PREFEITURA MUNICIPAL DE LAGOA VERMELHA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CULTURA E DESPORTO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 2015/2025

LAGOA VERMELHA, MAIO DE 2015. PREFEITURA MUNICIPAL DE LAGOA VERMELHA-RS SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CULTURA E DESPORTO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 2015/2025

Prefeito Municipal: Getulio Cerioli Vice-Prefeita: Ana Catarina Lenzi Pacheco Secretário Municipal de Educação: Ranyeri Berlatto Bozza Presidente do Conselho Municipal de Educação: Salete Terezinha Soares de Lima Comissão Geral do Plano Municipal de Educação: Ranyeri Berlatto Bozza, Salete Terezinha Soares de Lima, Rosa Valquiria Velozo Leal, Joscelaine Carneiro L. de Lima

Fórum Municipal de Educação Poder Executivo: Leonardo Campos Brehm, Mônica Aparecida Bressan de Vargas SMECD: Lemira Bueno Andrighe, Viviane Prates, Cleila Cecchin Nunes Educação Especial: Ana Carla Foscarini, Eleone Merib Machado Poder Legislativo: Márcia Silvana do Carmo, Augustinho Taffarel CME: Joscelaine Carneiro L. de Lima, Salete Terezinha Soares de Lima, Augustinho Taffarel Conselho Tutelar: Sandra Farias de Lima, Roseli Maria Rech Franciscon COMDICA: Roberto Dalle Molle, Vanessa Duarte Brambatti FUNDEB: Margarete Pereira Arruda, Dilma Terezinha Dal Prá Montemezzo Conselho de Alimentação Escolar: Marilva Galvan Mendes Moreira, Divonir Maria Lemos Zago Professores Municipais: Loreni Terezinha Alves Padilha, Dalmira Bombassaro Grau Professores Estaduais: Cleonice Salete Boeira Bao, Maria Raquel de Abreu Rates Professores Universitários: Ilse Ana Vanzin Boeira, Sérgio Menegaz Alunos Universitários: Dalva Aparecida Borges da Rocha, Andréa Bazzo Associação de Moradores de Bairros: Adelar Paim Ribeiro, Claudete Maria de Barros da Costa Educação de Jovens e Adultos: Ivânia Maria Nunes de Lima, Roselene Maria Bozza Dalle Molle Pais de Alunos: João Vicente Barreto da Costa, Joarez Lorenson Alunos da Educação Básica: Isadora Fappi, Henrique Grigol, Eduardo Bramatti, Paola Vitória Ribeiro Garbin

Eixos Temáticos Eixo I - Gestão Democrática dos Sistemas de Ensino e Regime de Colaboração Coordenação - Salete Terezinha Soares de Lima, Joscelaine Carneiro L. de Lima Eixo II - Garantia do Direito à Educação Básica Coordenação - Cleila Cecchin Nunes , Viviane Prates Eixo III - Acesso e Expansão do Ensino Superior com Qualidade Social Coordenação - Ilse Ana Vanzin Boeira Eixo IV - Educação e Diversidade, Justiça Social, Inclusão e Direitos Humanos Coordenação - Ana Carla Foscarini Eixo V - Formação e Valorização dos Profissionais em Educação Coordenação - Loreni Terezinha Alves Padilha Eixo VI - Financiamento da Educação Coordenação - Mônica Bressan

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APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Educação de Lagoa Vermelha foi reelaborado a partir da instalação do Fórum Municipal de Educação, do qual se formaram Comissões de estudo dos Eixos Temáticos e das Metas constantes no Plano Nacional de Educação. A partir de tais estudos, elaboraram-se diretrizes de acordo com a realidade local.

Sendo a reestruturação de um Plano já existente, o objetivo principal é reforçar as ações que norteiam a política educacional do Município, baseando-se na Lei nº 13005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação, o qual traça diretrizes, metas e estratégias para a educação. Desse modo, este PME pretende assegurar uma gestão democrática, proporcionando ensino de qualidade a todos as etapas de escolaridade da incumbência municipal, ampliar o tempo de atendimento aos alunos, elevar a escolaridade da população, qualificar a educação profissional, garantir formação e valorização aos profissionais da educação e ampliar os investimentos na educação municipal.

Objetiva ainda, contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, realizando uma educação efetivamente inclusiva.

O Plano Municipal de Educação projeta políticas e fixa objetivos para a educação municipal, responsabilizando-se pelas demandas e respectivos recursos para sua atual rede e seu crescimento, com diretrizes fixadas neste documento.

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CONTEXTUALIZAÇÃO

O presente estudo sobre as características do Município de Lagoa Vermelha e da área de abrangência onde está inserido tem por objetivo retratar e dimensionar de forma panorâmica, seus principais indicadores sócio-econômicos, envolvendo os aspectos relativos à população, produção, trabalho, emprego e renda, contribuindo para o processo de elaboração do Plano Municipal de Educação, sobretudo ao que se refere à fixação de diretrizes, metas e objetivos.

O Município foi oficialmente criado em 10 de maio de 1881, através da Lei nº 1309. Habitado inicialmente por indígenas guaranis, originou-se como povoado, a partir da expansão da criação de gado, entre 1830 e 1840, com a chegada de tropeiros que se estabeleceram como posseiros. Em 1845, José Ferreira Bueno inaugurou a capela de São Paulo de Lagoa Vermelha, com a bênção do vigário de Vacaria, Padre Cândido Lúcio de Almeida. O padroeiro do Município é São Paulo Apóstolo.

O nome de Lagoa Vermelha foi dado pelos tropeiros, para identificar as veredas dos seus roteiros; teve como origem as águas avermelhadas pela ação das terras da erosão. No início do povoamento do território, não houve afluência de elementos estrangeiros. A natureza propícia e a existência de gado de origem jesuíta atraíram tropeiros, fazendeiros e estancieiros luso-brasileiros, de São Paulo e do Paraná. Os elementos estrangeiros vieram depois da fundação do Município. A etnia do Município é formada por descendentes lusos, oriundos de São Paulo; alemães (em menor número); italianos e miscigenados; alguns árabes, e em menor escala, outras nacionalidades.

Lagoa Vermelha está situada na Região Nordeste do Estado, Região dos Campos de Cima da Serra. Grande parte do território apresenta altitude superior a 60 metros e o ponto mais alto alcança 950 metros. Limita-se ao Norte com , e Barracão; ao Sul com e André da Rocha; ao Leste com Esmeralda, Capão Bonito do Sul e Muitos Capões; ao Oeste com , Ibiaçá, , e São Jorge. São distritos de Lagoa Vermelha: (sede do Município), Santa Luzia, Clemente Argolo, Fátima, Capão do Cedro, Tupinambá, Sítio do , Boqueirão e Sede Argenta.As principais distâncias rodoviárias são:- 98 km; -280 km/320 km; Vacaria- 75 km.

Lagoa Vermelha apresenta clima temperado, com boa distribuição de chuvas. Sua área geográfica é 1778,9 km².O Município possui como principais cursos de água, os rios Passinho Fundo, Inhandava, Bernardo José, Lajeado dos Ivos, Turvo, Ratiel, Santa Rita, Ceroula e Barreiro.Todos os cursos d’água são de pequeno porte.As matas ciliares já apresentam algum sinal de ações predatórias do homem.O rio Passinho Fundo fornece água potável à cidade, a qual consome uma média de 5000 m³ ao dia, aumentando o consumo no verão e diminuindo no inverno.Apesar dos desmatamentos, Lagoa Vermelha ainda é constituída de boas matas. Entre as madeiras de maior importância destacam-se: pinheiro, tarumã, angico, ipê, canela, canjarana, aroeira, cedro; quanto às árvores frutíferas nativas estão goiabeira, pitangueira, cerejeira, amoreira e jabuticabeira; como arbustos medicinais temos poejo, macela, quina, quebra- pedra, funcho, tansagem, malva, avenca. Além disso, há plantações de araucária, pinus elliot, erva-mate, eucalipto e outros.

Lagoa Vermelha possui rica e abundante fauna. A destruição sistemática ocasionou o desaparecimento de muitas espécies. Como animais em extinção, podemos citar: anta, capivara, lontra, tamanduá, guará, onça-pintada, onça-negra, jaguatirica, puma (conhecido por leão baio). Entre os animais existentes destacam-se: paca, veado, cutia, bugio, tatu, lebre, guaxinim, raposa, gambá, capivara, zorrilho, ouriço; no grupo das aves estão seriema, saracura, urubu, joão-de-barro, tico-tico, sabiá, perdiz, quero-quero, jacu, pomba, carancho, papagaio peito roxo e xarão, tiriva, caturrita, corroira, beija-flor, tesoureiro, gralha, coruja, pica-pau, pardal, pintassilgo, bem-te-vi. No ramo dos anfíbios e ofídios destacam-se: lagarto, sapo, rã, lagartixa, caranguejo, serpentes venenosas e não venenosas. Há grande variedade de borboletas, abelhas, mirim, tubuna, vespa preta e amarela, grilos, escorpiões, aranhas, formigas e pulgões.

No município de Lagoa Vermelha, o CTG Alexandre Pato, o Município e a Câmara Municipal de Vereadores, promovem o Rodeio Crioulo Internacional, Festa Nacional do Churrasco e Comida Campeira

4 e Mostra de Doces Campeiros, atraindo milhares de visitantes de diversos pontos do país e também de países vizinhos.

O Grupo de Arte Nativa, Grupo Folclórico Bombacha Preta, CTG Bombacha Branca, DCT Tio Góes e CTG Alexandre Pato, entre outros, são entidades que procuram manter sempre viva a chama da tradição e cultura, através da dança, da poesia, da música e das atividades campeiras. A grande maioria da população tem como hábito tomar chimarrão, comer churrasco assado na brasa, que é conhecido como o melhor do Brasil, além das tradições gauchescas cultuadas através de rodeios, torneios de laço e danças. Também é realizada a Festa dos Motoristas, em honra a São Cristóvão, onde vários caminhoneiros de Lagoa Vermelha e de toda a região participam da procissão, percorrendo as principais avenidas até a sede da Associação dos Motoristas. O CTG Alexandre Pato, em parceria com a Igreja Santo Antonio, realiza no mês de outubro, a Cavalgada de Nossa Senhora Aparecida, onde cavaleiros percorrem as principais ruas da cidade, levando a imagem da santa até o parque de rodeios, culminando com missa nesse local.

A cidade possui clubes sociais, entre eles: Clube Comercial, SER Lagoense, SER Auri Verde, Clube de Cabos e Soldados; também existem várias Associações Esportivas e Recreativas, tais como: ABAMF, Portuguesa, Vasco da Gama e outras.

Citam-se, ainda, festividades relacionadas à Semana do Município, Festival de Paródias, Festas Religiosas no Interior e Sede do Município, Festas Juninas, Campeonatos Interbairros de Bocha e Futebol, Festival do Refrigerante, Encontro de Corais, show promovido pela Pastoral do Menor, Semana da Educação Especial, Gincanas promovidas pelas Escolas Municipais e Estaduais, Campeonatos e Provas de Jeep Cross e Moto Cross, entre outros.

A Casa da Cultura foi inaugurada em 1998, tem estrutura para abrigar as mais diversas manifestações da arte; possui amplas salas para reuniões, exposições e oficinas, além da Biblioteca Pública Municipal Baltira Bitencourt e do Museu Garibaldino Alves Lourenço de Lima. Atualmente, a Casa da Cultura está em processo de reestruturação de alguns de seus ambientes e construção do anfiteatro.

O Parque de Exposições Érico Alves Lourenço de Lima é um local com estrutura para realização de exposições agropecuárias e outros eventos, que divulgam o potencial econômico do município e região.

O Parque de Rodeios Ítalo Nunes Mondadori, apresenta ótimas condições de acampamento, cancha de laço, espaços para refeições e a sede social do CTG Alexandre Pato, a qual sedia eventos tradicionalistas de nível local, regional e estadual.

A Igreja Matriz São Paulo Apóstolo foi construída entre os anos de 1951 a 1956, para homenagear o padroeiro São Paulo Apóstolo; trata-se de um belíssimo monumento arquitetônico localizado na Avenida Afonso Pena, sendo seu interior ricamente decorado com pinturas de Emílio Zanon e lindos vitrais vindos da França, retratando imagens de santos.

O município está em ascendência em seus aspectos econômicos e de desenvolvimento. Em tempos anteriores, Lagoa Vermelha teve sua base econômica essencialmente na agropecuária; hoje, percebe-se significativo avanço em novos investimentos no município, com a implantação de atividades voltadas para a pequena propriedade rural, pequenas e médias indústrias e setor de serviços. Com isso, veem-se reflexos no desenvolvimento da cidade como um todo, aumentando o número de pessoas economicamente ativas, que conforme o Censo 2010 era de 14.405 pessoas, onde 13.884 estavam ocupadas e 521 desocupadas. A taxa de participação ficou em 60,2% e a taxa de desocupação municipal foi de 3,6%.

No tocante à taxa de desemprego o último censo demográfico demonstra o que segue: TAXA DE DESEMPREGO – 2010

Município Estado Microrregião Brasil 3.3% 4.8% 3.6% 7.4%

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A distribuição das pessoas mostra que 40.6% tinham carteira assinada, 18.0% não tinham carteira assinada, 24.3% atuam por conta própria e 3.5% de empregadores.

A estrutura econômica municipal demonstra expressiva participação no setor de serviços, o qual responde por 58,3% do PIB municipal; já o setor secundário ou industrial, teve um decréscimo, caindo para 16,8% em 2009 contra 17,2% em 2005.

Com relação à agricultura e pecuária, 18,2% da população que está no mercado de trabalho, ocupa-se neste setor.

Na área agrícola, o município tem na soja sua principal fonte de renda, seguida do milho e trigo; são cultivados também em menor escala, feijão, arroz e batata-inglesa. Nas culturas de inverno destaca- se o trigo, a aveia e a cevada, possuindo ainda uma área destinada à produção de maçã.

No setor pecuário, Lagoa Vermelha destaca-se na criação de bovinos, ovinos, gado leiteiro, equinos e recentemente, na suinocultura, em pequena escala. Na criação de ovinos, predominam as raças Suffolk, Hampshire Down e Ille de France. Economicamente a cidade possui um dos mais qualificados rebanho bovino do estado, predominando o gado de corte como: Charolês, Devon, Santa Gertrudes, Shortorn e de outras raças como Holandesa e Jersey (gado leiteiro) em menor escala. O município atua ainda na industrialização de hortifrutigranjeiros e laticínios, cooperativas e agroindústrias.

No caso da pecuária, os dados coletados da pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, referentes a 2011, apontam as cinco principais culturas de rebanho local. A pesquisa também fornece dados acerca da área da agricultura, colocando as cinco principais culturas de agricultura do município, divididas entre permanentes e temporárias, conforme tabela abaixo:

Bovino Galos, frangos, Galinhas Ovino Suíno pintos 31.945 20.000 17.200 3.873 3.849

Cultura Temporária Toneladas Cultura Permanente Toneladas Aveia em grão 6.600 Caqui 84 Batata – inglesa 11.050 Laranja 122 Trigo em grão 23.400 Erva-mate/ folha verde 225 Milho em grão 46.800 Uva 460

Na área da agricultura familiar o município possuía 1.279 agricultores familiares, em 2006, que corresponde a 82% de seus produtores. Atualmente temos 807 agricultores cadastrados com Declaração de Aptidão ao PRONAF.

O comércio do município vem se expandindo, modernizando-se e aprimorando seus ramos, gerando empregos para a população. O município possui agências bancárias, hotéis, supermercados, fruteiras, lojas, bazares, oficinas mecânicas, revendas de carros, equipamentos agrícolas, peças, agropecuárias, empresas no ramo da construção, eletricidade, distribuidoras de gás, agência de correio, sindicatos, imobiliárias, informática e outros setores de serviços complementares. No mercado de trabalho, em torno de 33% da população, ocupa-se de atividades ligadas ao comércio, nos setores acima elencados.

Na indústria, o Município destaca-se por ser o segundo pólo moveleiro do Estado do RS. Em 1977, foi inaugurada a primeira área industrial, com o surgimento de mais indústrias, foram criadas respectivamente as áreas industriais II e III. Possui mais de setenta indústrias, exportando móveis para o restante do Brasil e países do exterior. Conforme dados do Censo 2010, referindo-se ao mercado de trabalho, 16,6% da população economicamente ativa de Lagoa Vermelha, desenvolve suas atividades na indústria.

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A distribuição das pessoas ocupadas por seção de atividade mostrou que a agricultura, pecuária, comércio e reparação de veículos e motocicletas, detem 35,8% da população ocupada no município. O mercado de trabalho formal no município apresentou saldo positivo, pois no período de 2004 a 2010, o número de vagas criadas foi de 1526. A indústria de transformação e o setor de comércio representam a maior parte dos empregos formais do município. Os setores que mais aumentaram a participação na estrutura de emprego formal do município, foram o comércio e serviços; o que mais perdeu participação, foi a agropecuária.

PARTICIPAÇÃO DOS SETORES ECONÔMICOS NO PIB - 2010

Administração Impostos Agropecuária Serviços Indústria pública 15.5% 8.6% 17.1% 40.3% 18.5%

Em 2005 e 2010, segundo o IBGE, o PIB do município cresceu 62.3% passando de R$ 251.6 milhões para R$ 408.3 milhões. A participação do PIB do município na composição do PIB estadual aumentou de 0.17% para 0.19% no período de 2005 a 2010. A estrutura econômica municipal demonstrava participação expressiva do setor de Serviços, o qual respondia por 58.3% do PIB municipal. Em 2010, no setor secundário ou industrial, a participação no PIB era de 16.8% contra 17.2% em 2005.

O aspecto religioso tem relevante importância na vida comunitária, com igrejas católicas e de outras crenças também, as quais realizam suas manifestações de variadas formas e eventos. Conforme pesquisa do IBGE, existem pessoas praticantes da religião católica, evangélicas, espíritas, umbanda, candomblé e outras religiões.

O município de Lagoa Vermelha possui dois jornais: Folha do Nordeste e Gazeta Regional; também possui a Rádio Cacique/Mais Nova, Rádio Lagoa FM e Rádio Esperança FM. Possui também, revistas que circulam no município e região: Revista Glam e NG Revista.

Na área dos transportes Lagoa Vermelha possui várias empresas, as quais conduzem universitários para Passo Fundo ou Vacaria. Além disso, são disponibilizados para passeios e excursões. Atualmente, a empresa Dalla Libera tem uma linha de transporte urbano, a qual percorre alguns bairros mais distantes, conduzindo trabalhadores para a área industrial. Conforme os dados do Censo 2010, referindo-se ao tempo gasto para deslocamento das pessoas do local de trabalho até seu domicílio, 91,1% gastavam até meia hora, 7,7% mais de meia hora até uma hora e 1,2%, mais de uma hora.

A população do município reduziu, entre os censos demográficos de 2000 a 2010. A taxa de urbanização apresentou alteração no mesmo período; em 2010 a população urbana passou a representar 87,69% do total de habitantes; verificou-se ainda, ampliação da população idosa, que detem 15,2% do total da população municipal. O segmento etário de 0 a 14 anos, registrou crescimento negativo entre 2000 e 2010; crianças e jovens detinham 27,1% do contingente populacional em 2000, o que correspondia a 8.081 habitantes; em 2010, a participação deste grupo reduziu para 21,6% da população, totalizando 5.951 habitantes. A população residente no município, na faixa etária de 15 a 59 anos exibiu decrescimento populacional, passando de 18.328 habitantes em 2000 para 17.385 em 2010, representando, neste ano, 63,2% da população do município. A população do Município, conforme dados do IBGE, em 2013 estava estimada em 28.406 habitantes, sendo 3389 na zona rural e 24.136 na zona urbana.

POPULAÇÃO RESIDENTE NO MUNICÍPIO POR FAIXA ETÁRIA 2000-2010 – IBGE –Censo 2000 e 2010

ANO 0 a 14 anos 15 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou Total mais 2000 8081 7.204 4.483 6.641 3.423 29.832 2010 5.951 6.309 3.758 7.318 4.189 27.525

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A população residente no município na faixa etária de 15 a 29 anos exibiu decrescimento populacional (em média - 0.53% ao ano), passando de 18.328 habitantes em 2000 para 17.385 em 2010. Em 2010, este grupo representava 63.2% da população do município.

A estrutura demográfica também apresentou mudanças no município. Entre 2000 e 2010 foi verificada ampliação da população idosa, que cresceu 2.0% em média ao ano. Em 2000, este grupo representava 11.5% da população, já em 2010 detinha 15.2% do total da população municipal.

Com relação ao perfil social, dados do censo demográfico de 2010, revelaram que o fornecimento de energia elétrica estava presente em praticamente todos os domicílios; a coleta de lixo atende 92,2% dos domicílios; a rede de abastecimento de água tem acesso em 85,9% dos domicílios particulares e 81,3% das residências dispõem de esgotamento sanitário adequado.

Quanto aos níveis de pobreza, 2,7% da população está na extrema pobreza, com maior intensidade na área rural (5,5% da população na extrema pobreza na área rural contra 2,3% na área urbana).

A taxa de analfabetismo, conforme dados de 2010, era de 6,8% nas pessoas de 10 anos ou mais; na área urbana, a taxa era de 6,4% e na zona rural era de 10,1%; entre 10 e 14 anos, o analfabetismo era 1,3%.

