Saneamento Básico

Plano Municipal de Saneamento

Básico de Morro da Garça

Produto 3 – Prognósticos e Alternativas para Universalização dos Serviços

Julho/2014

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

CONSULTORIA CONTRATADA

Consórcio Gesois e Brasil Ambiental

EQUIPE TÉCNICA José Luiz de Azevedo Campello Engenheiro Civil / Coordenador Ania Maria Nunes Gloria Psicóloga Caroline Salomão Engenheira Ambiental Cynthia Franco Andrade Engenheira Ambiental Débora Oliveira Geógrafa Jaqueline Serafim do Nascimento Geógrafa Especialista em Geoprocessamento Janaína Silva Ferreira Secretária Executiva Romeu Sant’Anna Filho Arquiteto e Sanitarista Vania Kizner Dorfmamn Advogada

2 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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SUMÁRIO LISTA DE SIGLAS ...... 6

LISTA DE TABELAS ...... 9

LISTA DE FIGURAS ...... 11

1. INTRODUÇÃO ...... 13

2. CONTEXTUALIZAÇÃO ...... 15

2.1. BACIA E COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DAS VELHAS ...... 17

2.2. ASSOCIAÇÃO EXECUTIVA DE APOIO À GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS PEIXE VIVO ...... 22

3. OBJETIVOS DO PMSB ...... 24

4. OBJETIVOS DO PRODUTO 3 ...... 26

5. DIRETRIZES GERAIS ...... 27

6. METODOLOGIA ...... 29

7. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E EVOLUÇÃO POPULACIONAL ...... 32

8. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS ...... 38

9. ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 40

9.1. AVALIAÇÃO DAS DEMANDAS E ANÁLISE DOS CENÁRIOS ...... 40 9.1.1. Sede de Morro da Garça ...... 46 9.1.2. Comunidades rurais ...... 49

9.2. DEFINIÇÃO DO CENÁRIO ...... 51

9.3. IDENTIFICAÇÃO DAS CARÊNCIAS ...... 52 9.3.1. Carências identificadas pelas comunidades ...... 53 9.3.2. Carências identificadas pela equipe técnica ...... 56

9.4. OBJETIVOS E METAS ...... 57

9.5. PROGRAMAS, AÇÕES E PRAZOS ...... 61

9.6. PROPOSIÇÃO DE INDICADORES ...... 63

9.7. HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA ...... 65

9.8. ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO COM OUTROS SETORES E MUNICÍPIOS ...... 83

9.9. ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO ...... 85 3 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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9.10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 99

10. ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 102

10.1. AVALIAÇÃO DA DEMANDA E ANÁLISE DOS CENÁRIOS ...... 102 10.1.1. Sede de Morro da Garça ...... 104 10.1.2. Distritos e comunidades rurais ...... 108

10.2. DEFINIÇÃO DO CENÁRIO ...... 109

10.3. IDENTIFICAÇÃO DAS CARÊNCIAS ...... 110 10.3.1. Carências identificadas pelas comunidades ...... 111 10.3.2. Carências identificadas pela equipe técnica ...... 115

10.4. OBJETIVOS E METAS ...... 117

10.5. PROGRAMAS, AÇÕES E PRAZOS ...... 120

10.6. PROPOSIÇÃO DE INDICADORES ...... 122

10.7. HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA ...... 124

10.8. ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO COM OUTROS SETORES E MUNICÍPIOS ...... 140

10.9. ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO ...... 144

10.10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 164

11. LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 166

11.1. AVALIAÇÃO DE DEMANDA ...... 166

11.2. ANÁLISE DOS CENÁRIOS ...... 169 11.2.1. Resíduos Sólidos Urbanos ...... 169 11.2.2. Resíduos inertes e da construção civil ...... 172 11.2.3. Resíduos de Serviços de Saúde ...... 175

11.3. DEFINIÇÃO DO CENÁRIO ...... 178

11.4. IDENTIFICAÇÃO DAS CARÊNCIAS ...... 179 11.4.1. Carências identificadas pela comunidade ...... 180 11.4.2. Carências identificadas pela equipe técnica ...... 180

11.5. PREMISSAS PRECONIZADAS ...... 183

11.6. OBJETIVOS E METAS ...... 185

11.7. PROGRAMAS, AÇÕES E PRAZOS ...... 187

11.8. PROPOSIÇÃO DE INDICADORES ...... 188

11.9. HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA ...... 190

11.10. ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO ...... 204

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11.11. ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO COM OUTROS SETORES ...... 207

11.12. AÇÕES E PARCERIAS INTERMUNICIPAIS ...... 208

11.13. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 209

12. DRENAGEM URBANA E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS ...... 211

12.1. AVALIAÇÃO DE DEMANDA ...... 211

12.2. ANÁLISE DE CENÁRIO ...... 215

12.3. DEFINIÇÃO DO CENÁRIO ADOTADO ...... 218

12.4. IDENTIFICAÇÃO DAS CARÊNCIAS ...... 219 12.4.1. Carências identificadas pela comunidade ...... 220 12.4.2. Carências identificadas pela equipe técnica ...... 220

12.5. PREMISSAS PRECONIZADAS ...... 222

12.6. OBJETIVOS E METAS ...... 223

12.7. PROGRAMAS, AÇÕES E PRAZOS ...... 225

12.8. PROPOSIÇÃO DE INDICADORES ...... 227

12.9. HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA ...... 228

12.10. ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO ...... 242

12.11. ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO COM OUTROS SETORES ...... 249

12.12. AÇÕES E PARCERIAS INTERMUNICIPAIS ...... 251

12.13. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 252

13. COMPATIBILIZAÇÃO DO PMSB COM AS POLÍTICAS E OS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS ...... 253

14. ALTERNATIVAS INSTITUCIONAIS DE GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO ...... 257

15. ANÁLISE DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MUNICÍPIO ...... 265

16. DIVULGAÇÃO DO PMSB NO MUNICÍPIO ...... 267

17. DIRETRIZES PARA REVISÃO DO PMSB ...... 270

REFERÊNCIAS ...... 272

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LISTA DE SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas AGB Peixe Vivo - Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo ANA - Agência Nacional das Águas APP - Áreas de Preservação Permanente ARSAE - Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de CADUNICO - Cadastro Único CBH Velhas - Comitê da Bacia Hidrográfica do rio das Velhas CBHSF - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais CERH-MG - Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais CODEMA - Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente CODETEC - Companhia de Desenvolvimento Tecnológico CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente COPAM - Conselho Estadual de Política Ambiental COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais DN - Deliberação Normativa EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPI - Equipamentos de Proteção Individual ETE - Estação de Tratamento de Esgotos EUA - Estados Unidos da América FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente FUNASA - Fundação Nacional de Saúde FUNAI - Fundação Nacional do índio FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho

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IAPP - Índice de Atendimento aos Padrões de Potabilidade IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICSA - Índice de Cobertura dos Serviços de Abastecimento de água por localidade ICES - Índice de Coleta de Esgotos por tipo de Sistema IGAM - Instituto Mineiro de Gestão das Águas IPR - Índice de Perdas Reais MCIDADES - Ministério das Cidades MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MS - Ministério da Saúde NBR - Norma Brasileira NIS - Número de Identificação Social NURENE - Núcleo Regional Nordeste ONG - Organização não Governamental OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde PDRH - Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica PGIRS - Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos PGRSS - Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde PLANASA - Plano Nacional de Saneamento PLANSAB - Plano Nacional de Saneamento Básico PLE – Padrão de Lançamento de Efluentes PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos PNSR - Programa Nacional de Saneamento Rural PPA - Plano Plurianual PPP - Parceria Público Privada PRAD - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas PROSAB - Programa de Pesquisa de Saneamento Básico Manejo de Águas Pluviais Urbanas PSF - Programa Saúde da Família PUC RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

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RCC - Resíduos da Construção Civil RECESA - Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental RMBH - Região Metropolitana de RSD - Resíduos Sólidos Domésticos RSI - Resíduos Sólidos Inertes RSS - Resíduos de Serviços de Saúde RSU - Resíduos Sólidos Urbanos SAA - Sistema Abastecimento de Água SAC - Sistema Alagado Construído SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná SC - Santa Catarina SEMAD - Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SES - Sistema de Esgotamento Sanitário SF5 - São Francisco 5 SIG - Sistemas de Informações Geográficas SIM - Sistemas de Informação sobre Mortalidade SINDUSCON-CE - Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará SINDUSCON-MG - Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais TEvap - Tanque de Evapotranspiração UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte UPGRH - Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos USP - Universidade de São Paulo UTC - Unidade de Triagem e Compostagem UTE - Unidade de Tratamento de Esgoto UTE - Unidade Territorial Estratégica VIGIAGUA - Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano. VRP - Válvulas Redutoras de Pressão

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: POPULAÇÃO URBANA E RURAL ENTRE 1970 E 2010 ...... 33

TABELA 2: TAXAS MÉDIAS DE CRESCIMENTO POPULACIONAL ...... 34

TABELA 3: EVOLUÇÃO POPULACIONAL ...... 36

TABELA 4: EVOLUÇÃO POPULACIONAL CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 39

TABELA 5: CONSUMO PER CAPITA ...... 42

TABELA 6: FATORES QUE AFETAM O CONSUMO ...... 43

TABELA 7: EVOLUÇÃO POPULACIONAL E DEMANDA DE ÁGUA NA SEDE – CENÁRIO TENDENCIAL ...... 46

TABELA 8: EVOLUÇÃO POPULACIONAL E DEMANDA DE ÁGUA NA SEDE – CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 47

TABELA 9: CARÊNCIAS IDENTIFICADAS PELA COMUNIDADE – ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 54

TABELA 10: OBJETIVOS E METAS – ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 59

TABELA 11: PROGRAMAS, AÇÕES E PRAZOS – ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 62

TABELA 12: INDICADORES – ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 65

TABELA 13: HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS – ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 68

TABELA 14: DETALHAMENTO DAS METAS, PROGRAMAS, AÇÕES E INDICADORES DE CADA OBJETIVO –

ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 73

TABELA 15: CRITÉRIOS DE CARACTERIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS APROPRIADAS ...... 87

TABELA 16: SES DA SEDE DE MORRO DA GARÇA ...... 106

TABELA 17: DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ...... 112

TABELA 18: FAMÍLIAS INSCRITAS NO CADASTRO ÚNICO ...... 114

TABELA 19: CARÊNCIAS IDENTIFICADAS PELA COMUNIDADE - ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 115

TABELA 20: OBJETIVOS E METAS - ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 118

TABELA 21: PROGRAMAS, AÇÕES E PRAZOS - ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 121

TABELA 22: INDICADORES - ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 124

TABELA 23: HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS - ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 126

TABELA 24: DETALHAMENTO DAS METAS, PROGRAMAS, AÇÕES E INDICADORES DE CADA OBJETIVO –

ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 132

TABELA 25: CRITÉRIOS DE CARACTERIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS APROPRIADAS ...... 146

TABELA 26: EVOLUÇÃO POPULACIONAL – CENÁRIO TENDENCIAL ...... 167

TABELA 27: EVOLUÇÃO POPULACIONAL – CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 168

TABELA 28: PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RSU – CENÁRIO TENDENCIAL ...... 169

TABELA 29: PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RSU – CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 171

TABELA 30: SÍNTESE DA GERAÇÃO DE RCC EM CIDADES BRASILEIRAS ...... 172

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TABELA 31: PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RCC – CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 174

TABELA 32: PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RSS – CENÁRIO TENDENCIAL ...... 176

TABELA 33: PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RSS – CENÁRIO ALTERNATIVO...... 177

TABELA 34: CARÊNCIAS IDENTIFICADAS PELA COMUNIDADE – RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 180

TABELA 35: CARÊNCIAS IDENTIFICADAS PELA EQUIPE TÉCNICA – RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 182

TABELA 36: OBJETIVOS E METAS – RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 186

TABELA 37: PROGRAMAS, AÇÕES E PRAZOS – RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 187

TABELA 38: INDICADORES – RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 188

TABELA 39: HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS - RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 191

TABELA 40: DETALHAMENTO DAS METAS, PROGRAMAS, AÇÕES E INDICADORES DE CADA OBJETIVO –

RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 197

TABELA 41: TIPOS DE PAVIMENTAÇÃO DAS VIAS DA SEDE ...... 213

TABELA 42: EVOLUÇÃO POPULACIONAL – CENÁRIO TENDENCIAL ...... 214

TABELA 43: EVOLUÇÃO POPULACIONAL – CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 214

TABELA 44: EXTENSÃO DAS VIAS IMPERMEÁVEIS E PARCIALMENTE IMPERMEÁVEIS ...... 215

TABELA 45: CARÊNCIAS IDENTIFICADAS PELA COMUNIDADE – DRENAGEM PLUVIAL ...... 220

TABELA 46: OBJETIVOS E METAS – DRENAGEM PLUVIAL ...... 224

TABELA 47: PROGRAMAS, AÇÕES E PRAZOS – DRENAGEM PLUVIAL ...... 226

TABELA 48: INDICADORES – DRENAGEM PLUVIAL ...... 227

TABELA 49: HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS – DRENAGEM PLUVIAL ...... 229

TABELA 50: DETALHAMENTO DAS METAS, PROGRAMAS, AÇÕES E INDICADORES DE CADA OBJETIVO –

DRENAGEM PLUVIAL ...... 236

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA DO PRODUTO 3 ...... 31

FIGURA 2: POPULAÇÃO ENTRE OS ANOS 1970 E 2010 ...... 33

FIGURA 3: POPULAÇÃO URBANA ...... 34

FIGURA 4: POPULAÇÃO RURAL...... 34

FIGURA 5: TAXA POPULAÇÃO ABSOLUTA E ESTIMADA ENTRE 1970/2013 ...... 35

FIGURA 6: USO E OCUPAÇÃO EM 2003 ...... 37

FIGURA 7: USO E OCUPAÇÃO EM 2013 ...... 37

FIGURA 8: PERCENTUAL (%) DE DOMICÍLIOS, POR FORMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 44

FIGURA 9: PROJEÇÃO DE DEMANDA SAA - CENÁRIO TENDENCIAL - SEDE ...... 48

FIGURA 10: PROJEÇÃO DE DEMANDA SAA - CENÁRIO ALTERNATIVO – SEDE ...... 49

FIGURA 11: HIERARQUIZAÇÃO DE ÁREAS DE INTERVENÇÃO - ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 71

FIGURA 12: TENDÊNCIAS E MEDIDAS PARA CONSERVAÇÃO DA ÁGUA ...... 88

FIGURA 13: MODELO DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DE PERDAS EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ... 90

FIGURA 14: FLUXOGRAMA DE PERDAS FÍSICAS ...... 91

FIGURA 15: FLUXOGRAMA DE AÇÕES PERDAS APARENTES ...... 93

FIGURA 16: EQUIPAMENTO PARA COMBATE ÀS PERDAS...... 94

FIGURA 17: EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS ECONOMIZADORES DE ÁGUA: A) VASO SANITÁRIO SEGREGADOR DE

URINA; B) DUCHA TEMPORIZADORA; C) TORNEIRA COM AREJADOR ...... 96

FIGURA 18: ESQUEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA ...... 98

FIGURA 19: PROJEÇÃO DE DEMANDA SES DA SEDE – CENÁRIO TENDENCIAL ...... 107

FIGURA 20: PROJEÇÃO DE DEMANDA SES DA SEDE – CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 107

FIGURA 21: PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS DE INTERVENÇÃO – ESGOTAMENTO SANITÁRIO...... 130

FIGURA 22: ESQUEMA SIMPLIFICADO DE REUSO DE EFLUENTE ...... 153

FIGURA 23: CICLO DE NUTRIENTES COM TECNOLOGIA CONVENCIONAL (ESQ.) E ECOSSANEAMENTO (DIR.) .. 153

FIGURA 24: POTENCIAIS ATIVIDADES DE REUSO DE ESGOTOS TRATADOS ...... 154

FIGURA 25: FOSSA SÉPTICA ...... 156

FIGURA 26: TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO EM SISTEMAS ALAGADOS CONSTRUÍDOS CULTIVADOS COM

LÍRIO AMARELO ...... 158

FIGURA 27: LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO...... 159

FIGURA 28: ESQUEMA DE UM BIODIGESTOR ...... 160

FIGURA 29: BIODIGESTOR MONTADO: VISTA LATERAL E VISTA SUPERIOR...... 161

FIGURA 30: CONJUNTO FOSSA SÉPTICA – FILTRO ANAERÓBIO ...... 162

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FIGURA 31: ESQUEMA DE CONSTRUÇÃO DO TANQUE DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO – ...... 163

FIGURA 32: ESQUEMA DE CONSTRUÇÃO DO TANQUE DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO ...... 163

FIGURA 33: PROJEÇÃO POPULACIONAL E GERAÇÃO TOTAL DO CENÁRIO TENDENCIAL ...... 170

FIGURA 34: PROJEÇÃO POPULACIONAL X GERAÇÃO RSU DO CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 171

FIGURA 35: PROJEÇÃO POPULACIONAL X GERAÇÃO DE RCC DO CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 174

FIGURA 36: PROJEÇÃO POPULACIONAL X GERAÇÃO DE RSS DO CENÁRIO TENDENCIAL ...... 176

FIGURA 37: PROJEÇÃO POPULACIONAL X GERAÇÃO DE RSS DO CENÁRIO ALTERNATIVO ...... 178

FIGURA 38: HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA INTERVENÇÃO – RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 194

FIGURA 39: FLUXOGRAMA OPERACIONAL DA UTC ...... 205

FIGURA 40: MODELOS DE BIODIGESTORES ...... 206

FIGURA 41: ESQUEMA DE REAPROVEITAMENTO DO ÓLEO DE COZINHA ...... 207

FIGURA 42: SISTEMA VIÁRIO POR TIPO DE REVESTIMENTO ...... 212

FIGURA 43: IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO ...... 216

FIGURA 44: HIERARQUIZAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA INTERVENÇÃO, PONTOS CRÍTICOS DE DRENAGEM

E VOÇOROCAS (ZONA URBANA) – DRENAGEM PLUVIAL ...... 232

FIGURA 45: HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA INTERVENÇÃO, PONTOS CRÍTICOS VOÇOROCAS

(ZONA URBANA) – DRENAGEM PLUVIAL ...... 233

FIGURA 46: HIERARQUIZAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA INTERVENÇÃO ZONA RURAL – DRENAGEM

PLUVIAL ...... 234

FIGURA 47: EXEMPLOS DE TRINCHEIRA DE INFILTRAÇÃO ...... 243

FIGURA 48: VALA DE INFILTRAÇÃO ...... 243

FIGURA 49: PAVIMENTO POROSO PARQUE IBIRAPUERA ...... 244

FIGURA 50: ESQUEMA DE UM JARDIM DE CHUVA ...... 245

FIGURA 51: BACIA DE PERCOLAÇÃO ...... 245

FIGURA 52: BACIA DE DETENÇÃO – N.A. PERMANENTE – MUNICÍPIO DE ...... 246

FIGURA 53: ESQUEMA DE BIOVALETA ...... 246

FIGURA 54: ESTRUTURA TÍPICA DE UM POÇO DE INFILTRAÇÃO ...... 247

FIGURA 55: TELHADO RESERVATÓRIO / TELHADO VERDE ...... 248

FIGURA 56: EXEMPLO DE TELHADO VERDE ...... 248

FIGURA 57: ESQUEMA DE UM MICRORESERVATÓRIO ...... 249

FIGURA 58: ORGANOGRAMA GERAL DO MUNICÍPIO ...... 266

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1. INTRODUÇÃO

O planejamento é uma forma sistemática de determinar o estágio em que o processo se encontra, onde se deseja chegar e qual o melhor caminho para chegar lá. É um processo contínuo que envolve a coleta, organização e análise sistematizada de informações, por meio de procedimentos e métodos para chegar a decisões ou escolhas acerca das melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos disponíveis.

A Lei nº 11.445/2007 estabelece a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) como instrumento de planejamento para a prestação dos serviços públicos de saneamento básico. O PMSB é o instrumento indispensável da política pública de saneamento e obrigatório para a contratação ou concessão desses serviços, e deve abranger objetivos, metas, programas e ações para o alcance de melhorias nos serviços.

Dentre as etapas necessárias para a elaboração do PMSB, encontra-se o prognóstico, que de acordo com Finotti et al. (2009) visa mostrar como ficará a situação do meio em estudo nos próximos anos, sendo sua função demonstrar como o setor vai evoluir sem que nenhuma ação seja realizada. O prognóstico permite a construção do cenário futuro sem intervenção.

O prognóstico e alternativas para a universalização dos serviços de saneamento, conforme exposto por MCidades (2011), envolvem a formulação de estratégias para o atendimento das diretrizes para alcançar os objetivos e metas definidas para o PMSB, utilizando os dados do diagnóstico. Esta etapa deve articular e integrar a política, programas e projetos de saneamento básico com outras áreas afins como, por exemplo, saúde, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, educação, visando a eficácia, eficiência e efetividade das ações preconizadas. Ainda nesta etapa, devem ser estudadas opções de intervenção, bem como cenários alternativos, com vistas a suprir as carências das quatro grandes áreas do 13 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico saneamento básico tanto em meios urbanos, quanto rurais. A elaboração dos cenários deve considerar a demanda dos sistemas em termos quantitativos e qualitativos, estabelecendo projeções para as diferentes áreas.

As possibilidades de intervenção do PMSB devem considerar cenários alternativos, redução gradativa ou mitigação temporária dos déficits e deficiências na prestação dos serviços. Estes deverão ser compatíveis de forma qualitativa e quantitativa com as demandas de intervenção.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO

O Saneamento básico tem fundamentos e princípios estabelecidos na Constituição Federal brasileira, uma vez que está diretamente associado à cidadania e a dignidade da pessoa humana; a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais; o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado; e a saúde como direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos. Além disso, determina ser competência da União instituir as diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos.

O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) introduz também os fundamentos de garantia do direito a cidades sustentáveis, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana e aos serviços públicos, para as presentes e futuras gerações; e gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.

Nesse contexto, no que se refere à prestação de serviços públicos de interesse local, que possuam caráter essencial, é estabelecido que são atribuições do município: legislar sobre assuntos de interesse local; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local; e promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. Dessa forma, fica estabelecida a atribuição municipal na prestação dos serviços de saneamento básico (NURENE, 2008).

O histórico da organização para a prestação dos serviços de saneamento básico no território nacional demonstra que o saneamento sempre foi considerado um serviço urbano, oferecido pelo município a seus habitantes, porém em meados do século 15 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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XX, com a atuação mais incisiva do governo federal, essa situação veio a se alterar, ficando a prestação dos serviços realizada por instituições vinculadas ao governo federal, como o Serviço Especial de Saúde Pública, que em 1991 originou a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), e o Departamento Nacional de Obras de Saneamento (COSTA e RIBEIRO, 2013).

Por volta de 1960, com o objetivo de promover o desenvolvimento e combater as desigualdades regionais e sociais, alguns estados criaram organismos com o intuito de apoiar os municípios na promoção e viabilização do saneamento. Nesse contexto e com a instituição do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) em 1971, em alguns casos, as empresas estaduais trataram de alargar sua atuação nas grandes cidades, a fim de se tornarem as prestadoras dos serviços. Em Minas Gerais, a história não foi diferente, sendo a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), derivada de instituições que prestavam serviços na capital e outras regiões, a empresa estadual de saneamento básico (REZENDE e HELLER, 2008).

Aproximando à década atual, em 2007 é instituída Lei nº 11.445/2007 que insere fundamentos e princípios no contexto do saneamento básico, como a universalização do acesso com integralidade das ações, segurança, qualidade e regularidade na prestação dos serviços; a promoção da saúde pública, segurança da vida e do patrimônio e proteção do meio ambiente; a articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de proteção ambiental e outras de relevante interesse social; a adoção de tecnologias apropriadas às peculiaridades locais e regionais, adoção de soluções graduais e progressivas e integração com a gestão eficiente de recursos hídricos; a gestão com transparência baseada em sistemas de informações, processos decisórios institucionalizados e controle social; e a promoção da eficiência e sustentabilidade econômica, com consideração à capacidade de pagamento dos usuários.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

A Política Nacional de Saneamento Básico, Lei nº 11.445/2007, prevê que a prestação de serviços públicos de saneamento básico poderá ser realizada por órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa pública ou sociedade de economia mista estadual, do Distrito Federal, ou municipal, na forma da legislação, bem como por empresa a que se tenham concedido os serviços. Além disso, estabelece as diretrizes para a universalização dos serviços de saneamento básico, de forma a garantir o acesso aos serviços com qualidade e em quantidade suficiente às necessidades da população.

A Política parte do conceito de saneamento básico como sendo o conjunto dos serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: abastecimento de água; coleta e tratamento de esgotos; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem urbana e manejo de águas pluviais.

2.1. Bacia e Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas

Uma bacia hidrográfica pode ser definida como um conjunto de terras drenadas por um rio e seus tributários ou afluentes, formada nas regiões mais altas do relevo por divisores de água, onde as águas das chuvas, ou escoam superficialmente formando os riachos e rios, ou infiltram no solo para formação de nascentes e do lençol freático. As águas superficiais escoam para as partes mais baixas do terreno, formando córregos e rios, sendo que as cabeceiras são formadas por córregos que brotam em terrenos íngremes das serras e montanhas e à medida que descem, juntam-se a outros córregos, aumentando o volume e formando os primeiros rios, esses pequenos rios continuam seus trajetos recebendo água de outros tributários, formando rios maiores até desembocarem no oceano (BARRELLA, 2001). As sub- bacias são áreas de drenagem dos tributários do curso d’água principal. Cada bacia hidrográfica interliga-se com outra de ordem hierárquica superior, constituindo, em relação à última, uma sub-bacia.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

Localizada na região central do estado de Minas Gerais, a Bacia do Rio das Velhas integra 51 municípios e cerca de 4,8 milhões de habitantes, sendo que aproximadamente 97% desta população residem em áreas urbanas (PDRH Rio das Velhas, em elaboração).

O Rio das Velhas é considerado o maior afluente do Rio São Francisco com 800km de extensão, ocupando uma área de drenagem de 29.173km². O Rio das Velhas deságua em Barra do Guaicuí, Distrito de Várzea da Palma, em uma altitude de 478m. Sua nascente principal localiza-se na cachoeira das Andorinhas, município de , em uma altitude de aproximadamente 1.500m (PDRH Rio das Velhas, em elaboração).

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), com o objetivo de orientar as ações relacionadas à aplicação da Política Estadual de Recursos Hídricos, identificou e definiu Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos no Estado (UPGRH), por meio da Deliberação Normativa CERH-MG nº 06/2002. A Bacia do Rio das Velhas corresponde à UPGRH SF5 (São Francisco 5) e foi subdividida em três trechos: Alto, Médio e Baixo Velhas, estando o município de Morro da Garça inserido no Baixo curso (IGAM, 2013).

Esta região da Bacia possui características diferenciadas em relação ao uso e ocupação do solo se comparada à região do Alto, e apresenta menor concentração populacional. A região do Alto, que abrange a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e consequentemente, grande quantidade de atividades industriais e intenso processo de urbanização, pode ser considerada a área que mais contribui com a degradação das águas na bacia.

Com a constatação da degradação da bacia, em 1998, o Decreto Estadual nº 39.692 institui o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Velhas). No Decreto 39.692, art. 1º, além de instituir o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, destaca-se as finalidades do mesmo: Promover, no âmbito da gestão de recursos

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico hídricos, a viabilização técnica e econômico-financeira de programa de investimento e consolidação da política de estruturação urbana e regional, visando ao desenvolvimento sustentado da Bacia. (IGAM, 2010)

O CBH rio das Velhas é composto por 28 membros titulares e 28 membros suplentes, sendo sua estruturação paritária entre Poder Público Estadual, Poder Público Municipal, Usuários de recursos hídricos e Sociedade Civil Organizada. (IGAM, 2010).

O art. 2º do mesmo Decreto estabelece as seguintes atribuições ao CBH rio das Velhas:

I- propor plano e programa para a utilização dos recursos hídricos;

II - decidir, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados com o uso dos recursos hídricos;

III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos;

IV - promover o debate das questões relacionadas com recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes;

V - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da Bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;

VI - propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos os valores referentes a acumulação, derivação, captação e lançamento de pouca expressão, para o efeito de isenção de obrigatoriedade de outorga de direito de uso de recursos hídricos no âmbito da Bacia;

VII - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso dos recursos hídricos da Bacia e sugerir os valores a serem cobrados;

VIII - estabelecer o rateio de custos das obras de uso múltiplo dos recursos hídricos de interesse comum ou coletivo;

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

IX - propor a criação de comitê de sub-bacia hidrográfica a partir de proposta de usuários e de entidades da sociedade civil.

Em seus dez anos de existência o CBH rio das Velhas teve como principais realizações:

• Enquadramento dos cursos dos corpos de água do rio das Velhas, regulamentado pela DN COPAM nº 020/97;

• Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das Velhas, 1999;

• Atualização do Plano Diretor, aprovado pela DN CBH Velhas nº 03, de 10 de dezembro de 2004;

• Meta 2010 - navegar, nadar e pescar no rio das Velhas, aprovada pela DN CBH Velhas nº 04, de 10 de dezembro de 2004;

• Criação da Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo/AGB Peixe Vivo, em 15 de setembro de 2006. (IGAM, 2010)

Neste contexto, a elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia do Rio das Velhas foi também um importante passo para o delineamento da Meta 2010. O documento contém um diagnóstico sobre as condições da bacia e um conjunto de propostas para sua gestão e recuperação. Elaborado sob a coordenação do Igam e com a participação de profissionais de diversos órgãos estaduais (Feam, IEF, Copasa, Cemig), IBRAM, ABAS e do Projeto Manuelzão, o Plano Diretor do Rio das Velhas foi aprovado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH - Velhas) em dezembro de 2004. (SEMAD, 2011)

Em 2007, a Meta 2010 passou a ser um dos Projetos Estruturadores do Governo de Minas. Com a adesão do Governo do Estado, o Projeto passou a ter uma dimensão mais abrangente, unindo esforços e recursos públicos e privados para comprovar a todos os agentes envolvidos sua viabilidade técnica, relevância social e

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico racionalidade estratégica, além de convocar a sociedade para um objetivo com prazos e metas definidos. (SEMAD, 2011)

O principal objetivo do Projeto Estruturador Revitalização do Rio das Velhas - Meta 2010 é elevar a qualidade das águas, passando a enquadrá-las na “Classe II”, a mesma adotada para as águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, às atividades de lazer (natação, esqui aquático e mergulho), irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e para a criação de peixes (aqüicultura). (SEMAD, 2011)

Em 2010, para continuidade das ações de revitalização propostas pela Meta 2010, lançou-se a Meta 2014, prevendo ações como a coleta, interceptação e tratamento dos esgotos das sub-bacias dos ribeirões Arrudas, Onça, da Mata, Água Suja, Caeté/Sabará e Jequitibá; a revitalização dos ribeirões Pampulha, Onça e Arrudas, na RMBH, e margens da calha em todo o curso do Rio das Velhas; o reenquadramento do Rio das Velhas como Classe II, na RMBH, sobretudo pela implementação de tratamento terciário com desinfecção, possibilitando a balneabilidade; e a adequação dos planos diretores municipais à lógica ambiental da gestão por bacias hidrográficas.

Também inserido nesse contexto, mas de maneira mais específica ao município de Morro da Garça, foi aprovado e instituído na reunião ordinária do CBH Velhas, em 30/03/2011, o Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Rio Bicudo, que tem por finalidade definir e empreender as ações pertinentes para solucionar ou minimizar problemas existentes em seu território de planejamento.

No mesmo ano da criação do Subcomitê, em 13 de setembro de 2011, o CBH Rio das Velhas aprovou a Deliberação nº 06, que estabelece procedimentos e critérios para apresentação de demandas de planos e projetos de saneamento básico pelas Prefeituras e/ou Autarquias Municipais da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas com vistas à seleção daqueles que poderão ser financiados com recursos da cobrança

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico pelo uso da água. Nesse contexto, foi contratado o presente trabalho para o município de Morro da Garça.

2.2. Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo

As agências de bacia são entidades dotadas de personalidade jurídica própria, descentralizada e sem fins lucrativos, são indicadas pelos CBH e podem ser qualificadas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais, para o exercício de suas atribuições legais. A implantação das Agências de Bacia foi instituída pela Lei Federal nº 9.433/1997. As Agências têm por competência prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao respectivo CBH.

A Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo (AGB Peixe Vivo) é uma associação civil, pessoa jurídica de direito privado, criada em 2006 para exercer as funções de Agência de Bacia para o CBH Velhas. Desde 2007, a AGB Peixe Vivo tem suas funções equiparadas à Agência de Bacia Hidrográfica, por solicitação do CBH Velhas.

De acordo com a AGB Peixe Vivo (2014), a associação está legalmente habilitada a exercer as funções de Entidade Equiparada às ações de Agência de Bacia para 07 (sete) Comitês Estaduais mineiros, sendo: CBH Velhas (SF5), CBH Alto São Francisco (SF1), CBH Entorno da Represa de Três Marias (SF4), CBH Pará (SF2), CBH Jequitaí Pacuí (SF6), CBH Paracatu (SF7) e CBH (SF8). Além dos Comitês Estaduais mineiros, a AGB Peixe Vivo foi selecionada para ser a Entidade Delegatária das funções de Agência de Águas do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).

Atendendo ao disposto na Deliberação CBH Rio das Velhas nº 06/2011 e a partir da decisão do CBH Velhas, a AGB Peixe Vivo deu encaminhamento ao trabalho de levantamento das informações que subsidiaram a contratação dos serviços para elaboração dos PMSB dos municípios de Corinto e Morro da Garça, objeto do 22 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico contrato firmado entre a Agência e o Consórcio Gesois-Brasil Ambiental, financiado com recursos advindos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas.

Dentro desse processo de submissão de demandas o município de Corinto e Morro da Garça, ambos inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas e Sub-bacia do Rio Bicudo, foram contemplados pelos recursos disponibilizados, sendo a elaboração dos PMSB desses municípios objetos do Ato convocatório nª 007/2013, do qual se firmou o presente contrato de prestações de serviços entre o Consórcio Gesois–Brasil Ambiental e AGB Peixe Vivo.

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3. OBJETIVOS DO PMSB

O objetivo geral do PMSB é estabelecer o planejamento das ações com participação popular e atender aos princípios da Política Nacional de Saneamento Básico, em consonância com a Lei nº 11.445/2007, com vistas à melhoria da salubridade ambiental, proteção dos recursos hídricos e promoção da saúde pública do município. Abrangendo dessa forma, a formulação de linhas de ações estruturais e operacionais referentes ao saneamento, especificamente no que se refere ao abastecimento de água em quantidade e qualidade; esgotamento sanitário; a coleta, tratamento e disposição final adequada dos resíduos e da limpeza urbana; bem como a drenagem das águas pluviais.

Em termos específicos, diversos são os objetivos que nortearão a adequada elaboração do PMSB para o município, quais sejam:

• Realizar diagnóstico dos sistemas e avaliação da prestação dos serviços (abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos); buscando-se determinar a oferta dos mesmos, apontando as deficiências encontradas e suas consequências na condição de vida da população, utilizando os indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos; • Verificar junto aos órgãos pertinentes, a situação legal da prestação de serviços se por concessão, direta etc., incluindo os contratos existentes e arcabouço legal; • Compatibilizar e integrar as ações do PMSB frente às demais políticas, planos, e disciplinamentos do município relacionados ao gerenciamento do espaço urbano do espaço urbano; • Definir metas para a universalização do acesso aos serviços de saneamento básico com qualidade, integralidade, segurança, sustentabilidade (ambiental, social e econômica), regularidade e continuidade; 24 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

• Definir dos parâmetros e quantificação das demandas futuras; • Avaliar da capacidade instalada dos serviços e comparação com a demanda futura; • Desenvolver ações, programas e obras necessárias e quantificação dos investimentos; • Avaliar os custos operacionais dos serviços e os respectivos benefícios; • Prever estratégicas, mecanismos e procedimentos para avaliação das metas e ações; • Desenvolver Plano de Ações para Emergências e Contingências, bem como mecanismos e procedimentos capazes de conduzir a uma avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas – monitoramento; • Definir um marco regulatório dos serviços, com diretrizes de planejamento, regulação e fiscalização; • Implementar rotina operacional baseada na coleta, armazenamento e disponibilização de informações geoespaciais, dentro das Diretrizes do Sistema de Informações Municipais (SIM) e de seu banco de dados (GEODATABASE) inseridos nos Sistemas de Informações Geográficas (SIG); • Sugerir aos agentes municipais responsáveis a adoção de mecanismos adequados ao planejamento, implantação, monitoramento, operação, recuperação, manutenção preventiva, melhoria e atualização dos sistemas integrantes dos serviços públicos de saneamento básico, tornando-se instrumento de gestão pública, enquanto subsídio ao processo decisório; • Desenvolver ações de capacitação, mobilização e comunicação junto às comunidades envolvidas.

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4. OBJETIVOS DO PRODUTO 3

Depois de explicitados os objetivos do PMSB é importante definir os objetivos do presente trabalho, o Prognósticos e Alternativas para Universalização dos Serviços - Produto 3 do PMSB de Morro da Garça. São eles:

• Construir cenários alternativos de demandas por serviços que permitam orientar o processo de planejamento do saneamento básico. • Analisar as disponibilidades e demandas futuras de serviços públicos de saneamento básico no município, identificando as alternativas de intervenção, considerando a redução gradativa ou a mitigação transitória dos déficits e as deficiências na prestação dos serviços, de forma a se estabelecerem os cenários alternativos. • Selecionar o conjunto de alternativas que promoverá a compatibilização mais eficaz entre demandas e disponibilidade de serviços. Tal conjunto se caracterizará como o cenário normativo objeto do PMSB. • Examinar as alternativas institucionais para o exercício das atividades de planejamento, prestação de serviços, regulação, fiscalização e controle social, considerando as possibilidades de cooperação regional para suprir deficiências e ganhar em economia de escala. • Definir de forma coerente com o diagnóstico e a partir de discussões com os diversos segmentos da sociedade, os objetivos e metas do PMSB. • Formular estratégicas para alcançar os objetivos e metas definidas para o PMSB, baseando-se nos estudos das carências atuais e demandas futuras relacionadas aos serviços de saneamento básico. • Propor indicadores de monitoramento dos objetivos e metas do PMSB, compatíveis com a realidade local.

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5. DIRETRIZES GERAIS

O PMSB de Morro da Garça adotou como diretrizes gerais para a elaboração: a Lei Federal nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico; as legislações referentes à gestão e regulação dos serviços de saneamento como um todo; leis, decretos, resoluções e deliberações concernentes aos recursos hídricos, à habitação, à saúde e ao planejamento urbano; e as diretrizes a seguir apresentadas, presentes no Termo de Referência do Ato Convocatório nº 007/2013, referente à contratação do PMSB do município de Morro da Garça.

• Contribuir para o desenvolvimento sustentável do ambiente urbano. • Assegurar a efetiva participação da população nos processos de elaboração, implantação, avaliação e manutenção do PMSB. • Assegurar que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo poder público se dê segundo critérios de promoção de salubridade ambiental, da maximização da relação benefício-custo e de maior retorno social interno. • Estabelecer mecanismos de regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico. • Utilizar indicadores dos serviços de saneamento básico no planejamento, implementação e avaliação da eficácia das ações em saneamento. • Promover a organização, o planejamento e o desenvolvimento do setor de saneamento, com ênfase na capacitação gerencial e na formação de recursos humanos, considerando as especificidades locais e as demandas da população. • Promover o aperfeiçoamento institucional e tecnológico do município, visando assegurar a adoção de mecanismos adequados ao planejamento, implantação, monitoramento, operação, recuperação, manutenção preventiva, melhoria e atualização dos sistemas integrantes dos serviços públicos de saneamento básico.

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• Ser instrumento fundamental para a implementação da Política Municipal de Saneamento Básico. • Fazer parte do desenvolvimento urbano e ambiental da cidade. • Ser desenvolvido para um horizonte temporal da ordem de vinte anos e ser revisado e atualizado a cada quatro anos. • Ser assegurada a participação e controle social na formulação e avaliação. • Ser assegurada a disponibilidade dos serviços públicos de saneamento básico para toda a população do município (urbana e rural). • Ter um processo de elaboração democrático e participativo, de forma a incorporar as necessidades da sociedade e atingir a função social dos serviços prestados, que lhe cabe por natureza. • Ter ampla divulgação das propostas do Plano e dos estudos que o fundamentam, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas.

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6. METODOLOGIA

O desenvolvimento dos Prognósticos e Alternativas para Universalização dos Serviços de Morro da Garça ocorreu em consonância com o Termo de Referência do Ato Convocatório 007/2013 da AGB Peixe Vivo.

Após o Diagnóstico, é na fase de prospecção e de planejamento estratégico onde serão efetivamente elaboradas as estratégias de atuação para melhoria das condições dos serviços saneamento.

A metodologia adotada neste trabalho é a da projeção de cenários alternativos de crescimento populacional, bem como a projeção de demandas dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana e manejo de águas pluviais, buscando analisar as demandas pelos serviços e as carências identificadas no Diagnóstico, no cenário escolhido, definindo objetivos e metas a serem alcançados pelo PMSB, os quais possibilitaram a indicação de proposições visando à universalização dos serviços em questão.

Os estudos de cenários têm sido crescentemente utilizados na área de planejamento estratégico, tanto de grandes empresas quanto de governos, por oferecer um referencial de futuros alternativos em face dos quais decisões serão tomadas. À medida que aumentam as incertezas em quase todas as áreas de conhecimento, cresce também a necessidade de análise e reflexão sobre as perspectivas futuras da realidade em que se vive e diante da qual se planeja.

As técnicas de cenários vêm conquistando rapidamente o cotidiano dos planejadores e dos decisores do mundo contemporâneo, apesar da percepção de que o futuro é algo incerto e indeterminado. Embora não possam eliminar incertezas nem definir categoricamente a trajetória futura da realidade estudada, as

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico metodologias de construção de cenários contribuem para delimitar os espaços possíveis de evolução da realidade. Neste processo deverão ser consideradas as informações técnicas e participativas consolidadas na etapa de diagnóstico como referência de cenário atual e como direcionadoras dos avanços necessários para a prospectiva de cenário futuro (REZENDE e HELLER, 2008).

A metodologia escolhida para a construção dos cenários para o PMSB de Morro da Garça toma como base o estudo realizado por Buarque (2003), e trabalhará com dois cenários, Tendencial e Alternativo, para cada serviço de saneamento.

Com base nos cenários populacionais futuros criados para o município, para os 20 anos de horizonte de projeto, pode-se estabelecer as demandas futuras por serviços e identificar as alternativas de intervenção.

O conjunto de alternativas que promoverá a compatibilização entre demandas e disponibilidade de serviços foi definido como o cenário normativo do PMSB e, em seguida, foram determinados os objetivos e metas, bem como as estratégicas para alcançá-los. A definição destes foi realizada levando em consideração procedimentos e mecanismos para a compatibilização com as Políticas e os Planos Nacional e Estadual de Recursos Hídricos.

