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Avaliação e seleção de software open-source para Gestão Integrada de Bibliotecas

Miguel Ferreira, Luís Miguel Ferros, Vítor Fernandes KEEP SOLUTIONS Rua Rosalvo de Almeida 4710-429 Braga Tel: +351 253066735 E-mail: {mferreira, lmferros, vfernandes}@keep.pt

RESUMO Comunicação (TIC) promovido pelo Governo Português assenta em cinco vetores estratégicos (Grupo Este artigo introduz a metodologia QSOS de Projeto para as Tecnologias de Informação e (Methodology for Qualification and Selection of Open- Comunicação, 2011): Source Software) para qualificação e seleção de 1) Melhoria dos mecanismos de governabilidade; software open-source e apresenta a sua aplicação no 2) Redução de custos; contexto do software de gestão integrada de bibliotecas. 3) Implementação de soluções TIC comuns; Os sistemas , Evergreen e PMB foram avaliados 4) Utilização das TIC para potenciar a mudança e de acordo com os requisitos definidos por 63 a modernização administrativa; e bibliotecários portugueses. Este trabalho tem como 5) Estímulo ao crescimento económico. objetivo auxiliar os responsáveis por uma biblioteca a determinar, com base em factos e critérios bem Este plano estratégico, definido para o horizonte estabelecidos, qual o software open-source para gestão temporal de 2012-2016, visa sobretudo racionalizar e de bibliotecas mais adequado à sua instituição. reduzir os investimentos efetuados pela administração pública em tecnologias de informação, num cenário de PALAVRAS-CHAVE: Software de gestão integrada de forte contenção orçamental que afeta, sem exceção, bibliotecas, software livre, software aberto, avaliação e todas as instituições do governo central, local e ensino seleção de software, sistemas de informação, superior (Salvador, 2012). administração pública, governo. Uma das medidas incluídas neste plano visa a adoção progressiva de software de código-aberto (do inglês ABSTRACT open-source1) nas instituições do Estado, a qual contribui significativamente para a redução de custos ao This paper presents the Methodology for Qualification nível do licenciamento de software. Esta medida está and Selection of Open-Source Software (QSOS) em linha com a estratégia da Direção-Geral da methodology for qualification and selection of open Informática da Comissão Europeia e tem como base a source software and applies it in the context of realização de um estudo que determine quais as integrated library management software. The ferramentas de software que devem ser utilizadas pela management suites Koha, Evergreen and PMB have administração pública com caráter de recomendação ou been evaluated against the set of criteria defined by a obrigatoriedade (Grupo de Projeto para as Tecnologias group of 63 Portuguese librarians. The results of this de Informação e Comunicação, 2011). study help decision makers in libraries to choose the most appropriate open source solution for their No contexto das bibliotecas, onde grande parte do institution. trabalho é atualmente suportado por soluções de

