponibilidade de energias renováveis é um dos motores do crescimento económico e propicia a criação de postos de trabalho, permite a melhoria na produtividade, é, assim, particularmente importante, na melhoria no rendimento das pessoas.

De acordo com a compilação editada pelo Ministério da Economia Crescimento e Competitividade, em Junho de 2008, sobre a Política Energética de Cabo Verde, o sector energético em Cabo Verde é caracterizado pelo consumo de combustível fóssil (derivados do petróleo), biomassa (lenha) e utilização de energias renováveis, nomeadamente a energia eólica. O consumo de combustível fóssil é constituído pelos derivados do petróleo, a saber: a gasolina, o gasóleo, o fuel óleo, o Jet Al, o gás butano e os lubrificantes. O consumo de biomassa é basicamente constituído pela lenha utilizada nas zonas rurais e periféricas das cidades para a confecção de alimentos.

A DGE tem como finalidade tornar Cabo Verde o país cada vez mais verde, isto é, apostar forte no desenvolvimento de energias renováveis, onde o potencial estimado é de 2.600 MW de energias renováveis, tendo sido identificados mais de 650MW de projetos concretos com

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custos inferiores aos dos combustíveis fósseis. A predominância da energia solar e a alta disponibilidade da energia eólica representam há excelência de recursos no país. Para além de energias renováveis, a DGE tem como outros objetivos também de extrema importância, a eficiência energética. Cabo Verde assume a ambição até 2020 de estar no “Top 10” dos países com maior taxa de penetração de energias renováveis.

A dependência de um único operador na produção de eletricidade é um desafio. A ELECTRA, SARL cujo objecto económico-social é a produção, distribuição e comercialização da água e energia elétrica, ela tem fraca capacidade para gerir e dar respostas ao aumento da procura.

No quadro do projeto de Recuperação e Reforma do Setor Elétrico, financiado pelo Banco Mundial/IBRD e pelo Governo de Cabo Verde, no montante de 58,5 milhões de dólares foi inaugurada em 2015 a extensão da Central Única do Palmarejo. Com o investimento feito na produção e distribuição de energia, a distribuição passaram a ser feita através da Central Elétrica de Palmarejo através da linha de transporte de alta tenção para Calheta que serão repartidas através da média tenção para todo Santiago Norte e é distribuída no Santiago sul através da linha de média tenção.

O Projeto de Reforço das Capacidades de Produção, Transporte e Energia em Santiago consistiu, entre outras acções, no reforço da capacidade de produção da Central Elétrica do Palmarejo, que foi equipada com dois novos grupos, totalizando 22 MW de potência, para além da aquisição dos respetivos acessórios.

Após esse reforço, o total de potência térmica disponível na central passou a ser de 47 MW. Foi também construída uma moderna oficina de manutenção e reparação dos grupos, bem como um armazém de peças de reserva. Foi ainda construída, no quadro do projeto, uma nova rede de transporte para o interior de Santiago. Pela primeira vez implantou-se, no país, uma rede de alta tensão. São quarenta quilómetros de linha de alta tensão que liga a subestação do Palmarejo à subestação da Calheta. São construídas, de raiz, três novas subestações. Uma no Palmarejo de 50 MV, outra de 36 MVA, em Monte Vaca, ambas na Praia, e uma terceira em Calheta de 20 MVA.

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O projeto, que permitiu a interligação elétrica de Santiago, possibilitou melhorias e extensão nas redes de distribuição de média e baixa tensão nas cidades da Praia e Assomada, para além de melhor a iluminação pública e permitir milhares de ligações domiciliares à rede pública.

Figura 1: Interligação Elétrica De Santiago Fonte: Electra

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ENERGIA – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Interesse estrangeiro e nacional;

. Oportunidade de massificação do mercado das energias . Recurso Solar; limpas; . Políticas autárquicas incentivadoras das fontes de energia . Possibilidade da empresarialização do sector das energias renovável; renováveis; . Empresas consolidadas na área das energias renováveis. . Existência de um quadro legal favorável.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Fraca capacidade de planeamento e de investimento no subsector elétrico;

. Inadequação da capacidade de armazenagem e dos meios logísticos; . Sistema de produção e distribuição de energia elétrica deficiente; . Crise económica; . Fraco sistema Autárquico de incentivos à eficiência; . Conflitos entre as fontes de energia renovável e as centrais . Fraca penetração das energias alternativas; convencionais;

. Falta de sensibilização do Poder Autárquico sobre o papel do sistema . Incredibilidade social das fontes de energia renovável; educativo e dos órgãos de comunicação social local na problemática energética.

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DIMENSÃO ECONÓMICA

ENERGIA – EIXO ESTRATÉGICO

ENERGIA – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Potencializar a produção de energias renováveis no concelho através de acções de capacitação que visam reduzir custos de energia no concelho e estimular o surgimento de novas empresas no sector;

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Reduzir o consumo local de . Governo; energia e aumentar a eficiência energética; . ELECTRA;  Estimular medidas de  Identificar os . Camara eficiência energética nas equipamentos e edificações; Municipal de  Difundir conceitos de eletrodomésticos mais Santa Catarina; PROACEL-PROGRAMA eficiência energética nas eficientes; IDENTIFICAÇÃO DE AUTÁRQUICO DE escolas; . Universidades 4 e 7 EQUIPAMENTOS CONSERVAÇÃO DE  Reduzir o consumo de  Promover a prática do uso EFICIENTES. Nacionais; ENERGIA ELÉTRICA energia elétrica em prédios eficiente de energia no públicos; . Empresas Ligadas setor de construção civil,  Eficientizar a iluminação em edificações às Energias pública em Santa Catarina;  Proceder o treinamento do residenciais, comerciais e Renováveis; públicas; pessoal Camarário acerca . Empreendedores do uso eficiente das energias renováveis; Ligados às  Divulgar e difundir notícias Energias e afins sobre eficiência energética através do Renováveis. GCICMS

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Reduzir o consumo local de . Governo; energia e aumentar a . ELECTRA; eficiência energética;  Estimular medidas de . Camara eficiência energética nas Municipal de edificações;  Difundir conceitos de  Propiciar o Planeamento Santa Catarina; IDENTIFICAÇÃO E Autárquico e PROACEL-PROGRAMA eficiência energética nas SUBSTITUIÇÃO DE . Universidades AUTÁRQUICO DE escolas; implantação de projetos EQUIPAMENTOS E 4 e 7 CONSERVAÇÃO DE  Reduzir o consumo de de substituição de Nacionais; EFICIÊNCIA NA ENERGIA ELÉTRICA energia elétrica em prédios equipamentos e ILUMINAÇÃO . Empresas Ligadas públicos; melhorias na iluminação  Eficientizar a iluminação PÚBLICA Às Energias pública. pública em Santa Catarina; Renováveis;  Proceder o treinamento do pessoal Camarário acerca . Empreendedores do uso eficiente das Ligados às energias renováveis; Energias  Divulgar e difundir notícias e afins sobre eficiência Renováveis. energética através do GCICMS

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Reduzir o consumo local de . Governo; energia e aumentar a

eficiência energética; . ELECTRA;  Estimular medidas de . Câmara eficiência energética nas Municipal de edificações;  Difundir conceitos de Santa Catarina; PROACEL-PROGRAMA eficiência energética nas  Elaborar e disseminar escolas; FORMAÇÃO E . Universidades AUTÁRQUICO DE INFORMAÇÃO informação qualificada  Reduzir o consumo de Nacionais; 4; 7; 8; 10 e 17 CONSERVAÇÃO DE QUALIFICADA EM referente à eficiência energia elétrica em prédios ENERGIA ELÉTRICA EFICIÊNCIA energética; públicos; . Empresas Ligadas ENERGÉTICA  Eficientizar a iluminação Às Energias pública em Santa Catarina; Renováveis;  Proceder o treinamento do pessoal Camarário acerca . Empreendedores do uso eficiente das Ligados às energias renováveis;  Divulgar e difundir notícias Energias e afins sobre eficiência Renováveis. energética através do GCICMS

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS / ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Aumentar a participação de fontes alternativas . Governo; renováveis;  Universalizar e . ELECTRA;  Fomentar a criação de uniformizar as . Câmara pequenas centrais informações, sobre a hidrelétricas, usinas Municipal De geração de energia eólicas e Santa Catarina; PROIPER -PROGRAMA elétrica em Santa CRIAÇÃO DE BASE DE INCENTIVO À empreendimentos DE INFORMAÇÕES Catarina; . Universidades 4; 7; 8; 10 e 17 PRODUÇÃO DE termelétricos a DE GERAÇÃO DE ENERGIAS biomassa; Nacionais; ENERGIA (BIGE)  Recolher Informações RENÓVÁVEIS  Dinamizar a Atividade . Empresas Ligadas Técnicas sobre dados, económica no mercado tabelas, listas, Às Energias das energias limpas; documentos, planilhas e Renováveis;  Privilegiar indicadores. empreendedores locais . Empreendedores

que não tenham Ligados Às vínculos com a Energias concessionária (ELECTRA) de Renováveis. geração, transmissão ou distribuição de energia renováveis.

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DIMENSÃO ECONÓMICA

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - EIXO ESTRATÉGICO

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - DIAGNÓSTICO

Caminhamos hoje por mais uma das transições sociais que já transformou e vai continuar a transformar a sociedade ao longo dos tempos. Para compreender este processo, é preciso não só entender as mudanças da própria sociedade, sejam estas no seu modo de agir, pensar e se relacionar, mas também a evolução dos dispositivos que propuseram e/ou fizeram parte dessas modificações.

Novas conceções surgiram, novas práticas, ocupações, tudo mudou em tão pouco tempo. Fala-se em Sociedade Mediática, em Era Digital, Era do Computador; a sociedade passou a ser denominada não por aquilo que é ou pelos seus feitos, mas a partir dos instrumentos que passou a utilizar para evoluir.

Nessa atual configuração, outros aspetos passaram a ter relevância na sociedade: valorizou-se o conhecimento; a riqueza dos países passou a ser medida pelo acesso à tecnologia e sua capacidade de desenvolvimento na área; a informação e as práticas relacionadas a ela se tornaram o principal setor da economia. Estes três principais fatores levam hoje à instauração de um simbolismo da tecnologia como bem maior, a ser perseguido e incorporado em novas práticas sociais.

Cabo Verde tem apostado desde há muito na economia digital, pois ela abre-nos as portas para, numa nova etapa, onde os diferentes atores económicos devem convergir em objetivos concretos e na abertura de oportunidades a novos perfis de empreendedores.

Neste contexto, foram incumbidos ao NOSI, para além da gestão operacional dos projetos em curso, as seguintes atividades, já integralmente realizadas:

• A apresentação das Linhas de Orientação para a Definição de um Plano Estratégico da Sociedade da Informação, realizado e publicado em Janeiro de 2004;

• A realização de um Fórum Nacional de Reflexão sobre “Parceria para a Sociedade da Informação”, realizado na cidade da Praia em Maio de 2004;

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 173

• A elaboração de um Relatório de Avaliação do Estado das Tecnologias de Informação e Comunicação em Cabo Verde, que inclua todas as iniciativas institucionais e outras de impacto no advento da Sociedade da Informação, concluído e publicado em Maio de 2004.

Este processo de consolidação foi reforçado, em 2005 com a criação do Núcleo Operacional da Sociedade da Informação (NOSI) como braço operacional da CIISI. Para este efeito, o NOSI absorveu a Unidade de Reforma da Administração Financeira do Estado (RAFE), tutelada pelo Ministério das Finanças, que tinha como missão a melhoria da eficiência e eficácia da Administração Pública através de novos instrumentos de gestão orçamental, financeira e patrimonial suportada por uma plataforma tecnológica moderna e por técnicos nacionais.

Governos bem-sucedidos ao redor do mundo estão encontrando maneiras de tornar mais eficaz e transparente, enquanto orientam a sua tecnologia e políticas de informação para melhor servir as necessidades dos seus cidadãos e empresas. Nesta esteira, o NOSi, atualmente:

 Desenvolveu o Framework IGRP – Integrated Goverment Resources Planning – um modelo inovador, assente numa plataforma tecnológica única, orientado para o cliente, disponibilizando um pacote integrado de soluções para a governação, com ganhos de eficiência no sector público. Com isso, evita a duplicação de recursos e maximiza os investimentos através da integração, melhorando a transparência e accountability nas funções governamentais que, por seu turno, deverão contribuir para redução de custos na administração pública;

 Aprimorou Sistema de Informação Municipal que engloba a instalação nos municípios de infra- estruturas informáticas, de redes locais, de centro de dados e de um sistema de informação que cobre todas as áreas de gestão municipal, nomeadamente, Gestão Financeira, Recursos Humanos, Gestão de Taxas e impostos, Licenciamentos e Terrenos.

 Criou o SIGE – Sistema Integrado de Gestão Escolar – é um sistema desenvolvido que proporciona às escolas do Ensino Secundário e do Ensino Básico Integrado, um modelo único para que possam estar interligadas em rede a um sistema comum maximizando a comunicação, a gestão e minimizando os custos. Este sistema permite às escolas do ES e do EBI melhorar a sua gestão, permitindo uma integração rápida entre elas e os alunos e também com os pais/encarregados de educação.