Referente à população com deficiência no município temos os seguintes dados, conforme o IBGE- 2010:

Nº de homens de 0 a 14 anos com ao menos uma Homens – 69 das deficiências investigadas no grau severo ou Mulheres--24 deficiência mental/intelectual que frequentavam escola: Nº de homens de 0 a 14 anos com ao menos uma Homens—00 das deficiências investigadas no grau severo ou Mulheres--14 deficiência mental/intelectual que não frequentavam escola: Nº de homens de 16 a 64 anos com pelo menos Homens—353 uma das deficiências investigadas no grau severo Mulheres--269 ou deficiência mental/intelectual que estão na população economicamente ativa/PEA: Nº de homens de 16 a 64 anos com pelo menos Homens—382 uma das deficiências investigadas no grau severo Mulheres--387 ou deficiência mental/intelectual que não estão na população economicamente ativa/PEA:

As finanças públicas retratam uma alta de 16,31% ao ano, pois a receita orçamentária do município passou de R$ 19,4 milhões em 2005 para R$ 35,6 milhões em 2009. A dependência em relação ao Fundo de Participação dos Municípios-FPM, diminuiu, passando de 30,24% em 2005, para 26,17% em 2009.

As despesas com educação, saúde, administração, previdência social e transporte, foram responsáveis por 74,46% das despesas municipais. Em assistência social, as despesas alcançaram 4,03% do orçamento total.

Em relação aos aspectos educacionais, destaca-se que a Educação Básica é obrigatória e gratuita, conforme preconiza a Constituição Federal em seu artigo 208 e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a qual prevê a universalização e obrigatoriedade dos seis anos de idade aos dezessete anos de idade. A Constituição Federal, em seu artigo 208, §1º, afirma que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo e seu não oferecimento pelo poder público ou sua oferta irregular implica responsabilidade de autoridade competente. Segundo dados do IBGE, no ano de 2010, a população do município era de 27.525 pessoas, sendo 13.564 homens e 13.961 mulheres. A população

8 residente que frequentava creche ou escola era de 7.060 pessoas. Já em 2012, conforme o IBGE, a matrícula no Ensino Fundamental era de 3.818 e no Ensino Médio era de 1.183 matrículas.

No ano de 2005, o Ministério da Educação implantou o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que tem como objetivo avaliar a Educação Básica brasileira e contribuir para a melhoria da qualidade da educação e para a universalização do acesso à escola. O município de Lagoa Vermelha participou de tal avaliação, obtendo as seguintes notas:

REDE DE ENSINO ESTADUAL

MUNICÍPIO IDEB OBSERVADO METAS PROJETADAS 2005 4.3 ------2007 4.7 4.3 2009 5.2 4.7 2011 5.0 5.1 2013 5.8 5.3 2015 5.6 2017 5.9 2019 6.1 2021 6.4 Fonte: INEP

REDE DE ENSINO MUNICIPAL

MUNICÍPIO IDEB OBSERVADO METAS PROJETADAS 2005 ------2007 3.9 ------2009 4.0 4.1 2011 4.4 4.5 2013 4.7 2015 5.0 2017 5.3 2019 5.6 2021 5.9 Fonte: INEP Conforme dados do IBGE, o município de Lagoa Vermelha contava com o seguinte quadro docente nos anos de 2005, 2007, 2009, 2012: ANO NÍVEL DE ENSINO MATRÍCULAS DOCENTES Nº DE ESCOLAS 2005 PRÉ- ESCOLAR 669 36 20 ENSINO 4.491 348 33 FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO 1.316 154 06

2007 PRÉ-ESCOLAR 502 29 17 ENSINO 4.292 330 32 FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO 1.297 122 06 2009 PRÉ-ESCOLAR 478 29 11 ENSINO 4.244 278 31 FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO 1.164 95 06 2012 PRÉ-ESCOLAR 537 33 13 ENSINO FUNDAMENTAL 3.818 267 29 ENSINO MÉDIO 1.183 111 06

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REDE MUNICIPAL DE ENSINO / MATRÍCULAS 2010 2011 2012 2013 TOTAL DE ESCOLAS 39 39 39 39 TOTAL DE MATRÍCULAS 1569 1640 2053 2040 MATRÍCULAS NA ÁREA URBANA 1474 1540 1958 1972 MATRÍCULAS NA ÁREA RURAL 95 100 95 68 TOTAL DO ENSINO REGULAR 1472 1510 1617 1602 TOTAL DO AEE 59 64 68 58 TOTAL DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR 38 0 301 299

EDUCAÇÃO INFANTIL ENSINO REGULAR 2010 2011 2012 2013 TOTAL 544 542 597 636 CRECHE 116 115 150 231 PRÉ-ESCOLA 428 427 447 405

NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 2009 - Censo Educação Infantil Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 129 00 81 210

Pré -Escola 415 00 60 475 Ensino Fundamental Municipal Estadual Privada TOTAL 1ª à 4ª série 622 1414 96 2132 5ª à 8ª série 345 1516 180 2041

Ensino Médio Municipal Estadual Privada TOTAL 00 1020 142 1162 Educação Municipal Estadual Privada TOTAL Profissional/Técnico 00 165 15 180 EJA Fundamental / Municipal Estadual Privada TOTAL presencial 00 155 00 155 EJA/ Médio-presencial Municipal Estadual Privada TOTAL 00 235 00 235 Educação Especial Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 07 00 06 13 Pré-Escola 03 00 09 12 Anos Iniciais 47 28 55 130 Anos Finais 05 00 00 05 Médio 00 01 01 02 Ed. Prof. Técnico 00 00 18 18

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NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 2010 – Censo

Educação Infantil Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 114 00 92 206 Pré-Escola 424 00 78 502 Ensino Fundamental Municipal Estadual Privada TOTAL 1ª à 4ª série 564 1286 94 1944 5ª à 8ª série 364 1484 151 1999 Municipal Estadual Privada TOTAL Ensino Médio 00 1021 145 1166 Educação Municipal Estadual Privada TOTAL Profissional/Técnico 00 186 34 220 EJA Fundamental / Municipal Estadual Privada TOTAL presencial 00 05 00 05 EJA/ Médio-presencial Municipal Estadual Privada TOTAL 00 58 00 58 Educação Especial Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 02 00 06 08 Pré-Escola 07 00 08 15 Anos Iniciais 39 55 76 170 Anos Finais 12 00 00 12 Médio 00 00 00 00 Ed. Prof. Técnico 00 00 00 00

NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 2011 - Censo Educação Infantil Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 114 00 75 189 Pré-Escola 436 00 84 520 Ensino Fundamental Municipal Estadual Privada TOTAL 1ª à 4ª série 553 1178 118 1849 5ª à 8ª série 356 1391 154 1901 Ensino Médio Municipal Estadual Privada TOTAL 00 1039 134 1173 Educação Municipal Estadual Privada TOTAL Profissional/Técnico 00 157 18 175 Municipal Estadual Privada TOTAL EJA Fundamental / 66 106 00 172 presencial EJA/ Médio-presencial Municipal Estadual Privada TOTAL 00 207 00 207 Educação Especial Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 01 00 00 01 Pré-Escola 05 00 08 13 Anos Iniciais 72 46 75 193 Anos Finais 10 08 00 18 Médio 00 01 00 01 Ed. Profissional 00 00 00 00

NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 2012- Censo Educação Infantil Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 150 00 94 244

11

Pré–Escola 455 00 77 532 Ensino Fundamental 1ª à 4ª série 580 1206 136 1922 5ª à 8ª série 369 1203 149 1721

Ensino Médio 00 1032 146 1178 Educação 104 15 119 Profissional/Técnico 00 EJA Fundamental / 66 164 00 230 presencial EJA/ Médio-presencial Municipal Estadual Privada TOTAL 00 174 00 174 Educação Especial Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 04 00 06 10 Pré-Escola 04 00 06 10 Anos Iniciais 80 68 34 182 Anos Finais 19 16 00 35 Médio 00 05 00 05 Ed. Prof. Técnico 00 00 00 00

NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 2013 - Censo Educação Infantil Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 230 00 94 324 Pré–Escola 409 00 90 499 Ensino Fundamental Municipal Estadual Privada TOTAL 1ª à 4ª série 563 1148 157 1868 5ª à 8ª série 327 1172 128 1627 Ensino Médio 00 123 1004 1127 Educação Municipal Estadual Privada TOTAL Profissional/Técnico 00 66 13 79 EJA Fundamental / Municipal Estadual Privada TOTAL presencial 76 174 00 250 EJA/ Médio-presencial Municipal Estadual Privada TOTAL 00 221 00 221 Educação Especial Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 01 00 00 01 Pré-Escola 03 00 01 04 Anos Iniciais 79 86 52 217 Anos Finais 24 24 00 48 Médio 00 06 00 06 Ed. Prof. Técnico 00 00 00 00

NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 2014- Censo Educação Infantil Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 256 00 118 374 Pré-Escola 537 00 92 629 Ensino Fundamental Municipal Estadual Privada TOTAL 1ª à 4ª série 510 1109 171 1790 5ª à 8ª série 362 1104 116 1582 Ensino Médio Municipal Estadual Privada TOTAL

12

00 127 1008 1135 Educação Municipal Estadual Privada TOTAL Profissional/Técnico 00 21 00 21 EJA Fundamental / Municipal Estadual Privada TOTAL presencial 00 159 00 159 EJA/ Médio-presencial Municipal Estadual Privada TOTAL 00 202 00 202 Educação Especial Municipal Estadual Privada TOTAL Creche 00 00 00 00 Pré-Escola 03 00 00 03 Anos Iniciais 72 88 36 196 Anos Finais 33 25 00 58 Médio 00 08 00 08 Ed. Prof. Técnico 00 00 00 00

SÉRIE/AN Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono Ano O Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural 2008 89.40 100.00 9.20 0.00 1.40 0.00 2009 84.30 75.00 15.70 25.00 0.00 0.00 1ª série / 2º ano do EF 2010 83.60 85.70 16.40 14.30 0.00 0.00 2011 89.20 76.20 10.50 23.80 0.30 0.00 2012 99.50 100.00 0.00 0.00 0.50 0.00 2008 92.30 86.70 7.30 13.30 0.40 0.00 2009 91.60 80.00 8.40 20.00 0.00 0.00 2ª série / 3º ano do EF 2010 89.80 100.00 10.20 0.00 0.00 0.00 2011 90.80 75.00 8.80 25.00 0.40 0.00 2012 93.30 89.50 6.70 10.50 0.00 0.00 2008 91.40 91.70 8.00 8.30 0.60 0.00 2009 91.20 100.00 8.50 0.00 0.30 0.00 3ª série / 4º ano do EF 2010 89.50 100.00 10.50 0.00 0.00 0.00 2011 94.60 100.00 5.40 0.00 0.00 0.00 2012 97.90 85.70 2.10 14.30 0.00 0.00 2008 89.10 85.00 10.10 15.00 0.80 0.00 2009 96.10 93.10 3.90 3.40 0.00 3.50 4ª série / 5º ano do EF 2010 89.80 80.00 9.60 20.00 0.60 0.00 2011 95.70 100.00 4.30 0.00 0.00 0.00 2012 95.90 100.00 3.70 0.00 0.40 0.00 2008 78.90 80.00 19.50 20.00 1.60 0.00 2009 78.80 100.00 19.70 0.00 1.50 0.00 5ª série / 6º ano do EF 2010 77.20 84.60 20.60 15.40 2.20 0.00 2011 81.90 93.30 17.60 6.70 0.50 0.00 2012 79.10 80.00 17.60 16.00 3.20 4.00 2008 72.10 76.90 26.30 23.10 1.60 0.00 2009 72.90 75.60 23.60 22.00 3.50 2.40 6ª série / 7º ano do EF 2010 67.50 80.00 30.30 20.00 2.20 0.00 2011 68.20 86.50 30.60 8.10 1.20 5.40 2012 73.90 87.50 24.40 12.50 1.70 0.00 2008 77.20 97.10 20.30 2.90 2.50 0.00 2009 73.70 85.70 22.90 11.40 3.40 2.90 7ª série / 8º ano do EF 2010 70.30 84.40 26.90 12.50 2.80 3.10 2011 71.60 85.30 26.30 14.70 2.20 0.00 2012 73.30 78.10 23.20 21.90 3.50 0.00 2008 82.80 100.00 13.40 0.00 3.80 0.00 2009 82.00 97.00 15.30 0.00 2.70 3.00 8ª série / 9º ano do EF 2010 78.90 92.60 19.40 3.70 1.70 3.70 2011 84.30 89.70 13.50 3.40 2.20 6.90 2012 83.60 100.00 14.70 0.00 1.80 0.00 2008 64.00 96.60 17.90 3.40 18.10 0.00 2009 54.70 100.00 31.00 0.00 14.30 0.00 1º ano do EM 2010 56.50 94.40 32.90 5.60 10.60 0.00 2011 50.00 80.00 36.80 18.30 13.20 1.70

13

SÉRIE/AN Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono Ano O Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural 2012 53.30 81.00 26.80 15.50 20.00 3.40 2008 72.90 98.00 11.10 2.00 16.00 0.00 2009 62.90 98.20 24.80 1.80 12.30 0.00 2º ano do EM 2010 79.40 80.90 15.40 19.10 5.20 0.00 2011 67.60 93.80 28.10 6.30 4.30 0.00 2012 77.00 94.90 12.30 5.10 10.70 0.00 2008 82.20 100.00 12.40 0.00 5.40 0.00 2009 85.10 100.00 9.10 0.00 5.80 0.00 3º ano do EM 2010 80.40 92.70 14.80 5.50 4.80 1.80 2011 84.70 100.00 14.40 0.00 1.00 0.00 2012 84.70 88.40 10.60 11.60 4.80 0.00

Tabela 13-B. Taxas de Rendimento - Rede Municipal em Lagoa Vermelha Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono SÉRIE/ANO Ano Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2008 79.00 96.00 21.00 4.00 0.00 0.00 2009 71.80 92.30 28.20 7.70 0.00 0.00 1ª série / 2º ano do EF 2010 84.10 95.50 15.20 4.50 0.70 0.00 2011 80.80 100.00 18.30 0.00 1.00 0.00 2012 99.10 93.30 0.00 0.00 0.90 6.70 2008 88.40 88.90 11.60 11.10 0.00 0.00 2009 87.50 87.00 12.50 13.00 0.00 0.00 2ª série / 3º ano do EF 2010 89.80 92.30 10.20 7.70 0.00 0.00 2011 87.40 100.00 12.60 0.00 0.00 0.00 2012 92.90 100.00 6.30 0.00 0.90 0.00 2008 82.40 100.00 16.70 0.00 0.90 0.00 2009 84.30 92.90 15.70 7.10 0.00 0.00 3ª série / 4º ano do EF 2010 96.50 100.00 3.50 0.00 0.00 0.00 2011 90.90 100.00 9.10 0.00 0.00 0.00 2012 92.10 94.70 7.90 5.30 0.00 0.00 2008 84.00 100.00 16.00 0.00 0.00 0.00 2009 84.00 100.00 16.00 0.00 0.00 0.00 4ª série / 5º ano do EF 2010 94.30 93.30 3.40 6.70 2.30 0.00 2011 90.60 100.00 8.20 0.00 1.20 0.00 2012 87.40 100.00 11.60 0.00 1.10 0.00 2008 81.30 96.70 18.70 3.30 0.00 0.00 2009 75.70 100.00 24.30 0.00 0.00 0.00 5ª série / 6º ano do EF 2010 83.00 100.00 14.20 0.00 2.80 0.00 2011 75.00 100.00 21.70 0.00 3.30 0.00 2012 75.90 100.00 21.60 0.00 2.60 0.00 2008 94.20 0.00 5.80 0.00 0.00 0.00 2009 74.50 0.00 25.50 0.00 0.00 0.00 6ª série / 7º ano do EF 2010 80.20 - 16.70 - 3.10 - 2011 85.70 - 13.30 - 1.00 - 2012 78.30 - 20.80 - 0.90 - 2008 94.50 0.00 5.50 0.00 0.00 0.00 2009 89.00 0.00 11.00 0.00 0.00 0.00 7ª série / 8º ano do EF 2010 88.40 - 8.70 - 2.90 - 2011 90.10 - 8.50 - 1.40 - 2012 81.80 - 12.50 - 5.70 - 2008 100.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2009 90.50 0.00 9.50 0.00 0.00 0.00 8ª série / 9º ano do EF 2010 85.70 - 4.10 - 10.20 - 2011 95.10 - 2.40 - 2.40 - 2012 95.20 - 3.20 - 1.60 - 2008 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2009 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1º ano do EM 2010 ------2011 ------2012 ------2008 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2009 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2º ano do EM 2010 ------2011 ------2012 ------

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Tabela 13-B. Taxas de Rendimento - Rede Municipal em Lagoa Vermelha Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono SÉRIE/ANO Ano Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2008 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2009 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 3º ano do EM 2010 ------2011 ------2012 ------

Fonte: MDS

Tabela 11-A. Condições de Atendimento Diurno - Rede Estadual em Lagoa Vermelha EJA(1) – Anos Anos Iniciais Anos Finais Educação Iniciais do A do Ensino do Ensino Ensino Médio Infantil Ensino Indicador Ano Fundamental Fundamental Fundamental Fu Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Ru 2007 - 22.4 20.2 20.2 10.5 21.1 30.7 24.0 - - - 2008 - - 22.6 22.6 10.4 24.7 28.5 30.9 - - - 2009 - - 21.9 21.9 10.3 24.2 27.0 28.5 - - - Média de alunos 2010 - - 21.5 21.5 11.5 23.7 26.3 27.3 - - - por turma 2011 - - 19.4 19.4 8.5 22.1 21.3 26.7 - - - 2012 - - 18.6 18.6 6.7 21.4 21.0 25.7 - - - 2013 ------2007 - 3.9 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - 2008 - - 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - 2009 - - 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - Média de alunos 2010 - - 4.0 4.0 4.4 4.2 4.5 4.2 - - - por turma 2011 - - 4.0 4.0 4.2 4.0 4.0 4.0 - - - 2012 - - 4.7 4.7 4.0 4.1 6.2 4.6 - - - 2013 ------OBS: (1) - Educação de Jovens e Adultos 2012 - - 18.6 18.6 6.7 21.4 21.0 25.7 - - - - 2013 ------2007 - 3.9 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - - 2008 - - 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - - 2009 - - 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 4.0 - - - - Média de alunos 2010 - - 4.0 4.0 4.4 4.2 4.5 4.2 - - - - por turma 2011 - - 4.0 4.0 4.2 4.0 4.0 4.0 - - - - 2012 - - 4.7 4.7 4.0 4.1 6.2 4.6 - - - - 2013 ------OBS: (1) - Educação de Jovens e Adultos

Tabela 11-B. Condições de Atendimento Diurno - Rede Municipal em Lagoa Vermelha EJA(1) – EJA Anos Iniciais Anos Finais Educação Anos Iniciais Anos F do Ensino do Ensino Ensino Médio Infantil do Ensino do En Indicador Ano Fundamental Fundamental Fundamental Funda Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural U 2007 8.5 16.3 4.0 15.6 - 17.9 ------Média de alunos 2008 10.0 18.1 4.0 16.9 - 16.8 ------por turma 2009 5.8 17.7 - 17.2 - 18.4 ------

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Tabela 11-B. Condições de Atendimento Diurno - Rede Municipal em Lagoa Vermelha EJA(1) – EJA Anos Iniciais Anos Finais Educação Anos Iniciais Anos F do Ensino do Ensino Ensino Médio Infantil do Ensino do En Indicador Ano Fundamental Fundamental Fundamental Funda Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural U 2010 8.5 17.0 - 17.3 - 16.6 ------2011 ------2012 ------2013 ------2007 4.0 6.6 4.0 4.0 - 4.0 ------2008 4.0 5.5 4.0 3.9 - 4.0 ------2009 4.0 5.5 - 4.0 - 4.0 ------Média de horas- 2010 3.7 4.9 - 4.0 - 4.0 ------aula diária 2011 ------2012 ------2013 ------OBS: (1) - Educação de Jovens e Adultos -Fonte MDS

No que se refere ao quadro de docentes e gestores do Sistema Municipal de Ensino apresenta-se o seguinte quadro:

REDE MUNICIPAL DE ENSINO PROFESSORES / 2014

DISCIPLINA Nº DE PROF PORCENTAGEM PEDAGOGIA 70 41.17 % HIST/GEOG 03 0.58 % CIÊNCIAS 23 13.52 % LETRAS 23 13.52 % QUÍM/FÍS 02 1.17 % ED FÍS 08 4.70 % INGLÊS 04 2.35 % MATEM 06 3.52 % GEOG 05 2.94 % HIST 04 2.35 % ARTES 09 5.29 % MAGISTÉRIO 03 1.76 % ECONOMIA 06 3.52 % DOMÉSTICA Fonte: SMECD

EDUCAÇÃO INFANTIL / GESTORES DIREÇÃO ED. INFANTIL 89 % COM PEDAGOGIA DIREÇÃO ED. INFANTIL 11 % COM OUTRO CURSO

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PROFESSORES ANOS INICIAIS EM SALA DE AULA / PEDAGOGIA 66% EM SALA DE AULA / LETRAS 2.63% EM SALA DE AULA / CIÊNCIAS 13.15% EM SALA DE AULA / QUÍM/FÍS 13.15% EM SALA DE AULA / ARTES 2.63% EM SALA DE AULA/ ECON DOM 5.26% EM SALA DE AULA / SECRET EXECUTIVO 2.63%

GESTORES ESCOLAS ENSINO FUNDAMENTAL DIREÇÃO PEDAGOGIA-40% DIREÇÃO CIÊNCIAS-20% DIREÇÃO LETRAS-10% DIREÇÃO HISTÓRIA-10% DIREÇÃO ARTES-10% DIREÇÃO ED. FÍSICA-10%

REDE MUNICIPAL

O ano de 1990 marcou a criação e instalação do Conselho Municipal de Educação através da Lei nº 3657. De 1990 até 1999 a Rede Municipal de Ensino pertenceu ao Conselho Estadual de Educação. Na data de 31 de dezembro de 1999, foi criado o Sistema Municipal de Ensino através da Lei nº 4835, em conformidade com o previsto na LDB.

