Brasília, 24 de maio de 2016 às 09h33 Seleção de Notícias

CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional cni.empauta.com

Valor Econômico | BR Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Rússia testa mercado para oferta de bônus ...... 4 FINANÇAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Selo de 'economia de mercado' pode levar a monopólio chinês ...... 5 EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Calote nos EUA já não se restringe a setor de commodities ...... 6 FINANÇAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Andrade Gutierrez busca mudança depois da Lava-Jato ...... 7 EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Preços na Europa iniciam recuperação ...... 8 EMPRESAS

Temas de Interesse | Comércio Internacional Serra busca apoio de Macri para flexibilizar Mercosul ...... 9 BRASIL

Temas de Interesse | Competitividade Corte de gasto deve vir antes de tributo, dizem executivos ...... 10 ESPECIAL

O Estado de S. Paulo | BR Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Governo faz esforço por nova meta fiscal ...... 11 ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Oportunidade para o nosso etanol ...... 13 ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Serra e Moreira Franco vão divulgar concessões no exterior ...... 15 ECONOMIA

Temas de Interesse | Comércio Internacional Serra defende maior liberdade em acordos do Mercosul ...... 16 POLÍTICA Federações | FIESP Mercosul-União Europeia ...... 18 ESPAÇO ABERTO

Folha de S. Paulo | BR Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Concentração é tendência no agronegócio ...... 20 MERCADO

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Medidas precisam ser de longo prazo, diz Meirelles ...... 22 MERCADO

Temas de Interesse | Comércio Internacional Serra cria novo fórum com Argentina ...... 23 MUNDO

Federações | FIESP Guinada do Itamaraty a favor do Brasil ...... 25 MUNDO

O Globo | BR CNI | Presidente | Robson Braga de Andrade Temer quer se aproximar de entidades sindicais ...... 27 ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Balança comercial já tem superávit de US$ 17 bi no ano ...... 29 ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Reino Unido terá recessão se deixar a UE ...... 31 ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Estado do Rio deixa de pagar dívida externa ...... 33 ECONOMIA

Temas de Interesse | Competitividade Nova era do monopólio ...... 35 OPINIÃO 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Valor Econômico

Rússia testa mercado para oferta de bônus FINANÇAS Na luta para cobrir um déficit or- çamentário cada vez maior, a Rússia está vendendo seu primeiro eurobônus desde que foi atingida por sanções internacionais hádois anos. O banco estatal VTB Group é o único coordenador da transação porque os EUA e a União Européia aconselharam bancos estrangeiros a não participarem da oferta.

cni.empauta.com pg.4 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Valor Econômico

Selo de 'economia de mercado' pode levar a monopólio chinês EMPRESAS Siderurgia Economista americana Usha Haley prevê que concentração aconteceria em cinco anos

cni.empauta.com pg.5 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Valor Econômico

Calote nos EUA já não se restringe a setor de commodities FINANÇAS Os investidores em títulos de dívida pa- recem ter depositado sua fé no caráter ex- cepcional das commodities. Muitos deles supõem que o recente aumento do número de calotes nos EUA desafiará tendências históricas e se manterá confinado a essa in- dústria.

cni.empauta.com pg.6 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Valor Econômico

Andrade Gutierrez busca mudança depois da Lava-Jato EMPRESAS Engenharia Grupo mineiro comprou a The Dennis Group nos Estados Unidos para avançar no exterior

cni.empauta.com pg.7 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Valor Econômico

Preços na Europa iniciam recuperação EMPRESAS Celulose Após reajustes na Ásia este mês, fabricantes iniciam em junho re- composição no mercado europeu

cni.empauta.com pg.8 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Comércio Internacional Valor Econômico

Serra busca apoio de Macri para flexibilizar Mercosul BRASIL A visita do ministro de Relações Ex- teriores, José Serra, a Argentina, ontem, deixou claro o interesse do governo in- terino de de buscar no prin- cipal parceiro da região apoio à ideia de regras mais flexíveis para o Mercosul. Os dois lados mostram pressa na rea- proximação.

cni.empauta.com pg.9 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Competitividade Valor Econômico

Corte de gasto deve vir antes de tributo, dizem executivos ESPECIAL Ansiosos por ver o Brasil de volta à rota do crescimento, o que pode acontecer em 2017, executivosqueparticiparam nanoite de ontem da cerimônia de entrega do prê- mio Executivo de Valor apontam que o governo deve cortar e reorganizar gastos, antes de pensar em elevação da carga tri- butária.

cni.empauta.com pg.10 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Estado de S. Paulo

Governo faz esforço por nova meta fiscal ECONOMIA rum. Uma nova tentativa será feita hoje. Falhando, a matéria irá diretamente ao plenário. "Eu vou ajudar o governo Temer da mesma forma que ajudei o go- verno Dilma", disse Renan. "Não é o Michel, é o Bra- sil, é o interesse nacional." A oposição, no entanto, promete obstruir a votação.

A negociação em tomo da votação da meta se deu em meio ao anúncio de que Romero Jucá iria se licenciar daministério do Planejamentopara reassumir o man- dato de senador pelo PMDB de Roraima. O afas- tamento ocorreu após a divulgação de um áudio em Por falta de quórum, Comissão Mista do Orçamento queJucásugereanecessidadededeteraOperaçãoLa- não avaliou a proposta ontem; texto deve ir hoje di- va Jato. retamente ao plenário Ontem, no Senado,depoisdeter acompanhado o pre- Abalado com a exoneração do ministro do Pla- sidente em exercício Michel Temer em sua visita ao nejamento,Romero Jucá,ogovernotentaaprovar ho- presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) je, em sessão do Congresso Nacional, a nova meta para entregar a proposta, Jucá afirmou que a meta é fiscal, que prevê um déficit de governo central de R$ "factível, realista, não tem maquiagem". "E é a pri- 170,496 bilhões em 2016. Isso, combinado com um meira diferença que tem entre o governo Michel Te- superávit de R$ 6,554 bilhões para Estados e mu- mer e o que saiu." A entrevista foi da da sob gritos de nicípios, resultará em um déficit de R$ 163,942 bi- manifestantes, que o chamavam de "golpista". lhões para o setor público. O realismo mencionado por Jucá, por enquanto, se A mudança é necessária para evitar que a máquina fe- aplica apenas aos dados de 2016. A proposta en- deral tenha de ser paralisada, no que os técnicos cha- caminhada ontem contém projeções também para mam de "shutdown", pela incompatibilidade entre a 2017e2018,masessas sãoasmesmas informadasan- trajetória de receitas e despesas e a meta atual, que é teriormente pela equipe da presidente afastada Dilma um superávit de R$ 24 bilhões. Rousseff. O documento avisa que "esse cenário não é factível e está em processo de revisão". Mas o governo vem enfrentando mais dificuldades do que o esperado para aprovar a redução da meta. Resultado positivo. Nesse quadro otimista, o re- Antes de Michel Temer assumir a Presidência, a ideia sultado fiscal das contas do governo central passaria era usar o trânsito político deRomero Jucápara obter de um déficit de 2,64% do Produto Interno Bruto uma aprovação rápida da matéria, diretamente no (PIB) para um superávit de 1,30% do PIB em 2017 e plenário do Congresso Nacional, já na semana pas- de 2% do PIB em 2018. Fontes da área econômica sada. Não foi o que ocorreu. consideram, porém, que é impossível obter um re- sultado positivo no ano que vem. No Congresso. A Comissão Mista de Orçamento (C- MO) não apreciou ontem a proposta, por falta de quó- A dívida bruta, tida como principal variável para are- cni.empauta.com pg.11 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Estado de S. Paulo

