h! Letrc&Artes Ano 4.° — N.° 163 Domingo, 7-5-1950 SÜPLIMI

cos c sentimentais, ilegíveis e SE MANIFESTOU a esquecidos hoje em dia. mas r,o " crítica francesa multo uma Lescaut". "Manon l":»^ NAOfavorável ao último fil- ¦¦¦¦MflflflHlIflflffrfllflffíllTrilTr^^ Lescaut" é de Clouzot me de Henri-Georges 4_jdaia--b»írt^rTíinnr^vÕcãr o estamos agora esperando: inundo do Rococó, da> que "ma- galante — história de um rapaz dos comédias sutis de Marivaux em 1944, uma "Le ha- quis" que salva, jcu dc 1'amour et du moça fácil, ameaçada pela sard", "Les fausses confideii- ela até \ .flj^flWB^gWflÃyflflMflMflfltgER^MI EflitóflfllfiliMttiflMBty.iJBfllMMrif.*R*?íí ." Com efeito pa de Manon, consíanlemr.iu' "modernizou" Clou/ot o ro- "un peu en désordre". lhe des- mance "Manon Lescaut", do ¦JjMflKsffi^ilW^ cobre o corpo em véi dc co- abade Prévost, talvez se- brí-Io. Um meio, entre outro., velho "mo- conselhos desse disfarçar essas nudidadés guindo "en- para e achou Prévost na própria pi- dernizador" permanente flflBflBJgSgara.SS^^ "heurcux fant terrible" de 60 anos que é cologia feminina: no "verser des Cocteau: pois êste atribui. as stratageme" dc dos famosos aman- Iarmcs", de derramar umas lá- vicissituilcs "rafale tes do século XVIII à grimas. de Paris" — e assim Clouzot Tá se ,MU METTflwIhHÍ:BwwK^W^yÀwvy/ . -. -flflfl9BflKgflflLJaBBMlMBlMjB^ÜBWtffllJff^flÉBWBff fiÉraBnÉ Seria senlimcnlalismo? substituiu miséria e cor- pela Iffiu ImKIwP ©¦JTPBpn ^HTMnBnWBrTr definiu o sentimentalismo com» dos tempos atuais o mo- rupeão "sentimento abaix« tor da velha história: o- amor comprado o Irresistível e trágico. Desfigu- do preço". Neste sentido, flfc -'fl^liiBfli*^ !^MBB^H^H^B^BH^BMMMMMMMB^HMM^BMM^BM^Bm^^^^^ÍT^^^^^W rou um clássico da literatura amor em "Manon Lescaut" o francesa. "barato" porque entram no dá Cen- O caso para pensar. sentimento, de maneira com- sura-se a fita porque o enredo moderna, motivos foi arrancado do seu ambien- plexa c muito te natural, do mundo amoroso extra-eróticos, financeiros. Ma- do Rococó. Mas também se non é menos sentimental do motivo Ir ^1mÊÊ: "femme censura o romance, por a balzaqueana de justificar a moder- que que parece isso é co um leitor de. EilH HkfflflwiBilI trente ans". Mas se nfoação: outro dia "comédia fina sensibilidade e discerni- média, então é hn- mento critico declarou ilegível ISRil^W^^^»S 1BPJI mana", permanente: a dos o romance de Prévost. A histó ¦BMBMWBBBBflWBBWBBBBB^O!j8^^1lBBal Ma^MpM.^a^tagp^.-*i^a^^BMWWWMBMBBBCTHWBBaBB» fl|R^^>lflflflfl^^^a^^^^^fl^^^^^^^^flHflH instintos. Em Manon Lcscauí ria Manon Lescaut seria de' de só existe, um erotismo tão sentimental e cm Des Grieux jfMHMflWLlK];^' ^^^^^^^^^^^^fMMiflfllIlflff I cál- que nós hoje já não poderia- atrás das lágrimas e dos mos acreditar no desfecho trá- culos financeiros, o instinlo Talvez contribuam para gleo. ¦^¦^HflHflfl^^^^V^flfl^flflflF'""^^I^HflHM carnal os leva à catástro- tanto associações da música que MflflflflflflBBBflli-. — a observação que Masscnet escreveu pari fe assim como sua ópera "Manon": danças, é de Brunetière — as heroinas de lã- fffl^^flflãBMiaMflflfl^flfl»^:^H^^ü; graciosas e árias cheias RnÉnKK':'* vH^flK flfl^flflflflflS de Racine. Muito antes da I>a culminando naquele !< "Boule- «•rimas, das Camélias e de famoso solo do violoncelo, la- ma mentiro- nientação sonora mas pouco vi de-suif" a convenção — se "Manon rll se ainda há gente que FRANCESA - AUCUSTE RENOIR sa já está destruída. degrada e se mata por motivo jovem Lescaut" c trágico e modem,, de mulheres, é preciso observa? ao mesmo tempo, como toda que essa realidade está ütera- arte. As lá- riamente gasta pelas queixas • autêntica obra de tristezas de mil poetas petrar- grimas já não comovem mais. rea- quescog e românticos. Na A NOVA MANON Mas o sofrimento que nasce do lidade, sim, talvez: na arte. o e da condição amor convencional já c assun- instinto própria to proibido. carnal, humana, êste é penua- Está certo: o amor de Pe- DE SEMPRE nente. trarea e românticos A de todos os E Grieux Manon e Des perten- virou expressão vazia, conven- isso à galeria cional; só se. agüenta ainda no cem por pequena ambiente irreal do teatro Siri- dos representantes simbólicos eo. de uma ópera de Massenet- da humanidade, junto com "Manon MARIA CARPEAUX Acontece porém que OTTO Hamlet e Fausto, Falstaíf e Lescaut" ainda encontra outros Don Quijote e Edipo. E assim admiradores do que leitores in- "traduzir as expressões correspondentes, estão gènuos e atrasados e já encon- derniaar" significa como todos esses presos Tellier", antes da prostituta A esse respeito Prévost teriíi trou mais outros intérpretes do de outro ambiente sentimen- toda a eternidade nos que alcunharam para sido epígono: escreveu livro que para que Massenet. Entre as inúme- trágica tal"; e o nosso ambiente sen- as-sim tlan- »Boule-de-suif". Não se reco- só foi no século XVIli trajes de sua época, ras edições do livro tímental já não é o dos amo- possível pequeno isso logo porque o velho e na linguagem do Rococó, cor- Manon e Des Grieux, clássico existem duas fo- nhecc res convencionais, romanescos oam que Prévost usou, para es- rupto e sentimental ao mesmo "modernizáveis", o taíh prefaciadas Dumas abade poderiam citar, a respeito, as nunca gra- por a história de uma paixão tempo. Não é isto que aquele" íils e por Maupassant -— estes crever frases memoráveis de T. S. do Rococó; mas degradante, a Hngua- dizer? Então, pari cioso menueto 1«e observaram muito mais o fatal e em sua introdução às leitor quis sai castamente Eliot, as impressora de suas almas tormentadas lado carnal do aspecto gem dos poetas de Samuel Johnson: comprovar-lhe que o Mas será realmen- poesias estudar as rela- lamenta- sentimental das relações eróti- enamorados. a sensibilidade está mu- seria preciso um grito de dor, uma que cnlre o enredo e o estilo ar- cas. Com efeito, Manon Les te assim?im de geração para geração, ções infinita e - como uma náo e possível dando Prévost — que es- ção eaitt é a da Dama D«em que

ro preto de pêlo lustroso que ALEGRE — Os um dia os irmãos Haar encou- Haar são presentemente, traram na rua, PORTOaqui em Porto Alegte, uma instituição. £' quase que Notas Falando em lembra comum a gente encontrar os gaúchas pintura desenhistas e escritores (ainda Vitorio Gheno, que seguiu pura mesmo os mais arredios) e com- Paris, depois duma esplêndida binar encontro "ali, no setúdlo NE LI DUTRA exposição e do casamento com dos Haar". Poloneses, tendo fei- a desenhista e pintora em poi- exército, celana Betty Cavalcanti. Diz to a guerra no oitavo "úc~ vieram da Europa diretamente Leopold que o Gheno é um para Porto Alegre onde se im- As reuniões no Studio dos Haar senhista mais francês ão que talaram com a intenção de criar todos os franceses conhecidos "atmosfera". Zigmunt è atualmente" e as pessoas aqui uma os Haar um homem nervoso e um graii- bem o traba- do e de todos mas fazendo sa veis e acolhedores, já fazem graça dizendo que quar.- resolveram muito da da do o de fotógrafo. Tem realizado ex- lho de divulgação já lamaléques às damas, com beija- fazem parte paisagem Gheno chegar em Paris e de- plástica, cidade. Possuem uma pequena vai achar estranho como eles posições fotográficas aqui que os clientes de Zigmunt, o enviadas a Nova Iorque, a es- biblioteca de arte e reproduções lá pintam parecido com êle. pois fotógrafo, são obrigados e ainda os mais Mas pois c êle o único membro da horas na sala em Leo- l&tèi encadernadas com tudo isto e com* o ta- perar que * suficientes consultam os livros lento que Deus lhe deu, ainda Associação Norte-Americana de pold expõe os modernos. Dal T« retratos, do estúâio. Gostam de cachor- assim o jovem pintor foi estu- Fotógrafos. Magníficos resulta que as criaturas são ros como só os europeus sabem âar conta verdadeiros estudos de Mário obrigadas a olhar o ali es- por própria, que pa- que gostar e mesmo nesta nossa ra bolsas já estão inscritas as Quintana, Moysés Vellinho, Gul- tá exposto. Uma Uu; -t"3B forma pacifica ^^«KrJrrj£ifaL:.i i*v*i L J provinciana cidade já ninguém mais brilhantes mediocridades lhermino César... paisagens, desses dois guerreiros desperta- mais acha estranho Leo- do recantos: intelectuais e homens rem o interesse das que pais. pessoas. mão e agradecimentos e pedindo polão passeie com Caíra, uma humildes, e depois a terra do ou Rio Grande. Leopoldo é Boêmios mas ãorminâo cedo, desculpas a propósito de qual- cachorrinha muito alegre, "0 pintor irreverentemente de tu- coisa, amá- com Smoking, é o caclior- HAMIEI ANTÔNIO post-impressionista e já expôs falando quer gratuitamente que DE uma seleção de quadros com motivos europeus e africanos, a NOBW guerra e a paz. De chegada li- Antônio Nobre é um motivo zeram amigos e em muito pou- constante no esforço de exame co tempo, foram aceitos pela crítico dos estudiosos da litera- nossa gente. tura portuguesa. Grande poeta, ¦ Com Vasco Prado (o escultor tocado de uma extraordinária que estudou com Fernanã Le- inquietação sobretudo em face gér e que agora realiza uma dos fenômenos metafísicos e "Figura em repouso", para o dos movimentos da alma nu- I Governo ão Estado), organiza- SONAMBULISMO mana, deixou-nos ele uma obra ram uma exposição ãe grava- imperecivel, intensamente líri- ¦ ras de Daumier (trazidas por • ca e pessoal- Tanto em Portu- Vasco e compradas a um açou- ELIEZÊR DEMENEZES gal como no Brasil criou devo- gueiro cm Paris), seguida ãu- ções literárias e apaixonados exposição de Êpinal. Leo- estudiosos, daí originando unia ma O POETA NADA EM AUSÊNCIAS EI-LO AO SOL NO CINEMA COM OS AMIGOS poldo foi úm âos organizadores extensa bibliografia em torno ão Art-Club e re- QUE HORAS SERÃO OUTRA VEZ SOSINHO DORMITA NA IN- de sua vida e de sua obra. A m e funâaáores TARDE, MANHA, NOITE, MADRUGADA? . a presenta essa instituição no [FANCIA última contribuição crítica ( M Brasil. Agora mesmo recebeu O PAÍS EM QUE VIAJA E' FÁCIL INCOEREN- ENTRE VELHAS ASSOMBRAÇÕES E PRAZE- acerca do poeta português de- áa Itália originais ãe Gentilini, [TE SUAVE [RES vemo-la ao escritor Josué Mon- E LHE ESCORREM NAS ESCAMAS PENSA- DE REPENTE ALGO O ATINGE "O Savarini e outros que expôs com telo, no livro Hamlet de dos "com- [MENTO E EMOÇÃO SEM ENDEREÇO LHE ESCAVA FERIDAS Antônio Nobre", notável estu- agrado geral "apenasque UMA PRAIA GESTICULA DILACERA LEMBRANÇAS — pram" $ dos que olham do sobre as influências de Sha- estão UMA RUA SE APROXIMA OS SETE INSULTOS DO DESESPERO kespeare sofridas pelo poeta è criticam". Em separaâo, ACONTE- "Só". nessa exposição duas litogravu- GENTE CASAS CAMPOS CIDADES NA COMUM FACE EXPOSTA do Trata-se de um tra- ras de Marc Chagall, que tem [CIMENTOS O POETA SUA ENTRE ALGAS balho vigoroso, em que o bri- e a admiração VAI ALÉM MAS O FUTURO CHEGANDO lhante romancista e crítico feito a delícia AÉREA CON- espantaãa áos que aparecem lá LHES ATRAVESSA A FLUIDA E EM SANGUE EM SONHOS PODRES brasileiro esgota o assunto, a- [SISTÊNCIA través de minudente para apenas fotogravarem as TEM AO LONGE A MANHA PREGADA NOS pesquisa suas anônimas caretas. Disse AS PALAVRAS O ACOMPANHAM pelos versos e pela prosa de uma minha amiga que os Haar E ÊLE RESPIRA E SE EVADE COM ELAS [CABELOS Antônio Nobre.

iH- UM PASTICHADOR DE HEREDIA 'MMWMrfc)M^+^^BKF

GEORGES FOUREST, POETA E HUMORISTA, ASSIMILOU O ESTILO DO AUTOR MTROFÉOS" DOS — E' O PASTICHE UMA ARTE? vi .:! Deschamps o incorporou à obra ãe Verlaine, ei- de Rodrigue appelé le Cid Campeador, ^L T UM artigo recente, Fierre Descaves se re- "Canção dos literários 'mais tando-o num necrológio do poeta ãa ão L^y feriu a um gêneros outono", como se se tratasse ãe um ine- *• ^ curiosos: o ão pastiche. Embora desde- "pauvre poema Le soir tombe. Invoquant les deux saints Paul críticos, ó tem siáo dito ão Lelian"! Fernanã Gregh, con- let Pierre. nhaâo por muitos pastiche com Verlaine, "Êcho de cultivado por autores ãe nomeada, como, por fundido protestou pelo Chiinène, en voiles noirs, s'accoude au mirador escreveu uma de suas Paris" e ficou célebre. Citado por Roger Picará, et ses yeux dont les pleurs ont brülé Ia exemplo, Mareei Proust, que no seu livro "Artífices et mystifications littétai- paupièrc páginas mais curiosas, âemonstranâo como Saint- regardent, sans rien voir, mourir le soleil d'or... tratariam mes- res" como um veráaãeiro poeta, que se âiverte Simon, Flaubert, Zola e outros, o em compor burlescas, mo assunto, — o "Affaire Lemoine". Tôâa gente fantasias"La Georges Fourest, Mais un éclair, soudain, fulgure en sa prunclle: o autor ãe Négresse Blonáe" e ãe "Gera- sur Ia Rodrigue conhece o êxito que alcançou a obra ãe Paul nium plaza est debout devant elle! seu colaboraãor, Muller, "A Ia ma- Ovipare", é um ãos granâes pastichaãores Impassible et hautain, drapé dans sa capa, Rebòux e "Gog", ãe nosso tempo. E', sobretudo, um excelente, Papini, seu não i nière ãe..." Giovani no ãe José Maria ãe Hereãia, soiie- senão ãeliciosos sobma forma de pastichqâor o le héros meurtricr à lents se promène: fez pastiches, tista âòs alexanãrinos perfeitos, talvez o mais "Dieu!" pas entrevistas fantásticas com granâes vultos do traâuziâo, soupire à part soi Ia plaintive Chimène, Jules Lemaitre, no tomo em nosso iâioma, âos modernos poe- . "qu'il nosso tempo. quarto tas âa França. No de Georges Fourest est joli garçon 1'assassin de Papa!" ¦-M ão seu livro "Contemporains", faz verdadeira pastiche há sempre um traço de bòm humor e de graça, obra-prima do gênero, apresentanão uma série embora sua seja tão Numa feliz traãução ãe R. Magalhães Jú-. ãe contos ãe Natal à maneira ãe Paul Bourget, forma escorreita quanto a — "Antologia âos seus moâelos. Dele escreveu Anârè Dumas: nior, que, em breve, publicará uma de François Coppée, de Pierre Loti, ãe Guy de "Nourri ãe tóus nos ãe Poetas Franceses" (Dó século XV ao século Maupassant e de outros. Georges Duhamel, hoje granas poetes, M. Georges XX) — eis o soneto ãe Georges Fourest em nos- Fourest, en bon pamassien, lime patiemment âes membro da Academia Francesa, fez pastiches no vefs sòiãiomai &> "Mercure France" de i.° ãe. 1913, fantasques, ei Ia joie qú'ii nous áonnevient ãe ãe janeiro justeinent ãe cette coilaboration d'un O CIO nas suas impagáveis receitas para a composição versificateur impeccàble et d'un humoriste irrévérencieux, ã'un "Vai; mais" ãe volumes ãe versos". Foi através ãe um pas- éruãit et ã'un burlesque, não te odeio tiche, aliás, começou a celebriãaãe ãe um par Ia mise au service PIERRE CORNEILLB. que â'inventions bouffonnes ãe Vart sévère dJun Le- poeta até então obscuro: Fernanã Gregh, o atuai conte de Lislé. II excelle ãa Societé âes Gens ãe Lettres, ãe "Repas ãaris Ia parodie, et des A mansão de Gormaz, conde e governador, presidente sónnets tel que de fàmille", écrits á Ia Paris. No número ãe 1.° ãe fevereiro, ãé 1896, manière ãe Hérédia, Em luto está, pois jaz no túmulo encerrado,-: ocasião ãa morte ãe Verlaine, Fernanã Gregh âivertiront les lettrés par O "hidalgo" abatera o aço bem temperado por "Sagesse". leur facétie enorme". que publicou um estuão sobre E, nesse Este soneto, De Rodrigo, chamado O Cid Campeador- „'...*.',;. e»tuâo, intercalou um ãe súa "Troféus" que poderia figurar na parte pequeno pastiche, ãos subordinada ao titulo de "Le Mo- autoria) que assim começavdt yen Age et Ia Renaissance", A tarde morre. E, então, no seu luto f eabado, dá uma idéia da assoma ao "mirador", arte de Georgeir-Fourest, o pastichador ãe He- Ximena reza a Deus e "La tristesse âes menuets reata: E, pálida, chorosa, o rosto torturado, Fait chanter mes ãésirs muets "LE CID Olha, sem nada ver, na agonia, o sol-pôr... Ei je pleure D'óuir le son ãe cette voix Va, je ne te liais poínt, Mas um súbito brilho acende-lhe a pupila: Qui vient ãe si loin, â'autrefois, PIERRE CORNEILLE. De Rodrigo na "plaza" a lâmina cintila, Et qui pleure...", E em sua capa azul, a que tão bem lhe vai. Lc palais de Gormaz, comte et gobernador, est en deuil: pour jamais dort couché sous Ia Passa, o herói assassino em marcha vagarosa... Apesar ãe ter Fernanã Gregh deixado bem "Oh vê-!o\> moca desditosa exercício • ...., [pierre Deus!", exclama ao claro que esse poético era seu, Gaston \ indalgo dont le sang a rougi Ia rapière " Como é lindo o rapaz que trucidou papai!"

