DIAGNÓSTICO SOBRE O APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA E O REÚSO DE ÁGUAS CINZAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE

Marilene de Fátima do Amaral Moraes1; Álvaro Meneguzzi2

Resumo – Este estudo apresenta um diagnóstico de empresas da modalidade da engenharia civil situadas na Grande Porto Alegre que trabalham com a implantação de projetos que viabilizam o aproveitamento da água de chuva e / ou reúso de águas cinzas de fontes como lavatórios, chuveiros e máquinas de lavar, em condomínios residenciais ou comerciais. Aplicou-se um questionário on line com 13 perguntas, 11 objetivas e 2 discursivas, utilizando como ferramenta o Google forms. O total de empresas que recebeu o questionário foi de 985, pertencentes aos 34 municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) e registradas no CREA-RS. Destas, 23 responderam, representando um percentual total de retorno de 2,34%, sendo que 10 efetivamente trabalham com aproveitamento ou reúso de águas. São empresas pertencentes aos municípios de Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, São Leopoldo e Viamão, e representam 43,48% das 23. Concluiu-se que a RMPA possui um número pequeno de empresas que desenvolvem projetos de captação e aproveitamento pluvial ou de reúso de águas cinzas. As dificuldades mais relatadas foram: a falta de investimento e incentivos públicos ou privados; armazenamento da água; equipamentos mais adequados e convencer o cliente sobre obras de sustentabilidade. Palavras-Chave: aproveitamento pluvial; reúso.

DIAGNOSIS ON THE ACQUISITION OF RAINWATER AND THE REUSE OF ASH WATER IN THE METROPOLITAN REGION OF PORTO ALEGRE Abstract - This study presents a diagnosis of companies of the civil engineering modality located in Greater Porto Alegre that work with the implantation of projects that make feasible the use of rainwater and / or reuse of gray water from sources such as lavatories, showers and washing machines, In residential or commercial condominiums. An online questionnaire was applied with 13 questions, 11 objective and 2 discursive, using Google forms as a tool. The total number of companies that received the questionnaire was 985, belonging to the 34 municipalities of the Metropolitan Region of Porto Alegre (RMPA) and registered in CREA-RS. Of these, 23 responded, representing a total percentage of return of 2.34%, with 10 effectively working with water use or reuse. They are companies that belong to the municipalities of Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, São Leopoldo and Viamão, and represent 43.48% of the 23 municipalities. It was concluded that the RMPA has a small number of companies that develop pluvial capture or reuse of gray water. The most reported difficulties were: lack of investment and public or private incentives; Water storage; Equipment and persuade the client about sustainability works. Keywords: Rainfall utilization; Reused.

1 * Mestranda do Programa de Pós Graduação do PPGE3M-UFRGS, [email protected] ² Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação do PPGE3M-UFRGS, [email protected]

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1. INTRODUÇÃO O aproveitamento da água da chuva e o reúso de águas cinzas, estas oriundas de fontes como lavatórios, chuveiros, tanques e máquinas de lavar roupa, para o consumo não potável, não somente têm sido tema de estudos de caso em diversas pesquisas sobre a conservação e preservação dos recursos hídricos com o intuito de elucidar a viabilidade de utilizar na agricultura, em residências, em escolas, em condomínios, em shoppings, em prédios comerciais, entre outros, como também estão sendo desenvolvidas como soluções alternativas em projetos e implantadas por empresas da área civil, ambiental e sanitária. Estas novas soluções tornam-se interessantes como novas fontes de abastecimento de água, suprindo as demandas atuais e futuras de consumo, uma vez que a escassez da água, em períodos de seca, torna-se um problema não somente do semiárido do nordeste brasileiro, o qual se destaca com experiências na captação e manejo da água pluvial, utilizando sistemas com cisternas desde o final dos anos 70 (ABCMAC, 2017). Ultimamente, não é raro encontrarmos sistemas de aproveitamento da água da chuva e ou sistemas de reúso de águas cinzas, para uso não potável, implantado em residências e em condomínios residenciais ou comerciais, como shoppings que utilizam para irrigação de seus jardins ou lavagem de pisos e calçadas. Muitas escolas inovaram e os implantaram, utilizando sistemas de captação da água de chuva para irrigação de horta e limpeza. Também, encontramos aproveitamento da água de chuva em postos de gasolina, na utilização de lavagem de veículos, diminuindo em até 50% a utilização de água potável. Seguindo a linha do aproveitamento da água de chuva e reúso de águas cinzas, como fontes alternativas de águas para utilização não potável, este trabalho tem como objetivo fazer um diagnóstico do número de empresas da área da engenharia civil, sanitária e ambiental situadas na Grande Porto Alegre com registro no Conselho de Engenharia e Agronomia do (CREA-RS) que trabalham com a implantação de projetos que viabilizam o aproveitamento da água de chuva e ou reúso de águas cinzas em condomínios residenciais ou comerciais, como em quaisquer outros estabelecimentos.

