DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 056.4.54.O DATA: 21/03/14 TURNO: Matutino TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de Debates - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 9h22min TÉRMINO: 10h11min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador

Obs.: Inexistência de quórum.

Ata da 56ª Sessão da Câmara dos Deputados, Não Deliberativa de Debates, da 4ª Sessão Legislativa Ordinária, da 54ª Legislatura, em 21 de março de 2014. Presidência dos Srs.: João Caldas, Jaqueline Roriz, Augusto Carvalho, Jaqueline Roriz, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno .

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Não havendo quórum regimental para abertura da sessão, nos termos do § 3° do art. 79, do Regimento Interno, aguardaremos até meia hora para que ele se complete.

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I - ABERTURA DA SESSÃO

(Às 9 horas e 22 minutos)

O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. AUGUSTO CARVALHO , servindo como 2° Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Romário.

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O SR. ROMÁRIO (PSB-RJ e como Líder. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje é o Dia Internacional da Síndrome de

Down. Senti-me muito honrado em ter participado, pelo terceiro ano consecutivo, de mais uma cerimônia solene, realizada ontem no plenário do Senado Federal.

Tivemos a participação dos atores do filme Colegas (Breno, Rita e Ariel), bem como do diretor do filme, Marcelo Galvão, dentre outros importantes participantes, como os caros Senadores Lindbergh Farias, Wellington Dias, Eduardo Suplicy,

Rodrigo Rollemberg, Cristovam Buarque, o nobre Presidente e também a minha querida amiga, a Deputada Rosinha da Adefal.

Ontem, ainda pela manhã, participei de audiência pública realizada pela

Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, que foi presidida pelo competente Senador . Os participantes elogiaram o atendimento às pessoas com Síndrome de Down pelo SUS; porém a atenção a essas pessoas no sistema regular de ensino ainda deixa muito a desejar.

Presidente, infelizmente, mesmo com alteração na nossa legislação, as mães reclamam que a conduta de grande parte da sociedade permanece a mesma: com preconceito. As escolas agem de forma preconceituosa, quando padronizam o currículo e o ritmo de ensino, mesmo sabendo que as pessoas com deficiência intelectual têm níveis distintos de aprendizado, necessitando de atenção diferenciada.

Outro dado que me surpreendeu negativamente foi o levantamento do site

Contas Abertas , que identificou que, em 2013, apenas 23,1% do valor autorizado para a promoção e defesa do direito da pessoa com deficiência foi aplicado. Isso equivale a 10,6 milhões de reais. No entanto, 46,1 milhões de reais estavam

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disponíveis. Para piorar, a previsão para 2014 é de redução de 30 milhões de reais no orçamento para o mesmo programa.

Sr. Presidente, esse programa é de responsabilidade da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Presidência da República, e tem como objetivo a capacitação na área de recursos humanos, apoio à implantação de conselhos de direitos das pessoas com deficiência em Estados e

Municípios e aos estudos e pesquisas relativos à pessoa com deficiência.

Vou questionar o Planalto sobre o motivo dessa redução de investimento, sendo que o número de pessoas com Síndrome de Down teve um aumento significativo nesses últimos anos.

É uma pena ver investimentos nessa área sendo desperdiçados ou mal utilizados, ainda mais sabendo da batalha firmada, ano a ano, para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, principalmente após o lançamento do Plano

Viver sem Limites, pela Presidenta da República. Foi um compromisso feito pelo

Executivo com as pessoas com deficiência de todo o País.

Em contrapartida, esta semana tive dupla alegria: a comemoração do aniversário da minha secretária e anjinho, Elaine, que completou 28 anos no dia 18, e o aniversário do meu anjinho, que se chama Ivy, que completou 9 aninhos de vida no dia 17, e está a cada dia mais linda e maravilhosa, com muita saúde, graças a

Papai do Céu!

Sempre que tenho a oportunidade, gosto de dizer quanto ela mudou a minha vida para melhor e quanto eu me sinto privilegiado por ser pai dessa linda e maravilhosa criança, que a cada dia que passa fica mais esperta, alegre e inteligente.

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Ela é a razão por eu me ter aventurado na política e estar aqui lutando pelo direito dela e de outras 420 mil pessoas com Síndrome de Down no Brasil, de acordo com recente estatística.

Para finalizar, Sr. Presidente, apesar das grandes conquistas registradas nos

últimos anos em direção da manutenção e aplicação dos direitos das pessoas com deficiência, ainda existe muito a ser feito. Conto com o apoio dos nobres colegas para que um dia tenhamos mais boas notícias do que más.

Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Muito bem, Deputado Romário!

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Augusto Carvalho.

O SR. AUGUSTO CARVALHO (SDD-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, quero, e tenho certeza também de que em nome de

V.Exa., me associar pelo partido Solidariedade ao nosso colega Romário, que aqui falou do Dia Internacional do Portador da Síndrome de Down.

É grande o desafio que enfrentam ainda as famílias e, principalmente, os portadores da Síndrome de Down, Sr. Presidente, em razão do preconceito e das dificuldades, principalmente em relação às políticas públicas que não são implementadas. Como falou o Deputado Romário, o site Contas Abertas aponta a baixa execução do orçamento que seria destinado às políticas de enfrentamento a essas dificuldades. Apenas 23% teriam sido aplicados no exercício 2013.

Neste dia em que falamos sobre a Síndrome de Down, é preciso cada vez mais que se discuta e se cobre do Governo, em todos os planos, federal, estadual e municipal, que cada um, na sua esfera da poder, assuma sua responsabilidade, principalmente executando as verbas destinadas a essa atribuição específica.

Sr. Presidente, quero inclusive fazer um elogio ao Correio Braziliense , jornal da nossa Capital, pela bela capa hoje estampada, exatamente alusiva à Síndrome de Down. Destaca o jornal a descoberta da ciência de que a Síndrome de Down não

é uma doença, mas sim uma mudança genética em que as pessoas são apenas diferentes. Registro minha solidariedade a todos os que lutam pelo respeito aos portadores da Síndrome e aos familiares, que querem que seus entes queridos sejam respeitados.

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Sr. Presidente, não posso deixar de fazer alusão aqui, neste dia de hoje, a um fato grave no cenário internacional, que é o plebiscito realizado recentemente na

Crimeia e, ato contínuo, a anexação daquela área, que até então pertencia à

Ucrânia, à Federação Russa.

Não tenho dúvida de que o plebiscito, majoritariamente, seria pela aprovação da parceria ou da anexação à Rússia, em razão de 60% da população da Crimeia ser de origem russa. O que se questiona é o precedente aberto, grave, cuja ocupação militar do território foi feita com armas apontadas para a cabeça das pessoas que iam se manifestar. Certamente, há tártaros, há povos de outra origem naquela província, que não teriam essa postura. E o plebiscito apontou 97% favorável à anexação da Rússia. É um grave precedente no Direito Internacional, o que leva a uma escalada de atenção àquela parte do mundo, e, inclusive, a um confronto de retaliações econômicas, diplomáticas e políticas, colocando não apenas os Estados Unidos contra a Rússia mas particularmente o bloco da Europa e o bloco formado pelos países que seguem a orientação e a influência daquele país.

Eu espero que o Governo brasileiro possa externar também a sua posição, que até agora não foi manifestada, talvez com muito zelo ou com um excesso de cautela diante da aproximação da visita do Sr. Vladimir Putin, Primeiro-Ministro da

Rússia ao Brasil.

Por isso, Sr. Presidente, quando vejo a nossa diplomacia claudicante na questão da América Latina, especialmente em relação à Venezuela, eu me preocupo. Dia após dia, vemos uma sequência de ameaças à liberdade, não apenas de quem discorda do regime bolivariano, mas de pessoas, de jovens que protestam contra a qualidade de vida e contra a escassez de alimentos, principalmente

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daqueles que exigem que os direitos humanos sejam observados naquele país, independentemente da postura partidária.

Vemos essa diplomacia claudicante no que tange aos direitos humanos na

Venezuela, enquanto vemos também, neste momento, o mundo inteiro tomar posição sobre a necessidade de se conter esse tipo de decisão pela força, de se impor uma anexação com ocupação militar, diferentemente de todos os plebiscitos, em que nós vimos povos decidirem livremente pela sua autodeterminação, plebiscitos, aliás, que devem levar em consideração as partes, o povo ou o país. E até então a Ucrânia, que englobava a Crimeia, não foi comunicada sobre a forma como se realizou esse plebiscito.

Então, diante dessa grave quebra de procedimentos diplomáticos no âmbito do Direito Internacional, é preciso que o Brasil assuma uma posição, assuma a liderança que sempre o nosso Itamaraty exerceu, no encaminhamento das diversas questões que marcaram o século passado, principalmente, e o começo deste século. Espero que haja essa manifestação imediata do Governo brasileiro, para que a omissão não seja a marca da nossa diplomacia, que tanto orgulhava o povo brasileiro.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Concedo a palavra à Deputada

Jaqueline Roriz.