No ano de 2000 o município contava com mais de quarenta escolas municipais. Com a emancipação de Capão Bonito do Sul, dez escolas municipais passaram a pertencer a esse município. Em 2001, com a implantação do processo de Nucleação de Escolas da Zona Rural, o número de escolas reduziu para 32, sendo 27 em comunidades do interior e 05 na sede do município. Tal processo deu-se em função do baixo número de crianças matriculadas, distância das escolas e existência de turmas multisseriadas.

Nesse período a Rede Municipal da sede passou a ampliar turmas do Ensino Fundamental / Anos Finais, em escolas da zona urbana, junto a um planejamento de melhoria nas estruturas físicas das escolas urbanas e algumas construções. A Rede Municipal de Ensino passou a contar com o Programa AABB Comunidade, que tinha como objetivo desenvolver atividades voltadas para o reforço escolar, artesanato e atividades de esporte e lazer.

Com o crescimento da Rede Municipal de Educação surgiram demandas, tais como: formação continuada para professores, realização de concurso público para a Educação Básica, investimentos no aspecto físico das unidades educacionais.

No ano de 2007 o Ministério da Educação lançou o Decreto nº 6.094 de 24/04/2007, o qual dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade mediante programas e ações de assistência técnica e financeira , visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da Educação Básica. O PDE é uma política de integração de todas as ações fundamentais do MEC, abrangendo os níveis e modalidades de ensino, além de medidas de apoio e de infra-estrutura.

A partir da adesão ao Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, o município passou a elaborar o PAR *( Plano de Ações Articuladas), através do Sistema SIMEC. A elaboração do PAR tem elementos que permitem realizar um diagnóstico educacional local com base em quatro grandes

17 dimensões: Gestão Educacional, Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar, Práticas Pedagógicas e Avaliação, Infra-Estrutura Física e Recursos Pedagógicos.

O Programa Mais Educação foi criado em 2007 por meio de uma Portaria Interministerial, chegando às escolas com o objetivo de formular uma política nacional básica em Educação Integral. O programa visa atender, em caráter prioritário, as escolas que apresentam baixo IDEB. No que se refere à questão pedagógica, o Programa Mais Educação utiliza a metodologia de macro-campos do saber: acompanhamento pedagógico, educação ambiental, esporte e lazer, direitos humanos e cidadania, cultura e artes, inclusão digital, comunicação e uso das mídias, promoção da saúde, alimentação e prevenção, investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica. Em 2010, o programa teve a adesão de cerca de 15 mil escolas públicas. Nesse ano, as Escolas Municipais Léa Beatriz de Quadros Dolzan, João Protásio da Luz e Clóvis Pestana encaminharam ao FNDE seus Planos de Atendimento Geral Consolidados, e iniciaram as atividades somente no ano de 2012, considerando que para desenvolver o programa há uma demanda na organização administrativa pedagógica de cada escola. No ano de 2015, as cinco escolas municipais da rede urbana desenvolvem o Programa Mais Educação, atendendo aproximadamente 400 alunos.

Em todas as escolas da rede municipal de ensino existe Círculo de Pais e Mestres, bem como, Conselho Escolar com participação em atividades pedagógicas, administrativas e financeiras de cada Unidade Escolar. Gradativamente, está sendo implantado o Programa de Autonomia Financeira nas escolas municipais, através da Lei nº 6.908 de 27/08/2014.

No ano de 2014, a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto realizava 25 roteiros de frota terceirizada, sendo percorridos diariamente 3.324,9 km; a frota própria percorria diariamente 170 km diários. O total de recursos investidos com a frota terceirizada era de R$ 1.449.960,12. Para a frota própria havia o investimento de R$ 188.000,00. O número de alunos transportados da Rede Estadual de Educação era de 486 e da Rede Municipal de Educação era de 281 alunos, totalizando 767 alunos.

A SMECD conta com dois ônibus, dois micro-ônibus, uma van para realização de transporte próprio, num total de 320 km diários; quatro veículos pequenos que ficam à disposição para realização de manutenção e distribuição da alimentação escolar na SMECD e setores afins.No ano de 2015, o transporte terceirizado realiza 3091,7 km diários.

O Departamento de Cultura tem como objetivos: promover o reconhecimento, a preservação e a divulgação do patrimônio artístico, cultural, histórico material e imaterial; promover o desenvolvimento das áreas de expressão artísticas em todas as suas linguagens, incentivando o estudo, a produção, a divulgação e a fruição destas manifestações culturais e coordenar as políticas culturais no município como um todo. O Departamento promove e coordena iniciativas de fomento da literatura, da música, das artes visuais, e outras áreas da cultura, seja através de gestão própria ou através de entidades interessadas nos mesmos objetivos. Coordena as atividades culturais desenvolvidas na Casa da Cultura, como exposições de artes visuais, projeto de ensino de música; realiza promoções destinadas à integração social da população, visando à elevação de seu nível cultural e artístico e à conscientização sobre a importância de sua história, de seus costumes e de sua tradição. A Feira do Livro e Cultura na Praça, o Festival de Paródias e a Mostra Municipal do Conhecimento são promoções organizadas e coordenadas pelo Departamento para, com objetivos específicos de cada ação, promover o desenvolvimento intelectual e cultural. O Departamento de Cultura está localizado junto à Casa da Cultura e tem como segmentos o Museu Histórico Garibaldino Lourenço de Lima e a Biblioteca Pública Municipal Baltira Bitencourt.

O Departamento de Esportes tem o objetivo de promover, incentivar e desenvolver o esporte no município, realizando atividades como: jogos da indústria e comércio, Guri Bom de Bola, JERGS, Olimpíada Municipal, Rua do Esporte, Copa Lagoa de Futsal, gincanas, competições, oficinas de xadrez e jiu-jitsu, ginástica rítmica, entre outros. Tais atividades propiciam a integração entre as escolas, famílias e bairros, além de incentivar talentos nessa área.

O Setor de Alimentação Escolar é responsável pela distribuição de alimentos para a rede municipal e estadual de Lagoa Vermelha, fornecendo para vinte e cinco escolas e aproximadamente

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6000 crianças. O cardápio é elaborado por nutricionista responsável, sendo que desde o ano de 2010, 55% a 62% da alimentação é oriunda da agricultura familiar. Os repasses da União giram em torno de R$ 51.500,00/ mês; há também a contrapartida do Estado no valor de R$ 43.000,00 /ano; o Município participa com a contrapartida, adquirindo alimentação para alunos das creches.

ESCOLAS MUNICIPAIS

*Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Carlos de Andrade Nácul *Escola Municipal de Ensino Fundamental Clovis Pestana *Escola Municipal de Ensino Fundamental João Protásio da Luz *Escola Municipal de Ensino Fundamental Léa Beatriz de Quadros Dolzan *Escola Municipal de Ensino Fundamental Marcílio José Machado *Escola Municipal de Educação Infantil Aquarela *Escola Municipal de Educação Infantil Conceição Pires *Escola Municipal de Educação Infantil Éderson Leite *Escola Municipal de Educação Infantil Mônica Bonotto *Escola Municipal de Educação Infantil Raio de Sol *Escola Municipal de Educação Infantil Sol Nascente

REDE ESTADUAL DE ENSINO *Escola Estadual de Ensino Fundamental Trajano Machado *Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Silveira Neto *Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Delfina Loureiro *Escola Estadual de Ensino Fundamental Diógenes Euclides da Cunha *Escola Estadual de Ensino Médio Araby Augusto Nácul *Escola Estadual de Ensino Médio Francisco Argenta *Escola Estadual de Ensino Médio Presidente Kennedy *Escola Estadual de Ensino Médio Técnica Agrícola Desidério Finamor

ESCOLAS ESTADUAIS NO INTERIOR DO MUNICÍPIO *Escola Estadual de Ensino Fundamental OrozimboTondello- Santa Luzia *Escola Estadual de Ensino Fundamental Luís Sorgatto- Tupinambá *Escola Estadual de Ensino Fundamental João Anselmo Ferreira- Clemente Argolo *Escola Estadual de Ensino Fundamental Monteiro Lobatto- Pizzamiglio

REDE PARTICULAR DE EDUCAÇÃO *Colégio Bom Jesus – Rainha da Paz *Escola Ceclea *Escola de Educação Infantil Anjinho da Guarda *Berçário e Maternal Criança *Escola de Educação Infanil Bem-Me-Quer

UNIVERSIDADES *Universidade de Passo Fundo *UNOPAR

As características listadas na presente análise indicam consideráveis e significativos aspectos que devem estar presentes na reelaboração do Plano Municipal de Educação, para esta década. Este Plano Municipal de Educação aponta o que cabe ao Município realizar, por ser este seu espaço de governabilidade, e o que lhe compete demandar com outras instâncias de governo, para alcançar os objetivos estabelecidos pelo Plano Nacional de Educação - PNE. O Plano Municipal de Educação tem por objetivos:

− Elevar o nível de escolaridade da população, priorizando a erradicação do analfabetismo; − Melhorar a qualidade de ensino em todos os níveis;

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− Reduzir as desigualdades sociais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso escolar, na educação pública; − Democratizar a Gestão do Ensino Público; − Prever recursos para o suporte pedagógico da rede pública municipal, bibliotecas, material escolar e uniforme; − Buscar parcerias que propiciem o ensino profissionalizante, preparando o aluno para ingressar no mercado de trabalho; − Valorizar o profissional da educação; − Modernizar a biblioteca pública, bem como assegurar a formação aos profissionais que nela atuam; − Promover, incentivar e desenvolver o esporte no município; − Reconhecer a importância dos valores culturais.

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EIXOS TEMÁTICOS

EIXO I- Gestão Democrática dos Sistemas de Ensino e Regime de Colaboração na Garantia do Direito à Educação de Qualidade

1. O Brasil, nas últimas décadas, vem avançando significativamente no campo educacional, resultado da ação dos movimentos e instituições da sociedade civil organizada, e reconhecimento de todos os setores, do valor da educação como direito de todos, fundamental ao desfruto dos demais direitos e da vivência cidadã, bem como, instrumento indispensável na sustentação do desenvolvimento econômico conquistado pelo país. Paralelo a isso, Estados e Municípios também apresentam avanços significativos.

2. Esses avanços decorrem de ações empreendidas por todas as esferas: federais, estaduais, municipais, Distrito Federal e União, buscando superar uma história de elitismo, exclusão, privatização, baixos investimentos, ações desarticuladas e fragmentadas, resultando na fragilidade da educação formal da população. Apesar de algumas conquistas aceleradas, ainda se apresentam grandes desafios em termos de democratização do acesso, permanência e sucesso na educação.

3. Considerando a organização do Município, a extensão territorial, as desigualdades sociais e econômicas, as diferenças entre as escolas e comunidades, são necessárias políticas de estado que superem programas de governo, empreendidas através de sistemas articulados, com ações conjuntas, mediadas e organizadas através da concretização do regime de colaboração entre os entes federados. Essa lógica deve permear o conjunto de políticas sociais de campos afins, que devem estar articuladas para efetivar o direito à educação.

4. Para tanto, o Sistema Municipal de Ensino- SME, em consonância e articulação com o Sistema Estadual de Educação- SEE e Sistema Nacional de Educação- SNE, assume o papel de articulador, normatizador, coordenador e regulamentador do ensino público e privado da esfera municipal, na garantia de diretrizes educacionais comuns, ações necessárias para a conquista de uma educação de qualidade social para todos os munícipes.

5. Para alcançar as metas propostas em nível nacional no Plano Nacional de Educação - PNE, Lei 13.005/2014 e suas decorrências no nível estadual do RS, no Plano Estadual de Educação - PEE, o Plano Municipal - PME, com a mobilização e participação ativa da sociedade civil organizada, estabelece como diretriz o aprofundamento/aprimoramento do regime de colaboração entre os entes federados, tendo como princípio a gestão democrática. Esse compromisso consta na Meta 19 do PNE e em suas estratégias.

6. Neste sentido, faz-se necessário definir responsabilidades de cada ente e as articulações no sentido “vertical” e “horizontal” – entre os três entes federados e entre municípios, conforme dispõe o Parecer nº 9/2011 do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica – CNE/CEB:

[...] a construção de um sistema nacional de educação passa necessariamente por se colocar em prática o regime de colaboração, incorporando mecanismos capazes de fortalecê-lo, não só na esfera vertical (União, Estados e Municípios) como na horizontal entre Municípios, tomando como referência a organização territorial do Estado.

7. É imprescindível, no fortalecimento de um sistema municipal articulado de educação, a implantação da gestão democrática, de acordo com o determinado pela Constituição Federal – CF 1988, em seu artigo 206 e seus incisos, especialmente seu inciso VI, pela LDBEN, em seu artigo 3º e seus incisos e pelas diretrizes da Lei 13005/14, previstas em seu artigo 2º, especialmente o Inciso VI, em todos os sistemas de ensino, como estratégia de comprometimento e participação ativa da sociedade na construção de uma educação de qualidade social para todos.

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8. No Artigo 211, a CF determina que “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino”, com o objetivo de garantir equidade e padrão mínimo de qualidade. A Emenda Constitucional nº 14 de 1996 estabelece as responsabilidades de cada ente federado: os Municípios atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e Educação Infantil. A CF estabelece ainda, que os entes federados devem “estabelecer formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório”(EC 59/2009).

9. Os princípios afirmados no Artigo 206 da Lei Maior fundamentam a gestão democrática e a democratização da educação: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. O Art. 209 desdobra o inciso III, no que concerne à oferta pela iniciativa privada, estabelecendo as condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

10. Todos estes princípios convergem para a garantia da educação como direito público subjetivo, avanço registrado no parágrafo primeiro do Artigo 208 da CF, garantidora de acesso, permanência, sucesso e conclusão de estudos de todos os estudantes. Nesse sentido, é imprescindível o fortalecimento dos órgãos que compõem os sistemas de ensino, quais sejam: Secretarias de Educação e Conselhos de Educação, zelando pelo cumprimento do estabelecido na CF, tanto nas redes públicas quanto nas instituições privadas.

11. Assim, são estabelecidas normas gerais para o pacto federativo e as ações de cada ente federado, sendo oportuno que este PME de Lagoa Vermelha, detalhe e regulamente as atribuições específicas de cada nível da federação, conferindo maior organicidade às políticas educacionais. O principal objetivo de uma política social é a melhoria das condições de vida da população, e as ações do campo educacional tem grande potencialidade neste sentido, daí a necessidade de uma articulação de ações, superando insuficiências e sobreposições.

12. O princípio constitucional da gestão democrática é desdobrado na LDB em seu Artigo 14 e 15, indicando que:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.

13. No âmbito da discussão da Meta 19 do PNE e a decorrente meta do PME, é pertinente destacar ainda a composição de cada sistema de ensino: a) Sistema Federal de Ensino– instituições de ensino mantidas pela União, instituições de educação superior, criadas e mantidas pela iniciativa privada e os órgãos federais de educação; b) Sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal – instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal, instituições de educação superior, mantidas pelo Poder Público municipal, instituições de ensino fundamental e médio, criadas e mantidas pela iniciativa privada e os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente; c) Sistemas Municipais de Ensino - instituições de ensino fundamental e de educação infantil mantidas pelo Poder Público Municipal, instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada, Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto e Conselho Municipal de Educação.

14. O Parecer nº 9/2011 (citado anteriormente) e a Resolução nº 1/2012- CNE/CEB, dispõem sobre a implementação do regime de colaboração mediante “Arranjo de Desenvolvimento da Educação” – ADE,

22 com enfoque na articulação entre municípios, trabalhando em rede, sem prescindir da colaboração da União e dos Estados, estabelecendo como objetivos de tais arranjos: I – garantir o direito à educação, por meio da oferta de uma educação com qualidade social, refletida, dentre outros aspectos, pelo acesso, permanência, aprendizagem e conclusão dos estudos; II – fortalecer a democratização das relações de gestão e de planejamento integrado que possa incluir ações tais como: planejamento da rede física escolar, cessão mútua de servidores, transporte escolar, formação continuada de professores e gestores, e organização de um sistema integrado de avaliação; III – promover a eficiente aplicação dos recursos de forma solidária para fins idênticos ou equivalentes; IV – incentivar mecanismos de atuação na busca por recursos para prestação associada de serviços; V – estruturar o Plano Municipal de Educação, visando ao desenvolvimento integrado e harmonioso do território e a redução de disparidades sociais e econômicas locais; VI – considerar tal Plano, como referência, para a elaboração, execução e avaliação dos projetos político- pedagógicos das escolas.

15. O Plano de Ações Articuladas – PAR, inserido no Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, lançado pelo Ministério da Educação e Cultura (2007), é referido no Parecer CNE/CEB como outro exemplo de ação de regime de colaboração, muito embora seja uma proposta de governo e não de Estado. O PAR oportunizou aos municípios equidade na demanda pela assistência técnica e financeira da União, a partir de um planejamento que parte de um diagnóstico, construídos com a participação da sociedade civil, que deve, através do Comitê de Acompanhamento, fiscalizar e monitorar a execução das ações previstas.

16. No que tange ao planejamento educacional, os processos de avaliação e acompanhamento em todos os níveis e ações, são condição para que se conquiste um novo paradigma, afirmando um movimento cíclico na formulação e execução de políticas.

17. A contextualização do município de Lagoa Vermelha, revela muitos avanços no campo educacional, sendo a implementação da gestão democrática, um processo extremamente importante.

18. O Sistema Municipal de Ensino de Lagoa Vermelha foi instituído pela Lei nº4835/1999, a qual estabelece as competências do Conselho Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto. O Município dispõe ainda, de Conselhos Escolares nos educandários, os quais foram criados e aprovados por legislação do CME; cabe a estes órgãos, entre outras competências, aprovar a prestação de contas de recursos destinados às escolas, pela esfera municipal. A autonomia pedagógica e a transferência de recursos financeiros geridos pela unidade escolar estão sendo implantados nas escolas municipais.

19. Portanto, a esfera municipal conta com um sistema de ensino implementado, cujos órgãos componentes vem assumindo suas funções, cabendo estratégias de qualificação das ações e competências estabelecidas em lei. A prática de gestão democrática necessita estratégias de constante aprimoramento, entre as quais, a eleição de diretores nas escolas municipais, cujo processo tem ocorrido na forma de indicação. Nesse aspecto, há que se estabelecer critérios para as referidas indicações.

20. Em relação ao Conselho Municipal de Educação, o mesmo está instalado desde 1990, conforme Lei de criação nº 3657/1990. As condições/infra-estrutura de funcionamento do mesmo, com equipamentos, sala e profissionais para assumir plenamente suas funções, constam da lei 6974/2015, que reestrutura este colegiado.

21. O município construiu seu Plano Municipal de Educação no ano de 2009, conforme Lei nº 6252/2009, cuja reelaboração está sendo feita a partir da instalação do Fórum Municipal de Educação, na data de 16 de março de 2015, criado pela Portaria 23553/2015. Este Fórum tem caráter permanente, sendo responsável pelo acompanhamento e avaliação do PME.

22. A partir destes dados, propõe-se que:

23 a) O CME normatize, no prazo de um ano a contar da data de aprovação deste Plano, critérios para indicação e/ou escolha das direções das escolas municipais, prevendo as diferentes realidades dos educandários da sede e do campo; b) O CME conte com infra-estrutura física, material e recursos humanos, sendo 40 horas para o Presidente e pelo menos 20 horas para o Assessor Técnico, os quais assumirão as funções inerentes ao cargo, conforme regimento interno do colegiado; no prazo de dois anos, a contar da aprovação deste plano, que seja disponibilizada sala própria ao CME, com equipamentos e mobiliários; c) A partir da aprovação do Plano Municipal de Educação, o Fórum Municipal de Educação torne-se órgão permanente, participando do processo de concepção, implementação e avaliação das políticas municipais de educação, conforme regimento interno do mesmo; d) Os conselhos escolares, no prazo de um ano a contar da aprovação deste plano, recebam curso de capacitação, como forma de oferecer suporte técnico para desenvolvimento de suas funções.

23. A implementação da gestão democrática se constitui, portanto, em objeto de estratégias articuladas para sua consecução, cabendo aos órgãos competentes, ações planejadas em conjunto e que visem sempre à conquista da qualidade na educação.

24. Sobre o regime de colaboração, se registram em curso as seguintes ações, entre outras: a) Repasse de recursos financeiros – Programa Nacional do Transporte Escolar – PNATE e Programa Estadual do Transporte Escolar – PEATE - aos municípios para subsidiar o Transporte Escolar de alunos da Rede Pública Estadual dos Ensinos Fundamental e Médio – Meio Rural, residentes a uma distância igual ou superior a 2 km da escola, o qual estabeleceu de 2010 a 2013, conveniamento com 482 municípios; b) Ajustamento de matrículas da educação infantil das escolas da rede pública estadual para a rede pública municipal, mediante a cessão de uso de espaço físico e equipamentos das escolas estaduais, com 133 municípios conveniados; 190 escolas com 250 salas de aula em 2012 e 2013; c) Termo de anuência assinado pelos municípios para que o Estado, por intermédio da Secretaria Estadual de Educação, autorize o FNDE a repassar diretamente aos municípios os recursos da alimentação escolar: a alimentação municipalizada ultrapassa os limites da escola; o município, ao envolver diversas secretarias, consegue organizar a produção da Agricultura Familiar que tem um mercado garantido para sua produção, com alimentos saudáveis, sem agrotóxicos que proporcionam alimentação diferenciada para os estudantes; 113 municípios conveniados em 2013; d) Programa Bolsa Família - PBF: programa de transferência condicionada de renda destinada a beneficiar famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, definidas de acordo com a renda familiar por pessoa, que tem por missão contribuir para o rompimento do ciclo intergeracional de transmissão da pobreza; as condicionalidades que integram o Programa são geridas intersetorialmente e caracterizam a parceria dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Saúde, e desenvolvem-se em pactuação federativa com estados e municípios; a condicionalidade da educação exige que crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos cumpram uma frequência escolar mínima de 85% da carga horária escolar mensal; os alunos de 16 e 17 anos, devem apresentar frequência escolar mínima de 75%; o acompanhamento da frequência escolar dos 584.381 alunos e a verificação dos motivos que causam a baixa frequência estão entre as principais estratégias adotadas pelo Governo Federal em parceria com os níveis estaduais e municipais; e) Benefício para Superação da Extrema Pobreza na Primeira Infância, Brasil Carinhoso (BSP) criado em 2012; f) Plano de Ações Articulados - PAR, que estabeleceu outra lógica de colaboração entre os entes federados e propiciou apoio técnico e financeiro da União para estado e municípios, em quatro dimensões: gestão educacional, formação de profissionais da educação, inicial e continuada, práticas pedagógicas e de avaliação e infra-estrutura; g) formação continuada dos profissionais de educação em conjunto de redes estaduais e municipais; PACTO pela Alfabetização, destinado aos professores de 1º a 3º Ano do EF;

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h) Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente - FICAI; i) Termo de Compromisso entre o Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado e UNCME-RS para o fortalecimento e manutenção dos CMEs;

25. Porém, há que se avançar neste sentido, aprimorando as ações existentes e construindo, de forma inovadora e criativa, novas estratégias entre União, Estado e Município.

