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La Serva Padrona, de Pergolesi La Nave Va, Carla Caramujo, Luís Rodrigues e João Merino ÓPERA 16 de julho de 2021 · 21h30 Cine-Teatro de Alcobaça – João D’Oliva Monteiro

Ficha artística

La Serva Padrona, ópera em dois atos (intermezzi) de Rosário Balbi, construção de figurinos Giovanni Battista Pergolesi Virgílio da Silva Coelho, construção de cenário Libreto de Antonio Federico Gennaro a partir de uma obra de teatro homónima de Jacopo Angelo Nelli Carlos Antunes, tradução do libreto e legendagem Vera Santos, projeção de legendagem António Carrilho, direção musical Carlos Antunes e António Carrilho, Revisão da edição a Carlos Antunes, encenação partir do libreto original e do manuscrito M.M. 211//1 da Biblioteca Nacional de Natacha Costa Pereira, cenografia Nuno Braz de Oliveira, figurinos Outras peças musicais usadas no espectáculo Zeca Iglésias, desenho de luz 3º andamento do concerto em Si bemol Maior HWV288 Fátima Sousa e Maria Marques Coelho, caracterização de G. F. Händel 1º andamento do concerto em Ré menor Op.3/11 RV565 Elenco de A. Vivaldi Carla Caramujo, Serpina Ária “Se pietà di me non senti” de Cleopatra da ópera Luís Rodrigues, Uberto “Giulio Cesare in Egitto” HWV17 de G. F. Händel João Merino, Vespone (criado de Uberto) Agradecimentos La Nave Va Dr.ª Inês Cordeiro, Directora da Biblioteca Nacional Pedro Lopes, concertino Biblioteca Nacional de Portugal Josefina Alcaide,primeiro violino Luciana Cruz, primeiro violino Duração aproximada: 70 minutos Raquel Cravino, chefe de naipe - segundo violino Estreia: 16 de Julho de 2021, em Alcobaça no âmbito do Tomás Soares, segundo violino Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça Maria João Matos, segundo violino Frederico Lourenço, segundo violino Apoio à produção André Araújo, viola Gabriela Barros, viola César Gonçalves, violoncelo Marta Vicente, contrabaixo Jenny Silvestre, cravo Suzana Batoca, produção Enquadramento Serpina, inteirada das intenções de Uberto, engendra um plano para que este se case com ela. Finge estar La Serva Padrona de Giovanni Battista Pergolesi (1710- noiva do Capitão Tempesta, um irascível militar que 1736) estreia em 1733 como intermezzo (cómico) da ópera mais não é que Vespone mascarado, provocando assim séria Il Prigioniero Superbo e é constituída por dois a dúvida em Uberto sobre os seus sentimentos por ela. actos interpretados entre os três da ópera séria como Quando Serpina apresenta Tempesta a Uberto, diz que momento de descontração da carga emotiva. La Serva este exige um pesado dote de 4.000 scudi pela sua mão. Padrona teve um sucesso imediato tendo passado a ser Uberto recusa-se a pagar, mas perante as ameaças de apresentada como peça autónoma em vários teatros Tempesta aceita casar-se com ela, dando-se conta que europeus, tornando-se assim uma ópera de referência sempre amou Serpina. A criada acaba por tornar-se na deste estilo cómico, permanecendo nos palcos até aos patroa! nossos dias. Biografias Nesta nova produção, tal como na estreia de La Serva Padrona, pomos dois mundos em diálogo, intercalando os dois intermezzi com uma ação paralela. Em palco Carla Caramujo, soprano veremos a comédia La Serva Padrona irromper sobre a realidade da construção do próprio espetáculo. Soprano portuguesa, diplomada pelas Num tempo em que a vida artística passa por um Guildhall School of Music and Drama e distanciamento do palco, veremos exposto o esforço Royal Conservatoire of Scotland. Venceu pessoal e a entrega que cada artista põe em dar ao o Concurso Nacional de Canto Luísa Todi © Ana Castro público um pouco de si quando se encontra em cena. em Portugal, Musikförderpreis der Hans- Teremos assim a construção a nu de um espetáculo a Sachs-Loge na Alemanha, Chevron Excellence, Ye dialogar com o seu resultado. Cronies e Dewar Awards no Reino Unido.

