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Levantamento florístico de fragmentos florestais na bacia hidrográfica do rio Gravataí, , Brasil

Maria de Lourdes Abruzzi Aragão de Oliveira, Rodrigo Agra Balbueno & Rosana Moreno Senna

Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, C.P. 1188, CEP 90001-970, , RS, Brasil. [email protected]

RESUMO – O objetivo deste estudo é a caracterização florística de fragmentos florestais da bacia do rio Gravataí, visando fundamentar ações de manejo para a conservação do solo, dos recursos hídricos e da biodiversidade regional. Analisou-se um total de 10 fragmentos florestais, registrando-se a ocorrência de 249 espécies, distribuídas em 70 famílias e 164 gêneros. Verificou-se o predomínio de elementos arbóreos de distribuição ampla e do contingente florístico das bacias dos rios Paraná- Uruguai, ou seja, da Floresta Estacional Decidual, sendo também registradas espécies da Floresta Ombrófila Densa da encosta atlântica. Constatou-se a presença de várias espécies integrantes da lista de táxons ameaçados do Rio Grande do Sul. São indicadas espécies a serem utilizadas para recupera- ção das matas ciliares. Palavras-chave: Florística, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa da encosta Atlântica, vegetação ripária, Bacia do rio Gravataí.

ABSTRACT – Floristic Survey of Forest Fragments in the Gravataí River Basin, Rio Grande do Sul, . The purpose of this study is the floristic characterization of forest fragments in Gravataí River Basin, offering to provide a frame the of soil, hydric resource, and regional biodiversity conservation. A total of 10 forest fragments were analyzed, resulting in a list of 249 species, with 164 genera distributed in 70 families. The predominance of large distribution woody elements and from the floristic contingent of the Paraná- River Basin coming from the Deciduous Seasonal Forest were verified, also having species from the Atlantic Forest. The presence of some species belonging to the threatened taxa of the Rio Grande do Sul was also registered. Several appropriate species are indicated for rehabilitation of gallery forests. Key words: Floristic composition, Semideciduous Seasonal Forest, Atlantic Forest, riparian vegetation, Gravataí River Basin.

INTRODUÇÃO terizando a mata marginal ao longo do Gravataí como Rambo (1956), ao descrever as paisagens natu- pouco extensa e pouco espessa e constituída por “so- rais do Estado do Rio Grande do Sul dividindo-as ciedades de mirtáceas e ingás”, observando-se “vas- em regiões, trata, em diferentes momentos, da vege- tas áreas encharcadas com figueiras e parque de cris- tação da região onde se localiza a bacia do rio ta-de-galo” no curso médio desse rio; da cidade de Gravataí. O autor descreve para a das Lom- Gravataí em diante “ prevalece o terreno baixo com bas uma vegetação xerófila, surgida sem transição anteparo de ingás, taquaruçu, figueiras e sarandis no das areias do litoral e refere-se à presença das belas barranco e pastos úmidos com parque de maricá”. matas virgens do Morro Santana, “em nada inferio- Nas ondulações mais secas do terreno ocorrem res às da Serra Geral”, existentes nas encostas volta- capões de mirtáceas com figueiras e quando esses das para o rio Gravataí. locais secos alcançam maior extensão desenvolvem- Rambo também menciona a ocorrência de cam- se matas mais abertas, uma mistura de parque e mata pos secos entre Gravataí e Santo Antônio da Patru- virgem, com muitos epífitos. Várias referências tam- lha e a modificação da paisagem imprimida pelas bém são feitas à vegetação palustre, que ocupa gran- cercas-vivas de maricás, taquaras e gravatás, carac- des extensões dessa região.

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Baptista (1967) apresenta o levantamento florís- MATERIAL E MÉTODOS tico em uma mata pluvial de encosta de coxilha, a seis quilômetros ao norte da vila de Morungava. São Área de Estudo listadas 55 espécies, sendo 24 delas enquadradas no A bacia do rio Gravataí integra a Região Hi- “grupo oriental, constituído por espécies encontra- drográfica do Guaíba e abrange aproximadamente das especialmente em Torres e Osório, rareando para 2.018 km2, com cerca de 76% de sua área pertencen- o sul e oeste”. Segundo o autor a presença de espé- te à região metropolitana de Porto Alegre, incluindo cies desse grupo é importante na constituição da mata total ou parcialmente os municípios de Santo Antô- pelo menos nos estratos das árvores médias e peque- nio da Patrulha, , , Gravataí, Alvo- nas. rada, Viamão, , e Porto Alegre. Especificamente para a área da planície da bacia A Fig. 1 apresenta a situação da área de estudo e a do rio Gravataí foi elaborado um diagnóstico da ve- localização dos fragmentos avaliados. getação natural pela Fundação Zoobotânica do Rio Uma das principais formas de uso do solo na Grande do Sul (1983). Nesse estudo foi estudada a bacia é o cultivo extensivo do arroz irrigado, prin- vegetação dos banhados e das matas localizadas no cipalmente na várzea do rio Gravataí, além da seu entorno. atividade agropecuária desenvolvida tanto nas áreas Para a fase de licenciamento ambiental da Bar- campestres das quanto nos campos inun- ragem Olaria Velha a ser construída no rio Grava- dáveis da planície lagunar. Agregando-se a essas taí foi contratado pela CORSAN um Estudo de Im- atividades o reflorestamento com espécies exó- pacto Ambiental. Nesse estudo (Ecoplan Engenha- ticas como acácia e eucalipto e o padrão de uso do ria/Corsan, 1992) são caracterizados os aspectos dos solo nas pequenas propriedades e sítios de lazer, o meios físico e biótico de toda a bacia do rio Gravataí resultado é uma paisagem extremamente fragmen- e da área de influência direta (bacia de acumulação) tada. da barragem. São apresentados no relatório os resul- A bacia situa-se na borda nordeste do Escudo tados dos estudos de cobertura vegetal e uso do solo, estando representadas na área as seguintes regiões Sul-Rio-Grandense, entre o Planalto Meridional, a fitoecológicas: Floresta Estacional Semidecidual Alu- Depressão Periférica e a Planície Costeira, apre- vial e Floresta de Terras Baixas, além de Área de sentando os seguintes extremos: oeste 51º12’0”; Tensão Ecológica, essa apresentando-se sob a forma norte 29º45’4”, leste 50º27’22” e sul 30º12’20”. As de encrave entre as regiões fitoecológicas da Savana diversas formações geológicas representadas na e da Floresta Estacional. bacia afloram em distintas litologias como os grani- Em Bulhões & Giugno (1994) são descritas a co- tos da idade Pré-Cambriana na porção sudoeste bertura vegetal e a ocupação do solo na área de in- da bacia; as rochas sedimentares e as rochas fluência da barragem Olaria Velha, incluindo mapa basálticas no centro, norte e centro-oeste; os depó- temático em escala 1:100.000. O estudo conclui que sitos lagunares Cenozóicos no sul, sudeste e leste a intensa ocupação antrópica, na forma de lavouras e da bacia (Comitê de Gerenciamento da Bacia do pastoreio, na área de influência da barragem, modi- Gravataí, 1990). ficou significativamente as formações naturais de As altitudes variam desde cotas inferiores a mata, campo e banhado. 20 m, localizadas no centro da bacia, na calha do rio Mello (1998) ao analisar a percepção da paisa- Gravataí, que percorre a bacia no sentido leste-oeste gem pelos moradores da região do Banhado Grande e cuja planície varia de 8 a 20 km de largura, até co- do rio Gravataí, apresenta uma descrição sucinta da tas de 350 m, situadas no norte da bacia, associadas cobertura vegetal em cada unidade de paisagem da aos derrames basálticos e que constituem os divisores bacia, baseando-se em Oliveira (1997). entre a bacia do Gravataí e do rio dos Sinos (Mello, Este trabalho visa caracterizar florísticamente 1998). remanescentes florestais na bacia, recomendar a con- O clima da região, segundo Mota (1951), classi- servação de áreas representativas da biodiversidade ficado de acordo com o sistema de Köeppen, é do da bacia e subsidiar ações de manejo com relação tipo Cfa, isto é, subtropical úmido, caracterizado por aos fragmentos florestais, uma vez que esses desem- temperaturas médias mensais entre 10ºC e 22ºC, penham papel fundamental na proteção dos cursos estando a do mês mais frio compreendida entre -3ºC d’água e do solo. e 18ºC.

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Fig. 1. Localização geográfica dos fragmentos florestais estudados nas distintas unidades de paisagem, da bacia hidrográfica do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil.

