INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA

DIVISÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA – DIENT

TAXONOMIA DE (INSECTA: COLEOPTERA) DOS LAGOS DA SAVANA DE RORAIMA, BRASIL

Larissa Oliveira de Santana

Manaus, AM

Março, 2017

LARISSA OLIVEIRA DE SANTANA

TAXONOMIA DE HYDROPHILIDAE (INSECTA: COLEOPTERA) DE LAGOS DA SAVANA DE RORAIMA, BRASIL

Orientadora: Dra. Ana Maria Oliveira Pes

Coorientador: Dr. Cesar João Benetti

Dissertação entregue ao Conselho da Divisão do curso de Pós-Graduação em Entomologia, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração em Entomologia.

Manaus, Amazonas

Março, 2017

RELAÇÃO DA BANCA JUGADORA

Larissa Oliveira de Santana

“Taxonomia de Hydrophilidae (Insecta: Coleoptera) de lagos da savana de Roraima, Brasil”

Dissertação aprovada como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração em Entomologia

______Dr. Galileu Petronilo da Silva Dantas Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)

______Dr. Alexandre Somavilla Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)

______Dra. Valéria Araújo Braule Pinto Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)

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FICHA CATALOGRÁFICA

S231 Santana, Larissa Oliveira de

Taxonomia de Hydrophilidae (Insecta: Coleoptera) de lagos da savana de Roraima, Brasil /Larissa Oliveira de Santana . --- Manaus: [s.n.], 2017.

147 f.: il.

Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2017.

Orientador: Ana Maria Oliveira Pes

Coorientador: Cesar João Benetti

Área de concentração: Entomologia

1. Besouros aquáticos . 2. Estudo taxonômico . 3. Biodiversidade . I. Título.

CDD 595.76

Sinopse: Foram estudadas as espécies de Hydrophilidae dos lagos da savana de Roraima. Foram registradas 35 espécies, distribuídas em cinco subfamílias, cinco tribos e dez gêneros. Diagnoses, descrição de espécies novas, chave de identificação, registros e mapas com registros geográficos também são fornecidos.

Palavras-chave: Coleópteros aquáticos, Estudo taxonômico, Biodiversidade, Amazônia, Espécies novas.

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Dedico a meus pais, Edna e Antônio, por todo o apoio, incentivo e amor inesgotável.

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AGRADECIMENTOS

À Dra. Ana Maria Oliveira Pes por me proporcionar todos os meios para a realização deste trabalho, pela confiança, paciência, ensinamentos e por me acalmar em todos os momentos de desespero. Obrigada por me aceitar como sua “fia” e por todo carinho e preocupação. Ao meu coorientador Dr. Cesar João Benetti, por me mostrar um pouco do maravilhoso mundo dos coleópteros aquáticos, por toda dedicação e paciência. Obrigada pela valiosa contribuição neste trabalho e pelos ensinamentos tão importantes para o meu futuro acadêmico. Agradeço a Dra. Neusa Hamada por todo apoio fornecido, principalmente, pelas coletas, equipamentos e pela maravilhosa infraestrutura do laboratório, sem dúvidas, essenciais para que esse trabalho fosse concretizado. Agradeço à Bruno Clarkson Mattos por me presentear com uma enorme bibliografia de Hydrophilidae que sem dúvida foram de extrema importância para este trabalho e para os próximos que virão. Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e ao Programa de Pós- Graduação em Entomologia pela oportunidade de realização desse trabalho. Ao projeto “Taxonomia e Biologia de Dytiscidae (Coleoptera: Adephaga) na Amazônia Central”, financiado pelo CNPq/FAPEAM e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de mestrado. Agradeço a todos do laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos (INPA), em especial, à Karina Dias e Jeferson Silva, pelas coletas realizadas, pelas brincadeiras e companhia no dia-a-dia. Aos meus irmãozinhos Patrik Barcelos e Gleison Desidério pela amizade, apoio e muitas dúvidas tiradas. À querida Daniara Colpani por compartilhar um pouco do seu conhecimento comigo, pela amizade e ajuda em todos os momentos de dificuldades. Aos amigos da turma de 2015 do curso de Entomologia (INPA), em especial as “bichas”: Cris Utta, Dayana Andrade, Jéssica Luna, Talitha Ferreira, Marta Custódio, Thaís Melo e Luana Barros, pelos ótimos momentos (e péssimos) compartilhados, pela “hora do lanche” sagrada e por tornarem a rotina tão descontraída. Agradeço também aos “bichos” iv

Thiago Bueno, Ângelo Rêgo e Mateus Soares pela companhia diária, sem esquecer do Walter Botelho que me faz tanta falta. Agradeço a todos do Laboratório de Sistemática e Ecologia de Coleoptera (INPA) pelas boas conversas e trocas de conhecimentos, em especial a Valéria Braule que divide comigo o amor pelos “besouros pitititicos” e ao querido Marcus Bevilaqua por ter me apresentado o INPA e me ajudar desde o começo, por todo apoio, compreensão, amizade e carinho. Agradeço aos meus pais, Edna e Antônio por todo amor que sempre me deram, pelos ensinamentos, incentivo e apoio em todos os momentos de dificuldade e saudade. A minha irmãzinha, Leilane, que tanto amo e que sinto tanta falta. Aos meus “brothers” Weldson e César por todas as mensagens carinhosas (ou não) que me fazem tão bem. À minha família manauara Ana Afra e Wadnol por me acolherem com tanto amor e carinho. Às minhas tias Eneida, Helena, Heloísa, Elisabeth e a vovó Afra por tudo que já fizeram por mim. À Deus por tornar tudo possível.

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Cada sonho que você deixa para trás

é um pedaço do seu futuro que deixa de existir.

Steve Jobs

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RESUMO

Os besouros aquáticos constituem o principal grupo de artrópodes de água doce, tanto pelo número de espécies, como por sua importância, participando das cadeias e redes tróficas aquáticas. Uma das famílias mais abundantes e ricas de coleópteros aquáticos é Hydrophilidae, com aproximadamente 2.840 espécies descritas, distribuídas em 174 gêneros e 5 subfamílias, distribuidas mundialmente. Apesar da grande diversidade e riqueza do grupo, seu conhecimento ainda é bastante restrito, principalmente pela carência de especialistas e disponibilidade de ferramentas que visem a identificação das espécies. O presente estudo teve como objetivo caracterizar os gêneros de Hydrophilidae encontrados na área de estudo, descrever as novas espécies, redescrever espécies que apresentam descrição sucinta, elaborar chave de identificação para os gêneros e as espécies e fornecer informações sobre a distribuição geográfica das espécies. As coletas dos exemplares foram realizadas nos meses de junho e agosto de 2015 em 26 lagos da savana de Roraima. Foram coletados 1863 exemplares adultos, pertencentes a cinco subfamílias, cinco tribos, dez gêneros e 35 espécies, das quais sete são novas para a ciência: Berosus apiciflatus sp. nov.; Berosus atratus sp. nov.; Berosus cordatus sp. nov.; Berosus aurifer sp. nov.; Berosus clarksoni sp. nov.; Crenitulus savana sp. nov. e Derallus roraimenses sp. nov. Das espécies encontradas no presente estudo nove são registradas pela primeira vez para o Brasil (Berosus castaneus Oliva & Short, 2012; Berosus llanensis Oliva & Short, 2012; Berosus megaphallus Oliva & Short, 2012; Berosus olivae Queney, 2006; Berosus repertus Oliva & Short, 2012; Paracymus sedatus Wooldridge, 1973; simulator Bedel, 1891; apicipalpis Fabricius, 1775; Tropisternus laevis Sturm, 1826) e todas as espécies são primeiro registro para estado de Roraima. É fornecida chave de identificação dicotômica para os gêneros e espécies registradas para a área de estudo, baseadas tanto em caracteres morfológicos externos como nas características da genitália masculina. Foram incluídos diagnoses e comentários, além de mapas com registros geográficos para cada espécie.

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ABSTRACT

Water are the main group of freshwater , both, by the number of species as by its importance, since they participate in the aquatic chains and food webs. One of the most abundant and rich families of aquatic Coleoptera is Hydrophilidae, with approximately 2,840 described species distributed in 174 genera and 5 subfamilies, distributed worldwide. Despite the great diversity and richness of the group, their knowledge is still limited, mainly due to the lack of specialists and the availability of tools that aim at the identification of the species. The present study aimed to characterize the genera of Hydrophilidae found in the study area, to describe the new species, to redescribe species with description short and brief, to make identification key for genera and species and to provide information on the geographic distribution of the species. The samples were performed in June and August of 2015 in 26 lakes of the Roraima savanna. It were collected 1863 adults belongs to five subfamilies, five tribes, ten genera and 35 species, of which seven are new to science: Berosus apiciflatus sp. nov.; Berosus atratus sp. nov.; Berosus cordatus sp. nov.; Berosus aurifer sp. nov.; Berosus clarksoni sp. nov.; Crenitulus savanna sp. nov. and Derallus roraimenses sp. nov. Of the species found in the present study nine are new records for Brazil (Berosus castaneus Oliva & Short, 2012; Berosus llanensis Oliva & Short, 2012; Berosus megaphallus Oliva & Short, 2012; Berosus olivae Queney, 2006; Berosus repertus Oliva & Short, 2012; Paracymus sedatus Wooldridge, 1973; Hydrophilus simulator Bedel, 1891; Tropisternus apicipalpis Fabricius, 1775; Tropisternus laevis Sturm, 1826) and all species are new records for Roraima State. An identification key is provided for the genera and species registered for the study area, based on both, external morphological characters and on characteristics of the male genitalia. In addition, diagnoses and comments were included, as well as maps with geographical records for each species.

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SUMÁRIO

RESUMO ...... VII ABSTRACT ...... VIII LISTA DE FIGURAS ...... XI 1. INTRODUÇÃO ...... 1 1.1. Coleoptera ...... 1 1.2. Hydrophilidae ...... 2 2. OBJETIVOS ...... 4 2.1. Objetivo geral ...... 4 2.2. Objetivos específicos ...... 4 3. MATERIAL E MÉTODOS ...... 4 3.1. Área de estudo ...... 4 3.2. Coleta dos espécimes ...... 6 3.3. Identificação e descrição das espécies ...... 7 3.4. Elaboração de chaves de identificação ...... 10 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...... 11 4.1. Hydrophilidae (Insecta: Coleoptera) dos lagos da savana de Roraima, Brasil ...... 11 4.2. Chaves para Identificação dos gêneros e espécies de Hydrophilidae dos lagos da savana de Roraima, Brasil ...... 12 4.3 Gêneros e espécies de Hydrophilidae dos lagos da savana de Roraima, Brasil ...... 17 Latreille, 1802 ...... 17 Berosini Mulsant, 1844 ...... 17 Berosus Leach, 1817 ...... 17 Berosus ambogynus Mouchamps, 1963 ...... 20 Berosus brevibasis Oliva, 1989 ...... 23 Berosus castaneus Oliva & Short, 2012 ...... 26 Berosus consobrinus Knisch, 1921 ...... 29 Berosus freyi Mouchamps, 1960 ...... 32 Berosus insignis Knisch, 1921 ...... 34 Berosus llanensis Oliva & Short, 2012 ...... 37 Berosus marquardti Knisch, 1921 ...... 40 Berosus megaphallus Oliva & Short, 2012 ...... 43 Berosus olivae Queney, 2006 ...... 46 Berosus patruelis Berg, 1885 ...... 49 Berosus rectangulus Mouchamps, 1960 ...... 52 Berosus repertus Oliva & Short, 2012 ...... 55 Berosus reticulatus Knisch, 1921...... 58 Berosus apiciflatus sp. nov...... 61 Berosus atratus sp. nov...... 65 Berosus aurifer sp. nov...... 69

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Berosus clarksoni sp. nov...... 73 Berosus cordatus sp. nov...... 77 Derallus Sharp, 1882 ...... 81 Derallus roraimensis sp. nov...... 81 Laccobiini Bertrand, 1954 ...... 85 Paracymus Thomson, 1867 ...... 86 Paracymus gracilis Orchymont, 1942 ...... 86 Paracymus sedatus Wooldridge, 1973 ...... 89 Latreille, 1802 ...... 91 Blackburn, 1888 ...... 91 Hydrobiomorpha corumbaensis Mouchamps, 1959 ...... 92 Hydrophilus Geoffroy, 1762 ...... 95 Hydrophilus ensifer Brullé, 1837 ...... 95 Hydrophilus simulator Bedel, 1891 ...... 99 Tropisternus Solier, 1834 ...... 102 Tropisternus (Pristoternus) apicipalpis Chevrolat, 1834 ...... 102 Tropisternus (Strepitornus) collaris (Fabricius, 1775) ...... 107 Tropisternus (Pristoternus) laevis (Sturm, 1826) ...... 110 Tropisternus (Pristoternus) ovalis Castelnau, 1840 ...... 114 CHAETARTHRINAE Bedel, 1881 ...... 117 Anacaenini Hansen, 1991 ...... 117 Crenitulus Winters, 1926 ...... 117 Crenitulus savana sp. nov...... 117 ENOCHRINAE Short & Fikacek, 2013 ...... 122 Enochrus Thomson, 1859 ...... 122 Enochrus (Methydrus) atlantis Orchymont, 1943...... 122 Enochrus (Metlhydrus) melanthus Orchymont, 1943 ...... 124 ACIDOCERINAE Zaitzev, 1908...... 126 Chasmogenus Sharp, 1882 ...... 126 Chasmogenus sp...... 127 SPHAERIDIINAE Latreille, 1802 ...... 129 Coelostomatini Heyden, 1891 ...... 129 Phaenonotum Sharp, 1882 ...... 129 Phaenonotum sp. 1 ...... 129 Phaenonotum sp. 2 ...... 131 5. CONCLUSÃO ...... 134 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 135

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1A – D. Lagos onde foram coletados os espécimes de Hydrophilidae. A. Lago 15; B. Lago 11; C. Lago 2; D. Lago 18...... 6

Figura 2. Mapa com os pontos de coleta dos espécimes de Hydrophilidae no estado de Roraima...... 7

Figura 3.A - C. Principais estrururas morfológicas de Hydrophilidae. A. Vista dorsal; B. Vista ventral; C. Genitália masculina. Abreviações: ael = ápice elitral; ant = antena; apst = anepisterno; cac = crista acessória; ccx = cavidade coxal; cl = clípeo; co = crista ocular; colant = colarinho anterior; cx = coxa; dt = dobra transversa; el = élitro; ep = Epipleura; epm = epímero; esc = escutelo; fcx = fissura coxal; fr = fronte; ga = garra; gul = gula; hipm = hipomero; lbr = labro; lm = lobo médio; mnt= mento; mst = mesosterno; mtfmr = metafêmur; mttb = metatíbia; mttn = metasterno; mtts = metatarso; oc = olho composto; pb = peça basal; pep = pseudoepipleura; phipm = processo hipomeral; plb = palpo labial; pmx = palpo maxilar; pr = parâmero; prm = pré-mento; prn = pronoto; pst = prosterno; sapl = sutura anapleural; esu = estria sutural; sfcl = sutura fronto clipeal; sgul = sutura gular; smt = submento; snst = sutura notosternal; spl = sutura pleural; strv = sutura transversa; urst = urosternito (Adaptado de Komarek, 2004)...... 9

Figura 4. Mapa com registro geográfico de Berosus ambogynus Mouchamps nos lagos da savana de Roraima...... 21

Figura 5.A – H: Berosus ambogynus Mouchamps. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 22

Figura 6. Mapa com registro geográfico de Berosus brevibasis Oliva nos lagos da savana de Roraima...... 24

Figura 7A – H: Berosus brevibasis Oliva. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 25 xi

Figura 8. Mapa com registro geográfico de Berosus castaneus Oliva & Short nos lagos da savana de Roraima...... 27

Figura 9A – H: Berosus castaneus Oliva & Short. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 28

Figura 10. Mapa com registro geográfico de Berosus consobrinus Knisch nos lagos da savana de Roraima...... 30

Figura 11A – H: Berosus consobrinus Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 31

Figura 12. Mapa com registro geográfico de Berosus freyi Mouchamps nos lagos da savana de Roraima...... 32

Figura 13A – H: Berosus freyi Mouchamps. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 33

Figura 14. Mapa com registro geográfico de Berosus insignis Knisch nos lagos da savana de Roraima...... 35

Figura 15A – H: Berosus insignis Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 36

Figura 16. Mapa com registro geográfico de Berosus llanensis Oliva & Short nos lagos da savana de Roraima...... 38

Figura 17A – H: Berosus llanensis Oliva & Short. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. abdome

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em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 39

Figura 18. Mapa com registro geográfico de Berosus marquardti Knisch nos lagos da savana de Roraima...... 41

Figura 19A – H: Berosus marquardti Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 42

Figura 20. Mapa com registro geográfico de Berosus megaphallus Oliva & Short nos lagos da savana de Roraima...... 44

Figura 21A – H: Berosus megaphallus Oliva & Short. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 45

Figura 22. Mapa com registro geográfico de Berosus olivae Queney nos lagos da savana de Roraima...... 47

Figura 23A – H: Berosus olivae Queney. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 48

Figura 24. Mapa com registro geográfico de Berosus patruelis Berg nos lagos da savana de Roraima...... 50

Figura 25A – H: Berosus patruelis Berg. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 51

Figura 26. Mapa com registro geográfico de Berosus rectangulus Knisch nos lagos da savana de Roraima...... 53

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Figura 27A – H: Berosus rectangulus Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 54

Figura 28. Mapa com registro geográfico de Berosus repertus Oliva & Short nos lagos da savana de Roraima...... 56

Figura 29A – H: Berosus repertus Oliva & Short. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 57

Figura 30. Mapa com registro geográfico de Berosus reticulatus Knisch nos lagos da savana de Roraima...... 59

Figura 31A – H: Berosus reticulatus Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 60

Figura 32. Mapa com registro geográfico de Berosus apiciflatus sp. nov. nos lagos da savana de Roraima...... 63

Figura 33A – H: Berosus apiciflatus sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 64

Figura 34. Mapa com registro geográfico de Berosus atratus sp. nov. nos lagos da savana de Roraima...... 67

Figura 35A – H: Berosus atratus sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 68

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Figura 36. Mapa com registro geográfico de Berosus aurifer sp. nov. nos lagos da savana de Roraima...... 71

Figura 37A – H: Berosus aurifer sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 72

Figura 38. Mapa com registro geográfico de Berosus clarksoni sp. nov. nos lagos da savana de Roraima...... 75

Figura 39A – H: Berosus clarksoni sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 76

Figura 40. Mapa com registro geográfico de Berosus cordatus sp. nov. nos lagos da savana de Roraima...... 79

Figura 41A – H: Berosus cordatus sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 80

Figura 42. Mapa com registro geográfico de Derallus roraimensis sp. nov. nos lagos da savana de Roraima...... 84

Figura 43A – F: Derallus roraimensis sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Genitália masculina em vista dorsal; E. Genitália masculina em vista lateral; F. Genitália masculina em vista ventral...... 85

Figura 44. Mapa com registro geográfico de Paracymus gracilis Orchymont nos lagos da savana de Roraima...... 87

Figura 45A – C: Paracymus gracilis Orchymont. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral...... 88

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Figura 46A – B: Paracymus gracilis Orchymont. A. Genitália masculina em vista dorsal; B. Genitália masculina em vista ventral...... 88

Figura 47. Mapa com registro geográfico de Paracymus sedatus Wooldridge nos lagos da savana de Roraima...... 90

Figura 48A – C: Paracymus sedatus Wooldridge. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral...... 90

Figura 49A – B: Paracymus sedatus Wooldridge. A. Genitália masculina em vista dorsal; B. Genitália masculina em vista ventral...... 91

Figura 50. Mapa com registro geográfico de Hydrobiomorpha corumbaensis Mouchamps nos lagos da savana de Roraima...... 93

Figura 51A – H: Hydrobiomorpha corumbaensis Mouchamps. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Área glabra dos urosternitos; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 94

Figura 52. Mapa com registro geográfico de Hydrophilus ensifer Brullé nos lagos da savana de Roraima...... 97

Figura 53A – H: Hydrophilus ensifer Brullé. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Quarto e quinto urosternito; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 98

Figura 54. Mapa com registro geográfico de Hydrophilus simulator Bedel nos lagos da savana de Roraima...... 100

Figura 55A – H: Hydrophilus simulator Bedel. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Quarto e quinto urosternito...... 101

Figura 56. Mapa com registro geográfico de Tropisternus apicipalpis Fabricius nos lagos da savana de Roraima...... 104

xvi

Figura 57A – H: Tropisternus apicipalpis Fabricius. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Espinho do quinto urosternito; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 106

Figura 58. Mapa com registro geográfico de Tropisternus collaris Chevrolat nos lagos da savana de Roraima...... 108

Figura 59A – H: Tropisternus collaris Chevrolat. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Espinho do quinto urosternito; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 109

Figura 60. Mapa com registro geográfico de Tropisternus laevis Sturm nos lagos da savana de Roraima...... 111

Figura 61A – H: Tropisternus laevis Sturm. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Espinho do quinto urosternito; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 113

Figura 62. Mapa com registro geográfico de Tropisternus ovalis Castelnau nos lagos da savana de Roraima...... 115

Figura 63A – H: Tropisternus ovalis Castelnau. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Antena em vista ventral; E. Processo prosternal; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral...... 116

Figura 64. Mapa com registro geográfico de Crenitulus savana sp. nov. nos lagos da savana de Roraima...... 120

Figura 65A – C: Crenitulus savana sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral...... 121

Figura 66A – B. Crenitulus savana sp. nov. A. Genitália masculina em vista dorsal; B. Genitália masculina em vista ventral...... 121

xvii

Figura 67. Mapa com registro geográfico de Enochrus atlantis Orchymont nos lagos da savana de Roraima...... 123

Figura 68A – C: Enochrus atlantis Orchymont. A. genitália masculina em vista dorsal; B. genitália masculina em vista lateral; C. genitália masculina em vista ventral...... 124

Figura 69. Mapa com registro geográfico de Enochrus melanthus Orchymont nos lagos da savana de Roraima...... 125

Figura 70A – F: Enochrus melanthus Orchymont. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Genitália masculina em vista dorsal; E. Genitália masculina em vista lateral; F. Genitália masculina em vista ventral...... 126

Figura 71. Mapa com registro geográfico de Chasmogenus sp. nos lagos da savana de Roraima...... 128

Figura 72 A – C: Chasmogenus sp. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral...... 129

Figura 73. Mapa com registro geográfico de Phaenonotum sp. 1 nos lagos da savana de Roraima...... 130

Figura 74A – C: Phaenonotum sp. 1. A. Genitália masculina em vista dorsal; B. Genitália masculina em vista lateral; C. Genitália masculina em vista ventral...... 131

Figura 75. Mapa com registro geográfico de Phaenonotum sp. 2 nos lagos da savana de Roraima...... 132

Figura 76A – C. Phaenonotum sp. 2. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral...... 133

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PREFÁCIO

Os nomes atribuídos às novas espécies (Berosus apiciflaus sp. nov.; Berosus atratus sp. nov.; Berosus aurifer sp. nov.; Berosus clarksoni sp. nov.; Berosus cordatus sp. nov.; Derallus roraimensis sp. nov.; Crenitulus savana sp. nov.) descritas neste trabalho ainda não são válidos, de acordo com o Capítulo 3, Artigo 8 do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (1999).

