República Federativa do Brasil Ministério de Minas e Energia Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Diretoria de Geologia e Recursos Minerais Departamento de Recursos Minerais

PROGRAMA DE AVALIAÇÃO GEOLÓGICO-ECONÔMICA DE INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA NO BRASIL. PIMA PROJETO PIMA-GO/TO/MT/MS

FOSFATO DA SERRA DA BODOQUENA-

Lorenzo J. E. Cuadros Justo

Superintendência Regional de Goiânia Outubro 2000

EQUIPE TÉCNICA

Joffre V. de Lacerda Filho PIMA - GO/TO/MT/MS Pedro S. Estevam Ribeiro Gerentes de Recursos Minerais Geól. Lorenzo J. E. Cuadros Justo

Cipriano Cavalcante Oliveira Supervisor Colaboração Geól. Renato Sales de Andrade Lorenzo J. E. Cuadros Justo Geól. Vergílio Augusto Radaelli Chefe do Projeto Geól. Paulo César Boggiani (UFMS)

Editoração final e impressão pela Superintendência Regional de Porto Alegre Digitação/formatação: Giovani Milani Deiques Coordenação: Geól. Luís Edmundo Giffoni

Informe de Recursos Minerais - Série Insumos Minerais Para Agricultura, no 02

Ficha Catalográfica

C961 - Justo, Lorenzo J. E. C. Fosfato da Serra da Bodoquena - Mato Grosso do Sul. - Goiânia : C- PRM, 1999. 1v.: il.; mapa (Informe de Recursos Minerais, Série Insumos Minerais para Agricultura, nº 02) Programa de Avaliação Geológico-Econômica de Insumos Minerais para Agricultura no Brasil - PIMA 1 - Geologia Econômica: Fosfato 2 - Insumos Minerais para Agricultura 3 - Reconhecimento Geológico 4 - Prospecção por Escavações 5 - Prospecção Geoquímica de Solo I - Título II - Série CDU 661.635.41 CDU 553.93

Sumário

1 – INTRODUÇÃO ...... 1 2 – METODOLOGIA...... 3 3 – LOCALIZAÇÃO...... 4 4 – INFRA-ESTRUTURA...... 5 5 – ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS...... 6 6 – GEOMORFOLOGIA E ASPECTOS FISIOGRÁFICOS...... 7 7 – GEOLOGIA REGIONAL...... 8 8 – GEOLOGIA LOCAL...... 11 9 – RESULTADOS OBTIDOS...... 14 10 – CONCLUSÕES...... 28 11 – RECOMENDAÇÕES...... 29 12 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 30

ANEXOS:

I Fosfato da Serra da Bodoquena - Mapa Geológico - escala 1:50.000 II Fosfato da Serra da Bodoquena - Esboço Geológico da Área A - escala 1:5.000 III Fosfato da Serra da Bodoquena - Esboço Geológico da Área B - escala 1:5.000

Lista de Figuras

Figura 1 - Localização e infra-estrutura Figura 2 - Geologia regional do sudoeste de Mato Grosso do Sul Figura 3 - Sinopse estratigráfica do Grupo Corumbá Figura 4 - Esquema da distribuição das fácies na zona interna, em provável plataforma carbonática Figura 5 - Correlação entre geologia e mineralização de fosfato (fosforito) Figura 6 - Mapa de amostragem de solos Figura 7 - Mapa de distribuição de P2O5 no solo Figura 8 - Poços da trincheira T3 Figura 9 - Seção esquemática da trincheira T4 e dos poços das extremidades SW e NE

Tabelas

Tabela 1 - Resultados de análise de rocha

Apresentação

O Informe de Recursos Minerais objetiva sistematizar e divulgar os resultados das ati- vidades técnicas da CPRM nos campos da geologia econômica, prospecção, pesquisa e eco- nomia mineral. Tais resultados são apresentados em diversos tipos de mapas, artigos bibliográ- ficos, relatórios e estudos.

Em função dos temas abordados são distinguidas oito séries de publicações, abaixo re- lacionadas, cujas listagens são apresentadas ao fim deste Informe:

1) Série Metais do Grupo da Platina e Associados;

2) Série Mapas Temáticos do Ouro, escala 1:250.000;

3) Série Ouro - Informes Gerais;

4) Série Insumos Minerais para Agricultura;

5) Série Pedras Preciosas;

6) Série Economia Mineral;

7) Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projetos;

8) Série Diversos.

A aquisição de exemplares deste Informe poderá ser efetuada diretamente na Superin- tendência Regional de Goiânia ou na Divisão de Documentação Técnica, no Rio de Janeiro. Os endereços e e-mails correspondentes estão listados na contracapa.

1 - Introdução

Em fins de 1945, o Instituto de tes na Ilha de Castilhos, em São Paulo Tecnologia Industrial do Estado de Minas ou nas ilhas do litoral do Perú; Gerais elaborou um plano de investigação geológica para localizar minerais básicos • Sedimentar Marinho - seguramente a para fertilizantes, a fim de reverter a baixa maior fonte de fosfato, encontrada em produtividade agrícola da região. todos os continentes (exceto Antártica), desde o Arqueano até o Recente, res- A importação de fertilizantes pondendo por mais de 80% da produ- naquele momento era impraticável e de ção de rocha fosfática no mundo, tendo difícil acesso ao nível médio dos portanto enorme importância econômi- agricultores. A descoberta de um depósito ca. No Brasil são conhecidos jazimen- de fosfato em área com a necessária infra- tos deste tipo em Minas Gerais, Per- estrutura básica seria uma solução para o nambuco, Bahia, e ocorrências impor- problema. tantes no Mato Grosso do Sul. Djalma Guimarães (1946), encar- regado da execução do programa, recorreu Um grande número de ocorrências ao Mapa Geológico do Brasil elaborado em de fosforito atribuído ao período compreen- 1934, onde foram destacadas as regiões dido entre o Neoproterozóico e o Cambria- que seriam selecionadas para pesquisa de no, evidencia que este intervalo de tempo fosfato. As bacias sedimentares foram pos- representa o maior evento de fosfogênese tas de lado, não só pelo caráter terrígeno, que teve lugar no planeta. Muitas das des- como pela “pobreza em fósseis”. Foram cobertas têm sido relativamente recentes e priorizadas, entretanto, as ocorrências de em termos de área potencial, para fosfato rochas vulcânicas da Mata da Corda (MG) dessa idade, prevê-se que novas descober- e plutônicas de filiação alcalina que apre- tas venham a ocorrer. Neste contexto exis- sentaram elevados teores de fósforo, cálcio tem áreas no Brasil que poderão ser explo- e potássio. radas, mas que por se encontrarem em regiões tropicais, as rochas sofreram um Em janeiro de 1946, Djalma Guima- profundo processo de intemperismo com rães iniciou a pesquisa de fosfato na locali- desenvolvimento de solos espessos e em dade de Barreiro, perto de Araxá, MG, em alguns lugares densas florestas. Nessas rochas ricas em apatita, que culminou na áreas a prospecção é extremamente difícil; definição de uma jazida que hoje é uma entretanto, os avanços do conhecimento das maiores minas de fosfato do Brasil. geológico e das técnicas de pesquisa, nos últimos anos, têm permitido abrir novas Desta forma o Brasil iniciou sua perspectivas, facilitando a prospecção de produção de fosfato a partir de rochas alca- depósitos de fosfato associados a sedimen- linas, embasado no nível de conhecimento tos marinhos, nos estados de Minas Ge- geológico de seu território que se tinha rais, Goiás e Tocantins, nas rochas do naquela época. Grupo Bambuí; Bahia, no Grupo Una e Mato Grosso do Sul, nas rochas do Grupo São conhecidas atualmente três Corumbá, onde já são conhecidos jazimen- fontes naturais de fosfato: tos e ocorrências importantes, todos asso- ciados a metassedimentos de idade Neo- • Ígnea - derivada de rochas alcalinas proterozóica. (carbonatitos) como as que ocorrem nas regiões de Catalão, Goiás, Araxá e No Estado do Mato Grosso do Sul Patrocínio, em Minas Gerais, Jacupi- as primeiras notícias de fosfato no Grupo ranga, em São Paulo e Anitápolis, em Corumbá datam de 1976, quando geólogos Santa Catarina, entre outras; da DOCEGEO realizaram levantamento geoquímico na Serra da Bodoquena, sendo • Guano - constitui uma concentração de a partir destas informações que a CODE- excremento de aves, como os existen- SUL solicitou à CPRM trabalhos de pesqui-

1 Informe de Recursos Minerais sa na região em 1980. Os trabalhos ficaram linha de atuação, integrada no conceito de restritos à abertura de trincheiras, perpen- Geologia Social; entre eles constava a diculares a seqüências rítmicas pelíticas da retomada da pesquisa de fosfato na Serra Formação Tamengo, onde foram encontra- da Bodoquena. das finas intercalações de fosforito, com características muito semelhantes às da Em abril de 1997 a CPRM, através jazida de Patos de Minas MG. Os resulta- do Programa de Insumos Minerais para dos não foram animadores; e o teor médio Agricultura-PIMA, iniciou trabalhos de encontrado foi de 5,95% de P2O5 e um prospecção no Estado de Mato Grosso do volume inferido de aproximadamente 4 Sul, na região da Serra da Bodoquena, nos milhões de toneladas. metassedimentos do Grupo Corumbá de idade Neoproterozóica-Cambriana, onde Em dezembro de 1996 a CPRM in- foram encontradas importantes ocorrências cluiu no seu Programa Plurianual para o de fosforito com teores acima de 30% de triênio 97/99 sugestões de Projetos que P2O5, distribuídas longitudinalmente, numa estariam em consonância com a sua atual faixa quase contínua, por mais de 5km.