Mello (1998) identifica e delimita os grandes rior dos fragmentos e nas suas margens, as espécies conjuntos espaciais na área da bacia do Banhado mais comuns de cada estrato. Para identificações Grande, caracterizando quanto à geologia, geomor- complementares, em laboratório, utilizou-se literatu- fologia, solos, hidrografia e uso das terras as seguin- ra especializada e comparações com material de tes Unidades de Paisagem: Encosta do Planalto, herbário. O material coletado em estado fértil (flor, Coxilhas do Norte e Nordeste, Coxilhas à Sudoeste, fruto ou soros) foi incorporado ao Herbário Alarich Coxilha do Sudeste e Planície Lagunar. R.H. Schultz (HAS) do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Levantamento e caracterização florística dos Os resultados são apresentados através de uma fragmentos listagem de espécies e da caracterização dos dez frag- O trabalho de campo foi iniciado no mês de ou- mentos florestais levantados, com a indicação da tubro de 1999, estendendo-se até dezembro de 2000, ocorrência das espécies em cada um deles. Nessa lis- inicialmente com levantamentos expeditos para che- ta (Tab. 1) são relacionadas as espécies dentro de suas cagem das condições dos fragmentos identificados respectivas famílias, indicando suas ocorrências em em uma imagem do satélite Landsat 7, de dezembro cada fragmento estudado, o nome popular e o hábito de 1998, nas distintas unidades da paisagem regional de cada espécie. propostas por Mello (1998). Em cada unidade de pai- sagem realizaram-se levantamentos florísticos, ana- RESULTADOS lisando-se pelo menos um fragmento de mata ripária e um de mata de encosta em cada unidade. Identifi- As formações florestais na área de estudo enqua- caram-se, através de caminhadas aleatórias no inte- dram-se na região fitoecológica da Floresta Esta-

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 272 OLIVEIRA, M. de L. A. A. de, BALBUENO, R. A. & SENNA, R. M. cional Semidecidual, conforme proposição de Tei- ciliatum, além da pteridófita Microgramma xeira et al. (1986). squamulosa e pelo menos duas espécies de pipe- Segundo a divisão altimétrica empregada por ráceas do gênero Peperomia. esses autores para setorizar a região da Floresta Nas porções mais conservadas da mata, vá- Estacional Semidecidual, a maioria dos fragmentos rios indivíduos de Ficus organensis emergem do estudados enquadra-se na formação florestal sub- dossel, constituído principalmente por Nectandra montana, em altitudes que variam de 40 m e 380 m, oppositifolia, Nectandra megapotamica, Luehea apresentando relevo de colinas suaves e feições ta- divaricata, Chrysophyllum gonocarpum e bulares características dos patamares da Serra Geral Myrcianthes gigantea. e algumas escarpas abruptas na unidade de paisagem Nos estratos arbóreos intermediários constata-se Encosta do Planalto. Integram-se à formação da Flo- a presença de Zanthoxylum rhoifolium, Allophylus resta de Terras Baixas os fragmentos estudados as- edulis, Campomanesia xanthocarpa e Trichilia sentados sobre sedimentos lagunares, com cotas claussenii. Dentre as arvoretas são mais freqüentes em torno de 17 m, da unidade de paisagem Planície Trichilia elegans, Celtis iguanea, Casearia silvestris, Lagunar. Vitex megapotamica e, de porte pouco menor, Gymnanthes concolor. Caracterização florística dos fragmentos O estrato arbustivo é pouco expressivo, dominan- estudados nas distintas unidades de paisagem do Piper gaudichaudianum, sendo também ocupado por plantas jovens das espécies dos estratos superio- Unidade de Paisagem Coxilhas do Sudeste ou das res. Lombas No estrato herbáceo, onde a mata se encontra Mata ciliar da sanga da Rapadura (-30º02’06”/ mais aberta e degradada, destaca-se a presença de -50º41’57”) muitos indivíduos de Philodendron bipinnatifidum, A sanga da Rapadura é uma sanga estreita, en- além de Commelina diffusa e Elephanthopus mollis. caixada, com 2 a 3 m de profundidade. A floresta ri- Dentre os epífitos registra-se, de forma abundan- pária que acompanha essa sanga apresenta várias te sobre as figueiras, Vriesea gigantea, Aechmea feições em decorrência de sua localização no relevo recurvata, Lepismium sp., Rhipsalis teres e pipe- e do estágio de desenvolvimento da mata, associadas ráceas. ao grau de antropização. Mata de encosta do morro Grande, Santo Em uma das nascentes da sanga, predomina a Antônio da Patrulha (-29º 55' 14'’/-50º 30’28'’) matinha de mirtáceas, onde são freqüentes Eugenia uruguayensis, Eugenia uniflora, E. myrcianthes e O morro é recoberto por vegetação bastante con- Myrrhinium atropurpureum. servada, principalmente na vertente sul. Destaca-se Em alguns locais observa-se a presença das a grande quantidade de indivíduos sem folhas, à épo- cactáceas Cereus hildmannianus e de Opuntia ca do levantamento (meses de agosto e setembro), arechavaletai, denunciando o caráter arenoso do conferindo à mata caráter semidecidual. solo. Como emergentes pode-se citar a presença de Na mata mais desenvolvida constata-se Myrsine grande número de indivíduos de Ficus organensis e coriacea, Schinus polygamus, Lithraea brasiliensis, de alguns exemplares de Syagrus romanzoffiana. O Sebastiania commersoniana, Sorocea bonplandii, dossel é constituído por Myrsine umbellata, Trichilia Maytenus dasyclados, Calliandra tweediei, Casearia claussenii, Dendropanax cuneatus, Nectandra silvestris, Erythroxylum argentinum e Miconia megapotamica, Matayba elaeagnoides, Prunus cinerascens. myrtifolia, Casearia decandra, Eugenia rostrifolia, No estrato arbustivo predomina Daphnopsis Guapira opposita e Sebastiania commersoniana. racemosa e no estrato herbáceo Begonia cucullata, Os estratos arbóreos intermediários e das ar- Peperomia pereskiifolia e Cyperus cf. aggregatus. voretas são ocupados por várias espécies como: Os epífitos são abundantes, ocorrendo Tillandsia Roupala brasiliensis, Garcinia gardneriana, Sorocea geminiflora, T. aeranthos e T. usneoides, além de es- bonplandii, Casearia silvestris, Banara parvifolia, pécies da família orquidácea como Campylocentrum Campomanesia xanthocarpa, Eugenia schuechiana, aromaticum, Cattleya intermedia e Oncidium Guarea macrophylla, Cupania vernalis, Trichilia

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 Levantamento florístico de fragmentos florestais ... 273 elegans e abundante regeneração de Gymnanthes glabra, M. palustris e Myrciaria cuspidata. Também concolor. aparece nesse estrato Faramea montevidensis. Como apoiantes e trepadeiras registrou-se a Nas margens da mata registra-se a presença presença de grande número de indivíduos de bigno- de Erythroxylum argentinum, Randia armata, niáceas, além de Dalbergia frutescens, Bauhinia Myrsine coriacea, Schinus polygamus e Lithraea microstachya, Seguieria guaranítica, Pisonia zapallo brasiliensis. e Mikania cf. laevigata. No estrato herbáceo, bastante ralo, destacam-se Psychotria brachyceras é muito abundante no agrupamentos de Bromelia antiacantha. estrato arbustivo. A flora de epífitos inclui espécies dos gêneros O solo é pouco recoberto, registrando-se no es- Tillandsia e Rhipsalis, além de Campylocentrum trato herbáceo algumas pteridófitas como Doryopteris aromaticum e Microgramma vacciniifolia. pedata var. multipartita, Anemia phyllitidis e Asplenium clausenii, além de representantes de Mata de encosta de coxilha na sub-bacia do outras famílias como Spathicarpa hastifolia, médio arroio Pesqueiro (-30º 09’19”/-50º57’08”) Oplismenus setarius, Pharus angustifolius, Cyperus Emergindo do dossel, nesta mata de encosta de cf. aggregatus, Commelina diffusa, Peperomia coxilha, verifica-se a presença de muitos indivíduos pereskiifolia e orquídeas terrícolas como Mesadenella de Ficus organensis, acompanhados por Patagonula cuspidata. americana, Cedrella fissilis, Cabralea canjerana e Os epífitos são escassos, registrando-se a ocor- Myrsine umbellata. rência da piperácea Peperomia tetraphylla, das Em vários pontos no interior da mata constata-se bromeliáceas Vriesea sp., Aechmea recurvata, a existência de pedreiras antigas, tendo havido a reti- Billbergia zebrina, Tillandsia usneoides, T. tenuifolia rada de indivíduos dos estratos arbóreos intermediá- e T. geminiflora, a orquidácea Campylocentrum rios, acarretando em modificações estruturais. As aromaticum, a pteridófita Microgramma vacciniifolia espécies mais freqüentes são Trichilia claussenii, e as cactáceas Rhipsalis teres e Lepismium Casearia silvestris e C. decandra, Sorocea warmingianum. bonplandii, Tabebuia chrysotricha, e Banara Nas margens da mata, no sopé do morro são parvifolia. São abundantes as plantas jovens de freqüentes Tabernaemontana catharinensis, Styrax Cabralea canjerana. acuminatus, Chrysophyllum marginatum, Alchornea Trichilia elegans e Myrciaria tenella compõem a triplinervia, Enterolobium contortisiliquum, sinúsia das arvoretas. Machaerium cf. paraguariensis além de Cecropia Dentre os cipós, destaca-se pela abundância catharinensis. Dentre as mirtáceas pode-se citar Anemopaegma prostratum. Eugenia myrcianthes e Psidium cattleyanum. Na beira da mata observa-se a presença de Celtis iguanea, Lithraea brasiliensis, Erythroxylum Unidade de Paisagem Coxilhas do Sudoeste argentinum, Zanthoxylum rhoifolium e Solanum sp. Como apoiantes sobre estas espécies são abundantes Mata ciliar nas nascentes do arroio Pesqueiro Calea pinnatifida, Mikania sp. e Smilax campestris. (-30º09’19”/-50º58’38”) A espécie mais abundante no estrato arbustivo A mata que acompanha uma das nascentes do ar- desta mata é Daphnopsis racemosa, também ocor- roio Pesqueiro, situada no encontro de duas coxilhas, rendo Piper gaudichaudianum. tem como espécies emergentes do dossel exemplares No estrato herbáceo registra-se a ocorrência de de Syagrus romanzoffiana e Ficus organensis. Spathicarpa hastifolia, Cyperus sp., Doryopteris No estrato arbóreo superior são mais freqüentes pedata var. multipartita, Hydrocotyle sp., Anemia Guapira opposita, Myrsine umbellata e Pachystroma phyllitidis, entre outras. longifolium, registrando-se também a presença de Os epífitos são muito abundantes sobre as Coussapoa microcarpa. enormes e imponentes figueiras. Recobrindo os Os estratos arbóreos intermediários são ocupados ramos destas observam-se Aechmea recurvata, por Lonchocarpus sp., Chrysophyllum marginatum e Tillandsia usneoides, T. aeranthos, Rhipsalis teres Sorocea bonplandii. e Microgramma vacciniifolia. As mirtáceas participam com várias espécies no Chama a atenção a flora rupícola sobre os estrato das arvoretas, como por exemplo, Myrcia inúmeros e enormes matacões existentes no inte-