Dado o seu sucesso inicial, La Serva Padrona começou Estreou-se no papel de Gilda em Rigoletto no Teatro logo a circular por Itália em pequenas companhias Nacional de São Carlos onde, seguidamente se ambulantes que se especializavam neste tipo de apresentou como Contessa Folleville em Il viaggio a espectáculo. A vida itinerante e a flexibilidade com Reims, Clorinda em La Cenerentola, D. Anna em Don que se tratava nesta época este tipo de peças fez com Giovanni, Adele em Die Fledermaus, Lisette em La que nos primeiros anos La Serva Padrona fosse sendo Rondine e Princesse em L’enfant et les Sortilèges. apresentada com algumas alterações. É assim que chega Outros papéis e repertório concerto incluem Violetta a França, tendo a sua apresentação de 1752 em Paris por em La Traviata, Adina em L’elisir d’amore, Armida uma companhia italiana estado na origem da polémica em Rinaldo, Königin der Nacht em Die Zauberflöte e Querelle des Bouffons (guerra dos comediantes) que Madame Herz em Der Schauspieldirektor, Fiordiligi em opôs os defensores do estilo sério francês tragédie lyrique Cosi fan tutte, Valetto em L’Incoronazione di Poppea, e da italiana buffa. Esta polémica, que chegou a Nena em Lo frate ‘Nnamorato de Pergolesi, 9ª Sinfonia envolver o próprio Rei de França e a expulsão dos actores de Beethoven, Missa em dó menor de Mozart, Carmina italianos, fez com que La Serva Padrona se tornasse o Burana, Die Schöpfung de Haydn, Messias de Händel, modelo para outras óperas como Le de vin du village Paixão segundo S. João/S. Mateus de Bach, Requiem de J. J. Rousseau e Bastien und Bastienne de Mozart, de Brahms e Lieder der Ophelie de R. Strauss, no Reino estando assim na origem da popularização deste novo Unido (Barbican, New Sage Gateshead Music Center e estilo e sendo por isso uma ópera de referência. Edinburgh Festival Theatre), Uruguai (SODRE), Colômbia Nesta produção procurámos ir ao encontro desta ópera (Teatro Mayor), México (Teatro Peón Contreras), como foi apresentada na sua origem, sem as alterações Argentina (Usina del Arte), Portugal (Gulbenkian, Centro que os séculos lhe foram introduzindo. Para isso usamos Cultural de Belém, Casa da Música) e em Espanha o libreto da primeira apresentação, bem como um (Festival Are-more). manuscrito até agora não estudado, que localizámos O seu interesse pelo repertório contemporâneo levou-a na Biblioteca Nacional de Portugal e que apresenta esta a criar o papel de Salomé na estreia absoluta de O ópera na sua versão original. Este trabalho permitiu-nos Sonho de Pedro Amaral com a London Sinfonietta em encontrar novos caminhos e subtilezas no humor que Londres, The Place, e em Lisboa, Gulbenkian. Interpretou está subjacente a esta comédia. La Princesse na estreia latino-americana de Orphée de Philip Glass no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Sinopse Flight Controller em Flight de Jonathon Dove em Glasgow, o papel de Soprano em Lady Sarashina de Esta ópera conta-nos a história de Serpina, uma criada Peter Eötvös com a Orquestra Metropolitana de Lisboa astuta, que pretende casar-se com o seu patrão Uberto. A no Teatro Municipal de São Luiz e a estreia mundial de ação começa com Uberto a queixar-se da sua arrogância Vida e Milagres de Dona Isabel de Alexandre Delgado e a culpabilizar-se por a ter criado de tal forma. Depois com a Orquestra Clássica do Centro no Convento de de esperar por um chocolate que Serpina nunca traz e de S. Francisco de Coimbra. De João Guilherme Ripper, esta o impedir de sair de casa, Uberto, desesperado, pede interpretou Iara em Onheama no Festival Terras sem ao seu criado Vespone que lhe encontre uma mulher Sombra, Mariana Alcoforado em Cartas Portuguesas com quem casar para assim se ver livre da atrevida e para a fundação Gulbenkian, Cinco poemas de Vinicius mal-educada criada Serpina. de Moraes, a estreia mundial da cantata Icamiabas e Domitila no Festival Internacional de Música do Pará Il Barbiere di Siviglia e Il Viaggio a Reims de Rossini; (Brasil). Interpretou Domitila na sua estreia portuguesa Carmen de Bizet; La Traviata, D. Carlo e Rigoletto de no Festival Cistermúsica em 2018. Verdi; Tosca e Gianni Schicchi de Puccini; Eugene Onegin de Tchaikovski; Hänsel und Gretel de Humperdinck; Gravou Requiem Inês de Castro de Pedro Camacho, Werther de Massenet; Oedipus Rex de Stravinsky; El finalista das nomea- ções aos Grammy 2019, Integral Gato Montés de Penella; María de Buenos Aires de das canções de António Fragoso com o pianista João Piazzolla, Il Capello di Paglia di Firenze de Nino Rota e Paulo Santos (Framart 2018), Il Mondo della Luna de Evil Machines de Luís Tinoco e Terry Jones. Em concerto Pedro António Avondano com Os Músicos do Tejo (Naxos com Messiah de Handel; Magnificate Oratório de Natal 2020) e Domitila de João Guilherme Ripper com o Toy de Bach; A Criação de Haydn; a integral das Missas e o Ensemble (MPMP 2020). Requiem de Mozart; 9.ª Sinfonia de Beethoven; Stabat Mater de Rossini; Requiem de Fauré; Missa n.º 3 de Luís Rodrigues, barítono Bruckner; Carmina Burana de Orff; Aventures de Ligeti, entre outros. Apresentou-se como solista em Portugal, Estudou no Conservatório Nacional e na Espanha, Inglaterra, França, Holanda e Itália sob direção Escola Superior de Música de Lisboa. de C. Costa, C. Soler, E. Nielsen, F. Totan, G. Andreoli, G. Ganhou o 2º Concurso de Interpretação do Bühl, I. Cruz, J. Jones, J. Skudlik, J. P. Santos, J. F. Lobo, J. Estoril, o 4º Concurso de Canto Luísa Todi Lombana, L. Koenigs, M. André, M. Jurowski, M. Ortega, e o Prémio Jovens Músicos da R.D.P. em R. Massena, O. Hadari, P. Herreweghe, T. Hoffman e X. Música de Câmara, com o pianista David Santos. Obteve Poncette. Em cena com A. Teodósio, A. H. Lopes, C. Avilez, o 2º Prémio no Concours-Festival de la Mélodie Française C. Gruber, C. v. Götz, E. Sagi, F. Gomes, G. Vick, G. Joosten, em Saint-Chamond (França) e foi o vencedor ex-aequo J. C. Soler, L. Hussain, L. M. Sintra, N. Graça-Silvestre, N. do concurso PoulencPlus (Mélodies de Poulenc) em M. Cardoso, P. Matos, P. Konwitschny, R. Pais, R. Carsen, Nova Iorque. S. Medcalf, entre outros.

