Os Diplomas Anglo-Saxões
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Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas Departamento de História Programa de Pós-Graduação em História Social Fábio de Souza Duque Os diplomas e a governança nos reinos Anglo-Saxões: Mércia e o Wessex entre os séculos VIII e IX. (Versão Corrigida) São Paulo 2018 Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas Departamento de História Programa de Pós-Graduação em História Social Fábio de Souza Duque Os diplomas e a governança nos reinos Anglo-Saxões: Mércia e o Wessex entre os séculos VIII e IX. (Versão Corrigida) Dissertação apresentada para a obtenção do título de mestre em história pelo Programa de Pós- Graduação em história Social do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Cândido da Silva São Paulo 2018 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Catalogação na Publicação Serviço de Biblioteca e Documentação Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Duque, Fábio de Souza DF119d Os diplomas e a governança nos reinos Anglo- Saxões: Mércia e o Wessex entre os séculos VIII e IX. / Fábio de Souza Duque ; orientador Marcelo Cândido da Silva. - São Paulo, 2017. 245 f. Dissertação (Mestrado)- Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Departamento de História. Área de concentração: História Social. 1. Inglaterra Anglo-Saxã. 2. Mércia. 3. Wessex. 4. Governança. I. Cândido da Silva, Marcelo , orient. II. Título. Aos meus avôs paternos Sebastião e Onézia, in memorian, que não viveram para ver a concretização desse trabalho. Os diplomas e a governança nos reinos Anglo-Saxões: Mércia e o Wessex entre os séculos VIII e IX. Resumo A presente pesquisa tem por objetivo analisar as interações entre os reis e as elites anglo-saxãs dos reinos da Mércia e Wessex, entre os séculos VIII e IX, sob a perspectiva da governança. Para tanto, foram perscrutados os diplomas promulgados pelos reis em favor das elites em diferentes reinados entre 716, ano de ascensão do Etelbaldo da Mércia, e 899, ano de morte do rei Alfredo, o Grande. A partir da análise dos diplomas, foi possível perceber que os reis utilizaram desses documentos como meio para obter o consenso e a aquiescência das elites de maneira a viabilizar seus reinados. Foi concluído que uma maior promulgação de diplomas não se configura uma crise de governabilidade, pelo contrário, o número de diplomas concentrados em reinados considerados fortes foi justamente o que possibilitou aos reis evitar conflitos e dissenções em seus reinos. Palavras-Chaves: Inglaterra Anglo-Saxã; Mércia; Wessex; Diplomas; Governança. Royal diplomas and governance on the Anglo-Saxon kingdons: Mercia and Wessex beteween the 8th and 9th centuries. Abstract The aims of this research was analyze the interactions among Anglo-Saxons kings and elites in the kingdoms of Mercia and Wessex in the 8th-9th centuries, from the perspective of governance. For that, the royal diplomas promulgated in favor of elites on the different reings between the years of 716, year of ascension of king Ethelbald of Mércia, and 899, year of death of king Alfred the Great was scrutinized. Through the analysis of the diplomas, it was possible to observe that the kings used these documents to build up consensus and compliance of the elites to enable their reigns. It was concluded that greater enactment of diplomas does not constitute a crisis of governability; on the contrary, the number of diplomas concentrated in reigns considered strong is precisely what enabled the kings to avoid conflicts and dissentions in their kingdoms. Keywords: Anglo-Saxon England; Mercia; Wessex; Charters; Governance. Agradecimentos Nenhum trabalho intelectual é fruto de uma só pessoa, ainda que somente um indivíduo seja responsável pela redação, pensamento e esforço colocados na difícil tarefa à qual, nós, acadêmicos, nos propusemos. Outras pessoas estão por trás de cada pensamento, ideia e sentimento empregados nas páginas impressas fadadas a sobreviverem no tempo. No caminho trilhado por mim nos últimos anos, tive o prazer de conhecer, conviver e redescobrir amigos e familiares que me auxiliaram tanto intelectualmente como pessoalmente e a eles devo meus agradecimentos. Em primeiro lugar ao meu pai, Ailson, que me incentivou e permitiu trilhar o caminho escolhido, sem contestar em nenhum momento minhas decisões, disponibilizando, sempre que possível, os recursos sem os quais eu não teria sequer iniciado o mestrado. À minha mãe que me deu a vida. À minha tia Ironice, uma segunda mãe, que, sem compreender o que eu fazia em São Paulo, nunca questionou minha escolha e me apoiou desde o início, se preocupando a cada