Por sua vez, a ANAC tem vindo de ano para ano a assumir o seu papel como impulsionador do desenvolvimento do TIC, inserido num contexto global de desenvolvimento da Sociedade de Informação. O Governo de Cabo Verde inseriu no seu programa de governo, um conjunto de acções coordenadas a que designou Cluster do TIC, pelo que a autoridade reguladora, assumindo o seu papel como entidade que representa as TICs em Cabo Verde.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 174

Um aspecto de elevado significado para o desenvolvimento da Sociedade de Informação é o facto de enquadrado na atribuição das autorizações para utilização de frequências para redes 3G, os operadores devem investir um montante a volta de 18 milhões de euros ao longo de 15 anos em projectos que visam apoiar o acesso, nomeadamente:

 Estratégia Nacional para a Banda Larga  Gestão do domínio. CV  Instalação da Infraestrutura de Chaves públicas de Cabo Verde – ICP-CV;  Implementação do protocolo de internet versão 6 (IPv6);  Projeto PIX-CV;  Definição de políticas para Cloud Computing;  Plano de legislação para o eixo do TIC/SI.

No concelho de Santa Catarina a Sociedade da Informação em Cabo Verde é o culminar de um conjunto de acções encetadas e resulta do elevado dinamismo das entidades responsáveis e da plena consciência que a sociedade santa-catarinense tem da importância desta matéria para o desenvolvimento do país.

Com efeito Santa Catarina não está indiferente ao processo de construção da Sociedade da Informação. O debate já está instalado na sociedade cabo-verdiana e foram já criados os instrumentos institucionais que têm a missão de promover a SI e implementar a Governação Eletrónica como elemento fundamental.

A estratégia económica de Santa Catarina só terá sucesso se for alicerçada numa economia do conhecimento, com competitividade fiscal, previsível, de baixo risco e geradora de rendimentos e de empregos de qualidade e de prosperidade para todos, pois não será possível a criação de uma “nova economia Local” com as formas antigas de estar e de pensar, isto é, “infotecnonogicamente excluída”.

Por isso, o Governo Autárquico deve criar todas as condições para que os jovens possam conceber coisas extraordinárias, invistam na inovação e floresçam em ambientes dinâmicos formados por pequenas e médias empresas.

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TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO ECOMUNICAÇÃO TICs – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Infraestrutura suficiente para suprir demandas básicas de hardware, parque computacional atualizado e help desk estruturado; . Implantação de modelo de governança . Eficiência no processo de especificação, aquisição e gestão de contratos de TI; Autárquica de TI; . Satisfação do utente; . Benchmarking permanente de Governança . Equipa jovem com pessoas qualificadas e corpo de gestão preparado; Autárquica de TI em relação ao Governo, em . Baixa rotatividade de servidores. virtude da adoção pela NOSI, do PESI como ferramenta de medição de nível de maturidade; . Sistema de Informação Municipal do NOSI.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Contratação de estagiários para compensar falta de profissionais efetivos na área de suporte; . Falta de treinamento continuado em novas metodologias e ferramentas; . Falta de recursos humanos dedicados à busca de inovação tecnológica; . Restrição orçamental; . Nível de maturidade inicial na gestão de serviços de TI; . Ausência de Parque Tecnológico no Concelho; . Inexistência de um modelo de governança de TI efetivo na Câmara Municipal de Santa . Praxis ineficiente de instituições de incubadora e Catarina; Suporte às empresas de Novas Tecnologias; . Inexistência de critérios claros e objetivos para priorização de projetos de TI; . Ausência de um Órgão autónomo que auxilie a . Prática deficiente para concepção e desenvolvimento de sistemas de forma tempestiva, busca de ações de MPE´s ligados às Novas integrada e oportuna com a participação das partes interessadas; Tecnologias.

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DIMENSÃO ECONÓMICA

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – EIXO ESTRATÉGICO

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Reforçar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na Administração Pública local como forma de apetrechar a máquina pública em matéria de recursos tecnológicos e, estimular o surgimento de novas empresas no ramo das TICs.

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

. Ministério da

Ciência e

Tecnologia; . NOSI; . ANAC;  Possibilitar a PROASCLI-PROGRAMA sustentação dos . Câmara Criar o Sistema de Gestão ESTRUTURAÇÃO DO 4; 8; 9 e 17 AUTÁRQUICO DE CATÁLOGO DE serviços On-line aos da Segurança da Municipal De SEGURANÇA E SERVIÇOS DE TI usuários da Rede da CONFORMIDADE LEGAL Informação – SGSI;. MUNICIPAL Câmara Municipal de Santa Catarina; DA INFORMAÇÃO Santa Catarina; . Universidades

Nacionais e

Internacionais; . Empresas Ligadas às

Novas

Tecnologias; . Empreendedore s Ligados às

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 Novas 177 Tecnologias.

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

. Ministério da

Ciência e

Tecnologia;

. NOSI;

. ANAC;

. Camara Municipal Padronizar os processos  Monitorar a IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO De Santa Catarina; SGQ, ISSO 9001:2008 aderência aos internos de segurança e DE QUALIDADE DA . Universidades “GESTÃO AUTARQUICA” qualidade de informação. normativos de SEGURANÇA DA Nacionais e INFORMAÇÃO – SGSI Segurança da 4; 8 e 17 Internacionais; Informação. . Empresas Ligadas

às Novas

Tecnologias;

. Empreendedores

Ligados às Novas

Tecnologias.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 178

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Possibilitar o desenvolvimento  Apoiar novas empresas, . Ministério da científico, tecnológico e proporcionando-lhes condições de inovação no concelho técnicas favoráveis à sua instalação; Ciência e de Santa Catarina; Tecnologia;  Privilegiar estudantes e diplomados . NOSI;  Apoiar às pequenas e das áreas, criativas e tecnológicas, . ANAC; médias empresas que de nível superior ou profissional, . Câmara Municipal compõe o dinamismo, a pela via da criação do próprio De Santa Catarina; PROCNT-PROGRAMA DE seiva criativa na área de CRIAÇÃO DE emprego; INCENTIVO À CRIAÇÃO DE ciência e tecnologia; PARQUES . Universidades 4; 8; 9 e 17 EMPRESAS DE NOVAS TECNÓLOGICOS  Recolher através de um Datacenter Nacionais e TECNOLOGIAS.  Dinamizar a atividade local informações técnicas sobre Internacionais; dados, tabelas, listas, documentos, económica no mercado . Empresas Ligadas das Novas Tecnologias; planilhas e indicadores importantes para os stakeholders relacionáveis; às Novas  Promover e incentivar Tecnologias; startups, parques  Promover Santa Catarina como . Empreendedores tecnológicos, espaços de Centro tecnológico em Santiago Ligados às Novas co-working, aceleradora Norte e referência nacional. Tecnologias. de negócios e acesso ao financiamento privado e público.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 179

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

• Preparar, executar e propiciar o acompanhamento do Orçamento;

• Gerir a dívida pública autárquica; . Ministério da Ciência e • Processar salários e gestão dos Tecnologia; Recursos Humanos da . NOSI; Administração Autárquica; . ANAC;

• Proceder os pagamentos . Câmara Municipal

CRIAÇÃO DO SISTEMA eletrónicos; De Santa Catarina; PROASIGOF-PROGRAMA DE Agregar de modo funcional, AUTÁRQUICO INTEGRADO . Universidades APOIO AO SISTEMA orgânica e tecnológica a DE GESTÃO • Adotar o sistema E-procurement; 4; 8 e 17 AUTÁRQUICO INTEGRADO ORÇAMENTAL E Nacionais e DE GESTÃO ORÇAMENTAL E gestão financeira de forma FINANCEIRA (SAIGOF) Internacionais; FINANCEIRA célere e transparente. • Proceder a Gestão Patrimonial Municipal; . Empresas Ligadas às Novas • Possibilitar Gestão de receitas; Tecnologias;

• Consentir na Gestão de . Empreendedores Contratos Municipal; Ligados às Novas Tecnologias. • Proceder a Gestão e Previsão de

Tesouraria; • Dar Seguimento e Avaliação de projeto;

Conceber a contabilidade patrimonial.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 180

DIMENSÃO ECONÓMICA

ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE NOS CENTROS URBANOS - EIXO ESTRATÉGICO

ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE NOS CENTROS URBANOS - DIAGNÓSTICO

A questão de Acessibilidade e Mobilidade nos centros urbanos e não só constituem uma das condições sine qua non para se iniciar o desenvolvimento local e, é com base nesses pressupostos que elegeu-se essa área como um dos eixos que merece uma intervenção do poder local em articulação com o poder central. Para tanto, considera-se importante a definição de alguns conceitos fundamentais. Ei-los que são:

Acessibilidades - A acessibilidade a um determinado ponto é definida pela oferta de sistema de transportes de diversos modos nas suas componentes Infra-estruturas e serviços que nela operam a partir do universo de diferentes origens. Por outra palavra a acessibilidade reflecte a maior ou menor facilidade de ir de um ponto a outro no espaço analisado, por vários meios de transportes.

Mobilidade – A mobilidade pode ser definida pela conjugação da acessibilidade que é proporcionada às pessoas individual e colectivamente, assim como as mercadorias, dependendo da condição de utilização que estas colocam em função dos seus recursos próprios – condição socioeconómica, preferência, comportamentos, conhecimentos (…), ou seja, está em causa a forma como as pessoas/colectivos usam as acessibilidades proporcionadas em cada momento e para cada deslocação.

Redes de Transporte – são o conjunto das vias de comunicação (estradas, linhas aéreas, via portuária, caminho de ferro (…) que se interligam, formando uma malha mais ou menos densa, desempenhando um papel muito importante no mundo actual onde prevalecem os valores da globalização e da internacionalidade das economias e das sociedades, pois possibilitam: a mobilidade de pessoas, comércio de mercadorias, troca de serviços, quebra do isolamento de regiões periféricas, etc.

Movimento Pendular – O termo é utilizado para designar os movimentos quotidianos das populações entre o local de residência e o local de trabalho ou estudo. A intensificação e a complexidade da mobilidade populacional não são apenas resultados da evolução de meios de transportes, mas também são consequências de transformações sociais e económicas.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 181

Enquadramento

A política sectorial de transportes, mobilidades e acessibilidades, tem vindo a sofrer evoluções constantes a nível mundial, frutos de preocupações ambientais crescentes e de novos paradigmas económicas, cuja orientação é a de racionalizar o sector, dotá-lo de mais eficiência, competitividade e performances ecológicos.

O objectivo desta política é assegurar a melhoria da mobilidade das pessoas e mercadorias, dinamizando o funcionamento da economia e redução dos impactes ambientais, bem como o desencravamento das zonas que se encontram impenetráveis, facilitando assim o escoamento rápido do produto e circulação das pessoas. O funcionamento e dinamização da economia sustenta-se no melhoramento das infra-estruturas aeroportuárias, portuárias, bem como dos transportes rodoviários de mercadorias em particular nas ligações aos portos e centros de produção orientado para o comércio externo e fundamentalmente para o comércio entre as ilhas.

Neste âmbito, o estudo de caracterização e diagnóstico tem como principal objectivo a compreensão do funcionamento do sistema de acessibilidades, rede de transportes e modelo de mobilidade, englobando todos os modos de transporte e a sua articulação, reflectindo a sua relação com o modelo de ocupação do território e considerando os seus impactos na qualidade do ambiente urbano.

Esta fase compreende a recolha e análise de informação essencial para a execução do estudo bem como a análise da situação actual, dos mecanismos gerais das deslocações incidindo sobre todos os modos de deslocação e respectivas sinergias com o ordenamento do território.

REDE VIÁRIA E SISTEMA DE TRANSPORTES PÚBLICOS

Ligações intra – Concelhio

A rede viária municipal é relativamente densa, interligando quase todos os cerca de 559 lugares e 48 zonas que compõe o município de Santa Catarina. Todavia, essa densidade, ou seja, o número de ligações não varia na mesma proporção em termos de qualidade dessa mesma rede: a qualidade das vias, o seu traçado e seu estado de conservação é globalmente precário; a sinalização é deficiente; e com o único terminal rodoviário em curso; consequência de tudo isso, não existe um plano rodoviário.

A rede viária é constituída por estradas de diferentes categorias, nomeadamente vias Nacionais, Municipais e caminhos vicinais, e, actualmente compreende 8 vias classificadas como Estradas nacionais (EN).