Continuação: Governo faz esforço por nova meta fiscal tomadadaconfiança naeconomia, passaria de73,4% jeções de arrecadação, todas as receitas tidas como do PIB em 2016 para 73,8% do PIB em 2017 e72,2% incertas.A revisão das projeções de2017 e2018 bus- do PIB em 2018. ca exatamente eliminar projeções muito otimistas de receita, para evitar que haja outra frustração tão ele- Para justificar a revisão da meta, o governo informa vada quanto a deste ano. que, em março e abril, a arrecadação federal ficou R$ 7,7 bilhões abaixo do previsto "em função da con- O projeto de lei encaminhado ontem contém ainda tínua deterioração do cenário macroeconômico". umartigo queabre espaço para alterações salariaisde 11 categorias de servidores. Entre elas, estão mé- Além disso, explica o texto que acompanha o projeto dicos, analistas de infraestrutura e delegados da Po- de lei, muitas das receitas extraordinárias previstas lícia Federal. / LU AIKO OTTA, RACHEL no orçamento estão com desempenho abaixo do es- GAMARSKI, ADRIANA FERNANDES, ISA- perado. BELA BONFIM, IGOR GADELHA

De forma que o governo decidiu excluir, das pro-

cni.empauta.com pg.12 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Estado de S. Paulo

Oportunidade para o nosso etanol ECONOMIA ADRIANO PIRES onda: o etanole,até mesmo, o biodiesel. Paratanto, é preciso criar políticas públicas que incentivem a pro- A indústria automobilística passa por uma crise em dução de biocombustíveis, em vez de ficar achando quefabricantes vêm perdendo milharesdedólares no que o carro elétrico é uma grande solução para o Bra- valor de suas empresas em razão do escândalo de te- sil. É a chance de o etanol brasileiro ocupar uma po- rem enganado governos e consumidores mundo afo- sição de destaque na matriz de combustível mundial. ra sobre as reais emissões de dos automóveis. Se há um ponto em comum em todas as agendas dos di- Os veículos híbridos, como os flex fuel, e os pu- ferentes países é o que inclui a redução das emissões ramente movidos a etanol são vantajosos por usarem de poluentes e gases de efeito estufa. Mesmo as gran- um combustível renovável, limpo e au- des empresas petrolíferas, como as tradicionais tossustentável. O uso do etanol hidratado reduz a ExxonMobill e Shell, têm declarado que seus planos emissão de poluentes na atmosfera e é isento do no- de negócio cada vez mais refletem as preocupações civo material particulado fino causador de doenças com a política do clima. respiratórias e de câncer.

Em 2015, veio à tona o caso da alemã Volkswagen, O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de denunciada por ter instalado um software para ma- etanol (o País ocupa a 2ª posição do ranking liderado nipular os resultados de emissões em milhões de veí- pelos EUA) e tem as vantagens comparativas de ter culos a diesel em todo o mundo, para que dessem a tecnologia, terra fértil, sol e água. O País, que já foi impressão de ser menos poluentes. O que parecia ser considerado a Arábia Saudita Verde, perdeu posição um problema restrito à Volkswagen logo atingiu ou- por causa de uma política errática de stop and go que tros fabricantes. Amontadora japonesa Mitsubishi só trouxe instabilidade regulatória e insegurança ju- Motors admitiu ter exagerado sobre a eficiência do rídica. consumo de combustível de mais de 620 mil carros, alguns destes também construídos pela nipônica Nis- Na contramão do mundo,o governobrasileiro,após o san, e ainda se averigua a possibilidade de essas ma- anúncio das grandes reservas do pré-sal, passou a nipulações de resultados estarem ocorrendo desde achar que a solução energética para o País estava ex- 1991. clusivamente ligada ao aumento da produção de uma energiapoluente,velhaedinossáurica,opetróleo.Es- Estes casos de fraudes no consumo de combustíveis e sa opção fez com que o governo implantasse no País reais emissões de poluentes por veículos au- uma desastrada política de subsídio aos preços da ga- tomotivos, somados à maior importância da agenda solina, que provocou a quebra de dois ícones bra- ambiental, obrigarão as empresas a mudanças em sileiros: a Petrobrás e o etanol. suas tecnologias de motor e a uma maior utilização de combustíveis limpos. Não é a toa que o mundo já Para que o País se aproveite da mudança que,o- vive uma febre quanto aos carros elétricos e o fa- brigator iamente,vai ocorrer na indústria au- bricante Tesla e o seu fundador,EllonMusk, são con- tomobilística é preciso estabelecer um planejamento siderados uma espécie de nova Apple e ele, um novo de longo prazo, em que o preço do etanol reflita a sua Steve Jobs. vantagem ambiental. É preciso desvincular a política depreço dagasolina dado etanol. A política depreço No Brasil há combustíveis que podem surfar nesta da gasolina deve ser transparente, sem intervenções, cni.empauta.com pg.13 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Estado de S. Paulo

Continuação: Oportunidade para o nosso etanol de acordo com as tendências do mercado in- competitividade do etanol e, ao mesmo tempo, cria- ternacional. Do ponto de vista tributário, a gasolina ria um colchão para momentos em que o barril es- deve ter seu preço acrescidodeuma Cide quereflita o tivesse muito alto. Fica a sugestão para o governo. fato de ser mais poluente que o etanol e que seja al- teradaem razão do preço do barril depetróleo.Ou se- DIRETOR DO CENTRO BRASILEIRO DE IN- ja, quando o barril estiver baixo, como atualmente, a FRAESTRUTURA (CBIE) Cide deve ter um valor maior. Isso manteria a

cni.empauta.com pg.14 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Estado de S. Paulo

Serra e Moreira Franco vão divulgar concessões no exterior ECONOMIA André Borges apenas 12 integrantes, foi dividida em três áreas: ar- ticulação de políticas públicas; transparência e ar- A divulgação das concessões de infraestrutura será ticulação institucional, e coordenação de projetos. tema de encontro entre o secretário do Programa de Basicamente,uma cuidarádo planejamento, outra do Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, e relacionamento e a terceira delas da execução. o ministro das Relações Exteriores, José Serra. O ob- jetivoédefinir umcronogramaeos destinospara adi- Equipe. Três nomes vão integrar o "núcleo duro" da vulgação dos projetos brasileiros, com apoio direto secretaria, em contato direto com Moreira Franco: das embaixadas de cada país. Eduardo Parente, executivo que preside a Prumo Lo- gística Global, empresa do setor portuário; Joaquim A agenda será fechada ainda com a Câmara de Co- Lima, funcionário de carreira da Caixa Econômica mércio Exterior (Camex), órgão que integra o con- Federal; e Helcio Tokeshi, que era diretor-geral da selho de governo da Presidência da República. Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), empresa criada pelo governo Dilma para liderar a elaboração As cidades de Nova York, Londres e Pequim estão dos estudos para concessões na área de in- entre os destinos mais prováveis, embora ainda não fraestrutura. estejam confirmadas. O governo do presidente em exercício Michel Temer São locais já visitados por equipes dapresidenteafas- tem em mãos um levantamento preliminar de uma tada , quando da divulgação de seu centena de novas concessões e 40 renovações de con- programa de concessões. A abordagem com os in- tratos da área de transportes que estão maturados pa- vestidores, no entanto,prometeser mais técnica ecri- ra serem concedidos nos próximos dois anos. teriosa, segundo a Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). O panorama feito pelas agências reguladoras aponta investimentos da ordem de R$ 110,4 bilhões em ae- A estrutura comandada por Moreira Franco, que terá roportos, rodovias, portos e ferrovias.

cni.empauta.com pg.15 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Comércio Internacional O Estado de S. Paulo

Serra defende maior liberdade em acordos do Mercosul POLÍTICA Questionado se o governo Michel Temer teria le- gitimidade para propor mudanças profundas no blo- co, o tucano disse que "decisões tem de ser tomadas" e há aval do Congresso. Ele ponderou que não via ne- cessidade de grandes alterações no Mercosul antes dos seis meses que pode durar o afastamento de Dil- ma Rousseff.

