Sesc Pinheiros Rua Paes Leme, 195 | CEP 05424-150 Tel.: 3095 9400 Estação Faria Lima sescsp.org.br/asmargensdosmares /pinheiros

Portugal

Cabo Verde

Guiné-Bissau

Angola Brasil

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patrocínio idealização e realização produção

margensCAPA1.indd 1 25/07/15 10:41 margensCAPA1.indd 2 25/07/15 10:41 encontro entre as culturas contemporâneas de , Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal por meio das artes visuais e da música

8 de maio a 2 de agosto de 2015 Movements of the past and of the present

Are areas of land embedded on the coasts of Europe, America and Africa separated by the ocean, or, rather, connected by it? Movements of the past, which in their wake left Portuguese-speaking populations in mutually distant territories, suggest that the vast waters that separate cultures can also bring them together. This is because the crossings of the Atlantic led not only to the discovery of new lands, but also to encounters among peoples. Thus, despite and because of the tensions and other consequences involved in this process, the overseas adventure led to intense interchange and produced cultural syntheses. Hundreds of years later, renewed dialogues between countries that share Portuguese as a heritage of those times are now blossoming in infinite possibilities. While a shared language makes conversation easier, multiple and diverse experiences in the field of nonverbal languages, such as the visual arts and music, are giving rise to feelings, posing questions, and daring to formulate always provisional responses. The blurring of the rigid outlines that once set boundaries between the languages of art has expanded the paths available to artistic creators. Images, sounds, touches, smells and tastes are today mixed in synesthetic compositions that foster reflections on contemporary issues. This profusion of sensible experiences constitutes the main line of the project As Margens dos Mares [The Margins of the Seas]. By bringing together musicians and visual artists from Angola, Brazil, , Guinea-Bissau, Mozambique and Portugal, Sesc encourages cultural exchanges and encounters in a movement of the present, which, it is hoped, will spawn new developments in its wake.

Danilo Santos de Miranda Regional Director of Sesc São Paulo

2 Movimentos do passado e do presente

Porções de terra incrustradas no litoral da Europa, da América e da África estariam separadas pelo oceano ou, ao contrário, conectadas por ele? Movimentos do passado, que em seu rastro legaram a língua portuguesa a populações vivendo em territórios tão distantes entre si, sugerem: a imensidão das águas que afasta pode, também, aproximar. Isso porque trânsitos pelo Atlântico provocaram não apenas a descoberta de terras, mas o encontro entre povos. Assim, a despeito e por causa das tensões e outras consequências envolvidas no processo, a aventura além-mar radicalizou intercâmbios e produziu sínteses culturais. Centenas de anos mais tarde, diálogos renovados entre países que compartilham o português como herança daqueles tempos desabrocham em infinitas possibilidades. Se o idioma comum facilita conversas, experiências no campo das linguagens não verbais, como o das artes visuais e da música, são múltiplas e diversas, atiçando sentidos, insinuando questões e arriscando respostas sempre provisórias. A diluição dos contornos rígidos que, um dia, estabeleceram fronteiras entre linguagens artísticas expandiu caminhos para criadores. Imagens, sons, toques, cheiros e gostos hoje se misturam em composições sinestésicas que proporcionam reflexões sobre inquietações contemporâneas. Tal profusão de experiências sensíveis constitui a linha mestra do projeto As Margens dos Mares. O Sesc, ao reunir músicos e artistas visuais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal, impulsiona encontros e trocas culturais num movimento presente que, espera-se, deixará novos rastros.

Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo

3 Life and art

In 1985, the Sociedade Cultural Arte Brasil emerged on the Brazilian art scene with the aim of producing multicultural events and interlinking artistic creators and their languages, especially in the areas of music and the visual arts. In short time, the initiative achieved its first results:Brazil Projects 1988, held in New York, connected João Gilberto and Hélio Oiticica, and Glauber Rocha, alongside a constellation of artists, to make Brazilian contemporary art shine in an important center of connections in the art circuit. Since then the concept has been brought to other locations and venues, assimilating new ideas while associating the natural environment with digital media, producing exhibitions and shows in Tokyo, São Paulo and Los Angeles. Its destiny was headed toward other margins, the margins of seas. Now it is aiming to unite the margins of the Atlantic, using the arts as a common link. The Atlantic constitutes a metaphor for the approximation of cultures, especially cultures that have developed within the environment of the . The meaning of a cultural project with a diverse character such as this one, which transits between music and the visual arts, among the sensibilities of each artist and the vicissitudes of each language, among the distinct characteristics of Portuguese- speaking countries, lies at a precise point: the construction of a space of transnational, transcultural dialogue. This is the power of culture, the potential of the artistic discourse: the possibility that we may abstract the nearly infinite repetitions that mold our modern world, the unavoidable routine of sociability, in order to discover the small differences, the subtle gaps that shed light on the perception of the whole. The timbre of the voice in a song or the arrangement of scenic elements in an installation operates as vectors that crisscross the artistic territories. The aim is to reveal how differences can coexist, which is the rightful goal of culture and life itself. To this end, there is nothing better than Sesc Pinheiros for hosting a project like this, a place of dialogue and shared existence, which is outstanding in the vibrant and complex scenario of São Paulo. As Margens dos Mares [The Margins of the Seas] reinvigorates its foundations and points to new encounters and interactions.