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 274 OLIVEIRA, M. de L. A. A. de, BALBUENO, R. A. & SENNA, R. M. rior da mata. Sobre eles registrou-se a presen- A flora epifítica é abundante e representada prin- ça de Sinningia douglasii, Begonia cucullata, cipalmente por espécies da família Bromeliaceae, Peperomia pereskiifolia, Commelina sp1. e Cereus como Vriesea gigantea, V. procera, Tillandsia hildmannianus. usneoides, T. geminiflora e T. stricta.

Unidade de Paisagem Planície Lagunar Mata paludosa da sanga da Porteira (-29º59’23”/ -50º42’54”) As matas na Planície Lagunar estão restritas, atu- almente, às margens dos cursos d’água, alargando-se A mata forma uma linha sinuosa, acompanhando na confluência desses com os banhados. Por locali- as drenagens que deságuam no Banhado Grande. De zarem-se em áreas topograficamente mais deprimi- modo geral é muito bem conservada, apesar de em das do que o seu entorno, apresentam vegetação ca- alguns locais observar-se a presença de gado bovino. racterística dos locais submetidos a inundações peri- Numerosos indivíduos de Ficus organensis e de ódicas ou a alagamentos permanentes, sendo, portan- Syagrus romanzoffiana emergem do dossel de apro- to denominadas de matas paludosas. ximadamente 10 m de altura. Nesse estrato podem- se referir como espécies mais comuns Calyptranthes Mata paludosa em Chico Lomã (-29º56’50”/ cf. concinna, Guapira opposita, Luehea divaricata, -50º36’60”) Myrsine coriacea e Ocotea cf. tristis. Menos abun- A mata paludosa estudada desenvolve-se em área dantemente também são observados no estrato alagada durante a maior parte do ano, localizando-se arbóreo superior exemplares de Myrsine umbellata e junto ao bordo do banhado Chico Lomã. Enterolobium contortisiliquum. Nela a espécie emergente mais conspícua Nos demais estratos arbóreos são freqüentes vá- é Ficus organensis, acompanhada por Syagrus rias espécies de mirtáceas, destacando-se Psidium romanzoffiana. cattleyanum, Eugenia hyemalis, E. uruguayensis, E. O dossel, irregular, denotando a intervenção involucrata, Campomanesia xanthocarpa, Myrciaria antrópica, constitui-se basicamente por Nectandra cf. floribunda e Myrcia multiflora, acompanha- sp2, Citharexylum myrianthum e Myrsine umbellata. das por Sebastiania commersoniana, Banara Nos estratos arbóreos intermediários e das ar- parviflora, Tabebuia umbellata, Casearia silvestris, voretas observa-se a presença de Sebastiania Vitex megapotamica, Esenbeckia grandiflora e commersoniana, Guarea macrophylla, Vitex Gymnanthes concolor. megapotamica, Sorocea bonplandii, Heteropteris Nas margens da mata observa-se a presença de aenea, Ilex theezans e Faramea montevidensis. A Erythroxylum argentinum, Schinus polygamus, fitofisionomia, entretanto, é dada pelas mirtáceas que Sapium glandulosum, Heteropteris aenea e Lithraea participam com várias espécies, mas, sobretudo, com brasiliensis. Muito abundante nessas bordas é grande número de indivíduos de Eugenia sp2, Myrcia Eugenia myrcianthes. Nos locais com solo mais úmi- palustris, M. glabra, Campomanesia xanthocarpa, do constata-se a presença de Mimosa bimucronata e Myrcianthes sp. e Eugenia uniflora. Erythrina crista-galli. Já nas bordas mais secas, Na sinúsia arbustiva pode-se referir a presença em sítios topograficamente um pouco mais elevados, de Psychotria carthagenensis e de Daphnopsis registra-se a ocorrência das duas espécies mais co- racemosa. Em locais onde a água permanece por um muns de cactáceas arborescentes características de período de tempo maior sobre o solo observam-se solos arenosos Opuntia arechavaletai e Cereus Cephalanthus glabratus e Hibiscus cf. selloi. hildmannianus. Como trepadeiras ocorrem Forsteronia No estrato arbustivo alternam-se como mais abun- glabrescens, Paullinia elegans e P. trigonia. dantes ora as rubiáceas Psychotria carthagenensis e No estrato herbáceo constata-se a presença de P. brachyceras, ora a timeliácea Daphnopsis Philodendron bipinnatifidum e Bromelia antiacantha racemosa. Também se constata, nesse estrato, a pre- nos locais mais secos. Nos sítios onde o lençol sença de Ruellia angustiflora. freático aflora registram-se espécies de macrófitos O microrrelevo observado no solo da mata evi- aquáticos como Diodia alata, D. saponariifolia, dencia as linhas de escorrimento d’água por ocasião Bidens laevis, Polygonum acuminatum, Panicum das inundações. Nessas porções mais baixas o estra- elephantipes, entre outras. to herbáceo é muito ralo. Nas porções menos úmidas

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 Levantamento florístico de fragmentos florestais ... 275 constata-se a presença de serapilheira, sendo as es- mente Campomanesia xanthocarpa e Myrciaria pécies mais comuns Commelina diffusa, Blechnum tenella. sp., além de gramíneas típicas de interior de mata. No estrato arbustivo predominam Daphnopsis Nas margens mais úmidas observa-se Bromelia racemosa e Psychotria brachyceras. antiacantha. Os epífitos não são muito abundantes, verifican- Dentre as trepadeiras registra-se a presença de do-se a ocorrência de Tillandsia sp., raras orqui- Smilax campestris. dáceas e Microgramma vacciniifolia, além de Os epífitos são abundantes, tanto em núme- Rhipsalis teres. ro de indivíduos como em diversidade de espé- Em outra porção de mata bastante alterada e cies, podendo-se referir: as piperáceas Peperomia com solo muito úmido constatou-se a presença de pereskiifolia, e Peperomia sp.; as cactáceas Myrcia palustris, Vitex megapotamica, Syagrus Lepismium warmingianum e Rhipsalis teres; as romanzzofiana, Mimosa bimucronata e vários in- orquidáceas Oncidium ciliatum, Pleurothallis divíduos de Erythrina falcata, espécie mais caracte- aquinoi, Isabelia pulchella, Encyclia vespa, Cattleya rística das encostas, juntamente com Nectandra cf. leopoldii e Stelis sp.; as bromeliáceas Vriesea oppositifolia, Cabralea canjerana, Jacaranda gigantea, V. friburgensis além de Tillandsia cf. puberula e raros indivíduos de Enterolobium usneoides, T. geminiflora, T. aeranthos e T. contortisiliquum. tenuifolia. Destaca-se nessa sinúsia pelo seu porte Acompanhando o curso do arroio, onde esse se Philodendron bipinnatifidum. encontra mais encaixado, a mata é estreita e baixa, com cerca de 8 m de altura e estratificação irregular Unidade de Paisagem Coxilhas do Norte-Nordeste devido à exploração seletiva de espécies, registran- do-se a presença de Myrsine umbellata, M. coriacea, Mata ciliar na sub-bacia do no Syagrus romanzzofiana, Maytenus sp., Casearia Rincão de São João (-29º50’38”/-50º48’23”) silvestris, Ocotea cf. tristis, Allophylus edulis, A mata acompanha os vários braços de um pe- Prunus myrtifolia, Roupala brasiliensis, Sorocea queno arroio, sendo bem desenvolvida na porção da bonplandii, Cedrela fissilis, Guapira opposita, encosta da coxilha, com indivíduos do estrato supe- Matayba elaeagnoides e Cupania vernalis. rior atingindo cerca de 15 a 18 m de altura, apresen- Junto às margens observam-se Lithraea tando troncos grossos, tendo Ficus organensis e brasiliensis, Zanthoxylum fagara, Erythroxylum Myrsine umbellata como espécies emergentes, além argentinum, Eugenia uniflora, Chrysophyllum de alguns exemplares de Araucaria angustifolia marginatum, Mimosa bimucronata e Calliandra espécie não característica dessa região fitoecoló- tweediei. gica. A arvoreta mais comum é Faramea Fazem parte do dossel Guapira opposita, montevidensis e os epífitos são raros, constatando-se Myrcianthes pungens e Pachystroma longifolium. alguns indivíduos de Tillandsia geminiflora. Nos estratos intermediários observa-se com fre- No estrato herbáceo ocorrem indivíduos jovens qüência Sebastiania commersoniana, Trichilia dos estratos superiores, além das pteridófitas Anemia claussenii, Campomanesia xanthocarpa e Sorocea phyllitidis e Doryopteris pedata var. multipartita e bonplandii. agrupamentos de Bromelia antiacantha. Entre as pequenas arvoretas destacam-se Como apoiantes nas bordas da mata pode-se ci- Trichilia elegans, Faramea montevidensis, algumas tar Pyrostegia venusta, Rubus erythroclados e Calea mirtáceas e, como apoiante, Celtis iguanea. pinnatifida. A flora epifítica apresenta várias espécies, com abundância de indivíduos das seguintes espécies: Mata de encosta de coxilha, na sub-bacia Rhipsalis teres, Lepismium sp., Aechmea recurvata, do arroio Grande, no Rincão de São João Billbergia nutans, B. zebrina, Cattleya leopoldii, (- 29º50’31”/-50º47’53”) Tillandsia usneoides, T. stricta e T. aeranthos. Neste remanescente florestal verifica-se a presença Nos locais mais baixos, sujeitos à inundação, de um agrupamento de indivíduos bem desenvolvi- a mata toma várias feições, constatando-se, dos de Araucaria angustifolia fazendo parte do con- em algumas porções da mesma, agrupamen- junto das espécies emergentes. Ainda como emergen- tos quase que exclusivos de mirtáceas, principal- tes ocorrem Ficus organensis e Myrsine umbellata.