KEYWORDS: Library information management systems, 1 free software, open source, appraisal and selection of O termo open-source foi criado pela Open Source Initiative e designa todo o software que exercer as seguintes liberdades: 1) software, information systems, public administration, Executar o programa em qualquer contexto e para qualquer propósito; government. 2) Estudar como o programa funciona e adaptá-lo às suas necessidades; 3) Redistribuir cópias do programa; 4) Modificar o INTRODUÇÃO programa e distribuir essas modificações. Para que estas quatro liberdades sejam satisfeitas é necessário que o programa seja O recente Plano Global Estratégico de Racionalização e distribuído juntamente com o seu código-fonte e que não sejam Redução de Custos nas Tecnologias de Informação e colocadas quaisquer restrições à alteração e redistribuição desse código. software, há que ter particular atenção no momento de O Koha inclui os seguintes módulos funcionais: decidir qual a ferramenta a adotar. Uma decisão mal ponderada terá implicações na satisfação dos • OPAC colaboradores, e consequentemente na sua • Circulação produtividade, mas também nos utilizadores da • Leitores biblioteca, que poderão sentir-se frustrados face à falta • Catalogação de funcionalidades ou à reduzida usabilidade do • Autoridades sistema. • Aquisições • Periódicos Neste artigo iremos apresentar uma metodologia, • Relatórios e estatísticas designada Method for Qualification and Selection of • Ferramentas (e.g. geração de etiquetas, cartões Open Source Software (QSOS), para a avaliação e de leitor, etc.) seleção de software e aplicá-la no contexto do software • Administração de gestão integrada de bibliotecas (Deprez & Alexandre, 2008; Riewe, 2008; Semeteys, Pilot, Algumas das suas principais características são: Baudrillard, & Bouder, 2006). Este trabalho tem como objetivo auxiliar os responsáveis máximos ao nível de • Suporte para UNIMARC e MARC21 uma biblioteca a determinar, com base em factos e • Interfaces simples de utilizar tanto por critérios bem estabelecidos, qual o software de gestão bibliotecários como leitores de bibliotecas mais adequado à sua instituição. • Conceitos da Web 2.0 (e.g. tagging, RSS, etc.) • Suporte para várias bibliotecas sob uma mesma SOFTWARE DE GESTÃO INTEGRADA DE instância do software BIBLIOTECAS • Gestão de orçamentos para aquisições, gestão de fornecedores e suporte para várias moedas O mercado do software de gestão de bibliotecas é • Altamente configurável particularmente complexo. Existe uma elevada oferta e • O OPAC disponibiliza aos leitores várias diversidade de soluções, umas desenvolvidas por operações geralmente disponíveis apenas ao pequenas e médias empresas nacionais e outras balcão (e.g. reservas, renovações, sugestões de concebidas e/ou comercializadas por gigantes aquisição, etc.) internacionais constituídos por centenas de • Suporte para SIP 2.0, Z39.50 e OAI-PMH2 colaboradores distribuídos por dezenas de países. (APIs que facilitam a interoperabilidade)

Não obstante, e independentemente do nível de adoção Evergreen de uma solução ou da dimensão do seu fabricante, os custos associados à aquisição de uma solução de gestão O Evergreen é um projeto iniciado pela Biblioteca de bibliotecas poderá ir desde as centenas de euros às Pública da Geórgia com o objetivo de criar um catálogo várias dezenas de milhares de euros, dependendo da partilhado e escalável para as cerca de 250 bibliotecas quantidade de módulos adquiridos, da maturidade do públicas no estado da Geórgia. Atualmente é utilizado software ou da quantidade de serviços conexos por cerca de 800 bibliotecas, com particular penetração contratados (e.g. migração de dados, formação, na América do Norte. manutenção, integrações com outros sistemas, etc.). Entre os módulos disponíveis encontram-se os Felizmente, existem atualmente variadas soluções open- seguintes: source suficientemente maduras e com o potencial necessário para competir com o que de melhor se faz ao • OPAC nível do software comercial. Este é, portanto, um • Circulação momento de particular importância para as bibliotecas • Catalogação (grandes e pequenas) que tenham como objetivos a • Aquisições modernização dos seus serviços, a melhoria do • Estatísticas relacionamento com os seus utentes e, simultaneamente, a redução dos custos operacionais. No Evergreen destacam-se as seguintes características:

Entre os vários sistemas de gestão de bibliotecas open- • Suporte para SIP 2 source existentes destacam-se: o Koha, o Evergreen e o • Suporte para SRU PhpMyBibli (também conhecido por PMB). A análise • Suporte para Z39.50 apresentada neste artigo incidiu sobre as versões Koha • Suporte para pesquisas federadas durante o 3.0, Evergreen 1.2.4.0 e PMB 3.4. processo de catalogação • Suporte para múltiplas bibliotecas, com gestão Koha individualizada • Interface de backoffice apenas Windows O software Koha foi desenvolvido em 1999 pela empresa Katipo Communications para a biblioteca PhpMyBibli (PMB) Horowhenua Library Trust, na Nova Zelândia. Desde a sua génese que o Koha conta com o contributo de uma O PhpMyBibli, também conhecido por PMB, trata-se de grande comunidade de programadores e encontra-se um projeto iniciado por François Lemarchand em implementado em mais de 900 instituições em todo o Outubro de 2002, diretor da Biblioteca Pública de mundo.

