Jorge Amado SE FOR DE PAZ, PODE ENTRAR! de Farias

Nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, , no dia 10 de agosto de 1912. Filho de João Amado de Faria e Eulália Leal Amado, fazendeiros de cacau.

Em janeiro de 1914 mudou-se com a família para a cidade de Ilhéus, onde passou a infância. Com 11 foi estudar no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, onde aprendeu o gosto pela leitura com o padre Cabral.

Aos 12 anos fugiu do internato e foi para Itaporanga, em Sergipe, onde morava seu avô. Depois de alguns meses, seu pai mandou buscá-lo e sem desejar voltar para a escola, Jorge foi plantar cacau.

O Amado Depois de seis meses no meio do povo, tomou conhecimento da luta entre fazendeiros e exportadores de cacau, que iria marcar fortemente suas obras de romancista.

Em Salvador, ingressou no Ginásio Ipiranga, onde fez o curso secundário. Ligou-se à "Academia dos Rebeldes", um grupo de jovens, chefiado por Pinheiro Viegas, que tinha como objetivo a renovação literária.

Dirigiu dois jornais, “A Pátria” o jornal oficial, e “A Folha”, fundado por ele, que contestava A Pátria. Com 14 anos estreou na revista “A Luva”, com um poema de feições modernistas. Ainda com 14 anos começou a trabalhar no "Diário da Bahia", depois em “O Imparcial”.

Em 1930, Jorge Amado mudou-se para o Rio de Janeiro.

Em 1931 ingressou na Faculdade de Direito.

Casou-se em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila.

Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935. Militante comunista, foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, período em que fez longa viagem pela América Latina. Ao voltar, em 1944, separou-se de Matilde Garcia Rosa.

Em 1949, morreu no Rio de Janeiro sua filha Lila.

Entre 1950 e 1952, viveu em Praga.

De volta ao Brasil, Jorge Amado afastou-se, em 1955, da militância política, dedicou-se, a partir de então, inteiramente à literatura. Foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira de número 23, da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar e por primeiro ocupante .

Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. Foi cremado conforme seu desejo, e suas cinzas foram enterradas no jardim de sua residência na Rua Alagoinhas, no dia em que completaria 89 anos.

Jorge Amado orgulhava-se do título de Obá, posto civil que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia. Em 1945, casou-se com Zélia Gattai.

Jorge Amado foi casado com a escritora Zélia Gattai (1916- 2008), tiveram dois filhos, João Jorge e Paloma. Durante 56 anos, Zélia foi a companheira de Jorge. Mas o papel de esposa e mãe é pouco para definir aquela que foi, desde sempre, uma mulher forte, guerreira, determinada, de brilho e luz própria. Ao longo de mais de meio século, o casalexerceu seu espírito aventureiro e cruzou o mundo inteiro em muitas viagens. Nessas jornadas, conheceram pessoas, costumes, lugares; experimentou novas sensações e sabores. Com tantos carimbos no passaporte, Jorge e Zélia se tornaram cidadãos do mundo. Na cidade de Salvador, viveram, por aproximadamente 40 anos, na casa de número 33 da Rua Alagoinhas. Hoje, conhecida como a Casa do Rio Vermelho.

Foto: Acervo Fundação Casa de Jorge Amado Zélia Gattai, Companheira! Memorial do Amor

Zélia e Jorge

João Jorge, Cecília, Paloma, Jorge e Mariana

Eulália, Zélia Gattai, Jorge Amado e Paloma

Jorge Amado, Cecília e Mariana Amado Costa Fotos: Acervo Fundação Casa de Jorge Amado Fotos: Acervo Fundação Casa de Jorge Amado 15

Paloma, Mariana, Bruno e Jorge Amado

João Jorge, Jorge Amado e Paloma

Jorge Amado e João Jorge

João Jorge, Jorge Amado e Zélia Gattai A amizade é o sal da vida

Jorge Amado e Zélia Gattai foram pessoas agregadoras e, ao longo da vida, formaram uma grande coleção de amigos, vindos de todas as partes do mundo, das mais diferentes origens e ocupações. Muitos desses amigos foram importantes nomes da Caetano Veloso e Jorge Amado cultura e do pensamento no século XX. A Casa do Rio Vermelho esteve Francisco Lyon de Castro e Jorge Amado sempre aberta a eles, numa permanente celebração à alegria de viver e à união entre as pessoas.

Carybé e Jorge Amado

Fotos: Jorge Amado e Pierre Verger Acervo Fundação Casa de Jorge Amado A amizade é o sal da vida

Stella Caymmi, Dorival Caymmi e Jorge Amado, Dias Gomes e Jorge Amado Floriano Teixeira Myriam Fraga e Jorge Amado

Mário Cravo Jr, Diaulas Riedel Mãe Menininha do Gantois e Juca Chaves, Georges Moustaki, Jorge Jorge Amado e Jorge Amado Amado e Calasans Neto Os amados sabores de Jorge

"Aprende-se lendo Jorge Amado que comida não é feita somente para alimentar: ela dá prazer ao ser vista, saboreada, cheirada e, sobretudo, é possivel sonhar com ela, pois não se sonha só imagem, sonha-se cheiro, gosto e fartura" Livro: A comida baiana de Jorge Amado

Tristeza "é não ter gosto na boca". Livro: Gabriela - Cravo e Canela. Em 1932, publicou seu primeiro romance "O País do Carnaval", que narra a tentativa frustrada de um intelectual brasileiro, de formação europeia, de participar da vida política e cultural brasileira.