2. METODOLOGIA UTILIZADA Para o levantamento de dados, foi elaborado um questionário de 13 perguntas, sendo 11 objetivas e 2 discursivas, utilizando como ferramenta o Google forms. A seleção das empresas para o envio da correspondência e do questionário partiu de consulta ao Catálogo Empresarial disponível no site do CREA-RS, versão 2016. O e-mail para acesso ao questionário foi enviado a 1.162 empresas, todas pertencentes à Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). Atualmente, a RMPA integra 34 municípios que constam na Tabela 1. As informações relativas à RMPA são do Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (rs.gov, 2016).

3. RESULTADOS O e-mail com o acesso ao questionário foi enviado a 1.162 empresas com registro no CREA- RS. Destes, 177 e-mails não foram entregues, sobrando assim efetivamente 985 empresas que receberam a correspondência. Do total das 985 empresas, 23 responderam, sendo que as respostas foram condicionadas para retornarem por município, conforme mostrado na Tabela 1, onde aparece o número de respostas e seu percentual correspondente. O percentual total das empresas que responderam ficou em 2,34%. As 23 respostas correspondem a nove municípios: , , Estância Velha, Gravataí, Guaíba, , Porto Alegre, São Leopoldo e Viamão. O percentual individual de retorno para o município de Cachoeirinha foi de 4,35%, representando uma resposta dos 23 e-mails, que é a diferença entre o número de e-mails enviados e o de e-mails que

XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 2 retornaram. Para o município de Canoas, o percentual foi de 2,08%. A quantidade de e-mails que receberam a correspondência foi 48. Para o município de Estância Velha o percentual obtido foi de 33,33%, representando uma empresa das 3 registradas no Conselho. Para o município de Gravataí das 22 empresas que receberam o e-mail, uma respondeu, representando 4,54%. Para o município de Guaíba, das 17 empresas que receberam o e-mail, também apenas uma respondeu, representando 5,88%. Para o município de Novo Hamburgo, o percentual foi de 4,65%, correspondendo a duas respostas do total de 43 empresas. Do município de Porto Alegre se obteve maior número de respostas (14). A capital detém o maior número de empresas registradas no Conselho (743), como também é o município com a maior densidade demográfica (2.837,53 hab/km2). Foi constatado que 117 e-mails de empresas não foram entregues, sobrando 626 empresas que efetivamente receberam a correspondência. O percentual representativo para a capital ficou em torno de 2,24%. Para o município de São Leopoldo, o percentual foi de 2,22%, correspondendo a uma resposta do total de 45 empresas e para o município de Viamão, o percentual foi de 5,88%, correspondendo a uma resposta do total de 17 empresas. Os municípios de Araricá e São Jerônimo não possuem empresas com registro no CREA-RS.

Tabela 1 - Municípios da RMPA com números de empresas que responderam o questionário. Ano na E-mails Retorno % por Municípios Diferença Respostas RMPA enviados e-mails município 1973 9 0 9 0 0% Araricá 1998 ------ 2000 1 0 1 0 0% Cachoeirinha 1973 29 6 23 1 4,35% 1973 20 2 18 0 0% Canoas 1973 54 6 48 1 2,08% 2001 2 0 2 0 0% 1994 3 2 1 0 0% Dois Irmãos 1989 4 0 4 0 0% 1989 7 2 5 0 0% Estância Velha 1973 3 0 3 1 33,33% 1973 18 3 15 0 0% 1989 1 0 1 0 0% Gravataí 1973 26 4 22 1 4,54% Guaíba 1973 21 4 17 1 5,88% 2011 5 2 3 0 0% 1989 11 0 11 0 0% Montenegro 1999 17 3 14 0 0% 1989 2 0 2 0 0% 1998 5 1 4 0 0% Novo Hamburgo 1973 51 8 43 2 4,65% Parobé 1989 2 0 2 0 0% Portão 1989 7 0 7 0 0% Porto Alegre 1973 743 117 626 14 2,24% 2010 3 0 3 0 0% Sto Ant. da Patrulha 2000 5 0 5 0 0%

