Brazilian Journal of Development 30860 ISSN: 2525-8761

Composição e diversidade das assembleias de peixes em igarapés na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé, Manaus – AM

Composition and diversity of assemblages in streams in the Tupé Sustainable Development Reserve, Manaus – AM

DOI:10.34117/bjdv7n3-692

Recebimento dos originais: 26/02/2021 Aceitação para publicação: 26/03/2021

Thaynara Sofia Gomes Vieira Graduanda em Engenharia de Pesca -UFAM Instituição: Universidade Federal do Amazonas -UFAM Endereço: Av. General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 1200 -Coroado I, Manaus -AM, CEP: 69067-005, Manaus –AM E-mail: [email protected]

Eder Cruz Junior Graduando em Engenharia de Pesca -UFAM Instituição: Universidade Federal do Amazonas -UFAM Endereço: Av. General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 1200 -Coroado I, Manaus -AM, CEP: 69067-005, Manaus –AM E-mail: [email protected]

Catarina Lima de Oliveira Graduanda em Engenharia de Pesca -UFAM Instituição: Universidade Federal do Amazonas -UFAM Endereço: Av. General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 1200 -Coroado I, Manaus -AM, CEP: 69067-005, Manaus –AM E-mail: [email protected]

Montgomery Garrido da Silva Graduando em Engenharia de Pesca -UFAM Instituição: Universidade Federal do Amazonas -UFAM Endereço: Av. General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 1200 -Coroado I, Manaus -AM, CEP: 69067-005, Manaus –AM E-mail: [email protected]

Kedma Cristine Yamamoto Doutorado em Ciências Pesqueiras nos Trópicos - UFAM Instituição: Universidade Federal do Amazonas - UFAM Endereço: Av. General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 1200 - Coroado I, Manaus - AM, CEP: 69067-005, Manaus – AM E-mail: [email protected]

RESUMO Nos igarapés, a complexidade estrutural pode ser entendida como um mosaico de manchas ou mesohabitats (como poções, corredeiras e remansos), que são delimitados por diferentes combinações de variáveis como profundidade, correnteza e composição do

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Brazilian Journal of Development 30861 ISSN: 2525-8761 substrato. De acordo com o tamanho dos igarapés há maior ou menor influência sobre a diversidade de espécies encontradas ali. Neste sentido o objetivo deste projeto foi avaliar a influência da heterogeneidade ambiental sobre a diversidade das assembleias de peixes em igarapés na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé. As amostragens foram realizadas durante os períodos de vazante e enchente, em três igarapés da RDS – Tupé. Foram coletados 1.392 indivíduos distribuídos em 6 ordens, pertencentes a 17 famílias, de 25 gêneros e 27 espécies. As ordens mais abundantes foram Characiformes e . As espécies mais abundantes no período da enchente e vazante foram Hemigrammus analis (24%), agassizii (16%), e Nannostomus eques (14%). Em relação à estrutura da ictiofauna dos igarapés coletados, a maior riqueza e abundancia foi observado no período da vazante com um total de S=28 espécies coletadas e N=770 indivíduos coletados. O índice de Shannon-Weaver também foi mais expressivo no período da vazante com H’=2,429. Pode-se observar que nesses igarapés foram encontrados os menores valores de largura e profundidade, o que acaba delimitando o espaço e assim tornando os indivíduos mais suscetíveis a arte de pesca. Ambos os períodos apresentaram valores de diversidade acima do encontrado para igarapés conservados, demonstrando a importância desses ambientes para as assembleias de peixes. A heterogeneidade ambiental possui influência na estrutura da ictiofauna desses igarapés apenas na profundidade no período da vazante.

Palavras-Chave: Rio Negro, Amazônia, Peixe.