Carmen Elisa Santos Ritenour Sociedade Cultural Arte Brasil

4 A vida e a arte

Em 1985, surgia no cenário brasileiro a Sociedade Cultural Arte Brasil, com o objetivo de promover eventos multiculturais, cruzando criadores e suas linguagens, em especial na música e nas artes visuais. Em pouco tempo, a iniciativa rendeu frutos: “Brazil Projects 1988”, realizado em Nova York, conectou João Gilberto e Hélio Oiticica, Caetano Veloso e Glauber Rocha, ao lado de uma plêiade de artistas, para fazer brilhar a produção contemporânea brasileira em um centro de conexão fundamental no circuito das artes. Desde então, o conceito percorreu outras paragens e assimilou novas ideias, associando meio ambiente e mídias digitais, exposições e shows em Tóquio, São Paulo e Los Angeles. O destino apontou para as margens, as margens dos mares. Trata-se agora de unir as margens do Atlântico, utilizando as artes como fio condutor. O Atlântico potencializa uma metáfora de aproximação entre culturas, sobretudo as culturas amadurecidas no ambiente da língua portuguesa. O significado de um projeto cultural de caráter múltiplo como este, que transita entre a música a as artes visuais, entre as sensibilidades de cada artista e as vicissitudes de cada linguagem, entre as distintas características dos países lusófonos, reside em um ponto preciso: a construção de um espaço de diálogo, transnacional e transcultural. Esta é a força da cultura, a potência dos discursos artísticos: a possibilidade de que possamos abstrair as repetições quase infinitas que moldam nosso mundo moderno, a rotina incontornável da sociabilidade, e venhamos a descobrir as pequenas diferenças, as sutis brechas que iluminam a percepção do todo. O timbre vocal em uma canção ou a organização do ambiente cênico de uma instalação funcionam como vetores que atravessam os territórios artísticos. O objetivo é revelar uma convivência das diferenças, que representa o próprio devir da cultura, da vida, enfim. Nada melhor do que um espaço como o Sesc Pinheiros para acolher um projeto como esse. Um local de diálogo e convivência, que se destaca no vibrante e complexo cenário paulistano. As Margens dos Mares revigora seus fundamentos e aponta para novos encontros e interações.

Carmen Elisa Santos Ritenour Sociedade Cultural Arte Brasil

5 Taste for experimentation

The project As Margens dos Mares [The Margins of the Seas] celebrates the encounter between cultures and languages, between the visual arts and music. Here, the exhibition of a wide range of artwork takes place alongside musical presentations involving the sharing of musical traditions, instruments and timbres of distinct origins with the aim of underscoring the intense and fertile interchange which, since the beginning of the 20th century, has become established between music and the visual arts. Especially since the advent of modernism, the visual arts have desired the freedom of music, its indifference to any commitment to representing the world. One proof of this is found in the correspondence between Russian painter Wassily Kandinsky, the introducer of abstract art, and Austrian composer Arnold Schoenberg, the master of the dodecaphonic musical method that threw the tonal system into crisis. Musician John Cage’s lessons concerning the understanding of noise and the incorporation of ambient sound as musical raw material continued and enlarged the exchange between the realms of music and the visual arts. In this sense, the invention of the happening, a sort of multidisciplinary artistic product that shook the art world in the early 1950s – a work by Cage, by choreographer Mercy Cunningham and by visual artist Robert Rauschenberg – decisively catalyzed the process of the reinvention of arts through the overlapping of its boundaries. In the ultimate analysis, the visual-arts show proposed by As Margens dos Mares arises from the decisive action of music in the context of artistic production as a whole. The inclusion of the environment in the musical sphere corresponded to the desire for painting to project into space and for sculpture to transform into penetrable structures, while also – in various cases, as takes place in our exhibition – combining elements derived from distinct languages, such as cinema, photography, drawing, and the object. The holding of this exhibition, therefore, takes on a special meaning: celebrating a time that fosters the intertwining of languages; exploring this possibility through artwork and artists who momentarily leave the margins of the communities they belong to in order to find themselves among us, the Brazilian public.