A SRA. JAQUELINE RORIZ (PMN-DF. Sem revisão da oradora.) - Bom dia,

Sr. Presidente, senhoras e senhores, servidores desta Casa!

Primeiramente, eu gostaria de saudar duas pessoas que fazem muita diferença na nossa comunidade e cujos trabalhos tenho acompanhado: Aníbal Neto e André Luiz do Gama. Parabéns pela atuação de vocês na comunidade! Eles sabem bem do que estou falando.

Sr. Presidente, eu vim a esta tribuna para demonstrar, hoje, o meu apreço a todas as mulheres. Nós estamos no mês de março, quando mulheres têm sido saudadas em diversos pontos do País. Mas não esquecer as lutas, as conquistas e todos os problemas que nós, mulheres, vimos enfrentando.

Na última quarta-feira, se não me engano, nós estivemos no plenário do

Senado, onde o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ministro Marco Aurélio, começou uma campanha, por sinal uma campanha brilhante, sobre as mulheres na política.

Pelo dia, eu parabenizo todas as mulheres. No mundo inteiro, todos os anos, esta é uma data que deve ser lembrada com muita ternura, mas também com lutas.

E a mídia, muitas vezes, passa ao largo dessas conquistas e nos homenageia simplesmente por sermos mulheres, mães, companheiras, esposas ou filhas.

Percebo ainda um certo preconceito nas campanhas publicitárias sazonais, que acreditam que nós, mulheres, compramos só maquiagem, eletrodomésticos e perfumes, e somente nesse dia.

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Infelizmente, não pude manifestar o meu eterno orgulho pelos avanços alcançados, mesmo que ainda mínimos, mas já podemos ser consideradas grandes vitoriosas neste plenário! Lembro-me da frase da escritora e filósofa Simone de

Beauvoir, que dizia em seu famoso livro intitulado O Segundo Sexo : “Não se nasce mulher; torna-se mulher” . Nada mais adequado para nos definir. Somos multifacetárias por natureza. Aprendemos, desde pequenas, que todos os nossos sonhos só poderão ser realizados por meio de muitas lutas, que certamente nos trarão algumas conquistas. E é isso que faço questão de ressaltar neste Parlamento.

Somos uma pequena minoria de mulheres Deputadas, e acreditamos que a representação da população brasileira ainda está distorcida. São inúmeras as mães solteiras ou as que não que batalham diariamente por uma vida sem violência.

Muitas buscam um espaço no mercado de trabalho, e o mais incrível: o objeto do problema se deve a uma questão de gênero.

Senhoras e senhores, violência não significa apenas agredir fisicamente. A falta de autonomia econômica dessas mulheres as torna dependentes de parceiros e parentes que as coagem, humilham e maltratam.

Segundo dados do IBGE em 2011, as mulheres são 45,4% da população ocupada e 46,1% da população economicamente ativa. Por outro lado, persistem as diferenças gritantes: mulheres ganhando cerca de 70% menos que os homens, mesmo as mais escolarizadas. E tudo por quê? Porque são mulheres.

No Brasil, somente 18% das crianças têm acesso a uma creche. Isso é um problema impeditivo para a mulher poder acessar o mercado de trabalho, e muitas vezes implica que ela opte pela vida doméstica, gerando um grande desafio para todas nós: romper essa divisão sexual no trabalho.

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Hoje, mais de um terço das famílias é sustentada por mulheres, mesmo com esses dados expostos. Os homens não são os únicos provedores, o que me obriga a afirmar que vivemos em uma cultura patriarcal.

Mas não quero falar apenas sobre os dados alarmantes e desanimadores.

Nesta quarta-feira, como eu já disse, estive presente ao lançamento da Campanha

Institucional Mulher na Política, do Tribunal Superior Eleitoral, e, como membro da

Bancada Feminina desta Câmara dos Deputados, quero parabenizar aqui a

Deputada Jô Moraes pelo excelente trabalho que faz à frente da Bancada Feminina.

Entendo que seja fundamental ampliarmos os espaços de participação das mulheres: “ Mais poder para as mulheres, mais mulheres no poder”.

Entre os principais compromissos da nossa bancada estão o combate às desigualdades salariais, a proteção da mulher no mercado de trabalho, a melhoria das condições de saúde sexual e a ampliação dos direitos de todas as mulheres.

