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A OPERAÇÃO CATA-BAGULHO NA SUBPREFEITURA DE PARELHEIROS MUNICÍPIO DE E A PROPOSTA DE COMUNICAÇÃO AMBIENTAL

GOMES, Regiane da Silva 1 LOPES, Mario Marcos 2

RESUMO O presente trabalho tem o objetivo de conscientizar as famílias moradoras da região de mananciais localizada no território de Parelheiros, quanto à importância da gestão dos resíduos sólidos e na redução do consumo de bens e serviços em detrimento a garantir uma melhora na qualidade de vida e do meio ambiente. A conscientização será na elaboração de material de comunicação ambiental para apoiar a operação Cata-Bagulho, gerida pelo poder público municipal local que coleta os resíduos volumosos percorrendo os diversos bairros mais populosos dos distritos de Parelheiros e . Assim, este trabalho apresenta-se com um referencial teórico, que abrange conceitos e caracterizações sobre os temas de resíduos sólidos e educação ambiental e suas respectivas legislações caracterizando a cadeia produtiva de resíduos sólidos na região de Parelheiros. Como resultados, apresenta-se discussões através da caracterização socioambiental da região, abordando e analisando todos os dados referentes à Operação Cata-bagulho ocorrida nos anos de 2012 e 2013. Também disponibiliza-se com proposta de comunicação ambiental, um folder para distribuição durante os dias da Operação Cata-Bagulho e eventos na Subprefeitura de Parelheiros com informações sobre ecopontos, cooperativas de reciclagem, PEV - Pontos de Entrega Voluntária e informações ambientais; servindo de meio de informação e conscientização ambiental com foco na Educação Ambiental para ajudar na Operação de Cata-Bagulho na Subprefeitura de Parelheiros.

Palavras-Chave: Comunicação; Educação Ambiental; Marlilac; Operação cata- bagulho; Parelheiros; Resíduos Sólidos.

ABSTRACT The present work aims to educate the families living in the region of springs located in the territory of Parelheiros regarding the importance of solid waste management and the reduction of the consumption of goods and services at the expense of ensuring an improvement in the quality of life and the environment. Awareness will be on development of environmental communication material to support the operation Cata-Stuff, run by the local municipal government that collects the bulky

1 Especialista em Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal-SP. E-mail: [email protected] .

2 Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente pela Universidade de Araraquara. Docente do Centro Universitário Barão de Mauá, da Faculdade de Educação São Luís e Professor Coordenador na Rede de Ensino da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: [email protected] .

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INTRODUÇÃO O aumento da população nos grandes centros urbanos ocasiona um esforço cada vez maior dos gestores públicos para garantir a qualidade da vida da população em geral. As quantidades de resíduos gerados são cada vez maiores em função do consumo desenfreado da população por bens de consumo cada vez mais descartáveis, impactando o meio ambiente. A administração pública municipal segundo Jacobi e Besen (2011) é responsável pelo gerenciamento dos resíduos sólidos, desde a sua coleta até a sua disposição final, que deve ser ambientalmente segura. O tema é complexo e o desafio é enorme quando se tem a perspectiva de aumento da demanda da coleta dos resíduos em função do aumento da população ao longo do tempo. Por outro lado, a legislação pertinente faz o ordenamento da atividade que requer esforço de todos os níveis de organização para implantar um gerenciamento e a sustentabilidade ambiental nos municípios. Neste sentido, surgem inúmeros desafios para a sociedade e principalmente para o poder público que pode fazer a interface entre todos os produtores de resíduos sólidos, sejam estes, resíduos orgânicos, restos de construções, móveis e eletrodomésticos velhos, madeiras entre outros, e o poder público que em função da atividade de coleta, gera dados alarmantes de consumo. Com isso os custos