Para isso, foram hierarquizadas as áreas prioritárias de intervenção, com a utilização da análise espacial de Kernel, que no contexto das geotecnologias esse termo faz referência a um método estatístico de estimação de curvas de densidades. Neste método cada uma das observações é ponderada pela distância em relação a um valor central, o núcleo. Dito de forma simples, o mapa de Kernel é uma alternativa para análise geográfica do comportamento de padrões. No mapa é plotado, por meio de métodos de interpolação, a intensidade pontual de determinado fenômeno em toda a região de estudo. Assim, temos uma visão geral da intensidade do processo em todas as regiões do mapa. A partir da aplicação da densidade de kernel presente 30 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico na extensão Spatial Analyst do software ArcGis 9.3, foram criados quatro mapas de áreas prioritárias, um para cada eixo do saneamento, a saber: abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem pluvial.

Além da priorização das áreas, foram propostos indicadores de monitoramento dos objetivos e metas do PMSB, compatíveis com a realidade local e estudas alternativas de intervenção e institucionais. A Figura 1 apresenta o fluxograma das etapas do Produto 3.

Evolução Demandas e Carências e populacional cenários soluções

•Avaliação do uso •Avaliação das •Identificação das e ocupação do demandas no carências. solo. cenário •Definição de tendencial e objetivos, metas e •Projeções alternativo. ações. tendenciais e •Proposição de alternativas. •Definição do inidicadores cenário. •Priorização de áreas. •Estudo de alternativas.

Figura 1: Fluxograma da metodologia do Produto 3 Fonte: Gesois, 2014.

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7. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E EVOLUÇÃO POPULACIONAL

A análise de uso e ocupação do solo no município de Morro da Garça adentra ao contexto do prognóstico como ferramenta para definição dos cenários de demanda dos serviços de saneamento. Tal análise foi pautada nos levantamentos de campo, nos documentos de gestão e planejamento territorial, incluindo o Plano Diretor Municipal, Plano de Habitação e reconhecimento da dinâmica demográfica de ocupação do solo, através de imagens de satélite Google Earh e dados das séries históricas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O município de Morro da Garça localiza-se na porção centro-norte de Minas Gerais, no centro geodésico do estado, à uma distância aproximada de 200 km de Belo Horizonte.O acesso ao mesmo se dá, desde a capital, inicialmente pela rodovia BR- 040 (Rio-Brasília) até o entroncamento de São José da Lagoa, depois de , quando se toma a BR-135 passando por . A cerca de 20 km desta cidade, por estrada estadual à esquerda com 15 km de extensão, faz-se a ligação até Morro da Garça. As rodovias BR 496 (ligando Corinto a ) e MG 220 (permitindo o acesso a Três Marias e Brasília), também permitem o acesso ao Município. O território municipal encontra-se inserido entre o Baixo e Médio Curso do Rio das Velhas dentro da Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH) SF5, Bacia do Rio das Velhas, na Unidade Territorial Estratégica (UTE) 19, Rio Picão, confrontando com a UTE 22, Rio Bicudo.

De acordo com o IBGE (2010), a população residente do município de Morro da Garça é de 2.660 habitantes, sendo que destes, 1.522 (57,0%) residem em área urbana e os demais 1.138 (43,0%), em área rural (Figura 2). O Município possui área total de 414.772 km² e densidade demográfica de 6,41 hab/km².

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4000 3.442 3500 3.054 2.960 3000 2.603 2.491 2.660 2500

2000 1.834 1.908 1.337 1500 1.522 1.138 1000 1.146 1.623 951 769 500

0 1970 1980 1991 2000 2010

Urbana Rural Total

Figura 2: População entre os anos 1970 e 2010 Fonte: IBGE, 2010

Observa-se, em relação às informações apresentadas na Figura, que o número de habitantes do Município, encontra-se em redução, principalmente entre os anos de 1970 1980, onde se registra uma queda 24,3% no contingente populacional.

Apesar da redução populacional do Município, acompanhando uma tendência nacional de urbanização, a população urbana de Morro da Garça, apresentou um crescimento considerável em detrimento da população rural, passando de 28% do contingente populacional em 1970 para 38% em 1991, chegando a 57% em 2010, conforme definições da Tabela 1 e Figura 3 e 4.

Tabela 1: População Urbana e Rural entre 1970 e 2010 Período Urbana % Urbana Rural % Rural Total 1970 951 28% 2.491 72% 3.442 1980 769 30% 1.834 70% 2.603 1991 1.146 38% 1.908 62% 3.054 2000 1.623 55% 1.337 45% 2.960 2010 1.522 57% 1.138 43% 2.660 Fonte: IBGE, 2010.

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60% 60% 58% 57% 58% 56% 55% 56% 54% 54% 52% 52% 50% 50% 48% 48% 45% 46% 46% 44% 44% 43% 42% 42% 40% 40% 2000 2010 2000 2010

Figura 3: População urbana Figura 4: População rural Fonte: IBGE, 2010 Fonte: IBGE, 2010

A partir da análise das séries estatísticas censitárias foi realizado um cálculo das taxas médias de crescimento ou decrescimento decenal da população rural, urbana e total, apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2: Taxas médias de crescimento populacional

População 1970-1980 1980-1991 1991-2000 2000-2010 2010-2011 2011-2012 2012-2013 MÉDIA

Total -24,38% 17,33% -3,08% -10,14% -0,86% -0,83% 2,07% -2,84% Urbana -19,14% 49,02% 41,62% -6,22% 16,32% Rural -26,37% 4,03% -29,93% -14,88% -16,79% Fonte: IBGE, 2010. Adaptado: Gesois, 2014.

Observa-se que a maior taxa de crescimento populacional do Município foi registrada entre 1980 e 1991 (17,33%). A partir daí nas duas décadas seguintes registram-se taxas decrescentes (-3,08% e -10,14%, respectivamente). No tocante da população rural registram-se taxas predominantemente decrescentes, sendo o maior índice registrado entre 1991 e 2000 (-29,93%). Já população urbana registrou constante incremento frente à população da área rural, com exceção do período 34 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico entre 200 e 2010, no qual registrou-se um índice de decrescimento populacional de - 6,22%. O maior índice de crescimento populacional registrado foi entre 1980 e 1991 (49,02%). Já a Figura 5 apresenta a curva de evolução populacional censitária e estimada entre 1970 e 2013. Nota o incremento da taxa de crescimento populacional a partir de 2013.

20,00% 17,33%

15,00%

10,00%

5,00% 2,07% ‐3,08% 0,00% ‐0,86% ‐0,83% 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 ‐5,00%

‐10,00% ‐10,14% ‐15,00%

‐20,00% ‐24,38% ‐25,00%

‐30,00%

Figura 5: Taxa População Absoluta e Estimada entre 1970/2013 Fonte: IBGE, 2013

Diante da inconstância das taxas de crescimento e decrescimento populacional apresentado pelo estudo (IBGE) descrito anteriormente, optou-se por utilizar a estimativa de crescimento populacional adotada pelo Projeto de Melhoria e Ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário Municipal, aprovado pela FUNASA e em processo de Licitação no Município. Tal projeto adota o índice de crescimento médio populacional de 1,15%. Este índice foi adotado no âmbito do PMSB, como a tendência atual.

A Tabela 3 a seguir mostra a evolução populacional na área urbana de Morro da Garça, em um horizonte de 20 anos.

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Tabela 3: Evolução Populacional ANO POPULAÇÃO (hab) 2014 21975 2015 22173 2016 22372 2017 22574 2018 22777 2019 22982 2020 23189 2021 23397 2022 23608 2023 23820 2024 24035 2025 24251 2026 24469 2027 24690 2028 24912 2029 25136 2030 25362 2031 25590 2032 25821 2033 26053 2034 26288 Fonte: Gesois, 2014

Uma análise comparativa entre imagens Google Earth 2003 / 2013, apresentadas nas Figuras 6 e 7, permite evidenciar que o perímetro de adensamento urbano da Sede Municipal no referido período, não sofreu alterações significativas. Observa-se apenas à formação de alguns núcleos e construção de diversas edificações, conforme apontado na Figura. Tal análise afirma à tendência apontada pelos cenários de estimativas históricas dos Censos IBGE, descritas anteriormente.

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Figura 6: Uso e ocupação em 2003 Figura 7: Uso e ocupação em 2013 Fonte: Google, 2003. Fonte: Google, 2013.

A partir das análises apresentadas anteriormente, buscou-se no presente documento identificar uma metodologia para estimar as projeções das demandas para o setor de abastecimento de água, esgotos, resíduos sólidos e drenagem pluvial, que contemplasse a realidade dos sistemas de saneamento já existentes, assim como as necessidades prementes da população. Tal metodologia e resultados são apresentados na sequência.

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8. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS

A partir da análise do uso e ocupação do solo e da evolução populacional, buscou- se estimar as projeções das demandas para os setores do saneamento, que contemplasse a realidade dos sistemas já existentes, assim como as necessidades prementes da população. Tal previsão pauta-se no desenho de cenários e ponderação das variáveis que interferem na prestação desses serviços, dessa forma pode-se estabelecer as demandas e cenários futuros no que diz respeito aos serviços de abastecimento público de água, esgotamento sanitário, limpeza pública e manejo de resíduos sólidos, manejo de águas pluviais e drenagem urbana, para o município de Morro da Garça.

Para tal, buscou-se construir dois cenários, o tendencial e o alternativo, sendo que o cenário tendencial adota a taxa de crescimento de 1,15% e a evolução já apresentada.

O Cenário Alternativo incorpora à estimativa do projeto da nova ETE, particularidades territoriais evidenciadas ao longo do Diagnóstico, e dessa forma, dobra-se à estimativa do Cenário Tendencial chegando-se à taxa de 2,30% a.a..

O Cenário Alternativo difere do Cenário Tendencial, anteriormente exposto, por apresentar uma margem de segurança dentro dos parâmetros evolutivos populacionais. Tal cenário pautou-se na inconstância das taxas de crescimento ou decrescimento populacionais registradas no município, muito em função das oscilações do mercado econômico e consequente oportunidade de trabalho da população. Assim considerou-se a possibilidade de um novo incremento populacional a partir de uma potencial possibilidade de mudança do cenário econômico municipal, que poderia de alguma forma interferir no aumento populacional. Atualmente não há quaisquer indicações nesse sentido, mas vale a pena manter uma margem de segurança, frente à disponibilidade de prestação de 38 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico serviços de saneamento de qualidade e em quantidade suficientes às demandas populacionais assegurados pela Lei nº 11.445/2007.

Resta acrescentar no processo de construção dos cenários que também considerou- se os estudos municipais das vazões de água, com o objetivo de realizar uma análise de projeção da demanda de vazões para os sistemas de abastecimento de água,buscando apontar uma perspectiva do crescimento da demanda de consumo de água para o município.

A Tabela 4 apresenta as estimativas de projeção populacional entre os anos 2014 e 2034, relativas ao índice adotado no Cenário Alternativo.

Tabela 4: Evolução Populacional Cenário Alternativo ANO POPULAÇÃO hab. 2014 1592 2015 1629 2016 1666 2017 1704 2018 1744 2019 1784 2020 1825 2021 1867 2022 1910 2023 1954 2024 1998 2025 2044 2026 2091 2027 2140 2028 2189 2029 2239 2030 2291 2031 2343 2032 2397 2033 2452 2034 2509 Fonte: Gesois, 2014

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9. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O objetivo geral deste capítulo é prever a demanda anual de água para a área de planejamento, ao longo dos 20 anos após o início da ocupação da área e estabelecer uma curva de demanda de água ao longo desse tempo, estratificadas entre áreas urbanas (sede e distritos) e área rural. Em seguida, definido o cenário de atuação e identificadas as carências, são definidos os objetivos, metas, ações e áreas prioritárias.

9.1. Avaliação das demandas e análise dos cenários

Em Morro da Garça, a COPASA detém a concessão do serviço de água em contrato estabelecido com a Prefeitura Municipal. A operação se dá através de um Sub Distrito localizado em Morro da Garça, sendo o mesmo subordinado ao Distrito de Curvelo. A concessão teve seu início em 01/01/1995, sendo que o início da operação data de 01/07/1996, tendo como vencimento o dia 01/10/2025. Nas localidades da área rural os sistemas de água são operados pela Prefeitura de Morro da Garça e/ou a própria comunidade, através de associações.

O presente trabalho, além de considerar os cenários das projeções populacionais tendencial e alternativo, como base para elaboração dos valores correspondentes às estimativas de demanda por serviços de abastecimento de água, tendo em vista o pleno atendimento da população do município, considerou também os estudos municipais das vazões de água, com o objetivo de realizar uma análise de projeção da demanda de vazões para os sistemas de abastecimento de água, buscando apontar uma perspectiva do crescimento da demanda de consumo de água para o município.

Para a elaboração de um projeto/análise de um sistema de abastecimento de água, além da projeção populacional, é necessário o conhecimento das vazões de

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico dimensionamento das diversas partes constitutivas do sistema, pois tal conhecimento estabelece a estrutura de análise comparativa entre as capacidades atual e futura de produção de água tratada dos sistemas e o crescimento populacional.

Para a determinação dessas vazões, é necessário conhecer a demanda de água na cidade, que se dá em função do:

a) Número de habitantes a serem atendidos; b) Quantidade de água consumida.

Para conhecer a projeção de demanda de água é necessário efetuar o cálculo da vazão média, através da seguinte equação:

Q med = P * C 86.400

Onde: • Qmed = vazão média (L/s); • P = população atendida. • C= Consumo médio per capita (L/hab/dia) a) Consumo médio per capita

O volume de água/dia consumido por cada habitante é representado pela variável Consumo Médio per capita. Numa cidade com sistema de abastecimento de água em funcionamento regular, o valor do consumo médio per capita é obtido dividindo- se o volume total de água distribuída durante um ano, por 365, e pelo número de habitantes beneficiados. É expresso geralmente em litros por habitante por dia (l/hab./dia). O volume de água consumido refere-se ao volume micromedido pelos hidrômetros instalados nas residências.

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Consumo médio per capita (L/hab.d) = Volume de água consumido (L/d) População Atendida (hab)

De acordo com os dados da COPASA (2014) o quadro de atendimento populacional no município pode ser assim descrito:

• População Atendida: 1.522 hab. • Número de Ligações Totais: 671 unidades, onde: • Percentual de Hidrometração: 100%

Uma base de cálculos já efetuados para um grande número de cidades, permite conhecer, com razoável aproximação o seu valor e aplicá-lo quando se pretende elaborar um projeto ou um estudo técnico. No presente documento optou-se por utilizar o estudo de Bosco (2009), no qual o perfil do consumo médio per capita obedece, no geral, a seguinte composição:

• Para fins domésticos...... 42,5% • Para fins industriais e comerciais...... 25,0% • Para fins públicos...... 12,5% • Perdas e desperdícios...... 20,0%

Usualmente são considerados os consumos médios per capita apresentados na Tabela 5, de acordo com a população a ser abastecida.

Tabela 5: Consumo per capita HABITANTES CONSUMO MÉDIO (l/hab./dia) Até 50.000 150 De 50.000 a 500.000 200 De 500.000 a 3.000.000 250 De 3.000.000 a 10.000.000 300 Acima de 10.000.000 350 Fonte: Bosco, 2009

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O consumo per capita diário atual é da ordem de 96,32 l/hab./dia, COPASA, 2014. Neste prognóstico, este índice de consumo per capita adotado será, em decorrência do possível aumento de renda da população, de 150 l/hab./dia, na sede municipal.

A Tabela 6 apresenta os principais fatores que podem afetar o consumo de água em um município, conforme Bosco (2009).

Tabela 6: Fatores que afetam o consumo FATORES CONSIDERAÇÕES Clima Quanto mais quente maior é o consumo de água Hábitos e nível de vida da Os hábitos da população refletem na utilização direta ou indireta da água. população Quanto maior o nível econômico e o poder aquisitivo, maior o consumo. As cidades industriais e mistas apresentam maior consumo em relação Natureza da cidade às cidades tipicamente residenciais. A experiência tem demonstrado que quanto maior a cidade, maior o número de estabelecimentos comerciais, industriais e de repartições Tamanho da cidade públicas, jardins e equipamentos públicos, implicando aumento nesses dois tipos de consumo. Uma maior extensão de redes de distribuição acarreta em maior volume de perdas. Existência ou não de Quando o consumo é estimado em lugar nãohidrometrado, a população medição não se sente motivada a economizar água nem evitar desperdícios. Quando na rede reina pressões elevadas, uma abertura mínima de Pressão na rede torneiras e válvulas ocasiona uma grande saída de água, elevando o consumo. Fonte: Bosco, 2009 b) Variações de consumo e os Coeficientes de segurança K1 e K2

A água que é distribuída para uma cidade não tem vazão constante, mesmo quando considerada invariável a população consumidora, sendo que as condições climáticas e os hábitos da população exercem significativa influência sobre esse índice.

O consumo não é uniforme em todos os dias do ano, uma vez que ocorre sempre um dia de maior ou menor consumo.

A relação entre o dia de maior consumo diário no ano e o consumo médio diário no ano fornece o coeficiente do dia de maior consumo K1, cujo valor varia de 1,2 a 2,0, dependendo das condições locais. O coeficiente K1 é utilizado na composição da vazão de dimensionamento das unidades do sistema, que antecedem o reservatório.

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Na ausência dedados que permitam a determinação confiável do coeficiente K1, utiliza-se o valor usual descrito na literatura, portanto no presente relatório adotou-se o coeficiente do dia de maior consumo K1 = 1,2.

Durante o dia ocorrem sensíveis variações no consumo de água. As horas de maior demanda situam-se nos períodos em que a população está habituada a fazer refeições, em virtude do uso mais acentuado de água na cozinha, antes e depois das mesmas. O consumo mínimo verifica-se no período noturno, geralmente nas fases iniciais da madrugada.

O coeficiente K2 é utilizado quando se pretende dimensionar a rede de distribuição e seu valor varia de 1,5 a 3,0 (BOSCO, 2009). Assim como no K1, no presente relatório adotou-se o coeficiente da hora de maior consumo K2 = 1,5, valor usual descrito na literatura. c) Índice de atendimento

O IBGE (2010) estima em 90%, o índice de atendimento pelo serviço de distribuição geral de abastecimento de água na sede municipal, conforme apresentado na Figura 8.

100% 86% 80%

60% Rede geral de distribuição

40% Poço ou nascente na propriedade Outra 20% 6% 8% 0% Morro da Garça

Figura 8: Percentual (%) de domicílios, por forma de abastecimento de água Fonte: IBGE, 2010

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Já o índice de atendimento médio obtido junto à concessionária local (COPASA, 2014), é, atualmente, de 96,47% do contingente populacional. Este índice de atendimento deverá ser de 100%, em 2017. d) Capacidade do sistema existente

A captação é realizada por meio de dois poços subterrâneos, sendo o principal, com vazão de 8,6 l/s, localizado nas proximidades da Rua Cesária Ferreira e o reserva, com 11,0 l/s, próximo à sede do Distrito da COPASA. A água chega do poço principal, seguindo até o tanque de contato existente na sede da COPASA, onde recebe os produtos químicos, cloro e flúor. Em seguida, por meio de bombeamento (dois conjuntos moto-bomba) segue para a rede de distribuição, com diâmetro de 75 mm, em PVC, que faz o abastecimento direto para as residências.

A capacidade atual de produção do sistema de abastecimento de água da sede de Morro da Garça é de 19,6 l/s (COPASA, 2014). e) Índice de perdas

Os índices de perdas são definidos como os volumes não contabilizados, incluindo os volumes não utilizados e os volumes não faturados. Tais volumes podem se estratificar em perdas reais e aparentes, onde as perdas reais ocorrem através de vazamentos e extravasamentos no sistema, durante as etapas de captação, adução, tratamento, reservação e distribuição, assim como durante procedimentos operacionais, tais como lavagem de filtros e descargas na rede. Já as perdas aparentes ocorrem através de ligações clandestinas (não cadastradas) mais os volumes não contabilizados devido a hidrômetros parados ou com submedição, fraudes de hidrômetros, erros de leituras e similares.

No caso da sede municipal, dados da concessionária apontam um índice de perdas, atual, da ordem de 30,83%.

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9.1.1. Sede de Morro da Garça

A análise a seguir é pautada nos dados apresentados no presente documento, os quais orientarão os resultados em um horizonte de 20 anos, a partir da elaboração do PMSB, ou seja, até o ano de 2034. Além disso, tal análise ainda fundamenta-se, dentro de uma perspectiva geométrica de evolução populacional da ordem de 1,15% ao ano, (FUNASA, 2014). Os cálculos abrangeram as seguintes variáveis:

• População atendida (hab). • Consumo per capita diário: 150 l/hab./dia • Perda diária: atual, 30,83% • Vazão de distribuição diária (m³): vazão média x k1 x k2. • Vazão de captação diária (m³): 19,6 l/s ou 1.693,44 m³/dia. • Vazão de captação - Vazão de distribuição (m³)

Observam-se os resultados do cenário tendencial através da Tabela 7 e do cenário alternativo na Tabela 8.

Tabela 7: Evolução populacional e demanda de água na sede – Cenário Tendencial Vazão INDICE DE POPULAÇÃO Perda Vazão média Vazão de VAZÃO DE POPULAÇÃO média ANO ATENDIMENTO ATENDIDA diária + Perda Distribuição CAPTAÇÃO hab. diária % hab. m³ (diária) m³ diária m³ diária m³ m³ 2014 1592 96,47 1536 230,37 69,88 300,25 540,45 1693,44 2015 1610 96,47 1553 233,02 70,68 303,70 546,66 1693,44 2016 1629 96,47 1571 235,70 71,49 307,19 552,95 1693,44 2017 1648 96,47 1589 238,41 72,32 310,73 559,31 1693,44 2018 1667 96,47 1608 241,15 73,15 314,30 565,74 1693,44 2019 1686 96,47 1626 243,92 73,99 317,91 572,25 1693,44 2020 1705 96,47 1645 246,73 74,84 321,57 578,83 1693,44 2021 1725 96,47 1664 249,57 75,70 325,27 585,48 1693,44 2022 1744 96,47 1683 252,44 76,57 329,01 592,22 1693,44 2023 1765 96,47 1702 255,34 77,45 332,79 599,03 1693,44 2024 1785 96,47 1722 258,28 78,34 336,62 605,92 1693,44 2025 1805 100,00 1805 270,81 82,14 352,95 635,31 1693,44 2026 1826 100,00 1826 273,92 83,09 357,01 642,62 1693,44 46 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Vazão INDICE DE POPULAÇÃO Perda Vazão média Vazão de VAZÃO DE POPULAÇÃO média ANO ATENDIMENTO ATENDIDA diária + Perda Distribuição CAPTAÇÃO hab. diária % hab. m³ (diária) m³ diária m³ diária m³ m³ 2027 1847 100,00 1847 277,07 84,04 361,11 650,01 1693,44 2028 1868 100,00 1868 280,26 85,01 365,27 657,48 1693,44 2029 1890 100,00 1890 283,48 85,99 369,47 665,04 1693,44 2030 1912 100,00 1912 286,74 86,98 373,72 672,69 1693,44 2031 1934 100,00 1934 290,04 87,98 378,01 680,43 1693,44 2032 1956 100,00 1956 293,37 88,99 382,36 688,25 1693,44 2033 1978 100,00 1978 296,75 90,01 386,76 696,17 1693,44 2034 2001 100,00 2001 300,16 91,05 391,21 704,17 1693,44 Fonte: Gesois, 2014

Tabela 8: Evolução populacional e demanda de água na sede – Cenário Alternativo Vazão INDICE DE POPULAÇÃO Perda Vazão média Vazão de VAZÃO DE POPULAÇÃO média ANO ATENDIMENTO ATENDIDA diária + Perda Distribuição CAPTAÇÃO hab. diária % hab. m³ (diária) m³ diária m³ diária m³ m³ 2014 1592 96,32 1533 230,01 69,77 299,78 539,61 1693,44 2015 1629 96,32 1569 235,30 71,37 306,68 552,02 1693,44 2016 1666 96,32 1605 240,71 73,02 313,73 564,71 1693,44 2017 1704 96,32 1642 246,25 74,70 320,95 577,70 1693,44 2018 1744 96,32 1679 251,91 76,41 328,33 590,99 1693,44 2019 1784 96,32 1718 257,71 78,17 335,88 604,58 1693,44 2020 1825 96,32 1758 263,64 79,97 343,60 618,49 1693,44 2021 1867 96,32 1798 269,70 81,81 351,51 632,71 1693,44 2022 1910 96,32 1839 275,90 83,69 359,59 647,27 1693,44 2023 1954 96,32 1882 282,25 85,61 367,86 662,15 1693,44 2024 1998 100,00 1998 299,77 90,93 390,70 703,26 1693,44 2025 2044 100,00 2044 306,67 93,02 399,69 719,44 1693,44 2026 2091 100,00 2091 313,72 95,16 408,88 735,98 1693,44 2027 2140 100,00 2140 320,94 97,35 418,28 752,91 1693,44 2028 2189 100,00 2189 328,32 99,59 427,91 770,23 1693,44 2029 2239 100,00 2239 335,87 101,88 437,75 787,94 1693,44 2030 2291 100,00 2291 343,59 104,22 447,82 806,07 1693,44 2031 2343 100,00 2343 351,50 106,62 458,11 824,61 1693,44 2032 2397 100,00 2397 359,58 109,07 468,65 843,57 1693,44 2033 2452 100,00 2452 367,85 111,58 479,43 862,98 1693,44 2034 2509 100,00 2509 376,31 114,15 490,46 882,82 1693,44 Fonte: Gesois, 2014

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Analisando-se as tabelas, ou seja, a primeira, na qual mantém o Cenário Tendencial, com crescimento populacional de 1,15%, e a segunda, Cenário Alternativo, quando, então, o crescimento populacional é o dobro, 2,30%, em ambos, o sistema de abastecimento atualmente operado pela COPASA atende, com folga, a demanda calculada. As Figuras 9 e 10 apresentam a relação entre capacidade de operação instalada do sistema e a demanda da população no horizonte de 20 anos. Observa-se que o sistema opera de modo muito satisfatório, tanto no cenário tendencial, quanto no cenário alternativo, uma vez que a demanda diária chega ao percentual de 41,5% da capacidade de captação diária instalada no cenário tendencial, e 52,1% no cenário alternativo, ao longo da projeção estimada.

1800 1800 1600 1600 1400 1400 m3 1200 1200 em 1000 1000

Diária 800 800

600 600

Vazão 400 400 200 200 0 0 ANO 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033

VAZÃO DE CAPTAÇÃO diária m³ Vazão de Distribuição diária m³

Figura 9: Projeção de demanda SAA - Cenário Tendencial - Sede Fonte: Gesois, 2014

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1800 1800 1600 1600 1400 1400 m3 1200 1200 em 1000 1000 800 800 Diária

600 600

Vazão 400 400 200 200 0 0 ANO 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033

VAZÃO DE CAPTAÇÃO diária m³ Vazão de Distribuição diária m³

Figura 10: Projeção de demanda SAA - Cenário Alternativo – Sede Fonte: Gesois, 2014

As estimativas em tabelas e gráficos, apresentadas anteriormente, confirmam o já apresentado no Diagnóstico, ou seja, não há eminência de problemas relativos à demanda do SAA na sede do município, a curto, médio ou longo prazo (20 anos).

Tal conclusão, mesmo antes dos cálculos apresentados neste documento, já haviam sido alcançadas em reuniões da equipe técnica do PMSB, junto à Prefeitura Municipal, dirigentes e técnicos da COPASA local, técnicos da EMATER, órgão que colabora na elaboração de projetos de água para as comunidades rurais, bem como pela própria comunidade, através das Conferências e Audiências públicas. Além de ser subsidiada pelos levantamentos e percepções in loco, bem como da análise de documentos pertinentes ao SAA, disponibilizados para a equipe do PMSB.

9.1.2. Comunidades rurais

Conforme disposto no diagnóstico, os sistemas de água nas localidades rurais são administrados, na maioria dos casos, pelas associações comunitárias, ou em menor número, pela própria Prefeitura. O diagnóstico relaciona as principais comunidades rurais e a situação de cada uma delas. 49 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Os principais aspectos levantados no diagnóstico com relação ao abastecimento de água das comunidades rurais são:

• Falta de água em diversas comunidades; • Manutenção deficiente; • Falta de energia elétrica; • Falta da presença da Prefeitura; • Dificuldade no rateio das despesas com energia elétrica e da própria manutenção; • Falta de projetos; • Diminuição da vazão dos poços; • Falta de tratamento da água.

Como explicitado no diagnóstico, já há falta de água para grande parte das comunidades rurais, sendo que o êxodo do campo em direção às cidades é uma realidade. Fazendo-se uma correlação entre os problemas e necessidades de sanção dos mesmos, frente à comunidade rural, de forma prospectiva, a curto prazo, visto que são demandas com maior urgência de resolução, propõe-se nesse documento principalmente a abertura de diálogo entre a Prefeitura Municipal e Associações gerenciadoras dos serviços de Abastecimento de Água.

A criação de uma parceria, através de um termo de compromisso, que delegasse competências a ambas as partes, visando à universalização do acesso aos serviços de abastecimento de água, com qualidade e em quantidade suficiente frente à demanda da comunidade, seria uma forma consolidar tal parceria. Além disso, a adoção de uma política de gerenciamento, por parte da Prefeitura e Associações, que incluísse a participação da comunidade no processo decisório, bem como programas de sensibilização que abrangessem iniciativas de uso racional dos recursos hídricos com ações de manejo, conservação e utilização de tecnologias sustentáveis, e ainda o fomento à busca por recursos governamentais que 50 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico contribuam para a universalização dos serviços, são prospecções necessárias ao cenário atual da área rural do Município.

Face ao exposto, no que tange a prospecção do sistema de abastecimento de água na zona rural não foram definidos cenários, mesmo porque não há estimativas de crescimento populacional que validassem a utilização da metodologia. No entanto, nos itens seguintes são propostos Objetivos, Metas, Programas e Ações, que buscam contribuir em um horizonte de curto a longo prazo, para universalização do acesso aos serviços de abastecimento de água, atendendo principalmente aos apontamentos descritos anteriormente.

9.2. Definição do cenário

No item anterior foram apresentados os dois cenários, Tendencial e Alternativo, com índices variando de 1,15 a 2,30%, bem como as respectivas demandas por abastecimento de água, transportando a projeção populacional estimada anteriormente para a efetiva demanda por abastecimento de água, considerada, propondo as seguintes realidades:

9 Cenário Tendencial, que apresenta uma evolução constante, considerando a mesma curva da evolução populacional apresentada até a presente data, mantendo a operação atual dos sistemas de abastecimento por captação profunda, observa-se que o mesmo opera de modo satisfatório, uma vez que a demanda diária chega ao percentual de 41,58% da capacidade de captação diária instalada; 9 Cenário Alternativo, que apresenta uma evolução maior em relação ao primeiro, considerando, em hipótese, algum fator externo ou mudança abrupta no local, mantendo a operação atual dos sistemas de abastecimento por captação profunda, observa-se que o mesmo opera de modo satisfatório, uma

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vez que a demanda diária chega ao percentual de 52,13% da capacidade de captação diária instalada.

Para as etapas seguintes deste Plano serão adotados os valores de demanda correspondentes ao cenário tendencial. Tal escolha pauta-se na maior fidelidade à realidade atual do Município de Morro da Garça, uma vez que não foi constatado durante a fase de levantamentos in loco, nenhum movimento, seja na área industrial, comercial, imobiliária, turismo, agropecuária, etc., que possa alterar de maneira consistente a atual evolução populacional. Desta forma, o cenário adotado por este relatório será o Tendencial.

O Cenário Tendencial oferece uma melhor prospecção da evolução e ocupação do território municipal, permitindo assim, delinear objetivos, metas, ações e programas mais adequados a realidade atual. No entanto, destaca-se a necessidade de revisões periódicas do PMSB, com vistas à adequação do planejamento às realidades momentâneas do município. Além disso, tais revisões são legalmente previstas na Política Nacional de Saneamento Básico, a qual determina que os PMSB deverão ser avaliados anualmente e revisados a cada quatro anos, como forma de manter sua eficiência e eficácia.

9.3. Identificação das carências

Nas oficinas de capacitação, conferências e audiências públicas realizadas, procurou-se ouvir a comunidade com relação ao sistema de abastecimento de água no Município de Morro da Garça.

A participação nestes eventos da comunidade e dos representantes do Poder Público, em especial do próprio Prefeito Municipal, foi de grande importância para conhecer melhor a região, procurando ouvir dos moradores quais são suas

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico expectativas com relação ao PMSB, procurando identificar as principais carências e eventuais soluções para a sua correção.

Tendo em vista a perspectiva de acréscimo da população, evidenciada pelo estudo de projeção populacional para Morro da Garça, em um horizonte de planejamento de 20 anos, surge a necessidade de analisar alternativas que busquem aumentar e melhorar a disponibilidade e qualidade dos serviços públicos de saneamento básico do município.

As dificuldades encontradas para a prestação de serviços relativos ao saneamento básico são fatores limitantes na garantia de melhor qualidade de vida e saúde da população atendida, bem como no compromisso de prever o desenvolvimento sustentável de um município.

Em Morro da Garça, as principais carências foram levantadas e discutidas no Produto 2 - Diagnóstico. A análise deste diagnóstico possibilitou um maior conhecimento das carências, necessidades e disponibilidades de serviços de abastecimento de água, apresentadas pela população local e detectadas pela equipe técnica. A partir destas percepções serão traçadas as alternativas para universalização do atendimento adequado dos serviços de abastecimento de água no horizonte de planejamento deste Plano.

9.3.1. Carências identificadas pelas comunidades Embora os eventos realizados, oficinas de capacitação, conferências e audiências públicas, contassem com um número expressivo de pessoas da comunidade, com relação ao abastecimento de água potável, as queixas foram relativamente poucas, concentrando-se mais nas localidades rurais. Este baixo número de reclamações com relação ao abastecimento de água na área urbana do Morro da Garça confirma o bom conceito que a comunidade tem com relação aos serviços prestados pela COPASA. 53 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Esta parte do relatório aborde somente o sistema de abastecimento de água, porém é importante ressaltar que em todas as reuniões públicas, nos contatos com o Poder Público, nos levantamentos realizados in loco, o que mais preocupa a comunidade é a desativação da ETE do Morro da Garça, com o consequente lançamento dos efluentes in natura no Córrego do Morro. Este item será mais discutido nos aspectos de esgotamento sanitário.

Apesar de não diretamente ligado ao saneamento básico, a interrupção frequente do sistema de energia elétrica da CEMIG, com a consequente interrupção no sistema de captação e distribuição de água potável, tem sido motivo de queixas tanto do Poder Público como por parte da comunidade.

Procurou-se sintetizar na Tabela 9 a seguir, as principais carências levantadas pela comunidade na área urbana.

Tabela 9: Carências identificadas pela comunidade – Abastecimento de água

Nº DEMANDA SOLUÇÃO

1 Turbidez elevada da água distribuída. Cobrar mais da COPASA. 2 Quantidade excessiva de cloro na água distribuída. Solução o tratamento mais adequado Desperdício de água da COPASA devido aos Melhor manutenção por parte da 3 vazamentos nas redes de distribuição. COPASA. Ampliação da rede de distribuição de 4 Moradores ainda não são atendidos pela COPASA. água. Rede de distribuição muito antiga com canos de Substituição por tubos de PVC. ferro. Inundações na área de captação da COPASA (mais Implementação de um sistema de 5 ligado à drenagem pluvial afetando a captação.) armazenamento da água de chuva. “Ponte da Rua”, local que servia como atrativo 6 turístico e de lazer da população e que ficou Revitalização do local. abandonado devido a poluição das águas. Fonte: Gesois, 2014

No que refere-se à prestação dos serviços de abastecimento de água potável, as maiores queixas são com relação ao atendimento às comunidades rurais, nas quais a responsabilidade de operação dos sistemas são da Prefeitura e/ou das

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Associações Comunitárias. Nas comunidades rurais podemos relacionar os principais problemas levantados: • Ausência do Poder Público: a Prefeitura Municipal, embora atenta e sempre pronta para resolver as carências das comunidades, tem grande dificuldades em atendê-las convenientemente as demandas surgidas em função de deficiências na sua estrutura organizacional, seja com relação ao pessoal, equipamentos e materiais de manutenção, bem como uma falta constante de recursos financeiros. • Falta de energia elétrica em diversos locais; • Falta de projetos: embora a EMATER venha elaborando pequenos projetos para as comunidades rurais, sendo que estes projetos são passados para a Prefeitura, há carência de uma estruturação nesta área; • Locais sem sistemas de abastecimento: em decorrência da falta de projetos, de energia elétrica e ações comunitárias; • Manutenção deficiente: a Prefeitura Municipal e as Associações Comunitárias têm grandes dificuldades em promover uma manutenção adequada, sendo que, às vezes, estas estão sendo realizadas pela própria comunidade; • Problemas com pagamento das despesas com energia elétrica (CEMIG): em alguns locais a Prefeitura arca com estas despesas, em outras, é feito um rateio entre os consumidores, o que, às vezes, não se dá de uma maneira harmoniosa; • Diminuição da vazão dos poços e dos cursos de água: é um problema sério na bacia do Rio das Velhas, em particular na bacia do Rio Bicudo. As causas desta diminuição podem estar associadas: ao desmatamento intenso, acarretando uma redução quase total da mata de topo e mata ciliar; falta de proteção das nascentes; uso intensivo das áreas lindouras aos cursos d’água, seja para plantio de eucaliptos ou outras espécies, pastagens, etc., acarretando carreamento de solos para as águas,desmoronamentos nas margens e assoreamento dos leito; má qualidade da água fornecida, por falta de qualquer tipo de tratamento. 55 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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9.3.2. Carências identificadas pela equipe técnica

No diagnóstico da situação do abastecimento de água no Município de Morro da Garça, fica claro que nos locais atendidos pela COPASA, o nível de atendimento é satisfatório, tanto na percepção da comunidade como nas análises da equipe técnica.

As maiores discussões se concentraram nas questões de abastecimento de água nas localidades rurais, onde as ações são realizadas pela Prefeitura e/ou Associações Comunitárias.

A equipe técnica visitou todas as comunidades rurais, dialogando com as lideranças das associações comunitárias, verificando a situação do sistema de abastecimento, poços, reservatórios e redes de distribuição. Foram também verificadas as condições do fornecimento de energia elétrica, bem como o rateio destas despesas.

A seguir são apresentadas as principais percepções da equipe técnica PMSB, quanto ao serviço de abastecimento de água no Município de Morro Garça:

• 96,47% da população total urbana da sede de Morro da Garça é atendida por rede de distribuição de água sob-responsabilidade da COPASA;

• As perdas físicas observadas para a sede de Morro da Garça possuem valor elevado, acima de 30% indicando a existência de vazamentos e ligações clandestinas não computadas devendo ser objeto de fiscalizações e reparos constantes;

• 57,2% da população total na área rural é atendida por redes de distribuição de água sob-responsabilidade das Associações Locais;

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• O restante da população urbana e rural depende de fontes alternativas, sem nenhum tratamento tornado baixa ou desconhecida a qualidade de suas águas;

• Para a sede do Município, o monitoramento da qualidade da água é conforme os parâmetros e frequências estabelecidos na portaria nº 291/2011;

• Não foram obtidas informações sobre outorga para captação de água nos sistemas da Sede e das localidades rurais;

• A ausência de hidrômetros nas localidades área rural estimula o desperdício de água e impossibilita gastos para manutenção e operação adequada dos sistemas devido a impossibilidade de geração de receitas;

• A intermitência é mais acentuada nas localidades da área rural devido principalmente aos picos de energia e em épocas de secas já que seus sistemas são precários e não preveem estas situações;

• Muitas das localidades sofrem ainda com intermitências geradas por falta de pressão suficiente na rede nos picos horários de consumo e nas residências situadas nas pontas de redes (término das redes).

9.4. Objetivos e metas

O PMSB tem como objetivo principal promover a universalização e qualidade dos serviços que abrangem o saneamento básico, instrumentalizando o município com um planejamento integrado dos quatro eixos do saneamento, considerando as especificidades locais, com metas bem definidas a curto, médio e longo prazos.

Este Plano deve estar nivelado à Política Nacional de Meio Ambiente e demais legislações pertinentes, no âmbito federal e estadual, bem como o Plano Diretor Municipal.

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Dentro deste contexto, enfatiza-se o relevante papel de todas as esferas da sociedade, como parte fundamental no processo de universalização dos serviços de abastecimento de água no âmbito municipal.

Além disso, vale ressaltar o importante papel da sensibilização, conscientização e envolvimento dos três setores da sociedade, poder público, iniciativa privada e sociedade civil. Tal aliança é indispensável para promover à utilização dos recursos hídricos, com responsabilidade social e ambiental, sem comprometer a qualidade das águas e dos ambientes a elas associadas, mantendo uma política de sustentabilidade, que garanta o acesso aos recursos naturais para as presentes e futuras gerações.

Como a COPASA possui a concessão dos serviços de água na sede de Morro da Garça, e este é considerado satisfatórios, são considerados objetivos:

1. Ampliar e adequar os sistemas de abastecimento de água, com vistas ao atendimento das demandas futuras na sede municipal; 2. Reformar as redes de abastecimento de água, priorizando a adoção de uma política de controle de perdas e desperdício na Sede Municipal; 3. Reduzir os riscos de contaminação dos mananciais para abastecimento, através da ampliação da rede de monitoramento da qualidade das águas superficiais (como futuras fontes alternativas de abastecimento) e subterrâneas (em operação na Sede Municipal). 4. Controlar e monitorar a qualidade da água subterrânea e superficial utilizada em soluções coletivas ou próprias; 5. Ampliar e adequar os sistemas de abastecimento de água nas comunidades rurais, com vistas ao atendimento satisfatório das demandas da população local.

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A Tabela 10 apresenta estes objetivos com suas respectivas metas, de forma mais detalhada, definidas para o PMSB nos períodos de curto, médio e longo prazos. Admitindo-se soluções graduais e progressivas de forma a atingir a universalização e qualidade dos serviços prestados, bem como a sustentabilidade dos recursos naturais.