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Ligações Nacionais:

A rede viária nacional que faz ligações no concelho de Santa Catarina são os seguintes: Classificação das Estradas Código Estrada Caracterização Nacionais EN1ª CLASSE EN1-ST-01 Praia a Tarrafal Asfaltada EN1ª CLASSE EN1-ST-04 Cruz Grande a Calhetona Asfaltada EN2ª CLASSE EN2-ST-01 Volta Monte a Ribeira da Barca Calcetada a paralepipedos

EN3ª CLASSE EN3-ST-22 Assomada - Chão de Tanque a Porto Rincão Asfaltada

EN3ª CLASSE EN3-ST-21 Fonte Lima, Mato Gêgê e João Bernardo Asfaltada

EN3ª CLASSE EN3-ST-20 Saltos Abaixo, , Pingo Chuva, Arribada Terra Batida, asfalto em curso

EN3ª CLASSE EN3-ST-23 Cabeça Carreira, Ribeirão Manuel, Tomba Touro Calcetada a paralelepido

EN3ª CLASSE EN3-ST-26 Fundura, Figueira da Naus, Asfaltada

Desse conjunto cerca de catorze (14) zonas do Concelho beneficiam de estradas nacionais asfaltadas, englobando principalmente os principais aglomerados urbanos do Concelho que são Cidade: de Assomada, Cruz Grande, Achada Lém, Rincão, Chão de Tanque, restando apenas Ribeira da Barca e Ribeirão Manuel/Tomba Touro, com pavimentação a calceta. Da estrada nacional que liga o nosso Concelho com grandes problemas de acessibilidades temos o troço de Arribada a saltos Abaixo;

O eixo EN-ST-01, que liga Praia -Tarrafal passando pelo centro da Cidade de Assomada constitui o único e principal via ligando os principais aglomerados do Concelho, por isso e dado a falta de vias alternativas no concelho, existe uma grande pressão sobre este eixo provocando congestionamentos nas horas de ponta, nas cerimónias culturais e fúnebres;

Ligações Municipais:

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A rede viária municipal apresenta 15 ligações classificadas com estradas municipais (EM). Dessas ligações apenas as zonas de Vassoura, , Boa Entrada e Librão apresentam vias pavimentadas a calceta; as demais vias, uma parte é pavimentada com paralelepípedos de basalto e outra é de terra batida. Praticamente todas têm um perfil médio de 5,60 metros de largura e sem bermas nem passeios. A rede viária municipal é ainda complementada por cerca de 30 ligações feitas através de caminhos vicinais e ribeiras que partindo dos eixos principais e secundários estabelecem a comunicação aos pequenos aglomerados de casas dispersas, aos lugares de cultivo agrícola e às zonas com potenciais turísticos. Estas ligações são na sua maioria de terra batida e correspondem a percursos pedonais e/ou a limites de propriedade.

Vias de Acesso às localidades do Concelho classificadas no boletim oficial:

Código de Estradas Municipais Zonas Caracterização Distância em Km Santa Catarina EM-SC-01 Palha Carga – Entre picos de Reda Terra Batida 8km EM-SC-02 Chão de Tanque - Mato Sancho Terra Batida – Via Ribeira 5km EM-SC-03 Tomba Touro- Mato Sanches 2Km EM-SC-04 Ribeira Isabel – Boa Entradinha Sem Corte – Caminho vicinal EM-SC-05 Boa Entradinha - Pau Verde- Entre Picos de Terra Batida, entremeados com calceta 5Km Boa Entrada a Gil Bispo antiga em estado mau

EM-SC-06 Ponta Boa Entrada - Djulangue a Simão Nunes Ponta Boa Entrada até escola, 5km Calceta a paralelepípedos Razoável do resto até Simão Nunes Terra batida Via Ribeira EM-SC-07 Ribeira da Barca - Achada Leite Terra Batida 5km EM-SC-08 EN3-ST-21 – Librão Calceta 1km EM-SC-09 EN3-ST-21, fontinha - Aguinho Terra Batida 3km EM-SC-10 EN3-ST-21 - Mosquito D´Horta Terra Batida EM-SC-11 EN3-ST-21-Ribeira dos Engenhos - EN3-ST-22 Via Ribeira 3km EM-SC-12 EN3-ST-21 – polon Terra batida e corte 321 Metros

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EM-SC-13 Banana- chã de açougue – Pinha de Engenhos Terra Batida 2km

EM-SC-14 EN3-ST-21 – Ribeirão Carriço Terra Batida 1km EM-SC-15 Bombardeiro Chã de Lagoa Terra Batida 4km

Vias de acesso às localidades do Concelho não classificadas

Código de Estradas Municipais Santa Catarina Zonas Caracterização Distância em Km

Não está classificada Palha Carga lado Baixo Via Ribeira Não está classificada Ribeira da Barca - Charco Terra batida Via Ribeira 4km

Não está classificada Junco Terra Batida 1km Não está classificada Mato baixo – Mancholy Terra batida 1km Não está classificada Furna Riba Caminho vicinal Terra Batida Sem corte Não está classificada João dias Terra batida 2km Não está classificada Vassoura Calcetada 1km Não está classificada Japluma Terra batida 1km Não está classificada Fonteana Terra batida 1km Não está classificada Mato Baixo Terra batida 2km Não está classificada Achada Tossa Calceta em mau estado 1km Não está classificada Terra batida 2km Não está classificada Sedeguma Terra batida 2km Não está classificada Achada Fora, Água Podres Terra batida Sem corte Não está classificada Banana Semedo Calcetamento em curso 1km

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Matriz das principais ligações entre Assomada e os seis principais Aglomerados

Destinos Cruz Grande A.Lém R.da Barca C. de Tanque R. Man/T. Touro Rincão Distância 4Km 8 Km 18Km 6 Km 9km 16km Tempo 10min. 15min. 35min. 10min. 15min. 20min. Veloc.média Percurso EN1ª CLASSE EN1ª CLASSE EN2ª CLASSE EN3ª CLASSE EN3ª CLASSE EN3ª CLASSE EN1-ST-01 EN1-ST-01 EN2-ST-01 EN3-ST-22 EN3-ST-23 EN3-ST-22

Quanto às ligações intermunicipais, pela posição geográfica e estratégica de alguma centralidade que ocupa, fazendo fronteira com vários outros municípios, Santa Catarina e em particular a cidade de Assomada, corresponde a um importante nó na circulação rodoviária em toda a região Santiago Norte. A estrada nacional «EN1-ST-01» entre Praia e Tarrafal que atravessa o Concelho funciona como eixo estruturante dessa centralidade. É uma estrada com elevado índice de conectividade, nomeadamente com os restantes Concelhos limítrofes. Essas ligações intermunicipais são inerentes aos movimentos pendulares que se geram nomeadamente entre Assomada/Praia, Assomada/Calheta, e Assomada/Tarrafal.

A deslocação diária (Assomada/Praia) das pessoas realiza-se sobretudo para o efeito dos estudos, e a das pessoas para o efeito do trabalho faz-se em pequena escala; assim como a deslocação das mercadorias - nomeadamente as verduras, que se faz numa determinada ocasião do ano.

Quanto à deslocação Assomada/Calheta e Assomada/Tarrafal, esses movimentos pendulares - exclusivamente das pessoas, existem em muita pequena escala, e de forma restrito para o fim do trabalho.

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Movimentos pendulares - Matriz das principais ligações com origem em Assomada (Cidade) Destinos Praia Calheta Tarrafal Distância 39 Km 19Km 32Km Tempo 45 a 60 min. 25 a 30 min. 30 a 40 min. Velocidade Média …Km/h ….Km/h ….Km/h Percurso EN1ª CLASSE EN1ª CLASSE EN1ª CLASSE Código: EN1-ST-01 Código: EN1-ST-04 Código: EN1-ST-01

A mobilidade nos espaços urbanos é considerada um sector de grande importância em termos de desenvolvimento económico, bem como a melhoria da qualidade de vida das pessoas. A acessibilidade associada a mobilidade é uma questão transversal que tem implicações no acesso a actividades tão diversas como, por exemplo, a educação, a formação, o trabalho, a saúde, a cultura ou lazer, a participação cívica, seja nas grandes áreas urbanas, seja nas vilas e aldeias do espaço rural, para todos os estratos sociais e económicos da população.

Sobre a caracterização deste tema, a maioria dos Concelhos de Cabo Verde e como estudo de caso do Concelho de Santa Catarina, não existe um sistema de transporte público colectivo propriamente dito. O “sistema” é informal e desenvolvido por pessoas individuais, que fazendo uso de um conjunto de viaturas tipo “Hiace” e do tipo “caixa aberta”, fazem o transporte de passageiros e de carga entre as localidades do Concelho e com as demais localidades da Ilha. As ligações são feitas com certa regularidade, à excepção das localidades mais dispersas, onde a deslocação das viaturas verifica-se com menos frequência, todavia, o serviço prestado é notoriamente deficiente e insuficiente. Entretanto, constata-se que, muito recentemente, surgiu na Cidade de Assomada a rede de serviço de táxi, que precisa de melhorar o seu funcionamento em termos de prestação de serviços.

Relativamente à rede viária dentro das localidades e muito em particular na cidade de Assomada, é caracterizada por uma situação caótica, de reduzida mobilidade e com muitos pontos de estrangulamento que, muitas vezes põe em risco a fluidez e a própria dinâmica económica, dado o seu desenvolvimento. Em Assomada, com toda a dinâmica do crescimento que vem vivenciando, o tráfego é naturalmente cada vez mais intenso e já se verifica casos de saturação e estrangulamento de alguns corredores. É um claro reflexo da ausência de planeamento, e em muitos casos, as possibilidades de intervenção são poucas e/ou muito dispendiosas.

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A acessibilidade e mobilidade nos Centros Urbanos do Concelho, e em especial na Cidade de Assomada estão um pouco abaixo do normal no que diz respeito a qualidade e/ou a inexistência das vias rodoviárias em alguns lugares dos bairros constituintes da Cidade, e sobretudo das vias pedonais, nomeadamente os passeios que são de fraca aptidão e muitas vezes estrangulados pelo seu uso indevido por parte dos particulares para o seu próprio bem-estar; sem referir das inexistências dos espaços da circulação pedonal para a estadia e lazer das pessoas, ciclovias, elevadores nos edifícios, (…) que são de elevada importância principalmente para as pessoas de reduzida capacidade locomotora.

Ainda constata-se que nos bairros da cidade de Assomada não existe parques de estacionamento que se prevê tão necessários para combater a demanda num futuro recente, assim como a fraca iluminação pública e sinalização das vias que se fazem sentir associada a falta ou o deficit da toponímia, que em conjunto dificultam um bom funcionamento das vias de acesso aos equipamentos públicos e aos edifícios privativos.

É notório que da fraca existência do estacionamento na Cidade e nos outros centros urbanos, a sua implantação é paralelamente ao longo das vias, e muitas vezes sem uma separação nítida com as faixas de rodagem e com os espaços de circulação pedonal.

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ACESSIBILIDADE A NÍVEL DO CONCELHO – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Identificação de soluções de intervenção em resultado do . aumento da pressão do tráfego do automóvel sobre o . Boas condições de ligações com os concelhos vizinhos; . principal e Único eixo EN-ST-01, que liga Praia a Tarrafal, . passando pelo Centro da Cidade; . Os principais aglomerados urbanos do Concelho apresentam rede viária o pavimentada; . Grande vontade do Governo em apoiar a causa acessi- . Existência de um Terminal Rodoviário em curso; . bilidades, através do Programa «PRRA», (Programa de . Reabilitação, Requalificação e Acessibilidades); . Existência de Projectos Rodoviários que visam contemplar a rede viária existente; . Perspectivas de implementação de um sistema de transporte integrado;

. Perspectiva de melhoria da rede viária e densificação da rede . intra-concelhia.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

 Sistema viário intra- concelhio deficitário/ precário, em termos do traçado e da qualidade da via;  Várias zonas com potencialidades agrícolas e turísticas encravadas, dadas as condições orográficas do território;  Elevado custo de infra-estruturação da rede viária dado a morfologia de terreno muito declivoso;  Falta de vias alternativas, causando grande pressão de tráfego sobre eixo EN-SC- 01 principalmente . Êxodo rural dado a falta de acessibilidade para algumas zonas do para os principais centros urbanos Assomada, Achada Falcão; Concelho;  Grande problemática da acessibilidade no Concelho dado a dispersão do Povoamento; . Densificação dos espaços urbanizáveis e rurais sema definição de uma  Deficiente sinalização de trânsito e de informação no acesso aos principais aglomerados e também no seu centro; correta rede de acessibilidades  Existência de uma rede informal de transporte público (de passageiros e de cargas); implicando o rodoviárias; aumento da taxa de utilização de transporte individual;  Inexistência e dificuldades em criar parques de estacionamento dado a grande densidade do principal centro urbano existente;  A maioria das estradas Municipais do concelho não está classificada.