Luís Rodrigues tem vindo a construir em Portugal uma sólida carreira no domínio da Ópera, com papéis Carlos Antunes como Figaro (Il barbiere di Siviglia), Guglielmo, Albert, Nasceu em Lisboa em 1978, estudou Nick Shadow, Sharpless, Escamillo, Gianni Schicchi, Piano e Canto no Conservatório Nacional Beauperthuis, Sulpice e Don Profondo no Teatro Nacional de Lisboa e formou-se em Arquitectura de São Carlos, Kurwenal (Tristão e Isolda) com o S. Carlos na Faculdade de Arquitectura da U.T.L. no Centro Cultural de Belém, Mr. Gedge (Albert Herring) Participou no primeiro curso de Encenação e Eduard (Neues vom Tage) no Teatro Aberto, Semicúpio de Ópera realizado pela Fundação Calouste Gulbenkian (Guerras do Alecrim e Mangerona) no Acarte, Teatro da e Teatro Nacional de São Carlos onde encenou a Trindade e Teatro Nacional D. Maria II (Prémio Bordalo ópera Mavra de Stravisnky, que foi apresentada na da Imprensa 2000 para Música Erudita), Marcello F. C. Gulbenkian e outros teatros do país. Em 2007 foi (La Bohème) com o Círculo Portuense de Ópera e a convidado para encenar a primeira audição da ópera a Orquestra Nacional do no Coliseu desta cidade, montanha de Nuno Côrte-Real, apresentada no grande Tom (The English Cat) com a Cornucópia e a O.N.P. no auditório da F. C. Gulbenkian. Rivoli e T.N.S.C., Guarda Florestal (A Raposinha Matreira) com a Casa da Música no Rivoli, Papageno, Ramiro Trabalhou e estudou nos Estados Unidos com o (L’Heure Espagnole) e Sumo Sacerdote (Sansão e Dalila) encenador Robert Wilson e desde 2007 tem colaborado na Fundação Calouste Gulbenkian, Yoshio (Hanjo) na regularmente com o Teatro Nacional de São Carlos e Culturgest, Arsénio (La Spinalba) e Marcaniello (Lo frate com vários encenadores como Luís Miguel Cintra, Rui ‘Nnamorato) com os Músicos do Tejo no CCB e Giorgio Horta, Nicola Raab, Graham Vick, entre outros. Germont, Iago e os papéis titulares de D. Giovanni e Rigoletto com a Orquestra do Norte. Os seus projectos recentes incluem a encenação de vários espetáculos, entre eles a ópera Domitila de Intérprete de reconhecida versatilidade, Luís Rodrigues João Guilherme Ripper, apresentada no Teatro da Paz apresenta-se também regularmente em programas de em Belém do Pará (Brasil), no festival Cistermúsica e Oratória, Canção Orquestral ou Música de Câmara, e é em Castelo Branco; a ópera As Guerras de Alecrim e frequentemente solicitado para estrear obras de Música Manjerona de António José da Silva/António Teixeira Contemporânea. Em todos estes géneros possui já com S. A. Marionetas e Músicos do Tejo; o espetáculo importantes registos discográficos, sendo de destacar, no Hábitos de D. João V no Festival de Música Antiga em campo da Música Barroca, a participação nas óperas La Castelo Novo; a ópera infantil A Rua de Carlos Garcia no Spinalba e Il mondo della luna gravadas pelos Músicos festival Cistermúsica; a peça Summer Sunday de Joseph do Tejo para a editora Naxos. Horovitz no Festival de Sintra, para além da colaboração com o encenador Luís Miguel Cintra em Le Miroir de João Merino Jésus apresentado no Festival de São Roque e com o encenador Andrea di Rosa em Maria Stuarda no Teatro Licenciado em Canto pela ESMAE, Nacional de São Carlos. trabalhou com Francisco Lázaro, em Barcelona. Apresentou-se nas óperas: Em Março de 2019, a convite do Governo Regional da Die Zauberflöte, Le Nozze di Figaro, Così Madeira e no âmbito das cerebrações dos 600 anos, esteve Fan Tutte e Don Giovanni de Mozart; à frente da primeira edição do Festival “Música a Norte” como diretor artístico, colaboração que continuou na figurinos, ao designer José António Tenente emA Doença edição de 2020. Realiza também trabalho de investigação da Juventude (2019) de Marta Dias. em musicologia histórica tendo neste âmbito integrado o grupo RISM Portugal que realiza o levantamento e Zeca Iglésias catalogação dos arquivos musicais portugueses. Estudou música e baixo elétrico na Escola Natacha Costa Pereira de Jazz Luíz Villas-Boas - Hot Club de Portugal. Como músico participou nas Natacha Costa Pereira é diretora artística peças Barulhada de Tânia Carvalho da companhia de teatro de marionetas, e Hurra, Arre, Apre, Irra, Ruh, Pum, S. A. Marionetas – Teatro & Bonecos, Homenagem a Cristina de Pina de Luís Guerra. Foi onde exerce funções de encenadora, também parte integrante do projeto musical Moliquentos marionetista, construtora e cenógrafa. É e participou em diversas performances promovidas pela co-autora de mais de 20 produções originais e premiada Associação Cultural Bomba Suicida. em diversos festivais internacionais de marionetas (Polónia, China, Indonésia, Tailândia, Roménia, Em 2011, após um estágio profissional de seis meses no Cazaquistão e República Checa). Teatro Nacional de São João, iniciou o seu percurso como técnico de palco e iluminador de cena. Tem mestrado em Artes Plásticas na ESAD-CR, formação em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Assina e circula, a nível nacional e internacional, com Universidade do Porto e várias formações profissionais os trabalhos de iluminação de Icosahedron, 27 Ossos, na área das marionetas, com Bernd Ogrodnik (Islândia), Reverso das Palavras, Síncopa, A Tecedura do Caos, Natacha Belova (Rússia), Heather Henson (EUA) e Clive Glimpse-5 Room Puzzle, Captado pela Intuição e Um Chandler (Inglaterra), entre outros. É também diretora Saco e uma Pedra – peça de dança para ecrã de Tânia artística do festival Marionetas na Cidade, de Alcobaça. Carvalho; desenho de luz de Xylographie de Tânia Carvalho pela Ópera de Lyon. Qqywqu’ddyll’o’, 1.ª Dança Em 2020 publicou A incrível vida (depois da morte) de Urizen, Nevoeiro, Vento, Trovoada e Tundra de Luís de D. Inês de Castro e sua pomba Pimba – Volume II, Guerra; Pastiche de Luiz Antunes e Sérgio Diogo Matias; compilação 2017/2020 do cartoon semanal que faz Kid as King e A Deriva dos Olhos de Bruno Senune; até hoje no jornal Região de Cister de Alcobaça, tendo Hector de André Mendes; Mute e Dança de Materiais publicado em 2017 o Volume I, compilação 2015/2017. Em Inertes #3 - Movediço de Marta Garcia Cerqueira, Loop 2016 ilustrou o Bestiário Tradicional Português (Edições de Sérgio Diogo Matias, E.le.men.to e Gesto Perante Os Escafandro), com texto e pesquisa de Nuno Matos Desacatos Do Mundo de Bruna Carvalho, Livro: Poema Valente. Livre de Sara Vaz e Marco Balesteros, Dias Contados de Elizabete Francisca, Rizoma de Pedro Ramos, As Três Irmãs de Ana Sampaio e Maia, David Pereira Bastos, Nuno Braz de Oliveira Joana Cotrim e Rita Morais, Ghost de Luis Marrafa. Figurinista e designer, tirou a licenciatura Como diretor técnico trabalhou com Sofia Dias e Vítor em Teatro, ramo de Design de Cena Roriz, com Joana Von Mayer Trindade, Claudia Andrade pela Escola Superior de Teatro e Cinema e em eventos e apresentações promovidos pelo Forum I.P.L., tendo co-assinado o Design Cénico Dança Associação Cultural e pelo O Rumo do Fumo. para o espectáculo A Tempestade (2016) encenado por Carlos J. Pessoa. Essa graduação foi concluída em 2017, na Rose Bruford College of Theatre Fátima Sousa & Performance, inserida no programa ERASMUS. Ainda em Londres concluiu uma Pós-Graduação em Costume Maria de Fátima Conceição de Sousa, Design for Performance na London College of Fashion nascida em Alenquer em 1951, iniciou a sua U.A.L., onde exibiu o seu projeto de pós-graduação À formação profissional na área de cuidados Rebours (2018), encenado por Peta Lily, no Sadler’s Wells de cabelo, seguindo-se caracterização em Londres. Encontra-se no processo de conclusão de e maquilhagem. Participou em diversos um mestrado em Design de Moda pela Faculdade de trabalhos como responsável de caracterização na área Arquitectura da U.L. do cinema, televisão, teatro e ópera.

