CADERNOS DESIS Nº 13/2016 Estado de

SUMÁRIO

1 – Apresentação 5

2 – Metodologia do ICV-M 7

3 – Dados estatísticos do estado 9

4 – Os indicadores do estado 11

5 – O ICV-M do estado 13

6 – Os municípios com maior ICV-M 15

7 – Conclusão 17

8 – Referências 19

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1 - APRESENTAÇÃO

A série Cadernos DESIS é a forma que o NÚCLEO DE ESTUDOS PARA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL E INCLUSÃO SOCIAL da Universidade Federal de Santa Catarina adotou para divulgar de forma rápida os resultados de seus estudos e pesquisas, relacionadas com a questão do desenvolvimento econômico de comunidades e regiões de baixo IDH, que apresentam-se com forte vulnerabilidade social e carente de ações específicas para promover o seu desenvolvimento econômico, de uma forma sustentável.

Esta série apresenta nestes seus primeiros números o desenvolvimento de um índice que permita quantificar o nível de vulnerabilidade social dos municípios, usando informações oficiais, com dados de bases de órgãos como o IBGE, IPEA e ministérios do governo federal. Desta forma foi criado o Índice de Carência e Vulnerabilidade Municipal, ICV-M, o qual passou por um estágio de validação, usando dados de alguns estados usados num estudo piloto. Vencida esta etapa, a metodologia foi aplicada aos diversos municípios do País, que constam no senso IBGE de 2010.

Este estudo oferece ao público em geral e em especial às autoridades das três esferas de governo, uma contribuição para a busca da erradicação das condições de pobreza e de extrema pobreza do povo brasileiro. 5 ______

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2 - METODOLOGIA DO ICV-M

A metodologia adotada no desenvolvimento do ICV-M baseou-se em aspectos básicos na construção de índices e indicadores, como a confiabilidade das fontes de dados, a disponibilidade dos mesmos para todos os municípios dos estados brasileiros, uma uniformidade de critérios de forma a permitir a comparação dos mesmos, dentro da territorialidade do estado em análise, bem como a clareza dos indicadores e, em especial, a objetividade na identificação das condições de carência e vulnerabilidade socioeconômica dos municípios.

Os índices IDHM e IVS são de cunho nacional e indicam a situação do município dentro da média do País. Os demais indicadores, ao usarem os dados não normalizados, permitem apontar para a realidade local, a nível estadual. De forma específica o estudo definiu, além das dimensões globais de IDHM e do IVS, seis outras dimensões, consideradas fundamentais para a caracterização das condições municipais de carência e vulnerabilidade, constituídas pelos conjuntos de indicadores nas dimensões de Renda, Pobreza, Desigualdade, Vulnerabilidade, Trabalho Informal e Habitação, conforme detalhado na tabela.

O indicador de renda é medido pela renda municipal per capita, e pela renda da população ocupada, maior de 18 anos, numa medida mais específica do rendimento do trabalho. Os indicadores de renda foram destacados neste estudo por aliar 7 também informações de exclusão e extrema pobreza. Deve ser salientado que estes indicadores estão sujeitos aos efeitos da subdeclaração de renda, ou ainda de não declaração da mesma, MDS 2016.

INDICADORES IDHM IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDHM - R IDHM Renda IDHM - L IDHM Longevidade IDHM - E IDHM Educação

INDICADORES IVS IVS Índice de Vulnerabilidade Social IVS - IU IVS Infraestrutura Urbana IVS - CH IVS Capital Humano IVS - RT IVS Renda Trabalho

INDICADORES DE RENDA Renda PC Renda per capita Renda Oc Renda dos ocupados maiores de 18 anos

INDICADORES DE POBREZA Renda Ex Renda per capita dos extremamente pobres Renda Vu Renda per capita dos vulneráveis à pobreza

INDICADORES DE DESIGUALDADE Gini Índice de Gini, indicador da desigualdade na distribuição de renda Renda 20 % da renda apropriada pelos 20% mais pobres da população

INDICADORES DE VULNERABILIDADE Sem Fundamental % da população sem ensino fundamental completo e com emprego informal Dependentes % de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza, dependentes de idosos

INDICADOR DE TRABALHO INFORMAL Sem Carteira % de trabalhadores sem carteira e maiores de 18

INDICADOR DE HABITAÇÃO Densidade % da população em domicílios com densidade > 2 pessoas por dormitório

REFERÊNCIAS

IPEA 2014; Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil IPEA 2015; Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios Brasileiros MDS 2016; Metodologia de cômputo das taxas de pobreza e extrema pobreza das PNADs 1992 a 2014 8 ______

3 - DADOS ESTATÍSTICOS DO ESTADO

A pontuação dos municípios, em cada um dos indicadores, foi feita com base nos percentis adotados como critérios de inclusão, conforme tabela 4.2. A partir da pontuação obtida em cada indicador, zero se não atende ao critério e um caso contrário, é calculado o ICV-M pela soma dos pontos obtidos pelo município. A classificação do ICV-M é feita conforme a tabela abaixo, com as cores referindo-se à representação gráfica no mapa do estado, seção 5.