Admiro a iniciativa do TSE de objetivar a conscientização da população sobre a importância da participação da mulher no ranking da política brasileira. Mas o

Brasil ainda faz parte do ranking dos países com piores índices de participação de mulheres no Legislativo e no Executivo: de cada dez eleitos, nove, em média, são homens.

O tema da representatividade na política tem mobilizado a Bancada Feminina do Congresso e as Procuradorias da Mulher, no Senado e na Câmara, que lançaram em 2013 a campanha Mulher, Tome Partido!

Aproveito a oportunidade também para lembrar que hoje comemoramos o Dia

Internacional da Síndrome de Down.

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Mudei de assunto, Sr. Presidente, porque hoje um grande jornal que circula aqui no Distrito Federal, o Correio Braziliense, mostra uma criança com Síndrome de

Down. E a gente sabe das conquistas das pessoas que têm essa deficiência. Mas estive lendo, na mesma reportagem, que várias escolas foram fechadas. Há uma escola aqui no Distrito Federal que teve o displante de exigir que as crianças matriculadas contratassem uma pessoa para acompanhá-las na escola.

Então, quero lembrar que esta data tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a questão da inclusão, propondo uma sociedade melhor, onde as pessoas com Síndrome de Down possam trabalhar, ter uma educação inclusiva, sem preconceito ou exclusão social.

É necessário que haja mais avanços nas políticas públicas, para que os portadores da Síndrome possam cursar faculdade, praticar esportes e manifestar suas impressões, tendo uma vida normal e uma rotina saudável.

Senhoras e senhores, não temos como fechar os olhos. Precisamos conviver com a realidade e dar oportunidade a todos que, de alguma forma, apresentem necessidades especiais.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a cada oitocentos partos nasce uma criança com Síndrome de Down.

No Brasil, estima-se que essa alteração genética seja registrada em cerca de oito mil bebês por ano.

Entretanto, ainda é grande a dificuldade de acesso à informação, aos profissionais e aparatos necessários para o pleno desenvolvimento das crianças nessa condição.

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Portanto, Sras. e Srs. e Srs Parlamentares, encerro meu discurso, chamando a atenção para a educação que damos aos nossos filhos quanto à desigualdade, seja ela intelectual, econômica ou de qual tipo for. E que essa conscientização começa desde cedo e em casa.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Concedo a palavra ao Deputado

Leonardo Gadelha.

O SR. LEONARDO GADELHA (PSC-PB. Sem revisão do orador.) - Nobre

Presidente Deputado João Caldas, Sras. e Srs. Parlamentares, há algo de diferente no ar: sob a égide da inovação, a TV Itararé inaugura um novo capítulo na história da televisão paraibana. Com a abertura dos novos estúdios e o início do funcionamento dos seus avançados equipamentos, Campina Grande e a Paraíba passam a usufruir da já conhecida programação diferenciada agora em sistema digital.

A TV Itararé se destaca pela qualidade, Sr. Presidente, mas eu quero crer ser importante falar inicialmente também em termos quantitativos, e eles são superlativos, como haveremos de ver.

A emissora possui hoje cerca de 50 funcionários, entre técnicos e jornalistas, distribuídos em 4 grandes departamentos, quais sejam: o técnico, o de captação, o jornalístico e o de programação. Essa nova sede é dotada de 3 estúdios, um deles com tela chroma , para uso de cenários virtuais, redação com capacidade para 10 estações de trabalho e 5 ilhas de edição, entre outros espaços. Em matéria de equipamentos, também se atingiu o estado da arte: o TriCaster, por exemplo, permite uma miríade de possibilidades de edição e transmissão de sinal. É realmente impactante.

Mas tamanho investimento, Sra. Presidente Deputada Jaqueline Roriz, ele justifica, e por várias razões. Em primeiro lugar, por conta do conteúdo que se estará transmitindo. A TV Itararé é afiliada da TV Cultura , cuja programação foi colocada pela BBC de Londres no pódio das melhores do gênero no mundo. Para ser mais

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exato, trata-se da segunda melhor TV pública do planeta. Outro fator importante é a sua localização. Campina Grande é uma espécie de capital do interior nordestino.

Pujante e inovadora, Campina vive sob o signo da vanguarda, tendo sido uma das primeiras cidades brasileiras a contar com canal próprio de televisão.