Em 1933 lança seu segundo livro "Cacau", que teve vários exemplares apreendidos.

Em 1937 publica "Capitães de Areia", que retrata a vida de Primeiros menores delinquentes da Bahia. A obra é apreendida pela censura do Estado Novo, e ele é novamente preso.

Romances Em 1941 refugia-se na Argentina e começa a redigir "O Cavaleiro da Esperança", que relata a vida de Luiz Carlos Prestes.

Em 1950 muda-se para a Tchecoslováquia, onde escreve "O Mundo da Paz".

Em 1958 escreve o livro mais famoso de sua obra "Gabriela, Cravo e Canela". A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. Seus livros foram traduzidos para 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em formato de audiolivro. Obras

O País do Carnaval, 1931 Cacau, 1933 Suor, 1934 Jubiabá, 1935 Mar Morto, 1936 Capitães de Areia, 1937 A Estrela do Mar, poesia, 1938 Terras do Sem-Fim, 1943 O Amor do Soldado, 1944 Gabriela: Cravo e Canela, 1958 São Jorge dos Ilhéus, 1944 Os Velhos Marinheiros, 1961 Bahia de Todos os Santos, 1944 Os Pastores da Noite, 1964 Seara Vermelha, 1945 Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1966 O Mundo da Paz, 1951 Tenda dos Milagres, 1969 Os Subterrâneos da Liberdade, 1954 Teresa Batista Cansada de Guerra, 1972 Tieta do Agreste, 1977 Farda Fardão Camisola de Dormir, 1979 O Menino Grapiúna, 1981 Tocaia Grande, 1984 O Sumiço da Santa: Uma História de Feitiçaria, 1988 Navegação de Cabotagem, 1992 A Descoberta da América pelos Turcos, 1994 O Milagre dos Pássaros, 1997 Caracteristicas das Obras

Jorge iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista, que caracterizou o “Segundo Tempo Modernista” (1930-1945) e retrata a vida urbana de Salvador. Sua obra apresenta forte preocupação político-social, que denuncia, em um tom seco, lírico e participante, a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares, como é o caso de País do Carnaval e Capitães de Areia. Com o amadurecimento, sua força poética volta-se para as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, para a seca, a exploração do trabalhador urbano e rural e para o coronelismo latifundiário, como Cacau, Terras do Sem-fim e São Jorge dos Ilhéus. A obra de Jorge Amado mereceu diversos prêmios nacionais e internacionais, entre os quais destacam-se: Stalin da Paz (União Soviética, 1951), Latinidade (França, 1971), Nonino (Itália, 1982), Dimitrov (Bulgária, 1989), Pablo Neruda (Rússia, 1989), Etruria de Literatura (Itália, 1989), Cino Del Duca (França, 1990), Mediterrâneo (Itália, 1990), Vitaliano Brancatti (Itália, 1995), Luis de Camões (Brasil, Portugal, 1995), Jabuti (Brasil, 1959, 1995) e Ministério da Cultura (Brasil, 1997). Jorge, o político!

Em 1945, foi eleito membro da Assembléia Nacional Constituinte, na legenda do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei, ainda hoje em vigor, que assegura o direito à liberdade de culto religioso. De volta ao Brasil, em 1945, e ligado ao Partido Comunista, Jorge Amado foi eleito deputado federal por São Paulo. Em 1948 tem seu mandato cassado e vai residir em Paris. Em 1950 muda-se para a Tchecoslováquia. Em 1951 recebe, em Moscou, pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Internacional Stalin. Em 1956 retorna ao Brasil.

JORGE AMADO - SE FOR DE PAZ, PODE ENTRAR! EXPOSIÇÃO

RUI COSTA DO SANTOS 15 GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

ARANY SANTANA SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA

ZULU ARAÚJO DIRETOR GERAL DA FUNDAÇÃO PEDRO CALMON

CARMEN AZEVEDO DIRETORA DE BIBLIOTECAS DO ESTADO DA BAHIA

NAIARA MALTA DIRETORA DA BIBLIOTECA CENTRAL DO ESTADO DA BAHIA

CAROLINE GOMES PRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO BIBLIOTECA CENTRAL DO ESTADO DA BAHIA

UBIRACI G. OLIVEIRA MARCELA ALVES COLABORAÇÃO NA EXPOSIÇÃO BIBLIOTECA CENTRAL DO ESTADO DA BAHIA

TODOS OS PROFISSIONAIS DA BIBLIOTECA CENTRAL DO ESTADO DA BAHIA AGRADECIMENTOS

BIBLIOTECA CENTRAL DO ESTADO DA BAHIA REALIZAÇÃO