WBMBB— '// — Domingo, 7-5-1950 -.LETRAS E RT ES "HáPágina 3

UA Face Perdida", de Cassiano Ricardo João Caspar •Simões em LETRAS E ARTES Raquel, em Paris A Livraria José Oiyiuplo araii.i de "A No mês próximo, Iniciaremos em LETRAS E ARTES A romancista Kuquel> do lançar Face Perdida", de Cassiano dominical da colaboração de um Quelroa a publicação permanente érararaPR^^^rarararararararara tá aprontando malas ir a iticurdo. Nesta última obra, continua escritores língua o. as pura dos maiü importantes cm portuguesa. . Paris, onde passará ulguns meses, pa*- *¦¦«?" o grande poeta brasileiro aquela linha conue- S*,rarararara! Trata-se de João Gaspar Simões, já amplamente .liiiuiu e escrevendo crônicus. da ' inconfundível que, quando puhli- tido entre nós como critico, e autor da maior biograh» ¦ "Um dia depois do outro", rarararatt'¦'<¦'tK?HL ^ra*""'-raralral cação de que Já se escreveu sobre Eça de Queiroz. Bssa viagem de Riiquel de Queira* tanta repercussão suscitou na critica fazer milha- letras sobre a Parts vai com que «eus c no grande público. Escrevendo tanto sobre portuguesas como res de leitores aguardem suas reuçôoi De há multo, desde sua mitologia modernos autores brasileiros, João Gaspar Simões dará a - ^ ¦srararaw&v'''' longe da Ilha do Governador, ela "Martim interesse j^| que lirica do Careré", era Casula- sua colaboração neste suplemento a marca de e tanto celebrizou em suas cròntcaa. ¦ no Ricardo considerado uma das maio- de alta cultura que caracteriza sua produção literária. estes depoimentos virão decerto eruf res vozes brasileiras; e uma poéticas férias, iorma de excelentes Impressões do das mais típicas afirmações modernls- Em goxo de Jorge Lacerda viagem. ta».. O que, porém, deu á sua obra foi o fato de, na Km gozo de férias, encontra-se em Sauta Catarina o "Lições um relevo notável nosso companheiro Jorge Lacerda, diretor de LETRAS" k de Coisas" de Ruy Barbosa qualidade de lider modernista, ter AKTES. e que deve realizar amanhã, na cidade de Lages, No Obras Completas Barbosa, a Bdtf« contribuído decisivamente para a os- pluno das "Llçõysde Ruy comparecendo, uma conferência literária, atendendo a convite de duas tora A Noite acaba de lançar de Coisas". roturação poética do post-modernismo, sociedades culturais locais. o faz, i nossa paisagem literária como um Apesar de aer uma trudução de popular obra do edu- como agora Inglês "Lições de Coisas" se incorporou dos mais sofridos testemunhos do nosso tempo. Elmano Cardim na Academia cador Cnlkins, "A Face Perdida" ultima, de forma dramática, essa definitivamente ás obras completas do grande brasileiro, do sobre o mundo em que vive, e cuja Por unanimidade de votos e era eleição em que llgii- e iseo porque náo foram poucas as adaptações quo Rui interpretação poeta Barbosa nosse volume, destinado n educação transiçio ele canta em versos angustiados. Em seu novo rou como candidato único, ingressou na Academia ura- promoveu Cassiano Ricardo uma plenitude raras ve- sileira de Letras, na vaga do saudoso historiador Rodolio doa brasileiros. livro alcança número, mais do- conquistada pela poesia brasileira, pois nos tra* «le Garcia, o senhor Elmano Cardim, dl- Em nosso próximo ocupar-nos-emos 'Ai 7.es em "Jornal tldamente nesse livro admirável, ainda conserva o> uma personalíssima contribuição artística, num livro etor do do Commercio". que e substancia se confundem no mesmo terrlto- O novo "imortal" é uma figura de frescor o a sugestão dos dias tranqüilos em que ele era) 4ine forma nas escolas. rio de beleza e de sentimento do mundo e do homem. .restigio noa círculos jornalísticos do adotado ais, em virtude da posição que ocupa Um. livro de viagem, escrito por um príncipe de ura velho órgão de im- A crise dos partidos nacionaisi "Cruzeiro", . frente Em lançamento da Editora foi apresenta- irensa que sempre esteve ligado ao Em edição da revista de filosofia "Krlterton", dé "A Luís •etit do o livro travers du Hindo-Kusk". do príncipe "Unde Trianon, mesmo nos momentos Belo Horizonte, vem de ser dado á publicidade, em beoi de Orleans e Bragança, que assumiu o titulo de .n que a Ilustre Companhia não me- apresentado volume, o trabalho "A crise dos na- realizada, partidos quatro impérios se encontram". A tradução foi :^ramra ceia os aplausos nem o acolhimento cionals", conferência com que o professor Orlando M. com sensibilidade e apuro, pela romancista Lasinha Luti ¦rarararaW' c inúmeros outros jornais. Essa po- Carvalho inaugurou o presente ano letivo da Faculdade <1m Carlos de Caldas Brito. ição decerto concorreu para que o se- Universidade de Minas Gerais. tia- Filosofia da E' um livro de viagem, que fixa cm suas paginas ihor Elmano Cardim ingressasse na "0 grantes expressivos sobre a China, a Rússia, o Afagam*- Jasa de Machado de Assis como et- Cão Sem Plumas", de João Cabral de lugares. oente, critério ¦ aliás imposto ao Po- tão e outros Melo Neto it Trianon por Joaquim Nabuco. - Novo livro de Péricles Eugênio da Silva Ramos Em LETRAS E ARTES, temos la- A prensa manual de João Cubral de Melo Neto. cot i>;g; % montado vezes a Aea- como "Ma- O poeta Péricles Eugênio da Silva Ramos, uma das inúmeras que Barcelona, que realizou preciosidades gráficas"Acontecimento "geração de 1945", anuncia seu se- d em ia nao em seus figuras fundamentais á fuá do Maluugo", de Manuel Bandeira, «rimeiras liguras da "A possua quadros "Antologia km mio livro, a que deu o titulo de Obscura Efigie". compreensão e ao julgamento da literatura brasileira mo- do Soneto", de Ledo Ivo e Pernambucana", do Detentor do Prêmio Fábio Prado e do nosso Concurso derna, como Jorge de Lima, Ciro dos Anjos, Murilo Meti- Joaquim Cardoso, está agora trabalhando para o seu do- "O Engenheiro" imprime agora o de Sonetos, Péricles Eugênio da Silva Ramos vai consti- des, Sérgio Milliet, Josué Montelo, Augusto Frederico no. Nela, o autor de "O ruir, decerto, um dos assuntos mais vivos da critica poe- Schmidt, Octavio de Faria, Álvaro Lins, Graciliano Ra- seu novo caderno de poemas, Cão sem Plumas". qua ta deste ano, caso lance seu livro cm 1950. mos, José Lins do Rego, Erico Veríssimo, Carlos Drum- segundo alguns de seus amigos atesta uma nova direção mond de Andrade, Gilberto Freyre, Gastão Cruls. e mui- do Jovem e Já grande poeta brasileiro. Bernanos e a fauna literária* tos outros. A presença de nomes assim aumentaria de- "Exegese são numerosos da ação"N* demonstrou slmpa- certo o prestígio de uma Casa onde aliás Bernanos jamais os escritores de alta responsabilidade, principalmente Excelente ensaio filosófico de VI- tia ou ternura para com os seus co*.. aqueles que lá foram acolhidos após terem participado do px .-rara-^^fl cente Ferreira da Silva, o Jovem e eiu- frades, os escritores. As muitas diatri- movimento modernista. dito intelectual paulista, acaba de n«r publicado pela Livraria Martins Edlui-t lies que lhes atirou, podem-se ajuntar A Academia Rrasileira de Letras, que ultimamente se ¦'"'¦í%Êm: ra, de São Paulo, sob o título de "Ene- vem inclinando o critério do acolhimento "ex- aram ¦•¦.'¦' SlH as linhas que abaixo reproduzimos e para de gese da Ação". Dotado de vasta cultu- poentes",' obedecendo aliás a uma sugestão de um dos : serviço de uma foram escritas de seu próprio pu- "Mi- ra filosófica,- posta a i^ÊÊÊÊÊ ÊÊ que seus mais ilustres membros, como o foi o autor de I inteligência viva e lúcida, o sr> VIcíu- nha Formação", deve nlio no álbum de uma jovem, prima, pensar também na importância que Ue Ferreira da Silva é. hoje, uma daa teria a eleição de nomes que ali ingressassem apenas pela há pouco exposto numa galeria de l'a- _.,JP mais sérias afirmações intelectuais da I força e pelo peso de sua obra literária e de sua expres. K^Ueração moça da terra bandeirante.: ris: são intelectual. f ral rara^^rav Iara» Seu pequeno e magnífico livro, qua "Não te cases jamais com um no- E êste reparo em nada diminui os louvores que me- ora suege, é bem uma. positiva, demons- recém os elegeram senhor Elmano Cardim o cração dessa cultura orl- '^^ ^raral mem de letras. Tu te arriscaria» a ser que o para perfeitamente ¦9k rararafe ilustre sodalicio, uma vez que êste foi eleito como per- mtada e segura. Compreende'."Uma ele os mamãe de outros homens de letras, e sonajidade social, eleição em capítulos: interpreta- jornalística, e numa que os 'çãoseguintes "Prelúdio a retardar, assim, o desaparecimento deuses lhe foram favoráveis, quando se sabe que outras do sensível'.', de meta- figuras de nossas letras, randidatando-se a vagas do Pe- "O atual", "A/ dessa espécie intermediária n«i*ri Moderno romance italiano traduzido araw jsrarara Comédia. Foi o frio assassino para Manningham na peça "Luz de üas', res escritores argentinos da atualidade. Contista prlmoro- ¦ k '. \-..^a de Patrick Hamilton; foi o Teddy, um so, romancista de renome continental, sua prosa viva • o português "Arsênico um dos altos da literatura Na literatura nome dos loucos de e Alfazema', personalíssima constitui pontos de ficção da Itália de hoje, um Fiorinito, Em "Cuentos* una inglesa desesperada", se projeta como de Giuseppe Berto. isfvâksl de Kesselring; fòi o ingênuo americana. para principal grandeza: "Mentiroso", de Goldoni; foi o rus- uhi dos aeus livros da mocldade, já se podia perceber a romancista de estilo enxuto e objetivo, de muita força de no "Pedido so Ivan no. grotesco de Casa- afirmação de um íleeionista excepcional que sabia usar, expressão. Um dos seus romances mais conhecidos, cujo os instrumentos título do originai "II rosso", apareceu mento", de Tchekov... de maneira nova e inteiramente pessoal, . Italiano é ciclo é de expressão literária. Hoje, Mallea ocupa, nas letra» ar- recentemente cm edição brasileira da Gráfica Editora Bra^ Inquirido em entrevista recente sobre os motivos o de auto- süéira Theodoro "Bem,que gentinas, l.jigar proeminente. E' precisamente Limitada, traduzido por Lelio Landucci e fizeram ingressar no palco, diz Ruy Affonso: nao a Livraria do Globo Editor» Cabral. ria deste grande escritor que "Todo "O me seria dificil, recorrendo á imaginação, apresentar as anuncia a publicação do romance verdor Perece- céu está vermelho" revela, ao público de língua falar vocação niàtu- italiana mais metafísicas razões. Poderia em rá", em tradução de José' Lins do Rego, de parceria coo* portuguesa, um dos mais altos valores cia ficção tina, em força iudómita e até mesmo em predestinação. de nossos dias. Henrique de Carvalho Slmas. Mas prefiro ser sincero: nunca pensei em ser ator. os "As Uma estréia original: Benedito Coutinho cursos de arte dramática e de declamação que segui, bem Alianças", de Ledo Ivo, em folhetim como minha participação em espetáculos de grupos ama- Benedito Coutinho, hoje um dos dores, explicam-se pelo seguinte: sempre gostei de teatro De amanhã em diante, o vespertino nomes mais em evidência no Jomalis- e de há muito acalento a esperança de vir a escrever para "Vanguarda" divulgará diariamente, nacional, está ele. Conhecer o teatro pelo lado de dentro, sempre mo "As Alianças", mo político preparando em folhetim, o Romance seu livro de estréia, destinado a pro- pareceu fascinante. Assim comecei a pisar em cena'. de Ledo Ivo. vocar o maior interesse do público e Lançado em 1947, pela Livraria cia critica. Apesar de inteiramente vb- Ultimas edições "As . Cou- Agir Editora, Alianças" representai sorvido pelo jornalismo, Benedito Ponget- da Congresso de Poe- Acaba de ser publicado, em edição cios Irmãos a estréia de Ledo Ivo no terreno Unho participou do I ti, o volume de versos "Babel de Emoções", de autoria do Prêmio de Ro~ sia do Recife, e mantém intensas -rela- ficção, e conquistou o " poeta fluminense Aníbal Burlamaqul." O volume reúne mance da Fundação Graça Aranha re- ções de amizade com vários escritore?r. e sonetos. no "Os Meus Amigos", é o titulo do bom número de Interessantes poemas, poemetos ferente àquele ano. Desenrolado no volume de evocações e lembranças, "Messe versos o Rio, e narrando a história de um con- figuras bem familiares perdida" é o titulo cio volume de que dl- cmal desfilarão sr. Francisco Glraldes Filho vem de publicar; emr-ediçâo.. flito matrimonial, esse romance, :i literatura brasileira, principalmente;. :,,,,,,, -asom-_enr.._.fQJJi.etlm!prendera "linha Essa estréia Ipê. fXfc;RS-vulgado «de da pernambucana". dé$eítü ímimérás atenções, em virtude de sua ação é rea.r:.. su-estivá', a literatura brasileira é e.t- porque existia- O oficial do Exército Daute de Melo publicou recente- seu lirismo. tremamente pobre em memórias dessa natureza, volume de memórias da do a este se asseme- mente, em edição Pongetti, um possivelmente apenas um livro que caserua. intitulado "Passeio dentro da vida". lhe -, as "Memórias dos Outros", de Rodrigo Otávio. am literárias devem Consta ainda que Benedito Coutinho está preparando "Os é um. Correspondência e publicações de quatro Saltimbancos", romance de Afonso Schmidt, Lacerda, rua Republica outro volume no qual exporá suas impressões Edições Saraiva, de S&O ser endereçadas para Jorge anos de convivência diária com os senadores e deputados, dos últimos lançamentos das ' Pauío, 4o Peru. 101, apartamento 903. em vista de sua posição de redator político.. 'LET 'ARTES fifilti --J v. R'A S E Domingo, 7-5-1950 — i.

PROBLEMA religioso, dada outras manifestações afetlvo-reiu a complexidade de que se glosas, estabelecendo o encadeu- reveste e em se agita, místico O que PSICOLOGIA E RELIGIÃO mento que descarrega ,. o podemos situar no plano renova o Inconsciente em ebuiu psicológico, no plano sociológico, tão do Individuo. ao antropológico, ou no cosmo- Multo se esclarece este proble- lógico, e, principalmente, neste (ENSAIO DE CRITICA) ma, ao verificarmos na religião sentido metafísico Ce supervalori- nada mais que a aptidão educada zação que emprestamos aos fe- naquele sentido de responder min- nómcnos os mais diversos da vida. PAULO EMÍLIO RIBEIRO DE VILHENA ticamente, telstlcamcnte, a fenõ- Quem, porventura, negará ser a menos inconscientes de variada in. metafísica nada mais que uma re- terial de experiência "aqui cllnaçao. Uglao aprimorada, onde os modos que a técnl- Rlbot e o citado escritor, ou de um pedaço humano onde Uma obra de espécie, ca lhes pôs & mão. ela * deve ser considerada em st se alojar a inclinação a Isto po- de ser constantes das coisas ad- O pudesse re- demos chamar. qulrirum divindade e existência preconceito afetivo, entretan- mesma". Ora impossível ã psico- ligiosa dos organismos. O proble- "Jus- to, ai continua ensombrando a patologia tratar de um evento sob ma, porém, se constata nas fuu- Não resta a menor dúvida de própria? Quem negará ser a realidade experimental estas reações ' tiça em si e por si", a "verdade dos nossos um prisma, quando todo o mate- ções, e não na conformação dos que foram e são rxa "bem dias. Nada há a espantar se, do rial de experiência se lhe des- elementos as resulta. trabalhadas na obra da evolução st e por si", o cm si e fenômeno que que Fato por si", senão deuses desmembra- bio-fisiológico própria- dobra à frente diz e mostra Jus- idêntico observamos no recrudes- humana, guardando as caracteris- dos de um suposto deus absolu- mente dito, chegamos a atingir as lamente o contrário. Nada mais cimento e exagero das funções tlcas geográficas, ou peculiares a to, os quais tomaram entidade formas mais distantes e impercep- que preconceber a idéia e vê-la mistlcas da personalidade, apre- cada forma religiosa. pessoal, na marcha do pensamen- tiveis do abstracionismo, por isso cabalmente destruída pelo correr sentando nada mais quo a mesma Se bem que um tanto temera, to abstrato, através da história? que a trajetória histórica do ho- dos fatos. O que observamos, pois, sintomatologia da perturbação das na e suscetível de continuada Pouco, entretanto, cogitaremos mem tem sido justamente esta, se traduz na negação definitiva' demais funções afetivas, advinda apreciação, a visão freudiana < í da visão geral do fenômeno reli- qual seja apurar os seus meios de que a psicopatologia antepôs a aos conflitos psíquicos. correlacionismo sexual-rellgioso ni gioso se, por ora, o que buscamos reação e defesa, sob o instituto quaisquer dados ã priori no con- Encaramos, pois, a manifestação sua forma de evasão, demonstró-V penetrar é o volumoso c contro- biológico da simplificação. Tudo ceito e na acepção da personail- religiosa como das múltiplas aqui- a rcelaborayão de conflitos in. verso aspecto da religião, sacudiu- isto é o homem e o homem è dade humana. Ao invés de escla- slções da espécie consciente, no fra-psiquicos em tendências acei. do.se no psiquismo humano — tudo isto! recerem o problema, os citados seu afã de libertar o indivíduo, a taveis ao meio, surgindo a rcm\\- na interação "individuo-meio", Se se procurou a localização do psicólogos lançam-no para um par da evolução c condizente com são sexual como fenômeno cria- "individuoindividuo" — como for- centro da personalidade, ou de plano diverso, intitulado metafisl- as demais funções, dos seus re- dor e se diluindo naquilo, a um movei central, donde ca, talvez tao desastradamente, que ma reativa às contingências ex- partis- que desconheçam, e siduos afetivos, os quais, por ou- "sublimaçâo". esta escola ternas que, na obra da evolução, sem suas reações, ou para onde deixam o estudioso esvair-se na tro modo, restariam sem processo chamou i)0 plano elas mesmas edificaram, condicio- convergissem suas funções de re- imaginação de que a coisa reside de alternarão no equilíbrio das Individual, onde a aplicou Freud nando, a personalidade humana. ceptivldade, isto o devemos a aln- efetivamente na metafísica, e que reações humanas. As manifesta- não existe sublimaçâo. Em qual- Oo plano antropológico, a reli- da preconcebida e vigente idéia para ela não há outra solução. ções religiosas se fazem, por auto, quer manifestação de caráter o — metafísica da sintese, da centraii- Maneira simples e de mais abstrato, ou "Individual"gião é um fato; do psicológico •/ação, persuasiva em arquétipos da personalidade, religioso, ou — outro. Não nos do uno, elementos éstC9 eliminar-se um problema, sem se- como o mais consentãneo veiculo, artístico, tudo podemos supor Importa, no momento, a trans- que, a uma análise psicológica, quer atingi-lo. ante o próprio indivíduo e o menos a sublimaçâo. Esta, só á plantação geográfica ou histórica cederão facilmente, tal a comple- Entendemos, portanto, na con- meio, das descargas psíquicas 11- encontramos na marcha da espé- da crença, mas, sim, o seu arral- xa atividade psico-fisiológica, psi- cepção psicológica, a personallda- beradoras dos conflitos. Uma cie, ou melhor/ só podemos enca- gamento e envolvência na perso. co-mesológica, aquele em suas de como constante individual como sucessão histórica reverde- rar a sublimaçâo como "sublima- nalidade. Entende-se, na bases anátomo-biológlcas, quer na apresentado através dos fenôme- ce e cristaliza Ção" quando viste através pois , de o sentimento reli- da es- apreciação que intentamos, a interação de órgão para órgão, nos de interação, no ciclo de vida gloso nas gerações que se conti- pécie, o que significa vir este fe- compreensão do fenômeno religio- função especializada para função que completa o homem. As mi- nuam, elaborando no inconsciente nomeno se processando na rela- so situado na realidade "indivi- especializada, quer na interação nudências deste conceito serão a predeierminaçáo de fundo mis- ção das gerações. Young, com, duo", como fato presente de re- individuo-meio. Centralização da abertas em trabalhos posteriores, tico, extravasada em funções aprl- todo o seu arsenal metafísico, ao ceptivldade e de reação, portaato. personalidade é uma coisa, loca- quando estiver em cogitação a moradas de caráter religioso. Bem encontrar, Intuitivamente, a in- Interação do psiquismo. li/ação, outra, e bem diversa. A personalidade propriamente dita, diversa, porém, se identifica a viabilidade da transformação de A visão geral da religião, cm ciência busca localizá-la, porém i&to é, critica do indivíduo, em realidade do fenômeno, ao enten- um conflito ou impulso própria- seu alcance de verdade ou não, não precisa o seu centro, o qual, se considerando as múltiplas ca- dermos as reações como mente sexual em manifestações nos compete, cedendo ao impulso metafísico, madas vivenciais e de reação psíquicas superiores da "verdade"quando o próprio que resultantes de elaboração tradi- vida psíquica, dei- conceito o encontramos Julga existir, dada a preconcebi- constituem o psiquismo. cional em verter dados estados ficou o instfnto e a compleição da necessidade de tudo seja Poderíamos sexual, emprestando partindo"indivíduo" do fenômeno psicológi- que cavar um abismo fisio-psiquicos em dadas mani- nova acepção co e não no pressu- visto através de um único movei biológico para a religião, tal a festações de sentido religioso, e, à libido — sentido estritamente posto trono de absolutismo em de irradiação. profundidade e totalidade indivi- por sua vez, estas manifestações, younguiano — dessexualizando-a. que o coloca o próprio indivíduo. Por que não discute a psicopa» dual que ela domina. Isto, po- de Ele mesmo, e isto se nota na de- tologia natureza e à origem da profusas, origem profunda, as- corrência A verdade religiosa só pode existir a rém, mais compete aos frenéticos sociarem-se a novos ésfados psi- de sua obra, não pene- dentro do indivíduo, e se verdade consciência, como disse J. Alves biologistas, que vêm, tresloucada- quicos — de relação mais ou me- trou este lado implicitamente an- i a "identidade «-.itre o conceito Garcia? Exatamente porque, e mente, horas a fio em ti-freudiano de sua concepção, *?. perdendo "animica", nos semelhantes às anteriores — de o objeto", nós aqui a despreen- respondem com igual inocência busca de uma célula estados estes que resultarão em fundo metafísico, é verdade (pois, demos do sentido de harmonia e quando se enroscam na ciência, satisfação que resulta da reação a apelam para os dados metafísicos) cada símbolo ou sentimento de lè porém, bastante plausível na ne- do impulso falhado do indivíduo. gação daquele fenômeno exclusi- Diríamos, uma correspondência vãmente atual-individual da "su- en*.re a ação (impulso vazio) e a blimação". Percebeu o psicanalis- reação mnemónlca imediata — ta suiço a impossibilidade de uma (transporte ou encontro ao sim- condição diversa estabelecer outra bolo religioso) que culmina ent reação que não fosse ligada àque- Identidade e, esta, na ilusão da Ia própria condição. Foi-lhe ne- "verdade". cessário alargar "li- , "libido"o conceito de V Importa-nos, pois, a capacidade bido", pois a de limite criadora do homem e suas , estritamente sexual discutida em conse- Freud não explicava quentes transformações, no vis» ^—«^*("_>4^' >**^L^P^sV^ssWl2Í^P^s^^^^^^.^^^^riB^Sa _^0*^ a totalidade de emprestar à vida o seu senti* fenomenológicá aos mecanismos do de equilíbrio e defesa. psíquicos de manifestação, fazen- Elemento, porém, da maior im- do. Young com que ela se apode- xasse do próprio indivíduo, do- .portância, para a minudente aná- minando-o, flise da etiologia da religião, é o 4*libido", e se tornasse ela, a conceito em que se tenha a "per- o sexo e a sublimaçâo — sonalidade humana". Difícil pre- isto é, aquele e as demais funções cisarmos o conjunto das mani- psíquicas. Ora, na continuidade :festações de determinado fenõme- de uma reação, não existe outra no entendermos o m P^^^^.^L. ^fc ^M^mw^^^^^"- ^rim^P^m. ^^^^*^*^3í^?L^ coisa senão a própria continuitia- sem, antes, que de. seja este fenômeno e o que o for- "naturaOu, nos dizeres de Linneu, iana e agita, e como se desen- non facit saltus". ivolve. Se o impulso fora sexual, sexua) A concepção de personalidade mvm ?^k^^àv. _^ ^B rn^MJ m.wm^ ^Smt^^^m^^f' ^^^sí^SSÍÍ^^^^ devera ser a manifestação. A í<1 vem alcançando aspectos inteira- complexidade orgãnico-individual mente novos no pensamento mo- não aduz outra assertiva. Impôs- der no da psicologia, da pslcanáU- sivel a transformação. O fato, en- se e da pesquisa clinica, quando tretanto, é que a espécie, na sua os dados de elaboração e de expe- obra de equilíbrio e conservação rléncia (conhecimento ¦ prático e perante a vida, abriu caminhos Çf; ireiterado) logram penetrar regiões compatíveis ao impulso primitivo, e sistemas do psiquismo até então dando-lhe aspecto de educado, 'fontesdesconhecidos. Parece surgirem* para que se manifestasse sem de- inesperadas que aclaram trimento da mesma afirmação e manifestações e alteram as bases conservação do individuo. Não dó conteúdo personaltstico. passa, portanto, a "sublimaçâo''', i No pensamento de conceito fun- de outra das tantas aquisições do clonal freudiano, na psicologia indivíduo, através da sucessão de estruturalista de Kretschmer, de espécie, aquisição tão natural co- .nm lado, de Klages, do outro, ou mo aquela da linguagem, do pen- -nas escolas associacionistas o que samento abstrato, etc, com as «lotamos não é senão aquele des- quais se confunde, sem, todavia, ^rendimento de um conceito cen- ser a mesma coisa. A sublimaçâo trai de personalidade para a apre- não leva ao pensamento abstrato, ciação alternada do alternada a moral, à arte; ela correspondi eopjunto psíquico, que constitui a estas formas de pensamento, e o indivíduo. lago Pimentel, ela- a elas está paralela, na contri- fi^V''.' - na idéia vem buição histórica ií-?-.'Vf'.-..:-' . jborado psiquiatra, pró aperfeiçoa- {de atribuir à personalidade. a de- mento individual. Admitir o con- Jinição de "consciência da identl- trário "eu". seria desconhecer a ade- dade e da unidade do Ora o Ilustração de LAZAR SECALL quação funcional dos órgãos cen- que pensa a psiquiatria do que, trais do sistema nervoso e sua realmente, seja "eu"? Donde se atuação 'desprendeu "eu", nas correlações afetivo- esta idéia na intelectivas. com atividade pró- 'rico?evolução e no pensamento histo- pria. O trabalho suhlimador, por- Que se entende por unida- OS VIOLÕES tanto, pertence à espécie, que, de no homem, senão ;de,"eu", o próprio geração em geração, se aperfeiçoa vistos ambos do piano me- na obra milenária da luta pela tafísico-histórico, donde se des- sobrevivência, e o individuo .—¦ o segundo? Topamos, nele 'aqui,prendeu MURILO, MIRANDA se se concebe, de fato, .a a psicologia moderna ainda sublimaçâo — nada mais qüe re- (investida dos dados à priori, como A NOITE, sume, em milionésimo de segun- e jogando com ele- QUANDO AO LONGB INTEIRAMENTE do, a trajetória OS VIOLÕES PLANGEM, ABANDONADOS' que a espécie le- ntos, os quais, submetidos a SE JNSPIRAM EM SEGREDO vou milhares de anos para abri- ia análise meticulosa, tomam EM NOTAS CHEIAS DE ABANDONO gar. Portanto, atos normais NA MAIOR FIDELIDADE... "ajustados", são Épsiquiatria,ecto bem diverso daquele até E SENTIMENTO, atos normais (ou co- ivntão pensado. A personalidade, O TEU SILÊNCIO mo quer a moderna psicanálise e como se a vê hoje, não passa de CRIA UM AR DE E OS VIOLÕES a psicologia geral) e não o desvio liim conceito abstrato,' sustido por CUMPLICIDADE PLANGEM da "libido", o o EM FORTUITAS E, EM NOSSOS CORAÇÕES porque desvio 'porquanto,bases não menos abstratas ainda, QUE SUGESTÕES faria o bárbaro no seu ato normal das fontes do seu es- POR NÓS VAGUEIAM,,, A DEDICAÇÃO SE EXALTA de investir-se contra um objetivo, tudo à pre-fórmaçáo de seu con- objetivo mesmo ante o qual o ei- ceito, o pensamento moderno pa- vilizado se comportaria, AO LONGE OS VIOLÕES PLANGEM COMO UM -melhante não se- deceu dos mesmos influxos afeti- DOLENTEMENTE, PRIVILÉGIO, ao bárbaro, da maneira ivos que levaram Aristóteles e os QUERENDO QUE MAIS E MAIS para que a espécie o "sublimou", escolástlcos a definirem-na, apa- NA NOITE QUE DAS NOTAS FAZ NOS APROXIMEMOS com os elementos consehtâneos à DOCES AFAGOS, evolução ,rentemente diversificados, todavia, (OS VIOLÕES PLANGEM...) da época «5 modernos, pelo abundante ma- E OS NOSSOS SENTIDOS. EM NOSSOS CORAÇÕES... (Continua no próximo número) — Domingo, 7-5-1950 LETRAS E ARTES Página 5 AVENTURA