A busca de alternativas para reativar duas economias em recessão esteve no centro de reuniões de Serra com Prat-Gay e, por último, com Macri o in- tercâmbio comercial entre as nações caiu 42% entre Em Buenos Aires, naprimeira viagemàfrente do Ita- 2011 e2015, deUS$39 bilhões para US$23 bilhões. maraty, chanceler se reúne com Macri e ministros ar- gentinos O governo de Macri, que reconheceu a legalidade da administração Temer minutos depois de o Senado Rodrigo Cavalheiro abrir o processo de impeachment, reiteradamente disse ter interesse na retomada da atividade eco- O chanceler brasileiro, José Serra (PSDB-SP), de- nômica no Brasil, responsável por 40% do comércio fendeu ontem em Buenos Aires, em sua primeira via- internacional argentino. Nos primeiros quatro me- gem no comando do Itamaraty, que os integrantes ses, o déficit bilateral argentino triplicou e chegou a Mercosul tenham maior liberdade para negociar US$1,4 bilhão, em razão da queda no consumo bra- acordos bilaterais. O senador reuniu-se longo do dia sileiro, segundo a consultoria Abeceb. com a ministra das Relações Exteriores ar- gentina,Susana Malcorra, o ministro economia, Al- Do salão em que Serra falava, ouviam-se apitos de fonso Prat-Gay, o presidente Maurício Macri. manifestantes contrários ao governo Temer. Os pro- testos, que ele classificou como irrelevantes, o acom- "O Mercosul é uma união aduaneira. Não é uma zo- panharamdesdesua chegadaaBuenos Aires, nanoite na de livre comércio, que é o que eu sempre defendi. de domingo,quando35ativistasjogaram bolinhas de O problema da união aduaneira é fazer acordos com papel contra seu carro. Ontem, 150 pessoas exigiam outros países do mundo sem ser em conjunto. A nos- a renúncia de Temer e chamavam o ministro de gol- sa estratégia é flexibilizar isso. As vezes um pode pista. Parte do grupo era formado por militantes kir- abrir a oportunidade e os outros vêm depois", disse o chneristas. tucano em entrevista coletiva na embaixada bra- sileira, à noite. A proposta não seria permitir que um Entre as diretrizes da nova política externa brasileira, integrante do Mercosul estabeleça acordos com paí- anunciadas na semana passada, Serra colocou a re- ses de fora do grupo e os outros membros se somem lação com a Argentina. posteriormente, de acordo coma experiência de cada um. Em seu discurso de posse, ele citou "referências se- cni.empauta.com pg.16 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Comércio Internacional O Estado de S. Paulo

Continuação: Serra defende maior liberdade em acordos do Mercosul melhantes, para reorganização da política e da eco- cesso de mediação. Ele ressaltou que a turbulência nomia" ao referir-se ao governo de Macri, eleito no brasileira impediría o País deexerceresse papel dein- ano passado por uma coalizão de centro-direita. Ser- termediário. ra salientou sua intenção de "despartidarizar" o Itamaraty, algo que Malcorra também assumiu como Serra chegou à Argentina já com a definição do novo compromisso ao tomar posse em dezembro como embaixador brasileiroem Buenos Aires, SérgioFian- chanceler, após 12 anos de administração kir- ça Danese. Ele ocupa a função de secretário-geral do chnerista. Itamaraty, segundo posto na hierarquia da ins- tituição, cargo queseráexercidopor Marcos Galvão. Caracas. A situaçãodaVenezuela, quecriticou o pro- cesso de impeachment brasileiro e tem sido alvo fre- Flexibilização "O problema da união aduaneira é co- quente de críticas de Macri, também esteve na pauta mo fazer acordos com outros países do mundo, sem do chanceler brasileiro. O presidente argentino pres- ser em conjunto. Nossa estratégia é flexibilizar essa siona Caracas pela libertação de presos políticos e já entrada" José Serra ameaçou pedir a suspensão do país do Mercosul. Questionado se exigiria a punição ao país governado MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES por Nicolás Maduro, Serra disse defender um pro-

cni.empauta.com pg.17 24 de maio de 2016 Federações | FIESP O Estado de S. Paulo

Mercosul-União Europeia ESPAÇO ABERTO RUBENS BARBOSA empresas europeias.

Depois demais demais de15 anos, no últimodia11, o Do lado do Mercosul, o que facilitou o renovado in- dia em que o governo do PT foi afastado do poder pe- teresse em avançar os entendimentos com a União lo Senado, iniciou-se finalmente a negociação entre o Europeia, além da postura pública dos empresários Mercosul e a União Europeia (UE), com troca de em favor do acordo, foi o empenho do governo bra- oferta de bens,serviços e investimentos. sileiro, em 2015, com gestões de alto nível em todos os países-membros afavordadecisão positiva, com a Do lado europeu, a decisão mio foi sem percalços. promessa de que a posição inicial de 87% seria ape- Durante um bom tempo, alguns países conseguiram nas o primeiro passo a ser ampliado quando as ne- adiar a decisão. Em 29 novembro de 2015, em reu- gociações efetivamente começassem. A eleição de nião da Comissão Europeia, três países, França, Ir- Mauricio Macri para aPresidênciadaArgentina esua landa e Hungria, com apoio discreto da Lituânia, da intenção de desmantelar as restrições protecionistas Polônia e da Estônia, manifestaram-se contra o início ilegais criadas pelo governo de Buenos Aires nos úl- dos entendimentos com o Mercosul. O apoio daAle- timos anos foram também fatores positivos. Para o manha e do Reino Unido foi o que propiciou a pre- Mercosul, a União Europeia é seu principal mer- valência da maioria. cado, com 20% do comércio global, e envolve tam- bém um significado geoestratégico pela necessidade Representantes dos setores agrícola e industrial da- deestar presente quandoaUE concluirumacordo co- queles paísesobjetaram fortemente, sob o argumento mercial com os EUA. de que alimentos geneticamente modificados não po- deríam entrar em alguns países e que as restrições na Os obstáculos técnicos derivados da influência da área industrial e de serviços continuariam elevadas. plataforma política do PT sobre as negociações co- A relutância em tomar uma decisão positiva era jus- merciais deverão desaparecer com o governo de Mi- tificada pela prioridade na negociação comercial da chel Temer. Nos últimos 15 anos a negociação de UE com os EUA, a Austrália, a Nova Zelândia e o acordos comerciais mudou radicalmente. A ne- México; pelo baixo nível da oferta do Mercosul, em gociação praticada até o final do século 20, cujo foco tomo de87% do volume decomércio entre as duas re- era a liberalização do comércio pela eliminação das giões; e pela percepção de que haveria resistência pa- barreiras tarifárias, passou a ter como objetivo ra a aceitação de regras sobre compras principal barreiras não de tarifas, mas de regras com- governamentais, investimento, direitos trabalhistas, plexas de difícil negociação. As normas tradicionais meio ambiente e serviços e outras. que diziam respeito à redução de barreiras ta- rifárias e à eliminação de subsídios e incentivos, que Na reta final,o protecionismo agrícola, liderado pela traziamdistorções aolivre-comércio, usualmente de- França, pela Irlanda, pela Hungria e ou- finidas de forma multilateral na Organização Mun- tros,prevaleceu ,tanto que a carne e o etanol estão dial do Comércio (OMC ),passaram para segundo pendentes na lista de ofertas da UE. Embora re- plano. Os acordos de última geração como a Parceria presentando apenas perto de 2% do comércio global Trans-Pacífico - incluem regrasqueincidem sobre as da UE, o Mercosul tem um significado geoes- legislações internas, existentes nos sistemas ju- tratégico (crescente presença da China)e de opor- rídicos nacionais. tunidade em vista da maior competitividade das cni.empauta.com pg.18 24 de maio de 2016 Federações | FIESP O Estado de S. Paulo

