QUANTITATIVO DE REBANHO BOVINO NO CONE SUL DO ESTADO DE RONDÔNIA

Caiqui Raoni Gomes Ferreira1; Ana Paula Oliveira Rodrigues2; Jéssica Schiochet3; Elaine Lima da Fonseca4

Introdução

A agropecuária tem papel fundamental no desenvolvimento da economia de um país. A pecuária bovina é um dos setores mais importantes do agronegócio brasileiro e consequentemente da economia nacional. 71% das exportações de Rondônia são de produtos do agronegócio, como carnes, soja, milho, miudezas de bovino e outros, sendo que, a base econômica desses municípios é fixada na produção agrícola, bovinocultura de corte e pecuária leiteira. A agropecuária tem papel fundamental no desenvolvimento da economia de um país. Suas funções nesse processo vão desde o fornecimento de alimentos a preços baixos para a população até a geração de emprego, renda e mercado consumidor para bens industrializados. Em países como o Brasil, onde as condições naturais fornecem vantagens comparativas aos produtos da agropecuária, ela possui outra função essencial que é a geração de divisas para a compra de insumos e bens de capitais necessários ao desenvolvimento das atividades econômicas. Função esta, aliás, que o agronegócio brasileiro vem desempenhando exemplarmente como mostram os últimos números da balança comercial nacional. (Brasil, 2014).

Fundamentação Teórica

A pecuária bovina é um dos setores mais importantes do agronegócio brasileiro e consequentemente da economia nacional. O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, é o maior exportador de carne bovina, segundo maior produtor de carne e sexto maior produtor de leite (USDA, 2014). A pecuária de corte brasileira é um dos pilares do agronegócio. Em 2013 o Valor Bruto da Produção (VBP) de carne foi de R$ 51,1 bilhões, ficando atrás apenas do complexo soja. A cadeia

1 Discente de Engenharia Agronômica, IFRO – Campus , [email protected] 2 Discente de Engenharia Agronômica, IFRO – Campus Colorado do Oeste, [email protected] 3 Discente de Engenharia Agronômica, IFRO – Campus Colorado do Oeste, [email protected] 4 Mestre em Geoprocessamento, Professora colaboradora IFRO – Campus Colorado do Oeste, [email protected]

produtiva da carne movimenta R$ 167,5 bilhões por ano, gerando aproximadamente 7 milhões de empregos, tendo assim papel importantíssimo na economia brasileira (Neves, 2012). A bovinocultura leiteira em Rondônia constitui uma importante fonte de geração e distribuição de renda, além da criação de novos postos de trabalho no meio rural e urbano, uma vez que cerca de 35.000 propriedades estão diretamente envolvidas com esta atividade no estado (SEBRAE, 2002). A Secretaria Regional de Estado realizou um mapeamento das regiões geográficas de Rondônia. Para a realização deste levantamento, levou-se em consideração aspectos como a posição geográfica dos municípios, seus potenciais produtivos e dificuldades administrativas e logísticas. Segundo a Secretaria, o Cone Sul compreende sete municípios: , , , Colorado do Oeste, , e (Silva, 2013). As atividades econômicas desenvolvidas pelos municípios do Cone-Sul estão alicerçadas principalmente no agronegócio. Conforme podemos destacar, 71% das exportações de Rondônia são de produtos do agronegócio, como carnes, soja, milho, miudezas de bovino e outros, sendo que, a base econômica desses municípios é fixada na produção agrícola, bovinocultura de corte e pecuária leiteira (Silva, 2013). Este trabalho tem como objetivo mostrar uma série histórica do quantitativo de bovinos incluindo bovinos de corte e de leite do Cone Sul do estado de Rondônia e discutir seu aumento relacionado ao passar dos anos.

Metodologia

No presente trabalho foi avaliada a produção de gado de corte no Conesul do estado de Rondônia, que é composto pelos municípios de Cabixi, Cerejeiras, Chupinguaia, Colorado do Oeste, Corumbiara, Pimenteiras e Vilhena. O Estado de Rondônia possui área de 238.512,80 Km2, está inserido na Amazônia Ocidental situado entre os paralelos 7º 58' e 13º 43' de Latitude Sul e os meridianos 59º 50' e 13º 48’ de Longitude Oeste de Greenwich. Está limitado ao Norte com o Estado do Amazonas, a Noroeste com o Estado do Acre, a Oeste com a República da Bolívia e a Leste e Sul como Estado do Mato Grosso (SILVA, 2013). O tipo de solo predominante na região é latolossolo e podzólico Eutrófico. A localização do Estado é apresentada no mapa na figura 1. Localizado na Amazônia Ocidental, o Estado de Rondônia não sofre grandes influências do mar ou da altitude. Seu clima predominante é o tropical, úmido e quente, durante todo o ano, com insignificante amplitude térmica anual e notável amplitude térmica diurna, especialmente no