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1. GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA A gestão ou gerenciamento dos Resíduos Sólidos é necessária para o ordenamento dos serviços em um município. Segundo Lopes (2003, p.30) entende-se como Gestão dos Resíduos Sólidos “todas as normas e leis relacionadas a estes e como "Gerenciamento integrado de Resíduos Sólidos" todas as operações que envolvem os resíduos, como coleta, tratamento, disposição final entre outras”. Segundo São Paulo (2010), de acordo com o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares de 2009, estima-se que os 34 municípios da Região Metropolitana de São Paulo encaminham mais de 16 mil toneladas de resíduos sólidos domiciliares todos os dias aos aterros sanitários. Só a Capital é responsável por 11 mil toneladas. Para compreender melhor o que é a limpeza urbana, hoje no município de São Paulo se faz necessário entender toda a sua evolução, até a atualidade. Segundo Caodaglio, Cytrynowicz e Luz (2012), a limpeza pública urbana não existe de forma isolada, está em permanente sintonia positiva ou negativa com o dia a dia da sociedade, desde a intimidade dos lares à ação dos habitantes no espaço público, com as políticas públicas, a legislação e a atuação das empresas no setor e sua capacidade de gestão e inovação. Os autores ainda mencionam, que temas como coleta seletiva, reciclagem, geração de gás e de energia a partir de aterros, extinção completa dos lixões e outros já iniciados em São Paulo e previstos na lei de resíduos sólidos são urgências do presente e projetos para o futuro e o setor de limpeza urbana está mais do que nunca em debate e em transformação, acompanhando os novos temas, as sensibilidades e as urgências da sociedade. O Quadro 1 que segue, apresenta evolução histórica da gestão de limpeza pública no município de São Paulo:

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Quadro 1 - Linha do tempo da gestão e gerenciamento da limpeza pública urbana no município de São Paulo

Período Período Descrição dos principais acontecimentos referente a limpeza pública na cidade político no histórico de São Paulo Brasil Na metade do século foi decidido implantar um serviço de limpeza pública na então provinciana cidade de São Paulo. A limpeza pública estava associada Século a eventos e à celebração Brasil XVII e Ao longo do século XVIII várias vezes a Câmara municipal determinava a Colônia XVIII limpeza que englobava o mato e as "imundices" considerado lixo, especialmente defronte às casas e estabeleceu os locais de despejo. Por volta de 1800 a cidade contava com 38 ruas, 10 travessas e 6 becos. A cidade colonial inicia a percepção do lixo e a regulamentação do seu despejo e passou a integrar no cotidiano da cidade Início da limpeza pública com o primeiro contrato para prestação de serviços De 1821 de limpeza pública na cidade, a prefeitura colocou na rua veículos de tração Império a 1869 animal para coletar o lixo domiciliar. No código de posturas do Município definiu que a câmara municipal fosse responsável pela remoção e destinação do lixo. A questão do lixo deixou de ser um assunto privado para se tornar um tema da esfera pública. Com a proclamação da república a municipalidade implementou iniciativas de 1889 a limpeza, higiene e saúde pública 1930 Iniciou o contrato de limpeza pública incluiu a coleta de lixo domiciliar A regulamentação do serviço e o debate com os sanitaristas Criação da Diretoria de Limpeza Pública República O incinerador do Araçá velha Presença de lixões a céu aberto Décadas O serviço de limpeza urbana era feito através de mulas. Elas eram criadas de 1910 e em alojamentos onde hoje se situa o Parque do Ibirapuera. Além do 1920 tratamento exemplar dado por seus criadores, as mulas recebiam atendimento veterinário regularmente. Criação de estações zimotérmicas–pré-compostagem para aplicar em lavouras. Décadas Utilização racional dos recursos Era de 1930 a Novos incineradores na cidade 1949, Ponte pequena 1959 Vargas 1940 A terceirização do serviço de coleta com empresa privadas Lei 5687/1960 - instala o primeiro processo de concorrência pública para dar concessão do serviço de coleta, transporte e industrialização do lixo domiciliar e industrial da capital. Em 1963 teve início da coleta noturna. Não existia na época empresa especializada em limpeza pública Inauguração do incinerador de Vergueiro, em 1967. Até 1968, os caminhões não aposentaram completamente as mulas, Década Ditadura havendo tanto o uso de uns quanto outras no serviço de limpeza urbana. de 1960 Militar Mas, depois de 1968, apenas caminhões passaram a ser usados, com renovação de frotas ocorrendo periodicamente. 1966 - Estabelecida a Secretaria de Serviços Municipal atual secretaria de serviços 1968 - Criado o departamento de Limpeza Pública As usinas de compostagem de São Mateus e O aterro de Lausane Paulista -1974 Década Ditadura A consolidação dos aterros como solução tecnológica; 1970 Militar Início das experiências de terceirizaçãocom as empresas Lipater, Veja e Enterpa