EIXO II- Garantia do Direito à Educação Básica

1. A definição de metas e estratégias para a garantia do direito de todos à Educação Básica, no contexto da elaboração do Plano Municipal de Educação (PME), em alinhamento com o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, requer um olhar sobre o cenário contemporâneo da educação brasileira neste nível de ensino. Neste sentido, se faz necessário um diagnóstico atual, que não prescinda de apontamentos do contexto histórico, embasando, assim, a compreensão necessária para o estabelecimento de proposições exequíveis, que alcancem o tamanho dos desafios a serem enfrentados. O horizonte deste processo é uma educação de qualidade social para todos, em consonância com o disposto na Constituição Federal (CF) de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/1996 e nas legislações decorrentes;

2. Percorrendo a história da educação em nível de município, podemos mencionar que em outros tempos, havia um elevado número de instituições de ensino no interior, com significativa quantidade de alunos; hoje, a realidade está diferente, pois se reduziu drasticamente a população rural, ocasionando o fechamento de escolas e/ou a nucleação das mesmas;

3. Posterior ao período de nucleação, se instalaram programas, entre eles o transporte escolar, que acaba trazendo o aluno do interior para estudar na sede do município;

Assim: a) Percebe-se um pacto de solidariedade entre os entes federativos, o qual busca a universalização da educação básica, ampliando a gestão democrática educacional e escolar; b) Várias conferências de educação foram realizadas, construindo um processo participativo na discussão e formulação das políticas educacionais; c) O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do qual decorreu o Plano Compromisso de Todos pela Educação, com 28 metas, estabeleceu bases importantes para as políticas educacionais, em regime de colaboração; d) O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), EC 53/2006, passou a gerenciar os recursos para a educação; e) A EC 59/2009 tornou obrigatória a escolarização de 4 a 17 anos de idade, entre outras mudanças importantes.

EDUCAÇÃO INFANTIL

DIAGNÓSTICO

A LDB em seu Art. 29, diz que a Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Já o Art. 30 menciona que essa etapa de escolaridade será oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de quatro a cinco anos de idade.

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Creches e pré-escolas são modalidades de Educação Infantil. O trabalho realizado no seu interior tem caráter educativo e visa garantir assistência, alimentação, saúde e segurança com condições materiais e humanas que tragam benefícios sociais e culturais para as crianças.

No Município de Lagoa Vermelha existem seis Escolas Municipais de Educação Infantil, sendo: EMEI Aquarela, EMEI Conceição Pires, EMEI Éderson Leite, EMEI Raio de Sol, EMEI Mônica Bonotto, EMEI Sol Nascente; cinco Escolas de Ensino Fundamental, sendo: Antônio Carlos de Andrade Nácul, Clóvis Pestana, João Protásio da Luz, Léa Beatriz de Quadros Dolzan, Marcílio José Machado; seis Escolas Municipais de Ensino Fundamental no Campo. São atendidas 922 crianças de 0 a 5 anos, sendo 385 crianças de 0 a 3 anos (Creche) e 537 crianças de 4 e 5 anos (Pré Escola). A rede privada possui quatro Escolas: Colégio Bom Jesus, Escolas de Educação Infantil Anjinho da Guarda, Criança Feliz e Bem- Me - Quer, atendendo 119 crianças de 0 a 3 anos e 98 crianças de 4 e 5 anos. Portanto, são atendidas pela rede municipal e privada, um total de 504 crianças de 0 a 3 anos e 635 crianças de 4 e 5 anos.

Segundo dados do IBGE (2010), Lagoa Vermelha possui 1267 crianças de 0 a 3 anos e 767 crianças de 4 e 5 anos. Então, o percentual de atendimento de 0 a 3 anos corresponde a 39,78%; o percentual para a faixa de 4 e 5 anos é de 88%. Considerando que a obrigatoriedade da matrícula inicia em 2016 e que os dados da população referem-se ao ano de 2010, constata-se ainda a existência de vagas nessa faixa etária, não alcançando o percentual de 100% da população, mas de 100% da demanda manifesta. No ano de 2015 foram concluídas adaptações e ampliações de espaços internos e cobertura externa nas Escolas Mônica Bonotto e Éderson Leite.

A Escola Aquarela, em espaço locado, e a Escola Raio de Sol, em espaço próprio, foram inauguradas no mês de abril de 2015, contando com a estrutura necessária para o atendimento das crianças.

A Escola Conceição Pires funciona em espaço cedido no porão da Igreja Nossa Senhora de Fátima, localizada no Bairro Rodrigues. Embora tenham sido feitas melhorias nos espaços internos e externos, a mesma possui pouca ventilação e espaços restritos. As Escolas Aquarela, Conceição Pires, Éderson Leite, Mônica Bonotto, Raio de Sol e Antônio Carlos de Andrade Nácul, possuem turmas de Pré A e B, funcionando em salas cedidas por Escolas Estaduais, num total de 14 turmas; destas, quatro turmas mistas, com crianças de 4 e 5 anos.Sendo assim,faz-se necessária a adequação, ampliação de espaços ou a construção de novas escolas para a incorporação destas turmas.

A Escola Sol Nascente atende crianças de 0 a 5 anos, disponibilizando espaços internos e externos com toda a estrutura necessária para o atendimento das crianças.Essa escola é uma unidade de Pró- Infância, tendo iniciado suas atividades no ano de 2012.

As Escolas Municipais de Ensino Fundamental atendem nove turmas de Pré A e B; em sua maioria estas turmas dividem as salas de aula com alunos maiores no turno contrário, dificultando a organização dos espaços e cantos temáticos.

A Escola Antônio Carlos de Andrade Nácul possui seis turmas de Pré A e B: uma turma mista e cinco turmas que funcionam na Escola Estadual Duques de Caxias.

As Escolas Municipais do Interior atendem em torno de 30 crianças da Educação Infantil.

Todas as escolas, com exceção das recentemente inauguradas, contam com Conselho Escolar e Círculo de Pais e Mestres.

O trabalho desenvolvido pela Educação Infantil está em consonância com a Legislação.

Objetivos da Educação Infantil

•desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;

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• descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar; • estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto-estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;

• estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;

• observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;

• brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;

• utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;

• conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.

ENSINO FUNDAMENTAL

DIAGNÓSTICO

A oferta do ensino fundamental obrigatório e gratuito para todos, fundamenta-se na legislação federal, estadual e municipal e nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Sua oferta é incumbência dos estados e municípios, norteados pelos princípios de autonomia, cidadania, solidariedade e democracia, garantindo acesso e permanência na escola, liberdade de aprender, gratuidade do ensino público, valorização dos profissionais da educação e padrão de qualidade.

As escolas municipais que ofertam ensino fundamental contam com a seguinte estrutura pedagógica: direção indicada pelo Poder Executivo, duas escolas contam com Coordenação Pedagógica, três escolas oferecem atividades no contraturno, através do Programa Mais Educação para o qual há a designação de Coordenador Comunitário, conforme prevê a legislação que institui o programa.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Clóvis Pestana, localizada no Bairro Medianeira, conta com Sala de Recursos que atende toda a demanda da Educação Especial. A Sala de Recursos está em anexo a esta escola e é coordenada pela AMAEE - Associação Municipal de Atendimento Educacional Especializado. Essa é uma escola de difícil acesso, por estar localizada em um bairro que tem uma de suas vias de acesso a BR 285, com grande movimento.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Léa Beatriz de Quadros Dolzan, localizada no Bairro Operário, atende um alunado de classe baixa, predominando famílias em que os pais, mães ou responsáveis trabalham fora em muitas atividades informais, o que coloca muitas dessas crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social. No entanto, há grande expectativa da comunidade escolar no sentido de que a escola possa contribuir na formação da pessoa humana. O número de alunos na escola é significativo, ficando em torno de 321 crianças.

No Bairro Boa Vista a Rede Municipal de Ensino conta com a Escola Municipal de Ensino Fundamental Marcílio José Machado, a qual atende alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Muitas das crianças que frequentam a Educação Infantil são oriundas dos Bairros Boas Vista, Gaúcha e São Sebastião, sendo aproximadamente 33 crianças. Desde o ano de 2014, essa escola está passando por reformas e ampliação, bem como, cobertura da quadra escolar. Com o início das reformas a escola

27 passou a atender sua clientela no prédio da Escola Estadual de Ensino Fundamental Diógenes Euclides da Cunha-CIEP. A direção da escola, preocupada com a melhoria da qualidade do processo pedagógico no que concerne à distorção idade-série, evasão, dificuldades de disciplina, assiduidade e repetência, implantou na escola um processo de encontros pedagógicos com seu quadro de pessoal para buscar ações pedagógicas que contemplem essa demanda na escola.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Carlos de Andrade Nácul, localiza-se no Bairro Industrial e atende um total de 94 alunos, sendo que a maioria é oriunda da zona rural. Também são atendidos 95 alunos da Educação Infantil em turmas anexas à escola estadual. O bairro onde essa escola está localizada conta com aproximadamente 300 moradores. A estrutura física dessa escola consiste em cinco salas de aula, 03 banheiros, almoxarifado, cozinha, sala de informática compartilhada com a biblioteca, sala de professores e direção compartilhada, um grande espaço aberto e ginásio de esportes para a prática esportiva e desenvolvimento de oficinas no contraturno. Em 2014, a escola foi contemplada com atividades do Programa Mais Educação.

Para atendimento da clientela dos Bairros Suzana, Manoel Vieira da Fonseca, Suzana II, Ernani Dias de Moraes, Gentil, Consoladora, São Jorge e comunidades do interior: Rincão São Francisco e Capão do Cedro, a Rede Municipal de Ensino conta com a Escola Municipal de Ensino Fundamental João Protásio da Luz, atendendo alunos de Educação Infantil e Ensino Fundamental.O número de alunos matriculados no ensino fundamental é de 200 alunos no ano de 2015.O quadro de professores e funcionários é formado pela direção, coordenação pedagógica, coordenação do Programa Mais Educação, professores concursados nas diferentes áreas de ensino.

Desde o ano de 2005 as escolas municipais João Protásio da Luz, Clóvis Pestana e Léa Beatriz de Quadros Dolzan participam do processo da Prova Brasil, com o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido a partir de testes padronizados e questionários socioeconômicos. As médias de desempenho nessas avaliações também subsidiam o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ao lado das taxas de aprovação nessas esferas.

As escolas municipais da Rede Municipal de Ensino participam da Provinha Brasil, a qual é uma avaliação diagnóstica que visa investigar o desenvolvimento das habilidades relativas à alfabetização e ao letramento em Língua Portuguesa e Matemática, desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental. A Provinha Brasil permite aos professores e gestores obter mais informações que auxiliem o monitoramento e a avaliação dos processos de desenvolvimento da alfabetização e do letramento inicial e das habilidades iniciais em matemática, oferecidos nas escolas públicas brasileiras, mais especificamente, a aquisição de habilidades de Leitura e de Matemática.

As escolas municipais recebem verba do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, com a qual adquirem materiais e jogos pedagógicos, bem como, equipamentos e materiais permanentes que contribuem para a melhoria do processo educacional.

A manutenção, aquisição de materiais pedagógicos e equipamentos das escolas da zona rural são realizados pela Secretaria Municipal de Educação, tendo em vista que o número de educandos matriculados nessas escolas é reduzido.

No município de Lagoa Vermelha, em 2014 o Ensino Fundamental atendeu 871 alunos, sendo que se encontravam matriculados nas doze escolas municipais que oferecem Educação Básica/Ensino Fundamental.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

DIAGNÓSTICO

No ano de 2007 houve a assinatura do termo de adesão ao Programa Brasil Alfabetizado, através do CAIS- Centro de Assessoria a Iniciativas Solidárias- Projeto Soletrando, que atendeu em torno de cem pessoas em processo de alfabetização. O Programa Brasil Alfabetizado é um programa de alfabetização

28 de jovens, a partir de 15 anos, adultos e idosos, formulado e implementado pelo Ministério da Educação- MEC.

Com base em dados do IBGE e atendendo a necessidade de uma dívida social em nosso município, em julho de 2010, o Sistema Municipal de Ensino implantou a Proposta de EJA Municipal – 1º e 2º segmentos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Clovis Pestana, no Bairro Medianeira, ficando essa como escola sede, nesse processo de experimentação.A clientela é formada por pessoas que não tiveram acesso ou não concluíram a vida escolar por diferentes motivos e que trazem consigo um sentimento de desprestígio, responsabilizando-se pelo insucesso de sua vida escolar.

A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade da Educação Básica com finalidades e funções específicas, estando garantida como direito público subjetivo no Artigo 208, parágrafo 1º da Constituição Federal. Enquanto Sistema Municipal de Ensino, o Plano Municipal de Educação, instituído pela Lei Municipal nº 6252 de 23/09/09, prevê a articulação e o planejamento de políticas públicas municipais que garantam a essa população a conclusão de seus estudos ou a melhoria da escolarização para quem não teve acesso na idade própria. Os educandos matriculados na Educação de Jovens, Adultos e Idosos fizeram parte da Rede Municipal de Ensino, sendo cadastrados no Censo Escolar, o que permitiu computar o número de alunos para o FUNDEB, alimentação escolar e transporte escolar, entre outros.

Num primeiro convênio 2010-2011, foram atendidas 06 turmas, sendo 03 turmas de 1º segmento e 03 turmas de 2º segmento, num total de 66 educandos. Em 2011-2012, foram atendidas 03 turmas de 1º segmento e 03 turmas de 2º segmento, num total de 66 educandos. No ano de 2013 foram atendidas 04 turmas de 1º segmento e 02 turmas de 2º segmento, num total de 76 educandos.

EJA MUNICIPAL 1º SEGMENTO 2º SEGMENTO TOTAL DE EDUCANDOS TURMAS 2010-2011 03 turmas 03 turmas 66 2011-2012 03 turmas (01 turma na 03 turmas 66 zona rural 2013 03 turmas 03 turmas (02 turmas 76 na zona rural)

A proposta de EJA Municipal contemplava um processo metodológico voltado para a vida dos educandos, com embasamento teórico em Paulo Freire e demais apontamentos da pedagogia problematizadora. Para atender tal metodologia a organização curricular tomou como base o disposto na Resolução nº 003/2009 e 005/2006 emitidas pelo CME, as quais dispõem sobre as áreas do conhecimento em cada totalidade, obedecendo a carga horária, conforme quadro abaixo:

ÁREA DO CONHECIMENTO COMPONENTES CURRICULARES CARGA HORÁRIA Sócio-Linguística Português- Educação Artística- 250 h Educação Física Sócio-Histórica Geografia- História- Ensino 175 h Religioso Sócio-Científica Matemática- Ciências 175 h Total da carga horária 600 h

A proposta de Educação de Jovens e Adultos teve como metodologia de ensino as Diretrizes Curriculares Nacionais, considerando que o adulto analfabeto possui leitura de mundo e conhecimento que vai além dos bancos escolares. Desse modo, não é sobre o produto do conhecimento que deve recair o foco das discussões curriculares, mas sobre os processos de construção, legitimação e difusão dos conhecimentos.

As Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação de Jovens e Adultos, fazem importante referência à contextualização do currículo e às trajetórias de vida dos educandos. Nesse sentido,um dos grandes

29 desafio aos educadores da EJA é quanto à metodologia a ser utilizada, que não segmente e hierarquize os conteúdos e saberes. Recomenda-se o uso da interdisciplinaridade, da transdisciplinaridade e ainda a utilização da pedagogia de projetos.

A EJA traz ainda, em seu bojo, as experiências da educação popular e por isso ao se construir o currículo, educadores (as) e educandos (a) dessa etapa de escolaridade devem assumir o compromisso ético com a dignidade humana e as transformações sociais.

A avaliação expressa uma concepção de educação, de educador, de homem, de mundo e de sociedade. Na Educação de Jovens e Adultos, a avaliação deve ser entendida como um processo de formação contínuo, coletivo, sistemático e flexível. Deve acontecer com a participação efetiva dos educandos; ela é parte do processo de aprendizagem e determina a direção do trabalho a ser realizado. A avaliação deverá ser capaz de diagnosticar os aspectos relacionados aos processos de construção do conhecimento - cognitivos, afetivos, sociais e culturais.

O Projeto de Educação de Jovens e Adultos, na Rede Municipal de Ensino, teve calendário próprio, regulamentado por Decreto Municipal. Esse processo aconteceu até o ano de 2013. Já em 2014 a responsabilidade do atendimento passou a ser da Escola Municipal de Ensino Fundamental Léa Beatriz de Quadros Dolzan, acompanhando o planejamento, a execução e avaliação das atividades propostas neste Projeto, garantindo o cumprimento da jornada de trabalho e a correta escrituração escolar, bem como, expedição de documentação referente à vida escolar de educandos e educadores, supervisionados pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto.

No município de Lagoa Vermelha, existem três escolas estaduais que oferecem a modalidade EJA, atendendo aproximadamente quatrocentos alunos, de Ensino Fundamental- Anos Finais e Ensino Médio.

EIXO III- Acesso e Expansão do Ensino Superior com Qualidade Social

ENSINO SUPERIOR

DIAGNÓSTICO

A década de 70 marca as reivindicações da população quanto à implantação do Ensino Superior em Lagoa Vermelha. Em dezembro de 1976, através da portaria177-76 o então prefeito Sr Milton José Stela nomeou uma comissão Pró- instalação do Ensino Superior. A atuação desta comissão teve início em 1977, e em seguida foi criada a Fundação Educacional Rio-Grandense (Fenorg). Como na época o Ministério de Educação suspendera a criação de novos cursos superiores por dois anos, a Fundação passou a realizar uma série de cursos ligados à formação de professores, em parceria com outras instituições ( Fidene - Ijuí e Instituto Palestrina- Porto Alegre, entre outros).

Passado algum tempo, a Fenorg firmou convênio com a UPF e a Prefeitura Municipal para instalar no município os primeiros cursos superiores, o que, efetivamente ocorreu, cujas atividades tiveram início em 1990, com a denominação de Centro de Extensão Universitária da UPF em Lagoa Vermelha. Em 1994, pelo parecer 656-94, do Conselho Federal de Educação, o Centro passou a denominar-se Campus Universitário.

Em 1990 foram instalados os cursos do Projeto regionalizado de Ofertas de Vagas, oferecidas em regime especial de férias, quais sejam: Ciências, Matemática, Letras, Geografia e Educação Artística. Em 1992, a oferta dos cursos foi ampliada, surgindo também Pedagogia- séries iniciais (regime de férias) e Ciências Contábeis. Mais tarde passou a oferecer os cursos de Administração, Direito, Letras, Matemática, Secretariado Executivo e Educação Física.

Fazem parte da área de atuação do Campus cerca de 20 municípios.

A UPF – Campus Lagoa Vermelha participa, com representação, do Conselho Regional do Desenvolvimento – COREDE NORDESTE, como gestora do Pólo de Inovação Tecnológica da Região

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Nordeste do Estado e das reuniões e atividades da Agência Regional de Desenvolvimento da Associação dos Municípios da Região Nordeste do Estado – AMUNOR.

Até julho de 2005, o Campus da UPF em Lagoa Vermelha funcionou no prédio locado da Escola Rainha da Paz. Com a conclusão do prédio próprio da UPF - Campus Lagoa Vermelha, houve a consolidação do ensino superior no município. Em 2015, comemoram-se os 25 anos da presença dessa importante Instituição na região.

Missão

A justificativa para a criação, manutenção e existência de uma Instituição de Ensino Superior (IES) pode ser definida por meio de sua Missão. A UPF definiu sua missão a partir de sua percepção do ambiente acadêmico, da qual é protagonista, e do ambiente externo, o qual pretende transformar. Com essa premissa, definiu-se para a UPF a seguinte missão: Produzir e difundir conhecimentos que promovam a melhoria da qualidade de vida e formar cidadãos competentes, com postura crítica, ética e humanista, preparados para atuarem como agentes de transformação.

Objetivos e metas

Os objetivos e as metas da UPF foram delineados após uma ampla discussão com o corpo docente, discente, funcionários e representantes da comunidade geral. Os objetivos e metas encontram-se em sintonia com as políticas institucionais para o ensino de graduação, pesquisa e pós-graduação, extensão e assuntos comunitários, e administração.

Na UPF, entende-se que os objetivos de metas transcendem uma estrutura hierárquica definida e devem estar em sintonia com a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. Dessa forma, os objetivos e metas foram traçados no âmbito de cinco linhas estratégicas, a saber: Qualidade educacional e valores acadêmicos; Sustentabilidade estrutural e econômica; Qualidade do ambiente interno e das relações humanas; Relações e interação com a comunidade; Planejamento e governança.