2 Open Archives Initiative - Protocol for Metadata Harvesting Agneaux - França. Atualmente é mantido pela empresa 3. Qualificação – Atribuição de pesos a cada um francesa PMB Services. dos critérios que compõem a taxonomia de acordo com os objetivos estratégicos da No seu rol de funcionalidades encontram-se, por organização; exemplo, módulos que permitem efetuar: 4. Seleção – Resultado do produto entre os pesos atribuídos e a avaliação realizada ao software. • Circulação Desta operação resulta um valor numérico que • Catalogação determina o nível de alinhamento entre uma • Relatórios solução e os objetivos estratégicos da • Aquisições organização. • Difusão seletiva de informação • Administração Definição da taxonomia de avaliação

Algumas das suas características mais assinaláveis são: A taxonomia de avaliação é constituída por vários critérios, cada um destes composto por vários • Interfaces amigáveis para bibliotecários e subcritérios de avaliação. O primeiro subconjunto de utilizadores critérios é genérico e comum a todas as famílias de • Suporte para UNIMARC software open-source. Este designa-se por “Critérios • Z39.50 gerais” e visa medir aspetos do software que são • Geração de códigos de barras independentes da sua “família aplicacional”. Este • Interfaces para a realização de backups da base conjunto de critérios é composto por 4 subcritérios que de dados procuram medir a qualidade do software no que diz • Suporte para vários idiomas (francês, inglês, respeito às boas-práticas de desenvolvimento e espanhol, italiano e português) disseminação de software open-source. Estes • Importação e exportação de registos subcritérios dividem-se em: bibliográficos em vários formatos • Suporte para o protocolo OAI-PMH 1. Sustentabilidade - tem que ver com a durabilidade do software e baseia-se em METODOLOGIA DE QUALIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE critérios como longevidade, nível de adoção, SOFTWARE OPEN-SOURCE modelo de desenvolvimento de software (centralizado vs. descentralizado), nível de Uma organização, perante a necessidade de selecionar atividade em torno do projeto, etc. um novo software para integrar o seu conjunto de 2. Industrialização – diz respeito à diligência e sistemas de informação, necessita de analisar, profissionalismo com que o desenvolvimento objetivamente, os vários fatores que poderão contribuir do software é coordenado e com as garantias para a adoção de um dado software em detrimento de que poderão ser dadas aos utilizadores pelo outro (e.g. requisitos técnico-funcionais, preço, ecossistema de fornecedores de serviços, e.g. alinhamento com a estratégia da organização, serviços de formação, manutenção e suporte, alinhamento com a infraestrutura existente, etc.). consultoria, existência de documentação de qualidade, metodologia de controlo de O software não-comercial possui características qualidade, forma como é distribuído, etc. próprias que o distingue dos seus concorrentes 3. Operacionalidade - compreende as diversas comerciais. Por exemplo, existe sempre uma dimensões que dizem respeito à facilidade de componente de risco associada à implementação de um uso do software, e.g. facilidade em instalar, software open-source pelo facto de se tratar de software administrar e utilizar. sem garantias e sem um “rosto identificável” a quem se 4. Adaptabilidade - facilidade com que o possa recorrer numa eventual situação de falha. software pode ser estendido ou modificado para suprir necessidades não oferecidas de A metodologia QSOS foi concebida para qualificar, base, e.g. modularidade, extensibilidade, selecionar e comparar software livre ou open-source de capacidade de modificar o código fonte e de uma forma objetiva, replicável e baseada em factos. integrar com outros sistemas, etc. Desenvolvida pela empresa Atos Origin, esta metodologia foi desenhada e publicada com uma Os restantes ramos da taxonomia são tipicamente licença GNU Free Documentation License, Version 1.2 definidos de acordo com a família de software sob (Semeteys et al., 2006). A mesma empresa desenvolveu análise. No caso do software de gestão integrada de e faculta ferramentas de software que auxiliam na bibliotecas optou-se pela inclusão do seguinte conjunto aplicação da metodologia. de critérios: 1) módulos e funcionalidades; 2) amenidades (i.e. extras incluídos no software que A metodologia QSOS é composta por 4 passos: embora não sejam essenciais ao seu funcionamento, são, contudo, bem-vindos); e 3) aspetos técnicos 1. Definição – constituição de uma taxonomia de específicos (i.e. requisitos técnicos que vão para além avaliação composta, pelo menos, pelos seguintes das necessidades funcionais do software). domínios fundamentais: cobertura funcional, riscos para o utilizador e riscos para o fornecedor de serviço; Avaliação do software 2. Avaliação – avaliação do software com base nos critérios definidos na taxonomia anteriormente As 3 soluções em análise, PMB, Evergreen e Koha, criada; foram avaliadas segundo os seguintes macro critérios de topo: Com base no vetor PNBN, a metodologia QSOS foi aplicada aos 3 sistemas, i.e. PMB, Evergreen e Koha, e 1. Critérios gerais foi encontrada a solução open-source mais ajustada às 2. Módulos e funcionalidades necessidades das bibliotecas portuguesas. 3. Amenidades 4. Aspetos técnicos específicos Tabela 1 - Pesos atribuídos aos vários critérios de avaliação. Para cada um dos critérios apresentados, foram ainda identificados subcritérios e indicadores que permitem Critério Peso Peso Atribuído Normalizado medir o nível de cumprimento do software face ao Critérios gerais 5.00 0.25 critério estabelecido. Sustentabilidade 3.81 0.23 A taxonomia completa de avaliação, incluindo os Industrialização 4.07 0.25 valores das avaliações, encontra-se disponível para Operacionalidade 4.07 0.25 consulta em-linha em Adaptabilidade 4.35 0.27 http://www.qsos.org/o3s/set_weighting.php?family=SI Módulos e funcionalidades 5.00 0.25 GB. Aquisições 5.00 0.20 Catalogação 5.00 0.20 Periódicos 5.00 0.20 Qualificação Empréstimos 5.00 0.20 OPAC 5.00 0.20 Para proceder a uma correta avaliação do software, é Amenidades 5.00 0.25 fundamental pesar cada um dos critérios e subcritérios Ergonomia e facilidade de 5.00 0.25 da taxonomia de avaliação de acordo com a importância utilização dada pela organização que pretende adotar o software. Acessibilidade 5.00 0.25 Capacidades editoriais 5.00 0.25 Assim, como fatores de ponderação na aplicação da Gestão de permissões 5.00 0.25 metodologia, i.e. o peso/importância atribuída aos Aspetos técnicos específicos 5.00 0.25 diversos critérios de avaliação identificados, utilizamos Funcionalidades de supervisão e o Perfil Médio das Necessidades do Bibliotecário 5.00 0.33 administração Nacional (PNBN). Idiomas e internacionalização 5.00 0.33