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ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE NOS CENTROS URBANOS – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. A forte proporção da população em idade activa, cujo principal meio de vida . Existência da propensão a nível governamental no desencravamento das zonas de . é o trabalho, o que confere importância ao sector dos transportes e também à . grandes potencialidades agrícolas, assim como as zonas urbanas que se encontram na . mesma situação; . capacidade económica de intervenção pública nesse sector; . A posição estratégica do Concelho de Santa Catarina, enquanto área central de . Contexto de progresso económico que pode facilitar os investimentos na . atractividade económica e cultural da Região Norte, concede interesse ao sector de . qualificação das infra-estruturas de transporte; . transportes para o desenvolvimento da acessibilidade e mobilidade no Concelho; . Correcções à hierarquia da rede viária de forma a torná-la mais coerente e funcional; . Tendência para o declínio de deslocações pendulares para o efeito de estudo; . Possível estabelecimento de uma estratégia articulada e concertada para a . Baixo tempo médio de percurso nos movimentos pendulares para os transportes . definição dos caminhos e vias de acesso para as áreas protegidas e patrimónios . naturais; . particulares (automóveis); . Qualidade razoável do pavimento das vias nacionais em relação a ligação . Contexto de progresso económico que pode facilitar os investimentos na . Intermunicipal; . qualificação das infra-estruturas de transporte, nomeadamente a reposição do . Início do processo preliminar para a concepção do espaço de estar/pedonal . funcionamento do cais do porto de Ribeira da Barca. . e asfaltagem de algumas vias centrais da Cidade;

AMEAÇAS PONTOS FRACOS

. Inexistência de uma política de intervenção de fundo no sector da acessibilidade e mobilidade para a cidade de Assomada, enquanto polo gerador de deslocação; . Existência de um sistema de transporte público informal; . Forte dependência do automóvel e do transporte público informal - “Hiace”; . Inexistência de Bolsa de terrenos municipais para a implantação de parques de . Bastante congestionamento da estrada Nacional de nível1 estacionamento e equipamentos do género, que ajude na melhoria da acessibilidade e mobilidade urbana; num futuro recente; . Duração dos movimentos pendulares, por motivo da forma da prestação de serviços do . Degradação do estado de conservação das infra-estruturas sistema de transporte público informal; . Inexistência dos percursos cicláveis no meio urbano, considerando um dos meios de transporte; utilizados na mobilidade urbana; . Dificuldades de coexistência de modos e do estabelecimento . Ausência da classificação hierárquica dos troços da rede viária intra-urbanos; de uma política de transporte equilibrada, dada a predominância . Falta de uma estratégia do desenvolvimento de percursos pedestres e cicláveis no Concelho; do tráfico automóvel e face a outros modos de transportes; . Ausência dos elevadores nos edifícios públicos e privados, tornando difícil os seus acessos; . Falta de qualidade dos passeios; . Inexistência de transportes colectivos intra e inter - urbanos; . Falta de oferta de estacionamento nos centros urbanos com capacidade para suprir as necessidades. Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 191

DIMENSÃO ECONÓMICA

ACESSIBILIDADES, MOBILIDADES E TRANSPORTES – EIXO ESTRATÉGICO

ACESSIBILIDADES, MOBILIDADES E TRANSPORTES – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Construir e melhorar todas as vias de acesso do concelho visando melhorar as condições de acessibilidades e mobilidades e permitir melhor circulação de pessoas, escoamento dos produtos locais para os mercados e desencravar as localidades ainda encravadas;

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Câmara

Municipal de . Desencravar todas as zonas do Santa Concelho com Catarina; Potencialidades agrícolas e  Empresários; CRIAÇÃO DE VIAS PROMOÇÃO DA DA turísticas; ACESSIBILIDADE A DE ACESSO EM  Desencravar as NÍVEL DO CONCELHO . Promover a  Residentes; TODAS AS ZONAS localidades ainda 8; 9 e 10 mobilidade e ENCRAVADAS DO acessibilidade aos encravadas. CONCELHO;  Ministério edificados e das Infra- espaços públicos nos centros estruturas Ordenamento urbanos; do Território . Completar e e Habitação; racionalizar as redes viárias das principais  Instituto das aglomerações Estradas urbanas;

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

. Melhorar a qualidade de

vida das pessoas e sobretudo das que têm problema de locomoção;  Câmara  Implementar redes e . Implementar a colocação Municipal de serviços de transporte dos sinais verticais e horizontais nas vias Santa público urbano de modo a ADEQUAÇÃO DE Catarina; ACESSIBILIDADE públicas dos centros assegurar uma boa urbanos, bem como a UNIVERSAL EM cobertura territorial em ESPAÇOS PÚBLICOS toponímia e a iluminação  Empresários; pública; vários períodos do dia, E EDIFICADO . Melhorar a qualidade de PROMOÇÃO DE UMA MAIOR facilitando a conectividade vida dos peões e dos  Residentes; COMODIDADE, condutores nos centros SEGURANÇA E EFICIÊNCIA entre os centros urbanos; urbanos;  Ministério 8; 9 e 10 NO SISTEMA DE  Criar serviços de transporte . Pavimentar todas as vias do TRANSPORTE LOCAL. centro histórico da Cidade das Infra- colectivos acessíveis, com Pavé ou com materiais estruturas seguros e cómodos para os do género e/ou através da Ordenamento clientes; asfaltagem; do Território

 Criar um plano de e Habitação; mobilidade a nível

municipal e supra  Instituto das IMPLEMENTAÇÃO . Descongestionar a estrada municipal de forma DE UMA VIA Estradas Nacional do nível 1 (EN- articulado; ALTERNATIVA À ESTRADA NACIONAL ST-01).

DO NÍVEL 1 (EN-ST-01)

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS /PROGRAMA

IMPLEMENTAÇÃO DOS • Melhorar o funcionamento PARQUES DE da circulação e nos centros ESTACIONAMENTO urbanos; NOS CENTROS URBANOS E • Fiscalizar o HIERARQUIZAÇÃO DOS estacionamento em meio TROÇOS DA REDE  Câmara urbano e comportamento VIÁRIA NOS CENTROS Municipal de dos peões; URBANOS Santa

Catarina;

8; 9 e 10  Melhorar o funcionamento da  Empresários; PROMOÇÃO DA circulação e o bem-estar das Melhorar a qualidade de pessoas nos centros urbanos; MOBILIDADE E  Residentes; ACESSIBILIDADE AOS vida das pessoas com  Reduzir a largura das faixas EDIFICADOS E ESPAÇOS reduzida capacidade de rodagem em algumas vias PÚBLICOS NOS locomotora. em prol dos passeios e  Ministério CENTROS URBANOS estacionamentos; das Infra-  Normalizar a técnica de estruturas plantação de árvores, colocação de postes e outros Ordenamento MELHORAMENTO mobiliários urbanos nos do Território DAS VIAS NOS passeios; e Habitação; CENTROS URBANOS.  Sensibilizar a população residente sobre o vazamento das águas residuais nas vias  Instituto das públicas; Estradas  Normalizar o vazamento das águas da chuva das varandas ou dos telhados dos edifícios, que actualmente se realiza através dos tubos sobre os passeios.

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Câmara Municipal de Santa Catarina;

Estabelecer a ligação  Amplificar o Porto  Empresários; entre o Concelho de da Ribeira da Barca; REPOSIÇÃO DA Santa Catarina e a Ilha REABILITAÇÃO DO  Residentes; CONECTIVIDADE ENTRE do Fogo, promovendo PORTO DA RIBEIRA  Requalificar os 8; 9 e 10 O CONCELHO DE a livre circulação de DA BARCA espaços exteriores  Ministério SANTA CATARINA das Infra- E A ILHA DO FOGO pessoas, bens e da Ribeirinha da serviços. Ribeira da Barca; estruturas Ordenamento do Território e Habitação;

 Instituto das Estradas

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DIMENSÃO AMBIENTAL

_____

Espaços Verdes de Recreio e Lazer,

Saneamento e Resíduos Sólidos,

Recursos Hídricos.

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DIMENSÃO AMBIENTAL

ESPAÇOS VERDES DE RECREIO E LAZER - EIXO ESTRATÉGICO

ESPAÇOS VERDES DE RECREIO E LAZER - DIAGNÓSTICO

O setor Ambiente ganhou a sua dimensão a partir da segunda guerra mundial, com a problemática da destruição/contaminação dos centros urbanos. Os grandes visionários, que contribuíram para a reconstrução da cidade depois da segunda Guerra Mundial: em Paris, le Corbusier, em Inglaterra - o Haussemam em Boston e Jersey City - Kevin Lynchy, eles conceberam no seu formato de planeamento territorial, setor estratégico e referencial - O Ambiente.

Desde 1992, Cabo Verde priorizou a questão ambiental, com a participação de uma conferência das Nações Unidas, realizado em Brasil – intitulada de “Cimeira da Terra”. Segundo o livro branco sobre o ambiente – a participação de Cabo Verde constituiu uma referência histórica na área do ambiente marcando, assim, a mudança na abordagem da problemática ambiental a nível mundial. Como resultado deste processo, assiste-se à mobilização dos países em programas a nível nacional, regional e internacional.

A partir da “Cimeira da Terra” a problemática ambiental ganha uma nova dinâmica, em Cabo Verde, provado pelos vários estudos e projetos desenvolvidos nomeadamente: na luta contra a desertificação e efeitos da seca, na biodiversidade e mudanças climáticas bem como produção de várias leis nomeadamente: Lei de base do Ambiente em 1993 - Decreto lei nº 86, lei que regula a atividade do homem como a natureza, lei florestal, do ordenamento do território, da biodiversidade entre outros.

Santa Catarina, integrado no desenvolvimento do País, seguiu as orientações e cumprimento pelos dispositivos que orientam o desenvolvimento de proteção ambiental. Em referência, O Plano Ambiental Municipal I e II (PAM 1 e 2), o Plano Diretor Municipal e Estudos dos Resíduos Urbanos bem como O estudo do Parque Natural de Serra Malagueta, são documentos de excelência e de política de proteção ambiental no concelho.

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O setor AMBIENTE, apesar dos vários documentos mencionados e revistados, ainda o desafio é maior neste novo século e mundo globalizado. Cabo Verde tem vários acordos internacionais, nomeadamente com a ONU-habitat, União Europeia, ONU e acordo de cooperação especial com Portugal, entre vários outros países no âmbito da política de proteção do Ambiente, mas, o desafio é enorme quanto à política de planeamento estratégico especialmente na vertente do setor ambiente a nível dos Indicadores e Parâmetros que constroem a qualidade no ambiente do território urbano. A pesar dos vários acordos de cooperação bem como vários estudos referente á política de proteção e valorização ambiental, falta-lhe ainda a Visão/estudos que concede a “PARAMETRIZAÇÃO E DEMINCIONAMENTO” das áreas destinadas a espaços verdes e de utilização coletiva.

No entanto, tendo feito um estudo sobre “INDICADORES E PARÂMETROS URBANÍSTICOS PARA A CONSTRUÇÃO DA QUALIDADE NO AMBIENTE DO TERRITÓRIO URBANO EM CABO VERDE, ASSOMADA – SANTA CATARINA COMO CASO DE ESTUDO, o grupo responsável pela elaboração do setor Ambiente – em concertação com o responsável tivemos a ousadia de apresentar uma proposta inovadora da visão estratégica referente ao setor Ambiente – já com propostas concretas da parametrização da REM e da REU.

Por exemplo, só para ter a noção onde estamos, nos países desenvolvidos mede o tempo estimado para encontrar um espaço verde de recreio e lazer. Em Portugal em cada 7500 habitantes é obrigatório encontrar um jardim com no mínimo10 hetar. Para a limpeza e higiene urbana, segundo o sistema dos indicadores urbanos globais, publicados pela ONU-Habitat, em cada 10 minutos a pé, ou 1,5 km de estradas, um cidadão deve encontrar pelo menos uma tipologia de espaços verdes de recreio e lazer.

E nós? qual é a nossa referência? Não temos, as áreas verdes de recreio e lazer (REU) e a REM, faz-se ao bem entender de cada um e ao critério de cada um. Assim o resultado deste trabalho – propomos que seja pelo menos em cada três mil habitantes – existências de pelo menos uma estrutura /equipamento de recreio e lazer. Em cada 15 minutos apé para os centros urbanos existências de pelo menos um equipamento de recreio e lazer.

O gráfico seguinte ilustra amostras da recolha dos RSU’ (resíduos Sólidos Urbanos), no concelho. Segundo estudos sobre a natureza dos RSU – feita pelo município, a situação do concelho enfrenta desafios enormes, sobre tudo no tratamento e destino final do mesmo. Ver o gráfico - representa a natureza dos resíduos tanto no meio: rural, urbano, residencial, industrial, hospitalar, bem como as características socioeconómicas, bem como à abrangência da cobertura de recolha assegurada pelos circuitos habituais, frequências de recolha, meios de recolha disponíveis (humanos e materiais), meios de contentorização existentes, horários de recolha, entre outros elementos que se consideraram relevantes.

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Bio Resíduos

Município de Santa Catarina (Santiago) Papel/Cartão

Amostra 1 (04-03-2015) Plásticos Finos Frações (%) em Peso Peso Total: 466,36 Kg Plásticos PET Outros Plásticos

Garrafas de Vidro

3,37% 1,61% Outros Vidros e Porcelanas 11,57% Compósitos 'TetraPak' 4,60% 40,74% Outros Compósitos 2,79% Têxteis e Calçado

12,46% Consumíveis Higiénicos Latas

Outros Metais

2,57% 7,93% Madeiras

Resíduos Perigosos 1,60% 0,08% 1,29% Resíduos Elétricos / Eletrónicos 1,31% 1,02% Resíduos de Construção e Demolição 1,83% 2,76% 0,29% Resíduos Hospitalares e equiparados 0,29% Outros Resíduos (solos finos, não 1,90% triáveis) 1

Na base do conceito do planeamento estratégico – que se resume em levantamentos e criação dos cenários prospetivos resultante em vários programas bem como projetos para o desenvolvimento de um determinado sector. Ambiente trata de uma área transversal envolvendo: O

1 Gráfico sobre estudo feito pelo município RSU, em 2015

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Homem, o clima, os recursos geológicos (a rocha, o solo, os minérios e água) constituindo elementos intrínsecos que precisam de ser estudados para reconhecer a sua potencialidade. Os referidos elementos deverão ser utilizados como sustento para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida das pessoas tendo sempre presente o conceito da sustentabilidade. Neste contexto interrogamos: onde estamos? O que queremos?

Como será o ambiente na vertente dos espaços verdes de recreio e lazer” no Concelho até 2027? Em termos legais, temos dispositivos jurídicos que abordam o tema: A lei de Base da Política do Ambiente segundo o decreto-legislativo nº14/97 que em termos do princípio geral, afirma “todos os cidadãos têm direito a um ambiente de vida sadio e ecologicamente equilibrado incluindo serviços de higiene e salubridade pública2.