Agnaldo Farias curator

6 Gosto pela experimentação

O projeto As Margens dos Mares celebra o encontro entre culturas e linguagens, entre as artes visuais e a música. E se a exposição de obras de arte de natureza variada anda ao lado de apresentações musicais constituídas pelo compartilhamento de tradições musicais, instrumentos e timbres de procedências distintas, isso se dá pela vontade de sublinhar o intenso e fértil intercâmbio que, desde o princípio do século XX, estabeleceu-se entre música e artes visuais. As artes visuais, sobretudo a partir do período moderno, invejaram a liberdade da música, sua indiferença ao compromisso de representar o mundo. Uma das provas foi a correspondência entre o pintor russo Wassily Kandinsky, o introdutor da arte abstrata, e o compositor austríaco Arnold Schoenberg, mestre do dodecafonismo, responsável pela crise do sistema tonal As lições do músico John Cage sobre a compreensão do ruído e da incorporação do som ambiental como matéria-prima musical prosseguiram e ampliaram a troca entre os territórios da música e das artes visuais. Nesse sentido, a invenção do happening, modalidade de produto artístico multidisciplinar que sacudiu o começo da década de 1950, obra de Cage, do coreógrafo Merce Cunningham e do artista plástico Robert Rauschenberg, catalisou decisivamente o processo de reinvenção das artes através da interpenetração de suas fronteiras. A mostra de artes visuais proposta por As Margens dos Mares deve-se, em última análise, à ação decisiva da música no âmbito da produção artística como um todo. À inclusão do ambiente na esfera musical, correspondeu o desejo de a pintura projetar-se no espaço, a escultura transformar-se em estruturas penetráveis e, em vários casos, como acontece na nossa exposição, combinando elementos provenientes de linguagens distintas, como o cinema, a fotografia, o desenho, o objeto. Realizar esta exposição reveste-se, pois, de um significado especial: celebrar um tempo que fomenta o entrelaçamento de linguagens; explorar essa possibilidade através de obras e artistas que momentaneamente abandonam as margens das comunidades às quais pertencem para se encontrarem diante de nós, público brasileiro.

Agnaldo Farias curador

7 Confluence and virtuosity

I’m excited to be musical director for As Margens dos Mares [The Margins of the Seas], a project that brings together musicians from Brazil, Cape Verde, Guinea-Bissau, Mozambique and Portugal. It does what I love best: blend, explore and combine amazing musicians, while sharing their music together and in the process, creating something ultimately unique and fresh. As an American guitarist who has had the opportunity to perform all over, I’ve always been fascinated by the diversity and originality that musicians create indigenously, bringing their roots together, and translating them into the modern world – a world that is a musical melting pot, one of endless diversity and virtuosity. From Portugal, we have singer songwriters, Ana Bacalhau & . Ana is deeply inspired by the cultural and folkloric traditions of Portuguese music, with a modern perspective of her influences. Sara Tavares, a singer, composer and guitarist, combines her second generation Portuguese descent from Cape Verde with African, Portuguese and North American influenced world music, literally representing music from the edges of the seas. Our African artists include Manecas Costa (Guinea-Bissau), Mayra Andrade (Cape Verde) and Stewart Sukuma (Mozambique) – talented, cutting-edge musicians who have a deep understanding of their roots and the ability to cross cultures in a contemporary fashion. From Brazil, we are very happy to have with us three fantastic musicians: Ivan Lins, one of Brazil’s most prolific modern-day composers and a celebrated international artist; Céu represents a new and exciting generation of singer/songwriters and has expanded her career to Europe and the US; Paulinho da Costa is the perfect orchestrator of percussion, a legendary performer who is the embodiment of As Margens dos Mares.

Lee Ritenour musical director

8 Confluência e virtuosidade

As Margens dos Mares, um projeto que reúne músicos do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal, tem o que mais aprecio na arte musical. Mistura, explora e combina músicos extraordinários, que compartilham sua música juntos e, no processo, criam algo novo e único. Como guitarrista, tive a oportunidade de me apresentar no mundo todo e sempre fui fascinado pela diversidade e originalidade de artistas que mergulham em suas raízes e as trazem para o mundo contemporâneo – este mundo pleno de misturas musicais, de diversidade infinita e virtuosismo. Sinto-me especialmente estimulado por ter, desde o início, colaborado para a realização de As Margens dos Mares. De Portugal, temos as compositoras e cantoras Ana Bacalhau e Sara Tavares. Ana é profundamente inspirada pelas tradições culturais e folclóricas da música portuguesa, enriquecidas pela perspectiva contemporânea de suas influências. Sara Tavares, cantora, compositora e guitarrista, combina o fato de pertencer à segunda geração de descendência cabo-verdiana com influências africanas, portuguesas e americanas, literalmente representando o espírito de As Margens dos Mares. Nossos artistas africanos são Manecas Costa (Guiné-Bissau), Mayra Andrade (Cabo Verde) e Stewart Sukuma (Moçambique) – todos músicos talentosos, de ponta, que têm um profundo conhecimento de suas raízes, e a capacidade de atravessar as culturas de uma maneira vibrante e contemporânea. Do Brasil, estamos felizes por termos conosco três músicos: Ivan Lins, prolifíco compositor contemporâneo, é um artista internacional consagrado; Céu representa uma nova e empolgante geração de cantores/compositores, que já expandiu sua carreira para a Europa e os EUA; Paulinho da Costa é o orquestrador da percussão, a personificação perfeita de As Margens dos Mares.