Uma amostra de 63 questionários anónimos foi Normas suportadas (e.g. Z39.50, processada e utilizada para definir o vetor PNBN. Este MARC 21, UNIMARC, OAI- 5.00 0.33 vetor foi utilizado para determinar a importância dada a PMH) cada um dos subcritérios que fazem parte do ramo da taxonomia de avaliação designado por “Critérios RESULTADOS gerais”. A utilização deste vetor permitiu-nos obter um ranking das soluções que melhor satisfazem as Após a aplicação da metodologia QSOS, e necessidades do bibliotecário médio nacional. considerando a taxonomia de avaliação anteriormente apresentada, conjuntamente com os pesos atribuídos O vetor foi obtido através da aplicação de um pelos bibliotecários inquiridos, obtivemos os resultados questionário aos bibliotecários presentes numa apresentados na Tabela 2. workshop realizada no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa no passado dia 20 de Abril de 2012. Nesta Para cada um dos critérios, foi dada uma pontuação workshop estiveram representados profissionais de inteira entre 0 e 2 de acordo com a seguinte regra geral: praticamente todas as tipologias de bibliotecas, tais • 0 pontos – o sistema não oferece suporte para o como universitárias, empresariais, municipais, critério em questão; departamentais, escolares, pessoais, entre outras. • 1 ponto – o sistema suporta o critério, mas não totalmente; As respostas dadas pelos participantes estavam de • 2 pontos – o sistema suporta totalmente o acordo com uma escala Likert de 5 posições que critério. variavam entre o “Valorizo pouco” (representado quantitativamente com o valor 1) e o “Valorizo muito” O valor atribuído a cada um dos critérios é (representado com o valor 5). Cada subcritério foi posteriormente multiplicado pela importância/peso apresentado através de uma ou mais situações que dado ao respetivo critério de modo a obter uma deveriam ser classificadas pelo bibliotecário. As pontuação para cada par software/critério. É importante questões incluídas no inquérito podem ser consultadas referir que anteriormente à multiplicação, os pesos são no Apêndice I onde são também apresentados os normalizados dividindo o valor de cada peso pelo valores médios obtidos para cada questão e o seu desvio somatório dos pesos num determinado nível da padrão. taxonomia de avaliação. Assim, a título de exemplo, o peso associado ao critério “sustentabilidade” é Para os restantes critérios de avaliação, uma vez que normalizado de acordo com a seguinte fórmula: dependem das necessidades específicas de uma dada PNorm(sustentabilidade) = 3.81 / (3.81 + 4.07 + 4.07 + organização/implementação foram atribuídos pesos 4.35) = 0.23 (Tabela 1). iguais, deste modo, potenciando de igual modo a classificação dos vários sistemas em análise (Tabela 1). A Tabela 2 apresenta as pontuações obtidas por cada sistema para cada um os critérios e subcritérios de avaliação. As pontuações vencedoras para cada um dos Aquisições e Catalogação mais aprimorados que os do critérios encontram-se assinaladas a negrito. Koha - e “Aspetos técnicos específicos” - por possuir um módulo de estatísticas mais completo e oferecer As pontuações dos critérios de nível superior são mais facilidades ao nível da tradução do sistema. obtidas calculando o somatório das pontuações obtidas pelos seus subcritérios (após multiplicação pelo Tabela 3 – Sumário de resultados da avaliação dos respetivo peso normalizado). sistemas PMB, Evergreen e Koha.