Tabela 10: Objetivos e metas – Abastecimento de água METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo Ampliar e adequar os - Alcançar 100% de sistemas de - Manter 100 % de atendimento - Manter 100 % de atendimento atendimento da população abastecimento de água, da população urbana; da população urbana; urbana da sede; 01 com vistas ao - Manter 100% da rede do SAA - Manter 100% da rede do SAA - Alcançar 100% da rede do atendimento das da sede urbana sob da sede urbana sob SAA da sede urbana sob demandas futuras na manutenção permanente. manutenção permanente. manutenção contínua. sede municipal - Reduzir em 50% o índice de - Alcançar redução de 95% do - Manter 95 % de redução dos perdas dia na sede urbana; índice de perdas de água por índices de perdas de água por - Identificar 80% dos pontos de dia; dia; perdas, onde há necessidade - Manter a rotina de - Manter a rotina de de troca de redes; implantação do Programa de implantação do Programa de - Desenvolver um Programa de ações educativas em 100% das ações educativas em 100% das ações educativas em 95% das escolas públicas e privadas, escolas públicas e privadas, escolas públicas e privadas, envolvendo 1 palestra e 1 envolvendo 1 palestra e 1 Reformar as redes de envolvendo 1 palestra e 1 oficina participativa ou gincana, oficina participativa ou gincana, abastecimento de água, oficina participativa ou gincana, por semestre, buscando o por semestre, buscando o priorizando a adoção de por semestre, buscando o 02 envolvimento da comunidade, envolvimento da comunidade, uma política de controle envolvimento da comunidade, com vistas à sensibilização com vistas à sensibilização de perdas e desperdício com vistas à sensibilização sobre o uso consciente dos sobre o uso consciente dos na sede municipal. sobre o uso consciente dos recursos hídricos; recursos hídricos; recursos hídricos; - Manter o funcionamento do - Manter o funcionamento do - Desenvolver 1 sistema de sistema de monitoramento dos sistema de monitoramento dos monitoramento dos possíveis possíveis pontos de perdas do possíveis pontos de perdas do pontos de perdas do SAA, com SAA, com o apoio de SAA, com o apoio de o apoio de estratégias de estratégias de modelagem estratégias de modelagem modelagem computacional computacional (mapeamento computacional (mapeamento (mapeamento georreferenciado). georreferenciado). georreferenciado). - Manter as análises mensais - Manter as análises mensais - Manter as análises mensais de qualidade da água em 100% de qualidade da água em 100% de qualidade da água em 100% Reduzir os riscos de das unidades de captação das unidades de captação das unidades de captação contaminação dos subterrânea de abastecimento subterrânea de abastecimento subterrânea de abastecimento mananciais para da sede; da sede; da sede; abastecimento, através - Implantar 1 ponto de - Manter o monitoramento do - Manter o monitoramento do da ampliação da rede monitoramento da qualidade da ponto de amostragem no ponto de monitoramento no de monitoramento da água no Córrego do Morro, no Córrego do Morro, com análise Córrego do Morro, com análise qualidade das águas 03 baixo curso do referido do mensal da qualidade da água; mensal da qualidade da água; superficiais (como curso d´água e estabelecer - Manter o monitoramento do - Manter o monitoramento do futuras fontes política de amostragem ponto de amostragem no Rio ponto de amostragem no Rio alternativas de mensais; Bicudo, com análise trimestral Bicudo, com análise trimestral abastecimento) e - Implantar 1 ponto de da qualidade da água; da qualidade da água; subterrâneas (em monitoramento de qualidade - Manter o funcionamento do - Manter o funcionamento do operação na sede das águas, em parceria com o sistema de monitoramento dos sistema de monitoramento dos municipal). Município de Corinto, a jusante possíveis pontos de possíveis pontos de da sede municipal de Morro da contaminação da água, através contaminação da água, através 59 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo Garça, no Rio Bicudo e da utilização de estratégias de da utilização de estratégias de estabelecer políticas de modelagem em ambiente modelagem em ambiente amostragem trimestrais; computacional (mapeamento computacional (mapeamento - Desenvolver 1 sistema de georreferenciado), visando georreferenciado), visando monitoramento dos possíveis aperfeiçoar as ações e otimizar as ações e pontos de contaminação da planejamentos de gestão do planejamentos de gestão do água, através da utilização de SAA. SAA. estratégias de modelagem em - Manter as revisões anuais do - Manter as revisões anuais do ambiente computacional estudo hidrogeológico das UTE estudo hidrogeológico das UTE (mapeamento 19 e 22; 19 e 22; georreferenciado), visando otimizar as ações e planejamentos de gestão do SAA. - Ampliar para 100% os pontos de amostragem nas unidades de abastecimento de captação subterrânea das localidades rurais sob responsabilidade das associações comunitárias e/ou - Manter 100 % de amostragem Prefeitura Municipal - Manter 100 % de amostragem nas unidades de abastecimento - Implantar um sistema de nas unidades de abastecimento de captação subterrânea nas assistência técnica, em de captação subterrânea nas localidades rurais sob parceria com a EMATER, que localidades rurais sob responsabilidade das busque orientar e atender a responsabilidade das associações e/ou Prefeitura 90% da comunidade rural no associações e/ou Prefeitura Municipal; sentido de se utilizar formas Municipal; - Manter 100% de atendimento corretas de captação de água, - Alcançar 100% de e orientação das comunidades bem como utilização de fontes atendimento e orientação das rurais, através do sistema de de abastecimento confiáveis comunidades rurais, através do assistência técnica; que atendam aos padrões de sistema de assistência técnica; - Manter o programa de potabilidade definidos pela - Manter o programa e monitoramento de qualidade da Controlar e monitorar a Portaria nº 2.914, de 12 de identificação de fontes água e identificação de fontes qualidade da água dezembro de 2011 do alternativas de captação alternativas de captação subterrânea e Ministério da Saúde; (superficial e subterrâneo) 04 (superficial e subterrâneo) superficial utilizada em - Desenvolver 1 sistema de existentes na comunidade, existentes na comunidade, soluções coletivas ou identificação de fontes através de estratégias de através de estratégias de próprias. alternativas de captação modelagem em ambiente modelagem em ambiente (superficial e subterrâneo) computacional (mapeamento computacional (mapeamento existentes na comunidade, georreferenciado), visando criar georreferenciado), visando criar através de estratégias de estratégias de monitoramento estratégias de monitoramento modelagem em ambiente de 95% das áreas detectadas; de 100% das áreas detectadas; computacional (mapeamento - Manter uma política de - Manter uma política de georreferenciado), visando criar incentivo, junto à 100% da incentivo, junto à 100% da estratégias de monitoramento comunidade rural, relacionada comunidade rural, relacionada de 90% das áreas detectadas; à implantação de Projetos à implantação de Projetos - Manter uma política de Governamentais de apoio ao Governamentais de apoio ao incentivo, junto à 100% da acesso à água e a manutenção acesso à água e a manutenção comunidade rural, relacionada à da qualidade dos recursos à da qualidade dos recursos à implantação das ações do hídricos. hídricos. Programa Água para Todos e Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA). Ampliar e adequar os - Ampliar o acesso a água - Manter o acesso a água - Manter o acesso a água sistemas de potável localidades rurais potável localidades rurais potável localidades rurais 05 abastecimento de água elevando para 100% o índice elevando para 100% o índice elevando para 100% o índice nas comunidades de atendimento nas de atendimento nas de atendimento nas 60 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo rurais, com vistas ao comunidades, incluindo comunidades; comunidades; atendimento satisfatório eventuais perfurações de poços - Manter 100% da implantação - Manter as captações das demandas da profundos; dos Projetos EMATER de existentes, e promover a população local. - Implantar 80% dos Projetos Sistemas de Abastecimento de manutenção continua de 100% da EMATER de Sistemas de Água para as localidades dos sistemas (rede geral); Abastecimento de Água nas rurais. - Manter uma política tarifária localidades rurais; - Manter as captações única e de protocolos de - Adequar às captações existentes, e promover a gestão, através da manutenção existentes, através da manutenção continua de 100% de 100% de hidrômetros, que manutenção de 100% dos dos sistemas (rede geral); garantam a unicidade da rotina sistemas (rede geral); - Adotar uma política tarifária de captação, distribuição e - Manter uma política de única e criação de protocolos armazenamento de mantendo- incentivo, junto à 100% da de gestão, através da se a equidade dos sistemas e comunidade rural, relacionada implantação de 70% de igualdade de acessos dos à implantação das ações do hidrômetros, que garantam a usuários. Programa Água para Todos e unicidade da rotina de - Manter uma política de Programa Nacional de captação, distribuição e incentivo, junto à 100% da Vigilância em Saúde Ambiental armazenamento de mantendo- comunidade rural, relacionada Relacionada à Qualidade da se a equidade dos sistemas e à implantação de Projetos Água para Consumo Humano igualdade de acessos dos Governamentais de apoio ao (VIGIAGUA). usuários. acesso à água e a manutenção - Estruturação de um fundo - Manter uma política de à da qualidade dos recurso municipal de incentivo à incentivo, junto à 100% da hídricos. implantação de tecnologias comunidade rural, relacionada - Implantar, junto a 90% da sustentáveis para à implantação de Projetos comunidade rural, sistemas armazenamento de água de Governamentais de apoio ao coletores e de armazenamento chuva; acesso à água e a manutenção de água de chuva; - Emissão de um relatório à da qualidade dos recurso - Manter a arrecadação do semestral dos valores hídricos. fundo de incentivo à arrecadados no Fundo - Implantar, junto a 50% da implantação de tecnologias Municipal e utilização dos comunidade rural, sistemas sustentáveis para recursos com registro coletores e de armazenamento armazenamento de água de fotográfico das obras e ações de água de chuva; chuva; de capacitação; - Manter a arrecadação do - Manter a emissão de um - Desenvolvimento de fundo municipal de incentivo à relatório semestral dos valores Programa de Sensibilização implantação de tecnologias arrecadados no Fundo com foco no reaproveitamento sustentáveis para Municipal e utilização dos da água chuva, com uma armazenamento de água de recursos com registro palestra e duas oficinas de chuva; fotográfico das obras e ações capacitação em tecnologias - Manter a emissão de um de capacitação; sustentáveis por semestre; relatório semestral dos valores arrecadados no Fundo Municipal e utilização dos recursos com registro fotográfico das obras e ações de capacitação;

Fonte: Gesois, 2014 9.5. Programas, ações e prazos

Na Tabela 11 estão dispostos os seis Programas elaborados, bem como suas respectivas ações e prazos relacionados, para alcance dos objetivos

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correspondentes, dentro dos períodos estabelecidos em curto, médio e longo prazos.

Tabela 11: Programas, Ações e Prazos – Abastecimento de água AÇÕES OBJ PROGRAMAS Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo Ampliar e adequar o SAA, incluindo captação, adução, tratamento, reservação e distribuição Programa de para atender a expansão da área urbana e Ampliação e aumento da população da SEDE MUNICIPAL, Reforma da Rede de realizando as obras, como a substituição da 01 Abastecimento de tubulação de ferro por PVC, manutenção e Água da Sede adequações necessárias, conforme Municipal. necessidades identificadas no planejamento dos sistemas feito pela COPASA e equipe técnica PMSB no Diagnóstico. - Desenvolver estratégias planejadas e ações de Controle de Perdas para redução do índice de perdas por ligação de água por dia, considerando incluir instalações de Programa de equipamentos, e acessórios necessários, reforma de redes do substituição de redes de distribuição, para o 02 SAA e redução de controle de produção e fornecimento de água. perdas e - Implantar rotina de modelagem em ambiente desperdício. computacional (mapeamento georreferenciado) estratégias de manutenção e adequação do sistema de abastecimento de água do Município. - Realizar oficinas de capacitação com foco em práticas de educação ambiental, como - Continuar a implantação do produção de oficinas participativas, dinâmicas Programa de Sensibilização de campo, palestras, tecnologias sustentáveis, Ambiental, realizando as

entre outros assuntos, com membros da palestras e oficinas participativas, Programa de comunidade, associações, escolas e Prefeitura como prática pedagógica Sensibilização da Municipal, tornando-os multiplicadores do extraclasse nas escolas públicas Comunidade, sob os 2.1 conhecimento dentro do Programa de e privadas com o apoio dos princípios Sensibilização Ambiental. multiplicadores e envolvimento da fundamentais do uso - Implantar o Programa de Sensibilização comunidade. Consciente dos Ambiental, realizando as palestras e oficinas - Realizar novas capacitações em Recursos Hídricos. participativas, como prática pedagógica práticas de educação ambiental, extraclasse nas escolas públicas e privadas com o apoio dos multiplicadores com o apoio dos multiplicadores e parceiros do Programa. envolvimento da comunidade. - Firmar convênio/parceria entre as Prefeituras de Corinto e Morro da Garça, a fim de apoiar a - Promover ação conjunta elaboração dos estudos hidrogeológicos e a (Órgãos Municipais de Saúde e implantação do ponto de amostragem de Rio Meio Ambiente) através do Programa de Bicudo. Laboratório de Referência Monitoramento da - Implantar um ponto de monitoramento da Municipal, para controle de Qualidade das qualidade da água no baixo curso do Córrego poluição hídrica, inclusive 03 Águas dos atuais e do Morro (1 ponto de amostragem), intermunicipal no caso do Rio alternativos - Implantar um ponto de monitoramento da Bicudo, quando detectada queda Mananciais de qualidade da água, a jusante da Sede na qualidade da água de algum Abastecimento. Municipal de Morro da Garça, em parceria com dos mananciais de o Município de Corinto,no Rio Bicudo (1 ponto abastecimento e indícios de de amostragem), contaminação. - Implantar rotina de modelagem em ambiente computacional (mapeamento georreferenciado) 62 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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AÇÕES OBJ PROGRAMAS Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo dos possíveis pontos de contaminação da água, visando aperfeiçoar as ações e planejamentos de gestão do SAA.

- Implantar política de monitoramento de qualidade da água nos poços de abastecimento nas localidades rurais gerenciados por associações comunitárias e/ou Prefeitura Municipal. - Firmar parceria entre a Prefeitura Municipal e EMATER, com visas à estruturação do sistema de assistência técnica à comunidade rural, a fim de dar orientação quanto a construção de - Manter uma rotina de fomento à Programa de poços e captação de águas superficiais, captação de recursos Monitoramento da adotando medidas de proteção sanitária. governamentais que apoiem o Qualidade das 04 - Realizar ações de fomento à obtenção de acesso à água e a manutenção Águas em Sistemas recursos e cadastramento comunitário nos da qualidade dos recursos Coletivos e Programas Água para todos e ViGIAGUA, hídricos. Individuais. através de parcerias entre a Prefeitura Municipal, EMATER e Governo Federal. - Implantar rotina de modelagem em ambiente computacional (mapeamento georreferenciado) visando identificar os pontos de captação de água (superficial ou subterrâneo), com vistas à desenvolver estratégias de monitoramento da qualidade das águas nos mananciais de abastecimento. - Ampliar e adequar sistema de abastecimento de água, incluindo captação, adução, tratamento, e distribuição para atender as demandas das comunidades rurais, realizando as obras e adequações necessárias conforme necessidades descritas pela equipe técnica PMSB no Diagnóstico. Programa de - Desenvolver política de fomento à criação e Ampliação e manutenção das associações comunitárias Adequação dos 05 rurais, através de um termo de compromisso Sistemas de celebrado entre associações e Prefeitura Abastecimento de Municipal. Água na Zona Rural - Manter uma política de incentivo ao Programa Água para Todos e VigiÁgua, através das associações comunitárias em parceria com a Prefeitura Municipal e EMATER. - Incentivar e apoiar a implantação dos Projetos da EMATER de Sistemas de Abastecimento de Água. Fonte: Gesois, 2014

9.6. Proposição de Indicadores

O acompanhamento da implantação do PMSB só será possível se baseada em dados e informações que traduzam, de maneira resumida, a evolução e a melhoria

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico das condições de vida da população. Uma das metodologias utilizadas para descrever essa situação é a construção de indicadores.

Indicadores são valores utilizados para medir e descrever um evento ou fenômeno de forma simplificada. Podem ser derivados de dados primários, secundários ou outros indicadores e classificam-se como analíticos (constituídos de uma única variável) ou sintéticos (constituídos por uma composição de variáveis).

Para a construção de um indicador, é necessário: nomear o indicador; definir seu objetivo; estabelecer sua periodicidade de cálculo; indicar o responsável pela geração e divulgação; definir sua fórmula de cálculo; indicar seu intervalo de validade; listar as variáveis que permitem o cálculo; identificar a fonte de origem dos dados (FUNASA, 2010).

A COPASA tem suas atividades reguladas pela ARSAE e esta dispõe sobre quais indicadores devem ser fornecidos pelos prestadores de serviços.

Há na literatura nacional vários modelos de indicadores que podem ser adotados para o controle do serviço de saneamento básico, buscando sua melhor gestão. Optou-se aqui, por adotar um padrão mais simplificado e ao mesmo tempo didático e objetivo, que atenda de maneira prática às necessidades da realidade local e possibilite o acompanhamento de cada um dos Programas estabelecidos.

Esses indicadores contemplam Objetivo, Descrição, Cálculo, Unidades e Periodicidade do controle, conforme apresentado na Tabela 12 a seguir.

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Tabela 12: Indicadores – Abastecimento de água NOME – INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULAR UNIDADE 1.0 Índice de cobertura O resultado mostra a proporção da ICSA = (Nº de habitantes atendidos dos serviços de serviços de abast. de água) / população urbana municipal com Anual % abastecimento de Número total de habitantes (%) serviço de abastecimento de água. água. O resultado verifica a eficiência do IPR = [ (Volume Produzido – sistema geral de controle operacional Volume de Serviços) – Volume 2.0 Índice de perdas implantado para garantir que o Mensal Consumido ] / Volume Produzido – L reais. desperdício dos recursos naturais seja Volume de Serviços o menor possível. IAPP= [Número de pontos de coleta de água na rede de 3.0 Índice de Tal indicador visa determinar as distribuição de água dentro dos atendimento aos amostras de coliformes totais dentro Mensal padrões da legislação em vigor / % padrões de dos padrões. Número de pontos de coleta de potabilidade. água na rede de distribuição de água] * 100 3.1 Laudo de monitoramento das IPR = (Volume Produzido – Volume Monitoramento das águas águas Anual de Serviços) – Volume Consumido L subterrâneas das UTE 19 e 22 subterrâneas das UTE 19 e 22. IAPP= [Número de pontos de coleta de água na rede de 4.0 Índice de Tal indicador visa determinar as distribuição de água dentro dos atendimento aos amostras de coliformes totais dentro Trimestral padrões da legislação em vigor / % padrões de dos padrões. Número de pontos de coleta de potabilidade. água na rede de distribuição de água] * 100 5.0 Índice de cobertura dos serviços de O resultado mostra a proporção de ICSA = Nº de comunidades abastecimento de comunidades atendidas com serviço de Semestral atendidas / Número comunidades % água por abastecimento de água. totais(%) localidade. Adaptação: Gesois, 2014

9.7. Hierarquização das áreas de intervenção prioritária

Para a próxima etapa do PMSB, Produto 4, que trata da elaboração de programas, projetos e ações, é necessário realizar a hierarquização das áreas de intervenção, ou seja, a definição das áreas mais carentes e prioritárias, que orientará a sequencia de execução das atividades previstas. Tal hierarquização permite definir ações mais efetivas, nas áreas que apresentam maiores déficits em relação ao acesso à água potável, garantindo assim o princípio da universalização do saneamento, definidas pela Política Nacional de Saneamento Básico.

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A hierarquização de áreas resulta na priorização de localidades dentro do Município com maior urgência por serviços de saneamento, porém tanto a zona urbana como na zona rural com suas localidades, possuem relevância e devem ser atendidas. Para tanto, as áreas prioritárias para intervenção serão definidas, a partir de 4 indicadores definidos a seguir:

a. Acesso à rede geral ou outras fontes de abastecimento; b. Monitoramento dos sistemas de abastecimento de água; c. Regularidade na prestação dos serviços; d. Manutenção contínua dos sistemas; e. Ocorrência de projetos hidroambientais de fomento à recuperação de bacias hidrográficas, proteção de nascentes, recuperação de matas de topo e ciliares, barraginhas.

A hierarquização de áreas para o setor de abastecimento de água retrata principalmente o déficit de atendimento por serviços públicos de abastecimento de água, com qualidade e eficiência. Porém, este déficit é correspondente em pequena escala a ligações clandestinas à rede de distribuição e a existência de soluções alternativas coletivas e/ou individuais. Nas áreas urbanas tal fator de acessibilidade á rede geral é comprometido de forma expressiva pelo desconhecimento das residências atendidas por soluções alternativas de abastecimento por falta de cadastro destas unidades.

Já nas localidades rurais, apesar de a grande maioria dispor de sistemas coletivos de abastecimento, os serviços não são oferecidos com regularidade, eficiência e padrões de potabilidade definidos pela Portaria nº 2914/2011. Ressalta-se ainda a ocorrência de outras fontes de abastecimento individual nestas localidades, as quais não dispõem de um cadastro das unidades ou mesmo documentação de outorga, o que potencialmente pode incidir na disponibilidade e qualidade das águas na região. 66 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Dessa forma, a hierarquização das áreas de intervenção no município foi classificada em quatro níveis de prioridade (1-Inexistente, 2-Insatisfatório, 3-Regular, 4-Satisfatório), sendo que a classificação 1 possui maior nível de prioridade do que a 2 e assim sucessivamente. A seguir é apresentada a definição dos níveis de prioridade:

• Inexistente: Pode-se considerar crítica a situação dessas localidades, sem acesso aos serviços de abastecimento de água com qualidade e eficiência definidas pela Política Nacional de Saneamento Básico; • Insatisfatório: Áreas com acesso insuficiente do sistema abastecimento de água, dentro dos padrões de regularidade e potabilidade definidos por lei. Portanto, são as localidades de acesso insatisfatório, não atendendo a demanda da população, onde o abastecimento é realizado por sistemas coletivos, baseados captações subterrâneas; • Regular: Áreas de acesso regular, com questões pendentes, como atendimento à população insuficiente, frente à demanda, monitoramento de qualidade das águas e regularidade na prestação dos serviços, mas com algumas iniciativas governamentais que priorizam o acesso à água. Por exemplo, o Programa Água para Todos e Barraginhas; • Satisfatório: Áreas e localidades consideradas com acesso satisfatório aos serviços, ou seja, dispõe de uma parcela significativa da população com acesso à rede pública, sistema de monitoramento e controle da qualidade das águas, manutenção da rede, mesmo de forma esporádica, assim, sendo as menos prioritárias nesta hierarquização.

Com base no diagnóstico e análises da equipe técnica, ficou evidenciado que a área rural é considerada como área prioritária.

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Assim, apresenta-se na Tabela 13, a seguir, a hierarquização das áreas do município de Morro da Garça, considerando o acesso aos serviços de abastecimento de água.

Tabela 13: Hierarquização das áreas prioritárias – Abastecimento de água CLASSIFICAÇÃO ÁREAS Não há no município áreas que se enquadrem nessa classificação, uma vez que tanto à área urbana, como a área rural, dispõem de alguma forma de Inexistente abastecimento de água seja ela rede pública ou formas alternativas baseadas em sistemas individuais ou coletivos. Não há no município áreas que se enquadrem nessa classificação, uma vez que tanto à área urbana, como a área rural, dispõem de alguma forma de Insatisfatório abastecimento de água seja ela rede pública ou formas alternativas baseadas em sistemas individuais ou coletivos. Localidades rurais, que apesar de registrarem insuficiência de qualidade, quantidade e regularidade na prestação do serviços, frente à demanda Regular populacional, apresentam iniciativas governamentais que priorizam o acesso à água. Sede Municipal, acesso satisfatório aos serviços, ou seja, dispõe de uma parcela significativa da população com acesso à rede pública, sistema de monitoramento Satisfatório e controle da qualidade das águas, manutenção da rede, mesmo de forma esporádica. Fonte: Gesois, 2014

A partir dos resultados modelou-se uma análise kernel em ambiente SIG da classificação de maior ocorrência, dentro do âmbito municipal. Dessa forma, para o eixo esgotamento sanitário, a maior ocorrência foi definida pela classe “Regular”, indicada para as localidades de Furados. Flores, Mutuca, Cambaúba, Vista Alegre, Vista Alegre 2, Saco,do Brejo, Cavalinho II, Cavalinho I, Serragem I, Campo Alegre, , Recanto, Serragem II, Estrada do Boiadeiro, Jacobina, Almoço, Lagoa, Flores I, .

De acordo com a Figura 11, a espacialização geoestatística das informações permitiu definir três núcleos de intervenção com prioridade “alta” e três com prioridade de “média a alta”, em função do número de localidades umas próximas à outras num raio de 3000km².

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Os núcleos de prioridade “alta” podem ser estratificados em três níveis de importância, em relação a conectividade com outros núcleos de intervenção, a saber:

Núcleo (1): é o maior núcleo definido pelas localidades de Serragem I, Campo Alegre e Capim Branco, mas que fazem uma conexão com mais cinco localidades incorporadas em núcleos de prioridade de “media a alta”.

Núcleo (2): é o segundo maior núcleo definido pelas localidades de Saco do Brejo, Cavalinho I e II, e Vista Alegre II, assim com núcleo I também faz uma conexão com um núcleo de prioridade de “média a alta”, definido por quatro localidades.

Núcleo (3): Trata-se de um núcleo isolado, definido pelas localidades de Flores e Flores I.

Os núcleos de prioridade “média a alta” podem ser estratificados em três níveis de importância, em relação à distância da sede municipal, a saber:

Núcleo (1): Definido pelas localidades de Furados e Extrema, é o mais próximo à sede municipal, fator relevante a favor da instalação de sistemas satisfatórios de abastecimento de água, determinado pela proximidade à Sede Municipal, o que potencialmente pode contribuir com a consolidação da relação entre a Prefeitura Municipal e as associações gerenciadoras dos serviços atuais, bem como orientar uma política de assistência à população residente. Tais ações devem ser ampliadas de forma gradual para as demais localidades, dentro dos padrões de possibilidades dos recursos municipais.

Núcleo (2): O segundo núcleo mais próximo à sede municipal, definido pelas localidades de Vista Alegre, Cambaúba e Mutuca.

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Núcleo (3): é o mais distante da sede municipal, no entanto abrange maior quantidade de localidades, pois é definido por Estrada do Boiadeiro, Almoço, Lagoa e Riachinho.

As demais localidades constituem-se em núcleos isolados, com priorização média, no entanto com atendimento regular.

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Figura 11: Hierarquização de Áreas de Intervenção - Abastecimento de Água Fonte: Gesois, 2014

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Diante de tais missivas metodológicas, o presente Plano estabeleceu os Objetivos, Metas, Ações e Indicadores, descritos a seguir na Tabela 14. Maior detalhamento das ações, bem como a previsão de custos, valores estimados, recursos humanos e fontes de financiamento para cada uma serão apresentados no Produto 4.

Conforme já apresentado, o município não possui estrutura institucional, técnica e financeira para garantir à população, com seus próprios recursos, serviços de saneamento com qualidade e quantidade suficientes, sendo necessária ampla discussão sobre o tema. Com isso, a análise de viabilidade técnico-financeira dos serviços, considerando os cenários junto aos objetivos, metas, programas, projetos e ações, foi realizada com uma abordagem superficial neste produto e será estruturada com mais ênfase no Produto 4, referente aos Programas, Projetos e Ações.

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Tabela 14: Detalhamento das metas, programas, ações e indicadores de cada objetivo – Abastecimento de água MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA OBJETIVO 1 AMPLIAR E ADEQUAR OS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, COM VISTAS AO ATENDIMENTO DAS DEMANDAS FUTURAS NA SEDE MUNICIPAL A população de Morro da Garça, tendo como base a taxa de crescimento anual de 1,15%, definida no cenário tendencial, adotado nesta proposta, e estimada através do método de crescimento geométrico, poderá atingir 2001 habitantes em 2034. Isso significa um incremento de 409 habitantes no município. FUNDAMENTAÇÃO Considerando a necessidade de manter a universalização dos serviços e que o serviço de abastecimento atual (2014) atende 96,47% da população urbana, deve ser prevista a ampliação e adequação do SAA e melhorias das unidades para atender o incremento populacional urbano, no horizonte de 20 anos, no município. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO INDICADOR (1) ICSA = ÍNDICE DE COBERTURA DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE COMO CALCULAR ICSA = Nº de habitantes atendidos serviços de abast. de PERIODICIDA ANUAL ÁGUA. O resultado mostra a água DE proporção da população urbana municipal com serviço de Número total de habitantes (%) abastecimento de água. METAS CURTO PRAZO –DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 a 8 ANOS LONGO PRAZO DE 08 A 20 ANOS. • Alcançar 100% de atendimento da população urbana da sede; • Manter 100 % de atendimento da população urbana • Manter 100 % de atendimento da população urbana • Alcançar 100% da rede do SAA da sede urbana, sob • Manter 100% da rede do SAA da sede urbana sob manutenção • Manter 100% da rede do SAA da sede urbana sob manutenção manutenção contínua. permanente. permanente.

PROGRAMAS E AÇÕES PRAZOS E AÇÕES POSSÍVEIS ID PROGRAMA FONTES DE CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FINANCIAMENTO (1) – Ampliar e adequar o SAA, incluindo captação, adução, tratamento, reservação e Programa de Ampliação e distribuição para atender a expansão da área urbana e aumento da população da SEDE Reforma da Rede de CONVÊNIOS 1.1 MUNICIPAL, realizando as obras, como a substituição da tubulação de ferro por PVC, Abastecimento de Água COPASA manutenção e adequações necessárias, conforme necessidades identificadas no planejamento da Sede Municipal. dos sistemas feito pela COPASA e equipe técnica PMSB no Diagnóstico.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

REFORMAR AS REDESDE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, PRIORIZANDO A ADOÇÃO DE UMA POLÍTICA DE CONTROLE DE PERDAS E DESPERDÍCIO NA OBJETIVO 2 SEDE MUNICIPAL.

Para melhorar a eficácia do SAA devem-se reduzir as perdas de água e adequar a capacidade de produção e reservação, desenvolver ações de manutenção da rede de distribuição de água a fim de minimizar riscos de interrupções no abastecimento durante manutenção do sistema, solução de problemas atípicos e horários de maior consumo. No caso da sede municipal, dados da concessionária apontam um índice de perdas da ordem de 30,83% do SAA. Tendo em vista tal percentual de perdas, uma redução se faz necessária tendo em vista comparações com médias estaduais e o uso racional dos recursos hídricos, evitando o desperdício dos FUNDAMENTAÇÃO mesmos. Merece destaque nesse contexto, um apontamento realizado pela comunidade, que contribuem muito para a manutenção e incremento do índice de perdas, a saber: rede de distribuição muito antiga com canos de ferro, com ocorrência de vazamentos em diversos pontos. Além disso, seguindo o princípio fundamental dos serviços de saneamento, deve se primar a adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água, através de ações educativas junto à comunidade. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO IPR = ÍNDICE DE PERDAS REAIS. O resultado verifica a eficiência do sistema geral de controle COMO IPR = (Volume Produzido – Volume de Serviços) – Volume Consumido INDICADOR PERIODICIDADE MENSAL operacional implantado para garantir CALCULAR Volume Produzido – Volume de Serviços que o desperdício dos recursos naturais seja o menor possível. METAS CURTO PRAZO –DE 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO DE 16 A 20 ANOS. • Reduzir em 50% o índice de perdas dia na sede urbana; • Alcançar redução de 95% do índice de perdas de água por dia; • Manter 95 % de redução dos índices de perdas de água por dia; • Identificar 80% dos pontos de perdas, onde há necessidade de • Manter a rotina de implantação do Programa de ações • Manter a rotina de implantação do Programa de ações troca de redes; educativas em 100% das escolas públicas e privadas, educativas em 100% das escolas públicas e privadas, envolvendo • Desenvolver um Programa de ações educativas em 95% das envolvendo 1 palestra e 1 oficina participativa ou gincana, por 1 palestra e 1 oficina participativa ou gincana, por semestre, escolas públicas e privadas, envolvendo 1 palestra e 1 oficina semestre, buscando o envolvimento da comunidade, com vistas buscando o envolvimento da comunidade, com vistas à participativa ou gincana, por semestre, buscando o à sensibilização sobre o uso consciente dos recursos hídricos; sensibilização sobre o uso consciente dos recursos hídricos; envolvimento da comunidade, com vistas à sensibilização sobre • Manter o funcionamento do sistema de monitoramento dos • Manter o funcionamento do sistema de monitoramento dos o uso consciente dos recursos hídricos; possíveis pontos de perdas do SAA, com o apoio de estratégias possíveis pontos de perdas do SAA, com o apoio de estratégias • Desenvolver 1 sistema de monitoramento dos possíveis pontos de modelagem computacional (mapeamento de modelagem computacional (mapeamento georreferenciado).. de perdas do SAA, com o apoio de estratégias de modelagem georreferenciado). computacional (mapeamento georreferenciado). 74 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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PROGRAMAS E AÇÕES

ID DESCRIÇÃO PRAZOS E AÇÕES POSSÍVEIS CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FONTES (1) Desenvolver estratégias planejadas e ações de Controle de Perdas para redução do índice de perdas por ligação de água por dia, Programa de considerando incluir instalações de equipamentos, e acessórios reforma de redes do necessários, substituição de redes de distribuição, para o controle de CONVÊNIOS 2.1 SAA e redução de produção e fornecimento de água. COPASA perdas e (2) Implantar rotina de modelagem em ambiente computacional desperdício. (mapeamento georreferenciado) estratégias de manutenção e adequação do sistema de abastecimento de água do Município. (1) Realizar oficinas de capacitação com foco em práticas de educação (1) Continuar a implantação do Programa de ambiental, como produção de oficinas participativas, dinâmicas de Sensibilização Ambiental, realizando as Programa de campo, palestras, tecnologias sustentáveis, entre outros assuntos, com palestras e oficinas participativas, como Sensibilização da membros da comunidade, associações, escolas e Prefeitura Municipal, prática pedagógica extraclasse nas escolas Comunidade, sob os tornando-os multiplicadores do conhecimento dentro do Programa de públicas e privadas com o apoio dos 2.2 princípios Sensibilização Ambiental. multiplicadores e envolvimento da fundamentais do (2) Implantar o Programa de Sensibilização Ambiental, realizando as comunidade. uso Consciente dos palestras e oficinas participativas, como prática pedagógica extraclasse (2) Realizar novas capacitações em práticas Recursos Hídricos. nas escolas públicas e privadas com o apoio dos multiplicadores e de educação ambiental, com o apoio dos envolvimento da comunidade. multiplicadores parceiros do Programa.

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SETOR 1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA REDUZIR OS RISCOS DE CONTAMINAÇÃO DOS MANANCIAISPARA ABASTECIMENTO, ATRAVES DA AMPLIAÇÃO DA REDE DE MONITORAMENTO DA OBJETIVO 3 QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS (COMO FUTURAS FONTES ALTERNATIVAS DE ABASTECIMENTO) E SUBTERRÂNEAS (EM OPERAÇÃO NA SEDE MUNICIPAL). O abastecimento de água na Sede Municipal é realizado por meio de dois poços subterrâneos, sendo o principal, com vazão de 8,6 l/s, localizado nas proximidades da Rua Cesária Ferreira e o reserva, com 11,0 l/s, próximo à sede do Distrito da COPASA. Diante da importância de preservação dos mananciais de abastecimento de água, sejam eles superficiais (como futuras fontes alternativas de abastecimento) ou subterrâneas (em operação na sede municipal), haja vista a disponibilidade de água com qualidade para atender as necessidades da população atual e futura, deve ser mantido o programa de monitoramento de qualidade FUNDAMENTAÇÃO das águas já realizado pela COPASA, nos poços artesianos da sede municipal com ampliação dos pontos de amostragem para o Rio Bicudo e Córrego do Morro. Tal indicação se fortalece frente, à inoperância do tratamento de efluentes sanitários da ETE Municipal, pois os mesmos são lançados in natura no Córrego do Morro afluente direto do Rio Bicudo. Para melhor eficiência das ações de planejamento deve-se ainda modelar estratégias de localização e monitoramento dos possíveis pontos de contaminação da água, de forma a proporcionar a adoção de medidas alternativas, preventivas e corretivas quando detectadas alterações que representem risco de contaminação. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO IAPP= ÍNDICE DE ATENDIMENTO AOS PADRÕES DE [Número de pontos de coleta de água na rede de distribuição de água COMO INDICADOR POTABILIDADE. Tal indicador visa dentro dos padrões da legislação em vigor / Número de pontos de coleta PERIODICIDADE MENSAL CALCULAR determinar as amostras de de água na rede de distribuição de água] * 100 coliformes totais dentro dos padrões. LAUDO DE MONITORAMENTO INDICADOR DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS RELATÓRIOS PERIODICIDADE ANUAL

DAS UTE 19 E 22.

METAS CURTO PRAZO –DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 a 8 ANOS LONGO PRAZO DE 08 A 20 ANOS. • Manter as análises mensais de qualidade da água em 100% das • Manter as análises mensais de qualidade da água em 100% das • Manter as análises mensais de qualidade da água em 100% das unidades de captação subterrânea de abastecimento da sede; unidades de captação subterrânea de abastecimento da sede; unidades de captação subterrânea de abastecimento da sede; • Implantar 1 ponto de monitoramento da qualidade da água no • Manter o monitoramento do ponto de amostragem no Córrego • Manter o monitoramento do ponto de monitoramento no Córrego do Morro, no baixo curso do referido do curso d´água e do Morro, com análise mensal da qualidade da água; Córrego do Morro, com análise mensal da qualidade da água; estabelecer política de amostragem mensais; • Manter o monitoramento do ponto de amostragem no Rio • Manter o monitoramento do ponto de amostragem no Rio • Implantar 1 ponto de monitoramento de qualidade das águas, Bicudo, com análise trimestral da qualidade da água; Bicudo, com análise trimestral da qualidade da água; em parceria com o Município de Corinto, a jusante da sede • Manter o funcionamento do sistema de monitoramento dos • Manter o funcionamento do sistema de monitoramento dos municipal de Morro da Garça, no Rio Bicudo e estabelecer possíveis pontos de contaminação da água, através da possíveis pontos de contaminação da água, através da 76 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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políticas de amostragem trimestrais; utilização de estratégias de modelagem em ambiente utilização de estratégias de modelagem em ambiente • Desenvolver 1 sistema de monitoramento dos possíveis pontos computacional (mapeamento georreferenciado), visando computacional (mapeamento georreferenciado), visando de contaminação da água, através da utilização de estratégias aperfeiçoar as ações e planejamentos de gestão do SAA. otimizar as ações e planejamentos de gestão do SAA. de modelagem em ambiente computacional (mapeamento • Manter as revisões anuais do estudo hidrogeológico das UTE 19 • Manter as revisões anuais do estudo hidrogeológico das UTE 19 georreferenciado), visando otimizar as ações e planejamentos e 22; e 22; de gestão do SAA. • Elaborar 1 estudo hidrogeológico das UTE 19 e 22, com revisões anuais, em parceria com o Município de Corinto.

PROGRAMASE AÇÕES

PRAZOS E AÇÕES POSSÍVEIS ID DESCRIÇÃO FONTES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FINANCIADORAS Programa de (1) Firmar convênio/parceria entre as Prefeituras de Corinto e Morro da Garça, a (1) Promover ação conjunta (Órgãos Monitoramento da fim de apoiar a elaboração dos estudos hidrogeológicos e a implantação do ponto Municipais de Saúde e Meio Qualidade das de amostragem de Rio Bicudo. Ambiente) através do Laboratório de Águas dos atuais e (2) Implantar um ponto de monitoramento da qualidade da água no baixo curso do Referência Municipal, para controle alternativos Córrego do Morro (1 ponto de amostragem), de poluição hídrica, inclusive GOVERNO 3.1 Mananciais de (3) Implantar um ponto de monitoramento da qualidade da água, a jusante da intermunicipal no caso do Rio FEDERAL/MUNICI Abastecimento. Sede Municipal de Morro da Garça, em parceria com o Município de Corinto,no Bicudo, quando detectada queda na PAL E ESTADUAL Rio Bicudo (1 ponto de amostragem), qualidade da água de algum dos (4) Implantar rotina de modelagem em ambiente computacional (mapeamento mananciais de abastecimento e georreferenciado) dos possíveis pontos de contaminação da água, visando indícios de contaminação. aperfeiçoar as ações e planejamentos de gestão do SAA.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA OBJETIVO 4 CONTROLAR E MONITORAR A QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA E SUPERFICIAL UTILIZADA EM SOLUÇÕES COLETIVAS OU PRÓPRIAS. O Município de Morro da Garça possui aproximadamente 43% da sua população total residente na área rural (IBGE, 2010). Considerando os princípios da Lei nº 11445/2007 de universalização do saneamento, que inclui a necessidade de toda população ter acesso a água em quantidade e qualidade adequada, o município deve proporcionar condições para que a população rural e urbana, as quais adotam soluções individuais ou coletivas, tenham acesso a meios apropriados de abastecimento. As comunidades rurais de Morro da Garça contam com sistemas coletivos de captação em poços artesianos, com distribuição comunitária, operados por associações comunitárias, ou pela Prefeitura Municipal. Como alternativa de fomento à políticas governamentais que contribuem para universalização do acesso à águas localidades rurais contam Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água - “ÁGUA PARA TODOS”, instituído FUNDAMENTAÇÃO pelo decreto nº 7.535 de 26 DE Julho de 2011. Tal programa é destinado a promover a universalização do acesso à água em áreas rurais para consumo humano e para a produção agrícola e alimentar, visando ao pleno desenvolvimento humano e à segurança alimentar e nutricional de famílias em situação de vulnerabilidade social. Dentre as ações do Programa vale salientar a implantação de caixas d água pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), órgão filiado ao Ministério da Integração Social, coordenador do Programa. Salienta-se ainda ocorrência de residências e comércio na área urbana e rural com abastecimento por sistemas individuais de captação superficial ou em cisternas. Assim, constata-se a necessidade de criar políticas assistências que busquem orientar a comunidade no sentido de se utilizar formas corretas de captação de água, bem como utilização de fontes de abastecimento confiáveis que atendam aos padrões de potabilidade definidos pela Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO IAPP= ÍNDICE DE ATENDIMENTO AOS PADRÕES DE [Número de pontos de coleta de água na rede de distribuição de água COMO PERIODICIDA TRIME INDICADOR POTABILIDADE. Tal indicador visa dentro dos padrões da legislação em vigor / Número de pontos de coleta CALCULAR DE STRAL determinar as amostras de de água na rede de distribuição de água] * 100 coliformes totais dentro dos padrões.