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2 - Metodologia

Na execução deste trabalho, ado- com ênfase na geologia estrutural. tou-se a sistemática estabelecida para este e) Prospecção geoquímica de solo em programa; e abrangeu as seguintes etapas: área piloto. a) Pesquisa Bibliográfica. f) Prospecção por escavações (trinchei- ras e poços). b) Reconhecimento Geológico Regional. g) Análises químicas para P2O5 em 700 c) Seleção de uma área de 51 x 23km amostras. para trabalhos de prospecção, em fun- h) Outros óxidos (Si0 , TiO , BaO, K O, ção da estratigrafia favorável e grande 2 2 2 CaO, MgO, Fe O , Al O , Mn e PF) em quantidade de ocorrências de fosfato. 2 3 2 3 10 amostras. d) Na área selecionada efetuou-se a revi- i) 20 análises petrográficas. são dos dados geológicos do Projeto Bonito-Aquidauana, através da execu- A equipe do projeto foi constituída por ção de perfis leste-oeste de 2 em 2km, um geólogo e um motorista, e a execução e reinterpretação das fotografias aéreas, deste trabalho teve uma duração de 2 anos.

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3 - Localização

Este projeto, fosfato da Serra da Bo- da pelas coordenadas geográficas: 56º30’20” doquena, localiza-se no extremo sudoeste do e 56º42’57” de longitude oeste e 20º39’03” e Estado de Mato Grosso do Sul e os trabalhos 21º06’08” de latitude sul, e abrange aproxima- de prospecção se limitaram a uma área defini- damente de 1173 km2. (figura 1).

Campo Grande

58O 57O 56O 55O Rio Verde Corumbá de Mato Grosso O Ladário 19

A I V Í Rio Negro L 9 1 4

B -

O R

R

B -

B B ! R - 6 262 3

Córguinho

S

E O 20 R

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39 -3 S M Campo Aquidauana Grande BR - 262 Bodoquena

Anastácio

I D

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19 A

Sidrolândia 21O

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A Bonito O R B

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2

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7

Q 8 Maracaju Rio U Guia Lopes Brilhante

da Laguna E Jardim

N

A Boqueirão 3 6 BR - 2 ! 67

Porto -

Murtinho R

B 0 06 - R B 22O Bela Vista

P A R A G U A I

Ponta Porã 0 50 150km

estrada asfaltada rio navegável gasoduto

estrada sem asfalto aeroporto asfaltado serra

estrada de ferro aeroporto sem asfalto área prospectada

Figura 1 - Localização e infra-estrutura

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4 - Infra-estrutura

O Estado de Mato Grosso do Sul estado, representando ainda uma importan- possui uma boa infra-estrutura básica, refe- te via de intercâmbio com as repúblicas do rendada por expressivos sistemas rodoviá- Paraguai e Bolívia. rios, ferroviários, fluviais e aéreos, além de um satisfatório sistema de comunicação via A navegação fluvial assume tam- telefônica (DDD/DDI) e energia elétrica em bém aspecto significativo na região onde se todos os seus municípios. destaca o Rio Paraguai, como a principal via natural de comunicação interligando O sistema viário da região é de boa Corumbá às regiões sul e sudoeste do qualidade, com estradas asfaltadas interli- estado e aos países vizinhos da Bolívia e gando as principais cidades, destacando-se Paraguai. as BRs-267, 163 e 262, asfaltadas. A pri- meira serve de escoadouro comercial para O Estado do Mato Grosso do Sul a região sul de Mato Grosso do Sul, ligando também é servido por uma rede aérea co- as cidades de (na divisa mercial, onde empresas como a VASP e com Paraguai), Jardim e Dourado. Logo a VARIG, interligam regularmente Corumbá e norte de Rio Brilhante, na região conhecida com São Paulo, Cuiabá e por “entroncamento”, a BR-267 cruza a BR- outras partes do Brasil, além de pequenas 163, que, partindo de Porto Guaira, no empresas de táxi aéreo que operam em Paraná, alcança Cuiabá, passando por diversas cidades da região, inclusive a Dourados, Rio Brilhante, Campo Grande e cidade de Bonito. , possuindo dire- ção N-S. Constitui o elo de ligação de Mato Os aeroportos de Campo Grande, Grosso e Mato Grosso do Sul com o oeste Corumbá e Ponta Porã possuem pistas paranaense. A BR-262, que tem início em pavimentadas, suportando operações de Vitória, no Espírito Santo, depois de atra- aviões de médio e grande porte, inclusive vessar os estados de Minas Gerais e Goi- turbo-hélices e jatos puros. Os aeroportos ás, atinge a cidade de Corumbá, Mato de Aquidauana, Bela Vista, Jardim, Porto Grosso do Sul, na fronteira Brasil-Bolívia. Murtinho e Bonito possuem pistas de terra compactada e encascalhada, permitindo O município de Bonito é servido pe- operações de aeronaves de pequeno porte. las rodovias estaduais MS-345, MS-382 e MS-178, destas a MS-178 que parte da A comunicação telefônica pelo sis- BR-267, nas proximidades de Jardim indo à tema DDD está implantada em todas as cidade de Bodoquena, com asfalto até a cidades do Mato Grosso do Sul e em gran- cidade de Bonito (39km), é a mais impor- de parte da região existe em operação o tante porque atravessa a região onde se sistema de telefonia rural, sendo raras as encontram as principais ocorrências de fazendas que não possuem um telefone. fosfato. O Mato Grosso do Sul está muito Esta região do Mato Grosso do Sul bem servido de energia elétrica, fornecida é cortada por um sistema ferroviário que pela CESP e COPEL, com uma rede de faz a ligação de Três Lagoas-Corumbá, linhas de transmissão distribuída satisfato- (trecho da estrada de Ferro Noroeste do riamente em toda região. Brasil), com um ramal subsidiário entre Indubrasil (Campo Grande) e Ponta Porã, Ultimamente foi concluído o trecho constituindo-se também num elo de união do Gasoduto Brasil-Bolívia, que corta o com o sul do Brasil. estado entre Corumbá e Três Lagoas, do leste para oeste, passando aproximada- Deve-se a essa ferrovia o notável mente a 50km das ocorrências encontradas progresso sócio-econômico do centro-sul do na região de Bonito.

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5 - Aspectos Sócio-Econômicos

A economia do estado de Mato desenvolveu-se a fabricação de cimento, Grosso do Sul tem sido orientada principal- cal e calcário moído para corretivo de so- mente para as atividades do setor primário. los. A instalação de vários frigoríficos cons- tituem exceções, já que possuem capaci- Foi a pecuária a principal respon- dade suficiente para exportar parte de sua sável pela sua expansão e desenvolvimen- produção. As reservas de rochas carboná- to, entretanto, nos últimos anos, a agricultu- ticas na Serra da Bodoquena são imensas, ra tem-se desenvolvido consideravelmente, fato que junto com uma infra-estrutura ro- em bases modernas, com o aproveitamen- doviária e ferroviária relativamente boa, to das terras roxas da região da Serra de garantem o abastecimento de pó calcário Maracaju, cujo polo principal é a cidade do para corretivo de solo em todo o Estado do mesmo nome. Mato Grosso do Sul, de plena vocação agropastoril. Paralelamente ao crescimento da agricultura, verificou-se uma expansão dos As ocorrências de fosfato da Serra núcleos urbanos, nos quais apareceram as da Bodoquena, se devidamente avaliadas e primeiras atividades industriais, pouco di- quantificadas, poderão alavancar a produ- versificadas e com produção restrita, para ção de grãos e ativar todas as atividades abastecimento do mercado interno. Assim, ligadas à agroindústria no estado.