~-*mmÊ^mmT-—-— —T I m ^\. m mM. ~ «•*' -—***•• **~ Conto de LÚCIO CARDOSO

vermelho que lhe Ia com extra- modo tão simples e convincen- naquele pequeno retângulo da ordinária graça. Identifiquei- te, que senti uma esquisita on- ilha. E, oh mistério! — o pátio aproximou. o desses de fundo. um grande, cl- a imediatamente como um dès- da de ternura derramar-se no nos Ela também quartos Em pátio — seguida, mcntado, e se abrigava ses fabulosos seres que transi- meu ser. Enquanto bebia go- amava, era o seu lugar predl- trêmulo pela mentira nos balneá- os leto depois do banho de mar. perpetrada (naquela idade!) ERAsob grandes árvores som- tam nos cassinos e les lentos, seml-cerrando — Disse-me mesmo ali vinha ligação casa e avisei Havia doze ou quinze rios, essa gente inútil e descui- olhos pôs-se a contar a his- que pedi para brias. ia fora, nego- de ferro em torno das dada que Joga tênis, bebe teria da sua estada na ilha, seu todos os dias... que partir para mesas "cock-tair\ dos urgentes, uns dias apenas. e. ao fundo, uma vi- e cuja única preo- Interesse pelo mar, pelas coisas ²Sozinha? — perguntei um árvores Do outro lado do fio, a voz fa- trola iluminada, que cupaçio parece ser a de fazer do mar, barcos a vela, lanchas, tanto afoito. grande, miliar nem me como- tocava sem cessar. O bar, prò- novos amigos ou então marcar corrida»... ²Sim, respondeu ela, fitan- sequer veu: eu era o barracão cia- encontro com os antigos. A Nem eu mesmo sei se a ouvia: do-me longamente. Meus com- todo estava penetrado priamente, naquela singular claridade ro ficava ao fundo e onde sombra morava em seu rosto, atento, perguntava a mim mes- o outro que que a sua idade, se um dia. se panheiros preferem se irradiava da minha nova calado e observa- através do chapéu de palha que mo qual bar, o do fim da praia. Só eu um gerente, naquele dia talvez... Enquan- amiga, do seu hálito e dor, contava com minúcia as lhe cobria, os cabelos vermelhos venho aqui, até o gerente já quente — eos olho». Inquietos e vivos dentro de mim, uma oulr.i do seu espirito de aventura. de chope. Nada havia to me conhece. fichas mais em voz bem conhecida e bem in- sei eu a respeito do que os fregueses pareciam profundos Essas banais me Que que distinguisse oposição à violenta hraiinosida- sistente naqueles últimos tem- palavras Inventei naquele momento, fregueses do explicação dl- daquele bar dos de do lugar. Seu primeiro olhar exclamou: "Tolo! Pois vo- pareceram uma suas seus fulgores, bares da ilha: pos, exclusiva- qualidades,, todos os gente foi mim, é claro, e se bem cê não vê ela é uma crlan- reta, uma elucidação o mito todos nós criamos roupa de banho, turistas à para que mente mim: nova onda que em a visse hesitar e procurar ainda?" E era realmen- para erigimos um ídolo no da barca, que ça inundou-me o quando espera pensionistas um lugar com os olhos, jamais te uma criança grande que de confiança fundo do coração... dos hotéis próximos. Essa mui- vinha se entregar às minhas ser, pedi outro chope, entusias- ousei pensar que tivesse inten- Voltei a sentar-me sob a pai- tidão era idêntica em todos os mãos, roçava a minha luci-me. achei que a vida era ção de se sentar realmente ao que po- nelra. Ela tirara o chapéu e os meses do ano, exceto no inver- de homem extraordinária. meu lado. Sentou-se, pois, e bre imaginação gas- ruivos deram nova to- no, as roupas de banho de fe- -. Parte hoje mesmo? — t cabelos quando risonha, quase ligeira- to, com seu pêlo macio rosto moço: desapareciam e estrangeiros quase Acre- ela. nalidade ao seu mente cínica. Assustei-me no Uno inquieto e fascinado. perguntou-me noção encapotados ocupavam as me- aquilo trouxe de súbito a idade, e instantânea- sas interiores, no barracão cia- da minha "drinks" e comen- mente o sangue me queimou ro, bebendo — tando o dos terrenos Io- as faces. Quis rir e brincar preço fl II tiR-dlH M PlT Bw BDdTJlMft IrV v/^i V/Kul' \l«1^»jbB&v' IX es- teados nas redondezas. e durante meia hora, ébrio, "-flwl se es- foi no inverno vi o II ln=r9flHRrPoH WL\K^sçJÍ 5ftB IPvt ^BaBiBS^ W?" & N queci tudo o que pode Não que ro- vez: foi quecer na vida. Os minutos pátio pela primeira ¦ e senti os mesmo no verão, com largas I H WÊSL-mWmW'mWmWmWSSSSS^^^SÍm^mWí^xS^^^'"ImPh ¦ *&iU çavam-me a pele que anos voltavam, a- manchas de sol no chão escu- fe^vl meus vinte II B&9 SE 18&J£&&^ HE?* Ü£ ifflHrfl da daquele dia, ro, e uma luminosidade incô- través glória do mistério e da música do pá- moda, persistente, vinda da mar como uma neblina. Lem- tio. Acabada a refeição, senti que bra-me que estava só, reme- lu HSfl^lleb-1 HSk flU r^^ll RBMllv' V' i fecil I Vil o momento da separação tinha morando cenas e coisas passa- II HHKilHHI n f1 IHili ià*i I li chegado: o tempo pareceu-me das da minha vida, com essa ITif ' nu flrefl ¦HPv IHl i v\V \ V^HU m ¦gêv' m U RLIu uma coisa implacável e, co- tristeza aos be- peculiar que ¦Mi na & mw> '~ *8Htm lhendo uma flor da paineira, bem sem companhia. Já não || \lHul IB Ifò áa I m\ colocá-la en- me sentia um moço, a respira- tive coragem para -«'i os seus cabelos Fitou-me se me ia tornando curta e H BE» II E, iHKlli^ A ir^HH Ift I l\a IÍE I tre ção seu modo e esten- o coração começava a dar seus IR HEI IKIí IIwhqi«.^mméI WWÊ IeRI lli&f com peculiar HIiIikJ II Díl ¦JmWvrM Mrr^ff^uffllfni Iw¥-M Bl^-, fflL ZM wMmwHbm a mão: sinais de vida. A deu-me primeiros ¦ Hl IwMtti B4t IIHSf. BBIB^uGBnMMuiHnlIiIP '^pSBBBkBi?qf *<•* mg V n vt>l BwW: ¦ ²Até... mim mesmo perguntava quan- WXW\H^i^PC^ilB4 tmí * ^| Waum/11BH mmmmmmmwC!zbüM BL^ ^ .^i^i^^ Hkj «élv^n ¦ mmmr~ H U H mj faj BU ¦Br-»llfe\- ¦¦§ ¦Pw1 ¦Bwtni^CS 53MPBIBfV m\ m\ Br lEi^v Bnl''' ¦ apon tos anos ainda teria: mais cin- ¦¦nUmSr ali? ^ ^BBBBt BBBruP "^^E^^^B **^^^udlftlBBlK flI mIbL." fl Bnl^jBIbMwÜ 1K bH Um terror supersticioso co, mais dez? As vidas não derou-se de mim: impedi que eram longas em minha fami- nii fl^Kitti b&^pj** fiii^ ipi ela terminasse a,frase ofere- BI H H im^. li Br. - ^^jm-^ bctTj•* 1^311 Ru^i lia — e esse coração que agora BBBiVBMBi BSBBmBI ¦•* m/t^X- ^BB3Bai^BPB»Jlrvr*v! ^» -^—- - iP BWi ? AB-JiD B*V^Rtl cí-me para levá-la ao portão. começava a se manifestar tão IUKjI vt^M £?¦* mWÍIIn\^^&^':~:=--^- 1 El5Í bP^3^! Lá, deixando-a bruscamente, indiscretamente, era o respón- HMÍB^BKgSS^§P?^'^Sy*'7T^'-f»j^-- ,bV,I mmr^\ Wrf^M perguntei se um dia não volta- sável todas as demissões ^ v *• 0im -^BBrarl por ,?fXPKl^r^vv * -vrN^r*^rv —" '-». Kr^-' ria ao Rio. Sorriu-me: que vinha assistindo em torno BSd itt* Xu 5»^ . ^^^^23Bc^*--" oi MiPlI ²Decerto. de mim no decorrer do tempo. E ainda aquilo me Sim, lembrava-me de coisas pareceu Kt^B^SwWBiámCsaS^BwSPZ «* w"^3v v I buít^v- ^-^aBuroEfl! uma tão cegos somos naquele instante me BRhd^-^^Bg^WKiafclia^Qi^>--n. Tt^l^smmmwmgÊsr . - IBiBBBBBBfc^BBBBiiu ^-^S IkVJa promessa, que pare- nós às doces insinuações do ciam importantes: que -msgmwm^S^^jjB^SM papéis ar*'™' coração. Voltei ao pátio, sòzi- devia em ordem, uma car- +,b^amIS IRI^P^^bU^bV3fftl ¦rrfr-T ^m* ' ^bV 7- -^r^?*^^^^^\^r¦ BI pôr nho, recolhendo as migalhas ta de explicação devia que já sobradas daquele momento. A ter escrito há muito, dívidas a de YLLEN KERR em torno pareceu-me saldar... não encarar Ilustração gente Por que vulgar e antipática. Recolhí-me de frente a realidade, não Menti: banhando-me com ditei um instante, ousei acre- ao quarto modesto que me aceitar face a face a e princípio, interes- ²Hoje não. grande mar ditar que ela se tivesse fora designado e pensei em fa- dolorosa do mun- desconfiança no escuro que ²Amanhã? > possibilidade negros. sado por mim: bebia lançando- zer um soneto sobre o pátio. do nossa exis- boiava nos seus olhos continuar sem a me olhares furtivos, onde va- Tornei a mentir: Lembrei-me de outros que iá Mas como dissesse: ²Também não. Tenho una tência?- Sim, tudo continuaria gava nem sei que espécie de bi- fizera, em dias idos da mocl- não estivesse mais -- senhor dá licença, não? v quando eu O zarra eletricidade, nem sei que dias, umas fériazinhas... dade, celebrando também acon- ali: ilha, luminoso indiquei a cadei- sangue fitou-me a com seu Eu próprio calor de mocidade, de Não respondeu, mas tecimentos da minha vida íntl- "pátio, lado, derramando, e in- mar em torno, aquele ra ao meu novo e contatos esportivos... do mesmo modo ardente ma. Mas as rimas se embara- com suas escuras e do meu ges- senti-me protetoras com a precipitação Repentinamente senti-me tensivo. A esta altura lharam no papel, acabei desls- árvores, o vento, aquele mes- se achava dian- convidei-a to, ,o chope que outro: o mar mais audacioso e... para tindo e atirando a folha amas- mo vento me roçava as fa- pareceu-me olhou que te de mim. azul e o meu coração pôs-se a almoçar. Hesitou, para sada a um canto. A tarde desci ces... vida, ó como ò delícia da ²Oh, que desastre! — ex- bater mais forte, não mais de os lados, procurou a praia de novo: os fregueses eram inexplicável sensação de repòu- os compa- clamou ela, penalizada. tristes pressentimentos, mas se tentasse perceber outros, ruidosos e desconheci- so e calma, entre os apertando Afirmei que não era nada, e com energia èlara e inabalável nhelros a que aludira. dos. Senti-me só e intranquilo. dedos o copo dourado cho- pélq pedi nova dose. Ela explicou: confiança em minhas possibi- ²Então... fica? Tive saudades das faces antl- pe... Não nos recomendam os ²Ê costume meu sentar de- lidades. Ah, nós, os homens, Baixou os olhos, enquanto páticas que vira pela manhã, santos que nos lembremos da aquela baixo desta paineira. Venh<» como somos mutáveis e vaido- sob o chapéu a sombra crescia como se temesse que inevitável extinção de tudo, afastasse os dias. O pátio é sos! E tu, pequeno pátio enso- no seu rosto: mudança também me quando em torno o pa- aqui todos perigo é um rito larado, decerto não foi a prl- —. Fico... mas se fôr apenas um pouco da moça de cabelos rece mais longe e a vida, tão grande, mas já quase e debaixo meira vez que viste o triste co- um mais... e aqui ruivos. Aluguei uma charrete eterna nos seus minutos de para mim, sentar-me por pouco dos velhos palpitar de mesmo. passeei pela Ilha até que a nol- harmonia desta árvore. ração c compreensão? tão inesperada flama, como a ²ótimo — e levantel-me te chegasse. É claro que não a Foi nesse instante ela era a maior e "gar- uma que Concordei que nascera aquele instante sob de chamar o encontrei, mas não houve surgiu ao meu lado: estranha, bela de todas: as flores que pretexto a mais dentro de mim... Outros ve- (Continua na 14.8 pag.) miúda, vestindo um "short" sobre nós e avistava-se çon". caíam lhos terão vindo abrigar-se à Na verdade, tendo vindo ape- dali mais da metade da praia. sombra dessa paineira, gemen- nas para passar a tarde na Como se seguisse um minuto de do e chorando a mocidade per- ilha, queria saber do gerente silêncio, um desses minutos on- dida, a impossibilidade do se havia acomodações para de se passa quase um mundo, de — amor, o tédio dos quartos mim. Sabia que o pequeno ho- sem que saibamos como en- PCB.», y doente cada vez mais próxi- tel era bastante concorrido e f £ ,"»* sedimentações, - visões contros, mo... a ilha estava cheia de tu- e de idéias ou que "^*S1 pressentimentos ristas. O fitou-me com m * FjvBTiMir l'^Bi^-^>- sentimentos novos e futuros — Não sei quantos chopes to- gerente depois de reme- ergui o copo e se não miamos juntos;. Enterneci-me e curiosidade e perguntei des- me acompanhar. Ela falei do pátio. Como o amava, xer papeis e livros, acabou queria atoa, um agradeceu e aceitou. Aceitou de assim escondido sob as árvores, cobrindo um canto

Sr ... -:m:i' ¦?»*.-*-.*;.( „ .7... «mowm** ^íí-^w-^f.-.^í^*^^^ ^ft^tf^^.tpfi^^^m^í^m^ ti^M-jt»t^^.y-^^y!i^'f^^^ Pigina LETRAS E ARTES Domingo, 7-5-1950