Conhecendo o PDM, há que distinguir a REM e a REU conforme distinguido no referido plano. A REU - no conceito espaços verdes de recreio e lazer – a programação e definição do referido uso está normalmente ao centro urbano que integra um conjunto de categorias de espaços diferenciados desempenha as mais diversas funções, desde saúde e bem-estar, ambiental, social, didático, cultural, económico e estruturação da malha urbana como a paisagem ambiental. Ainda usando a metáfora, a rede ecológica e espaços verdes de recreio e lazer desempenha a função semelhantes a um pulmão para o processo de respiração de todo o ser humano.

Este plano contem visões, incluindo propostas concretas com elementos responsáveis pela melhoria qualidade de vida das pessoas, elementos esses que devem respeitar o conceito “ambiente” incluindo orientações claras e políticas de proteção, valorização e determinação dos espaços verdes para estruturação do solo bem como ofertas dos espaços para recreio e lazer. Iremos apresentar um quadro resumo dos indicadores do ambiente.

Na lógica de ocupação do solo a REU está definida na classe de espaços para as áreas dos espaços verdes de recreio e lazer. Vejamos por exemplo o estipulado no regulamento do Plano Director Municipal (PDM), no seu artigo nº 46 a definir O Verde Urbano - Os solos afetos à estrutura de verde urbano que integram as áreas de verde ecológico urbano e estão incluídos nos perímetros urbanos, destinando-se a funções de respiração e equilíbrio do sistema urbano3.

MAPA DIAGNÓSTICO DO QUE EXISTEM NO CONCELHO SOBRE O SETOR AMBIENTE

2 Decreto-Legislativo nº14/97_ Lei de base da Política do Ambiente 3 Regulamento do Plano Diretor Municipal de Santa Catarina, artigo nº 46, 2014

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Ilustração da Rede Ecológica Municipal (REM /Verde de Proteção Natural) e da Rede Ecológica Urbana (REU/Verde de Recreio e lazer). A REM, enquadra-se na classe de espaços “Espaços Naturais e de Proteção Ambiental”. Assim sendo, este trabalho, tomou como propósito a ilustração do que temos no concelho em termos da REM e nesta base propor indicadores e parâmetros para a construção da qualidade no ambiente do território de Santa Catarina /versus construção da qualidade de vida das pessoas.

Principais Linhas de Águas no Concelho de Santa Catarina – (REM)

As linhas de águas são uns dos biótopos com maior relevância em termos de conservação dos valores naturais. A água é, provavelmente o único recurso natural que tem a ver com todos os aspectos da civilização humana, desde o desenvolvimento agrícola e industrial aos valores culturais e religiosos arraigados na sociedade. É um recurso natural essencial, seja como componente bioquímico dos seres vivos, como meio de vida das várias espécies vegetais e animais, como elemento representativo de valores sociais e culturais e até como fator de produção de vários bens de consumo final e intermediário.

De acordo com com a exposição elencada no mapa do concelho verificamos que existem várias linhas de águas principais – estas responsáveis pelas bacias hidrográficas, no qual exigem a sua proteção natural e estão classificadas Rede Ecológica Municipal (REM). A REM, incluem para além da rede hídrica, rede de acessibilidades ferroviárias, rodoviárias e aeroportoárias, assim como Espaço de Valor Patrimonial, nomeadamente: Jardins, Quintas de Recerio, Tapadas, Miradouros e Azinhagas.

Tabela nº 1 – Principais Linhas de Águas no concelho

FID Id Nome das Ribeiras Onde_Começa Onde_Termina 0 0 Ribeira da Selada Passo noiva Porto rincão 1 0 Ribeira Angra Entre picos de reda Ilheu dos Alcatrazes 2 0 Ribeira Tabugal Achada do Monte Ribeira Tabugal 3 0 Ribeirão Cavalo Ribeirão cavalo Porto Rincão 4 0 Ribeira do Linho Ribeira do linho Ribeira Salada 5 0 Ribeira Chupadeira ribeira chupadeira Aguas Belas 6 0 Ribeira Salada Alto joão Dó Ribeira Charco 7 0 Ribeira de Santa Clara Lem de Engenhos Ponta Santa Clara 8 0 Ribeira dos Engenhos Ponta Fonte Lima Ribeira aguas belas 9 0 Ribeira de Sedeguma Ribeirinho Ribeira aguas belas 10 0 Ribeira de àguada Fundura Porto ribeira da Barca

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11 0 Ribeira do serrado Serra Malagueta Morgadinho 12 0 Ribeira Covão do carro Lem lopes Porto Rincão 13 0 Ribeira de charco Costa achada Ribeira do Tabugal 14 0 Ribeira de Muita Agua Monte cama de Vaca Ribeira de Santa Clara 15 0 Ribeira de librão Ribeira de Reda 16 0 Ribeira de João Dias Alto serra malagueta Chã de laranja 17 0 Ribeira Chã de curral Monte soça Ribeira chaminé 18 0 Ribeira Jorge Chã de figueira Nhanda 19 0 Ribeira Curral Cruz Ribeira Passo Vaca 20 0 Ribeira de achada Banana Ribeira achada banana Ribeira de charco 4

Nota: estas foram feitas através do arcgis 10.2, e estão já referenciadas descriminada através de uma tabela de atributo. Mas, recomenda-se a um programa e criação de condições internas (criação de uma equipa), responsável pelo levantamento das informações concretas sobre o que temos relativamente ao setor AMBIENTE – tanto na REM como na REU.

Na qualificação do solo, segundo o PDM do concelho, para os solos Urbanos – é possível classificar a REU, que se distribui em: Verde natural e verde de recreio e lazer

Sabendo que a Estrutura Ecológica Urbana – define e controla a qualidade de vida humana, garante o bem-estar e a estruturação do solo, mas também único elemento responsável para construção da qualidade ambiental, este por si só deve ter a sua parametrização definida, com intuito atingir os objetivos acima mencionados.

A tabela nº 2 – Levantamento da REU no Concelho

Classificação dos localização área Principais caraterísticas espaços verdes de recreio e lazer Praça Assomada Centro 0 Principal espaço da cidade/ e do concelho Praça Frente Correio 0 falta reabilitação (muito pouco frequentado)

4 Elaborado por: Eunice Fernandes, entre os dias 04/08 a 16/08/2017

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Estádio Cumbém 0 reabilitação profunda Placa desportiva 0 funcional ótimo estado Cemitério Figueira das Naus 0 Funcional Igreja católica Figueira das Naus 0 Bom estado Parque de merenda Serra Malagueta 0 bom estado /Uso Frequente Polivalente Achada Lém 0 Bom estado/Uso Frequente Igreja católica Achada Lém 0 Bom estado /Uso Frequente Placa desportiva Cruz Grande 0 Usado pela comunidade e diretamente á escola Napoleão Fernandes Cemitério Nhagar/Assomada 0 Referencia do Concelho Praça Nhagar 0 Frente Cemitério /usado no cortejo fúnebre Igreja católica Chã de Tanque 0 Capela/Bobista/Chã de Tanque Bom Uso Campo terra batido Chã de Tanque 0 uso frequente Campo terra batido Mato 0 usado pela comunidade local Sanches/Rombado Polivalente Ribeira da Barca 0 uso frequente em bom estado Praça Ribeira da Barca 0 pequena dimensão pequenina uma rotunda/Frente centro juventude/uso Frequente Igreja católica Ribeirão Manuel 0 Usado pela comunidade para encontros juventude Placa desportiva Ribeirão Manuel 0 uso frequente em bom estado precisa de terminar o cerco Praça Ribeirão Manuel 0 espaço livre sem uso – estátua de nha Ana da veiga Campo terra batido Mato Baixo 0 usado pela comunidade local Gino desportivo Nhagar 0 Bom Estado uso Diário e intenso Concelhio , Nacional e Internacional Placa desportiva Gil Bispo 0 Bom estado Uso Frequente Campo terra batido Rincão 0 Uso diário pela comunidade local Igreja católica Rincão 0 Bom estado

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5 Cemitério Rincão 0 Bom estado Placa desportiva Fonte Lima 0 Uso frequente pela comunidade

Placa desportiva Achada Galego 0 Uso frequente pela comunidade

Igreja católica 0

Mapa nº 1: Levantamento da REM no Concelho

5 Elaborado Por Sandra Almeida entre os dias 04/08 a 16/08/2017

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Eixos estratégicos …. Em construção.

 Interação dos vários setores com o ambiente  Gestão dos resíduos (sólidos como líquidos)  Higiene Urbana  Mobiliários urbano /estética da paisagem  Recursos hídricos  Equipamentos do recreio e lazer  Infraestruturas  Património e cultura  Turismo e economia

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ÁREAS VERDES – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Morfologia que estimula a criação dos espaços verdes e práticas de culturas diversificadas; . Plano Diretor Municipal; . Identificação/localização de espaços apropriado para desenvolver políticas . Centro de ligação da ilha (nó de ligação entre os restantes municípios de de proteção da biodiversidade e geodiversidade; Santiago); . Aproveitamento de recursos humanos qualificados que podemser . Diversidade de paisagens e Singularidade da paisagem urbana e natural; envolvidos na tomada de decisação e na criação/proteção dos espaços . Identificação e estudos das setes maravilhas; verdes. . Existência de planaltos, ribeiras e achadas comcondições para reserva de . Descentralização da representação do município através da criação da espaços verdes; Delegação Municipal; . Diversidade de recursos geológicos para a geoconservação de geopatrimónio”. . Exitencia de um quadro legal favorável em máteria de protecção ambiental; . Alargamento do serviço de saneamento.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Inexistências de parámetros que delimita em Xm2), destinado a REM e a REU; . Inexistências de IGT inferior ao PDM; . Fraca cobertura de rede de esgoto; . Solos fragmentados em decorrência do processo erosivo; . Fraca cobertura dos equipamentos de recreio e lazer nos principais centros . Espaços extensos; urbanos; . Falta de mios financeiros; . Irregularidades das chuvas; . Existência de construções inacabadas, . Ausência do sistema de tratamento dos RSU e RIU; . Atos de vandalismo;

. Inexistência de planos detalhados; . Desalinhamento das construções; . Congestionamento das ruas; . Falta de capacidade das autoridades na estruturação e produção do espaço verde.

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DIMENSÃO AMBIENTAL

ESPAÇOS VERDES DE RECREIO E LAZER – EIXO ESTRATÉGICO

ESPAÇOS VERDES DE RECREIO E LAZER – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Garantir uma melhor qualidade no ambiente do território do concelho bem como a qualidade de vida das pessoas através de uma boa gestão ambiental, particularmente dos espaços verdes;

ODS/ PROGRMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROGRAMA PROJECTOS RELACIONADOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS PROGRAMA

Construir equipamentos REABILITAÇÃO DOS

BAIRROS, DAS destinados a espaços verdes de PRAÇAS E das ÁREAS recreio e lazer em cada VERDES aglomerado com pelos menos

3000 habitantes. CMSCA .

VALORIZAÇÃO E MAHOT 3; 9; 11; 13 e 15 TRATAMENTOS DOS - Organizar a recolha, transporte, . . Desenvolver RSU E RIU E HIGIENE URBANA tratamento e a cobertura dos RSU acções de . INGT PARAMETRIZAÇÃO e RIU; DOS ESPAÇOS VERDES preservação ambiental que - Apoiar na construção de WC. DE RECREIO E LAZER . EMPRESAS contribuem para a

melhoria CRIAÇÃO DE UM Proceder o levantamento, . ONGS de qualidade de GABINETE PARA fiscalizar e executar as vida. LEVANTAMENTO E PARAMETRIZÇAO necessidades da REM . ASSOCIAÇÕES DOS ESPAÇOS e da REU VERDES DE RECREIO ESCOLAS .

PROMOÇÂO DA Promover as palestras, FORMAÇÃO E conferências, seminários, INFOMRAÇÃO DA formações sobre a CIDADANIA TERRITORIAL reciclagem dos RSU e reutilização dos RLU.

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DIMENSÃO AMBIENTAL

SANEAMENTO E RESÍDUOS SÓLIDOS - EIXO ESTRATÉGICO

SANEAMENTO E RESÍDUOS SÓLIDOS - DIAGNÓSTICO

A gestão correta dos resíduos sólidos em Cabo Verde tem merecido a atenção dos sucessivos governos, tanto a nível das leis que regulam esta atividade como também de recursos humanos e materiais. Apesar dos investimentos feitos, tanto pelo governo central como pelas autarquias, registam-se ainda muitas insuficiências, tais como: equipamentos obsoletos ou muito degradados, inexistência de infraestruturas adequadas, de recolha e tratamento de dados e recursos humanos capacitados e motivados.

No concelho de Santa Catarina a evolução na gestão de resíduos sólidos não evoluiu como seria de esperar e nem correspondeu às expectativas da população.

Em 2003, a quando da elaboração do Plano Nacional de Gestão de Resíduos 2004-2014, a literatura dispersa, estimava-se o total de 157.680 toneladas anuais de resíduos sólidos gerados, repartidos entre a fração urbana, industrial, e hospitalar. (Ministério do Ambiente, 2003)

O mesmo Plano, citando o Recenseamento Geral da População e Habitação do ano 2000 e os dados fornecidos pelas câmaras, diz: “o concelho de Santa Catarina1 alberga 49.829 pessoas, tem uma taxa de cobertura de recolha de resíduos sólidos na ordem dos 14%, a mais baixa taxa nacional, com apenas uma viatura com sistema de compactação, não existe dados disponíveis sobre o número de contentores, papeleiras e carrinhos de mão (veja o quadro 6.4.1, versão 1 do Plano Nacional 2004-2014).