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6 - Geomorfologia e Aspectos Fisiográficos

Á área trabalhada situa-se na Serra A região encontra-se submetida a da Bodoquena, que está localizada no ex- um clima do tipo, Aw, segundo Galvão tremo sudoeste do Estado de Mato Grosso (1960), caracterizado por savanas tropi- do Sul, e estende-se como um longo e estrei- cais, com verão úmido e inverno seco, to planalto calco-dolomítico que se inicia ao com as precipitações anuais oscilando sul, na região do Vale do Rio Apa, onde a- entre 1.000 a 2.000 mm, concentradas presenta uma topografia baixa, em torno de entre os meses de outubro a abril e no 300m e sua extremidade norte coincide com restante do ano as chuvas são fracas e as altas morrarias de calcário silicificado da raras. Formação Bocaina, indo coalescer na planí- cie pantaneira tanto a norte como para oeste. As temperaturas médias mensais Na sua configuração longitudinal N-S possui são superiores a 18º C e o mês mais quen- 300km, e na transversal 40kmkm, com altitu- te é o que antecede ao período chuvoso. des de até 650m. A borda ocidental, sobretu- Em junho e julho ocorrem as temperaturas do a norte, é escarpada chegando por vezes mais baixas, sendo comuns temperaturas a atingir cerca de 300m de desnível, em rela- mínimas absolutas inferiores a 0º C na ção às rochas do embasamento. A leste Serra da Bodoquena. termina como um frontão serrano que, brus- camente ou em degraus, faz face às planí- A combinação entre clima e solo cies dos grandes sinclinais e anticlinais da favoreceu o desenvolvimento de vários Zona Serrana Oriental. tipos de vegetação, tais como floresta tro- pical, cerrado e campos limpos, além do Internamente ao planalto ocorrem complexo do , bosques chaquea- inúmeras feições e formas de relevo cársti- nos e floresta caducifolia. co, inerentes às rochas carbonatadas. São também expressivos os sumidouros de A Serra da Bodoquena situa-se águas, cujo maior exemplo é o do Rio Per- dentro dos limites da Bacia do Rio Para- dido, que em vários trechos “desaparece” guai, merecendo destaques os rios Para- em grutas subterrâneas, ressurgindo em guai, Miranda, Aquidauana, Nabileque, outros pontos ao longo da serra. Branco e Apa.

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7 - Geologia Regional

A região do sudoeste do Mato da Associação Metamórfica do Alto Tererê, Grosso do Sul está representada por um foi redefinido por Godoi et. al. (1998) como conjunto variado de rochas com idades que Supersuite Amoguijá, subdividida em Suíte vão do Arqueano até ao Quaternário (figu- vulcânica ácida Serra da Bocaina e Suíte ra 2). Intrusiva Alumiador. A primeira é constituí- da pelos mais variados tipos de rochas O Complexo Rio Apa corresponde vulcânicas ácidas, incluindo dacitos, rioda- ao embasamento regional da área, sendo citos, riolitos, rochas vulcanoclásticas, tu- interpretado como uma extensão do Cráton fos, lapilitufos e brechas vulcânicas; a se- Amazônico. Constitui parte de uma crosta gunda é formada por rochas plutônicas siálica primitiva que evoluiu e sofreu remo- ácidas comagmáticas às vulcânicas da bilizações sucessivas nos eventos termo- Suíte Serra da Bocaina. tectônicos subseqüentes, caracterizado por ortognaisses de composição granítica com Araújo et. al. (1982) determinaram, anfibolitos subordinados. O posicionamento para litótipos da Serra da Bocaina, isócro- crono-estratigráfico desses terrenos é im- nas Rb/Sr de referência, cujos resultados preciso, mas apesar das informações iso- acusaram 1.650 ± 63 Ma (Rochas Vulcâni- tópicas pelo método Rb/Sr indicarem ida- cas) e 1.600 ± 40 Ma (granitóides). Foram des de 1.680 ± 30 e 1.250 Ma, interpretou- em conseqüência, atribuídos ao estágio se que as rochas deste Complexo constitu- final do Paleoproterozóico e considerados em o embasamento cristalino, são atribuí- representativos do grande evento magmá- das ao Arqueano Indiviso e correlacioná- tico regional e, pelas idades isotópicas e veis ao Complexo Xingu (Silva et al., 1974). semelhanças desses litótipos, correlacio- nados ao extenso magmatismo Uatumã da Em contato discordante sobre o Plataforma Amazônica. Complexo Rio Apa assentam as rochas da Associação Metamórfica do Alto Tererê, Em direção ao topo da coluna es- Nogueira et al (1978), que é constituída tratigráfica encontram-se os dominantemente por quartzitos finos a mé- metassedimentos do Grupo Cuiabá, cuja dios, quase sempre silicificados e/ou micá- idade foi considerada por muitos autores ceos, freqüentemente granadíferos, for- como Mesoproterozóica, entretanto mando pacotes alinhados sob a forma de estudos mais recentes posicionam os cristas no terreno e em finas lentes interca- metassedimentos da faixa Paraguai no ladas em micaxistos. Estes variam compo- Neoproterozóico, incluindo neste intervalo sicionalmente de clorita xistos a muscovita- as rochas dos Grupos Jacadigo, Corumbá biotita xistos, a maioria com granada, che- e Alto Paraguai. gando estas a perfazer até 50% da rocha. Ocorrem ocupando espaços compreendi- Predominam no Grupo Cuiabá dos entre a Serra da Bodoquena e a planí- quartzo-micaxistos, seguidos de filitos com cie do Pantanal, em cuja região também intercalações de mármores, quartzitos, aflora em locais isolados, distribuídos em metaconglomerados e metabasitos. pequenas calhas ou depressões do Com- plexo Rio Apa, em aparente discordância O Grupo Jacadigo é constituído por estrutural. uma seqüência sedimentar clástica, na base, e clasto-química, com intercalações Inexistem datações desses metas- de camadas de minério de ferro e manga- sedimentos, observando-se neles impactos nês, no topo. térmicos das intrusões dos granitos Alumi- ador do Mesoproterozóico, razão porque O Grupo Corumbá é constituído pe- são interpretados como do Paleoprotero- las formações Cadiueus, Cerradinho, Bo- zóico. caina, Tamengo e Guaicurus e é interpre- O conjunto pluto-vulcânico de natu- tado como depositado em ambiente de reza ácida, intrusivo nos metassedimentos margem continental passiva sujeita a res-

8 Série Insumos Minerais para Agricultura, 02

LOCALIZAÇÃO

Rio LEGENDA

Paraguai

Rio Itiquira sedimentos quaternários

sedimentos paleozóicos PANTANAL Cuiabá granito pós-tectônico Rio Cuiabá 180 NEOPROTEROZÓICO Grupo Corumbá

Taquari carbonatos sedimentos terrígenos

Rio Granito Grupo Itapucumí Corumbá Coxim BOLÍVIA BRASIL Grupo Jacadigo

Planalto Grupo Cuiabá da Granito MESOPROTEROZÓICO Taboco Bodoquena 200 Super Suíte Amoguijá Miranda

PALEOPROTEROZÓICO

Associação Metamórfica Alto Tererê PARAGUAI

ARQUEANO Rio

Complexo Rio Apa

Paraguai ELEMENTOS ESTRUTURAIS

Bela Vista falha de empurrão 220

Vallemí sinclinal Bella Vista ESCALA 0 100km Itapucumí PARAGUAI anticlinal

0 0 56 56 Modificado de Boggiani, 1977 dobra isoclinal

Figura 2 - Geologia regional do sudoeste de Mato Grosso do Sul

9 Informe de Recursos Minerais surgências marinhas e eventos fosfogené- na base, a Formação Cadiueus com transi- ticos (Boggiani 1990, Boggiani et. al. 1992, ção para a Formação Cerradinho. 1993, Boggiani & Coimbra 1996). Neste contexto, as associações estromatolíticas O Grupo Alto Paraguai é constituí- tidas como recifes de borda de plataforma do por rochas carbonáticas (Formação (Boggiani et. al. 1996a) demarcariam o limi- Araras) e clásticas (Formações Raizama e te do paleocontinente (Cráton Amazônico), Diamantino). com um oceano a leste. O Paleozóico está representado Boggiani (1997) propõe para o pelos sedimentos da Bacia do Paraná que Grupo Corumbá a coluna estratigráfica na área são predominantemente clásticos. contida na figura 3, em que apresenta uma análise paleoambiental da bacia Corumbá A Formação Pantanal abrange uma baseada na proposta de Almeida (1965), extensa área de sedimentos detríticos moder- por se mostrar a mais adequada aos estu- nos, não litificados, cujo processo de sedimen- dos faciológicos desenvolvidos, incluindo, tação ainda se encontra em evolução.

UNIDADE SIMBOLOGIA FÁCIES LITOLÓGICAS AMBIENTE IDADE

Formação plataforma folhelhos, xistos e filitos Guaicurus afogada

rudstones com cloudina

o

n

oncoid rudstone a

i

r

b

ooid rudstone evento m Formação a

C

ritmitos (mudstones /folhelhos)* transgressivo

/

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c Tamengo margas carbonosas i

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o

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r brechas intraformacionais*

N

G quartzo-arenitos psoid rudstones rochas fosfáticas dolomitos estromatolíticos planície de maré Formação e borda de flakestones plataforma Bocaina sujeita a mudstones dolomitos estratificados upwellings estromatólitos LLH (ressurgências) retrabalhamento, em planície Formação folhelhos, margas e ardósias de maré, de borda de Cerradinho arenitos com lâminas de argilitos leque aluvial arcóseos finos a médios (fan-delta) folhelhos roxos Formação leques arcóseos grossos aluviais Cadiueus ortoconglomerados polimíticos

Formação paraconglomerados glacial Puga + + + + + Embasamento + + + + + granito-gnaisses cratônico Arqueano + + + + + modificado de Boggiani, P. C., 1997 * = rochas fosfáticas Figura 3 - Sinopse estratigráfica do Grupo Corumbá