Lee Ritenour diretor musical

9 SPONSORS

Support to lusosphere

Multicultural, a partner of the community, with a strong presence among Portuguese- speaking nations, InterCement, one of the largest international cement companies, is proud to support the exhibition As Margens dos Mares [The Margins of the Seas] which presents in a special way the plurality and immense wealth of the cultures of Brazil, Portugal, Angola, Cape Verde, Guinea-Bissau and Mozambique.

InterCement

Culture as development

BNDES understands the Economy of Culture as an important vector of development, stimulated by creativity and innovation, which are intrinsic characteristics of artistic creation. It is in this context that the bank sponsors cinema, music and literature festivals, exhibitions, and other projects aimed at spreading and decentralizing the offering of cultural goods. Because whoever works for Brazil’s sociocultural development can count on BNDES.

BNDES The Brazilian Development Bank

10 PATROCINADORES

Apoio à lusofonia

Multicultural, parceira da comunidade e com forte presença entre as nações lusófonas, a InterCement, uma das maiores empresas internacionais de cimento, tem orgulho em apoiar a exposição As Margens dos Mares, que apresenta, de forma especial, a pluralidade e imensa riqueza das culturas do Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

InterCement

Cultura como desenvolvimento

O BNDES entende a Economia da Cultura como um importante vetor de desenvolvimento, estimulado pela criatividade e inovação, características intrínsecas da criação artística. É neste contexto que o Banco patrocina festivais de cinema, música e literatura, exposições e outros projetos voltados para a difusão e descentralização da oferta de bens culturais. Porque quem trabalha para o desenvolvimento sociocultural do Brasil pode contar com o BNDES.

BNDES O Banco Nacional do Desenvolvimento

11 artes visuais Jill Frank Cortesia de Sullivan Galleries/School of the Art Institute of Chicago

Angela Ferreira Moçambique Crown Hall/Dragon House escultura, 2009

Fascinada por uma vertente de arquitetura modernista praticada na África, a artista desenvolveu uma forma própria de ler e interpretar edifícios. Sua poética foi alimentada por pesquisa sobre as linguagens arquitetônicas e a relação de construções com seu contexto. Crown Hall/ Dragon House põe em jogo – e em pé de igualdade – duas abordagens bastante diversas dos preceitos modernistas: a dos arquitetos Mies van der Rohe e Pancho Guedes, que teve grande atuação em Moçambique. A escultura vale-se da transparência e leveza suspensa da obra de Mies, invertendo-a com um objetivo: criar uma plataforma de visualização da fachada heterodoxa de Pancho.

13 Arnaldo Antunes Brasil Interno exterior e Espaço tempo videoinstalação, 2014

Desde os anos 1990, Arnaldo Antunes coleta escritos de letreiros, placas e cartazes por meio da fotografia. Reuniu, assim, um vocabulário diverso de palavras pelo mundo, apartadas de seu contexto original. Cada foto da coleção é utilizada como um ready-made para a criação de uma narrativa poética, fragmentada e imprevisível. Nas duas obras, fotografias aparecem simultaneamente nas 25 telas, interagindo de forma a apresentar-se como uma mensagem única, de interpretação a mais livre possível. Animadas em stop motion, as fotografias alternam-se em novas combinações com o tempo, desafiando o espectador a renovar também associações e sensações internas.

14 Catarina Botelho Portugal Memória descritiva impressão jato de tinta sobre papel de algodão, 2013

Na série de fotografias, utensílios de limpeza, como rodos, baldes, enceradeiras e vassouras, são retratados em meio a vazios arquitetônicos. Relacionados ao trabalho de limpeza de espaços, pouco tangível e desvalorizado, os objetos representam, para a artista, o que considera seus duplos: aqueles que os utilizam nessa tarefa cotidiana, incontornável e, no geral, invisível. Podem ser encarados, igualmente, como rastros do trabalho de limpeza – ruídos que perturbam o espaço impecavelmente projetado. Catarina, que se volta à vivência da arquitetura em seus trabalhos, interessou-se aqui pelo tempo empregado nessa atividade nos edifícios públicos modernistas de São Paulo.

15 foto Edouard Fraipont Chelpa Ferro Brasil Paulista painel da caixas de ovo e madeira cedrinho, 2014

O coletivo Chelpa Ferro, formado em 1995, tem como centro de seu interesse as relações sinestésicas entre som e espaço. Em seus trabalhos, mecanismos eletrônicos e máquinas adaptadas unem-se a objetos, como sacolas plásticas e vasos de cerâmica, instrumentos musicais e equipamentos sonoros. Nas obras de As Margens dos Mares, a pesquisa se volta a materiais de uso cotidiano que se prestam a manipulações acústicas improvisadas, como caixas de ovos, espuma e isopor. A interação entre esses elementos e o uso de caixas de som em alguns trabalhos propõem a percepção sobre seus efeitos no ambiente expositivo. Além de Paulista, são apresentados na exposição Totem com tapete, Berna e Calço industrial I.

