Adriano Barbosa dos Santos

Universidade Federal de

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TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA GESTÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO ALTO TRECHO DA BÁCIA DO PAJEÚ – PE

INTRODUÇÃO

Baseado na experiência que vem sendo obtida no projeto de extensão Tecnologias Sociais Para Gestão e Recuperação de Áreas Degradadas no Alto Trecho da Bacia do Pajeú – PE, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Ana Lucia Bezerra Candeias. Este trabalho que abrange a área de educação ambiental é de fundamental importância para conscientizar a população da região (formada em sua grande maioria por agricultores) para a utilização de práticas mais sustentáveis principalmente na forma de lidar com a terra, estas práticas são chamadas de tecnologias sociais. Foram detectados em trabalhos prévios que na região delimitada estava havendo a utilização de práticas danosas ao meio ambiente, certamente atividades iguais ou semelhantes ocorrem em outros pontos, mas para facilitar e maximizar a eficácia do projeto ficou decidido restringir apenas a área já indicada. A população é constituída por agricultores que desenvolveram todas suas habilidades através do modo empírico, poucos são os que frequentaram escolas, por exemplo. Á área da pesquisa situa-se no sertão pernambucano, e tem como clima predominante o semiárido BSh, segundo classificação de Köppen, ocasionalmente a população da região é atingida pelo fenômeno da seca.

Na figura 1.0 podemos observar em vermelho a microregião do Pajeú, porém a pesquisa não engloba toda esta microregião, e sim apenas os municipios que ficam mais ao norte, são eles: , , São José do Egito, , Santa ,

Solidão, , Tabira, Carnaiba, Afogados da e Tuparema. As ações ocorreram em Brejinho, Iguaraci, Itapetim e Quixaba. Na figura 2.0 temos o banner do projeto.

Fig 1.0 – Microrregião do Pajeú - PE

Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Microrregião_de_Pajeú

Fig 2.0 – Banner do projeto

Fonte: Adriano Santos (2013)

OBJETIVOS

O objetivo do trabalho é levar à população o conhecimento sobre as tecnologias sociais, com a finalidade de despertar o interesse pela sua utilização em substituição a práticas predatórias que por ventura são utilizadas no manejo da terra. Estas práticas sugeridas vão de diferentes modos de plantação (curvas de nível) até criação de áreas onde culturas florestais se misturam com culturas agrícolas (agrofloresta). Vale deixar bem claro que a ideia do projeto não é impor a utilização das práticas alternativas, mas sim destacar seus benefícios e sua devida importância, tanto para o lado do social como para o natural. O objetivo final é a gestão ambiental e a possível recuperação de áreas degradadas.

METODOLOGIAS

A metodologia utilizada foi através da elaboração de oficinas com os moradores (Figura 3.0 e 4.0), normalmente ocorrendo em assentamentos e escolas. Nestas oficinas foram elaborados 4 (quatro) momentos, o público das oficinas foram agricultores e crianças.

Figura 3.0 – Oficina realizada com Agricultores

Fonte: Adriano Santos (2013)

Figura 4.0 – Oficina realizada com Crianças

Fonte: Adriano Santos (2013) 1º Momento: Oficinas realizadas com a finalidade de conhecer as práticas que eram utilizadas pelos moradores e conversar sobre a importância da preservação do meio ambiente. 2º Momento: Oficinas realizadas para identificar e caracterizar as áreas degradadas.

3º Momento: Oficinas realizadas para apresentar e difundir as tecnologias sociais e seus possíveis benefícios. Alguma das tecnologias sociais apresentadas foram: Agrofloresta, plantação em curvas de nível, plantação consorciada, utilização das cisternas, quintal produtivo, biodigestor (...).

4º Momento: Propor diretamente nas comunidades a utilização das boas práticas para uso e conservação dos recursos.

RESULTADOS PRELIMINARES

Como resultado preliminar alguns pontos devem ser considerados:

1. A conscientização ecológica proposta para os moradores foi eficiente e atingiu o resultado esperado, as pessoas que participaram do projeto de um modo geral mostraram-se empenhadas em utilizar as tecnologias sociais.

2. Algumas tecnologias sociais propostas esbarram em dificuldades geográficas, na questão pedológica, por exemplo, o solo predominante na região é o neossolo litólico, o que dificulta a plantação em curvas de nível, pelo fato de ser um solo basicamente pedregoso.

3. Para minimizar os efeitos da seca utilizando as tecnologias sociais seria necessário apoio do governo para disponibilizar carros pipa para encher as cisternas, porém, do ponto de vista estatal as comunidades da região estão quase que abandonadas, o governo não se faz presente como deveria, dificultando muito a vida da população.

De um modo geral o projeto foi importante para a população da região delimitada, apesar de ainda não está finalizado, ele contribuiu bastante para alertar os moradores sobre possíveis problemas que algumas práticas podem acarretar, por outro lado, a utilização de fato das tecnologias sociais requer muito mais de que apenas informação, tem que haver interesse da população e das prefeituras para sua devida instalação, certamente há algumas práticas propostas que até já são utilizadas, como a plantação consorciada e as curvas de nível (quando o solo favorece). Quanto às cisternas, que é um grande aliado no enfrentamento a seca, eles já possuem, há um programa do governo do Estado intitulado “Um milhão de cisternas” que contribuiu bastante, porém a manutenção dessas cisternas ainda não é como deveria, deixando lacunas que ainda precisam ser preenchidas.

Estágio da Pesquisa: Em andamento.

BIBLIOGRAFIA

AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os Trópicos / J. O. Ayoade; Tradução de Maria Juraci Zani dos Santos; Revisão de Suely Bastos; Coordenação editorial de Antônio Christofoletti. 15. ed.Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

FBB. Fundação Banco do Brasil. Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: 2004.

SELVA, V. S. F. SILVA, M. M. CANDEIAS, A. L. B. RODRIGUES, G. G. SANTOS, S. M. Caracterização de áreas degradadas no alto trecho do rio Pajeú para gestão e recuperação com uso de tecnologias sociais. PRODEMA. , 2011.