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Coleoptera

Coleoptera é a ordem mais rica e diversificada da Classe Insecta, com 392.415 espécies descritas, representando cerca de 40% de todos os insetos (Zhang, 2013). Os adultos dessa ordem são reconhecidos por possuírem um corpo bastante esclerosado e asas anteriores modificadas em élitros que protegem as asas posteriores, membranosas (Triplehorn e Johnson, 2011). Estes insetos diferenciam-se amplamente em tamanhos, formas e cores (Casari e Ide, 2012), além de possuírem os mais variados hábitos alimentares (Marinoni, 2001) e estarem presentes em quase todos os tipos de ambientes terrestres e aquáticos (Triplehorn e Johnson, 2011). A ordem compreende 211 famílias agrupadas dentro de 4 subordens: Archostemata, Adephaga, Myxophaga e Polyphaga (Bouchard, 2011). Embora a maioria dos coleópteros seja terrestre, existem, aproximadamente, 12.600 espécies aquáticas e semiaquáticas, distribuídas em 30 famílias (Jach e Balke, 2008), sendo 16 registradas para o Brasil (Costa et al., 1988). Os besouros aquáticos constituem um dos principais grupos de artrópodes de água doce (White e Roughley, 2008). Eles participam das cadeias e redes tróficas aquáticas, tanto como predadores, como fitófagos que se alimentam de algas e detritos, fazendo a decomposição da matéria orgânica (Archangelsky et al., 2009). Por outro lado, são uma importante fonte de alimento para outros invertebrados, peixes, anfíbios e aves (Benetti e Hamada, 2003). Larvas e adultos de diferentes espécies são utilizados como bioindicadores de qualidade da água, pois utilizam o oxigênio dissolvido na água para respiração, não tolerando altos níveis de poluição (Epler, 2010). Os coleópteros aquáticos ocupam os mais variados habitats, como rios, riachos, lagos, banhados, poças, águas subterrâneas, estuários, canais e fitotelmatas, entre outros ambientes (Benetti e Fiorentin 2003; White e Brigham, 1996), embora sejam mais diversificados em ambientes lênticos, pequenos e ricos em vegetação (Archangelsky et al., 2009; Segura et al., 2011). Os adultos da maioria das espécies são aquáticos, mas mantém a capacidade de voo, o que permite a estes insetos se deslocarem de um ambiente a outro. Em função disso, e por serem hábeis voadores, podem colonizar ambientes temporários, dispersando-se no caso de

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alguma perturbação ambiental ou à procura de parceiros reprodutivos e recursos alimentares (Epler, 2010). 1.2. Hydrophilidae

Hydrophilidae é uma das famílias mais abundantes e diversas de coleópteros aquáticos, sendo a maior família de Hydrophiloidea (Short e Fikácek, 2011). Possui, aproximadamente, 2.840 espécies descritas, em 166 gêneros, distribuídas por todo o mundo (Short e Fikácek, 2011). Esta família está dividida em 6 subfamílias: Hydrophilinae (33 gêneros), Chaetarthriinae (11 gêneros), Enochrinae (5 gêneros), Acidocerinae (14 gêneros), Rygmodinae (17 gêneros) e Sphaeridiinae (86 gêneros) (Short e Fikácek, 2013). Na região Neotropical, existem cerca de 600 espécies descritas, distribuídas em 58 gêneros (Archangelsky et al., 2009), dentre os quais 10 são registrados para a amazônia (Benneti e Hamada, 2003). Os hidrofilídeos adultos possuem, geralmente, corpo oval, convexo dorsalmente e achatado ventralmente (Ferreira-Jr et al., 2014; Archangelsky et al., 2009), variando de 0,5 a 50 mm de comprimento total. Exibem coloração variada, geralmente negra, às vezes com manchas marrons ou verdes e em alguns casos com tons amarelados ou metálicos (Triplehorn e Johnson, 2011). As espécies desta família podem ser reconhecidas pelas antenas curtas, de sete a nove segmentos, com três antenômeros apicais formando uma clava; fórmula tarsal 5-5- 5, 5-4-4 ou 4-5-5; geralmente com cinco esternitos abdominais visíveis (raramente com quatro ou com seis), sendo o primeiro não dividido pela coxa posterior. As larvas são campodeiformes com cápsula cefálica bem esclerosada, prognata, subquadrada, raramente arredondada; labro fusionado com o clípeo; mandíbulas robustas, muitas vezes denteadas; maxilas com cardo pequeno, estipes alargados e palpo bem desenvolvido; tórax com os três segmentos bem definidos; pares de espiráculos 1-7 obliterados e o oitavo par amplo e funcional, se abrindo em uma cavidade muscular entre os tergitos 8-9, denominada átrio espiracular. As larvas de quase todas as espécies possuem pernas com 4 artículos que terminam em uma única garra (Anderson, 1976; Archangelsky, 1997; Archangelsky et al., 2009; Oliva et al, 2002). A maioria dos hidrofilídeos é aquática, sendo encontrados em águas paradas e rasas de lagos, lagoas, igapós, riachos e poças temporárias com vegetação em abundância, porém alguns são semiaquáticos, encontrados em musgos molhados, lama ou na vegetação das margens dos ambientes aquáticos, enquanto outros são terrestres, como a maioria dos

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representantes da subfamília Spharidiinae, vivendo na matéria orgânica em decomposição de origem ou vegetal (Archangelsky, 2004; Short e Fikácek, 2010). As larvas são predadoras, alimentando-se principalmente de pequenos invertebrados, enquanto os adultos são detritívoros, alimentando-se, principalmente, de algas e material vegetal ou animal em decomposição. Adultos de algumas espécies terrestres são predadoras e outros necrófagos (Anderson, 1976; Casari e Ide, 2012). Os ovos são postos isolados ou em grupo, cobertos por uma seda, produzida por glândulas especiais da fêmea. Nas espécies aquáticas, os ovos são deixados na água, flutuando ou na vegetação submersa, enquanto que nas espécies terrestres são deixados em solo úmido, geralmente próximo aos habitats dos adultos. Os ovos eclodem em aproximadamente 10 dias, variando de acordo com a temperatura. As larvas possuem três ínstares, cada um com duração de 7-10 dias dependendo da disponibilidade de alimento. Ao final do último ínstar larval, as larvas saem da água e empupam, emergindo na forma adulta em até 20 dias (Smetana, 1988). Os adultos, quando submersos, obtém oxigênio a partir de um reservatório de ar, situado numa cavidade entre o élitro e o abdome, onde os espiráculos respiratórios estão localizados. Para prolongar sua permanência submersos, esse reservatório entra em contato com uma bolha de ar formada na região ventral dos indivíduos, devido a uma densa pubescência hidrofóbica. O oxigênio presente na água se funde para a bolha e então para o reservatório, com o gás carbônico fazendo o caminho oposto. Para renovar o estoque de oxigênio, nadam até a superfície, em posição obliqua, e quebram a tensão superficial da água com uma das antenas ou ambas. Com a antena se movendo em direção à porção posterior dos olhos, também pubescentes, um estreito canal é formado entre as antenas, a bolha ventral de ar e o reservatório. Ainda na mesma posição, o inseto bombeia o novo ar para as traquéias, através da contração do abdome. Após determinado período, o ar é readquirido e o inseto volta a mergulhar (Hrbácek, 1949; Hansen, 1997). Apesar da grande diversidade e riqueza do grupo, seu conhecimento ainda é bastante restrito, principalmente pela carência de especialistas e disponibilidade de ferramentas que auxiliem na identificação das espécies. Na região Neotropical foram descritas cerca de 600 espécies, mas estima-se que esse número aumente, chegando até 700 espécies (Jach e Balke, 2008). A literatura sobre a família no Brasil é escassa, se restringindo a poucos autores, em alguns casos que fizeram importantes contribuições para incrementar o conhecimento taxonômico sobre o grupo. O conhecimento do grupo teve um incremento considerável nos

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últimos anos. Dentre os trabalhos recentemente publicados podemos citar artigos contendo descrições de espécies (Oliveira et al., 2004; Queney, 2006; Clarkson e Ferreira-Jr, 2009; Queney, 2010; Clarkson e Short, 2012; Albertoni e Fikácek, 2014; Clarkson et al., 2014; Clarkson e Ferreira-Jr, 2014; Clarkson e Takiya 2017); uma chave de identificação (Ferreira- Jr et al., 2014), duas dissertações (Santos, 2006; Clarkson, 2011) e uma tese (Clarkson, 2015). Destes apenas os trabalhos de Ferreira-Jr et al., (2014) e Santos (2006) foram feitos na região amazônica. Assim, o presente estudo visa contribuir para o conhecimento de Hydrophilidae na área estudada, visto que os trabalhos realizados no estado de Roraima, especialmente na região de savana, apenas registram a ocorrência desses insetos em determinada localidade e os identificam no máximo até o nível de família.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Realizar estudo taxonômico sobre a família Hydrophilidae em lagos da savana do estado de Roraima.

2.2. Objetivos específicos

- Caracterizar os gêneros de Hydrophilidae amostrados; - Confeccionar chaves de identificação dicotômica para os gêneros e as espécies de Hydrophilidae do estado de Roraima. - Descrever eventuais espécies novas. - Realizar registros de ocorrência no estado de Roraima e fornecer informações sobre a distribuição geográfica das espécies.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Área de estudo

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Localizada no nordeste do estado de Roraima, a região é conhecida regionalmente como lavrado (cerrado ou savana). Possui uma extensão de aproximadamente 43,281 mil km² e é caracterizada por apresentar uma extensa área aberta e plana, com vegetação dominante do tipo savana, onde predominam gramíneas e ciperáceas, além de árvores esparsas de pequeno porte (cinco a sete metros em média) e arbustos agrupados ou isolados (Pinheiro et al., 2012 e Pinheiro, 2007). O clima da região é tropical úmido sem estação fria (Awi na classificação de Köppen- Geiger) com duas estações bem definidas, uma chuvosa (de abril a setembro) e uma de estiagem (de outubro a março). A precipitação média anual está em torno de 1.100 mm (Barbosa, 1997) e a umidade relativa do ar em torno de 70% (Araújo et al., 2001). Segundo Simões Filho et al. (1997), a área está marcada pela presença de diversos lagos ovalados, geralmente de pequenas dimensões (10 a 100 metros de diâmetro) e pouca profundidade (1,0 a 1,5 metros). Esses lagos foram formados possivelmente por processos pluviais e do lençol freático e podem ser classificados como sazonais ou perenes. No período de estiagem alguns lagos sazonais secam, deixando apenas uma depressão exposta no local. Na época de chuva esses lagos aumentam, podendo chegar a transbordar ou se conectar com outros lagos, igarapés ou rios (Carvalho e Carvalho, 2012).

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Figura 1A – D. Lagos onde foram coletados os espécimes de Hydrophilidae. A. Lago 15; B. Lago 11; C. Lago 2; D. Lago 18.

3.2. Coleta dos espécimes

As amostragens foram realizadas nos meses de junho e agosto de 2015 em 26 lagos da savana de Roraima (Figura 1A - D), localizados nos municípios de Boa Vista e Alto Alegre (Figura 2). Para a coleta dos espécimes foi utilizada rede entomológica aquática (rapiché ou Rede D), passando-o sobre a vegetação. O material coletado foi acondicionado em potes de plástico contendo álcool 96%, devidamente identificados e encaminhados para o Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia para posterior triagem.

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Figura 2. Mapa com os pontos de coleta dos espécimes de Hydrophilidae no estado de Roraima.

3.3. Identificação e descrição das espécies

Após a triagem realizada sob estereomicroscopio, os Hydrophilidae foram separados em frascos menores para posterior identificação. Os espécimes foram morfotipados e identificados até espécie ou ao menor nível taxonômico possível utilizando, principalmente, os trabalhos de Bachmann (1965), Bachmann (1966), Bachmann (1970), Bachmann (1988), Fernandez (1989), Fernandez (1997), Fernández (2006), Fernandez e Bachmann (1980), Komarek (2005), Oliva (1981), Oliva (1983), Oliva (1989), Oliva (1993), Oliva (2010) Oliva e Short (2012), Queney (2010), Sharp (1983), Short e Torres (2006) Spangler e Short (2008) Wooldridge (1973), bem como artigos específicos para cada gênero e apoio de especialistas. A classificação para a família e tribos adotada neste trabalho seguiu a proposta por Short e Fikacek (2013). A terminologia para as descrições das novas espécies e para as diagnoses das subfamílias, tribos e gêneros segue Hansen, 1991 e Short e Fikacek, 2013.

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Figura 3.A - C. Principais estrururas morfológicas de Hydrophilidae. A. Vista dorsal; B. Vista ventral; C. Genitália masculina. Abreviações: ael = ápice elitral; ant = antena; apst = anepisterno; cac = crista acessória; ccx = cavidade coxal; cl = clípeo; co = crista ocular; colant = colarinho anterior; cx = coxa; dt = dobra transversa; el = élitro; ep = Epipleura; epm = epímero; esc = escutelo; fcx = fissura coxal; fr = fronte; ga = garra; gul = gula; hipm = hipomero; lbr = labro; lm = lobo médio; mnt= mento; mst = mesosterno; mtfmr = metafêmur; mttb = metatíbia; mttn = metasterno; mtts = metatarso; oc = olho composto; pb = peça basal; pep = pseudoepipleura; phipm = processo hipomeral; plb = palpo labial; pmx = palpo maxilar; pr = parâmero; prm = pré-mento; prn = pronoto; pst = prosterno; sapl = sutura anapleural; esu = estria sutural; sfcl = sutura fronto clipeal; sgul = sutura gular; smt = submento; snst = sutura notosternal; spl = sutura pleural; strv = sutura transversa; urst = urosternito (Adaptado de Komarek, 2004).

Foram elaboradas diagnoses e descrições das espécies novas, com auxílio de literatura e observação dos exemplares. Cada descrição ou diagnose vai acompanhada de comentários taxonômicos, registros geográficos com as novas ocorrências, lista de material examinado e uma prancha com ilustrações. Os nomes sugeridos para as espécies novas neste trabalho não são válidos para a ciência enquanto não forem publicados em revista científica (ICNZ, 1999 - capítulo 3, artigo 8) segundo os termos do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica. Os novos nomes

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científicos foram propostos como prática do aprendizado taxonômico e para facilitar as discussões entre os táxons. As principais características observadas para o estudo morfológico dos adultos de Hydrophilidae foram: tamanho e forma do corpo; número de segmentos das antenas; cor e escultura da cabeça e pronoto; escultura e padrão de coloração do élitro; estrias pronotais e elitrais; ângulo pronoto-elitral; carena mediana e lateral do primeiro urosternito; margem posterior do quinto urosternitos; tíbias posteriores; segundo e terceiro segmentos do tarso em machos; forma e comprimento da peça basal da genitália masculina; forma e comprimento do lobo médio; forma e comprimento dos parâmeros; existência de apêndices acessórios (Figura 3A - C). A genitália masculina foi extraída com auxílio de uma pinça de ponta fina e microestiletes. O exemplar estudado e as peças extraídas foram conservados juntos, em microtubos de plástico contendo álcool 80%. Para cada espécie foram fotografados o habitus em diferentes vistas, a genitália masculina e, quando necessário, algumas estruturas importantes para sua identificação. As fotos foram geradas utilizando um estereomicroscópio Leica M165C com uma câmera de foto Leica DFC 420 acoplada. Para tratamento das fotos e confecção das pranchas foi utilizado o programa Adobe Photoshop® versão cc2015. Quando não foi possível visualizar as estruturas por meio de fotografias, foram elaborados desenhos com auxílio de câmera clara, tanto em estereomicroscópio quanto em microscópio óptico. Em seguida, os desenhos foram escaneados e vetorizados utilizando o programa Adobe Illustrator® CS6.

3.4. Elaboração de chaves de identificação Foram elaboradas chaves dicotômicas para identificação dos gêneros e espécies de Hydrophilidae, a partir do material coletado nos lagos da savana de Roraima e bibliografia específica. As características descritas nos passos das chaves foram baseadas nas já citadas no item 3.3. Além disso, outras características importantes para a determinação de cada gênero foram adicionadas.

3.5. Distribuição geográfica das espécies Os dados de distribuição geográfica das espécies foram tirados da literatura. Também foram elaborados mapas com os registros geográficos nos lagos de Roraima para cada uma das espécies através do software livre Quantum Gis versão 1.5.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Hydrophilidae (Insecta: Coleoptera) dos lagos da savana de Roraima, Brasil Foram examinados neste estudo taxonômico 1863 exemplares adultos de Hydrophilidae, sendo 948 machos e 915 fêmeas, pertencentes a cinco subfamílias, cinco tribos, dez gêneros e 35 espécies (Tabela 1):

Tabela 1. Táxons de Hydrophilidae (Coleoptera) encontrados nos lagos da savana de Roraima. As espécies marcadas com * constituem o primeiro registro para o Brasil. Subfamília Tribo Gênero Espécie Berosus ambogynus Mouchamps, 1963 B. brevibasis Oliva, 1989 B. castaneus Oliva & Short, 2012* B. consobrinus Knisch, 1921 B. freyi Mouchamps, 1960 B. insignis Knisch, 1921 B. llanensis Oliva & Short, 2012* B. marquardti Knisch, 1921 B. megaphallus Oliva & Short, 2012* Berosus B. olivae Queney, 2006* Berosini B. patruelis Berg, 1885 B. rectangulus Mouchamps, 1960 B. repertus Oliva & Short, 2012* B. reticulatus Knisch, 1921 Hydrophilinae B. apiciflatus sp. nov. B. atratus sp. nov. B. aurifer sp. nov. B. clarksoni sp. nov. B. cordatus sp. nov. Derallus Derallus roraimensis sp. nov. Paracymus gracilis Orchymont, 1942 Laccobiini Paracymus P. sedatus Wooldridge, 1973* Hydrobiomorpha Hydrobiomorpha corumbaensis Mouchamps, 1959 Hydrophilus ensifer Brullé, 1837

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Hydrophilini Hydrophilus H. simulator Bedel, 1891* Tropisternus apicipalpis Fabricius, 1775* T. collaris Chevrolat, 1834 Tropisternus T. laevis Sturm, 1826* T. ovalis Castelnau, 1840 Chaetarthriinae Anacaenini Crenitulus Crenitulus savana sp. nov. Enochrus atlantis Orchymont, 1943 Enochrinae Enochrus E. melanthus Orchymont, 1943 Acidocerinae Chasmogenus Chasmogenus sp. Phaenonotum sp. 1 Sphaeridiinae Coelostomatini Phaenonotum P. sp. 2

4.2. Chaves para Identificação dos gêneros e espécies de Hydrophilidae dos lagos da savana de Roraima, Brasil

1. Labro aparente e bem esclerosado, mais escuro que o clípeo. Palpos labiais bem desenvolvidos, sem cerdas no 2º palpômero; 3º palpômero assimétrico ...... 3 1’. Labro retraído e pouco esclerosado, mais claro que o clípeo. Palpos labiais frequentemente pequenos, com cerdas no segundo palpômero; terceiro palpômero simétrico ...... (Sphaeridiinae, Coelostomatini, Phaenonotum) 2 2. 2,1 mm de comprimento; pronoto uniformemente marrom escuro ...... Phaenonotum sp. 1 2’. 1,5 mm de comprimento; margens do pronoto marrom claro (Fig. 76A) ...... Phaenonotum sp. 2 3. Palpo maxilar com segundo palpômero simétrico, reto ou curvado internamente, em vista dorsal (Fig.55A) ...... 5 3’. Palpo maxilar com segundo palpômero assimétrico, curvado externamente, em vista dorsal (Fig. 70A) ...... (Enochrinae, Enochrus) 4 4. Palpos maxilares uniformemente amarelados. Último urosternito visível sem reentrância apical ...... Enochrus atlantis 4’. Palpos maxilares em sua maior parte castanho claro, com zonas mais escuras na base do segundo palpómero e na extremidade do último (Fig. 70A). Último urosternito visível com reentrância apical profunda (Fig. 70C) ...... Enochrus melanthus

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5. Pseudoepipleura tão grande quanto a epipleura na parte anterior, se pseudoepipleura estreita, separada da epipleura por uma borda. Quinto urosternito com reentrância apical ...... 6 5’. Pseudoepipleura estreita, não separada pela borda da epipleura. Quinto urosternito sem reentrância apical ...... (Chaetarthriinae, Anacaenini, Crenitulus) Crenitulus savana sp. nov. 6. Mento com profunda escavação na região anterior (Fig. 72C) ...... Acidocerinae, Chasmogenus, Chasmogenus sp. 6’. Mento sem escavação na região anterior (Fig. 57C) ...... (Hydrophilinae) 7 7. Tíbias médias e posteriores com fileiras de cerdas natatórias (Fig. 9B) Escutelo muito mais largo que longo (Fig 5A). Prosterno pouco desenvolvido, muito curto. Forma muito convexa ...... (Berosini) 8 7’. Tíbias médias e posteriores sem fileiras de cerdas natatórias (Fig. 48B); se presentes, o escutelo é quase tão largo quanto longo e o prosterno está bem desenvolvido. Forma desde moderadamente convexa a plana ...... 27 8. Corpo muito convexo, comprimido lateralmente. Dorso preto, brilhante. Élitros com calos humerais não proeminentes. Metasterno com uma carena. Tíbias anteriores dilatadas no ápice (Figs. 43A-C) ...... (Derallus) Derallus roraimensis sp. nov. 8’. Corpo moderadamente convexo, não comprimido lateralmente. Superfície dorsal raramente negra; Élitros com calos humerais proeminentes. Metasterno com uma escavação. Tíbias anteriores quase lineares, não dilatadas no ápice (Figs. 7A) ...... (Berosus) 9 9. Ápice elitral com projeções ou recortes (Fig. 5A)...... 10 9’. Ápice elitral sem projeções ou recortes (Fig. 9A) ...... 14 10. Sem manchas no pronoto (Fig. 5A) ...... 11 10’. Com manchas no pronoto (Fig. 29A) ...... 12 11. Ápice elitral recortado em semicírculo e ângulo sutural longo e afinado (Fig. 5A). Peça basal da genitália masculina de comprimento um pouco menor que a metade do comprimento total (Fig. 5F-H) ...... B. ambogynus 11’. Ápice elitral recortado em semicírculo e ângulo sutural sem prolongação (Fig. 7A). Peça basal da genitália masculina muito curta, cerca de 1/4 do comprimento total (Fig. 7F-H) ...... B. brevibasis 12. Cabeça preta (Fig. 31A). Parâmeros sem apêndices membranosos internos, com uma fileira de cerdas subapicais (31F-H) ...... 13

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12’. Cabeça amarela com manchas pretas (Fig. 21A). Parâmeros com apêndices membranosos internos, com um tufo de cerdas (Fig. 21F-H) ...... B. megaphallus 13. Quinto urosternito com margem laterais serrilhadas e com reentrância apical contendo duas projeções na região medial (Fig. 31E) ...... B. reticulatus 13’. Quinto urosternito com margens laterais lisas e com reentrância apical rasa e lisa, sem projeções na região medial (Fig. 25E) ...... B. patruelis 14. Primeiro urosternito com carena mediana (Fig. 17E)...... 15 14’. Primeiro urosternito sem carena mediana (Fig. 9E) ...... 21 15. Processo mesosternal laminar (Fig. 17D) ...... 16 15’. Processo mesosternal com dente escavado (Fig. 13D) ...... 18 16. Cabeça marrom amarela com região posterior da fronte escurecida. (Fig. 17A) Quinto urosternito com reentrância apical contendo uma pequena elevação medial. (Fig. 17E) Lobo médio de mesmo comprimento que os parâmeros (41A) ...... 17 16’. Cabeça preta (Fig. 33A). Quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções mediais (Fig. 33E). Lobo médio um pouco maior que os parâmeros (33F-H) ...... B. apiciflatus sp. nov. 17. Margens posteriores dos urosternitos lisas (Fig. 17E). Porção distal da pubescência femoral oblíqua (Fig. 17C). Mancha enegrecida na região lateral do élitro (Fig. 17A)B. llanensis 17’. Margens posteriores dos urosternitos serrilhadas (Fig. 41E). Porção distal da pubescência femoral reta (Fig. 41C). Sem mancha enegrecida na região lateral do élitro (Fig. 41A) ...... B. clarksoni sp. nov. 18. Dorso marrom com manchas pretas. Pontuações elitrais arredondadas (Fig. 19A) ...... 19 18’. Dorso completamente preto. Pontuações elitrais subquadrangulares (Fig. 27A) ...... B. rectangulus 19. Pernas totalmente amareladas (Fig.19C). Região lateral do pronoto sem manchas (15A) ...... 20 19’. Pernas amareladas com parte pubescente do fêmur marrom escura (Fig. 13C). Região lateral do pronoto com uma mancha preta (Fig. 13A) ...... B. freyi 20. Cabeça preta (Fig.15A). Pubescência femoral com porção distal reta (Fig. 15) ...... B. insignis 20’. Cabeça marrom (3Fig. 19A). Pubescência femoral com porção distal oblíqua (Fig. 19C) ...... B. marquardti