INTERVALOS DE CLASSIFICAÇÃO DO ICV-M INTERVALO [ 0 ; 5 ) [ 5 ; 8 ) [ 8 ; 11 ) [ 11 ; 14 ) [ 14 ; 18 ] CLASSIFICAÇÃO BAIXO MÉDIO ALTO MUITO ALTO CRÍTICO COR NO MAPA AZUL VERDE AMARELO LARANJA VERMELHO

O estado de Minas Gerais caracteriza-se por apresentar, como principais dados estatísticos e de sua economia, conforme abaixo. Deve ser observado que o número de municípios citado diz respeito aos existentes quando do senso de 2010.

ESTADO DE MINAS GERAIS ÁREA, km2 586 521,24 NÚMERO DE MUNICÍPIOS 853 PIB ESTADUAL 2013, 1 000 R$ 486 954 892

1991 2000 2010 IDHM 0,478 0,624 0,731 IVS - 0,403 0,282 POPULAÇÃO URBANA 11786893 14671828 16715216 POPULAÇÃO RURAL 3956259 3219666 2882114 POPULAÇÃO TOTAL 15743152 17891494 19597330

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4 - OS INDICADORES DO ESTADO

A situação do estado frente aos valores médios brasileiros pode ser vista na tabela 4.1. Uma análise estatística mais detalhada é mostrada na tabela 4.2, na qual constam também os critérios de pontuação, pelos correspondentes percentis, bem como a medida da simetria dos dados, dada pelo coeficiente de skewness, e também a medida de curtose.

Tabela 4.1 - Comparação dos indicadores com a média nacional.

VALORES ESTADUAIS INDICADOR ICV-M MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO BRASIL IDHM 0,6679 0,5290 0,813 0,727 IDHM - R 0,6520 0,5020 0,864 0,739 IDHM - L 0,8238 0,7230 0,886 0,816 IDHM - E 0,5568 0,3390 0,744 0,637 IVS 0,3160 0,1580 0,653 0,326 IVS - IU 0,1866 0,0000 0,821 0,295 IVS - CH 0,3865 0,1850 0,707 0,362 IVS - RT 0,3749 0,1710 0,720 0,320 Renda PC 490,5997 181,7700 1731,840 793,87 Renda Oc 766,3944 242,4700 2437,340 1.296,19 Renda Ex 32,8921 2,3900 70,000 31,66 Renda Vu 157,7418 88,8100 204,020 142,72 Gini 0,4733 0,3200 0,780 0,60 Renda 20 4,3345 1,3200 7,400 2,41 Sem Fundamental 50,1797 19,7000 77,690 35,24 Dependentes 3,1834 0,1600 11,030 2,42 Sem Carteira 27,8054 9,2500 60,780 19,33 Densidade 18,6710 2,6200 45,480 27,83

11 Tabela 4.2 - Análise dos indicadores do estado de Minas Gerais.

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0,186545 0,245192 0,217172 0,009167 0,136013 0,398000 0,414797 0,220621 0,7618 0,034413 1,179935 0,028998 4,049072 2,296027 1,488846 1,628149 0,419249 0,765663 ------

CURTOSE

SKEW 0,101521 0,032300 0,267542 0,015308 0,515672 0,325798 0,137641 0,660666 1,037424 0,550024 0,542792 1,175162 0,933412 0,274613 0,610916 0,947862 0,448823 0,715916

------

0778 0,0496 0,0554 0,0298 0,0694 0,0913 0,1293 0,0904 0,1119 8,9632 0,0531 1,1648 1,9569 9,0384 6,4939 1,5449 2 11,6479 173, 262,6029 DESVIO

0,730 0,722 0,864 0,647 0,448 0,374 0,508 0,533 0,540 5,720 6,070

43,410 65,550 40,020 27,420 717,250 182,140 P 90 % 1105,880

0,6040 0,5770 0,7870 0,4710 0,2140 0,0470 0,2810 0,2440 0,4100 2,6500 1,1300 21,8600 34,1500 16,3800 11,1600 P 10 % 290,8000 447,7700 125,6000

0,813 0,864 0,886 0,744 0,653 0,821 0,707 0,720 0,780 7,400

70,000 77,690 11,030 60,780 45,480 204,020 1731,840 2437,340

MÁXIMO

0,5290 0,5020 0,7230 0,3390 0,1580 0,0000 0,1850 0,1710 2,3900 0,3200 1,3200 0,1600 9,2500 2,6200 88,8100 19,7000 181,7700 242,4700 MÍNIMO

0,6700 0,6560 0,8240 0,5580 0,3020 0,1560 0,3750 0,3540 0,4700 4,4900 2,6700 32,7200 50,5400 26,9600 17,7900 475,2300 736,5700 161,5700

MEDIANA

0,6679 0,6520 0,8238 0,5568 0,3160 0,1866 0,3865 0,3749 0,4733 4,3345 3,1834 32,8921 50,1797 27,8054 18,6710 MÉDIA 490,5997 766,3944 157,7418

R L E

- - -

IU CH RT

- - -

MG 853 IDHM IDHM IDHM IDHM IVS IVS IVS IVS PC Renda Renda Oc Renda Ex VuRenda Gini Renda 20 Sem Fund Dependen Sem Cart Densidade

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5 - O ICV-M DO ESTADO

Aplicando a metodologia descrita aos indicadores específicos a cada município do estado foi obtida a pontuação de cada um dos municípios e assim o próprio Índice de Carência e Vulnerabilidade Municipal. Os resultados estão apresentados na figura 5.1, na forma de um histograma com o número de municípios para cada valor do ICV-M. A figura 5.2 mostra os municípios com sua pontuação do ICV-M no mapa do estado.