Continuação: Mercosul-União Europeia

A negociação com a União Europeia terá o mérito de entre outras. Na área agrícola, de interesse prioritário trazer os países-membros do Mercosul para a rea- para o Mercosul, as cotas reduzidas que certamente lidade dos tempos atuais. serão oferecidas para os produtos brasileiros, em es- pecial a came, certamente causarão reação interna. O novo governo vai ter de lidar com as novas ca- racterísticas dessa negociação. Não mais vai ser pos- As negociações estão apenas começando e as po- sível ignorar essas transformações e insistir somente siçõesiniciais deverão sofrer adequação aolongodas nas políticas seguidas nos últimos anos: eliminação conversações. Realisticamente, contudo, talvez o das restrições ao acesso a mercados na área agrícola acordo, para ser concluído, tenha de ser menos am- (fim dos subsídios e dos incentivos) e defesa de me- bicioso do que ambas as partes gostariam, em vista didas restritivas para proteger a indústria, arrasada das dificuldades internas dos dois lados. por políticas equivocadas dos governos petistas. Apesar dessas incertezas, devem ser saudadas como O início das negociações com a UE vai retirar o Mer- muito positivas as notícias do início das negociações cosuldo isolamento promovido pela estratégia dene- Mercosul-União Europeia. gociação do Brasil e da Argentina até recentemente. Do ponto de vista do Brasil, a negociação é im- O ministro José Serra indicou que o Mercosul for- portante porque poderemos acompanhar de perto os talecido deve "utilizar avantagem do acessoaonosso entendimentos já iniciados entre a Europa e os EUA mercado interno como instrumento de obtenção de com base nos acordos de última geração. concessões negociadas na base de reciprocidade equilibrada". Com Serra, o acordo não deverá ser O grande desafio para o Mercosul vai ser como lidar concluído a qualquer custo. "Não tem sentido fazer com a pressão da Europa para a redução das tarifes concessões, sem reciprocidade", é a mensagem que em todos os setores - com listas de exceções re- transmitiu a Bruxelas. duzidas e com regras inovadoras em propriedade in- telectual, na questão do conteúdo nacional, nas PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO compras governamentais,no papel das empresas es- EXTERIOR DA FIESP tatais, na legislação trabalhista e de meio ambiente,

cni.empauta.com pg.19 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Folha de S. Paulo

Concentração é tendência no agronegócio MERCADO suas atividades.

É o que está ocorrendo agora. A Bayer tem o quí- mico, mas não é tão forte na biotecnologia. Já a Mon- santotem asemente,masnãoéforte naquímica. Uma complementa a outra.

Grosso modo, os dados são os seguintes: A Mon- santofatura 14% com aárea dequímicos, eo restante, com biotecnologia. ANÁLISE COMMODITIES Já Syngenta, queaMonsanto queria comprar, tem po- sicionamento inverso, com faturamento maior nos Empresas com atuações diferentes unem forças para químicos. O posicionamento da Bayer não difere se complementar, reduzir custos e ganhar tempo e di- muito do da Syngenta. nheiro Além disso, umnovo evento naárea debiotecnologia MAURO ZAFALON - uma novasementeBt,por exemplo-tem umcustode US$ 150 milhões. O de uma molécula química - co- COLUNISTA DA FOLHA mo um novo defensivo- custa US$ 300 milhões. Asindústrias do agronegóciocaminham para o ponto Tempo, dinheiro e talento forçam a união entre elas. máximo da concentração. A pulverização de várias Unem forças no que mais tem de forte. empresas em vários setores, cenário que existia há al- gumas décadas, cedeu lugar a grandes con- MARGENS glomerados nos anos 2000. Se efetivada, a transação pode não ser a melhor coisa Agora, chegou a vez da fusão e das compras entre as para os produtores. Serão muitos produtos sendo ne- grandes. Se concretizada, a aquisição da Monsanto gociados por apenas uma empresa. Essas ne- pelagigantealemã Bayer seráaunião deduasdascin- gociações serão feita com margens cada vez mais co principais empresas do setor agropecuário. apertadas. Essa é uma tendência que não tem volta. A própria Esse aperto chega em um período de preços das Monsanto acelerou esse processo. Ao tentar comprar commodities agrícolas em queda no mercado ex- a suíça Syngenta no ano passado, a multinacional terno, após uma fasedeaceleração nos anos recentes. norte-americana deuumgolpe com adireita no setor. A compra da Monsanto pela Bayer traria duas cu- Ao não finalizar essa compra, acaba de receber um riosidades ao mercado. A primeira: a reação dos pro- golpe de esquerda. Ao tentar adquirir a Syngenta - dutores norte-americanos à perda de poder das que deve ficar com os chineses da ChemChina, após empresas dos Estados Unidos no setor - nos últimos oferta de US$ 43 bilhões- , a Monsanto mostrou que anos eles já vêm tendo presença menor nas ex- as indústrias não podem mais atuar isoladamente em cni.empauta.com pg.20 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Folha de S. Paulo

Continuação: Concentração é tendência no agronegócio portações. participação nessas empresas para garantir a sub- sistência alimentar. Outra será a dificuldade de junção a estilos de ad- ministração alemã com a norteamericana. A BAYER TEMO QUÍMICO, MAS NÃO É TÃO FORTE NA BIOTECNOLOGIA. A MONSANTO Nesse vaivém de empresas, o setor precisa ficar aten- TEM A SEMENTE, MAS NÃO É FORTE NA QUÍ- to e aprender mandarim o quanto antes. O caso da MICA. UMA COMPLEMENTA A OUTRA Syngenta pode não ser isolado, uma vez que os chi- neses, com a ajuda do governo, querem aumentar a

cni.empauta.com pg.21 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional Folha de S. Paulo

Medidas precisam ser de longo prazo, diz Meirelles MERCADO Em evento, ministro da Fazenda afirma que governo ações a serem tomadas pelo governo interino de Mi- tem que ir além de intenções chel Temer são um meio de garantir que em 5,10 ou 15 anos os aposentados receberão seus benefícios e DE SÃO PAULO que elas representam o único meio de reparar o mer- cado de trabalho. As medidas a serem anunciadas nesta terça-feira (24) não podem ser só de curto prazo, afirmou nesta se- "Asações aserem tomadas nãosão umfim em si mes- gunda-feira (23) o ministro da Fazenda, Henrique mas. São um meio, a rigor, o único, de trazer de volta Meirelles, em evento em São Paulo. ao mercado os 11 milhões de brasileiros de- sempregados, de reduzir a dúvida de empresários e a "Tem que ficar claro que não pode ser mera de- insegurança dos trabalhadores que conseguiram per- claração de intenção, de vontade, ou medida só de manecer no emprego." curto prazo", disse durante o evento "O Brasil que Temos para o Brasil que Queremos", organizado pe- O ministro insistiu queo aumentodaarrecadaçãotem la revista "Veja". de vir como consequência do processo de ajuste, res- salvou diversas vezes que o processo começa pelo rí- O ministro evitou dar detalhes e disse que sua equipe gido controle de despesas e pediu paciência. ainda trabalharia nas 24 horas anteriores ao anúncio. "Nós às vezes nos esquecemos de que estamos no sé- Ele disse que queria sinalizar à população de que as timo dia útil de governo."

cni.empauta.com pg.22 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Comércio Internacional Folha de S. Paulo

Serra cria novo fórum com Argentina MUNDO denar posições em temas estratégicos, como defesa, comércio, energia, ciência e indústria aeronáutica.

