Liliana Isabel Esteves Gomes

TRIBUNAL JUDICIAL DE CONDEIXA-A-NOVA: ESTUDO ORGÂNICO-FUNCIONAL

ARQUIVO DA UNIVERSIDADE DE Coimbra 2005 Arquivo da Universidade de Coimbra

Sumário

SUMÁRIO...... 2 INTRODUÇÃO ...... 3 CONDEIXA-A-NOVA – ORGANIZAÇÃO JUDICIAL...... 5 CARACTERIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO JUDICIAL DE CONDEIXA-A-NOVA ...... 9 INVENTÁRIO - ARQUIVO JUDICIAL DE CONDEIXA-A-NOVA ...... 13 CONCLUSÃO...... 20 BIBLIOGRAFIA...... 22

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Introdução

O presente trabalho que agora vem a lume surge no âmbito do processo de avaliação da disciplina de Arquivologia, cadeira que tivemos oportunidade de frequentar no 2º ano do Curso de Especialização em Ciências Documentais da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Sendo, então, nosso objectivo realizar um trabalho sobre um arquivo, fundado em pressupostos teóricos e metodológicos da Arquivística 1, numa linha epistemológica, enquanto ramo ou disciplina aplicada da Ciência da Informação, procurámos desenvolver um estudo orgânico-funcional do arquivo judicial de Condeixa-a-Nova, encarado como sistema de informação, actualmente depositado no Arquivo da Universidade de Coimbra. Perante um conhecimento que está longe de ser unidimensional ou desprovido de variáveis, que não pode ser reduzido a procedimentos padronizados e que abarca toda a realidade arquivística, o método de investigação quadripolar 2 parece adequar- se melhor à Arquivística científica, tendo sido esse o método adoptado na realização deste trabalho. Assim, não pretendendo apresentar um mero recenseamento das espécies documentais que constituem o acervo do organismo produtor, começámos por procurar ter conhecimento do contexto em que a documentação foi produzida, apercebermo-nos de toda a sua evolução em termos orgânico-funcionais, tarefas que nos exigiam conhecer e compreender a organização judiciária do país nos séculos XIX e XX. A análise tão exaustiva quanto possível dos regulamentos, com vista a obter a compreensão das sucessivas reformas judiciárias, permitiu-nos chegar ao quadro orgânico-funcional da entidade produtora. O apuramento das séries resultou de todo o caminho percorrido, desde as primeiras leituras à análise dos instrumentos legais e regulamentadores da actividade, à aquisição de novos conceitos, ao esclarecimento de dúvidas e ao trabalho prático de recenseamento. Posteriormente, a elaboração de uma base de dados permitiu-nos reconhecer objectivamente a origem dos processos

1 Ver SILVA, Armando B. Malheiro da [et al.] – Arquivística: teoria e prática de uma ciência da informação . Porto: Edições Afrontamento, 2002. p. 214. 2 Ver DE BRUYNE, Paul [et al.] – Dynamique de la recherche en sciences sociales de pôles de la pratique méthodologique . Paris: P.U.F., 1974.

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judiciais, que, por norma, são identificados como originários da comarca que os remeteu ao arquivo distrital da área de influência. Face à impossibilidade de comunicarmos directamente com os produtores da documentação que hoje constitui a memória do arquivo judicial de Condeixa-a-Nova, a perspectiva sistémica fica um pouco rasurada, não nos sendo possível observar in loco e de forma directa a dinâmica informacional existente. A caracterização do referido sistema de informação será acompanhada pelo inventário da totalidade dos processos conservados e transferidos para o Arquivo da Universidade de Coimbra. Posteriormente, na sequência da realização de um Programa Ocupacional, foi possível criar uma base de dados e proceder à informatização de todos os processos judiciais, tendo assim sido produzidos dois instrumentos de pesquisa e acesso à informação que melhor servirão os interesses da instituição detentora e dos seus utilizadores.

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Condeixa-a-Nova – organização judicial

Condeixa-a-Nova era uma pequena localidade que pertencia ao termo da cidade de Coimbra. “Tinha juiz ordinário que acumulava com as funções do cível e do crime” e teve juiz pedáneo 3, “de pouca autoridade e menos jurisdição, sujeito ao juiz de fora de Coimbra”4. A Carta Constitucional de 1826 estabeleceu a existência de juízes de paz, essencialmente destinados a tentarem a conciliação entre pessoas desavindas e a evitarem os recursos a tribunais superiores. A lei de 15 de Outubro de 1827, por sua vez, criou juízes de paz em cada e definiu-os como magistrados electivos que presidiam ao Juízo Conciliatório. O Decreto n.º 24, de 16 de Maio de 1832, dividiu o território em círculos judiciais, estes, em comarcas, estas, em julgados que, por seu turno, se dividiam em . Algumas das freguesias pertencentes ao actual concelho de Condeixa-a- Nova tiveram juiz de paz, designadamente as freguesias de Anobra, Condeixa-a-Velha, Nossa Senhora da Graça, Santa Cristina, São Pedro, Sebal Grande, Condeixa-a-Nova e Vila Seca, tendo chegado até nós alguns processos de inventários orfanológicos. Em cada uma destas freguesias era ao juízo da conciliação que competia julgar as causas relativas a bens dos órfãos e conciliar as partes nas suas demandas, as quais a ele ficavam obrigatoriamente submetidas antes de subirem ao juízo de primeira instância ou perante os juízes ordinários. Em 1838, por Decreto de 17 de Abril, foi criado o concelho de Condeixa-a-Nova, altura em que surgiu também o primeiro Julgado Ordinário. Data dos primeiros tempos da Monarquia a existência dos juízes ordinários, cuja missão era, nos distritos, administrar a justiça aos povos, sendo também vulgarmente conhecidos pelo simples nome de juiz ou juiz da terra. Estes magistrados, eleitos anualmente entre os vizinhos do próprio lugar, julgavam em 1ª instância. Deles se podia apelar para o rei, para os

3 Ver ALMEIDA, Fortunato de – História das Instituições em . Porto: Livraria Magalhães & Moniz - Editora, 1903. p. 189. 4 CONCEIÇÃO, Augusto dos Santos – Condeixa-a-Nova . Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1941. p. 106.