ABSTRACT The Amazon basin has a complex and extensive network of small streams, known regionally as igarapés. The objective of this work was to identify and evaluate the composition and diversity of fish assemblages in streams of the RDS - Tupé. The Samples were gathered out during the period of October (low) of 2019 and January (flood) of 2020, in three streams of RDS - Tupé. 1,392 individuals were collected, distributed in 6 orders, belonging to 15 families, of 30 genera and 34 species. The most abundant orders were Characiformes (56.11%) and Cichliformes (26.15%). The species Apistogramma agassizii (15.80%), Nannostomus eques (14.22%) and Hemigrammus levis (12.28%) presented the highest values of absolute abundance. The species A. agassizii occurred only during the low water period, N. eques occurred in both periods, and H. levis only during the flood period. Regarding the ichthyofauna structure of the collected streams, the greatest richness and abundance was observed during the low season with a total of S= 28 species and N= 770 individuals collected. The Shannon-Weaver index was also more expressive in the period of low water with H’= 2.462. The ichthyofauna of the streams of (RDS-Tupé) is well diversified in composition and richness of species, has a composition similar to that of preserved streams. It can be seen that the smallest width values were found in these streams. Both periods presented values of diversity above that found for conserved streams, demonstrating the importance of these environments for the fiish assemblages.

Keywords: Negro River, Amazon, Fish.

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1 INTRODUÇÃO A Bacia Amazônica possui cerca de 7,9 milhões de km² e no pico da cheia pode inundar algo em torno 0,3 milhões de km² por ano, sendo a sazonalidade pluvial com períodos alternados de alta e baixa vazão de água, responsável pela flutuação no nível dos rios (SAINT-PAUL et al., 2000). As planícies de inundação são componentes importantes da ecologia e hidrologia da bacia Amazônica e são constituídas por lagos, florestas alagadas (várzea e igapós), que estão periodicamente ligados aos muitos rios e igarapés, e sustentam diversos ecossistemas (JUNK et al., 1989). Na Amazônia Central, os igarapés são cursos d’água caracterizados pelo leito delimitado, correnteza relativamente acentuada e baixa temperatura da água (SANTOS & FERREIRA, 1999). Atualmente, sabe-se que existe cerca de 1.165 espécies de peixes na bacia do Rio Negro, e mais da metade desse valor é composto por indivíduos de pequeno porte (BELTRÃO et al., 2019). Os igarapés abrigam uma fauna de peixes diversificada e ainda pouco conhecida, a qual mantém uma íntima associação com a floresta, responsável pelo aporte de material orgânico, garantindo alimento e abrigo para a ictiofauna (MENDONÇA et al., 2005; ANJOS, 2014; ZUANON et al., 2015; FERNANDES et al., 2017). Nos últimos anos houve um crescente interesse pelo estudo da ictiofauna de igarapés na bacia Amazônica. Tais estudos contemplam temas como: variação sazonal (SILVA, 1995; LOWE- MCCONNELL, 1999; BASTOS, 2013), ambiental (BENONE et al., 2017; SANTOS et al., 2019), temporal (ESPÍRITO-SANTO, 2007; MARTINS, 2020), alimentação (KEMENES, 2000; BREJÃO et al., 2013; VIEIRA et al., 2020), aspectos reprodutivos (BÜHRNHEIM & COX-FERNANDES, 2004; COSTA et al., 2019), sistemática (ALBERT et al. 2011, BLOOM et al. 2013) e levantamentos sobre a diversidade íctica (ANJOS & ZUANON, 2007; RAMALHO et al., 2014; ZUANON et al., 2015; BELTRÃO et al., 2018). Uma das razões por trás da grande diversidade encontrada nos riachos é sua alta heterogeneidade ambiental, e esta deriva de mudanças na paisagem. Características do hábitat, como morfologia do canal e velocidade da água, são diretamente reguladas por variáveis na escala de bacia, tais como a declividade, altitude e uso de solo (BÜHRNHEIM, 2002; VALLE, 2013; LEAL et al, 2016; BENONE, 2017). De acordo com o tamanho dos igarapés há maior ou menor influência sobre a diversidade de espécies encontradas ali, sendo que igarapés de maior ordem tendem a possuir maior diversidade do que aqueles de menor ordem (ANJOS & ZUANON, 2007; BELTRÃO et al., 2018).

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Embora haja o aumento de estudos sobre assembleias de peixes em igarapés da Amazônia, a região Norte representa apenas 17% das produções científicas sobre essa temática no Brasil (DIAS et al., 2016). A dificuldade de acesso a pontos de coleta e a falta de monitoramento constante são as principais causas para a baixa produtividade. Ainda segundo os autores, a compreensão ecológica da dinâmica das assembleias de peixes auxilia na produção de inovações tecnológicas e na criação de projetos de conservação e manejo mais eficazes, enfatizando a importância do seu estudo. Apesar da grande diversidade dos rios de água preta, ainda se possui poucas informações na literatura a respeito dos igarapés dessa região e sobre a estrutura e diversidade das assembleias de peixes. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo identificar e avaliar a composição e diversidade das assembleias de peixes em igarapés localizados em uma área do baixo Rio Negro.