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8 - Geologia Local

A área selecionada para trabalhos de A Formação Cerradinho domina a prospecção geológica, está representada região centro-oeste da área e é constituída pelos sedimentos das Formações Puga, por uma seqüência clástico-carbonática, Cerradinho, Bocaina, Tamengo e Guaicurus. formada pela alternância de arcóseos, (anexo I) e os sedimentos da Formação arenitos, siltitos, folhelhos, margas, Puga que ocorre a leste da área numa faixa calcários e ardósias, com predominância aproximadamente N-S, que varia de 700m a de rochas carbonáticas para o topo. 5km de largura, e também afloram em estrei- tas porções na parte central e oeste, corres- A Formação Bocaina ocorre em to- pondentes a núcleos de anticlinais. da a área, com exceção da porção nor- deste, distribuindo-se tanto como restos Esta unidade é caracterizada, pre- sobre as unidades inferiores, como em dominantemente, por paraconglomerados camadas foliadas e dobradas numa faixa que apresentam matriz areno-síltico-argilo- que vai do centro-norte até o sudeste da sa, (80%), de cor cinza-escuro com tonali- área. Corrêa et. al. (1976) consideraram dades esverdeadas, mal classificada, e esta Formação como constituída por uma cimento ferruginoso, sem estratificação seqüência de calcários e dolomitos, e a visível, contendo grânulos, seixos e ca- subdividiram em membros calcítico e dolo- lhaus, normalmente angulosos, de quartzo, mítico. quartzito, micaxisto, dolomito, gnaisse e granito, além de abundantes clastos areno- Boggiani (1997), na sua análise es- sos finos, provenientes de camadas subja- tratigráfica da Bacia Corumbá, fez um es- centes da própria unidade. tudo faciológico de todas as unidades do Grupo Corumbá, sendo que pela sua im- Atribui-se origem glaciogênica aos portância na prospecção de fosfato trans- sedimentos da Formação Puga que, se- creve-se a seguir a síntese das fácies da gundo Alvarenga (1990) e Alvarenga & Formação Bocaina, onde se constata que Trompette (1992), estariam relacionados à os microfosforitos maciços foram deposita- última glaciação do Proterozóico Superior, dos no topo, em ambiente de talude, sujeito início do Vendiano - Glaciação Varanger a correntes ascendentes (upwellings) (figu- (610-590 Ma). ra 4). As três fácies do topo foram verifica- das na Fazenda Ressaca, sendo que a Na área em estudo, com exceção fácies de psoides rudstone poderá ser usa- da Formação Cadiueus, o Grupo Corumbá da como um guia para prospecção de fos- está representado por todas suas unidades fato, porque apesar de fina é persistente na lito-estratigráficas. áre

11 Informe de Recursos Minerais

SÍNTESE DAS FÁCIES DA FORMAÇÃO BOCAINA

Estruturas Se- Ambiente de De- Fácies Descrição dimentares posição Ooids > 2 mm, córtex concên- Costeiro (baixios Psoid rudstones trico oolíticos) Microfosforitos maciços, es- Maciça e costeiro sujeito a Rochas fosfáticas tromatólitos e laminações estromatolítica upwellings algáceas fosfatizados Dolomitos estromatolíti- laminações algáceas, estro- maciça, laminada e inframaré cos matólitos bulbosos e colunares estromatolítica camadas centimétricas de Mudstones alternados mudstones dolomíticos alter- Estratificação pla- inframaré com silexitos nadas com camadas de silexi- no-paralela to incolor brecha carbonática com clas- placas imbricadas Flakestones intra e supramaré tos na forma de placas tepees Mudstones dolomíticos estratificação plano-paralela Estratificação inframaré estratificados (1-2 cm de espessura) plano-paralela espesso pacote basal de es- tromatólitos com laminação Estromatólitos LLH ligada lateralmente (LLH) formando pseudo-colunas Boggiani 1997

A Formação Tamengo ocorre na que pode ser seguido descontinuamente área selecionada na parte sudeste, nas até Corumbá. Os ritmitos são formados por proximidades da estrada que liga Bonito a intercalações centimétricas a milimétricas Bodoquena e está representada, principal- de argilitos, folhelhos carbonosos e algu- mente, por brechas intraformacionais e mas vezes microfosforito. Essas rochas ritmitos. apresentam características muito seme- lhantes ao minério de fosfato de Patos de As brechas são constituídas por Minas, (MG), e foram investigados pela clastos, em sua maioria, provenientes de CPRM, que realizou pesquisa de fosfato rochas da Formação Bocaina, inclusive para a CODESUL (Luz et. al. 1980). fosforito, o que as tornam também um guia para prospecção de fosfato. Afloram em Boggiani (1997) subdividiu a For- forma quase contínua ao norte da cidade mação Tamengo em 9 fácies com caracte- de Bonito até o córrego Olaria, constituem rísticas peculiares conforme quadro a se- um extraordinário nível lito-estratigráfico, guir.

12 Série Insumos Minerais para Agricultura, 02

SÍNTESE DAS FÁCIES DA FORMAÇÃO TAMENGO

Estruturas Geometria Fácies Descrição Ambiente Sedimentares do Corpo Rudstones com camadas baixio sujeito à Fósseis de Cloudina Maciça Cloudina métricas ressedimentação Oncoid ruds- oncoids de 2 a 4mm camada de 5m baixio sujeito à Maciça tones de diâmetro de espessura ressedimentação baixio oolítico (ooid ooids e fósseis de camadas ooid grainstones Maciça shoal) sujeito à Cloudina métricas ressedimentação pares rítmicos de água profunda - mudstones e folhelhos hemipelágica para carbonosos, intercala- Estrutura interna camadas os folhelhos e peri- Ritmitos ção de camada de maciça decimétricas plataformal para os microfosforito, ocorrên- carbonatos (turbidi- cia de Corumbella to distal) Margas carbono- micrita e matéria Laminação camadas água profunda sas orgânica plano-paralela métricas (pelágico) camadas decimétricas a águas de baixa Mudstones calcí- micrita Maciça métricas na energia: lagunar ou ticos pretos faixa de do- água profunda bramento Rudstones com clastos arredondados Granodecres- camada de ressedimentação clastos arredon- centimétricos de carbo- cente 10 m em talude dados natos Brechas intrafor- Clastos de tamanhos e Maciça e grada- cuneiforme talude macionais litologias diversas cional camadas com grãos arredondados de 10 m de es- borda de plataforma Quartzo-arenitos quartzo, esféricos e Maciça pessura e com retrabalhamen- bem selecionados extensa conti- to eólico nuidade lateral Boggiani 1997

A Formação Guaicurus compreende tada por xistos e filitos, produtos de metamor- um espesso pacote de sedimentos pelíticos fismo dos folhelhos originais. Estas rochas do topo do Grupo Corumbá. Ocorre na região foram descritas como pertencentes ao Grupo nordeste da área trabalhada e está represen- Cuiabá por Nogueira et. al. 1978.

13

9 - Resultados Obtidos

Os trabalhos de prospecção foram minério de fosfato de Patos de Minas, em iniciados com um reconhecimento dos lo- Minas Gerais e correspondem aos fosfori- cais pesquisados pela CPRM em 1980, tos plataformais que são depositados den- verificando-se que os sítios selecionados tro ou bordejando áreas cratônicas e são para pesquisa estavam localizados na po- geralmente associados a sedimentos terrí- sição mediana da Formação Tamengo, genos. Embora, às vezes, se distribuam correspondendo à fácies de ritmitos que através de dezenas ou centenas de quilô- representam camadas centimétricas de metros quadrados e tenham vários metros mudstones calcíticos pretos, alternados de espessura, geralmente apresentam com folhelhos carbonosos, ocorrendo tam- baixos teores de P2O5 e altos teores de bém intercalações de camadas milimétricas Al2O3, como observado na amostra LC-29 a centimétricas de microsforito maciço. As colhida na Fazenda Oriente, em local pes- características físicas destas rocha são quisado pela CPRM em 1980 (tabela 1). muito semelhantes às apresentadas pelo

AMOSTRAS COORDENADAS P2O5 SiO2 YiO2 Fe2O3 Al2O3 PF BaO K2O CaO MgO Mn (LC-R) (E/N) (%) (%) (ppm) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (ppm) 543584 29 7685158 6,53 64,80 0,65 2,86 8,80 3,60 0,52 0,17 2,10 1,66 75 541210 126K 7700000 20 27,4 0,93 4,26 8,52 6,55 <0,10 1,30 24,8 0,73 1.160 541210 126N 7700000 16,61 29,1 1,14 5,80 11,7 9,30 <0,10 1,26 19,2 0,85 605 541210 126Q 7700000 18,8 28,5 0,93 4,52 9,37 7,20 <0,10 1,05 22,8 0,60 845 541210 126R 7700000 28,4 20,4 0,61 2,67 4,52 4,25 <0,10 0,49 34,8 0,33 1.625 541111 127B 7700041 20,9 31,9 0,56 2,44 4,93 5,65 <0,10 <0,10 28,1 0,21 185 541111 127C 7700041 8,36 55,7 0,86 3,79 8,52 7,25 <0,10 <0,10 11,6 0,23 186 541921 55B 7695946 41,10 0,70 785 0,51 0,64 1,20 <0,10 <0,10 52,5 0,11 172 541210 65A 7700000 40,30 5,80 571 0,51 0,42 1,50 <0,10 <0,10 49,7 0,08 350 Tabela 1 – Resultados de análise de rocha