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tribunais régios ou para os governadores ou ricos-homens. A administração da justiça era fiscalizada pelos enviados do monarca: meirinhos, adiantados e corregedores. O juiz ordinário tinha autoridade para julgar todas as causas, de qualquer natureza, desde que não excedessem determinado valor fixado pela lei e, ainda, para determinar todos os actos preparatórios dos processos cíveis e crime. A Novíssima Reforma Judiciária de 21 de Maio de 1841 estabeleceu-lhes a eleição pelo povo, por dois anos, passíveis de renovação, e atribuiu-lhes a competência para questões de média importância no cível e crime, havendo a possibilidade de apelação das suas sentenças para o juiz de direito. Posteriormente, a reforma judicial de 1871 decretou a extinção dos juizes eleitos e remodelou os julgados ordinários da comarca de Coimbra, mantendo, no entanto, o de Condeixa-a-Nova com jurisdição nas freguesias de Anobra, Belide, Condeixa-a- Velha e Sebal Grande. Com o decreto de 12 de Novembro de 1875, que criou a comarca de , o concelho de Condeixa-a-Nova ficou repartido por três distritos judiciais. Assim, as freguesias de Bendafé, Furadouro, Vila Seca e Zambujal foram englobadas na Comarca de Penela; as freguesias de Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Velha, Sebal Grande, Anobra e Belide foram anexadas à Comarca de Coimbra; a freguesia de Ega passou a pertencer à Comarca de Soure. Esta divisão foi alterada pouco tempo depois, em 14 de Agosto de 1876, com o restabelecimento do Julgado Ordinário de Condeixa-a- Nova, tendo como juiz José da Fonseca e Sousa.

O Decreto de 29 de Julho de 1886 5, extinguiu os julgados ordinários, no continente do reino e ilhas adjacentes. As suas competências foram transferidas para os juízes de direito e para os juízes de paz, passando a existir julgados municipais nos concelhos que não fossem cabeça de comarca e onde a maior parte da população ficasse a mais de quinze quilómetros da sede de comarca, com excepção dos que faziam parte de Lisboa e Porto. As atribuições dos juízes municipais são reguladas pelo referido decreto. Do Julgado Municipal de Condeixa-a-Nova, criado a 3 de Março de 1887 por influência e prestígio do Dr. António Egípcio Quaresma Lopes de Vasconcelos, lente e director da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi primeiro juiz o bacharel Francisco Lourenço de Tavares Ornelas. Pelo Decreto n.º 3, de 29 de Março de 1890, é feita uma outra divisão com a criação de novas comarcas no território continental português. O mapa com as comarcas, a classe a que pertenciam e as épocas em que se realizariam as audiências

5 Publicado no Diário do Governo n.º 172, de 3 de Agosto de 1886. p. 2074-2075.

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gerais a que se refere este decreto data de 20 de Setembro de 1890, tendo sido publicado no Diário do Governo, de 2 de Outubro de 1890. São extintos, então, os julgados municipais dos concelhos, que em virtude deste diploma são elevados a comarcas. De acordo com o mapa da divisão judicial a que se refere este decreto, verificamos que, na área de influência da Relação do Porto, existiam sete distritos administrativos (Aveiro, Bragança, Coimbra, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu). No distrito administrativo de Coimbra, passaram a existir seis comarcas: , Coimbra, Condeixa-a-Nova , Pampilhosa, Penela e Soure. A comarca de Condeixa-a-Nova teve como primeiro juiz José Cupertino de Oliveira Pires e foi classificada como sendo de 3.ª classe, com audiências gerais em Maio e Novembro. Com a elevação de Condeixa-a-Nova a comarca, as freguesias do concelho deixaram de pertencer às circunscrições judiciais das comarcas de Coimbra, Soure e Penela. O tribunal de comarca era uma instituição de primeira instância que se estendia pela circunscrição judicial e tinha como primeiros magistrados os juízes de direito com jurisdição superior, tanto no cível como no crime, sobre os juízes que nela existiam. O Decreto de 21 de Maio de 1841 estabelece-lhes competências genéricas, a eles cabendo fazer o julgamento de todas as questões, assim como lhes atribuía competência na jurisdição orfanológica e nas causas comerciais. A jurisdição comercial foi introduzida em Portugal após a aprovação do Código Comercial Português, de José Ferreira Borges, pelo Decreto de 18 de Setembro de 1833. Em 1847, pelo Decreto de 19 de Abril, foram estabelecidos tribunais de comércio em todas as cabeças de comarca, tribunais que tinham como presidente o juiz de direito da comarca, integravam jurados comerciais e seguiam a ordem do processo estabelecida no Código Comercial, para que os negociantes vissem as suas obrigações e actos regulados e protegidos pela Lei Comercial. De Condeixa-a-Nova, chegaram até nós processos comerciais com datas compreendidas entre 1893 e 1923. De acordo com o Decreto n.º 13.809, de 22 de Junho de 1927 (primeiro Estatuto Judiciário), a comarca de Condeixa-a-Nova, de 3.ª classe, integrava o distrito judicial da relação de Coimbra. Ainda de acordo com o mapa dos círculos criminais do continente e ilhas do referido diploma, evidencia-se no âmbito deste estudo o círculo n.º 38, constituído pelas comarcas de Condeixa-a-Nova, Soure e Penela. O Decreto n.º 13.917, de 5 de Julho de 1927, extinguiu a Comarca de Condeixa- a-Nova e restabeleceu o Julgado Municipal, voltando de novo o concelho a ser

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tripartido. As freguesias de Anobra, Bendafé, Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Velha e Vila Seca são anexadas à Comarca de Coimbra; as freguesias de Ega, Furadouro, Belide e Sebal foram anexadas à Comarca de Soure, ficando a freguesia do Zambujal adstrita à Comarca de Ansião. Datam também de 1927 os últimos processos transferidos para o AUC provenientes do Tribunal Judicial de Condeixa-a-Nova, pelo que é aquele ano (1927) a data limite deste estudo.