2 MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido em três igarapés da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (Figura 01), uma Unidade de Conservação Estadual, localizada cerca de 25 Km a montante da cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas. Ocupando uma área de aproximadamente 12.000 hectares e juntamente com outras Unidades de Conservação, forma um grande e importante mosaico de áreas protegidas na Amazônia Central (Conceição et al., 2020). A região é drenada pelo rio Negro, uma característica marcante de suas águas é a coloração escura decorrente de ácidos húmicos, o que provoca elevada acidez (JUNK et al., 2011). Nessa área, a flutuação anual média do nível da água é de 10-12 m. O clima local é classificado de acordo com KÕPPEN, (1948) sendo do tipo quente e constantemente úmido. A vegetação da RDS do Tupé é predominantemente de matas de terra firme, possuindo ainda matas periodicamente alagáveis (SCUDELLER et al., 2005).

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Figura 01. Localização da RDS-Tupé e pontos de amostragem.

Fonte: VIEIRA et al., 2021.

As amostragens foram realizadas durante o período de outubro (vazante) de 2019 e janeiro (enchente) de 2020 (Figura 02). As coletas foram realizadas em três igarapés (do Pepe, Central e Cachoeira) um trecho de 100 metros, por um período de 1 hora em cada sítio amostral com três coletores, com auxílio de rede de cerco (2 m comprimento x 1m altura, com malhas de 3 mm entre nós opostos), puçás, peneiras e rapichés. Após a despesca os peixes foram eutanasiados com Eugenol de acordo com o recomendado pela American Veterinary Medical Association – AVMA, (LEARY et al., 2020), etiquetados, fixados em formol a 10% e transportados ao laboratório de Ictiologia na UFAM, onde posteriormente foram lavadas com água corrente e preservados em álcool a 70%. Em seguida os exemplares foram identificados ao menor nível taxonômico com auxílio de chaves ictiológicas e especialistas (FERREIRA et al., 1998; ZUANON et al., 2015), pesados (g) e medidos comprimento padrão (cm).

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Figura 02. Igarapés amostrados nos período da enchente (A, B,C) e vazante (D, E, F) na RDS-Tupé, AM.

Os descritores ecológicos das assembleias de peixes foram analisados usando medidas de abundância absoluta (N), riqueza (S), índice de diversidade de Shannon- Weaner (H') SHANNON & WIENER, (1949) e dominância (d) BERGER; PARKER, (1970). Para complementar a interpretação do índice de Shannon-Weaner foi calculado o índice de equitabilidade (J') MAGURRAN, (1988). Todos os cálculos foram realizados no software Past versão 1.4 (HAMMER et al., 2001). Foram calculadas Curvas de Rarefação para medir a eficiência da amostragem (KREBS 1989).

3 RESULTADOS A composição das assembleias de peixes nos igarapés, apresentou 1.392 indivíduos, sendo 55,32% coletados na vazante e 44,68% na enchente, distribuídos em 6 ordens, pertencentes a 15 famílias, de 30 gêneros e 34 espécies (Tabela 01). O período da vazante obteve os maiores valores de abundância absoluta N=770, comparado ao período da enchente N= 622. Nos igarapés no período da vazante, foi observado uma maior