16 Chiara Banfi Brasil Escala de Mohs pedras de quartzo, madeira e cabos P10 e P02, 2015

Resultado de pesquisa da artista sobre rochas, a obra parte de questionamentos que a acompanham ao longo de sua trajetória poética: que frequência sonora – e energética – esses minerais possuem? Que efeito produzem sobre nós? Interligando fragmentos de quartzo com cabos de som, Chiara propõe a criação de uma interferência e possível nova sonoridade no campo ao redor do trabalho. As rochas são apresentadas em escaninhos, remetendo aos processos de catalogação. Essa forma com que o conhecimento é organizado relaciona-se, na obra, à noção de escala, seja a musical, seja a de dureza dos minerais – a escala de Mohs.

17 Gabriela Albergaria Portugal Jardins de Belém impressão em jato de tinta e desenho sobre papel, 2012

Parte da série Fictional Landscapes, a obra trata do processo de metamorfose cultural vivida pelas paisagens naturais. Em seu trabalho constante com imagens de jardins e parques, a artista interessa-se pela construção de noções históricas que relacionam esses espaços às ideias de saber e de prazer. Para Gabriela, esse é o motor do que define como “ficções do mundo natural”, estruturas de representação ligadas à paisagem que orientam nossa forma de vê-la e de agir sobre ela. O jardim é encarado como um sistema, resultado da manipulação da natureza pelo homem e, também, como objeto de catalogação e de constituição de arquivo.

18 foto Edson Kumasaka Guto Lacaz Brasil Pororoca escultura cinética, 2015

O movimento de Pororoca é lento e silencioso, mas remete ao épico encontro das águas do Amazonas com as do Atlântico, formador de grandes ondas. O trabalho liga-se ao interesse de Guto Lacaz pela construção de poesia no espaço: as três letras “o” da palavra pororoca estão ali representadas pelas cruzetas metálicas que giram sem parar. O espetáculo natural das águas e o desalinhamento dos arcos metálicos da escultura – de inegável harmonia – propõem a ideia de encontro em movimento, presente na natureza e reproduzido nas criações humanas. Valendo-se do humor e do universo do design gráfico, o artista explora a tecnologia e o uso de objetos do cotidiano em seus trabalhos.

19 Kiluanji Kia Henda Angola Afectos de Betão videoinstalação, 2014

Na videoinstalação, o contorno dos edifícios modernistas de Luanda confunde-se com a imagem de caixas de madeira. Nelas, foram acomodados os pertences de portugueses e da comunidade branca da cidade quando de sua fuga do país, às vésperas da guerra civil, em 1975. Sobre essa estrutura simbólica, projeta-se um vídeo sobre um indivíduo vivendo o impasse de abandonar sua terra natal. Assombrado por pesadelos e pela realidade dos bairros já esvaziados, sente as construções animarem-se, adquirindo outra natureza com o afastamento do homem. A cidade apresenta-se como um amor que o narrador reluta em deixar para trás – mas cujo destino já estaria traçado.

20 Maimuna Adam Moçambique A espera videoinstalação, 2012

A experiência de viajar e o simbolismo do mar são abordados por Maimuna Adam em A espera. O vídeo é apresentado com uma delimitação circular, como se as paisagens fossem vistas de um telescópio ou da escotilha de um farol – situação de testemunho distante, de busca. Suas cenas remetem à incerteza do desconhecido e à aquisição de novas vivências: memórias de passeios e histórias de imigração em Moçambique. A nostalgia causada pelas mudanças vividas com o passar do tempo, a noção de destino como papel no mundo e a identidade em constante construção são questões suscitadas pela obra da artista, que convida a uma jornada introspectiva.

21 Mauro Pinto Moçambique Pique-nique impressão fotográfica, 2013

A série Pique-nique, de Mauro Pinto, nasceu da observação do fotógrafo sobre o cotidiano do principal cemitério de Maputo. O trabalho propõe uma visão transformadora sobre o local: de campo quase sagrado de reverência aos mortos a espaço de vida. Pessoas que ali trabalham ou moram, que frequentam o cemitério a passeio, para namorar ou fazer refeições, são o tema da obra, evidenciando uma ocupação contrastada entre morte e vida, e pouco enfocada do lugar – em viés potencialmente crítico. Reconhecido pela abordagem não estereotipada em seus retratos, que ampliam o olhar sobre as vivências humanas na África, o artista recebeu, entre vários outros prêmios, o BES Photo de 2012.

22 O Grivo Brasil 57 nós instalação, 2015

O coletivo O Grivo cria peças sonoras que convocam o espectador para além do ouvir: os mecanismos que constroem passam pelo acompanhamento visual de processos. Na instalação, um motor e várias engrenagens fazem circular uma linha com 57 nós. No meio desse circuito, uma câmera de vídeo permite mapear digitalmente a passagem da linha a sua frente, projetando a imagem. Quando um nó entra no quadro da câmera, um som staccato (curto) é disparado e, quando sai, ouve-se um som contínuo. Essa partitura rítmica, criada a partir da cooperação entre mecanismos analógicos e sua leitura digital, evoca reflexões sobre a reciprocidade entre imagem projetada e real, a associação entre ritmo e imagem, e a interação entre o som e o mecanismo em movimento.