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21. Quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções na região mediana (Fig. 35E) ...... 22 21’. Quinto urosternito com reentrância apical contendo uma pequena elevação na região mediana (23E)...... 26 22. Dorso marrom com manchas pretas (Fig. 37A). Margens laterais dos urosternitos lisas ou serrilhadas (37E) ...... 23 22’. Dorso completamente preto (Fig. 35A). Margens laterais dos urosternitos serrilhadas (Fig. 35E) ...... B. atratus sp. nov. 23. Cabeça amarela com manchas pretas (Fig. 9A) ...... 24 23’. Cabeça preta (Fig. 29A) ...... 25 24. Região mediana da fronte com mancha preta de formato trapezoidal (Fig. 9A). Peça basal da genitália masculina com comprimento cerca de 3/4 do comprimento total (Fig. 9F- H) ...... B. castaneus 24’. Região mediana da fronte com uma mancha em forma de “V” (Fig. 37A). Peça basal da genitália masculina cerca de 1/3 do comprimento total (Fig. 37F – H) ...... B. cordatus sp. nov. 25. Pronoto com pontuações de menor diâmetro que as pontuações do élitro. Porção lateral do pronoto sem manchas (Fig. 29A) ...... B. repertus 25’. Pronoto com pontuações de mesmo diâmetro que as pontuações do élitro. Porção lateral do pronoto com mancha preta (Fig. 11A)...... B. consobrinus 26. Pronoto com duas manchas na região mediana (Fig. 23A). Peça basal de comprimento um pouco maior que a metade do comprimento total (Fig. 23F-H) ...... B. olivae 26’. Pronoto sem manchas (Fig. 39A). Peça basal com comprimento de 2/3 do comprimento total (Fig. 39F-H) ...... B. aurifer sp. nov. 27. Prosterno com uma carena elevada com um par de espinhos na região anterior. Processos meso e metasternal separados, o mesosternal com vários espinhos curvos na face ventral, o metasternal em forma de triângulo pouco elevado (Fig. 45C). Élitros sem estrias (Fig. 45A). Meso e metafêmures glabros ...... (Laccobiini, Paracymus) 28 27’. Prosterno não carenado ou carenado, mas sem um par de espinhos anteriores (Fig. 65C). Processos meso e metasternal unidos formando uma quilha contínua (59C); Élitros com estrias. Meso e metafêmures com pubescência basal, que pode ser muito estreita ...... (Hydrophilini) 29

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28. Élitros pretos, mais claro na metade posterior (Fig.45A). Parâmeros afinados na região apical (Fig. A-B) ...... Paracymus gracilis 28’. Élitros pretos com margens laterais amareladas (Fig. 48A). Parâmeros arredondados na região apical (Fig. 49A-B) ...... Paracymus sedatus 29. Fêmures médios e posteriores glabros (Fig. 51C) ...... 33 29’. Fêmures médios e posteriores com pubescência hidrofóbica, algumas vezes restrita à região basal (Fig. 57C) ...... (Tropisternus) 30 30. Elevação prosternal com sulco mediano longitudinal fechado anteriormente (Fig. 61D), em forma de capuz; élitros negros, verde escuros ou marrons, nunca com faixas longitudinais (Fig. 61A) ...... 31 30’. Elevação prosternal com sulco mediano longitudinal aberto anteriormente (Fig. 59C); élitros amarelados com quatro faixas longitudinais esverdeadas (Fig. 59A) ...... Tropisternus collaris 31. Antenômero seis de comprimento normal ...... 32 31’. Antenômero 6 dilatado, de tamanho equivalente ao antenômero apical (Fig. 63D) ...... Tropisternus ovalis 32. 14 mm de comprimento total. Quinto urosternito com um longo espinho mediano, que se estende além do último urosternito (Fig. 57E) ...... Tropisternus apicipalpis 32’. 8,5 mm de comprimento total. Quinto urosternito com uma discreta elevação pré-apical portando um tufo de cerdas douradas (Fig. 61E)...... Tropisternus laevis 33. Elevação prosternal com sulco mediano longitudinal que recebe a porção anterior da elevação mesosternal (Fig. 53D) ...... (Hydrophilus) 34 33’ Elevação prosternal carenada (Fig. 51D) ...... (Hydrobiomorpha) Hydrobiomorpha corumbaensis 34. Menor que 32 mm de comprimento. Quinto urosternito com sulco em formato de “V” na região anterior (Fig. 53E) ...... Hydrophilus ensifer 34’. Maior que 37 mm de comprimento. Quinto urosternito com sulco em formato de “U” na região anterior (Fig. 55E) ...... Hydrophilus simulator

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4.3 Gêneros e espécies de Hydrophilidae dos lagos da savana de Roraima, Brasil

HYDROPHILINAE Latreille, 1802

Berosini Mulsant, 1844

Diagnose. Comprimento total entre 1,5 e 9,0 mm; corpo com forma visivelmente convexa; escutelo mais longo que largo; densa franja de cerdas natatórias sobre as meso e metatíbias; emarginação retangular ou, raramente, semicircular na margem posterior do quinto urosternito abdominal.

Berosus Leach, 1817

Diagnose. Comprimento total entre 1,5 e 9,0 mm. Corpo não muito convexo. Olhos muito projetados. Antenas com sete artículos. Região mediana do mesosterno apresentando carena longitudinal elevada em forma de lâmina, podendo apresentar uma escavação na face ventral da elevação; metasterno não projetado entre as mesocoxas; com região mediana elevada em plataforma que apresenta escavação central, às vezes com presença de projeções posterolaterais espiniformes. Tíbias médias e posteriores com longas cerdas natatórias na face dorsal; tarsos com cinco artículos, exceto em machos, que apresentam tarsos anteriores com quatro tarsômeros, o primeiro mais dilatado. Élitros com estria escutelar bem desenvolvida e fileiras longitudinais de estrias punctiformes, às vezes, com cerdas espiniformes e projeções espiniformes apicais. Abdome com cinco urosternitos; primeiro urosternito podendo apresentar carena longitudinal na região mediana e depressão nas laterais; quinto urosternito com diferentes tipos de reentrâncias na região apical. Berosus é encontrado em todas as regiões biogeográficas, sendo composto por aproximadamente 270 espécies (Fikacek et al., 2010). Na região Neotropical são registradas cerca de 115 espécies, das quais aproximadamente 90 ocorrem na América do Sul e 60 no Brasil (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). No estado de Roraima foram encontradas 19 espécies, sendo 14 já descritas para o gênero e cinco espécies novas. Segundo Oliva (1989) as espécies neotropicais podem ser subdivididas em complexos de espécies com base, principalmente, na forma da genitália masculina:

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Complexo holdhausi - Genitália masculina compactada. Parâmeros paralelos, acuminados. Lobo médio fortemente curvado, formando um "S", dilatado no ápice. Primeiro urosternito carenado na maioria das espécies, sem depressões laterais. Quinto urosternito com reentrância apical rasa e região mediana com um par de dentes pontiagudos. Margens laterais dos urosternitos serrilhada na maioria das espécies. Coloração do dorso variando para cada espécie. Escultura dorsal bem marcada, grossa ou muito grossa.

Na área de estudos foram encontradas as seguintes espécies: Berosus rectangulus Mouchamps, 1960 Berosus marquardti Knisch, 1921 Berosus insignis Knisch, 1921 Berosus freyi Mouchamps, 1960 Berosus consobrinus Knisch, 1921 Berosus apiciflatus sp. nov. Berosus atratus sp. nov.

Complexo obscurifrons - Genitália masculina alongada, levemente compactada. Parâmeros acuminados. Lobo médio debilmente curvado, levemente dilatado no ápice. Primeiro urosternito sem carena mediana, com depressões laterais rasas. Quinto urosternito com reentrância apical profunda e um par de dentes na região mediana. Escultura dorsal fina, sem micropontuações. Coloração do dorso sem brilho metálico nas espécies conhecidas.

Na área de estudos foi encontrada uma espécie: Berosus cordatus sp. nov.

Complexo patruelis - Genitália masculina subcilíndrica. Parâmeros acuminados, paralelos. Lobo médio espesso, pouco curvo. Primeiro urosternito carenado ou não, com ou sem depressões laterais. Olhos notavelmente grandes, às vezes maiores nos machos. Escultura dorsal grosseira, mas com finas estrias elitrais.

Na área de estudos foram encontradas as seguintes espécies: Berosus patruelis Berg, 1885 Berosus repertus Oliva & Short, 2012

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Complexo sticticus - Genitália masculina comprimida. Parâmeros paralelos, acuminados. Lobo médio fortemente ou débilmente curvo, moderadamente dilatado no ápice. Primeiro urosternito carenado ou não, sem depressões laterais. Escultura dorsal variando de grossa a fina, com ou sem micropontuações. Tamanho pequeno (comprimento total raramente superior a 4 mm). Todas as espécies conhecidas sem brilho metálico no dorso.

Na área de estudos foram encontradas as seguintes espécies: Berosus llanensis Oliva & Short, 2012 Berosus olivae Queney, 2006 Berosus aurifer sp. nov. Berosus clarksoni sp. nov.

Complexo truncatipennis - Genitália masculina cilíndrica, grande. Parâmeros mais ou menos acuminados, com apêndices membranosos internos. Lobo médio simples, com ápice pontiagudo ou complexo. Primeiro urosternito carenado, com depressões laterais grandes, profundas e arredondadas na maioria das espécies.

Na área de estudos foi encontrada apenas uma espécie: Berosus megaphallus Oliva & Short, 2012

Complexo corumbanus - Genitália masculina cilíndrica. Parâmeros acuminados, claramente divididos longitudinalmente em uma área membranosa e uma esclerosada. Lobo médio fortemente dilatado no ápice. Primeiro urosternito carenado, sem depressões laterais. Margens laterais dos urosternitos lisas, ás vezes a margem lateral do quinto urosternito serrilhada. Escultura dorsal fina ou moderadamente grosseira.

Na área de estudos foi encontrada apenas uma espécie: Berosus castaneus Oliva & Short, 2012

Complexo reticulatus - Genitália masculina comprimida. Parâmeros alongando-se, estreitando-se ou arredondando-se no ápice. Lobo médio pouco curvado, com o ápice pouco

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dilatado. Primeiro urosternito não carenado, com rasas ou profundas depressões laterais. Élitro de todas as espécies conhecidas com ápices biespinosos.

Na área de estudos foram encontradas as seguintes espécies: Berosus reticulatus Knisch, 1921 Berosus ambogynus Mouchamps, 1963 Berosus brevibasis Oliva, 1989

Berosus ambogynus Mouchamps, 1963 (Figs. 4; 5A - H)

Berosus (Enoplurus) ambogynus Mouchamps, 1963: 123. Berosus ambogynus Mouchamps: Oliva,1989: 164, Figs. 262, 263; Hansen, 1999: 73; Oliva e Short, 2012: 8, Figs. 2A, 2B, 3A, 26.

Diagnose. 5,5 – 5,6 mm de comprimento total. Cabeça marrom, sem brilho metálico, apenas escurecida na fronte. Processo mesosternal em formato laminar, com dente anterior e posterior pequeno, o primeiro mais saliente, borda entre eles um pouco serrilhada (Fig.5D). Élitros com cerdas espiniformes em todas as interestrias, ápices recortados em semicírculo e ponta sutural longa e afilada (Fig.5A). Fêmures marrons com pubescência cobrindo quase toda a superfície, porção distal reta (Fig.5C). Urosternitos com bordas laterais lisas e posteriores serrilhadas; quinto urosternito com reentrância apical contendo uma pequena elevação medial (Fig.5E). Genitália masculina com peça basal mais curta que a metade da longitude total. Parâmeros curvados regularmente em terço distal, apresentando cerdas longas em toda a sua longitude. Lobo médio mais curto que os parâmeros (Fig.5F-H). Comentários. Esta espécie é bem caracterizada pelo formato dos ápices elitrais cortados em semicírculo e pela escultura com pontuações muito finas. Assemelha-se a B. festai Knisch, 1925 pela proporção da peça basal e distal, diferenciando-se por apresentar parâmeros mais arredondados em seu ápice. Distribuição. BRASIL: Amazonas, Pará, Roraima; BOLÍVIA: Tarija; VENEZUELA: Amazonas, Apure, Bolívar, Guárico.

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Figura 4. Mapa com registro geográfico de Berosus ambogynus Mouchamps nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 31.v.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 01.vi.2015; 12.viii.2015, 5 ♂ e 14 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015, 3 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 03.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W , 03.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 15, 02°58'04.1''N, 61°04'46.2''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 04.vi.2015; 10.viii.2015 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, K. Dias, L. Santana cols., 07.vi.2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 07.vi.2015; 13.viii.2015, 8 ♂ e 19 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, 02.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 42 ♂ e 44 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 21, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 8 ♂ e 3 ♀ [álcool].

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Figura 5.A – H: Berosus ambogynus Mouchamps. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus brevibasis Oliva, 1989

(Figs. 6; 7A - H)

Berosus (Enoplurus) brevibasis Oliva, 1989: 165, Figs. 264, 265, 266, 267, 268; Hansen, 1999: 76; Oliva e Short, 2012, Figs. 2C, 4A.

Diagnose. 4,6 - 5,2 mm de comprimento total. Cabeça marrom, com a parte posterior da fronte mais escura. Pontuações da cabeça fina, sem microesculturas. Processo mesosternal em forma de lâmina grossa e muito saliente, com pequeno dente anterior curvado, voltado para trás e ângulo posterior arredondado, muito saliente (Fig.7D). Cerdas espiniformes em todas as interestrias elitrais. Ápices elitrais recortados em semicírculo e ângulo sutural sem prolongação (Fig.7A). Fêmures marrons, com a pubescência cobrindo quase toda superfície, porção distal reta (Fig.7C). Primeiro urosternito sem carena mediana ou depressões laterais. Margens laterais dos urosternitos lisas e posteriores serrilhadas. Quinto urosternito visível com borda lisa; reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.7E). Genitália masculina com peça basal muito curta, cerca de quatro vezes menor que o comprimento total; parâmetros largos, arredondados no ápice, lobo médio mais largo que os parâmetros, subcilíndrico, engrossado fortemente na base e ligeiramente no ápice (Fig.7F-H).

Comentários. Se diferencia de B. ambogynus por apresentar forma mais robusta, presença de pontos mais grossos na escultura e ângulo sutural dos ápices elitrais não tão longos e afilados. A ausência de brilho metálico a difere das outras espécies do complexo reticulatus Knisch,1921.

Distribuição. BRASIL: Mato Grosso, Roraima; VENEZUELA: Apure, Bolívar, Guárico.

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Figura 6. Mapa com registro geográfico de Berosus brevibasis Oliva nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01.vi.2015, 6 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', K. Dias, L. Santana cols., 11.viii.2015, 8 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, K. Dias, L. Santana cols., 08.viii.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 01.vi.2015; 13.viii.2015, 4 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 6, 02°48'21.2''N, 60°47'40.8''W, K. Dias, L. Santana cols., 12.viii.2015, 5 ♂ e 5 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, K. Dias, L. Santana cols., 12.viii.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 11, 02°53'36.6''N, 60°55'40.1''W, 03.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45. 03.vi.2015, 3 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 3 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, K. Dias, L. Santana cols., 12.viii.2015, 10 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, K. Dias, L. Santana cols., 09.viii.2015, 8 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, K. Dias, L. Santana cols., 09.viii.2015, 2 ♂ e 6 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 12 ♂ e 12 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, K. Dias, L. Santana cols., 10/viii/2015, 2 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 21, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, K. Dias, L. Santana cols., 06.vi.2015; 13.viii.2015, 5 ♂ 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols.,

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07.vi.2015; 13.viii.2015, 4 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 26, 02°52'02.1''N, 60°51'00.0''W, 07.vi.2015, 3 ♂ e 2 ♀ [álcool].

Figura 7A – H: Berosus brevibasis Oliva. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus castaneus Oliva & Short, 2012 (Figs. 8; 9A - H)

Berosus castaneus: Oliva e Short, 2012: 41, Figs. 21B.

Diagnose. 4,3 – 4,6 mm de comprimento total. Clípeo marrom claro com um triângulo de coloração mais escura medialmente. Fronte marrom nas laterais com centro totalmente enegrecido. Pontuações da cabeça mais finas que as pronotais. Pronoto com duas faixas escurecidas, separadas por uma faixa mais fina, marrom. Processo mesosternal com dente anterior pequeno, dirigido posteroventralmente (Fig.9D). Élitro apresentando manchas escuras, esparsas, no padrão usual (Fig.9A). Estrias elitrais externas mais densamente pontuadas que as internas. Interestrias com pontuações uniseriadas, de mesmo diâmetro que nas estrias e contendo cerdas espiniformes; ápice elitral sem projeções ou recortes (Fig.9A). Primeiro urosternito sem carena mediana, sem depressões laterais. Bordas laterais dos urosternitos lisas e bordas posteriores dos quatro primeiros urosternitos serrilhadas. Quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes medianamente (Fig.9E). Genitália masculina com peça basal que se estende por 3/4 do comprimento total. Parâmeros acuminados com filas de cerdas curtas estendendo-se subapicalmente. Lobo médio um pouco mais curto que os parâmeros, reto, acuminado no ápice (Fig.9F-H).

Comentários. Esta espécie assemelha-se a B. sinigus Oliva, 1989 e B. hispidulus Oliva, 1993 na forma geral da genitália e o padrão de cor. Ela difere de ambas por ter cerdas como espinhos nas interestrias e peça basal da genitália masculina muito longa.

Distribuição. BRASIL: Roraima; VENEZUELA: Bolívar.

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Figura 8. Mapa com registro geográfico de Berosus castaneus Oliva & Short nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W , 03.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 07.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 5 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W, 06.vi.2015, 1 ♀ [álcool].

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Figura 9A – H: Berosus castaneus Oliva & Short. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus consobrinus Knisch, 1921 (Figs. 10; 11A - H)

Berosus (Berosus) consobrinus Knisch, 1921: 18. Berosus consobrinus Knisch: Oliva,1989: 93; Oliva,1993: 203; Oliva, 2012: 21.

Diagnose. 3,2 - 3,4 mm de comprimento total. Cabeça negra com brilho verde metálico; densamente pontuada, com pontos mais largos e profundos na região posterior da fronte. Pronoto marrom com uma mancha extensa na região mediana e uma mancha nas margens laterais. Pontuações do pronoto de diâmetro equivalente ao diâmetro das pontuações do élitro; separadas por aproximadamente o diâmetro de um ponto. Processo mesosternal laminar com dente anterior voltado para baixo (Fig.11D). Ápice elitral sem projeções ou recortes (Fig.11A). Pernas marrom com parte pubescente dos fêmures marrom escuro; porção distal oblíqua (Fig.11C). Primeiro urosternito visível sem carena mediana ou depressões laterais. Margens laterais e posteriores dos urosternitos serrilhados. Quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.11E). Peça basal de tamanho igual a metade do comprimento total; parâmeros de tamanho equivalente ao comprimento do lobo médio, portando uma fileira de cerdas subapicais; lobo médio acuminado apicalmente (Fig.11F-H).

Comentários. Se assemelha a B. freyi Mouchamps, 1960 pelo padrão de manchas pronotais e pela forma da genitália masculina, diferenciando-se desta por apresentar pontuações pronotais grosseiras, de mesmo diâmetro que as pontuações do élitro (pontuações pronotais mais finas que as elitrais em B. freyi); processo mesosternal laminar e primeiro urosternito sem carena na região mediana.

Distribuição. BRASIL: Mato Grosso, Roraima; VENEZUELA: Bolívar, Guárico.

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Figura 10. Mapa com registro geográfico de Berosus consobrinus Knisch nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 07/vi/2015, 1 ♂ [álcool].

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Figura 11A – H: Berosus consobrinus Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus freyi Mouchamps, 1960 (Figs. 12; - 13A - H)

Berosus freyi: Mouchamps, 1960: 97; Oliva, 1989: 85, Figs. 35 - 38.

Diagnose. 4,0 mm de comprimento total. Cabeça negra com brilho verde metálico; densamente pontuada, com pontos mais largos e profundos na região posterior da fronte. Pronoto marrom com uma mancha enegrecida extensa na região mediana e uma nas margens laterais. Processo mesosternal com dente anterior escavado, voltado para baixo (Fig.13D). Ápice elitral sem projeções ou recortes (Fig.13A). Pubescência femoral oblíqua, moderadamente extensa (Fig.13C). Primeiro urosternito visível carenado em toda a sua longitude. Margens laterais e posteriores dos urosternitos serrilhadas. Quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.13E). Peça basal de tamanho igual a metade do comprimento total; parâmeros de tamanho equivalente ao comprimento do lobo médio, portando uma fileira de cerdas subapicais; lobo médio acuminado apicalmente (Fig.13F-H).

Comentários. Ver comentário de. Berosus insignis.

Distribuição. BRASIL: Pará, Roraima.

Figura 12. Mapa com registro geográfico de Berosus freyi Mouchamps nos lagos da savana de Roraima. 32

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 07.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

Figura 13A – H: Berosus freyi Mouchamps. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F.

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Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

Berosus insignis Knisch, 1921 (Figs. 14; 15A - H)

Berosus insignis Knisch, 1921: 17; Mouchamps, 1960: 100; Oliva, 1989: 90, Figs. 57 – 59; Hansen, 1999: 89.

Diagnose. 3,0 - 3,3 mm de comprimento total. Cabeça preta com brilho verde metálico. Pronoto marrom, apresentando duas manchas na região mediana, a anterior mais arredondada e a posterior em forma de triângulo invertido. Pontuações da cabeça e pronoto irregulares e bem impressos. Dente anterior do processo mesosternal ligeiramente engrossado, mas não oco, voltado para baixo e para trás (Fig.15D). Estrias elitrais com pontos redondos mais grossos que os pronotais, alguns apresentando cerdas espiniformes. Ápice elitral sem projeções ou recortes (Fig.15A). Pubescência femoral extensa, reta (Fig.15C). Primeiro urosternito carenado, sem depressões laterais. Margens laterais e posteriores dos urosternitos serrilhadas. Quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.15E). Genitália masculina com peça basal de tamanho um pouco maior que a metade do comprimento total; parâmeros estreitos, levemente sinuosos, arredondados, com longas cerdas subapicais (Fig.15F-H).

Comentários. Se assemelha a B. freyi pelo comprimento do corpo, padrão de manchas elitrais e forma da genitália masculina. Em B. insignis a genitália masculina é mais larga que em B. freyi, a peça basal é um pouco maior que a metade do comprimento total e lobo médio maior que os parâmeros. Se diferencia também pela ausência de manchas laterais no pronoto, bem evidentes em B. freyi.

Distribuição. BRASIL: Mato Grosso, Roraima; PARAGUAI: Boquerón.

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Figura 14. Mapa com registro geográfico de Berosus insignis Knisch nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista. Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 03.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 15, 02°58'04.1''N, 61°04'46.2''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 04.vi.2015; 10.viii.2015, 3 ♂ e 6 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 16, 02°59'46.20"N, 61°6'44.07"W, 04.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 05.vi.2015; 12.viii.2015, 10 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 07.vi.2015, 13 ♂ e 9 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 1 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 26, 02°52'02.1''N, 60°51'00.0''W, 07.vi.2015, 5 ♂ e 6 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W 02.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 17 ♂ e 26 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 21, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 3 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W 06.vi.2015; 1 ♂ e 1 ♀ [álcool].

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Figura 15A – H: Berosus insignis Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus llanensis Oliva & Short, 2012 (Figs. 16 – 17A - H)

Berosus llanensis: Oliva e Short, 2012: 38, Figs. 19A, 20A.