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 276 OLIVEIRA, M. de L. A. A. de, BALBUENO, R. A. & SENNA, R. M.

O dossel é formado por Cabralea canjerana, O estrato arbóreo inferior é ocupado por Sorocea Trichilia clausenii, Luehea divaricata, Alchornea bonplandii, Allophylus edulis, Casearia silvestris, triplinervia, Guapira opposita, Nectandra Garcinia gardneriana, Trichilia casarettoi var. oppositifolia, Syagrus romanzoffiana, Enterolobium casarettoi, Gymnanthes concolor, Rollinia silvatica, contortisiliquum e raros indivíduos de Jacaranda Rudgea parquioides, destacando-se dentre as mir- micrantha dentre outras, tendo sido também consta- táceas Psidium cattleyanum, Myrciaria plinioides e tada a presença de Cecropia catharinensis. Calyptranthes grandifolia. A estratificação é pouco nítida, com os estra- Na sinúsia dos arbustos registra-se com abundân- tos intermediários bastante alterados, registrando-se cia Faramea montevidensis, constatando-se também a presença Matayba elaeagnoides, Guarea a presença da palmeira Geonoma schottiana. macrophylla, Sorocea bonplandii, Sebastiania No estrato herbáceo, entre espessa camada de commersoniana, Casearia silvestris, C. decandra e serapilheira junto aos matacões, predominam espé- Campomanesia xanthocarpa. cies de pteridófitas, podendo-se citar Blechnum No estrato das arvoretas destaca-se Trichilia brasiliense e Polypodium aureum, além de elegans, e com menor abundância Faramea Commelina sp1. e Peperomia pereskiifolia. montevidensis, Heteropteris aenea e Styrax leprosus. Dentre as lianas verificou-se a presença de Como apoiantes pode-se citar Celtis iguanea e Paullinia trigonia. Seguieria aculeata. Paullinia trigonia e Pyrostegia Na beira da mata observam-se Schinus venusta são as trepadeiras mais freqüentes na beira polygamus, Guettarda uruguensis, Tabebuia da mata. chrysotricha, Zanthoxylum rhoifolium, Lithraea O estrato arbustivo é dominado por Psychotria brasiliensis, Erythroxylum argentinum, Myrsine brachyceras, sendo também observada a presença de coriacea e Leandra australis. Urera baccifera. No estrato herbáceo, além das gramíneas típicas Mata ciliar do arroio Miraguaia (-29º50’22”/ de interior de mata, registram-se agrupamentos de -50º51’52”) Bromelia antiacantha. A mata encontra-se já bastante diminuída em re- Dentre as espécies epifíticas destacam-se a lação a sua dimensão original e empobrecida pela orquidácea Cattleya leopoldii e as bromeliáceas extração seletiva de espécies, podendo, entretanto, Aechmea recurvata, Vriesea gigantea, Tillandsia ser considerada um fragmento que represente as recurvata, T. usneoides e a cactácea Rhipsalis teres, matinhas ciliares do limite sul dessa unidade de pai- todas pouco abundantes. sagem, situadas sobre os aluviões das terras altas e Nas margens observa-se a presença de Lithraea colúvios da borda oriental do Planalto. É baixa, com brasiliensis, Eugenia uniflora, Dasyphyllum cerca de 8 a 10 m de altura, caracterizando-se pelo spinescens, Erythroxylum argentinum, Zanthoxylum predomínio de indivíduos arbóreos com diâmetros hyemale, Miconia sp. e Randia armata. pequenos e ramificados na base, evidenciando a ocor- rência de inundações freqüentes. Unidade de Paisagem Encosta do Planalto No estrato arbóreo superior, bastante irregular, Mata de encosta do morro do Tigre (-29º49’17”/ constata-se a presença de Luehea divaricata, -50º43’05”) Guapira opposita, Nectandra oppositifolia, Matayba A mata é alta, com cerca de 18 a 20 m de altura, elaeagnoides, Cabralea canjerana e Patagonula emergindo pouco acima do dossel Ficus organensis. americana. Registrou-se a presença de um exemplar O estrato arbóreo superior é constituído por de Ficus organensis, raros indivíduos de Salix Cabralea canjerana, Cordia trichotoma, Luehea humboldtiana e de Enterolobium contortisiliquum. divaricata, Matayba elaeagnoides, Chrysophyllum Fazem parte dos demais estratos arbóreos gonocarpum, Alchornea triplinervia, Dendropanax Allophylus edulis, Casearia silvestris e C. decandra, cuneatus e Myrsine umbellata. Campomanesia xanthocarpa, Sorocea bonplandii, No estrato arbóreo médio são freqüentes Pachystroma longifolium, Roupala brasiliensis, Vitex Trichilia claussenii, Cupania vernalis e Nectandra megapotamica, Inga sp. e Zanthoxylum fagara. megapotamica. São menos abundantes Roupala No estrato arbóreo inferior ocorrem Myrciaria brasiliensis, Pachystroma longifolium, Parapitadenia tenella e Eugenia sp1., constatando-se a presença de rigida e Ficus cf. insipida. indivíduos jovens de Myrsine umbellata, Cabralea

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 Levantamento florístico de fragmentos florestais ... 277 canjerana e Jacaranda micrantha. É importante Verifica-se, nos fragmentos estudados, a predo- mencionar a presença da palmeira Bactris setosa minância de elementos arbóreos de ampla distribui- nesse estrato, ocorrendo com muitos indivíduos, ção, como também do contingente florístico das ba- assim como Bambusa trinii, abundante nessa área. cias dos rios Paraná-Uruguai, ou seja, da Floresta A sinúsia dos arbustos é ocupada pela rubiácea Estacional Decidual, e do corredor migratório da Psychotria brachyceras. A margem da mata é ocu- encosta atlântica, em conformidade com o enqua- pada por Mimosa bimucronata. dramento das espécies nestas categorias apresentado Dentre as lianas observou-se a presença de por Rambo (1961), Klein (1972), Jarenkow (1994) e Strychnos trinervis. Jarenkow & Waechter (2001). Myrsine umbellata, A flora epifítica constitui-se basicamente por Sorocea bonplandii e Casearia silvestris, espécies de bromeliáceas, destacando-se pela abundância, Vriesea ampla distribuição ocorrem em todos os fragmentos psittacina, espécie com raras ocorrências no Estado avaliados. Dentre os elementos da rota migratória e que nessa mata aparece a partir de 40 cm do oeste com presença registrada em quase todos os solo, recobrindo o tronco e ramos de árvores mais fragmentos refere-se Luehea divaricata, Trichilia finas. Também são observadas Aechmea recurvata, clausenii e T. elegans. Cabralea canjerana, Cedrela Vriesea gigantea, Tillandsia stricta e T. geminiflora. fissilis e Alchornea triplinervia são observados nos Peperomia pereskiifolia e Microgramma vacciniifolia fragmentos florestais localizados nas coxilhas e en- também são freqüentes. costas de morros. Várias espécies que chegam ao território sul-rio- DISCUSSÃO E CONCLUSÕES grandense através do corredor leste, ou seja, espécies do contingente da encosta atlântica, assim enquadra- Registrou-se a ocorrência de 249 espécies de das por vários autores (Rambo, 1961; Klein, 1972, plantas vasculares nos fragmentos florestais estuda- 1983; Jarenkow, 1994 e Jarenkow & Waechter, 2001) dos. A família com a maior riqueza de espécies é são também constatadas na área de estudo e princi- Myrtaceae, com 24 espécies integrando os estratos palmente observadas, ocorrendo com maior abundân- arbóreos inferiores, especialmente das matas ciliares cia, nas unidades de paisagem da Encosta do Pla- e paludosas. A contribuição de espécies dessa famí- nalto, Coxilhas do Norte-Nordeste e na Coxilha lia nas distintas formações florestais do sul e sudeste das Lombas. Calyptranthes grandifolia, Matayba do Brasil foi constatada por diversos autores (Jurinitz guianensis, Pachystroma longifolium e Myrciaria & Jarenkow, 2003). São também freqüentes nos es- floribunda ocupam os estratos arbóreos superiores; tratos arbóreos espécies das famílias Lauraceae, no sub-bosque constata-se a presença de Garcinia Euphorbiaceae e Meliaceae estas últimas ocorrendo gardneriana, Geonoma schottiana, Myrcia glabra, principalmente nas florestas de encosta de coxilha. Mollinedia floribunda, M. schottiana e a liana A família Rubiaceae contribui com seis espécies, Marcgravia polyantha (Marcgraviaceae) essa somen- entre árvores e arbustos, dominando o estrato te observada no morro Grande. arbustivo das matas. Verificou-se que os fragmentos localizados na Quatro espécies de palmeiras são constatadas nos Encosta do Planalto apresentam várias espécies, fragmentos estudados. Syagrus romanzoffiana, espé- principalmente do sub-bosque, que não foram obser- cie freqüentemente encontrada nas florestas do Esta- vadas nos demais fragmentos situados em outras uni- do, emergindo do dossel, foi observada neste levan- dades de paisagem. No fragmento de mata ciliar do tamento em todos os tipos florestais. Entre as trepa- arroio Miraguaia constatou-se a presença de deiras podem-se referir como mais abundantes e com Mollinedia schottiana, M. elegans, Bactris setosa e, maior número de espécies as famílias Asteraceae e muito abundante, a epífita Vriesea psittacina. Na Bignoniaceae. Dentre os epífitos, as bromeliáceas e mata de encosta do morro do Tigre ocorrem Trichilia orquidáceas contribuem com maior número de espé- casarettoi, Garcinia gardneriana e Geonoma cies, apresentando maior riqueza nas matas ciliares e schottiana. Essas espécies igualmente são conside- paludosas. Waechter (1986), em mata paludosa loca- radas por vários autores como espécies do corredor lizada no município Torres (RS), verificou que as atlântico (Rambo, 1961; Jarenkow, 1994; Jarenkow orquidáceas contribuem com 50% do total das espé- & Waechter, 2001). A presença no sub-bosque de cies de epífitos, seguindo-as, em riqueza de espé- espécies da rota oriental, em floresta na qual os ele- cies, as bromeliáceas. mentos do estrato arbóreo superior são predominan-

