SIMPÓSIO DO SUDESTE - 2007 14º Simpósio de Geologia de e 10º Simpósio de Geologia do Sudeste

GEOLOGIA E DEFORMAÇÃO DO GRUPO ARAXÁ NA REGIÃO DE ESTRELA DO SUL--ABADIA DOS DOURADOS, MINAS GERAIS

1 1 1 Hildor José Seer ; Lúcia Castanheira de Moraes ; Aida Carolina Borges Carneiro 1Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Unidade de Ensino Descentralizada de Araxá - Curso Técnico de Mineração ([email protected])

São apresentados os primeiros resultados de mapeamento geológico executado entre a região de Araxá e Monte Carmelo no estado de Minas Gerais. O estudo tem como foco a compreensão da evolução tectônica do Grupo Araxã na porção meridional da Faixa Brasília. Na região de abrangência das cidades de Monte Carmelo, Estrela do Sul e Abadia dos Dourados, as rochas do Grupo Araxá compõem três lascas tectônicas separadas por zonas de cisalhamento subhorizontais com direção geral NW. A lasca de oeste é representada por intercalações de rochas ígneas máficas, ultramáficas e sedimentares elásticas metamorfizadas no fácies anfibolito. As litologias compreendem mica xistos com proporções variadas de granada, muscovita e biotíta, ora mais, ora menos quartzosos, quartzito fino, anfibolito grosso e médio (metagabro), granada anfibolito, metapiroxenito, serpentinito, talco-clarita xisto e tremolita• actinolita xisto. Acham-se intrudidas por abundantes corpos de pegmatitos e rochas granitóides sintectônicos. São rochas leucocráticas finas a grossas, constituídas por quartzo, feldspato potássico, plagioclásio, biotita e muscovlta em proporções variadas. Na lasca tectônica central predominam anfibolito médio e grosso e anfibólio-clorita xisto, intrudidos por pegmalitos e corpos de rochas granitôides sintectõnicos, como o Complexo Granítico de Monte Carmelo. Estas últimas compreendem fácies graníticas grossas a finas onde quartzo, feldspato potássico, plagioclásio, biotita e muscovita ocorrem em proporções variadas. A lasca tectônica de leste é uma seqüência vulcano- sedimentar caracterizada por intercalações de anfibolito médio e fino, quartzo-mica xisto, granada-quartzo-mica xisto, xisto carbonoso, rnetachert ferruginoso e quartzito, intrudidas por corpos granitóides e pegrnatitos de menor porte e em menor quantidade em relação às outras lascas. Localmente, intercaladas aos anfibolitos, foram encontradas camadas de anortositos compostos por plagiocláslo e magnetita, com espessura de até 100 metros. As três lascas representam fragmentos de crosta oceânica desmembrados e intrudidos por granitóides sintectônicos e suas rochas encontram-se relativamente bem preservadas se comparadas com as rochas do Grupo Araxá na nappe de Araxá. Nesta a deformação cisalhante subhorizontal e o retrornetamorfismo gerados durante o transporte tectônico foram mais intensos. Na região de Monte Carmelo os granitóides mostram intensa deformação nos contatos com as encaixantes, mas acham-se bem preservados nas porções mais internas. Na maioria dos afloramentos foi ident ificada uma foliação principal de baixo ângulo, de caráter composto, com mergulho predominante para W comumente associada a lineação mineral e/ou de estiramento e dobras isoclinais de pequeno porte. Uma foliação subvertical ligada ao desenvolvimento de falhas transcorrentes sinistrais de direção NW associadas com dobramentos abertos trunca aquela. A principal falha transcorrente ocorre ao longo do Rio Quebra Anzo l e separa as rochas de Monte Carmelo da nappe de Araxá. O estilo deformacional na região de Monte Carmelo é parecido ao da nappe de Araxá e ao dos compartimentos tectônicos do SE de Goiás mais a norte. Como complemento aos levantamentosde campo estão sendo realizados estudos petrográficos, de química mineral e geocronológicos através dos métodos U• Pb e Sm-Nd.