Diagnose. 2,3 - 2,6 mm de comprimento total. Cabeça marrom com área mediana da fronte escurecida. Pontuações pronotais arredondadas, moderadamente densas, maiores e mais profundas que as pontuações da cabeça. Processo mesosternal com dente anterior grande, voltado para trás e para baixo (Fig.17D). Pontuações da margem lateral do élitro, arredondadas, esparsas, medindo cerca de duas vezes o diâmetro de um ponto; ápice elitral sem projeções ou recortes (Fig.17A). Primeiro urosternito carenado, sem depressões laterais. Margens laterais e posteriores dos urosternitos lisas. Quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes (Fig.17E). Genitália masculina com peça basal de comprimento cerca de duas vezes maior que a largura, correspondendo a 2/3 do comprimento total. Parâmeros curvados, com ápices estreitados, portando uma fileira de cerdas curtas, subapicais (Fig.17F-H).

Comentários. A espécie se assemelha a B. sticticus Kinsch, 1921 e B. guyanensis Boheman, 1859 pela forma da genitália masculina, diferenciando-se por possuir peça basal maior. Se assemelha também a B. olivae Queney 2006, mas pode ser diferenciada desta por apresentar tonalidade mais escura; uma mancha bem aparente na região lateral do élitro; forma da genitália masculina e reentrância apical do quinto urosternito com duas projeções espiniformes na região mediana (ausente em B. olivae).

Distribuição. BRASIL: Roraima; VENEZUELA: Apure.

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Figura 16. Mapa com registro geográfico de Berosus llanensis Oliva & Short nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 31.v.2015, 6 ♂ e 7 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, 01.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, 01.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015, 4 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, 02.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 03.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03.vi.2015, 4 ♀; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, 07.vi.2015, 1 ♀; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 26, 02°52'02.1''N, 60°51'00.0''W, 07.vi.2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, 02.vi.2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02.vi.2015, 3 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 14 ♂ e 10 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, 05.vi.2015, 6 ♀ [álcool].

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Figura 17A – H: Berosus llanensis Oliva & Short. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus marquardti Knisch, 1921 (Figs. 18; 19A - H)

Berosus marquardti Knisch, 1921: 12; Mouchamps, 1960: 102; Oliva, 1989: 88, Figs. 48 – 52; Hansen, 1999: 89; Oliva e Short, 2012: 40.

Diagnose. 3,2 - 3,9 mm de comprimento total. Cabeça marrom, sem brilho metálico, escurecida na metade posterior da fronte. Pronoto com pequenas manchas escurecidas na região mediana, uma na região anterior e duas na região posterior. Dente anterior do processo mesoesternal curvado, escavado, voltado para baixo (Fig.19D). Élitro com pontos seriados redondos, mais grossos do que os pronotais, portando cerdas espiniformes nas interestrias; ápice elitral sem projeções ou recortes (Fig.19A). Pubescência femoral extensa, oblíqua. Carena do primeiro urosternito muito elevada, convexa em vista lateral. Margens laterais e posteriores dos urosternitos serrilhadas. Quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.19E). Peça basal da genitália masculina de tamanho igual a metade do comprimento total; parâmeros maiores e mais finos que o lobo médio, portando uma fileira de cerdas subapicais (Fig.19F-H).

Comentários. Espécie próxima a B. corozo Oliva & Short, 2012, da qual pode ser diferenciada por apresentar tonalidade do dorso mais escura e forma do processo mesosternal não laminar.

Distribuição. BRASIL: Mato Grosso, Roraima; VENEZUELA: Apure.

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Figura 18. Mapa com registro geográfico de Berosus marquardti Knisch nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01.vi.2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 01.vi.2015; 08.viii.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 01.vi.2015; 12.viii.2015, 5 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015, 3 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 6, 02°48'21.2''N, 60°47'40.8''W, 02.vi.2015, 3 ♂ e 4 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, 02.vi.2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 03.vi.2015, 3 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015, 2 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 16, 02°59'46.20"N, 61° 6'44.07"W, 04.vi.2015, 4 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05.vi.2015, 6 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 8 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, 07.vi.2015, 4 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 07.vi.2015, 2 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 26, 02°52'02.1''N, 60°51'00.0''W, 07.vi.2015, 2 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, 02.vi.2015, 5 ♂ e 4 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 5 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, 05.vi.2015, 3 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 21, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 2 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto

41

Alto Alegre, Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 06.vi.2015; 10.viii.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool].

Figura 19A – H: Berosus marquardti Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus megaphallus Oliva & Short, 2012 (Figs. 20; 21A - H)

Berosus megaphallus: Oliva e Short, 2012: 41, Figs. 21B.

Diagnose. 6,2 - 7,7 mm de comprimento total. Cabeça marrom, escurecida na região posterior da fronte. Pronoto com duas faixas escuras e estreitas na região mediana. Processo mesosternal laminar, com dente anterior grande e curvado (Fig.21D). Élitro com manchas enegrecidas esparsas, seguindo o padrão usual. Escultura moderadamente fina (Fig.21A). Interestrias largas, com pontuações de tamanho moderado dispostos em séries, na metade posterior do élitro um pouco mais grossas e contendo cerdas espiniformes. Ápices elitrais emarginados, com espinho parasutural agudo (Fig.21A, C). Primeiro urosternito com carena mediana e grandes depressões laterais. Margens laterais e posteriores dos urosternitos lisas. Porção posterior do quinto urosternito elevado, formando um disco ao redor de uma reentrância apical estreita e profunda (Fig.21E). Peça basal da genitália masculina cerca de 2/3 o comprimento total. Parâmeros de ápices largos, contendo apêndices membranosos na posição ventral e tufos de cerdas na região dorsal (Fig.21F-H).

Comentários. Assemelha-se a B. truncatipennis Castelnau, 1840, mas com pontuações mais finas no dorso e ápice elitral com ângulo sutural nos machos largamente arredondada, não tendo espinhos.

Distribuição. BRASIL: Roraima; GUIANA: Karanambo; VENEZUELA: Apure, Bolívar, Delta Amacuro, Monagas.

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Figura 20. Mapa com registro geográfico de Berosus megaphallus Oliva & Short nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, L. Santana cols., 08.viii.2015, 2 ♂ 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 11, 02°53'36.6''N, 60°55'40.1''W, 11.viii.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 11.viii.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', K. Dias, C. Benetti cols., 31.v.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, 10.viii.2015, 1 ♀ [álcool].

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Figura 21A – H: Berosus megaphallus Oliva & Short. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus olivae Queney, 2006 (Figs. 22; 23A - H)

Berosus olivae: Queney, 2006: 459, Figs. 1-7; Oliva e Short, 2012: 43, Figs. 19B, 20B.

Diagnose. 2,4 – 2,6 mm de comprimento total. Coloração da cabeça amarela, com duas manchas mais escuras na região posteromediana da fronte; Pronoto amarelo escuro, com porção mediana apresentando duas faixas longitudinais mais escuras, que se unem na porção anterior; duas manchas na região lateral. Pontuações do pronoto distanciadas por aproximadamente uma a duas vezes o diâmetro de um ponto; presença de fileira de pontuações mais evidentes e mais escuras na região posterior (Fig.23A). Prosterno com reentrância ânteromediana. Processo mesosternal laminar (Fig.23D). Pernas amareladas; pubescência cobrindo todo o fêmur, exceto em seu ápice; parte distal da pubescência levemente oblíqua (Fig.23C). Élitro amarelo apresentando manchas enegrecidas esparsas em toda a sua extensão; presença de dez fileiras longitudinais de estrias grosseiras; cerdas espiniformes em todo o comprimento das estrias e interestrias; ápices elitrais sem projeções ou recortes (Fig.23A). Urosternitos com margens laterais lisas e margem posterior dos quatro primeiros urosternitos serrilhadas; quinto urosternito com reentrância apical contendo uma discreta projeção na região mediana (Fig.23E). Peça basal da genitália masculina de comprimento um pouco maior que a metade do comprimento total, envolvendo as partes distais. Parâmeros um pouco mais curto que o lobo médio, curvando-se gradualmente em direção ao ápice, subcilíndricos, com fileiras de cerdas subapicais. Lobo médio dilatado e arredondado no ápice, que apresenta, em vista dorsal, um orifício (Fig.23F-H).

Comentários. Ver comentário em B. llanensis.

Distribuição. BRASIL: Roraima; GUIANA FRANCESA: Iracoubo; VENEZUELA: Bolívar.

46

Figura 22. Mapa com registro geográfico de Berosus olivae Queney nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 31/v/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, 01/vi/2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, 01/vi/2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 6, 02°48'21.2''N, 60°47'40.8''W, 02/vi/2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, 02/vi/2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 03/vi/2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03/vi/2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W , Rede 03/vi/2015, 1♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04/vi/2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 15, 02°58'04.1''N, 61°04'46.2''W, 04/vi/2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05/vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06/vi/2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, 07/vi/2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 07/vi/2015, 3 ♀; mesmos dados, exceto Lago 26, 02°52'02.1''N, 60°51'00.0''W, 07/vi/2015, 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, 02/vi/2015, 2 ♂ e 1 ♀

47

[álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02/vi/2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05/vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 21, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06/vi/2015, 2 ♀ [álcool].

Figura 23A – H: Berosus olivae Queney. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. 48

Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral. Berosus patruelis Berg, 1885 (Figs. 24; 25A - H)

Berosus patruelis: Berg, 1885: 220; Bruch, 1915: 483. B. (Enoplurus) griseus: Knisch, 1924: 263; Mouchamps, 1963: 126; Bidau, 1978: 64. B. (s. str.) carinatus: Mouchamps, 1963 (syn. nov.). B. (Enoplurus) patruelis: Oliva, 1982: 106; Oliva, 1989: 122, Figs. 149 - 156; Oliva e Short, 2012: 45, Figs. 22A, 23A. Diagnose. 3,2 – 4,7 mm de comprimento total. Cabeça preta, sem brilho metálico. Pronoto amarelo pardo com uma mancha enegrecida na região medial, dividida por uma faixa central. Processo mesosternal com dente anterior quase reto, voltado para baixo e atrás (Fig.25D). Élitros densamente pontuados, com estrias finas e interestrias com pontos grossos dispostos bi ou triseriadamente; cerdas espiniformes na metade posterior. Ápices elitrais recortados quase em semicírculo (Fig.25A). Primeiro urosternito com depressões laterais pequenas e rasas, as vezes reduzidas a uma simples área lisa. Margens laterais dos urosternitos lisas e posteriores discretamente serrilhadas. Quinto urosternito com reentrância muito larga e rasa; apresentanado duas projeções um pouco arredondadas na porção mediana (Fig.25E). Genitália masculina com parâmetos largos, amplamente acuminados; lobo médio um pouco mais curto que os parâmeros, subcilíndrico, quase reto, dilatado no ápice (Fig.25F-H).

Comentários. Esta espécie apresenta variação intraespecífica nas depressões laterais do primeiro urosternito, tendo, alguns espécimes depressões mais rasas e outras depressões um pouco mais profundas. Alguns exemplares possuem diferença na coloração do dorso.

Distribuição. ARGENTINA: Buenos Aires; BRASIL: Mato Grosso, Roraima; BOLÍVIA: Santa Cruz, PARAGUAI: São Pedro, Concepção; VENEZUELA: Amazonas, Bolívar, Apure, Aragua, Barinas, Cojedes.

49

Figura 24. Mapa com registro geográfico de Berosus patruelis Berg nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01.vi.2015, 1 ♀; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W , 03.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 07.vi.2015; 13.viii.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 05.vi.2015; 10.viii.2015, 1 ♂ e 1♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W, 06.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

50

Figura 25A – H: Berosus patruelis Berg. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

51

Berosus rectangulus Mouchamps, 1960 (Figs. 26; 27A - H)

Berosus rectangulus Mouchamps, 1960:101; Oliva, 1989: 87, Figs. 44 – 47; Hansen, 1999: 92; Oliva e Short, 2012: 38, Figs. 19A, 20A.

Diagnose. 3,5 – 4,3 mm de comprimento total. Cabeça preta, sem brilho metálico, densamente pontuada, com pontos grossos; fileira de longas cerdas dispostas ao longo da margem interna dos olhos. Pronoto preto, mais estreito que o élitro com pontos tão grossos quanto os da cabeça. Processo mesosternal com face anterior convexa, ápice dentiforme, levemente dilatado e escavado (Fig.27D). Élitro com profundas pontuações subseriadas subquadrangulares; interestrias reduzidas (Fig.27A-B). Tíbias amarronzadas em sua base com ápice das protíbias e 3/4 distais do meso e metafêmures mais escuros; pubescência dos fêmures reduzida (Fig.27C). Primeiro urosternito com carena mediana longitudinal; sem depressões laterais. Margens laterais e posteriores dos urosternitos serrilhadas. Quinto urosternito com reentrância apical, apresentando dois dentes na região medial (Fig.27E). Genitália masculina com peça basal de tamanho equivalente a metade do comprimento total ou um pouco maior; parâmeros curvados, arredondados, com longas cerdas subapicais; lobo médio mais curto que os parâmeros (Fig.27F-H).

Comentário. Esta espécie parece apresentar variação intraespecífica na coloração do pronoto, possuindo, alguns indivíduos, pronoto marrom com manchas enegrecidas, outros com pronoto completamente preto. Se diferencia de B. holdhausi Knisch, 1921 pela ausência de brilho metálico na cabeça, padrão de coloração das pernas e forma da genitália masculina.

Distribuição. BRASIL: Mato Grosso, Roraima.

52

Figura 26. Mapa com registro geográfico de Berosus rectangulus Knisch nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01.vi.2015, 4 ♂ e 15 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, 01.vi.2015, 17 ♂ e 13 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015, 12 ♂ e 35 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 6, 02°48'21.2''N, 60°47'40.8''W, 02.vi.2015, 11 ♂ e 9 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, 02.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 03.vi.2015, 20 ♂ e 33 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 11, 02°53'36.6''N, 60°55'40.1''W, 03.vi.2015, 3 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W , 03.vi.2015, 5 ♂ 7♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 16, 02°59'46.20"N, 61° 6'44.07"W, 04.vi.2015, 7 ♂ e 13 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05.vi.2015, 4 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, 07.vi.2015, 10 ♂ e 16 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 07.vi.2015, 3 ♂ e 7 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 2 ♂ e 8 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 26, 02°52'02.1''N, 60°51'00.0''W, 07.vi.2015, 23 ♂ e 26 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02.vi.2015, 4 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 14 ♂ e 6 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, 05.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 21, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 5 ♂ e 9 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W, 06.vi.2015, 2 ♂ e 6 ♀ [álcool].

53

Figura 27A – H: Berosus rectangulus Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus repertus Oliva & Short, 2012 (Figs. 28; 29A - H)

Berosus repertus: Oliva e Short, 2012: 49, Figs. 22B, 23B.

Diagnose. 4,1 – 4,5 mm de comprimento total. Cabeça preta com brilho verde metálico. Pronoto marrom com mancha enegrecida dividida por uma linha amarelada na região mediana. Processo mesosternal laminar, com dente anterior grande, angularmente muito curvado, voltado para trás; ângulo posterior arredondado (Fig.29D). Élitro marrom com manchas enegrecidas esparsas; presença de cerdas espiniformes em todas as interestrias; ápice elitral sem projeções ou recortes (Fig.29A). Primeiro urosternito com carena mediana e depressões laterais grandes, arredondadas. Margem lateral dos urosternitos lisas; margem posterior dos quatro primeiros urosternitos serrilhadas. Quinto urosternito com reentrância apical contendo na região mediana dois dentes (Fig.29E). Peça basal da genitália masculina medindo 2/3 do comprimento total; parâmeros longos, paralelos, arredondados no ápice, com uma fila de cerdas curtas subapicais (Fig.29F-H).

Comentários. Assemelha-se a Berosus palposus Knisch, 1921 e B. patruelis pelo formato e comprimento do corpo. Diferencia-se de B. palposus por possuir genitália masculina com peça basal mais alongada e de B. patruelis pela forma da genitália masculina com peça basal mais comprida que em B. repertus e lobo médio subcilíndrico não dilatado no ápice; possui também mancha medial do pronoto mais alargada.

Distribuição. BRASIL: Roraima; VENEZUELA: Apure, Barinas, Guárico.

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Figura 28. Mapa com registro geográfico de Berosus repertus Oliva & Short nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista: Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 31.v.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, 01.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, 01.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 6, 02°48'21.2''N, 60°47'40.8''W, 02.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, 02.vi.2015, 2 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 03.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 11, 02°53'36.6''N, 60°55'40.1''W, 03.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 16, 02°59'46.20"N, 61°6'44.07"W, 04.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05.vi.2015, 3 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 07.vi.2015, 7 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 7 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, 02.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 25 ♂ e 21 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 21, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W 06.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

56

Figura 29A – H: Berosus repertus Oliva & Short. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus reticulatus Knisch, 1921 (Figs. 30; 31A - H)

Berosus (Enoplurus) reticulatus Knisch 1921: 62; Knisch, 1924: 79: 264; knisch, 1925: 39; Bruch, 1927: 546, 551. Mouchamps, 1963: 125. Berosus reticulatus Knisch: Oliva, 1989: 155, Figs. 241 - 247; Hansen, 1999: 80; Oliva e Short, 2012: 48, Figs. 2A, 4B.

Diagnose. 4,0 – 5,1 mm de comprimento total. Cabeça preta com brilho verde metálico. Pronoto marrom com mancha central escura extensa, dividida medianamente por uma linha mais clara. Processo mesosternal com dente anterior afilado, saliente, voltado para baixo e para trás; dente posterior sem ponta, arredondado (Fig.31D). Cerdas espiniformes em todas as interestrias elitrais. Ápices elitrais recortados e ângulo sutural sem prolongação (Fig.31A). Pubescência femoral extensa e reta (Fig.31C). Margens laterais dos quatro primeiros urosternitos lisas; margens posteriores serrilhadas. Quinto urosternito visível com borda lateral serreada, apresentando reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.31E). Genitália masculina alongada; peça basal equivalente a 2/3 da longitude total; lobo médio fino, mais curto que os parâmeros, gradualmente dilatado apicalmente (Fig.31F-H).

Comentários. Se diferencia das outras espécies do gênero pelo brilho aveludado das superfícies dorsais muito característico, pela extensão da mancha pronotal e nitidez do desenho das manchas do élitro e pela margem lateral dos quatro primeiros urosternitos lisas e do quinto serrilhada.

Distribuição. ARGENTINA: Buenos Aires, Santa Fé; BRASIL: Mato Grosso, Roraima; PARAGUAI: Concepção; VENEZUELA: Anzoátegui, Barinas, Bolívar, Falcón, Guárico.

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Figura 30. Mapa com registro geográfico de Berosus reticulatus Knisch nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01.vi.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, K. Dias, L. Santana cols., 09.viii.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015, 6 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 6, 02°48'21.2''N, 60°47'40.8''W, 02.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015, 2 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, K. Dias, L. Santana cols., 12.viii.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 8 ♂ e 5 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, 07.vi.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 07.vi.2015; 13.viii.2015, 25 ♂ e 14 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 7 ♂ e 6 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 26, 02°52'02.1''N, 60°51'00.0''W, 07.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, 02.vi.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02.vi.2015, 3 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 8 ♂ e 4 ♀ [álcool].

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Figura 31A – H: Berosus reticulatus Knisch. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus apiciflatus sp. nov. (Figs. 32; 33A - H)

Diagnose. 4,6 – 4,8 mm de comprimento total. Coloração da cabeça preta com brilho metálico. Pronoto marrom, com porção mediana apresentando duas faixas longitudinais enegrecidas que se juntam na porção anterior (Fig.33A). Mesosterno com elevação mediana laminar, face anterior convexa com ápice dentiforme levemente dilatado (Fig.33D). Élitro marrom, com manchas enegrecidas esparsas (Fig.33A). Margens laterais e posteriores de todos os urosternitos serrilhadas; primeiro urosternito com carena mediana, sem depressão nas laterais; quinto urosternito dos machos com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.33E). Peça basal com comprimento cerca da metade do comprimento total; parâmeros um pouco mais curtos que o lobo médio, curvando-se gradualmente em direção ao ápice, com fileiras de cerdas subapicais; lobo médio dilatado e arredondado no ápice, apresentando, em vista dorsal, um orifício (Fig.33F-H).

Descrição:

Tamanho. 4,6 – 4,8 mm de comprimento total.

Cabeça: Coloração negra com brilho metálico; densamente pontuada, com pontos mais finos que os do pronoto, distanciados por aproximadamente o diâmetro de um ponto; pontuações da fronte mais largas e profundas que as do clípeo (Fig.33A). Clípeo com carena longitudinal mediana na região posterior. Olhos protuberantes, separados por pouco mais que duas vezes a largura de um olho. Comprimento dos antenômeros da clava somados menor que a soma do comprimento dos demais antenômeros; último antenômero de comprimento equivalente a duas vezes o do anterior. Palpos maxilares longos, de comprimento um pouco menor que duas vezes a largura do mento; último palpômero de comprimento maior que os anteriores. Palpos labiais com comprimento equivalente à metade da largura do mento; segundo palpômero discretamente menor que o terceiro.

Tórax: Pronoto marrom, com porção mediana apresentando duas faixas longitudinais enegrecidas que se juntam na porção anterior; pontuação do pronoto com pontos distanciados por aproximadamente duas vezes o diâmetro de um ponto (Fig.33A). Prosterno com reentrância ânteromediana. Escutelo preto, com pontos escassos, distanciados por aproximadamente uma a duas vezes o diâmetro de um ponto. Mesosterno com elevação mediana laminar, face anterior convexa com ápice dentiforme levemente dilatado (Fig.33D).

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Metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme. Élitro marrom, com manchas enegrecidas esparsas; dez fileiras longitudinais de estrias punctiformes grosseiras; ápice elitral sem projeção espiniforme ou recorte (Fig.33A).

Pernas: Coloração marrom. Pubescência dos fêmures cobrindo pouco menos que metade da superfície, parte distal da pubescência levemente oblíqua (Fig.33C). Tarsos anteriores em machos com os três primeiros tarsômeros dilatados portando escova de cerdas adesivas, segundo e terceiro com cerdas menos conspícuas; primeiro tarsômero de comprimento aproximadamente duas vezes o do segundo; segundo e terceiro tarsômeros de comprimento equivalentes; último aproximadamente uma vez o comprimento dos demais somados.

Abdome: Margens laterais e posteriores de todos os urosternitos serrilhadas; primeiro urosternito com carena mediana, sem depressões nas laterais; quinto urosternito dos machos com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.33E).

Genitália masculina: Peça basal com comprimento cerca da metade do comprimento total; parâmeros um pouco mais curtos que o lobo médio, curvando-se gradualmente em direção ao ápice, com fileiras de cerdas subapicais; lobo médio dilatado e arredondado no ápice, apresentando, em vista dorsal, um orifício (Fig.33F-H).

Localidade tipo. BRASIL, Estado de Roraima, município de Alto Alegre 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W.

Série tipo. Holótipo: BRASIL: Roraima: Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 05.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; Parátipo: mesmos dados do holótipo, exceto Boa Vista: Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 07.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

Etimologia. O epíteto específico refere-se à genitália do macho que possui o ápice do lobo médio inflado ou inchado (apiciflatus, do Latim “ápice inchado”).

Comentários. Assemelha-se a B. insignis e B. marquardti pelo comprimento e formato do corpo, diferenciando-se, principalmente, pela coloração da cabeça, pronoto e élitro, ápice da pubescência dos fêmures oblíqua (reta em B. marquardti), características do primeiro e quinto urosternitos e, principalmente, pelas características da genitália masculina.

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Figura 32. Mapa com registro geográfico de Berosus apiciflatus sp. nov. nos lagos da savana de Roraima.