Figura 5.1 - Histograma da distribuição do ICV-M.

13 Figura 5.2 - Distribuição do ICV-M nos municípios.

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6 - OS MUNICÍPIOS COM MAIOR ICV-M DO ESTADO

De acordo com o critério de avaliação do ICV-M os municípios pior pontuados são a seguir apresentados, na ordem decrescente do índice.

MUNICÍPIO ICV-M 16 Bonito de Minas 15 Catuji 15 Ladainha 15 15 15 Cachoeira de Pajeú 14 Caraí 14 Novo Oriente de Minas 14 Santo Antônio do Retiro 14 São João das Missões 14 13 Joaíma 13 Josenópolis 13 Materlândia 13 Ninheira 13 13 13 Santo Antônio do Jacinto 13 Aricanduva 12 do Norte 12 12 Juvenília 12 Padre Paraíso 12 Santa Helena de Minas 12 São João da Ponte 12 São Sebastião do Maranhão 12 Bertópolis 11 Fruta de Leite 11 Ibiracatu 11 15 MUNICÍPIO ICV-M MUNICÍPIO ICV-M Palmópolis 11 7 Rubelita 11 Crisólita 7 Santa Cruz de Salinas 11 7 Santo Antônio do Itambé 11 Piranga 7 11 São José da Safira 7 Ubaí 11 Água Boa 6 Cônego Marinho 10 Alvarenga 6 Cristália 10 Ataléia 6 10 Coluna 6 Fronteira dos Vales 10 Coração de Jesus 6 Itaipé 10 Felício dos Santos 6 10 6 Orizânia 10 Frei Gaspar 6 Varzelândia 10 Japonvar 6 9 6 Franciscópolis 9 6 Luislândia 9 6 Miravânia 9 6 Pai Pedro 9 6 9 6 Pintópolis 9 Santa Fé de Minas 6 Ponto Chique 9 São Geraldo da Piedade 6 São João do Pacuí 9 Senador Modestino Gonçalves 6 Verdelândia 9 6 Campo Azul 8 Águas Vermelhas 5 Curral de Dentro 8 5 8 Buritizeiro 5 Gonzaga 8 5 Ibiaí 8 Cipotânea 5 Icaraí de Minas 8 5 Imbé de Minas 8 Francisco Badaró 5 8 5 Manga 8 Jacinto 5 Matias Cardoso 8 5 Nova Belém 8 Januária 5 Ouro Verde de Minas 8 5 Padre Carvalho 8 5 8 Patis 5 Santa Margarida 8 Paulistas 5 São José do Jacuri 8 Pedras de Maria da Cruz 5 Berizal 7 Riacho dos Machados 5 Botumirim 7 5 Capitão Enéas 7 5 Catuti 7 Urucuia 5 Chapada Gaúcha 7 5

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7 - CONCLUSÕES

Os resultados apresentados nas seções anteriores deste caderno, em especial em 3 - Dados Estatísticos e 4 - Indicadores do Estado, representam uma rápida visão das condições socioeconômicas do estado, pois uma grande quantidade de informações encontra-se disponível nas mais diferentes bases de dados dos órgãos oficiais.

A título de ilustração, só o IPEA fornece em seu site, no Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil mais de 200 indicadores, relativos aos censos de 1991, 2000 e 2010.

Com relação ao Índice de Carência e Vulnerabilidade Municipal do estado os resultados apresentados nas seções 5 e 6 são passíveis das mais diferentes análises relativas a diferentes políticas públicas, dentro do contexto da realidade estadual e suas prioridades, não sendo estas análises desenvolvidas no presente texto, estando restrito à sua simples apresentação.

Deve ser observado que inúmeros outros índices e indicadores estão disponíveis, como por exemplo o índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, IFDM, da Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro. Outro índice é o Ranking de Eficiência Municipal, resultado de um trabalho conjunto da Folha de São Paulo com o Datafolha.

17 Finalmente grande volume de material pode ser obtido junto aos ministérios e secretarias, como o MDS, MDIC, MTE, MF, BC, dentre outros.

Desta forma, com a publicação da série Cadernos DESIS, o Núcleo de Estudos para Desenvolvimento Econômico Sustentável e Inclusão Social, da Universidade Federal de Santa Catarina, atua de modo responsável para a busca de meios de promover ao efetivo desenvolvimento econômico e social das comunidades excluídas, e mesmo, muitas vezes, esquecidas, pelos tradicionais programas de empreendedorismo e inovação.

Florianópolis Outubro de 2016

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