§. Paul.., 23-1-31 nas bibliotecas coisas mim Uu, Mana, chavels. Uma vida ai me facilita então você tktá qucren- Cartas de Mano de Andrade a M. Bandeira ria Incontestavelmente muit.,.- •o dar uma ehegadlnha aqui? Fois trabalhos. E si você quer franque. renha, que será um incrível. Ve- za, é incontestável que estou cora ¦ha aqui pra casa que a «ente uma psicologia de estraçalho, in. •e arranja. Mas estou convidando confessarei em quem se gaba uu, •esmo de coração e com vonta- para ai náo vira sua colaboraçáa cio um baqiir danado nas imaii- ma vida organUadissima comu tU le. Como minha tia foi passar fiquei com a pulga atrás da ore. ,>;-\ \r'^f% ças. NAo tó por ler aqui casa, co* Vontade de arrebentar tudo, nao uns tempos em Araraquara, o lha. Mas nâo fui mais ao Diário mida, etc. como por principiar pra cair na gandaia, mas pra re- toarto dela está vazio e ninguém Nacional, onde entrego artigos aos vida nova. Aqui, alem do conto e começar de novo, mais livre ainda m deserranja por causa de você. punhados. O mais curioso foi ter quinhentos seguros de Conserva- e mais feroz pia consigo, embora Fica lá me esquecido falar e pra náo ter remorso por de sobre, com tório e jornal, tenho minha esco- mais humano e mais calmo pr.i tausa da sua antiga doença, me você. Depois nâo fui mais ao Dia- Ia de piano e o que a sustenta, tom a vida. O Rio me facilitaria tomprometo desde Já a mandar rio por causa de doença e traba- que é a minha cadeira de plano muito isso. Há uma espécie de lesinfetar o quarto, depois üe lhos, meus antigos amigos vindos no Conservatório. solução mas que me parece meia tocé sair. Aliás se trata de uma aqui é que levavam pra mim. On- A crise diminui muitíssimo o canalha e me repugna: experimtii- nAiihora com sessenta anos, e tem fui lá e tratei de você. Subc número de alunos particulares, e tar. Podia, com certa esperteza, voré sabe que nessa idade a do- com espanto que estavam dev.-n- certo, mas a escola já tem funda- aceitar uma cátedra ai e em wt raça nâo pesa mais. 81 resolver do selcentos milréis, é o cumulo! mento e é conhecida. Ai eu tinha de abandonar o lugar seguro da- e quiser aceitar uma oferta feita- Bom, pra te consolar imagine que que começar vida nova, apenas licença um ano com o mais livre qui, pedir por de todos os co- pra comigo a divida é de um con- com a certeza da cátedra no Ins- ou tempo indeterminado, sob pre- rações, avise. to. Mas falei'com o secretário c titulo (um conto, ou pouco mais) texto de que vou a pedido orga< Envio ai o que você me mau"os êle me garantiu que mandarão te e a esperança de arranjar um nizar a cadeira suponhamos de dou pra ver. Gostei de ambos pagar. Outro assunto que .tem Jornal pra colaborar. Além de ga- História da Música ai e fortifica, casos, está claro. E por hoje mais me infernisado é a proposta de , nhar muito menos tinha que gas- do o pretexto com o outro de que nada. Recebi carta do Pm, falan- ida pro Rio... O Rodrigo (2) me tar muito mais — o que implica careço de ir estudar aí no Rio io você concordou com que ele no falou, o Gallet (3) falou e insis- numa imediata parada na compra pra completar o meu livro "-obre í3ío das mudanças que êle acha te em saber si caso houvesse pos- de livros e Mas por outro Musical Nacional. Tudo sistematicamente prazer. Folclore pra pior em sibllidade dum convite, eu acel. lado o Rio auxiliava a minha vida isso, o que me dá raiva, é que e Danças. Que bobagem, meu Deus! tava. Não estou pedindo conse- social imediata, maiores facilida- nem Bstá verdadeiríssimo, mas por isso claro que são mudanças lhos pra você porquê nessas coi- des talvez, o prestigio do escritor deixava de ser dentro de mim pragmáticas de ordem que náo é sas a decisão não deverá acarre- do Rio me facilitando os meio* experl- minha, apenas um pretexto pra pessoal, e todas as rcstrl- tar remorso pra ninguém esta de ação, coisa que popularmcnte mentar uma vida no Rio. E caso, Cdcs nesse caso não podem trazer claro. SI houver decisão esta ser.i creio que é indiscutível. Além conseguido tudo isso e resguarda, • mínima condescendência da exclusivamente minha. Mas to- disso, eu ar- bem aiinba planejava mesmo do aqui, não me desse ai, parte.*E demais a mais: as mente aspectos da coisa pra me Mário de Andrade, por G. ranjar aqui uma licença e ir pas- voltava assumir meu paullslanis- Suas versões existem publicadas. ajudar. De fato eu levava de Im- Warchavchik sar uns dois meses aí estudar fixasse ai, então me B' como pra mo: caso me a Leonora de Beetlioven, desligava definitivamente daqnt. l«e cada um executa a versão Pá quo O que você acha? Enfim esse con- q»er. Mas'o que está me preo- milhor não tives39 topando mais é esse estado vite era que per- •vindo porque só tem me amola- reitamente tolo da critica nossa lembrando está "ros- do. E inda estou me qae se resumindo a um fisicamente eu detesto SAo lei, náo gostei" que não tem o que m -• ¦ünimo valor crítico, meu Deus9 Paulo rntão não sei mais o que é enti- O PROBLEMA DOS NO- Já passou o Bèiazàrte (4) pro ca! Já o artigo do Schmidt sohre Prndcntinho? Diga a êle que leia Libertinagem me deixou num es- e guarde no escritório pra si ou tado de safadeza que nem posso passar um dia ai no Hio si mu v.n. descrever, fiquei mesmo': ti- MES 1 p... NAS PERSONAGENS chamarem, passar por lá e pet'á- rando isto, gosto, este outro poe- Io pra trazer. Ou caso êle encon- ma ate aqui, vai bem, deste não tre um portador de confiança que gosto, ora S! O próprio Trls- faça o favor de me mandar. K tao, no bonito artigo sobre você, me faça o favor de perguntar pra bonito mesmo, caiu nessa lá num CUIDO WILMAR SASSI cie si por acaso já leu o tal ro- ponto. Essas preferências estão mance daquele rapaz e si merc- nuito bem em carta, cm respos- ce publicação na Revista Nova. A bocoria, mas em critica públi- '•bom Temos urgência disso pra organi- ia! E agora o próprio Prú diz-que MA aas principais obje- de um enredo policial, náo se tom" os nomes de Carlos sar o segundo número. Pro ter- tal cair nisso! vou escrever pra ções que se faz a um tra- requer o uso de noems estran- de Melo (Menino de engenho, ceiro que sairá em Setembro, fa- Ile passando uma cacoada. Largo u balho é os geiros; e, mesmo, deporia bas- Doidinho. Bangüê) nem os Je remos número especial dedicado a le policial que você pra isso, ciao. âetectives não ce poderiam cha- tante contra o conto ou o ro- Seixas, Olivia e Fernanda (Olhai Alvares de Azevedo, que justa- MARIO mente centenarisa em setembro. ' • mar João, Miguel ou Antônio, mance que, tendo a sua ação os lírios do campo, Caminhos nem os aqui no Brasil, tivesse Você não me sugere nada, além Direção do Anibal Machado? criminosos e demais passada Cruzados. Saga, etc), nem Ho- do Homero Pires que convidare- comparsas poderiam ter nomes personagens que se chamassem rácio Silveira e Jucá Badaró mos daqui. Estou imaginando e - - , B. Paulo, 3-III-31 brasileiros. Para quem assim Smith, Peter ou Lawrence. Tu- (Terras do sem fim e São Jor- agorinha mesmo uma Coroa de Manú, objeta, não seria aceitável a do isso, não passa de precòn- dos Ilhéus). Todo o roman- Estâncias, ofertada pelos poetas ceito ge brasileiros, tal? Você, Olega- trama policial, cujos heróis náo e convencionalismo, Con- cista brasileiro deveria que enfim te escrevo. Você se chamassem vencionou-se, deviâo à origem adotar rio, Alberto de Oliveira, Schmidt, tão pode imaginar o que tem Dick, Bill e que nomes estrangeiros Jorge de Lima, As- tais. Ora, isso não seria então âa literatura policial, que os de- para as suas Drummond, lido esta minha vida depois que personagens, ou, então, usar censo, Augusto Meyer, E ciao, não rim dai, horror de trabalho e do- uma objeção que se fizesse só- tectives haveriam de ter nomes me lembro de mais nada. t-nça. Principalmente a doença e mente aos livros escritos em ingleses ou americanos, e não aqueles dos heróis e heroinas de me novelas radiofônicas, MARIO tiue deixou completamente língua portuguesa e que afeta- poderiam ser batizados com no- nomes em besta. Nem bem cheguei: uma mes vulgares duas tão do agrado mas daquelas do tempo »Ja ria, da mesma maneira, a todas e prosaicos. E' en- peças, âos gripe as literaturas. Os alemães não gano. Vejamos, por exemplo, o escritores âe ráâio âo momen- Espanhola, cm que não é tanto o — (1)Pelo Ministério da Educação mal que fazem- como doença, co- poderiam ter os seus investiga- nome de Smith vulgaríssimo, to, como Carlos Alberto, Rui íôra encomendado a Mário mo o abatimento físico c moral dores chamados Heinrich, Hans tanto na Inglaterra como nos Carlos, Antônio Carlos, Rosa um projeto - de reforma do em que deixam o indivíduo. Bas- ou Karl, nem os italianos té» Estados Unidos. Apesar disso, Instituto Nacional de Música, te te dizer só mesmo de an- Maria, Ana Luiza, e tantos que riam em Alessandro Varalâo a inúmeros são os heróis de li- outros. então dirigido por Luciano te-ontem, domingo, pra cá é que sua representação máxima no vros policiais que têm este no- Gallet. me sinto gente, com um bocado me. E depois Não é o nome ãas (2)Rodrigo: Rodrigo M. F. Je le prazer físico. O resto do tem- terreno âa ficção policial, e Carter, Porter, persona- Andrade, então chefe do ga- to (foi no sábado de Carnaval cujas personagens se chamam Taylor e Young, significando, gens o que lhes dá o cunho hu- binete do Ministro da Educa- iue me gripei), além da semana Giovani, Pietro ou Salvatore. E' respectivamente: carreteiro, car- mano, nem o que torna cabível ção, dr. Francisco Campos. •cm sair da cama, não teve dia fato inegável que a literatura regador, alfaiate e jovem. Em- e aceitável uma história âe mis- (3)Gallet: Luciano Gallet, que rm que depois do almoço não do mistério é um da pregados no original, tudo fica tério. muito se empenhou, como fosse obrigado a voltar prá cama, fenômeno Para tanto, são neces- diretor do Instituto, pela Invcnçivelmente inutilisado. »i língua inglesa. E' nos paises muito bem; entretanto, se eles sários outros O traduzidos, tam- fatores, âe muito vinda de Mário para o Rio. Imagine agora em que estado fiz onde se fala o idioma inglês que fossem haveria maior convite afinal náo foi aceito. o relatório Reforma do Insti- ela teve a sua origem bém a bs preponderância e mais prá e maior grita, protestos, por- importantes. Para Mário viria mais tarde resi- totó! (1) Está uma P, fran- surto e expansão, senão que nos que ü personagem se chamaria, o sucesso e a dir alguns anos nó Rí^>. que/a, mas foi assim mesmo. demais, o seu cultivo é feito em então, Ernesto Carreteiro ou Al- aceitação âe um drama policial, quando foi criada a Universi- Aliás o que desculpa ter ido como muito menor escala. De tal fredo Alfaiate. Todos esses no- são precisos outros dotes que dade do Distrito Federal, em. mandei é que não tenho esperan- falo, cuja Faculdade de Filosofia daquela severidade de reforma desse predomínio das produções mes são comuns e vulgares nos não o âe arranjar nomes que Ca Estados Unidos Inglaterra, regeu a cadeira de História ter adotada, inda por cima traba- âe língua inglesa, é que resul- e co- calhem e soem bem. O nome é ri fl.fi Al* L GB mo mar assim sem gosto!... Bom, ta o conceito bastante falso a aqui o são os Arruda, Ma- fator secunâário. O herói tan- (4)Bèiazàrte; trata-se dos ma- mas tudo isso explica não só o si- respeito nomes das chado, Pinheiro, Oliveira, Ca- ¦ tó nuscritos do livro de contos lêncio mas o desleixo cm dos perso- pode se chamar Robert ou "Histórias que.dei- nagens.: 'f margo, etc. Dick, nada mais ê Jack, como Manoel intitulado de Bela- ¦ei você. Falo desleixo porque do Fonseca ou zarte".—(Notas de -Manuel guando já no sábado antes de ir Paro a aceitação e 'assimque o diminutivo ãe Richard, Teodoro o sucesso como Bill o é âe William, do Nascimento. Bandeira.) ou Guilherme — nomes comu- níssimos e vulgares nos países- âe lingua inglesa. Tão comuns e vulgares como Jean e René na França, e Diego, Rodrigo e G A N AO Pablo, na Espanha e América OPUS ^¦-- 2 7 Ç Latina. Portanto, a um leitor inglês, soaria mal o nome de um detective inglês, se o gênero vo- -.¦ SÔNIA REGINA licial fosse particularidade mia- VAN IAPA se exclusiva da lingua alemã ou NAO ANDES PELOS CAMINHOS francesa, e êle só conhecesse a OH! ESPLÊNDIDA CRIATURA SECRETOS DA MINHA DOR.í' produção desse aênero através PLENA DE VIDA E CASTA NO TEU SONHO de traduções. Tal tato. seria DEIXA QUE EU SEJA O VENTO EU QUERO SOFRER SOZINHA. então, um grave obstáculo para QUE ESPALHE IRRESPONSAVELMENTE TEUS CA- n desenvolvimento dessa moda- DEIXA EU tBELOSl POR QUE TE AFLIGIRES TANTC liãadfí literária na Innlaterra — QUE* PERCORRA O TEU SER SE ESSE MAL NAO E' O TEU, os âetectives não poderiam ter NO AR QUE RESPIRAS SE ESSA TRISTEZA E' SO' MINHA nomes ingleses, e pronto, esta- E QUE ASSIM CONHEÇA TEUS SONHOS E O SOFRIMENTO SO' MEU? ria encerrada a questão. Em NA INTIMIDADE DA CELUL/ conclusão, como já se disse, tu- EM QUE FORAM GERADOS. SE TENHO SIDO EGOÍSTA ão vão passa ãe efeito do con-. DEIXA QUE EU SAIBA A FORMA DA CONTIGO E POR NOSSO AMOR vencionalismo, de um conven- TUA BOCA, O MEU A COR DE TEU SEGREDO QUE EGOÍSMO SEJA cionalismq que deve acabar, . -^ÔUEíj^U_SEJArt:A--AURORA; MAIS EGOÍSTA NA DOR. porque o Brasil, como toda e L..- UE~"TÈU~'ÉÜ";"-~~ QUE EU DEIXAREI QUE COM TUAS ~possuirqualíjuetJiaeúo-, deve' é precisa ' E AINDA MESMO QUE PERCEBAS a sua MÃOS DESPRETENSIOSAMENTE VOU "Â-L^UüVJRA; literatura policial. QUE DE ENCONTRO Além disso, DESPETALES AS ÚLTIMAS ROSA, AO DESAXENTO E AO seria obrigatório TORPOR, que todos os. vultos ãe roman- DA MINHA ADOLESCÊNCIA... ces, mesmo os du literatura "sé- SERÃO TUAS AS ROSAS NAO ANDES PELOS CAMINHOS ria", MINHAS SECRETOS tivessem nomes usados em EM TERNA COMPENSAÇÃO DA MINHA DOR... miras taras, Não seriam de SERAÇ) MINHAS AS TUAS MÃOS.

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Página Domingo, 7-5-1950 L ET RAS E A RTES a vamp. a ingênua, a eitenófrafaf nossa época de poe. tem Mcrla, tem Iná. sofisticada, saiu- ESCURA Em passear sozinho á noits sia algo CANTIGAS DA RUA mais encontro eu lá. NESTAda, essencial, existencial, prazer re- Minha terra tem o Leme, filosófica, ou participante, tem a prata do Flamengo, pousa a leitura de um livro SÉRGIO MILLIET Leblon, Jacarepaguá. como o de Luiz Martins, de poe- Tem a Central do Brasil, "tout multo, 8ia court". Há Havia um tubcrculosissimn e acarinhar. O poeta onde acontecem desastres, Verlaine, her- Como diz José Geraldo Vieira, plano perdoar tem cinemas, tem a Lapa, desde o pobre há sempre um escuta eap Que chantalt ã volx de screine. boêmio lamenta o desapareci- do Villon, o gene- que à o estádio do Vasco da Gama, dclro pobre ta o nosso S.O.S.. Numa mesinha junto porta monto desse mundo infantil: tem subúrbios, Piedade, vem cartaz. E se Uortha au grand pied bebia cer- ro perdendo des- Encantado, Engenho Novo, lembro esses nomes entre ou- Uma nota característica [veja. O tempo rol as palavras. boêmia de Luiz Mar- casas, do lado do Maria Angu, Irajá. tros que poderia citar é por- sa poesia Por cima das Mamãe, papal, por exemplo Náo Deus morra Martins tins c a nostalgia de outros [mar permita que eu que a poesia de Luiz sem que volte para lá. MCantigas da rua escura" momentos e de outros lugares A aurora surgia da côr de cereja... ainda ontem pronunciava!. Z. lembra, Colin de Cayeux? Sem que tome cafezinhos — Martins, ed. S. Paulo que se lhe afiguram mais amâ- Você se Hoje são coisas vazias discutindo futebol. (Liv. acolhedores, Você se recorda, Petit Thibaud? fora dos dicionários. • 1950) é parente próxima da vels, mais monos Sem que passeie de ônibus escreveram os dois fran- duros do que aqueles da hora Hoje o poeta vive no exílio ou de auto-lotação. que tarde, no fundo dos ceses. Parente pelos temas, presente. O passado é mais As vezes, já Exílio psicológico, e como se Sem que vá ao Vermclhlnho desolada melan- belo, a vida foi boa, gloriosa, [copos, envergonha de dar ênfase ex- conversar literatura. parente pela Ficávamos místicos a noite inteira. Sem que perca na roleta colia de quem ama demasiado humana. E não só o passado da igreja cessiva a essa saudade que fa- admirável balada, cheia Então chorávamos diante cilmente ou que acerte no milhar. a vida mas tem multo a lhe desta era a casa de Manuel Ban- o levaria ao soluço, chopp in- de amor ao bom Villon, (Perto mascara-o sob roupagem do Sem tomar na prah* censurar. Exatamente essa gran- [delra) a sem tomar pinga no morro, do ela dá para de companheiro se vivesse, ho- amigo Verlaine, humor numa parodia do poeta suficiência que Odilo, eu, meu "Pauvre sem tomar banho de mar. a satisfação do nosso apetite. mem humano à conta inteira, Também chamado o Lé- romântico: Minha terra tem palmelrac e triste como a gente mesmo, [lian Minha terra* tem palmeiras, na Ilha de Paquetá. Ah, ninguém envelhecerá la- sabendo as urgentes Ia bonne Lorraine Cantareira, má vontade! palavras Et Jeanne, tem as palmeiras do Mangue, Tem barcas da mais com maior c necessárias: qu'Anclois bruslercnt à Roucn. onde canta o sabiá. tem anedotas gozadas, Os grandes boêmios são as- Você se lembra, Colin de Cayeux? Minha terra tem cassinos tem noites de bebedeira, Vocês se lembram? Escapei da forca Petlfe Thibaud? amargar. sim. Gastam-se na procura se- E andava tristonho nas ruas du Você se recorda, e as boas que aqui requebram tem ressacas de *an- não requebram como lá. Nem sempre essa quiosa de emoções e na caça às [Lapa porém almas afins. Não suportam sem As madrugadas todas amargas Agora é outra Lapa e nós somos Minha terra tem butecos, gústia sem causa" se contém- desespero a solidão inevitável Deixavam nos olhos um tom de [outros tem malandros, tem pilantras, Há versos de desespero, de sar- o tempo tem samba cm caixa de fósforos. e voltam de suas repetidas e [ressaca. Nunca pude pensar que casmo, de desafio: feridos E nós vivíamos nas madrugadas [corresse. Mangueira, Estáclo de Sá. Vosso telefone é Inútil: a Unha infrutíferas prospecções não bebo, não mato, Nosso céu tem mais estrelas angústias. É o Talvez procurando as neiges d'an- Náo roubo, [está interrompida. de saudades e [tan. [não firo e nosso rádio também. Gritareis, mas vossos gritos não que lhes sobra e nesse clima na forca, mas antes Nossa vida tem mais vida, a na Você se lembra, Colin de Cayeux? Não morri [atravessarão parede. ficam. Um gosto amargo Você se recorda, Petit Thibaud? [morresse. mais gostosuras esparsas, K, podereis, se quisefdes, chorar boca, a sensação do que pode- A vida rolou.. Começava a nevar mais preguiça, mais cansaço, [em esperanto, que ninguém vos ria ter sido e não foi, aconsci- Já faz tanto tempo! — Na hora Nos longos caminhos que um dia mais, volúpia de viver. [ouvirá. ência da culpa, e às vezes [infame [pisamos. Nossos dias têm mais sol, A mudança de diapasão se certo humor entremeando as Em que fechavam os cabarés Nada mais ficou nas mãos despo- nossas noites mais luar, explica. se há-de con- mais Quem dolorosas confissões. Com tudo (Estávamos pálidos, faces de giz) [jadas nossas ruas têm gente, tentar indefinidamente com um Nós ainda íamos à procura Nada mais existe, tudo acabou. nossa gente mais amores. boêmia ou espe- ¦ isso assume a sua poesia de Cayeux? idilios, essa fuga da Da flor do Beco dos Carmelitas. Você se lembra, Colin Minha terra tem rar com confiança a chegada tom sentimental e displicente E a flor do Beco dos Carmelitas Você se recorda. Petit Thibaud? a um tempo, cheio de encan- Era a royne Blanche comme un tem passeios de mãos dadas, dos anjos irmãos? extremamente sedutor mes- Náo só esse passado, mas adolescentes amando, ... sobre silêncio, sobre • to, [lys. com seus mo. Os "mauvais enfants" Você se lembra, Colin de Cayeux.' também a infância, minha terra tem primores. [mistério, acima das águas, realizam afinal uma parte da- Você se recorda, Petit Thibaud? carinhos e suas proteções con- De fato, ela tem primores é (o coração) um farol que cá. sonhamos fazer e Numa casinha ao do morro fortadoras. A criança travessa que tais não encontro procura os portos... quilo que pé entender. Tem Amélia, grande dama, nunca a que os compromissos e as co- Morava Flora, Ia Bellc Romaine. tem os pais para Porque não falseia vardias nos impedem de trans- vos, porque é simples e hones- formar em realidade. to consigo mesmo, o poeta pas- à Martins escre- sa do rancor e da tristeca Quando Luiz aoçura folclórica dos poemas ve: :v:^MÍÍiirl - amorosos, encontrando l Bilü]III i ir f a "verve"para Perdi o jeito de amanhecer " se exprimir a mesma Olhos noturnos. Gesto calado. 0HPl IékIPI KS1-''TraíWlÊmmWÊÊBk %m\W popular, os mesmos rumos, 0tmmÊÈgm Pk^^I ¦&&:••^. Wmm®mv¦> sm: w idênticas Imagens: Joguei na vida. Se não perdi 'M< Ganhei tão pouco. Deu empatado. æmWM WXmW vWMM M"'^ÍIH MX Se esta lua fosse minha I BímS PI ilSÉÍ: .^M :^M mX 3ss •' M\ eu mandava passear Sentimos alguma inveja des- m K| jrajggj Sm—, mamw^ ¦¦-v^ísH K:' :-*ál:¦¦¦¦ ¦¦••¦••¦¦¦.¦ de noite nos teus cabelo* se malogro que ele lamenta e ÍMm r-^ áJli I M m de dia no teu olhar lhe inspira doce cantiga. Ha nessas dessas Vou fazer de meu amor palavras uma IpiiW*^mmMmm.*MT- I de barro. simplesmente 1 mm^LWÊ il uma boneca sensações tão Queimei teu nome de flor uma filosofia E7L :*<^^R^?;.**¦ .fy.x-y*vwfj«s|mm*v transcendentes e ^&\WÊmM^^^Z5^-^^^^'-^^^Ê JM MbMwBI§smfc*3JBfe. w. :¦'¦ com a ponta do cigarro. tão ingenuamente estoica, que nunca termos dito, O lírico Luiz Martins estréia percebemos um do alto de nosso equilíbrio. na poesia. Deixa de ser "bissexto". Sua responsabili- coisa valha. BBSaEiMSaB&S^ffWalSImW..mm&.- mt-MmnWÊmsotX/f<-w,x<..:-. *¦ æ.y^m\mw^ que dade artística aumentou- Oxa- Luiz Martins se exal- 0mWÍWHÈ\WÈÈFam\wr - jamais lá sua autenticidade poética ta, jamais blasfema, nem mes- mMwf^mW^T\^^^^£^T^!^M^Mm^MmM\m^^' æ^t!tWfc^Êm\w* '¦amwJmW revoi- não se veja assim prejudicada. mo se pode dizer que se Km aos estetas do- inconformis- meio que te. Mas há muito minam as antologias brasilei- mo no seu verso: ras mais recentes, ele surge Infelizmente nasci mudo como uma exceção (entre ou- e a vida c dos eloqüentes. . trás poucas) a demonstrar que I Conso!c-se o poeta. Eles são ainda queima, braza dormida, donos da vida apenas como sob o amontoado de preciosis- certos homens são donos de mo com que se embriagam os certas mulheres. Dispõem de- requintados, uma poesia . des- Ias a seu bel prazer, mas elas pretensiosa e pura. Quando não lhes pertencem, são bem nos cansarmos enfim desses mais complexas do que ele» malabarismos que lembram os imaginam. E só os poetas è dos "Grands Rhétoriqueurs", que as satisfazem... T~ lêWs&ÊÊlÊmW&ÊMÊmW-¦ WmWgvWfimfflMMmW*<-**£S contemporâneos— do—então—re«-- Por isso c injusto que pro- negado Villon, sem dúvida a clame: produção dos poetas menos resta Só o refúgio dos poemas mMmmtmSsÊÊ^^mMÊ^^m mm mWk:mMM sofisticados alcançará o lugar [que ninguém entende, que que lhe cabe. [ninguém sente, mÊimÊamm^m^^mMMWSMmmmimllM wÊÊmmÊÊmmÈm ¦WÈÊÊmmm\ m£% ¦'PMMmM\ Wt Só resta o refugio humilde WkW^^^^kWÊ mm WÊÈ:iWÊPWrim\\w>m [dos poemas obscuros- EXPOSIÇÃO NA LAPA Há quem entenda- E não se- rão eles obscuros todos. para Patrocinada pela Seção de Arte do Departamento de Cul- WzM£Mê;MiMMmÊÊÊmt^M Im,Mf,. 0k«1mmmm tura e Ação Social, da Reito- wÊÊÊIWmWÊm%Mm w ria da Universidade de São wmWmWBanÊmhi0Mwmm ORAÇÃO Paulo e pela Sociedade Amigos WèÈèÈ^wÊÈ\mmim do Livro da Lapa, vai ser inau- DTRCEU QULNTANILHA gúrada, naquele bairro paulis- WÈÊmWÊ\m'm'¦mg0JMk^MzmÈMmmmTFiíir^ HiÉsl ii^wk tano, a Grande Exposição de S^^SIsmkHB^^W B Sexta-feira Santa. Belas Artes, , cpnsíituida. de E eu sem orações para rezar., mmmmmvMKsl^PlMÊmWmmmW'WÊÊMM obras de artistas residentes na,- é^WSSSSMmMSSÊWSmWmmWíiFlMI BSi Wffi&mBP^ ¦'¦¦'¦¦^mm M quela zona e referentes à pin- WmMSMSÈÈÊÊêPmIÊÈí'-WÊmmaWÊSKm M^^M <^> :™->£fMmÊMBMMMMfi'i^àmmmM"0MA\W*Mmmm\m^ zÉM MM *ilás- Perdoai, Deus dos homens WmvM&BaÊI!Smv!&í38ÊM\W^MMmMJMMWmmàmM tura, escultura, e artes de Arte refe- ¦Este [crentes, K./mWmã W^" MM ticas. A Seção pecado infinito. WÊÊÊÊÊÈâPJiiWi" W 'wBI I rida organizará Um programa ^™ de conferências no local sobre Mergulhei fundo na loucura do ^^mBKSSSÊÊÊ^k\^^B^mMm.,ft^ yi^mb^^mw^^' -¦**" as atividades culturais e ar- [Século, tisticas: Este é o 3.° Salão rea- mm- ^^^^^^^^mmL^ Bm lizado pela Sociedade Amigos E trago a alma paralisada de do Livro da Lapa, que vem [espanto. dando cumprimento ao progra- "*&^^-, ma traçado de difundir a cul- O amargo da vida im- mm^^^^m ... E gosto mmamW^-' C tura nos meios populares."de- [pregnou meus lábios. isto sem precisar falar em E eu estou cansado, demasiada- mc-cràtização da cultura" e [mente cansado, FOTOGRAFIA DE SILVIO DA CUNHA nem lutar pela paz..,,. Para poder rezar...