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Brazilian Journal of Development 30866 ISSN: 2525-8761 dominância de indivíduos pertencentes a ordem Cichliformes (2 famílias, 9 espécies, 35%) e Characiformes (6 famílias, 11 espécies, 34%), seguida por Cyprinodontiformes (1 família, 1 espécie, 13%), Gymnotiformes (1 família, 1 espécie, 10%), Siluriformes (3 famílias, 5 espécies, 7%) e Synbranchiformes (1 família, 1 espécie, 0,12%). Já no período da enchente a ordem Characiformes (4 famílias, 8 espécies, 83%) foi a mais abundante, seguida por Cichliformes (1 família, 4 espécies 14%) e Siluriformes (2 famílias, 2 espécies 2%) respectivamente. Os indivíduos pertencentes às famílias Characidae, Cichlidae e Lebiasinidae somam juntas (75%) do número total de exemplares coletados. Sendo as mais abundantes encontrada na vazante: Cichlidae (35%), Lebiasinidae (15%), Fluviphylacidae (13%), Hypopomidae (10%), Characidae (7%) e Chilodontidae (4%), Acestrorhynchidae (3%), Doradidae (3%), Crenuchidae (3%), Loricariidae, Auchenipteridae, Polycentridae, Erythrinidae e Synbranchidae somam (3%), e na enchente: Characidae (64%), Lebiasinidae (28%), Cichlidae (14%). As famílias Loricariidae, Auchenipteridae, Iguanodectidae e Erythrinidae tiveram juntas um somatório de (2%) de exemplares coletados. As espécies mais abundantes nos igarapés amostrados foram: Apistogramma agassizii (Steindachner, 1875) (15%), Nannostomus eques Steindachner, 1876 (14%), Hemigrammus levis Durbin, 1908 (12%), Acarichthys heckelii (Müller & Troschel, 1849) (10%), Hemigramus coeruleus Durbin, 1908 (9%), Hyphessobrycon copelandi Durbin, 1908 (8%), Fluviphylax simplex Costa, 1996 (7%), Nannostomus unifasciatus Steindachner, 1876 (6%) e Steatogenys elegans (Steindachner, 1880) (6%) sendo esses indivíduos responsáveis por (87%) da ictiofauna total coletada. Predominando na vazante as espécies A. agassizii, F. simplex, S. elegans, N. eques, N. unifasciatus, H. analis, tendo a sua captura observada apenas nesse período: A. agassizii, F. simplex. Já na enchente, os maiores valores de indivíduos coletados pertencem respectivamente às espécies: H. levis, H. coeruleus, N. eques, A. heckelii, N. unifasciatus, H. copelandi e Mesonauta festivus. Ocorrendo apenas nesse período: H. levis, H. coeruleus e A. heckelii (Tabela 01).

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Tabela 01. Composição da ictiofauna capturada no período de enchente e vazante em três igarapés da RDS Tupé – Amazonas, NT: número total de indivíduos, P: peso (g), CP: comprimento padrão (cm). Vazante Enchente Ordens/ Famílias/ Espécies/Autor NT P(g) CP(cm) NT P(g) CP(cm) Characiformes Acestrorhynchidae Heterocharax macrolepis Eigenmann, 1912 26 10,6 9 Gnathocharax steindachneri Fowler, 1913 1 1,5 3 Erythrinidae Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) 2 7,81 10,5 2 2,7 6 Crenuchidae Crenuchus spilurus Günther, 1863 17 11,5 9 Characidium sp Reinhardt, 1867 9 0,33 1 Characidae Hemigrammus analis Durbin, 1909 42 21,6 13 Hemigrammus levis Durbin 1908 171 0,6 2,6 Hemigramus coeruleus Durbin, 1908 128 0,6 2,1 Hemigrammus stictus (Durbin, 1909) 5 2,5 1 Hyphessobrycon copelandi Durbin, 1908 9 9,04 3 41 1.8 1 Chilodontidae Chilodus punctatus Müller & Troschel, 1844 33 28,4 11 Lebiasinidae Nannostomus unifasciatus Steindachner, 1876 48 9,8 7 43 0,9 2 Nannostomus eques Steindachner, 1876 72 10,5 8 126 1 2,3 Pyrrhulina australis Eigenmann & Kennedy, 1903 6 0,8 2 Iguanodectidae Bryconops alburnoides Kner, 1858 2 1,7 2 Cichliformes Cichlidae Apistogramma agassizii (Steindachner, 1875) 220 54,8 7 Acaronia nassa (Heckel, 1840) 4 32,9 9 Acarichthys heckelii (Müller & Troschel, 1849) 13 9,7 4 71 0,9 1,6 Aequidens pallidus (Heckel, 1840) 5 8,55 4 3 1,2 2 Crenicichla notophthalmus Regan, 1913 19 19,8 8 1 0,8 3 Mesonauta festivus (Heckel, 1840) 7 5,8 4 16 1,8 3,2 Cichla temensis Humboldt, 1821 1 7,23 5 Hypselecara coryphaenoides (Heckel, 1840) 1 1,29 1 Polycentridae Monocirrhus polyacanthus Heckel, 1840 3 19,4 7 Cyprinodontiformes Fluviphylacidae Fluviphylax simplex Costa, 1996 104 13,7 5 Gymnotiformes Hypopomidae Steatogenys elegans (Steindachner, 1880) 83 39,9 12,5 Siluriformes