Por fim, mas não menos importante, há que se destacar o espírito visionário e empreendedor do casal Dalton e Gisele, que, à frente da Faculdade de Ciências

Sociais Aplicadas de Campina Grande, tem se dedicado a erigir templos destinados ao saber e à difusão do conhecimento. A TV é apenas mais uma ação que comprova esse esforço, como foram no passado a Escola Superior de Aviação Civil e o portentoso Teatro FACISA.

Ao tomar a decisão de fazer tal esforço, a direção da TV Itararé também levou em conta o gênio criativo e a capacidade de trabalho do povo da Paraíba, cantados e decantados, aliás. É por isso que haverá grande ênfase na geração de conteúdo local. Além dos repaginados Itararé Notícias e Itararé Esportes , donos de novos estúdios, e do Diversidade e do Trilha Sonora, que vão estrear cenários virtuais, estreiam também o Ideia Livre, nos moldes do Roda Viva , e o Resumo PB, que será um telejornal de formato um pouco mais leve. Saudáveis ousadias, pensadas por paraibanos e para paraibanos.

Sra. Presidente, a TV Itararé não é uma obra de ficção. O seu script é redigido por paraibanos comuns, que superam diariamente a desconfiança dos incautos. A TV Itararé talvez seja um reality show , mas na acepção positiva do termo, porque se trata da “realidade” do povo paraibano, e ela, essa realidade do nosso Estado, não é só de carências e de dificuldades, é de obstinação, de garra e de competência. Penso que ela ressurge tão forte neste instante justamente por

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isso. Ela nasceu como emblema da têmpera e dos valores nordestinos, cresceu como intérprete do genuíno sentimento de um povo que quer se desenvolver mais e agora se consolida como voz ativa de um admirável mundo novo, o do Nordeste livre e feliz. É bom que exista a TV Itararé . É certeza de um final feliz.

Há 50 anos, Sra. Presidente, Nelson Rodrigues declarou que a televisão haveria de matar a janela. Ouso aqui contrariar o postulado rodrigueano. Ao menos no caso da TV Itararé , as duas se confundirão: a TV é a janela pela qual Campina fita o mundo e o planeta conhecerá Campina e a Paraíba.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Leonardo Gadelha, o Sr.

João Caldas, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pela Sra. Jaqueline Roriz, nos termos do § 2º do art. 18

do Regimento Interno.

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A SRA. PRESIDENTA (Jaqueline Roriz) - Com a palavra o Exmo. Sr.

Deputado João Caldas, do Solidariedade de .

O SR. JOÃO CALDAS (SDD-AL. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de me associar às falas dos Deputados Augusto

Carvalho, Jaqueline Roriz e Romário e também de me congratular com o Correio

Braziliense , que traz hoje uma matéria belíssima sobre o Dia Internacional da

Síndrome de Down, sobre a qual S.Exas. os Deputados citados já discorreram aqui, principalmente o Deputado Romário, um tema tão discutido hoje pelo Congresso

Nacional, com Frente Parlamentar, com uma atenção verdadeiramente voltada para quem tem Síndrome de Down ou acometimentos semelhantes. É importante salientar que o Congresso está se preocupando cada vez mais com situações específicas da vida do cidadão. Então parabenizo esses os colegas Deputados.

Volto-me agora a Alagoas, Sras. e Srs. Deputados. Eu tenho um blog bem conceituado, muito lido, o Cada Minuto, que recebe colaborações de vários jornalistas, matérias sempre relevantes, de interesse do Estado.

Ontem eu estava lendo Davi Soares, um desses jornalistas, que escreveu uma matéria que nos deixa muito tristes. Um Boeing desapareceu com duzentas e poucas pessoas, e o mundo inteiro, chocado, está procurando desvendar esse mistério. Pois em Alagoas um Boeing desses, cheio, é assassinado por mês na faca, na bala. Enfim, há assassinatos de toda ordem.

O Governo Federal está em Alagoas com o Brasil Mais Seguro, que já está sendo chamado por lá de “Brasil Menos Seguro”, com mais mortes e mais recursos.

Já vão passando da casa dos 300 milhões as pirotecnias, os helicópteros à beira das praias — parece um filme de Rambo! —, e nada de concreto.