METAS CURTO PRAZO –DE 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO DE 16 A 20 ANOS. • Ampliar para 100% os pontos de amostragem nas unidades de abastecimento • Manter 100 % de amostragem nas unidades de • Manter 100 % de amostragem nas unidades de de captação subterrânea das localidades rurais sob responsabilidade das abastecimento de captação subterrânea nas localidades abastecimento de captação subterrânea nas localidades associações comunitárias e/ou Prefeitura Municipal rurais sob responsabilidade das associações e/ou rurais sob responsabilidade das associações e/ou • Implantar um sistema de assistência técnica, em parceria com a EMATER, que Prefeitura Municipal; Prefeitura Municipal; busque orientar e atender a 90% da comunidade rural no sentido de se • Alcançar 100% de atendimento e orientação das • Manter 100% de atendimento e orientação das utilizar formas corretas de captação de água, bem como utilização de fontes comunidades rurais, através do sistema de assistência comunidades rurais, através do sistema de assistência de abastecimento confiáveis que atendam aos padrões de potabilidade técnica; técnica; definidos pela Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da • Manter o programa e identificação de fontes • Manter o programa de monitoramento de qualidade da Saúde; alternativas de captação (superficial e subterrâneo) água e identificação de fontes alternativas de captação 78 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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• Desenvolver 1 sistema de identificação de fontes alternativas de captação existentes na comunidade, através de estratégias de (superficial e subterrâneo) existentes na comunidade, (superficial e subterrâneo) existentes na comunidade, através de estratégias modelagem em ambiente computacional (mapeamento através de estratégias de modelagem em ambiente de modelagem em ambiente computacional (mapeamento georreferenciado), visando criar estratégias de computacional (mapeamento georreferenciado), visando georreferenciado), visando criar estratégias de monitoramento de 90% das monitoramento de 95% das áreas detectadas; criar estratégias de monitoramento de 100% das áreas áreas detectadas; • Manter uma política de incentivo, junto à 100% da detectadas; • Manter uma política de incentivo, junto à 100% da comunidade rural, comunidade rural, relacionada à implantação de • Manter uma política de incentivo, junto à 100% da relacionada à implantação das ações do Programa Água para Todos e Projetos Governamentais de apoio ao acesso à água e a comunidade rural, relacionada à implantação de Projetos Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à manutenção à da qualidade dos recursos hídricos. Governamentais de apoio ao acesso à água e a Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA). manutenção à da qualidade dos recursos hídricos.

PROGRAMAS E AÇÕES

PRAZOS E AÇÕES POSSÍVEIS ID DESCRIÇÃO FONTES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FINANCIADORAS (1) Implantar política de monitoramento de qualidade da água nos poços de abastecimento nas localidades rurais gerenciados por associações comunitárias e/ou Prefeitura Municipal. (2) Firmar parceria entre a Prefeitura Municipal e EMATER, com visas à (1) Manter uma rotina de estruturação do sistema de assistência técnica à comunidade rural, a fim de fomento à captação de recursos Programa de Monitoramento dar orientação quanto a construção de poços e captação de águas GOVERNO governamentais que apoiem o da Qualidade das Águas em superficiais, adotando medidas de proteção sanitária. FEDERAL/MUNICI 4.1 acesso à água e a manutenção Sistemas Coletivos e (3) Realizar ações de fomento à obtenção de recursos e cadastramento PAL E ESTADUAL da qualidade dos recursos Individuais. comunitário nos Programas Água para todos e ViGIAGUA, através de - CONVÊNIOS hídricos. parcerias entre a Prefeitura Municipal, EMATER e Governo Federal.

(4) Implantar rotina de modelagem em ambiente computacional (mapeamento georreferenciado) visando identificar os pontos de captação de água (superficial ou subterrâneo), com vistas à desenvolver estratégias de monitoramento da qualidade das águas nos mananciais de abastecimento.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA AMPLIAR E ADEQUAR OS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS COMUNIDADES RURAIS, COM VISTAS AO ATENDIMENTO SATISFATÓRIO OBJETIVO 5 DAS DEMANDAS DA POPULAÇÃO LOCAL. O Município de Morro da Garça possui aproximadamente 43% da sua população total residente na área rural (IBGE, 2010). Considerando os princípios da Lei nº 11445/2007 de universalização do saneamento, que inclui a necessidade de toda população ter acesso a água em quantidade e qualidade adequada, o município deve proporcionar condições para que a população rural e urbana, as quais adotam soluções individuais ou coletivas, tenham acesso a meios apropriados de abastecimento. As comunidades rurais de Morro da Garça contam com sistemas coletivos de captação em poços artesianos, com distribuição comunitária, operados por associações comunitárias, ou pela Prefeitura Municipal. Como alternativa de fomento à políticas governamentais que contribuem para universalização do acesso à água as localidades rurais contam Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água - “ÁGUA PARA TODOS”, instituído pelo decreto nº 7.535 de 26 DE Julho de 2011. Tal programa é destinado a promover a universalização do acesso à água em áreas rurais para consumo FUNDAMENTAÇÃO humano e para a produção agrícola e alimentar, visando ao pleno desenvolvimento humano e à segurança alimentar e nutricional de famílias em situação de vulnerabilidade social. Dentre as ações do Programa vale salientar a implantação de caixas d água pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), órgão filiado ao Ministério da Integração Social, coordenador do Programa. Dentre os problemas levantados pela comunidade rural e equipe técnica PMSB, merece destaque a falta de energia elétrica, falta de projetos de ampliação da rede, locais sem abastecimento de água pelos sistemas existentes, manutenção deficiente,ausência da Prefeitura, dificuldade no rateio das despesas com energia elétrica, diminuição da vazão dos poços s e dos cursos d´água, e principalmente falta de tratamento da água. Assim, constata-se a necessidade de se ampliar e adequar os sistemas de abastecimento das comunidades rurais. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO ICSA = ÍNDICE DE COBERTURA DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POR LOCALIDADE. O resultado ICSA = Nº de comunidades atendidas INDICADOR COMO CALCULAR PERIODICIDADE SEMESTRAL mostra a proporção de comunidades Número comunidades totais(%) atendidas com serviço de abastecimento de água.

METAS CURTO PRAZO –DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 05 A 15 ANOS LONGO PRAZO DE 16 A 20 ANOS. • Ampliar o acesso a água potável localidades rurais elevando • Manter o acesso a água potável localidades rurais elevando • Manter o acesso a água potável localidades rurais elevando para 100% o índice de atendimento nas comunidades, incluindo para 100% o índice de atendimento nas comunidades; para 100% o índice de atendimento nas comunidades; eventuais perfurações de poços profundos; • Manter 100% da implantação dos Projetos EMATER de Sistemas • Manter as captações existentes, e promover a manutenção • Implantar 80% dos Projetos da EMATER de Sistemas de de Abastecimento de Água para as localidades rurais. continua de 100% dos sistemas (rede geral); Abastecimento de Água nas localidades rurais; • Manter as captações existentes, e promover a manutenção • Manter uma política tarifária única e de protocolos de gestão, • Adequar às captações existentes, através da manutenção de continua de 100% dos sistemas (rede geral); através da manutenção de 100% de hidrômetros, que garantam 100% dos sistemas (rede geral); • Adotar uma política tarifária única e criação de protocolos de a unicidade da rotina de captação, distribuição e 80 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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• Manter uma política de incentivo, junto à 100% da comunidade gestão, através da implantação de 70% de hidrômetros, que armazenamento de mantendo‐se a equidade dos sistemas e rural, relacionada à implantação das ações do Programa Água garantam a unicidade da rotina de captação, distribuição e igualdade de acessos dos usuários. para Todos e Programa Nacional de Vigilância em Saúde armazenamento de mantendo‐se a equidade dos sistemas e • Manter uma política de incentivo, junto à 100% da comunidade Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo igualdade de acessos dos usuários. rural, relacionada à implantação de Projetos Governamentais Humano (VIGIAGUA). • Manter uma política de incentivo, junto à 100% da comunidade de apoio ao acesso à água e a manutenção à da qualidade dos • Estruturação de um fundo municipal de incentivo à implantação rural, relacionada à implantação de Projetos Governamentais recurso hídricos. de tecnologias sustentáveis para armazenamento de água de de apoio ao acesso à água e a manutenção à da qualidade dos • Implantar, junto a 90% da comunidade rural, sistemas coletores chuva; recurso hídricos. e de armazenamento de água de chuva; • Emissão de um relatório semestral dos valores arrecadados no • Implantar, junto a 50% da comunidade rural, sistemas coletores • Manter a arrecadação do fundo de incentivo à implantação de Fundo Municipal e utilização dos recursos com registro e de armazenamento de água de chuva; tecnologias sustentáveis para armazenamento de água de fotográfico das obras e ações de capacitação; • Manter a arrecadação do fundo municipal de incentivo à chuva; • Desenvolvimento de Programa de Sensibilização com foco no implantação de tecnologias sustentáveis para armazenamento • Manter a emissão de um relatório semestral dos valores reaproveitamento da água chuva, com uma palestra e duas de água de chuva; arrecadados no Fundo Municipal e utilização dos recursos com oficinas de capacitação em tecnologias sustentáveis por • Manter a emissão de um relatório semestral dos valores registro fotográfico das obras e ações de capacitação; semestre. arrecadados no Fundo Municipal e utilização dos recursos com registro fotográfico das obras e ações de capacitação.

PROGRAMAS E AÇÕES PRAZOS E AÇÕES POSSÍVEIS FONTES ID DESCRIÇÃO CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FINANCIADORAS (1) Ampliar e adequar sistema de abastecimento de água, incluindo captação, adução, tratamento, e distribuição para atender as demandas das comunidades rurais, realizando as obras e adequações necessárias conforme necessidades Programa de descritas pela equipe técnica PMSB no Diagnóstico. Ampliação e (2) Desenvolver política de fomento à criação e manutenção Adequação dos das associações comunitárias rurais, através de um termo GOVERNO FEDERAL/MUNICIPAL 5.1 Sistemas de de compromisso celebrado entre associações e Prefeitura E ESTADUAL - CONVÊNIOS Abastecimento de Municipal. Água na Zona (3) Manter uma política de incentivo ao Programa Água para Rural Todos e VigiÁgua, através das associações comunitárias em parceria com a Prefeitura Municipal e EMATER. (4) Incentivar e apoiar a implantação dos Projetos da EMATER de Sistemas de Abastecimento de Água. Programa de (1) Realizar oficinas de capacitação técnica em tecnologias (1) Fomentar junto às (1) Fomentar junto às 5.2 apoio a adoção de sustentáveis, com foco na construção de reservatórios de comunidades e localidades comunidades e localidades tecnologias armazenamento de água de chuva, e assim estimular a rurais, através de incentivos rurais, através de incentivos 81 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico sustentáveis de moderação do uso da água; financeiros (Fundo Municipal financeiros (Fundo Municipal captação e (2) Criar fundo municipal de incentivo à implantação de de Implantação de de Implantação de armazenamento tecnologias sustentáveis para armazenamento de água de Tecnologias Sustentáveis) e Tecnologias Sustentáveis) e de Água chuva; apoio técnico operacional para apoio técnico operacional para (3) Realizar junto à comunidade ações educativas, com foco a construção de sistemas de a construção de sistemas de no reaproveitamento da água da chuva e seus benefícios coleta e reservatórios de coleta e reservatórios de socioambientais, através de um Programa de armazenamento de água de armazenamento de água de Sensibilização, que inclua uma palestra e duas oficinas chuva; chuva; capacitação em tecnologias sustentáveis por semestre.

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9.8. Articulação e Integração com outros setores e municípios

Tendo em vista a dificuldade de implantar um sistema de captação e tratamento de água centralizado para as áreas com pouca densidade populacional, bem como garantir o acesso à água de qualidade, conforme previsto na Portaria MS n° 2.914/2011, necessário se faz buscar uma articulação entre os atores públicos e/ ou privados responsáveis por essa gestão e os diversos setores da gestão pública municipal.

Assim, promovendo um diálogo multilateral para otimizar e fortalecer ações específicas, visando o sucesso das mesmas, o presente Plano considerou os Programas dispostos nos itens de Objetivos, Ações e Metas propondo sugestões possíveis de articulação, parcerias e integração entre os diversos atores envolvidos, para efetivação dos mesmos. Observa-se que estes Programas não são excludentes entre si, ao contrário, é necessário que as ações dialoguem conjuntamente, para que se garanta a universalização do saneamento com foco no abastecimento de água no Município.

1 - Garantia de universalização dos serviços de abastecimento de água, dentro dos padrões de qualidade, quantidade e regularidade previstos na Política Nacional de Saneamento Básico:

a) - Programa de Ampliação e Reforma da Rede de Abastecimento de Água da Sede Municipal:

• Sugere-se para este programa um acordo entre a Prefeitura Municipal de Morro da Garça e a concessionária dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, COPASA;

b) - Programa de reforma de redes do SAA e redução de perdas e desperdício.

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• Sugere-se para este programa um acordo entre a Prefeitura Municipal de Morro da Garça e a concessionária dos serviços de abastecimento de água, COPASA; • Apoio do setor de comunicação da Prefeitura e veículos de comunicação que prestem serviços de cunho social, como rádios comunitárias e websites públicos, entre outros, para divulgação de campanhas de sensibilização e conscientização, quanto ao uso inadequado dos recursos hídricos e oriente a população no sentido serem eles os principais meios de informação quando da ocorrência de pontos de perdas e desperdício de água; c) - Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas dos Mananciais de Abastecimento, em sistemas públicos, coletivos ou individuais, na área urbana e rural.

• Sugere-se para esse programa a manutenção e extensão para a zona rural e residências dotadas de sistemas individuais, do acordo de coleta e amostragem da qualidade da água, existente entre a Secretaria Municipal de Saúde e/ou Vigilância Sanitária, e a Fundação Ezequiel Dias, com o apoio da COPASA e, ainda, busca a parceria do Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA); • Também sugere-se o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, especificamente da equipe do Programa Saúde da Família (PSF), no sentido de promoverem o cadastramento georreferenciado das residências dotadas de sistemas de abastecimentos individuais (captação subterrânea ou superficial); para tanto faz necessária a capacitação da equipe do PSF para elaborar tal ação. d) - Programa de apoio a adoção de tecnologias sustentáveis (socioambientais) de captação e armazenamento de Água de Chuva;

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• A realização desse Programa depende de forma diretamente de recursos financeiros e apoio técnico, para a construção das cisternas para armazenamento da água de chuva. Portanto a recomendação é que Prefeitura Municipal obtenha recursos junto à União para efetivação do Programa. Tal recurso é garantido por Lei específica, o Decreto nº 7217/2010, que regulamenta a Lei nº 11.445/2007, em seu artigo 68.

e) - Programa de Sensibilização e Conscientização da Comunidade, sob os princípios fundamentais do uso adequado dos Recursos Hídricos.

• Sugere-se para realização desse programa a promoção de uma parceria com as redes de ensino, públicas e privadas e Secretaria de Educação, de preferência incluindo-o na grade curricular. Incentivando também trabalhos extracurriculares e atividades ecopedagógicas de campo com foco na conservação e manutenção dos recursos hídricos e adoção de alternativas sustentáveis de captação e armazenamento da água. • Faz-se necessária para melhor eficácia das ações do Programa, uma campanha educativa com foco na conservação e manutenção dos recursos hídricos, junto às Secretarias Municipais, com vistas á capacitação dos funcionários como multiplicadores das ações de sensibilização e conscientização junto à comunidade, ao setor primário e comerciantes em geral.

9.9. Alternativas de intervenção

Além das iniciativas que precisam ser tomadas pelos governos, no âmbito das organizações também existem procedimentos que podem ser adotados para a otimização do uso dos recursos naturais, e mais especificamente do recurso água. A motivação para a implantação destes procedimentos pode mudar de uma organização para outra, podendo ir desde a economia pura e simples de capital até

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico a preocupação socioambiental, mas a finalidade será basicamente a mesma: fazer mais com menos (AQUINO E GUTIERREZ, 2010).

Programas inteligentes de conservação de água têm a possibilidade de melhorar a qualidade e a quantidade de água disponível para uso, diminuem a necessidade de novos investimentos financeiros, reduzem a vulnerabilidade dos sistemas de abastecimento e proporcionam benefícios adicionais para a população e para o ecossistema (KEYES et al, 2004).

Neste contexto, busca-se aliar a tecnologia e a simplicidade, criando soluções ecologicamente positivas e economicamente sustentáveis. A Lei do Saneamento Básico converge para esses novos conceitos ao estabelecer a necessidade da utilização de tecnologias apropriadas, que sejam modernas e eficientes, as quais adotem métodos, técnicas e processos que considerem não apenas as peculiaridades locais e regionais, mas também a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas.

Diante desse contexto, a caracterização de tecnologias apropriadas para o Município de Morro da Garça, fundamentou-se na Tabela 15.

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Tabela 15: Critérios de caracterização de tecnologias apropriadas CRITÉRIOS DESCRIÇÕES Integração com o Exercer o menor impacto ambiental e favorecer a integração com o ecossistema ecossistema. Desenvolvimento Utilizar, preferencialmente, matérias-primas e energias locais, econômico e favorecendo a autonomia e o desenvolvimento econômico local, e autonomia local sua inserção equilibrada na economia regional e nacional. Ter uma ótima relação custo-benefício, com a menor imobilização Baixo custo possível de capital e o menor custo operacional. Privilegiar e absorver o máximo possível de mão de obra local, Absorção de mão regional e nacional, nessa ordem, visando o desenvolvimento de obra socioeconômico sustentável – geração de renda, combate e erradicação da pobreza. Requerer níveis de especialização da mão de obra com boa Capacitação disponibilidade e/ou de fácil capacitação, no nível local ou regional, acessível considerando os recursos disponíveis. Utilizar recursos de domínio tecnológicos/conhecimentos público, de Menos burocracia patentes ou acesso livre e gratuito (livres de royalties). Adaptabilidade e Ser de fácil entendimento e adesão, favorável à assimilação cultural simplicidade com rapidez. Fonte: Adaptado de Viezzer (1994) e Codetec (1979)

A partir dos critérios constantes na Tabela, a Figura 12 apresenta as principais tendências e medidas atuais relacionadas à conservação dos recursos hídricos, frente à demanda populacional por água potável em quantidade satisfatória, universalizando o acesso aos serviços de abastecimento, impõe-se a necessidade de repensar a gestão dos recursos hídricos no sentido de garantir a preservação dos mananciais. É nesse aspecto que surgem as principais tecnologias de gestão e gerenciamento, visando minimizar o consumo da água.

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Figura 12: Tendências e medidas para conservação da água Fonte: Adaptado de Brasil (2011a)

Então pensando em um sistema de abastecimento de água que opere nos preceitos de sustentabilidade dos recursos hídricos, salienta-se que o mesmo pode ser concebido e projetado para atender a pequenos povoados ou grandes cidades, variando nas características e no porte das instalações.

Neste sentido, é urgente rever práticas de projeto, de operação dos sistemas de abastecimento de água e de hábitos relacionados à cultura do desperdício, com vistas a adotar uma nova cultura de manejo da água. Tal cultura relaciona-se com práticas de prevenção e conservação, que impõem mudanças de paradigmas técnicos e padrões culturais.

Diante dos objetivos, programas, metas e ações descritos nesse documento, para repensar e planejar o Sistema de Abastecimento de Água de Morro Garça, frente ao processo de universalização de acesso aos serviços de saneamento ambiental, com

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico foco no Abastecimento de Água no Município, foram estabelecidas quatro prioridades de intervenção que podem assegurar maior eficiência e sustentabilidade socioambiental ao sistema implantado:

• eficiência e manutenção do sistema; • universalização do acesso; • fomento à utilização de tecnologias socioambientais; • sensibilização comunitária.

A partir da priorização de metas descrita acima, segue sugestões de programas de alternativas de intervenção, fundamentado em tendências tecnológicas atuais, que envolvem a integração de diversos setores públicos e privados com participação da comunidade no processo decisório, contribuindo assim, para a garantia de universalização do saneamento, manutenção da saúde pública e salubridade ambiental com sustentabilidade. a) Programa de combate às perdas Um dos maiores problemas relacionados ao manejo das águas refere-se ao desperdício. De acordo com dados do Sistema Nacional de Informação em Saneamento, em 2010, as perdas de água nos sistemas de abastecimento de água (SAA) no Brasil são da ordem de 38,8%, chegando a alcançar 51,2% na Região Norte (BRASIL, 2010b). A adoção de programas de controle de perdas consistentes e continuados torna-se uma necessidade inadiável! E nem sempre exigem ações de alto custo de implantação, possibilitando, significativa economia de custos operacionais com as reduções das perdas, viabilizando financeiramente a adoção de medidas que exijam o uso de técnicas mais sofisticadas. Uma forma de avaliar quanto está sendo perdido de água em sistemas de abastecimento público encontra-se sintetizada na Figura 13.

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Figura 13: Modelo de avaliação e controle de perdas em sistemas de abastecimento de água Fonte: Brasil, 2008

No caso da sede municipal de Morro da Garça, dados da concessionária apontam um índice de perdas da ordem de 30,83% do SAA. Tendo em vista tal percentual de perdas, uma redução se faz necessária tendo em vista comparações com médias estaduais e o uso racional dos recursos hídricos, evitando o desperdício dos mesmos. Merece destaque nesse contexto, um apontamento realizado pela comunidade, que contribuem muito para a manutenção e incremento do índice de perdas, a saber: rede de distribuição muito antiga com canos de ferro, com ocorrência de vazamentos em diversos pontos. Além disso, seguindo o princípio fundamental dos serviços de saneamento, deve se primar a adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água, através de ações educativas junto à comunidade.

O Programa de Combate às Perdas pode ser incorporado aos objetivos de (1) Ampliar e Adequar os Sistemas de Abastecimento de Água, com vistas ao Atendimento das Demandas Futuras na Sede Municipal e (2) Reformar as Redes de Abastecimento de Água, Priorizando a Adoção deu Política de Controle de Perdas e Desperdício na Sede Municipal, uma vez que dentre as metas dos Programa de 90 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Ampliação e Reforma da Rede de Abastecimento de Água da Sede Municipal e Programa de Reforma das Redes do Sistema de Abastecimento de Água e Redução de Perdas e Desperdício, ressalta-se à elevação do percentual de adesão à rede pública de abastecimento de água e manutenção contínua do SAA. O Programa de Combate a Perdas segue Planos de Ações de Redução de Perdas Reais e Aparentes. As ações a serem implementadas, frente às perdas físicas do sistema são ilustradas na Figura 14 e apresentadas sucintamente em seguida.

Figura 14: Fluxograma de perdas físicas Fonte: Viegas et al., 2006

(1) Qualidade e rapidez na manutenção: • Aperfeiçoar as rotinas de procedimentos e fluxo de informações entre o atendimento ao público e a programação de manutenção do campo; • Modernizar as especificações de ferramentas, equipamentos e meios de transporte adequados para cada tipo de equipe; • Especificar kits de materiais adequados para a execução dos reparos conforme procedimentos técnicos adequados; • Adotar controle gerencial da manutenção através do programa corporativo na Companhia de Saneamento.

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(2) Gerenciamento e controle de pressão • Instalar válvulas redutoras de pressão em setores que têm potencial para redução de perdas de água e de incidência de rompimentos; • Monitorar permanentemente a rede de distribuição. (3) Controle de vazamentos ativos • Contratar serviços especializados de pesquisa e geofonagem (pesquisa acústica para identificação de vazamentos); • Fazer o levantamento das áreas suspeitas; • Fazer a locação dos trechos a serem pesquisados, nas plantas cadastrais; • Verificar as condições de acesso a válvulas e registros. (4) Gerenciamento da infraestrutura – reabilitação de unidades operacionais • Proceder à adequação da unidade consumidora de energia com o objetivo de melhorar o seu funcionamento e reduzir custos com energia; • Implantar programa de substituição de rede de distribuição que apresenta ocorrências de rompimentos acima de limites especificados. As ações a serem implementadas, frente às perdas aparentes do sistema são ilustradas na Figura 15 e apresentadas sucintamente em seguida.

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Figura 15: Fluxograma de Ações Perdas Aparentes Fonte: Viegas et al., 2006

(1) Gerenciamento de hidrômetros (melhoria da medição) • Ampliar, tanto quanto possível, o índice de cobertura de ligações hidrometradas com o objetivo de reduzir os níveis de desperdício; • Adequar a capacidade dos hidrômetros existentes ao consumo dos usuários, em especial aos de consumo superior a 50 m³/mês (grandes consumidores); • Implantar programa permanente de manutenção, com base nos critérios de substituição de hidrômetros parados, quebrados ou instalados há mais de 7 anos; • Revisar e corrigir hidrômetros instalados de maneira inclinada, sujeitos a erros de medição. (2) Gerenciamento de cadastro de consumidores • Atualizar cadastro comercial existente de modo a adequá-lo aos parâmetros adotados na empresa (setor, rota, quadra, etc.); • Estabelecer e manter atualizado o registro de imóveis ligados à rede, para servir de base ao faturamento dos serviços;

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• Estimar os consumidores em potencial a fim de permitir a prestação de serviços diante da eventual ampliação da demanda, de forma a possibilitar à companhia atingir suas metas de atendimento à população; • Assegurar o registro dos consumidores por tipo, classes, categorias, etc. de tal forma que essa classificação permita estabelecer uma cobrança justa do serviço, de acordo com o sistema tarifário vigente. (3) Controle de dados de faturamento • Assegurar o registro de dados de faturamento, com auditorias que examinem e averiguem através de um exame cuidadoso e sistemático dessas informações. (4) Combate às fraudes • Revisar os imóveis com suspeita de fraude, conforme critério definido tecnicamente; • Eliminar os pontos de fraude identificados nos serviços de vistoria e rastreamento. Entre as ações de combate às perdas de água, podemos citar o controle de vazamentos, a ampliação da micromedição e a instalação de válvulas redutoras de pressão (VRP), como as que aparecem na Figura 16.

Figura 16: Equipamento para combate às perdas Fonte: Viegas et al., 2006

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Segundo Souza (2007), uma diminuição de 10% da pressão na rede de distribuição implica uma redução de 11,5% no índice de vazamentos. b) Programa de controle tarifário A estrutura tarifária também pode estimular a economia de água. Alguns prestadores do serviço público de abastecimento de água dispõem de tarifas proporcionais a faixas de consumo. O nível de progressividade adotado nessa correlação pode exercer forte indução à redução do consumo, especialmente o uso supérfluo e o desperdício, favorecendo a prática de políticas de subsídios (diretos ou indiretos), mediante tarifas especiais, voltadas à população de baixa renda. No Município de Morro da Garça, a prestação dos serviços de abastecimento de água estão a cargo da COPASA, e os de esgotamento sanitário sob responsabilidade da Prefeitura Municipal, diante desse cenário o ideal seria a criação de uma parceria entre as instituições para implantação da Tarifa Social como benefício para a população de baixa, frente a adesão aos serviços públicos de saneamento. O Programa de Controle Tarifário, através da implantação da Tarifa Social, pode ser incorporado ao objetivo de (1) Ampliar e Adequar os Sistemas de Abastecimento de Água, uma vez que uma das metas do Programa de Ampliação e da Rede, diz respeito à elevação do percentual de adesão à rede pública de abastecimento de água. c) Programa de fomento à adoção de equipamentos sanitários de baixo consumo A quantidade de água potável consumida em aparelhos sanitários se dá em função de um grande número de variáveis que, num largo panorama, vão do local e da época do ano em que ocorre o uso, passam pelo tipo de instalação predial e tecnologias envolvidas e chegam ao campo da conduta humana, quanto aos hábitos do usuário. Atualmente, existem muitos equipamentos que favorecem a redução do consumo, como caixas d'água com menor volume, válvulas de fechamento

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico automático, válvulas sanitárias de duas teclas para acionamento total ou parcial em vasos sanitários, torneiras de acionamento hidromecânico, mistura vasos sanitários com segregadores de urina, mictórios secos, entre outros. Alguns desses exemplos são apresentados na Figura 17.

Figura 17: Equipamentos hidráulicos economizadores de água: a) vaso sanitário segregador de urina; b) ducha temporizadora; c) torneira com arejador Fonte: Prosab, 2006; Archiexpo, 2012

O Programa de Fomento á Adoção de Equipamentos Sanitários de Baixo Consumo pode ser incorporado ao objetivo (2) Reformar as Redes de Abastecimento de Água, priorizando a Adoção de uma Política de Controle de Perdas e Desperdício na Sede Municipal, uma vez que uma das metas do Programa de Sensibilização da Comunidade, sob os Princípios Fundamentais do uso Consciente dos Recursos Hídricos é conscientizar a população frente à utilização de tecnologias que possam contribuir para a moderação do uso da água.

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d) Programa de fomento à implantação de captação de água de chuva Outra medida que vem sendo empregada como estratégia de redução do consumo de água e das pressões sobre os mananciais de abastecimento é a captação de águas da chuva. No Nordeste brasileiro, a chuva há muito tempo é uma importante fonte de suprimento de água. Seu aproveitamento tem se mostrado uma alternativa viável, inclusive em áreas urbanas, devido ao baixo custo energético associado à proximidade entre captação e consumo, sendo também atraente como medida de minimização de impactos de enchentes, assunto que será tratado no item sobre manejo de águas pluviais. Em algumas cidades, já existem instrumentos legais que estabelecem exigências quanto ao uso racional da água, a exemplo de São Paulo e Curitiba. Nessas cidades, é obrigatória a instalação de sistemas de retenção e/ou reaproveitamento de águas da chuva em imóveis novos. Em 2007, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) editou a NBR 15527 (ABNT, 2007), que estabelece critérios técnicos para o aproveitamento de águas da chuva de coberturas em áreas urbanas, para fins não potáveis. A Figura 18 apresenta um esquema de captação de águas da chuva.

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Figura 18: Esquema de captação de água de chuva Fonte: UFRN, 2012

O Município de Morro da Garça possui aproximadamente 43% da sua população total residente na área rural (IBGE, 2010). Considerando os princípios da Lei nº 11445/2007 de universalização do saneamento, ou seja, a necessidade de toda população ter acesso a água em quantidade e qualidade adequada, o município deve proporcionar condições para que a população rural e também urbana, as quais adotam soluções coletivas, tenham acesso a meios apropriados de abastecimento, com destaque para as tecnologias sustentáveis de captação e armazenamento de água de chuva. O Programa de Fomento à implantação de Captação de Água de Chuva pode ser incorporado ao objetivo (5) Ampliar e Adequar os Sistemas de Abastecimento de Água nas Comunidades Rurais, com vistas ao Atendimento Satisfatório das Demandas da População Local, uma vez que uma das metas do Programa de Apoio a Adoção de Tecnologias Sustentáveis de Captação e Armazenamento de Água é fomentar a implementação tecnologias sustentáveis para armazenamento de água de chuva; que possam contribuir para a moderação do uso da água.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico e) Programa de sensibilização ambiental Ainda no âmbito da adoção de políticas de controle de desperdício de água, propõem-se a promoção de programas voltados à formação de uma nova cultura de manejo da água, mediante a inclusão de temáticas sanitárias e ambientais no currículo do ensino formal e ações de caráter educativo dirigidas à população em geral, especialmente aos beneficiários de novos projetos de saneamento básico. Para melhorar a eficácia do SAA, devem-se reduzir as perdas de água, adequar a capacidade de produção e reservação de água, além de incentivar o uso racional dos recursos hídricos junto à população, a fim de minimizar riscos de interrupções no abastecimento durante manutenção do sistema, solução de problemas atípicos e horários de maior consumo. Seguindo o princípio fundamental dos serviços de saneamento, deve se primar à adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água, através de ações educativas junto à comunidade. Como ação dentro da temática de programas de sensibilização ambiental, é proposta a realização de oficinas de capacitação, com foco em práticas de educação ambiental, como produção de oficinas participativas, dinâmicas de campo, palestras, tecnologias sustentáveis, entre outros assuntos, com membros da comunidade, associações, escolas e Prefeitura Municipal, tornando-os multiplicadores do conhecimento dentro do Programa de Sensibilização Ambiental, pode incorporado ao objetivo (2) Reformar as Redes de Abastecimento de Água, priorizando a Adoção de uma Política de Controle de Perdas e Desperdício Na Sede Municipal, uma vez que uma das metas do Programa de Sensibilização da Comunidade, sob os Princípios Fundamentais do uso Consciente dos Recursos Hídricos é conscientizar a população frente à utilização de tecnologias que possam contribuir para a moderação do uso da água.

9.10. Considerações finais

O presente documento buscou traçar Prognóstico e Alternativas para a universalização dos serviços de abastecimento de água, através da formulação de

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico estratégias para alcançar os objetivos, ações e metas dos Programas apresentados, frente á demanda de carências referentes aos serviços em uma perspectiva atual e futura.

Assim, os estudos desenvolvidos para a realização desse Prognóstico indicaram, que em relação ao abastecimento de água de Morro da Garça, para a zona urbana, assumindo-se os valores atuais de consumo de água per capita, índice de perdas e capacidade instalada, não há previsão de problemas relativos à demanda do SAA na sede do município, a curto, médio ou longo prazo (20 anos).

No entanto, tendo em vista a perspectiva de acréscimo da população, evidenciada pelo estudo de projeção populacional para Morro da Garça, em um horizonte de planejamento de 20 anos, surge a necessidade de analisar alternativas que busquem aumentar e melhorar a disponibilidade e qualidade dos serviços públicos de abastecimento de água.

Já para a zona rural a situação torna-se deficitária, frente à demanda das comunidades locais, uma vez que os sistemas de água nas localidades rurais administrados, na maioria dos casos, pelas associações comunitárias, ou em menor número, pela própria Prefeitura, apresentam grandes deficiências, já apontadas no diagnóstico, mas merece destaque a diminuição da vazão dos poços e consequentemente a falta de água em quantidade e qualidade adequada para a população.

Sendo assim, os serviços não são oferecidos com regularidade, eficiência e padrões de potabilidade definidos pela Portaria nº 2914/2011. Ressalta-se ainda a ocorrência de outras fontes de abastecimento individual nestas localidades, as quais não dispõem de um cadastro das unidades ou mesmo documentação de outorga, o que potencialmente pode incidir na disponibilidade e qualidade das águas na região, portanto tais áreas foram consideradas prioritárias para intervenção, no processo de hierarquização. 100 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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As localidades rurais, definidas nesse cenário, abrangem Furados, Flores, Mutuca, Cambaúba, Vista Alegre, Vista Alegre 2, Saco,do Brejo, Cavalinho II, Cavalinho I, Serragem I, Campo Alegre, Capim Branco, Recanto, Serragem II, Estrada do Boiadeiro, Jacobina, Almoço, Lagoa, Flores I, Riachinho. Tais localidades foram enquadradas como áreas de acesso regular aos serviços de abastecimento de água, com questões pendentes, como atendimento à população insuficiente, frente à demanda, monitoramento de qualidade das águas e regularidade na prestação dos serviços, mas com algumas iniciativas governamentais que priorizam o acesso à água. Por exemplo, o Programa Água para Todos e Barraginhas.

Para solucionar as carências identificadas, foram definidos objetivos, metas, programas e ações, que poderão contribuir para melhor eficácia e eficiência dos serviços do SAA, tendo em vista à universalização do acesso, frente à demanda da população da Zona Urbana e Rural. As principais proposições são destacadas a seguir:

• Programa de Ampliação e Reforma da Rede de Abastecimento de Água da Sede Municipal. • Programa de reforma de redes do SAA e redução de perdas e desperdício. • Programa de Sensibilização da Comunidade, sob os princípios fundamentais do uso Consciente dos Recursos Hídricos. • Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas dos atuais e alternativos Mananciais de Abastecimento. • Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas em Sistemas Coletivos e Individuais. • Programa de Ampliação e Adequação dos Sistemas de Abastecimento de Água na Zona Rural.

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10. ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) tem por objetivo fundamental dar destinação adequada às águas residuárias, isto é, aos esgotos ou efluentes, garantindo o devido tratamento antes de ocorrer a disposição final. Com isso, pretende-se minimizar e até mesmo eliminar os riscos relacionados à saúde pública e ao meio ambiente provenientes do despejo inadequado de efluentes, atendendo a padrões legais em vigor (PHILIPPI JUNIOR, 2004).

10.1. Avaliação da demanda e análise dos cenários

Um projeto de sistema de esgotos sanitários depende fundamentalmente dos volumes de líquido a serem coletados ao longo da rede coletora. Esses volumes, por sua vez, irão depender de uma série de fatores e circunstâncias, tais como, qualidade do sistema de abastecimento de água, população usuária e contribuições industriais, entre outros, sendo que, a partir das suas definições, serão dimensionados os órgãos constitutivos do sistema.

As vazões de esgotos sanitários formam-se de três parcelas bem distintas, a saber:

• Contribuições domésticas, normalmente a maior e a mais importante, do ponto de vista sanitário; • Vazões concentradas, em geral de origem industrial; • E a inconveniente, mas sempre presente, parcela de águas de infiltrações. a) Contribuição Doméstica

O consumo contínuo de água potável no desempenho diário das atividades domésticas produz águas residuárias, ditas “servidas”, quando oriundas de atividades de limpeza e as “negras”, quando contém matéria fecal. Como esses despejos têm, normalmente, origem na utilização da água do sistema público de

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico abastecimento, espera-se que a maior ou menor demanda de água implique, proporcionalmente, na maior ou menor contribuição doméstica de vazões a esgotar. b) Contribuição Per Capita Média “c.q”

Em consequência da correlação das contribuições de esgoto com o consumo de água, torna-se necessário o conhecimento prévio dos números desta demanda para que se possa calcular com coerência o volume de despejos produzidos.

Um dos parâmetros mais importante nos projetos de abastecimento de água é a quantidade de água consumida diariamente por cada usuário do sistema, denominado de consumo per capita médio e representado pela letra “q”. Esse parâmetro, na maioria das vezes, é um valor estimado pelos projetistas em função dos aspectos geoeconômicos regionais, desenvolvimento social e dos hábitos da população a ser beneficiada. Esse procedimento é frequente, em virtude do caráter eminentemente prioritário dos projetos de sistemas de abastecimento de água na infraestrutura pública sanitária das comunidades.

Partindo, pois, da definição do per capita de consumo de água pode-se determinar o per capita médio de contribuição de esgotos, que será igual ao produto “c.q”, onde “c” é o coeficiente de retorno, apresentado a seguir.

De um modo geral, no Brasil adotam-se per capitas médios diários de consumo de água da ordem de 150 a 200 l/hab/dia, para cidades de até 10000hab e per capitas maiores, para cidades com populações superiores. As normas brasileiras permitem o dimensionamento com um mínimo de 100 l/hab/dia, devidamente justificado, e o mesmo valor para indicar o consumo médio para populações flutuantes. Em áreas onde a população tem renda média muito pequena e os recursos hídricos são limitados como, por exemplo, em pequenas localidades do interior nordestino, este per capita pode atingir valores inferiores a 100 l/hab/dia. Em situações contrárias e

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico onde o sistema de abastecimento de água garante quantidade e qualidade de água potável continuamente, este coeficiente pode ultrapassar os 500 l/hab/dia.

Este prognóstico considera o atual consumo médio per capita de água de Morro da Garça como de 150,0 l/hab/dia. c) Coeficiente de retorno “c”

É natural que uma parcela da água fornecida pelo sistema público de abastecimento de água não seja transformada em vazão de esgotos como, por exemplo, a água utilizada na rega de jardins, lavagens de pisos externos e de automóveis, etc. Em compensação, na rede coletora poderão chegar vazões procedentes de outras fontes de abastecimento, como do consumo de água de chuva acumulada em cisternas e de poços particulares.

Essas considerações implicam que, embora haja uma nítida correlação entre o consumo do sistema público de água e a contribuição de esgotos, alguns fatores poderão tornar esta correlação maior ou menor, conforme a circunstância.

De acordo com a frequência e intensidade da ocorrência desses fatores de desequilíbrio, a relação entre o volume de esgotos recolhido e o de água consumido pode oscilar entre 0,60 e 1,30, segundo a literatura conhecida. Esta fração é conhecida como relação esgoto/água ou coeficiente de retorno e é representada pela letra “c”. De um modo geral, estima-se que 70% a 90% da água consumida nas edificações residenciais retornam à rede coletora pública, na forma de despejos domésticos. No Brasil é usual a adoção de valores na faixa de 0,75 a 0,85, caso não haja informações claras que indiquem outro valor para “c”.Este prognóstico adota o coeficiente de retorno de 0,8.

10.1.1. Sede de Morro da Garça

O SES da sede do Morro da Garça é operado pela Prefeitura municipal, sendo composto por redes coletoras. A ETE existente no município consiste em tratamento 104 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico preliminar, tanque séptico, seguido de filtro anaeróbio e leitos de secagem. Entretanto, devido à falta de condições operacionais, esta unidade encontra-se desativada, sendo os efluentes lançados in natura no Córrego do Morro.

De acordo com a Prefeitura Municipal de Morro da Garça (2014), a capacidade da ETE atual correspondente a uma vazão de 0,42 l/s. A vazão de esgotos gerada no município, tomando por base a população urbana recenseada de 2012, é de 3,63 l/s. Ainda segundo a Prefeitura municipal (2014), na sede do município, o sistema de coleta de esgotos atende a 70 % da população. Nos locais onde não existem redes, os moradores constroem fossas rudimentares e contam com o serviço de um caminhão limpa fossa, proveniente do município de Curvelo para realizar a limpeza.

Há um projeto para melhoria e ampliação do SES, aprovado pela FUNASA, que prevê ampliação e troca da rede coletora. A nova ETE, com a capacidade inicial para tratar 3,22 l/s, será implantada na mesma área onde se encontra a existente. Além da nova ETE, serão implantadas três estações elevatórias: nas proximidades do poço de abastecimento principal, Rua Cesária Ferreira; nas proximidades do Distrito da COPASA e outra na BR-135 na entrada da cidade.

Este projeto está em fase de licitação. O recurso não foi ainda empenhado, mas já está aprovado pela FUNASA.

Conforme informado anteriormente, para a área urbana da sede de Morro da Garça, serão adotados dois cenários, Tendencial e Alternativo. O Cenário Tendencial refere-se a evolução populacional baseada no estudo realizado no Diagnóstico do PMSB, que apontou um crescimento de 1,15% a.a.

O Cenário Alternativo refere-se à evolução populacional de 2,30% a.a., ou seja, o dobro do crescimento apontado pelo estudo de projeção da população realizado no Diagnóstico do Plano.

Com base nos cenários populacionais futuros construídos para o município de Morro da Garça, para os 20 anos de horizonte do projeto, pode-se estabelecer as

105 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico demandas, no que diz respeito aos serviços de esgotamento sanitário. A Tabela 16 mostra para os cenários tendencial e alternativo, a vazão média diária de consumo de água e a vazão de esgoto, considerando-se a capacidade inicial da ETE, prevista em projeto, de 3,22 l/s ou 278,21 m³/dia. A partir de 2029, esta vazão será aumentada para 3,73 l/s ou 322,27 m³/dia.