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São Jerônimo 1999 ------São Leopoldo 1973 56 11 45 1 2,22% São Sebastião do Caí 2012 6 1 5 0 0% 1973 5 0 5 0 0% 1973 13 1 12 0 0% 1999 11 2 9 0 0% Triunfo 1989 4 1 3 0 0% Viamão 1973 18 1 17 1 5,88% TOTAL ---- 1.162 177 985 23 2,34% Fonte: Adaptada Metroplan/Dados da pesquisa.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS Na Tabela 2, mostramos as respostas das 23 empresas, sendo específica para a primeira pergunta do questionário. Nesta questão, a empresa inicialmente informa se trabalha com aproveitamento da água de chuva ou reúso de águas cinzas; ambas alternativas; ou ainda se não trabalha. Assim, pôde-se eliminar 13 empresas que não trabalham com aproveitamento ou reúso de águas, sendo cinco empresas de quatro municípios (Cachoeirinha, Canoas, Estância Velha e Novo Hamburgo), e mais oito empresas da capital, representado deste modo 56,52%. Do restante, seis empresas trabalham com aproveitamento da água de chuva (uma em Gravataí, uma em Guaíba, três em Porto Alegre e uma em São Leopoldo). Uma empresa trabalha com reúso de águas cinzas em Porto Alegre e três empresas com aproveitamento da água de chuva mais reúso de águas cinzas (duas em Porto Alegre e uma em Viamão). O total de empresas que trabalham foi dez, representando 43,48%.

Tabela 2 - Total de empresas que trabalham com aproveitamento ou reúso de águas. Municípios Aproveitamento Reúso Aproveitamento + Reúso Não trabalha Cachoeirinha 1 Canoas 1 Estância Velha 1 Gravataí 1 Guaíba 1 Novo Hamburgo 2 Porto Alegre 3 1 2 8 São Leopoldo 1 Viamão 1 Total individual 6 1 3 13 Total parcial 10 13 Percentual 43,48%. 56,52%. Total geral 23 Fonte: Dados da pesquisa.

Conforme a Tabela 2, no município de Gravataí, uma empresa informou que trabalha com aproveitamento da água de chuva. Entretanto, respondeu que não possui projetos que estejam em funcionamento. Acrescenta na questão 12 (discursiva), a falta de investimento e incentivos públicos para o desenvolvimento destes projetos é a maior dificuldade encontrada.