Unopar Virtual

Em 2003 instalou-se junto à Escola de Ensino Médio Duque de Caxias, mantida pelo Centro Lagoense de Educação e Assistência (CECLEA), a Universidade Norte do Paraná - Unopar Virtual, que oferece vários cursos de Educação à Distância. Atualmente, funciona em prédio próprio e atende 723 alunos em cursos EAd, 20 alunos on-line e 15 na Pós-Graduação, distribuídos em 12 cursos.

POSSIBILIDADE PARA O ENSINO SUPERIOR

A possibilidade da implantação do Campus da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS em Lagoa Vermelha, processo construído pela mobilização popular regional entre 2004 e 2014 e em andamento junto à Universidade, dá ao município a obrigação e a responsabilidade de ações junto à esfera federal do Ensino Superior, buscando efetivação do projeto. Conforme votação regional, o município de Lagoa Vermelha foi escolhido entre os municípios da AMUNOR e AMUCSER para sediar o campus da Universidade.

O município disponibilizou, para a instalação do Campus Universitário, espaços físicos de sua abrangência e para a construção, área de três hectares de terra junto ao antigo aeroporto ou 20 hectares de terras junto à Escola Agrícola Desidério Finamor. No momento, o processo encontra-se em tramitação na Universidade.

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EIXO IV- Educação e Diversidade: Justiça Social, Inclusão e Direitos Humanos

1. Tem-se observado constantemente o crescimento e o fortalecimento dos ideais de inclusão das pessoas com deficiência nos espaços escolares.

2. Dessa forma, a escola passa a conviver com turmas mais heterogêneas e com tempos, ritmos e aprendizagens diferenciadas. A diversidade invade a escola e com isso, torna-se urgente a adoção de novas formas de aprender e ensinar.

3. A Constituição Federal de 1988 - CF 1988 foi um marco inigualável na história do país no sentido de estabelecer um novo paradigma na educação brasileira, fundamentado na concepção do direito de todos. Assim, o texto constitucional traz concepções inovadoras e emancipatórias, considerando nossa trajetória educacional:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; [...] IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; [...] Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009); [...] III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; [...] VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009). § 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. [...] Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. § 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. (BRASIL, 1988)

4. Dessa forma, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em vigência, LDBEN/1996, na decorrência da CF 1988, ratifica os mesmos princípios:

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009) III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade; [...] VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola; VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares e material didático- escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de 2008). Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo. BRASIL, 1996 ).

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5. A partir dessa quebra paradigmática proposta, se empreende um lento caminho para a efetivação desse novo paradigma, com a ação mais contundente por parte dos movimentos da sociedade civil a partir dos anos 2000, reivindicando o respeito, o reconhecimento e a atenção à diversidade, à inclusão e aos direitos humanos nas políticas educacionais, logrando paulatinos avanços, como a criação, na estrutura do Ministério da Educação (MEC), em 2003, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD – MEC). Neste processo, a Conferência Nacional de Educação - CONAE 2010 foi um “momento aglutinador” e de fortalecimento destes debates (GOMES, 2011). Neste contexto, é oportuno destacar o conceito de diversidade que vem sendo afirmado neste percurso. Conforme Gomes (2011), o conceito a seguir, oriundo das deliberações da CONAE 2010, é afirmado pelo MEC como orientador do PNE 2014-2024:

A diversidade é entendida como a construção histórica, social, cultural e política das diferenças nos contextos das relações de poder. O direito à diversidade na educação brasileira não significa a mera soma das diferenças, antes, ele se concretiza por meio do reconhecimento das diferentes expressões, histórias, ações, sujeitos e lutas no contexto histórico, político, econômico, cultural, social, brasileiro marcado por profundas desigualdades. Portanto, a construção de uma política nacional e do direito à educação que contemple a diversidade deverá considerar: os negros, quilombolas, indígenas, as pessoas com deficiência e do campo, as crianças, adolescentes e jovens em situação de risco, os jovens e adultos, a população LGBT, os sujeitos privados de liberdade e em conflito com a lei. Deverá ainda considerar a educação dos ciganos, a educação ambiental, os direitos humanos, a liberdade de expressão religiosa na escola e a educação profissional. Nesse sentido, o reconhecimento, o respeito e o direito à diversidade a serem consolidados na política educacional deverão ser realizados por meio de políticas, programas, ações e práticas pedagógicas que garantam a efetivação da justiça social, da igualdade e da equidade. Deverão ser políticas de estado. (ABREU; CORDIOLLI, 2011, apud GOMES, 2011, p. 222).

6. Esta perspectiva foi incorporada nas normas do Conselho Nacional de Educação, quais sejam pareceres e resoluções que estabelecem as diretrizes curriculares para etapas e modalidades da Educação Básica. Na Resolução 04/2010 do Conselho Nacional de Educação, a qual estabelece as diretrizes para a Educação Básica, esse conteúdo é evidenciado nos excertos que seguem:

Art. 9. A escola de qualidade social adota como centralidade o estudante e a aprendizagem, o que pressupõe atendimento aos seguintes requisitos: [...] II - consideração sobre a inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural, resgatando e respeitando as várias manifestações de cada comunidade; VI - compatibilidade entre a proposta curricular e a infraestrutura entendida como espaço formativo dotado de efetiva disponibilidade de tempos para a sua utilização e acessibilidade; [...] Art. 20. O respeito aos educandos e a seus tempos mentais, sócio-emocionais, culturais e identitários é um princípio orientador de toda a ação educativa, sendo responsabilidade dos sistemas a criação de condições para que crianças, adolescentes, jovens e adultos, com sua diversidade, tenham a oportunidade de receber a formação que corresponda à idade própria de percurso escolar. Art. 21. São etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento educacional: I - a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com duração de 2 (dois) anos; II - o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, é organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais; III - o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) anos. Parágrafo único. Essas etapas e fases têm previsão de idades próprias, as quais, no entanto, são diversas quando se atenta para sujeitos com características que fogem à norma, como é o caso, entre outros: I - de atraso na matrícula e/ou no percurso escolar; II - de retenção, repetência e retorno de quem havia abandonado os estudos; III - de portadores de deficiência limitadora; IV - de jovens e adultos sem escolarização ou com esta incompleta; V - de habitantes de zonas rurais; VI - de indígenas e quilombolas; VII - de adolescentes em regime de acolhimento ou internação, jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais. (CNE, 2010).

7. É nessa perspectiva ora exposta que a diversidade, a inclusão e os direitos humanos devem ser abordados no Plano Municipal de Educação de Lagoa Vermelha, alinhada à premissa do sociólogo Boaventura de Sousa Santos:

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[...] temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades. (SANTOS, 2003, P. 56)

EDUCAÇÃO ESPECIAL

DIAGNÓSTICO

SALA DE RECURSOS – MANTENEDORA AMAEE (Associação Municipal de Atendimento Educacional Especializado)

A educação especial é uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, a qual focaliza as peculiaridades dos sujeitos com deficiência, transtornos do espectro autista, altas habilidades ou superdotação, articulando as orientações e normatizações das políticas públicas, concernentes à educação como um todo e, igualmente, àquelas elaboradas especificamente para o atendimento especializado em determinadas situações não contempladas na legislação do ensino comum. A participação efetiva desses estudantes no sistema “regular” de ensino é garantida em nível internacional pela Declaração de Salamanca, pela Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência (Convenção da Guatemala) e pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, das quais o Brasil é signatário, assumindo o compromisso de implementá-las em nível nacional.

Desde os primórdios da humanidade somos constituídos enquanto seres sócio-históricos pela diversidade e heterogeneidade com a qual convivemos. É através das interações sociais e das trocas presentes nelas que compartilhamos saberes e construímos conhecimentos. Essa diversidade está presente na escola e deve ser olhada, considerada e respeitada para podermos chamar nossos educandários de escolas inclusivas. Incluir permite que a pessoa com deficiência participe interagindo com o habitus do qual faz parte. É possibilitar-lhe o crescimento, o desenvolvimento. A inclusão muito mais do que simples atendimento, representa o combate à separação, a exclusão e consequente desenvolvimento deficitário.

A inclusão da pessoa com deficiência visa valorizar as diferenças individuais respeitando as necessidades de todos os alunos. Nesta perspectiva inclusivista, defendida e implementada pelo MEC, em consonância com a LDB (Lei nº 9394/96) inspiradas na Declaração Mundial de Educação Para Todos (1990) e na Declaração de Salamanca (1994), tem-se que as crianças com deficiência devem ter sua escolaridade atendida fundamentalmente pela escola regular de modo a prover a inclusão, oferecendo serviços de apoio especializado.

Na LDBEN (Lei nº 9.394/1996, recentemente alterada pela Lei 12.796/2013), a Educação Especial passa a ter um capítulo exclusivo, buscando contemplar diversas dimensões necessárias ao atendimento educacional de qualidade para essa parcela da população:

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: [...] III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013); [...] Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

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§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (BRASIL, 1996).

Nesse contexto, escolas inclusivas partem do pressuposto de que todas as crianças podem aprender e fazer parte da vida escolar e comunitária. A diversidade é um valor e acredita-se que ela fortaleça ainda mais a escola e ofereça a todos os seus membros maiores oportunidades de aprendizagem. Esse movimento parte da transformação do ambiente escolar, de mudanças paradigmáticas, onde o foco seja a prática pedagógica e a potencialidade do sujeito e não sua deficiência.

O movimento de inclusão tem origens que decorrem dos limites nos processos de identificação dos sujeitos com necessidades educativas especiais; das críticas aos mecanismos excludentes da escola em geral e, em particular, das alternativas paralelas de atendimento, com proposições pedagógicas que tendiam a minimizar os desafios propostos aos alunos; das transformações nas concepções de alternativas de intervenção em educação e saúde. A evolução desse movimento mostra uma tendência que mantém e atualiza princípios norteadores de uma educação “ampla”, propondo a inclusão escolar. (BAPTISTA, 2005, p. 18).

Assim, falar em inclusão é referir-se a um processo onde a educação comum possa ser transformada, repensada, onde seja oportunizada igualdade de oportunidades e de participação, sem esquecer que esse processo deve primar pela qualidade, respeitando cada sujeito e reconhecendo sua singularidade.

A inclusão exige que o projeto político-pedagógico das escolas valorize a diversidade humana, voltando-se a todos os alunos, procurando rever práticas que deem suporte para educar na diversidade. Nos dias de hoje as pessoas com deficiência têm seu processo educativo atendido preferencialmente na rede regular de ensino, onde lhe é também oferecido o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Neste atendimento o aluno deve receber a complementação ou suplementação do processo de aprendizagem iniciado na sala de aula regular.

Ao frequentar a escola e o AEE, o sujeito está envolto por uma relação pedagógica. Essa relação deve remeter à aproximação, ao encontro, à criação de verdadeiros cenários de aprendizagem. Segundo Gallimore e Tharp (1996) uma condição básica para a existência de cenários de atividades efetivos é a adesão dos participantes. Assim, sabemos que esse encontro materializa-se em diferentes momentos sendo, no nosso caso, o Atendimento Educacional Especializado o espaço onde há esta aproximação, este envolver-se pedagogicamente com os alunos, onde a aprendizagem é o aspecto fundante desta relação pedagógica, com tempos próprios de aprendizagem e aprendizagens diferenciadas esta se dá conta da necessidade de sua urgente transformação: passar a considerar a aprendizagem e a construção do conhecimento acadêmico como uma conquista que não cabe em padrões e modelos idealizados, pois o aluno com essa deficiência tem dificuldades de construir conhecimento como os demais e de demonstrar sua capacidade cognitiva.

Conforme os dados do IBGE/Censo educacional 2010, o percentual da população de 4 a 17 anos de idade com deficiência que frequenta a escola está expresso na tabela que segue:

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POPULAÇÃO DE 4 A 17 ANOS DE IDADE COM DEFICIÊNCIA QUE FREQUENTA A ESCOLA BRASIL REGIÃO SUL 85,8% 85,9% 83,4%

Destaca-se o esforço conjunto de sistemas e redes de ensino em garantir o pleno acesso à educação a todos os alunos atendidos pela educação especial, conforme evidenciam as matrículas nas redes públicas. Os resultados do Censo Escolar da Educação Básica de 2011 mostram que no Brasil, do total de matrículas (752.305), 78,3% concentram-se na rede pública, enquanto em 2007 esse percentual era de 62,7%. Também foi registrado, em 2011, que 94,2% do total de matrículas de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação em classes comuns do ensino regular se concentrou na rede pública.

No RS, conforme dados do Censo Escolar 2013, a situação de inclusão estudantes com deficiência, transtorno do espectro autista, altas habilidades ou superdotação incluídos nas classes comuns das instituições de ensino de educação está expressa na tabela a seguir:

REDE CRECHE PRÉ-ESCOLA ENSINO ENSINO EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO DE JOVEN FUNDAMENTAL MÉDIO PROFISSIONAL E ADULTOS ESTADUAL 1 74 16.799 2.570 74 1.277 FEDERAL 0 1 2 48 29 15 MUNICIPAL 534 1.374 25.250 60 2 1.402 PARTICULAR 181 334 1.315 253 79 68 TOTAL RS 716 1.783 43.366 2.931 184 2.762

A seguir destaca-se o número de alunos atendidos nos últimos dois anos pela Sala de Recursos - AMAEE

2013 2014 80 alunos atendidos 91 alunos atendidos

A Sala de Recursos foi criada em 04 de junho de 2001; configura-se em um ambiente destinado ao trabalho com pessoas que apresentem deficiências, altas habilidades ou superdotação e realiza também atendimentos psicopedagógicos. Disponibiliza equipamentos, materiais e recursos pedagógicos específicos à natureza das necessidades e potencialidades de cada atendido, oferta-se também o trabalho com Tecnologia Assistiva. Atualmente funciona conveniada à Prefeitura Municipal através da mantenedora AMAEE – Associação Municipal de Atendimento Educacional Especializado.

OBJETIVOS DA SALA DE RECURSOS - AMAEE -Inovar o processo educacional pelo alargamento de oportunidades inclusivas a serem oferecidas ao educando com deficiência e dificuldades de aprendizagem. - Criar situações em que a inter-relação entre sujeitos, auxiliará a expressar seus sentimentos, criar argumentos, compreender melhor a sociedade onde está inserido, assumindo sua autonomia e chegar à efetiva aprendizagem.

METODOLOGIA – SALA DE RECURSOS - AMAEE Os alunos incluídos nas Escolas Municipais com dificuldades de aprendizagem, aprendizagem lenta, deficiência intelectual, auditiva, surdez, cegueira, altas habilidades, transtornos globais do desenvolvimento, indicação de atendimento fonoaudiológico ou psicopedagógico terão atendidos na Sala de Recursos Multifuncional, mantida pela AMAEE – conveniada com a Administração Municipal de Lagoa Vermelha, em turno inverso ao da Escola em que frequenta a educação básica.

A metodologia é centrada nas atividades propostas, no material didático e em outras estratégias de ensino personalizado considerando-se os seguintes aspectos: motivação, ritmo próprio de aprendizagem, adequação do conteúdo ao nível de experiência do aluno. A metodologia está ancorada nas premissas descritas abaixo:

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• Pressupostos da teoria sócio-histórica; • Entendimento de que o desenvolvimento humano ocorre do seu nascimento a sua morte; • Ocorre em ambientes culturalmente organizados e com regras sociais estabelecidas, por meio de interações realizadas com parceiros, ou seja, entre duas ou mais pessoas que têm um papel ativo; • Desenvolvimento que se dá na interação social, sendo impossível separar as pessoas, as interações e os contextos; • O sujeito não é analisado individualmente, mas, sempre em interação com os diferentes contextos; • As pessoas estão imersas em contextos, são constituídas por contextos e submetidas às condições desses contextos, sejam elas: físicas, emocionais, culturais entre outros; • O resultado da comunicação e da inclusão social dos sujeitos será consequência da metodologia das ações mediadoras; • Considera-se o processo, não somente os sujeitos ou um contexto.

Partindo-se das premissas apresentadas propõe-se: • Perfil sócio-histórico dos sujeitos: síntese descritiva que apresenta como o sujeito é e como se relaciona com seu meio. Para sua composição, serão utilizados quatro eixos norteadores: comunicação, interação, identificação do sujeito e potencialidades/necessidades; • Contexto sócio-cultural: Identificar elementos constitutivos e atores na interação, são identificados não de forma isolada, mas em interação para compor um todo sistêmico que representa o contexto.

RECURSOS NECESSÁRIOS PARA O FUNCIONAMENTO PARA SALA DE RECURSOS - AMAEE

- Profissionais habilitados e capacitados para trabalhar com AEE; - Profissional na área da fonoaudiologia; - Profissional na área da psicopedagogia (mesmo profissional do AEE – que possui as duas habilitações). - Alunos que necessitem do atendimento proposto e que frequentem a Rede Municipal de Ensino de Lagoa Vermelha, até o número de 105 atendimentos. - Profissionais envolvidos na educação destes alunos frente à escola e a Sala; - Ambiente adequado e adaptado para o atendimento destes alunos na Sala; - Materiais e recursos pedagógicos que beneficiem as interações entre alunos e professores; - Transporte escolar para os alunos que frequentam a Sala nos horários determinados no decorrer do ano letivo.

APAE- ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS Visão: Movimento de pais, amigos e pessoas com deficiência, de excelência e referência no país, na defesa dos direitos e prestação de serviços nas áreas de assistência social, educação e saúde. Missão: Promover e articular ações de defesa e garantia de direitos, prevenção, orientações, prestação de serviços, atendimento e apoio à família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária.

Objetivos a) Promover campanhas financeiras de âmbito municipal e colaborar na organização de campanhas nacionais, estaduais e regionais, com o objetivo de arrecadar fundos destinados ao financiamento das ações de atendimento à pessoa com deficiência, bem como a realização das finalidades da APAE. b) Incentivar a participação da comunidade e instituições públicas e privadas nas ações e programas voltados ao atendimento da pessoa com deficiência. c) Promover parcerias com os diversos setores de atividades, oportunizando a habilitação e a colocação da pessoa com deficiência no mundo do trabalho. d) Intensificar o intercâmbio entre as entidades co-irmãs, análogas filiadas, as associações congêneres e instituições oficiais municipais, nacionais e internacionais.

37 e) Manter publicações técnicas especializadas sobre trabalhos e assuntos relativos à causa e filosofia do Movimento Apaeano. f) Solicitar e receber recursos de órgãos públicos ou privados e as contribuições de pessoas físicas. g) Firmar parcerias com entidades co-irmãs e análogas, órgãos públicos e privados, inclusive produção e venda de serviços, conforme legislação em vigor, para manutenção e garantia de oferta e qualidade na prestação dos serviços. h) Fiscalizar o uso do nome da “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais”, do símbolo e da sigla APAE, por seus associados. i) Promover meios para o desenvolvimento de atividades extracurriculares, como colônia de férias, jardinagem, clubes, atividades culturais, etc. j) Promover e facilitar a vida em família da pessoa com deficiência apoiando e/ou gerenciando casas-lares para aqueles em situação de risco ou abandono. k) Oferecer oportunidade a que pessoas com deficiência possam participar de Conselhos, Diretorias ou Comissões Especiais da APAE

Unidade Escolar mantida pela Entidade: Escola de Educação Especial Cantinho da Esperança Objetivo Geral -Oportunizar atendimento educacional a educandos com deficiência intelectual e/ou múltipla no município de Lagoa Vermelha e da região de abrangência de acordo com os princípios de liberdade, solidariedade e promoção humana, que regem a Educação Especial e em consonância com a filosofia que norteia a ação educativa.

Objetivos Específicos -Oferecer o Ensino Fundamental - Anos Iniciais e Ensino Fundamental – Anos Iniciais na modalidade de Educação de Jovens e Adultos para educandos com Deficiência Intelectual e/ou Múltipla, cujas necessidades Educativas exigem adaptações curriculares específicas; -Oferecer formas alternativas de educação escolar, como currículos adaptados e funcionais, visando o desenvolvimento integral das crianças, jovens e adultos com Deficiência Intelectual e/ou Múltipla, garantindo-lhes acesso, permanência e sucesso na escola; -Oportunizar programas educacionais adequados de acordo com os interesses, necessidades e possibilidades dos educandos, abrangendo todos os aspectos que favoreçam o desenvolvimento global dos mesmos, visando a sua integração e participação pessoal no meio em que vive. -Encaminhar os alunos, quando possível para a escola comum.

Ensino Fundamental –Anos Iniciais -Proporcionar ao educando uma formação integral de acordo com suas potencialidades, como elemento de auto-realização e formação básica como cidadão, mediante o exercício efetivo dessa condição, numa perspectiva de aprender sempre; -Propiciar o desenvolvimento da capacidade de aprender dos educandos; -Criar condições para a aquisição de conhecimentos e habilidades e para a formação de atitudes, valores e compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, de tecnologia, das artes, dos esportes e dos valores que fundamentam a sociedade; -Fortalecer os vínculos familiares, os laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Ensino Fundamental – Anos Iniciais – Modalidade de Educação de Jovens e Adultos -Assegurar ao educando currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades; -Oferecer programas e projetos nas áreas de Educação Física e Artes, favorecendo o desenvolvimento do potencial dos educandos; -Oportunizar a construção do conhecimento de forma interdisciplinar e de diferentes metodologias que considerem os sujeitos com suas histórias e vivências.

Princípios Norteadores Fundamentado nas teorias pedagógicas de Vygotsky, Ausubel ,Gardner, Emília Ferreiro, Paulo Freire, Piaget e bibliografia fornecida pela FENAPAES, constituem os princípios norteadores do processo

38 educacional, considerando o educando como construtor de conhecimento e apoiando-se em Howard Gardner e Edgar Morin valorizando as diversas formas de conhecimento.