A medida, anunciada durante visita de José Serra a Buenos Aires, éaprimeira areforçar aparceria com a Argentina como a mais importante na região, uma das dez diretrizes anunciadas pelo chanceler ao as- sumir o país foi o primeiro destino escolhido por Ser- ra como ministro.

O fórum deve se reunir pelo menos duas vezes ao ano, uma delas antes da abertura da sessão anual da Assembleia Geral daONU, para queos vizinhos che- guem com posições alinhadas ao encontro.

Isso vai implicar em reuniões dos ministros para tra- tar de políticas principalmente no âmbito das Amé- ricas, do Mercosul e mesmo na relação [da região] com o restodo mundo,afirmou Serraem visita aBue- nos Aires.

Em entrevista coletiva, Serra voltou a defender uma política externa sem partidarismo, em alusão ao ali- nhamento regional mantido sob Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e afirmou que poderia visitar Luciana Dyniewicz países com governos de esquerda, como Equador e Venezuela. Mecanismo servirá para coordenar posições po- líticas dos dois países; Buenos Aires é primeiro des- Não está programado, mas não excluo a pos- tino de chanceler sibilidade. Nós lidamos com países, não com par- tidos.O ministro acrescentou queo tom das respostas Ministro é seguido por manifestantes; aproximação emitidas pelo Itamaraty para rejeitar as ma- com vizinho é 1 das 10 novas diretrizes externas nifestações dos países que criticaram o impeachment foi mais ameno que o dos questionamentos re- Com o governo do presidente interino Michel Temer cebidos.Creio que há desinformação sobre o que mais alinhado politicamente ao de Mauricio Macri, aconteceu no Brasil. Outros simplesmente [criticam Brasil e Argentina criaram nesta segunda (23) um o impeachment] por exploração política, disse. mecanismo decoordenação políticaentreos doispaí- ses. Segundo o chanceler, a situação política da Ve- nezuela foi tratada na reunião com sua colega ar- O conselho será comandado pelos secretários-gerais gentina, Susana Malcorra, por ser um fator relevante dos Ministérios deRelaçõesExterioresedeverácoor- cni.empauta.com pg.23 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Comércio Internacional Folha de S. Paulo

Continuação: Serra cria novo fórum com Argentina para a América Latina hoje. Medidas futuras, como Quebrando um costume instaurado em dezembro do uma suspensão do país do Mercosul, não foram dis- ano passado, quando Macri assumiu, não houve en- cutidas, disse ele. trevista coletiva da chanceler argentina com o vi- sitante. Mercosul e comércio Malcorra falou com jornalistas na Casa Rosada, após Sobre a flexibilização do Mercosul, Serra disse que a a reunião, para tratar de sua candidatura à chefia da estratégia que defende é criar mecanismos que per- ONU. mitam acordos bilaterais entre um membro do bloco e um terceiro. O modo como isso será feito ainda não Questionada sobre a visita do brasileiro, disse que há foi definido, mas a ideia, afirmou, foi bem recebida um novo chanceler e sem dúvida é preciso trabalhar pelo governo Macri. com ele. Desde que chegou na Argentina, na noite de domingo (22), até deixar o país, na noite de segunda Atualmente, o bloco precisa fechar acordos de forma (23), Serra foi acompanhado por dezenas de bra- monolítica, o que emperra algumas negociações. sileiros contrários ao governo de Michel Temer e al- guns argentinos que integram movimentos Macri recebeu Serra na Casa Rosada. A reunião foi kirchneristas como o La Campora. tratada como visita de cortesia. Em janeiro, quando o entãochanceler,MauroVieira,esteveem BuenosAi- Para entrar e sair da sede da chancelaria argentina, res, o presidente o recebeu. usou portas laterais e despistou manifestantes com carros saindo por diferentes portões. O governo Macri reconheceu rapidamente Michel Temer como presidente, mas tomou alguns cuidados na visita de Serra.

cni.empauta.com pg.24 24 de maio de 2016 Federações | FIESP Folha de S. Paulo

Guinada do Itamaraty a favor do Brasil MUNDO OPINIÃO NOVO GOVERNO E ainda no descaso em relação à democracia e aos di- reitos humanos pelo apoio explícito a regimes au- RUBENS BARBOSA toritários e pela devolução a Cuba de pugilistas do país que pediram asilo no Brasil A crítica que se faz O governoMichel Temer,em menosdeuma semana, agora a uma pretensa ideologia conservadora e neo- definiu as principais diretrizes de sua política externa liberal talvez tenha avercom o fato dequeo novo Ita- eprocurouindicaros rumos quepretendeimprimir na maraty reconhece que, nos 13 anos de PT, a política complexa agenda externa. externadeixou deser uma política deEstado epassou a ser uma política do Partido dos Trabalhadores. As primeiras reações negativas dos petistas à política externa do governo Temer concentram sua artilharia A partidarização da política externa esvaziou e des- na ideia de uma ideologia conservadora e neoliberal prestigiou o Ministério das Relações Exteriores, que das medidas anunciadas. perdeu acentralidade do processo decisório, e,em al- guns casos, da própria execução da politica externa Criticam um suposto afã de se diferenciar dos go- pelainterferência diretaderepresentantedoPlanalto. vernos anteriores com o abandono das principais li- nhas depolítica externadefendidas pelo lulopetismo, A submissão do Itamaraty àplataforma deumpartido como o Mercosul, a politica Sul-Sul (abandono da político tornou o Brasil subserviente na América do África, Oriente Médio e América do Sul); no es- Sul ao bolivarianismo populista com os conhecidos quecimento do multilateralismo; na atitude sub- resultados negativos para os interesses brasileiros, serviente com a aceitação do unilateralismo agravados por práticas pouco transparentes que cer- hegemônico e ampliação das relações com os países caram as decisões sobre serviços prestados por em- desenvolvidos e na aceitação do acordo dos EUA presas brasileiras. com a Ásia. O Brasil ficou a reboque dos acontecimentos na re- E também na pouca disposição para ousar uma ati- gião, o que acabou resultando nas críticas recentes da tude independente, resignando-se a ocupar cantinho Unasul (União das Nações Sul-Americanas), da pequeno do mundo, de onde nunca o Brasil deveria OEA (Organização dos Estados Americanos) e dos ter saído. paísesdaAliançaBolivariana (aAlba),com o apoio e o estímulodo PT, numa atitude inaceitável para qual- Os reparos que muitos de nós fizemos ao lulopetismo quer governo. questionavam a defesa de uma plataforma partidária, em muitos casos, contrária ao interesse nacional, co- A reação do Itamaraty na defesa de nossa soberania mo no caso da expropriação das refinarias da Pe- foi confundida com arrogância e prepotência. trobras na Bolívia sem reação firme do governo brasileiro. Não há dúvida de que o novo governo assumiu ati- tude diferente daquela do PT. No Mercosul, na suspensão do Paraguai para a in- clusão da Venezuela, na aceitação sem contestação A percepção quanto à importância do interesse na- de medidas protecionistas ilegais da Argentina que cional surge na tentativa agora de se tirar o Brasil do prejudicaram sensivelmente as empresas brasileiras. isolamento e reinseri-lo em um mundo em grande cni.empauta.com pg.25 24 de maio de 2016 Federações | FIESP Folha de S. Paulo

Continuação: Guinada do Itamaraty a favor do Brasil transformação, com desafios que o governo Dilma gostava quando era elogiado por ter permanecido no Rousseff se recusou a enfrentar. Quanto aos re- Itamaraty mais tempo do que o Barão do Rio Branco, sultados das políticas que apenas começam a se es- figura que parecia admirar em outros momentos de boçar, para os opositores, o melhor seja esperar para sua carreira, mas que, agora, como no jargão petista, ver. reduz a elitista.