Tabela 16: SES da sede de Morro da Garça Cenário Cenário Cenário Cenário Tendencial Alternativo Tendencial Alternativo Coeficiente Capacidade ANO Vazão média Vazão média Vazão de Vazão de de retorno máxima ETE m³ água diária água diária esgoto diário esgoto diário m³ m³ m³ m³ 2014 230,37 230,37 0,8 184,30 184,30 278,21 2015 233,02 235,3 0,8 186,42 188,24 278,21 2016 235,7 240,71 0,8 188,56 192,57 278,21 2017 238,41 246,25 0,8 190,73 197,00 278,21 2018 241,15 251,91 0,8 192,92 201,53 278,21 2019 243,92 257,71 0,8 195,14 206,17 278,21 2020 246,73 263,64 0,8 197,38 210,91 278,21 2021 249,57 269,7 0,8 199,66 215,76 278,21 2022 252,44 275,9 0,8 201,95 220,72 278,21 2023 255,34 282,25 0,8 204,27 225,80 278,21 2024 258,28 299,77 0,8 206,62 239,82 278,21 2025 270,81 306,67 0,8 216,65 245,34 278,21 2026 273,92 313,72 0,8 219,14 250,98 278,21 2027 277,07 320,94 0,8 221,66 256,75 278,21 2028 280,26 328,32 0,8 224,21 262,66 278,21 2029 283,48 335,87 0,8 226,78 268,70 322,27 2030 286,74 343,59 0,8 229,39 274,87 322,27 2031 290,04 351,5 0,8 232,03 281,20 322,27 2032 293,37 359,58 0,8 234,70 287,66 322,27 2033 296,75 367,85 0,8 237,40 294,28 322,27 2034 300,16 376,31 0,8 240,13 301,05 322,27 Fonte: Gesois, 2014

Analisando a Tabela, verifica-se que a ETE a ser implantada na área urbana de Morro da Garça suportará, com folga, o crescimento populacional, tanto no Cenário Tendencial como no Cenário Alternativo. Tal análise pode ser melhor especificada a partir da observação das Figuras 19 e 20, onde é apresentada a relação entre 106 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico capacidade de operação instalada da ETE e a demanda da população no horizonte de 20 anos. Observa-se que o sistema opera de modo satisfatório, tanto no Cenário Tendencial, quanto no Cenário Alternativo, uma vez que a vazão diária de esgotos chega ao percentual de 74,5% da capacidade de coleta e tratamento diária instalada no Cenário Tendencial, tal percentual chega a 93,4% no Cenário Alternativo, ao longo da projeção estimada.

330 300 300 270 270 240 m3 240 210

em 210 180 180 150 150 Diária 120 120 90 90 60 Vazão 60 30 30 0 0 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034

Capacidade máxima ETE m³ Vazão de esgoto diário m³

Figura 19: Projeção de demanda SES da sede – Cenário Tendencial Fonte: Gesois, 2014

330 330 300 300 270 270 m3

240 240

em 210 210 180 180 150 150 Diária 120 120 90 90

Vazão 60 60 30 30 0 0 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034

Capacidade máxima ETE m³ Vazão de esgoto diário m³

Figura 20: Projeção de demanda SES da sede – Cenário Alternativo Fonte: Gesois, 2014 107 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

Como já especificado anteriormente, o serviço de esgotamento sanitário está a cargo da Prefeitura Municipal, e apresenta índices abaixo de 70% de adesão comunitária à rede pública.

Frente a tais desafios de universalização dos serviços de saneamento, neste caso o esgotamento sanitário com qualidade e salubridade ambiental no município de Morro da Garça, serão identificados neste documento programas, projetos e ações que buscarão atingir tal seguridade de acesso aos serviços de forma igualitária.

10.1.2. Distritos e comunidades rurais

Como afirmado no diagnóstico, nas localidades rurais do Morro da Garça, o esgotamento sanitário é feito pelos próprios moradores, por meio de sistemas individuais inadequados, como as fossas negras.

A fossa negra, como popularmente conhecida, é uma escavação feita sem revestimento, onde os dejetos caem diretamente em contato com a terra. Quando se decompõe, esse material é absorvido pelo solo ou fica na superfície da fossa, o que pode comprometer não somente a saúde da população, como o meio ambiente.

Na ausência de um sistema completo de tratamento de esgotos, o ideal é a substituição das fossas negras por fossas sépticas. Observando a universalização dos serviços de saneamento, que é o objetivo principal do PMSB. Dessa forma, diante das deficiências identificadas pela equipe técnica PMSB e ressaltadas pelas comunidades ao longo das audiências públicas, além da substituição das fossas negras por fossas sépticas, o presente documento buscou propor alternativas socioambientais sustentáveis de baixo custo e fácil implantação que serão melhor detalhadas no item de Alternativas Intervenção.

Há de se ressaltar ainda que também serão propostos programas, projetos e ações que incluam parcerias consolidadas entre Poder Público e População de forma

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico participativa, para solucionar as questões referentes ao esgotamento sanitário no município de Morro da Garça.

10.2. Definição do cenário

No item anterior foram apresentados os cenários Tendencial e Alternativo, com índices variando de 1,15 a 2,30%, bem como as respectivas demandas por abastecimento de água, transportando a projeção populacional estimada anteriormente, para a efetiva demanda por abastecimento de água considerada, propondo as seguintes realidades:

9 Cenário Tendencial, que apresenta uma evolução constante, considerando a mesma curva da evolução populacional apresentada até a presente data, implantando o novo sistema de coleta e tratamento de efluentes sanitários do projeto para melhoria e ampliação do SES aprovado pela FUNASA, observa- se que o mesmo operará de modo satisfatório, uma vez que, em um horizonte de 20 anos, a demanda diária chega ao percentual de 70% da capacidade de captação diária instalada. 9 Cenário Alternativo, que apresenta uma evolução maior em relação ao primeiro, considerando, em hipótese, algum fator externo ou mudança abrupta no local, implantando o novo sistema de coleta e tratamento de efluentes sanitários do projeto para melhoria e ampliação do SES aprovado pela FUNASA, observa-se que o mesmo operará quase no limite, fazendo-se necessária a incorporação de ações de ampliação e adequação da capacidade de tratamento do sistema, uma vez que, num horizonte de 20 anos, a demanda diária chega ao percentual de 93% da capacidade de captação diária instalada.

Para as etapas seguintes deste Plano, serão adotados os valores de demanda correspondentes ao cenário tendencial. Tal escolha pauta-se na maior fidelidade à realidade atual do Município do Morro da Garça, uma vez que não foi constatado

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico durante a fase de levantamentos in loco, nenhum movimento, seja na área industrial, comercial, imobiliária, turismo, agropecuária, etc., que possa alterar de maneira consistente a atual evolução populacional. Desta forma, o cenário adotado por este relatório será o Tendencial.

O Cenário Tendencial oferece uma melhor prospecção da evolução e ocupação do território municipal, permitindo assim, delinear objetivos, metas, ações e programas mais adequados a realidade atual. No entanto, destaca-se a necessidade de revisões periódicas do PMSB, com vistas à adequação do planejamento às realidades momentâneas do município. Além disso, tais revisões são legalmente previstas na Política Nacional de Saneamento Básico, a qual determina que os PMSB deverão ser avaliados anualmente e revisados a cada quatro anos,como forma de manter sua eficiência e eficácia.

10.3. Identificação das carências

Nas conferências e audiências públicas realizadas, procurou-se ouvir a comunidade com relação ao sistema de esgotamento sanitário no município de Morro da Garça. O envolvimento da comunidade com as questões ambientais torna-se de fundamental relevância para a definição e efetivação das políticas de saneamento.

Tendo em vista a perspectiva de acréscimo da população, evidenciada pelo estudo de projeção populacional para Morro da Garça, em um horizonte de planejamento de 20 anos, surge a necessidade de analisar alternativas que busquem aumentar e melhorar a disponibilidade e qualidade dos serviços públicos de saneamento básico do município.

As dificuldades encontradas para a prestação de serviços relativos ao saneamento básico são fatores limitantes na garantia de melhor qualidade de vida e saúde da população atendida, bem como no compromisso de prever o desenvolvimento sustentável de um município.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

Em Morro da Garça, as principais carências foram levantadas e discutidas no Produto 2 – Diagnóstico. A análise deste diagnóstico possibilitou um maior conhecimento das carências, necessidades e disponibilidades de serviços de coleta e tratamento dos efluentes sanitários, apresentadas pela população local e detectadas pela equipe técnica. A partir destas percepções, serão traçadas as alternativas para universalização do atendimento adequado dos serviços de abastecimento de água, no horizonte de planejamento deste Plano.

10.3.1. Carências identificadas pelas comunidades

Durante as audiências públicas, constatou-se que a situação atual do município de Morro da Garça com o lançamento in natura dos efluentes no Córrego do Morro, é um problema que afeta e incomoda a todos.

A implantação da nova ETE tem como fundamento, contribuir para a solução do referido problema, que por sinal é a expectativa da população. Nesse contexto de carências, vale acrescentar o índice de atendimento à população da área urbana que é inferior a 70%, dos serviços de coleta e tratamento de esgotos, a cargo da Prefeitura Municipal, pois tal índice associado à inoperância atual da ETE torna-se uma prioridade de intervenção dentro do planejamento municipal e no âmbito legal da DN nº 96/2006.

Discutir no presente documento os possíveis motivos que contribuem para os baixos índices de acesso aos serviços de esgotamento sanitário, não se torna pertinente, uma vez que tal missiva foi discutida ao longo do diagnóstico. No entanto, vale destacar possíveis parcerias e ações que podem contribuir para a universalização dos serviços no Município.

A COPASA, atual concessionária dos serviços de abastecimento de água em Morro da Garça, desde 1994, concede a chamada Tarifa Social que é um benefício para as pessoas de baixa renda que reduz em até 40% as tarifas dos serviços de água e

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico esgoto oferecidos pela empresa. A Resolução da ARSAE nº 20/2012 estabeleceu alguns critérios para o enquadramento das comunidades de baixa renda na Tarifa Social. Segue os critérios para recebimento do benefício:

• Unidade usuária classificada como residencial; • Os moradores da unidade usuária classificada como Residencial – Tarifa Social devem pertencer a uma família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais; • A família deve ter uma renda mensal por pessoa de menor ou igual a meio salário mínimo nacional.

Dentro dessa conjunção a Prefeitura Municipal pode se fundamentar na argumentação da Tarifa Social e implantar em parceria com a COPASA o benefício para a população de baixa renda no Município, e assim contribuir para que os índices de atendimento dos serviços alcancem percentuais mais elevados.

De acordo com dados do IBGE (2010) e demais informações exploradas no diagnóstico, pode-se afirmar que boa parte da população do município de 10 anos ou mais, não dispõe de uma renda formal, ou seja, 42,5% do contingente populacional declaram não terem rendimentos. Tal índice é seguido pela população que recebe salários na faixa ½ a 1 salário mínimo. A soma das faixas citadas anteriormente ultrapassa os 70% da população municipal Tabela 17.

Tabela 17: Distribuição de renda Pessoas de 10 anos ou mais de idade Classes de rendimento nominal mensal (salário mínimo) Municípios Mais Mais Mais Mais Mais Total Mais Sem Até ½ de 1/2 de 1 a de 2 a de 5 a de 10 a de 20 rendimento a 1 2 5 10 20 Morro da Garça 2 254 162 817 231 67 12 5 2 958 Fonte: Gesois, 2014 Dessa forma, fica evidenciado a fragilidade do município frente aos padrões de renda per capita e as dificuldades em contratar serviços que onerem ainda mais a população de baixo poder aquisitivo.

112 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

Nesse âmbito, com o intuito de facilitar o acesso da população de baixa renda ao saneamento básico e contribuir para a universalização desse serviço, propõe-se a criação de um programa de benefício da tarifa social junto à prefeitura municipal de Morro da Garça, a exemplo de outras Prefeituras, que já criaram legislações específicas beneficiando não só a população carente, frente à adesão aos serviços de esgotamento sanitário e abastecimento de água, mas também contribuindo com a saúde pública e salubridade ambiental. O município de Palhoça/SC através do Projeto de Lei nº 540/2011 estabeleceu diretrizes e critérios para concessão do benefício da tarifa social às famílias de baixa renda. Segue diretrizes destacadas no referido Projeto de Lei:

• Possuir renda familiar de até um (01) salário mínimo ou renda per capita de R$ 80,00 (oitenta reais); • Nenhuma residência poderá exceder a mais cinquenta metros quadrados (50 m²); • Residir em edificação unifamiliar e com ligação de água devidamente regularizado; • Residir no município no mínimo a 01 (um) ano; • Preencher formulário de requerimento e assinar termo de declaração e responsabilidade junto ao setor do serviço social das Águas do município; • Não possuir débitos pendentes com a Autarquia dos serviços de água e esgotos, na ocasião da concessão do benefício; • Não possuir veículo automotor; • Comprovar que está inscrito no cadastro único para programas sociais do Governo Federal, através de Número de Identificação Social (NIS), que a pessoa recebe ao se cadastrar no Programa Bolsa família do Governo Federal.

Os critérios definidos pela Resolução ARSAE nº 20/2012, já citados anteriormente também devem ser considerados, no processo de criação do Programa de Benefício 113 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico de Tarifa Social, em Morro da Garça. Assim, vale acrescentar que no que tange à inscrição de famílias no Cadastro Único o município Morro da Garça, apresenta um total de 681 famílias inscritas em maio de 2013, dentre as quais: • 135 com renda per capita familiar de até R$70,00; • 319 com renda per capita familiar de até R$ 140,00; • 543 com renda per capita até meio salário mínimo.

A Tabela 18 apresenta os dados das famílias inscritas no CAD Único.

Tabela 18: Famílias inscritas no Cadastro Único Famílias cadastradas 681 Famílias cadastradas com renda per capita mensal de até 1/2 salário mínimo 543 Famílias cadastradas com renda per capita mensal de até R$ 140,00 319 Famílias cadastradas com renda per capita mensal entre R$70,01 e R$140,00 184 Famílias cadastradas com renda per capita mensal de até 70,00 135 Total de pessoas cadastradas 2.250 Pessoas cadastradas em famílias com renda per capita mensal de até 1/2 SM 1.999 Pessoas cadastradas em famílias com renda per capita mensal de até 140,00 1.233 Pessoas cadastradas em famílias com renda per capita mensal entre 70,01 e 140,00 788 Pessoas cadastradas em famílias com renda per capita mensal de até 70,00 445 Fonte: MDS, 2014.

Frente ao exposto, a fundamentação, bem como os objetivos da criação e implantação do programa deverão ser definidos pela Prefeitura Municipal em parceria da COPASA, assim o município poderá atingir o percentual de atendimento estabelecido pela DN nº 96/2006, ou seja, acima 80% de atendimento pelos serviços de água e esgoto, da população da área urbana, e consequentemente influenciar na melhoria da qualidade de vida das famílias de baixa renda que poderão aderir ao sistema de esgotamento sanitário a um baixo custo. É de relevância ressaltar que, não somente as famílias de baixa renda se beneficiarão com a implantação do programa de beneficio de tarifa social. Visto que o tratamento e disposição adequada dos efluentes sanitários sanarão os problemas relativos à proliferação de vetores e contaminação dos recursos naturais, é pertinente salientar que o programa tem fundamentos socioambientais.

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Frente à proposta apresentada, basta que a Prefeitura Municipal incorpore o papel de intermediadora dos processos junto à população e a COPASA, orientando e esclarecendo os conceitos básicos e benefícios diante da adesão aos serviços públicos de esgotamento sanitário, uma vez que a grande expectativa da população é que, os problemas relacionados a essa temática sejam solucionados. A Tabela 19 sintetiza de forma esquemática as principais demandas levantadas pelas comunidades em Morro da Garça.

Tabela 19: Carências identificadas pela comunidade - Esgotamento Sanitário TEMA PROBLEMA LEVANTADO Não há tratamento de esgoto e a rede de coleta é insuficiente e inadequada. Esgoto a céu aberto próximo ao posto de abastecimento Parada do Paraíso. Construção de fossas fora do padrão. O esgotamento sanitário que atende somente a 70% dos domicílios. Os 30% restantes, numa extensão aproximada de 8.000 metros, aguarda por redes coletoras ainda Esgoto utilizando fossas secas. Sanitário O Córrego do Morro, que corta a área urbana, encontra-se poluído por resíduos naturais – taboas e outras vegetações – além de receber 100% do esgotamento sanitário domiciliar pela paralisação da ETE. Este curso d’água encontra-se, também, poluído por agrotóxicos Nota-se a falta de vegetação ciliar e conservação do solo. Fonte: Gesois, 2014 10.3.2. Carências identificadas pela equipe técnica

A equipe técnica, em todos os contatos com os gestores municipais e demais atores envolvidos, nas oficinas de capacitação, nas conferências e audiências públicas realizadas, nas visitas de campo, constatou que a demanda prioritária, dentro do eixo esgotamento sanitário, em Morro da Garça relaciona-se à implantação da nova ETE, uma vez que a atual está inoperante, e todo efluente coletado na Sede Municipal é lançado in natura no Córrego do Morro, afluente direto do Rio Bicudo. Diante desse cenário o município não possui regularidade ambiental, e o prazo para regularização vai até março de 2017, de acordo com as Deliberações Normativas nº 96/2006 e 128/2008.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

Fazendo-se uma correlação entre tal apontamento e a necessidade de sanção do mesmo, frente à população urbana, de forma prospectiva, a curto prazo, visto que é uma demanda com maior urgência de resolução, propõe-se nesse documento principalmente a priorização de implantação do Projeto de Ampliação e Melhoria dos SES, aprovado pela FUNASA e já em processo de licitação.

Destaca-se ainda a necessidade da implantação de um sistema de monitoramento da qualidade da água no Córrego do Morro, e a avaliação qualitativa e quantitativa, contínua e/ou periódica, da presença de poluente, tentando realizar uma gestão compartilhada e participativa quando da detecção de queda do nível de qualidade das águas, do curso d´água.

Ainda no mesmo âmbito, vale ressaltar a urgência em se implantar programas de incentivo à adesão à rede coletora municipal, uma vez que o sistema de esgotamento sanitário do município atende somente a 70% dos domicílios, sendo os 30% restantes, numa extensão aproximada de 8.000 metros, usuários de sistemas individuais inadequadas de esgotamento sanitário.

Dentro desses programas de fomento à adesão à rede pública, pode se estabelecer políticas de benefícios quando da contratação dos serviços, em parceria com outras instituições, como a implantação da tarifa social, com vistas ao atendimento das famílias de baixa renda do Município contribuindo para a elevação das taxas de adesão aos serviços e beneficiando as famílias com menor disponibilidade financeira, frente ao acesso aos serviços de saneamento básico.

Nas comunidades rurais, a ausência de um sistema adequado de esgotamento sanitário, também é preocupante, uma vez que as soluções de esgotamento implantadas são constituídas por fossas rudimentares, que representam risco de contaminação do solo e do lençol freático, além de contribuir para os riscos de saúde da população. Apesar de ser menos prioritária que situação da zona urbana, em função da densidade populacional, vale mencionar a necessidade de implantação de uma política de captação de recursos governamentais e parcerias, com foco no 116 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico

Saneamento Rural, bem como estabelecer diretrizes de orientação e sensibilização da comunidade, frente à construção adequada de sistemas de esgotamento sanitário, com ênfase nos sistemas alternativos e sustentáveis de baixo custo.

Face ao exposto, no que tange a prospecção do sistema de esgotamento sanitário na zona rural e urbana, nos itens seguintes são propostos Objetivos, Metas, Programas e Ações, que buscam contribuir num horizonte de curto a médio prazo, para universalização do acesso aos serviços esgotamento sanitário, atendendo principalmente aos apontamentos descritos anteriormente.

10.4. Objetivos e metas

O PMSB tem como objetivo principal, promover a universalização e qualidade dos serviços que abrangem o saneamento básico, instrumentalizando o município com um planejamento integrado dos quatro eixos do saneamento, considerando as especificidades locais, com metas bem definidas a curto, médio e longo prazo.

Este Plano deve estar nivelado à Política Nacional de Meio Ambiente e demais legislações pertinentes, no âmbito federal e estadual, bem como o Plano Diretor Municipal.

Dentro deste contexto, enfatiza-se o relevante papel de todas as esferas da sociedade, como parte fundamental no processo de universalização dos serviços de abastecimento de água no âmbito municipal.

Além disso, vale ressaltar o importante papel da sensibilização, conscientização e envolvimento dos três setores da sociedade, poder público, iniciativa privada e sociedade civil. Tal aliança é indispensável para promover à utilização dos recursos hídricos, com responsabilidade social e ambiental, sem comprometer a qualidade das águas e dos ambientes a elas associadas, mantendo uma política de sustentabilidade, que garanta o acesso aos recursos naturais para as presentes e futuras gerações. 117 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Como a Prefeitura municipal presta o serviço de esgotamento sanitário na sede do Morro da Garça, e este não é considerado satisfatório e eficiente, são considerados objetivos específicos:

1. Ampliar e modernizar os sistemas de esgotamento sanitário, com vistas ao atendimento das demandas futuras na sede municipal; 2. Promover política de monitoramento dos corpos receptores de efluentes, provenientes da estação de tratamento de esgotamento sanitário (atual e futura), visando a avaliação da eficiência da mesma e assim evitar danos ao meio ambiente. 3. Desenvolver políticas de assistência e controle dos sistemas individuais para esgotamento sanitário.

A Tabela 20 apresenta estes objetivos com suas respectivas metas, definidas para o PMSB nos períodos de curto, médio e longo prazos, e, em casos extremos, de caráter imediato. Admitindo-se soluções graduais e progressivas de forma a atingir a universalização e qualidade dos serviços prestados, bem como a sustentabilidade dos recursos naturais.

Tabela 20: Objetivos e Metas - Esgotamento Sanitário METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo - Alcançar 90% de atendimento - Alcançar 95% de atendimento - Manter 100% de atendimento da população urbana da sede, o da população urbana da sede, da população urbana da sede que inclui ampliação e o que inclui ampliação e o que inclui ampliação e modernização da rede coletora modernização da rede coletora modernização da rede coletora existente; existente; existente; - Implantar política de - Alcançar política de - Manter política de sensibilização e fomento (Tarifa sensibilização e fomento à sensibilização e fomento à Social) à adesão à rede pública adesão de 100% da adesão de 100% da Ampliar e modernizar de 90% da comunidade comunidade relacionada à aos comunidade relacionada à aos os sistemas de relacionada aos serviços de serviços de esgotamento serviços de esgotamento esgotamento esgotamento sanitário oferecidos sanitário da concessionária, sanitário da concessionária, 01 sanitário, com vistas pela Prefeitura Municipal; fundamentada na tarifa social; fundamentada na tarifa social; ao atendimento das - Desenvolver uma política - Manter a política tarifária - Manter a política tarifária demandas futuras na tarifária municipal baseada nos municipal baseada nos municipal baseada nos sede municipal preceitos da Tarifa Social preceitos da Tarifa Social preceitos da Tarifa Social buscando identificar e contemplar buscando identificar e buscando identificar e 90% das famílias com perfil contemplar 100% das famílias contemplar 100% das famílias CadUnico para recebimento do com perfil CADUNICO para com perfil CADUNICO para benefício, frente à adesão à rede recebimento do benefício, recebimento do benefício, pública de esgotamento sanitário; frente à adesão à rede pública frente à adesão à rede pública - Alcançar 90% da rede existente de esgotamento sanitário; de esgotamento sanitário, sob manutenção contínua; - Alcançar 100% da rede frente à adesão à rede pública 118 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo - Desenvolver sistema de existente sob manutenção de esgotamento sanitário; monitoramento dos possíveis contínua; - Manter 100% da rede pontos de retenção de fluxo - Manter o funcionamento do existente sob manutenção (entupimento) e vazamentos com sistema de monitoramento dos contínua. o apoio de estratégias de possíveis pontos de retenção - Manter o funcionamento do modelagem computacional de fluxo (entupimento) com o sistema de monitoramento dos (mapeamento georreferenciado), apoio de estratégias de possíveis pontos de retenção visando cadastrar também os modelagem computacional de fluxo (entupimento) com o usuários para melhor proposição (mapeamento apoio de estratégias de de estratégias de planejamento e georreferenciado), visando modelagem computacional gestão dos serviços. cadastrar também os usuários (mapeamento para melhor proposição de georreferenciado), visando estratégias de planejamento e cadastrar também os usuários gestão dos serviços. para melhor proposição de estratégias de planejamento e gestão dos serviços. - Implantar dois pontos de coleta - Manter os dois pontos de e amostragem no corpo receptor, - Manter os dois pontos de coleta e amostragem no corpo no lançamento e outro a jusante, coleta e amostragem no corpo receptor, no lançamento e com objetivo de se avaliar os receptor, no lançamento e outro outro a jusante, com objetivo possíveis impactos do a jusante, com objetivo de se de se avaliar a eficiência de lançamento de efluentes da atual avaliar a eficiência de tratamento da nova ETE Promover política de estação de tratamento na busca tratamento da nova ETE Municipal; monitoramento dos pelo dimensionamento dos Municipal; - Manter o ponto de coleta e corpos receptores de prejuízos ambientais do sistema - Manter o ponto de coleta e amostragem a jusante da foz efluentes em operação; amostragem a jusante da foz do Córrego do Morro no Rio provenientes da - Implantar um ponto de coleta e do Córrego do Morro no Rio Bicudo, em parceria com o estação de amostragem a jusante da foz do Bicudo, em parceria com o Município de Corinto, como tratamento de Córrego do Morro no Rio Bicudo, Município de Corinto, como 02 forma de adotar medidas esgotamento em parceria com o Município de forma de adotar medidas preventivas e corretivas sanitário (atual e Corinto, como forma de adotar preventivas e corretivas evitando a alteração das futura), visando a medidas preventivas e corretivas evitando a alteração das características dos corpos da avaliação da evitando a alteração das características dos corpos da água; eficiência da mesma características dos corpos da água. - Manter a elaboração e assim evitar danos água. - Manter a elaboração trimestral trimestral de um laudo dos ao meio ambiente. - Elaborar trimestralmente um de um laudo dos resultados dos resultados dos parâmetros laudo dos resultados dos parâmetros amostrados, frente amostrados, frente à parâmetros amostrados, frente à à compatibilização dos padrões compatibilização dos padrões compatibilização dos padrões legais exigidos e legais exigidos e legais exigidos e enquadramento enquadramento do curso enquadramento do curso do curso d´água receptor. d´água receptor. d´água receptor.

- Criar e Implantar um Programa - Manter o Programa de - Manter o Programa de de Assistência a População, em Assistência a População para Assistência a População para parceria com a EMATER, para construção adequada de construção adequada de construção adequada de sistemas individuais de sistemas individuais de sistemas individuais de esgotamento sanitário, a fim de esgotamento sanitário, a fim de esgotamento sanitário, a fim de dar orientação técnica quanto a dar orientação técnica quanto a dar orientação técnica a 90% construção dos mesmos. construção dos mesmos. Desenvolver políticas residências que utilizam os - Manter o Programa de - Manter o Programa de de assistência e sistemas individuais; Sensibilização, junto à Sensibilização, junto à controle dos sistemas - Criar e Implantar um Programa comunidade, com foco nos comunidade, com foco nos 03 individuais para de Sensibilização, junto à benefícios advindos da benefícios advindos da esgotamento comunidade, com foco nos utilização de sistemas de utilização de sistemas de sanitário. benefícios advindos da utilização esgotamento sanitário esgotamento sanitário de sistemas de esgotamento sustentáveis, com ações sustentáveis, com ações sanitário sustentáveis, com ações educativas que incluem 2 educativas que incluem 2 educativas que incluem 2 palestras, uma oficina de palestras, uma oficina de palestras, uma oficina de capacitação e duas oficinas capacitação, e duas oficinas capacitação, e duas oficinas participativas semestralmente; participativas semestralmente; participativas semestralmente; - Desenvolver uma política de - Manter uma política de - Desenvolver uma política de incentivo, junto à 100% da incentivo, junto à 100% da 119 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo incentivo, junto à 90% da comunidade rural, relacionada comunidade rural, relacionada comunidade rural, relacionada à à implantação de Projetos à implantação de Projetos implantação das ações do Governamentais de apoio ao Governamentais de apoio ao Programa Nacional de acesso às políticas de acesso às políticas de Saneamento Básico, onde a saneamento rural; saneamento rural; coordenação do Programa de - Manter a arrecadação do - Manter a arrecadação do Saneamento Rural (PNSR) é fundo municipal de incentivo à fundo municipal de incentivo à responsabilidade do Ministério da implantação de tecnologias implantação de tecnologias Saúde por meio da Fundação sustentáveis para esgotamento sustentáveis para esgotamento Nacional de Saúde (Funasa). O sanitário, para soluções sanitário, para soluções PNSR tem como objetivo individuais e/ou coletivas; individuais e/ou coletivas; promover o desenvolvimento de - Manter a aplicação do - Manter a aplicação do ações de saneamento básico em Protocolo de Fiscalização, junto Protocolo de Fiscalização, áreas rurais; aos estabelecimentos junto aos estabelecimentos - Estruturação de um fundo comerciais, atribuindo às comerciais, atribuindo às municipal de incentivo à punições cabíveis frente às punições cabíveis frente às implantação de tecnologias infrações detectadas e a infrações detectadas e a sustentáveis para esgotamento produção semestral do relatório produção semestral do sanitário, para soluções de autos de infração; relatório de autos de infração; individuais e/ou coletivas; - Estruturar um Protocolo de Fiscalização, com fundamentação legal, a ser aplicado junto aos estabelecimentos comerciais, com geração de efluentes não domésticos, com rotina de conduta e punições cabíveis às infrações detectadas, os autos de infração serão relacionados em um relatório semestral de atividades; Fonte: Gesois, 2014

10.5. Programas, ações e prazos

Na Tabela 21 estão dispostos os cinco Programas elaborados, bem como suas respectivas ações e prazos relacionados, para alcance dos objetivos correspondentes, dentro dos períodos estabelecidos em curto, médio e longo prazos.

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Tabela 21: Programas, Ações e Prazos - Esgotamento Sanitário AÇÕES OBJ PROGRAMAS Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo (1) Ampliar e modernizar SES considerando a demanda atual e futura, incluindo a realização de melhoria e incremento do sistema, incluindo rede coletora, otimização da estação de tratamento e destinação final conforme as necessidades (1) Manter a política identificadas pela Prefeitura Municipal, População e tarifária municipal equipe técnica PMSB no diagnóstico. baseada nos preceitos (2) Desenvolver uma política tarifária municipal da Tarifa Social. Programa de baseada nos preceitos da Tarifa Social. (2) Manter a Ampliação e (3) Identificar as famílias com perfil CADÙNICO e Identificação das as Adequação dos contemplá-las com o benefício da Tarifa Social famílias com perfil Sistemas de Municipal, frente à adesão à rede pública de 1.1 CADÙNICO e Esgotamento esgotamento sanitário. contemplá-las com o Sanitário (SES) (4) Prover a Prefeitura Municipal de equipamentos, kits benefício da Tarifa na Zona Urbana. de materiais adequados à execução dos reparos Social Municipal, frente conforme procedimentos técnicos adequados. à adesão à rede (5) Implantar rotina de modelagem em ambiente pública de esgotamento computacional (mapeamento georreferenciado,visando sanitário. cadastrar usuários e identificar os possíveis pontos de

retenção de fluxo (entupimento), vazamentos, ligações irregulares, para melhor proposição de estratégias de planejamento e gestão dos serviços. (6) Priorizar a ativação da Estação de Tratamentos de Esgotos (ETE) com projeto aprovado pela FUNASA. Programa de Sensibilização Comunitária Desenvolver ações de sensibilização comunitária, com ênfase na priorizando a adesão aos serviços de esgotamento 1.2 Adoção da Rede sanitário, seus benefícios em prol da manutenção da Pública saúde pública, principalmente a junto à população municipal de situada as margens dos cursos d’água. Esgotamento Sanitário. (1) Firmar parceria entre as Prefeituras Municipais de Corinto e Morro da Garça, para realização de ações conjuntas de controle de poluição hídrica, principalmente em relação ao Rio Bicudo, quando detectado indícios de contaminação. , para adoção de medidas preventivas e corretivas evitando a alteração das características dos corpos da água. (2) Implantar dois pontos de coleta e amostragem no corpo receptor, no lançamento e outro a jusante, com Manter a rotina de objetivo de se avaliar os possíveis impactos do monitoramento nos Programa de lançamento de efluentes da atual estação de pontos de coleta e Monitoramento tratamento na busca pelo dimensionamento dos amostragem dos corpos prejuízos ambientais do sistema em operação; implantados no corpo 2.1 receptores de (3) Implantar um ponto de coleta e amostragem a receptor, no efluentes da ETE jusante da foz do Córrego do Morro no Rio Bicudo, em lançamento e outro a Municipal. parceria com o Município de Corinto, como forma de jusante, com objetivo adotar medidas preventivas e corretivas evitando a de se avaliar a alteração das características dos corpos da água. eficiência de tratamento (4) Implantar um ponto de coleta e amostragem no da nova ETE Municipal; corpo receptor, no lançamento e outro a jusante, com objetivo de se avaliar os possíveis impactos do lançamento de efluentes da atual estação de tratamento na busca pelo dimensionamento dos prejuízos ambientais do sistema em operação; (5) Promover a elaboração de laudos de monitoramento, fundamentado na legislação, vigente, a partir das amostragens no corpo receptor dos efluentes 121 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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AÇÕES OBJ PROGRAMAS Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo provenientes das ETE com o objetivo de identificar e avaliar a necessidade de incremento e melhoria dos sistemas de tratamento, com a possibilidade de instalação de equipamentos para promover o tratamento mais adequado. (1) Criar e Implantar o programa de assistência aos sistemas individuais de esgotamento sanitário, inclusive aos adotados como solução na zona rural e urbana, a fim de orientar quanto a construção e manutenção adequada dos mesmos minimizando o risco de contaminação ambiental; (2) Firmar parceria entre a Prefeitura Municipal e (1) Manter uma rotina Programa de EMATER, com visas à estruturação do sistema de de fomento à captação Assistência a assistência técnica à comunidade rural, a fim de dar de recursos População para orientação quanto a construção de sistemas de governamentais que Construção esgotamento sanitário baseado em tecnológicas 3.1 apoiem o acesso à Adequada de socioambientais de baixo custo; água e a manutenção Sistemas (3) Desenvolver convênio entre a Prefeitura Municipal e da qualidade dos Individuais de FUNASA, relacionada à implantação das ações do recursos hídricos. Esgotamento Programa Nacional de Saneamento Básico, com o

Sanitário objetivo promover o desenvolvimento de ações de saneamento básico em áreas rurais; (4) Estruturar e Aplicar o Protocolo de Fiscalização, com exigência legal de sistemas de tratamento individual para efluentes não domésticos, a ser aplicado junto aos estabelecimentos comerciais, a fim de minimizar o risco de contaminação ambiental.

1) Fomentar junto (1) Criar e Implantar o Programa de Sensibilização e 1) Fomentar junto às às comunidades e desenvolver um planejamento de ações educativas comunidades e localidades rurais, junto à comunidade que utiliza sistemas individuais de localidades rurais, através de esgotamento sanitário, inclusive aos adotados como Programa de através de incentivos incentivos solução na zona rural e urbana, a fim de demonstrar o Sensibilização, financeiros (Fundo financeiros (Fundo potencial de utilização e eficiência ambiental dos junto à Municipal de Municipal de sistemas sustentáveis de biodigestão. comunidade, Implantação de Implantação de (2) Realizar uma oficina por semestre, de capacitação 3.2 com foco nos Tecnologias Tecnologias técnica com foco em tecnologias sustentáveis de sistemas de Sustentáveis) e apoio Sustentáveis) e esgotamento sanitário, para membros da comunidade, esgotamento técnico operacional a apoio técnico escolas, associações que serão multiplicadores do sanitário construção de sistemas operacional a conhecimento dentro do Programa; sustentáveis individuais e/ou construção de (3) Criar fundo municipal de incentivo à implantação de coletivos de sistemas tecnologias sustentáveis para implantação de sistemas esgotamento sanitário individuais e/ou individuais e/ou coletivos de esgotamento sanitário; coletivos de

esgotamento sanitário Fonte: Gesois, 2014

10.6. Proposição de indicadores O acompanhamento da implantação do PMSB só será possível se baseada em dados e informações que traduzam, de maneira resumida, a evolução e a melhoria das condições de vida da população. Uma das metodologias utilizadas para

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico descrever essa situação é a construção de indicadores. Indicadores são valores utilizados para medir e descrever um evento ou fenômeno de forma simplificada. Podem ser derivados de dados primários, secundários ou outros indicadores e classificam-se como analíticos (constituídos de uma única variável) ou sintéticos (constituídos por uma composição de variáveis). Para a construção de um indicador, é necessário: Nomear o indicador; Definir seu objetivo; Estabelecer sua periodicidade de cálculo; Indicar o responsável pela geração e divulgação; Definir sua fórmula de cálculo; Indicar seu intervalo de validade; Listar as variáveis que permitem o cálculo; Identificar a fonte de origem dos dados (FUNASA, 2008).

A COPASA tem suas atividades reguladas pela ARSAE e esta dispõe sobre quais indicadores devem ser fornecidos pelos prestadores de serviços. Entretanto, em Morro da Garça a prestação dos serviços de esgotamento sanitário fica a cargo da Prefeitura Municipal, portanto a instituição pública passa a enquadrar-se como prestadora de serviços e assim deve seguir os mesmos roteiros de atividades reguladas pela ARSAE, bem como adotar os indicadores fornecidos pela Agência.

O sistema de esgotamento sanitário em Morro da Garça operado pela Prefeitura Municipal atende apenas 70% da população urbana. Nessa mesma proporção não há tratamento adequado de efluentes, sendo o mesmo lançado in natura no Ribeirão do Morro. Além disso, não há quaisquer iniciativas de saneamento na área rural, que incluíssem, por exemplo, a implantação de ações do Programa de Saneamento Rural de responsabilidade da FUNASA.

Diante desse cenário, foram definidos indicadores (Tabela 22) para o sistema se esgotamento que contribuíssem para efetiva elevação das taxas de adesão à rede pública e também fomentassem o monitoramento de qualidade dos corpos receptores de efluentes e a implementação de programas governamentais de apoio à adequação dos sistemas individuais de esgotamento sanitário.

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Tabela 22: Indicadores - Esgotamento Sanitário NOME – INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULAR UNIDADE O resultado mostra a 1.0 Índice de cobertura dos ICSA = Nº de comunidades atendidas proporção de comunidades serviços de esgotamento Semestral % atendidas com serviço de sanitário na sede municipal Número comunidades totais(%) esgotamento sanitário. Definidos pela DN 01/2008, 2.0 Padrão de lançamento de conforme enquadramento do Trimestral Padrão efluentes curso d´água receptor dos efluentes. O resultado mostra a ICES = População Atendida 3.0 Índice de coleta de proporção da população Anual % esgotos por tipo de sistema urbana municipal com serviço Tipo de Sistemas(%) de esgotamento sanitário. Fonte: Gesois, 2014 10.7. Hierarquização das áreas de intervenção prioritária

Para a próxima etapa do PMSB, Produto 4, que trata da elaboração de programas, projetos e ações, é necessário realizar a hierarquização das áreas de intervenção, ou seja, a definição das áreas mais carentes e prioritárias, que orientará a sequência de execução das atividades previstas. Tal hierarquização permite definir ações mais efetivas, nas áreas que apresentam maiores déficits em relação ao acesso ao esgotamento sanitário, garantindo assim o princípio da universalização do saneamento, definidas pela Política Nacional de Saneamento Básico. A hierarquização de áreas resulta na priorização de localidades dentro do Município, com maior urgência por serviços de saneamento, porém tanto a zona urbana como a zona rural com suas localidades, possuem relevância e devem ser atendidas. Para tanto, as áreas prioritárias para intervenção serão definidas a partir de 4 indicadores definidos abaixo: 1. Acesso à rede geral de coleta de efluentes sanitários ou outras soluções; 2. Acesso ao tratamento de esgoto no mínimo em nível primário; 3. Monitoramento dos efluentes sanitários e dos corpos receptores; 4. Manutenção contínua dos sistemas; 5. Ocorrência de projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário.

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Dessa forma, a hierarquização das áreas de intervenção no município foi classificada em quatro níveis de prioridade (1-Inexistente, 2-Insatisfatório, 3-Regular, 4-Satisfatório), sendo que a classificação 1 possui maior nível de prioridade do que a 2 e assim sucessivamente. A seguir é apresentada a definição dos níveis de prioridade:

• Inexistente: Pode-se considerar crítica a situação dessas localidades, sem acesso aos serviços de esgotamento sanitário com qualidade e eficiência definidas pela Política Nacional de Saneamento Básico. Além disso, tais áreas também não contam com a ocorrência de projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário. Tal classificação se fundamenta na tipologia de sistemas de esgotamento sanitário encontrados nessas localidades, que são determinados, na maioria por sistemas individuais (fossas negras), fora dos padrões de salubridade ambiental requeridos, portanto não atendem a nenhum dos critérios definidos pela DN nº 96/2008, que prevê o atendimento em rede pública de mais de 80% da população, com eficiência de tratamento de efluentes maior que 60%; • Insatisfatório: Áreas com acesso insuficiente do sistema de esgotamento sanitário, ou seja, não atende a mais de 80% da população, e não registra eficiência de tratamento de efluentes em 60%, dentro dos padrões definidos pela DN nº 96/2008. Portanto, são as localidades onde há o acesso à outras soluções de esgotamento sanitário, que incluem à rede geral, no entanto não contam com tratamento no mínimo em nível primário, manutenção dos sistemas, e falta projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário; • Regular: Áreas de acesso regular, como atendimento a menos de 80% da população, e com eficiência de tratamento de efluentes menor que 60%,ou seja, não atendem aos padrões definidos pela DN nº 96/2008. Portanto são as localidades onde há acesso à rede geral, que contam com monitoramento de qualidade dos corpos receptores de efluentes e tratamento no mínimo 125 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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primário, mas que não dispõem de projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário. • Satisfatório: Áreas e localidades consideradas com acesso satisfatório aos serviços, que atende aos critérios dispostos na DN nº 96/2008, ou seja, dispõe de uma parcela significativa da população com acesso à rede pública (mais de 80%) com eficiência de tratamento de efluentes maior que 60%, e ainda manutenção das redes coletoras de esgoto, contemplando, por exemplo, a recuperação de elevatórias e linhas de recalque, mesmo de forma esporádica, monitoramento de qualidade das águas nos corpos receptores e iniciativas de fomento a projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário. Tais áreas são consideradas as menos prioritárias à intervenção nesta hierarquização.

Assim, apresenta-se na apresenta-se na Tabela 23, a seguir, a hierarquização das áreas do município de Morro da Garça, considerando o acesso aos serviços de esgotamento sanitário.

Tabela 23: Hierarquização das áreas - Esgotamento Sanitário CLASSIFICAÇÃO ÁREAS Localidades Rurais: Furados. Flores, Mutuca, Cambaúba, Vista Alegre, Vista Alegre 2, Saco,do Brejo, Cavalinho II, Cavalinho I, Serragem I, Campo Alegre, Capim Branco, Recanto, Serragem II, Estrada do Boiadeiro, Jacobina, Almoço, Lagoa, Flores I, Riachinho. Pode-se considerar crítica a situação dessas localidades, sem acesso aos serviços de Inexistente esgotamento sanitário com qualidade e eficiência definidas pela Política Nacional de Saneamento Básico. Além disso, tais áreas em sua maioria, contam com sistema de esgotamento sanitário, baseado em fossas rudimentares (fossas negras), fora dos padrões de salubridade ambiental definidos pela DN 96/2008, Sede de Morro da Garça: Possui atendimento a menos de 70% da população, com eficiência de tratamentos de efluentes inferior a 60%,em função da inoperância da ETE Insatisfatório Municipal, fora dos padrões de salubridade ambiental definidos pela DN 96/2008. Além disso, não conta manutenção periódica dos sistemas, e faltam projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário; Não há no município áreas que se enquadrem nessa classificação, apesar de haver localidades como atendimento, por rede geral a menos de 80% da população, e com eficiência de tratamento de efluentes menor que 60%, tais áreas não contam com Regular monitoramento de qualidade dos corpos receptores de efluentes e tratamento no mínimo primário, e também não dispõem de projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário.