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Auchenipteridae Auchenipterichthys punctatus (Valencienes, 1840) 4 13,4 7 Tatia strigata Soares-Porto, 1995 1 0,7 4 Doradidae Physopyxis lyra Cope,1872 26 10,5 6 Loricariidae Ancistrus cf hoplogenys (Günther, 1864) 3 9 7 Dekeyseria amazonica Rapp Py-Daniel, 1985 10 8,4 6 Farlowela cf smithi Fowller, 1913 2 3,2 4 Rineloricaria cf phoxocephala (Eigenmann & Eigenmann, 1889) 11 6,3 10,5 Synbranchiformes Synbranchidae Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 1 2,2 4 Total 770 373 176 622 20 44,3

As curvas de rarefação geradas para todos os igarapés, apresentaram tendência à estabilização (Figura 03). As curvas A e C são as que melhor refletem a riqueza de espécies coletadas em função da abundância absoluta, alcançando quase a assíntota. Isso sugere que o número de espécies coletadas está próximo ao número real do ambiente. Já a curva B, apesar de tender a estabilização, indica a necessidade de empregar um maior esforço de pesca.

Figura 03. Curva de rarefação das assembleias de peixes (95% de confiança), nos sítios amostrais (A) igarapé do Pepe, (B) igarapé Central e (C): igarapé Cachoeira, na RDS-Tupé, AM.

Em relação à diversidade da ictiofauna dos igarapés coletados, a maior riqueza e abundância foi observada no período da vazante com um total de S=28 espécies e número total de indivíduos N=770. O índice de Shannon-Weaver também foi mais expressivo no período da vazante com H’=2,462. A estimativa ecológica de Equitatividade apresenta um padrão similar nos dois períodos, revelando uma evidente uniformidade de

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Brazilian Journal of Development 30869 ISSN: 2525-8761 distribuição entre indivíduos de espécies capturadas (Tabela 02). Em relação a estimativa de dominância (d), medida inversa às duas variáveis anteriores, percebe-se que em ambos os períodos os valores não apresentaram diferenças, fato explicado pela quantidade de espécies com número de indivíduos muito próximos. (Tabela 02).

Tabela 02. Índices de diversidade das assembleias de peixes coletadas no período da vazante e enchente, em igarapés da RDS-Tupé.

Índices de diversidade Vazante Enchente

Riqueza absoluta (S) 28 14 No Indivíduos (N) 770 622 Shannon-Weaver (H’) 2,462 1,909 Equitatividade (J) 0,7388 0,7234 Berger-Parker (d) 0,2857 0,2749

4 DISCUSSÃO A composição e estrutura das assembleias de peixes nos igarapés da RDS do Tupé modificam-se durante o ciclo hidrológico, e a compreensão desses padrões de mudanças em ambientes naturais fornecem informações essenciais que podem contribuir em vários aspectos relacionados à conservação, biologia e ecologia das espécies. A ordem dos Characiformes foi dominante em termos de riqueza e abundância nos igarapés estudados da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé. Uma série de amplas adaptações morfológicas e biológicas dos Characiformes permite sua alta diversidade quanto à distribuição nos ambientes lênticos da Amazônia (CHELLAPPA et al., 2005; CRAMPTON, 2011). Characiformes, Siluriformes e Cichliformes aparecem como as ordens de maior riqueza de espécies na Bacia Amazônica. Essa riqueza advém da junção de espécies que são de linhagens da própria Bacia Amazônica e de outras espécies com diversidade oriunda de outras bacias (DAGOSTA & DE PINA, 2019). Em pesquisas realizadas sobre a variação temporal na composição da ictiofauna do lago e igarapés da RDS-Tupé BELTRÃO & SOARES, (2018) encontraram uma grande abundância absoluta e riqueza de indivíduos pertencentes à ordem dos Characiformes, e isso está certamente relacionado com as características evolutivas da Região Amazônica e com o fato desta ter uma demografia baixa, permitindo que as regiões lacustres sejam menos impactadas e permaneçam com muitos de seus atributos originais (LEVEQUÊ et al., 2008). Essa riqueza advém da junção de espécies que são de linhagens da própria