23 Susana Gaudêncio Portugal Building Icons #2 videoinstalação, 2013

Ícones do modernismo e grandes feitos da arquitetura – como Biosfera, cúpula projetada por Buckminster Fuller em 1967, ou Bird’s Nest, estádio olímpico de Pequim, assinado por Herzog & De Meuron – são o ponto de partida da artista para refletir sobre o trabalho na sociedade pós-industrial. Na animação em vídeo, criada a partir de cenas da construção civil, edifícios e trabalhadores são apartados. A cada cena, um ou outro é ocultado, isolando o projeto realizado daquele que o torna concreto – um trabalho pouco valorizado. A coreografia dos operários contrasta com a geometria da arquitetura, criando uma tensão que é intensificada pela trilha sonora do compositor Bernhard Gal.

24 Portugal

Cabo Verde

Guiné-Bissau

Angola Brasil

Moçambique música Territórios musicais

As Margens dos Mares, projeto que reúne artistas do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal, mescla e combina músicos que compartilham suas criações e, no processo, geram algo novo e único. Serão três espetáculos de intenso diálogo musical: cada apresentação terá um grupo de músicos como anfitrião e convidados que irão interagir com o repertório de cada território musical, criando combinações e sonoridades inéditas. Uma banda internacional acompanhará todos os shows. Essa confluência criativa reunirá tradições folclóricas e contemporâneas da música portuguesa, em sintonia com as fecundas raízes africanas e a riqueza rítmica brasileira; vozes femininas e masculinas de ambos os lados do Atlântico; e, sobretudo, a capacidade de atravessar as culturas de uma maneira vibrante e contemporânea, traduzindo musicalmente o espírito de As Margens dos Mares.

Portugal No primeiro show, as cantoras portuguesas Ana Bacalhau e Sara Tavares recebem Ivan Lins e Paulinho da Costa (Brasil), e Manecas Costa (Guiné-Bissau).

África A segunda apresentação traz como anfitriões Manecas Costa, Mayra Andrade (Cabo Verde) e Stewart Sukuma (Moçambique), que recebem, como colaboradores, Céu (Brasil), Sara Tavares e Paulinho da Costa.

Brasil Os brasileiros Céu, Ivan Lins e Paulinho da Costa conduzem o espetáculo e ampliam as possibilidades de experimentação musical ao lado do guitarrista americano Lee Ritenour, Manecas Costa, Ana Bacalhau, Stewart Sukuma e Mayra Andrade.

27 foto Rob Shanahan

Lee Ritenour Estados Unidos

Idealizador da concepção musical de As Margens dos Mares, Lee Ritenour é um consagrado guitarrista, compositor, arranjador e produtor norte-americano. Sua ligação à cultura brasileira deu-se já em seu primeiro álbum, First Course (1975). Em sua carreira de 45 discos solo, três são dedicados à música brasileira – Rio, Twist of Jobim e Harlequin – e convidou artistas como Ivan Lins, João Bosco, Caetano Veloso e Gonzaguinha para participações especiais. Lee também produziu, como diretor musical, grandes projetos internacionais, como Earth Voice Concert, We love Music, We love the Earth e Tributo a Tom Jobim. Foi vencedor do Grammy e homenageado em vários prêmios, como o SJ Awards canadense, pelo conjunto de sua obra.

28 foto Rui Aguiar

Ana Bacalhau Portugal

A lisboeta Ana Bacalhau tem nas tradições portuguesas a base de seu cantar, mas o norte voltado às interações do contemporâneo. Suas interpretações valem-se de grande originalidade, balanceando a cadência e o gestual introspectivo do fado com influências do jazz e do rock, por exemplo, que dão frescor a seu trabalho. A cantora, que é vocalista do grupo Deolinda, investe atualmente também em sua carreira solo. Em um momento mais maduro, tem participado de projetos como Voz e guitarra – em que canta Estrela da tarde, com guitarra de Luís José Martins – e realizado apresentações com um repertório internacional, interpretando canções de Eddie Vedder, Janis Joplin, The Doors e Miriam Makeba.

29 foto Renan Costa Lima

Céu Brasil

Voz feminina brasileira no projeto, a paulistana traz um repertório que faz dialogar gêneros como samba, reggae, afrobeat e R&B. Sua música foi recebida com entusiasmo logo no disco de estreia, CéU, lançado em 2005 nos Estados Unidos – indicado ao Grammy e destacado no ranking Hot 100 da Billboard. Desde então, produziu mais dois álbuns e seguiu em intensa colaboração com outros artistas, como Gui Amabis, Lucas Santanna, Pupilo e Jorge du Peixe. Seu estilo preciso de interpretação combina-se com a veia de compositora – de grande cuidado com detalhes do arranjo e acabamento de cada canção –, hibridez e refinamento que abrilhantam sua música.