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CLASSIFICAÇÃO ÁREAS Não há no município áreas que se enquadrem nessa classificação, uma vez que não há áreas e localidades consideradas com acesso satisfatório aos serviços, que atende aos critérios dispostos na DN 96/2008, ou seja, dispõe de uma parcela significativa da população com acesso à rede pública (mais de 80%) com eficiência de tratamento de Satisfatório efluentes maior que 60%, e ainda manutenção das redes coletoras de esgoto, contemplando, por exemplo, a recuperação de elevatórias e linhas de recalque, mesmo de forma esporádica, monitoramento de qualidade das águas nos corpos receptores e iniciativas de fomento a projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário. Fonte: Gesois, 2014

Diante das discussões apresentadas anteriormente para o Município de Morro da Garça, foram atribuídas apenas duas classificações, inexistente e insatisfatório. A falta de tratamento de esgotos na sede de Morro da Garça é a questão maior que perpassa todas as discussões. Na implantação da nova ETE, sugere-se que a criação de uma autarquia municipal para administrar o sistema ou que a concessão seja passada para a COPASA. Deve-se ressaltar que a Prefeitura de Morro da Garça tem procurado fazer uma manutenção adequada nas redes de esgoto. A falta de sistema de esgotamento sanitário nas áreas rurais, também, é uma situação preocupante.

A partir desses resultados modelou-se uma análise kernel em ambiente SIG da classificação de maior ocorrência, dentro do âmbito municipal. Dessa forma, para o eixo esgotamento sanitário, a maior ocorrência foi definida pela classe “Inexistente”, indicada para as localidades de Furados. Flores, Mutuca, Cambaúba, Vista Alegre, Vista Alegre 2, Saco,do Brejo, Cavalinho II, Cavalinho I, Serragem I, Campo Alegre, Capim Branco, Recanto, Serragem II, Estrada do Boiadeiro, Jacobina, Almoço, Lagoa, Flores I, Riachinho.

De acordo com a Figura 21, a espacialização geoestatística das informações permitiu definir três núcleos de intervenção com prioridade “alta” e três com prioridade de “média a alta”, em função do número de localidades umas próximas à outras em um raio de 3000km².

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Os núcleos de prioridade “alta” podem ser estratificados em três níveis de importância, em relação a conectividade com outros núcleos de intervenção, a saber:

Núcleo (1): é o maior núcleo definido pelas localidades de Serragem I, Campo Alegre e Capim Branco, mas que fazem uma conexão com mais cinco localidades incorporadas em núcleos de prioridade de “media a alta”.

Núcleo (2): é o segundo maior núcleo definido pelas localidades de Saco do Brejo, Cavalinho I e II, e Vista Alegre II, assim com núcleo I também faz uma conexão com um núcleo de prioridade de “média a alta”, definido por quatro localidades.

Núcleo (3): Trata-se de um núcleo isolado, definido pelas localidades de Flores e Flores I.

Os núcleos de prioridade “média a alta” podem ser estratificados em três níveis de importância, em relação à distância da sede municipal, a saber:

Núcleo (1): Definido pelas localidades de Furados e Extrema, é o mais próximo à sede municipal, fator relevante a favor da instalação de sistemas satisfatórios de esgotamento sanitário, o que potencialmente pode contribuir com a consolidação da relação entre a Prefeitura Municipal e as comunidades, através da definição de Programas de fomento à implantação de alternativas sustentáveis e também a adoção de uma política de assistência e orientação à implantação de sistemas de esgotamento sanitário dentro dos padrões de qualidade ambiental definidos por lei. Tais ações devem ser ampliadas de forma gradual para as demais localidades, dentro dos padrões de possibilidades dos recursos municipais.

Núcleo (2): O segundo núcleo mais próximo à sede municipal, definido pelas localidades de Vista Alegre, Cambaúba e Mutuca.

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Núcleo (3): é o mais distante da sede municipal, no entanto abrange maior quantidade de localidades, pois é definido por Estrada do Boiadeiro, Almoço, Lagoa e Riachinho.

As demais localidades constituem-se em núcleos isolados, com priorização média, no entanto com atendimento inexistente.

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Figura 21: Priorização de Áreas de Intervenção – Esgotamento Sanitário. Fonte: Gesois, 2014

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Diante de tais missivas metodológicas, o presente Plano estabeleceu os Objetivos, Metas, Ações e Indicadores, descritos a seguir na Tabela 24. Maior detalhamento das ações, bem como a previsão de custos, valores estimados, recursos humanos e fontes de financiamento para cada uma serão apresentados no Produto 4.

Conforme já apresentado, o município não possui estrutura institucional, técnica e financeira para garantir à população, com seus próprios recursos, serviços de saneamento com qualidade e quantidade suficientes, sendo necessária ampla discussão sobre o tema. Com isso, a análise de viabilidade técnico-financeira dos serviços, considerando os cenários junto aos objetivos, metas, programas, projetos e ações, foi realizada com uma abordagem superficial neste produto e será estruturada com mais ênfase no Produto 4, referente aos Programas, Projetos e Ações.

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Tabela 24: Detalhamento das metas, programas, ações e indicadores de cada objetivo – Esgotamento sanitário MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 ESGOTAMENTO SANITÁRIO OBJETIVO AMPLIAR E MODERNIZAR OS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO, COM VISTAS AO ATENDIMENTO DAS DEMANDAS FUTURAS NA SEDE 1 MUNICIPAL A população de Morro da Garça, tendo como base a taxa de crescimento anual de 1,15%, definida no cenário tendencial, adotado nesta proposta, e estimada através do método de crescimento geométrico, poderá atingir 2001 habitantes em 2034. Isso significa um incremento de 409 habitantes no município. Diante da premissa de atingir a universalização dos serviços de esgotamento sanitário, ressalta-se que apenas 70% da população urbana (Prefeitura Municipal, 2014) tem acesso aos serviço,. Além disso, a coleta e tratamento de efluentes são realizados na mesma proporção, no entanto devido a inoperância da ETE Municipal, tais efluentes são lançados in natura no Córrego do Morro, afluente direto do Rio Bicudo, passando apenas por uma grade sem manutenção periódica, contribuindo FUNDAMENTAÇÃO para deterioração da qualidade de suas águas e potencializando riscos para a população, portanto não atende às especificações da DN 128/2008. Frente a tais missivas, constata-se a necessidade da adoção de uma política de incentivo à implantação da rede pública de esgotamento sanitário junto à população, bem como fomentar a ampliação e modernização do sistema existente, visando atender o incremento populacional urbano no município. Além disso, constata-se também a necessidade da implementação de uma rotina de manutenção contínua da rede pública, não só para corrigir as deficiências existentes, mas também para prevenir possíveis entupimentos e o mau cheiro. Tal rotina para melhor controle, operação e otimização deve ser acompanhada por uma modelagem computacional (mapeamento georreferenciado) em ambiente SIG, para melhor proposição de estratégias de planejamento e gestão dos serviços. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO ICSA = ÍNDICE DE COBERTURA DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA SEDE MUNICIPAL. O ICSA = Nº de comunidades atendidas INDICADOR COMO CALCULAR PERIODICIDADE SEMESTRAL resultado mostra a proporção de Número comunidades totais (%) comunidades atendidas com serviço de esgotamento sanitário. Relatórios Mensal

METAS CURTO PRAZO –DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 a 8 ANOS LONGO PRAZO DE 08 A 20 ANOS. • Alcançar 90% de atendimento da população urbana da • Alcançar 95% de atendimento da população urbana da • Manter 100% de atendimento da população urbana da sede, o que inclui ampliação e modernização da rede sede o que inclui ampliação e modernização da rede sede o que inclui ampliação e modernização da rede coletora existente; coletora existente; coletora existente; • Implantar política de sensibilização e fomento à adesão à • Manter política de sensibilização e fomento à adesão de • Manter política de sensibilização e fomento à adesão de rede pública de 90% da comunidade relacionada à aos 100% da comunidade relacionada à aos serviços de 100% da comunidade relacionada à aos serviços de 132 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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serviços de esgotamento sanitário oferecidos pela esgotamento sanitário da concessionária, fundamentada esgotamento sanitário da concessionária, fundamentada Prefeitura Municipal; na tarifa social; na tarifa social; • Desenvolver uma política tarifária municipal baseada nos • Manter a política tarifária municipal baseada nos • Manter a política tarifária municipal baseada nos preceitos da Tarifa Social buscando identificar e preceitos da Tarifa Social buscando identificar e preceitos da Tarifa Social buscando identificar e contemplar 90% das famílias com perfil CADUNICO para contemplar 100% das famílias com perfil CADUNICO para contemplar 100% das famílias com perfil CADUNICO para recebimento do benefício, frente à adesão à rede pública recebimento do benefício, frente à adesão à rede pública recebimento do benefício, frente à adesão à rede pública de esgotamento sanitário; de esgotamento sanitário; de esgotamento sanitário, frente à adesão à rede pública • Alcançar 90% da rede existente sob manutenção • Alcançar 100% da rede existente sob manutenção de esgotamento sanitário; contínua; contínua; • Manter 100% da rede existente sob manutenção • Desenvolver 1 sistema de monitoramento dos possíveis • Manter o funcionamento do sistema de monitoramento contínua. pontos de retenção de fluxo (entupimento) e vazamentos dos possíveis pontos de retenção de fluxo (entupimento) • Manter o funcionamento do sistema de monitoramento com o apoio de estratégias de modelagem computacional com o apoio de estratégias de modelagem computacional dos possíveis pontos de retenção de fluxo (entupimento) (mapeamento georreferenciado), visando cadastrar (mapeamento georreferenciado), visando cadastrar com o apoio de estratégias de modelagem computacional também os usuários para melhor proposição de também os usuários para melhor proposição de (mapeamento georreferenciado), visando cadastrar estratégias de planejamento e gestão dos serviços. estratégias de planejamento e gestão dos serviços. também os usuários para melhor proposição de estratégias de planejamento e gestão dos serviços.

PROGRAMAS E AÇÕES

PRAZOS E AÇÕES POSSÍVEIS FONTES ID DESCRIÇÃO CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FINANCIADORAS (1) Ampliar e modernizar SES considerando a demanda atual e (1) Manter a política tarifária futura, incluindo a realização de melhoria e incremento do municipal baseada nos preceitos sistema, incluindo rede coletora, otimização da estação de da Tarifa Social. tratamento e destinação final conforme as necessidades (2) Manter a Identificação das as identificadas pela Prefeitura Municipal, População e equipe famílias com perfil CADÙNICO e técnica PMSB no diagnóstico. contemplá-las com o benefício Programa de Ampliação GOVERNO (2) Desenvolver uma política tarifária municipal baseada nos da Tarifa Social Municipal, frente e Adequação dos FEDERAL/MUNICIPAL E preceitos da Tarifa Social. à adesão à rede pública de 1.1 Sistemas de ESTADUAL (3) Identificar as famílias com perfil CADÙNICO e contemplá-las esgotamento sanitário. Esgotamento Sanitário CONVÊNIOS com o benefício da Tarifa Social Municipal, frente à adesão à rede (SES) na Zona Urbana. FUNASA pública de esgotamento sanitário. (4) Prover a Prefeitura Municipal de equipamentos, kits de materiais adequados à execução dos reparos conforme procedimentos técnicos adequados. (5) Implantar rotina de modelagem em ambiente computacional (mapeamento georreferenciado visando cadastrar usuários e 133 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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identificar os possíveis pontos de retenção de fluxo (entupimento), vazamentos, ligações irregulares, para melhor proposição de estratégias de planejamento e gestão dos serviços. (6) Priorizar a ativação da Estação de Tratamentos de Esgotos (ETE) com projeto aprovado pela FUNASA. Programa de Desenvolver ações de sensibilização comunitária, priorizando a Sensibilização adesão aos serviços de esgotamento sanitário da rede pública Comunitária com ênfase 1.2 municipal, seus benefícios em prol da manutenção da saúde na adesão da Rede pública, principalmente a junto à população situada as margens Pública Municipal de dos cursos d’água. Esgotamento Sanitário.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 ESGOTAMENTO SANITÁRIO PROMOVER POLÍTICA DE MONITORAMENTO DOS CORPOS RECEPTORES DE EFLUENTES PROVENIENTES DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE OBJETIVO 2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO (ATUAL E FUTURA), VISANDO A AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DAS MESMAS E ASSIM EVITAR DANOS AO MEIO AMBIENTE. Diante da importância de preservação dos mananciais para futuro abastecimento de água para a Sede Municipal, bem como da importância de se manter a qualidade das águas do Rio Bicudo, evitando-se assim prejuízos irreversíveis ao meio ambiente e a saúde pública, faz necessária a priorização de uma política de monitoramento dos corpos receptores de efluentes da ETE municipal em operação, mantendo se a rotina de análises para a nova ETE que futuramente será instalada. Tal medida torna-se necessária, tanto como forma de adotar medidas preventivas e corretivas evitando a alteração das características dos corpos da FUNDAMENTAÇÃO água, como para atendimento do que é determinado pelas legislações ambientais vigentes (Resolução nº CONAMA 357/05 e 430/11). Como também a Deliberação Normativa COPAM nº 01/2008 que dispõem sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, sendo necessário, portanto, o monitoramento do sistema, uma vez que atualmente não há tratamento adequado para os efluentes sanitários coletados pela rede pública, ou seja, os mesmos são lançados in natura no Córrego do Morro, afluente direto do Rio Bicudo, passando apenas por uma grade sem manutenção periódica, contribuindo para deterioração da qualidade de suas águas e potencializando riscos para a população. MÉTODO DE QUANTITATIVO/QUALITATIVO ACOMPANHAMENTO PLE = PADRÃO DE LANÇAMENTO DE EFLUENTES DEFINIDOS PELA DN 01/2008, CONFORME INDICADOR PERIODICIDADE TRIMESTRAL ENQUADRAMENTO DO CURSO D´ÁGUA RECEPTOR DOS EFLUENTES DA ETE.

METAS CURTO PRAZO –DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 a 8 ANOS LONGO PRAZO DE 08 A 20 ANOS. • Implantar dois pontos de coleta e amostragem no corpo • Manter os dois pontos de coleta e amostragem no corpo • Manter os dois pontos de coleta e amostragem no corpo receptor, no lançamento e outro a jusante, com objetivo receptor, no lançamento e outro a jusante, com objetivo receptor, no lançamento e outro a jusante, com objetivo de se avaliar os possíveis impactos do lançamento de de se avaliar a eficiência de tratamento da nova ETE de se avaliar a eficiência de tratamento da nova ETE efluentes da atual estação de tratamento na busca pelo Municipal; Municipal; dimensionamento dos prejuízos ambientais do sistema • Manter o ponto de coleta e amostragem a jusante da foz • Manter o ponto de coleta e amostragem a jusante da foz em operação; do Córrego do Morro no Rio Bicudo, em parceria com o do Córrego do Morro no Rio Bicudo, em parceria com o • Implantar um ponto de coleta e amostragem a jusante da Município de Corinto, como forma de adotar medidas Município de Corinto, como forma de adotar medidas foz do Córrego do Morro no Rio Bicudo, em parceria com preventivas e corretivas evitando a alteração das preventivas e corretivas evitando a alteração das o Município de Corinto, como forma de adotar medidas características dos corpos da água. características dos corpos da água.. preventivas e corretivas evitando a alteração das • Manter a elaboração trimestral de um laudo dos • Manter a elaboração trimestral de um laudo dos características dos corpos da água. resultados dos parâmetros amostrados, frente à resultados dos parâmetros amostrados, frente à • Elaborar trimestralmente um laudo dos resultados dos compatibilização dos padrões legais exigidos e compatibilização dos padrões legais exigidos e parâmetros amostrados, frente à compatibilização dos enquadramento do curso d´água receptor. enquadramento do curso d´água receptor. padrões legais exigidos e enquadramento do curso d´água receptor.

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PROGRAMAS E AÇÕES PRAZOS E AÇÕES POSSÍVEIS FONTES ID DESCRIÇÃO CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FINANCIADORAS (1) Firmar parceria entre as Prefeituras Municipais de Corinto e Morro da Garça, para realização de ações conjuntas de controle de poluição hídrica, principalmente em relação ao Rio Bicudo, quando detectado indícios de contaminação. , para adoção de medidas preventivas e corretivas evitando a alteração das características dos corpos da água. (2) Implantar dois pontos de coleta e amostragem no corpo receptor, no lançamento e outro a jusante, com objetivo de se avaliar os possíveis impactos do lançamento de efluentes da atual estação de tratamento na busca pelo dimensionamento dos prejuízos ambientais Manter a rotina de monitoramento Programa de do sistema em operação; nos pontos de coleta e GOVERNO Monitoramento dos (3) Implantar um ponto de coleta e amostragem a jusante da foz do amostragem implantados no corpo FEDERAL/MUNICIPAL E corpos receptores Córrego do Morro no Rio Bicudo, em parceria com o Município de 2.1 receptor, no lançamento e outro a ESTADUAL de efluentes da ETE Corinto, como forma de adotar medidas preventivas e corretivas jusante, com objetivo de se avaliar CONVÊNIOS Municipal. evitando a alteração das características dos corpos da água. a eficiência de tratamento da nova FUNASA (4) Implantar um ponto de coleta e amostragem no corpo receptor, no ETE Municipal; lançamento e outro a jusante, com objetivo de se avaliar os possíveis impactos do lançamento de efluentes da atual estação de tratamento na busca pelo dimensionamento dos prejuízos ambientais do sistema em operação; (5) Promover a elaboração de laudos de monitoramento, fundamentado na legislação, vigente, a partir das amostragens no corpo receptor dos efluentes provenientes das ETE com o objetivo de identificar e avaliar a necessidade de incremento e melhoria dos sistemas de tratamento, com a possibilidade de instalação de equipamentos para promover o tratamento mais adequado.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 ESGOTAMENTO SANITÁRIO OBJETIVO 3 DESENVOLVER POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA E CONTROLE DOS SISTEMAS INDIVIDUAIS PARA ESGOTAMENTO SANITÁRIO. O esgotamento sanitário realizado por meio de soluções individuais não constitui serviço público de saneamento, e muitas vezes constituem-se em um grande problema para o meio ambiente, pois geralmente o destino final das águas residuárias e dos dejetos humanos são os sistemas de “fossas negras” que são buracos rudimentares feitos no solo que em grande parte são os responsáveis pela contaminação das águas subterrâneas, águas estas que retornam para a residência dos moradores, através dos poços, trazendo a possibilidade de doenças de veiculação hídrica. Os impactos ambientais causados pela falta do destino correto dos resíduos humanos devem ser relacionados entre a zona rural e a sede do município, onde em ambos os casos existe uma parcela da população sem acesso ao serviço de esgotamento sanitário adequado. O Município de Morro da Garça possui aproximadamente 43% da sua população total residente na área rural (IBGE, FUNDAMENTAÇÃO 2010). Considerando os princípios da Lei nº 11445/2007 de universalização do saneamento, ou seja, a necessidade de toda população ter acesso a estes serviços, é direito de todos os cidadãos brasileiros e estes devem ser realizados com segurança, qualidade e regularidade. O município deve proporcionar condições para que a população rural e urbana, as quais adotam soluções individuais, tenham acesso a meios apropriados de esgotamento sanitário. Dessa forma, evita-se o risco de contaminação do meio ambiente à utilização de práticas inadequadas de destino de esgoto doméstico. Além disso, o município deve criar mecanismos de assistência para maior controle dos sistemas individuais de esgotamento sanitário e orientação quanto à sua utilização adequada. Há também a necessidade de implantação de uma política de fiscalização, dos estabelecimentos que geram efluentes não domésticos, criando diretrizes que obriguem estes a implantar soluções individuais eficazes de tratamento. MÉTODO DE QUANTITATIVO/QUALITATIVO ACOMPANHAMENTO ICES = ÍNDICE DE COLETA DE ICES = População Atendida COMO CALCULAR PERIODICIDADE ANUAL ESGOTOS POR TIPO DE SISTEMA Tipo de Sistemas (%) INDICADOR PROTOCOLO DE FISCALIZAÇÃO – IDENTIFICAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA AÇÃO RELATÓRIOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS REALIZADAS JUNTO À COMUNIDADE

METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 a 8 ANOS LONGO PRAZO DE 08 A 20 ANOS. • Criar e Implantar um Programa de Assistência a População, em parceria com a • Manter o Programa de Assistência a População para • Manter o Programa de Assistência a População para EMATER, para construção adequada de sistemas individuais de esgotamento construção adequada de sistemas individuais de construção adequada de sistemas individuais de sanitário, a fim de dar orientação técnica a 90% residências que utilizam os esgotamento sanitário, a fim de dar orientação técnica esgotamento sanitário, a fim de dar orientação técnica sistemas individuais; quanto a construção dos mesmos. quanto a construção dos mesmos. • Criar e Implantar um Programa de Sensibilização, junto à comunidade, com • Manter o Programa de Sensibilização, junto à • Manter o Programa de Sensibilização, junto à comunidade, foco nos benefícios advindos da utilização de sistemas de esgotamento comunidade, com foco nos benefícios advindos da com foco nos benefícios advindos da utilização de sistemas sanitário sustentáveis, com ações educativas que incluem 2 palestras, uma utilização de sistemas de esgotamento sanitário de esgotamento sanitário sustentáveis, com ações oficina de capacitação, e duas oficinas participativas semestralmente; sustentáveis, com ações educativas que incluem 2 educativas que incluem 2 palestras, uma oficina de • Desenvolver uma política de incentivo, junto à 90% da comunidade rural, palestras, uma oficina de capacitação e duas oficinas capacitação, e duas oficinas participativas semestralmente; relacionada à implantação das ações do Programa Nacional de Saneamento participativas semestralmente; • Manter uma política de incentivo, junto à 100% da Básico, onde a coordenação do Programa de Saneamento Rural (PNSR) é • Desenvolver uma política de incentivo, junto à 100% da comunidade rural, relacionada à implantação de Projetos 137 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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responsabilidade do Ministério da Saúde por meio da Fundação Nacional de comunidade rural, relacionada à implantação de Governamentais de apoio ao acesso às políticas de Saúde (Funasa). O PNSR tem como objetivo promover o desenvolvimento de Projetos Governamentais de apoio ao acesso às saneamento rural; ações de saneamento básico em áreas rurais; políticas de saneamento rural; • Manter a arrecadação do fundo municipal de incentivo à • Estruturação de um fundo municipal de incentivo à implantação de • Manter a arrecadação do fundo municipal de incentivo implantação de tecnologias sustentáveis para esgotamento tecnologias sustentáveis para esgotamento sanitário, para soluções individuais à implantação de tecnologias sustentáveis para sanitário, para soluções individuais e/ou coletivas; e/ou coletivas; esgotamento sanitário, para soluções individuais e/ou • Manter a aplicação do Protocolo de Fiscalização, junto aos • Estruturar um Protocolo de Fiscalização, com fundamentação legal, a ser coletivas; estabelecimentos comerciais, atribuindo às punições aplicado junto aos estabelecimentos comerciais, com geração de efluentes • Manter a aplicação do Protocolo de Fiscalização, junto cabíveis frente às infrações detectadas e a produção não domésticos, com rotina de conduta e punições cabíveis às infrações aos estabelecimentos comerciais, atribuindo às semestral do relatório de autos de infração; detectadas, os autos de infração serão relacionados em um relatório semestral punições cabíveis frente às infrações detectadas e a de atividades. produção semestral do relatório de autos de infração.

PROGRAMAS E AÇÕES POSSÍVEIS FONTES PRAZOS E AÇÕES ID DESCRIÇÃO FINANCIADORAS CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO (1) Criar e Implantar o programa de assistência aos sistemas individuais de esgotamento sanitário, inclusive aos adotados como solução na zona rural e urbana, a fim de orientar quanto a construção e manutenção adequada dos mesmos minimizando o risco de contaminação ambiental; Programa de (2) Firmar parceria entre a Prefeitura Municipal e EMATER, com visas (1) Manter uma rotina de Assistência a à estruturação do sistema de assistência técnica à comunidade rural, fomento à captação de População para a fim de dar orientação quanto a construção de sistemas de recursos governamentais Ação administrativa / Construção esgotamento sanitário baseado em tecnológicas socioambientais de que apoiem o acesso à 3.1 Recursos próprios Adequada de baixo custo; água e a manutenção da

Sistemas Individuais (3) Desenvolver convênio entre a Prefeitura Municipal e FUNASA, qualidade dos recursos de Esgotamento relacionada à implantação das ações do Programa Nacional de hídricos. Sanitário Saneamento Básico, com o objetivo promover o desenvolvimento de ações de saneamento básico em áreas rurais; (4) Estruturar e Aplicar o Protocolo de Fiscalização, com exigência legal de sistemas de tratamento individual para efluentes não domésticos, a ser aplicado junto aos estabelecimentos comerciais, a fim de minimizar o risco de contaminação ambiental. Programa de (1) Criar e Implantar o Programa de Sensibilização e desenvolver um 1) Fomentar junto às 1) Fomentar junto às Ação administrativa / 3.2 Sensibilização, junto planejamento de ações educativas junto à comunidade que utiliza comunidades e localidades comunidades e Recursos próprios à comunidade, com sistemas individuais de esgotamento sanitário, inclusive aos adotados rurais, através de incentivos localidades rurais, FUNASA 138 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico foco nos sistemas como solução na zona rural e urbana, a fim de demonstrar o potencial financeiros (Fundo Municipal através de incentivos de esgotamento de utilização e eficiência ambiental dos sistemas sustentáveis de de Implantação de financeiros (Fundo sanitário biodigestão. Tecnologias Sustentáveis) e Municipal de sustentáveis; (2) Realizar uma oficina por semestre, de capacitação técnica com apoio técnico operacional a Implantação de foco em tecnologias sustentáveis de esgotamento sanitário, para construção de sistemas Tecnologias membros da comunidade, escolas, associações que serão individuais e/ou coletivos de Sustentáveis) e apoio multiplicadores do conhecimento dentro do Programa; esgotamento sanitário; técnico operacional a (3) Criar fundo municipal de incentivo à implantação de tecnologias construção de sistemas sustentáveis para implantação de sistemas individuais e/ou coletivos individuais e/ou de esgotamento sanitário; coletivos de esgotamento sanitário; Fonte: Gesois, 2014

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10.8. Articulação e Integração com outros setores e municípios

Visto a dificuldade de implantar um sistema de coleta e tratamento de esgotos sanitários centralizado em áreas com pouca densidade populacional e, que a falta de controle das fossas sépticas pode contaminar a água subterrânea (utilizada pela população como fonte de abastecimento) considerou-se como alternativa para o esgotamento dessas áreas, a criação do “Programa de ampliação e adequação dos sistemas de Esgotamento Sanitário (SES)” para a zona urbana. A escolha pela criação deste programa considerou as dificuldades mencionadas, bem como a premissa de fornecer para toda a população do município um adequado tratamento dos seus esgotos. Para garantir o esgotamento sanitário nas localidades onde não é economicamente viável fazer esgotamento por rede coletora do tipo separador absoluto e posterior tratamento, no caso, as zonas rurais, a equipe técnica do PMSB prevê as seguintes ações:

• Estudo de um padrão ideal de fossas sépticas ou de alternativas sustentáveis seguindo as normas técnicas vigentes; • Auxilio técnico e financeiro para a instalação de fossas sépticas, ou alternativas economicamente viáveis que atendam os padrões especificados.

A principal proposta para a instalação dos sistemas de esgotamento sanitário nas áreas rurais é a utilização de materiais alternativos no processo de construção, diminuindo os custos de instalação. As atividades de implantação do sistema precisam contar com o apoio das Secretarias de Município do Meio Ambiente e Obras, tendo em vista que os métodos construtivos desses tipos de sistemas alternativos sustentável costumam prever a utilização de materiais reaproveitados, como os resíduos de construção e demolição, tanques de armazenamento de produtos, entre outros. 140 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Apesar de a área rural ser um desafio frente à universalização do acesso à população residente dos serviços de esgotamento sanitário com qualidade e salubridade ambiental definidos por Lei. Resta ainda incorporar a esta análise a maior problemática da área urbana, em Morro da Garça, definida pela inoperância dos sistemas de tratamentos de efluentes e atendimento por rede coletora a menos de 70% da população. Assim, promovendo um diálogo multilateral para otimizar e fortalecer ações específicas, visando o sucesso das mesmas e articulação e integração entre os diversos setores da administração pública e órgãos afins, o presente Plano, considerou os Programas dispostos nos itens anteriores propondo sugestões possíveis de articulação, parcerias e integração entre os diversos atores envolvidos, para efetivação dos mesmos.Observa-se que estes Programas não são excludentes entre si, ao contrário, é necessário que as ações dialoguem conjuntamente, para que se garanta a universalização do saneamento com foco no esgotamento sanitário no Município de Morro da Garça. 1 - Garantia de universalização dos serviços de esgotamento sanitário, dentro dos padrões de qualidade, quantidade e regularidade previstos na Política Nacional de Saneamento Básico:

a) - Programa de Ampliação e Adequação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) na Zona Urbana.

• Sugere-se para este programa uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Morro da Garça, e a FUNASA (Já em andamento), para implantação do projeto de melhoria e ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário aprovado pela FUNASA, que prevê ampliação e troca da rede coletora. A nova ETE, com a capacidade inicial para tratar 3,22 l/s, será implantada na mesma área onde se encontra a existente.

b) - Programa de Sensibilização Comunitária com ênfase na Adoção da Rede Geral de Esgotamento Sanitário. 141 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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• Sugere-se para este programa um acordo entre a Prefeitura Municipal de Morro da Garça e a concessionária dos serviços de abastecimento de água, a COPASA, para a implantação conjunta dos benefícios da Tarifa Social; • Também se sugere o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, especificamente da equipe do Programa Saúde da Família (PSF), no sentido de promoverem o cadastramento das famílias inscritas no Cadastro Único e identificar as demais famílias com perfil de enquadramento e também as cadastrarem, junto à Prefeitura Municipal e COPASA, para que as mesmas possam aderir aos serviços de esgotamento sanitário em conjunto com os de abastecimento de água,e receber os benefícios da Tarifa Social a ser instituída. • Apoio da Secretaria de Educação e promoção de uma parceria com as redes de ensino, públicas e privadas, no sentido de subsidiar as ações de sensibilização como palestras de esclarecimentos sobre a prestação dos serviços de esgotamento sanitário, como custos e benefícios, principalmente os relacionados à concessão da Tarifa Social; • Apoio do setor de comunicação da Prefeitura e veículos de comunicação que prestem serviços de cunho social, como rádios comunitárias e websites públicos, entre outros, para divulgação das campanhas de sensibilização e conscientização, que relacionem os benefícios à adoção aos serviços de esgotamento sanitário da concessionária, em prol da manutenção da saúde pública e ao atendimento às famílias de baixa renda. Além dos resultados do Programa. c) - Programa de Monitoramento dos corpos receptores de efluentes da ETE Municipal.

• Sugere-se para este programa uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Morro da Garça e a concessionária dos serviços de abastecimento de água, a

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COPASA, com acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde e/ou Vigilância Sanitária; • Realização de convênios e/ou parcerias com o CBH Velhas, FUNASA, Projeto Manuelzão, ou mesmo com outros municípios, principalmente no intuito de obter recursos e dissolver os custos referentes a obtenção de equipamentos adequados as análises de qualidade das águas no corpos receptores de efluentes sanitários, a serem instalados na ETE e nos pontos de coleta e amostragem. d) - Programa de Assistência a População para Construção Adequada de Sistemas Individuais de Esgotamento Sanitário

• A realização desse Programa depende de forma diretamente de recursos financeiros e apoio técnico, para a construção dos sistemas alternativos de esgotamento sanitário, principalmente na Zona Rural. Neste sentido, sugere- se uma parceria com a FUNASA. Tal indicação é pautada no Programa Nacional de Saneamento Básico, definido em 2013, onde a coordenação do Programa de Saneamento Rural (PNSR) é responsabilidade do Ministério da Saúde por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O PNSR, conforme os princípios e diretrizes do Plansab, terá como objetivo promover o desenvolvimento de ações de saneamento básico em áreas rurais com vistas à universalização do acesso, por meio de estratégias que garantam a equidade, a integralidade, a intersetorialidade, a sustentabilidade dos serviços implantados e a participação e controle social; • A capacitação através de oficinas, também é uma premissa para realização desse programa, assim sugere-se a habilitação dos funcionários municipais, sob a supervisão de especialistas da FUNASA ou EMATER, principalmente os da Secretaria Municipal de Obras, para auxiliar à construção dos sistemas de esgotamento sanitário alternativos, e capacitação das comunidades.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico e) - Programa de Sensibilização, junto à comunidade, com foco nos sistemas de esgotamento sanitário sustentáveis;

• Apoio da Secretaria de Educação e promoção de uma parceria com as redes de ensino, públicas e privadas, no sentido de subsidiar as ações de sensibilização como palestras e oficinas de capacitação, com foco na construção de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário, em detrimento aos sistemas rudimentares existentes, custos e benefícios à manutenção da saúde pública, qualidade das águas e meio ambiente; • Sugere-se para este programa uma parceria entre a Prefeitura Municipal e EMATER/FUNASA, no sentido de orientar à implantação dos sistemas alternativos de esgotamento sanitário e sensibilização comunitária; • Também sugere-se o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, especificamente da equipe do Programa Saúde da Família (PSF), no sentido de sensibilizar as famílias quanto à implantação e uso dos sistemas alternativos; • Apoio do setor de comunicação da Prefeitura e veículos de comunicação que prestem serviços de cunho social, como rádios comunitárias e websites públicos, entre outros, para divulgação das oficinas de capacitação, implantação dos sistemas alternativas e resultados do programa, além de orientações, benefícios e esclarecimentos sobre os sistemas.

10.9. Alternativas de Intervenção

Além das iniciativas que precisam ser tomadas pelos governos, no âmbito das organizações, também existem procedimentos que podem ser adotados para a otimização do uso dos recursos naturais. A motivação para a implantação destes procedimentos pode mudar de uma organização para outra, podendo ir desde a economia pura e simples de capital até a preocupação socioambiental, mas a finalidade será basicamente a mesma: fazer mais com menos (AQUINO E GUTIERREZ, 2012). 144 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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O sistema de esgotamento sanitário é constituído pelas atividades de infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final de modo adequado dos esgotos sanitários, desde as ligações até o seu lançamento final no meio ambiente. Diante desse quadro sanitário, o solo e os cursos d’água tornam-se receptores de efluentes de esgotos domésticos e de outros usos. Diante da situação atual do município no que se refere ao esgotamento sanitário, bem como da situação ambiental global destaca-se a necessidade da seleção de alternativas tecnológicas e sustentáveis mais apropriadas às realidades locais, com vista na universalização dos serviços de esgotamento sanitário e conservação dos recursos naturais.

Neste contexto, busca-se aliar a tecnologia e a simplicidade, criando soluções ecologicamente positivas e economicamente sustentáveis. A Lei do Saneamento Básico converge para esses novos conceitos ao estabelecer a necessidade da utilização de tecnologias apropriadas, que sejam modernas e eficientes, as quais adotem métodos, técnicas e processos que considerem não apenas as peculiaridades locais e regionais, mas também a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas.

Diante desse contexto, a caracterização de tecnologias apropriadas para o Município de Morro da Garça, com vistas ao atendimento dos objetivos propostos nos programas de saneamento ambiental por este documento, foi fundamentada na Tabela 25.

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Tabela 25: Critérios de caracterização de tecnologias apropriadas CRITÉRIOS DESCRIÇÕES Integração com o Exercer o menor impacto ambiental e favorecer a integração com o ecossistema ecossistema. Desenvolvimento Utilizar, preferencialmente, matérias-primas e energias locais, econômico e favorecendo a autonomia e o desenvolvimento econômico local, e autonomia local sua inserção equilibrada na economia regional e nacional. Ter uma ótima relação custo-benefício, com a menor imobilização Baixo custo possível de capital e o menor custo operacional. Privilegiar e absorver o máximo possível de mão de obra local, Absorção de mão regional e nacional, nessa ordem, visando o desenvolvimento de obra socioeconômico sustentável – geração de renda, combate e erradicação da pobreza. Requerer níveis de especialização da mão de obra com boa Capacitação disponibilidade e/ou de fácil capacitação, no nível local ou regional, acessível considerando os recursos disponíveis. Utilizar recursos de domínio tecnológicos/conhecimentos público, de Menos burocracia patentes ou acesso livre e gratuito (livres de royalties). Adaptabilidade e Ser de fácil entendimento e adesão, favorável à assimilação cultural simplicidade com rapidez. Fonte: Adaptado de Viezzer (1994) e Codetec (1979)

Diante dos objetivos, programas, metas e ações descritos nesse documento, para repensar e planejar o Sistema de Esgotamento Sanitário de Morro Garça, frente ao processo de universalização de acesso aos serviços de saneamento ambiental, com foco no SES no Município, foram estabelecidas quatro prioridades de intervenção que podem assegurar maior eficiência e sustentabilidade socioambiental ao sistema implantado:

• eficiência e manutenção do sistema; • universalização do acesso; • fomento à utilização de tecnologias socioambientais; • sensibilização comunitária.

A partir da priorização de metas descrita, segue sugestões de programas de alternativas de intervenção, fundamentado em tendências tecnológicas atuais, que envolvem a integração de diversos setores públicos e privados com participação da comunidade no processo decisório, contribuindo assim, para a garantia de 146 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico universalização do saneamento, manutenção da saúde pública e salubridade ambiental com sustentabilidade. a) Programa de controle tarifário A estrutura tarifária também pode estimular a economia de água. Alguns prestadores do serviço público de abastecimento de água dispõem de tarifas proporcionais a faixas de consumo. O nível de progressividade adotado nessa correlação pode exercer forte indução à redução do consumo, especialmente o uso supérfluo e o desperdício, favorecendo a prática de políticas de subsídios (diretos ou indiretos), mediante tarifas especiais, voltadas à população de baixa renda. No Município de Morro da Garça, a prestação dos serviços de abastecimento de água estão a cargo da COPASA, e os de esgotamento sanitário sob responsabilidade da Prefeitura Municipal, diante desse cenário o ideal seria a criação de uma parceria entre as instituições para implantação da Tarifa Social como benefício para a população de baixa, frente a adesão aos serviços públicos de saneamento. O Programa de Controle Tarifário, através da implantação da Tarifa Social, pode ser incorporado ao objetivo de (1) Ampliar e Modernizar os Sistemas de Esgotamento Sanitário, com vistas ao Atendimento das Demandas Futuras na Sede Municipal, uma vez que uma das metas do Programa de Sensibilização Comunitária com ênfase na adesão à Rede Pública Municipal de Esgotamento Sanitário, diz respeito à elevação do percentual de domicílios interligados à rede coletora do SES. b) Programa de manutenção e adequação contínua da rede física A equipe técnica do PMSB, em todos os contatos com os gestores municipais e demais atores envolvidos, nas oficinas de capacitação, nas conferências e audiências públicas realizadas, nas visitas de campo, constatou que a maior demanda da sociedade de Morro da Garça é relativa à implantação da nova ETE, uma vez que a ETE existente se encontra inoperante. No entanto, ressalta-se também que o esgotamento sanitário atende somente a 70% dos domicílios, ou seja, os 30% restantes, numa extensão aproximada de 8.000 metros, aguarda por redes

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico coletoras ainda utilizando sistemas de esgotamento inadequados. Dessa forma, além da ampliação e modernização da rede coletora, a fim de universalizar os serviços a população, faz-se necessária a adoção de uma rotina de manutenção contínua da rede pública, não só para corrigir as deficiências existentes, mas também para prevenir possíveis entupimentos e o mau cheiro. Diante de tal indicação segue aplicações metodológicas que podem conferir maior eficiência e eficácia ao processo de manutenção da rede coletora e existente e a que deverá ser implantada durante o processo de ampliação do sistema. (1) Qualidade e rapidez na manutenção: • Aperfeiçoar as rotinas de procedimentos e fluxo de informações entre o atendimento ao público e a programação de manutenção do campo; • Modernizar as especificações de ferramentas, equipamentos e meios de transporte adequados para cada tipo de equipe; • Especificar kits de materiais adequados para a execução dos reparos conforme procedimentos técnicos adequados; • Adotar controle gerencial da manutenção através do programa corporativo na Instituição responsável pelos serviços de esgotamento sanitário. (2) Gerenciamento da infraestrutura – reabilitação de unidades operacionais • Proceder à adequação da unidade consumidora de energia com o objetivo de melhorar o seu funcionamento e reduzir custos com energia; • Implantar programa de substituição de rede de coleta que apresenta ocorrências de rompimentos e interrupção de fluxo acima de limites especificados. (3) Gerenciamento de cadastro de consumidores • Atualizar cadastro comercial existente de modo a adequá-lo aos parâmetros adotados na empresa (setor, rota, quadra, etc.); • Estabelecer e manter atualizado o registro de imóveis ligados à rede, para servir de base ao faturamento dos serviços;

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• Estimar os consumidores em potencial a fim de permitir a prestação de serviços diante da eventual ampliação da demanda, de forma a possibilitar à companhia atingir suas metas de atendimento à população; • Assegurar o registro dos consumidores por tipo, classes, categorias, etc. de tal forma que essa classificação permita estabelecer uma cobrança justa do serviço, de acordo com o sistema tarifário vigente. (4) Controle de dados de faturamento • Assegurar o registro de dados de faturamento, com auditorias que examinem e averiguem através de um exame cuidadoso e sistemático dessas informações. (5) Combate às fraudes • Revisar os imóveis com suspeita de fraude, conforme critério definido tecnicamente; • Eliminar os pontos de fraude identificados nos serviços de vistoria e rastreamento.