Profissionalmente, assistiu a designer Jessica Worrall Em cinema fez diversos filmes com realizadores para os People Show, e integrou a equipa de design dos franceses, ingleses e portugueses, entre os quais As figurinos do espectáculo East Wall (2018) do coreógrafo Viagens de Gulliver, O Cargo Infernal, Lagarder, entre Hofesh Shechter (projecto de fusão de dança profissional muitos outros. Em televisão foi responsável por séries e comunitária na Torre de Londres), ambas experiências como A Viúva do Enforcado, A Banqueira do Povo e em Londres. Em Portugal foi co-figurinista deXtròrdinário Chica da Silva do realizador brasileiro Walter Avancini. (2019) (espectáculo celebrativo dos 125 anos do Teatro Trabalhou com Francisco Moita Flores nos projetos S. Luiz) do Teatro Praga, e figurinista de Empowerbank Ballet Rose, Os Polícias, A Raia dos Medos, Conde de (2020) da Plataforma285. Em paralelo, colaborou com o Abranhos, Os Távoras e A Ferreirinha, entre outros. Teatro Aberto nas duas mostras da produção A Golpada Desde 1999 é responsável pela caracterização do Teatro (2019 e 2020) de João Lourenço, enquanto assistente Nacional de São Carlos, com o qual já colaborava desde de palco, e uma terceira vez, enquanto assistente de o início dos anos 90, tendo trabalhado com alguns dos e orquestra de Nuno da Rocha, a gravação da Suite melhores encenadores nacionais e internacionais. concertante para flauta e cordas de Sérgio Azevedo, assim como a gravação da obra integral de Bartolomeu É responsável pela caracterização em vários eventos de de Selma y Salaverde com o agrupamento japonês ópera pelo país, entre eles o Festival de Ópera de Óbidos, Antonello. Gravou para a mpmp com a orquestra Divino as produções de Tito Celestino da Costa e da Orquestra Sospiro a gravação do Concerto para flauta e orquestra do Norte. de Nuno da Rocha. Vai lançar com Syrinx: XXII um CD na estiqueta francesa Musik Fabrik. António Carrilho Dirigiu Dido and Aeneas e The Fairy Queen de Purcell, “…um dos músicos mais versáteis e La descente d’Órphée aux enfers de Charpentier, La talentosos do nosso país como do mundo Serva Padrona de Pergolesi, La Dirindina de Scarlatti, da música erudita a nível global…” Don Quijotte chez la Duchese de Boismortier, Orfeu de Monteverdi, Venus and Adonis de John Blow,