Boggiani (1990) adaptou a distribu- talude da paleoplataforma, onde os proces- ição das diferentes fácies sedimentares do sos de fosfatização teriam predominado. Grupo Corumbá ao modelo proposto por Kazakov (1937) (figura 4), colocando em Várias amostras provenientes des- evidência um histórico geológico deposi- ta fácies, constituídas de intraclastos car- cional que ajudou no entendimento da ori- bonáticos (predominante) e fosfáticos em gem dos fosforitos desta região. matriz micrítica dolomitizada, com muito pouco quartzo e traços de oncólitos estro- As brechas intraformacionais da matólitos, apresentaram os seguintes resul- base da Formação Tamengo, marcam bem tados analíticos: a borda da plataforma e sua proximidade Nas amostras LC-11 (Fazenda Ma- com as camadas de fosforito de topo da chadinho) e LC-26 (Córrego Olaria), situa- Formação Bocaina, das quais contêm fre- das ao longo da Rodovia Bonito-Bodo- qüentes clastos angulosos, subcentimétri- quena, foram obtidos teores de 3,76% e cos a centimétricos, de rochas carbonáti- 9,20% de P2O5 respectivamente, enquanto cas, fosforitos e grãos de quartzo, soldados na LC-32, Pedreira de Laginha em Corum- num cimento micrítico cinza escuro, (fotos bá, resultou 3,30% P O . 1 e 2). Ocorrem em forma descontínua ao 2 5 longo da rodovia Bonito-Bodoquena, na A partir da definição dessa fácies Pedreira Laginha, em Corumbá (MS) e em fosfatada e seu ambiente de deposição, Porto Morrinhos, no rio Paraguai, confir- partiu-se para a execução de perfis leste- mando a grande extensão da borda do oeste, perpendiculares à faixa de talude:

14 Série insumos Minerais para Agricultura, 02

Foto 1 - Brecha intraformacional da base da Formação Tamengo,conten- do intraclastos carbonáticos e fosfáticos em matriz micrítica dolomitizada. Pedreira Laginha, Corumbá.

Foto 2 - Brecha intraformacional composta de intraclastos de rochas carbonáticas e fosfáticas, imersos numa matriz micrítica, perten- cente à Formação Tamengo (base). Córrego Olaria, Chácara Nova Alegria, estrada Bonito - Bodoquena, município de Bonito.

15 Informe de Recursos Minerais

Num destes perfis, (anexo III), pa- dos afloramentos, paralelas entre si, e com ralelo ao limite norte da Fazenda Ressaca direção leste-oeste. com a Fazenda Primavera, foi encontrado um afloramento de fosforito com extensão Trincheira T1: Está localizada junto aproximada de 15 m, apresentando as ao corpo aflorante, um pouco a leste, (ane- seguintes características: rocha de cor xo III), tem comprimento de 27 metros e preta, ( marrom com manchas cinza azula- profundidade de até 1,20 m (fotos 5 e 6). das na superfície alterada), dura, maciça, às Uma das informações novas fornecidas vezes com estratificação incipiente, e textu- pela escavação é a presença de argilito ra amigdalóide, fratura conchoidal, (foto 3). maciço que se comporta como encaixante da camada de fosforito, que se encontra Estudos da difração de raios X para dobrada em suaves ondulações na parte identificação mineralógica do fosfato de- média da escavação, mas na parte oeste terminou tratar-se de um mineral do grupo mergulha abruptamente 45º para oeste. da apatita, provavelmente fluorapatita ou Foi realizada amostragem de canal hidroxiapatita. no fundo da trincheira e os resultados das análises estão apresentados na figura 5. Análise química da amostra LC-65 (Fazenda Ressaca) revelou teores eleva- Na tentativa de conhecer a espes- dos de P2O5 (tabela 1). sura da camada de fosforito, foi executado um poço com 3 m de profundidade, sem Este afloramento da Fazenda Res- conseguir atingir a base. O intervalo atra- saca encontra-se em região bastante arra- vessado é constituído de fosforito preto sada, dentro de uma faixa onde predomi- com muitas fraturas preenchidas com argi- nam, aleatoriamente, blocos e matacões de la. A estratificação incipiente observada na brecha intraformacional e de rocha consti- parede da trincheira não mais foi vista depois tuída exclusivamente de psóides (foto 4), do primeiro metro devido a seu aspecto demarcando o topo da Formação Bocaina. brechoidal causado pelas fraturas. A amos- Também foi identificado outro afloramento tragem de canal executada de metro em de fosforito 150 m para oeste, de pequenas metro, com muita contaminação de argila, dimensões e com as mesmas característi- forneceu um teor médio de 18,5% de P2O5. cas do anterior. Trincheira T2: Localizada 150 m a No sentido de melhorar a exposi- oeste da T1, tem comprimento de 6 m e pro- ção desses corpos, foram abertas duas fundidade em torno de 1,20 m. Nela aparece trincheiras, T1 e T2, próximas a cada um um corpo de fosforito preto, (fotos 7 e 8),

T R I N C H E I R A T1 30

25 25

20 20

)

5

0

)

2

5

P 15 0

2 15

e

P

d

e

d

%

(

r

%

(

o 10

r

e 10

T o

e

T

5 5

0 126Z 126X 126Y 126W 126V 126U 126T 126S 126R 126Q 126P 126O 127N 126M 126L 126K 126J 126I 126H 126G 126F 126E 126D 126C 126B 126A 126 (amostra) 0 127E 127D 127C 127B 127A 127 (amostra) 27m 6m W E W E

) ) 0,0 0,0

m

m

(

(

.

.

f f 0,5 0,5

o

o

r

r

P

P 1,0 1,0 PERFIL GEOLÓGICO PERFIL GEOLÓGICO 1,5 L E G E N D A colúvio 2,0 argilito 2,5 POÇO

3,0 fosforito Figura 5 - Perfis geológicos e teores de P205 (%) mostrando a correlação entre geologia e mineralização de fosfato (fosforito), nas trincheiras T1 e T2 - limite norte da Fazenda Ressaca com a Fazenda Primavera.

16 Série insumos Minerais para Agricultura, 02

Foto 3 - Afloramento de fosforito no limite das fazendas Ressaca e Primavera, Bonito.

Foto 4 - Psóides do topo da Formação Bocaina, no limite norte da Fazenda Ressaca, com a Fazenda Primavera, próximo da trin- cheira T1.

17 Informe de Recursos Minerais

foto 6

Foto 5 - aspecto do trabalho de abertura de trincheiras, aparencendo à centro-esquerda bloco de calcário em posição caótica à frente de camada de fosforito, que aparenta mergulhar para oeste, posição espacial confirmada nas exposições proporcionadas pela Trincheira T1.

Foto 6 - Camada de fosforito mergulhando, aparentemente, para oeste. Detalhe do centro da foto anterior.

18 Série insumos Minerais para Agricultura, 02

foto 8

Trincheira 2

Foto 7 - Em primeiro plano, camada de fosforito mergulhante de 400 para leste, a frente de blocos de calcário aleatoriamente posicionados.

Foto 8 Bloco de calcário (branco, em primeiro plano) inserido em camada de fosforito. Detalhe da foto anterior.