Talvez seja prematuro e apressado, com pouco mais RUBENS BARBOSA, presidente do Conselho de de semana de governo, os opositores considerarem Comércio Exterior da Fiesp e do Irice (Instituto de que o Brasil não manterá uma atitude independente e Relações Internacionais e Comércio Exterior), foi desassombrada como afirmou em artigo recente pu- embaixador em Londres e em Washington blicado pela Folha o ex-chanceler de Lula, que bem

cni.empauta.com pg.26 24 de maio de 2016 CNI | Presidente | Robson Braga de Andrade O Globo

Temer quer se aproximar de entidades sindicais ECONOMIA Objetivoéapoiarchapas departidos queapoiemono- Procurado, Sousa disse que pretende ser um "in- vo governo termediador de demandas" que retomem a confiança no crescimento do país. Declarou que será res- Gabriela Valente ponsável por fazer o diálogo deforma mais rápida pa- ra tentar equacionar as demandas do setor: Após anos de um relacionamento difícil entre go- verno e indústria, o presidente interino, Michel Te- - Nossa meta é melhorar as relações entre governos, mer, quer estreitar os laços com o setor que mais empresários e trabalhadores. sofre com acrise. Além dechancelar medidas quese- rão tomadas pela equipe econômica para reativar o A expectativa para este ano é que o setor industrial setor produtivo, o presidente quer estimular a rea- amargue retração de 6%. A massa de desempregados proximação do governo com entidades patronais e e o fechamento de fábricas preocupam. Além disso, a com sindicatos. E, assim, fazer laços com mo- avaliação da equipe econômica é que o investimento vimentos sociais: uma inquestionável desvantagem deve demorar a voltar, por causa da capacidade ocio- em relação à gestão da presidente afastada, Dilma sa nas empresas. Rousseff. A preocupação do governoéaumentar o otimismodo A ideia, segundo interlocutores de Temer, é pro- mercado, e João Henrique deve ser um dos canais de mover uma "oxigenação" das agremiações de classe. motivação. Ou seja, apoiar novas chapas de partidos diferentes da base de apoio do governo afastado. Dessa forma, O diálogo do setor também tem se dado de outras for- haveriauma substituiçãoderepresentantes do PT por mas, já que a articulação com o Ministério do De- outras legendas, e, assim, o governo Temer con- senvolvimento murchou após a pasta ser fatiada. A quistaria uma base de sustentação maior. ConfederaçãoNacionalda Indústria (CNI )já agiu para garantir acesso direto ao Planalto e pleitear mu- - Não dá para ter sindicato de um só partido - resumiu danças para que o setor volte a crescer. O presidente uma fonte próxima ao presidente. da entidade, Robson Andrade, entregou pes- soalmente a Temer um documento com 36 propostas Um dos responsáveis por essas mudanças é o ex-mi- para reativar a indústria. nistro dos Transportes do governo Fernando Hen- rique Cardoso, João Henrique Almeida Sousa. Na Além de pedidos de reformas, o setor quer cinco mu- semana passada, ele foi nomeado para a presidência danças em tributos como aampliaçãodeprazosdere- do Sesi, o Serviço Social da Indústria, cargo que colhimento de IPI e PIS/Cofins. Reivindica ainda era ocupado pelo ex-ministro petista Gilberto Car- alterações nas relaçõesde trabalho, melhoriasnain- valho, responsável pela articulação do antigo go- fraestrutura, no comércio exterior e no verno com os funcionários do setor. financiamento às empresas.

cni.empauta.com pg.27 24 de maio de 2016 CNI | Presidente | Robson Braga de Andrade O Globo

Continuação: Temer quer se aproximar de entidades sindicais

Foram feitos, ainda, pedidos para melhorar a se- João Henrique Almeida Sousa Presidente do Sesi gurança jurídica e regulação e propostas para apri- morar o ambiente de inovação no país.

"Nossa meta é melhorar as relações entre governo, empresários e trabalhadores"

cni.empauta.com pg.28 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Globo

Balança comercial já tem superávit de US$ 17 bi no ano ECONOMIA Em Buenos Aires, Serra defende 'flexibilização' do Atualmente, qualquer entendimento de livre co- Mercosul para fechar acordos com terceiros mérciodeve sernegociadopelo Mercosul,como blo- co. O Uruguai, por exemplo, há anos pede Eliane Oliveira, autorização para iniciar conversas com os Estados Unidos, entre outros potenciais parceiros, mas isso Janaína Figueiredo* e Gabriela Valente jamais foi permitido.

-Brasília e Buenos Aires - A balança comercial bra- - O Mercosul não é apenas uma zona de livre co- sileira já acumula superávit de US$ 17,234 bilhões mércio, é uma união alfandegária, e isso significa ter este ano, como resultado de US$ 67,918 bilhões em uma política comercial idêntica em relação ao resto exportações e US$ 50,684 bilhões em importações do mundo. O problema é como fazer acordos de livre de janeiro até a última sexta-feira, informou ontem o comércio com o resto do mundo, sozinho. Nossa es- Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Ser- tratégia, que foi debatida aqui, é a de criar me- viços. No mesmo período de 2015, havia déficit de canismos que flexibilizem a possibilidade de US$ 3,111 bilhões. Só nas três primeiras semanas de negociações com terceiros. Às vezes você pode abrir maio, o saldo ficou positivo em US$ 3,990 bilhões. a oportunidade, e outros chegarem em seguida. Va- mos trabalhar nisso - explicou Serra. Os superávits decorrem do fato de a queda nas im- portações ser maior que a das exportações. No ano, Ele insistiu na importância de avançar na construção houve decréscimo de 31,1 % das compras externas de mecanismos que permitam acordos bilaterais, em relação a 2015. Já os embarques caíram 4% na além da resolução dos atritos existentes entre os só- mesma base de comparação. cios do bloco:

O governo do presidente interino, Michel Temer, - Talvez não tenham de começar todos juntos, o Bra- quer mais estímulo às negociações comerciais. Em sil já fez um acordo parcial com México, acabou de suaprimeira viageminternacional, oministrodasRe- fazer com o Peru... os diplomatas têm imaginação, lações Exteriores, José Serra, defendeu ontem a ne- sou otimista. cessidade de "flexibilizar e agilizar" o Mercosul, para permitir a negociação de acordos comerciais bi- F0CUS: JURO E DÓLAR MENORES laterais com terceiros países. De acordo com Serra, a questão foi discutida com sua colega de pasta ar- No cenário interno, o governo Temer está se be- gentina, Susana Malcorra, e com o ministro da neficiando de uma retomada da confiança. De acor- Fazenda, Alfonso Prat-Gay. do com o boletim Focus, apurado pelo Banco Central junto ao mercado, a projeção para a taxa básica de ju-

cni.empauta.com pg.29 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Globo

Continuação: Balança comercial já tem superávit de US$ 17 bi no ano ros (Selic) para o fim de 2016 recuou de 13% para gundo economistas, isso se deveu às recentes sur- 12,75% ao ano. Para o dólar, a estimativa caiu de R$ presas nas altas de alguns produtos. 3,70 para R$ 3,67 este ano e de R$ 3,90 para R$ 3,88 em 2017. * Correspondente

Apenas a inflação piorou: de 7% para 7,04%. Se-

cni.empauta.com pg.30 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Globo

Reino Unido terá recessão se deixar a UE ECONOMIA O Fundo Monetário Internacional (FMI), a Or- ganização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) e o Banco da Inglaterra pu- blicaram informes sobre a possível saída da UE e suas conclusões foram similares às do Tesouro. Mas os partidários da saída afirmam que estas conclusões são parte de uma estratégia para gerar medo.