30 foto Leonardo Aversa

Ivan Lins Brasil

O compositor, cantor e pianista brasileiro iniciou-se na música sob a influência do jazz e da bossa nova e, já em 1970, teve a composição O amor é o meu país entre as finalistas do V Festival Internacional da Canção. Marcado por sua sofisticada construção harmônica, Ivan Lins possui um estilo cosmopolita que chamou a atenção de Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Lee Ritenour, Elis Regina e Emílio Santiago, entre outros que gravaram suas canções. Multifacetado, o músico compôs trilhas sonoras para filmes, novelas e seriados, e fundou a importante gravadora Velas. Nos anos 2000, viveu um período em Portugal, realizando projetos com artistas portugueses e de outras nacionalidades. Foi vencedor do Grammy por três vezes, a mais recente delas, em 2009.

31 foto Magdalena Bialoborska

Manecas Costa Guiné-Bissau

O cantor e guitarrista de Guiné-Bissau inicia sua carreira musical aos dez anos de idade, tocando no grupo África Livre. Na adolescência, já era conhecido na cena musical de seu país não só como instrumentista, mas também por suas composições de temática social. Em 1987, foi nomeado embaixador da boa vontade pela Unicef e destacou-se no festival Découverte, organizado pela RFI, iniciando carreira internacional. Gravou seu primeiro disco solo em 1990, em Lisboa, e passa a atuar como produtor musical de artistas africanos em Portugal. Cantando em crioulo e em línguas locais, Manecas traz para sua música, em arranjos contemporâneos, elementos de gêneros tradicionais, como o gumbe.

32 foto Vanessa Filho

Mayra Andrade Cabo Verde

Após passar parte da infância no , em Angola e na Alemanha, a cantora voltou a Cabo Verde, onde criou raízes na ilha de Santiago. Deixou-se embeber da vasta cultura local, marcada pelos gêneros musicais funaná e batuque, de forte componente percussivo. Interpreta suas canções em língua crioula – além do português e do inglês – como uma forma de colaborar para a diversidade musical de seu país, não reservando o crioulo apenas às sonoridades tradicionais. Experimentando, atualmente, o encontro de seu repertório musical com o pop, Mayra tem também forte ligação à cultura brasileira, tendo cantado ao lado de Chico Buarque, Lenine e Mart’nália, entre outros.

33 foto Ibrahim Elkest

Paulinho da Costa Brasil

O percussionista, arranjador e produtor carioca iniciou-se na música na ala mirim da Portela. Desde 1973, fez sua carreira nos Estados Unidos, onde participou da gravação de mais de 2 mil álbuns de novecentos artistas – de Miles Davis e Dizzy Gillespie a e Michael Jackson. Também atuou na produção de trilhas sonoras de séries de TV e filmes, comoA cor púrpura, Dirty Dancing: Ritmo quente e Missão impossível. Reconhecido pela sensibilidade e elegância de sua percussão, o músico focou-se no trabalho minucioso das gravações em estúdio, de onde também saíram seus quatro discos solo. É músico emérito pela National Academy of Recording Arts & Sciences.

34 foto Marlene Nobre

Sara Tavares Portugal

A cantora e compositora portuguesa traz ao projeto a diversidade do cenário musical contemporâneo de seu país. A sonoridade de Sara pode ser sintetizada pela mistura: traz elementos de suas raízes cabo-verdianas e da música tradicional portuguesa, além do gospel, do soul e do funk, que impulsionaram o início de sua carreira. Nessa trajetória, as trocas com músicos de diversas nacionalidades em turnês e parcerias fizeram com que a cantora fosse consagrada como um talento da world music, com prêmios como o Africa Festival Award pelo conjunto de sua obra. O trabalho de Sara, de fato, é música do mundo: um encontro harmonioso e único de matrizes culturais.

35 foto Marcus Thomson

Stewart Sukuma Moçambique

O músico moçambicano da região de Niassa produz uma música cheia de energia e de múltiplas influências. O caldo cultural de seu país, marcado pelo encontro com as tradições islâmica e portuguesa, é a principal fonte de seu trabalho, mas seu olhar se estende à riqueza linguística e de sons de todo o continente africano. Membro da Berklee College of Music, nos Estados Unidos, Sukuma vê, em sua música, uma forma de atuar, também, na luta pelos direitos humanos. Primeiro embaixador da boa vontade da Unicef em Moçambique, encabeça iniciativas em prol da valorização da cultura moçambicana, campanhas pela prevenção da aids e pelos direitos da criança, entre outras causas.