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Caracterização e organização do Arquivo Judicial de Condeixa-a- Nova

O presente inventário foi elaborado com base no recenseamento prévio da documentação do arquivo judicial de Condeixa-a-Nova, depositada, por determinação legal, no Arquivo Distrital de Coimbra. Com a publicação do Estatuto Judiciário (Decreto n.º 22.779, de 29 de Julho de 1933) e o estabelecimento das datas limite para a permanência dos processos nas comarcas 6, foi possível dar cumprimento ao Decreto n.º 19.952, de 27 de Julho de 1931, que previa a incorporação dos processos cíveis, crimes e orfanológicos findos nos arquivos distritais. Após as primeiras incorporações oriundas das comarcas judiciais de Coimbra, só em 1953 o Arquivo da Universidade de Coimbra retomou a incorporação dos processos judiciais. Após pesquisa efectuada no AUC, verificámos que, a 29 de Julho de 1927, o juiz de direito do Tribunal da Comarca de Condeixa-a-Nova assina a relação de processos judiciais (registo contendo o número de ordem, ano, natureza do processo, nome dos autores e réus, moradas, número de folhas e observações, por freguesias e tipos de processo) a enviar para o arquivo judicial do Palácio da Justiça de Coimbra. Em 1934, o arquivista do Palácio da Justiça refere que recebeu os processos descritos na relação (Inventários, Processos Cíveis e Comerciais, Transgressões, Traslados e outros), com excepção de quatro processos do maço n.º 13, dos Traslados e Livros correspondentes aos maços n.º 15 a 21, inclusive. Assim, verificámos que Livros de posse, Livros de registo de articulados e sentenças, Livros de registo de inventários, Livros de registo de fianças crimes e Livros de Porta, mencionados na referida relação dos processos judiciais, não deram entrada no arquivo judicial do Palácio da Justiça de Coimbra. Surge também a referência aos processos das freguesias de Belide, Ega, Furadouro e Sebal Grande que deram entrada no referido arquivo mas pela comarca de Soure, pois as referidas freguesias, aquando da extinção da Comarca de Condeixa-a- Nova, em 1927, foram anexadas à Comarca de Soure. Dando-se cumprimento aos objectivos genéricos subjacentes ao recenseamento, foram de seguida identificadas as séries existentes neste sistema de informação (que integra subsistemas), número e tipo de unidades de instalação e datas limite da

6 “Decorridos cinquenta anos depois do trânsito em julgado da sentença de partilhas, os inventários serão transferidos do arquivo da secretaria judicial para o arquivo distrital (...); o mesmo sucederá aos outros processos decorridos que sejam trinta anos, a contar do trânsito em julgado da respectiva sentença” (§ único da alínea p, do art.º 677º).

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documentação. Paralelamente a este trabalho, foi nosso objectivo elaborar um instrumento de maior profundidade de descrição, surgindo assim o presente inventário com informação acrescida ao prévio recenseamento, que melhor servirá os interesses da instituição detentora e dos seus utilizadores. O acervo judicial de Condeixa-a-Nova abrange as datas limite de 1801 a 1927 e integrava um total de 88 unidades de instalação (maços). Os processos encontravam-se, maioritariamente, atados por cordéis, acondicionados em maços, de tamanho variável, protegidos por capas de cartão e ajustados com corda, o que dificultava a sua consulta e o seu manuseamento. Os processos revelam sinais de deterioração provocada por humidade, fungos, poeiras e pelo próprio manuseamento ao longo dos anos. O tamanho dos maços era variável, como se disse, e cada um podia conter de 6 a 118 processos. Face à complexidade da estrutura judicial portuguesa e às sucessivas alterações ocorridas, particularmente ao longo do século XIX, foi necessária uma análise pormenorizada, processo a processo, de modo a compreendermos claramente a sua origem. Cada maço apenas dispunha na lombada da identificação do tipo de processo, as datas extremas e o número total de processos aí instalados, informação que, como viemos a constatar, nem sempre correspondia ao conteúdo. Processos com a mesma tipologia poderiam ter tido origem em entidades produtoras diferentes. Concluída a elaboração do recenseamento de toda a documentação, encontrámos um maço com a indicação de processos diversos (maço 88, de acordo com o recenseamento elaborado), com um total de cinquenta e seis processos, com designações diversas e datas extremas entre 1827 e 1903. Tratava-se de processos com origens diversas, provenientes do Juiz de Fora 7 do Cível, Crime e Órfãos de Coimbra, do Julgado de Condeixa-a-Nova e do Tribunal da Comarca de Condeixa-a-Nova. Após a análise pormenorizada dos processos judiciais e um conhecimento mais aprofundado dos mesmos - dada a diversificação tipológica mencionada nas capas dos maços - apuramos tratar-se de processos cíveis, tendo sido posteriormente identificadas as séries documentais. Verificámos também a existência de três processos cíveis julgados

7 Como nem sempre os juízes dos lugares administravam boa justiça, surgiram no início do século XIV, magistrados estranhos às localidades, os juízes-de-fora. “Os juízes por el-rei, juízes de fora ou juízes de fora parte eram, como o próprio nome indica, indivíduos estranhos ao concelho, (…) recebiam do monarca a autoridade e os concelhos tinham de lhes pagar ordenado certo, ao contrário do que sucedia com os juízes da terra.” SERRÃO, Joel – Dicionário de História de Portugal . Porto: Livraria Figueiredo, 1984, p. 641.