O Programa de Manutenção e Adequação Contínua da Rede pode ser incorporado ao objetivo de (1) Ampliar e Modernizar os Sistemas de Esgotamento Sanitário, com vistas ao Atendimento das Demandas Futuras na Sede Municipal, uma vez que uma das metas do Programa de Ampliação e Adequação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) na Zona Urbana, diz respeito à adoção de uma rotina de manutenção e adequação continua da rede coletora. c) Programa de sensibilização ambiental O esgotamento sanitário realizado por meio de soluções individuais não constitui serviço público de saneamento, e muitas vezes constituem-se em um grande problema para o meio ambiente, pois geralmente o destino final das águas residuárias e dos dejetos humanos são os sistemas de “fossas negras” que são buracos rudimentares feitos no solo que em grande parte são os responsáveis pela contaminação das águas subterrâneas, águas estas que retornam para a residência

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico dos moradores, através dos poços, trazendo a possibilidade de doenças de veiculação hídrica. Os impactos ambientais causados pela falta do destino correto dos resíduos humanos devem ser relacionados entre a zona rural e a sede do município, onde em ambos os casos existe uma parcela da população sem acesso ao serviço de esgotamento sanitário adequado. Considerando os princípios da Lei nº 11445/2007 de universalização do saneamento, ou seja, a necessidade de toda população ter acesso a estes serviços, é direito de todos os cidadãos brasileiros e estes devem ser realizados com segurança, qualidade e regularidade. O município deve proporcionar condições para que a população rural e urbana, as quais adotam soluções individuais, tenham acesso a meios apropriados de esgotamento sanitário. Neste sentido, faz necessária a adoção de programas de sensibilização comunitária, com vistas à promoção da adesão da população da zona urbana à rede pública, e também o fomento de adoção de sistemas individuais ambientalmente adequados e sustentáveis na área rural. A temática do esgotamento sanitário adequado deve ser associada à adoção de políticas de controle de desperdício e manejo de água. Propõem-se como objetivo dentro da associação temática a promoção de programas voltados à formação de uma nova cultura de manejo da água e disposição e tratamento de efluentes, mediante a inclusão de temáticas sanitárias e ambientais no currículo do ensino formal e ações de caráter educativo dirigidas à população em geral, especialmente aos beneficiários de novos projetos de saneamento básico. Como ação dentro da temática de programas de sensibilização ambiental, é proposta a realização de oficinas de capacitação, com foco em práticas de educação ambiental, como produção de oficinas participativas, dinâmicas de campo, palestras, tecnologias sustentáveis, entre outros assuntos, com membros da comunidade, associações, escolas e Prefeitura Municipal, tornando-os multiplicadores do conhecimento dentro do Programa de Sensibilização Ambiental. O Programa de Sensibilização Ambiental pode ser incorporado aos objetivos de (1) Ampliar e Modernizar os Sistemas de Esgotamento Sanitário, com vistas ao

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Atendimento das Demandas Futuras na Sede Municipal e (3) Desenvolver Políticas de Assistência e Controle dos Sistemas Individuais para Esgotamento Sanitário, uma vez que dentre das metas do Programa de Sensibilização Comunitária com ênfase na adesão à Rede Pública Municipal de Esgotamento Sanitário e Adequação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) na Zona Urbana e Programa de Assistência a População para Construção Adequada de Sistemas Individuais de Esgotamento Sanitário, ressalta-se o fomento à políticas de adesão à rede pública municipal, inclusive com implantação de incentivos como a Tarifa Social e também a adoção de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário. d) Programa reuso de efluentes A principal tendência na área de esgotamento sanitário consiste na reutilização de águas. O tratamento local e o reuso de águas usadas nos domicílios, juntamente com a redução de águas servidas, são opções viáveis do ponto de vista sanitário e ecológico que devem ser consideradas por uma política municipal de saneamento básico. Nesse caso, além do estímulo ao uso de peças hidráulicas de baixo consumo, podem ser reusadas águas de lavagem de roupa e banho na descarga de vaso sanitário, após tratamento simplificado, como sugere o exemplo apresentado na Figura 22. Há também a possibilidade do reuso do esgoto tratado em fertirrigação (BASTOS, 2003), técnica de aplicação de fertilizantes através de água de irrigação; hidroponia (ABUJAMRA et al, 2007), que consiste em uma técnica alternativa de cultivo protegido, na qual o solo é substituído por uma solução aquosa contendo apenas os elementos minerais indispensáveis aos vegetais (BARBOSA et al, 2003); e piscicultura (PEREIRA et al, 2007), que consiste no cultivo de peixes em instalações naturais ou artificiais (NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2010). Outros estudos e projetos também apontam para a utilização do esgoto doméstico na geração de gás de cozinha e energia elétrica através do aproveitamento do

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico metano gerado como subproduto em estações de tratamento de esgoto (SANEPAR, 2012). Seguindo essa tendência, para Cohim e Kiperstok (2007), o novo paradigma do saneamento ambiental deve considerar a abordagem ecossistêmica e os ciclos de materiais, em lugar do uso de tecnologias de “fim de tubo”, caras e com uso intensivo de energia. Os autores apostam no ecossaneamento, cujo princípio básico refere-se à garantia do ciclo de nutrientes, seguindo o exemplo da natureza, onde as atividades de saneamento e agricultura se conformariam conforme apresenta a Figura 23. A aplicação de efluentes em solos de atividades agrícolas possibilita a recuperação de nutrientes, que anteriormente (quando não considerado o ecossaneamento) seriam lançados diretamente nos rios, ocasionando processos de eutrofização, comprometendo a qualidade do recurso hídrico. Tal estratégia possibilita a fertilidade do solo e a melhoria da estrutura e capacidade de retenção de água, reduzindo, dessa forma, o consumo de recursos finitos e fornecendo uma alternativa natural aos fertilizantes químicos. Os maiores potenciais de reuso são os que empregam esgotos tratados para as atividades apresentadas na Figura 24.

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Figura 22: Esquema simplificado de reuso de efluente Fonte: Sociedade do Sol, 2013

Figura 23: Ciclo de nutrientes com tecnologia convencional (esq.) e ecossaneamento (dir.) Fonte: Cohim e Kriperstok, 2007

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Figura 24: Potenciais atividades de reuso de esgotos tratados Fonte: Adaptado de Brasil, 2011

O Programa de Reuso de Efluentes pode ser incorporado aos objetivos de (1) Ampliar e Modernizar os Sistemas de Esgotamento Sanitário, com vistas ao Atendimento das Demandas Futuras na Sede Municipal e (3) Desenvolver Políticas de Assistência e Controle dos Sistemas Individuais para Esgotamento Sanitário, uma vez que dentre das metas do Programa de Sensibilização Comunitária com ênfase na adesão à Rede Pública Municipal de Esgotamento Sanitário e Adequação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) na Zona Urbana e Programa de Assistência a População para Construção Adequada de Sistemas Individuais de Esgotamento Sanitário, podem ser incluídas ações educativas que evidenciem os benefícios do reuso dos efluentes e a forma de aplicação metodológica dessas ações. As próximas alternativas a serem apresentadas podem ser utilizadas a população que adotam os sistemas de esgotamento sanitário individual, sendo mais específicas para a área rural, no entanto sem descartar o seu uso na área urbana. Tais alternativas podem ser incorporadas ao objetivo de (3) Desenvolver Políticas de Assistência e Controle dos Sistemas Individuais para Esgotamento Sanitário, dentro do Programa de Assistência a População para Construção Adequada de Sistemas Individuais de Esgotamento Sanitário, dentro da meta de adoção de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico e) Fossa séptica econômica As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico, nas quais são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria sólida contida no esgoto. É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos, indicada, sobretudo, para a zona rural ou residências isoladas. Todavia, o tratamento não é completo como em uma estação de tratamento de esgotos. A fossa séptica econômica (Figura 25), também conhecida como fossa da EMATER, é uma forma mais barata de fossa séptica. A fossa da Emater tem três metros de comprimento, dois de largura e um metro e meio de profundidade. Cada uma custa cerca de R$500, valor menor do que um modelo industrial, que chega a custar quase R$5 mil. Além de ser mais barata, a fossa ecológica evita a contaminação do lençol freático. O interior da fossa é impermeabilizado com uma fina camada de cimento, evitando que os dejetos entrem em contato com o solo e contaminem o lençol freático. Com o local devidamente cimentado, são colocados brita, areia, entulhos, e forma-se um túnel com pneus velhos. A fermentação da matéria orgânica acontece dentro desse túnel e é anaeróbia (sem oxigênio). Uma outra fermentação, dessa vez aeróbia (com a presença de oxigênio), acontece na zona de absorção das raízes de plantas cultivadas sobre a fossa. Os gases absorvidos pelas plantas são liberados na atmosfera, sem cheiro ou contaminação do ambiente. A fossa ecológica não pode receber gordura nem excesso de água. Dessa forma, a água utilizada no chuveiro e na pia deve ser direcionada para outro local para o tratamento adequado, pois a gordura atrapalha os processos de fermentação e evaporação. Com a adoção da fossa ecológica, o produtor rural dará o destino adequado ao esgoto sanitário, entulhos, pneus e estará contribuindo para a melhoria da qualidade da água superficial e subterrânea. Evitará ainda a contaminação do solo e a propagação de doenças, contribuindo para a melhoria do meio ambiente e para a saúde de sua família.

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Figura 25: Fossa Séptica Fonte: Emater, 2014

Outras tecnologias apropriadas para a área rural, de baixo custo e facilidade operacional, vem sendo pesquisadas, como os sistemas alagados construídos e as próprias lagoas de estabilização. Segue Folder exemplo de Implantação do Sistema de Fossas Econômicas no Município de /MG. f) Sistemas alagados construídos

Para minimizar os riscos das águas residuárias, reduzindo também a contaminação microbiológica, o SAC é considerado, hoje, como um método de tratamento que utiliza tecnologia simples, de fácil operação e custo baixo. Nele ocorre principalmente, boa ciclagem de nutrientes, remoção da matéria orgânica e diminuição dos microrganismos patogênicos presentes nas águas residuárias (COSTA, et al., 2003).

Os SAC são sistemas projetados para utilizar plantas cultivadas em substratos (solo, areia, brita ou cascalho), onde, naturalmente e sob condições ambientais adequadas, ocorrem processos físicos, químicos e bioquímicos de tratamento das águas residuárias. Segundo Paganini (1997), as espécies vegetais a serem

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico selecionadas para cultivos em SAC devem ser perenes, ter alta tolerância ao excesso de água e a ambientes eutrofizados, ser de fácil propagação e crescimento rápido, ser de fácil colheita e manejo e possuir alta capacidade de remoção de nutrientes e poluentes (Figura 26). O SAC é composto por filtros lentos horizontais ou verticais preenchidos com substratos (brita, areia, palha de arroz e saibro), que servem como meio de suporte para o desenvolvimento das macrófitas. A água residuária a ser tratada escoa por gravidade, horizontalmente ou verticalmente, através do substrato do leito, evitando a proliferação de insetos e produção de mau cheiro, permitindo a sua localização próxima a pessoas ou animais. O fundo do leito possui uma pequena inclinação, em geral 1%. Este processo é muito utilizado no tratamento de efluentes de pequenas comunidades (NAIME et al., 2005).

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Figura 26: Tratamento de esgoto sanitário em sistemas alagados construídos cultivados com lírio amarelo Fonte: Costa et al., 2003 g) Lagoas de estabilização

As lagoas de estabilização são locais para tratamento de efluentes, por processos químicos e biológicos, com o objetivo de reter a matéria orgânica e gerar água com qualidade para retornar ao meio ambiente. São lagoas constituídas de forma simples onde os esgotos entram em uma extremidade e saem na oposta (Figura 27).

A matéria orgânica em forma de suspensão fica no fundo da lagoa, formando um lodo que vai aos poucos sendo estabilizado. O processo se baseia nos princípios da respiração e da fotossíntese: as algas existentes no esgoto, na presença de luz, produzem oxigênio que é liberado através da fotossíntese. Esse oxigênio dissolvido é utilizado pelas bactérias aeróbicas (respiração) para se alimentarem da matéria orgânica em suspensão e dissolvida presente no esgoto. O resultado é a produção de sais minerais (alimento das algas) e de gás carbônico.

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Figura 27: Lagoas de Estabilização Fonte: USP, 2014 h) Fossa séptica biodigestora

As fossas sépticas biodigestoras consistem em um sistema inovador de esgoto sanitário, também caracterizado como uma tecnologia ambiental e social. É composto por três caixas coletoras com 1.000 litros cada uma. Ficam enterradas no solo, funcionam conectadas exclusivamente ao vaso sanitário e são interligadas entre si por tubos e conexões de PVC.

De acordo com a Embrapa (2010), elas garantem o saneamento básico na área rural porque permitem o tratamento das fezes e da urina depositadas no vaso sanitário das residências rurais. Tal processo é chamado de Biodigestão. Compreende na utilização do esterco bovino fresco ou de outro animal ruminante, a exemplo de cabras e ovelhas, para eliminar micróbios e bactérias dos dejetos expelidos pelo ser humano.

No final do processo de Biodigestão, é produzido um adubo natural líquido, sem cheiro desagradável nem vermes nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. Ele pode ser utilizado para fertilizar e irrigar o solo, contribuindo para melhorar a

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico qualidade do solo e também a renda dos agricultores. Substitui o esgoto a céu aberto e as fossas rudimentares, também chamadas fossas “negras”, que nada mais são do que buracos abertos na terra. Sem isolamento seguro, essas fossas permitem a infiltração de resíduos de fezes e de urina no solo. Assim, acabam contaminando a água do poço, que é retirada do subsolo, onde estão os lençóis subterrâneos de água, causando diversas doenças aos moradores da zona rural.

O biodigestor (Figuras 28 e 29) tem o objetivo de utilizar o efluente como um adubo orgânico, minimizando gastos com adubação química. O sistema é composto por duas caixas de cimento amianto ou plástico de 1000 litros cada e a uma terceira de 1000 litros que serve para coleta do efluente (adubo orgânico). Caso não se deseje aproveitar o efluente como adubo e utiliza-se somente para irrigação, pode-se montar, na terceira caixa, um filtro de areia, que permitirá utilizá-lo (Embrapa, 2010).

Figura 28: Esquema de um Biodigestor Fonte: Embrapa, 2010

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Figura 29: Biodigestor montado: vista lateral e vista superior. Fonte: Embrapa, 2010 i) Fossa séptica filtro sumidouro As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e transformação da matéria sólida contida no esgoto. Fisicamente consistem basicamente em uma caixa impermeável onde os esgotos domésticos se depositam. Tais alternativas, principalmente as fossas sépticas, podem ser operadas pelos prestadores de serviços, que devem garantir o destino adequado do lodo digerido ou o seu reaproveitamento. Em novas áreas de expansão, de loteamentos ou condomínios, é possível também projetar sistemas que prevejam o reuso. A Figura 30 apresenta um tipo de fossa séptica e sumidouro.

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Figura 30: Conjunto fossa séptica – filtro anaeróbio Fonte: Edifique, 1999 j) Fossa ecológica – tanque de evapotranspiração (TEVAP)

O Tanque de Evapotranspiração (TEvap) é um sistema de tratamento e reaproveitamento dos nutrientes do efluente proveniente do vaso sanitário. Este sistema foi criado pelo permacultor Tom Watson, nos EUA, com nome de “Watson Wick” e adaptado por vários permacultores brasileiros. É um sistema fechado, ou seja, estanque, e não há saída de água, seja para filtros ou sumidouros. Nele ocorre a decomposição anaeróbia da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes e da água, pelas raízes dos vegetais. Os nutrientes deixam o sistema incorporando-se a biomassa das plantas e a água é eliminada por evapotranspiração. Não há deflúvio. E dessa forma, não há como poluir o solo ou o risco de algum microrganismo patógeno sair do sistema. Um pré-requisito para o uso do TEvap é a separação da água servida na casa. Apenas aquele efluente advindo dos sanitários deve ir para o Tanque. As demais, provenientes de pias e chuveiros, devem ir para outro sistema de tratamento, conforme recomendação da ABNT.

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Há alguns estudos já feitos também no Brasil, os quais comprovam a eficácia da técnica do Tanque de Evapotranspiração. Galbiati (2009) testou cinco tanques construídos no Distrito Federal (Figuras 31 e 32).

Figura 31: Esquema de Construção do Tanque de Evapotranspiração – Fonte: Galbiati, 2009

Figura 32: Esquema de Construção do Tanque de Evapotranspiração Fonte: Galbiati, 2009

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10.10. Considerações finais

O presente documento buscou traçar Prognóstico e Alternativas para a universalização dos serviços de esgotamento Sanitário, através da formulação de estratégias para alcançar os objetivos, ações e metas dos programas apresentados frente à demanda de carências referentes aos serviços, numa perspectiva atual e futura.

Os estudos desenvolvidos para a realização desse prognóstico indicaram que em relação ao esgotamento sanitário de Morro da Garça assumindo-se a capacidade a ser instalada quando da implantação do Projeto de Ampliação e Melhoria do Esgotamento Sanitário, aprovado pela FUNASA, em processo de licitação, que inclui coleta e tratamento de efluentes em uma nova ETE, operará de modo satisfatório, tanto no Cenário Tendencial, quanto no Cenário Alternativo, uma vez que a vazão diária de esgotos chega ao percentual de 74,5% da capacidade de coleta e tratamento diária instalada no Cenário Tendencial, tal percentual chega a 93,4% no Cenário Alternativo.

No entanto, o cenário atual do município baseia-se em um atendimento a menos de 70% da população com rede coletora, e na mesma proporção o tratamento de efluentes, não é realizado em função da inoperância da ETE existente, sendo assim, os efluentes são lançados in natura no Córrego do Morro, afluente direto do Rio Bicudo, portanto o município não possui regularização ambiental. A Deliberação Normativa 128/2008, determina o prazo para regularização ambiental dos municípios até março de 2017, frente aos padrões definidos pela DN nº 96/2008 que prevê o atendimento em rede pública de mais de 80% da população, com eficiência de tratamento de efluentes maior que 60%.

Já nas comunidades rurais, a ausência de um sistema adequado de esgotamento sanitário, também é preocupante, uma vez que as soluções de esgotamento implantadas são constituídas por fossas rudimentares, fora dos padrões de salubridade ambiental requeridos, portanto não atendem a nenhum dos critérios 164 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico definidos pela DN nº 96/2008, que representam risco de contaminação do solo e do lençol freático, além de contribuir para os riscos de saúde da população.

Apesar de ser menos prioritária que a situação da zona urbana, em função da densidade populacional, essas áreas foram consideradas prioritárias para intervenção no processo de hierarquização, por não disporem de sistemas individuais adequados de esgotamento sanitário.

As localidades rurais, definidas nesse cenário abrangem Serragem I, Campo Alegre, Capim Branco, Saco do Brejo, Cavalinho I e II, Vista Alegre II, Flores e Flores I. Tais localidades foram enquadradas como áreas com indisponibilidade de acesso de esgotamento sanitário, portanto em situação crítica, sem acesso aos serviços de esgotamento sanitário com qualidade e eficiência definidas pela Política Nacional de Saneamento Básico. Além disso, essas áreas também não contam com a ocorrência de projetos socioambientais de fomento à implantação de alternativas sustentáveis de esgotamento sanitário. Para solucionar as carências identificadas, foram definidos objetivos, metas, programas e ações, que poderão contribuir para melhor eficácia e eficiência dos serviços do SES, tendo em vista à universalização do acesso, frente à demanda da população da Zona Urbana e Rural. As principais proposições são:

• Programa de Ampliação e Adequação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) na Zona Urbana. • Programa de Sensibilização Comunitária com ênfase na adesão da Rede Pública Municipal de Esgotamento Sanitário. • Programa de Monitoramento dos corpos receptores de efluentes da ETE Municipal • Programa de Assistência a População para Construção Adequada de Sistemas Individuais de Esgotamento Sanitário; • Programa de Sensibilização, junto à comunidade, com foco nos sistemas de esgotamento sanitário sustentáveis.

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11. LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O serviço de limpeza urbana trata-se de um componente indispensável ao manejo de resíduos sólidos. Este, por sua vez, envolve os diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil, com o propósito de realizar, além da limpeza urbana, a coleta, tratamento e disposição final do lixo. Melhorando desta forma a qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade, levando em consideração as características das fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos. Considerando ainda as características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais.

Para um diagnóstico efetivo desse serviço, prevendo resultados mais eficientes, se faz necessário avaliar as reais demandas identificadas junto às diversas atividades locais referentes ao mesmo.

11.1. Avaliação de demanda

A metodologia de avaliação das demandas de geração de resíduos sólidos será a clássica, tomando como base a quantidade de pessoas atendidas por coleta domiciliar, sendo a população da área urbana de 1.592 habitantes, no ano de 2014, juntamente com a quantidade de resíduos coletados por dia, 0,436 t/dia. Verificou-se que a média per capita de produção de resíduos em Morro da Garça é de 0,262 kg/hab/dia, segundo dados fornecidos pela Prefeitura Municipal (2014).

Esta avaliação de demanda de geração de resíduos sólidos foi obtida através da expressão Q = população projetada (hab) x taxa de geração (kg/hab/dia).

O problema da quantidade e qualidade de dados gerados sobre resíduos sólidos também faz parte deste Prognóstico e está contemplado a partir do apontamento de indicadores a serem medidos e incorporados ao processo. A avaliação se dará segundo dois cenários limites, a saber:

• Cenário Tendencial: representa a continuidade da tendência atual; 166 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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• Cenário Alternativo: representa uma evolução superior decorrente de fatores diversos identificados na fase de diagnóstico.

Desta forma tem-se apresentado a seguir os cenários esperados para os diversos resíduos sólidos urbanos.

As demandas para ambos os cenários a serem adotados, citados anteriormente, consideram, para base de cálculo, a projeção populacional apresentada no diagnóstico – Produto 2, definindo a taxa de geração de resíduos sólidos urbanos (RSU), dos resíduos inertes e da construção civil (RCC) e dos resíduos de serviços de saúde (RSS).

A partir desses cálculos, obtém-se uma estimativa da variação desses quantitativos, segundo as Tabelas 26 e 27, de acordo com os Cenários Tendencial e Alternativo.

Tabela 26: Evolução populacional – Cenário Tendencial ANO POPULAÇÃO (hab.) ANO POPULAÇÃO (hab.) 2014 1592 2025 1805 2015 1610 2026 1826 2016 1629 2027 1847 2017 1648 2028 1868 2018 1667 2029 1890 2019 1686 2030 1912 2020 1705 2031 1934 2021 1725 2032 1956 2022 1744 2033 1978 2023 1765 2034 2001 2024 1785 Fonte: Gesois, 2014

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Tabela 27: Evolução populacional – Cenário Alternativo ANO POPULAÇÃO (hab.) ANO POPULAÇÃO (hab.) 2014 1592 2025 2044 2015 1629 2026 2091 2016 1666 2027 2140 2017 1704 2028 2189 2018 1744 2029 2239 2019 1784 2030 2291 2020 1825 2031 2343 2021 1867 2032 2397 2022 1910 2033 2452 2023 1954 2034 2509 2024 1998 Fonte: Gesois, 2014

Conforme os dados apresentados nas tabelas, considerou-se que, para o Cenário Tendencial o crescimento será da ordem de 1,15% na geração de resíduos, sendo este o mais lógico e provável para o futuro de Morro da Garça. E com relação ao Cenário Alternativo, o aumento adotado do volume da geração será o dobro, isto é, 2,30%, conforme já justificado neste Prognóstico.

Na atual realidade do município, conforme Diagnóstico do PMSB, segundo a Secretaria Municipal de Obras, Serviços Urbanos e Transporte e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária (2014), os serviços relacionados aos resíduos sólidos atendem quantitativamente a 90% da demanda. Entretanto, constatou-se em visita técnica in loco, que, a realidade apresentada não corresponde a este índice, tendo em vista as várias irregularidades encontradas, como descartes incorretos, deficiência na fiscalização dos estabelecimentos, coleta ineficiente e a falta de coleta e demais serviços de manejo dos resíduos nas áreas rurais.

Na abordagem do cenário Alternativo, que apresenta um crescimento mais expressivo da população, em relação ao Tendencial, estimou-se que, além desse crescimento, houvesse uma melhora no sistema de coleta de RSU, conforme o

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico aumento da demanda, dessa forma, passando a ser coletada uma maior quantidade per capita nos resíduos gerados, calculada em 0,262 kg/hab/dia, de acordo com a Tabela do Cenário Alternativo.

Dadas as circunstâncias de crescimento apontadas em ambos os cenários, Tendencial e Alternativo, entende-se como fundamental o compromisso por parte da gestão pública em implantar melhorias neste setor. Além disso, é de suma importância que haja uma participação social para que essas melhorias ocorram de forma efetiva.

11.2. Análise dos Cenários

11.2.1. Resíduos Sólidos Urbanos

Os resíduos sólidos urbanos (RSU) analisados a seguir, consistem dos resíduos sólidos domésticos (RSD) e da limpeza pública.

Cenário Tendencial, a ser obtido pela continuidade da atual tendência de crescimento populacional e da atual taxa de geração de resíduos conforme apresentado no diagnóstico, isto é, de 0,262 kg/hab/dia (95,63 kg/hab/ano), conforme a Tabela 28 e Figura 33.

Tabela 28: Projeção da geração de RSU – Cenário tendencial POPULAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO TOTAL ANO (hab) (kg/hab/dia) (kg/hab/ano) (t/dia) (t/ano) 2014 1592 0,262 95,63 0,417 152,20 2015 1610 0,262 95,63 0,421 153,66 2016 1629 0,262 95,63 0,426 155,49 2017 1648 0,262 95,63 0,431 157,31 2018 1667 0,262 95,63 0,437 159,50 2019 1686 0,262 95,63 0,441 160,96 2020 1705 0,262 95,63 0,446 162,79 2021 1725 0,262 95,63 0,452 164,98 2022 1744 0,262 95,63 0,457 166,80 2023 1765 0,262 95,63 0,463 168,99 2024 1785 0,262 95,63 0,467 170,45

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POPULAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO TOTAL ANO (hab) (kg/hab/dia) (kg/hab/ano) (t/dia) (t/ano) 2025 1805 0,262 95,63 0,473 172,64 2026 1826 0,262 95,63 0,478 174,47 2027 1847 0,262 95,63 0,484 176,66 2028 1868 0,262 95,63 0,489 178,48 2029 1890 0,262 95,63 0,495 180,67 2030 1912 0,262 95,63 0,500 182,50 2031 1934 0,262 95,63 0,506 184,69 2032 1956 0,262 95,63 0,512 186,88 2033 1978 0,262 95,63 0,518 189,07 2034 2001 0,262 95,63 0,524 191,26 Fonte: Gesois, 2014

2200 240 2000 1800 210 1600 180 1400 150

1200 Geração t/ano (hab) 1000 120 800 90

600 60

População 400 200 30 0 0 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 POPULAÇÃO (hab) (t/ano)

Figura 33: Projeção populacional e geração total do cenário tendencial Fonte: Gesois, 2014

Cenário Alternativo, a ser obtido pela adoção de uma projeção de crescimento populacional maior e taxa de geração mais alta, de 0,500 kg/hab/dia (182,50 kg/hab/ano), considerando-se o índice adotado de 2,30% sobre o valor obtido no Tendencial, a saber, 0,262 kg/hab/dia, consequência da universalização e melhoria dos serviços prestados ao município de Morro da Garça. Neste cenário, a geração de RSU seria como apresentado na Tabela 29 e Figura 34 a seguir.

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Tabela 29: Projeção da geração de RSU – Cenário alternativo POPULAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO TOTAL ANO (hab) (kg/hab/dia) (kg/hab/ano) (t/dia) (t/ano) 2014 1592 0,500 182,50 0,796 290,54 2015 1629 0,500 182,50 0,814 297,11 2016 1666 0,500 182,50 0,833 304,04 2017 1704 0,500 182,50 0,852 310,98 2018 1744 0,500 182,50 0,872 318,29 2019 1784 0,500 182,50 0,892 325,58 2020 1825 0,500 182,50 0,913 333,24 2021 1867 0,500 182,50 0,933 340,54 2022 1910 0,500 182,50 0,955 348,57 2023 1954 0,500 182,50 0,977 356,60 2024 1998 0,500 182,50 0,999 364,63 2025 2044 0,500 182,50 1,022 373,03 2026 2091 0,500 182,50 1,045 381,42 2027 2140 0,500 182,50 1,070 390,55 2028 2189 0,500 182,50 1,099 401,13 2029 2239 0,500 182,50 1,119 405,15 2030 2291 0,500 182,50 1,145 417,92 2031 2343 0,500 182,50 1,171 427,41 2032 2397 0,500 182,50 1.198 437,27 2033 2452 0,500 182,50 1.226 447,49 2034 2509 0,500 182,50 1.304 475,96 Fonte: Gesois, 2014

2800 500 2600 450 2400 2200 400 2000 350 1800 Geração

(hab) 300

1600 t/ano 1400 250 1200

200 1000 População 800 150 600 100 400 200 50 0 0 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 POPULAÇÃO (hab) (t/ano)

Figura 34: Projeção populacional x geração RSU do cenário alternativo Fonte: Gesois, 2014

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11.2.2. Resíduos inertes e da construção civil

O município de Morro da Garça não dispõe de um levantamento quantitativo e temporal da geração de resíduos inertes e da construção civil (RCC), e sim de dados não muito consistentes. Dessa forma, para o desenvolvimento dos trabalhos, foi efetuado um levantamento das informações disponibilizadas na literatura técnica, conforme a Tabela 30.

Tabela 30: Síntese da geração de RCC em cidades brasileiras Sinduscon (CE) Sinduscon (MG) PUC (RS) M&L Município Geração Geração Geração Geração (kg/hab/ano) (kg/hab/ano) (kg/hab/ano) (kg/hab/ano) Belo Horizonte 220 450 450 - Blumenau 450 - - - Feira de Santana 210 - - - Florianópolis 810 - 755 - Jundiaí 890 - 780 - Maceió 570 - - - Porto Alegre 310 - - - Salvador 390 - - - São Carlos 700 - - - São Paulo 180 - 280 - Vitória da Conquista - - 230 - Votorantim - - - 289,78 Fonte: Adaptação Cobrape, 2013

A Tabela apresentada representa um levantamento diverso de dados teóricos e práticos da geração de resíduos da construção civil, em algumas das principais cidades brasileiras. Através desta análise, fica clara a disparidade entre as cidades relacionadas, o que tende a ocorrer quando comparados outros municípios.

Essa disparidade foi mensurada pelos autores em decorrência de vários fatores, considerando-se, entre os principais:

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a) Grau da qualidade da informação e da real população afetada; b) Existência ou não de um sistema efetivo de controle sobre a geração de resíduos e da sua destinação. Esse controle encontra-se em fase muito embrionária nos municípios e somente agora há uma tomada de consciência da problemática, em grande parte decorrente da nova legislação em vigor, especialmente da Política Nacional de Resíduos Sólidos; c) Atividades, estágio e ritmo da economia da localidade considerada, que pode envolver um grande número de novas obras ou não, principalmente de reformas e ampliações de construções existentes.

Em vista do exposto, e considerando as características da cidade de Morro da Garça, propõem-se a adoção de um per capita de 100kg/hab/ano. Esse dado será adotado para justificar o Cenário Alternativo, uma vez que a produção no atual é irrisória, sem previsão de crescimento mensurável para o Cenário Tendencial.

Se implantado o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil (PGIRS), certamente haverá uma expressiva contribuição em favor da diminuição dos resíduos atualmente enviados para o aterro, consequentemente, aumentando a vida útil do mesmo.

O Cenário Alternativo, a ser obtido pela adoção da taxa de geração de resíduos de 0,100 t/hab/ano aplicada sobre a população futura projetada, conforme ilustrado na Tabela 31 e Figura 35 a seguir.

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Tabela 31: Projeção da geração de RCC – Cenário alternativo POPULAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO TOTAL ANO (hab) (t/hab/ano) (t/dia) (t/ano) 2014 1592 0,100 0,436 159,2 2015 1629 0,100 0,446 162,9 2016 1666 0,100 0,456 166,6 2017 1704 0,100 0,467 170,4 2018 1744 0,100 0,477 174,4 2019 1784 0,100 0,488 178,4 2020 1825 0,100 0,500 182,5 2021 1867 0,100 0,511 186,7 2022 1910 0,100 0,523 191,0 2023 1954 0,100 0,535 195,4 2024 1998 0,100 0,547 199,8 2025 2044 0,100 0,560 204,4 2026 2091 0,100 0,572 209,1 2027 2140 0,100 0,586 214,0 2028 2189 0,100 0,600 218,9 2029 2239 0,100 0,613 223,9 2030 2291 0,100 0,628 229,1 2031 2343 0,100 0,642 234,3 2032 2397 0,100 0,657 239,7 2033 2452 0,100 0,672 245,2 2034 2509 0,100 0,687 250,9 Fonte: Gesois, 2014

2800 2600 240 2400 2200 210 2000 180 1800 Geração (hab)

1600 150t/ano 1400 120 1200 1000 90 População 800 600 60 400 30 200 0 0 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 POPULAÇÃO (hab) (t/ano)

Figura 35: Projeção populacional x geração de RCC do cenário alternativo Fonte: Gesois, 2014

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11.2.3. Resíduos de Serviços de Saúde

Segundo análises e estudos realizados pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a média de resíduos produzidos por unidade de saúde na América Latina varia de 1 a 4,5 kg/leito/dia, dependendo da complexidade e frequência dos serviços, tecnologia utilizada e eficiência dos responsáveis pelos serviços.

Em Morro da Garça, segundo constatado no Diagnóstico realizado, a prestadora de serviços de coleta, tratamento e destinação dos resíduos de serviços de saúde (RSS) do município, coleta anualmente, 890kg/ano de RSS, resultando em uma contribuição de 0,00056 t/hab/ano, que será adotada para o Cenário Tendencial.

Esta coleta atende, além de Pronto Atendimento e Postos de Saúde, Farmácias, Laboratórios, Consultórios Odontológicos e Clínicas médicas, que também trabalham com materiais contaminantes. Assim, propõe-se para o Cenário Alternativo a adoção da taxa mínima, de 1 kg/hab/ano, conforme sugerido pela OPAS (2014), para cidades sem leitos.

O Cenário Tendencial será obtido pela adoção da taxa de geração de resíduos de 0,00056t/hab/ano sobre a população atual projetada, conforme ilustrado na Tabela 32 e Figura 36.

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Tabela 32: Projeção da geração de RSS – Cenário tendencial POPULAÇÃO TAXA QUANTIDADE ATUAL ANO (hab) (t/hab/ano) (t/ano) 2014 1592 0,00056 0,89 2015 1610 0,00056 0,90 2016 1629 0,00056 0,91 2017 1648 0,00056 0,92 2018 1667 0,00056 0,93 2019 1686 0,00056 0,94 2020 1705 0,00056 0,95 2021 1725 0,00056 0,96 2022 1744 0,00056 0,97 2023 1765 0,00056 0,98 2024 1785 0,00056 0,99 2025 1805 0,00056 1,01 2026 1826 0,00056 1,02 2027 1847 0,00056 1,03 2028 1868 0,00056 1,04 2029 1890 0,00056 1,06 2030 1912 0,00056 1,07 2031 1934 0,00056 1,08 2032 1956 0,00056 1,09 2033 1978 0,00056 1,10 2034 2001 0,00056 1,12 Fonte: Gesois, 2014

2800 2,8 2600 2400 2,6 2200 2,4 2000 1800 2,2 Geração (hab)

1600 2 t/ano 1400 1200 1,8 1000 1,6 População 800 600 1,4 400 1,2 200 0 1 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 POPULAÇÃO (hab) QUANTIDADE ATUAL (t/ano)

Figura 36: Projeção populacional x geração de RSS do cenário tendencial Fonte: Gesois, 2014

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O Cenário Alternativo, a ser obtido pela adoção da taxa de geração de resíduos de 1,0 kg/hab/ano aplicada sobre a população futura projetada, é apresentado na

Tabela 33 e Figura 37.

Tabela 33: Projeção da geração de RSS – Cenário alternativo POPULAÇÃO TAXA QUANTIDADE ATUAL ANO (hab) (t/hab/ano) (t/ano) 2014 1592 0,001 1,59 2015 1629 0,001 1,63 2016 1666 0,001 1,67 2017 1704 0,001 1,7 2018 1744 0,001 1,75 2019 1784 0,001 1,78 2020 1825 0,001 1,82 2021 1867 0,001 1,87 2022 1910 0,001 1,91 2023 1954 0,001 1,95 2024 1998 0,001 2 2025 2044 0,001 2,04 2026 2091 0,001 2,09 2027 2140 0,001 2,14 2028 2189 0,001 2,19 2029 2239 0,001 2,24 2030 2291 0,001 2,3 2031 2343 0,001 2,34 2032 2397 0,001 2,4 2033 2452 0,001 2,45 2034 2509 0,001 2,51 Fonte: Gesois, 2014

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2800 1,5 2600 2400 1,4 2200 2000 1,3 1800 (hab) Geração

1600 1,2 t/ano 1400 1200 1,1

1000

População 800 1 600 400 0,9 200 0 0,8 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 POPULAÇÃO (hab) QUANTIDADE ATUAL (t/ano)

Figura 37: Projeção populacional x geração de RSS do cenário alternativo Fonte: Gesois, 2014

11.3. Definição do cenário

No item anterior foram apresentados os dois cenários, Tendencial e Alternativo, com índices variando de 1,15 a 2,30%, bem como as respectivas gerações de RSU, RCC e RSS, transportando a projeção populacional estimada anteriormente para a efetiva demanda de geração de resíduos sólidos considerada, propondo as seguintes realidades:

• Cenário Tendencial, que apresenta uma evolução constante, considerando a mesma curva da evolução populacional apresentada até a presente data, mantendo a operação atual em RSU, resultando no índice mínimo de projeção esperada; • Cenário Alternativo, que apresenta uma evolução maior em relação ao primeiro, considerando, em hipótese, algum fator externo ou mudança abrupta no local, apesar de já cientes da ineficiência e não totalidade do atual serviço de coleta no município.

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O previsto dentro da realidade de ambos os cenários é que deverá ocorrer uma evolução da demanda dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos de Morro da Garça. Após análise de ambos, considerou-se a adoção do Cenário Tendencial, que tende a acompanhar o índice de crescimento apresentado nos últimos anos pelo Município, sendo o mais próximo à realidade projetada para o mesmo, não havendo nenhuma previsão de mudanças relevantes neste sentido, que levasse a outra perspectiva. Assim, apresenta-se neste prognóstico os Objetivos, Metas, Indicadores, Programas, Ações e Prazos, com maior detalhamento, elaborados para este cenário adotado.

11.4. Identificação das carências

Analisando os levantamentos realizados nos trabalhos de campo, in loco, constatou- se que as condições dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos oferecidos atualmente em Morro da Garça são de atendimento regular.

Tendo em vista a perspectiva de acréscimo da população, evidenciada pelo estudo de projeção populacional para Morro da Garça, em um horizonte de planejamento de 20 anos, surge a necessidade de analisar alternativas que busquem aumentar e melhorar a disponibilidade e qualidade dos serviços públicos de saneamento básico do município.

As dificuldades encontradas para a prestação de serviços relativos ao saneamento básico são fatores limitantes na garantia de melhor qualidade de vida e saúde da população atendida, bem como no compromisso de prever o desenvolvimento sustentável de um município. Em Morro da Garça, as principais carências foram levantadas e discutidas no Produto 2 – do Diagnóstico. A análise deste diagnóstico possibilitou um maior conhecimento das carências, necessidades e disponibilidades de serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos, apresentadas pela população local e detectadas pela equipe técnica.

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11.4.1. Carências identificadas pela comunidade

O resultado síntese das dinâmicas realizadas junto à comunidade de Morro da Garça nas conferência e audiência, sobre resíduos sólidos, é apresentado na Tabela 34 a seguir.

Tabela 34: Carências identificadas pela comunidade – Resíduos sólidos Área de Abrangência do Problema Solução Problema Lixo é queimado constantemente Em vários pontos da Campanhas de conscientização nas ruas cidade Conscientizar para não destinar os Falta de lixeira Nas escolas resíduos nas ruas Descarte de animais mortos Córregos Fiscalização e multa Lixo fora do horário nas portas Vários pontos Fiscalizar e multar Iniciativa da Prefeitura de Falta de coleta seletiva Em todo o município implementar a coleta com caminhão diferenciado. Em lotes vagos, tanto na Lixo descartado inadequadamente Campanhas de conscientização área urbano quanto rural. Disposição inadequada de entulhos, restos de materiais Vias publicas Construção de aterro sanitário sanitários e resíduos hospitalares. Fonte: Gesois, 2014

Vale ressaltar que, com relação às localidades rurais, não foram relacionadas as carências específicas, uma vez que as mesmas não recebem nenhum tipo de atendimento por parte do poder público, referente aos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Porém, a equipe técnica, em seus levantamentos, constatou in loco várias situações críticas, propondo também soluções possíveis para reverter este quadro, sendo a prioritária, a implantação do PGIRS.

11.4.2. Carências identificadas pela equipe técnica

Em Morro da Garça, a Secretaria Municipal de Obras, Serviços Urbanos e Transporte é a gestora dos serviços públicos de limpeza (poda, varrição e capina) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária é a gestora dos serviços de coleta dos resíduos domiciliares, comerciais e públicos. A Prefeitura

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Municipal de Morro da Garça tem ainda, como potencial parceiro para a gestão de resíduos, o CODEMA.