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Início da utilização de sacos de lixo em 1979 e 95% da população era atendida com a coleta de lixo doméstico Ditadura Entidades, órgãos públicos e associações criando conhecimentos e normas Militar até na área da limpeza pública; 1985 1980- 1989 - Coletas seletiva experimental no bairro da Vila Madalena 2012 Nova Instituição de políticas públicas federais, estaduais e municipais na gestão e República gerenciamento de resíduos sólidos e educação ambiental. até hoje A preocupação com o meio-ambiente e as transformações do setor Fonte: Caodaglio, Cytrynowicz e Luz (2012)

Verifica-se que atualmente, os serviços de limpeza pública são terceirizados no município de São Paulo e sua gestão é realizada pelo poder público municipal. Para uma melhor compreensão de sua estrutura, na Figura 1,éapresentado um organograma da gestão pelo poder público municipal, do serviço de limpeza pública urbana executado pelas empresas de limpeza urbana de resíduos de varrição, volumosos, entulho.

Figura 1 - Organograma da estrutura do serviço de limpeza urbana no município de São Paulo Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

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A Coleta de Resíduos Volumosos, segundo as empresas atuantes na cidade de São Paulo – Capital, são operações que visam recolher móveis, eletrodomésticos entre outros tipos de materiais que não são mais úteis para os clientes, evitando assim que estes materiais sejam dispostos de forma irregular em pontos de resíduos viciados, que provocam uma série de transtornos para toda a população (GOMES, 2014; SÃO PAULO, 2016). Esta operação é planejada e divulgada em conjunto com as Subprefeituras e são realizadas através de roteiro nas principais vias públicas, facilitando assim o descarte destes materiais. Todo o trabalho é supervisionado pela Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB). Segundo o consórcio SOMA (2013), distribuem-se na região sudeste da cidade de São Paulo, 27 Ecopontos, locais onde são descartados um grande volume de resíduos caracterizados como “volumosos” ou “inservíveis” - resíduos sólidos secos como móveis, colchões, grandes embalagens, peças de madeira dentre outros. Estima-se que em torno 40% desses materiais que são materiais passíveis de serem reciclados, mas atualmente são encaminhados para os aterros. Conforme SOMA (2013), o Ecoponto é o nome dos postos de atendimento onde o morador da cidade pode entregar voluntariamente, e sem pagar nada, até 1 m³ de entulho por dia, reciclável ou não. A mesma instituição complementa afirmando que, na região atendida pelo Consórcio, existem atualmente 30 Ecopontos, todos instalados em terrenos da Prefeitura de São Paulo e administrados pela empresa. Em todos eles existem caçambas específicas para cada tipo de material. Entretanto, verifica-se que não há nenhum ecoponto localizado na região de Parelheiros, mostrando desta forma a falta de opção para os moradores da região em relação ao descarte correto dos resíduos, e a importância da informação e esclarecimentos a respeito. Segundo a Prefeitura de São Paulo, a separação do material reciclável por tipo é feita nas Centrais de Triagem operadas por cooperativas de catadores, por catação manual em esteiras mecânicas transportadoras. O trabalho por elas realizado consiste, além da separação, na prensagem e armazenamento dos resíduos sólidos para comercialização futura e direta pela própria cooperativa recicladora. A coleta seletiva também é processada por entrega voluntária dos