ParaIain DuncanSmith, quefoiministro do Trabalho e Aposentadorias no governo do primeiro-ministro David Cameron - e, portanto companheiro de Os- borne- , o informe reflete "uma visãoprofundamente tendenciosa" e ninguém "deveria acreditar nisso" Duncan Smith lembrou que o Tesouro errou outras Alerta é do Tesouro britânico. Já o FMI pede um alí- vezes em suas previsões e que deveria ter dedicado vio na dívida grega uma análise aos potenciais benefícios da saída. Londres e Washington- A exatamente um mês do re- TAXAS MENORES ATÉ 2040 ferendo para determinar se o Reino Unido sairá da UniãoEuropeia,umrelatório do Tesourobritânico se Enquanto isso a Grécia - país que, no ano passado, somou ontem às advertências sobre consequências também ficou àbeira deuma saída daUE - foitemade catastróficas que a saída do bloco poderia causar. No relatório do FMI, que apontou que o país precisa de documento,o Ministério das Finanças diz que"aeco- uma redução incondicional de sua dívida com os cre- nomia britânica afundaria em uma recessão de um dores europeus para poder se recompor fi- ano" nanceiramente. Ao discursar sobre os resultados, o ministro George A análisedo Fundo sobre asustentabilidadedadívida Osbome advertiu que os salários médios cairiam 800 também afirma que o alívio deve se estender a 2040, libras com asaída, o Produto Interno Bruto(PIB) per- devido às limitadas possibilidades do país de cres- deria de 3,6% a 6% e a dívida aumentaria em 39 bi- cimento econômico significativo e de superávit fis- lhões de libras. Além disso, seriam perdidos de 520 cal. mil a 820 mil empregos, a libra se desvalorizaria en- tre 12% e 15% e o valor das casas cairia de 10% a O FMI afirma que as metas atuais de superávit e cres- 18%. cimento para o programa de resgate são ir- realisticamente altas e precisam ser revisadas para Decidir deixar a UE seria escolher "a opção da au- baixo. Segundo o relatório, Atenas enfrenta graves todestruição" disse o ministro. problemas para alcançar a meta mínima nas con- dições da atual proposta de reestruturação da dívida, - Os britânicos devem se fazer esta pergunta: po- queincluiumsuperávit fiscal primáriode3,5%. A su- demos nos permitir votar conscientemente a favor de gestão é que ele não seja de mais de 1,5%. uma recessão? - questionou Osbome. cni.empauta.com pg.31 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Globo

Continuação: Reino Unido terá recessão se deixar a UE

"Um componente inicial de alívio da dívida sem con- Eurogrupo (que reúne ministro das Finanças da zona dições é fundamental para dar um sinal forte e crível do euro) em Bruxelas para discutir a redução da dí- aos mercados sobre o compromisso dos credores ofi- vida grega e a continuidade do plano de resgate fi- ciais em assegurarasustentabilidadedadívida", aler- nanceiro do país. O FMI disse que só injetará fundos ta o documento. próprios para novos empréstimos à Grécia se o Eu- rogrupo reduzir significativamente a carga do Segundo o FMI, a única maneira para a Grécia obter serviço da dívida do país. uma posição fiscal sustentável é com um alívio da dí- vida que inclua uma expansão do prazo de pa- Diante dos antecedentes ruins da Grécia quanto ao gamento, adiamentos substanciais de quitação de cumprimento das metas nos outros planos de resgate, juros e taxas de 1,5% até 2040. o FMI disse que "entende e apoia" a posição europeia de que a ajuda deve incluir reformas econômicas. O relatório questiona a posição, liderada pela Ale- manha, de que o governo grego se comprometa a re- "No entanto, o alívio da dívida condicionado à im- formas fiscais e estruturais mais profundas para que plementação de políticas não deverá ir além do pe- seus credores europeus aliviem a dívida. ríododo programa" afirmou o órgãoem referência ao prazo de conclusão do programa de resgate, em 2018. O informe foi divulgado um dia antes da reunião do

cni.empauta.com pg.32 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Globo

Estado do Rio deixa de pagar dívida externa ECONOMIA Parcela vencida de R$ 8 milhões terá de ser honrada pelo Tesouro. União teme calotes de outros entes

Martha Beck

Bárbara Nascimento

-BRASÍLIA- Com grandes dificuldades para honrar até despesas essenciais, como folha de salários, o Es- tado do Rio não pagou a parcela da dívida com a União no último mês e se prepara agora para dar o ca- lote em todasas suas operações externas. Issocria um problemaextra para o ministro daFazenda, . Como o Tesouro Nacional é garantidor dessas operações, ele terá de honrar as dívidas. A pri- meira cobrança já chegou. E uma parcela de R$ 8 mi- lhões de um dos empréstimos do estado com instituições internacionais.

Segundo integrantes da equipe econômica, isso ain- da não tem impacto sobre o resultado fiscal da União, porque o Tesouro pode descontar os valores dos re- passes a que o Rio tem direito no Fundo de Par- ticipação de Estados (FPE). No entanto, é um movimento ruim, porque afeta a imagem do estado junto ao mercado.

Segundo os técnicos, o Rio não tem conseguido qui- tar os débitos porque seu caixa está comprometido com pagamento de pessoal, repasses obrigatórios e de crédito consignado de servidores. No caso do pa- gamento da dívida com a União, o estado está pro- tegido por uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe deu a possibilidade decorrigir os débitos com o govemo federalpor juros simples sem qualquer sanção por 60 dias. Isso sig- nifica que, mesmo que não recolha nada, o Rio não pode ser punido.

Integrantes do governo afirmam que o calote no pa- gamento de empréstimos externos é uma das he- cni.empauta.com pg.33 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional O Globo

Continuação: Estado do Rio deixa de pagar dívida externa ranças malditas da equipe de Dilma Rousseff. Entre André Horta, explicou que, apesar de a situação do 2011 e 2014, quando comandava a ser extrema, os demais estados estão Fazenda e Amo Augustin, o Tesouro, ambos au- hoje com muitas dificuldades financeiras: torizaram que estados que já apresentavam di- ficuldades financeiras - e eram classificados como C - Se não houver uma sinalização para ajudar o caixa ou D nos critérios de bons pagadores - pudessem rea- dos estados, essa situação pode se alastrar. Os outros lizar operações de crédito. Para se ter uma ideia, o estados estão no mesmo caminho que o Rio de Ja- limite para operações de crédito dos estados como neiro - disse. um todo foi elevado de R$ 39,4 bilhões em 2011 para R$ 65 bilhões em 2012. Para ele, está claro que alguns estados, cujas finanças estão mais comprometidas, exigirão um olhar es- O Estado do Rio não é o único que pode causar pre- pecífico do governo. Horta diz que, como o Rio é um juízos ao Tesouro. Os técnicos afirmam que outros, grande ator no cenário econômico do país, o governo como o Rio Grande do Sul, podem seguir o mesmo precisa resolver logo essa situação crítica: caminho.Segundo dados do Tesouro,o totalpagope- los estados a credores externos somou R$ 5,3 bilhões - Tem que resolver a situação do Rio de Janeiro para em 2015. que o governo possa olhar para os outros estados.

ALÍVIO, MAS SEM MORATÓRIA Diante desse cenário, a equipe econômica já estuda conceder um alívio adicional aos governadores para Mesmo com as finanças muito comprometidas, o Rio evitarumagravamento dasituaçãofiscal dos estados. Grande do Sul garante que mantém os pagamentos A ideia não é aceitar a proposta do Rio de Janeiro de aos credores externos em dia. Isso porque o serviço que a União conceda uma moratória de 12 meses no da dívida externa é baixo, cerca de R$ 24 milhões/ pagamento das dívidas estaduais, mas dar um des- mês. E, como tem operações em andamento com o conto generoso nesses valores a curto prazo. Entre as Banco Mundial, o governo regional não quer uma re- propostas está adeaumentar de40% para 60%, ou até percussão negativa internacional. mesmo 80%, o desconto que os governadores teriam no pagamento dos débitos por um ano. Mas aparcela dadívida com aUniãoreferente amaio não foi paga. O Rio Grande do Sul e outros 11 foram Procurada, a Secretaria de Fazenda do Rio informou beneficiados por liminar do STF. Utilizando-se des- que a questão da dívida do estado com a União está se pretexto, portanto, o governo gaúcho não pagou sendo renegociada pelos governadores com Mei- nada este mês. relles. A Secretaria não comentou o atraso nos pa- gamentos de empréstimos com instituições O presidente do Comitê de Secretários de Fazenda, estrangeiras.

cni.empauta.com pg.34 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Competitividade O Globo

Nova era do monopólio OPINIÃO então relacionadas à posse de "ativos" - capital hu- mano efinanceiro. Estudiosos dadesigualdade assim enfocaram nos aspectos determinantes da dis- tribuição de ativos, inclusive como eles são passados adiante entre gerações.