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No município de Guaíba, uma empresa informou que trabalha com aproveitamento da água de chuva, e que possui projeto em funcionamento em prédios comerciais, respondendo que a quantidade média de água de chuva recolhida é de até 50 m3/dia, sendo que o percentual de água potável substituído nos projetos é mais que 50%. A empresa acrescentou na questão 12 (discursiva) que a maior dificuldade encontrada está no armazenamento da água de chuva recolhida. No município de São Leopoldo, uma empresa respondeu que trabalha com aproveitamento da água de chuva. Informa que os projetos são para prédios públicos, comerciais ou industriais, sendo que as águas são aproveitadas para descarga de sanitários e lavagem de veículos. Acrescenta que o sistema utilizado nos projetos contempla as seguintes etapas: Calha de recolhimento + Filtro Preliminar + 1º Reservatório + Desinfecção + 2º Reservatório/Cisterna para utilização. Além disso, informa que a quantidade média de água de chuva recolhida pertence a condomínios residenciais e comerciais, em até 50 m3/dia, em cada um, e que o percentual substituído de água potável nos projetos é até 10%, tanto em prédios residenciais quanto em comerciais. Na questão 12 (discursiva), informa que a maior dificuldade encontrada é a falta de interesse por parte das empresas ou condomínios. Adiciona, na questão 13 (discursiva), que o aproveitamento da água de chuva destina-se para o sistema de lavagem de caminhões em uma usina de extração de minério. No município de Viamão uma empresa informou que trabalha com aproveitamento da água de chuva e reúso de águas cinzas. Contudo, em todas as outras questões a empresa informa que não possui nenhum projeto em andamento. No município de Porto Alegre houve retorno de seis empresas que informaram que trabalham com aproveitamento da água de chuva e/ou reúso de águas cinzas. Destas, três responderam que trabalham com aproveitamento da água de chuva, uma empresa respondeu que trabalha com reúso de águas cinzas e duas empresas responderam que trabalham tanto com aproveitamento quanto com reúso. Na Tabela 3 se mostra uma síntese das 10 perguntas objetivas enviadas com as respostas destas seis empresas, as quais aparecem identificadas na tabela como: “a”; “b” e “c” (que trabalham com aproveitamento); “d” (que trabalha com reúso); “e” e “f” (que trabalham tanto com aproveitamento quanto com reúso). As empresas “b”, “c”, “e” e “f” informaram que possuem conhecimento da Lei Municipal 10.506/2008 de Porto Alegre que “Institui o Programa de Conservação, Uso Racional e reaproveitamento das Águas”, e do Decreto 16.305/2009 que regulamenta a lei. As empresas “b” e “c” utilizam em seus projetos a Norma da ABNT 15.527/2007. As empresas “e” e “f” utilizam tanto esta norma como também a ABNT 13.969/2007. A empresa “c” informou que possui projetos implantados em condomínios residenciais e comerciais; a empresa “f” em shoppings; as empresas “a”, “b” e “d” informaram que seus projetos são para prédios públicos, comerciais ou industriais. A empresa “e” responde que é para uma usina de tratamento de resíduos sólidos urbanos. Em relação ao consumo não potável a que os projetos se destinam, conforme questão 5, as empresas “d” e “e” informaram que são para descargas de sanitários em edifícios residenciais, públicos, comerciais ou industriais. A “e” acrescenta também para uso em processo industrial e como reserva em sistema de Prevenção Contra Incêndio (PCI). As empresas “a”, “b”, “c”, “d” e “f” informaram que são utilizados nas irrigações de jardins. E as empresas “c” e “f” fazem projetos para sistemas que se destinam à lavagem de calçadas e pisos. A empresa “d”, que trabalha com reúso de águas cinzas, foi a única que respondeu que solicita análises físico-químicas e microbiológicas das águas que se destinam ao consumo não potável, como pH, Turbidez, Coliformes fecais e Nitrogênio amoniacal total. As empresas “a”, “b”, “e” e “f” informaram que as etapas propostas nos projetos de aproveitamento de água de chuva são: Calha para o recolhimento da água mais Filtro preliminar, seguindo para o Reservatório ou Cisterna para utilização. A empresa “c” informou que a água da chuva passa por um Filtro de telhado verde e após para um Reservatório para utilização. Na questão 8, a empresa “d” XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 5 respondeu que seus projetos contemplam dois tipos de sistemas. Primeiro com as seguintes etapas: Tratamento preliminar + RAC (Reator Anaeróbio Compartimentado/Filtro Anaeróbio) + FBAS (Filtro Biológico Aerado Submerso) + DEC (Decantador secundário) + Tanque de equalização + Filtro de areia + Desinfecção com cloro e Reservatório final para reúso. Segundo com as seguintes etapas: Caixa separadora de água/óleo + RAC + FBAS + DEC + Filtro de areia + Reservatório para reúso. A empresa “e” respondeu que seus projetos contemplam sistemas com as seguintes etapas: Caixa de entrada + RAC + FBAS + DEC + Filtro areia/carvão + Reservatório para reúso. Por fim, a empresa “f” respondeu que as etapas contempladas em seus sistemas de reúso de águas cinzas são: Caixa separadora água/óleo + RAC + Wetlands (sistemas de terras úmidas construído com plantas aquáticas enraizadas ou flutuantes). Também, utiliza o segundo sistema descrito para a empresa “d”. A questão 9, refere-se à quantidade média de água de chuva recolhida nos sistemas projetados, sendo que as empresas “b” e “d” responderam que recolhem até 50 m3/dia, tanto em condomínios residenciais como comerciais. As empresas “a”, “e” e “f” responderam que recolhem também até 50 m3/dia, mas somente em condomínios comerciais. Por fim a questão 10, solicita informações quanto ao percentual substituído de água potável nos projetos implantados. As empresas “b” e “d” informaram que até 10% em condomínios residenciais. As empresas “a”, “b”, “d” e “f” em até 10% em condomínios comerciais. E a empresa “e” em mais de 50% em condomínios comerciais. Além das 10 questões objetivas, algumas empresas responderam as questões subjetivas, sendo que na questão 12 solicitava-se que a empresa informasse se encontrava alguma dificuldade para seus projetos de aproveitamento da água de chuva ou de reúso de águas cinzas. As seis empresas que trabalham, de Porto Alegre, responderam de acordo com a identificação dada, sendo: empresa “a”, maior disponibilidade de investimentos do proprietário das construções. A empresa “b” acrescenta que são projetos exigidos para órgãos públicos, porém acabam não mantendo o sistema em funcionamento. A empresa “c” informa que seus sistemas são simples, destinados apenas a irrigação. A empresa “d” descreve que uma das dificuldades encontradas estão nos equipamentos que deveriam ter um funcionamento adequado. A empresa “e” diz que não possui nenhuma dificuldade. E a empresa “f” finaliza dizendo que é convencer o cliente investidor de obras sobre sustentabilidade.