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 278 OLIVEIRA, M. de L. A. A. de, BALBUENO, R. A. & SENNA, R. M. temente da corrente migratória do oeste foi assinala- Floresta Estacional Semidecidual submetidos à in- da por Baptista (1967), em uma comunidade no mor- fluência fluvial permanente na bacia. ro Morungava, município de Gravataí. As matas ciliares nas unidades de paisagem Nas florestas paludosas da Planície Lagunar Coxilhas do Sudoeste, Coxilhas do Sudeste e Co- destacam-se, como elementos da floresta da encos- xilhas de Norte e Nordeste de modo geral apresen- ta atlântica (Klein, 1983), Tabebuia umbellata tam certo grau de influência antrópica, assim como e Cytharexylum myrianthum, emergindo do dos- os fragmentos não associados a cursos d’água, situa- sel. dos nas encostas de coxilha. Ações de recuperação, Além das espécies acima citadas registrou-se a visando restabelecer tanto a estrutura desses rema- presença, em todas as unidades de paisagem, de Ficus nescentes e, principalmente, seu papel na melhoria organensis e Guapira opposita, espécies do contin- das condições dos recursos hídricos e do solo são gente da encosta atlântica que, segundo Klein (1972), necessárias e, em alguns casos, urgentes. Nesse sen- penetraram profundamente pelo Jacuí e seguiram tido e com base nas observações de campo realiza- pelas florestas da parte leste do Escudo Rio- das durante o trabalho sugerem-se algumas espécies grandense, alcançando a Estação Ecológica do Taim. a serem utilizadas na revegetação das margens dos Compondo o sub-bosque de grande parte das matas arroios. Dentre as espécies consideradas pioneiras estudadas observou-se Faramea montevidensis. podem ser citadas: Allophylus edulis, Casearia Constatou-se a presença de 10 espécies integran- silvestris, Myrcia palustris, Mimosa bimucronata, tes da lista oficial de táxons ameaçados do Rio Gran- Myrcia multiflora, Myrsine umbellata, Salix de do Sul, ou seja, Billbergia zebrina, Tillandsia humboldtiana, Sapium glandulosum, Sebastiania geminiflora, T. usneoides e Vriesea gigantea (Bro- commersoniana e Trichilia claussenii. Espécies clas- meliaceae), Butia capitata e Geonoma schottiana sificadas como secundárias iniciais e tardias também (Arecaceae), Cattleya intermedia (Orchidaceae), devem ser utilizadas, indicando-se as seguintes: Marcgravia polyantha (Marcgraviaceae) e Styrax Bambusa trinii, Cabralea canjerana, Campomanesia acuminatus (Styracaceae). Além dessas regis- xanthocarpa, Chrysophyllum marginatum, Cupania trou-se em dois fragmentos estudados a presença de vernalis, Cytharexylum myriantum, Erythrina Araucaria angustifolia (Araucariaceae), espécie ca- crista-galli, Eugenia uniflora, E. uruguayensis, Guarea macrophylla, Myrciaria tenella, Myrsine racterística da Floresta Ombrófila Mista. Sua ocor- coriacea, Parapiptadenia rigida e Vitex megapotamica. rência pode dever-se a cultivos cabendo, entretanto, Como espécies climácicas podem ser utilizadas referir a existência de documentação histórica quan- Chrysophyllum gonocarpum, Jacaranda micrantha, to à distribuição mais ampla desta espécie no Esta- Luehea divaricata, Roupala brasiliensis, Syagrus do, conforme é assinalado por Noelli (2000). Apre- romanzoffiana e Tabebuia chrysotricha. sentam grande abundância na área, Ficus organensis (Moraceae) e Erythrina crista-galli (Leguminosae) e, menos abundantemente, E. falcata (Leguminosae), AGRADECIMENTOS espécies consideradas imunes ao corte pelo Código Ao colega Ricardo Aranha Ramos, do Laboratório de Florestal Estadual (Lei 9.519 de 21 de janeiro de Geoprocessamento do Museu de Ciências Naturais da Funda- ção Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB), pelo apoio 1992). cartográfico aos trabalhos de campo. Recomendam-se como áreas prioritárias para conservação da biodiversidade regional os fragmen- REFERÊNCIAS tos florestais localizados no Morro Grande, no mu- nicípio de Santo Antônio da Patrulha, a mata ripária BAPTISTA, L. R. 1967. Sobre uma comunidade florestal em das nascentes do arroio Miraguaia e as florestas do Morungava (Mun.de Gravataí, RS). In: CONGRESSO NA- CIONAL DE BOTÂNICA, 15., Porto Alegre. Anais... Porto morro do Tigre, por apresentarem espécies da flora Alegre, 1967. p. 197-201. ameaçada de extinção. Além dessas, as matas BULHÕES, F. M.; GIUGNO, N. B. 1994. Cobertura vegetal paludosas da Sanga da Porteira e aquelas localizadas e ocupação atual do solo da área de influência da Barragem junto ao Banhado Chico Lomã, estudadas neste tra- Olaria Velha e da Bacia do rio Gravataí RS. Porto Alegre: CPRM/METROPLAN. 1 v. não paginado, il. (Série Ordena- balho, assim como todos os fragmentos desse tipo de mento Territoral, 2). floresta situados na unidade Planície Lagunar, por se COMITÊ DE GERENCIAMENTO DA BACIA DO RIO tratarem dos últimos e escassos remanescentes da GRAVATAÍ. 1990. Barragem do rio Gravataí; consolidação