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Figura 33A – H: Berosus apiciflatus sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus atratus sp. nov. (Figs. 34; 35A - H)

Diagnose. 3,7 – 3,9 mm de comprimento total. Coloração da cabeça preta com brilho metálico. Pronoto totalmente preto, densamente pontuado (Fig.35A). Mesosterno com elevação mediana laminar, face anterior convexa com ápice dentiforme levemente dilatado (Fig.35D). Metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme. Élitro totalmente preto, com dez fileiras longitudinais de estrias punctiformes grosseiras (Fig.35A). Urosternitos com margens laterais e posteriores serrilhadas; primeiro urosternito sem carena mediana, sem depressão nas laterais; quinto urosternito dos machos com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.35E). Peça basal com comprimento cerca de duas vezes maior que a largura; parâmeros gradualmente acuminados e curvados, portando fileira de cerdas longas na região subapical; lobo médio de comprimento equivalente ao dos parâmeros, fracamente curvado, com ápice abruptamente afinado (Fig.35F-H).

Descrição:

Tamanho. 3,7 – 3,9 mm de comprimento total.

Cabeça: Coloração preta com brilho metálico; densamente pontuada, com pontuações distanciadas por aproximadamente o diâmetro de um ponto; pontuações da fronte mais largas e profundas que as do clípeo (Fig.35A). Fronte com carena longitudinal mediana na região posterior. Olhos protuberantes; separados por aproximadamente duas vezes a largura de um olho. Comprimento dos antenômeros da clava somados menor que a soma do comprimento dos demais antenômeros; último antenômero de comprimento equivalente a duas vezes e meia o do antenômero anterior. Palpos maxilares longos, de comprimento um pouco menor que duas vezes a largura do mento; segundo palpômero de comprimento equivalente ao último; terceiro palpômero de comprimento equivalente a duas vezes e meia o do antenômero anterior. Palpos labiais com comprimento equivalente à metade da largura do mento; segundo palpômero discretamente menor que o terceiro.

Tórax: Pronoto totalmente preto, densamente pontuado, com pontos distanciados por menos de uma vez o diâmetro de um ponto (Fig.35A). Prosterno com reentrância ânteromediana. Escutelo preto, com pontos distanciados por uma vez o diâmetro de um ponto. Mesosterno 65

com elevação mediana laminar, face anterior convexa com ápice dentiforme levemente dilatado (Fig.35D). Metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme. Élitro totalmente preto, com dez fileiras longitudinais de estrias punctiformes grosseiras. Ápice elitral sem projeção espiniforme ou recorte (Fig.35A).

Pernas: Coloração amareladas. Pubescência dos fêmures enegrecidas, cobrindo quase completamente o fêmur, parte distal da pubescência reta (Fig.35C). Tarsos anteriores em machos com os três primeiros tarsômeros dilatados portando escova de cerdas adesivas, segundo e terceiro com cerdas menos conspícuas; primeiro tarsômero de comprimento aproximadamente duas vezes o segundo; segundo e terceiro tarsômeros equivalentes em comprimento; último aproximadamente uma vez o comprimento dos demais somados.

Abdome: Urosternitos com margens laterais e posteriores serrilhadas; primeiro urosternito sem carena mediana, sem depressão nas laterais; quinto urosternito dos machos com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.35E).

Genitália masculina: Peça basal com comprimento cerca de duas vezes maior que a largura; parâmeros gradualmente acuminados e curvados, portando fileira de cerdas longas na região subapical; lobo médio de comprimento equivalente ao dos parâmeros, fracamente curvado, com ápice abruptamente afinado (Fig.35F-H).

Localidade tipo. BRASIL, Estado de Roraima, município de Boa Vista 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W.

Série tipo. Holótipo: BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 07.vi.2015, 1 ♂ [álcool]. Parátipos: mesmos dados do holótipo, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W; 01.vi.2015, 1 ♀; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W 05.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

Etimologia. O epíteto específico refere-se à coloração preta da espécie (atratus, do Latim “vestido em preto”).

Comentários. Se assemelha a B. rectangulus pela coloração, ausência de manchas no corpo e pronoto mais estreito que o élitro. Ambas espécies são diferenciadas pelo formato e dimensões das pontuações do pronoto e élitro (arredondadas e menores em B. atratus e subquadrangulares e maiores em B. rectangulus), forma do processo mesosternal e forma da 66

genitália masculina. Além disso, B. atratus sp. nov. possui brilho metálico na cabeça, ausente em B. rectangulus.

Figura 34. Mapa com registro geográfico de Berosus atratus sp. nov. nos lagos da savana de Roraima.

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Figura 35A – H: Berosus atratus sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus aurifer sp. nov. (Figs. 36; 37A - H)

Diagnose. 2,5 – 2,7 mm de comprimento total. Cabeça amarelada, com região da fronte mais escura; sem brilho metálico; densamente pontuada, com pontos mais finos que os do pronoto. Pronoto amarelo, sem manchas (Fig.37A). Prosterno com reentrância ânteromediana; mesosterno com elevação mediana laminar, com ápice dentiforme (Fig.37D); metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme. Élitro amarelado, com duas manchas enegrecidas na região mediana e uma na região do úmero; presença de cerdas espiniformes em todo o comprimento das estrias e interestrias (Fig.37A). Urosternitos com margens laterais lisas; margens posteriores serrilhadas; primeiro urosternito sem carena mediana e sem depressões nas laterais; quinto urosternito com reentrância apical sem projeções ou dentes na região mediana(Fig.37E). Peça basal com comprimento cerca de 2/3 do comprimento total; parâmeros um pouco maior que o lobo médio com uma pequena reentrância em cerca de 2/3 do seu comprimento, subcilíndrico, curvando-se gradualmente em direção ao ápice. Lobo médio dilatado e arredondado no ápice, apresentando, em vista dorsal, um orifício (Fig.37F- H).

Descrição:

Tamanho. 2,5 – 2,7 mm de comprimento total.

Cabeça: Coloração amarelada, com região da fronte mais escura; sem brilho metálico (Fig.37A); densamente pontuada, com pontos mais finos que os do pronoto, distanciados por aproximadamente o diâmetro de um ponto; pontuações da fronte maiores e mais profundas que as do clípeo. Clípeo com carena longitudinal mediana na região posterior. Olhos protuberantes; separados por duas vezes a largura de um olho. Comprimento dos antenômeros da clava somados menores que a soma dos demais antenômeros; último antenômero de comprimento equivalente a duas vezes o do anterior. Palpos maxilares de comprimento cerca de duas vezes a largura do mento; último palpômero de comprimento maior que os anteriores, com mancha enegrecida em seu ápice. Palpos labiais com comprimento equivalente à metade da largura do mento; segundo palpômero discretamente menor que o terceiro.

Tórax: Pronoto amarelo, sem manchas; pontuação do pronoto com pontos distanciados por aproximadamente uma vez o diâmetro de um ponto (Fig.37A). Prosterno com reentrância 69

ânteromediana. Escutelo amarelado, com pontos distanciados por aproximadamente uma vez o diâmetro de um ponto. Mesosterno com elevação mediana laminar, com ápice dentiforme (Fig.37D). Metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme. Élitro amarelado, com duas manchas enegrecidas na região mediana e uma na região do úmero; dez fileiras longitudinais de estrias punctiformes grosseiras; pontuação de fundo discretamente menores que a das estrias. Presença de cerdas espiniformes em todo o comprimento das estrias e interestrias. Ápice elitral sem projeção espiniforme ou recorte (Fig.37C).

Pernas: Amareladas. Pubescência cobrindo todo o comprimento do fêmur, exceto seu ápice; porção distal da pubescência reta (Fig.37C). Tarsos anteriores em machos com os três primeiros tarsômeros dilatados portando escova de cerdas adesivas, segundo e terceiro com cerdas menos conspícuas; primeiro tarsômero de comprimento aproximadamente duas vezes o segundo; segundo e terceiro tarsômeros equivalentes; último aproximadamente uma vez o comprimento dos demais somados.

Abdome: Margens laterais lisas e margens posteriores dos quatro primeiros urosternitos serrilhadas; primeiro urosternito sem carena mediana e sem depressões nas laterais; quinto urosternito com reentrância apical, sem projeções ou dentes na região mediana (Fig.37E).

Genitália masculina: Peça basal com comprimento cerca de 2/3 do comprimento total; parâmeros um pouco maiores que o lobo médio com uma pequena reentrância em cerca de 2/3 do seu comprimento, subcilíndricos, curvando-se gradualmente em direção ao ápice. Lobo médio dilatado e arredondado no ápice, apresentando, em vista dorsal, um orifício (Fig.37F- H).

Localidade tipo. BRASIL, Estado de Roraima, município de Boa Vista, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W.

Série tipo. Holótipo: BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01/vi/2015, 1 ♂ [álcool]. Parátipos: mesmos dados do holótipo, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03/vi/2015 [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W , 03/vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04/vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 16, 02°59'46.20"N, 61° 6'44.07"W, 04/0vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto

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Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 07/vi/2015, 2 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 26, 02°52'02.1''N, 60°51'00.0''W, 07/vi/2015, 1 ♂ [álcool].

Etimologia. O epíteto específico refere-se à coloração dourada da espécie (aurifer, do Latim “coloração dourada”).

Comentários. Diferencia-se das demais espécies do gênero principalmente pela ausência de manchas no pronoto e reentrância apical do quinto urosternito sem projeção medial.

Figura 36. Mapa com registro geográfico de Berosus aurifer sp. nov. nos lagos da savana de Roraima.

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Figura 37A – H: Berosus aurifer sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus clarksoni sp. nov. (Figs. 38; 39A - H)

Diagnose. 2,4 – 2,5 mm de comprimento total. Coloração marrom claro, com duas manchas mais escuras na região posterior da fronte, sem brilho metálico. Pronoto marrom claro, apresentando duas manchas escuras, mais evidente na região anteromediana (Fig.39A). Mesosterno com elevação mediana laminar, com ápice dentiforme (Fig.39D). Metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme. Élitro marrom claro, com duas manchas enegrecidas na região mediana e pequenas manchas mais escuras nas pontuações das estrias e algumas interestrias (Fig.39A). Pubescência cobrindo todo o comprimento do fêmur, exceto seu ápice (Fig.39C). Urosternitos com margens laterais e posteriores serrilhadas; primeiro urosternito com carena mediana. Quinto urosternito com reentrância apical e discreta elevação na região mediana (Fig.39E). Peça basal com comprimento cerca de 3/4 do comprimento total; parâmeros de comprimento equivalente ao do lobo médio com uma pequena reentrância em cerca de 3/4 do seu comprimento, curvando-se na região subapical. Lobo médio subcilíndrico, apresentando, em vista dorsal, um pequeno orifício (Fig.39F-H).

Descrição:

Tamanho. 2,4 – 2,5 mm de comprimento total.

Cabeça: Coloração marrom claro, com duas manchas mais escuras na região posterior da fronte, sem brilho metálico. Pontuações da cabeça distanciadas por aproximadamente o diâmetro de um ponto; pontuações da fronte mais largas e profundas que as do clípeo. Clípeo com carena longitudinal mediana na região posterior. Olhos protuberantes; separados por duas vezes a largura de um olho. Comprimento dos antenômeros da clava somados menor que a soma dos demais antenômeros; último antenômero de comprimento equivalente a duas vezes o do anterior. Palpos maxilares de comprimento cerca de duas vezes a largura do mento; último palpômero de comprimento maior que os anteriores, com discreta mancha enegrecida em seu ápice. Palpos labiais com comprimento equivalente à metade da largura do mento; segundo palpômero discretamente menor que o terceiro.

Tórax: Pronoto amarelo, apresentando duas manchas mais evidente na região anteromediana; pontuação do pronoto com pontos distanciados por aproximadamente uma vez o diâmetro de

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um ponto (Fig. 39A). Prosterno com reentrância anteromediana. Escutelo marrom claro, com pontos distanciados por aproximadamente uma vez o diâmetro de um ponto. Mesosterno com elevação mediana laminar, com ápice dentiforme. Metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme (Fig. 39D). Élitro marrom claro, com duas manchas enegrecidas na região mediana e pequenas manchas mais escuras nas pontuações das estrias e algumas interestrias; dez fileiras longitudinais de estrias punctiformes grosseiras; pontuação de fundo discretamente menores que a das estrias (Fig. 39C). Presença de cerdas espiniformes em todo o comprimento das estrias e interestrias. Ápice elitral sem projeção ou recorte (Fig. 39A).

Pernas: Marrom claro. Pubescência cobrindo todo o comprimento do fêmur, exceto seu ápice; porção distal da pubescência reta. Tarsos anteriores em machos com os três primeiros tarsômeros dilatados portando escova de cerdas adesivas, segundo e terceiro com cerdas menos conspícuas; primeiro tarsômero de comprimento aproximadamente duas vezes o segundo; segundo e terceiro tarsômeros equivalentes; último aproximadamente uma vez o comprimento dos demais somados (Fig. 39C).

Abdome: Margens laterais lisas e margens posteriores dos quatro primeiros urosternitos serrilhadas; primeiro urosternito com carena mediana; sem depressões nas laterais. Quinto urosternito com reentrância apical e discreta elevação na região mediana (Fig. 39E).

Genitália masculina: Peça basal com comprimento cerca de 3/4 do comprimento total; parâmeros do mesmo comprimento que o do lobo médio com uma pequena reentrância em cerca de 3/4 do seu comprimento, curvando-se na região subapical. Lobo médio subcilíndrico, apresentando, em vista dorsal, um pequeno orifício (Fig. 39F-H).

Localidade tipo. BRASIL, Estado de Roraima, município de Boa Vista, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W.

Série tipo. Holótipo: BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01/vi/2015, ♂ [álcool]. Parátipos: mesmos dados do holótipo, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03/vi/2015, 2 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05/vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07/vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Alto alegre: Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05/vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados

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do holótipo, exceto Alto Alegre: Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02/vi/2015, 1 ♂ [álcool].

Etimologia. O epíteto específico, clarksoni, é em homenagem ao Dr. Bruno Clarkson que vem contribuindo para o conhecimento acerca da família Hydrophilidae no Brasil.

Comentários. Se assemelha a B. olivae pelo comprimento do corpo, padrão de manchas da cabeça e pronoto e forma da reentrância do quinto urosternito, diferenciando-se desta pela forma da genitália masculina. A espécie também é próxima de B. aurifer sp. nov., principalmente, pela forma da genitália masculina, porém em B. clarksoni sp. nov. a peça basal é maior em relação ao comprimento total do edeago.

Figura 38. Mapa com registro geográfico de Berosus clarksoni sp. nov. nos lagos da savana de Roraima.

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Figura 39A – H: Berosus clarksoni sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Berosus cordatus sp. nov. (Figs. 40; 41A - H)

Diagnose. 6,0 – 6,1 mm de comprimento total. Cabeça marrom, sem brilho metálico, com uma mancha escura, larga em formato de “V” na região posterior da fronte. Pronoto marrom, com porção anteromediana apresentando duas faixas longitudinais enegrecidas. Mesosterno com elevação mediana laminar (Fig.41D). Metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme. Élitros marrons, com manchas enegrecidas esparsas, contendo cerdas espiniformes nas interestrias a partir da metade posterior (Fig.41A). Urosternitos com margens laterais lisas e margem posterior serrilhadas; primeiro urosternito sem carena mediana, sem depressão lateral; quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projeções espiniformes na região mediana (Fig.41E). Peça basal de comprimento equivalente a um terço do comprimento total; parâmeros longos, estreitos, debilmente sinuosos, com vértices voltados para o lado externo, arredondados; presença de cerdas longas, subapicais. Lobo médio um pouco mais curto do que os parâmeros, subcilíndrico, ligeiramente curvado (Fig.41F-H).

Descrição:

Tamanho. 6,0 – 6,1 mm de comprimento total.

Cabeça: marrom, sem brilho metálico, com uma mancha escura, larga em formato de “V” na região posterior da fronte; pontuações finas, distanciadas por uma vez o diâmetro de um ponto (Fig. 41A). Fronte com carena longitudinal mediana na região posterior. Olhos protuberantes, separados por aproximadamente duas vezes a largura de um olho. Comprimento dos antenômeros da clava somados menor que a soma dos demais antenômeros; último antenômero da clava de comprimento equivalente a duas vezes o do anterior. Palpos maxilares longos, de comprimento aproximadamente duas vezes a largura do mento; segundo palpômero de comprimento equivalente ao do último; terceiro palpômero discretamente menor que o anterior; último palpômero com mancha apical enegrecida. Palpos labiais com comprimento um pouco maior que a largura do mento; segundo palpômero discretamente menor que o terceiro.

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Tórax: Pronoto marrom, com porção anteromediana apresentando duas faixas longitudinais enegrecidas; pontuações finas, com pontos distanciados por pelo menos de uma a duas vezes o diâmetro de um ponto (Fig. 41A). Prosterno com reentrância anteromediana. Escutelo negro, com pontos escassos, distanciados por duas à três vezes o diâmetro de um ponto. Mesosterno com elevação mediana laminar (Fig. 41D). Metasterno com elevação mediana e projeção lateral espiniforme. Élitros marrons, com manchas enegrecidas esparsas; presença de dez fileiras longitudinais de estrias punctiformes grosseiras; pontuação de fundo com pontos discretamente menores que os das estrias. Cerdas espiniformes presentes nas interestrias a partir da metade posterior; ápices elitrais sem projeções ou recortes (Fig. 41A).

Pernas: Marrom; pubescência dos fêmures cobrindo quase toda superfície; parte distal da pubescência reta (Fig. 41C). Tarsos anteriores em machos com primeiro, segundo e terceiro tarsômeros dilatados portando escova de cerdas adesivas; primeiro tarsômero de comprimento aproximadamente duas vezes o do segundo; último aproximadamente uma vez e meia o comprimento dos demais somados.

Abdome: Urosternitos com margens laterais lisas e margem posterior serrilhada; primeiro urosternito sem carena mediana, sem depressão lateral; quinto urosternito com reentrância apical contendo duas projecões espiniformes na região mediana (Fig. 41E).

Genitália masculina: Peça basal de comprimento equivalente a um terço do comprimento total; parâmeros longos, estreitos, debilmente sinuosos, com vértices voltados para o lado externo, arredondados; presença de cerdas longas, subapicais. Lobo médio um pouco mais curto do que os parâmeros, subcilíndrico, levemente curvado (Fig. 41F-H).

Localidade tipo. BRASIL, Estado de Roraima, município de Boa Vista, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W.

Série tipo. Holótipo: BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01.vi.2015, 1 ♂ [álcool]. Parátipos: mesmos dados do holótipo, exceto 2 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 2 ♂ e 1 ♀ [álcool].

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Etimologia. O epíteto específico refere-se à presença de uma mancha em formato de coração na região posterior da fronte (cordatus, do Latim “em forma de coração”).

Comentários. Essa espécie é diferenciada das demais do gênero pelo conjunto de tais caracteres: comprimento do corpo relativamente grande (6,0 – 6,1), padrão de manchas da cabeça, pronoto e élitro, quinto urosternito com região mediana contendo duas projeções espiniformes e parâmeros longos, estreitos, debilmente sinuosos com presença de cerdas longas, subapicais.

Figura 40. Mapa com registro geográfico de Berosus cordatus sp. nov. nos lagos da savana de Roraima.

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Figura 41A – H: Berosus cordatus sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo mesosternal em vista lateral; E. Abdome em vista ventral; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Derallus Sharp, 1882

Diagnose. Podem ser diferenciados dos outros gêneros pelas seguintes características: comprimento total entre 1,5 e 4 mm; corpo fortemente convexo, comprimido lateralmente; antenas com sete antenômeros; prosterno muito curto, com discreta elevação mediana e pequena reentrância na região anteromediana; mesosterno com carena mediana apresentando diferentes formatos; metasterno com porção mediana elevada, com uma carena mediana longitudinal; base dos fêmures com densa pubescência hidrofóbica; tíbias médias e posteriores com longas cerdas natatórias na face dorsal; abdome com cinco urosternito visíveis; primeiro urosternito podendo apresentar uma carena mediana; último urosternito com reentrância apical e discreta projeção na região mediana.

O gênero possui 18 espécies descritas, com distribuição Neotropical e Neártica. Na América do Sul são registradas 17 espécies das quais 13 ocorrem no Brasil (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006; Short, 2007). No estado de Roraima foi encontrada uma espécie de Derallus, sendo esta nova para a ciência.

Derallus roraimensis sp. nov. (Figs. 42; 43A – F)

Diagnose. 1,8 – 2,0 mm de comprimento total. Parte dorsal preta e ventral marrom escura; apêndices marrons claros. Cabeça com pontos finos, bem impressos. Pronoto com pontuação fina, pontos dispostos densamente na região central e mais grossos na região lateral. Élitros com dez fileiras longitudinais de pontos, as quatro externas mais largas que as internas; pontuação de fundo com pontos de tamanho menor (Fig.43A). Meso e metafêmures com pubescência curta e sigmoide. Processo mesosternal apresentando duas projeções dentiformes, a posterior mais projetada e bífida em vista posterolateral. Metasterno com elevação mediana fina e curta (Fig.43C). Peça basal um pouco menor que a metade do comprimento total; parâmeros mais largos no ápice que na base, margem externa muito arredonda e margem interna subparalela, curvando-se em seu ápice; lobo médio mais longo que os parâmeros, com ápice arredondado (Fig.43D-F).

Descrição:

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Tamanho. 1,8 – 2,0 mm de comprimento total.

Coloração. Dorsalmente preto e ventralmente marrom escuro; apêndices marrons claros.

Cabeça. Labro fino e densamente pontuado, clípeo emarginado anteriormente, pontuação da cabeça fina e densa, com pontos bem impressos, distanciados por aproximadamente a largura de um ponto; presença de cerdas finas presente em algunas pontos situados na margem interna dos olhos. Sutura frontoclipeal pouco aparente. Olhos grandes, separados por cerca de duas vezes a largura de um olho. Antenas com oito antenômeros, escapo aproximadamente do mesmo comprimento dos antenômeros dois e cinco somados, terceiro e quarto antenômeros muito reduzidos. Mento mais largo que longo; superfície com poucas pontuações. Palpos maxilares de comprimento menor que a largura da cabeça, último palpômero de comprimento equivalente aos palpômeros dois e três juntos, levemente preto na região subapical. Palpos labiais com cerca da metade da largura do mento.

Tórax. Pronoto, com pontuação fina, pontos dispostos densamente na região central e mais grossos na região lateral; distância entre as pontuações cerca de três vezes o diâmetro de um ponto; interstícios sem microescultura. Élitros com dez fileiras longitudinais estreitas de pontos sistemáticos, as quatro externas mais espessas que as anteriores; pontuação de fundo com pontos de tamanho menor que a das fileiras de ponto, distanciados por uma a duas vezes o diâmetro de um ponto, muitas vezes portando cerdas curtas; calos umerais ausentes (Fig.43A). Prosterno carenado medianamente. Processo mesosternal apresentando duas projeções dentiformes, a posterior mais projetada e bífida em vista posterolateral, contendo algumas cerdas. Metasterno com elevação mediana longitudinal fina e curta.

Pernas. Tíbias posteriores aplanadas, com um grande espinho apical no lado externo; tarsos com cinco artículos, segundo artículo das pernas médias e posteriores com o dobro do comprimento do primeiro, quinto artículo maior que o terceiro e quarto somados; garras tarsais bífidas em todas as pernas.

Abdome. Urosternitos densamente pubescentes. Primeiro urosternito com carena mediana grossa. Quinto urosternito com reentrância na margem posterior, portando uma projeção mediana (Fig.43C).

Genitália masculina. Peça basal um pouco menor que a metade do comprimento total; parâmeros mais largos no ápice que na base, margem externa arredondada e margem interna

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subparalela, curvando-se gradualmente a partir do terço apical; lobo médio mais longo que os parâmeros, com ápice arredondado (Fig.43D-F).

Localidade tipo. BRASIL, Estado de Roraima, município de Boa Vista, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3''.

Série tipo. Holótipo: BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 31.v.2015, 1 ♂ [álcool]. Parátipos: mesmos dados do holótipo, exceto Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, 01.vi.2015, 3 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, 01.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, 01.vi.2015, 3 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, 02.vi.2015, 2 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 7 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Alto Alegre, Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, 05.vi.2015, 2 ♂ [álcool]; Alto Alegre mesmos dados do holótipo, exceto Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W, 06.vi.2015, 1 ♂ [álcool]. Etimologia. O epíteto específico, roraimenses, refere-se ao local onde o holótipo foi coletado, Estado de Roraima.