© Luís Manuel Cochofel © Luís “A sua destreza impressiona ainda mais Arlechinatta de Salieri, Orfeo & Eurydice de Gluck, pelo facto de se evidenciar também no repertório de cantatas de Bach e Telemann, assim como obras de outras eras, incluindo a da música contemporânea, Tchaikovsky, Holst, Mendelssohn, Mozart, Sibelius, demonstrando conhecer as particularidades que Nielsen, Piazzolla, Stockhausen… distinguem mundos musicais bem diversos.” Ministra Masterclasses nos Cursos Internacionais de “É também notável o à vontade por si demonstrado em Música Antiga de Urbino em Itália, ’s Masterclass cadenzas e improvisos que desafiam a criatividade e a e nos Cursos Internacionais de Música da Casa de espontaneidade só ao alcance dos melhores.” Mateus (também com o cargo de diretor pedagógico) em Portugal, tendo orientado cursos e estágios em países “…não há dúvida de que temos em si um dos grandes como Portugal, Austrália, Holanda, Espanha, Alemanha, vultos da interpretação musical do nosso tempo, e só Itália, Índia, Japão e Brasil. espero que o saibamos merecer tanto em Portugal como no resto do mundo…” É Professor Adjunto na ESART - Escola Superior de Artes Aplicadas -, lecionando Flauta de bisel e Música de João Almeida, Director da Radio Difusão Portuguesa Câmara (coordenador da disciplina). Leciona na ANSO - Academia Nacional Superior de Orquestra. É licenciado e Mestre pelo Conservatório Real de Haia (Países Concertista, criador conceptual de conteúdos, professor Baixos). António Carrilho detém uma Especialização em em Masterclass e director artístico e musical, António flauta de bisel e em música de câmara pelos Institutos Carrilho divide a sua actividade musical entre a flauta Politécnicos de Lisboa, do Porto e de Castelo Branco, tal de bisel e a direcção, abrangendo um repertório que como é formador na área artística. Estuda direção de vai desde o Trecento italiano até à música mais recente orquestra com Jean-Marc Burfin. dos nossos dias sem deixar, no entanto, de interpretar e transcrever a música do século XIX. Foi solista com La Nave Va as orquestras Gulbenkian; Sinfónica Portuguesa; Metropolitana de Lisboa; Orchestrutopica; Den Norsk O ensemble barroco La Nave Va Katedralenensemblet (Noruega); Sinfonietta de Lisboa; foi criado em 2004 por António Divino Sospiro; Os Músicos do Tejo; Orquestra Barroca de Carrilho e Luísa Tavares, com o Haifa (Israel); La Nave Va; Orquestra Sinfónica da Póvoa objetivo de redescobrir e trazer de Varzim; Orquestra Barroca de Nagoya (Japão); La Pais a cena o repertório de câmara du Parnasse (Espanha); Orquestra de Cascais e Oeiras, vocal e instrumental dos sécs. XVII e XVIII, tocado em Concerto Balabile (Holanda); Orquestra de Câmara da instrumentos de época. Tem a direção artística e musical Madeira; Orquestra Barroca do Amazonas (Brasil) e de António Carrilho. premiado nos Concursos Internacionais Recorder Moeck Solo Competition (Inglaterra), assim como Recorder Solo O nome, inspirado no imaginário de Federico Fellini, Competiton of Haifa (Israel). evoca aventuras, descobertas, viagens pelo mundo e pelo tempo, tendo por veículo a música. Ousaremos É director artístico e musical de La Nave Va, assim como transportar-vos a tempos idos, a salões de castelos é director musical e solista de La Paix du Parnasse e palácios, a igrejas e capelas, e até a velhos teatros (Espanha) – membro da associação” Grupos Españoles onde outrora muita música soou, muitos risos, suspiros, de Música Antiga” e faz parte dos agrupamentos Syrinx: lágrimas e silêncios se escutaram. E vibraram corações XXII – membro da associação “Chamber Music America”; sem idade. Os instrumentos e as vozes, ora apenas uma, Syrinxello; Borealis Ensemble; Orlando Furioso; Os ora duas ou três, o lânguido acorde de um alaúde, ou o Músicos do Tejo e director musical de Melleo Harmonia som de uma flauta a flutuar no espaço… A Música de Antigua, apresentando-se em importantes festivais na Sempre. Europa, América, Oceânia e Ásia. Este ensemble já se apresentou, com diversos programas Gravou para as etiquetas: Encherialis; Numérica; Naxos; e formações, na Temporada de Cravo de Óbidos, no Secretaria de Estado de Cultura do Estado do Amazonas; Festival de Música do Bombarral, Festival de Ópera de DGartes/MPMP; portugaler; dialogos; Arte France/RTP. Óbidos, Festival Are-More em Vigo, no Europarque, no Destacam-se as gravações do Concerto para flauta Centro Cultural de Belém, no festival Cistermúsica de Charpentier, realizadas em Vigo, em Óbidos, em Alpiarça Alcobaça, no festival de Sintra e na Sé Catedral do Porto. (em associação com a produtora Eventos Ibéricos) e no Auditório de Espinho, assim como o programa de Árias As suas produções mais ambiciosas, tanto pelo número de Bravura para Tenor no Festival Cistermúsica de de participantes como pelos meios envolvidos, foram as Alcobaça. óperas de câmara Dido and Aeneas, de Henry Purcell e La Déscente d’Orphée aux Enfers, de Marc-Antoine