19 Informe de Recursos Minerais capeado por argilito e mergulhando 45º para variando de 0,0 a 2,0 m. Sua localização, leste. Os resultados de análise da amostra- na encosta de uma colina, prejudicou a gem de canal são apresentados na figura 5. obtenção de informações, pois o material escavado é constituído por elúvio e colúvio; GEOQUÍMICA DE SOLO : Com o entretanto foi verificada a existência de objetivo de constatar a distribuição dos alguns fragmentos de fosforito de tama- teores de P2O5 no ambiente secundário, nhos variáveis de centímetros a metros que efetuou-se uma amostragem sistemática de apresentaram teores de P2O5 de 38%. Foi solo, numa área de 160 m x 500 m, (figura tentada a elaboração de uma seção geoló- 6), potencialmente favorável, que inclui as gica, sem resultado. trincheiras T1 e T2. Foram coletadas 240 amostras a uma profundidade de 1 m, em Poços na Trincheira T3: Partindo intervalos de 6 m, em linhas leste-oeste, e do extremo oeste da trincheira foram aber- espaçadas de 50 m, sendo que as linhas tos 3 poços a 40 m; 80 m e 107 m respecti- limítrofes do norte e do sul acham-se sepa- vamente. (foto 10). radas de 100m das vizinhas. O resultado foi um mapa de isoteores com variação de O primeiro teve profundidade de 2,60 m, num colúvio constituído por seixos, 0,0 a 5,78% de P2O5, (figura 7). de tamanhos diversos de calcário, dolomito Os resultados de P2O5 no solo, e fosforito preto, com matriz areno-argilosa. permitiram individualizar 3 halos anômalos Apresentou teor médio de 24,6% de P2O5. bem definidos: O segundo poço, com profundidade 1ª ordem de 2,94% a > 5,78% de P2O5; de 2,5 m, apresentou de 0,0 a 0,5 m - colú- 2ª ordem de 1,15% a < 2,94% de P2O5 e vio cor preta com abundante matéria orgâ- 3ª ordem de 0,61% a < 1,15% de P2O5. nica e seixos de fosforito preto, calcário e Este conjunto aponta para duas dolomito inseridos num material areno- faixas, aproximadamente norte-sul, que argiloso com teor de 20,9% de P2O5. A podem estar associadas às rochas fosforí- partir de 0,5 m a 1,80 m ocorre colúvio com ticas dispostas em dobras antiformais com menos matéria orgânica, cor marrom clara, suas charneiras semi-aflorantes ou próxi- com abundantes seixos decimétricos de mas à superfície a refletir as anomalias calcedônia, calcário e fosforito imersos num detectadas, que guiarão os futuros traba- solo de textura areno-argilosa. Neste inter- lhos de prospecção. valo foram encontrados seixos de fosforito bem rolados, indicando longo transporte, Ocorrência de Fosforito na Fa- com teor médio de 10,8% de P2O5. No zenda Ressaca/Sede: Boggiani (1990) intervalo de 1,80 m a 2,20 m aparece um descobriu numa cascalheira próxima à grande bloco de fosforito preto incrustado sede da Fazenda, um banco de estromató- numa das paredes do poço com teor de litos tipo colunares, (foto 9), reunindo blo- 30,00% de P2O5. De 2,20 m a 2,50 m o cos de material poroso de cores preta e colúvio passa para um material areno- branca com estratificação incipiente. Em argiloso, muito friável, com raros seixos seções delgadas este material revelou centimétricos de calcedônia e fosforito pre- tratar-se de microfosforito laminado com to, seguido por um material esponjoso, teores de 35 a 40% P2O5, obtidos a partir menos friável, marrom avermelhado com das análises químicas. Observou-se tam- tons cinzas, com teor de 24% de P2O5. bém que parte destes fosforitos era consti- tuída por estruturas estromatolíticas, e O último poço, com 2,5 m de pro- parcialmente com aspecto brechoidal com fundidade, atravessou um material bastante clastos de microfosforito. homogêneo, constituído por concreções ferruginosas botroidais de 1 a 3cm, forma- Trincheira T3: Durante os traba- das de material arenoso mal classificado lhos de prospecção foi aberta, na Fazenda com grãos de quartzo arredondados e em Ressaca, em local próximo à sede, uma menor quantidade um material branco argi- trincheira, T3, localizada a 4,5 km ao sul da loso. Também são observados raros frag- trincheira T1, com direção leste-oeste, de mentos de fosforito preto dispersos em 130 m de comprimento e profundidade matriz argilo-arenosa (figura 8).

20 Série insumos Minerais para Agricultura, 02

foto 8

Trincheira 2

Foto 9 - Estromatólitos colunares da Fazenda Ressaca.

Foto 10 - Vista panorâmica da Fazenda Ressaca e aspecto da Trincheira T3.

21 Informe de Recursos Minerais

Figura 6 - Mapa de amostragem de solos

22 Série Insumos Minerais para Agricultura, 02

Figura 7 - Mapa de distribuição de P25 O no solo

23 Informe de Recursos Minerais

Prof. %PO (m) 25 10 20 30 0

Material coluvionar 0,5 bastante homogêneo, constituído por

1,0 concreções pisolíticas arenosas e, em maior proporção, por material 1,5 branco (fosforito?) e fragmentos de fosforito preto, disperso em 2,0 matriz argilo-arenosa.

2,5

Poço a 107m do extremo oeste da T3

Prof. %PO (m) 25 10 20 30 0 Colúvio com abundante matéria orgânica e 0,5 seixos de fosforito.

1,0 Colúvio com menos quantidade de matéria 1,5 orgânica e abundantes seixos de calcedônia, calcário e fosforito, em 2,0 matriz areno-argilosa.

2,5

Poço a 80m do extremo oeste da T3

Prof. %PO25 (m) 10 20 30 0 Colúvio; no primeiro

0,5 metro apresenta abundantes seixos centimétricos a 1,0 decimétricos de fosforito, que diminuem de tamanho com a 1,5 profundidade, dispersos em matriz areno- 2,0 argilosa.

2,5

Poço a 40m do extremo oeste da T3

Figura 8 - Poços da trincheira T3, Fazenda Ressaca

24 Série Insumos Minerais para Agricultura, 02

Outras Ocorrências - Fazendas ca, seixos e blocos do próprio minério que Ressaca e Pitangueiras: Trezentos me- passam para a camada alterada de fosfori- tros a sul da ocorrência anterior foram en- to. Teor de 21,4% de P2O5. De 0,5 a 1,70 m contrados afloramentos e/ou blocos de - Camada de minério tipo microbrecha, cor fosforito, que balizam, aproximadamente, o marrom acinzentada, bem estratificada, rumo de uma camada ao longo de 1 km, textura amigdaloidal, cortada por fraturas passando pelas Fazendas Ressaca, “Seita subverticais e bastante homogênea em Coré” até a Fazenda Pitangueiras. Esse todo o intervalo, atitude N40E/35º SE, a- alinhamento corresponde à crista de uma presentou teor médio de 36,2% de P2O5. dobra na qual foi aberta uma trincheira, De 1,70 a 2,5 m - Rocha preta, bastante (anexo II). dura, porosa (amigdalóide), fratura con- choidal, maciça com estratificação incipien- Trincheira T : Apresenta direção 4 te, muito silicosa (chert ), (foto 14). Esta N30W com comprimento de 30 m e profun- rocha é semelhante ao minério da trinchei- didade variável de 0,40 m a 1,0 m. Esta ra T e apresenta teor médio de 38,4% de trincheira mostrou uma camada de fosforito 1, P O . A partir de 2,5 a 3,0 m tem-se calcá- de cor marrom com aspecto brechoidal, 2 5 rio cinza claro, maciço, compacto, duro, apresentando estratificação e textura amig- com textura muito fina e às vezes estrutura dalóide, constituído essencialmente por brechóide. Teor de 25,6% de P O estruturas ovais a sub-arredondadas sub- 2 5. milimétricas, matriz argilosa e cimento car- Poço SE: A profundidade também bonático (fotos 11 e 12). A camada apre- foi de 3,0 m. Entre 0,0 a 0,5 m – Colúvio senta-se dobrada em ondulações suaves com bastante matéria orgânica contendo com mergulhos que variam de poucos seixos de fosforito. Teor de 20,9% de graus até 40º para SW. A dureza da rocha P O No intervalo de 0,5 a 1,25 m – Fos- impediu aprofundar a trincheira, motivo 2 5. forito preto tipo chert, muito poroso. A pelo qual concentraram-se os esforços na camada atravessada apresenta atitude abertura de dois poços, um em cada ex- N30E/40ºSE com teor médio de 27,1% de tremo, (figura 9). P2O5. De 1,25 a 2,50m atravessou-se Poço NW: este poço tem profundi- material friável de composição areno- dade de 3,0 m e apresentou o seguinte argilosa com fragmentos de fosforito pre- perfil: de 0,0 a 0,5 m - na parede leste do to, com teor médio de 35,25% de P2O5. poço aparece um calcário cinza claro, mui- De 2,5 a 3,0 m – material friável areno- to duro, com intercalações centimétricas de argiloso com lentes de material branco, microbrecha fosforítica (foto 13), nas ou- silicoso. No fundo do poço calcário cinza tras paredes e no mesmo nível, aparece médio, muito duro, maciço, teor de 9,0% um colúvio com abundante matéria orgâni- de P2O5.

40

5

O

2 30

P

%

20 30m

% P25 O NW Trincheira T4 SE % P25 O (m) (m) _ 40 30 20 10 20 30 40 _ 0,0 0,0

1,0 _ _ 1,0

_ L E G E N D A _ 2,0 2,0

_ _ 3,0 3,0 Fosforito tipo microbrecha Material de aspecto areno-argiloso, passando a Poço NW argiloso, friável, com fragmentos de fosforito preto Poço SE

Fosforito tipo chert Calcário dolomítico

Figura 9 - Seção geológica esquemática e variações dos teores de P25 O (%) da trincheira T4 e dos poços das extremidades SW e NE, na Fazenda Ressaca.

25 Informe de Recursos Minerais

Foto 11 - Aspecto das escavações da Trincheira T4, na Fazenda Ressaca.

Foto 12 - Camada de fosforito, tipo microbrecha, na Tincheira T4.

26 Série insumos Minerais para Agricultura, 02

foto 8

Foto 13 - Aspecto do fosforito, tipo microbrecha, quando inalterado.

Foto 14 Parede SE do Poço da Trincheira T4, no intervalo 1,70m, a mostrar o contato entre os fosforitos tipo microbrecha (cor clara) echert (cor escura), ambos com mais de

35% de P25 O .