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2. ESTUDO SOCIOAMBIENTAL DA SUBPREFEITURA DE PARELHEIROS Este trabalho apresenta-se com um referencial teórico, que abrange conceitos e caracterizações, a partir de dados primários e secundários e de uma revisão bibliográfica sobre os temas de resíduos sólidos e educação ambiental e suas respectivas legislações, caracterizando a cadeia produtiva de resíduos sólidos na região de Parelheiros. Portanto, os resultados serão apresentados em forma de discussões, através de uma caracterização socioambiental da região, abordando e analisando todos os dados referentes à Operação Cata-bagulho ocorrida nos anos de 2012 e 2013.

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2.1. Contextualização da Pesquisa Considerando-se que o município de São Paulo tem uma área de 1.522,99 km² e a Subprefeitura de Parelheiros possui uma área de 350km² quase um quarto do município distribuído entre dois distritos, Parelheiros e Marsilac (SÃO PAULO, 2016). De acordo com dados da Prefeitura de São Paulo (SÃO PAULO, 2018), a Subprefeitura de Parelheiros localiza-se no extremo sul do município e seu território abriga a maior área de proteção ambiental, formado por uma região de mananciais com várias unidades de conservação como APA Capivari-Monos; APA Bororé- Colônia; Parque Natural Municipal da Cratera de Colônia; Parque Natural Municipal Bororé; Parque Natural Municipal Itaim; Parque Natural Municipal Jaceguava. A importância ambiental da região é fundamental para garantir a qualidade do meio ambiente do município de São Paulo, em especial a manutenção dos recursos hídricos para o abastecimento na prestação de serviços ambientais para a cidade. A região apresenta áreas urbanas e rurais neste contexto. Além disso, a região de Parelheiros abriga parte da Área de Recuperação dos Mananciais das Bacias Hidrográficas dos Reservatórios Guarapiranga e Billings, respectivamente, as leis específicas n°12.233/2006 e n°13.579/2009.

2.2 Pesquisa de Campo: Operação Cata Bagulho (2012-2013) Segundo a Prefeitura de São Pauloo Cata-Bagulho é uma ação gratuita, promovida pela municipalidade, realizada em todas as subprefeituras, que tem como objetivo impedir que materiais inservíveis como móveis velhos, eletrodomésticos quebrados, pedaços de madeira e metal, sejam depositados em vias públicas, córregos e terrenos baldios, pois além de prejudicar a conservação do espaço público, o descarte irregular é considerado crime ambiental, sujeito à multa de R$ 14 mil em caso de flagrante (SÃO PAULO, 2013). As operações acontecem todos os sábados, de acordo com a programação das Subprefeituras, cada uma delas é responsável pela programação de dias, vias e horários. É importante ressaltar que pode ocorrer alteração no percurso, em função da disponibilidade de transporte e de funcionários, além das necessidades regionais. Por isso, os moradores precisam consultar o site da Subprefeitura na sexta-feira,

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Maio 25484,25 9872,81 7255,66 Junho 25294,95 8656,65 6671,03 Julho 25831,26 8815,15 6427,8 Agosto 21842,78 6696,9 6384,31 Setembro 19593,51 5628,47 5505,82 Outubro 20660,06 6132,44 6109,43 Novembro 16465,32 5170,79 6014,55 Dezembro 17672,84 5267,9 6912,98 Total Geral 265287,18 90151,89 78846,12 Fonte: SOMA (2013)