Comentários. As espécies que compõem o gênero são muito similares, diferenciando-se apenas pelo comprimento do corpo, forma do processo meso e metasternal e forma da genitália masculina. Derallus roraimensis sp. nov. assemelha-se a D. terraenovae Oliva, 1984 pela forma do processo mesosternal, porém diferencia-se desta principalmente pelo comprimento do corpo menor e pela forma da genitália masculina, especialmente o formato dos parâmeros, que são mais largos no ápice que na base, possuem a margem externa arredondada e a margem interna subparalela.

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Figura 42. Mapa com registro geográfico de Derallus roraimensis sp. nov. nos lagos da savana de Roraima.

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Figura 43A – F: Derallus roraimensis sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Genitália masculina em vista dorsal; E. Genitália masculina em vista lateral; F. Genitália masculina em vista ventral.

Laccobiini Bertrand, 1954

Diagnose. Borda posterior do quinto urosternito arredondada, sem reentrância apical. Mesosterno com vários espinhos curvados na face ventral; metasterno em forma de triângulo pouco elevado, glabro. Élitros sem estrias, podendo haver fileiras de pontuações. Segmento apical dos palpos maxilares mais largo do que o penúltimo. Pseudoepipleura tão larga quanto epipleura. Profêmures com pubescência basal; meso e metafêmures glabros.

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Paracymus Thomson, 1867 Diagnose. Comprimento total entre 1,0 e 3,2 mm; antenas usualmente com oito antenômeros, podendo apresentar sete ou nove; ápice mandibular trífido; prosterno carenado na região mediana; mesosterno com elevação mediana em forma de “V” invertido; fêmures anteriores e médios com densa pubescência hidrofóbica na região basal; élitros com estria sutural pelo menos na metade posterior e pontuações muito discretas; primeiro urosternito carenado ou não na região mediana e quinto urosternito sem reentrância apical.

O gênero está presente em todas as regiões biogeográficas, sendo composto por aproximadamente 80 espécies descritas. Na região Neotropical há registos de 29 espécies, sendo 15 registradas para a América do Sul e 13 para o território brasileiro (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). Foram registradas para o estado de Roraima duas espécies já descritas.

Paracymus gracilis Orchymont, 1942 (Figs. 44; 45A – C; 46A - B)

Paracymus gracilis Orchymont, 1942: 64; Wooldridge, 1973: 122.

Diagnose. 1,7 – 1,8 mm de comprimento total. Corpo de forma oval, ligeiramente convexa. Coloração da superfície dorsal preta com brilho verde metálico. Base da fronte sem pontuação; partes da fronte, clípeo e labro cobertos de pontos finos e irregularmente distribuídos; diâmetros dos pontos distintamente menores que os intervalos; algumas pontuações densamente organizadas na margem interna dos olhos. Sutura frontoclipeal aparente. Antenas com oito antenômeros. Pronoto preto com margens laterais amareladas (Fig.46B). Pontuações desordenadas finas e irregularmente distribuídas, como na cabeça. Prosterno preto, carena mediana afinada ao longo de todo o comprimento. Élitro preto, tornando-se mais claro a partir da sua metade posterior. Pontuações do élitro grosseiras, desordenadas, ligeiramente mais densas que no pronoto e cabeça. Estria sutural presente, nitidamente impressa (Fig.46A). Processo mesosternal discretamente laminar. Procoxa, trocânteres, e metade basal dos fêmures marrom escuro, pubescente; demais áreas das pernas anteriores lisas e amareladas. Meso e metatarso com cerdas natatórias finas. Urosternitos pretos, inteiramente cobertos com densa pubescência hidrofóbica (Fig.45C); primeiro urosternito apresentando carena longitudinal, sem depressões laterais. Genitália masculina com peça basal de comprimento equivalente à metade do comprimento total; parâmeros um 86

pouco mais longos que o lobo médio, apresentando, em vista dorsal, margens exteriores uniformemente curvas desde a base até o ápice, margens internas sinuosas; ápice afinado. Lobo médio largo, afinando em cerca de um terço do comprimento total (Fig.46A-B).

Comentários. Esta espécie pode ser diferenciada das demais espécies do gênero pela forma do corpo, coloração do palpômero apical, forma do processo mesosternal, coloração dos élitros, extensão da pubescência dos fêmures e forma da genitália masculina.

Distribuição. BRASIL: Pernambuco, Roraima.

Figura 44. Mapa com registro geográfico de Paracymus gracilis Orchymont nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista: Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 02.vi.2015, 3 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, 03.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 2 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 16, 02°59'46.20"N, 61°6'44.07"W, 04.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, 05.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

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Figura 45A – C: Paracymus gracilis Orchymont. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral.

Figura 46A – B: Paracymus gracilis Orchymont. A. Genitália masculina em vista dorsal; B. Genitália masculina em vista ventral.

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Paracymus sedatus Wooldridge, 1973 (Figs. 47; 48A – C; 49A - C)

Paracymus sedatus Woldridge, 1973:121.

Diagnose. 1,8 mm de comprimento total. Corpo de forma oval, ligeiramente convexo (Fig.48A). Coloração da superfície dorsal preta e ventral marrom escura. Base da fronte sem pontuação; partes da fronte, clípeo e labro cobertos de pontos finos e irregularmente distribuídos; diâmetro dos pontos distintamente menor que o dos intervalos. Sutura frontoclipeal indistinta. Antenas com oito antenômeros. Pronoto preto, com margens laterais amareladas (Fig.48B). Pontuações desordenadas muito finas, irregularmente distribuídas, como na cabeça. Prosterno preto, carena mediana afinada longitudinalmente. Élitro preto com margens discretamente mais claras (Fig.48B). Pontuações desordenadas e grosseiras, ligeiramente mais densas que no pronoto e cabeça. Estria sutural presente. Processo mesosternal bem desenvolvido, com forma laminar. Procoxa, trocanteres, e metade basal dos fêmures marrom escuro, pubescentes. Meso e metatarso com cerdas natatórias finas. Urosternitos pretos, inteiramente cobertos com densa pubescência hidrofóbica; primeiro urosternito com discreta carena mediana longitudinal (Fig.48C). Genitália masculina com peça basal de comprimento equivalente a 2/3 do comprimento total; parâmeros em vista dorsal com margens exteriores uniformemente curvas desde a base até o ápice, margens internas pouco sinuosas; ápice arredondado. Lobo médio menor que os parâmeros, largo, afinando em cerca de um terço do comprimento total (Fig.49A-B).

Comentários. P. sedatus é próxima morfologicamente a P. gracilis, porém diferencia-se desta principalmente pela forma e proporções da genitália masculina. Em P. sedatus os parâmeros possuem o ápice arredondado, já em P. gracilis o ápice é afinado.

Distribuição. ARGENTINA: Tucuman; BRASIL: Roraima.

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Figura 47. Mapa com registro geográfico de Paracymus sedatus Wooldridge nos lagos da savana de Roraima.

Figura 48A – C: Paracymus sedatus Wooldridge. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral.

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Figura 49A – B: Paracymus sedatus Wooldridge. A. Genitália masculina em vista dorsal; B. Genitália masculina em vista ventral.

Hydrophilini Latreille, 1802

Diagnose. Maioria das espécies de comprimento total maior que 20 mm. Meso e metasterno fusionados em um quilha mediana, que muitas vezes se estende posteriormente (exceto Protistolophus) ao longo dos urosternitos como um espinho afiado. A maioria das espécies, com cerdas natatórias longas nas pernas meso e metatorácicas.

Hydrobiomorpha Blackburn, 1888 Diagnose. Comprimento total entre 12 e 28 mm; antenas com nove antenômeros; primeiro antenômero da clava dividido em dois lobos assimétricos, o mais estreito com cerdas longas; prosterno fortemente carenado na região mediana; meso e metasterno fusionados, formando uma quilha; elevação metasternal com a região posterior pontiaguda avançando sobre o abdome; fêmures médios e posteriores glabros; tíbias sem longas cerdas natatórias; tarsos médios e posteriores com franjas de longas cerdas natatórias; élitros com fileiras longitudinais de pontuações inconspícuas, dificilmente detectáveis; urosternitos com pubescência hidrofóbica.

Hydrobiomorpha tem representantes em todas as regiões zoogeográficas, com excessão da região Neártica, sendo composto por 58 espécies (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). O 91

gênero possui dois subgêneros: Hydrobiomorpha (Brownephilus) Mouchamps, 1959, com uma espécie e Hydrobiomorpha (s. str.) Blackburn, 1988, composto por 57 espécies. Na região Neotropical estão registradas 33 espécies, das quais 30 ocorrem na América do Sul e 21 no Brasil (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). Foi encontrada, no presente estudo, uma espécie do gênero.

Hydrobiomorpha corumbaensis Mouchamps, 1959 (Figs. 50 – 51A - H)

Hydrobiomorpha longa ssp. corumbaensis Mouchamps, 1959: 331. Hydrobiomorpha corumbaensis Mouchamps; Bachmann, 1988: 21.

Diagnose. 17,0 mm de comprimento total. Coloração da cabeça preta. Labro com duas pontuações sistemáticas distintas medialmente; clípeo amplamente emarginado anteriormente. Fronte com pontuações sistemáticas na margem interna dos olhos. Labro, clípeo e fronte com pontuação muito finas e indistinta. Palpos maxilares amarelados e ligeiramente mais longos do que a cabeça. Dorso preto; série anterolateral de pontuações sistemáticas lineares, mais ou menos irregulares e espaçadas e séries posterolaterais dispersas e irregulares (Fig.51A). Prosterno carenado, com área central elevada e glabra; extremidade anterior arredondada e extremidade posterior projetada em um espinho ligeiramente curvado (Fig.51D). Élitro com pontuações sistemáticas reduzidas, pouco visíveis, aparecendo como arranhões; margem lateral com pontuações mais bem impressas, irregulares, algumas com cerdas curtas (Fig.51A). Meso e metasterno fundidos e elevados, formando uma quilha esternal; extremidade anterior com ligeira endentação e extremidade posterior bastante afinada, não atingindo mais do que a metade do primeiro urosternito. Quilha ligeiramente engrossada na região do metasterno (Fig.51C). Fêmures glabros. Urosternitos de dois a cinco pubescentes, com área medial glabra (Fig.51E). Genitália como na figura 51F -H.

Comentários. Esta espécie possui as séries de pontos elitrais e pronotais notavelmente mais impressas que qualquer outra espécie do gênero, sendo essa a principal característica que a difere das demais. É próxima morfologicamente a Hydrobiomorpha longa Bruch, 1915, mas se distingue desta principalmente por ter maiores dimensões, possuir a área glabra do último urosternito mais estreita e pela genitália masculina possuir parâmeros mais largos e lobo médio mais curvado em vista lateral. 92

Distribuição. BRASIL: Roraima, Rio Grande do Sul; PARAGUAI: Concepción.

Figura 50. Mapa com registro geográfico de Hydrobiomorpha corumbaensis Mouchamps nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista: Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, L. Santana cols., 11.viii.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, XX.viii.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 13.viii.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W, K. Dias, C. Benetti cols., 06.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

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Figura 51A – H: Hydrobiomorpha corumbaensis Mouchamps. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Área glabra dos urosternitos; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Hydrophilus Geoffroy, 1762

Diagnose. Comprimento total entre 20 a 50 mm; olhos protuberantes; antenas com nove antenômeros; prosterno bem desenvolvido, porção mediana fortemente elevada, formando um processo em forma de capuz ou com sulco mediano longitudinal aberto posteriormente; meso e metasternos fundidos, formando uma quilha; elevação mesoventral com região anterior sem entalhamento ou cerdas; elevação metaventral lisa, região posterior pontiaguda, de comprimento variável; fêmures médios e posteriores glabros; tíbias médias e posteriores com fileiras longitudinais de espinhos muito finos e densos na região dorsal; élitros com dez fileiras longitudinais de pontos finos; região apical dos élitros com ou sem espinhos; urosternitos variando na distribuição da pubescência hidrofóbica; quinto urosternito sem reentrância apical.

Hydrophilus é composto por 47 espécies, ocorrentes em todas as regiões biogeográficas (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). O gênero está dividido em três subgêneros: Hydrophilus (s. str.) Geoffroy, 1762, composto por 35 espécies; Hydrophilus (Dibolocelus) Bedel, 1891, composto por 10 espécies e Hydrophilus (Temnopterus) Solier, 1834, composto por duas espécies. Na região Neotropical são registradas 16 espécies das quais 15 ocorrem na América do Sul e nove no Brasil (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). No presente estudo foram encontradas duas espécies de Hydrophilus previamente descritas.

Hydrophilus ensifer Brullé, 1837 (Figs. 52 – 53A - H)

Hydrophilus ater Olivier, 1792: 125 Hydrous ater (Olivier), Cristofori e Jan, 1832: 31. Stethoxus ater (Olivier), Solier, 1834: 307. Hydrous (Pagipherus) ater (Olivier), Kuwert, 1893: 90. Hydrophilus ater Fabricius, 1792: 183. Syn.: Castelnau, 1840: 49. Hydrophilus (Hydrocus) ensifer Brullé, 1837: 52. Syn.: Bedel, 1881: 94. Stethoxus (Stethoxus) ensifer (Brullé); Orchymont, 1943: 69. Hydrophilus (Hydrocus) ovalis Brullé, 1837: 53.

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Hydrophilus (Hydrophilus) brasiliensis Castelnau, 1840: 50. Syn.: Bedel, 1891: 321 Hydrous (Pagipherus) brasiliensis (Castelnau); Kuwert, 1893: 90.

Diagnose. 30 – 32 mm de comprimento total. Forma do corpo ligeiramente convexa dorsalmente e plana ventralmente, de coloração preta. Palpos e antenas marrons (Fig.53A). Presença de cerdas curtas nas estrias elitrais e pubescência amarelada na região ventral. Primeiro urosternito totalmente coberto pela pubescência, o segundo com zona glabra em forma triangular e nos seguintes a pubescência se restringe as margens laterais (Fig.53C). Quinto artículo dos protarsos do macho largo e subretangular, com sua margem interna reta e ventosas que não se restringem ás margens laterais; unhas protarsais desiguais, a interna evidentemente mais larga e longa que a externa. Prosterno com elevação mediana em forma de capuz não dividido no meio (Fig.53D). Meso e metasterno fundidos e elevados, formando uma quilha esternal. Quilha do mesosterno com sulco pouco profundo, não muito largo em sua metade anterior. Quilha do metasterno atingindo a região posterior do segundo urosternito (Fig.53C). Último urosternito fortemente elevado no centro; região anterior com sulco em forma de “V” (Fig.53E). Genitália masculina com parâmeros longos, ápice arredondado e dente lateral, lobo médio curto e estreitado na região apical (Fig.53F-H).

Comentários. Possui pequenas dimensões quando comparadas como outras espécies de Hydrophilus. Se diferencia das demais espécies do gênero por apresentar quinto artículo do protarso dos machos muito curto, largo, com margem interna reta e região glabra do segundo urosternito subtriangular.

Distribuição. ARGENTINA; BOLÍVIA; BRASIL: Pará, Roraima; COLOMBIA; EQUADOR; GUATEMALA: Peten; GUIANA FRANCESA; MÉXICO: Campeche; NICARAGUA: Masaya, Granada; PARAGUAI; SURINAMI; URUGUAI.

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Figura 52. Mapa com registro geográfico de Hydrophilus ensifer Brullé nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 05.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Boa Vista, Lago 15, 02°58'04.1''N, 61°04'46.2''W, K. Dias, L. Santana cols., 10.viii.2015, 1 ♂ e 2 ♀ [álcool].

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Figura 53A – H: Hydrophilus ensifer Brullé. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Quarto e quinto urosternito; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Hydrophilus simulator Bedel, 1891 (Figs. 54 – 55A - E)

Stethoxus (Stethoxus) simulator Bedel, 1891: 313. Hydrous (Pagipherus) simulator (Bedel); Kuwert, 1893: 89. Hydrous (Hydrous) simulator (Bedel); Zaitzev, 1908: 366. Hydrophilus simulator (Bedel); Blackwelder, 1944: 171.

Diagnose da fêmea. 37,0 – 39,0 mm de comprimento total. Forma do corpo ligeiramente convexa dorsalmente e plana ventralmente, de coloração preta, sem brilho. Palpos marrom claro; antenas com antenômeros marrons e clava antenal preta. Presença de cerdas curtas nas estrias elitrais (Fig.55A). Primeiro urosternito totalmente coberto pela pubescência, o segundo com zona glabra em forma triangular e nos seguintes a pubescência se restringe as margens laterais (Fig.55C). Prosterno com elevação mediana em forma de capuz não dividido no meio (Fig.55D). Meso e metasterno fundidos e elevados, formando uma quilha esternal. Quilha do mesosterno com sulco pouco profundo, não muito largo em sua metade anterior. Metasterno com sulco não muito profundo na região medial (Fig.55C). Último urosternito levemente elevado na região mediana; região anterior com sulco em forma de “U” (Fig.55E).

Comentários. Se assemelha a Hydrophilus ensifer pelo formato das áreas glabras dos urosternito, diferenciando-se principalmente pelo comprimento maior do corpo e por apresentar sulco na região anterior do quinto urosternito em forma de “U” e leve elevação na região mediana. Não foi possível a comparação da genitália masculina pois o espécime estudado é uma fêmea.

Distribuição: BRASIL: Roraima; SURINAME

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Figura 54. Mapa com registro geográfico de Hydrophilus simulator Bedel nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, L. Santana cols., 13.viii.2015, 1♀ [álcool].

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Figura 55A – H: Hydrophilus simulator Bedel. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Quarto e quinto urosternito.

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Tropisternus Solier, 1834

Diagnose. Comprimento total entre 6 e 15 mm; prosterno com porção mediana fortemente elevada, formando um processo em forma de capuz, ou com sulco mediano longitudinal aberto; meso e metasternos fusionados, região anterior sem entalhamentos ou cerdas longas; elevação metasternal lisa, região posterior pontiaguda avançando sobre o abdome; élitros com fileiras de pontos sistemáticos longitudinais, aparentes ou não; fêmures médios e posteriores com pubescência hidrofóbica; tíbias médias com franjas de cerdas natatórias na região dorsal; tíbias posteriores portando ou não cerdas; tarsos médios e posteriores com franjas de cerdas natatórias na região dorsal; urosternitos pubescentes; região apical do quinto urosternito com ou sem reentrância, parte subapical podendo apresentar-se lisa, com um tubérculo, com cerdas discretas ou com um espinho de tamanho variável.

Tropisternus possui 58 espécies descritas, com representantes nas regiões Neotropical e Neártica (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). O gênero está dividido em cinco subgêneros: Tropisternus (Pleurhomus) Sharp, 1883 com uma espécie; Tropisternus (Homostethus) Orchymont, 1921 com três espécies; Tropisternus (Pristoternus) Orchymont, 1936 com 24 espécies; Tropisternus (s. str.) Solier, 1834 com 24 espécies e Tropisternus (Strepitornus) Hansen, 1989 com três espécies. Das espécies conhecidas, 51 ocorrem na região Neotropical, 40 na América do Sul e 26 no Brasil (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). Na área estudada foram encontradas quatro espécies já descritas.

Tropisternus (Pristoternus) apicipalpis Chevrolat, 1834 (Figs. 56 – 57A - H)

Hydrophilus apicipalpis Chevrolat, 1834: 44. Tropisternus apicipalpis (Chevrolat), Castelnau, 1840: 53. Tropisternus (Cyphostethus) apicipalpis (Chevrolat), Orchymont, 1921: 364. Tropisternus (Pristoternus) apicipalpis (Chevrolat), Orchymont, 1943: 64. Tropisternus agilis Castelnau, 1840: 53. – Syn Orchymont, 1921: 364

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Diagnose. 13 – 14 mm de comprimento total. Cabeça com pontuação densa, pontos distanciados por aproximadamente o diâmetro de um ponto. Clípeo com duas fileiras de pontos em forma de “V” em frente aos olhos. Pronoto levemente sinuoso na região lateral e bisinuoso na região basal; pontuação igual a da cabeça com alguns pontos mais grosseiros na região lateral (Fig.57A). Prosterno com elevação mediana em forma de capuz não dividido no meio (Fig.57D). Mesosterno com elevação mediana larga, com algumas cerdas curtas na região anterior. Metasterno com elevação mediana, atingindo aproximadamente metade do segundo urosternito (Fig.57C). Élitros com nove fileiras longitudinais de pontos finos. Margem apical do quinto urosternito com um longo espinho mediano, que se estende além do último urosternito a uma distância de um pouco mais da metade do comprimento do urosternito; presença de algumas cerdas douradas no ápice (Fig.57E). Peça basal da genitália masculina medindo cerda da metade do comprimento total; parâmeros com ápice estreitado e levemente recortado; lobo médio mais curto que os parâmeros, acuminado apicalmente (Fig.57F-H).

Comentários. Esta espécie é bastante semelhante a T. phyllisae Spangler e Short, porém essa última possui a forma do corpo mais ampla e menos convexa, a base do pronoto mais estreita que a base do élitro e a área pubescente do metafêmur muito maior.

Distribuição. ARGENTINA; BOLÍVIA; BRASIL: Roraima; COSTA RICA; CUBA; MÉXICO; NICARAGUA; PARAGUAI.

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Figura 56. Mapa com registro geográfico de Tropisternus apicipalpis Fabricius nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, L. Santana cols., 1.viii.2015, 3 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, 08.viii.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, 12.viii.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 13.viii.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 03.vi.2015; 11.vii.2015, 4 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 03.vi.2015; 10.viii.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, K. Dias, C. Benetti cols., 04.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 15, 02°58'04.1''N, 61°04'46.2''W, 10.viii.2015, 8 ♂ 11♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 07.vi.2015; 13.viii.2015, 1 ♂ 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 07.vi.2015; 13.viii.2015, 4 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, K. Dias, C. Benetti cols., 07.vi.2015, 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, K. Dias, C. Benetti cols., 02.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, K. Dias, 104

C. Benetti cols., 05.vi.2015, 2 ♂ e 4 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W, K. Dias, C. Benetti L. Santana cols., 06.vi.2015; 10.viii.2015, 6 ♂ e 4 ♀ [álcool].

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Figura 57A – H: Tropisternus apicipalpis Fabricius. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Espinho do quinto urosternito; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Tropisternus (Strepitornus) collaris (Fabricius, 1775) (Figs. 58; 59A - H)

Hydrophilus collaris Fabricius, 1775: 229 Dytiscus collaris (Fabricius); Goeze, 1777: 615. Tropisternus collaris (Fabricius); Castelnau, 1840: 54. Hydrophilus lineatus Dejean, 1821: 50 (syn.: Orchymont, 1919: 159). Tropisternus Iineatus (Dejean); Solier, 1834: 310. – nom. nud.

Diagnose. 8,5 – 9,5 mm de comprimento total. Cabeça com pontuação densa, pontos distanciados por aproximadamente o diâmetro ou metade do diâmetro de um ponto. Clípeo amarelo escuro com duas fileiras de pontuações em forma de “ V” na frente dos olhos. Fronte verde metálica. Pronoto com uma faixa longitudinal verde metálica na porção mediana; pontuação lateral seriada (Fig.59A). Prosterno com elevação mediana em forma de capuz dividido no meio (Fig.59D); Mesosterno com elevação mediana apresentando cerdas curtas, principalmente na região anterior. Metasterno com elevação mediana apresentando cerdas e uma linha mediana; parte posterior da elevação plana, atingindo até mais da metade do segundo urosternito (Fig.59C). Presença de quatro faixas longitudinais verde metálicas no élitro, entre as faixas, na porção posterior, outra faixa pequena (Fig.59A). Urosternitos lisos, sem carena; quinto urosternito sem reentrância apical e uma discreta elevação pré-apical portando um tufo de cerdas (Fig.59E). Genitália masculina com peça basal de comprimento equivalente à metade do comprimento total; parâmeros com ápice estreitado e sigmóide; lobo médio mais curto que os parâmeros, estreito e dilatado no ápice (Fig.59F-H).