Libreto

La Serva Padrona Uberto – Mas na presença do patrão…

Primeiro Intermezzo Serpina – Quer dizer, porque eu sou criada, hei de ser espezinhada, [Ária] hei de ser maltratada? Não senhor: quero ser respeitada, quero ser Uberto – Esperar e não vir, reverenciada, estar deitado e não dormir, como se fosse senhora, mais-que-senhora, bem servir e não agradar, senhoríssima. são três coisas de morrer… de morrer. Uberto – Que diabo tem vossa senhoria ilustríssima? [Recitativo] Diga-nos, o que se passa. Uberto – Isto é para mim uma desgraça! Serpina – Este impertinente… Há três horas que espero que a minha criada me traga o chocolate, Uberto – Tu, quieto… e nada; e eu tenho pressa de sair. Oh santa paciência! Serpina – Veio a mim… Agora sim vejo que, por ser tão bom com ela, sou a causa de todos os meus males. Uberto – Quieto, já te disse… Serpina… Serpina… Vem amanhã. Serpina – E com modos tão impróprios… E tu, que fazes aí? Porque estás aqui parado como um pateta? Uberto – Quieto, quieto, maldito sejas. Como? O que dizes? Ei, idiota! Corre, parte-te o pescoço, rápido, vê o que ela Serpina – Mas hás-de pagar por isso. faz. Grande feito! Uberto – Eu to enviei… Criei eu esta pequena criada, dei-lhe carinho, Serpina – E para fazer o quê? tratei-a como se fosse minha filha; e agora ela tornou-se tão arrogante, e tão Uberto – Para fazer o quê? Não te pedi eu o chocolate? mandona, que, no final, de CRIADA passará a SENHORA. Serpina – Sim; e depois? Mas eu preciso resolver isto agora. E aquele babuíno parece que está morto! Uberto – E me há de sair a alma do corpo esperando que me tragas? Serpina – Já terminaste? É preciso gritar comigo? … e mais! Eu não estou confortável, já te disse. Serpina – E quando vós o quereis tomar?

Uberto – (Bravo!) Uberto – Agora; quando?

Serpina – E insiste! Se o patrão tem pressa, eu não Serpina – E parece-vos que isto é hora? Agora é tempo tenho; ele percebe? de jantar.

Uberto – (Muito bem!) Uberto – Então?

Serpina – De novo! Oh, tu realmente estás a testar a Serpina – Então eu não o preparei, e vós não fareis minha paciência; menos, meu doce patrão, que vos acalmar. queres com certeza apanhar um par de estalos. Uberto – Vespone, agora que já tomei o chocolate, diz-me: “Bom proveito faça e saúde.” Uberto – Ei, o que se passa? Ei, Serpina, não é melhor parares? Serpina – De que ri esse asno?

Serpina – Deixem-me ensinar a boa educação a este Uberto – De mim, que tenho mais paciência que uma patife. besta. Mas eu besta não serei, mais paciência não terei, Serpina – Pois sim, tocai. deste jugo me libertarei, e aquilo que não fiz, afinal, farei. Uberto – Serpina, sabes que me deste cabo da cabeça?

[Ária] [Ária]

Sempre em conflito contigo se está! Serpina – Birrento, meu birrento, fazeis o papel de E aqui e ali, e acima e abaixo, e não e sim. presunçoso; Agora basta, isto há de acabar. mas… não… isso não vos ajudará. É necessária a minha proibição para estar Mas que te parece? quieto e não falar. Tenho eu que tolerar? Shh… Shh… Serpina assim o quer. Meu Deus não. Creio que me entendeis, Mas deverás para sempre chorar a tua já que me conheceis há muito, muito tempo. desgraça; e então dirás que bem que estás. [Recitativo]

Que dizes tu? Uberto – Muito bem. Tu ouviste? Não é assim? Agora vossa senhoria coloque tudo de volta Ah… o quê… não… sim… mas… em seu lugar: Mas é assim é! porque minha patroa quer que eu não saia.

[Recitativo] Serpina – Assim está bem. Anda, e não armes confusão… Serpina – Em resumo, por cuidar do vosso bem, eu mal Porque paras? O que olhas? hei de receber. Estás surpreendido? Ei… o que foi?