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na Correição de Coimbra, pelo corregedor 8 com alçada na cidade de Coimbra e sua comarca, relativos aos anos de 1822 e 1833, que se encontram entre os processos do arquivo judicial de Condeixa-a-Nova, provavelmente pelo facto de as partes neles intervenientes serem da vila de Condeixa-a-Nova. O mesmo facto parece justificar a existência de outros três processos de Libelo julgados no Juízo da Provedoria, relativos ao ano de 1833 e 1834 e um Auto de Corpo de Delito julgado no ano de 1891 pelo juiz de direito da comarca de Pombal. Fazendo o confronto do quadro orgânico-funcional com o recenseamento da informação produzida, chegámos à elaboração do presente inventário. Este sistema de informação que é o arquivo do Tribunal Judicial de Condeixa-a-Nova integrou outros subsistemas, decorrentes das mudanças verificadas ao longo dos anos na estrutura judiciária portuguesa. Tais alterações traduzem momentos de continuidade de subsistemas. As sucessivas reformas judiciais, as limitações e dependências impostas às competências dos juízes, o facto de as freguesias do actual concelho de Condeixa-a- Nova terem dependido de diferentes circunscrições judiciais ao longo do tempo (Coimbra, Penela, Soure, Ansião) parece-nos justificar a integração de processos judiciais, com nítida origem em subsistemas (Juízos de Paz, Julgado Ordinário, Julgado Municipal) que integraram o actual arquivo do Tribunal da Comarca de Condeixa-a- Nova, bem como a integração de processos judiciais com origem em distintos centros produtores (Tribunal da Comarca de Coimbra, Tribunal da Comarca de Penela, Juízes de Fora), com intervenientes das diversas freguesias do actual concelho de Condeixa-a- Nova, no arquivo judicial do referido tribunal de comarca. A organização do presente inventário é o reflexo de um trabalho prévio de levantamento pormenorizado e exaustivo de todas as séries documentais, facto que obrigou a um reconhecimento feito ao nível da peça. Posteriormente, os processos foram previamente higienizados e transferidos para caixas de cartão, de modo a remover e eliminar elementos físicos e orgânicos extrínsecos aos documentos, e a garantir a sua correcta conservação para um manuseamento/consulta dos processos mais facilitado e prático . Em todas as caixas foi colocada a respectiva cota, tendo sido mantida a referência ao antigo maço em que os documentos estavam acondicionados.

8 Os corregedores eram “magistrados com jurisdição nas comarcas ou correições, cumprindo-lhes fiscalizar a administração da justiça”. Como principais representantes da autoridade real, a sua principal função era “correger ou emendar os erros, violências ou quaisquer outra faltas na administração da justiça”. SERRÃO, Joel – Op. cit., p. 704.

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Foi também possível criar uma base de dados e proceder à informatização de todos os processos judiciais, com um total de 3737 registos. Para cada processo foi registada a sua tipologia, a designação do processo dada pelos seus produtores, o apelido e nome do inventariado/autor, o nome do inventariante/réu, a localidade, o ano, a proveniência, a sua localização topográfica e um campo para observações. Identificadas as séries, foi estabelecido o critério de ordenação alfabético pelo apelido do inventariado/autor do processo, sendo permitida a pesquisa em todos os campos da base de dados. Com a designação de processos judiciais cíveis estão todos os processos cujas séries não nos foi possível identificar, perfazendo um total de 17 registos com designações diversas. Alguns documentos não parecem constituir processos cíveis na íntegra, sendo possível, todavia, localizar em todos eles informações sobre as partes envolvidas. A omissão de alguns elementos, como as partes componentes do processo, poderá ocultar alguma informação, no entanto, uma descrição muito detalhada dos processos seria limitativa da rapidez de tratamento de uma massa documental e informativa tão vasta. A informatização dos processos judiciais permitirá, sem dúvida, o alargamento dos pontos de acesso à informação, bem como uma posterior alimentação de bases de dados. Constituindo a documentação produzida pelos tribunais um recurso informativo para a actividade judicial, uma garantia de direitos e deveres constituídos e uma fonte para a investigação científica, procurou-se realizar um trabalho mais profundo a nível do tratamento e conservação dos processos judiciais de forma a garantir a acessibilidade a um público que, em muitos casos, desconhece o potencial de informação que a documentação judicial pode oferecer.

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Inventário - Arquivo Judicial de Condeixa-a-Nova

SI: Sistema de Informação; SB: Subsistema de Informação; SC: Secção; SR: Série.

SB: JPFAN/ Juízo de Paz da freguesia de Anobra (1836)

SR: 01 – Inventários Obrigatórios – 1836 Cx. 9 AUC/TCCDN/JPFAN/01

SB: JPFCDV /Juízo de Paz da freguesia de Condeixa-a-Velha (1836-1840) SR: 01 – Inventários Obrigatórios – 1836-1840 AUC/TCCDN/JPFCDV/01

SB: JPFNSG/ Juízo de Paz da freguesia de Nossa Senhora da (1836) Graça SR: 01 – Inventários Obrigatórios – 1836 AUC/TCCDN/JPFNSG/01

SB : JPFSC/ Juízo de Paz da freguesia de Santa Cristina (1836-1841) SR: 01 – Inventários Obrigatórios – 1836-1841 AUC/TCCDN/JPFSC/01

SB : JPFSP/ Juízo de Paz da freguesia de São Pedro (1836-1841) SR: 01 – Inventários Obrigatórios – 1836-1841 AUC/TCCDN/JPFSP/01