Comentários. T. collaris difere das demais espécies do gênero por apresentar quatro faixas longitudinais verde metálicas no élitro e elevação prosternal dividida ao meio. A espécie pode apresentar variações, principalmente na faixa longitudinal verde metálica do pronoto que pode variar de comprimento, chegando a atingir as margens anteriores e posteriores pronotais.

Distribuição. ARGENTINA; BOLÍVIA; BRASIL: Amazonas, Pará, Roraima; CUBA; HAITI; ANTILHAS; PARAGUAI; PERU; VENEZUELA.

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Figura 58. Mapa com registro geográfico de Tropisternus collaris Chevrolat nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 04.vi.2015, 6 ♂ e 9 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 02.vi.2015; 09.viii.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 03.vi.2015; 12.viii.2015 1 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 11, 02°53'36.6''N, 60°55'40.1''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 03.06.2015; 11.viii.2015, 2 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 03.vi.2015; 11.viii.2015, 19 ♂ e 16 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 03.vi.2015; XX.viii.2015, 3 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, K. Dias, L. Santana cols., 05.vi.2015, 2 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, K. Dias, L. Santana cols., 13.viii.2015, 2 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, K. Dias, C. Benetti cols., 07.vi.2015, 7 ♂ e 7 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 22, 02°59'37.1''N, 61°07'38.9''W, 06.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, K. Dias, L. Santana cols., 10.viii.2015, 2 ♀ [álcool].

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Figura 59A – H: Tropisternus collaris Chevrolat. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Espinho do quinto urosternito; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Tropisternus (Pristoternus) laevis (Sturm, 1826) (Figs. 60 – 61A - H)

Hydrophilus laevis Sturm, 1826: 64. Tropisternus laevis (Sturm), Gemminger e Harold, 1868: 477. Tropisternus (Cyphostethus) laevis (Sturm), Orchymont, 1921: 359. Tropisternus (Pristoternus) laevis (Sturm), Orchymont, 1943: 65. Tropisternus laevigatus Boheman, 1858: 22. - Syn.: Orchymont, 1921: 359.

Diagnose. 8,5 – 8,7 mm de comprimento total. Cabeça com pontuação fina e densa, pontos distanciados por aproximadamente o diâmetro de um ponto. Clípeo com duas fileiras de pontos em forma de “V” na frente dos olhos. Pronoto levemente bisinuado na região basal, apresentando alguns pontos na região medial e lateral, contendo um pequeno tufo de cerdas douradas (Fig. 61A). Prosterno com elevação mediana em forma de capuz não dividido ao meio (Fig. 61D). Mesosterno com elevação mediana larga, densamente pontuada, apresentando algumas cerdas curtas, principalmente na região anterior. Metasterno com elevação moderadamente convexa, atingindo a porção anterior do terceiro urosternito (Fig. 61C). Élitros com pontuação semelhante à da cabeça e pronoto. Margem apical do quinto urosternito sem reentrância, com uma discreta elevação pré-apical portando um tufo de cerdas douradas (Fig. 61E). Peça basal da genitália masculina medindo cerda 2/3 do comprimento total; parâmeros com ápice estreitado ligeiramente recortado; lobo médio estreitado, de comprimento menor que os parâmeros (Fig. 61F-H).

Comentários. A espece diferencia-se de Tropisternus ovalis pelo comprimento do corpo mais longo; sexto antenômero de tamanho normal e por possuir no quinto urosternito uma discreta elevação portando um tufo de cerdas douradas.

Distribuição. ARGENTINA; BRASIL: Roraima; GUIANA FRANCESA; GUIANA; PARAGUAI; VENEZUELA.

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Figura 60. Mapa com registro geográfico de Tropisternus laevis Sturm nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista: Lago 2, 02°46'00.4''N, 60°45'38.0''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti, L. Santana cols., 01.vi.2015; 08.viii.2015, 2 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, K. Dias, L. Santana cols., 01.vi.2015; 12.viii.2015, 4 ♂ e 5 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 5, 02°46'23.8''N, 60°45'41.8''W, 01.vi.2015; 13.viii.2015, 2 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 6, 02°48'21.2''N, 60°47'40.8''W, 02.vi.2015; 12.viii.2015, 6 ♂ e 7 ♀; mesmos dados, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, 02.vi.2015; 09.viii.2015, 12 ♂ e 10 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 03.vi.2015; 12.viii.2015, 2 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 11, 02°53'36.6''N, 60°55'40.1''W, 03.vi.2015; 11.viii.2015, 1 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 12, 02°54'36.5''N, 60°57'30.9''W, K. Dias, C. Benetti cols., 03.vi.2015, 3 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015; 10.viii.2015, 6 ♂ e 5 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, K. Dias, C. Benetti cols., 04.vi.2015, 3 ♂ e 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 15, 02°58'04.1''N, 61°04'46.2''W, 04.vi.2015; 10.viii.2015, 3 ♂ e 5 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05.vi.2015; 12.viii.2015, 9 ♂ e 11♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 20, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, 06.vi.2015; 09.viii.2015, 2 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, 07.vi.2015; 13.viii.2015, 5 ♂ e 111

13 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, K. Dias, C. Benetti cols., 07.vi.2015, 3 ♂ e 2 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, 07.vi.2015; 13.viii.2015, 10 ♂ e 10 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 8, 02°50'51.2''N, 60°50'25.0''W, K. Dias, C. Benetti cols., 02.vi.2015, 8 ♂ e 8 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, K. Dias, C. Benetti cols., 02.vi.2015, 1 ♂ e 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 18, 02°59'48.7''N, 61°07'48.7''W, K. Dias, C. Benetti cols., 05.vi.2015, 7 ♂ e 9 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, K. Dias, L. Santana cols., 10/viii/2015, 3 ♂ e 3♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 21, 02°49'17.4''N, 60°48'10.6''W, K. Dias, L. Santana cols., 13.viii.2015, 1 ♂ [álcool].

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Figura 61A – H: Tropisternus laevis Sturm. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Processo prosternal em vista ventral; E. Espinho do quinto urosternito; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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Tropisternus (Pristoternus) ovalis Castelnau, 1840 (Figs. 62; 63A - H)

Tropisternus ovalis Castelnau, 1840: 54, Figs. 271 – 275. Tropisternus (Cyphostethus) ovalis Castelnau; Orchymont, 1921: 363. Tropisternus (Pristoternus) ovalis (Castelnau); Orchymont, 1943: 66.

Diagnose. 5,8 – 6,4 mm de comprimento total. Cabeça com pontuação densa, com pontos distanciados por aproximadamente o diâmetro de um ponto. Clípeo com duas fileiras de pontos em forma de “V” na frente dos olhos. Pronoto com pontuação igual a da cabeça; pontuação lateral seriada (Fig. 63A). Prosterno com elevação mediana em forma de capuz não dividido ao meio (Fig. 63E). Mesosterno com elevação mediana apresentando cerdas. Metasterno com elevação mediana apresentando cerdas e uma estria longitudinal mediana; parte posterior da elevação inclinada, atingindo a metade do segundo urosternito (Fig. 63C). Élitros com nove fileiras longitudinais de pontos. Urosternitos lisos, sem carena; quinto urosternito sem reentrância apical e elevação pré-apical. Peça basal da genitália masculina medindo 2/3 do comprimento total; parâmeros com ápice estreitado e ligeiramente recortado; lobo médio mais curto que os parâmeros (Fig. 63F-H).

Comentários. A espécie é muito semelhante a T. dilatatus Bruch, 1915, diferindo apenas pela largura, tamanho menor e pela forma da genitália masculina. Diferencia-se das demais espécies do gênero por apresentar o sexto antenômero dilatado.

Distribuição. BRASIL: Amazonas, Pará, Roraima; ARGENTINA; COLÔMBIA; CUBA; GUATEMALA; MÉXICO; PARAGUAI.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 04.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

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Figura 62. Mapa com registro geográfico de Tropisternus ovalis Castelnau nos lagos da savana de Roraima.

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Figura 63A – H: Tropisternus ovalis Castelnau. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Antena em vista ventral; E. Processo prosternal; F. Genitália masculina em vista dorsal; G. Genitália masculina em vista lateral; H. Genitália masculina em vista ventral.

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CHAETARTHRINAE Bedel, 1881

Anacaenini Hansen, 1991

Diagnose. Comprimento total do corpo menor que 5 mm; mandíbula com margem externa distintamente angulada. Antenas com sete a nove antenômeros. Estria sutural sempre presente; prosterno plano ou com sulco transverso; mesosterno plano ou com o dente mediano; Margem posterior do quinto urosternito nunca com uma reentrância apical;

Crenitulus Winters, 1926

Diagnose. 1,4 e 2,5 mm de comprimento total; corpo atenuado posteriormente; sutura frontoclipeal pouco visível; antenas com nove antenômeros; procoxa com ou sem fortes espinhos aparentes prosterno quase plano, não distintamente carenado na região mediana; élitros com pontuações subseriadas arranjadas; Genitália masculina com peça basal geralmente de mesmo comprimento que os parâmeros; parâmeros apontados apicalmente; lobo médio ligeiramente mais estreitos que os parâmeros; apódemas curtos; gonóporo apical ou subapical.

Na área de estudos foi encontrada uma espécie, nova para a ciência.

Crenitulus savana sp. nov. (Figs. 64; 65A – C; 66A, B)

Diagnose: 1.6 - 1.8 mm de comprimento total; forma oval; clípeo, fronte preto. Pronoto preto, com margens laterais amareladas distintamente demarcadas, atingindo ângulos ântero-laterais e margens posteriores; élitro preto, com margens amarelas na sua metade posterior; distintamente pubescente; pontuações mais grossas que em pronoto, com arranjo subserial, mais fino na porção anterior, com fileiras longitudinais de pontuações mais grosseiras nas margens laterais; mesoventrite marrom escuro a preto, plano; procoxas com algumas cerdas indistintas semelhantes a espinhos na face medial perto da junção trocantérica; metafemur com pubescência confinada à margem anterior e à porção proximal. Genitália masculina com peça basal com diâmetro semelhante aos parâmeros; parâmeros estreitados apicalmente,

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ápices arredondados; lobo médio ligeiramente mais curto do que os parâmeros, corona situada na posição subapical.

Descrição: Habitus oval, maior largura e convexidade máxima ao nível da base elitral, na região do úmero; élitro cerca de três vezes mais longo que o pronoto.

Tamanho. Comprimento total 1,6-1,8 mm.

Cabeça: Labro moderadamente largo. Labro, clípeo e fronte totalmente pretos. Pontuação formada por pontos irregulares e finos, mesclados com alguns ligeiramente mais grossos, densamente distribuídos, sendo mais densos nas margens clipeais e na fronte; diâmetros dos pontos ligeiramente menores do que nos interstícios, alguns com cerdas muito finas; pontos finos dispostas densamente ao longo da margem interna dos olhos. Interstícios brilhantes, sem microescultura. Olhos não emarginados anteriormente, porção dorsal ligeiramente esférica. Clípeo grande, ligeiramente côncavo anteriormente; sutura frontoclipeal não visível; palpos maxilares robustos, palpômero dois inflado, palpômeros de um a três amarelos; palpômero quatro preto com ofuscação terminal bem demarcada. Mento, gula, submento, cardo e estipes pretos; premento e palpos labiais amarelos; antenas com nove antenômeros; antenômeros amarelos, pedicelo curto e robusto, antenômero três mais longo que antenômeros quatro e cinco juntos. Clava antenal apical oval, duas vezes mais longa que larga.

Tórax: Pronoto preto com margens laterais amarelas, de largura variável, que atingem as margens anteriores e posteriores; pontuação irregular, mais fina do que na cabeça, densamente distribuída, mais grossa em direção às margens laterais. Cerdas muito finas inseridas em alguns pontos, principalmente nas laterais. Interstícios lisos, brilhantes, sem microescultura; prosterno marrom escuro a preto, plano, com convexidade mediana projetando-se em direção a gula; parte lateral do hipômero castanho claro, parte medial marrom escura; escutelo preto, com escassos pontos. Élitro preto com margens amarelas; pontuação elitral fina, mais grossa do que no pronoto, com arranjo subserial indistinto, frequentemente mais fina na porção anterior, com fileiras longitudinais de pontos mais grossos nas margens laterais; presença de cerdas finas inconspícuas, principalmente lateral e apicalmente. Estria sutural nitidamente impressa, presente em dois terços posteriores do élitro. Mesosterno marrom escuro a preto, plano; suturas anapleurais em forma de “S”. Epipleura marrom clara, meso e metasterno preto.

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Pernas: Procoxa de coloração marrom escuro, pubescente, com espinhos próximo a junção trocantérica; porções proximais dos fêmures, principalmente metafêmur, indistinta ou com um variável grau de marrom escuro; pubescência confinada à margem anterior e à porção proximal, côncava; pro e mesofemur quase inteiramente pubescentes. Metatíbia com espinhos moderadamente fortes na margem lateral. Meso e metatarsos com cerdas muito longas, que surgem distalmente na face dorsal dos tarsômeros. Metatarso tão longo ou ligeiramente mais longo que metatíbia.

Abdome: Urosternitos de coração marrom escura a preta, inteiramente cobertos com densa pubescência hidrofóbica.

Genitália masculina: Peça basal de comprimento equivalente a metade do comprimento total. Parâmeros estreitados apicalmente, com margens laterais convexas e margens mediais quase retas, ápices arredondados. Lobo médio ligeiramente mais curto que os parâmeros, corona situada subapicalmente (Fig. 66A-B).

Localidade tipo. BRASIL, Estado de Roraima, município de Boa Vista, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W.

Série tipo. Holótipo: BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, L. Santana cols., 09.viii.2015, 1 ♂ [álcool]. Parátipos: mesmos dados do holótipo, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, K. Dias, C. Benneti cols., 02.vi.2015, 6 ♂ e 7♀ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 10, 02°52'06.4''N, 60°51'57.9''W, 12.viii.2015, 1♀ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, XX.viii.2015, 4 ♂ e 8 ♀ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 15, 02°58'04.1''N, 61°04'46.2''W, 10.viii.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, 13.viii.2015, 25 ♂ e 5 ♀ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, 13.viii.2015, 5 ♂ [álcool]; mesmos dados do holótipo, exceto Alto Alegre, Lago 19, 02°59'39.8''N, 61°06'46.2''W, 10.viii.2015, 1 ♀ [álcool].

Etimologia. O epíteto específico, savana, usado aqui como um substantivo em aposição, refere-se ao Bioma savana onde a localidade tipo está situada.

Comentários. Crenitulus savana sp. nov. é próxima morfologicamente a Crenitulus suturalis (LeConte, 1866), Crenitulus hirsutus (Komarek, 2005), Crenitulus attiguus (d'Orchymont, 1942) e Crenitulus perpennus (Orchymont, 1942). A nova espécie difere de C. attiguus pelo 119

comprimento do corpo menor (2,1-2,4 mm em C. attiguus) na forma do mesosterno, padrão de pubescência dos fêmures, presença de pubescência dorsal (ausente em C Attiguus) e genitália masculina com a peça basal maior do que em C. attiguus e a forma dos parâmeros e do lobo mediano. C. savana sp. nov. difere de C. hirsutus pelo segmento apical da antena, mais longo em C. hirsutus; presença de linhas longitudinais de pontuações mais grosseiras nas margens laterais (ausente em C. hirsutus), forma do palpo maxilar, forma do mesoventrito, padrão de pubescência dos fêmures e parâmeros não apontados (apontados em C. hirsutus). C. savana sp. nov. difere de C. suturalis pelo segmento apical da antena, mais longo em C. suturalis, presença de fileiras longitudinais de pontuações mais grosseiras nas margens laterais (ausente em C. suturalis); presença de serdas como espinhos na procoxa (pouco desenvolvido em C. suturalis) E genitália masculina com formato dos parâmeros e lobo médio diferentes. A nova espécie difere de C. perpennus pela forma da genitália masculina, a forma do palpo maxilar, ao mesosterno e o padrão de pubescência do fêmur posterior.

Figura 64. Mapa com registro geográfico de Crenitulus savana sp. nov. nos lagos da savana de Roraima.

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Figura 65A – C: Crenitulus savana sp. nov. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral.

Figura 66A – B. Crenitulus savana sp. nov. A. Genitália masculina em vista dorsal; B. Genitália masculina em vista ventral.

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ENOCHRINAE Short & Fikacek, 2013

Enochrus Thomson, 1859

Diagnose. Comprimento total entre 2,0 e 8,5 mm; palpos maxilares com tamanhos variando de pequenos (menores que a largura da cabeça) a grandes (maiores que a largura da cabeça); segundo palpômero assimétrico e convexo na face interna; palpômero apical com face interna mais alongada, curvado no lado externo; antenas com nove antenômeros; prosterno com região mediana um pouco convexa, às vezes apresentando carena longitudinal; mesosterno elevado, formando diferentes processos ou com pequena elevação mediana; metasterno com pubescência hidrofóbica e elevação na região mediana; fêmures com pubescência hidrofóbica, exceto na sua extremidade apical; élitros com dez fileiras longitudinais de pontos e estria sutural aparente; cinco urosternitos visíveis; quinto urosternito com reentrância apical quase sempre contendo cerdas.

Enochrus está composto por 217 espécies descritas, distribuídas em todas as regiões biogeográficas (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). O gênero está dividido em seis subgêneros; Enochrus (Hydatotrephis) MacLeay, 1871, composto por quatro espécies; Enochrus (Methydrus) Rey, 1885, composto por 139 espécies; Enochrus (Holcophilydrus) Kniz, 1911, com nove espécies; Enochrus (Lumetus) Zaitzev, 1908, com 39 espécies; Enochrus (s. str.) Thomson, 1859, com nove espécies e Enochrus (Hugoscottia) Knish, 1922, com 17 espécies. Na região Neotropical ocorrem 68 espécies, das quais 36 ocorrem na América do Sul e 11 no território brasileiro (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). Na área de estudo foram encontradas duas espécies.

Enochrus (Methydrus) atlantis Orchymont, 1943 (Figs. 67; 68A – C)

Enochrus (Methydrus) atlantis Orchymont, 1943: 57.

Diagnose. 2,5 – 2,8 mm de comprimento total. Labro marrom claro. Margens laterais do clípeo amareladas e porção central marrom clara; parte posterior da cabeça marrom escura. Palpos maxilares uniformemente amarelados com último palpômero um pouco menor do que penúltimo. Antenas com nove antenômeros. Pronoto cobrindo parte da cabeça, de coloração amarelo a marrom claro, distintamente escurecido ou castanho escuro na região mediana.

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Élitro de coloração amarela a marrom; estria sutural presente. Prosterno não carenado, no máximo com uma pequena elevação mediana. Metasterno com processo laminar. Élitro com dez fileiras de pontuações regulares. Fêmures densamente pubescente, com pubescência ausente apenas nas extremidades. Urosternitos uniformemente pubescentes; quinto urosternito sem reentrância apical. Genitália masculina com parâmeros alargados na base e estreitado abruptamente no ápice. Lobo médio mais curto e mais estreito que os parâmeros; Corona situada subapicalmente, ápice arredondado. Peça basal menor que a metade do comprimento total (Fig. 68A-C).

Comentários. Diferencia-se das outras espécies do gênero por possuir prosterno não carenado, pela presença de reentrância apical no quinto urosternito e pela forma da genitália masculina. E. atlantis é semelhante a E. guarani e E. rufrenus (Fernandez, 1988) porém a coloração da fronte, do pronoto e a forma da genitália masculina as difere.

Distribuição. BRASIL: Piauí, Roraima.

Figura 67. Mapa com registro geográfico de Enochrus atlantis Orchymont nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3'', Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 31/v/2015, 1 ♂ [álcool].

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Figura 68A – C: Enochrus atlantis Orchymont. A. genitália masculina em vista dorsal; B. genitália masculina em vista lateral; C. genitália masculina em vista ventral.

Enochrus (Metlhydrus) melanthus Orchymont, 1943 (Figs. 69; 70A – F)

Enochrus (Metlhydrus) melanthus Orchymont, 1943: 59; Fernandez, 1997: 22

Diagnose. 3,1 – 4,0 mm de comprimento total. Cabeça preta com uma mancha castanho clara na frente dos olhos. Palpo maxilar em sua maior parte castanho claro, com zonas mais escuras na base do segundo palpômero e na extremidade do último. Pontuação da cabeça, pronoto e élitros fina e homogênea, diâmetro dos pontos menor que a distância entre eles. Pronoto de coloração castanho escuro com a borda lateral castanho claro (Fig. 70A). Prosterno sem carena em sua metade posterior com uma suave elevação longitudinal medial. Processo mesosternal com um dente conspícuo (Fig. 70C). Último urosternito visível com uma reentrância apical profunda. Genitália masculina com parâmetros mais longos que peça basal, arredondados apicalmente, voltados suavemente para fora, formando uma pequena concavidade. Lobo médio com bordas retas na base, estreitando-se em seu terço apical, curvado em vista lateral (Fig. 70D-F).

Comentários. A espécie se diferencia das demais pela coloração do palpo maxilar, processo mesosternal com dente conspícuo e forma da genitália masculina.

Distribuição. ARGENTINA: Chaco, Tucuman, Misiones; BOLÍVIA: Santa Cruz; BRASIL: Fernando de Noronha, Pernambuco, São Paulo, Roraima; PARAGUAI: Carumbé, Caaguazú.

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Figura 69. Mapa com registro geográfico de Enochrus melanthus Orchymont nos lagos da savana de Roraima.

Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 1, 02°54'24.7''N, 60°57'38.3''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 31.v.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 3, 02°47'15.4''N, 60°46'37.3''W, 01.vi.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, K. Dias, L. Santana cols., 09.viii.2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 7, 02°49'02.7''N, 60°48'18.3''W, 02.vi.2015, 3 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13, 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015, 6 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, K. Dias, L. Santana cols., 12.viii.2015; ♂ 8 e ♀ 1 [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 23, 02°51'46.3''N, 60°47'30.6''W, 07.vi.2015, 3 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 24, 03°02'20.3''N, 60°46'51.7''W, K. Dias, L. Santana cols., 13.viii.2015, 5 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, K. Dias, L. Santana cols., 13.viii.2015, 5 ♂ [álcool]; Mesmos dados, exceto Alto Alegre, Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02.vi.2015, 1 ♂ [álcool].

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Figura 70A – F: Enochrus melanthus Orchymont. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral; D. Genitália masculina em vista dorsal; E. Genitália masculina em vista lateral; F. Genitália masculina em vista ventral.

ACIDOCERINAE Zaitzev, 1908

Chasmogenus Sharp, 1882

Diagnose. 2,5 e 5,5 mm de comrpimento; antenas com oito ou nove antenômeros; palpos maxilares longos, palpômero subapical apresentando a face externa convexa; mento com

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reentrância conspícua na região anterior; prosterno sem carena e pouco convexo; mesosterno com discreta carena mediana em quase toda sua extensão; metasterno com pubescência hidrofóbica e discreta elevação na região posteromediana; fêmures com pubescência hidrofóbica; tarsos com cinco artículos; élitros com estria sutural na metade posterior e inconspícuas fileiras longitudinais de pontos sistemáticos seriados; abdome com pubescência hidrofóbica; quinto urosternito com reentrância na região apical.

Chasmogenus é composto por 40 espécies, distribuídas em todas as regiões biogeográficas, com exceção da região Neártica. Na região Neotropical podemos encontrar 11 espécies, destas dez registradas para a América do Sul e quatro registradas para o Brasil (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006, Clarkson e Ferreira Jr. 2014). No presente estudo foi encontrada uma espécie.