Uberto – Pobrezinha! Ouviste isto? Uberto – Sim, pára, olha para mim, surpreende-te, troça de mim, chama-me de burro, Serpina – Por cuidar de vós, eu desgraçada, devo ser dá-me também um bofetão, que eu quieto maltratada. ficarei, e até a tua mão beijarei. Uberto – Mas isso não está bem. Serpina – Que faz… o que está a fazer? Serpina – Troçais, sim! Uberto – Afasta-te, malvada. Vai-te embora, insolente Uberto – Mas isso não convém. Em todo o caso isto tem que acabar. Serpina – E então? Vespone, neste momento, neste instante, Algum remorso deveria ter por me fazer e encontra-me uma mulher, ainda que seja dizer o que diz e faz. uma harpia; para seu despeito, eu quero-me casar. Uberto – Assim é: como doutora vós falais. Então não terei que ficar a esta carrasca mais sujeito. Serpina – Vós comigo brincais, e eu me irrito. Serpina – Oh o asno está a cair no meu plano? Uberto – Não vos irriteis, meu Deus. Casai-vos, que fazeis bem; eu aprovo. Tens razão: tu não tens nada a dizer. Vai lá dentro; Uberto – Aprovas? Menos mal, ela aprovou. Então me traz-me o chapéu, a peruca e o bastão, que eu casarei. quero sair. Serpina – E será comigo. Serpina – Olhe! Não é uma boa ideia; e depois é Serpina quem tem pouco juízo. Uberto – Contigo?

Uberto – Mas o que é que tem a ver com os meus Serpina – Certo. assuntos? Uberto – A sério? Serpina – Não quero que saia agora; É meio-dia. Serpina – A sério. Onde quer ir? Vá-se despir. Uberto – Eu nem sei o que faça… Dá-me o bastão! Uberto – Oh que grande mal que me fizeste… Que atrevimento? Serpina – Oh, outra vez essa conversa. Serpina – Oh, podeis fazer e dizer o que quiseres, É assim que quero; não sairá: eu fecharei a porém com nenhuma outra que não eu deveis porta à chave. casar. Uberto – Mas isso parece-me uma máxima Uberto – Vai-te, minha filha… impertinência. Serpina – Queria dizer: “minha esposa?” Uberto – Oh cá está ela? Façamos o nosso dever. Posso ou não posso? Quer ou não quer a Uberto – Ó céus! Ó sorte! Ora isto é para mim uma minha bela patroa? morte. Serpina – Ei senhor, por mim o jogo já acabou, Serpina – Ou morte, ou vida, assim deve ser, e em breve mais tédio por mim não sentirá. eu já pus isto na minha cabeça. Uberto – Creio eu que não. Uberto – Este é um outro demónio mais negro. Serpina – Tomará esposa já. [Dueto] Uberto – Creio eu que sim, Serpina – Eu conheço esses olhinhos, mas não será a ti. astutos, ladrões, maliciosos, que, ainda que vós dizeis não, Serpina – Creio eu que não. eles me acenam que sim. Uberto – Oh de facto assim é. Uberto – Senhorita, enganai-vos, muito alto vós voais: Serpina – Creio eu que sim, os olhos e eu dizemos não, também é preciso que eu pense no meu caso. e é um sonho o vosso sim. Uberto – Pensa nisso, deves fazê-lo. Serpina – Mas porquê? Não sou graciosa? Serpina – Eu tenho pensado. Não sou bela e espirituosa? Veja agora a elegância, Uberto – E então? veja que brio, que majestade! Serpina – Para mim um marido já encontrei. Uberto – (Ah! Ela vai-me tentando: porque faz isto comigo?) Uberto – Que faças bom proveito. E encontraste-o de repente, assim como dito Serpina – (Parece-me que vai cedendo.) Vamos senhor… e feito?

Uberto – Eh! Vai-te embora. Serpina – Mais numa hora se encontra, que em cem anos. Serpina – Resolvei-vos… Uberto – Em boa hora. Posso saber quem ele é? Uberto – Eh! Estás louca. Serpina – Ele é um militar. Serpina – São por vós os meus afetos, e comigo devereis casar. Uberto – Óptimo na verdade! Como se chama?

Uberto – (Oh que imbróglio isto é para mim!) Serpina – O Capitão Tempesta.

Fim do Primeiro Intermezzo Uberto – Oh terrível nome!

Serpina – E ao nome correspondem os factos: ele é pouco paciente. Segundo Intermezzo Uberto – Que mal. Serpina – Agora, que sei que estás do meu lado, usa, Vespone, toda a tua arte. Serpina – Na verdade é temperamental. Se o plano tiver o seu efeito, se do patrão me tornar esposa, pede-me e terás; Uberto – Pior. da casa tu serás o segundo patrão: eu te prometo. Serpina – Depressa enraivece.