SB : JPFSG/ Juízo de Paz da freguesia do Sebal Grande (1834-1837) SR: 01 – Inventários Obrigatórios – 1834-1837 AUC/TCCDN/JPFSG/01

SB : JPFVS/ Juízo de Paz da freguesia de Vila Seca (1834-1841) SR: 01 – Inventários Obrigatórios - 1834-1841 AUC/TCCDN/JPFVS/01

SB: JPCDN/ Juízo de Paz do distrito de Condeixa-a-Nova (1890-1908) SR: 01 – Apelações Cíveis – 1908 AUC/TCCDN/JPCDN/01 SR: 02 – Autos de Corpos de Delito – 1890 AUC/TCCDN/JPCDN/02

9 Todos os processos se encontram actualmente acondicionados em caixas.

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SB: JFCBR/ Juiz de Fora do Cível, Crime e Órfãos – Coimbra (1801-1835) SR: 01 – Autos de arrendamento de casas e bens de raiz – 1830 AUC/TCCDN/JFCBR/01 SR: 02 – Inventários Obrigatórios – 1801-1834 AUC/TCCDN/JFCBR/02 SR: 03 – Libelos – 1833 AUC/TCCDN/JFCBR/03 SR: 04 – Processos de Execução – 1835 AUC/TCCDN/JFCBR/04 SR: 05 – Processos de Execução de Sentenças – 1814 AUC/TCCDN/JFCBR/05

SB: JFERS/ Juiz de Fora do Cível, Crime e Órfãos – Ega, (1811-1835) Redinha, Soure SR: 01 – Acções de Alma – 1825 AUC/TCCDN/JFERS/01 SR: 02 – Acções Possessórias – 1835 AUC/TCCDN/JFERS/02 SR: 03 – Apelações Cíveis – 1830 AUC/TCCDN /JFERS/03 SR: 04 – Autos de arrendamento de casas e bens de raiz – 1830 AUC/TCCDN/JFERS/04 SR: 05 – Embargos – 1832 AUC/TCCDN/JFERS/05 SR: 06 – Justificações – 1817-1833 AUC/TCCDN/JFERS/06 SR: 07 – Justificações de ausência e de qualidade de herdeiro – AUC/TCCDN/JFERS/07 1815 SR: 08 – Libelos – 1829-1835 AUC/TCCDN/JFERS/08 SR: 09 – Processos de Execução – 1831-1832 AUC/TCCDN/JFERS/09 SR: 10 – Processos de Execução de Sentenças – 1833 AUC/TCCDN/JFERS/10 SR: 11 – Processos de redução de Testamentos – 1811-1835 AUC/TCCDN/JFERS/11 SR: 12 – Requerimentos – 1829-1832 AUC/TCCDN/JFERS/12

SB: JOJCDN/ Juízo Ordinário do Julgado de Condeixa-a- (1839-1887) Nova SR: 01 – Acções de Alma – 1839-1866 AUC/TCCDN/JOJCDN/01 SR: 02 – Acções de Despejo – 1854-1870 AUC/TCCDN/JOJCDN/02 SR: 03 – Acções de Divisão e Demarcação – 1848-1876 AUC/TCCDN /JOJCDN/03 SR: 04 – Acções Cominatórias – 1839-1876 AUC/TCCDN/JOJCDN/04 SR: 05 – Acções Ordinárias – 1848 AUC/TCCDN/JOJCDN/05 SR: 06 – Acções Possessórias – 1852-1873 AUC/TCCDN/JOJCDN/06 SR: 07 – Acções Sumárias – 1839-1877 AUC/TCCDN/JOJCDN/07 SR: 08 – Agravos Cíveis – 1853-1867 AUC/TCCDN/JOJCDN/08 SR: 09 – Agravos de Instrumento – 1839-1887 AUC/TCCDN/JOJCDN/09 SR: 10 – Agravos de Petição – 1860 AUC/TCCDN/JOJCDN/10 SR: 11 – Apelações Cíveis – 1843-1870 AUC/TCCDN/JOJCDN/11

Tribunal Judicial de Condeixa-a-Nova: Estudo Orgânico-Funcional 14/23 Arquivo da Universidade de Coimbra

SR: 12 – Autos de Corpos de Delito – 1864-1884 AUC/TCCDN/JOJCDN/12 SR: 13 – Autos de Fiança Crime – 1847-1871 AUC/TCCDN/JOJCDN/13 SR: 14 – Cartas Precatórias – 1839-1874 AUC/TCCDN/JOJCDN/14 SR: 15 – Emancipação – 1854-1875 AUC/TCCDN/JOJCDN/15 SR: 16 – Embargos – 1839-1886 AUC/TCCDN/JOJCDN/16 SR: 17 – Expropriações por utilidade pública – 1852 AUC/TCCDN/JOJCDN/17 SR: 18 – Inventários e Partilhas entre maiores – 1842-1873 AUC/TCCDN/JOJCDN/18 SR: 19 – Inventários Obrigatórios – 1839-1876 AUC/TCCDN/JOJCDN/19 SR: 20 – Justificações – 1839-1874 AUC/TCCDN/JOJCDN/20 SR: 21 – Justificações de ausência e de qualidade de herdeiro – AUC/TCCDN/JOJCDN/21 1865-1873 SR: 22 – Libelos – 1839-1876 AUC/TCCDN/JOJCDN/22 SR: 23 – Petições – 1846-1869 AUC/TCCDN/JOJCDN/23 SR: 24 – Processos de Conselhos de Família – 1852-1873 AUC/TCCDN/JOJCDN/24 SR: 25 – Processos de Consignação de Depósito – 1845-1872 AUC/TCCDN/JOJCDN/25 SR: 26 – Processos de Divórcio – 1858-1867 AUC/TCCDN/JOJCDN/26 SR: 27 – Processos de Execução – 1839-1875 AUC/TCCDN/JOJCDN/27 SR: 28 – Processos de Execução de Sentenças – 1843-1873 AUC/TCCDN/JOJCDN/28 SR: 29 – Processos de Interdições e Inabilitações – 1865 AUC/TCCDN/JOJCDN/29 SR: 30 – Processos de Polícia Correccional – 1839-1876 AUC/TCCDN/JOJCDN/30 SR: 31 – Processos de redução de Testamentos – 1841-1868 AUC/TCCDN/JOJCDN/31 SR: 32 – Processos de Transgressões – 1880-1883 AUC/TCCDN/JOJCDN/32 SR: 33 – Querelas – 1839-1874 AUC/TCCDN/JOJCDN/33 SR: 34 – Requerimentos – 1844-1871 AUC/TCCDN/JOJCDN/34