/.. HMREBBHÉÍHH^MBV' Dl IK JÜS AH l)n IP LOUIS BARRAULT - Antes de deixar Paris, com destino ao Rio, o grande artista \\ tncês faz declarações ao Suplemento Literário de A MANHà -Oprograi "tournée" "Não sobre a platéia carioca ida - há crise no teatro de França'1. íí Suas previsões lb.iv i IIIllÍ tro". É evidente depois outro e é tor "A Chacun Selon sa Faim", adaptação do "Henrique VI*', nos têm xfto sagrada, irá incentivá-lo que dos quanto qualquer para teatro brasileiro, já grandes movimentos, a coníu.j esta tese que nos de Jean Mogin? de Shakespeare. realizada por do Teatro Experimental tentar conduzi-* demonstrar |||j falado «áo dos estilos é grande, tudo) levado à cena as peças ²Náo a vi ainda, responde Clavel- do Negro e de autores como temos ²Voltará NA CRISE NO TEATR^) se confunde e temos grande' mais diversas. Barrault. a encenar, um dia, Guilherme de Figueiredo, por NAO estréia — "Nu- FRANCÊS ATUAL dificuldade era distinguir o bom; —Quais são as melhores pe- suas peças de exemplo. do máu. Porém .toda essa abun- A8 CRIAÇÕES QUE BAR- maneia", de Cervantes, e o ²Irá o senhor entrar em ças de autores jovens apareci- "Hamlet" ²O teatro francês atual e.s dfincia de tendências não é uiki RAULT LANÇARA de Jules Laforgue? contato com o teatro brasileiro, das recentemente? • —Na ²Certamente. Não nosso em crise? mal: é porque existe teatro, o] volta, quais são as Instruir nossos autores e come- tá ²"Monserrat", de Emma- e isto depende ²Não. Quando lemos liv os máu teatro, o teatro mal in* "La grandes criações que espera precisar quando, diantes? mál nuel Robles, Terasse de lançar? das exigências do público e das ²Espero conta- escritos no século XVIII, terpretado e encenado. En*, numerosos Midi", de Clavel. ²Uma nova de Anou- possibilidades-do Marigny- Mas, de uma mos que também nesta épo< tretanto o estilo de boulevard] peça tos, mas nao se tratará "crise ' acrescen- ilh "La Repetition" e uma mesmo durante esta viagem conhe- se falava de uma do teu- pode trazer tanto interê&t] ²Não poderíamos iniciação. Sei que eles , daremos, em Montevidéu, em -cem sua profissão, no Brasil, e honra a Laforgue, cenas de seu quanto â vocação e ao .talento, "Hamlet". ,MÊM |ÜplI não se pode ensinar em teatro. ²Que músicas levará? Experimentaremos transmitir a DE INVESfIGAÇÂO PSICOLOCjICA ²Honnegger. Auric, Sauget, nossa experiência e receber a ACHADOS já conhecidos. E um jovem de deles. E Barrault-me diz, con- 25 anos e. de grande, personali- fidenciaímente: teremos conta- dade e que conhece tanto de tos humanos,-intercâmbios en- NlimSCHE música os grandes com- • quanto tre bípedes... compreende? positores. Ê êle quem fará a de execução, em um. instrumento ,K|p Assim como os ossos ef os (A de Nletzsclie t sendo das mais discutidas A maior consolação é a filosofia tinua novo que nós legaremos e que æBi O PROGRAMA DA intestinos etc. são envolvidos do mundo contemporâneo; è í fundamente discutível, ao passo ouvir que não há consolação '.-¦Kl seu estilo e sua acima das discussões. o nosso caso: a distinção é tão desconhecido aqui quanto ••TOURNÊE" em uma pele, assim as paiyões que poesia já | mconlram para "marteneau". Trata-se de O ponto de contato entre, a /.to tia c a poesia àe Nietzsche c sua é tão levantamos de lá: o a vaidade é a pele dá alma grande que dar psicologia nada sistemática, me Ma de agudissimas observações novo a cabeça. um instrumento que poderá ,mmW&00ÊIÊÊM * intuitivas, sô comparável à M andes moralistas franceses dos ao mesmo tempo os sons de Clairjois me estende t»m pro- Quem se humilha, será glo- séculos XVII è XVIII, Le Roá Ucuiuld e La Brúycre, Vauvenar- violino, de e de violon- "tournée*; ser A maior parte dos homens piano .jtiAN LOUIS grama da são nove rifiçado (Luc. 18,14)? Quer! gues e Chamfort, que NieUsch mirava tanto). ceio... uma verdadeira orques- JEAN LOUIS BARROILT .BARRAULT "La falta a consciência intelectual. nosso «m fotografia recente peças ao todo: Seconde glorificado. tra. enfim. Pierre Boulez, o jo- conversando com • correspondente e "Les • Surprise de 1'Amour" opinião sobre < Na-solidão o espirito come-se vem de quem falo, estudou téc- de Claudel e mesmo de Gide .extraído de um romance de (Via Air France) — de malas fechadas, todas com de Mo- Falta de confiança ehtrc de sua própria Pensar no suicídio é o me- ,ARIS, "Rio F/ourberies de Scapin", -,% si mesmo: no mundo, comem- nica do decafônia e usa o ins- do que de Camus e Sartre. Ca- Schnitzler, um escritor austria- Amanhã Jean Louis Bar- etiquetas tricolores de Ja- "Hamlet" — Gide-Sha- amigos é uma falha que não mesmo. lhor melo para passar noites "Pio- — líère, ¦no os outros. Mas é preciso es- trumento com aúmiravel vir-' mus e Sartre são bons artigos, co. Depois, não tenho muito P rault.a bordo do neiro Destination: é a gran- 4,Le Partage du Mi- pode ser percebida sem se tor- de desespero. •. kespeare, tuosismo. de exportação para a Prança e tempo. Paris com desti- de véspera. Está muito nervo- "Occupe-toi nar irremediável. Nunca o perigo de ser aü« colher. rida", deixará di", de Claudel, ' • passarão de moda em dez anos Ê sabido que Barrault re- levando a difícil res- so, como sempre e noto que êle é maior do que logo i!< de no ao Rio d'Amelie", de Feydeau", Les • pelado A maneira mais pérfida como passaram Dumas, pai,' pi escn ta o Odeon, ala esquerda de suceder a normalmente fala- às pessoas as nossas de se'ter escapado a um ,* Dió- é defen- A FUNÇÃO DA MUSICA NO ponsabilidade Mains Sales" de J. P. Sartre, Apreciamos pró- pois Antet. de procurar,, como prejudicar uma coisa TEATRO Edmond Rostand e muitos ou- da Comédia Francesa, sua re- Madelaine Re- como se estivesse em cena: um "Malbrough só se atropelamento. 'preciso defei- Louis Jouvet. s'en va-t'en _Guer- prias qualidades quando .genes, um homem, c dc-la com argumentos tros- Que o público não se pre- novaçâo. Mas a política do tca- naud, Simone Valei-e e um con- ar sofisticado em extremo, "Le revela a falta delas nos outros lanterna. tuosos. re" de Achard, Procés", possuir a ²Que função tem a música cipite e não solicite de Bar- tro tem suas rusgas, suas íntrl- amargo, como se sofresse de "Les oiian '.' junto excelente acompanham- Kafka-Gide, FaussesCon- • A vaidade é invencível: rault que represente senão gas; nada está decidido até o * • no teatro? ainda Pelix Labis- câncer... e parece que somos "Bap- — ¦--:'-¦-.•'¦¦' ffl »o seguindo "metier"... fidences" de Marivaux, Opinião pública preguiça do ferida, vira gigantesca. Os vencedores não acreditam ²Desempenha um de aquilo que vale a pena. Se de- presente momento e éle mesmo; cenografia envolvidos no seu no fim do dia medita papel ee, responsável pela tiste", pantomima de Jacques particular. • Quem nunca no acaso. fundamental importância. Ser- sejam reprises, improvisações, se mantém muito discreto acer«« • Jean Clairjois, que administra porém, vamos ás perguntas: e os "Adieux", uma defeitos são os olliih o trabalho realizado, chega a "décor", ca deste 'assunto. "tournée". Prevert Nossos ve às vezes de de co- peçam-lhe Molière, Marivaux, Sobre o teatro de de cenas de Cumus, fitamos nossos ide conclusões melancólicas; a cul- "Fiz isso", dia a Memória. déW A antologia Muitos teimam quanto ao ca- pelos quais rifeu, de pontuação, de acom- porque nisto éle é mestre, ge- Antes de deixá-lo recebo Barrault não tecerei comenta- PROGNÓSTICOS SOBRE Musset, canções, etc. - ais. não é do trabalho nem do "Não fui capas de fawir isso", Salacrou, minho, poucos quanto ao fim. pa panhamento, prepara o público nial. £ preciso esquecer um um livro que se editou especi- rios pois todos irão vê-lo e jul- PLATÉIA CARIOCA dia c sim. do cansaço. Orgulho. Enfim, a Memó- a sob Barrault me explica que es- • diz o para receber uma réplica, or- pouco a aversão, a política, almente para esta viagem flá-lo dentro de poucos dias; e de si mesmo e O autor tem de fechar a ba ria cede. em moda... o "Une.Troupe et. Sea ²Sabe alguma coisa acerca colheu uma peça de cada esti- Nunca falar questra uma situação e pode- morte, a palavra o titulo lÉpnfio.será ura pequeno aconteci- hipocrisia no- ca quando a obra abre a m$ 1|* |; É o mais ele- Auteurs". No volume estão in- 'vos Pesso- do teatro e do brasilei- Io — clássico, claudeliano, de particularmente Cada homem é a consciên- • se mesmo dizer que ela consti- teatro é sagrado. snento, eu asseguro. público "a fenômeno de uma cultura, tegrados trechos de comenta* inglês ros? boulevard, circo, pantomima e bre. fteaw do outro homem: indispen- O ócio é o início da psicolo- tui sombra de tudo que se vado «Imente, prefiro o teatro . Existem talentos que [pia vi- rios escritos sobre as "% em ²Dp sei êle é também existencialista- * sável o outro não tem gia. Dai, a psicologia c um passa em cena". o que aparece no fim e no pon- peças.que o alemão ao teatro latino público, que O vaidoso faz menos questão estéreis: não têm paciência P quando arte nobre encenadas e ainda uni bastante avançado e bastante O grande ator francês leva consciência. «Jo. Todas as respostas de Bar- to mais alto, uma vão ser | geral, porém Barrault incarna de opinião dos outros do que ra aguardar o fim de gravidez. Este é o espí- ensaio. Irá conquistar exigente. Passam pelo Rio, fre- sua missão muito a sério. \ Não rault são assim: curtas, préci- por excelência. pequeno c gênio e a tradição do teatro rito deve receber Barrault. o leitor brasileiro, estou certov é fazer-lhe qUentemenÇe, grandes recitalis- tem em mente distrair apenas sas, inteligentes. Não esquece- que francês e preciso é KMI< Enquapto deixo Jean Loul» •sta Na comédia e na tas, sei que conhece a melhor os cariocas. O que pretende mos que-apesar de Barrault ser justiça. imagem da PROJETO PARA O Barrault imagino seu desem*» tragédia, alternadamente, cons- pintura e que está habituado levar ao Brasil uma amigo de Camus, Sartre, um NENHUM entre a França de CINEMA baique na Praça Mauá. Certa* o criador de um gosto ao melhor teatro. Assim, nós es- continuidade O SÉCULO pouco amigo de todo mundo, é "A .titui-se hoje. Porém OS D E Z L U.M.-I N IR E S fD mente um meu confrade de ¦eguro- tamos sob boa guarda. Monta- ontem e a de pre- com Gide que êle mais colabo- no Rio exatamente o tende ainda auseultar, como ra- É mesmo êle ²Quais são seus projetos MANHA" estará ali, par» Pela segunda vez subo as es- remos .que FÍÍTA A 200 INTELECTUAIS FRANCESES provável que im* em Paris; nenhuma um médico, o coração do nosso RESULTADO DE UMA CONSULTA . não tenha senão seguido a mo- para o cinema? aguardá-lo e recolher suas cadas estreitas do teatro Ma- montamos Bom su*> e isso estamos teatro e se encontrar uma peça figuraram Alain, que a enca- da e encenado uma de ².. Nenhum, no momento. pressões- de viagem. jrigny. Barrault me atende, no diferença para o piromincia- peça -Barrault, leitores levando tudo:, os tapetes, os que lhe agrade e convenha é beçou, e Hemingway, que o es- Sartre, embora saiba o tea-^ Terminei um filme intitulado cesso a e aos «eu pequeno camarim atapeta- mento oficial do astro- que "La aparelhos de iluminação e mes- provável que a encene. Se en- critor francês achou âevesse tro francês está mais do lado Ronde", de Max Ophuls, boa temporada. Üo em cor vermelha. Em sua SEGUNDOriomo de Sua Majestade ãe re- «" Clairjois. mo os móveis, não economizan- contrar também algum jovem nela constar, a fim que "jDscompanhia está Jean o Rei da Inglaterra, que /oi ou- a "imensa influên- -, corredores estão atulhados do np.nhum enforco. Quanto ao comediante devorado pela pai- \ respeito, só a 31 de de- presentasse mi? a cia da literatura americana". zembro de 1950 se poderá con- Strowski, membro do a me- Fortunat siderar vencida primeiríi Instituto e assaz conhe- taãe do século XX. Sem em- figura ¦ ciãa no Brasil, por ter aqui re- oargo disto, muüos jorn | no a assi?n ram a sklião durante guerra, E3^S^Sm ESI mundo inteiro, comemon respondeu: Planck Alcxis Car- passagem do meio"século em ja- rei, Proust, Eugene 0'Neil, neiro próximo passado, relevi- ¦' Heidegger, aconteci- Bergson, Husserl, brando os principais e Gershwin. mentos verificados nos úItimos Richard Straus cinqüenta anos. André Breton, que declarou "Les "sob Na Franqa, o periódic^ haver-se colocado o angu-, escolheu: Alfred Nouvelles Littéraires" promoveu ' 7o do gênio", uma consulta a ãuzentaís pes- Jarry, Apollinaire, Raymond soas representativas do pensa- Roussel, Henry Rousseau, Geor- mento francês] nas leti as nas ges de Chiries, Mareei Du- ciências e nas artes, com o fim champs, Charlie Chaplin, Freud, de apurar quais foram as de?. ' Einstein. personalidades que, nesta meia Clauâe Roy e Maurice Druon, centúria, maior influência exer- EINSTHprfROUST §| incluem no seu rol, além ãe ar- ceram sobre o pensamento con- Debuss ., ãos pelo mencionado periódico, cientistas, poetas, escritores, iemporâneo. tem vista ãe sua importância ou tistas plásticos, reformaâores Giâe ... cinema: Nas respostas, como., èra ãe Louis ãe Broglie 56\» «Jpriginalidade,' políticos, nomes ão prever, predominaram os nolues Jicont,ecmi~-aa~~â& Charlie Chaplin eWalt Disney r Valery .-,-...,...... "5r'o IIP ^9L..°-..-QW. não franceses , 1| notanão-se , con- Sigmunã Fréud ÈSfíénri Pieron, professor do Co- O filósofo Etienne Gilson forme uma observação m alicio- Picasso 53'}'o WÈ-êgio de França, que assim se esquece os políticos, designando ãe Churchill sa de Hervé Bazin, cei ta ten- Claudel 52V.< mnanif estou, dando preponde- também os nomes áência, para "nacionalh ar" o aos nomes ãe sábios: e Eisenhoioer, ao laão ãe Char- Em seguida, com jrància I gênio..., percenW^JíjW^Einstein, Henri Poincaré, Curie, les Morgan. O resultado final foi o se- menor, vieram Peguy, Ph" Langevin, Pavlov, Louis surpreendeu pe- e $$ fBergson, Uma opinião guinte, em percentagens sobre Ravel, Roâin, Mauriac Si de Broglie, Valery, Rodin, A. extravagância: a âo es- inventor da Ia sua o total de votos: Flemming, o }P{ Meillet. critor Armanâ Hoog, que votou Einstein 71 % cilina. no engenheiro Archer, inventor VOTO DE HENRI PÍER* OUTROS VOTOS Bergson 6*5 O •¦ Na lista ãe André Maurois, âo canhão ãe trincheira. Mareei Proust ... 60 01. Alguns votos foram deslafi . Xilogravura de. OSWALDQ QütLDI Desenho de P AÜLO FLORES BHBBHBMHBii^*^*^*^^^ fí^^M Página — 10 LETRAS E ARTES Domingo, 7-5-1950

Notícia do Clube de tro há multo se afastou dos Poesia palcos do T.B.O. Reiniciando o curso de poé- O notlciarista deve avisar a tica do Clube de Poesia de S. esta e as demais praças do Paulo, o sr. Menotti Del Plc- país que a gafe cometida não chia, da Academia Paulista de ALCÂNTARA SILVEIRA ó dele, mas sim de outra pes- Letras, pronunciou, no uudi- soa qualquer, talvez do pagina- tórlo da Biblioteca Municipal, dor que arrumou a página. uma conferência sobre o mo- Realmente éle escreveu as 11- vlmento modernista, dando nhas que saíram publicadas, ALMEIDA JÚNIOR mas muito mais uma vez seu depoimento "Entre antes, por ocasião a respeito da t&o falada"Semana e nun- de quatro paredes" es- ca assaz louvada da Transcorre amanhã o prl- prosaicamente falecido de luz o pintor ituano foi bus- tar em cartaz. Ora, naquele Arte Moderna", de 1922, movi- meiro centenário do nasci- febre amarela ou de tifo, o car no atelier de Canabel, tempo, não se sabe por que, a mento que até hoje ainda não mento de Almeida Júnior. pintor teve uma morte dig- cm Paris. "Nada tem de notícia não saiu, o que so- foi ultrapassado, apesar dos es- um dos mais conhecidos na de um artista. brasileira, muito menos da mente foi feito agora, quan- .forços de alguns poetas que pintores paulistas. Natural Quanto ao seu valor co- luz carioca ou nortista, do o T.B.C. representa "Os trabalham para criar um pre- de Itu, Jçsé Ferraz de Al- mo pintor há muita dis- ofuscante. negada de umi- filhos de Eduardo". Fica as- tenso movimento produzido pe- meida Júnior pode ser apon- cussão entre os críticos: há dade". sim explicado o equivoco, o Ia geração de 1945. (A pro- tado como o menino pro- os que enxergam nos seus Por sua vez, o sr. Louri- repórter está em dia com o ' digio da brasileira, pósito podemos adiantar que pintura quadros o nascimento da vai Gomrs Machado, ao teatro paulistano,"O pois assis- o sr. Saldanha Coelho pro- eis que desde muito jovem autêntica pintura brasileira contrário dos que enxergam tiu até ao Malandro", re- nunclou mostrou tendência o t aqueles "o em Salvador e Recife para "acadêmico",que o chamam de no pintor ituano sinal presentada pelos pupilos do Al- conferências demonstrando que manejo do pincel. Como dando i pa* precursor duma renovação fredinho Mesquita. essa geração nfto existe...). aluno da Imperial Academia lavra um sentido pejorati- artística que só se faria Foram eleitos os dois sócios de Belas Artes, onde foi vo. Certamente amanhã, muito mais tarde", diz, em "Trópico" que faltavam para completar aluno de Chevrel e Victor quando for inaugurada a "Retrato de Arte Moderna o quadro social do Clube os Meirelles, o pintor ituano exposição completa (ou qua- do Brasil", que Almeida Ju- na mesma noite multo se destacou a se completa) Conforme foi noticiado, apa- quais, "Jucáem que ponto das obras de nior não mudou em nada a falou o poeta de Mu- de ser convidado, por D. Almeida Júnior, organizada pintura nacional. "Talvez receu o primeiro numero de lato", receberam seus títulos. Pedro II para Ir à Europa pelo Serviço de Fiscalização haja, realmente, na obra do "Trópico" a revista do Depar- Quanto aos Cadernos de Poe- em viagens de estudo, à Artística, algum membro do uma tentativa de custa do imperial pintor tamento de Cultura da Prefel- sia continuam sendo publica- bolso. govêrng aproveitará a oca- conversão, correspondendo à tura Municipal. Já era tempo dos com regularidade: já es- Permaneceu em Paris de sião para realçar os méri- sua volta aos temas caipi- 1876 a 1883. tendo exposto tos do academlsmo desta publicação ter aparecido, tão sendo distribuídos"O exem- e com ras e aos retratos dos pa- as edições daquela repar- plares de Carrosser', de no SALON durante quatro .eles o valor do pintor de triarcas do declínio impe- pois anos, o — a épo- tição pública primam pela Decio Pignatari, sendo que até que para Itu. rial — conversão neste ca- inexistência. Registrando o meados deste mês será publi- ca — era o máximo galar- Estou nesse ponto com o so, fracassada até mesmo "Trópico", cado "Poema da Eterna Cami- dão que um nado- sr. Sérgio Milliet aparecimento de pintor "Pinturaquando na formulação cromática — o Dè- nhadn". de Paulo Sérgio. nal podia alcançar. De vol- escreveu em quase mas o espírito do tempo fazemos votos para que ta à pátria, Almeida Júnior sempre" o torna partamento de Cultura realize que que continuava a ser, com Al- semelhantes O edifício da A. P. L. dedicou-se de preferência Almeida Júnior um grande meida Júnior, ou apesar ainda outras obras aos temas brasileiros, sendo brasileiro é o assun- no terreno intelectual. Agora pintor"São dele, sempre o mesmo". de Estão bem adiantadas as nesse gênero conhecidas as to. suas cenas de ro- Essas divergências servem que temos na Secretaria obras da futura sede da Aca- telas -Nha Chie*", "Amo- Educação da Prefeitura um ho- "Pi- ça, suas personagens colhi- * para mostrar que Almeida tíemia Paulista de Letras que laçao Interrompida", das na nossa realidade. Mas Júnior não mem como o sr. Rui Bloem, in- está sendo construída no largo "Cozinha foi um borra- telectual de água. es- cando Fumo", na não sua técnica, sua luz, sua dor de quadro vulgar, pois primeira do Arouche. A Academia Rocha" e o célebre maneira de tratar peramos que o sr. José de Bar- "A quadro a paisa- somente os artistas inófen- mãos ocupará cerca de seis anda- histórico Partida das gem". Ao contrário do sr. sivos e destituídos de valor ros Martins tenha as res do arranha-céu, destinan- Monções". Faleceu o pin- Luiz Martins, que vê nas te- permanecem na sombra, mais livres para executar os do o restante à locação, tra- tor em Piracicaba, roman ti- Ias de Almeida Júnior a in- sem uma alma caridosa planos que tem em vista no tando. desta forma, de aumen- camente envolvido num ca- fluência da luz brasileira, (sim» não deixa de ser uma terreno cultural. tar o seu patrimônio e os seus so amoroso. Em vez de ter diz o sr. Milliet que essa caridade) o ataque... - cofres. A fachada dos anda- que A direção, da revista ofere- res destinados aos imortais ceu, por motivo do aparecimen- , paulistas conterá frisos ^e bai- to do primeiro número da re- xo-relevos de autoria de Bre- prestigio pessoal e político que patrimônio que foz inveja a tícia. nela inserta de a esse digno homem de letras muita sociedade de homens que vista, um coquetel, a que es- cheret. com motivos inspira- conseguiu companhia do Teatro Brasileiro dos pelo poeta Guilherme de a doação do terreno, práticos, os tais que não sa- de Comédia estava represen- teve presente grande número ? nomes em que Se constrói o arranha- nem por que existem e tando "Entre de representantes da intelec- Almeida, dois que ga- céu, durante a poetas quatro paredes" , rantem o bom gosto e a so- gestão do sau- filósofos... de Sartre. Não foram tualidade e da sub-íntelectua- frente do edifi- doso Governador Fernando poucos brtedade da Costa. os que também se espantaram, lidade de São Paulo. Prome- cio. E' graças também, ao Travessuras do paginador? te Ciro Mendes — Um dós 'res- sr. Goffredo da Silva Telles chegando a lamentar o atraso — Nesta simples notícia não po- — tesoureiro da entidade — O responsável esta em está o repórter com pónsáveis que a publicação por pá- que vai melhorar de número de ser esquecido o nome do que a Academia possui hoje um gina foi surpreendido pela no- relação ao teatro, eis que Sar- para imortal Goffredo da Silva Tel- número, não só quanto ao pa- les a quem a Academia muito pel como quanto à colabora- deve, pois foi graças ao seu ção. Vamos ajudá-lo.