inverno. Segundo a classificação de Kõppen, o Estado de Rondônia possui um clima do tipo Aw - Clima Tropical Chuvoso. Para poder encontrar as variáreis desejadas é preciso consultar um banco de dados. Nas circunstancias deste trabalho foi utilizado o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde se encontra a opção banco de dados e dentro do banco de dados o Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) que apresenta vários dados, dentre eles encontra-se o de rebanho bovino no estado de Rondônia e torna-se possível baixar os dados podendo já utilizá-los. Os dados de produção de cabeças de gado no Conesul de Rondônia foram retirados em um intervalo de dez em dez anos, sendo eles 1985,1995, 2005, 2014. Na transferência dos dados para um mapa temático foi utilizado o software QGIS 2.6.1 de sistema de georreferenciamento (GIS) que provê visualização, edição e análise de dados georreferenciados. Para iniciar a edição foi realizada a graduação da quantidade de cabeça de gado dos municípios do conesul e foram renomeados os dados, posteriormente foi acrescentada a tabela de atributos dos valores da quantidade de cabeças de gado e feita a graduação de acordo com a tabela de atributos, com os dados organizados abre-se a aba do novo compositor de camadas inserindo o mapa, mudando o modo de paisagem para retrato e adequando a escala para melhor visualização.

Figura 1. Mapa de localização do Estado de Rondônia.

Resultados e Discussões

Com base nos números fornecidos pelo banco de dados do IBGE, o rebanho bovino no cone sul de Rondônia teve um aumento extremamente significativo no decorrer de quarenta anos. Os mapas são apresentados nas figuras 2, 3, 4, 5.

Figura 2. Quantitativo de rebanho bovino no Figura 3. Quantitativo de rebanho bovino no Cone Sul de Rondônia em 1985. Cone Sul de Rondônia em 1995.

Figura 4. Quantitativo de rebanho bovino no Figura 5. Quantitativo de rebanho bovino no

Cone Sul de Rondônia em 2005. Cone Sul de Rondônia em 2014 Observando o mapa pode-se ver que no ano de 1985 já havia tido um aumento considerável de rebanho bovino. O munícipio de Vilhena principalmente apresentou o maior rebanho de todo o cone sul, sendo que este município se localiza as margens da Br-364, estrada principal de todo o Estado. Dessa forma a produção era facilitada pela possibilidade de escoamento e maior disponibilidade de recursos. Seguido de Vilhena, vinham os municípios de Colorado do Oeste e Cerejeiras, respectivamente. Em 1995 com uma maior expansão das áreas, locais onde eram só matas foram desbravados, e a produção agropecuária no Cone Sul de Rondônia alavancou, se estendendo para os demais munícipios dessa região do Estado. Os únicos munícipios que ainda não haviam quantitativo de rebanho bovino eram Chupinguaia e Pimenteiras do Oeste. O município de Pimenteiras do Oeste tinha sua base econômica voltada principalmente para pesca extrativista pelos ribeirinhos que ali viviam, extraindo praticamente toda sua fonte alimentar do Rio Guaporé e do que a mata oferecia. E Chupinguaia localizado em parte pela Serra dos Parecis, continha grandes áreas de preservação. A expansão foi se dando ao longo dos anos, produtores que antigamente viviam basicamente de cultivos de culturas anuais como o arroz, feijão, e culturais perenes como o cacau e café, começaram a fazer cultivos agrícolas cada vez menores. O cultivo de arroz deu lugar às pastagens,

que foi crescendo grandemente. Em 2005 o município de Cerejeiras apresentou o menor rebanho bovino, ficando atrás de Pimenteiras do Oeste. Isso se deu pela grande expansão das atividades agrícolas neste município. A produção pecuária foi deixada de lado pela maioria dos produtores, e outra parte dos agricultores passou a investir em culturas anuais como a soja e o milho. A produção de soja em Cerejeiras avançou principalmente pelas condições climáticas, do solo e relevo do município e também pelo rápido retorno financeiro. Colorado do Oeste por apresentar topografia não muito favorável para plantios agrícolas pela dificuldade de realizar mecanização nas áreas optou pelo avanço na pecuária. E Corumbiara apresenta grandes confinamentos e fazendas de produção extensiva de gado de corte. O que vem crescendo a cada ano.

Conclusões

A expansão da pecuária no Conde Sul de Rondônia foi um processo lento, onde diversos fatores tanto de produção quanto culturais e econômicos, contribuíram para que hoje Rondônia possua o sétimo maior rebanho bovino do País. O desbravamento de terras realizado ao decorrer dos anos fez com que grandes áreas pudessem ser exploradas, tornando o Estado basicamente pecuarista, aumentando o PIB do mesmo. Referências Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano mais pecuária / Assessoria de Gestão Estratégica. – Brasília: MAPA/ACS, 2014. 32p.

NEVES, M. Estratégias para a Carne Bovina no Brasil. São Paulo, Ed. Atlas. 2012. SECEX- Serviço do Comércio Exterior (2010-2011). Disponível em:. Acesso em dezembro de 2016.

SEFIN/RO- Secretaria de Finanças do Estado de Rondônia. Disponível em:. Acesso em dezembro de 2016.

SERVIÇO de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Diagnóstico do Agronegócio do Leite e seus Derivados do Estado de Rondônia. : SEBRAE, 2002. 212 p.

SILVA, D. C. Pesquisa de Mercado Para Revista Segmentada. XII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte – Manaus – AM. 2013.

USDA. USDA Foreign Agricultural Service. Disponivel em . Acesso em dezembro de 2016.