Princípios Epistemológicos Baseado em uma abordagem psicopedagógica e psicogenética, o saber é reconhecido como característica social, e o conhecimento resultante de inúmeras fontes culturais, fazem da interdisciplinaridade uma ferramenta pedagógica.

Princípios Didáticos- Pedagógicos Ensino-aprendizagem: Compreende-se que o processo de ensino aprendizagem implica uma interação significativa entre o sujeito e o objeto do conhecimento, processo que transforma a ambos, que deve ser construído por meio da participação ativa dos sujeitos, da reflexão e interação social, sendo um produto histórico e cultural. Este processo deve ter como finalidade possibilitar a todo educando condições de construir pensamentos autônomos e críticos formulando o seu próprio juízo de valor, de modo a poder intervir na sociedade e saber como agir nas diferentes circunstâncias da vida. Relação Professor-Aluno: Valoriza-se o aspecto formativo considerando o educando como o centro da ação pedagógica, compreendendo o seu ritmo de aprendizagem e as diversas formas do aprender. O educador exerce papel importante no processo de ensino aprendizagem, como impulsionador dos processos cognitivos, desde que garantida a qualidade da interação.

Princípios Éticos A prática efetiva de princípios éticos e do respeito à dignidade humana, deverão ser objetivados em posturas pedagógicas que articulem os conhecimentos e a adesão dos valores morais à conduta social. O trabalho desenvolvido na escola converge na direção de construir e concretizar um projeto pedagógico que parta da compreensão que os tempos e espaços escolares de convivência, de ensino e de aprendizagem pautem-se pela ética e constituam-se a favor do bem maior que é a vida.

A Interação entre a Família e Escola Compreende-se que escola e família precisam caminhar juntas, integradas, seguindo uma direção comum para enfrentar o grande desafio: educar. A escola estimula a família para a sua participação qualificada na instituição visando à adequação dos programas ofertados de acordo com os anseios e as necessidades dos seus filhos. Incentiva a família do educando a participar do trabalho pedagógico, por meio de reuniões, participação dos pais na escola e palestras específicas. Tem-se um canal aberto com a família do educando para coletar sugestões de temas que permearão seus debates e discussões, respeitando-se as peculiaridades e necessidades do aluno, do grupo e do contexto social.

Equipe Técnica Interdisciplinar A Equipe Interdisciplinar é composta por pedagoga, psicóloga, fonoaudióloga, fisioterapeuta e assistente social. A Equipe tem atuação coletiva e/ou individual sempre que se fizer necessário, junto aos alunos e família com serviços complementares ao trabalho pedagógico, no sentido de cumprir os objetivos educacionais e favorecer o pleno desenvolvimento de potencialidades e aprendizagens dos educandos com deficiência que frequentam a Escola da APAE. Quando necessário o educando é encaminhado a outros serviços especializados

Níveis de Ensino A escola adota a organização curricular por ciclos para o Ensino Fundamental - Anos Iniciais e por etapas para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais na modalidade de Educação de Jovens e Adultos.

Ensino Fundamental - Anos Iniciais • Anos Iniciais – Ciclo I – 6 a 8 anos, Ciclo II – 9 a 11 anos e Ciclo III – 12 a 14 anos.

Ensino Fundamental - Anos Iniciais - Educação de Jovens e Adultos • A partir de 15 anos: Etapa I, Etapa II, Etapa III, Etapa IV e Etapa V.

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Currículo A escola oferece currículo fundamentado nas Leis e Parâmetros Educacionais Nacionais no que diz respeito à organização curricular com conteúdos da base nacional comum. Concomitantemente oferece o currículo funcional visando atender as necessidades específicas de cada educando e a pluralidade cultural da nossa região.

Dessa forma, o currículo está diretamente relacionado ao contexto sócio-político-cultural e, assim, é construído de forma dinâmica e participativa através de uma abordagem interdisciplinar, tendo em vista, prioritariamente, a autogestão e a formação do cidadão comprometido eticamente com a transformação da sociedade.

A organização curricular propicia o desenvolvimento dos alunos na dimensão formativa e informativa, priorizando o processo de desenvolvimento global da consciência e da comunicação (do educador e do educando), integrando, dentro de uma visão de totalidade, os vários níveis de conhecimento e expressão.

Metodologia A Proposta Metodológica que fundamenta a prática pedagógica da Escola está pautada na interação entre os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem e na mediação do saber, considerando que as ações interdisciplinares priorizam a construção do conhecimento a partir das relações estabelecidas e vivenciadas no processo de ensino-aprendizagem, respeitando o ritmo de cada indivíduo.

O educador necessita exercer o papel de mediador do conhecimento, possibilitando que o educando interaja e possa construir relações recíprocas de aprendizagem, desenvolvendo uma prática que focalize a aprendizagem significativa do aluno. Quando necessário os planos educacionais serão reestruturados e adaptados, em função de ações didático-pedagógicas, nível de desenvolvimento, necessidades e possibilidades de aprendizagem dos educandos.

A Escola de Educação Especial Cantinho da Esperança oferecerá serviços de apoio especializado para atender as peculiaridades de cada educando, considerando suas necessidades e possibilitando a prática interdisciplinar entre professores e equipe técnica (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, psicóloga, psiquiatra, neurologista, médico e assistente social) para que o planejamento e a metodologia sejam adequados. São desenvolvidos diversos projetos voltados para a família, alimentação, ensino da música, preparação para o trabalho, leitura e escola.

Avaliação A avaliação, como parte do processo de aprendizagem tem função diagnóstica, no sentido de acompanhar o processo ensino-aprendizagem desenvolvida nos atendimentos, compreendendo e acompanhando o desenvolvimento do aluno, seus conhecimentos e suas experiências construídas, mediante registro em parecer descritivo, assim como, os conhecimentos e as experiências adquiridas pelos alunos fora da escola, porém relevantes no processo educativo.

A avaliação deve ser entendida como um processo contínuo de obtenção de informações, análise e interpretação da ação educativa, visando aprimoramento do trabalho escolar.

A avaliação escolar considera todas as dimensões de aprendizagem cognitiva, afetiva, cultural, comportamental, social, e outras, compreendendo a singularidade de cada educando. Ela será a fonte principal de informação e referência para a organização e formação de práticas pedagógicas que possibilitem a aprendizagem dos alunos.

EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE

DIAGNÓSTICO

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O Curso Técnico em Agropecuária, em desenvolvimento na E.E. Técnica Agrícola Desidério Finamor, vem atuando na formação profissional de jovens de toda a região desde 1962, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento dos municípios, uma vez que os egressos trabalham em atividades ligadas a sua formação técnica. A referida escola é a instituição pioneira de educação profissional na região nordeste do Estado, atendendo alunos oriundos de 23 municípios.

Considerando o perfil do município de Lagoa Vermelha e da região, percebe-se que a especificidade da Escola é um pólo irradiador de conhecimentos do setor agropecuário, podendo sediar cursos e eventos afins, voltados para aspectos sociais e econômicos ligados à produção agrícola, empreendedorismo no agronegócio e na pecuária, o que justifica a educação profissional oferecida pela escola.

A Educação Profissional Técnica de Nível Médio, objetiva conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, tendo como dimensões indissociáveis o trabalho, a ciência, a cultura e a tecnologia.

ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO

DIAGNÓSTICO

O Ensino Médio Politécnico, implantado na rede estadual de ensino em 2012, tem em sua concepção a base na dimensão politécnica, constituindo-se no aprofundamento da articulação das áreas de conhecimentos e suas tecnologias, com os eixos Cultura, Ciência, Tecnologia e Trabalho, na perspectiva de que a apropriação e a construção de conhecimento embasam e promovem a inserção social da cidadania.

O Ensino Médio Politécnico articula as disciplinas a partir das áreas do conhecimento (Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática e suas tecnologias).

No seminário Integrado os alunos desenvolvem atividades de pesquisa, colocando em prática os conhecimentos teóricos. A nova modalidade também busca preparar os jovens para a sua futura inserção no mundo do trabalho ou para a continuidade dos estudos no nível superior.

Já a educação profissional integrada ao ensino médio se configura como aquisição de princípios que regem a vida social e constroem, na contemporaneidade, os sistemas produtivos.

A execução desta proposta demanda uma formação interdisciplinar, partindo do conteúdo social, revisitando os conteúdos formais para interferir nas relações sociais e de produção na perspectiva da solidariedade e da valorização da dignidade humana.

O Ensino Médio apresenta índices preocupantes, ao considerar o compromisso com a aprendizagem para todos. A escolaridade líquida (idade esperada para o ensino médio 15-17anos) e a defasagem idade-série no Ensino Médio ainda se apresentam como os principais desafios a serem superados.

Quanto às condições da infraestrutura, as escolas buscam melhorias de acordo com as possibilidades, priorizando espaços comuns como: quadra de esportes; laboratório de ciência; laboratório de informática; biblioteca; cozinha; acessibilidade ao espaço escolar para pessoas com mobilidade reduzida

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A LDB instituiu a Educação Básica, integrando os níveis de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, consideradas as suas diferentes modalidades de oferta, de forma a propiciar a estruturação de um projeto de educação escolar que contemple as características de desenvolvimento da criança, do pré-adolescente, do adolescente e do jovem adulto.

A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (BRASIL, Lei nº 9.394/1996, Art. 22).

Em decorrência, o texto legal apresenta o ensino médio como etapa final da educação básica, em continuidade ao ensino fundamental, com os seguintes objetivos:

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. (Artigo 35 da LDB) Educação Básica, assim se posiciona:

O Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual podem se assentar possibilidades diversas como preparação geral para o trabalho ou facultativamente, para profissões técnicas; na ciência e na tecnologia, como iniciação científica e tecnológica; na cultura como ampliação da formação cultural (CNE/CEB, Resolução nº 04/2010, Art. 26, § 1º).

Esta concepção evidencia uma profunda articulação entre as áreas de conhecimento e seus componentes curriculares com as dimensões Ciência, Cultura, Tecnologia e Trabalho. Esta articulação deve se explicitar no desenvolvimento de ações, atividades e vivências pedagógicas, com vista a modificar a relação atual entre trabalho e trabalhador.

Do ponto de vista da organização curricular, a politecnia supõe novas formas de seleção e organização dos conteúdos a partir da prática social, contemplando o diálogo entre as áreas de conhecimento; supõe a primazia da qualidade da relação com o conhecimento pelo protagonismo do aluno sobre a quantidade de conteúdos apropriados de forma mecânica; supõe a primazia do significado social do conhecimento sobre os critérios formais inerentes à lógica disciplinar. A construção desse currículo integrado supõe a quebra de paradigmas e só poderá ocorrer pelo trabalho coletivo que integre os diferentes atores que atuam nas escolas, nas instituições responsáveis pela formação de professores e nos órgãos públicos responsáveis pela gestão. Neste sentido, busca-se materializar as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (Resolução CEB/CNE no 2, de 30 de janeiro de 2012).

Como toda atividade humana que tem clareza de finalidades, para que o Ensino Médio cumpra seu importante papel social, faz-se necessário um acompanhamento contínuo, fornecendo elementos para a avaliação dos entraves e progressos das metas e objetivos propostos no Plano Nacional de Educação, possibilitando ajustes necessários em função das sucessivas mudanças que ocorrem na sociedade, as quais exigem constante aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.

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Devem ser considerados ainda os aspectos que se referem aos programas de formação, capacitação continuada e valorização do magistério. Há evidências de que tais programas influenciam nos índices de repetência e evasão dos alunos, sendo um agravante o inadequado preparo dos professores para atenderem a população com características específicas, que ingressa no Ensino Médio. O governo federal em parceria com os estados instituiu o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio para criar um espaço de Formação Continuada de Professores dentro do espaço escolar com o objetivo de promover a valorização da formação continuada dos professores e coordenadores pedagógicos que atuam no Ensino Médio público, nas áreas rurais e urbanas, em consonância com a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio.

EIXO V- Formação e Valorização dos Profissionais em Educação

1. Na atualidade, se construiu o consenso, em nível global, para a sociedade como um todo e especificamente no campo da educação, que a valorização, formação e qualificação permanente dos trabalhadores em educação, docentes e não docentes são dimensões fundamentais na garantia de uma educação de qualidade social e no empreendimento das necessárias transformações educacionais;

2. Os movimentos dos trabalhadores historicamente organizados apontaram como eixos desse debate a formação inicial e continuada, a carreira e as condições de trabalho, que no mundo contemporâneo se destacam tendo em vista a grande dimensão assumida dos desafios educacionais;

3. O professor tem um papel insubstituível na formação geral e escolarização das gerações, devendo para isso, fazer uso dos inúmeros recursos tecnológicos disponíveis atualmente;

4. Da mesma forma, são as conquistas sociais e educacionais obtidas nas últimas décadas em relação à democratização do acesso da população à escolarização, conferindo à educação um significado público que tornam o professor e demais trabalhadores em educação agentes vitais nas sociedades contemporâneas. Aos profissionais da educação cabe, portanto, a tarefa do atendimento da demanda social pela formação integral e cidadã, fundamentada nos princípios de igualdade, justiça, sustentabilidade e distribuição equânime dos bens materiais e culturais:

5. Assim, os investimentos públicos e privados na valorização e na formação dos professores e dos demais trabalhadores em educação, não docentes, precisam ser propostos e acompanhados através de políticas integrais e articuladas, de forma a constituírem ações que possam ser referendadas socialmente como investimentos necessários ao aprimoramento do ensino. Investir em formação, carreira e salários dignos para todos os trabalhadores em educação é processo de médio e longo prazo que trará como resultados benefícios importantes para a sociedade, considerando a importância destes trabalhadores na efetividade das estratégias de reforma educacional;

6. A valorização dos profissionais da educação é um dos grandes desafios que se coloca para o desenvolvimento no campo educacional para a próxima década, apontada no Plano Municipal de Educação – PME nas metas 15, 16, 17 e 18;

7. Para a superação da situação desfavorável em que se encontram os trabalhadores em educação hoje no país, se fazem necessárias ações assumidas por todos os entes federados, constando, portanto, metas alinhadas ao PNE, PEE do Rio Grande do Sul e PME de Lagoa Vermelha;

8. A Constituição Federal de 1988 – CF 1988, em seu Artigo 206, aponta dois princípios que se referem diretamente aos profissionais da educação, inserido no Texto Constitucional pela Emenda Constitucional 53 de 2006 – EC 53/2006: 43

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (BRASIL, 1998)

9. Na consideração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9394/1996, em seu artigo 61 e incisos, na redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009, os profissionais da educação são assim definidos:

Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são: I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (BRASIL, 1996)

10. O referido artigo da LDBEN, ao definir quem são os profissionais da educação, também traz em seu parágrafo único e incisos, a preocupação com as necessidades de formação desses profissionais:

Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos: I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço; III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. (BRASIL, 1996)

11. Dessa forma, o reconhecimento e a conceituação da categoria funcional dos profissionais da educação, propostos pela legislação, estão diretamente associados à necessidade de garantir a valorização e a formação desses trabalhadores, o que implica na construção de políticas que assegurem os direitos constitucionais: carreira, piso salarial e formação inicial e continuada.

12. A Lei nº 11.738/2008, que regulamenta o Piso Salarial Profissional Nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, define importantes avanços, tais como o estabelecimento de um valor mínimo para o salário do profissional com formação de ensino médio, modalidade normal, bem como um máximo de 2/3 da carga horária em atividades com os estudantes, reservando assim 1/3 para horas de planejamento e formação. Esses avanços devem ser observados no município, não modificando as carreiras, diminuindo vantagens e conquistas. Também o cumprimento das horas- atividade é um desafio a ser enfrentado;

13. Em 2007, foi aprovado pelo então presidente Lula o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, com o objetivo de melhorar a educação no país, priorizando a Educação Básica. No contexto do PDE, como instrumento de sua efetivação, foi lançado o Plano Compromisso de Todos pela Educação, cuja implantação foi ordenada pelo Decreto nº 6.094/2007. Dele constam 28 metas, a serem implementadas em regime de colaboração, a partir da adesão de estados e municípios, que ao aderirem, recebem apoio técnico e financeiro da União. A partir de uma ferramenta estruturada de planejamento disponível no site do Sistema Integrado de Monitoramento do Ministério da Educação – SIMEC, o Plano de Ações Articuladas – PAR, os estados e municípios elaboram diagnóstico e planejamento a partir de 4 dimensões: Gestão Educacional; Formação de Professores e de Profissionais de Serviço e Apoio Escolar; Práticas Pedagógicas e de Avaliação; Infraestrutura. Cada dimensão é subdividida em áreas e indicadores, com possibilidade de pontuação de 1 a 4 pontos. Este planejamento é elaborado por uma equipe de trabalho e, depois monitorado por um comitê de acompanhamento formado no município;

14. O Plano de Ações Articuladas dos Municípios - PAR, inserido no Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, traz elementos diretamente relacionados com a valorização dos profissionais da educação, que devem ser diagnosticados, gerando ações em regime de colaboração a serem executadas pelos entes federados. Tanto a Dimensão 1 – Gestão Educacional, quanto a Dimensão 2 – Formação de professores e de profissionais de serviço e apoio escolar, trazem áreas que tratam da valorização e da formação inicial e continuada de professores da educação básica, buscando assim contemplar a

44 formação de professores e demais trabalhadores em educação não docentes de acordo com os desafios atuais no campo educacional.

15. Neste contexto, o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR, visa induzir e fomentar a oferta de vagas em cursos de educação superior para professores em exercício na rede pública de educação básica a fim de que estes profissionais possam obter a formação exigida pela LDBEN e contribuir para a melhoria da qualidade da educação; é uma ação de grande relevância, implementada por meio da Plataforma Freire, sistema eletrônico criado em 2009 pelo MEC com a finalidade de realizar a gestão e acompanhamento do referido Plano, registrando as demandas e efetivando políticas de formação em regime de colaboração.

16. Assim, já está incorporado às políticas educacionais mais recentes, articuladas pelo regime de colaboração, o entendimento de que carreira, salário e formação, se constituem nos três pilares para a valorização dos profissionais da educação, com a consolidação das parcerias entre os entes federados, de modo a viabilizar recursos e instituir projetos comuns para a educação.

EIXO VI- Financiamento da Educação

1. Na Constituição Federal de 1988 (CF/88), a vinculação mínima com a receita líquida de impostos estabelecida é 18% para a União e 25% para os demais entes federados, a qual corresponde ao percentual em geral efetivamente aplicado nas três esferas. Esses índices têm alcançado um percentual em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e se mostrado insuficientes para efetivar o direito à educação com qualidade social assegurado a todos na legislação.

2. O PIB representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região durante um período determinado. São contabilizados bens e produtos finais, serviços prestados e remunerados, investimentos, gastos que as empresas fazem para aumentar a produção e gastos do governo. O resultado é obtido da soma da riqueza (toda a produção) mais a demanda (todo o consumo/gasto), somadas à renda (todas as remunerações). Conforme dados do IBGE, em 2012 o município de Lagoa Vermelha apresentava um PIB no valor de R$ 570.812.000, sendo o PIB per capita no valor de R$ 20.782,51.

3. A Carta Magna estabelece, com relação ao financiamento: ensino público gratuito em estabelecimentos oficiais; salário-educação como fonte adicional para a educação básica; instituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério, que em 2004 foi alterado para Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação. Determina ainda, as responsabilidades de cada ente federado: União – responsável pela manutenção das instituições federais de ensino e prestação de assistência técnica e financeira aos estados, Distrito Federal e municípios; Estados – investimento prioritário no ensino médio e fundamental; e Municípios – investimento na educação infantil e no ensino fundamental, podendo investir em outros níveis de ensino desde que atendidas às necessidades de sua área de competência, com recursos para além da determinação constitucional.

4. Diretamente ao financiamento está vinculada a Lei nº 11.738/2008, a Lei do Piso Salarial Profissional Nacional, a qual estabelece um valor mínimo nacional para o salário dos docentes.

5. O Salário Educação provém da incidência de 2,5% sobre o total de remunerações pagas aos empregados pelas empresas. Essa contribuição é recolhida ao INSS e repassada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que retém 10% para financiamento de programas de transporte escolar e Educação de Jovens e Adultos (EJA) e redistribui os 90% restantes da seguinte forma: 1/3 como Cota Federal para custear programas do Ministério da Educação (MEC): Dinheiro Direto na Escola, Livro Didático, Alimentação Escolar, Programa Nacional Biblioteca na Escola, Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar. Os outros 2/3 correspondem às Cotas Estaduais e Municipais: repartição entre cada estado e seus municípios, de acordo com o número de matrículas na Educação Básica.

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6. A Emenda Constitucional 59/2009 (EC 59/2009) reconfigura os planos de educação e estabelece meta de aplicação de recursos públicos na educação vinculados ao PIB: [...] Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. (BRASIL, 2014b)

7. O Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi) se tornou referência para a construção da matriz de Padrões Mínimos de Qualidade para a Educação Básica Pública no Brasil, representando a qualidade ideal para as escolas públicas, com a projeção de aumento do valor do CAQi à medida que a qualidade se amplie e se aprofunde. Os fatores que mais influem no cálculo do CAQi são: 1) tamanho da escola/Creche; 2) jornada dos alunos (tempo parcial/tempo integral); 3) relação alunos/turma ou alunos/professor; 4) valorização dos profissionais do magistério, incluindo salário, plano de carreira e formação inicial e continuada.

8. Assim, o financiamento é um eixo fundamental no Plano Municipal de Educação, pois é essa meta e suas decorrentes estratégias que viabilizarão a implementação do PME, configurando-o como planejamento, diferenciando-se da formulação de intenções sem as condições de implementação concreta.

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METAS E ESTRATÉGIAS

META 1- Universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola da rede municipal de ensino, às crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos, até o final da vigência deste PME.