36 John Beasley Estados Unidos

No início de sua carreira, o pianista norte-americano integrou turnês de músicos fundamentais em sua formação de jazzista: Miles Davis e Freddie Hubbard. Daí em diante, continuou tocando com músicos consagrados dos mais diversos perfis, como Diane Reeves, Chaka Khan e James Brown. Nessa trajetória de quase trinta anos, foi forjando uma identidade própria para sua música, evidenciada com o lançamento de seu disco solo Positootly!, em 2009. No trabalho, mostrou sua veia compositora de grande inventividade nas improvisações e arranjos, o que valeu ao álbum uma indicação ao Grammy. foto Tao Ruspoli

foto Gabi Lopes foto Marcos Hermes Guto Wirtti Marcus César Brasil, contrabaixo Brasil, percussão

Domingos Sá (Kabum) Guiné-Bissau, percussão

Sandra Magaia Moçambique, voz

Sizaquel Matchombe Moçambique, voz

Thomas Naim França, guitarra

Kiko Freitas foto Fábio Mariot Daniel Santiago Brasil, bateria Brasil, guitarra

37 SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo

PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL Danilo Santos de Miranda

SUPERINTENDÊNCIAS Técnico Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Paulo Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli

GERÊNCIAS Artes Visuais e Tecnologia Juliana Braga Adjunta Nilva Luz Assistentes Sandra Leibovici, Juliana Okuda Ação Cultural Rosana Paulo da Cunha Adjunta Kelly Adriano de Oliveira Assistentes Henrique Rubin, Wagner Castro Estudos e Desenvolvimento Marta Raquel Colabone Adjunto Iã Paulo Ribeiro Artes Gráficas Hélcio Magalhães Adjunta Karina Musumeci Assistentes Rogério Ianelli, Gabriela Borsoi Difusão e Promoção Marcos Carvalho Adjunto Fernando Fialho Sesc Pinheiros Flávia Carvalho Adjunto Ricardo de Oliveira Silva Programação Ligia Moreli (coordenação), Francine Segawa, Daniela Avelar, Caio Csermak, Suamit Barreiro Comunicação Natália Fernandes (coordenação), Walter Bertotti, Érica Georgino, Henrique Vizeu Alimentação Adriana Iervolino Serviços Claudio Hessel Administrativo Luciano Amadei Infraestrutura Marcela Weege

SOCIEDADE CULTURAL ARTE BRASIL

Idealização e direção geral Carmen Elisa Santos Ritenour Curadoria e direção musical Lee Ritenour Curadoria de artes visuais Agnaldo Farias Produção executiva (artes visuais) Angela Magdalena Produção executiva (música) Suely Aguiar Assessoria executiva Carmen Adorno Assistente administrativa Vera Donadi, Teri Knoll Produção internacional Heidi Meier Assessoria jurídica José Carlos Costa Netto, Larissa Andrea Carasso, Martha Cruz Assessoria cultural Camila Alves Assessoria contábil Ivonete Gonçalves Assistente geral Marize Teixeira Assessoria de imprensa Sylvio Novelli Projeto gráfico Guto Lacaz Artes finais Carlos Baptistella Animação do logotipo Fernando Vianna Coordenadora editorial Thais Gurgel Revisão Regina Stocklen Tradução John Mark Norman

Artes visuais Projeto expográfico Marta Bogea, Ana Claudia Afonso, Anna Helena Villela Produção Bruna Knabem, Paula Marujo Montagem Fase Produções Cenografia Artos Audiovisual Play Projeções Transporte Alves Tegam Seguro Affinitte Despacho aduaneiro Macimport Projeto educativo Verde Oliva Iluminação T19

Música Diretor técnico Daniele Di Giovanni Diretor técnico assistente Wesley Ritenour Diretor de palco Thiago Brigídio Consultoria musical Leonardo Netto Técnico de PA Evaldo Luna Técnico de monitor Fernando Narciso Produção Renata Stavalle Técnico de guitarra Henri Ho Técnico de backline Gabriel Izidoro Assistente de sonorização Marzia Brini Técnico de backline Alan Duo Light designer Wagner Pinto Fotógrafo Jorge Rosenberg Portugal

Cabo Verde

Guiné-Bissau

Angola Brasil

Moçambique

agradecimentos

Mônica Filgueiras de Almeida in memoriam Alice Penna e Costa, Ana Helena Curti, Ana Jobim, Anderson Aquilino da Silva, Claudia Pereira, Dee Kaplan, Elizabeth Friedrich, Elizabeth Machado, Hermides de Menezes Passos, Isabel Teixeira, Jeff Stockwell, João Lanari Bo, Ligia Afonso, Louisa Callery, Luiz Mussnich, Maira Gadelha, Manuel Tavares de Almeida, Marcello Dantas, Marcelo Duarte, Maria dos Anjos, Monica Guimarães, Paulo Tarso Flecha de Lima, Roberto Guimarães, Sandra Guimarães e Sergio Mielniczenko margensCAPA1.indd 2 25/07/15 10:41 Sesc Pinheiros Rua Paes Leme, 195 | CEP 05424-150 Tel.: 3095 9400 Estação Faria Lima sescsp.org.br/asmargensdosmares /pinheiros

Portugal

Cabo Verde

Guiné-Bissau

Angola Brasil

Moçambique

patrocínio idealização e realização produção

margensCAPA1.indd 1 25/07/15 10:41