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Já pedi à Presidente da República — enquanto fica o Governo brigando com o PMDB, o Governo deixa de nos atender — que determine uma intervenção federal no aparelho de segurança do Estado. Não é possível que a Presidente da

República, sabendo que em um Estado pequeno como Alagoas se assassinam em média sete pessoas por dia, não tenha a sensibilidade de agir. Não é possível! Os alagoanos não aguentam mais! Ninguém aguenta mais a insegurança, a incerteza de sair de casa sem saber se vai voltar vivo, se não vai ser assaltado... Há no

Estado muitas famílias enlutadas, muitas viúvas, muitos viúvos, muitas crianças sem pai, muitos adolescentes sendo assassinados. Isso é um absurdo!

O Davi Soares, que fez essa matéria baseado em números, estatísticas, dados da própria Secretaria de Segurança, mostra algo estarrecedor: a projeção para 2014 está pior do que a prevista nos outros anos, com esses assassinatos. E vem agora um período eleitoral, quando os ânimos se acirram e muda todo o comportamento da sociedade.

Temos cracolândia nos 102 Municípios. É uma matança desenfreada, um genocídio, uma “lista de Schindler”, e o Governo Federal só mandando dinheiro e mais dinheiro, gastando, gastando. Para quê?

Peço à Presidente da República que pare um pouco. Pare de ficar cuidando dessa briga com o PMDB: há coisa mais importante! É preciso fazer uma intervenção no aparelho de segurança de Alagoas, intervir! O povo alagoano vai aprovar, o povo alagoano quer isso, nossa sociedade quer, o Brasil também quer.

Estamos amargando os piores índices de educação e de violência, como atestam reportagens que saem na Globo News , no Fantástico... A Presidente vê essas matérias, então conhece os números, mas não toma nenhuma providência?

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Será que Alagoas não faz parte da Federação? Alagoas não é um Estado federado?

Lá se pode matar? Lá pode a sociedade morrer à mingua, sem que o Estado interceda? Ou o Governo quer continuar gastando milhões e milhões e milhões desse “Brasil Menos Seguro”, com mais mortes e mais violência? Não deu certo! É bom que ela saiba que esse laboratório do crime não deu certo. Pelo contrário, aumentou a violência em Alagoas.

Estamos pedindo, Sr. Presidente, que se faça essa intervenção. Esse é um pedido da sociedade alagoana, é um pedido do povo de Alagoas.

Sr. Presidente Deputado Augusto Carvalho, nós estamos há 5 anos atrás de uma licença ambiental para que a indústria naval chegue a Alagoas, para que se construa um estaleiro. Nos Estados do Maranhão, do , da

Bahia, do Espírito Santo, do , de São Paulo, as Secretarias de Meio

Ambiente ou seus respectivos órgãos deram eles mesmos a licença ambiental.

Agora, em Alagoas, o IBAMA colocou o pé em cima. Nós sabemos que houve interesses obscuros, eminências pardas, pessoas boicotando aqueles investimentos por diversas razões, razões até desconhecidas, que justificam tanta violência, tanta falta de oportunidade. Criar emprego, gerar emprego duradouro, emprego de qualidade, oportunidade para os filhos de Alagoas é premissa número 1 para que esses índices de violência baixem, ao lado da presença forte do Estado e, no caso atual, de uma intervenção federal.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a área é pública, a licença é pública, porque o terreno é parte da União e parte do Estado. Armadores do Brasil e do mundo, empresários brasileiros que já têm contratos com a PETROBRAS, que têm demanda para o estaleiro, querem participar...

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(O microfone é desligado.)

O SR. JOÃO CALDAS - Concluindo, Sr. Presidente, e os outros que virão na cadeia de produção, como reflexo da indústria naval, a exemplo do Rio de Janeiro, por exemplo, que foi pioneiro na indústria naval, com a alavancagem da construção do Estaleiro Mauá, feita pelo Barão de Mauá.

Nós estamos cobrando isso e lamentando os índices. Nós temos em Alagoas uma elite dirigente fracassada, sem compromisso com o povo, sem compromisso com a sociedade. Os que têm mais poder, os que governam Alagoas, os que se dizem mais poderosos no nosso Estado, são justamente eles os mais irresponsáveis, os que mais desgraçaram Alagoas. Essa elite quer continuar acabando com Alagoas.

Sr. Presidente, uma elite miserável comanda Alagoas e que acha bom nosso

Estado estar com esses índices miseráveis de pobreza e de falta de oportunidades.

Assim eles continuem mandando, reinando, elegendo-se à custa dos que sofrem, dos que tombam pela rua sem emprego, sem oportunidade e, sem mais para onde ir, se fragilizam e acabam nos pés dessa elite que desgraça, que acaba com

Alagoas.