"ELEGIÂS ESCURECENDO ¦ AS DE DUINO"

Vim a saber por um leitor Por iniciativa de um gru- mie a minha nota sobre a de bibliófilos, dentre os sr. Hélio Ja- po conferência do encontra"" guüribe pronunciada aqui quais se os srs. em S. Paulo estava causan- Ernani Campos Seábra, Ma- do em certas pessoas a im- rio Silva Brito, Oswalá de pressão de que èu procurara ridicularizar a palestra e Anáraãe Filho, José Minãin seu autor. Apesar de eu e Aurasil Branãão Jóly, nunca me incomodar com a impressão que possam ter funãou-se nesta Capital estas notas, embora não as uma eâitora para a publi- retifique porque um fulano cação ãe eãições ãe luxo, qualquer se sinta ofenãiáo ilustradas, de tiragem redu- por elas, vejo-me obrigado, desta vez, a_ declarar cm zida,Jlestinaãa.somente a atemão ao sr. Hélio Jaguari- subscritores. A empresa ini- be em atenção (nao semente cia seus trabalhos com ao amigo, mas principalmen- o pé té ao a referida direito, pois a primeira eãi- pensaãor) que —• de clientela" constitui ção a sair serão as "Elegias nota não contem a mais le- ve aesaprovaçâo, o menor áe Duino", áe Rilke, em trar- desabono á conferência e áução e com comentários fie. aos conferencistas, como in- Dora Ferreira ãa Silva,, e felizmente pareceu a alguns. Aproveito a oportunidaáe ilustrações ãe Oswald de que me proporciona a ne- Andrade Filho. cessidade deste esclareci- O nome ãa tradutora, mento para dizer que "Po- que litica ideológica e Política os leitores deste suplemento depois do Primeiro Congres- conhecem muito bem, é uma — so Brasileiro de Filosofia garantia da j^eiiáaãè; d-/, a manifestação mais impor- tante realizada até agora tradução, pois Dora Ferreira neste anotem S. Paulo em ãa Silva, além *E ãe ser uma -rwtéria cultural. ~põliticj'~íhtisso sem criatura falar no aspecto de apuram U- conferência, mais que atual biliãaãe-e ãe'-extensa-culiii- nos dias que correm. Só la- ra, tem em Rainer Maria mento que a conferência, não tenha sido ainda publi-' Rilke i de ssus poetas Lh cada, pois é um docúmen- cabeceira. Melhores creãen- to corajoso,'e de leitura ur- ciais não poderiam ser apre- gente imprescindível. sentadas por uma traduto-. " ra\de versos. ALMEIDA JÚNIOR' , ( ff^f^f^-rt^-^m--

— lomingo, 7-5-1950 LE T R :1 S E ARTES Página II

senho animado? E' hoje tra-» vez há o ^MK ,o ELA primeira fjRv^^y W2raBlV <*. ^gk Af y# • mw 'd. Wí éí*** »fe^fr^£jft< Xv. 'tdBJÍ C_MQ3uffSSBc iM HsBáslMk Hi ^Ci BBsW isVC mm^t^ÊÍÈt æwÊrÈnM^. fl mais vivo e mais que louvar na adminis- ço plástico (ração do iiosmi aíu-i-u que vejo para realizar tais fa* ,jiiional de Bela» Artes. A ins- çanlias. ilação das novas galerias, bem Estou certo de que Luis Sá, huminadas, com suas obras com a sua maneira original de ronfortavelmente expostas ao ALGUMAS NOTAS personalizar turo, daria um anU público, merece justo louvor. mador excelente do desenho et- Sfetivamente, estão bem orga- nema logra firo. simples, bem [nUadas, claras, SANTA ROSA Tente e verá arrumados, o que constitui, além do prazer natural de vêr de arte, uma lição viva a obras DE VENEZA um público mal afeito a discer- BIENAL menos dados cro- nir pelo os Foram enviadas rc^re- da criação artística ã æFw-i^sssssV#fcM para nológicos do Brasil na Bienal de '¦¦'¦¦JElíJM ¦ *W-i ' sentação mostra. ¦Sm 1" m* M Veneza, obras de Portlnarl, índican- A divisão dos Salões BL ^"IIZI• sssv":¦:'"'-'¦:¦-ám *mmI Volpi, Panceiti, Flávlo de Car- do as escolas e as épocas, as eti- sà. - m?m Ml"A "MMímm¦ valho. Di Cavalcanti c Rarle esclarecedoras, tornam quetas èsVIlL.Bi ^BSSSSSk^smm ssV...*L ¦ *MW&&¦ -JSw.. .,.,¦....„. M SSSt<>::.... />;,g jg&laássl snsB Marx. essa mostra altamente didática. BsW æBsH3f'v*;*.::'4lHI^H ^^— ^s^ÉáÊÉaÊÈÊ*ÈÊÊÊáá—Èmm—~Ê^—m^^^^^*M*á*-*m—m-MÊ-^mm*-—Z~^^^^^m.æ ^^at>ÉSS»T*JdÉSSS^«aa^^SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSKgSSSS»¦ A comissão clepeu esses no- St»¦II m<: '^rl*'-*$%&m\mS KiflH mes como artistas de conceito E' importante, também, o sig- : BI I ¦¦':' geral indiscutível no pobre rocio nificádo dessa exposição perma* flkv-^P SP"SSJX^dUlMI^^SwÉaiHMf^rfíSMH H artístico brasileiro. revelando as obras de > ^V^t^BSSaiSiSSI nente, •¦¦¦:>--æBS»^'' '•¦-'-¦¦SS SmBBBBBSik;tBi<úJÉSr^r^ ssWJÍJwWBtwmwÊÍÊmMm^- ^^KT^m2^. ^sssb»Z>.* v*SSi BSi- v «saB»^- ¦ %:':^ -4MK0lnMS%'-SSSSSk'/<<^BS do Museu. -- ' æa¦ ¦*• •¦¦•¦<'¦>¦ -SSi¦ BSf¦ . SSSBi:.Hur > í».*'&• SSiItal BSfUSS-^^^^^^^^ ÜHl 1BW1B.-*JsVIsÍBSBfl¦¦ BS^SSiBB¦ as esplendidas æWt/-%fm ¦ ¦¦! \Mm ^^^^^^^áãmm mm MONUMENTO AO Percorrendo ¦"• ^ galerias o espectador menos æbw -:l fl bL . . :>¦ flr «*I«P^¦PB*'- w Bfl TRABALHADOR avisado a linha de fli»S: fl B*Ü; flrimSssI fl kT^Bk V I Si iLfl flflI poderá.notar flKM fl fl??'-??: :flfl' ..fl fl Al flt wlfl B flflflfl evolução da arte. Dispostas co- %UB>£& i ü S^»^^:3»fr%yila^^'^,^^^^^^^^ fl flfl K mfll H - flflfl H9 Depois do impasse do f.»onu- mo estão as obras, facilmente mento a Ruy Barbosa, surge o se chega a compreender a d»fe- caso do*Monumento ao Traba- æfl -IíM fl:- ;. flfl' flfl ¦ K 9 BpflI rença de escolas e de técnicas, -fl flfl flfl flfl fllfl¦ lha dor. SSiI BSf**';::'%9SSili IHt'¦ .,SSiU BS^SSi Bf BIBf BI BfBSaBBi além do mais imediato, os cos- Toda arte depurada nltrapas- k,íi v. xxismmtk^/yj'^|jMwíj V| -' l^tfl fl I" o j|^^ queda jfj^^j^rfcfAW^tfMJrt^ um século XIX. De repente, a arte que o artista apresentou c e sereno, icm- se vulgariza, perde a grandeaa colosso poderoso coube- brando um monolito egípcio. dos temas e do próprio — VOL PI (da mostra brasileira na Bienal de Venexa) cimento técnico para se tornar PAISAGEM Deve o artista estar tranqüilo, isenta de força cria- o assim foi com o Balzae» uma arte vimento de renovação do sec artístico com outros centros, ginas da imprensa, vive hoje porque de Rodin, com o monumento a dora. entre os quais S. Paulo. seu excelente humor num outro XX. de Epstein, com Miguel A unidade verificada em tô- Esse intercâmbio constará de ambiente: o do cinema. Wilde, Em todo caso é já alguma Ângelo, recentemente com Bru- das as épocas, se perde e se des- troca de exposição de artistas Todo mundo conhece, todo coisa o que está feito. Visitem 0 no Giorgi. faz no limiar do nosso tempo. jovens, o que dará maior vibra- mundo se diverte através do seu as galerias do Museu de Belas modo ção ao nosso .meio artístico, tão comentário malicioso e inventi- Cada um idealiza a seu O aparecimento da fotogra- Artes. mas nin- desestimulado e morno nesses vo aposto aos jornais da tela. o tipo do trabalhador, fia se relaciona diretamente à é. Ne- últimos tempos. A sua verve, cada vez mais guem o sabe bem como essa violenta descida nó gráfi- dos críticos foi ao cais do ART-CLUB Já há varias mostras progra- curiosa, se farta nos banquetes nhum co da criação artística do sec. ou ao campo tirar um» de Mario Ba- madas. oficiais, nos prélios esportivos, porto, ' XIX. E' pena que não possua- Por iniciativa do nosso tipo humano. numero- nos acontecimentos fisgados pe- media mos completar o ciclo his- rata e com o apoio de ao menos que o artiá- para no Ia atividade do operador. Deixem tórico de Bondin) algu- sos artistas, será fundado a sua concep-> (além LUIS SÁ Ligado que está hoje, ao ei- ta tenha também, mas impressionistas mais Rio, o ART-CLUB, que terá co- peças Esse artista ausente das pá- nema, por que náo tenta o de- ção. características e obras do mo- mo principal ação o intercâmbio augusta'', em "divino aíef*a> Resta-me agora fazer a con- para o Esquecimento", vaie di- tra prova desse mútuo e excep- zer, em voz de Deus que açor- cional amor de espírito, mos- da os homelis de seu infinito tra não o que, a respeito, expli- olvido do sentido transcenden- citamente nos deixou Cruz e te de tudo para o tremendo es- Sousa. TASSO DA SILVEIRA forço redentor. Cronologicamente, o primei- Dir-se-ia, contudo, que quan- ro testemunho, que aparece na "Espírito imor- *!« sejam tais venenos, ce mais do virtual- do compunha obra de Cruz e Souza, de seu escondam a essência de amor e Louvados que, que tal", ainda verdadeiramente -total Purificantes como os teus! mente, já contém este soneto devotamentò a Nestor veneração que a informa. não sentia Cruz e Souza a hu-« Victor, é a dedicatória ao Ami- a demonstração da tese que no Nestor, "Piedosa", Começa ela: Tudo precisa um ferro em braza Diz manidade profunda de go do poema de mundo transformar... presente ensaio desenvolvo. apenas a faço Para este assim: percebendo-lhe FARÓIS, escrito em louvor da "ó boca em tromba retorcida Nos teus anátemas põe asa de heroicidade e fervor pugnar- esposa do Poeta. Lendo-se esse o Céu, E vai no mundo praguejar! Espirito imortal que me fecundas Cuspindo injúrias para Cosa a chama dos viris entusias- Quando ihe pôde penetrar m poema,' que é o madrigal mais Aberta e pútrida ferida.„_.._ Jmos essência mesma da espirituali- quintessenciadò e mais é, igual labéo. Resume todos esses travos os puro Em tudo pondo a terra fazem languescer., Que transformas em gladios dade, feita, sim, de indômit* a um só tempo, mais doloroso Que cravos l sarcasmos resis- I boca em cha- Dás mãos e pés arranca os coragem e inalmogável e trágico que jamais um Poeta ó boca em chamas, Das cruzes mil de carta ser..." Para punir as multidões profmi- têncla interior, mas principal-, ergueu à Amada, percebe-se lmas, agora, a [das! e do- e negra voz, Percebe-se, que mente de compassividade que o Poeta Negro nele pôs a Da mais sinistra canção é, contrário, lauda- outro foi o tom essência clamas. c»amas, cia- pelo cura infinita, mesma de sua alma, +Que clamas, [mas, tória. E não apenas laudatória. a ele, o Poeta Negro, ocor- e que só o dedicaria a um ami- e ó alma que transbordas, que me que atroz. Mas inflamada de paixão [inundas reu para dizer do seu amoc; go supremo como lhe era Nes- Num cataclimo estranho, deslumbramento. Nestor apa- nO tor. De brilhos, de ecos, de emoções, pelo Amigo. Como acontece e recia aos olhos de Cruz, a esse [de pasmos, soneto intitulado " Feliz": A angústia tempo não o boca em úivos pedradas, de Visão histérica do Mal. tempo, como um ceifeiro de E fazer acordar de atros maras- "Ser de hele/a, de melancolia. )i me permite transpor para estas com mil facadas apocalíptico, vindo para [mos Espirito de graça e de quebraoto1, laudas Cortando porte em tédios char- esse poema. Mas outros Dum golpe só, transcendental... cortar pela raiz a herva dani- Minha alma, - por Deus te bendiga o doloroso pranto, vêm, na obra de Cruz, de- vista, do- [necas fundas. Enxugue as tuas lágrimas um dia, que, Dir-se-ia, à primeira nha. A fim de que a pureza t e au- dicados ou não a Nestor Victor, dê maldição. Ou- fos- Força genial sacrossanta t j que são versos minasse. E todos os seres [gusta Se a tua alma é de estreia e do são diretamente inspirados pela porém, mais algumas sem desprendidos. de sua eruz o Esqueci- figura "Canção çamos, Divino alerta para [harmonia, deste. Negra", estrofes: de amargor. [mento, vem dela tem divino en- exemplo, "Sublime sem Be o que por também de FA- boca pecado, dúvida ainda per- Voe companheira, carinhosa e [canto. RÓIS, e retrata, à embora a lama e ? P«s> Se alguma [justa, iianto, que manei- Cuspindo sistisse a respeito do verdadei- Deus a proteja no sagrado ra apocalíptica de Cruz, o Nes- Tudo a deixar transfigurado, -Canção No eéu, que é • vale azul q> O lodo a transformar em luz. : ro sentido da Negra", Vens minha mio, num doce mo- tor Victor das horas de tre- "Espírito Imortal", [Nostalgia» menda luta de • Soneto [\imento, i pelo seu ideal Boca de ventos inclementes último livro do Poeta, com- Sobre essa mão angélica e robusta, na Felicidade beleza e de espírito, — feição do "Es- Deus a proteja De universais revoluções, pletamente a esclareceria. Espírito imortal do Sentimento!" Do sonho, do mistério, da San-» sob a qual o pensador de FO- Alevantando as hostes quentes, Dos versos da Idades batalhões.„ pírito imortal" é um desdobra- primeiros LHAS QUE FICAM profunda- Os sanguinários completação de "Canção Negra" e ao longo da De cânticos, de aroma e !«/. ;»r-* mente mento e uma |dente* impressionou o poeta velha "Canção Negra". Foi compôs- mesma canção até o verso final dos ÚLTIMOS SONETOS. Abençoada a cancãn 1 "Canção os lábios teus cantam assim to em hora posterior, quando o deste soneto trasmuda-se Nes- •* feliz suhindo, Negra", que só Que engelha B •* felü, t íragmentariamente Na tua face que se sentimento de Crus relativa- tor, aos olhos de Crua, de An- Subindo, a perfeição na alma w-n* Pi darei aqui, Da côr de lívio marfim. mente a Nestor já se tinha, Jo da Vingança e do Castigo, l linda precisa ser lida com atenção em li- de feições diabólicas ve- e alvorecer libertamente!'* 111. vigilante, torvns trenós! porventura, condensado "força por Florir para que certas de Boca' íata! de nhas mais definidas. 1 aconte- *«*, em sacrossanta e suas imagens e expressões não da onipotência do bom Deus,

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Página 12 LETRAS E ARTES Domingo, 7-5-1950 ²oóia as brevidaue, feulo ae EM QUENTE 08 último» 81a Marlqulnha do O'!... preparativos para aer levada De súbito, cessaram os pregões IAMa efeito a festa da cavalhada quando a banda de música exe. molrana, velha evocação das pug- etitou um vibrante dobrado e Ne- nas entre mouros e cristãos, quo co de Maria Enfeitada começou a se realizava todos os anos nos queimar os foguetes do Bernardo meados de agosto em MMttes Cia- Calango. Era prenuncio da aproxi- ros, velha cidade mineira planta- inação dos cavaleiros. da num vale cheio de encantos Surgem, atinai, os cavaleiros debaixo de um ceu azul mari- * cristãos em primeiro lugar, em tor- CAVALHADA no do seu rei, embaixador e prin- nho de beleza rara Jamais visto em outras plagas que nfto as na- cesa, todos montados em corccls quelo sertão. ricamente ajaezados, os homens Os ensaios, quo por espaço Ue usando dolmans azula, calças dois meses foram feitos com re- brancas, botas de montaria, arma- guairidade na várzea do Motoso, Conto de ANTÔNIO VERSIANI dos de lanças enfeitadas de fitas já tinham sido dados como termi- multlcorcs, espadas e pistolas a nados, prcnunclando-se um Cxi- cinta. Dirigem-se para o lado do to completo do drama ao ar U- palanque, onde se instalam o rei, vre que ia reconstituir a tomada de castelo do a princesa e o embaixador. Em pode comer o que qulzér que o o palanque, á quisa seguida aparece o grupo mouro de Floripa, filha do rei cristão, e estômago "constroe". O senhor ca. trave para argolinba, à semelhan- lutas se seguiram até à der- em cada precedido do seu soberano, o ma- que rece de tirar patente dele antes ça de goal de futebol e, jor Exuperio e respectivo cmbal- rota do rei mouro, sua conver- que qualquer vadlo carregue a ra- angulo do largo, os bonecos de cio à fé católica finalizar xador. Seus dolmans são verme- para celta e sala por ai a fazer miia- papelão espetados em postes para lhos se distinguirem dos cris- com o casamento do soberano gres ã sua custa. servirem de alvo aos guerreiros, para com a rancho tãos, assim como o revestimento princesa. Já foi a primeira bodocada para finalmente, a um canto, o dos árroiòs, que é também encar- Havia dois partidos políticos na o Bento, que com supremo esfor- de capim do "espia". cidade; o dos "estrepes", '°r- "Euterpe", nado. que vo se fez de distraias para C7i- A banda de música Compareceram também o "es- ciam pelo grupo dos mouros e o tar discussão. Não satisfeito, vi- tida como a melhor das duas exis- dos "pelados", o faziam com pia", que se foi alojar na palho- que rou-se para ele: tentes, ricamente equipada com ca, e o "careta", um cavaleiro Igual entusiasmo mas pelo lado dos ²Tu ainda não foi para o asl- seu instrumental de metal ama- cristãos. E' tomavam na- "esse a avulso, apalhaçado e mascarado, que parte Io, mcrilno"? relo luzldio, também"figuras" estava pos- como se fesse o bobo do rei. quela função pessoas de prol per- ²Náo -- respondeu tos com todas as devi- tencentes aos partidos antagônicos. senhor. damente nnlfõrmlzadaa, O entusiasmo era grande e em- Bento. — Não quero Ir para lá en- polgava a todos sem embargo, en- Dentre os partidários mais *er- quanto não assistir a corrida de A granüd praça se achava csu- condição tretanto, da bisbilhotice caracte- renhos dos cristãos, destacava-se uns cavalinhos mianquitoias que vada de gente de toda a ristica do sertanejo, tudo cs- Bento Caluba, mendigo acataoo vai ter amanhã porque quero ver social, tipo e raça, indumentária que do carae- quadrinha, comentando a seu mo- que tinha assento na farmácia muita gente grauda borrar na re- variadissima, desde a que do, mansa e as me- Nandú, cujos traços marcantes da tranca. terlza o povo das cercanias até a pacificamente, >"- nores coisr.s mas com regular dose sua personalidade era a sua ' O Nanúd, que é cornem de boa Vinheta de SANTA ROSA usada nos sítios mais distantes, de osldadé. transigência, gênio irrequieto e mudar de assunto e numa redondeza de trinta a qua- Joc paz, procurou "cria" ei- ²61, linguagem um tanto descomcdlda. o major saiu pouco depois cuspm- "seus quieto", chega umas renta léguas, emprestando um Tião, ói o Bento Cafubá Lá eslava ele refcstelado a um do e olhando de banda pa- só lorido heterogêneo c original aque- no palanque do Siô Jucá Feroz. grosso e entende de fazer pouco caso Não canto do gradll, com a sua inde- ra Cafubá, que indiscutivelmente porque é rico. Pode "insuquir" os le cenário de festa regional. Véorge! tá que nem cabe um ai- íectivel manguara, assuntando « tirou vantagem nesse último em- dlnheiros a faltavam lambem os granfinos da finete o "pelado" véi dos infer- major dele que eu, graças dos burgos circunvm- tempo, quando aparece o bate. Deus, posso passar sem ele por- cidade e nos, somentes porque o coronel Exuperio, um caboclo de modos ²Mas você pintou com o ma- ainda tenho muitos amigos nhos, quasi todos desafiando a ca- Nolacco cumprimentou ele. estabanados, à procura de diges- que nicula daqueles dias de verão com jor. E' rapaz dele ter saldo agás- para me valerem. Não careço ae ²Deixe ele, coitado. Está ma. tivo. Exuperto iria desempenhar o tado. com aquela sua resposta. adjutório de "estrepe" nenhum, u tornos de casemira preta tresan- papel de rei mouro nas corrlaas. ²Uái! o dando a naftalina. Tudo, porem, tando a saudade do tempo em que Eu estou meu quieto, mal que ele pensa que eu tenho foi embaixador. Hoje, com aquela Aparece solicito Nandú para aten- senhor bem viu. Prá que é que é ser Pobreza algum dia t°i na melhor ordem, sem nenhuma "prestl- dê-lo, enquanto Bento Cafubá o "Jogar pobre. necessidade de assistência perna esquecida perdeu o aquele besta vem ponto" defeito coronel ? policiai, correr. olha de soslaio e Já enervado, que por cima de mim? Eu sou pobre, tão somente na alegre expeçta- gio" prá nem cascavel cm cima' da rodi- mas não como disaforo nem levo — Não é defeito não, Bento. K' tiva do torneio que ia realizar-se O coronel Nolascc era o rei cris- lha. o "su- aleijão. — respondeu o coronel "estrepe",à espera da bodocada que eles para casa. Respondo é no ga- dentro de alguns momentos. tão. Figura desempenada, boa ai- sempre que se oferecia fragante". lhofeiro, a quem não faltava pre- Havia também em torno da liça tura e têz clara, usava uma' ou oportunidade, lhe atirava. Continuou resmungando Bento sença de espírito. de refres- bem frisada e um ando. • uma profusão de bancas godeira "estrepe" ²Então seu major, que me con- Cafubá, quase em solilóquio, por- Bento não quis ouvir o resto das cos, onde predominava a gengibir- A's vezes, algum mais ta de novo ? — disse Nandu. que Nandú atendia naquele mo- gargalhadas provocadas pela piada ra, "quitandas" e oolosj. irreverente se aventurava a cha- "apre- do bufando. — (biscoitos "barba ²Muito ocupado com os mento a outros fregueses, dessa "Teveadvogado. Saiu afora os ambulantes de tabuleiro a má-lo de de bode" nao en- parativos" da cavalhada, seu Nan- vez clientes que vinham fazer con- melhor", — disse entre den- cabeça de contrando, mesmo "mas' tes. oferecendo toda a sorte porem, guarida dú,"trem" porem" acho que o sultas, como é freqüente no inte- guloseimas e frutos diversos. entre os seus companheiros. De- vai agradar. Me arranja rlor. O afluxo de gente, nessa Chega o grande dia das corri- ²Oólha a gengibirra, feiiio do sempenhava satisfatoriamente o ai um amargo. ocasião, como sói acontecer em das. o Largo de Baixo, onde se Lcolino do Beco!... seu papel, o que Vinha já fazen- A uma ordem do farmacêutico, o vésperas de festa, era grande. situava a velha igreja matriz, todo ²Oólha os biscoito fofão:... do bá anos, podendo considerar- caixeiro trouxe a beberagem que Não podendo desabafar com o embandeirado, tendo em uma das ²Oólha os -doce de amarrilho!... se como a figura central daquele, o major sorveu de um trago. farmacêutico, ²Oólha "panam", tradicional torneio. Sabia na ²"Marga" "fel", "mas dirige-se ao coronel extremidades da praça, já armada os cem réis pon- que nem Zacarias, velho procurador de par- o palanque, à guiza de castelo do cada um !... ta da língua o que teria a dizer remédio i porém", é "ele" superior. A tes que acabava de chegar: Rei cristão, devidamente ornamen- ²Chega freguesia, óla o dinhei- gente tomando nm antes, ²Pois é, coronel. A gente está tado com varas de bambu, festoes ro e a vazia!... (Conclui na 14a pág.)