Durante a elaboração do plano em 2003 conclui-se que em Cabo Verde gerava-se aproximadamente 92.000 ton/ano de rsu, a taxa média de cobertura dos serviços de recolha era de 62%, recolhia-se um total de 57.016 ton/ano e cada cabo-verdiano servido originava 0,58 kg/dia de rsu.

O município de Santa Catarina contribuía com 7.956 ton/ano de resíduos, servindo 41% da sua população, e cada pessoa gerava 1,067 kg/dia de resíduos sólidos.

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Figura 9. Cobertura com os serviços de recolha Fonte: Plano Nacional Gestão de Resíduos 2004-2014 e PENGER 2015-2030

Nessa data o município de Santa Catarina incluía a freguesia de São Salvador do Mundo que em finais de 2005 e início de 2006 deu origem ao Município de SSM.

Com a elaboração do PENGeR (Plano Estratégico Nacional de Gestão de Resíduos 2015 -2030) observou-se que a taxa media de cobertura com os serviços de recolha a nível nacional superou a meta estabelecida no Plano Nacional 2004-2014 de 82% em 3,5 pontos percentuais. A ilha de Santiago como um todo e Santa Catarina em particular não acompanharam o ritmo ficando respetivamente a 24 e 46 pontos percentuais da média nacional. A geração de resíduos ultrapassou em aproximadamente 40000 ton/ano ao que era expectável no Plano

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Nacional 2004-2014 e a geração de rsu por hab/dia seguiu a mesma tendência, fixando em 0,874 kg, quase 100 gramas a mais do que o esperado.

Figura 10. Produção estimada de RSU Fonte: Plano Nacional Gestão de Resíduos 2004-2014 e PENGeR 2015-2030

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Figura 11. Produção de RSU per capita Fonte: Plano Nacional Gestão de Resíduos 2004-2014 e PENGeR 2015-2030

Organização dos serviços

A Direção de Ambiente e Saneamento é o gabinete responsável pela coordenação de toda a atividade relacionada com a limpeza pública, recolha dos rsu, gestão dos cemitérios, dos espaços verdes e controlo de animais vadios.

A contratação de pessoal pouco qualificado para os serviços de saneamento tem tido reflexos muito negativos na apreciação que o munícipe faz dos serviços. Existe o problema do alcoolismo, afetando sobretudo o género masculino. O conhecimento limitado sobre o que fazer e o

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 211 que não se deve fazer tem contribuído muito para o aumento dos custos associados à prestação dos serviços de recolha de rsu. O quadro 6, abaixo, espelha a organização do pessoal.

Recursos Materiais

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Educação Ambiental

A componente Educação Ambiental foi abordada em ambos os Planos Nacionais. No primeiro Plano na secção 6.9, sob o tópico “Informação, educação e comunicação” diz: “verificou-se que em matéria de ações de sensibilização os municípios tem tido uma atuação muito baixa devido à falta de meios financeiros para promover atividades temática… Apenas alguns municípios tem tido financiamento ou verba disponível para desenvolver atividades de sensibilização.” Como forma de superar esta lacuna recomendou a aplicação de três medidas:

1º. Informação para a gestão de Resíduos 2º. Educação ambiental para a Gestão de Resíduos e 3º. Comunicação para a Gestão de Resíduos.

A necessidade de educar as pessoas para o problema da gestão de resíduos fica evidente nos resultados obtidos, por amostragem no terreno, no âmbito da elaboração do PENGeR. No município de Santa Catarina, dependendo da época do ano, podemos ter até 40 % de solos finos (terra) nos resíduos sólidos recolhidos e transportados para o destino final. (ver fig. ) Através de uma correta acção de informação,

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 213 comunicação e educação podemos diminuir em 40% o peso de resíduos recolhidos e transportados em vão, com poupanças no gasto de combustível, desgaste de articulações de engate, elevação e compactação de resíduos presentes nos camiões com sistemas de compactação, reparações por quebra de componentes, etc…

Por forma a esquematizar os esforços o PENGeR determinou um eixo de atuação exclusiva para uma efetiva ação de Informação, educação e comunicação para o ambiente, sobretudo para a gestão de resíduos, contemplando quatro programas/medidas que serão alcançadas pela materialização de 15 ações. (ver b.O I serie- nº30 de 21 de abril de 2016, pág.1123).

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SANEAMENTO E RESIDUOS SÓLIDOS – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Presença de frações valorizáveis relevantes: . Existência de um quadro legal de suporte: o Das caracterizações realizadas identificou-se uma percentagem o Foi já estabelecido um diploma quadro para a gestão de resíduos, elevada de materiais com potencial de valorização, facilitando a criando a base de suporte à implementação das práticas de gestão possível criação de cadeias de valor para os resíduos. mais adequadas e permitindo o desenvolvimento de diplomas de . Envolvimento do setor privado: especialidade. o Com a criação de cadeias de valor associadas aos resíduos, surge

. Existência de uma entidade reguladora: igualmente uma oportunidade de envolvimento do setor privado o A existência de uma entidade central com responsabilidade na área no esforço de investimento no setor. dos resíduos (ANAS) permite assegurar uma uniformização de . Potencial turístico do concelho: práticas e centralização de informação, potenciando a o O setor do turismo contribui também como um incentivo à correta implementação de soluções. gestão de resíduos, pois o bom estado ambiental e a limpeza do . Comprometimento estatal: território são fatores potenciadores do turismo. Gera ainda fontes o Regista-se um comprometimento das entidades de governação na de receita que podem ser utilizadas para contribuir no esforço de melhoria do setor de resíduos, com o apoio ao desenvolvimento de gestão. novos diplomas de regulação e criação de estruturas de gestão. . Apoio internacional: . Existência de tributação ambiental: o Cabo Verde, tem conseguido manter um relevante apoio o A existência de tributações ambientais, como por exemplo a taxa internacional no financiamento da infraestruturação do país, fator a ecológica ou taxação de importações, permite mais facilmente potenciar para apoio às medidas do presente plano. introduzir a prática de novos modelos de financiamento do setor e . Consciencialização da comunidade para os problemas ambientais: promover a sua aceitação pelos agentes. o A progressiva sensibilização e consciencialização ambiental . Estrutura etária e taxa de alfabetização: confere um leque de oportunidades para incrementar a correta o A população de Santa Catarina comporta 43% de indivíduos com gestão de resíduos e facilitar a criação de valor no setor pela idade compreendida entre os 0 e 18 anos1, e o esforço que tem sido triagem de materiais valorizáveis. desenvolvido na alfabetização da população contribuem igualmente para um mais fácil envolvimento da comunidade nas boas práticas . Estado atual na gestão de resíduos: o ambientais e nas alterações nas práticas de gestão de resíduos. A falta de soluções no país e a necessidade de infraestruturação do setor pode ser um incentivo adicional para a utilização das últimas

tecnologias e inovações e novas soluções de valorização.

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PONTOS FRACOS AMEAÇAS

. Características geográficas e demográficas do território municipal: . Insuficiência de meios: o A dispersão da população pelas montanhas e vales representa um o Registam-se necessidades a nível de meios humanos qualificados, desafio adicional à gestão de resíduos em resultado da maior meios técnicos (equipamentos, contentores e outros) e financeiros de distribuição da população, a dificuldade de criação de soluções centralizadas e maiores custos de transporte. suporte, onde se registam carências diversas nos meios de gestão de . Condições atmosféricas: resíduos. o As condições atmosféricas que caracterizam o município, com uma . Insuficiência de dados: tendência de ventos fortes e períodos de chuva intensa, os quais o Ocorrem significativas lacunas nos dados existentes relativamente à potenciam uma grande dispersão de resíduos não acondicionados, produção e encaminhamento de resíduos, quer a nível de resíduos criando dificuldades adicionais no desenho e conceção técnica de sólidos urbanos, como também a nível empresarial e unidades de saúde, soluções.

não havendo, na maioria dos casos, práticas estabelecidas de registo da . Potencial turístico do município e do país: produção/encaminhamento de resíduos ou de realização de o O crescimento previsto do setor do turismo, poderá representar uma caracterização dos resíduos gerados. pressão adicional na produção de resíduos. . Contínua migração das populações para os centros urbanos: . Insuficientes práticas de triagem e valorização: o Tem-se registado uma concentração das populações nos centros urbanos, o Existem poucas opções a nível de valorização de resíduos, não existindo por migração das zonas rurais, levando a uma alteração da tipologia dos assim hábito de triagem na população. Nas empresas existem, resíduos produzidos, e uma tendência de aumento de capitação média igualmente, poucos casos de separação dos resíduos produzidos e nacional, em resultado de uma eventual melhoria das condições de vida. valorização dos mesmos. . Necessidades de investimento: . Cobertura dos sistemas de recolha: o O setor terá necessidade de significativo investimento, sejam industriais, o Verificam-se ainda situações de cobertura limitada da população no hospitalares, populações, entidades gestoras, municipal ou outros. território do municipio, Assim, torna-se necessário que para a correta efetivação de mudanças, . Significativa quantidade de solos nos resíduos recolhidos: ocorra esta adesão e envolvimento. quer para a construção de o Regista-se uma quantidade significativa de solos na composição dos infraestruturas, como para reforço de meios de recolha, podendo haver dificuldade na obtenção de financiamento. resíduos recolhidos no município, com especial destaque para as zonas . Insuficiência na informação ambiental: rurais, estando associado a más práticas dos colaboradores afetos à o Insuficiente recolha sistemática de dados na área dos resíduos, com limpeza pública e da população em geral. lacunas diversas, constitui um constrangimento para a definição de . Gestão de Resíduos: opções. o Infraestruturas insuficientes na atualidade para a gestão de resíduos. . Reduzida adesão dos agentes e população: Observa-se uma disseminação territorial de lixeiras com riscos para a . A alteração do setor de resíduos, em todos os níveis, resulta igualmente da saúde pública, ecossistemas e qualidade da paisagem, havendo ainda alteração de práticas e adesão dos diversos agentes ao sistema de gestão instalado, quer sejam industriais, hospitalares, populações, entidades gestoras, municipal ou acumulação de resíduos valorizáveis em locais inadequados. outros. Assim, torna-se necessário que para a correta efetivação de mudanças, ocorra esta adesão e envolvimento.

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DIMENSÃO AMBIENTAL

SANEAMENTO E RESIDUOS SÓLIDOS – EIXO ESTRATÉGICO

SANEAMENTO E RESIDUOS SÓLIDOS – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Criar condições para melhor gestão dos resíduos sólidos no concelho através de investimentos em matéria de equipamentos, recursos humanos e ações de sensibilização junto da comunidade visando preservar o meio ambiente;

ODS/ PROGRMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROGRAMA PROJECTOS RELACIONADOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS PROGRAMA

- Dotar os serviços de meios

humanos, materiais e - Criar parcerias institucionais

equipamentos para atender dentro do município para uma as exigências cada vez conjugação de esforços para a correta gestão de RSU; maiores para a gestão de - Criar uma equipa . CMSC; RS; multissectorial de fiscalização . Delegação do CAPACITAÇÃO DE no âmbito da gestão de MS; REFORÇO DA - Envolver todos os serviços resíduos; TODOS OS ATORES CAPACIDADE desconcentrados do Estado - Ter quadros técnicos capazes . Delegação do INSTITUCIONAL na problemática de gestão MUNICIPAIS QUE de elaborar e implementar os ME; PARTICIPAM OU TEM . Delegação do 3; 4; 6; 9; 11; 13; MUNICIPAL PARA A de RS; planos operacionais de gestão GESTÃO DE RS RESPONSABILIDADE de RSU; MAA; 15; 16 e 17

- Elaborar, atualizar e NA GESTÃO DE RSU - Formar todos os . Associações/grup trabalhadores da CMSC afetos implementar toda a os culturais; a gestão de resíduos na desportivas legislação nacional, higiene, saúde e segurança no municipal associada a comunitárias; trabalho; . Universidades gestão de RS; - Dispor de equipamentos que sediadas no assegurem a cobertura com os - Tornar mais eficiente e serviços de recolha a 100% dos município. mais justa a cobrança da aglomerados populacionais. tarifa de recolha de resíduos.

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ODS/ PROGRMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROGRAMA PROJECTOS RELACIONADOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS PROGRAMA

Estancar os potenciais perigos da lixiviação do

chorume gerado durante a

época das chuvas para as populações de Charco e Ribeira da Barca; Eliminar a dispersão SELAGEM DA pelos ventos, sobretudo dos LIXEIRA MUNICIPAL plásticos, nas áreas . CMSC, envolventes da lixeira; . Delegação do MS, Confinar toda a massa de - Eliminar todas as formas . Delegação do ME, de poluição difusa causadas resíduos num mínimo de . Delegação do MAA. pela má deposição dos RS; espaço; Recuperar a área usada - Recuperar lugares onde como lixeira, através da fixação de plantas. PROTEÇÃO, havia deposição ilegal de RS; RECUPERAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO 3; 6; 13 e 15 transmitidas pelos animais AMBIENTAL - Transitar para a deposição dos RS em ; aos seres humanos;

CRIAÇÃO DE UM - Encerrar e selar a lixeira CANIL cães; municipal, promovendo recuperação da área responsável por parte dos proprietários. ocupada.