Está na hora de o povo pensar e, nestas eleições, botar essa elite para correr, mudar radicalmente. Essa elite fracassou, mas há 50 manipula o nosso querido

Estado de Alagoas.

Muito obrigado.

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Durante o discurso do Sr. João Caldas, a Sra.

Jaqueline Roriz, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Augusto Carvalho, nos termos do § 2º

do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Augusto Carvalho) - Convido o Deputado João Caldas a reassumir a presidência dos trabalhos, ao tempo em que passo a palavra à

Deputada Carmen Zanotto.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Obrigada,

Sr. Presidente.

Eu quero pedir que seja divulgada nos veículos de comunicação da nossa

Casa a bela Campanha da Fraternidade, que está sendo realizada este ano com o tema Fraternidade e Tráfico Humano . Nós temos na Casa uma CPI trabalhando este tema, presidida pelo Deputado Arnaldo Jordy. Já viajamos o País para acompanhar depoimentos e sabemos o quanto este tema precisa estar no nosso dia a dia, para que consigamos evitar que mulheres, crianças e adolescentes sejam vítimas também deste tipo de crime. O Brasil precisa fortalecer as suas políticas públicas, em especial nas fronteiras, para que não haja mais tantas pessoas vítimas de tráfico.

Quero também, Sr. Presidente, manifestar meus votos de que o Ministro

Aloizio Mercadante consiga efetivamente encaminhar à Presidente Dilma o pleito das vítimas de talidomida que estiveram esta semana aqui em Brasília, na Liderança do PPS. Nós temos a informação de que ele vai levar à Presidente o pleito dessas pessoas.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil — CNBB lançou no dia 5 de março a 50ª edição da Campanha da

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Fraternidade, com o tema Fraternidade e Tráfico Humano . Esse foi o chamado para que a sociedade se conscientize da importância de combater o tráfico de pessoas.

No início do evento, foi lida mensagem o Papa Francisco, na qual ele afirma que “não é possível ficar impassível, sabendo que seres humanos são tratados como mercadoria” . O Papa lembrou que crianças são traficadas para remoção de

órgãos, mulheres submetidas à exploração sexual e trabalhadores mantidos em condições de escravidão.

Durante o lançamento da Campanha, D. Leonardo Ulrich Steiner informou que o objetivo da Campanha é alertar os fiéis e a sociedade para os riscos envolvidos.

As paróquias de todo o Brasil estarão desenvolvendo atividades, colocando o tema nas missas, nas reuniões, para que o alerta seja feito nacionalmente.

Durante a solenidade de lançamento, D. Steiner disse que o crime viola a dignidade das pessoas submetidas e que a prática é fruto da sociedade em que vivemos. Especificou: “queremos com a campanha identificar essa realidade e, junto com o Estado, realizar este trabalho, para que as pessoas deixem de ser exploradas”.

A pesquisa Diagnóstico sobre Tráfico de Pessoas nas Áreas de Fronteira no

Brasil , divulgada em 2013, apontou que, entre 2005 e 2011, um terço dos indiciados por tráfico de pessoas foi preso em região de fronteira. Dos 384 indiciamentos, 128 foram registrados na fronteira brasileira ao longo dos Estados do , Amapá,

Amazonas, , , Pará, Paraná, ,

Roraima, Rondônia e .

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Conforme dados já levantados pela Comissão Parlamentar de Inquérito sobre

Tráfico de Pessoas, a pesquisa detectou que as pessoas são traficadas para fins de exploração sexual e trabalho escravo.

A Campanha da Fraternidade foi lançada no primeiro dia da quaresma — período do ano litúrgico que antecede a Páscoa e que simboliza o dever da conversão e da mudança de vida. Conforme informado pela CNBB, os recursos arrecadados com a Campanha serão utilizados em projetos de identificação e combate de situações de tráfico humano.

A maioria das vítimas são mulheres, na faixa etária de 18 a 29 anos, mas também são vítimas crianças e adolescentes, travestis, transgêneros e pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade, seja pelas condições socioeconômicas, seja pela presença de conflitos familiares, seja pela necessidade da busca do sonho de uma vida melhor.

Parabenizo a Confederação dos Bispos do Brasil pela iniciativa.

Era o que tinha a dizer.

O Sr. Augusto Carvalho, nos termos do § 2º do art.

18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. João Caldas, nos termos do § 2º

do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Concedo a palavra ao Deputado

Augusto Carvalho, que falará pela Liderança do Solidariedade.