A segunda escola de pensamento toma como ponto de partida o "poder", inclusive a capacidade de exer- cer o controle de monopólio ou, nos mercados de tra- balho, sua autoridade sobre os trabalhadores. Estudiosos nessa área se debruçaram sobre o que ge- ra o poder, como ele é mantido e fortalecido e outros aspectos que podem prevenir os mercados de se to- marem competitivos. A pesquisa sobre a exploração decorrente da assimetria de informação é um exem- plo. JOSEPH E. STIGLITZ No Ocidente na era pós-Segunda Guerra Mundial, a Durante 200 anos, houve duas escolas de pen- escola de pensamento liberal dominou. Mas, à pro- samento sobre o que determina a distribuição de ren- porção que a desigualdade se ampliou, e as preo- da - e como a economia funciona. Uma, derivada de cupações sobre isso cresceram, a escola competitiva, Adam Smith e dos economistas liberais do século olhando para os ganhos individuais em termos de XIX, põe o foco na competitividade dos mercados. produtomarginal, se tomou cada vez mais incapaz de A outra, consciente de como o tipo de liberalismo de explicar como a economia funciona. Assim, hoje, a Adam Smith leva à rápida concentração de riqueza e segunda escola de pensamento está em alta. renda, toma como seu ponto de partida a tendência dos mercados ao monopólio. É importante com- Afinal, os altos benefícios pagos aos diretores exe- preender ambas, porque nossas visões sobre as po- cutivos debancosenquanto eles levavam suas firmas líticas de governo e as desigualdades existentes são à ruína e a economia à beira do caos são difíceis de delineadas por qualquer uma das duas escolas tidas conciliar com a crença de que o pagamento aos in- como as que fornecem a melhor descrição da rea- divíduos tem algo a ver com suas contribuições so- lidade. ciais. É claro, historicamente, a opressão a grandes grupos - escravos, mulheres e várias minorias - con- Para os liberais do século XIX e seus seguidores re- figura instâncias óbvias em que as desigualdades são centes, como os mercados são competitivos, os ga- o resultado derelaçõesdepoder,enãodeganhos mar- nhos dos indivíduos se relacionamàsua contribuição ginais. social - seu "produto marginal", na linguagem dos economistas. Os capitalistas são recompensados por Na economia atual, muitos setores - te- economizar mais do que por consumir - por sua ab- lecomunicações, TV a cabo, mídia social, internet, stinência, nas palavras de Nassau Sênior, um dos farmacêuticos, agronegócio e muitos outros - não po- meus antecessores na Cátedra Drummond de Eco- dem ser compreendidos pela lente da competição. nomia Política em Oxford. Diferenças de renda eram cni.empauta.com pg.35 24 de maio de 2016 Temas de Interesse | Competitividade O Globo

Continuação: Nova era do monopólio

Nestes segmentos, a concorrência que existe é oli- Joseph Schumpeter, um dos maiores economistas do gopóiica, e não a competição "pura" descrita nos ma- século XX, argumentou que não deveria haver preo- nuais. Alguns setores podem ser definidos como cupaçãocom poderdemonopólio:os monopólios se- "tomadores de preços": empresas são tão pequenas riam apenas temporários. Deveria haver intensa que não têm efeito sobre os preços do mercado. A competitividade pelo mercado, e isto substituiria a agricultura é o exemplo mais óbvio, mas a in- concorrência no mercado e garantiria os preços se tervenção governamental no setor é maciça, e os pre- mantivessem competitivos. ços não são determinados primariamente pelas forças do mercado. Meu próprio trabalho teórico revelou há muito tempo as falhas da análise de Schumpeter, e agora os re- O Conselho de Assessores Econômicos do pre- sultados empíricos apresentam uma robusta con- sidente BarackObama, liderado por Jason Furman, firmação. Os mercados de hoje são caracterizados tentou medir a extensão do aumento da concentração pela persistência de altos lucros provenientes de mo- do mercado e algumas de suas implicações. Na maio- nopólios. ria dos setores,segundo o Conselho,amétrica padrão mostra grandes - e em alguns casos, dramáticos - au- Asimplicaçõesdisso sãoprofundas.Muitosdos pres- mentos na concentração de mercado. As dez maiores supostos sobre as economias de mercado são ba- participaçõesdebancosno mercadodedepósitos,por seados na aceitação do modelo de competitividade, exemplo, aumentou cerca de 20% a 50% em apenas com ganhos marginais compatíveis com con- 30 anos, entre 1980 e 2010. tribuições sociais. Esta visão levou a uma hesitação sobre a intervenção oficial: se os mercados são fun- Parte do aumento do poder de mercado se deve a mu- damentalmente eficientes e justos, há pouco que até danças tecnológicas e estrutura econômica: veja as mesmo os melhores governos poderiam fazer para economias em rede e o crescimento do setor de ser- melhorar as coisas. Mas se os mercados são baseados viços local. Parte se deve ao fato de que as empresas - na exploração, a justificativa para o laissez-faire de- Microsoft e as farmacêuticas são bons exemplos - saparece.De fato, neste caso,abatalha contra o poder aprenderam como erguer e manter barreiras à en- entrincheirado não é apenas uma batalha pela de- trada, quase sempre apoiadas por forças políticas mocracia; é igualmente uma batalha pela eficiência e conservadoras que justificam a aplicação de leis an- a prosperidade compartilhada. titrustes flexíveis e a falha em limitar o poder de mer- cadoscom basenaconcepção dequeos mercados são Joseph E. Stiglitz é vencedor do Prêmio Nobel de "naturalmente" competitivos. E parte disso reflete o Economia, professor da Universidade de Columbia e abuso direto e a alavancagem do poder de mercado economista-chefe do Roosevelt Institute Project por meio do processo político: grandes bancos, por Syndicate exemplo, fizeram lobby no Congresso americano pa- raemendarou repeliralei queseparariaos bancosco- Pensamento liberal dominou. Mas, àproporção quea merciais de outras áreas financeiras. desigualdade se ampliou, as preocupações sobre isso cresceram Asconsequênciassão evidentesnos dados, com o au- mento dadesigualdade em cada nível, nãoapenas en- tre os indivíduos, mas também entre as empresas.

cni.empauta.com pg.36 Índice remissivo de assuntos

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia na- 18, 25 cional 4, 5, 6, 7, 8, 11, 13, 15, 20, 22, 27, 29, 31, 33 CNI 27 Temas de Interesse | Comércio Internacional 5, 6, 9, 16, 18, 20, 23, 25, 29 CNI | Presidente | Robson Braga de Andrade 27 Temas de Interesse | Infraestrutura 7, 13, 15, 18 SESI 27 Temas de Interesse 9 SESI | Conselho Nacional do SESI | Gilberto Car- valho Temas de Interesse | Competitividade 27 10, 13, 18, 35 Temas de Interesse | Questões Trabalhistas Federações | FIESP 27

cni.empauta.com pg.37