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Bacia Amazônica e de outras espécies com diversidade oriunda de outras bacias (DAGOSTA & DE PINA, 2019). Os maiores valores de capturas nos igarapés da RDS-Tupé foram observados no período da vazante, devido a redução da área marginal alagada nos igarapés, facilitando a captura desses indivíduos que em sua grande maioria vivem associados a bancos de folhiço submersos e troncos, o que possibilitou ficarem mais suscetíveis a arte de pesca. O resultado foi uma alta abundância de indivíduos residentes de pequeno porte (A. agassizii, F. simplex, S. elegans, N. eques, H. analis, N. unifasciatus e Chilodus punctatus), formadores de cardumes que preferem locais sombreados (BOJSEN & BARRIGA, 2002). A espécie A. agassizii foi a mais abundante no estudo, ressaltando o resultado de OLIVEIRA et al., (2017) em pesquisas realizadas nos igarapés da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), indicando essa espécie é comum no período de águas baixas, visto que, ela aumenta sua atividade reprodutiva no período de águas altas, dificultando sua captura, e VIEIRA et al., (2020) ressaltam que essa espécie é encontrada normalmente em sítios rasos marginais. No período da enchente, houve uma redução na riqueza e abundância de indivíduos coletados devido à expansão da área alagada nas margens dos igarapés, o que ocasiona o aumento na disponibilidade de habitats para serem explorados por esses peixes, permitindo melhores condições para fuga. Com a elevação do nível da água, consequência da sazonalidade (JUNK et al., 1989), os igarapés da RDS – Tupé conectam- se com o lago Tupé propiciando a expansão de áreas para refúgio (RAPP PY-DANIEL et al., 2017), abrigo (ZUANON et al., 2015) e alimentação (SANTOS et al., 2020). A espécie H. levis ocorreu apenas no período de enchente e foi uma das mais abundantes na pesquisa, resultado semelhante ao encontrado por BELTRÃO & SOARES, (2018). Esses resultados corroboram com os encontrados em outros igarapés da Amazônia Central, mostrando a abundância de indivíduos coletados pertencem respectivamente às famílias Characidae, Cichlidae e Lebiasinidae, onde também foi possível observar que os maiores valores de abundância absoluta pertencem respectivamente a estas famílias (SABINO & ZUANON, 1998; GUARIDO, 2014; PEREIRA, 2019; VIEIRA et al., 2020). Segundo BELTRÃO, (2007) as espécies dessas famílias são residentes de pequeno porte em igarapés e são altamente dependentes de recursos provenientes da floresta adjacentes. Os igarapés da RDS-Tupé apresentaram valores de número de indivíduos (N), riqueza absoluta (S) mais expressivos no período de águas baixas do presente estudo, sendo possível observa que esse resultado é superior aos que foram observados por

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CORRÊIA et al., (2012); PANTOJA-LIMA et al., (2020) em igarapés da bacia Amazônica coletaram em média N=328-636 indivíduos e S=21-26 espécies, evidenciando que nesse período a redução marginal dos igarapés teve um papel fundamental para a captura desses indivíduos (Tabela 03). O período de águas altas apesar de apresentar os menores valores de (N) e (S) na pesquisa, ainda assim, obtiveram resultados bem próximos ou acima do relatado por ANJOS, (2007); ANJOS et al., (2015); FARIAS & MAGALHÃES, (2017); BELTRÃO & COSTA, (2020) em igarapés de terra firme. Porém, nossos resultados foram inferiores quando comparado com o trabalho de MENDONÇA et al. (2005), OLIVEIRA et al., (2009) e CARVALHO et al., (2013),provavelmente pelo fato dessas pesquisas terem um maior esforço de pesca (Tabela 03). Os valores de diversidade (H’) mostraram uma grande influência do ciclo hidrológico na abundância dos diferentes grupos de espécies, com o maior valor registrado no período da vazante H’= 2,46, esse resultado está bem próximo do encontrado por GOCH, (2007) e RAMALHO et al., (2014), evidenciando que os valores encontrados na pesquisa podem estar relacionados com a redução da área alagada. Em pesquisas realizadas sobre a ictiofauna de igarapés da Floresta Nacional do Tapajós, SILVA-OLIVEIRA et al., (2016) relataram valores de diversidade (H’) maior do que o observado no presente estudo, sendo relatado pelos autores que: substrato, profundidade e velocidade de corrente são características físicas importantes, que pode explicar o aumento da riqueza de espécies (CASATTI, 2005). Os valores de (H’) obtidos na pesquisa foram próximos ao relatado por BELTRÃO & SOARES, (2018) avaliando a variação temporal na composição da ictiofauna do lago e igarapés da RDS-Tupé (Tabela 03).