O SR. AUGUSTO CARVALHO (SDD-DF. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sra. Deputada Carmen Zanotto, nós estamos nos aproximando dos 50 anos do golpe militar, que marcou a vida do povo brasileiro, dos

50 anos do golpe que instaurou neste País uma ditadura feroz, destruiu as liberdades democráticas e marcou as gerações que se sucederam de forma indelével.

Hoje, o jornal O Globo presta ao País um grande serviço, ao revelar informações prestadas pelo Coronel Paulo Malhães à Comissão Estadual da

Verdade, uma página inteira de depoimento contundente, em que é revelada a crueldade com que eram tratados os prisioneiros políticos internados na chamada

“Casa da Morte”, em Petrópolis, e os corpos de mortos após sessões de tortura e pancadaria, até que desapareciam com eles.

Sr. Presidente, faço questão de ler este documento, porque é muito grave, e espero que as informações prestadas à Comissão da Verdade façam com que outros militares, especialmente o Comando do Exército Brasileiro, se manifestem sobre essas informações, que até agora vêm sendo tratadas de uma maneira, diria eu, negligente, de forma a escamotear a responsabilidade dos comandantes daquela Força à época, os diversos casos de tortura, assassinato e desaparecimento de corpos de prisioneiros:

“Para evitar o risco de identificação, as arcadas

dentárias e os dedos das mãos eram retirados. Em

seguida, o corpo era embalado em saco impermeável e

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jogado no rio, com pedras de peso calculado para evitar

que descesse ao fundo ou flutuasse. Além disso, o ventre

das vítimas era cortado para impedir que o corpo

inchasse e emergisse. Assim, seguiria o curso do rio até

desaparecer.”

Sobre Rubens Paiva, Sr. Presidente, aquele que honrou esta Casa e cujo corpo até hoje não se sabia que destino havia tido. Todos sabem que ele foi assassinado. É um dos desaparecidos.

“(...) disse que lançou o corpo ao mar. À Comissão

da Verdade do Rio, contou que o destino do ex-deputado

foi o mesmo rio da Região Serrana onde foram jogados

outros desaparecidos políticos.”

Havia um rio perto de Itaipava, e esse era o destino dos diversos prisioneiros políticos que morreram nessas sessões de tortura, Sr. Presidente.

Enfim, há uma página inteira de depoimento que desmascara aqueles que procuravam negar a responsabilidade no desaparecimento de tantos mártires da luta pela democracia, em especial detalhes que apontam para aqueles que tiveram a responsabilidade de, primeiro, enterrar o corpo do ex-Deputado Rubens Paiva e, depois, de retirar o cadáver e destruir o corpo da maneira como foi aqui revelado.

Essas informações são dadas num momento em que o Brasil procura se encontrar consigo mesmo, passar a limpo essa história de dor, crueldade e violência.

Espero que se dê consequência a essa matéria antológica publicada no jornal

O Globo de hoje e que essas informações, que vão sendo compiladas, façam com

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que os responsáveis que eventualmente ainda estejam neste mundo assumam os seus atos e que aqueles que não tiveram responsabilidade mas saibam de informações, especialmente a instituição Exército Brasileiro, manifestem-se, para que essa página de dor e tragédia que se abateu sobre o nosso País seja enfim esclarecida em todos os seus detalhes.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Não há oradores.

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Vai-se passar ao horário de

VI - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

Não há oradores.

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VII - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar os trabalhos.

Lembro que haverá Sessão Não Deliberativa Solene hoje, sexta-feira, dia 21 de março, às 15 horas, em homenagem aos 147 anos de emancipação política da cidade de Cachoeiro de Itapemirim, cidade do nosso rei Roberto Carlos. Se ele aparecer aqui para dar uma canja, vai ser bom.

Lembro também que haverá Sessão Não Deliberativa Solene segunda-feira, dia 24 de março, às 10 horas, em homenagem póstuma a Edilson Cid Varela, fundador do jornal Correio Braziliense .

E lembro ainda que haverá Sessão Solene do Congresso Nacional, segunda-feira, dia 24 de março, às 11 horas, no Plenário do Senado Federal, em homenagem ao centenário de João Agripino Filho.

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O SR. PRESIDENTE (João Caldas) - Encerro a sessão, convocando Sessão

Não Deliberativa de Debates para segunda-feira, dia 24 de março, às 14 horas.

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(Encerra-se a sessão às 10 horas e 11 minutos.)

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