Uberto – Eu creio que agora a minha criada, Uberto – Péssimo. na verdade, melhor dizendo, a minha patroa, Serpina – E quando está enraivecido, causa ruína, para sair de casa me dará permissão. bagunça, destruição… Ui e mais e mais! Serpina – Ei-lo aí! Olhem só! E sem minha licença se Uberto – Assim passará mal vossa senhoria. quer vestir. Serpina – Porquê? Uberto – Agora sim ao topo chegou a sua impertinência. Uberto – Se é assim tão caprichosa comigo, e é criada, Imprudente! E o casamento ousa pedir-me! agora pensa com ele, sendo esposa. Sem dúvida o capitão Tempesta com raiva Serpina – Esconder-te-ás por agora naquele quarto, ficará, e no devido momento sairás. e vós uma tempestade de bastonadas tereis. Serpina – Sobre isso Serpina pensará. Eu estou metido numa embrulhada; Tenho algo no coração, que por mim não sei Uberto – Eu lamentaria; afinal o bem eu te quis, e tu o dizer, sabes. se é amor ou se é piedade. Ouço algo que me diz: “Uberto, pensa em ti.” Serpina – Muito obrigada. Enquanto isso cuide-se, divirta-se com a sua esposa amada, Estou entre o sim e o não, entre o quero e o e de Serpina não esqueça nada. não quero, e cada vez mais me confundo. Uberto – Ah! O céu te perdoe: Ah mísero infeliz, o que será de mim! o seres tão orgulhosa me fez chegar a tal ponto. [Recitativo] [Ária] Serpina – Faça favor, Senhor… passe. Serpina – Em Serpina pensareis alguma vez, em algum dia; e direis: Uberto – Oh senhor. É este? “Ah pobrezinha! Houve um tempo em que ela me foi querida.” Serpina – Sim é este. (parece-me que pouco a pouco se começa a enternecer.) Uberto – Oh coisa feia! Realmente tem uma cara tempestuosa. Se eu fui pois impertinente, perdoai-me: E então, caro capitão Tempesta, mal me comportei, agora sim o vejo. casará com esta minha rapariga? Muito bem. (Ele aperta minha mão: melhor resultado não Está contente? Muito bem. posso querer.) Não tem impedimentos? Muito bem. (ele parece-me de poucas palavras). [Recitativo] Serpina – Na verdade, pouquíssimas. Uberto – (Ah! Quanto me faz mal uma tal resolução; Quer-me? Com a vossa permissão. mas eu tenho culpa.) Uberto – E nos braços deste feio abutre deve ir esta bela Serpina – (Diz a ti mesmo o que quiseres, pombinha? que a coisa acontecerá como eu quero.) Serpina – Sabeis o que ele disse? Uberto – Vamos não duvides: que de ti nunca me poderei esquecer. Uberto – Diz, Serpina.

Serpina – Quer ver o meu esposo? Serpina – Que quer que me dê o meu dote…

Uberto – Sim, eu gostaria. Uberto – O teu dote? Que dote? Estás louca…

Serpina – Vou mandar buscá-lo; lá fora na praça ele Serpina – Não griteis, que ele ficará furioso. está à espera. Uberto – Pode ficar furioso mais do que Orlando Uberto – Vai. Furioso, que a mim pouco me importa. Serpina – Com licença. Serpina – Oh Deus! Veja pois, que ele já treme. Uberto – Agora veremos quem será este! Talvez a penitência a fará perceber o quanto Uberto – (Oh que desgraça!) Vai lá tu. ela fez ao patrão. Vamos ver o que ele me fará… Bem, o que diz? Se é verdade, como me diz, um tal marido a terá entre a terra e o bastão. Serpina – Que quer pelo menos quatro mil escudos. Ah! pobrezinha dela! Uberto – Caramba! Oh esta agora, quer uma bagatela! Por outro lado eu penso… mas ela é uma Ah meu senhor… Não senhor… criada… Serpina… que maldição… Vespone, onde estás? Mas não serias o primeiro. Então casarias com ela? Serpina – Mas senhor, o vosso mal andais vós Basta… Ei não, não, não posso; buscando? Vamos pensamentos rebeldes, vão embora. Calma: eu a criei, sei pois como ela nasceu… Uberto – Ouve lá: com ele já te comprometeste? E quê, estás louco? Calma meu Deus… Ei não penseis mais nisso. Serpina – Já me comprometi e não comprometi… Mas eu lhe tenho amor… e então? agora… Aquela pobrezinha… e regressa? Oh Deus! Uberto – Está visto, que este maldito capitão me fará e voltamos ao início? Oh que confusão! precipitar. [Ária] Serpina – Ele disse… Uberto – Que coisa disse ele? (Ele fala com intérprete.) Serpina – Oh Deus! parece-me que não.

Serpina – Que, ou me dá o dote de quatro mil escudos, Uberto – Não duvides, apre! ou comigo não se casará. Serpina – Oh esposo gracioso… Uberto – Ele disse? Uberto – Minha querida esposinha… Serpina – Ele disse. Em duo – (Serpina) Assim me fazes feliz. Uberto – E, se ele contigo não se casar, a mim que me (Uberto) Só tu me fazes feliz. importa? Fim do Segundo Intermezzo Serpina – Pois que então vós me haveis de desposar… [Dueto extra] Uberto – Ele disse? Serpina – Por ti tenho eu no coração Serpina – Ele disse, ou que de outro modo em pedaços o martelinho do amor vos fará. que me percute sempre.

Uberto – Oh isso ele não disse. Uberto – Por ti está no meu coração um tambor de amor, Serpina – Logo verá. que bate forte sempre.

Uberto – Ele disse sim senhor, e não se indisponha: Serpina – Ah! escuta o ti-pi-tì. que, já que o meu destino assim o quis, então eu a desposarei. Uberto – Ouço-o, é verdade, sim, escuta o ta-pa-tà. Serpina – Dê-me a mão em sua presença. Serpina – É verdade ouço-o já. Uberto – Sim. Uberto – Mas isto que pode ser? Serpina – Viva o patrão. Serpina – Eu não sei. Uberto – Está bem assim? Uberto – Não sei eu. Serpina – E viva também Vespone. Serpina – Ah querido. Uberto – Ah desavergonhado, és tu? Um tal engano… deixa-me. Uberto – Ah alegria.

Serpina – Eh não precisas mais gritar, sou já tua esposa; Serpina e Uberto – Oh Deus! sabes? Bem o podes imaginar.

Uberto – É verdade, conseguiste-me levar, saiu-te bem. Fim

Serpina – E de CRIADA já me tornei SENHORA.

[Dueto]

Serpina – Feliz tu serás, terás amor por mim?

Uberto – Sei que feliz está o coração, e amor terei por ti.

Serpina – Diz então a verdade.

Uberto – Esta é a verdade.

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