27

10 - Conclusões

Os sedimentos pelito-carbonáticos tipos principais de fosforito: Tipo chert preto do Grupo Corumbá, na região da Serra da e tipo microbrecha. Bodoquena e adjacências, revelaram indí- cios e ocorrências expressivas de rochas a) O fosforito tipo chert preto, e- fosforíticas, que podem ser enquadrados xibe textura amigdaloidal, maciço, fratura em dois tipos principais de depósitos de conchoidal, muito duro, apresentando teo- fosfato: plataformal e miogeosinclinal. res em torno de 38% de P2O5, está associ- ado a dolomitos estromatolíticos e dolomi- 1 - Fosfato Plataformal - Associa- tos do topo da Formação Bocaina. É o do a sedimentos terrígenos tais como silti- minério mais importante descoberto neste tos, arenitos e também carbonatos. Apre- estudo. senta-se em seqüências rítmicas que inclu- em finas intercalações de fosforitos, em b) O fosforito tipo microbrecha, pacotes com vários metros de espessura e apresenta cor cinza escura, boa estratifica- alguns quilômetros quadrados de extensão. ção e é constituído, em parte, por estrutu- Geralmente exibem baixos teores de P2O5 e ras ovais subarredondadas, milimétricas, e altos valores de Al2O3. Exemplo deste tipo são observados freqüentes fragmentos de é o fosfato de Patos de Minas (MG) e da estromatólitos; a textura é amigdaloidal e Serra da Bodoquena, que ocorre ao norte os teores são em torno de 35% de P2O5. de Bonito (MS), na Formação Tamengo. Está associado a dolomitos estromatolíticos e a estromatólitos do topo da Formação 2 - Fosfato Miogeosinclinal - Es- Bocaina. tes depósitos são caracterizados por sua associação com chert, são ricos em maté- 5 - Entre os controles litoestratigrá- ria orgânica e carbonatos (dolomitos) e ficos para a prospecção de fosfato, na Ser- apresentam importância econômica com ra da Bodoquena, estão as brechas intra- grandes reservas. Ocorrem em camadas formacionais, com intraclastos de fosforitos, de vários metros de espessura. Exemplos que marcam bem a zona de talude, local deste tipo são os depósitos de KARATAU preferencial para deposição de fosfato que no KASAKISTÃO e na Serra da Bodoquena estão localizadas na base da Formação (MS) ocorrem na Fazenda Ressaca, dentro Tamengo. da Formação Bocaina. 6 - A zona com maior potencialida- 3 - Em testes realizados no campo, de de acumulação de depósitos fosforíticos os fosforitos de alto teor da Serra da Bodo- está localizada no topo da Formação Bo- quena não reagem à solução de molibdato caina e base da Formação Tamengo. de amônia, em decorrência de sua provável composição à base de ortofosfato (PO ), 4 7 - Nas áreas prospectadas, com que forma o fosfo-molibdato de amônia, base nos trabalhos de campo, não foram (Nh4)3 PO4. 12MOO3 2HNO3. H2O. encontradas evidências de enriquecimento 4 - Nas ocorrências de fosfato da supergênico no minério de fosfato da Serra Fazenda Ressaca, foram identificados dois da Bodoquena.

28

11 - Recomendações

O Estado de Mato Grosso do Sul é todas as fácies litológicas e litoestratigráfi- tradicionalmente agropastoril, entretanto cas controladoras das mineralizações de todos os fertilizantes que consome são fosfato (tais como as brechas intraformaci- importados de outros estados e do exterior. onais e bancos de calcários e dolomitos Caso fosse viabilizado um depósito de estromatolíticos). matéria-prima para produção de fertilizan- tes em seu território, traria muitos benefí- 2) Realçar a zona de contato entre cios, tanto para o governo como para agri- as formações Bocaina e Tamengo. cultores e pecuaristas. 3) Na região já prospectada o tra- Uma pesquisa bem orientada nas balho deve ser prosseguido através de um áreas prospectadas, na Fazenda Ressaca, mapeamento geológico na escala de deta- pela CPRM, poderá levar à definição de lhe (maior que 10.000) e avaliação do con- uma jazida de fosfato. Nesse sentido reco- trole estrutural para determinar a forma menda-se o desenvolvimento de um pro- geométrica dessas mineralizações, seguido grama de pesquisa detalhado, visando de um levantamento geoquímico de solo e obter informações que quantifiquem e viabi- abertura de poços e trincheiras nos alvos lizem o aproveitamento dos fosforitos apre- anômalos. sentados, seguindo a seguinte sistemática: 4) A instalação de um programa de 1) Cartografia geológica básica, sondagem na área deve ser precedido dos numa escala compatível (maior que estudos recomendados acima. Entretanto, 1:25.000), dirigida no sentido de delinear uma sondagem pioneira poderá ser execu- tada nos locais já estudados pela CPRM.

29

12 - Referências Bibliográficas

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SILVA et. al. Geologia In: Projeto RadamBrasil - Folha SB-22. Rio de Janeiro: RadamBrasil, 1974.

31 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

SECRETÁRIA DE MINAS E METALURGIA

CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL CONVENÇÕES GEOLÓGICAS

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE GOIÂNIA 56° 42’ 57” 56° 30’ 20” 20° 39’ 03” 20° 39’ 03” CENOZÓICO

Nc Quaternário Nc Nb2 Np

Pederneira Aluvião Recente Córr Ng Ng Qa Qa Betione Chapena Np cascalhos, areias, siltes e argilas

NEOPROTEROZÓICO Nc Qa Ng Grupo Corumbá Nb2 Rio Taquarueú Rio

. Formação Guaicurus Qa Córr Ng Nc xistos e filitos

Nb2 Ng

Formação Tamengo

Nt bch brechas calárias intraformacionais (bch); ritmitos com Qa intercalações siltitos arenitos e microfosforitos e filitos

Nc Ng Nb 2 Formação Bocaina Ng Unidade Calcítica Unidade Dolomítica

Nb2 Nb1 Nb1 calcário calcítico calcário dolomítico e dolomito com Nc estromatolitos e rochas fosfáticas Paredão (chert e microbrechas) associadas

Nb1 Np Qa

Formação Cerradinho Nb2 Nc Córr. Ng Nc Nb2 Nb2

Chapena arcóseos, arenitos, argilitos e folhelhos Nb2

Nb1 Nc Nb2 Formação Puga Nb2 X

Np

Pitangueira paraconglomerados (diamictitos) Rio

Faz. Primavera X

Nc Nb2

Área B

Córr. ELEMENTOS ESTRUTURAIS Np

Ng

X contato definido

X

Taquaruçu contato aproximado

X X X X falha definida Nb 1 Nt Área A Córr. Np Nt Faz. Ressaca falha aproximada Nb2 X X X fratura Nc Nb Np 2 falha de empurrão definida Nb Nb2 2

falha de empurrão aproximada

Np falha transcorrente dextral definida X

X X X falha transcorrente dextral aproximada Pitangueira Np X

falha transcorrente sinistral definida Olaria

Nc Np anticlinal invertido com caimento Córr. Nb2 sinclinal invertido com caimento Córr. Np Nc acamadamento com mergulho de valor medido 15

acamamento com mergulho indicado Nb2 X X 70 bch Nt X afloramento descrito XX X 40 Nb2 X X X X Np X X X X Np X XX

Chacara Nova Alegria Nt Nb2 CONVENÇÕES PROSPECTIVAS Nb X X 1 65 X Nb X Nb 2 pesquisa realizada em ritmitos da 2 Faz. Oriente Formação Tamengo (CPRM, 1980)

Nb 1 Nb2 Nt Nc 45 afloramentos de brechas intraformacionais com Mimoso intraclastos fosfáticos e carbonáticos em matriz Nb 1 Nb2 bch micrítica dolomitizada da base da Formação Tamengo

Córr. Nb2 Np ocorrência de fosforito do topo da Formação Bocaina Nb1

X 75 X 65 XX áreas selecionadas para detalhamento Nb X Área B 1 X Np X X Nt Nb Nc Nb1 2 Faz. Bocaiuva Nb Nc 2

XX CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS Nb1 X

bch drenagem permanente Nt Np Nb 1 Nb2 X 65 drenagem temporária

bch Serradinho

Nb Nc 2 Nt estrada não pavimentada

bch

. Nc X NbCórr 2 X X 65 X sede de fazenda Nb2 Np Faz. Machadinho

Córr. X X AnhumasNb2

Nb2 Nb1 Nb2

Nb Programa concebido e executado pela Companhia 2 X de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM

Nt Concepção Programática e Supervisão Nc Nc Geól. Mário Farina Nc Np Coordenação Nacional Nb2 José Luiz Gonçalves Arantes Nc Nb2 Coordenação Regional Pedro Sérgio Estevam Ribeiro Joffre Valmório de Lacerda Filho

Nb2 Elaboração do Mapa/Chefia do Projeto Geól. Lorenzo Jorge Eduardo C. Justo

X Nb1 Nc 50 Supervisão Técnica Nc Nb Geól. Cipriano Cavalcante de Oliveira 2 Np Nt Qa Digitalização Luiz Carlos de Melo e Valdivino P. da Silva 21° 06’ 08” 21° 06’ 08” 56° 42’ 57” 56° 30’ 20” Edição Geride-GO LOCALIZAÇÃO DA ÁREA PROGRAMA AVALIAÇÃO GEOLÓGICO-ECONÔMICA DE ARTICULAÇÃO DA FOLHA Base geográfica extraída das cartas 570 30’ 0 planialtimétricas 1:100.000, elaboradas pela INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA NO BRASIL 20 00’ CPRM - SUPERINTENDÊNCIA Diretoria do Serviço Geográfico - Brasil, Morro do Coronel REGIONAL DE GOIÂNIA 1973: SF.21-X-A-IV e SF.21-X-C-I. Origem PIMA Pantanal Juvêncio Miranda d a quilometragem Telefone: (062) 281-1522 UTM: “equador e meridiano SF.21-X-B-III SF.21-X-A-I SF.21-X-A-II Fax: (062) 281-1709 570 W GR”, acrescidas das constantes 10.000km e 500km respectivamente. Campo FOSFATO DA SERRA DA BODOQUENA (MS) Vila Campão E-Mail: [email protected] Datum Horizontal: Córrego Alegre, MG. Grande Declinação magnética da Folha em 1999, SF.21-Y-B-VI SF.21-X-A-V 120 54’W. Cresce 10’ anualmente. MAPA GEOLÓGICO SF.21-X-A-IV Base geológica extraída do Projeto Bonito- Aquidauana (Convênio DNPM/CPRM, ESCALA 1:50.000 GOVERNO 1978), modificado e readaptado com base em Rio MINISTÉRIO DE Perdido Jardim MINAS E ENERGIA FEDRAL E Boggiani (1997) e nos dados de campo. 2km O 2 4km SF.21-V-D-III SF.21-X-C-I SF.21-X-C-II 210 30’ anexo 1 1999 560 00’ MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA LEGENDA GEOLÓGICA