Tabela 2 - Resultados da avaliação do software PMB, Resultados PMB Evergreen Koha Evergreen e Koha. Pontuação geral média 1.55 0.90 1.61 Número de pontuações Pontuações máximas obtidas, i.e. 3 1 7 Critérios [0-2] pontuação = 2.00 PMB Evergreen Koha Número de critérios com Critérios gerais 1.83 1.35 2.00 pontuação superior ou igual 10 2 13 às alternativas Sustentabilidade 1.64 2.00 2.00

Industrialização 2.00 1.48 2.00 Para concluir, gostaríamos de salientar que a adoção do Operacionalidade 2.00 1.00 2.00 Koha encontra-se em forte crescimento no mundo e Adaptabilidade 1.68 1.20 2.00 também em Portugal. Seguem-se alguns exemplos de Módulos e funcionalidades 1.52 0.63 1.49 instituições portuguesas que adotaram com o sucesso o Aquisições 1.50 0 1.33 Koha como sistema de gestão integrada de bibliotecas: Catalogação 1.92 1.12 1.55 Periódicos 1.50 0 1.63 • Instituto Universitário de Lisboa - ISCTE- Empréstimos 1.58 1.25 1.71 IUL4 OPAC 1.12 0.80 1.21 • Universidade Lusíada5 Amenidades 1.19 0.90 1.40 • Bibliotecas do Concelho de Constância6 Ergonomia e facilidade de 7 1.00 0.33 1.33 • Instituto Superior de Línguas e Administração utilização • Universidade da Beira Interior8 Acessibilidade 1.00 1.00 2.00 • Instituto Politécnico de Viseu9 Capacidades editoriais 1.25 0.75 0.75 • Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Gestão de permissões 1.50 1.50 1.50 Lisboa10 Aspetos técnicos específicos 1.70 0.69 1.58 • Biblioteca Municipal Lídia Jorge11 12 Funcionalidades de • CGTP Intersindical Nacional 1.50 1.25 1.25 13 supervisão e administração • Escola Superior de Teatro e Cinema Idiomas e • Instituto de Informática do Ministério das 2.00 0 1.50 14 internacionalização Finanças e da Administração Pública 15 Normas suportadas (e.g. • Escola Superior de Dança 16 Z39.50, MARC 21, 1.61 0.83 2.00 • Escola Superior de Música de Lisboa UNIMARC, OAI-PMH) AGRADECIMENTOS Pontuação geral média3 1.55 0.90 1.61