Os dados da Tabela 2 e da Tabela 3 que segue, mostram a quantidade de materiais inertes e grandes objetos que são descartados nas vias e logradouros públicos, coletados pela empresa contratada na cidade de São Paulo para serviço de limpeza e coleta. Tabela 3 - Dados sobre a quantidade de entulho e volumosos coletados no município de São Paulo em 2013 pela SOMA. Entulho Mecanizado Entulho Manual Diversos e Volumosos Mês Peso (Ton.) Peso (Ton.) Pesos (Ton.) Janeiro 18555,92 5181,34 7893,97 Fevereiro 17738,89 4612,85 7079,69 Março 20035,78 5213,95 7502,34 Abril 21518,86 5540,17 8123,2 Maio 24565,01 4859,04 7889,88 Junho 27455,34 4157,65 7930,25 Julho 27431,63 4954,86 7598,4 Agosto 25190,37 4826,88 7471,39 Setembro 25278,67 4529,66 6688,88 Outubro 26447,97 4648,66 7534,83 Novembro 23765,03 3808,46 5818,29 Dezembro 15017,41 2853,74 6345,51 Total Geral 273000,88 55187,26 87876,63 Fonte: SOMA (2013)

No gerenciamento da ação da coleta de resíduos volumosos, a execução da operação Cata-Bagulho, parte do planejamento e agendamento anual de datas, levando-se em conta os bairros que geram maior quantidade de resíduos volumosos.

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A atividade envolve a supervisão de limpeza pública que é responsável pela elaboração do planejamento, administração e da comunicação ambiental da ação conforme indicado noorganograma apresentado a seguir. Uma vez programada as ações, o órgão de comunicação da Subprefeitura de Parelheiros elabora um informativo com informações sobre dia, horário, local e os materiais que podem ser descartados e os que não serão recolhidos na operação, conforme pode-se observar no organograma da Figura 2, que segue.

Figura 2 - Organograma da organização da comunicação ambiental e execução da Operação Cata- Bagulho em Parelheiros Fonte: Adaptado pelos Autores (2017).

Já as Tabelas 4 e 5 que seguem, apresentam a escala de bairros atendidos pela operação cata-bagulho nos anos de 2012 e 2013 na Subprefeitura de Parelheiros, e os volumes coletados em cada ação.

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Uma consideração deve ser feita antes de analisar os dados. No ano de 2012 foram planejadas duas operações por bairro enquanto no ano de 2013 somente em 2 ações nos mesmos bairros como: Jardim Iporã, Jardim Herplin, Vila Marcelo, Jardim Almeida e Recanto Campo Belo. O total de volume coletado em toneladas em 2012 foi de 241,61 enquanto em 2013 foi de 155,42. Representa uma diminuição de 36% do volume de um ano para outro e os bairros que apresentaram os maiores volumes foram o Parque Amazonas, Centro de Parelheiros, Balneário São José e Parque Maria Fernanda com um volume acima de 30 toneladas em 2012. O volume coletado no bairro Balneário São José e Parque Maria Fernanda em 2013 atingiu 36 toneladas. Tabela 4 - Dados primários da operação cata-bagulho em Parelheiros em 2012 To n. / Bairros Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Bairro Colônia /Santa 8,32 8,90 17,22 Terezinha Recanto Campo Belo 16,8 6,80 23,58 Jardim São Norberto 4,81 3,85 8,66 e Jd. Santa Fé Jardim das Fontes 5,8 3,30 9,1 Jardim Novo Parelheiros/ Vila 12,3 5,74 17,99 Roschel Parque Amazonas/ 21,1 9,44 30,55 Centro de Parelheiros 25ºDP/ Recanto do 17,1 7,87 24,95 Papai/ Bosque do Sol Vargem Grande/ Jd. 5,51 6,43 11,94 Silveira Jd. Dos Álamos e Jd. 19,4 9,18 28,55 Aladim Balneário São José/Parque Maria 15,2 15,4 30,55 Fernanda Jd.Iporã e jd.Herplin 3,85 14,6 18,45 Vila Marcelo/ Jd. 9 11,1 20,07 Almeida Totais mensais em 12,9 34,5 22,6 33,4 10,6 25,1 25,7 24,6 14,3 15,2 7,15 15,7 241,61 t/Mês Fonte: Subprefeitura de Parelheiros (2013)

Os dados das tabelas apresentadas, mostram a quantidade de materiais e grandes objetos que são coletados nas vias e logradouros públicos nas operações de cata-bagulho realizadas pela Prefeitura em conjunto com a empresa contratada na cidade de São Paulo para serviço de limpeza e coleta destes materiais.