Tabela 3 – Síntese do questionário enviado, mostrando as respostas das empresas de Porto Alegre. Questionário síntese: Porto Alegre Aproveitam Reúso Aprov. + (6 empresas: a + b + c + d + e + f) ento Reúso 1. Número de empresas que trabalham com: a + b + c d e + f 2. Conhecimento da Lei 10.506/2008 de Porto Sim: b + c e + f Alegre: Não: a d 3. Utilização ABNT 15.527/07. b + c das Normas da ABNT 15.527/07 e ABNT 13.969/97. e + f ABNT: Não utiliza. a d 4. Projetos Condomínios residenciais e comerciais. c implantados Shoppings. f /funciona- Prédios públicos, comerciais/industriais. a + b d mento: Usina tratamento de RSU. e 5.Tipos de consumo Descargas de sanitários. d e NÃO potáveis para que Uso industrial. e os projetos das empresas Irrigação de jardins. a + b + c d f se destinam: Lavagem de calçadas e pisos. c f Reserva para sistema de PCI. e XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 6

6. Análises físico- pH. d químicas e Turbidez. d microbiológicas Coliformes Fecais. d solicitadas: Nitrogênio Amoniacal Total. d Não solicita. a + b + c e + f 7. Etapas dos Sistema de Calha+Fil.+Trat.prel.+Reservat. a + b e + f aproveitamento da água Fil. telhado verde+Reservat. c de chuva: Não possui projetos. d 8. Etapas dos Trat. Prel.+RAC+FBAS+DEC d Sistemas de + Equa+Filtro areia+DES+Reservatório. reúso de Cx. entrada+RAC+FBAS+DEC+Filtro e águas cinzas: areia/carvão+Reservatório reúso. Cx. água/óleo+RAC+Wetlands+Filtro f areia+Reservatório. Cx. água/óleo + RAC + d f FBAS+DEC+Filtro areia+Reservatório. Não possui projetos. a + b + c 9. Quantidade ≤ 50 m3/d – resid./comerciais. b d média de água de ≤ 50 m3/d – comerciais. a e + f chuva recolhida: Não possui projetos. c 10. Percentual Residenciais: ≤ 10% b d substituído de água Comerciais: ≤ 10% a + b d f potável nos > 50% e projetos: Não possui projetos: c Fonte: Dados da pesquisa.

5. CONCLUSÕES Através do diagnóstico verificamos que há poucas empresas da área da engenharia civil, ambiental e sanitária na Região Metropolitana de Porto Alegre que trabalham com projetos e implantação, tanto de sistemas de aproveitamento da água de chuva quanto de reúso de águas cinzas. Do total das 23 empresas que responderam o questionário, apenas 10 trabalham com estas áreas, representando 43,48%. Aliado a poucas empresas, algumas responderam sobre as dificuldades encontradas, como a falta de incentivos do setor público, conscientização do cliente sobre o investimento de obras de cunho sustentável, manutenção dos sistemas por parte dos órgãos públicos, disponibilidade de investimento do proprietário nas construções e melhores equipamentos destinados aos projetos. Constatamos ainda que em termos de conhecimento e aplicabilidade da legislação existente, no âmbito da capital gaúcha, temos que aproximadamente 67% das empresas que praticam o reúso responderam que conhecem a legislação específica sobre o aproveitamento da água de chuva, Lei 10.506/2008, e também utilizam as recomendações das Normas da ABNT 15.527/2007 e ABNT 13.969/1997 em seus projetos. Embora se perceba que há esforços de empresas desenvolvendo projetos que viabilizem o aproveitamento da água de chuva e reúso de águas cinzas em residências, condomínios, escolas, shoppings, industrias, entre outras, ainda é tímida a conscientização sobre a limitação e o uso racional XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 7 da água potável. Além disso, a forma como a água é gerenciada e preservada nos recursos hídricos é um desafio a ser enfrentado em um futuro próximo.

REFERÊNCIAS

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