SECRETÁRIA DE MINAS E METALURGIA Ntar argilitos CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL Ntcc calcários calcíticos

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE GOIÂNIA brechas calcárias intraformacionais Ntbr com clastos de fosforito

560 36’32” quartzo arenitos

Formação Tamengo Nt 540900 541200 541500 a

200 47’45”

X X Nt cc Nb2 LC - 091 X Grupo Corumbá

X 40 Nb2ps psoid rudstones

Nt ar X

NEOPROTEROZÓICO

Nb2 calcários dolomíticos e dolomítos X

X X LC - 133

Formação Bocaina X X

LC - 089 X

7700100 Fazenda Primavera 7700100

X ELEMENTOS ESTRUTURAIS LC-087 LC-126 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X T1 X X X contato aproximado

falha de empurrão aproximada Nb2ps Fazenda Ressaca Nb2 falha transcorrente dextral aproximada T2 antiforme Invertido Ntbr sinforme Invertido

acamadamento com mergulho medido 40

7699800 7699800 OUTRAS CONVENÇÕES

trincheira T1 Nb2 poço

Nt cc área piloto para geoquímica de solo

LC - 134 x x afloramento descrito com nº de campo 60 x x cerca

estrada

7699500 7699500 Programa concebido e executado pela Companhia Nt a de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM

Concepção Programática e Supervisão Geól. Mário Farina Nt br Coordenação Nacional José Luiz Gonçalves Arantes

Nb 2 x LC-141 Coordenação Regional Pedro Sérgio Estevam Ribeiro x Joffre Valmório de Lacerda Filho LC - 141A Ntbr Elaboração do Mapa/Chefia do Projeto Ntbr Geól. Lorenzo Jorge Eduardo C. Justo 200 48’24” 540900 541200 541500 0 Supervisão Técnica 56 35’54” Geól. Cipriano Cavalcante de Oliveira

Base geográfica extraída da LOCALIZAÇÃO DA ÁREA SEGUNDO ampliação da carta PROGRAMA AVALIAÇÃO GEOLÓGICO-ECONÔMICA DE A ARTICULAÇÃO DA FOLHA Digitalização planialtimétrica 1:100.000, Luiz Carlos de Melo e Valdivino P. da Silva INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA NO BRASIL 0 elaborada pela Diretoria do 57 30’ 200 00’ Serviço Geográfico - Brasil, PIMA Edição 1973: SF.21-X-A-IV. Origem da Morro do Coronel Miranda quilometragem UTM: “equador Pantanal Juvêncio Geride-GO e meridiano 570 W GR”, FOSFATO DA SERRA DA BODOQUENA (MS) SF.21-X-B-III SF.21-X-A-I SF.21-X-A-II acrescidas das constantes 10.000km e 500km CPRM - SUPERINTENDÊNCIA Vila Campão REGIONAL DE GOIÂNIA respectivamente. ESBOÇO GEOLÓGICO DA ÁREA B Datum Horizontal: Córrego SF.21-Y-B-VI SF.21-X-A-V Telefone: (062) 281-1522 Alegre, Minas Gerais. SF.21-X-A-IV Fax: (062) 281-1709 Declinação magnética da Folha ESCALA 1:5.000 em 1999, 120 54’W. Cresce 10’ E-Mail: [email protected] . Rio a nua lme nte 50 O 100 250m Perdido Jardim Base geológica elaborada com SF.21-V-D-III dados de campo. SF.21-X-C-I SF.21-X-C-II 1999 210 30’ MINISTÉRIO DE GOVERNO 560 00’ MINAS E ENERGIA FEDRAL E

anexo 2 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

SECRETÁRIA DE MINAS E METALURGIA

CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE GOIÂNIA

560 37’07” LEGENDA GEOLÓGICA 541500 541800 542100 542400

200 49’45” X X NEOPROTEROZÓICO

X Nt cc X Grupo Corumbá x Nb X 2 LC -160

Fazenda Ressaca X

Formação Tamengo X 7696500 7696500

X LC - 159 Ntar

X x X X X argilito X X LC - 158X X X x X X X

X X X X Nt X cc X calcários calcíticos X X X X X

Nb2 X X X

X X

X X

X Formação Bocaina X X

X Nt ar X Sede da

X X Fazenda Ressaca Nb2p rocha fosfática (fosforito)

7696200 X 7696200 X

x LC - 157 Nb X 2ce Nb2

X calcários dolomíticos

X dolomitos estromatolíticos LC - 163 Nb2 x

Nt X cc X Nb2ce LC - 140A calcários contendo

x LC - 140 x X estromatólitos ( )

X T3 e oncólitos ( ) Nb2p x

LC - 155 LC - 153 X

x X

Nt X ELEMENTOS ESTRUTURAIS LC - 169

7695900

7695900 X X acamadamento com mergulho medido LC -154 35 x x

LC-147 contato definido X X

X contato aproximado LC-138

X x X LC - 146 falha de empurrão aproximada x 35 LC -154 x T4 falha transcorrente sinistral aproximada X x X LC -151 Fazenda Pitangueira X X X x x x LC -139 LC - 168 LC - 163 afloramento descrito LC -152 x Nb 2 Nb2p LC-150 Nb2ce LC -149

x X 7695600 7695600 LC -164B CONVENÇÕES PROSPECTIVAS Nb2 Nt ar

X Nt cc LC - 167 trincheira LC -164A x T3 x

LC -164 poço de pesquisa X Fazenda Ressaca área com alta potencialidade para fosfato (confirmada) Nb x

2 LC - 163A X

área com alta potencialidade

para fosfato (inferida) X 7695300 X 7695300 X CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

X X Nb2p X X X cerca interna X CL - 165 X cerca (limite de fazenda)

x X X X X X estrada de fazenda

X X Nt

X córrego

X X X açude Nb X 2 X

X X caixa d’água X X

X X X sede de fazenda

7695000 X 7695000 X Nt cc

X Programa concebido e executado pela Companhia Fazenda Pitangueira de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM

X Fazenda Seita Coré Concepção Programática e Supervisão

Geól. Mário Farina X Coordenação Nacional

X José Luiz Gonçalves Arantes

Nb 2 X Nb2 Coordenação Regional

Nb2p Pedro Sérgio Estevam Ribeiro X 7694700 7694700 Joffre Valmório de Lacerda Filho x LC - 166 Elaboração do Mapa/Chefia do Projeto X Geól. Lorenzo Jorge Eduardo C. Justo

200 50’53” Supervisão Técnica 541500 541800 542100 542400 Geól. Cipriano Cavalcante de Oliveira 560 35’26”

PROGRAMA AVALIAÇÃO GEOLÓGICO-ECONÔMICA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA SEGUNDO Digitalização Base geográfica extraída da A ARTICULAÇÃO DA FOLHA Luiz Carlos de Melo e Valdivino P. da Silva ampliação da carta planialtimétrica INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA NO BRASIL 1:100.000, elaborada pela Diretoria 570 30’ PIMA 0 Edição do Serviço Geográfico - Brasil, 1973: 20 00’ SF.21-X-A-IV. Origem da Morro do Coronel Geride-GO quilometragem UTM: “equador e Pantanal Juvêncio Miranda 0 meridiano 57 W GR”, acrescidas das FOSFATO DA SERRA DA BODOQUENA (MS) SF.21-X-B-III SF.21-X-A-I SF.21-X-A-II constantes 10.000km e 500km CPRM - SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE GOIÂNIA respectivamente. Vila Campão Datum Horizontal: Córrego Alegre, ESBOÇO GEOLÓGICO DA ÁREA A Telefone: (062) 281-1522 Minas Gerais. SF.21-Y-B-VI SF.21-X-A-V Fax: (062) 281-1709 Declinação magnética da Folha em SF.21-X-A-IV 1999, 120 54’W. Cresce 10’ E-Mail: [email protected] anualmente . ESCALA 1:5.000 Base geológica elaborada com Rio Perdido Jardim dados de campo. 50 O 100 250m SF.21-V-D-III SF.21-X-C-I SF.21-X-C-II MINISTÉRIO DE GOVERNO 210 30’ MINAS E ENERGIA FEDRAL E 1999 560 00’ anexo 3