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 Levantamento florístico de fragmentos florestais ... 279 de estudos e informações para justificativa do empreendi- Tese (Doutorado em Geografia) – Departamento de Geografia, mento. Porto Alegre. 132f. il. Universidade de São Paulo, São Paulo. ECOPLAN ENGENHARIA/CORSAN. 1992. Barragem Ola- MOTA, F. S. 1951. Estudos do clima do Estado do Rio Grande ria Velha – Rio Gravataí. Porto Alegre. v. 1. 72 p. do Sul segundo o Sistema de W. Koeppen. Revista Brasileira FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL. de Geografia, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 107-116. Museu de Ciências Naturais. 1983. Amostragem da flora e NOELLI, F. S. 2000. Documentação histórica do limite meri- fauna das nascentes do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, vi- dional da Araucaria angustifolia e do início do processo de sando a emissão de um parecer sobre as condições bióticas desmatamento no Rio Grande do Sul. Napaea, Porto Alegre, da área nos meses de março, abril e maio de 1983. Relatório n. 12, p. 69-74. Final. Porto Alegre. OLIVEIRA, M. L. A. A. 1997. Caracterização preliminar da JARENKOW, J. A. 1994. Estudo fitossociológico comparati- cobertura vegetal na bacia de contribuição do Banhado vo entre duas áreas com mata de encosta no Rio Grande do Grande (Bacia Hidrográfica do rio Gravataí), Rio Grande Sul. 125f. Tese (Doutorado em Ciências – Ecologia). Centro de do Sul, Brasil. Relatório não publicado. Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São RAMBO, B. 1956. A fisionomia do Rio Grande do Sul: en- Carlos, São Carlos. saio de monografia natural. Porto Alegre: Selbach. 471p. JARENKOW, J. A.; WAECHTER, J. L. 2001. Composição, RAMBO, B. 1961. Migration routes of the South Brazilian estrutura e relações florísticas do componente arbóreo de uma rain Forest. Pesquisas, Botânica, São Leopoldo, n. 12, p. 1-54. floresta estacional no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Bra- sil. Bot., Campinas, v. 24, n. 3, p. 263-272. TEIXEIRA, M. B. et al. 1986. Vegetação. As regiões fito- ecológicas, a sua natureza e seus recursos econômicos, estu- JURINITZ, C. F.; JARENKOW, J. A. 2003. Estrutura do com- do fitogeográfico. In: FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEI- ponente arbóreo de uma floresta estacional na Serra do Sudeste, RO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. FOLHA SH.22, Porto Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasil. Bot., v. 26, n. 4, p. 475-487. Alegre e parte das folhas SH.21 e SI. Lagoa Mirim: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso potencial KLEIN, R. M. 1972. Árvores nativas da Floresta Subtropical da terra. Rio de Janeiro. p. 541-632. (Levantamento de Recur- do Alto Uruguai. Sellowia, Itajaí, n. 24, p. 9-62. sos Naturais, 33). KLEIN, R. M. 1983. Aspectos fitofisionômicos da Floresta WAECHTER, J. L. 1986. Epífitos vasculares da mata paludosa Estacional na fralda da Serra Geral (RS). In: CONGRESSO do Faxinal, Torres, Rio Grande do Sul. Iheringia, Sér. Botâni- NACIONAL DE BOTÂNICA, 34. Anais... Porto Alegre: ca, Porto Alegre, n. 34, p. 39-49. EMBRAPA, 1983, v. 1, p. 73-110. MELLO. L. P. 1998. Percepção da paisagem e conservação ambiental no Banhado Grande do Rio Gravataí (RS). 365f. Trabalho recebido em 18.X.2001. Aceito para publicação em 22.XII.2005.

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 280 OLIVEIRA, M. de L. A. A. de, BALBUENO, R. A. & SENNA, R. M.

TABELA 1 – Lista florística dos fragmentos florestais estudados na bacia hidrográfica do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. 1 = mata ciliar da sanga da Rapadura; 2 = mata de encosta do morro Grande; 3 = mata ciliar nas nascentes do arroio Pesqueiro; 4 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do médio arroio Pesqueiro; 5 = mata paludosa em Chico Lomã; 6 = mata paludosa da sanga da Porteira; 7 = mata ciliar na sub-bacia do arroio Grande, Rincão de São João; 8 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do arroio Grande no Rincão de São João; 9 = mata de encosta do morro do Tigre; 10 = mata ciliar nas nascentes do arroio Miraguaia. Continua Família Espécie 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nome popular Hábito Acanthaceae Ruellia augustiflora (Nees) Lindau ex Rambo _ _ _ _ _ x _ _ _ _ flor-de-fogo subarbusto Anacardiaceae Lithraea brasiliensis March. x _ x x _ x x x x _ aroeira-brava árvore Schinus molle L. ______x _ aroeira-piriquita árvore S. polygamus (Cav.) Cabr. x x x _ _ x _ _ x _ assovieira árvore Annonaceae Rollinia cf. silvatica (St.-Hil.) Mart. ______x _ araticum-do-mato árvore Apiaceae Hydrocotyle sp. _ _ _ x ______erva terrícola Apocynaceae Forsteronia glabrescens Müll. Arg. _ _ _ _ x _ _ _ _ _ cipó-de-leite trepadeira Tabernaemontana catharinensis DC. _ x ______jasmim-catavento árvore Aquifoliaceae Ilex dumosa Reiss. ______x _ _ _ caúna árvore I. theezans Mart. _ _ _ _ x _ _ _ _ _ caúna árvore Araceae Philodendron bipinnatifidum Schott x _ _ _ x x x _ _ _ imbé erva terrícola Spathicarpa hastifolia Hook. _ x _ x ______erva terrícola Araliaceae Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch. _ x _ _ _ _ x _ x x pau-de-tamanco árvore Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bert.) O.Kze. ______x x _ _ pinheiro-brasileiro árvore Arecaceae Bactris setosa Mart. ______x tucum árvore Butia capitata (Mart.) Becc. _ _ x x ______butiá árvore Geonoma schottiana Mart. ______x _ palmeira arvoreta Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm. _ x x x x x x x x _ gerivá árvore Aspleniaceae Asplenium claussenii Hieron. _ x ______samambaia erva terrícola Asteraceae Baccharis sp. _ _ x ______arbusto Bidens laevis (L.) Britton, Sterns & Poggenb. _ _ _ _ x ______erva terrícola B. pilosa L. _ _ _ _ x _ _ _ _ _ picão-preto erva terrícola Calea pinnatifida Less. _ _ _ x _ _ x _ _ _ _ trepadeira Chaptalia sp. ______x _ _ _ _ erva terrícola Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabr. x ______x _ _ sucará árvore D. tomentosum (Spreng.) Cabr. ______x _ _ _ sucará árvore Elephantopus mollis Kunth x ______capim erva terrícola Mikania glomerata Spreng. ______x _ _ _ guaco trepadeira M. cf. laevigata Sch. Bip. ex Baker _ x _ _ _ x _ _ _ _ _ trepadeira Mikania sp. _ x ______trepadeira Mutisia speciosa Ait. ______x _ _ _ _ trepadeira Begoniaceae Begonia cucullata Willd. x _ _ x ______begônia erva terrícola Begonia sp. _ _ _ x ______begônia erva rupícola Bignoniaceae Anemopaegma prostratum DC. _ _ _ x ______trepadeira Arrabidaea chica (H. & B.) Verlot _ _ _ _ _ x _ _ _ _ cipó-pau trepadeira Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ Ipê-verde árvore Jacaranda micrantha Cham. ______x x _ x caroba árvore J. cf. puberula Cham. ______x _ _ _ carobinha árvore Pyrostegia venusta (Ker-Gawl.) Miers ______x x _ _ cipó-de-são-joão trepadeira Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Sandwith _ _ _ x _ _ _ _ x _ ipê-amarelo árvore T. umbellata (Sond) Sandwith _ _ _ _ _ x _ _ x _ ipê-amarelo árvore Blechnaceae Blechnum brasiliense Desv. _ _ _ _ _ x _ _ x _ samambaia erva terrícola Blechnum sp. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ samambaia erva terrícola Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. ______x _ louro-pardo árvore Patagonula americana L. x _ _ x _ _ _ _ _ x guajuvira árvore Bromeliaceae Aechmea recurvata (Klotz.) Smith x x _ x _ x x x _ x bromélia erva terrícola Billbergia nutans Wendl. ______x _ _ _ bromélia erva epifítica B. zebrina Lindl. _ x _ _ _ _ x _ _ _ bromélia erva epifítica Bromelia antiacantha Bertol. _ _ x _ x x x x _ _ banana-do-mato erva terrícola Dyckia sp. ______x _ bromélia erva rupícola Tillandsia aëranthos (Loisel.) Smith x _ x x _ x x _ _ _ cravo-do-mato erva epifítica

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TABELA 1 – Lista florística dos fragmentos florestais estudados na bacia hidrográfica do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. 1 = mata ciliar da sanga da Rapadura; 2 = mata de encosta do morro Grande; 3 = mata ciliar nas nascentes do arroio Pesqueiro; 4 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do médio arroio Pesqueiro; 5 = mata paludosa em Chico Lomã; 6 = mata paludosa da sanga da Porteira; 7 = mata ciliar na sub-bacia do arroio Grande, Rincão de São João; 8 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do arroio Grande no Rincão de São João; 9 = mata de encosta do morro do Tigre; 10 = mata ciliar nas nascentes do arroio Miraguaia. Continua