Gostaríamos de agradecer à Biblioteca do ISCTE-IUL, CONCLUSÕES em especial à Dra. Maria João Amante e Dr. Bruno Marçal, por nos terem acolhido e auxiliado na Com base na análise efetuada, o software que revelou organização da Workshop Nacional sobre o Koha mais aptidão para suprir as necessidades dos realizada no passado dia 20 de Abril de 2012. bibliotecários nacionais foi o Koha, tendo obtido uma pontuação geral de 1.61. Este sistema apresentou REFERÊNCIAS também o maior número de critérios com pontuação máxima (pontuação igual a 2.00) - num total de 7 - e Deprez, J.-., & Alexandre, S. (2008). Comparing um maior número de critérios com pontuação superior Assessment Methodologies for Free/Open Source ou igual às restantes alternativas, i.e. em 13 dos 20 Software: OpenBRR and QSOS. (A. Jedlitschka critérios de seleção analisados, o Koha apresentou pontuações superiores ao PMB e ao Evergreen. 4 http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt A Tabela 3 apresenta um sumário dos resultados 5 http://koha.ulusiada.pt obtidos. Nela pode constatar-se que o Koha obteve uma 6 http://constancia.koha.keep.pt pontuação superior em todas as formas de avaliação 7 http://biblioteca.isla.pt global consideradas, sendo seguido pelo sistema PMB, 8 http://catalogo.ubi.pt com uma pontuação média de 1.55, e por último pelo 9 http://bibliotecas.ipv.pt Evergreen com uma pontuação de 0.90. 10 http://biblio.estesl.ipl.pt

11 http://biblioteca.cm-albufeira.pt É importante salientar que o PMB obteve pontuações 12 superiores ao Koha nas categorias “Módulos e http://srv10.bluetopia.biz 13 funcionalidades” - sobretudo por apresentar módulos de http://biblio.estc.ipl.pt 14 http://www.inst-informatica.pt/cgi-bin/koha/opac-main.pl 15 3 A pontuação geral foi obtida calculando a média de todas as http://biblio.esd.ipl.pt pontuações individuais para um dado sistema. 16 http://biblio.esml.ipl.pt & O. Salo, Eds.)ProductFocused Software Salvador, N. (2012). A crise como oportunidade na Process Improvement, 5089, 189–203. Administração Pública. iGOV. doi:10.1007/978-3-540-69566-0_17 Semeteys, R., Pilot, O., Baudrillard, L., & Bouder, G. L. Grupo de Projeto para as Tecnologias de Informação e (2006). Method for Qualication and Selection of Comunicação. (2011). Plano global estratégico Open Source software (QSOS). de racionalização e redução de custos nas TIC, na Administração Pública. Lisboa.

Riewe, L. M. (2008). Survey of open source integrated library systems. Nebraska Library Association Quarterly, 39(4), 5 – 11.

APÊNDICES

Apêndice I – Perfil médio das necessidades do bibliotecário nacional (PNBN).

Peso Desvio Critério Subcritério Situações expostas do inquérito aplicado médio padrão [1-5] Maturidade O software já existe há vários anos (e.g. mais de 5 anos). 3.60 0.85 O software encontra-se implementado em muitas instituições de Nível de adoção 4.03 0.76 referência. Existe uma comunidade ativa de utilizadores (e.g. eventos, Nível de atividade de utilização 4.03 0.76 fóruns de discussão, chats, sites Web, etc.) Sustentabilidade Nível de atividade do São lançadas novas funcionalidades do software com elevada 3.78 0.81 (� = 3.81) desenvolvimento frequência (e.g. mais de duas vezes por ano). São lançadas novas versões do software com correções de Nível de atividade do problemas com elevada frequência (e.g. mais de duas vezes por 3.95 0.92 desenvolvimento ano). O software é desenvolvido por várias entidades, i.e. não existe Modelo de desenvolvimento 3.46 0.89 um único responsável pelo desenvolvimento. Existe bastante documentação escrita sobre o software (e.g. Documentação 3.86 1.09 livros, manuais de instalação, utilização, etc.) Existem entidades perfeitamente identificadas capazes de Serviços associados 4.16 0.81 Industrialização fornecer formação na utilização do software. (� = 4.07) Existem entidades capazes de dar suporte ao software e aos seus Serviços associados 4.22 0.83 utilizadores. Existem entidades capazes de desenvolver ou oferecer serviços Serviços associados 4.05 0.83 de consultoria em torno do software. Facilidade de utilização O software é fácil de utilizar. 4.40 0.68 Operacionalidade O software oferece interfaces para administração para todas as (� = 4.07) Facilidade de administração 4.38 0.77 suas funções/módulos. O software é modular (i.e. ao invés de ser composto por apenas Modularidade 4.24 0.76 Adaptabilidade um módulo). (� = 4.35) O software facilita a integração com outros sistemas através do Extensibilidade 4.46 0.67 desenvolvimento de novas funcionalidades.