Estratégias:

1.1-Promover a formação inicial e continuada dos (as) profissionais da educação infantil, garantindo progressivamente, o atendimento por profissionais com formação superior, como também ofertar cursos de aperfeiçoamento e formação para as atendentes efetivadas, para um melhor desempenho de suas funções;

1.2-Assegurar uma educação em que o cuidado seja indissociável ao processo educativo, através de práticas pedagógicas não-fragmentadas, envolvendo o direito da criança se apropriar de experiências corporais, culturais, afetivas e de autonomia;

1.3-Garantir que as instituições de Educação Infantil sejam dotadas de infra-estrutura de funcionamento, com espaço físico adequado, de acordo com a legislação vigente;

1.4-Prever, a partir do primeiro ano de vigência deste Plano, a articulação entre os docentes da Educação Infantil e Ensino Fundamental, com reuniões de estudo, planejamento de projetos, atividades afins;

1.5-Prever, a partir da aprovação deste Plano, a ampliação do atendimento das crianças com deficiência, na Educação Infantil, oferecendo condições de acessibilidade, materiais, equipamentos especializados e formação continuada para todos os profissionais que atuam na instituição educativa;

1.6-Planejar a implantação gradativa de coordenador pedagógico nas instituições de Educação Infantil, considerando o número de matrículas, para atendimento ao processo educativo;

1.7-Assegurar, através de regime de colaboração, até o final da vigência deste plano, a ampliação ou criação de escolas municipais, visando o atendimento da pré-escola nestes espaços, diminuindo gradativamente a oferta nas turmas anexas, hoje em funcionamento nos espaços físicos conveniados com o estado;

1.8-Estimular a articulação entre cursos de pós-graduação, núcleos de pesquisa, cursos de formação e os profissionais da rede, de modo a garantir a elaboração de currículos e propostas pedagógicas que incorporem os avanços de pesquisas ligadas ao processo de ensino-aprendizagem e às teorias educacionais, no atendimento da população de zero a 5 (cinco) anos;

1.9-Reformular, até o segundo ano de vigência deste PME, o Projeto Político Pedagógico das unidades escolares, como a própria expressão da sua organização educativa, orientada pelos princípios democráticos e participativos;

1.10-Garantir que, até o final do decênio, a diferença entre as taxas de frequência à Educação Infantil das crianças de até 3 (três) anos, oriundas do quinto de renda familiar per capita mais elevado e as do quinto de renda familiar per capita mais baixo, seja inferior a 10% (dez por cento);

1.11-Promover, a partir de 2016, a busca ativa de crianças em idade correspondente à Educação Infantil, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, preservando o direito de opção da família em relação às crianças de até 3 (três) anos;

1.12-Ampliar, gradativamente, a oferta para crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos em período integral em todas as unidades de ensino, com condições materiais, estrutura física e pedagógica adequadas, conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, respeitada a opção das famílias;

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1.13-Ampliar os investimentos em recursos didáticos e pedagógicos de qualidade nas unidades de ensino de Educação Infantil, respeitando seus Projetos Políticos Pedagógicos;

1.14-Criar mecanismos de avaliação para a Educação Infantil, com base em instrumentos nacionais, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal e os recursos pedagógicos e de acessibilidade empregados na creche e na pré-escola;

1.15-Prestar o atendimento das crianças do campo na Educação Infantil, por meio do redimensionamento da distribuição territorial da oferta, de forma a atender às especificidades das comunidades rurais;

1.16-Estabelecer, em regime de parceria com as Secretarias da Saúde e Assistência Social, programas de identificação da população da faixa etária de 0 a 5 anos do Município, bem como dos Programas de Benefício Social;

1.17-Manter e aprofundar programa de reestruturação e ampliação da rede escolar, vinculada à expansão dos bairros, assegurando o direito à frequência em unidades próximas as suas residências;

1.18-Manter e ampliar o plano de atendimento com a equipe multidisciplinar (Assistente Social, Psicólogo, Psicopedagoga, Fonoaudióloga) específica, para atender os alunos que encontram dificuldade de aprendizado e relacionamento interpessoal;

1.19-Manter sistema de acompanhamento e supervisão da Secretaria Municipal de Educação, em parceria com o Conselho Municipal de Educação, nos estabelecimentos que ofereçam a Educação Infantil, fomentando a implantação e funcionamento de Conselhos Escolares e Círculo de Pais e Mestres, bem como, atualização de documentos escolares, como: PPP, Regimento, Planos de Estudo e Proposta Curricular.

META 2-Universalizar o Ensino Fundamental de 9 Anos para toda a população de seis a quatorze anos e garantir que pelo menos, 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME.

Estratégias: 2.1-Elaborar, no prazo de um ano a contar da vigência deste Plano, levantamento, precedido de sistematização e análise, visando assegurar o direito à educação, matrícula e permanência dos estudantes, cumprindo o que indica a Constituição Federal, no que se refere à obrigatoriedade da conclusão do Ensino Fundamental;

2.2-Fortalecer o acompanhamento e monitoramento do acesso e da permanência na escola, por parte dos beneficiários dos programas de transferência de renda, identificando motivos de ausência e baixa frequência;

2.3-Promover a busca de crianças e adolescentes fora da escola, o acompanhamento e o monitoramento de acesso e permanência na escola, em parceria com as áreas da saúde e assistência social;

2.4-Incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades escolares dos filhos, por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias;

2.5- Garantir o atendimento específico às populações do campo, proporcionando o acesso e permanência dos alunos, bem como, a formação de profissionais para atuação junto a essas populações;

2.6-Garantir o acesso e permanência dos estudantes na educação pública, viabilizando transporte escolar acessível, com segurança;

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2.7-Garantir a oferta da alimentação escolar, com segurança alimentar e nutricional, preferencialmente com produtos da região;

2.8-Assegurar a manutenção e criação de bibliotecas nas escolas, com equipamentos, espaços e acervos bibliográficos;

2.9-Promover atividades de desenvolvimento e estímulo a habilidades esportivas nas escolas, interligando-as a um plano de desporto educacional;

2.10-Estabelecer plano de ação, no prazo de dois anos a contar da vigência deste Plano, que promova a correção das distorções idade-série, dando ao educando condições de inserção nos anos posteriores;

2.11- Readequar, no prazo de dois anos a contar da aprovação deste Plano, a Proposta Pedagógica, Regimento Escolar e Planos de Estudo, enfatizando mudanças e desafios da prática pedagógica;

2.12-Promover estudos de formação continuada, atendendo necessidades dos professores do Ensino Fundamental;

2.13-Assegurar profissional habilitado para exercer atividades junto ao Laboratório de Informática das escolas;

2.14-Readequar, até o quinto ano de vigência deste Plano, as estruturas físicas das escolas, permitindo a acessibilidade;

2.15-Garantir, até o terceiro ano de vigência deste Plano, atendimento multidisciplinar, aos alunos que apresentarem necessidades.

META 3- Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PME, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

Estratégias:

3.1-Promover a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação entre as redes de ensino com os serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude;

3.2-Implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito ou quaisquer formas de discriminação, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão;

3.3-Criar programas que oportunizem aos alunos do ensino médio da rede pública estadual, espaço para a participação como oficineiros no desenvolvimento de projetos vivenciais, oportunizando a aproximação dos alunos e o acréscimo de conhecimentos;

3.4- Incentivar redes e ações de proteção contra a exclusão, por meio da organização representativa de pessoas da comunidade escolar;

3.5-Organizar uma política pública de incentivo ao educando para mantê-lo na escola, juntamente com professores para apoio à aprendizagem, diminuindo as defasagens;

3.6-Criar mecanismos de informação e controle para a efetivação de matrículas dos alunos concluintes do ensino fundamental, nas escolas de ensino médio;

3.7-Realizar levantamento dos alunos concluintes do ensino médio e criar, até o final da década, políticas públicas voltadas à preparação para o ENEM e vestibular, assegurando educação profissional,

49 empreendedorismo e mercado de trabalho, implementando um currículo voltado para a prática, contemplando a pesquisa socioantropológica;

3.8-Promover o diálogo entre a rede estadual e municipal de ensino, possibilitando a troca de informações e experiências entre o ensino fundamental e o ensino médio, utilizando a carga horária do contraturno de estudo para o conhecimento dos espaços pedagógicos, visando ao desenvolvimento das atividades e qualificando a utilização do tempo na escola;

3.9-Promover espaços de troca de experiência, conhecimento e integração cultural entre as redes de ensino, procurando desenvolver a autonomia dos alunos no processo educativo, transformando-os em agentes educadores;

3.10-Ampliar a participação em programas e aprofundar ações de atendimento aos estudantes em todas as etapas da educação básica, com programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde, por meio de ações articuladas entre os sistemas de ensino e órgãos afins.

META 4- Universalizar, para a população de 4 meses (quatro meses) a 17 anos (dezessete anos) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, , escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados e a qualificação dos profissionais para o atendimento à estas crianças.

Estratégias:

4.1-Promover permanentemente, o atendimento escolar a todas as crianças e adolescentes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento, transtornos do espectro autista e altas habilidades ou superdotação, observado o que dispõe a LDBEN/96;

4.2-Considerar, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, as matrículas dos (as) estudantes da educação regular da rede pública que recebam atendimento educacional especializado complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular, e as matrículas efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na educação especial oferecida em instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público e com atuação exclusiva na modalidade, nos termos da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007;

4.3-Promover, no prazo de vigência deste PME, a universalização do atendimento escolar à demanda manifesta pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, observado o que dispõe a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional;

4.4-Ampliar a atuação, ao longo deste PME, da sala de recursos multifuncionais, mantida pela AMAEE e os recursos para a manutenção da mesma, e fomentar a formação continuada de professores e profissionais qualificados para o atendimento educacional especializado nas escolas urbanas e do campo;

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4.5-Garantir o atendimento educacional especializado na sala de recursos conveniada com a administração municipal, nas formas complementar e suplementar, a todos os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública municipal de educação básica;

4.6-Fortalecer, a partir da aprovação deste Plano, o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao atendimento educacional especializado, bem como, da permanência e do desenvolvimento escolar dos estudantes com deficiências, transtornos do espectro autista e altas habilidades ou superdotação, beneficiários de programas de transferência de renda, combatendo as situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude;

4.7-Criar, manter e ampliar programas suplementares que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos alunos com deficiência, por meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos alunos com altas habilidades ou superdotação;

4.8-Garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua, aos alunos surdos e com deficiência auditiva, de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas inclusivas, bem como, a adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdos-cegos, com ênfase na garantia de profissionais intérprete de LIBRAS, sob responsabilidade das mantenedoras das instituições públicas e privadas;

4.9-Garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado;

4.10-Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao atendimento educacional especializado, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, beneficiários de programas de transferência de renda, juntamente com o combate às situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude;

4.11-Promover a formulação de políticas públicas intersetoriais que atendam às especificidades educacionais de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, que requeiram medidas de atendimento especializado;

4.12-Apoiar a ampliação da equipe de profissionais que atua na Sala de Recursos, para atender à demanda, garantindo a oferta de professores do atendimento educacional especializado, profissionais de apoio ou auxiliares (fonoaudióloga, psicóloga), tradutores e intérpretes de Libras, guias-intérpretes para surdos-cegos, professores de Libras, prioritariamente surdos e professores bilíngues;

4.13-Promover formação continuada para os profissionais de educação, com vistas à educação inclusiva;

4.14-Manter convênios e parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, visando ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculadas nas redes públicas de ensino;

4.15-Manter parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, visando ampliar a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos

51 estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino;

4.16-Manter parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo;

4.17-Proporcionar, através do regime de colaboração, a oferta de consultas médicas neurológicas e psiquiátricas, além de especialistas que vão ao encontro das necessidades dos alunos alvo da educação especial, complementando o atendimento educacional, visando o sucesso do processo inclusivo;

4.18-Assegurar, anualmente, através de regime de colaboração com instituições privadas sem fins lucrativos, recursos orçamentários para adequar escolas, manter profissionais habilitados, transporte e materiais necessários para o atendimento do público alvo da educação especial, visando a melhoria da aprendizagem;

4.19-Assegurar recursos de pessoa física e jurídica para manutenção e garantia de oferta e qualidade na prestação de serviços;

4.20-Assegurar espaços para a participação das pessoas com deficiência, incentivando-as a se manifestarem na defesa de seus direitos e no exercício da cidadania.

META 05-Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º Ano do Ensino Fundamental.

Estratégias:

5.1-Elaborar diagnóstico, no prazo de vigência de um ano a partir da aprovação deste Plano Municipal de Educação, considerando dados de alfabetização até o 3º ano do Ensino Fundamental, formação docente dos professores, práticas pedagógicas e de avaliação;

5.2-Elaborar, no segundo ano de vigência deste PME, plano de ação, com diagnóstico que contemple estratégias de práticas pedagógicas, avaliação e formação docente para professores que atuam até o 3º ano do Ensino Fundamental;

5.3-Estruturar, a partir do primeiro ano de vigência deste Plano, processos pedagógicos no contraturno, a fim de garantir aprendizagem para os alunos dos três primeiros anos do Ensino Fundamental, que ao final do ano letivo não tenham obtido sucesso escolar;

5.4- Criar, a partir do primeiro ano de vigência deste Plano, política voltada para a área da alfabetização, que garanta a permanência dos professores alfabetizadores para os três primeiros anos do Ensino Fundamental;

5.5-Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem, trabalhando de forma contextualizada, através de um currículo comum;

5.6- Criar política para alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade temporal.

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Meta 06: Oferecer educação em tempo integral, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos 25% dos alunos da educação básica.

Estratégias:

6.1-Elaborar, no 1º ano de vigência deste PME, diagnóstico do município para a oferta da Educação em tempo Integral, construindo plano de ação para a expansão e qualificação da mesma;

6.2-Implantar, a partir do segundo ano de vigência deste PME, política pública de Educação em tempo Integral, para alunos com histórico de baixo rendimento e aproveitamento escolar;

6.3-Fomentar a implantação da Educação em tempo Integral, a partir da aprovação deste PME, no prazo de três anos, nas escolas municipais com mais de cem alunos;

6.4-Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa de reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios de aprendizagem, salas de informática, espaços para atividades culturais, bibliotecas, refeitórios, cozinhas, banheiros e outros equipamentos, melhorando o desempenho e permanência do aluno na escola;

6.5- Buscar parcerias com as Instituições de Ensino Superior, para oferecer formação inicial e continuada aos educadores, coordenadores e oficineiros da Educação em tempo Integral;

6.6-Desenvolver currículos e propostas pedagógicas específicas para a Educação em tempo Integral, que contemplem alunos com deficiência , com baixo rendimento e baixo aproveitamento escolar e alunos em situação de vulnerabilidade;

6.7-Promover a articulação do Programa Mais Educação com os programas de outras áreas, como: saúde, trabalho, emprego, assistência social, esporte e cultura, possibilitando a rede de apoio integral às famílias, como condição para a melhoria da qualidade educacional;

6.8-Mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando educação formal com experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos que a educação seja assumida com responsabilidade;

6.9-Prever recursos humanos para a coordenação da Educação em tempo Integral, no prazo de um ano, após a aprovação deste PME;

6.10-Garantir, a partir da aprovação deste PME, recursos humanos e formação inicial e continuada para todos os profissionais e educadores que atuarão na Educação em tempo Integral;

6.11-Proporcionar a ampliação de espaços e mobiliário para atendimento da Educação em tempo Integral;

6.12-Revisar, a partir da aprovação do PME, o Projeto Político Pedagógico, Regimentos Escolares e Planos de Estudo, em consonância com a legislação que embasa a Educação em tempo Integral;

6.13-Garantir aos educandos participantes do Programa Mais Educação, atendimento da equipe multidisciplinar e Sala de Recursos.

META 7- Fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias municipais para o IDEB.

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IDEB 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais do Ensino Fundamental 5,6 5,9 6,1 6,4

Anos Finais do Ensino Fundamental 5,1 5,3 5,6 5,8

Estratégias:

7.1-Elaborar, sob responsabilidade da SMECD, no primeiro ano de vigência deste plano, diagnóstico detalhado, composto por dados e análises, considerando o resultado do Ideb, formação docente, perfil dos estudantes, infraestrutura das escolas, recursos pedagógicos disponíveis, características da gestão e outros indicadores pertinentes, sobre a situação e relação com a meta estabelecida no PME, incentivando o Fórum Municipal de Educação a ser um espaço de discussão e levantamento de dados para a execução da meta;

7.2-Estabelecer e implantar, até o terceiro ano de vigência deste plano, mediante estudos feitos pelos professores, plano de ação que contemple as diretrizes pedagógicas para a educação básica municipal, elaborando um currículo comum, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, para cada ano do Ensino Fundamental, respeitada a diversidade local;

7.3-Constituir, até o segundo ano de vigência deste plano, em colaboração com a União e Estado, um conjunto de indicadores de avaliação institucional, com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis e no aprimoramento da gestão democrática;

7.4-Promover, a partir da aprovação deste plano, sob responsabilidade da SMECD, por meio de parcerias, a formação continuada dos profissionais da educação;

7.5-Formalizar e executar planos de ação, dando cumprimento às metas de qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, formação de professores e profissionais de serviço e apoio escolar, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar;

7.6-Desenvolver, a partir da implantação deste plano, indicadores específicos de avaliação da qualidade da educação especial, bem como da educação bilíngue para surdos;

7.7-Orientar as políticas da rede municipal de ensino, de forma a buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo a diferença entre escolas com os menores índices e a média nacional, garantindo equidade da aprendizagem;

7.8-Desenvolver no âmbito do sistema municipal de ensino, por meio de ações dos órgãos gestores, administradores e normatizadores, políticas de qualidade da educação, disponibilizando professores apoiadores para alunos especiais e/ou com dificuldades de aprendizagem nas salas de aula, bem como,

54 da qualidade da educação especial, em conformidade com as diretrizes nacionais, disponibilizando, a cada duas escolas municipais, uma sala de recurso e profissionais na área da saúde e assistência social;

7.9-Incentivar o desenvolvimento, selecionar e divulgar tecnologias educacionais para a Educação Infantil e Ensino Fundamental, propondo práticas inovadoras e que assegurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem, garantida a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, com preferência para softwares livres e recursos educacionais abertos, bem como o acompanhamento dos resultados no sistema de ensino em que forem aplicadas;

7.10-Garantir, por meio do regime de colaboração, transporte gratuito para todos os estudantes da educação do campo na faixa etária da educação escolar obrigatória, mediante renovação e padronização integral da frota de veículos, de acordo com especificações definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia-INMETRO, e financiamento compartilhado, com participação da União, visando a reduzir a evasão escolar e o tempo médio de deslocamento a partir de cada situação local;

7.11-Desenvolver, de forma interdisciplinar, modelos alternativos de atendimento escolar para a população do campo, considerando as especificidades locais e a realidade na qual estão inseridas, trabalhando um currículo e proposta pedagógica específicos, incluindo conteúdos correspondentes às comunidades, produzindo e disponibilizando material didático afim, inclusive para alunos com necessidades especiais;

7.12-Universalizar, até o quinto ano de vigência deste plano, com participação do ente federado, o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e triplicar até o final da década, a relação computador/aluno nas escolas da rede municipal de educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias de informação e da comunicação;

7.13-Apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar, mediante transferência direta de recursos financeiros federais e municipais à escola, garantindo a participação da comunidade escolar no planejamento e aplicação dos recursos, visando à ampliação da transferência e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática;

7.14-Manter, nas escolas públicas da educação básica, o acesso à energia elétrica, ampliar o abastecimento de água tratada, esgoto sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantindo o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e geografia nos edifícios escolares e promover a acessibilidade às pessoas com deficiência;

7.15-Manter em regime de colaboração com a União e o Estado, programa de reestruturação e aquisição de equipamentos para as escolas municipais;

7.16-Informatizar, integralmente, até dois anos após a aprovação deste plano, a gestão das escolas públicas municipais e da SMECD, bem como, manter em regime de parceria com a União, programa de formação inicial e continuada para o pessoal técnico da SMECD;

7.17-Garantir políticas de combate à violência na escola, desenvolvendo ações que capacitem os educadores e favoreçam a adoção de providências adequadas para promover a construção da cultura da paz e um ambiente escolar de segurança para a comunidade, criando uma rede de profissionais de atendimento à criança e ao adolescente e implementando políticas de inclusão e permanência na escola, assegurando os princípios do ECA;

7.18-Garantir no currículo escolar, conteúdos sobre história e cultura afro-brasileira e indígena e ensino da música, implementando ações nos termos da legislação vigente;

7.19-Garantir a oferta da educação escolar às populações itinerantes ou de comunidades indígenas, respeitando a articulação entre os ambientes escolares e comunitários e preservando a identidade cultural desses grupos;

55

7.20-Promover a articulação de programas na área da educação, de âmbito local, estadual e nacional, com outras áreas, como: saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e cultura, possibilitando a criação de rede de apoio integral às famílias, como condição para a melhoria da qualidade educacional;

7.21- Implantar, no primeiro quinquênio desta Lei, plano de ação estabelecendo avaliação municipal das instituições e dos profissionais da educação, para orientar as políticas públicas e as práticas pedagógicas, com o fornecimento das informações às escolas;

7.22-Promover, em consonância com as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a formação de leitores e a capacitação de professores, para atuação na mediação da leitura;

7.23-Estabelecer políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o corpo docente, direção e comunidade escolar;

7.24-Ampliar, a partir da aprovação deste PME, o investimento na formação dos profissionais da educação municipal, através de convênio, nos cursos de pós-graduação.

META 8- Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no município e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não-negros declarados ao IBGE.