Família Espécie 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nome popular Hábito Bromeliaceae T. geminiflora Brongniart x x _ _ x x x _ _ x cravo-do-mato erva epifítica T. recurvata (L.) L. ______x x _ _ cravo-do-mato erva epifítica T. stricta Soland. _ _ _ _ x x x _ _ x cravo-do-mato erva epifítica T. tenuifolia L. _ x _ _ _ x _ _ _ _ cravo-do-mato erva epifítica T. usneoides (L.) L. x x _ x x x x x _ _ barba-de-pau erva epifítica Tillandsia sp. ______x _ _ _ cravo-do-mato erva epifítica Vriesea friburgensis Mez _ x _ _ _ x _ _ _ _ bromélia erva epifítica V. gigantea Gaudich. x x _ _ x x x x _ x bromélia erva epifítica V. procera (Mart. ex Schult.) Wittm. _ _ _ _ x x _ _ _ _ bromélia erva epifítica V. psittacina (Hook.) Lindley ______x bromélia erva epifítica Vriesea sp. _ x ______bromélia erva epifítica Buddlejaceae Buddleia brasiliensis Jacq. ex Spreng. ______x _ _ _ barbasco arbusto Cactaceae Cereus hildmannianus K. Schum. x x x x _ x _ _ x _ tuna arbusto Lepismium warmingianum (K.Schum.) Barthlott _ x _ _ _ x _ _ _ _ _ erva epifítica Lepismium sp. x _ _ _ _ _ x _ _ _ _ erva epifítica Opuntia arechavaletae Speg. ex Arechav. x _ _ _ _ x _ _ _ _ arumbeva arbusto Rhipsalis teres (Vell.) Steud. x x x x x x x x _ _ erva-de-canário erva epifítica Caesalpinaceae Bauhinia microstachya (Raddi) Macbr. _ x ______escada-de-macaco trepadeira Cecropiaceae Cecropia catharinensis Cuatr. _ x _ x _ _ _ x x _ embaúba árvore Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini _ _ x _ _ _ x _ _ _ figuiera-mata-pau árvore Celastraceae Maytenus dasyclados Mart. x ______coração-de-bugre árvore Maytenus sp. ______x _ _ _ _ árvore Clusiaceae Garcinia gardneriana (Pl. & Tr.) Zappi _ x ______x _ bacopari árvore Commelinaceae Commelina difusa Burm. x x _ _ _ x _ _ _ _ _ erva terrícola Commelina sp. ______x _ erva terrícola Cyperaceae Cyperus cf. aggregatus (Willd.) Endl. x x _ x ______erva terrícola Ebenaceae Diospyros inconstans Jacq. _ x _ _ _ _ x _ _ x maria-preta arvoreta Erythroxylaceae Erythroxylum argentinum O. Sch. x x x x _ x x x x _ cocão árvore Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. _ x _ _ _ _ x x x _ tanheiro árvore Gymnanthes concolor Spreng. x x _ _ _ x _ _ x x laranjeira-do-mato árvore Pachystroma longifolium (Nees) Johnst. _ x x _ _ _ x _ x x mata-olho árvore Sapium glandulosum (L.) Morong _ _ _ _ _ x x _ _ _ pau-de-leite árvore Sebastiania brasiliensis Spreng. ______x branquilho árvore S. commersoniana (Bail.) Smith & Downs x x x _ x x x x _ _ branquilho árvore Fabaceae Dalbergia frutescens (Vell.) Britt. _ x ______cipó-rabo-de-bugio trepadeira Erythrina crista-galli L. _ x _ _ _ x _ _ _ _ corticeira-do- árvore banhado E. falcata Benth. ______x _ x _ corticeira-da-serra árvore Lonchocarpus sp. _ _ x ______rabo-de-bugio árvore Machaerium cf. paraguariense Hassler _ x ______farinha-seca árvore M. cf. stipitatum (DC.) Vog. ______x _ x _ farinha-seca árvore Flacourtiaceae Banara parviflora ( A. Gray) Benth. _ x _ x _ x x _ _ _ farinha-seca árvore Casearia decandra Jacq. _ x _ x _ x x x _ x chá-de-bugre árvore C. silvestris Sw. x x x x _ x x x x x chá-de-bugre árvore Gesneriaceae Sinningia douglasii (Lindl.) Chautems _ _ _ x ______erva rupícola Lauraceae Nectandra grandiflora Nees ______x _ _ _ caneleira árvore N. megapotamica (Spreng.) Mez x x _ _ _ _ x _ x x canela-amarela árvore N. oppositifolia Nees x _ _ _ _ _ x x _ x canela-ferrugem árvore Ocotea puberula (Rich.) Nees _ x ______canela-guaicá árvore O.cf. tristis (Nees) Mez _ _ _ _ _ x x _ _ _ canelinha árvore Ocotea sp. ______x _ canela árvore Loganiaceae Strychnos trinervis (Vell.) Mart. ______x quina-cruzeiro trepadeira

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TABELA 1 – Lista florística dos fragmentos florestais estudados na bacia hidrográfica do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. 1 = mata ciliar da sanga da Rapadura; 2 = mata de encosta do morro Grande; 3 = mata ciliar nas nascentes do arroio Pesqueiro; 4 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do médio arroio Pesqueiro; 5 = mata paludosa em Chico Lomã; 6 = mata paludosa da sanga da Porteira; 7 = mata ciliar na sub-bacia do arroio Grande, Rincão de São João; 8 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do arroio Grande no Rincão de São João; 9 = mata de encosta do morro do Tigre; 10 = mata ciliar nas nascentes do arroio Miraguaia. Continua Família Espécie 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nome popular Hábito Loranthaceae Phoradendron holoxanthum Eichl. ______x _ _ _ erva-de-passarinho hemi-parasita P. linearifolium Eichl. ______x _ erva-de-passarinho hemi-parasita Malpighiaceae Heteropteris aenea Griseb. _ _ _ _ x x x x _ _ _ árvore Malvaceae Hibiscus cf. selloi Goerke _ _ _ _ x ______arbusto Hibiscus sp. _ _ _ x ______arbusto Marcgraviaceae Marcgravia polyantha Delp. _ x ______trepadeira Melastomataceae Leandra australis (Cham.) Cogn. _ _ _ _ _ x x _ x _ pixirica arbusto Leandra sp. ______x _ _ _ _ arbusto Miconia cinerascens Miq. x _ _ _ _ _ x _ _ _ pixiricão arbusto M. hyemalis St.-Hil. & Naud. ex Naudin _ x _ _ x _ _ _ _ _ pixirica arbusto Miconia sp. ______x _ _ _ arbusto Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. _ x _ x _ _ x x x x canjerana árvore Cedrela fissilis Vell. _ x _ x _ _ x _ x _ cedro árvore Guarea macrophylla Vahl _ x _ _ x _ x x x _ pau-d'arco árvore Trichilia casarettoi C. DC. ______x _ catiguá-branco arvoreta T. claussenii C. DC. x x _ x _ _ x x x _ catiguá arvoreta T. elegans A. Juss. x x _ x _ _ x x _ _ pau-de-ervilha arvoreta Mimosaceae Albizia edwallii (Hoehne) Barneby & J. Grimes ______X angico-branco árvore Calliandra brevipes Benth. x ______quebra-foice arbusto C. tweediei Benth. x _ _ _ _ _ x _ _ _ topete-de-cardeal arbusto Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong _ x _ _ _ x x x _ x timbaúva árvore Inga marginata Willd ______x ingá-feijão árvore Inga sp. _ _ _ _ _ x _ _ _ x _ árvore Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze _ x x x _ x x _ _ x maricá árvore Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan ______x x angico-vermelho árvore Monimiaceae Mollinedia elegans Tul. ______x pimenteira-do-mato arbusto M. schottiana (Spreng.) Perk ______x pimenteira árvore Mollinedia sp. _ x ______x _ _ arbusto Moraceae Ficus cf. insipida Willd. _ x ______x _ figueira árvore F. luschnathiana (Miq.) Miq. _ x _ _ _ x _ x _ _ figueira-mata-pau árvore F. organensis (Miq.) Miq. x x x x x x x x x x figueira-de-folha- árvore miúda Ficus sp. _ x ______figueira árvore Sorocea bonplandii ( Bail.) Burg., Lanj. et Boer x x x x x _ x x x x cincho árvore Myrsinaceae Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. x _ x _ _ x x _ x _ capororoca árvore M. guianensis (Aubl.) Kuntze ______x capororoca árvore M. lorentziana (Mez) Arechav. _ _ x _ _ x _ _ x _ capororoca árvore M. umbellata Mart. x x x x x x x x x x capororoca árvore Myrsinaceae Myrsine sp. _ _ x ______capororocão árvore Myrtaceae Calyptranthes concinna DC. _ _ _ _ _ x x _ _ _ guamirim-de-facho árvore C. grandifolia O. Berg ______x _ guamirim arvoreta Campomanesia xanthocarpa O. Berg x x _ _ x x x x _ x guabiroba árvore Eucalyptus sp. ______x _ _ _ eucalipto árvore Eugenia bacopari Legr. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ guamirim árvore E. hiemalis Camb. _ _ _ _ _ x _ x _ _ guamirim árvore E.involucrata DC. _ _ _ _ _ x x _ _ _ cerejeira-do-mato árvore E. myrcianthes Nied. x x _ _ _ x _ _ _ _ pessegueiro-do- árvore campo E. rostrifolia Legr. _ x ______batinga-vermelha árvore E. schuechiana O. Berg _ x _ _ _ x x _ _ _ guamirim-uvá árvore E. uniflora L. x _ _ _ x x x x _ _ pitangueira árvore E. uruguayensis Camb. x _ x _ _ x _ _ _ _ batinga árvore