SB: JMCDN/ Julgado Municipal de Condeixa-a-Nova (1887-1890) SR: 01 – Acções de Despejo – 1890 AUC/TCCDN/JMCDN/01 SR: 02 – Acções de Divisão e Demarcação – 1889 AUC/TCCDN/JMCDN/02 SR: 03 – Acções Ordinárias – 1887-1889 AUC/TCCDN/JMCDN/03 SR: 04 – Acções Possessórias – 1888-1889 AUC/TCCDN/JMCDN/04 SR: 05 – Autos de Corpos de Delito – 1887-1890 AUC/TCCDN/JMCDN/05 SR: 06 – Cartas Precatórias – 1887-1890 AUC/TCCDN/JMCDN/06 SR: 07 – Emancipação – 1887-1889 AUC/TCCDN/JMCDN/07 SR: 08 – Inventários Obrigatórios – 1887-1890 AUC/TCCDN/JMCDN/08 SR: 09 – Processos de Execução de Sentenças – 1887 AUC/TCCDN/JMCDN/09 SR: 10 – Processos de Polícia Correccional – 1887-1890 AUC/TCCDN/JMCDN/10 SR: 11 – Requerimentos – 1887-1890 AUC/TCCDN/JMCDN/11

Tribunal Judicial de Condeixa-a-Nova: Estudo Orgânico-Funcional 15/23 Arquivo da Universidade de Coimbra

SI: TCCDN/ Tribunal da Comarca de Condeixa-a-Nova (1890-1927) SR: 01 – Acções de Despejo – 1890-1923 AUC/TCCDN/01 SR: 02 – Acções de Divisão e Demarcação – 191 4 AUC/TCCDN/02 SR: 03 – Acções Especiais – 1892-1924 AUC/TCCDN/03 SR: 04 – Acções Ordinárias – 1890-1924 AUC/TCCDN/04 SR: 05 – Acções Possessórias – 1891-1920 AUC/TCCDN/05 SR: 06 – Acções Sumárias – 1912-1921 AUC/TCCDN/06 SR: 07 – Agravos Cíveis – 1894-1923 AUC/TCCDN/07 SR: 08 – Agravos de Petição – 1909-1922 AUC/TCCDN/08 SR: 09 – Autos de Corpos de Delito – 1890-1927 AUC/TCCDN/09 SR: 10 – Autos de Fiança Crime – 1891-1920 AUC/TCCDN/10 SR: 11 – Autos para entrega de mulher casada – 1904 AUC/TCCDN/11 SR: 12 – Cartas Precatórias – 1891-1909 AUC/TCCDN/12 SR: 13 – Emancipação – 1892-1927 AUC/TCCDN/13 SR: 14 – Embargos – 1890-1923 AUC/TCCDN/14 SR: 15 – Execução por custas, selos, salários, emolumentos ou AUC/TCCDN/15 multas – 1892-1920 SR: 16 – Expropriações por utilidade pública – 1907-1917 AUC/TCCDN/16 SR: 17 – Inventários e Partilhas entre maiores – 1892-1918 AUC/TCCDN/17 SR: 18 – Inventários Obrigatórios – 1890-1916 AUC/TCCDN/18 SR: 19 – Justificações – 1900-1919 AUC/TCCDN/19 SR: 20 – Justificações de ausência e de qualidade de herdeiro – AUC/TCCDN/20 1890-1919 SR: 21 – Petições – 1916-1920 AUC/TCCDN/21 SR: 22 – Processos Correccionais – 1895-1916 AUC/TCCDN/22 SR: 23 – Processos de Audiências Gerais – 1914-1919 AUC/TCCDN/23 SR: 24 – Processos de Conselhos de Família – 1918 AUC/TCCDN/24 SR: 25 – Processos de Consignação de Depósito – 1900-1919 AUC/TCCDN/25 SR: 26 – Processos de Divórcio – 1899-1924 AUC/TCCDN/26 SR: 27 – Processos de Execução – 1890-1922 AUC/TCCDN/27 SR: 28 – Processos de Interdições e Inabilitações – 1919 AUC/TCCDN/28 SR: 29 – Processos de Polícia Correccional – 1890-1924 AUC/TCCDN/29 SR: 30 – Processos de Prestação de contas – 1896-1918 AUC/TCCDN/30 SR: 31 – Processos de Suprimento – 1900-1924 AUC/TCCDN/31 SR: 32 – Processos de Transgressões – 1897-1924 AUC/TCCDN/32 SR: 33 – Processos para abertura de correição – 1913-1918 AUC/TCCDN/33

Tribunal Judicial de Condeixa-a-Nova: Estudo Orgânico-Funcional 16/23 Arquivo da Universidade de Coimbra

SR: 34 – Querelas – 1891-1901 AUC/TCCDN/34 SR: 35 – Reclamações ao Recrutamento Militar – 1892-1894 AUC/TCCDN/35 SR: 36 – Recursos de Recenseamento Eleitoral – 1891-1922 AUC/TCCDN/36 SR: 37 – Repúdio de Heranças – 1910-1917 AUC/TCCDN/37 SR: 38 – Requerimentos – 1895-1919 AUC/TCCDN/38