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GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DA FOLHA ALPINÓPOLIS (MG), ESCALA 1:100.000

1 7 1 7 1 Claudio de Morisson Valeriano· ; Julio Cesar Horta de Almeida• ; Ronaldo Mel/o Pereira ; 3 7 3 7 3 4 7 Rudolph Trouw• ; André Ribeiro ' ; Fabio Vito Pentagna Paciullo ; Luiz Sergio Amarante Simões • ;Manica 1 7 1 1 5 Heilbron ' ; Beatriz Paschoal Duarte ; Mivuel Tupinambá; Gergely Andres Julio Szabó; 2 Cassiano Castro ; José Renato Nogueira'; Henrique Llacer Roig; Caio Vinicius Gabrig Turbay Rangef; Apoena 2 1 Rossi ;Ambrosina Gontijo 1TEKTOS - Grupo de Pesquisa em Geotectónica, UERJ ([email protected]); 2Pro!{rama de Pós-Graduação- FGEL• UERJ; 3/nstituto de Geociências- UFRJ; 4/nstitutode Geociências - UNESP; Instituto de Geociências - USP; 6UniversidadeFederal do Espírito Santo - Alegre; 7Pesquisador do CNPQ

O Mapa Geológico da folha Alpinópolis (SF.23- V-B-IV) na escala de 1:100.000, incluindo suas ocorrências minerais, está em vias de publicação pelo Programa Geologia do Brasil (Subprograma Mapeamento Geológico Básico e Geoquímica) da CPRM- Serviço Geológico do Brasil, em parceria com uma equipe da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membros de outras instituições de pesquisa. A Folha Alpinópolis compreende as coordenadas de 46º30'-46ºW; 21•-2c•3o·s, na região da Represa de Furnas (sudoeste de Minas Gerais). A geologia da Folha Alpinópolis enquadra-se na Faixa Brasília meridional, cuja deformação Neoproterozóica envolveu toda a margem SW do Paleocontinente São Francisco-Congo. A litoestratigrafia inclui um conjunto de metassedimentos Neoproterozóicos (Grupo Araxá) depositados na margem passiva, hoje essecialm ente alóctone na forma de nappe, empurrado sobre um conjunto granito-greenstone Arqueano-Paleoproterozóico (Complexo ) heterogeneamente retrabalhado que, para leste, tem continuidade com o embasamento do Cráton do São Francisco. Cerca de 80% da área da folha é dominada pela Nappe de Passos (Domínio Interno da Faixa Brasília), composta por metassedimentos de baixo a alto grau metamórfico do Grupo Araxá. Uma seqüência inferior é composta por -clorita filitos/xistos (±carbonáticos) contendo lentes de mármore, seguidos por muscovita-xistos e expressivos quartzitos micáceos plaqueados (a "pedra mineira" comercial); a seqüência superior é uma interdigitaçâo de paragnaisses bandados com intercalações de quartzito e biotita xistos feldspáticos, com ocasionais lentes de rochas calciossilicáticas. Lentes de rochas metabásicas toleíticas Neoproterozóicas completam o quadro litológico local da Nappe de Passos. Subjacente à Nappe de Passos aflora uma estreita faixa de rochas pertencentes ao Domínio Externo da Faixa Brasília meridional, representada por metassedimentos anquimetamórficosdo Grupo Bambu( (ardósias e calcários da Fn, Sete Lagoas; ruditos e metapelitos da Fm. Samburá), recobertos parcialmente por cinco testemunhos alóctones (klippen) representadas por metarenitos e metapelitos da Sequência s• da Boa Esperança (Neoproterozó ico). A klippe da Sª do exibe na sua base urna lente tectônica de rochas do Greenstone de Piumhi (Sequência Turbidítica; BIF; rochas ultramáficas cromitíferas). O domínio tecton1camente inferior é representado pelo Complexo Campos Gerais, um conjunto predominantemente ortognáissico de idade Arqueano-Paleoproterozóica de afinidade TTG, contendo restos de greenstone-belts, intrudidos por granitóides mais jovens. Na extremidade sudoeste da folha afloram paragnaisses, biotila-xistos e quartzitos subordinados, interpretados como pertencentes às escamas tectônicas inferiores do sistema de nappes neoproterozóicas -Guaxupé.

1° a 4 de novembro de 2007 • Centro de Geologia Eschwege •Casada Glória • Diamantina• MG