ELIMINAÇÃO DE Identificar e caracterizar . CMSC, todas as lixeiras ou locais TODAS AS LIXEIRAS . Delegação do MS, de deposito de RS SELVAGENS Delegação do ME, (incluindo as encostas) nos . EXISTENTES NO Delegação do MAA. CONCELHO aglomerados populacionais . importantes; Recolher e transportar e dar um destino adequado aos RS; Recuperar a área através da fixação de plantas.

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ODS/ PROGRMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROGRAMA PROJECTOS RELACIONADOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS PROGRAMA

- Eliminar todas as formas de poluição difusa causadas - Identificar e caracterizar todas as praias de mar pela má deposição dos RS; afetadas pela má gestão de - Recuperar lugares onde RS (sobretudo plásticos); . CMSC, PROTEÇÃO, havia deposição ilegal de . Delegação do RECUPERAÇÃO E RS; PROTEÇÃO - Recolher e transportar e MS, 3; 6; 13 e 15 REQUALIFICAÇÃO INTEGRADA DAS dar um destino adequado . Delegação do PRAIAS DE MAR aos RS; ME, AMBIENTAL - Transitar para a deposição dos RS em Vale da Custa; . Delegação do - Divulgar as praias do MAA. - Encerrar e selar a lixeira concelho fomentando a sua municipal, promovendo procura tanto interna como recuperação da área externa. ocupada.

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ODS/ PROGRMAS ESTRUTURANTES OBJECTIVOS DO PROGRAMA PROJECTOS RELACIONADOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS PROGRAMA

- Levar a informação relevante sobre a legislação •Promover nas escolas em matéria de gestão RS; básicas o senso de - Partilhar o conhecimento responsabilidade para o sobre as melhores práticas gerador de RS; na gestão de RS; . CMSC, . Delegação do INFORMAÇÃO, • Estimular a aplicação EDUCAÇÃO E MS, - Promover a assunção da REDE “ESCOLAS 3;4; 6; 13 e 15 COMUNICAÇÃO PARA A responsabilidade face ao ECOLÓGICAS” dos 5 R na gestão . Delegação do GESTÃO DE RS resíduo gerado, dando o diária de RS, (Refletir, ME, destino final adequado; Recusar, Reduzir, . Delegação do Reutilizar e Reciclar); MAA. - Promover a redução na geração de resíduos diminuindo a contrapartida • Promover a separação financeira (tarifa), a pagar de RS por tipo de pelo contribuinte. componente; • Incentivar a proteção do ambiente através da boa gestão dos RS.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

RECURSOS HÍDRICOS - EIXO ESTRATÉGICO

RECURSOS HÍDRICOS - DIAGNÓSTICO

A importância do sector dos serviços urbanos de água e saneamento não carece ser sublinhada. As externalidades positiva (em termos de coesão nacional, saúde pública e ambiente) que lhes são reconhecidas universalmente e os benefícios quão atribuíveis ao Estado em decorrência do cumprimento das diretivas internacionais relativo ao uso eficiente da Água

A discussão em torno Gestão de Recursos Hídricos ganhou relevância nos setores público e privado nos últimos anos. Os vários eventos de escassez registrados são indicadores de como os impactos ambientais nefastos, a má gestão e as mudanças climáticas podem afetar a disponibilidade de água para todos os setores da sociedade, reacendendo o debate sobre o assunto.

A água constitui um elemento essencial à vida animal e vegetal. Seu papel, no desenvolvimento da civilização, é reconhecido desde a antiguidade. Hipócrates (460-354 A.C.) já afirmava que “a influência da água sobre a saúde é muito grande”.

O homem tem necessidade de água de qualidade adequada e em quantidade suficiente para todas suas necessidades, não só para proteção da sua saúde como também para o seu desenvolvimento económico. Assim, a importância do abastecimento de água deve ser encarada sob os aspectos sanitário, ambiental e económico. Sua gestão é, assim, o grande desafio deste século.

De acordo com dados quantitativos, 97,5% da água disponível na Terra são salgadas e 2,493% estão concentradas em galerias ou regiões subterrâneas de difícil acesso; restando, apenas 0,007% de água doce para o uso humano, disponível em rios, lagos e na atmosfera.

Em face ao crescimento acelerado da população e o desenvolvimento industrial e tecnológico, as poucas fontes disponíveis de água doce estão comprometidas ou correndo risco. A poluição dos cursos de água, a desflorestação, o assoreamento dos rios, o uso inadequado de irrigação e a impermeabilização do solo, entre tantas outras acções do homem moderno, são responsáveis pela contaminação da água.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 222

Atualmente, mais de 1,3 biliões de pessoas carecem de água doce no mundo, e o consumo humano de água duplica a cada 25 anos, aproximadamente. Sendo assim, a água doce adquire uma escassez progressiva e um valor cada vez maior, tornando-se um bem económico propriamente dito.

A vida não tem salvação num planeta sem água. Por isso devemos aprender a usar sábia e equitativamente os cursos de água da Terra, considerando que o acesso à água limpa para as necessidades básicas é um direito humano fundamental das gerações atuais e futuras.

Estima-se que hoje em Cabo Verde, um habitante em cada cinco, ou perto de 100.000 pessoas, não têm acesso a água e saneamento, isto representa cerca de 25% da população residente (Visão, 2025).

Cabo Verde está neste momento, empenhado em satisfazer os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio que são a base de todos os esforços levados a cabo pela comunidade internacional para erradicar a pobreza e melhorar as condições de vida nos países em vias de desenvolvimento.

Por isso todo o estudo e pesquisa que viabilizam mais recursos hídricos e sua qualidade para Cabo Verde são de extrema importância. Assim, investigações vêm sendo realizadas no desenvolvimento de recursos alternativos de fonte de água através da: dessalização da água do mar, armazenamento da água de superfície através da construção de barragens, captação das águas de nevoeiros, entre outros. Para otimizar os escassos recursos existentes, a introdução da tecnologia moderna de irrigação, rega gota-gota, vêm sendo implementadas como forma de aumentar a área irrigada, utilizando menos água.

O potencial Subterrâneo do país é estimado em cerca de 124 milhões de m3 dos quais apenas metade é explorável, em virtude das limitações de ordem técnicas e estruturais. Os recursos superficiais, estimados em 180 milhões de m3 por ano, são explorados em todo o território nacional, mas apenas 5% do seu potencial.

Existem múltiplas barreiras e dificuldades ainda por ultrapassar no sector de serviços de abastecimento de água, saneamento e higiene na ilha de Santiago já identificadas em vários planos e estudos. O diagnóstico atual do abastecimento de água na ilha é fortemente condicionada pela escassez de recursos hídricos convencionais (isto é, as águas superficiais e subterrâneas), o que obrigou ao recurso de água dessalinizada.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 223

Esta origem tem a vantagem de ser um recurso potencialmente ilimitado face às necessidades de água, mas com o inconveniente de ter um custo e um consumo energético muito elevado. O custo elevado traduz-se num condicionante importante ao consumo de água por parte das populações de baixo rendimento que vem condicionando o acesso ao serviço básico de abastecimento de água às populações, seja pela escassez como pelo custo, com capitações muito baixas e um consumo suprimido. O esforço que tem sido feito no aumento da taxa de cobertura para garantir o serviço de abastecimento de água à maioria da população esbarra na indisponibilidade de recursos hídricos disponíveis a um custo socialmente aceitável.

Divisão das Bacias Hidrográficas: A ilha de Santiago apresenta cinco (5) bacias hidrogeológicas, todas compreendendo diversas áreas de captação de variadas dimensões. As maiores extensões montanhosas, (Serra da Malagueta e o Pico da Antónia) que dividem geograficamente as bacias, controlam as direções, tanto da água superficial como do fluxo da água subterrânea (Fig. 3).

Bacias Hidrogeológicas:

• Bacia do Tarrafal: face setentrional da Serra da Malagueta é dividida em dois sub bacias; A e B. • Na Bacia do Tarrafal A, a quantidade total de água explorável é estimada em cerca de 2.166 milhões de m3/ano, ou seja, 5.934 m3/dia. O aquífero principal localiza-se na formação do Pico de Antónia, mas, a maior parte da água subterrânea é armazenada no sopé setentrional da Serra da Malagueta. • Na Bacia do Tarrafal B, a área de captação é pequena com formação aquífera fina, dificultando o desenvolvimento da água subterrânea. Por isso, o caudal volumétrico deve ser limitado a 0,529 milhões de m3/ano, ou 1449m3/dia. • Bacia de Santa Cruz: face nordeste da Serra do Pico da Antónia é dividida em três sub bacias, incluindo também a área de captação da ; Devido a estreita e fina distribuição da formação do Pico da Antónia, o seu potencial de exploração é baixo coma água a ser extraída da camada de depósitos aluviais.

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• Bacia de Santa Catarina: face meridional da Serra da Malagueta e a Oeste da Serra do Pico da Antónia, incluindo três principais áreas de captação: da Barca, do Charco e das Águas que fluem em direção a Oeste. • Bacia de São João Baptista: face Sudoeste da Serra do Pico da Antónia. As áreas ao longo dos alinhamentos apresentam algumas zonas ricas em fissuras favoráveis para a recarga da água subterrânea, uma vez que o nível de água na formação do Pico é geralmente baixo. Cuidados especiais devem ser tomados aquando da definição dos pontos de perfuração. • Bacia da Praia: bacia localizada na zona mais meridional da ilha. Coberta pelos aquíferos da formação do Pico da Antónia. A espessura dos aquíferos na área é favorável para a exploração, com forte potencial de recarga abundante da água subterrânea.

Fig. 1 – Localização das Bacias Hidrográficas.

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Água da Ilha de Santiago:

Na ilha de Santiago, a água das nascentes é utilizada para o consumo doméstico e para irrigação, principalmente nos concelhos da Praia e de Santa Catarina. Existem 102 furos na ilha, que produzem uma média de aproximadamente 9.500 m3/dia. Cerca de 76% da água total produzida pelos furos existentes nos concelhos da ilha de Santiago é usada na agricultura, (5.700 m3/dia), sendo os restantes (3.800 m3/dia) usados no abastecimento doméstico, excetuando o Concelho da Praia, onde cerca de 90% da água captada por este meio é utilizada para fins domésticos (Fig. 2).

Visto que o volume da água para fins domésticos é muito menor do que para irrigação, o número de furos apropriados para o uso doméstico deve ser expandido independentemente da viabilidade limitada dos recursos de água subterrânea na ilha.

O número de nascentes, bem como a respectiva produtividade, têm revelado tendência decrescente nos últimos 20 anos, em resultado da redução de pluviosidade ocorrida nesta ilha em particular.

O estudo de desenvolvimento da água subterrânea em Cabo Verde refere que para a ilha de Santiago, o consumo per capita de água é muito baixo em consequência da escassez dos recursos hídricos disponíveis, sendo o valor médio de captação igual a 11 litros/dia, numa gama de 7 a 20 litros/dia para infra-estruturas hídricas comunitárias e de 33 litros/dia para as ligações domiciliárias (valor aquém do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde, 40 litros/habitante/dia).

A água subterrânea é o recurso hídrico mais utilizado nesta ilha, representando a única origem de abastecimento para as zonas rurais, sendo explorada em nascentes e furos.

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A principal característica de Santa Catarina, é a extrema irregularidade das precipitações. Até hoje os anos de 1972/73 e 1983/84 foram os mais severos do ponto de vista pluviométrico. É certo que o concelho esteve sempre sujeito a secas cíclicas. No entanto, os efeitos resultantes das secas dos últimos anos foram sentidos de forma particular tendo em conta a forte pressão demográfica sobre os escassos recursos naturais. A situação torna-se cada vez mais preocupante,

tendo em conta que, a partir dos anos sessenta, registou-se um declínio significativo da precipitação anual. A sucessão de longos períodos secos, alternados com breves períodos mais húmidos, é uma característica do clima cabo-verdiano.

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Fig. 2 – Localização das origens subterrâneas

A gestão dos recursos hídricos deve estar apoiada em sólidos fundamentos legais, e contar sempre com um adequado suporte jurídico-legal. As leis relativas aos recursos hídricos constituem importantes instrumentos de gestão que o gestor deve ter constantemente ao seu alcance.

Entre as principais leis Cabo-verdianas referentes a recursos hídricos estão:

 Lei n.º 41/II/84 de 18 de Junho, Aprova o Código de Águas que estabelece as bases gerais do regime jurídico de propriedade, proteção, conservação, desenvolvimento, na administração e uso dos recursos hídricos.  Decreto-Legislativo n.º 5/99 de 13 Dezembro, Altera alguns artigos do Código de Águas.  Decreto-Lei n.º 75/99 de 30 de Dezembro, Define o regime jurídico de licenças ou concessões de utilização dos Recursos Naturais.  Decreto n.º 82/87 de 1 de Agosto,estatui as normas destinadas a evitar a obstrução, esgotamento, inutilização, contaminação ou poluição dos recursos hídricos e a propagação de doenças de base hídrica.  Decreto n.º 84/87 de 8 de Agosto, Regulamenta o registro de águas.