SI: TCCDN/ Tribunal da Comarca de Condeixa-a-Nova (1890-1927) SC: 1º Ofício SR: 01 – Acções Possessórias – 1890 AUC/TCCDN/OF01/01 SR: 02 – Autos de Corpos de Delito – 1891-1923 AUC/TCCDN/OF01/02 SR: 03 – Justificações – 1896 AUC/TCCDN/OF01/03 SR: 04 – Petições – 1907 AUC/TCCDN/OF01/04 SR: 05 – Processos Correccionais – 1906-1926 AUC/TCCDN/OF01/05 SR: 06 – Processos de Execução – 1890 AUC/TCCDN/OF01/06 SR: 07 – Processos de Polícia Correccional – 1891-1927 AUC/TCCDN/OF01/07 SR: 08 – Processos de Prestação de contas – 1896 AUC/TCCDN/OF01/08 SR: 09 – Processos de Transgressões – 1921-1926 AUC/TCCDN/OF01/09 SR: 10 – Reclamações ao Recrutamento Militar – 1891 AUC/TCCDN/OF01/10 SR: 11 – Recursos de Recenseamento Eleitoral – 1891 AUC/TCCDN/OF01/11

SI: TCCDN/ Tribunal da Comarca de Condeixa-a-Nova (1890-1927) SC: 2º Ofício SR: 01 – Acções de Despejo – 1890-1926 AUC/TCCDN/OF02/01 SR: 02 – Acções de Divisão e Demarcação – 1899 AUC/TCCDN/OF02/02 SR: 03 – Acções Especiais – 1892-1916 AUC/TCCDN/OF02/03 SR: 04 – Acções Ordinárias – 1890-1920 AUC/TCCDN/OF02/04 SR: 05 – Acções Possessórias – 1891-1906 AUC/TCCDN/OF02/05 SR: 06 – Acções Sumárias – 1916 AUC/TCCDN/OF02/06 SR: 07 – Agravos Cíveis – 1900-1910 AUC/TCCDN/OF02/07 SR: 08 – Agravos de Petição – 1894-1896 AUC/TCCDN/OF02/08 SR: 09 – Autos de Corpos de Delito – 1890-1927 AUC/TCCDN/OF02/09 SR: 10 – Autos de Fiança Crime – 1892-1924 AUC/TCCDN/OF02/10 SR: 11 – Cartas Precatórias – 1890-1926 AUC/TCCDN/OF02/11 SR: 12 – Emancipação – 1892-1918 AUC/TCCDN/OF02/12 SR: 13 – Embargos – 1891-1914 AUC/TCCDN/OF02/13 SR: 14 – Execução por custas, selos, salários, emolumentos ou AUC/TCCDN/OF02/14 multas – 1893-1919

Tribunal Judicial de Condeixa-a-Nova: Estudo Orgânico-Funcional 17/23 Arquivo da Universidade de Coimbra

SR: 15 – Expropriações por utilidade pública – 1891-1909 AUC/TCCDN/OF02/15 SR: 16 – Inventários e Partilhas entre maiores – 1891-1895 AUC/TCCDN/OF02/16 SR: 17 – Inventários Obrigatórios – 1890-1900 AUC/TCCDN/OF02/17 SR: 18 – Justificações – 1891-1915 AUC/TCCDN/OF02/18 SR: 19 – Justificações de ausência e de qualidade de herdeiro – AUC/TCCDN/OF02/19 1890-1911 SR: 20 – Petições – 1911 AUC/TCCDN/OF02/20 SR: 21 – Processos Correccionais – 1892-1926 AUC/TCCDN/OF02/21 SR: 22 – Processos de Audiências Gerais – 1901-1903 AUC/TCCDN/OF02/22 SR: 23 – Processos de Consignação de Depósito – 1891-1924 AUC/TCCDN/OF02/23 SR: 24 – Processos de Divórcio – 1912 AUC/TCCDN/OF02/24 SR: 25 – Processos de Execução – 1890-1918 AUC/TCCDN/OF02/25 SR: 26 – Processos de Interdições e Inabilitações – 1894 AUC/TCCDN/OF02/26 SR: 27 – Processos de Polícia Correccional – 1891-1927 AUC/TCCDN/OF02/27 SR: 28 – Processos de Prestação de contas – 1904-1914 AUC/TCCDN/OF02/28 SR: 29 – Processos de Suprimento – 1905-1920 AUC/TCCDN/OF02/29 SR: 30 – Processos de Transgressões – 1905-1923 AUC/TCCDN/OF02/30 SR: 31 – Querelas – 1897-1903 AUC/TCCDN/OF02/31 SR: 32 – Reclamações ao Recrutamento Militar – 1892-1896 AUC/TCCDN/OF02/32 SR: 33 – Recursos de Recenseamento Eleitoral – 1891-1915 AUC/TCCDN/OF02/33 SR: 34 – Requerimentos – 1913 AUC/TCCDN/OF02/34

SB: TCCDN/ Tribunal Comercial da Comarca de Condeixa-a- (1892-1923) Nova AUC/TCOMCDN/01 SR: 01 – Processos Comerciais – 1892-1923

SI: TCPNL/ Tribunal da Comarca de Penela (1876-1889)

SR: 01 – Acções Especiais – 1879-1883 AUC/TCPNL/01 SR: 02 – Acções Ordinárias – 1886-1887 AUC/TCPNL/02 SR: 03 – Acções Possessórias – 1881-1886 AUC/TCPNL/03 SR: 04 – Autos de Corpos de Delito – 1886 AUC/TCPNL/04 SR: 05 – Cartas Precatórias – 1885-1889 AUC/TCPNL/05 SR: 06 – Emancipação – 1886 AUC/TCPNL/06 SR: 07 – Inventários Obrigatórios – 1876-1887 AUC/TCPNL/07 SR: 08 – Justificações de ausência e de qualidade de herdeiro – AUC/TCPNL/08 1881