Chasmogenus sp. (Figs. 71; 72A - C)

Diagnose da fêmea. 3,3 – 3,5 mm de comprimento total. Cabeça densamente pontuada, com pontos distanciados por aproximadamente uma à duas vezes o diâmetro de um ponto; área imediatamente atrás da sutura fronto clipeal com pontos maiores que os demais. Mento com reentrância anterior arredondada (Fig. 72C). Antenas com oito antenômeros; comprimento dos antenômeros da clava antenal somados equivalente ao comprimento dos demais antenômeros somados. Pronoto densamente pontuado. Prosterno levemente abaulado, não carenado. Meso e metasterno abaulados no meio com uma discreta estria longitudinal no centro da elevação (Fig. 72C). Élitro com pontuação de fundo densa; estria sutural conspícua e presença de dez fileiras longitudinais de pontos, a décima restrita a uma pequena porção anterior (Fig. 72A). Pubescência femoral nos meso e metafêmures ausente apenas nas extremidades. Urosternitos sem carena, com margens posteriores e laterais lisas. Quinto urosternito com reentrância apical rasa.

Comentários. As diferenças entre as espécies de Chasmogenus são observadas nas formas da margem anterior do clípeo, da escavação do mento, depressões no pronoto, forma do processo mesosternal e, principalmente, da genitália masculina. O único exemplar desta espécie examinado não pode ser identificado por se tratar de uma fêmea.

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Figura 71. Mapa com registro geográfico de Chasmogenus sp. nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Alto Alegre, Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 02.vi.2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 13 02°53'03.5''N, 60°52'45.5''W, 03.vi.2015, 1 ♀; mesmos dados, exceto Lago 14, 02°57'35.4''N, 61°04'39.9''W, 04.vi.2015, 1 ♀ [álcool].

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Figura 72 A – C: Chasmogenus sp. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral.

SPHAERIDIINAE Latreille, 1802

Coelostomatini Heyden, 1891

Diagnose. Metasterno com porção central elevada, mais ou menos projetada entre as mesocoxas, em contato com o processo mesosternal, geralmente muito elevado, com escavação ânteromediana. Epipleura muito ampla.

Phaenonotum Sharp, 1882

Diagnose. Comprimento total entre 1,5 e 4,5 mm; corpo oval arredondado, convexo dorsalmente; antenas com nove antenômeros; palpos maxilares pequenos, menores do que a largura da cabeça; pronoto com ângulos anteriores e posteriores arredondados; prosterno curto, quase plano, sem carena mediana; mesosterno fusionado com o mesanepisterno; elevação mesosternal setiforme, com porção posterior fundida à elevação metasternal; elevação metasternal com margens laterais subparalelas; fêmures anteriores e médios com pubescência esparsa e indistinta; élitros sem distintas fileiras de pontos; estria sutural ausente; abdome com cinco urosternitos visíveis, apresentando densa pubescência hidrofóbica; quinto urosternito com região apical arredondada.

O gênero está composto por 18 espécies distribuídas nas regiões Neártica, Afrotropical e Neotropical. Na região neotropical há registro de 16 espécies, sendo 13 delas encontradas na América do Sul e sete espécies registradas para o Brasil (Hansen, 1999; Short e Hebauer, 2006). Na área de estudos foram encontradas duas espécies.

Phaenonotum sp. 1 (Figs. 73; 74A - C)

Diagnose. 2,1 – 2,2 mm de comprimento total. Forma do corpo oval em vista dorsal; muito convexo em vista lateral. Superfície dorsal e ventral de coloração marrom escura. Antenas e

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palpos maxilares amarelados. Cabeça um pouco mais escura do que o pronoto e élitro, com finos e esparsos pontos. Pronoto mais largo que longo e muito convexo, com pontos do mesmo tamanho que os presentes na cabeça. Pontuação elitral muito mais grosseira que na cabeça e pronoto, fortemente impressa. Processos meso e metasternal fundidos em uma quilha comum, processo mesosternal mais elevado que o metasternal com ápice arredondado. Pro e mesofêmur com pubescência muito curta; metafemur com pubescência escassa. Todos os tarsos com cerdas longas na superfície ventral. Lobo médio da genitália masculina mais curto que parâmeros, região basal robusta, região apical alongada e arredondada. Parâmeros moderadamente grandes e indistintamente sinuosos a partir da região subapical. Peça basal um pouco menor que a metade do comprimento total (Fig. 74A-C).

Comentários. Não foi possível a identificação a nível especifico do material coletado. A principal dificuldade é devida a carência de trabalhos sobre as espécies deste gênero. Além disso, as descrições de espécies neotropicais são antigas e incompletas não possibilitando a correta identificação das mesmas.

Distribuição. BRASIL: Roraima

Figura 73. Mapa com registro geográfico de Phaenonotum sp. 1 nos lagos da savana de Roraima.

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Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 4, 02°47'29.8''N, 60°47'08.4''W, Rede Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 01/vi/2015, 1 ♂ [álcool]; mesmos dados, exceto Lago 17, 02°52'29.7''N, 60°51'48.9''W, 05/vi/2015, 1 ♀ [álcool]; mesmos dados, exceto Alto Alegre: Lago 9, 02°51'13.7''N, 60°50'32.8''W, 02/vi/2015, 1 ♂ 1 ♀ [álcool].

Figura 74A – C: Phaenonotum sp. 1. A. Genitália masculina em vista dorsal; B. Genitália masculina em vista lateral; C. Genitália masculina em vista ventral.

Phaenonotum sp. 2 (Figs. 75; 76A - C)

Diagnose. 1,5 – 1,7 mm de comprimento total. Forma do corpo oval em vista dorsal, muito convexa em vista lateral. Superfície dorsal e ventral de coloração marrom escura. Antenas e palpos maxilares amarelados. Cabeça mais escura que o pronoto e élitros, com finos e esparsos pontos (Fig. 76A). Margens anterior e posterior do pronoto mais claras, distintamente demarcadas (Fig. 76B). Pronoto com pontuação do mesmo tamanho que na cabeça. Pronoto mais largo que longo e muito convexo. Processos meso e metasternal fundidos em uma quilha comum; processo mesosternal com ápice arredondado (Fig. 76C). Pontuação elitral mais grosseira do que a pontuação pronotal e da cabeça. Pro e mesofêmur com pubescência muito curta; metafêmur com pubescência escassa. Todos os tarsos com cerdas longas na superfície ventral.

Comentários. Phaenonotum sp. 2 pode ser diferenciado de Phaenonorum sp. 1 por ter menores dimensões e por possuir as margens anterior e posterior do pronoto mais claras. Não

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foi possível a comparação da genitália masculina, pois o único exemplar coletado se trata de uma fêmea.

Distribuição. BRASIL: Roraima

Figura 75. Mapa com registro geográfico de Phaenonotum sp. 2 nos lagos da savana de Roraima. Material examinado. BRASIL: Roraima: Boa Vista, Lago 25, 03°10'53.9''N, 60°50'00.8''W, Rede Entomológica Aquática (Rapiché), K. Dias, C. Benetti cols., 07/vi/2015, 1 ♂ [álcool].

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Figura 76A – C. Phaenonotum sp. 2. A. Hábito em vista dorsal; B. Hábito em vista lateral; C. Hábito em vista ventral.

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5. CONCLUSÃO

As espécies encontradas correspondem a 15% da riqueza de espécies da família para o Brasil. Foram descritas sete espécies novas para a ciência, pertencentes a três gêneros: Berosus apiciflatus sp. nov.; Berosus atratus sp. nov.; Berosus cordatus sp. nov.; Berosus aurifer sp. nov.; Berosus clarksoni sp. nov.; Crenitulus savana sp. nov. e Derallus roraimensis sp. nov. Também registramos pela primeira vez no Brasil, nove novas espécies já descritas: Berosus. castaneus; Berosus llanensis; Berosus megaphallus; Berosus olivae; Berosus repertus; Paracymus sedatus; Hydrophilus simulator; Tropisternus apicipalpis; Tropisternus laevis. Todas as espécies encontradas são novos registros para Roraima, visto que não havia sido feito nenhum estudo prévio para a família no estado. Embora a subfamília Sphaeridiinae seja composta predominantemente por táxons terrestres, os representantes do gênero Phaenonotum podem estar associados a corpos de água e, talvez por isso, tenham sido os únicos da subfamília presentes no material coletado. Não foi possível a identificação dos espécimes a nível específico devido a carência de trabalhos com este gênero e descrições de espécies neotropicais antigas e incompletas. Também não foi possível a identificação da única espécie coletada do gênero Chasmogenus, visto que a principal característica para identificação das espécies é a genitália masculina e o exemplar se trata de uma fêmea. O gênero Berosus mostrou-se o mais rico, com 19 espécies registradas. Este gênero é reconhecidamente o gênero mais diverso da família em todo o mundo. O número de espécies novas encontradas para este gênero pode refletir uma riqueza de espécies ainda não estudadas no país. A chave de identificação apresentada neste trabalho permite a identificação das espécies e juntamente com as diagnoses, descrições e as imagens fornecem subsídios para futuros trabalhos com os gêneros e espécies estudadas, principalmente de lagos de savana de Roraima.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE A

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APÊNDICE A - Táxons de Hydrophilidae (Coleoptera) encontrados na Região Norte do Brasil (BR), e países limítrofes da região: Venezuela (V), Suriname (S), Guiana (G) e Guiana Francesa (GF).

Gênero Espécie Referência Ocorrência Anacaena Anacaena sp. Benetti e Hamada, 2003 BR: Amazonas Apurebium A. jasperae Garcia, 2002 Garcia, 2002 V: Apure Australocyon A. confusus Hansen, 2003 Fikácek e Short, 2011 BR: Pará A. huijbregtsi Hansen, 2003 Short e F. Hebauer, 2006 S: Nickerie A. minutus Hansen, 2003 Fikácek e Short, 2011 BR: Pará B. ambogynus Mouchamps, Berosus Oliva, 1989ª; Este trabalho BR: Amazonas; Pará; Roraima 1963 B. apiciflatus sp. nov. Este trabalho BR: Roraima B. apure Oliva, 2002 Short e Hebauer, 2006 V: Apure B. aragua Oliva e Short, 2012 Oliva e Short, 2012 V: Anzoategui B. arcanus Knisch, 1924 Oliva, 1993 BR: Amazonas B. asymmetricus Oliva e Oliva e Short, 2012 V: Bolívar Short, 2012 B. atratus sp. nov. Este trabalho BR: Roraima B. aurifer sp. nov. Este trabalho BR: Roraima Oliva, 1992 B. batesi Oliva, 1992 BR: Amazonas; Pará

Oliva e Short, 2012; V: Apure; B. brevibasis Oliva, 1989 Este trabalho BR:Roraima B. capanaparo Oliva e Short, Oliva e Short, 2012 V: Apure 2012 B. castaneus Oliva e Short, Oliva e Short, 2012 V: Bolívar; BR: Roraima 2012 B. clarksoni sp. nov. Este trabalho BR: Roraima Oliva e Short, 2012; Este V: Bolívar; BR: B. consobrinus Knisch, 1921 trabalho Roraima B. cordatus sp. nov Este trabalho BR: Roraima B. corozo Oliva e Short, 2012 Oliva e Short, 2012 V: Guarico B. duquefi Queney, 2006 Fikácek e Short, 2011 GF.: Roura B. ebeninus Oliva e Short, Oliva e Short, 2012 V: Bolívar 2012 B. elegans Knisch, 1921 Oliva e Short, 2012 V: Bolívar B. erraticus Mouchamps, Oliva e Short, 2012 V:Anzoategui 1963 B. festivus Berg, 1885 Oliva e Short, 2012 V: Barinas Mouchamps, 1960; Este B. freyi Mouchamps, 1960 BR: Amazonas; Roraima trabalho B. garciai Oliva e Short, 2012 Oliva e Short, 2012 V: Amazonas B. geayi d’Orchymont, 1937 Oliva e Short, 2012 V: Falcón B. ghanicus d’Orchymont, Oliva e Short, 2012 V: Bolívar 1941 B. guyanensis Queney, 2006 Fikácek e Short, 2011 GF.: Iracoubo B. hamatus Knisch, 1924 Orchymont, 1925 BR: Amazonas; Pará B. holdhausi Knisch, 1920 Mouchamps, 1960 BR: Acre V: Anzoategui B. humeralis Oliva e Short, Oliva e Short, 2012 V: Amazonas 2012 B. inpa Oliva, 1992 Oliva, 1992 BR: Amazonas B. insignis Knish, 1921 Este trabalho BR: Roraima B. jolyi Oliva e Short, 2012 Oliva e Short, 2012 V: Anzoategui B. llanensis Oliva e Short, Oliva e Short, 2012; Este V: Apure; BR: Roraima 2012 trabalho Continua... 144

...Continuação Oliva e Short, 2012; Este B. marquardti Knisch, 1921 V: Apure; BR: Roraima trabalho B. megaphallus Oliva e Short, Oliva e Short, 2012; Este V: Apure; BR: Roraima 2012 trabalho B. minimus Knisch, 1921 OLIVA, 1989a BR: Amazonas V: Bolívar; GF: Oliva e Short, 2012; Este B. olivae Queney, 2006 Iracoubo; BR: trabalho Roraima B. ornaticollis Oliva e Short, Oliva e Short, 2012 V: Amazonas; Bolívar 2012 B. pallipes Brullé, 1841 Oliva e Short, 2012 V: Anzoategui Oliva e Short, 2012; Este V: Apure, Aragua; B. patruelis Berg, 1885 trabalho BR: Roraima B. rectangulus Mouchamps, Este trabalho BR: Roraima 1960 B. repertus Oliva e Short, Oliva e Short, 2012; Este V: Guarico; BR:

2012 trabalho Roraima Oliva e Short, 2012; Este V: Anzoategui; BR: B. reticulatus Knisch, 1921 trabalho Roraima V: Amazonas B. ruffinus d’Orchymont, 1946 Oliva e Short, 2012 BR: Amazonas B. sinigus Oliva, 1989 Oliva, 1989a BR: Amazonas B. tramidrum Oliva e Short, Oliva e Short, 2012 V: Guarico 2012 B. truncatipennis Castelnau, V: Anzoategui BR: Oliva e Short, 2012 1840 Pará B. wintersteineri Knisch, 1921 Oliva e Short, 2012 V: Guárico; B. zimmermanni Knisch, 1921 Oliva e Short, 2012 V: Apure Cercyon C. soesilae Makhan, 2010 Fikácek e Short, 2011 S: Suriname C. nincantatus Fikáček e Fikácek e Short, 2011 S: Brokopondo Short, 2010b Chaetarthria Chaetarthriasp. Benetti e Hamada, 2003 BR: Amazonas C. minuta Garcia, 2002 Short e Hebauer, 2006 V: Apure Chasmogenus Chasmogenus sp. Este trabalho BR: Roraima C. australis Garcia, 2000 Short e Hebauer, 2006 V: Apure C. bariorum Garcia, 2000 Short e Hebauer, 2006 V: Zulia C. occidentalis Garcia, 2000 Short e Hebauer, 2006 V: Zulia C. yukparum Garcia, 2000 Short e Hebauer, 2006 V: Zulia Crenitulus Crenitulus savana sp. nov. Este trabalho BR: Roraima Bertrand, 1968; Spangler, BR: Amazonas; Pará Derallus Derallus spp. 1990; Benetti e Hamada, 2003 D. roraimensis sp. nov Este trabalho BR: Roraima D. angustus Sharp, 1882 Oliva, 1983; Oliva, 1989b BR: Amazonas; Pará D. anicatus Orchymont, 1940 Oliva, 1983 BR: Amazonas D. brachyphallus Oliva, 1983 Oliva, 1983 BR: Amazonas D. pectoralis Oliva, 1983 Oliva, 1983 BR: Pará D. perpunctatus Oliva, 1983 Oliva, 1983 BR: Amazonas D. subglobosus Oliva, 1983 Oliva, 1983 BR: Amazonas D. terranovae Oliva, 1983 Oliva, 1983 BR: Amazonas D. amrishi Makhan, 2005c Short e F. Hebauer, 2006 S: Commewijne D. aschnae Makhan, 2005c Short e F. Hebauer, 2006 S: Commewijne Bertrand, 1968; Benetti e Enochrus Enochrus spp. BR: Amazonas Hamada, 2003 E. atlantis Orchymont, 1943 Este trabalho BR: Roraima Continua...

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Continuação... E. fittkaui Fernandez, 1988 Fernandez, 1988 BR: Amazonas E. lampros Knisch, 1924 Fernandez, 1997 BR: Amazonas E. melanthus Orchymont, Este trabalho BR: Roraima 1943 E. paraenses Fernandez, 1997 Fernandez, 1997 BR: Pará E. rufrenus Orchymont, 1943 Orchymont, 1943 BR: Amazonas G. hemisphaericus Garcia A, Short e Hebauer, 2006 Globulosis V: Bolívar 2001 Guaramacalus G. andinus Garcia 2000c Short e Hebauer, 2006 V: Trujillo G. lacuniventris Gustafson e Guyanobiu Fikácek e Short, 2011 V: Trujillo Short, 2010b G. queneyi Gustafson e Short, Fikácek e Short, 2011 GF.: Roura 2010b H. amazonenses Clarkson, Helobata Clarkson et al., 2016 BR: Amazonas 2016 H. aschnakiranae Makhan, Fikácek e Short, 2011 S: Commwijne 2007 H. bitriangulata, Garcia, 2000 García, 2000 V: Apure H. cuivaum Garcia, 2000d Short e Hebauer, 2006 V: Apure H. larvalis Horn, 1873 Clarkson et al., 2016 BR: Amazonas H. lilianae Garcia, 2000d Short e Hebauer, 2006 V: Apure H. quatipuru Fernandez e BR: Pará Fernandez e Bachmann; 1987 Bachmann, 1987 H. soesilaeMakhan, 2007a Fikácek e Short, 2011 S: Nieuw Amsterdam. Bertrand, 1968; Spangler, Helochares Helochares sp. BR: Amazonas; Pará 1990; Benetti e Hamada, 2003 H. ventricosus Bruch, 1915 Fernandez, 1982 BR: Amazonas Hemiosus H. fittkaui Oliva, 1994 Oliva, 1994 BR: Amazonas H. monstrosus Oliva, 1994 Oliva, 1994 BR: Amazonas H. mornarius Orchymont, Oliva, 1994 BR: Amazonas 1940 H. costalis Oliva, 1994 Oliva, 1994 BR: Amazonas Hydrobiomorpha Hydrobiomorpha sp. Benetti e Hamada, 2003 BR: Amazonas H. corumbaensis Mouchamps, Este trabalho BR: Roraima 1959 H. denticulata Bachmann, Bachmann, 1988 BR: Pará 1988 H. longa Bruch, 1915 Bachmann, 1988 BR: Amazonas H. mucajai Bachmann, 1988 Bachmann, 1988 BR: Amazonas H. paraenses Bachmann, 1988 Bachmann, 1988 BR: Pará H. solitaria Bachmann, 1988 Bachmann, 1988 BR: Pará H. spiculosa Bachamnn, 1988 Bachmann, 1988 BR: Pará H. Utinga Bachmann, 1988 Bachmann, 1988 BR: Pará

Hydrophilus H. smaragdinus Brullé, 1837 Bachmann, 1969 BR: Amazonas

Benetti e Hamada, 2003; Este BR: Acre; Amazonas; Pará; H. ensifer Brullé, 1837 trabalho Roraima H. simulator Bedel, 1891 Este trabalho BR: Roraima Motonerus M. amrishi Makhan, 2009 Fikácek e Short, 2011 S: Kasikasima M. apterus Fikáček e Short, Fikácek e Short, 2011 V: Mérida 2006

Continua...

Continuação... M. nublado Fikáček e Short, Fikácek e Short, 2011 V: Mérida 2006

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Notionotus Notionotus sp. Spangler, 1990 BR: Pará N. dilucidus Queney, 2010 Fikácek e Short, 2011 GF.: Cascades de Fourgassié N. edibethae, Garcia, 2000 Garcia, 2000 V: Trujillo N. liparus, Spangler, 1972 Garcia, 2000 V: Aragua N. lohezi Queney, 2010b Fikácek e Short, 2011 GF.: Régina, Patawa N. perijanus Garcia, 2000 Garcia, 2000 V: Zulia V: Trujillo, Táchira, Falcón, N. rosalesi, Spangler, 1972 Garcia, 2000 Zulia N. shorti Queney, 2010b Fikácek e Short, 2011 G: Mazaruni-Potaro Omicrus O. piceus Smeatana, 1975 Smeatana, 1975 BR: Amazonas O. andinus Short e García, Oocyclus Fikácek e Short, 2011 V: Mérida 2010 O. bolivari Short e García, Fikácek e Short, 2011 V: Bolívar 2010 O. coromoto Short e García, Fikácek e Short, 2011 V: Amazonas 2010 O. floccus Short e García, Fikácek e Short, 2011 V: Bolívar 2010 O. galbus Short e García, Fikácek e Short, 2011 V: Zulia 2010 O. maluz Short, Greene e Short, Greene e Garcia, 2013 V: Mérida Garcia 2013 O. meridensis Short e García, Fikácek e Short, 2011 V: Mérida 2010 O. miza Short, Greene e Short, Greene e Garcia, 2013 V: Bolívar García, 2013 O. petra Short e García, 2010 Short e Garcia, 2013 G: Essequibo O. pico Short e García, 2010 Fikácek e Short, 2011 V: Aragua O. pittieri Short e García, Fikácek e Short, 2011 V: Aragua 2010 O. sapphirus Short e García, Fikácek e Short, 2011 V: Aragua 2010 O. trio Short e Kadosoe, 2011 Short e Garcia, 2013 G: Essequibo O. trujilloShort e García, 2010 Fikácek e Short, 2011 V: Trujillo O. zulianus Short e García, Fikácek e Short, 2011 V: Zulia 2010 Paracymus Paracymus. spp. Benetti e Hamada, 2003 BR: Amazonas P. gracilis Orchymont, 1942 Este trabalho BR: Roraima P.s P. sedatus Wooldridge, 1973 Este trabalho BR: Roraima Phaenonotum Phaenonotum spp Spangler, 1990 BR: Pará Phaenonotum sp.1 Este trabalho BR: Roraima Phaenonotum sp.2 Este trabalho BR: Roraima Phaenostoma P. stochasma Short, 2010 Short, 2010 V: Amazonas Protistolophus P. spangleri Short, 2010 Fikácek e Short, 2011 V: Amazonas Quadriops Q. amazonenses Garcia, 2000 Garcia, 2000 V: Amazonas Q. amazonenses García 2000b Short e Hebauer, 2006 V: Amazonas S. auribleps Fikáček e Short, Sacosternum Fikácek e Short, 2010 BR: Rondônia 2010a S. braziliense Henegouwe, Spahaeridium Henegouwe, 1986 BR: Amazonas 1986 Continua...

Continuação... T. sulcatus Short e Garcia, Tobochares Fikácek e Short, 2011 V: Amazonas 2007

T. sulcatus, Short e Garcia, Short e Garcia, 2007 V: Amazonas 2007

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Tropisternus Tropisternus sp. Bertrand, 1968 BR: Amazonas T. acaragua Bachmann, 1970 Benetti e Hamada, 2003 BR: Amazonas T. apicipalpis Chevrolat, 1834 Este trabalho BR: Roraima T. chalybeus Castelnau, 1840 Orchymont, 1921 BR: Amazonas Spangler, 1966; Benetti e T. collaris Fabricius, 1775 BR: Amazonas; Roraima Hamada, 2003; Este trabalho Benetti e Hamada, 2003; Este T. laevis Sturm, 1826 BR: Amazonas; Roraima trabalho T. metallescens Orchymont, Orchymont, 1922 BR: Amazonas 1922 Spangler, 1966; T. ovalis Castelnau, 1840 Benetti e Hamada, 2003; Este BR: Amazonas; Roraima trabalho Benetti e Hamada, BR: Amazonas T. sanapana Bachmann, 1970 2003 T. phyllisae Spangler e Short, Fikácek e Short, 2011 S: Krakka-Phedra Road 2008 T. surinamensis Spangler e Fikácek e Short, 2011 S: Krakka-Phedra Road Short, 2008 Venezuelobium V. convexum, Garcia, 2002 Garcia, 2002 V: Apure V. jolyi, Garcia, 2002 Garcia, 2002 V: Apure

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