um personagem de zinhá sem fogo", além de ser uma série de contos po- PEDRO MALASARTES comum a Portugal e Chile, é en- HA'pulares brasileiros ceie- contradiço na Itália, na Rússia brizado por suas artimanhas e e na França. Ângelo de Guber- diabruras de perfeito malan- natis que o colheu na Itália su- -dro e treteiro; é Pedro Mala- FAUSTO TEIXEIRA põe que sua procedência seja sartes. céltica. pois entre os celtas da O nome Malasartes é portu- Bretanha se acham dele'di ver- guês e bem antigo, conforme sas variantes. Teófilo Braga, O conto da "árvore do provou que co- gra Mágica". Está certo; pelos tradição incluindo contos que dl- jheu um conto portuense de contos onde figura nheiro" (que nos faz lembrar "Pedro populares absolutamente não pertencem "cento — Malas Artes". Todavia, Pedro de Malasartes, vê-se ío- a êste ciclo. do da guitarra" má- êste personagem nada tem de se não é o dia- quina de fazer dinheiro falso go que próprio Também no México, Hon- — comum com o nosso, a não ser bo é. pelo menos um tipo dia- duras e Porto Rico ;.ão encon- dos vigaristas brasileiros), e o nome: é até um tipo de bólico, o que vem dar na mes- tradas histórias de Pedro Ur- conhecido do povo chileno. comportamento inteiramente O da "ida ao ma coisa. demales, quase todas com simi- oéu" tem simi- oposto, correspondendo ao nos- lares na tradição brasileira. lar no conto português de Teó- Bobo Jean Assim, deduzimos que o nosso filo "soldado so João ou ao Sot, como Braga, que foi ao francês, ainda ao Giufa, doá Pedro Malasartes, tipo Não fica por aqui a distri- céu", ou na imaginação tendo observado êste es- contos sicilianos. Em Portugal gravado popu- buição geográfica do popular critor que o mesmo conto se mesmo, Consiglieri Pedroso en- lar, nos veio de Portugal, de personagem. Ele figura tam- encontra na Bretanha Francesa onde trouxe também o nome; controu na mesma história és- bém em numerosas histórias e em vários pontos da Itália. isso em linhas gerais, pois nem européias, ainda se tipo com nome de Manuel que batizado A história "pedra Tolo. todos os contos onde figura en- com nomes vários. Jean Ma- da do fim contram similares nas tradições chepied, do mundo" encontramos no Lembra Teófilo Braga que D. René, Richedau. Jean- folclore Francisco Manuel cita esse no- portuguesas. le-malin e outros . chileno.S "Relógios de é in- me'nos; falantes"'. Antes prosseguirmos, A título informativo podemos Assim, alguns outros contos Indo-se à fonte verifica-se que teressante que conheçamos o Vinheta de SANTA ROSA fazer ver que os temas sobre do ciclo de Pedro Malasartes, esse tipo.se acomoda melhor a Pedro de Urdemales dos países que giram as histórias de Pe- que senía fastidioso enumerar. língua espanho- um Malasartes finório como o americanos de comprovar em consultas a to- dro Malasartes são encontradi- Apenas pretendemos dar uma nosso do a um toleirão co- Ia, tipo que se identifica per-^ ços simultaneamente em dife- ligeira idéia da dispersão que com nosso Mala-' dos os dicionários da língua es- geo- mo o de Portugal, encontrado feitamente o Sanchez-de rentes Baseando-nos gráfica deste ciclo e apagar a "... sartes. Vejamos a sua história. panhola, desde o de países. por êle próprio. Aí se lê: Ia Ballesta, de 1587. naqueles que ocorrem em nosso crença de muitos patrícios de feito tais trapaças, e de tão A referência se vejamos onde mais são que êste é de legl- hei primeira que Urdemaíes não país, personagem mau humor, que me puderam conhece sobre êste herói de permaneceu, encontrados. tima criação brasileira. estátuas; como a Pe- contos data do sé- porém, nos contos populares es- O tema dos "porcos atola- levantar populares, ficaram dro de Malas Artes..." culo XVI, Alonso Jero- panhois. Na Espanha dos" vamos achar num conto quando nome fama; se ali Portanto, o Pedro Malasartes nimo de Salas Barbadillo pu- apenas o e a colhido por Teófilo Braga, em d. blicou de uma tiveram curso alguns contos; Portugal, contos BIBLIOGRAFIA: 1 —Amaral, Ama- do século XVII. citado por parte "El pequena bem como em deu — "Tradições Francisco Manuel, não devia ser obra intitulada sutil cordo- eles não se conservaram na.tra- russos, na França, no Piemon- po- 'emigrando Amé- pulares" — Inst. Pro-' o de igual nome — rambém co- vês Pedro de Urdemales". De- diçâo, para a te. Na América, já o encontra- Editorial ~ rica, onde difundiram «resso Sfto. nhecido por Manuel Tolo --, pois, em 1615, foi impressa pela ,$e por mos no folclore do Chile. Paulo — 418 pgs. —... Teófilo Braga e C. Pedro- primeira vez, em Madri, um das diversos países, desde o .século O conto .sobre o "logro mal 1949. que XVI, da colonização. so >ncohtraram em Portugal, oito comédias compostas por cheiroso", acha-se na história — Lavai, Ramón A. chãos n0 "Co- "Poucet" mas o mesmo que corre Cervantes, sob o nome de No Chile, num libreto im- do (não a de Per- — "Cuentos de, Pedro Brasil em contos populares, ou média famosa de Pedro de Ur- em Yungay, em 1885, rault), Gaston Paris apro- i presso "História que Urdemales" — Imprenta muito semelhante a êste. demales", O relato que prota- com o título dê de xima, por êsse-e.4)Qr_.outrps as- Pe- faz sua ²^Cervantes — Santiago -¦¦'¦ Em Portugal, geralmente. gonista de primeira Pedro Urdemales," já aparece pectos, à do Hermes gregoT ~ dro de Malasartes era ídentl- viagem o identifica com o Pe- ò relato de suas aventuras de A história das "tripas arran- (Ch i íe)~— 1925~-—-:-59,- ficado com o diabo. Numa dro Urdemales dos contos chi- treteiro contumaz. Nessa obra se cadas" é encontrada em Por- páginas. "En- "numa ópera portuguesa de 1741, lenos. salvo o fato de ser o faz nascer 0 herói cho- tugal. onde também se encon- — Plath, Ores te — de Merlin". vem esta de Cervantes mais situada "três "El — cantos personagem ça no ribeiro esquerdo tra a das filhas do pa- cuento"Polklore popular" alusan: "graças ao senhor de altruísta e mais culto. do caudaloso Maulte", na In de ias noi- trão" roubadas por meio de um — Baylard, que me fez a mi:-n. Pe- Suas artimanhas fizeram seu te de 23 de junho de 1701. Cer- hábil dialogo à distância. Es- Américas" Antologia Malas Artes, ensinando- nome tão famoso a organizada por Feíix dro de que passou tamente, o autor abusou de sua tá última também ocorre no Coluclo— El Ateneo — me em bâga de o servir em Pa- ser sinônimo de mau, traves- imaginação e talvez de seu pa- Chile. Buenos — — Ne- "panela Aires 1948 ris a Mágica Branca ou a so, malandro .como se pode triotismo. Além disso, fugiu da O tema da que co- 416 pgs. il. «'

Domingo, 7-5-1950 LET R'AS E a RTES Página — 13

FRIO era apenas à frente, volto-me para olhar uma remlnlseénela esco- a cena essencial: a casa po- CABOlar, assinalada com o Ia- ITINERÁRIO DE CABO FRIO bre, com a chaminé fumegan* pli no mapa FTD, entre os do, uma criança esquiva jun- acidentes geográficos do IIto- ta de um gato na janela, ou- ral. Um nome apenas, sugeriu- 0TT0 LARA RESENDE tra criança num melo tronco do uma ponta de terra a entrar de árvore, a mulher que tra- pelo gélido azul do oceano (um balha, algumas galinhas eis- oceano neutro de lápis de côr, cando a terra, um cão que so encostado ao amarelo do con- espreguiça e dois porcos Imen- tinente). As vezes, nas lentas sos grunhlndo junto n cori- horas do estudo noturno, a di- nha, tudo participando da nâmica da imaginação passea- mesma preguiçosa inlimidude. na do lápis, saltando, va ponta E certamente o homem-pesca- desenvoltura, de um con- com dor, da noite virá ¦¦- ' que tarde tinente a outro, demorando \.^^^^^<'-^\-''-,^^-'^/''.'-' '"¦' - .«.':'.'"¦::"'*'*'"\V"'/{',' yv"v' ' 'v^i ,'w/, cansado do mar. numa ou outra ilha de no- menclatura mais sedutora e -X- misteriosa, ou na brancura mo- A igreja de Nossa Senhora fU% nótona dos manchados pólos, «ESBBBBBBBgiEjiWmgg^SS^BB^B^Bl^^:¦-;¦<,] Assunção abre sua porta sô- com es lobos de Jack London. |flfljg^^^^flpg*ifcry% jiJfjH:• bre a praça, tonia com a or- Cabo Frio nunca foi do "flamboyant". pouso fl|flfl^?flJfl^-^^>^"^fe^2wflJflJPflk^pflflBBfll-'^flByflflfl''«MM^flfllP^MWtKiiflWVlB9MnnElll(M «<' verde do A JHWwÈIÊfmÊÉmZJ^^m^^& --•-- *-*&T&*. £?ttÍ2J gia menino; era um nome apenas. iflpftB«2a|gBBft|^mm igreja é limpa e despojada, '^--twwWflfl^pflflflBHoSBn^ifll^TiW&r}^ flHfljnflfliníiflEwfl Hflíí^íKfljK^^^wK,'.. /' \^f* ¦•' *-j?mHB3 BBL com uma veemente proclama- ''t%^^-'"I cabofrienses, No homem, de certo ar aus- ção aos pregada Bp* à entrada. Nos muros vizi- tero que atravessava a barra, Wfflfâz^yi;y^mWÊM^^'^W^^^^^^ÊS^Vm^^ísBÍ I nenhum sinal existia de um nhos, o piche concita o povo à sindicalização c os operários antigo menino que inventava sobre o mapa-múndi, movido, Pm^^ . ¦¦"JÊÊÊÊBܦ à independência econômica. A igreja de São Benedito, na ponta do lápis, pela ener- perto wmW-^1HBl é mais velha e mais gia atômica do sonho. No en- PWimelÊÊÊÊm^m%, ^m\mWMÊ&ÊM WÊPmPmm da praia, tanto, os relâmpagos que ilu- pobre. Bem ao lado, humilde, minavam o dorso escuro das quase envergonhada, está a águas acendiam-lhe na alma Tenda Espírita. O espiritismo a sensação opressiva do medo, ' e o comunismo chegaram tar- um do primeiro pavor. Dentro do ¦bbbbHHbMÍ^/^^^WKS^^KmmmmW^Émí^ ^ de a Cabo Frio, e têm aqui homem grave, um menino os- ar mais postiço. O convento é cilante rompia a barra, ao lado de 1.686 e já aderiu à paisa- é de uma tímida menina, a WÊÈÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ''1;;^^^^ff^^^fffB^^feWliÉllMl gem. A alma, nestas plagas, companheira. que é um estado da paisagem. ,^^^P^^S^^R^^^PP^^Bíí^ÉbI¦ Há muito, a paisagem já Dois são os fotógrafos, um não tinha segredos nem .aspe- flliKkíP^^^^HBlK^r?I amargo e outro falante. Am- rezas. A lagoa docemente bos se esmeram em surpreen- anunciava o mar, íntimo da ¦JSj^*^| ^^«SsP^BVniI^^V^^R^^^^^^^^^BHçBBHI BJ flagrantes românticos da terra e de seus habitantes, ho- BW^E^V^ÉI^^^^^^Bral^lVlilin E der ¦bbbbBbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb^bmbbbbbmbbbbbbbbBbbbBbImbjbubW a mesa, vejo a mens rudes, meninos e bichos. cidade. Sobre bela fotografia de um homem Súbito, a ponte, como um arco de olhar aberto e chapéu de tenso, sobre as águas crespas. A "E' natureza, de beleza excessiva, palha. um poeta popular o retra- sufoca o êxtase e banaliza os notável", me informa Marinha — PANCETTI maneiroso. No outro sentimentos inflados com o ím- tista "atelier", o fotógrafo de cara peto da retórica. Qualquer de cidade e vã. A esta em busca de sei- tímidos. Tímidos e gentis são ja grande quente plantas amarga me fala de um Infe- anotação seria inútil e inevita- informantes casuais bastam: vagens. A mulher interrompe os que gente poucas palavras liz moço-poeta, de quem vejo velmente acadêmica: o céu lavagem de sua roupa abordamos na rua. Temos de barco, peixe, rede, maré, praia, a para um verso na capa de um ál- claríssimo, esbanjando azul, as informar-nos as repetir-lhes sempre a pergun- vento, chuva. A vida se espi- que plantas, retratos: Cabo Frio, águas, na transição entre a bum de ta, que eles não entendem de cha lenta no tapete do silên- só se encontram mais adiante, Na imensa lagoa e o mar, as casas bai- "restinga". a nova do mar. início a nossa língua áspera cio. Um silêncio cheio do ru- na A palavra soa inspiração de xas, a colina esplendcnte, o praia branca, e formal. Em pouco, tem-se a mor incansável do mar. familiar (em Minas, havia a o verso do mercado de ; Pancetti, pobre poe- pequeno peixes. impressão exata de que fala- Fazenda da Restinga), mas nos ressonân- Tudo envolvido na sensualida- ta municipal ganha mos outro idioma, língua su- Afogamos os sapatos na areia deixa perplexos. Alguns passos A noiva do de máscula da maresia. Jun- cias de um Camões. mar se no espetáculo to da pedra batida de espuma, prepara, fabuloso do crespúsculo ,para a quatro alegres, de uma garotos noite. ilegria oceânica, arrancavam boda com a 1'água um peixe. Todo o uni- perso, "TIMÓTEO", nas suas orbitas infi- A1 noite, vendo a porta fe- nitas, O PRÓXIMO existia apenas para en- chada apenas com o trinco, quadrar aquela cena luminosa pergunto se não se esqueceram de felicidade. Ali, no milagre ROMANCE DE CYRO DOS ANJOS de trancar a casa. Dona Con- de quatro crianças e um peixe ceição me informa, com abso- emergindo das águas, o mun- luta naturalidade, que não há do era feliz. ladrões em Cabo Frio. Duran- I A sua rápida passagem poder. E' o romance de um ho- herói da história. E' possível f^ te todo o dia, a casa \yA pela cidade do Recife, mem em plena maturidade. que fique como titulo defini- perma- sempre sem Todas as ruas vão ter ao «*>• ^ em março próximo pas- Mas prefiro não antecipar cer- tivo". nece aberta, quase o romancista Cyro dos tas coisas. No geral os planos ninguém para guardá-la. Para |mar. O mar é o princípio e o saâo, Inquirido sobre se o seu novo entrevista •:*:-.'..v.v. -.v.-.v.v*.*.-.- ¦ -. ¦•:-.•.•.'-•.•¦-¦-¦¦:¦.•¦' ;-¦¦'¦:¦'¦'¦:-:¦¦ >Xví*.vívW:l se ter aqui com o viver, fim de tudo. O cheiro salgado Anjos concedeu uma "Diá- romance se coloca na linha da que suplemento literário do "á não roubar. Basta de impregna a as ao ficção clé", declarou: é preciso peixe praça, rio de Pernambuco", a pedido "Não, rede, casas e as coisas. As árvores, de modo algum. Pode- uma canoa tosca, uma do escritor Mauro Mota, que o rá inspirar-se ou o mar c na luz matinal, um em fatos da atua- um anzol: gênero- ganham autor de ABDIAS considera liáade e, aqui e ali, fixar ca- dei- fulgor de. escainas. Os transeun- "uma voz lírica, um au- mW- æ/¦ WtÊk so e, avaro ou perdulário, grande racteres observados na vida cor- xa-se furtar de abertas» tes têm um ar gingado de em- têntico . poeta cujo canto nos rente. portas mmÜw Mas, tudo isto mediante sem barcadiços, de coisa marinha, emociona de verdade". Depois IgÉíWi;f: •>¦:.VÍSiííJíS^HBii alterações tais, na contextura protestos. com encan- ,- íZ3íB:' insulados na ponta de terra. de aludir particular 9rcmwí&;tíy*t*:: ¦'¦WErv^?&'^jKm:,¦*,' íntima de acontecimentos e dos —x—- y to às do Recife, que : ^5gKJSfa^áSatfly^'<^BBM>- Um homem um paisagens ^HfiMHSN&£#etfp personagens, que se deixará a passa levando tanto seduzem o visitante, por Depois do mar, é o vento o peixe. Dois debatende-se realidaãe à âistância. Para cer- peixes, insistência do repórter o aãmi- ta grande íntimo da cidade. To- ainda vivos, na mão de ¦ri V í*4êê$ família âe escritores, não há passam rável estilista e técnico âa arte nenhum atrativo no ro- dos sabem a direção em que uma criança. mar as seguintes "á gênero O está pre- romanesca prestou 'xMSmy mance clé", A graça está em sopra e o distinguem, pelo no- sente em sobre o novo ro- ::;:;sHH^í.v¥;.3M3B(*mBÊmic Jwkiuiái!* /w$ffll®&&v--: tudo; o mar é á declarações criar, em compor. O que os ten- me, ao primeiro hálito sobre a grande realidade. mance está escrevenão: ymÈflÊsL*ÊkM*mmm- Com certe- que '¦&t&rfmmmm&*™&'fx - ta é a realidade possível, e não pele. O vento trabalha, infati- za, esses homens, "Comecei a escrevê-lo há cêr- ¦¦: >mhí«%: a realidade ao fim da presente..." gável, nas salinas e se diver- rua, continuam ca de dois anos, com largos in- sua caminhada êÊÊSê* ÊÈm E' interessante assinalar te, boêmio, assobiando nas ca- tranqüilamente sobre as águas. tervalos de interrupção. Não que antes de senão Cyro dos Anjos um dos suarinas e nos coqueirais. Na Porque aqui, onde a natureza acredito que o publique ^Bw8fBJ^3»Bs8PEí* outros dois anos. Tanto no te- escritores mais compenetrados praia, mobiliza a areia fina ter restaurado or- ::t:#ISBili;' iParece uma ma, como na técnica, será livro da missão da arte, para quem para a plástica das dunas. Na quebrada, o milagre não na o ritmo da vida moderna não |dem bem diferente. Escrevo-o •;-';XvXviiv/ivi^í.vii-^rawáSRíf' ¦¦'¦ * ¦'.'¦'¦-'•¦>'¦¦'. madrugada vadia, o vento chi- espanta. ::^^^^:•.•^;-:¦^:¦^;-!•;¦^!'¦>!í^'¦! :¦'¦ ¦7w"*'HSp*. «¦/¦'¦'¦¦ •¦¦:•¦•:-:¦ v"íí;%->>; influi na lenta elaboração âa terceira pessoa, quando os ou- coteava o mar nas do "O -Cyro Aífjõs" swa~obra,é~ao mesmo tempo um pedras -X- tros (refere-se a amanuense dos forte, até a aurora irromper Belmiro" e "AMías^TJõram és- romancista de grande público sôbrc a vastidão atlântica. De- O jeito feliz e sereno das critos na primeira. E^agora não falham: a vida própria que bro- entre nós. A demonstração in- Jessoas, tão diferente da cl- é mais a experiência amorosa ta na obra costuma tomar dire- contestável disso está na tira- pois, se aninhou mansamen- imprevistas..." — quis re- de mil volumes, duna, co- dade turbulenta, repousa e nos que dará a tônica da obra: seu ções gem"O quarenta te por trás de uma campo é mais amplo, mais am- matar o ilustre romancista. de amanuense Belmiro", há mo uma serpente ao sol, até o l^Sbrc a alma cm simpatias. Os — "Saraiva", bicioso, como imagem da vida. Como se chamará o livro pouco lançada pela desvarux farçons, que servem os mais — insistiu o repórter. soube assim próximo Se as malhas do amor envolvem "Provisoriamente, que aliar o sentido TpJeiosos camarões da Améri- central o ave o dei-lhe o comerr-iã1 ^m a elevada cate- o personagem, "Timóteo", Rio, abril de 1950 Latina, são geníüíssimos c domina é. morem, a paixão do nome de que é o do goria do autorK Página — 14 LETRAS E A RT ES Domingo, 7-5-1MO "—T" 1 ^/" AO SERÁ impossível magos primitivos suo, isto sim [^ | ré- resíduos de remolí.ssimas r^y~ compor a história da ei- INGENUISMO ETNOLÓGICO civiu' • •*• nologla cm seus zaçoes. o estudo de suas im". traços fórmulas marcantes. E gostariamo.i de guas, mágicas, 'tls. o tentar, agora, se trumentos, em comparação com nüo nus bar,- sua tasse, para o nos.so fim, inclinar HERBERT PARENTES PORTES atual incapacidade, çi..-Xl alguns dos seus momentos fura de toda dúvida qm» SL mais "arcaicos" e não "primitivos- Interessantes do ponto de vista . Alguns deles se encontram cm' psicológico "élo" mais fre- Em primeiro lugar: lembra- estabelecer um entre o aplauso universal e eminentes Um dos recursos plena decadência biológica. Ai homo faber e os diversos tipos graves e solenes as quentes dessa imaginação é a mesmo tempo, alguns iiuli/l- mos as memórias dos romanos* "homídlos' proiessor.es — sobre povos estranhos, de que iam suvgin- apregoaram en: nome da ver- analogia, v: mediante trans- duos entre esses primitivos, re- que cio tão terminológicas a tirados em tempo i nunca julgaram, talvez, paien- à medida que as entranhas dade cientifica, caluniada posições que do convívio tes seus, no mesmo sentido em da terra iam ciando letras para como a liberdade democrática. sociologia chegou a dispensai- com os adultos, se mostram que a biologia nos acostumou soletrarmos a origem animal da Outra idéia que nos ocorre em se de método próprio de obser- capazes de ganhar o sentido de a pensá-lo. Dizem destes — espécie humana. face do risco de descambar da vação. BasLava que as outras nossa existência. Núo somos dos celtas, dos soxões. dos orl- E' o tempo em que aquela nossa inteligência, seja qu.tl ciências os tivessem. A sócio- nós brasileiros que vamos m- nossa tendência a regres- logia se contentava de ar.alo- surgir-nos entais em geral e de outros — para for o seu estado de lucidez e "operadas". contra essa verdit- coisas de absoluto Interesse são à fantasia infantil se de::- sua disciplina, — estou ptín- glas literoriumente de. Somos testemunhas de'n, a mas, de mislura com isto, di- dobra em romances mirabolan- sando nos gregos, em primeiro Bergson denunciou êsse recuv- cada momento. tes descobrir nos "prlm;- lugar, — é esse risco couto responsável tantas Em nosáos dias. sem mais coisas de uni absur- para que é SO por "ingenuismo ainda preva- do infantil. ti vos" sinais de animalidade. tanto mais iminente, quanto confusões reinantes entre aá- lece o etnológico" E conheciam os métodos his- Não interessava provar que menor é o lastro de experiân- bios de diversos campos de pes- de modo alarmante. O comu- tôricos dos gregos. E faziam eram homens. Era vê-los e cia do espirito. Assim, o pen- quisa. nismo marxísticb velo lhe dar história, em bom sentido mo- logo senti-lo como evidência. go de recairmos em astrologia Com respeito à etnologia, os uma cor muito viva que. de demo. Somente, quando deixa- Então, o esforço da ciência de- é cada dia menor por virtude desmandos do regressismo psi- certo modo. se ajusta bem ans ram o seu mundo, abismavam- via ser oposto ao da evidência. dos anteccdcnles e da c.trtuu- cológico atingiram o cúmulo. seus processos de lutas. Acredl- se em unia atmosfera fantá^ti- Cabia-lhe provar que por trás ração da astronomia. E' esse O mesmo Bergson chegou u ta-se. como criança, na pe»íi»j- ca, inverossímil. A coisa não dessa aparência, havia no se!- lastro que defende a ihteligên- figurar a hipótese de que, em ção. na retidão, na absoluta teria maior importância, se nao vagem um bruto meio homem e cia diante dos fatos novos. A futuro remoto, os paleontolo- naturalidade, em suma. na meio animal, como tanto? confiança no senso, objetivo mais estranha "normalidade" assistíssemos, depois do cri;'ia- do gistas continuadores dos de "clan". nismo, a repetições da mesma monstros mitológicos. sábio deve ser fundada em sua hoje. ao descobrirem numa ca- dos homens do ao tendência. A saber: cadn vez Escreveram-se montões do capacidade adquirida. Este sen- mada de terra a definição do mesmo tempo que se Irrogatn que o homem, seja qual for a obras para mostrar como esses so não se transfere de uma "homem" dada por Pascal. — aos povos cultos de hoje os vi- sua cultura, se desata do seu esboços de humanidade brota- atividade para outra. "1'homme c'est un roseau i en- cios mais degradantes e as fra- mundo histórico, perde o sèlfeo ram da pura animalidade. En- Eis como .cant". — certamente discorre- quezas mais vergonhosas. "cemitério se explicará telvv/, "idade objetivo e cái em perplexidade, tre essas ficções está a tentai i- o de hipóteses" so- rão. largamente, sobre a E' um quadro de espantar numa como regressão mental va puramente lívresca de En- ciológicas de tantos naturaliü- vegetal'' da humanidade atual. este do ingenuismo etnológico: ao estado fantasista da infáii- gels para dar a origem da fa- tas, — mecáriicistas e or