viagem que eu realizava a São Paulo. Aos meus tios Cida e Itamar. Às minhas irmãs, Vanessa e Fernanda, que dividiram os serviços domésticos comigo e pelas implicações. Sou chato, mas toda reclamação que fiz e farei é visando que vocês não cometam os mesmos erros que eu já cometi. À minha companheira, Gabriela Fazolato, pessoa que sem a qual eu não teria chegado até o fim desse caminho. Ao meu caro orientador Marcelo Cândido da Silva, por ter me aceitado como orientando, em 2013, e, de lá para cá, sempre desafiando a me superar e depositando confiança em meu trabalho, mesmo em momentos que eu duvidei. Espero não ter lhe decepcionado. Aos amigos do LEME/USP, pelas reuniões e discussões, em especial a Bruna Bengozi, Karen Torres, Vinicius Marino, Marcelo Ferrassin e Adrien Bayard. Com vocês eu aprendi o ofício do historiador e espero continuar a aprendendo nos anos que virão. Aos amigos de Juiz de Fora, Eliene Nogueira, Filipe Queiroz, Hyllo Nader, Mariana Gino, Maúcha Andrade, Rafael Bertante, Raísssa Vieira, Renato Ulhôa, Shirley Oliveira, Virna Braga e Vitor Taxa, que, “entre umas e outras”, estão presentes em minha vida desde a graduação. Ao meu caro amigo de UFJF/USP, Luiz Giacomo, amigo e parceiro intelectual. Que nossa amizade e parceria perdurem pelo tempo. Ao colega de estudos anglo-saxônicos, Renato Silva, pela leitura de alguns capítulos e pelos scans de livros. Aos juiz-foranos residente em São Paulo, Luã Cupollilo e Priscilla Chandretti, pela amizade e acolhida a cada vez que precisei ficar na cidade, sem vocês não teria conseguido cursar o mestrado, meu muito obrigado. À Jovita Noronha, professora e amiga, com quem aprendi muito e por quem nutro um enorme respeito e admiração. À minha querida professora de inglês, Lilian Magalhães, com quem aprendi a admirar a língua inglesa. Às professoras do Departamento de História da UFJF, Carla Almeida, com quem dei meus primeiros passos na vida acadêmica, Beatriz Domingues, que sempre me incentivou a perseguir minhas próprias “viagens”, e, não menos importante, Denise Nascimento, minha primeira orientadora. Ao professor Marcos Olender, amigo e companheiro de empreitadas na UFJF. À minha banca de qualificação, composta pelas professoras Verônica Silveira e Rossana Batista, obrigado pela confiança e pelas críticas que me ajudaram a crescer enquanto profissional. À minha banca de mestrado, composta pelos professores Adrien Bayard, Denise Nascimento e Fabiano Fernandes, por terem aceitado a participar dela. A CAPES pelo financiamento da pesquisa. Peço desculpas caso tenha me esquecido de mencionar alguém. Os acertos desse trabalho, eu compartilho com vocês, os erros são somente meus. Juiz de Fora, 05 de dezembro de 2017. Sumário Introdução ..................................................................................................................... 15 Capítulo 1 - Os Diplomas Anglo-Saxões ..................................................................... 26 1.1-O que é um diploma? ......................................................................................... 26 1.2-A introdução dos diplomas entre os anglo-saxões ............................................. 34 1.3-Produção e aspectos mais importantes. .............................................................. 37 1.4-Escrita e os usos dos diplomas no mundo Anglo-Saxão. ................................... 45 1.5-Preservação e transmissão. ................................................................................. 51 1.6-Conclusão ........................................................................................................... 53 Capítulo 2 – Os regimes de propriedas anglo-saxãs ..................................................... 55 2.1-Introdução .......................................................................................................... 55 2.2-Regimes de propriedades ................................................................................... 56 2.2.1-Folkland ...................................................................................................... 57 2.2.2-Bookland ..................................................................................................... 61 2.3-A “Igreja Proprietária” e o controle das terras pelas elites. ............................... 67 2.4-Conclusão ........................................................................................................... 77 Capitulo 3 - Práticas de Governança no reino da Mércia (716-899) ............................ 79 3.1-Introdução .......................................................................................................... 79 3.2-Etelbaldo (716-759)