Estratégias:

8.1- Institucionalizar programas, a partir da aprovação deste PME, que desenvolvam metodologias para correção de fluxo, acompanhamento pedagógico individualizado, recuperação e progressão, bem como, priorizar nesse acompanhamento, os estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as especificidades dos segmentos populacionais apontados pela meta, bem como, as pessoas com deficiência;

8.2-Implementar programas de Educação de Jovens e Adultos, para os segmentos populacionais considerados que estejam fora da escola e com defasagem idade-série, associados a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização inicial, respeitando a orientação sexual, a identidade de gênero e os direitos humanos;

8.3-Expandir a oferta gratuita de educação profissional técnica por parte das entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de forma concomitante ao ensino ofertado na rede escolar pública, para os segmentos populacionais considerados;

8.4-Promover, em parceria com as áreas de saúde e assistência social, a busca ativa de jovens fora da escola, o acompanhamento e monitoramento do acesso à escola, identificando motivos de absenteísmo e colaborar para a garantia de frequência e apoio à aprendizagem;

8.5-Enfatizar no trabalho pedagógico, a discussão sobre temas transversais com as questões de inclusão, direitos humanos, etnias, gênero e sexualidade, cultura afro e indígena, de modo a estimular as discussões sobre formas de superar as discriminações e os preconceitos;

8.6-Equipar as bibliotecas públicas com acervo composto por materiais que tenham como referência os estudos sobre inclusão, direitos humanos, etnias, comunidades quilombolas e indígenas, comunidades surdas, gênero e sexualidade.

META 09: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15(quinze) anos ou mais para 93.5% até dois mil e quinze e, até o final da vigência deste PME, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.

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Estratégias:

9.1-Prever e organizar currículo para atendimento de pessoas com deficiência;

9.2-Rever, no prazo de um ano após a aprovação deste PME, a legislação que regulamenta a EJA Municipal, considerando o público de jovens, adultos e idosos que apresentam deficiência;

9.3-Assegurar a oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica na idade própria;

9.4-Proporcionar aos educadores da EJA Municipal, formação inicial e continuada que contemple temas sobre Diversidade, Educação Inclusiva, Formação para o Trabalho;

9.5-Realizar, a partir da aprovação do Plano Municipal de Educação, um diagnóstico dos jovens e adultos com ensino fundamental- anos iniciais incompletos, inclusive com deficiência, para identificar a demanda por vagas nessa modalidade da Educação Básica;

9.6-Promover a reorganização curricular nas escolas municipais, para atender a demanda da Educação de Jovens, Adultos e Idosos, utilizando políticas públicas voltadas a essa clientela e contemplando o acesso às tecnologias educacionais, atividades recreativas, culturais e esportivas;

9.7-Executar ações de atendimento aos educandos da EJA por meio de programas suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusive de atendimento oftalmológico em articulação com a área da saúde e assistência social;

9.8-Realizar chamadas públicas regulares para a EJA MUNICIPAL;

9.9-Garantir, em colaboração com a União e o Estado, acesso a políticas públicas que garantam materiais, recursos e equipamentos de tecnologia assistiva;

9.10-Estabelecer mecanismos e incentivos que integrem os segmentos empregadores, públicos e privados e o sistema de ensino, para promover a compatibilização da jornada de trabalho dos educandos, com a oferta das ações de alfabetização para a EJA Municipal;

9.11-Apoiar e estimular projetos que respeitem os Direitos Humanos, na área da EJA Municipal, que visem ao desenvolvimento de planejamentos adequados às necessidades específicas desses educandos;

9.12- Garantir, por meio de ações da SMECD e CME, políticas públicas para jovens, adultos e idosos com deficiência.

META 10: Oferecer no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.

Estratégias:

10.1-Realizar, a partir da aprovação deste PME, a cada dois anos, no Sistema Municipal de Ensino, diagnóstico e avaliação sobre a ação pedagógica desenvolvida pela SMECD, constituindo indicadores que serão instrumentos de verificação das políticas para o cumprimento da meta;

10.2- Ampliar, a partir da aprovação deste PME, em regime de colaboração, a adesão a programas nacionais de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física das escolas públicas que atuam na EJA Municipal, integrada à educação profissional, garantindo acessibilidade à pessoa com deficiência;

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10.3-Fomentar a integração da educação de jovens e adultos com a educação profissional, em cursos planejados, considerando as especificidades das escolas do campo;

10.4-Estimular a diversificação curricular da EJA Municipal, articulando a formação básica e a formação para o trabalho, de forma que se organize o tempo e o espaço pedagógico adequados à realidade desses educandos;

10.5-Garantir, até o final da década, a adequação física das escolas municipais para atendimento de jovens, adultos e idosos com deficiência.

Meta 11- Buscar a criação de matrículas na educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade e a oferta no segmento público.

Estratégias:

11.1-Elaborar planejamento conjunto de expansão da oferta, no primeiro ano de vigência deste Plano, das matrículas de educação profissional técnica de nível médio, em articulação dos entes federados, sua vinculação com arranjos produtivos, sociais e culturais locais e regionais, bem como a interiorização da EP, sob responsabilidade do poder público municipal e estadual;

11.2-Promover, sob responsabilidade do governo estadual e Institutos Federais, a articulação permanente entre as propostas pedagógicas e curriculares dos diferentes níveis de educação profissional e do Ensino Médio, com o objetivo de facilitar a integração vertical e horizontal das referidas propostas, na perspectiva da formação integral;

11.3-Estimular, a partir do primeiro ano de vigência do PME, a expansão de estágios remunerados na EP e no EM, preservando-se o caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do/a estudante, visando à formação de qualificações próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento da juventude, articulado à frequência escolar e à aprendizagem;

11.4- Articular os órgãos competentes para que, no prazo de cinco anos a partir da vigência deste Plano, estabeleçam políticas que estimulem a produção de novos conhecimentos, o desenvolvimento de pesquisas e o intercâmbio entre as escolas de educação profissional através de feiras e eventos de divulgação científica;

11.5-Apoiar a realização de cursos, seminários e oficinas que relacionem as novas tecnologias e as novas profissões com os saberes e as formas de trabalhos existentes em cada comunidade, visando ao desenvolvimento de processos colaborativos entre conhecimento e produção.

Meta 12-Elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.

Estratégias

12.1-Otimizar a instalação do Campus da Universidade Federal Fronteira Sul em Lagoa Vermelha, conforme processo em andamento, mediante ações planejadas e coordenadas, de forma a permitir o acesso à graduação;

12.2-Acompanhar e agilizar a implantação do Campus da UFFS, pela educação pública e gratuita, para atender ao déficit de profissionais em áreas específicas, considerando a vocação regional e também a demanda individual significativa;

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12.3-Acompanhar e reivindicar o financiamento por meio do Fundo de Financiamento Estudantil - FIES-, de que trata a lei nº 10.260, de julho de 2001, com a constituição de fundo garantidor do financiamento, de forma a dispensar, progressivamente, a exigência de fiador;

12.4-Acompanhar, implantada a Unidade de UFFS em Lagoa Vermelha, a designação de pelo menos 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação prioritariamente para áreas de grande pertinência social;

12.5-Reivindicar programa de composição de acervo digital de referências bibliográficas e audiovisuais para os cursos de graduação, assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência.

Meta 13-Elevar a qualidade da Educação Superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% doutores.

Estratégias:

13.1-Fortalecer, a partir do primeiro ano de vigência deste Plano, um fórum que congregue todas as instituições de Ensino Superior de Lagoa Vermelha, em conjunto com o CME e poderes constituídos, visando à discussão de estratégias para a implantação da UFFS;

13.2-Fomentar a formação de consórcios entre instituições públicas de educação superior, com vistas a potencializar a atuação regional, inclusive por meio de plano de desenvolvimento institucional integrado;

13.3-Manter, sob a forma de convênio, apoio financeiro a estudantes do Ensino Superior, no que concerne ao transporte escolar, prevendo formas de contrapartida junto à rede municipal de ensino.

Meta 14-Elevar gradualmente, o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação de mestres e doutores.

Estratégias:

14.1-Prever, a partir da aprovação deste PME, através de levantamento de dados, número de professores e demais profissionais da rede municipal, habilitados a cursar mestrado ou doutorado;

14.2-Garantir, por meio de planejamento estratégico, dotação orçamentária com vistas à formação de professores e demais profissionais da rede municipal, em nível de mestrado e doutorado.

Meta 15- Implantar o Sistema Municipal de Formação e de Valorização dos Profissionais da Educação, no prazo de 1 (um) ano, a partir da aprovação deste PME, assegurando que todos os professores da Educação Básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura.

Estratégias:

15.1-Assegurar que os concursos públicos para provimento de cargo de professor dos Anos Finais do Ensino Fundamental, sejam por componente curricular, a partir da entrada em vigor deste Plano;

15.2-Garantir que o profissional do magistério, concursado para os Anos Finais do EF, desempenhe suas funções conforme sua área de formação, a partir da entrada em vigor deste Plano;

15.3-Garantir que, mesmo em caráter de contratação emergencial e/ou situação de substituição de professor titular, o professor contratado tenha habilitação específica nas áreas afins em que irá atuar;

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15.4-Garantir que os concursos públicos para provimentos de cargos de professor da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, contemplem a formação Magistério ou Pedagogia- Séries Iniciais, Pedagogia- Educação Infantil ou Pedagogia;

15.5-Garantir capacitação para os professores atuarem com a inclusão social, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos e escolas do campo;

15.6-Implementar programas específicos para formação de gestores e profissionais do magistério;

15.7-Implantar, no prazo de um ano de vigência desta Lei, política de formação para os profissionais da educação de outros segmentos, que não os do magistério, construída em regime de colaboração entre os entes federados;

15.8-Garantir a conclusão do Plano de Carreira do Magistério Público Municipal de Lagoa Vermelha, adaptando-o à legislação vigente, realizando ampla discussão, participação e aprovação pelos representantes da categoria, no prazo de um ano, a partir da vigência desta Lei;

15.9-Garantir o aperfeiçoamento profissional, através de cursos, seminários e assessoramento pedagógico, propiciado pelo setor público, ao longo de cada ano letivo;

15.10-Assegurar aos professores, a partir da aprovação desta Lei, tempo específico para estudos e planejamentos, estabelecendo condições efetivas para o desenvolvimento de projetos pedagógicos que garantam a formação continuada de professores, por meio de investimentos do município, facilitando acesso às fontes de pesquisa e aos materiais de apoio pedagógico;

15.11-Implantar uma política na área tecnológica e científica, assegurando aos professores, cursos de formação;

15.12-Dar incentivo à implantação de cursos e programas para assegurar formação específica aos docentes com formação em nível médio, modalidade Normal e não licenciados em área de atuação de efetivo exercício.

Meta 16- Formar, em nível de pós-graduação, pelo menos 70% dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste Plano Municipal de Educação, considerando as necessidades, demandas e contexto do sistema de ensino.

Estratégias:

16.1-Assegurar tempo específico de estudo e planejamento, durante horário de trabalho, aos profissionais docentes que atuam na educação;

16.2-Definir, a partir da aprovação deste PME, diretrizes municipais, áreas prioritárias e instituições formadoras, para atendimento da demanda por formação em nível de pós-graduação, mestrado e doutorado, de professores municipais da educação básica de Lagoa Vermelha;

16.3-Proporcionar, a partir da aprovação deste PME, incentivo financeiro para formação de profissionais em curso de pós-graduação, mestrado e doutorado, criando mecanismos de contrapartida ao município;

16.4-Assegurar e expandir, a partir da aprovação deste plano, o acesso aos programas de acervo de obras didáticas, paradidáticas, de literatura, de dicionários, e programa específico de acesso a bens culturais, incluindo obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, a serem disponibilizados para os profissionais da educação das instituições de educação básica da rede municipal;

16.5-Ampliar e consolidar, a partir do primeiro ano de vigência do PME, portais eletrônicos para subsidiarem a atuação dos professores da educação básica, disponibilizando gratuitamente materiais

60 didáticos e pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com formato que assegure a acessibilidade plena de comunicação, garantindo o acesso à internet de qualidade;

16.6-Constituir, sob a responsabilidade da SMECD e CME, a partir do primeiro ano de vigência deste PME, o acompanhamento dos professores iniciantes, supervisionados por equipe de profissionais experientes, durante o estágio probatório, e oferecer nesse período, cursos de aprofundamento de estudos nas áreas de atuação dos professores, com destaque para os conteúdos que compõem a base curricular nacional, as temáticas transversais, as especificidades locais e as metodologias de ensino de cada campo do saber;

16.7-Implantar, sob responsabilidade da SMECD e CME, no prazo de dois anos de vigência desta Lei, política municipal de formação para funcionários de escola, construída em regime de colaboração, oferecendo cursos de manutenção da infraestrutura escolar, alimentação escolar e outros afins;

16.8-Fomentar convênios entre o Município e as instituições públicas, para possibilitar aos professores municipais, o acesso a cursos de pós-graduação, em nível de mestrado e doutorado.

META 17-Valorizar os profissionais do magistério da rede pública de educação básica, de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste plano.

Estratégias:

17.1-Reunir, a partir da aprovação deste PME, representantes da SMECD, CME, FUNDEB e ALPM, para acompanhar, monitorar e fiscalizar a implementação imediata do pagamento do valor do piso nacional, como rendimento básico para os profissionais do magistério da educação básica da rede municipal, sem prejuízo dos direitos adquiridos no que diz respeito ao plano de carreira, de acordo com a Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008;

17.2-Implementar, garantir e manter o plano de carreira, no âmbito do Município, equiparando os vencimentos dos profissionais de acordo com os níveis de formação requeridos para o exercício da profissão e implementando a jornada de trabalho, preferencialmente cumprida em um único estabelecimento escolar, assegurando a jornada de trabalho 20/40 horas, conforme efetivação em concursos públicos;

17.3-Ampliar a assistência financeira específica do município, para implementação de políticas de valorização dos profissionais do magistério, em particular o piso salarial nacional profissional, igualando o rendimento do profissional do magistério aos demais profissionais com escolaridade equivalente, com políticas salariais que assegurem aumentos reais do valor do vencimento, regulamentando o piso salarial, com base no art. 206 da CF.

META 18- Reestruturar, no prazo de um ano a contar da aprovação desta lei, o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal, tomando como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do art.206 da Constituição Federal.

Estratégias:

18.1-Adequar o plano de carreira, garantindo direitos adquiridos e previstos em lei e a ampliação da valorização da carreira do magistério;

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18.2-Garantir piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério municipal, com sanções àqueles gestores que o descumprirem;

18.3-Cumprir com o pagamento do Piso Nacional de Salário, sem prejuízo das vantagens conquistadas no Plano de Carreira do Magistério Público Municipal.

META 19: Assegurar condições, sob responsabilidade do Sistema Municipal de Ensino, no prazo de dois anos a contar da aprovação deste plano, para a efetivação da gestão democrática da educação pública e do regime de colaboração, através do fortalecimento de conselhos de participação e controle social, e da gestão democrática escolar, considerando três pilares, no âmbito das escolas públicas: conselhos escolares, descentralização de recursos e progressivos mecanismos de autonomia financeira e administrativa e provimento democrático da função de gestor; prevendo recursos e apoio técnico da União, bem como recursos próprios da esfera estadual e municipal.

Estratégias:

19.1-Implantar e implementar lei de gestão democrática nas escolas públicas, constando três pilares: conselhos escolares, descentralização de recursos e provimento democrático da função de diretor de escola, no prazo de dois anos a contar da aprovação do PME;

19.2-Fortalecer os conselhos escolares existentes, como instrumentos de participação, deliberação, avaliação e fiscalização na gestão escolar nas dimensões pedagógica, administrativa e financeira, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo e criar, através do sistema municipal, no prazo de dois anos a contar da aprovação do PME, normatização que estabeleça mecanismos de funcionamento e atuação dos conselhos escolares nas escolas municipais do campo;

19.3-Constituir sistemas de avaliação participativos, que incluam a avaliação interna e externa das instituições e dos servidores, no prazo de dois anos da vigência do PME;

19.4-Fortalecer o Conselho de Educação, garantindo a esse colegiado, recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para verificações à rede escolar, com vistas ao desempenho de suas funções, assegurando no mínimo 20 horas semanais de dedicação exclusiva para os cargos de Presidente, Secretário Executivo e Assessor Técnico;

19.5-Ampliar os programas de apoio e formação aos conselheiros do Conselho de Educação, através de ações articuladas entre União, esfera estadual e município, com oferta anual de curso;

19.6-Ampliar os programas de apoio e formação aos conselheiros dos Conselhos de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, de Educação, de Alimentação Escolar e de outros e aos representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados, recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para verificações à rede escolar, com vistas ao desempenho de suas funções;

19.7-Fortalecer o Fórum Municipal de Educação, constituindo-o em caráter permanente, com o intuito de coordenar as conferências municipais e efetuar o acompanhamento da execução deste PME;

19.8-Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos e comunidade escolar na formulação dos projetos político-pedagógicos e regimentos escolares, assegurando a participação de todos os segmentos da comunidade no planejamento e na avaliação institucional;

19.9-Implementar, a partir da aprovação deste plano, processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino municipais;

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19.10-Desenvolver políticas de formação de diretores e gestores escolares, a fim de qualificar sua atuação na dimensão político-pedagógica, administrativa e financeira da instituição, com oferta anual, através do regime de colaboração e participação dos entes;

19.11-Garantir o direito às formas alternativas de gestão, de modo a promover a participação social ampla na gestão democrática escolar, respeitando as necessidades e os costumes de grupos culturais e sociais específicos, tais como: cidadãos do campo;

19.12-Fortalecer e instrumentalizar os órgãos administradores dos sistemas nas suas funções de fiscalização e acompanhamento das instituições públicas e privadas de ensino, buscando a qualidade social da educação;

19.13-Realizar, sob responsabilidade da SMECD e CME, no prazo de dois anos, levantamento das instituições de ensino integrantes do sistema municipal, em funcionamento no município, registrando as ações realizadas, juntamente com o diagnóstico de novas demandas e estabelecimento de possíveis ações;

19.14-Fortalecer as ações conjuntas, realizando o recenseamento e a chamada pública na educação obrigatória, objetivando a superação da infrequência escolar, garantindo acesso e permanência na escola;

19.15-Garantir, através de legislação específica, a paridade de representações no Conselho Municipal de Educação e colegiados escolares, coibindo a hegemonia de qualquer setor.

META 20- Ampliar o investimento público em educação pública, de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto-PIB do País, no quinto ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio.

Estratégias:

20.1-Assegurar, a partir da implantação desta Lei, o cumprimento do Artigo 212 da CF e dos Artigos 70 e 71 da LDB, quanto à correta aplicação dos recursos na educação municipal;

20.2- Garantir o funcionamento do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica-FUNDEB, disponibilizando a estrutura necessária para o desempenho de suas funções;

20.3-Prever nos Planos Plurianuais do Município, suporte financeiro para a realização das metas constantes neste PME;

20.4-Assegurar recursos financeiros para a manutenção do Conselho Municipal de Educação, no que concerne a recursos humanos e estrutura física e material;

20.5-Fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente a realização de audiências públicas, criação de portais eletrônicos de transparência e a capacitação dos membros de Conselhos de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB;

20.6-Assegurar a autonomia na gestão administrativa e pedagógica das unidades escolares municipais;

20.7-Divulgar, anualmente, em portais eletrônicos, por meio do Conselho do FUNDEB, estudos e acompanhamento regular dos investimentos e custos por aluno da Educação Básica e Superior Pública;

20.8-Definir, a partir da implantação do PME, critérios para distribuição de recursos e prestação de contas através do Programa de Autonomia Financeira das escolas municipais;

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20.9-Buscar, em regime de colaboração, complementação de recursos financeiros para atendimento da Educação Básica;

20.10-Assegurar, através da elaboração do PAR, estratégias que garantam o financiamento para melhoria da qualidade da educação;

20.11-Implementar o Custo Aluno Qualidade Inicial, em âmbito municipal, de acordo com a legislação educacional e cujo financiamento será calculado com base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem e será progressivamente reajustado até a implementação plena do CAQ- Custo Aluno Qualidade;

20.12-Adequar-se à Lei de Responsabilidade Educacional, assegurando padrão de qualidade na Educação Básica, no Sistema Municipal de Ensino;

20.13-Desenvolver, definir e acompanhar indicadores de investimentos e tipos de despesas per capita por aluno da Educação Básica do município;

20.14-Realizar acompanhamento da arrecadação de impostos, das transferências de recursos e da contribuição social do salário-educação, possibilitando que o Conselho Municipal de Educação e o Conselho do FUNDEB exerçam suas funções de controle social na aplicação adequada dos recursos destinados à educação;

20.15-Garantir, a partir da aprovação deste Plano, dotação orçamentária, para a formação dos conselheiros do FUNDEB e do Conselho de Alimentação Escolar- CAE;

20.16 - Garantir, através do Fórum Municipal de Educação, com a participação de Conselhos Escolares e demais envolvidos, encontros destinados à discussão e planejamento, com base no financiamento da educação;

20.17-Cumprir a Lei do Piso Salarial Profissional Nacional, buscando alternativas que viabilizem os recursos necessários a sua execução, o que inclui os vencimentos básicos, o plano de carreira e a jornada de trabalho.

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ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO

O Plano Municipal ora em destaque, vigorará por um período de dez anos, após sua aprovação por Lei Municipal.

A implementação e o desenvolvimento do conjunto de propostas nele contidas, necessita de acompanhamento por grupo local, denominado Fórum Municipal de Educação, cujos membros foram nomeados por portaria municipal, representando diversos segmentos sociais.

O papel do FME será de vital importância, uma vez que deverá articular-se entre si, acompanhando, avaliando e sugerindo alternativas para a viabilização das estratégias estabelecidas no Plano Municipal de Educação.

As estratégias contidas neste Plano, somente serão executadas se forem acolhidas por toda a sociedade como uma proposta de estado.

Sua aprovação pela Câmara Municipal de Vereadores mostrará o conjunto democrático na tomada de decisões em prol de um município com qualidade na educação.

Será estabelecido um cronograma de avaliações periódicas, devendo a primeira ocorrer ao final do primeiro ano após a implantação do PME.

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