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Tabela 5 - Dados primários preliminares da operação cata-bagulho em Parelheiros em 2013

Bairros Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ton./Bairro Colônia /Santa 9,5 9,5 Terezinha Jardim São Norberto e Jd. 0 Santa Fé Jardim das Fontes 0 Jardim Novo Parelheiros/ Vila 8,7 8,7 roschel Parque Amazonas/ Centro de 11,9 11,91 Parelheiros 25ºDP/ Recanto do Papai/ Bosque do 9,6 9,6 Sol Vargem Grande/ Jd. 11,3 11,3 Silveira Jd. Dos Álamos e 9 9 Jd. Aladim Balneário São José/Parque Maria 21,3 15 36,3 Fernanda 13,9 Jd.Iporã e jd.Herplin 8,6 22,58 8 Vila Marcelo/ Jd. Almeida/ Recanto 16,9 19,6 36,53 campo belo Totais mensais em 13,9 21,3 8,6 16,9 9 9,6 11,9 8,7 9,5 11,3 15 19,6 155,42 t/Mês 8 Fonte: Subprefeitura de Parelheiros (2013)

2.3. Proposta de Comunicação de Educação Ambiental para Conscientização dos Munícipes quanto a Geração de Resíduos Pereira e Maia (2012), abordam que a Educação Ambiental não é somente transmissora de conhecimento, também precisa estimular e provocar o interesse individual, valorizando experiências vividas e incorporando novas informações que proporcionam mudanças. E neste contexto, torna importante uma reeducação e incorporação de novas atitudes, partindo do individual para o coletivo, local para o global. Um programa de gestão de resíduos deve enfatizar redução, reutilização e reciclagem (3Rs), dando prioridade aos dois primeiros por se tratar de mudança de comportamento social. A reutilização precisa ser mais difundida junto à população. Pois, de acordo de Brasil (2017, p. 1):

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Um caminho para a solução dos problemas relacionados com o lixo é apontado pelo Princípio dos 3R's - Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Fatores associados com estes princípios devem ser considerados, como o ideal de prevenção e não geração de resíduos, somados à adoção de padrões de consumo sustentável, visando poupar os recursos naturais e conter o desperdício.

Segundo a Prefeitura de São Paulo a educação da população para a conscientização plena sobre os processos de reciclagem e redução do desperdício de bens de consumo, como dito, é o objetivo maior que pretende a Administração Pública Municipal alcançar (SÃO PAULO, 2013). Em conformidade com os objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA (BRASIL, 1999, p. 1-2) dispõe que: I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

Com base no amparo legal e dos dados apresentados,realizou-se a adoção da divulgação das possibilidades de descarte consciente e da reciclagem para colaborar por meio de campanhas de Educação Ambiental ou da comunicação ambiental, informando aos munícipes referentes ao consumismo e descarte de resíduos sólidos para a diminuição de resíduos volumosos, como forma de estimular a reciclagem e conscientização sobre a importância da redução dos impactos negativos ao meio ambiente.

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Sobre a definição de Educação Ambiental, a PNEA (BRASIL, 1999) conceitua o termo como: [...] processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Neste sentido, a comunicação ambiental foi feita durante a realização das ações da operação cata-bagulho, momento em que os munícipes do bairro estão mobilizados diretamente em função dos seus descartes. Portanto, a campanha democratiza as informações ambientais nas suas diversas possibilidades de descarte. A Figura 3 que segue, apresenta o organograma da comunicação ambiental com as informações a serem difundidas.