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TABELA 1 – Lista florística dos fragmentos florestais estudados na bacia hidrográfica do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. 1 = mata ciliar da sanga da Rapadura; 2 = mata de encosta do morro Grande; 3 = mata ciliar nas nascentes do arroio Pesqueiro; 4 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do médio arroio Pesqueiro; 5 = mata paludosa em Chico Lomã; 6 = mata paludosa da sanga da Porteira; 7 = mata ciliar na sub-bacia do arroio Grande, Rincão de São João; 8 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do arroio Grande no Rincão de São João; 9 = mata de encosta do morro do Tigre; 10 = mata ciliar nas nascentes do arroio Miraguaia. Continua Família Espécie 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nome popular Hábito Myrtaceae Eugenia sp1. ______x _ árvore Eugenia sp2. _ _ _ _ x ______árvore Myrceugenia myrtoides (Camb.) O. Berg _ _ _ _ _ x x _ _ _ camboim-cinzento árvore Myrcia glabra (O. Berg) Legr. x _ x _ x x _ _ _ x guamirim-araçá árvore M. multiflora (Lam.) DC. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ _ árvore M. palustris DC. _ _ x _ x _ x _ x _ guamirim árvore Myrcianthes gigantea (Legr.) Legr. x ______araçá árvore M. pungens (O. Berg) Legr. ______x _ _ _ árvore Myrcianthes sp. _ _ _ _ x ______árvore Myrciaria cuspidata O. Berg _ _ x ______camboim arvoreta M. cf. floribunda (West ex Willd.) O. Berg _ _ _ _ _ x _ _ _ _ camboim arvoreta M.plinioides Legr. ______x _ camboim arvoreta M. tenella (DC.) O. Berg _ _ _ x _ _ x _ _ x camboim arvoreta Myrrhinium atropurpureum Schott x _ _ _ _ _ x _ _ _ guamirim-pau-ferro árvore Psidium cattleyanum Sab. _ x _ _ _ x _ _ x _ araçá-do-mato árvore Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz _ x x x _ x x x x x maria-mole árvore Pisonia aculeata L. ______x _ _ _ esporão-de-galo trepadeira P.zapallo Griseb. _ x ______anzol-de-lontra trepadeira Orchidaceae Campylocentrum aromaticum Rodr. x x x _ x _ _ _ _ _ orquídea erva epifítica Cattleya intermedia Grah. x _ _ x ______orquídea erva epifítica C. leopoldii Versch. _ _ _ _ _ x x x _ _ orquídea erva epifítica Encyclia vespa (Vell.) Dressl. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ orquídea erva epifítica Isabelia pulchella (Krzl.) Sengh. & Teusch. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ orquídea erva epifítica Mesadenella cuspidata (Lindl.) Garay _ x ______orquídea erva terrícola Oncidium ciliatum Lindl. x _ _ _ _ x _ _ _ _ orquídea erva epifítica O. pumilum LDL. _ _ _ _ x _ _ _ _ _ orquídea erva epifítica Pleurothallis aquinoi Schltr. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ orquídea erva epifítica Stelis sp. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ orquídea erva epifítica Phytolaccaceae Seguieria aculeata Jacq. _ x _ _ _ _ _ x _ _ cipó-limoeiro-do- trepadeira mato Piperaceae Peperomia catharinae Miq. ______x erva-de-vidro erva epifítica P. pereskiaefolia (Jacq.) HBK. x x _ x _ x _ _ x x _ erva terrícola P. tetraphylla (Forst.) Hook. & Arn. _ x ______erva-de-vidro erva epifítica Peperomia sp. _ _ _ _ _ x _ _ _ _ erva-de-vidro erva epifítica Piper cf. concinnatoris Yuncker ______x _ _ _ _ arbusto P. gaudichaudianum Kunth x _ _ x _ _ _ _ _ x pariparoba arbusto Poaceae Bambusa trinii Nees ______x taquaruçu-de- arbusto espinho Oplismenus setarius (Lam.) Roem. & Schult. _ x ______capim erva terrícola Panicum elephanthipes Nees _ _ _ _ x _ _ _ _ _ capim-camalote erva Panicum sp. ______capim erva terrícola Pharus lappulaceus Aubl. _ x ______capim erva terrícola Pseudoechinolaena polystachya (H.B.K.) Stapf _ _ _ _ _ x _ _ _ _ _ erva terrícola Polygonaceae Polygonum acuminatum H.B.K. _ _ _ _ x _ _ _ _ _ erva-de-bicho erva Polypodiaceae Microgramma squamulosa (Kaulf.) Sota x ______cipó-cabeludo erva epifítica M. vacciniifolia (L. & F.) Copel. _ x x x _ x x _ _ x cipó-cabeludo erva epifítica Polypodium aureum L. ______x _ samambaia erva epifítica Proteaceae Roupala brasiliensis Klotz. _ x _ _ _ _ x _ x x carvalho-brasileiro árvore Pteridaceae Doryopteris pedata (L.) Fée var. multipartita _ x _ x _ _ x _ _ _ _ erva terrícola (Fée)Tryon Rosaceae Prunus myrtifolia (L.) Urb. _ x _ _ _ _ x _ _ _ pessegueiro-brabo árvore Rubus erythroclados Mart. ______x _ _ _ amoreira-vermelha trepadeira

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 269-284, jul./dez. 2005 284 OLIVEIRA, M. de L. A. A. de, BALBUENO, R. A. & SENNA, R. M.

TABELA 1 – Lista florística dos fragmentos florestais estudados na bacia hidrográfica do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. 1 = mata ciliar da sanga da Rapadura; 2 = mata de encosta do morro Grande; 3 = mata ciliar nas nascentes do arroio Pesqueiro; 4 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do médio arroio Pesqueiro; 5 = mata paludosa em Chico Lomã; 6 = mata paludosa da sanga da Porteira; 7 = mata ciliar na sub-bacia do arroio Grande, Rincão de São João; 8 = mata de encosta de coxilha na sub-bacia do arroio Grande no Rincão de São João; 9 = mata de encosta do morro do Tigre; 10 = mata ciliar nas nascentes do arroio Miraguaia. Conclusão

Família Espécie 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nome popular Hábito Rosaceae Rubus sp. ______x _ _ _ _ trepadeira Rubiaceae Cephalanthus glabratus (Spreng.) K. Schum. _ _ _ _ x _ _ _ _ _ sarandi arbusto Chiococca alba (L.) Hitch. _ x ______cainca árvore Coccocypselum lanceolatum (R. & P.) Pers. ______x _ _ _ _ erva terrícola Diodia alata Nees et Mart. _ _ _ _ x _ _ _ _ _ erva-de-lagarto erva terrícola D. saponariifolia (Cham. & Schltdl.) K. Schum. _ _ _ _ x ______erva terrícola Faramea montevidensis (Cham. & Schltdl.) DC. _ x x _ x x x x x x pimenteira-do-mato arvoreta Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. _ x ______x _ veludinho árvore Rubiaceae Manettia sp. ______x _ _ _ _ trepadeira Psychotria brachyceras M. Arg. _ x _ _ _ x x x _ x cafeeiro-do-mato arbusto P. carthagenensis Jacq. _ x _ _ x x x _ _ _ cafeeiro-do-mato arbusto P. leiocarpa Cham. & Schltdl. ______x _ _ _ cafeeiro-do-mato arbusto Randia armata (Sw.) DC. x x x _ _ _ x x _ _ limoeiro-do-mato árvore Rudgea parquioides (Cham.) Müll. Arg. ______x _ pimenteira arbusto Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart. _ _ _ _ _ x _ _ x _ pau-cutia árvore Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. _ _ x _ _ x x x _ x mamica-de-cadela árvore Z. petiolare St.-Hil. & Tul. ______x _ _ _ mamica-de-cadela árvore Z. rhoifolium Lam. x x x x _ _ _ x x _ mamica-de-cadela árvore Zanthoxylum sp. ______x _ _ _ mamica-de-cadela árvore Salicaceae Salix humboldtiana Willd. ______x salseiro árvore Sapindaceae Allophylus edulis (St.-Hil.) Radlk. x _ _ _ _ _ x _ x x chal-chal árvore Cupania vernalis Camb. x x x _ _ _ x _ x _ camboatá-vermelho árvore Dodonea viscosa (L.) Jacq. _ x _ _ _ _ x _ _ _ vassoura-vermelha arvoreta Matayba elaeagnoides Radlk. x x _ _ _ x x x x x camboatá-branco árvore M.guianensis Aubl. ______x _ camboatá-branco árvore Paulinia elegans Camb. _ _ _ _ x _ x _ _ _ olho-de-boneca trepadeira P. trigonia Vell. _ _ _ _ x _ x x x _ cipó-timbó trepadeira Serjania laruotteana Camb. ______x _ cipó-timbó-açu trepadeira Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichl.) Engl. x ______x _ aguaí-da-serra árvore C. marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. x x x _ _ _ x _ _ _ aguaí-mirim árvore Schizaeaceae Anemia phyllitidis (L.) Sw. _ x _ x _ x x _ _ _ avenca-de-cacho erva terrícola Selaginellaceae Selaginella muscosa Spring _ _ _ _ x ______erva terrícola Smilacaceae Smilax campestris Griseb. _ _ _ x x x x x x _ salsa-parrilha trepadeira Solanaceae Cestrum corymbosum Schltdl. ______x _ _ _ coerana-amarela trepadeira Cestrum sp. x ______trepadeira Solanum pseudoquina St. -Hil. _ _ _ _ _ x x _ _ _ canema arvoreta S. concinnum Schott ex Sendtn ______x _ _ _ joá-velame trepadeira Solanum sp. _ _ _ x _ x _ _ x _ _ arvoreta Styracaceae Styrax acuminatus Pohl _ x ______carne-de-vaca árvore S. leprosus Hook. & Arn. ______x x _ _ carne-de-vaca árvore Symplocaceae Symplocos uniflora ( Pohl ) Benth. _ _ x _ _ x _ _ _ _ sete-sangrias árvore Thymelaeaceae Daphnopsis racemosa Griseb. x _ x x x x x x x _ embira arbusto Tiliaceae Luehea divaricata Mart. x x _ _ _ x x x x x açoita-cavalo árvore Ulmaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. x _ _ x _ _ x x _ x taleira arbusto Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ______x x _ _ urtigão arvoreta Verbenaceae Cytharexylum myrianthum Cham. _ _ _ _ x _ _ _ _ _ tarumã-da-serra árvore Lantana camara L. _ x _ _ _ _ x _ _ _ camaradinha arbusto Vitex megapotamica (Spreng.) Mold. x _ x _ x x x _ _ x tarumã árvore

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