(Conclusão da 12.* pág.) ²"Atrevido embaixador... ou- fosse ca*- sadamente me deste a... a tua quando assaltado o seu CAVALHADA embaixada. telo pelo rei mouro. Volta e diz a teu rei Não acontecia o mesmo, porem, s qui?... que... vai k". com major Exuperio. caboclo es- suicidar-se, é obstada pelo rei ronsigo a O nomaço saiu com grande es- o princesa, ao som de um dor. Sua exaltação atingiu o cll- tardalhaço «abanado e bom mas pouco mouro, compelida depois a segui- dobrado da banda Euterpe e ao sob o estrondo de um^ peão Io. max quando este, usando do mes- gargalhada coniagiante que em. versado em matéria de letras. Exclama: espoucar de foguetes. Jucá Fero* mo diapasão, disse, ²'iMéu Deus! será mim; brandindo rai- poigou toda a assistência. Velha "diferença" do Bento ta- Que de não deu de mão às armas porque vosameute a lança em tom de Amparai-me!...'.' estava desprevenido. pro- O embaixador cristão sorriu e fubá, este não tirava os olhos do Ficara previa- vocação.- disfarçou. Deu volveu me.- Nesse momento Jucá Feroz não mente estabelecido ninguém "Eu de rédea e seu adversário sem perder os se conteve, desabafando: que _— sou o Embaixador crls- ao seu soberano para transmitir nores detalhes da sua atuação na as conduziria naquele dia. dei- tão., que venho da parte do meu ²Miserável! xando-as em casa. a resposta, não a real, porque ® doce e ansiosa expectativa de uni Se eu tivesse no Ju- Rei dizer-vos que entregueis a sua rei mouro, ao de comoadre Nolasco, não Bento Cafubá acompanhou livi- filha invés de enunciá-la, completo fracasso. Os debates gar tu ou que vos rendais à fé ca- cobriu de pesado labeu a rainna eram longos e não seria possível levava a princesa no fácil, ainda do o desenrolar dos outros lances tólica e que, se o contrario fizer- mãe. ao major guardar em sua cachola que fosse preciso espichar teu cou- onles do entrevero final em que des, estará disposto a atravessar- ro! teria lugar a derrota do exército Cessada a agi cação motivada pe- primária todo o fraseado empolado vos com sua venccJora espada". Ia mancada do major Exuperio, as do dranulhão medieval. Acompa- ²Não se altere não sen Jucá. mouro, Ante esse ultlmatum. major o outras partes da peça tiveram seu mhava com indisíarçave! interesse que isso é do papel. Ela tava que Antes di» se Xwir a batalha hou-- Exuperio perdeu de vez o domínio voltar ve desênipi-iiho normal, rematando a os vai-e-vem das personagens in- de novo e no fim tudo vai sucessivas trocas de mensagens de si. úítima ret tegrantes da cena em bre- dar certo. — disse Bento Cafubá verbais intermédio nos embai- IKrigiu-sc com a apresentação do que ia por fuiioso ao embaixaaor mouro depois da estrondosa derro- ve se desenrolar. para acomodá-lo. sa'lon>s de um e outro soberano. cristão e começou a gaguejar por- ²Tá na hora dos debates, seu Uma salva rt>.> da parte O rei mouro, cada vez mais cheio ta. Humilhado, em frente ao P*- palmas que se esquecera naquele momen- Ianque do rei cristão, dirigiu-se â «luea. Àncê pôe sentido no que dos torccfíòrefi Ha ntíijqr .RXüperio de empáfia, respondia com arro- to do deveria que responder de princesa: vai fazer o véi Exuperio. Prá mim, coroou sua saitla triunfal levando gancla às Ultimações do embalxa- acordo com a deixa: ²"Eis-me ele vai ter um "fracasso". submisso aos vossos pés, soberana princesa: Maior dos Acometem os mouros, seu rei ã "de mortais, fui finalmente vencido frente, para tomar surpresa" por vosso pai porque somente êle o castelo e levar à viva força a poderia fizê-lo. Eu me sujeito ao». princesa. Seguem-se os primeiros A V ENTURA vossos preceitos e juro fidelidade diálogos, saindo-se com toda a na- às vossas leis**. turalidade o coronel Nolasco. Jã o Seguiram-se ti- da 5* as corridas para major Exuperio, antevendo a bre- (Continuação pag.) última hipótese fez correr uni fronte. E como assim permane- rar argolinha e tudo acabou bem. Ve inevitável e tomada da prin- frio pela minha espinha, mas cesse, aflito, semi-debruçado à Contudo, ainda pairava uma d«- cesa, deixava-se empolgar pelo ar- «asa, um jardim, uma árvore vida no espírito de Jucá Feroz. rebatamento emprestando mais na verdade não cheguei a cou- amurada que separava o pátio florida em cuja sombra nao Pediu esclarecimentos ao Bento ênfase a outras frases que se su'- elusão alguma. Aliás, não ousa- da rua, julguei perceber que o Cafubá: cederam, as quais já cheiravam a imaginasse palpitar a sua ca- va chegar, não tinha forças gerente me fitava com curiós»- ²No final, êsse "suplieante" de- Invectivas: beleira quente e misteriosa. suficientes, nem mocidade, nem dade: consigo mesmo deveria pois de andar de déu em déu com ²"Jnsolente cristão! Não obs- uma moça donzela "arreparou" » No dia seguinte, muito ligeireza, para renunciar as- indagar o estaria tante terdes falado atrevidamente, antes que fazendo mal? Quero saber como é que tt- declaro: Eu sou o rei da Turquia, da hora do almoço já estava sim tão prontamente aos meus eu ali. Não trouxera bagagem, cou esse acerto. perseguidor dos cristãos! Governo sentado sob a Disfar- pobres sonhos do dia ante- não devia ficar. Êsse raciocínio ²Uai seu Jucá! Foi batizado ©s astros, governo a ferra e toda paineira. rior... Fora tudo tão depressa, arrebatou-me e depois se casou. a força humana vem tombar aos çadamente procurava meus os últimos restos ²Prá mim, não está bem certo meus pés. Nasci pagão e pagão hei companheiros do dia anterior, e nós velhos somos tão tardos de tranqüilidade. Naquela tar- esse final. "Vadiação" dessa na- de "morrerei". Nas me nu- guerras reconheci um ou dois, mas o para recebermos emoções assim de, mais uma vez, de turèza padece sangue, compadre tri e nelas aprendo a perder o nie- percorri Nolasco "sentar" * resto composto violentas, sejam de naturc. ch arrete toda ilha. devera de nele do da morte". me pareceu um quer a Sondei os "ferrage" com aquele espadagâo Bento Cafubá, esfregando as de faces estranhas e expressões xã alegre, ou triste, quer sejam bares mais recuados, os grupos que tinha na cintura. Alas, essas mãos de contente, grita entusias- hostis. Bebi vários chopes, inéditas ou apenas renovadas de turistas abrigados à sombra espadas da guarda-nacional, que mado para o Jucá Fero?.. "short" foram feitas prá brigar, acabam — "Hei de morrer", seu Jucá! muitas mocas de des- em nosso coração cansado... das pedras, as praias desertas, j "bestage", perdendo a serventia. Enfim, co- ²Deixa de menino. filaram diante de mim, escutei A noite me surpreendeu me- inflamadas ao pôr do sol. os mo lá diz, "em todos causo, cau- Ainda é cedo prá isso. o relógio bater horas, mas não lancólico e abandonado. Mesmo cais cheios de gente, as casas so". Deixa prá lã. áficas, os acadêmicos progra- zem-no um grande espírito mento" do brasileiro seja esta- AVEHTIM Recentemente acaba de mram duas grandes obras em cional. belecido tabelas nacionais, PRÊMIOS DE 1948 E 1949 "Dicionário de Brasilei- conquistar a cátedra cm uma por (Conclusa», da pág. 14) IJUO: o "Dicionário estudadas e descritas pelos pe- rismos" e o da Lín- das Faculdades da Universidade a barca, [números dos dagogos e psicólogos patrícios, A Academia adotou como pra- tomavam rua". Foi, aliás, 1910 um ano de do Brasil com a bizarria Uterã- cigano aos culmi- xe distribuir os prêmios vezes acompanhei por grandes planos c iniciativas: predestinados pontos rios de um ano dois anos de- "short" via io longe — a concessão do nantes da profissão que abra- um que marcou também Esse atraso entristece os de rápida nimeiro Prêmio Literário da çou. Escritor elegantíssimo, cli- pois. c, nestes minutos concorrentes. E fazendo-se eco ilusão, meu coração batia tão Academia, instituído pelo arren- nico agudissimo, didata admira- André Gide e concorreu- companheiro das reclamações dos descompassado, datário do Teatro Municipal. vel, o nosso jamais tes, falou na última sessão do sr. forte, tão que com a temeu as concorrências nas li- mesmo, Mas só depois de 1917, Roquetc Pinto, para pedir à eu perguntava a mim morte do livreiro Francisco Al- des da inteligência e da cultura, Amado vertigem era aque- nos Jorge Academia que distribuísse êste atônito, que ves, que lhe doou. em testamen- nos hospitais, nos concursos, ano mesmo tempo os veneno eu tinha a de espiritualidade, en- MAIS recente volume do ao prêmios Ia, qual o que Io, uma grande fortuna, pôde prêmios "Journal" de 1948 e os de 1949. Além dis- Ingerido. A noiie, misturei-me de Machado de Assis fim, na gracHidade dos vence- de André Giãe, Casa to, propôs também que, ao invés descuido a multidão inaugurar com proveito e conti- deres risonhos. O livro que aca- o que vai de 1942 a 1949. como por do de prêmios em dinhtiru, tão de esperavam a ho- nu idade um largo programa de ba de publicar indica a força traz, com a data ãe 6 de abril encarregasse a Aca- jovens que domina. Os co- modestos, se — e a si- atividades culturais. Desde en- triunfo que o de 1943, a seguinte anotação: demiá da dos livros ra do cinema quando hoje distribuiu a Aca- mentários e as conclusões do "Os livros recomendaáos publicação rena soou, investiguei aflita- tão até já por... premiados. Tal sugestão, entre- demia cerca de Cr$ 600.000,00 autor dão-lhe logo demonstra- outros raramente são do nosso mente os se apres- do mestre tanto, tinha um inconveniente: pares que cm prêmios, tendo publicado çã0 radical do valor só beneficiava os livros inéditos, savam. temendo encontrá-la, — "Coleção e do ciente. A rica bibliografia numerosas obras e a maioria dos concorrem deseja ndo-a ao mesmo temo;», Afrânio Peixoto" — do mais ai- assinala a soma dos conheci- que aos prêmios acadêmicos, o fa- vencido, exausto. to valor para a cultura brasilei- mentos acerca do assunto, A clareza exposição ia-Io Ime- zem com livros publicados. A raça história do nosso pensa- da solução talvez fosse a Sim, é certo, nunca mais x mento literário. Em 1923 tiveram diata mente dono da pena e da que pro- pôs há três anos o sr. Peregrino vi. E nem sequer Indago o que início as Publicações Acadêmi- palavra. As conclusões são mo- dos ela ao sentar- dernas e irrefutáveis, e lé Júnior: a elevação do valor teria procurado cas, com seis volumes das Obras quem dez mil cruzeiros. se à minha mesa, havia de Gregório de Matos; a "Pro- o volume acaba senhor do tema, prêmios para quando tão cheio de fatos e conquistas tantos lugares vafros em torno. sopopéia". de Bento Teixeira; HOMENAGEM A AUSTREGESILO os "Tratados", de Gandavo; a que conduzem o sábio a ferrar Talvez quisesse apenas explorar "Viagem", no seguro dos conheci- o almoço, é certo, mas de Hans Staden; os porto Li- porque "Diálogos do mentos contemporâneos. A do- A Sociedade dos Docentes nâo voltou, não expio- das Grandezas vres da Faculdade Nacional de porque Brasil"; as "CartasJesuiticas", cumentação cientifica, sólida e rou mais uma tão fácil? Medicina prestou uma bela ho- presa de Nobrega c Anchieta, etc. Fo- abundante, demonstra o saber Valeu, valeu ao menos do autor, e a minúcia das menagem, na Santa Casa, ao pela r;»m publicadas ainda algumas pes- no ilusória c sensação obras estabelece a energia so- prof. Austregés-Io, e êste fez, passageira dos patronos da Acade- quisas momento, uma deliciosa cenfe- me trouxe -r mia: Pedro Luiz, Adelino Fon- lar do nosso companheiro. Per- de mocida.de que rência sobre a sua carreira de segui toura e Artur de Oliveira. Qua- cebe-se logo o escritor, o aguça- se tantas vezes depois tro edições fac-similares foram do clínico e ao mesmo tempo o professor. com o olhar atormentado o des- feitas, das edições príncipes de elegante expositor. O comenta- füe de pessoas pelo pátio, nun- Basilio da Gama — "O Uni- rio e os remates são expressos 70 ANOS ca mais no entanto voltei a de José Bonifácio, — em linguagem serena e segura: guay";"Poesias Luiz Edmundo completa, êste sentir a embriaguez que me to- de Américo Elysio"; não há dúvidas nem parolagem: — mou naquele instante. de —- "Que- e a verdade aparecem ano, setenta anos e nem pa- Machado de Assis. a lógica Quando regressei, era defini- da as mulheres os serenas e dominatloras com a recc. Mas é prudente esclarecer: que têm para " ", vive das rendas, não sai de casa ti vãmente um velhr tolos", de Castro Alves, — claridade do glorious day André Gide esm «sv.-^^TOaa vs^nHsnmn gosto, e algumas experiências recentes me advertem: ,bem ra- i ros são aqueles que se interes- sam pela literatura. Amphoux me emprestou anteontem um Letras e Aries NOTÍCIAS DE PARIS romance traduzido ão inglês que, OIREÇAO dizia êle, lhe fizera chorar de Depois de um trabalho de cinoc anos, Albert Camus terminou"ra- rir: "O senhor vai ver; nunca seu "Essai sur Ia Revolte". De passagem, por Faiis, o autor de D* ligüià" li nada. tão espiritual e tão ca- fez esta declaração, que poderia definir nossa época:."Donne.5 tempo une police » Bouvard et Fecuchet et vous aurez le XXième síècle". tivante. E' ao mesmo •_._ uma narrativa de aventuras e _ JORGE LACERDA -oOo- uma caricatura muito hábil, e COLABORADORES: maravilhosamente bem sucedi- da, do caráter irlandês". O tal Adonias Filho, Afrânio Coutinho, Alcântara Silveira, Alceu Amo- Lm grupo de pseudo-inteleefuais de St. Germain des Près dis- roso Lima, Almeida Fischcr, Almeida Sales, Alphonsus Guimaraens. farçados igreja de Notre ,Dame durante livro caiu-me logo das mãos e em monges se introduziu na Amphoux aue Filho, Álvaro Gonçalves, Anibal Machado, Anor Uutlcr. Maciel, An- uma missa pondo-se, em seguida, a dizer ignomínias. Os suíços não ousei dizer a tonio Rangel Bandeira, Ascendino Leite, Augusto Frederico Schmidt, conseguiram afastá-lo quando já estava prestes a ser linchado pela não tinha lido ainda nada tão Augusto Meyer, Batista da Costa, Breno Acioli, Brito- Broca, Carlos multidão. medíocre, tão trivial e tão ca- Drummonã de Andrade, Cassiano Ricardo, Cecília Meireles, Chrts- ceie. "Not worth metionning", tiano Martins, Ciro dos Anjos, Clarisse Lispector, Cláudio T. Barbo- e já me esqueci do titulo do li- sa, Dalton Trevisan, Damaso Rocha, Dantas Mota, Dinah S.•¦ üe -oOo- vro e ão nome do autor. Queiroz, Eugênio Gomes, Euryalo Canabrava, Fernando Ferreira üe Jncontestàvelmente in elhor, Loanda, Frankíin de Oliveira, Geraldo Ferraz, Gabriel Munhoz da "Bahia Aocha. Guerreiro Ramos, Gustavo Barroso, Gilberto Freyre, ilcrberi Fscritores que não têm outra coisa a fazer, iniciaram, pelos .ior- de tous lés Saints" de Parentes Fortes, Herman Lima, Jayme Adour da Câmara, João Con- nais da manhã, um amplo debate — "Pour ou Contre" — onde Jorge Amado, romance brasilei- de, Joaquim Ribeiro, J. P. Moreira da Fonseca, José Lins do Rego, vêm sendo veiculadas as respostas de Paulhan, André Breton e Pierre ro, que me empresta Flory com Jorge de Lima, José F. Coelho, José Geraldo Vieira, José Simeão Emmanuel, que se manifestam pró ou contra aquilo que, para uns, uma recomendação calorosa. Leal, José Tavares de Miranda, Josué de Castro, Josué MonteUu, constitui um ato de heroismç e, para outros, uma aventura banal. Mas não pude interessar-me por Leony de Oliveira Machado, Ledo Ivo, Ligia Fagundes Teles, Louis Eis enfim para onde pode caminhar St. Germain des Près. quando Wiznitzer, Lopes de Andrade, Lúcio Cardoso, Luiz Jardim, Manueli- é mal com- essa narrativa completamente a lição de Jean Paul Sartre, ou de Nietzsche mesmo, sem espes- to de Ornclas, Manuel Bandeira, Marcos Konder Reis, Mario da Silva preendida. linear (auero dizer: Brito, Mario Quinlana, Marques Rebelo, Murilo Mendeí, Novelli Ju- sura). unicamente discursiva; nior, Neli Dutra, Newton de Freitas, Octavio de Faria, OHmpio Mou- algumas ¦ -oOo- reconhecendo-lhe qua- rão Filho, Oliveira e Silva, Otto Maria Carpeaux, Paulo Mendes Cam- lidades de apresentação, mas pos, Paulo Ronai, Peregrino Júnior, Péricles da Silva Ramos, Rena- muito vulgares". to Almeida, Renzo Massarani, Ribeiro Couto, Rodrigo M. F. de An- Bastide, Rogério Corção, Roland Corbisier, Rosário Fus O projeto de uma livraria latino-americana, «.ue colocará o Bra- Como se vê, André '~'pòf"""Wür'Gide não drade, Roger sil Esta iniciativa Santa Rosra, Sérgio Milliet, Servulo de Melo, Sn- õm grande evidência, está em via de conclusão. morreu' ãe" amores Elia, Sylvio dá T'u'nha-, Sônia Regina, Tasso Temisto- constituirá um na tarefa de aproximar as c»ltu^ dos melhores livros vio da Silveira, grande passo contato Morto", um I'Ctf,ítabem~Biafpra,cies Linhares, Thiers Martins Moreira, Umberto. Peregrino, Van Jaía, latinas porque os franceses poderão, desta forma entrar em ãe Jorge. Amado. Um malicioso com Vicente Ferreira da Silva, Wilson Figueiredo, Wiííy Lewin, Xavier os nossos poetas e romancistas mais proeminentes. que acabou de ler essa nota nor Placer. cinta ãe nosso ombro, comentou: "Isso ILUSTRADORE3: 0O0O não vai abalar o Jorge Êle e todos os comu- Amado. Alfredo Ceschiatti. Armando Pacheco, Athos Bulcão, Marcelo nistas vão dizer que Giãe disse Simon, Grassinann Marcier, Favga Ostrower, Iberê Camargo, Luiz Jardim, Procedente do Rio, chegou a Paris o prof. Michel que isso poraue, depois aue romneu Noemia, Oswaldo Goeldi, Paulo O. Flores. Paulo Vincent, Renina aqui permanecerá durante os três próximo» meses,_ com o copiuvismó, tnrxou-0". v.m Katz, Percy Dcane, Santa Rosa, Van Rogger c Yllen Kerr. reàc-ovÁric. inr,aio ão capiialis- mo americano". ^BMBBMBMBMMgMaÉBBBaBMHI^^ XBiCT^ffffljsíaEiaiaíEiKiKi*-*» Letras e Artes RIO DE JANEIRO, 7 DE MÁfo DE 1950

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Ilustração de SANTA ROSA CANÇÃO DO MEDO

A" VIDA ESTÁ SEMPRE ESCONDIDA O QUE ESTÁ POR ACONTECER., SEU MO GRANDE, SEU FEROZ SEGREDO. O MISTÉRIO QUE NOS IRMANA, É A MORTE < NÃO ..">-¦ QUE ME PÕE MEDO; KPOR QUALQUER COISA DE DIVINO» ÍÉAVIDA, A OUTRA CRIATURA HUMANA DESTINO, NOTURNO DESTINO FERE-ME OUVIR, DURANTE A NOITE, QUE SABEMOS ESTAR NOS ESPIANDO 0 MEU CORAÇÃO FUNCIONANDO... COMO UM MISTERIOSO CONVIVA POBRE CORAÇÃO ERRADO PELO OLHAR DA PESSOA VIVA CULPADO DA MINHA ALEGRIA. NÃO É A MORTE QUE ME AMEDRONTA- PARECE QUE 0 OUÇO, ALGUM DIA, É A VIDA. COMO UM MÚSCULO QUE SOLUÇA - f A RETIRADO DO MEU PEITO HÁ UMA ROSA RUBRA, É A ROSA JÈ AINDA VIVO, SOBRE A MESA, DE SANGUE QUE FICOU NA CALÇADA, PARA ALGUMA EXPERIÊNCIA RUSSA. DEPOIS DA FÚRIA HOMICIDA. JNÃO É A MORTE QUE ME INTIMIDA, AS ROSAS QUE ERAM COR DE ROSA | A VIDA. AGORA ESTÃO BRANCAS DE MEDO. NÃO HÁ NADA QUE ME DESPERTE NÃO É A MORTE QUE ME PÕE MEDO; - IMAIOR TEMOR DO QUE O DESTINO É A VIDA CASSIANO RICARDO

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