Figura 3 - Organograma das informações pretendidas na comunicação ambiental. Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

Como resultado, também criou-se um folder de comunicação ambiental para ser distribuído nos dias da Operação Cata-Bagulho, com a inserção de um conteúdo com informações sobre Educação Ambiental e opções de descarte consciente e demais informações pertinentes ao descarte correto dos Resíduos Sólidos, conforme pode-se visualizar na Figura 4, que segue.

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Figura 4 - Folder de Comunicação Ambiental (frente) Fonte: Gomes (2014)

Outras informações também foram inseridas sobre ecopontos, cooperativas, operação cata-bagulho, pontos de entrega voluntária, na proposta de comunicação ambiental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo apresenta para a região da Subprefeitura de Parelheiros uma proposta nova de integração dos serviços de limpeza urbana e a Educação Ambiental, tão importante para soluções ambientais viáveis e que podem ser reaplicadas. Por meio da comunicação ambiental ordena-se as informações e esclarecimentos acerca de meio ambiente, legislação e demais assuntos pertinentes para a população local e do entorno, envolvendo as questões de descarte irregular, disposição inadequada e coleta dos resíduos sólidos e os impactos socioambientais, e também, os principais danos causados ao meio ambiente.

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Pretende-se, contudo, apoiar a ação do poder público local, conscientizando a comunidade da importância do consumo consciente, da preservação da natureza e, principalmente, ajudar numa mudança de cultura e de valores éticos e morais diante de toda a problemática que se vive hoje sobre os problemas ambientais e de sustentabilidade. Assim, foi possível demonstrar à população, a importância da diminuição do consumo e do descarte irregular de resíduos sólidos e grandes volumes na cidade de São Paulo, e, em especial, na região de mananciais que abrange o território de Parelheiros.Também, pode-se estimular o interesse, a preocupação e a colaboração de moradores e demais membros da sociedade para todos estes questionamentos, deixando claro que a participação e a consciência de todos neste processo é que irá possibilitar a mudança para uma sociedade mais equilibrada e sustentável sobre os aspectos ambientais, econômicos e sociais. Faz-se necessário então, criar condições que tragam uma nova forma de pensar sobre o valor da natureza, baseados em conceitos de sustentabilidade, identidade cultural e ética, que impliquem em mudanças que garantam um futuro com ações sociopolíticas que não comprometam os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as sociedades mundiais. Trata-se de promover a consciência ambiental e possibilitar que a população, participe de forma mais efetiva das decisões para fortalecer a responsabilidade e a capacidade de compreender a problemática ambiental, aprofundando a reflexão, o envolvimento e as ações práticas, que devem ser tomadas para motivar e sensibilizar as pessoas; provocando a mudança de comportamento tão necessária e importante reverter o quadro de destruição do Meio Ambiente e seus Ecossistemas em defesa da qualidade ambiental. Sugere-se como temas para futuras pesquisas ambientais, a promoção e o incremento da comunicação ambiental para a região de Parelheiros, bem como uma sistematização das informações sobre serviços de limpeza urbana, diagnósticos regionais para indicar locais como ecopontos, formas alternativas de coleta seletiva como o apoio institucional às iniciativas de associações, cooperativas de coleta seletiva ou mesmo instalação de pontos de entrega voluntária, palestras em escolas,

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GOMES, R. de S.; LOPES, M. M. v. 12, nº 1, p. 04-25, JAN-JUL, 2017. Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) e pesquisa socioambientais para verificar a demanda da população local em soluções ambientais. Quanto ao poder público municipal verifica-se a inexistência de campanhas integradas de Educação Ambiental e dos serviços de limpeza pública, exceto as campanhas propostas pelas empresas terceirizadas que prestam serviço para a prefeitura. Portanto, apresenta-se um tema repleto de desafios e iniciativas tanto da sociedade civil bem como do poder público municipal em seus diversos setores.

REFERÊNCIAS

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Submetido em: 18/01/2017 Aceito em: 15/02/2017

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