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RECURSOS HÍDRICOS – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

 A priorização a nível do poder autárquico sector da água;  Valorização das águas superficiais; s  A água no centro da nossa política de cooperação;  Produção agrícola e segurança alimentar;

 A existência de uma capacidade técnica municipal no domínio das

águas subterrâneas;  Ações de luta contra a pobreza;

 A existência de um quadro legal e institucional claro e a sua  Possibilidade de diminuição de recursos subterrâneos; frequente adaptação às mudanças;  Valorização do uso de água eficiente.  A introdução e massificação de tecnologias modernas de irrigação.

PONTOS FRACOS AMEAÇAS

 Permanência de fatores negligenciadores na valorização das águas superficiais; • Ausência de know-how específico, em matéria de recursos hídricos;  Fraca capacidade em termos de competências técnicas no domínio das águas superficiais; • Recursos financeiros avultados;  Forte dependência energética e sua relação intrínseca com o elevado • Resistências psicológicas, decorrente das campanhas no que concerne ao uso eficiente da água; custo da água dessalinizada;  Indefinição institucional na questão da dessalinização; • Possibilidade de regime torrencial e elevados níveis de transporte sólido.  As acções antrópicas que comprometem a exploração sustentável

dos recursos subterrâneos.

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DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL

RECURSOS HÍDRICOS - EIXO ESTRATÉGICO

RECURSOS HÍDRICOS – OBJECTIVO ESTRATÉGICO

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

 Realizar um conjunto

de atividades inseridas . Câmara num plano de Municipal; renovação e  Reduzir as perdas do periodicidade anual, . Instituto de sistema; vocacionadas e Gestão de relacionada com o tema Recursos  Proceder a Auditoria Água; Hídricos; SENSIBILIZAÇÃO DO 1;3;4;6;12 e 15 e Caracterização do PROMOÇÃO DA  Sensibilizar a USO EFICIENTE DE consumo de Água EDUCAÇÃO HÍDRICA população estudantil . Águas de ÁGUA Potável por parte do dos problemas Santiago, S.A. Município; relacionados com a água; . Ministério do  Promover Projetos  Racionalizar o uso Ambiente; de Educação eficiente da água Ambiental e através da conceção de . Associação de Utilização eficiente sistemas de rega Agricultores. da água; inteligentes (gota-gota);  Reduzir o consumo de água nos Edifícios.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 230

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

. Câmara Municipal;  Reduzir as perdas do  Proteger os recursos de água doce do sistema; . Instituto de concelho Gestão de  Proceder a Auditoria  Efetuar uma Recursos SENSIBILIZAÇÃO DO FISCALIZAÇÃO E e Caracterização do Avaliação da Hídricos; USO EFICIENTE DE consumo de Água GESTÃO CONTÍNUA ocupação do solo e 1;3;4;6;12 e 15 DE RECURSOS ÁGUA Potável por parte do uso da água, de forma HÍDRICOS . Águas de Município; a obter uma gestão Santiago, S.A. eficaz e consistente  Promover Projetos dos recursos . Ministério do de Educação hídricos. Ambiente; Ambiental e  Eliminar as ligações Utilização eficiente clandestinas. . Associação de da água;

Agricultores.

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DIMENSÃO

POLÍTICO-INSTITUCIONAL

_____

Administração Autárquica

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DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

ADMINISTRAÇÃO AUTÁRQUICAS - EIXO ESTRATÉGICO

ADMINISTRAÇÃO AUTÁRQUICA - DIAGNÓSTICO

A administração autarquica tem se configurando cada vez mais como um trablho complexo desafiando os eleitos municipais. Para alcançar a eficiencia, eficácia e efectividade na gestão municipal considera-se fundamental a existencia de presidentes de câmaras competentes, com capacidade de liderança, de fazer artiulação inter-institucional e, sobretudo, empreendedores e visionários. Estas são condições sini qua nom para que administração autarquica possam responder todas as demandas do concelho e fazer o desenvolvimento ser uma realidade.

A maior parte das sociedades modernas e democratas tem procurado desenhar políticas públicas que estimula a participação da sociedade civil nas decisões políticas locais visando reforçar a democracia. Em Cabo Verde o sistema democrático vêm fortalecendo a cada dia sobre tudo com surgimento das novas tecnologias. Hoje já se escuta a falar de orçamento e planeamentos participativo, portanto, o povo tem se tornado cada vez mais no centro da atenção dos políticos eleitos.

O desemprego, o crescimento desordenado na periferia das cidades, o questão do saneamento, a insegurança, a vulnerabilidade das crianças, adolescentes e das pessoas da terceira idade, são questões sociais que vêm preocupando os poderes locais em Cabo Verde e, por issso, essas áreas vem sendo consideradas nos planos estratégicos para o desenvolvimento local.

O concelho de Santa Catarina por ser um munícipio com uma certa tradição em matéria da pratíca do comércio, apresenta um número elevado de pessoas que circulam diariamente no concelho e que execerce alguma pressão territórial exigindo do poder local uma capacidade redobrada para oferecer serviços públicos que atendem as expectativas daqueles que vêm para o concelho seja para fazer compras, comercilizar algum produto, ou fazer visita. Em outras palavras o municipio tem de criar todas as condições para poder grantir, por exemplo, espaço para exposição e comercialização de produtos, gestão do lixo, controle do tráfico de drogas, de produtos robados e, etc.

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 233

A questão financeira constitui um dos grandes desafios para maior parte dos países em vias de desenvolvimento mormente nos países da africa ocidental como é o caso de Cabo Verde, um Arquipélago localizado no largo do oceano atlântico próximo a Estado de Guiné-Bissau.

A despeito das potencialidades de desenvolvimento existente no país e nos seus concelhos nas mais diversas áreas económicas, turismo, agricultura e pecuária, comércio, energia renováveis, etc, a disponibilidade de recursos financeiros para fazer face as demandas sociais continua sendo um dos grandes desafios para os governantes do país, particularmente, as câmaras municipais.

Como pode-se observar no gráfico 3, o orçamento para 2017 do concelho de Santa Catarina registou um acréscimo de 43.96% relativamente ao ano anterior e justifica esse acréscimo com o fato do cenário de desenvolvimento socioeconómico favorável, com um Governo amigo e parceiro dos municípios, ao reforçar a autonomia financeira do Poder Local.

Gráfico I: Evolução do valor global do orçamento (2012 a 2017)

Fonte: CMSCS - ORÇAMENTO,2017.

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De fato esses dados sinalizam que Santa Catarina começou a atravessar um período bastante favorável que pode permitir o concelho ter a uma maior número de recursos financeiros e se bem canalizados, preferencialmente para os projectos indicados no presente plano com senho prioritário, o concelho certamente irá alcançar um outro patamar de desenvolvimento, e alcança visão traçado neste plano.

Analisando o gráfico IV, apresentado abaixo, pode-se inferir que as Funções Serviços Públicos gerais absorvem a maior parte do valor total do Plano de actividades, acarretando um peso de 94%. A seguir vem as Funções Económicas e Assuntos Económicos que têm um peso de 5%, respectivamente, no valor total do Plano de actividades.

Gráfico IV: Plano de Actividades – Repartição por Funções (%)

Fonte: CMSCS - ORÇAMENTO, 2017.

Portanto, com base nestes dados percebe-se que a demanda aos serviços públicos tem um custo elevado para a máquina pública, o que na maioria das vezes dificulta investimentos em sectores importantes da economia capaz de potencializar a geração de emprego e renda às famílias e torná-las cada vez mais independente desejos que consubstanciam como uma das maiores ambições dos dirigentes municipais e nacionais.

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ADMINISTRAÇÃO AUTARQUICA – ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES OPORTUNIDADES

. Recursos humanos qualificados em diversas áreas;

. Corporação de bombeiros durante 24 horas; s . Posto de Informação Turístico funcional; . Boas relações entre a Câmara e os operadores económicos

. Sistema de Informação Municipal; locais;

. Transparência e rigor na gestão de bens públicos; . Integração dos emigrantes no processo de desenvolvimento do

. Existência do Plano Director Municipal (PDM) concelho;

. Boa relação entre os funcionários; . Administração próxima da sociedade civil;

. Aposta na formação permanente dos funcionários; . Excelente relação com os municípios da região e com o

. Liderança de uma equipa jovem e qualificada; Administração Central;

. Funcionários engajados no processo de desenvolvimento do . Interesse dos investidores nacionais e internacionais;

Concelho. . Reavaliação Predial.

AMEAÇAS PONTOS FRACOS

. Insuficiência de controlo interno; . Excessiva dependência da população local face a Câmara; . Hábito de assistencialismo; . Ineficiência na arrecadação de receitas; . Insuficiência de materiais de trabalho específicos para algumas . Alguma dependência do FFM; . Resistência das feirantes aos serviços de fiscalização; áreas; . Algumas falhas nos serviços de atendimento ao público; . Excesso do Pessoal; . Falta de Autonomia Administrativa e Financeira; . Insuficiência de viaturas para os trabalhos de terreno; . Falta de Planos; . Alta demanda social. . Fraca execução orçamental;

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DIMENSÃO POLÍTICO - INSTITUCIONAL

ADMINISTRAÇÃO AUTÁRQUICAS – EIXO ESTRATÉGICO

ADMINISTRAÇÃO AUTÁRQUICAS – OBJECTIVO ESTRATÉGICO.

Promover uma gestão pública municipal, moderna, participativa e, auto-sustentável do ponto de vista financeiro.

PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

FALA SANTA CATARINA 0800;

SANTA CATARINA

Envolver a comunidade EM NÚMEROS; . CÂMARA DE local em todos os COMÉRCIO; 3; 4; 8;10; 16 e 17 GESTÃO processos de gestão Democratizar e controlar . MINISTÉRIO DE PARTICIPATIVA municipal incentivando a ATENDIMENTO AO socialmente a gestão participação efectiva das CIDADÃO ONLINE pública municipal. ADMINISTRAÇÃ mesmas na elaboração das O INTERNA; políticas públicas. . CMSC. PLANEAMENTO PARTICIPATIVO

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS/ ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

ATENDIMENTO PERSONALIZADO E DE EXCELÊNCIA

. CÂMARA DE CRIAÇÃO DE UM MODERNIZAÇÃO Melhorar a prestação dos Restruturação dos serviços COMÉRCIO; BALCÃO ÚNICO . MINISTÉRIO DE 8;16 e 17 ADMINISTRATIVA Serviços na CMSC de atendimento da CMSC ADMINISTRAÇÃ O INTERNA;

. CMSC.

CRIAÇÃO DE UM GABINETE DAS RECEITAS

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PROGRMAS OBJECTIVOS DO PROJECTOS OBJECTIVOS DO PROJECTO STAKEHOLDERS ODS ESTRUTURANTES PROGRAMA RELACIONADOS PROGRAMA

CRIAÇÃO DE UMA

COMISSÃO DE REAVALIAÇÃO PREDIAL

Aumentar a capacidade . CÂMARA DE CAPANHAS QUE Permitir que a Câmara de arrecadar tributos no COMÉRCIO; VISAM AUMENTAR FINANÇAS município através do venha aumentar número 8; 16 e 17 PÚBLICAS alargamento da base A ARECADAÇÃO receitas arrecadadas . MINISTÉRIO DE tributária. DOS IMPOSTOS ADMINISTRAÇÃ O INTERNA

CRIAÇÃO DE UM SISTEMA QUE PERMITE OS EMIGRATES PAGAR O IUP NO PAÍS DE DESTINO

Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 239

INDICADORES DE AVALIAÇÃO

Nivel de satisfação dos minícipes relativamente a dinámica do desenvolvimento do concelho de Santa Catarina de Santiago; (Pesquisa de

Campo)

Aferição das metas pré-difinidas na etapa da elaboração do Plano Estratégico; (Análise do Plano)

Avaliação do nível de execução dos projectos definidos/delineados no presente plano após um profundo estudo junto das instituiçõs locais, nacionais e, prinpiciais Atores Sociais do concelho envolvendo 18 eixos de intervenção. (Análise do Plano)

RESULTADOS ESPERADOS

Acredita-se que a execução efetiva dos programas e projectos prioritários apresentados neste plano certamente catapultará o concelho de Santa

Catarina de Santiago para um outro patamar de desenvolvimento que irá satisfazer os munícipes de um modo geral. Acredita-se que o presente plano vai mlhorar a rentabilidade das empresas locais, pois este estudo, constatou que o concelho detem um potencial substancial em matéria de comércio, e por ser o desemprego um dos problemas que mais afligem não só a comunidade Santa Catarinese, mas todo o país, os consultores deram uma atencão especial a dimensão económica apresentada neste plano, partindo do pressuposto de que sem o desenvolvimento

económico esquece o social, o ambiental e o político. Apenas, com recursos financeiros os Estados-nações (poderes locais, regionais, centrais,

federais) estarão em condições de através das suas instituições darem respostas as mais diversas demandas que vêm da sociedade.

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Plano Estratégico Municipal para o Desenvolvimento Sustentável - Concelho de Santa Catarina – 2017- 2027 242

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DECRETO-LEI N° 26/2006: ACTUALIZA A CLASSIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA E GESTÃO DAS VIAS RODOVIÁRIAS DE CABO VERDE.

OUTRAS INSTITIÇÕES CONSULTADAS

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS.

INSTITUTO CABO-VERDIANO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

DIRECÇÃO GERAL DOS SERVIÇOS PENITENCIÁRIOS E DE REINSERÇÃO SOCIAL.

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