Tabela 03: Estudos sobre diversidade e composição de peixes realizados em ambientes de igarapés, número total de indivíduos (N), riqueza absoluta (S) e índice de diversidade (H’). Período de N S H' Título da obra Autor/Ano coleta Relationships Between Águas altas 1.101 35 - Habitat Characteristics and MENDONÇA et al., Fish Assemblages in Small 2005 Águas baixas - - - Streams of Central Amazônia Efeitos da fragmentação Águas altas 127 13 2,03 florestal sobre as assembleias de peixes de ANJOS, 2007 Águas baixas - - - pequenos igarapés da cidade de Manaus, Amazonas

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Efeitos do assoreamento Águas altas - - - sobre as comunidades de peixes de igarapés da bacia GOCH, 2007 Águas baixas 115 25 2,79 do rio Urucu, Coari, Amazonas, Brasil

Águas altas - - - Fish fauna of small streams of the Catua-Ipixuna OLIVEIRA et al., 2009 Extractive Reserve, State of Águas baixas 800 58 - Amazonas, Brazil

Águas altas 328 13 1,92 Ictiofauna de igarapés de pequenas bacias de drenagem em área agrícola CORRÊIA et al., 2012 do Nordeste Paraense, Águas baixas 314 21 2,39 Amazônia Oriental

Águas altas 455 40 - Second floor, please: the fish fauna of floating litter banks CARVALHO et al., in Amazonian streams and 2013 Águas baixas - - - rivers

Águas altas - - - Impacto do assoreamento sobre a diversidade de peixes RAMALHO et al., em igarapés de um complexo 2014 vegetacional de campinarana Águas baixas 189 11 2.17 no noroeste do Acre, Brasil

Águas altas 189 11 2.17 Assembleias de peixes em igarapés de terra firme em ANJOS et al., 2015 duas sub-bacias do médio Águas baixas - - - Rio Madeira, Brasil

Interações tróficas entre as Águas altas 42 7 2,75 comunidades de peixes e a floresta ripária de igarapés SANTOS et al., 2015 de terra firme (Presidente Águas baixas - - - Figueiredo-Amazonas- Brasil)

Águas altas - - - Stream ichthyofauna of the SILVA-OLIVEIRA et Tapajós National Forest, al., 2016 Águas baixas 99 23 2,53 Pará, Brazil

Águas altas 310 22 2,05 Composição e diversidade ictiológica em igarapés submetidos a diferentes FARIAS & graus de antropização na MAGALHÃES, 2017 Águas baixas - - - micro-bacia do rio peixe-boi, nordeste paraense

Variação temporal na composição da ictiofauna do BELTRÃO & Águas altas 736 22 1,9 lago e igarapés da Reserva de SOARES, 2018 Desenvolvimento

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Sustentável RDS-Tupé, Águas baixas 153 28 2,72 Amazônia Central

Riqueza e diversidade de Águas altas 89 13 2,13 BELTRÃO & COSTA, peixes de igarpés da Bacia 2020 Águas baixas - - - Puraquequara

Águas altas - - - Influence of small-scale fish farming in igarapés on the PANTOJA LIMA et trofic categories of al., 2020 Águas baixas 636 26 - Amazonian ictiofauna

Composição e diversidade Águas altas 622 14 1,91 das assembleias peixes em igarapés na Reserva de Presente estudo Desenvolvimento Águas baixas 770 28 2,46 Sustentável do Tupé, Manaus – AM

5 CONCLUSÃO A ictiofauna dos igarapés da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (RDS-Tupé) é bem diversificada e apresentou diferenças sazonais na composição, diversidade e riqueza, sendo a sazonalidade responsável por modificar esses ambientes afetando diretamente a ictiofauna. Ambos os períodos apresentaram valores de diversidade acima do encontrado para igarapés conservados, reforçando a importância desses ambientes para a ictiofauna local.

AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Laboratório de Ictiologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) pela concessão da bolsa de iniciação científica, ao “Seu Pepe” pelo auxílio nas coletas, assim como aos pesquisadores Hélio Beltrão e Kedma Yamamoto pelas identificações das espécies e orientação.

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