SR: 09 – Libelos – 1876 AUC/TCPNL/09

Tribunal Judicial de Condeixa-a-Nova: Estudo Orgânico-Funcional 18/23 Arquivo da Universidade de Coimbra

SR: 10 – Processos de Divórcio – 1878-1884 AUC/TCPNL/10 SR: 11 – Processos de Execução – 1881-1886 AUC/TCPNL/11 SR: 12 – Processos de Interdições e Inabilitações – 1883 AUC/TCPNL/12 SR: 13 – Querelas – 1877 AUC/TCPNL/13 SR: 14 – Reclamações ao Recrutamento Militar – 1885 AUC/TCPNL/14

SI: TCCBR/ Tribunal da Comarca de Coimbra (1817-1935)

SR: 01 – Acções de Despejo – 1843-1888 AUC/TCCBR/01 SR: 02 – Acções Cominatórias – 1870-1878 AUC/TCCBR/02 SR: 03 – Acções Ordinárias – 1881-1892 AUC/TCCBR/03 SR: 04 – Acções Possessórias – 1877 AUC/TCCBR/04 SR: 05 – Acções Sumárias – 1843 AUC/TCCBR/05 SR: 06 – Cartas Precatórias – 1845-1888 AUC/TCCBR/06 SR: 07 – Embargos – 1845-1882 AUC/TCCBR/07 SR: 08 – Execução por custas, selos, salários, emolumentos ou AUC/TCCBR/08 multas – 1935 SR: 09 – Expropriações por utilidade pública – 1882 AUC/TCCBR/09 SR: 10 – Inventários e Partilhas entre maiores – 1871 AUC/TCCBR/10 SR: 11 – Inventários Obrigatórios – 1836-1887 AUC/TCCBR/11 SR: 12 – Libelos – 1836-1874 AUC/TCCBR/12 SR: 13 – Processos de Consignação de Depósito – 1817-1883 AUC/TCCBR/13 SR: 14 – Processos de Divórcio – 1883 AUC/TCCBR/14 SR: 15 – Processos de Execução – 1836-1885 AUC/TCCBR/15 SR: 16 – Processos de Execução de Sentenças – 1835-1839 AUC/TCCBR/16 SR: 17 – Processos de Polícia Correccional – 1872 AUC/TCCBR/17 SR: 18 – Processos de Transgressões – 1882 AUC/TCCBR/18 SR: 19 – Querelas – 1852-1880 AUC/TCCBR/19 SR: 20 – Recursos de Recenseamento Eleitoral - 1889-1915 AUC/TCCBR/20

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Conclusão

Na realidade, só um cabal conhecimento das jurisdições produtoras dos arquivos judiciais existentes permitirá restabelecer uma correcta identificação da proveniência dos processos, porque na sua maioria, estes surgem identificados como originários da comarca que os remeteu ao arquivo distrital, quando, na realidade, é outra a sua proveniência. Só a descrição arquivística da documentação de cada circunscrição judicial e a correcta identificação da proveniência dos processos permitirá rectificar as incorrecções, num vasto conjunto de fontes durante muito tempo negligenciadas. Os acervos judiciais, por extensos e em tantos casos por negligência, chegaram aos arquivos distritais desordenados e sem estarem acompanhados dos respectivos e adequados instrumentos de pesquisa arquivística. Será, certamente, um trabalho a carecer de contínuas actualizações, por esta circunstância, mas sobretudo pelo incremento do fluxo documental entre as instituições judiciárias e as instituições arquivísticas nacionais, materializado na incorporação, por estas, de centenas de milhar de processos. Tendo presente que o estudo de um arquivo não se esgota na apresentação descritiva do inventário ou do catálogo, precedida, por norma, por uma resenha histórica, procurámos interpretar os materiais recolhidos e fazer a verificação / refutação do contexto teórico elaborado. A nível local, a documentação analisada permite-nos conhecer diversos aspectos relevantes, particularmente, no que diz respeito às principais contendas existentes entre os habitantes das diversas freguesias do concelho de Condeixa-a-Nova e em relação ao reconhecimento de importantes individualidades locais e colectividades como intervenientes em diversos processos judiciais. A título exemplificativo, podemos fazer referência a diversos processos em que a Câmara Municipal ou os seus presidentes foram intervenientes, a processos de expropriações realizadas por utilidade pública, a acções judiciais em que intervieram oficiais de Confrarias de Condeixa-a-Nova, Sebal e Ega, a acções ordinárias da autoria do Cabido da Sé Catedral de Coimbra, a diversos processos com intervenientes notáveis à época (Condessa de Podentes, Visconde de Valdemouro, Viscondes de Alverca). Entre os processos judiciais, foi-nos possível identificar um livro de recenseamento eleitoral do concelho de Condeixa-a-Nova (1918), enviado pelo secretário recenseador da Câmara

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Municipal para a secretaria-geral do tribunal, contendo o registo de todos os cidadãos eleitores e elegíveis de todas as freguesias do concelho. Os processos judiciais, porque fornecem um enorme manancial de informação, são de extrema importância para o estudo da história social, história das mentalidades, história da família, história da criminalidade, história do direito, demografia, património, genealogia, etc. Partindo de um estudo de caso - o arquivo judicial de Condeixa-a-Nova -, procurámos contribuir também para a progressiva compreensão do processo informacional, para a acumulação de conhecimento arquivístico e, ainda que de forma modesta, para a consolidação da Arquivística como Ciência da Informação.

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