As principais carências identificadas na gestão de resíduos sólidos no município, levantadas na fase do Diagnóstico, considerando as áreas urbanas e rurais são apresentadas a seguir, prevendo os seguintes aspectos: a) Gestão: Falta de gestão ampla e atuante. b) Universalização: Ainda não alcançada a universalização dos serviços de resíduos sólidos e sem metas estabelecidas. c) Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD):

• Atendimento de coleta próximo de 95%; • Inexistência de controle da qualidade dos resíduos descartados; • Falta de plano de distribuição de lixeiras públicas; • Falta da observância das diretivas de segurança do trabalho; • Inexistência de coleta na área rural. d) Coleta Seletiva:

• Coleta inoperante e sem a participação da população; • Inexistência de um plano de coleta seletiva no município. e) Resíduos de Poda:

• Destinação inadequada; • Não utilização como “biomassa” ou em técnicas de fertilização. f) Resíduos de Serviços de Saúde (RSS):

• Ausência de fiscalização dos estabelecimentos serviços de saúde; • Ausência de mensuração do descarte. g) Varrição:

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• Falta de regularidade dos serviços de varrição; • Área de atendimento restrita à parte central da cidade; • Falta da observância das diretivas de segurança do trabalho. h) Indicadores:

• Inexistência de indicadores relativos à limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. i) Aterro controlado:

• Falta de monitoramento da área e de intervenções de manutenção; • Falta de controle do acesso à área; • Inexistência de manutenção da área. j) Limpeza de Bocas de Lobo e Córregos:

• Inexistência de plano de limpeza e manutenção de bocas de lobo e córregos. k) Desenvolvimento institucional, capacitação e segurança:

• Falta de programas de treinamento; • Falta de especificação e uso de EPI mínimos; • Determinação da equipe, equipamento e recursos para gerenciamento; • Ausência do Conselho Municipal paritário e transparência de informações; • Ausência de cobrança pela coleta e disposição dos resíduos sólidos. As carências descritas encontram-se sintetizadas na Tabela 35 a seguir:

Tabela 35: Carências identificadas pela equipe técnica – Resíduos sólidos Nº ITEM CARÊNCIAS 01 Gestão - Falta de gestão ampla e atuante. - Ainda não alcançada a universalização dos serviços de resíduos 02 Universalização sólidos e sem metas estabelecidas. - Atendimento de coleta próximo de 95%; - Inexistência de controle da qualidade dos resíduos descartados; Resíduos Sólidos 03 - Falta de plano de distribuição de lixeiras públicas; Domiciliares (RSD) - Falta da observância das diretivas de segurança do trabalho; - Inexistência de coleta na área rural. 04 Coleta Seletiva - Coleta inoperante e sem a participação da população; 182 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Nº ITEM CARÊNCIAS - Inexistência de um plano de coleta seletiva no município. Resíduos Inertes e - Destinação inadequada; 05 RCC - Não utilização como “biomassa” ou em técnicas de fertilização. - Ausência de fiscalização dos estabelecimentos serviços de saúde; 06 Resíduos de Poda - Ausência de mensuração do descarte. Resíduos de Serviços - Ausência de fiscalização dos estabelecimentos serviços de saúde; 07 de Saúde (RSS) - Ausência de mensuração do descarte. - Falta de regularidade dos serviços de varrição; 08 Varrição - Área de atendimento restrita à parte central da cidade; - Falta da observância das diretivas de segurança do trabalho; - Inexistência de indicadores relativos à Limpeza Urbana e Manejo dos 09 Indicadores Resíduos Sólidos; - Falta de monitoramento da área e de intervenções de manutenção; 10 Lixão - Falta de controle do acesso à área; - Inexistência de manutenção da área; Limpeza de Bocas de - Inexistência de plano de limpeza e manutenção de bocas de lobo e 11 Lobo e Córregos córregos; - Falta de programas de treinamento; - Falta de especificação e uso de EPI mínimos; Desenvolvimento - Determinação da equipe, equipamento e recursos para Institucional, 12 gerenciamento; Capacitação e - Ausência do Conselho Municipal paritário e transparência de Segurança informações; - Ausência de cobrança pela coleta e disposição dos resíduos sólidos Fonte: Gesois, 2014

11.5. Premissas preconizadas

O PMSB tem como objetivo principal promover a universalização e qualidade dos serviços que abrangem o saneamento básico, instrumentalizando o município com um planejamento integrado dos quatro eixos do saneamento, considerando as especificidades locais, com metas bem definidas a curto, médio e longo prazos.

Este Plano deve estar nivelado à Política Nacional de Meio Ambiente e demais legislações pertinentes, no âmbito federal e estadual, bem como o Plano Diretor Municipal.

Tendo como intuito a implantação de todo este planejamento, dentro do cenário tendencial definido e após identificadas as carências do município, são dispostas as seguintes premissas a serem adotadas, visando a efetividade na prática deste processo. 183 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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• Garantir que as premissas dos serviços de saneamento básico, e também as ambientais relacionadas, sejam parte integrante da gestão municipal e do planejamento urbano e rural do município, visando a universalização, qualidade e efetividade destes serviços; • Garantir por Lei o cumprimento dos aspectos básicos primordiais referentes ao tema, primando pela transparência e gestão participativa junto à comunidade. • Investir na gestão pública, capacitando e estruturando-a tanto com recursos técnicos quanto operacionais e materiais. • Implantar Programas e Políticas Públicas voltados especificamente para o reaproveitamento sustentável, minimizando os resíduos sólidos urbanos; • Desenvolver e implantar um Plano de Educação Ambiental, visando maior conscientização da população quanto ao reaproveitamento e descarte adequado dos resíduos; • Analisar criticamente o sistema de coleta de resíduos, prevendo seu aprimoramento para melhor atender todas as áreas do município e suas carências; • Desenvolver e implantar Programa de Coleta Seletiva no município, garantindo o reaproveitamento de recicláveis e assim desafogando o aterro, destinado apenas a receber os rejeitos. Adotando ainda programas de incentivo junto à coleta seletiva e recicláveis, promovendo a economia da reciclagem, conforme já previsto na legislação federal; • Treinar e capacitar o corpo técnico da prefeitura; • Desenvolver e implementar Programa de manejo, visando um melhor aproveitamento do material resultante de poda e capina; • Implantar o PGRSS, garantindo a destinação correta dos RSS e sua separação por classificação, otimizando a etapa de esterilização, destinada apenas aos resíduos infecciosos;

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• Desenvolver Programa de divulgação e Comunicação Visual, como ferramenta de endomarketing, garantindo maior transparência e descentralização de informações, visando maior conscientização e envolvimento da comunidade.

Dentro deste contexto, enfatiza-se o relevante papel de todas as esferas da sociedade, como parte fundamental no processo de reciclagem de resíduos sólidos, pois o sucesso do mesmo depende diretamente da separação dos resíduos ainda na fonte geradora, devendo ser enviado aos aterros somente os rejeitos, que não podem ter nenhum tipo de aproveitamento.

Portanto, a conscientização e envolvimento dos três setores da sociedade, poder público, iniciativa privada e sociedade civil, é indispensável para promover a economia da reciclagem e garantir o alcance da mesma.

11.6. Objetivos e Metas

A definição do cenário e identificação das carências do município possibilitaram o estabelecimento de algumas premissas iniciais para o alcance da universalização e dentro de um contexto mais amplo, definiu-se cinco objetivos macro, apresentados da seguinte forma:

1. Garantir ferramentas para a gestão pública, baseados na regulação do sistema de resíduos sólidos, para seu efetivo funcionamento. 2. Implementar, ampliar e adequar os serviços de coleta, limpeza pública e destinação final dos resíduos sólidos. 3. Garantir o funcionamento e continuidade das ações pertinentes aos resíduos sólidos, através da sistematização e fiscalização das mesmas. 4. Capacitar e desenvolver, junto aos servidores do setor e comunidade em geral, uma conscientização ambiental efetiva.

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5. Implantar programa de coleta seletiva e reaproveitamento dos resíduos urbanos.

A Tabela 36 apresenta estes objetivos com suas respectivas metas, definidas para o PMSB nos períodos de curto, médio e longo prazos, e, em casos extremos, de caráter imediato. Admitindo-se soluções graduais e progressivas de forma a atingir a universalização e qualidade dos serviços prestados, bem como a sustentabilidade dos recursos naturais.

Tabela 36: Objetivos e Metas – Resíduos sólidos METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo Garantir ferramentas para a gestão pública, baseados - Alcançar 100% da implementação da legislação relativa ao sistema de resíduos sólidos. 01 na regulação do sistema de - Alcançar 100 % da regulação do sistema de resíduos sólidos. resíduos sólidos, para seu efetivo funcionamento. Implementar, ampliar e - Alcançar 100% da - Manter o adequar os serviços de *Imediato: Realizar serviços de poda e destinação final dos atendimento do 02 coleta, limpeza pública e capina em 100% da área urbana do resíduos sólidos serviço de coleta a destinação final dos município - Atender a 100% da área 100% da área rural resíduos sólidos. rural com coleta - Garantir o cumprimento da lei para destinação e armazenamento correto de Garantir o funcionamento e 100% dos recicláveis continuidade das ações - Garantir um canal direto para pertinentes aos resíduos atendimento à população. 03 sólidos, através da - Fornecer 100% de equipamentos sistematização e necessários à segurança dos servidores fiscalização das mesmas. do setor. - Monitorar 100% do setor de limpeza urbana - Criar programa de educação ambiental e alcançar 100% da população com - Implantar 100% do projetos de conscientização e práticas Programa de Educação Capacitar e desenvolver, - Manter 100% do ambientais sustentáveis. Ambiental junto à junto aos servidores do Programa de - Capacitar 100% da mão de obra dos comunidade 04 setor e comunidade em Educação Ambiental serviços de limpeza urbana. - Manter atualizada e geral, uma conscientização (ação contínua) - Orientar 100% dos empresários locais capacitada 100% da mão ambiental efetiva quanto o PGIRS para indústrias. de obra da limpeza urbana - Atender 100% da área urbana com (ação contínua) implantação de lixeiras públicas - Atender 100% da zona urbana com o Implantar programa de programa de coleta seletiva - Atender satisfatoriamente coleta seletiva e - Regular 100% da atividade dos 05 a 100% da sede e distritos reaproveitamento dos catadores de recicláveis na sede com o serviço de coleta. resíduos urbanos - Alcançar 100% da reutilização dos resíduos de poda Fonte: Gesois, 2014

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11.7. Programas, Ações e Prazos

Na Tabela 37 estão dispostos os cinco Programas elaborados, bem como suas respectivas ações e prazos relacionados, para alcance dos objetivos correspondentes, dentro dos períodos estabelecidos em curto, médio e longo prazos.

Tabela 37: Programas, Ações e Prazos – Resíduos sólidos AÇÕES OBJ PROGRAMAS Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo - Elaborar o Plano de Gerenciamento - Implantação do Integrado de Resíduos Sólidos - Projetar e licenciar uma “UTC” Plano de - Projetar aterro sanitário (Consórcio ou (Unidade de Triagem e Gerenciamento dos não) Compostagem do município). RCC - Efetivar o Consórcio com Curvelo para Programa de - Elaboração de estudo de - Implantar o destinação dos resíduos sólidos de Morro Regulação do viabilidade para implantação do Consórcio com 01 da Garça ao aterro deste Município. Sistema de Consórcio de RSU com Corinto, Curvelo para - Estudo de viabilidade técnica para Resíduos Santo Hipólito e Monjolo destinação dos tarifação específica do serviço de limpeza Sólidos - Elaboração de Plano de resíduos sólidos de urbana e destinação final dos RSU Gerenciamento dos RCC Morro da Garça para - Elaboração de programa de indicadores o aterro do Município. relativos à limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos. - Implantar o aterro sanitário - Implantar “UTC” - Unidade de

Triagem e Compostagem do Programa de - Manutenção do Município (operação, manutenção 02 Construção, serviço de coleta na - Remediar a área do atual aterro pela associação dos catadores de Operação e área rural controlado materiais recicláveis). Manutenção - Implantação de serviço de coleta na área rural - Aplicar o código de posturas nos pontos de estocagem clandestina de materiais recicláveis e fiscalizar sua observância. - Instituir e implantar uma Central de Programa de Atendimento à população (tele-lixo) 03 Controle e - Instituir procedimentos para o Fiscalização fornecimento rotineiro de EPI aos servidores do setor - Incentivar a fiscalização do setor de limpeza urbana. - Elaborar o Programa de Educação Ambiental - Elaborar projetos de conscientização para uso racional da sacola plástica para - Implantar o Programa de Programa acondicionamento e disposição de Educação Ambiental - Manter o Programa Conscientizaç resíduos sólidos - Ministrar cursos de reciclagem 04 de Educação ão Ambiental - Ministrar cursos de capacitação para os referente ao tema, para os Ambiental e Capacitação servidores municipais da limpeza urbana servidores municipais da limpeza - Implantação de Plano de Distribuição de urbana. lixeiras públicas e comunitárias -Programa de divulgação e comunicação visual.

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AÇÕES OBJ PROGRAMAS Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo - Elaborar e instituir programa de coleta

seletiva para a zona urbana Programa de - Instituir e implantar associação de Coleta catadores de materiais recicláveis na sede 05 Seletiva e - Elaboração e implantação do programa Reaproveitam de reutilização dos resíduos de poda ento dos como biomassa ou em técnica de Resíduos fertilização. Fonte: Gesois, 2014 11.8. Proposição de Indicadores

Há na literatura nacional vários modelos de indicadores que podem ser adotados para o controle do serviço de saneamento básico, buscando sua melhor gestão. Optou-se aqui, por adotar um padrão mais simplificado e ao mesmo tempo didático e objetivo, que atenda de maneira prática às necessidades da realidade local e possibilite o acompanhamento de cada um dos Programas estabelecidos.

Esses indicadores contemplam Objetivo, Descrição, Cálculo, Unidades e Periodicidade do controle, conforme apresentado na Tabela 38 a seguir.

Tabela 38: Indicadores – Resíduos sólidos NOME – INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULAR UNIDADE

1 - GESTÃO PÚBLICA 1.1. Sustentabilidade (Receita arrecadada com o manejo de Verificar a autossuficiência financeira financeira dos serviços resíduos sólidos / Despesa total da do município com o manejo de Semestral % relacionados ao manejo Prefeitura com o manejo de resíduos) resíduos sólidos urbanos de resíduos x 100 1.2. Índice de despesas Comparar as despesas realizadas (Despesa da Prefeitura com com empresas com contratação de terceiros para empresas contratadas / Despesa total contratadas para execução de serviços de manejo de Mensal % da Prefeitura com manejo de RSU) x execução de serviços de RSU, em relação às despesa totais 100 manejo de RSU para este fim Despesa total da prefeitura com 1.3. Custo unitário médio Quantificar o custo médio dos Mensal serviço de varrição / Extensão total de R$ / Km dos serviços de varrição serviços de varrição sarjeta varrida

Comparar os custos dos serviços de (Despesa total da prefeitura com 1.4. Índice do custo do varrição em relação ao custo total Mensal serviço de varrição / Despesa total da % serviço de varrição com o manejo dos resíduos sólidos Prefeitura com manejo de RSU) x100

Comparar os custos dos serviços da (Despesa total da prefeitura com 1.5. Índice do custo de coleta, em relação ao custo total com Mensal serviço de coleta / Despesa total da % serviço de coleta o manejo de resíduos sólidos. Prefeitura com manejo de RSU) x 100

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NOME – INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULAR UNIDADE Quantificar o gasto anual por Gasto anual com o sistema de 1.6. Gasto por habitante habitante com o sistema de limpeza Anual limpeza urbana / População total do Anual ano urbana do município município 2 - OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS

Quantificar as vias urbanas atendidas (Extensão (km) de vias pavimentadas 2.1. Índice de serviço de pelo serviço de varrição, tanto manual Anual varridas x 100) / Extensão total de % varrição das vias quanto eventualmente mecanizada vias pavimentadas

(Nº total de domicílios atendidos por 2.2. Índice total do Quantificar os domicílios atendidos Anual coleta direta de resíduos sólidos x % serviço de coleta regular por coleta de resíduos sólidos domiciliares, Meio de controle para 100) / Nº total de domicílios urbanos dar diretrizes e apoiar as ações (Nº de domicílios urbanos atendidos 2.3. Índice urbano do referentes à implantação de melhorias por coleta direta de resíduos sólidos x % serviço de coleta regular nos sistemas de coleta domiciliar 100) / nº total de domicílios urbanos (Nº total de domicílios atendidos por 2.4. Índice total do coleta seletiva direta e indireta de Quantificar a população atendida pelo Anual % serviço de coleta seletiva serviço de coleta domiciliar menos de resíduos sólidos x 100 / Nº total de 2 vezes, considerando-se como domicílios frequência adequada à coleta que (Nº de domicílios urbanos atendidos 2.5. Índice urbano do atende a uma determinada área duas por coleta seletiva direta e indireta de % serviço de coleta seletiva vezes ou mais por semana. resíduos sólidos x 100) / Nº total de domicílios urbanos

Quantificar a população atendida pelo serviço de coleta domiciliar menos de (População atendida com frequência 2.6. Índice de satisfação 2 vezes, considerando-se como adequada pelo serviço de coleta de Trimestral % de frequência de coleta frequência adequada à coleta que RSD X 100) / População total do atende a uma determinada área 2 município vezes ou mais por semana.

3 – CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 3.1. Índice de geração de Acompanhar os índices de geração Quantidade total de RSU gerados por resíduos sólidos de resíduos da população do Semestral Kg/hab/dia dia / nº total de habitantes domésticos per capta município 3.2. Índice de geração de Acompanhar os índices de geração Quantidade total de RSS gerados x resíduos de serviços de Semestral Kg/ano de RSS no município 1,0 kg/ hab/ ano saúde (RSS) per capta 3.3. Índice de geração de Quantidade total de RSI e RCC Kg/ resíduos sólidos inertes Acompanhar os índices de geração Semestral gerados / nº total de obras e estabelecimento/ (RSI) e da construção de RSI e RCC no município indústrias dia civil (RCC) 4 – CAPACITAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO

Apontar os índices de acidentes de trabalhos com afastamento de mais (Número de acidentes com de 15 dias, em um determinado 4.1. Índice de frequência afastamento de mais de 15 dias / período do serviço de limpeza urbana Mensal Mensal de acidente de trabalho Homens horas trabalhadas) x dos município e indicar quantos 1.000.000 acidentes para cada milhão de horas trabalhadas.

Acompanhar o desempenho dos serviços de coleta de RSU. Portanto, Aplicar a seguinte pontuação: Muito semestralmente devem ser feitas Bom – 10; Bom – 8; Satisfatório – 6; 4.2. Índice de entrevistas com 5% da população Regular – 3; Insatisfatório – 1. Os desempenho da coleta total do município. Cada munícipe Semestral Semestral pontos dever ser somados e de RSU deve avaliar o serviço de coleta de posteriormente divididos pela RSU em (Muito bom), (Bom), quantidade total de entrevistados (Satisfatório), (Regular) e (Insatisfatório)

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NOME – INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULAR UNIDADE

5 - COLETA SELETIVA E REAPROVEITAMENTO 5.1. Índice de (Quantidade total de materiais Traduzir o grau de reaproveitamento Reaproveitamento dos recuperados com a coleta seletiva x dos materiais reaproveitáveis Semestral % Resíduos Sólidos 100) / Quantidade total de resíduos presentes nos resíduos domiciliares Domiciliares sólidos coletados Traduzir o grau de reaproveitamento 5.2. Índice de dos materiais reaproveitáveis (Total de RSI e RCC reaproveitados reaproveitamento dos Semestral % presentes na composição dos RSI e x 100) / Total de RSI e RCC coletados RSI e RCC RCC

5.3. Taxa de Inclusão de Acompanhar os números de pessoas (Nº de catadores incluídos nas catadores no sistema de que têm sua renda oriunda da atividades propostas pelo município / Anual % coleta seletiva do reciclagem dos resíduos e auxiliar no Total de catadores no município) x município fomento desta atividade 100

5.4. Volume de resíduos Verificar quais são os índices de (Total de resíduos comercializados comercializados pelas reciclagem do município. Análises pelas cooperativas / Total de resíduos Anual % cooperativas de gravimétricas dos resíduos sólidos encaminhados para a disposição reciclagem indicariam qual seria o índice ideal final) x 100 5.5. Índice de tratamento Quantificar o percentual de RSU Quantidade de RSU tratados / Anual % adequando dos RSU tratados adequadamente Quantidade Total de RSU gerados Quantificar a parcela dos RSU (Total de resíduos valorizados x 100) / 5.6. Taxa de resíduos valorizados por processo de Anual Total de resíduos coletados no % úmidos valorizados compostagem ou outro qualquer município Fonte: Adaptação Gesois, 2014 11.9. Hierarquização das áreas de intervenção prioritária

Para a próxima etapa do PMSB, Produto 4, que trata da elaboração de ações, programas e projetos, é necessário realizar a hierarquização das áreas de intervenção, ou seja, a definição das áreas mais carentes e prioritárias, que orientará a sequencia de execução das atividades previstas.

O processo de hierarquização de áreas para intervenção, tendo como eixo norteador o acesso à coleta e destinação de resíduos sólidos, levou em consideração os seguintes critérios:

1. destinação final adequada dos resíduos sólidos (aterro sanitário); 2. acesso à coleta de RSD; 3. acesso aos serviços de coleta seletiva; 4. acesso aos serviços de poda e capina; 5. acesso aos serviços de limpeza de bueiros e córregos; 6. acesso à disposição adequada dos RCC; 7. acesso à disposição adequada dos resíduos de poda e capina. 190 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Dessa forma, a hierarquização das áreas de intervenção no município foi classificada em três níveis de prioridade (1-Inexistente, 2-Regular, 3-Satisfatório), sendo que a classificação 1 possui maior nível de prioridade do que a 2 e assim sucessivamente. A seguir é apresentada a definição dos níveis de prioridade:

• Inexistente: Pode-se considerar crítica a situação dessas localidades, sem acesso aos serviços de limpeza urbana, em especial de coleta dos RSD. Essas áreas são prioritárias quanto às intervenções; • Regular: Áreas de acesso regular, com questões pendentes. Por exemplo, áreas atendidas pelos serviços de coleta dos RSD minimamente, duas vezes por semana, mas com pouco acesso a outros serviços como varrição de vias, de gestão e manejo dos RCC, RSS, etc; • Satisfatório: Áreas e localidades consideradas com acesso satisfatório aos serviços, assim, sendo as menos prioritárias nesta hierarquização.

Assim, a Tabela 39, apresenta a hierarquização das áreas do município de Morro da Garça, considerando o acesso aos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos.

Tabela 39: Hierarquização das áreas - Resíduos sólidos CLASSIFICAÇÃO ÁREAS As áreas rurais não são contempladas com os serviços básicos do sistema de manejo dos Inexistente resíduos. Regular Sede: Há coleta 3 vezes por semana, em dias alternados, com varrição diária. Não há no município áreas que se enquadrem nessa classificação, considerando suas Satisfatório atuais carências e deficiências em vários aspectos referentes à limpeza urbana e manejo dos resíduos. Fonte: Gesois, 2014

A partir dos resultados modelou-se uma análise kernel em ambiente SIG da classificação de maior ocorrência, dentro do âmbito municipal. Dessa forma, para o eixo resíduos sólidos, a maior ocorrência foi definida pela classe “Inexistente”, indicada para as localidades de Furados. Flores, Mutuca, Cambaúba, Vista Alegre, Vista Alegre 2, Saco,do Brejo, Cavalinho II, Cavalinho I, Serragem I, Campo Alegre, 191 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Capim Branco, Recanto, Serragem II, Estrada do Boiadeiro, Jacobina, Almoço, Lagoa, Flores I, Riachinho.

De acordo com a Figura 38, a espacialização geoestatística das informações permitiu definir três núcleos de intervenção com prioridade “alta” e três com prioridade de “média a alta”, em função do número de localidades umas próximas à outras num raio de 3000km².

Os núcleos de prioridade “alta” podem ser estratificados em três níveis de importância, em relação a conectividade com outros núcleos de intervenção, a saber:

Núcleo (1): é o maior núcleo definido pelas localidades de Serragem I, Campo Alegre e Capim Branco, mas que fazem uma conexão com mais cinco localidades incorporadas em núcleos de prioridade de “media a alta”.

Núcleo (2): é o segundo maior núcleo definido pelas localidades de Saco do Brejo, Cavalinho I e II, e Vista Alegre II, assim com núcleo I também faz uma conexão com um núcleo de prioridade de “média a alta”, definido por quatro localidades.

Núcleo (3): Trata-se de um núcleo isolado, definido pelas localidades de Flores e Flores I.

Os núcleos de prioridade “média a alta” podem ser estratificados em três níveis de importância, em relação à distância da sede municipal, a saber:

Núcleo (1): Definido pelas localidades de Furados e Extrema, é o mais próximo à sede municipal, fator relevante a favor da instalação de sistemas satisfatórios de coleta e destinação de resíduos sólidos e promoção de ações que beneficiem à comunidade no sentido de orientar e sensibilizar quanto à correta disposição dos resíduos sólidos, o que potencialmente pode contribuir com a consolidação da relação entre a Prefeitura Municipal e população. Tais ações devem ser ampliadas

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico de forma gradual para as demais localidades, dentro dos padrões de possibilidades dos recursos municipais.

Núcleo (2): O segundo núcleo mais próximo à sede municipal, definido pelas localidades de Vista Alegre, Cambaúba e Mutuca.

Núcleo (3): é o mais distante da sede municipal, no entanto abrange maior quantidade de localidades, pois é definido por Estrada do Boiadeiro, Almoço, Lagoa e Riachinho.

As demais localidades constituem-se em núcleos isolados, com priorização média, no entanto com atendimento inexistente.

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Figura 38: Hierarquização das áreas prioritárias para intervenção – Resíduos sólidos Fonte: Gesois, 2014

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Com base no diagnóstico e análises da equipe técnica, ficou evidenciado que a área rural é considerada como área prioritária nesta hierarquização quanto ao acesso aos serviços de manejo dos resíduos sólidos, pela inexistência destes nessa localidade.

Considerando as várias limitações e carências em quase todos os setores referentes aos serviços de limpeza urbana, pode-se concluir que não há áreas tidas como satisfatórias no município de Morro da Garça

Para atendimento à demanda apontada na hierarquização das áreas, de uma forma geral, visando uma ação efetiva, faz-se necessária toda uma revisão dos serviços prestados, como sua setorização, descentralização e sistematização.

O sucesso da mesma depende diretamente da implementação do PGIRS, estando este serviço sob a responsabilidade da gestão pública municipal, desde o gerenciamento à fiscalização, e não da empresa a ser contratada para executá-lo.

Após a etapa de priorização das áreas a serem atendidas, prevê-se a próxima etapa, sendo a gestão dos resíduos sólidos e sua capacitação, que atualmente está muito aquém às demandas que envolvem esse setor, visando atingir as metas de acordo com o planejamento de curto, médio e longo prazos.

Diante de tais missivas metodológicas, o presente Plano estabeleceu os Objetivos, Metas, Ações e Indicadores, descritos a seguir na Tabela 40. Maior detalhamento das ações, bem como a previsão de custos, valores estimados, recursos humanos e fontes de financiamento para cada uma serão apresentados no Produto 4.

Conforme já apresentado, o município não possui estrutura institucional, técnica e financeira para garantir à população, com seus próprios recursos, serviços de saneamento com qualidade e quantidade suficientes, sendo necessária ampla discussão sobre o tema. Com isso, a análise de viabilidade técnico-financeira dos serviços, considerando os cenários junto aos objetivos, metas, programas, projetos e ações, foi realizada com uma abordagem superficial neste produto e será 195 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico estruturada com mais ênfase no Produto 4, referente aos Programas, Projetos e Ações.

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Tabela 40: Detalhamento das metas, programas, ações e indicadores de cada objetivo – Resíduos sólidos MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 RESÍDUOS SÓLIDOS OBJETIVO 1 GARANTIR FERRAMENTAS PARA A GESTÃO PÚBLICA, BASEADOS NA REGULAÇÃO DO SISTEMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS, PARA SEU EFETIVO FUNCIONAMENTO. Considerando o crescimento populacional no município, numa base de 1,15% ao ano, além da perspectiva de aumento de renda da população, bem como da facilidade ao acesso de bens de consumo, da atual realidade global, torna-se fundamental munir a gestão pública com ferramentas legais que a permita exercer seu papel de forma abrangente e eficaz, FUNDAMENTAÇÃO respaldada por uma legislação eficiente e atual, específica, voltada para o controle, manutenção, ampliação e regulação do sistema de resíduos sólidos. Buscando oferecer um serviço de qualidade, que atenda a 100% da população. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO 1.1. Sustentabilidade financeira dos serviços (Receita arrecadada com o manejo de resíduos sólidos / Despesa Semestral relacionados ao manejo de resíduos total da Prefeitura com o manejo de resíduos) x 100 1.2. Índice de despesas com empresas (Despesa da Prefeitura com empresas contratadas / Despesa total da contratadas para execução de serviços de Mensal Prefeitura com manejo de RSU) x 100 manejo de RSU 1.3. Custo unitário médio dos serviços de COMO Despesa total da prefeitura com serviço de varrição / Extensão total de INDICADOR PERIODICIDADE Mensal varrição CALCULAR sarjeta varrida (Despesa total da prefeitura com serviço de varrição / Despesa total 1.4. Índice do custo do serviço de varrição Mensal da Prefeitura com manejo de RSU) x100 (Despesa total da prefeitura com serviço de coleta / Despesa total da 1.5. Índice do custo de serviço de coleta Mensal Prefeitura com manejo de RSU) x 100 Gasto anual com o sistema de limpeza urbana / População total do 1.6. Gasto por habitante ano Anual município

METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. • Alcançar 100% da implementação da legislação relativa ao sistema de resíduos sólidos. • Alcançar 100 % da regulação do sistema de resíduos sólidos

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PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES AÇÕES POSSÍVEIS IDENTIFICADOR PROGRAMA CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FONTES Projetar e licenciar uma “UTC” (Unidade de Elaborar o PGIRS Triagem e Compostagem do município) Implantação do Plano de Projetar aterro sanitário (Consórcio ou não) Gerenciamento dos RCC Elaboração de estudo de viabilidade para

implantação do Consórcio de RSU com Corinto, Estudo de viabilidade técnica para tarifação específica Programa de Santo Hipólito e Monjolo do serviço de limpeza urbana e destinação final dos GOVERNO Regulação RSU FEDERAL/ P1 do Sistema MUNICIPAL E de Resíduos Efetivar o Consórcio com Curvelo para destinação dos ESTADUAL Sólidos resíduos sólidos de Morro da Garça ao aterro deste Implantar o Consórcio com Município. Curvelo para destinação dos Elaboração de Plano de Gerenciamento dos RCC resíduos sólidos de Morro da Garça para o aterro do Município. Elaboração de programa de indicadores relativos à limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 RESÍDUOS SÓLIDOS OBJETIVO 2 IMPLEMENTAR, AMPLIAR E ADEQUAR OS SERVIÇOS DE COLETA, LIMPEZA PÚBLICA E DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS. Com o aumento da população do município, cresce também os desafios em oferecer um serviço abrangente, descentralizado e qualificado, prevendo todas as etapas do processo, FUNDAMENTAÇÃO desde a limpeza e coleta até o acondicionamento e destinação final dos resíduos. Realidade esta que só torna-se possível através de um conjunto de ações, de forma sistêmica, prevendo melhorias físicas e dos serviços prestados e sobretudo sua manutenção, evitando retrocessos e gastos com retrabalhos, garantindo a continuidade dos serviços. MÉTODO - QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO (Extensão (km) de vias pavimentadas varridas x 100) / Extensão total de vias 2.1. Índice de serviço de varrição das vias % pavimentadas (Nº total de domicílios atendidos por coleta direta de resíduos sólidos x 100) / Nº 2.2. Índice total do serviço de coleta regular % total de domicílios urbanos (Nº de domicílios urbanos atendidos por coleta direta de resíduos sólidos x 100) 2.3. Índice urbano do serviço de coleta regular % COMO / nº total de domicílios urbanos INDICADOR PERIODICIDADE CALCULAR (Nº total de domicílios atendidos por coleta seletiva direta e indireta de resíduos 2.4. Índice total do serviço de coleta seletiva % sólidos x 100 / Nº total de domicílios (Nº de domicílios urbanos atendidos por coleta seletiva direta e indireta de 2.5. Índice urbano do serviço de coleta seletiva % resíduos sólidos x 100) / Nº total de domicílios urbanos (População atendida com frequência adequada pelo serviço de coleta de RSD X 2.6. Índice de satisfação de frequência de coleta % 100) / População total do município METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. • Buscar reverter o quadro de contaminação de 100% • Alcançar 100% da destinação final dos resíduos sólidos • Manter o atendimento do serviço de coleta a 100% da área rural da área do atual aterro controlado • Atender a 100% da área rural com o serviço de coleta PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES AÇÕES IDENTIFICADOR PROGRAMA POSSÍVEIS FONTES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO Implantar o aterro sanitário Programa de GOVERNO Construção, Remediar a área do Implantar “UTC” - Unidade de Triagem e Compostagem do Município (operação, Manutenção do serviço FEDERAL/ P2 Operação e atual aterro controlado manutenção pela associação dos catadores de materiais recicláveis). de coleta na área rural MUNICIPAL E Manutenção Implantação de serviço de coleta na área rural ESTADUAL

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 RESÍDUOS SÓLIDOS GARANTIR O FUNCIONAMENTO E CONTINUIDADE DAS AÇÕES PERTINENTES AOS RESÍDUOS SÓLIDOS, ATRAVÉS DA SISTEMATIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS OBJETIVO 3 MESMAS. Com o aumento da população do município, cresce também os desafios em oferecer um serviço abrangente, descentralizado e sistematizado, prevendo todas as etapas do processo, FUNDAMENTAÇÃO desde a limpeza e coleta até o acondicionamento e destinação final dos resíduos. Realidade esta que só torna-se possível através de um conjunto de ações, de forma sistêmica, prevendo melhorias físicas e dos serviços prestados e, sobretudo, sua manutenção, evitando a perda do que já foi realizado e garantindo a continuidade das atividades. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO 3.1. Índice de geração de resíduos sólidos domésticos per Quantidade total de RSU gerados por dia / nº total de Semestral capta habitantes 3.2. Índice de geração de resíduos de serviços de saúde (RSS) COMO INDICADOR Quantidade total de RSS gerados / Ano PERIODICIDADE Semestral per capta CALCULAR 3.3. Índice de geração de resíduos sólidos inertes (RSI) e da Quantidade total de RSI e RCC gerados / nº total de obras e Semestral construção civil (RCC) indústrias METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. • Garantir o cumprimento da lei para destinação e armazenamento correto de 100% dos recicláveis • Garantir um canal direto para atendimento à população.

• Fornecer 100% de equipamentos necessários à segurança dos servidores do setor. • Monitorar 100% do setor de limpeza urbana PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES AÇÕES IDENTIFICADOR PROGRAMA POSSÍVEIS FONTES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO Aplicar o código de posturas nos pontos de estocagem clandestina de materiais recicláveis e fiscalizar sua observância.

Instituir e implantar uma Central de Atendimento à população GOVERNO Programa de P3 (tele-lixo) FEDERAL/MUNICIPAL E Controle e Instituir procedimentos para o fornecimento rotineiro de EPI aos ESTADUAL Fiscalização servidores do setor Incentivar a fiscalização do setor de limpeza urbana.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA– PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 RESÍDUOS SÓLIDOS OBJETIVO 4 CAPACITAR E DESENVOLVER, JUNTO AOS SERVIDORES DO SETOR E COMUNIDADE EM GERAL, UMA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL EFETIVA. Atualmente é muito difundida a prática da sustentabilidade e seus benefícios, porem, trazendo para a realidade deste município, necessário se faz desenvolver a aplicabilidade dessas ações, de caráter sustentável, criando mecanismos e oportunidades de envolvimento e conscientização da comunidade. Sobretudo em municípios consideravelmente de FUNDAMENTAÇÃO pequeno porte, com menos de 2 mil habitantes, em que se enquadra Morro da Garça, a participação coletiva é fundamental para garantir o sucesso de ações espaciais como as relacionadas à limpeza urbana, o acondicionamento correto na fonte, separação para coleta seletiva, tratamento adequado dos resíduos, abandono de práticas indevidas como a queima, etc. Assim, a capacitação da mão de obra local, para especialização da mesma e a consciência ecologia de toda a população farão toda a diferença neste processo. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO 4.1. Índice de frequência de acidente de (Número de acidentes com afastamento de mais de 15 dias / Homens horas Mensal trabalho trabalhadas) x 1.000.000 COMO INDICADOR Aplicar a seguinte pontuação: Muito Bom – 10; Bom – 8; Satisfatório – 6; PERIODICIDADE 4.2. Índice de desempenho da coleta de CALCULAR Regular – 3; Insatisfatório – 1. Os pontos dever ser somados e posteriormente Semestral RSU divididos pela quantidade total de entrevistados METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. • Alcançar 100% da população com programa de educação ambiental e projetos de • Implantar 100% do Programa de Educação Ambiental • Manter 100% do Programa de Educação conscientização e práticas sustentáveis. junto à comunidade Ambiental (ação contínua) • Alcançar a capacitação de 100% da mão de obra dos serviços de limpeza urbana. • Manter atualizada e capacitada 100% da mão de obra da

• Suprir 100% da área urbana com implantação de lixeiras públicas limpeza urbana (ação contínua) PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES

AÇÕES POSSÍVEIS IDENTIFICADOR PROGRAMA FONTES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO Elaborar o Programa de Educação Ambiental Implantar o Programa de Educação Elaborar projetos de conscientização para uso racional da sacola plástica para Ambiental Programa Conscientizaç acondicionamento e disposição de resíduos sólidos Manter o Programa GOVERNO P4 ão Ambiental Ministrar cursos de capacitação para os servidores municipais da limpeza de Educação FEDERAL/MUNICIP e Capacitação urbana Ministrar cursos de reciclagem Ambiental AL E ESTADUAL Implantação de Plano de Distribuição de lixeiras públicas e comunitárias referente ao tema, para os servidores municipais da limpeza urbana Programa de divulgação e comunicação visual

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 RESÍDUOS SÓLIDOS OBJETIVO 5 IMPLANTAR PROGRAMA DE COLETA SELETIVA E REAPROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS. A população de Morro da Garça, tendo como base a taxa de crescimento anual de 1,15%, definida no cenário tendencial, adotado nesta proposta, e estimativa através do método de crescimento geométrico, poderá atingir 2.001 habitantes em 2034. Isso significa um incremento de 409 habitantes no município. Considerando que a grande maioria da população de Morro da Garça concentra-se na área urbana e, mantendo essa perspectiva, presume-se que a densidade populacional tende a se manter na zona urbana daqui a 20 anos. FUNDAMENTAÇÃO Considerando a necessidade de manter a universalização dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos, com qualidade satisfatória em seu atendimento, propõe-se a implantação do Programa de Coleta seletiva, uma vez que este inexiste no município, considerando os diversos benefícios advindos do mesmo, sobretudo de desafogamento na destinação final dos resíduos e incentivo à práticas sustentáveis. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO 5.1. Índice de Reaproveitamento dos (Quantidade total de materiais recuperados com a coleta seletiva x 100) Semestral Resíduos Sólidos Domiciliares / Quantidade total de resíduos sólidos coletados 5.2. Índice de reaproveitamento dos RSI e (Total de RSI e RCC reaproveitados x 100) / Total de RSI e RCC Semestral RCC coletados 5.3. Taxa de Inclusão de catadores no (Nº de catadores incluídos nas atividades propostas pelo município / sistema de coleta seletiva do COMO Anual INDICADOR Total de catadores no município) x 100 PERIODICIDADE município CALCULAR 5.4. Volume de resíduos comercializados (Total de resíduos comercializados pelas cooperativas / Total de Anual pelas cooperativas de reciclagem resíduos encaminhados para a disposição final) x 100 5.5. Índice de tratamento adequando dos Quantidade de RSU tratados / Quantidade Total de RSU gerados Anual RSU (Total de resíduos valorizados x 100) / Total de resíduos coletados no 5.6. Taxa de resíduos úmidos valorizados Anual município

METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. • Atender 100% da zona urbana com o programa de coleta seletiva • Regular 100% da atividade dos catadores de recicláveis na sede

• Alcançar 100% da reutilização dos resíduos de poda

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PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES AÇÕES IDENTIFICADOR PROGRAMA POSSÍVEIS FONTES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO Elaborar e instituir programa de coleta seletiva para a zona urbana Programa de Coleta Instituir e implantar associação de catadores de GOVERNO Seletiva e P5 materiais recicláveis na sede FEDERAL/MUNICIPAL E Reaproveitamento dos ESTADUAL Resíduos Elaboração e implantação do programa de reutilização dos resíduos de poda como biomassa ou em técnica de fertilização. Fonte: Adaptação Gesois, 2014

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11.10. Alternativas de intervenção

Pode-se definir impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (ReCESA, 2008).

Com o crescimento da prática consumista e habitual uso de descartáveis, entre outros fatores de impacto direto ao meio, aumentam também as preocupações com relação ao acúmulo crescente de resíduos, resultante destas práticas.

Deste modo, o gerenciamento dos resíduos sólidos é hoje um dos principais desafios para atender plenamente às diretrizes atuais de proteção ambiental e responsabilidade social, pois permite o conhecimento quali-quantitativo e as peculiaridades dos diferentes resíduos gerados por uma população e exige a participação e o envolvimento de todos em um processo de gestão participativa integrada de resíduos sólidos urbanos (OLIVEIRA et al., 2007).

Indo de encontro a essa perspectiva pode-se constatar que, a ação do poder público por si só, com todas as suas limitações, é insuficiente para a solução deste preocupante cenário, sendo necessário encontrar ações alternativas, aliando tecnologia e simplicidade, com soluções ecologicamente positivas e economicamente sustentáveis.

A seguir, apresentam-se algumas alternativas, viáveis à realidade de Morro da Garça, dado seu baixo custo e facilidade de adaptação e manejo.

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• Programa de Coleta Seletiva: envolve a comunidade em geral e escolas, trazendo para a realidade cotidiana a importância das práticas ambientais. Além de gerar renda e promover a inserção social e regulação da atividade dos catadores, contribui significativamente para diminuição do volume de lixo recolhido (menos viagens de coleta), além de aumentar a vida útil do aterro. • Associações para Coleta Seletiva: Pessoas que vivem na mesma área rural podem criar associações para a coleta seletiva do lixo produzido no local e para a conscientização ambiental da comunidade. Uma infraestrutura coletiva pode ser desenvolvida para armazenar o lixo previamente selecionado por cada um e transporta-lo até as recicladoras. A criação de estruturas de uso comum também poderia ser criada visando o armazenamento e transporte dos recicláveis até os postos de recolhimento (Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2006). • Compostagem: É uma maneira natural, fácil e barata de reciclar restos de cultura, sendo uma alternativa para minimizar os restos vegetais da propriedade, inclusive aqueles que não podem ser utilizados diretamente como adubo e/ou cobertura vegetal (Figura 39).

Figura 39: Fluxograma operacional da UTC Fonte: Porto Alegre, 2013

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• Reutilização dos resíduos de poda como biomassa: lixo orgânico proveniente das podas e cortes de árvores, limpeza de praças, capina de terrenos, que se destinado e utilizado de maneira adequada, pode produzir biogás, gerando energia elétrica ou térmica, sendo uma fonte limpa de energia. • Biodigestor ou digestão anaeróbica: é o processo de degradação da matéria orgânica pela ação de microrganismos, processo este que ocorre, diferentemente da compostagem, sem a presença de oxigênio (Figura 40). O lodo gerado em sistemas anaeróbios é menor. Enquanto que em sistemas aeróbios, como a compostagem, somente ocorre cerca de 40% a 50% de degradação biológica, nos sistemas anaeróbios essa taxa varia de 70% a 90% (CHERNICHARO, 2001).

Figura 40: Modelos de Biodigestores Fonte: Globo, 2012

• Reaproveitamento do óleo vegetal: a reciclagem de óleo também oferece para os gestores municipais e estaduais uma alternativa de tratamento para um resíduo que está associado a toda uma série de problemas ambientais (eutrofização das águas, mau funcionamento da rede pluvial ou de esgotos), pragas urbanas tais como a proliferação de baratas e ratos e também diminuição dos riscos de enchentes causadas pelo entupimento da rede de drenagem urbana (Figura 41).

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Figura 41: Esquema de reaproveitamento do óleo de cozinha Fonte: Pinto-Coelho, 2009

11.11. Articulação e integração com outros setores

Dada a complexidade da gestão dos resíduos sólidos, necessário se faz buscar uma articulação entre os atores públicos e/ ou privados responsáveis por essa gestão e os diversos setores da gestão pública municipal, envolvendo também os geradores, sejam eles domiciliares, comerciais, industriais, públicos e privados. Assim, promovendo um diálogo multilateral para otimizar e fortalecer ações específicas, visando o sucesso das mesmas.

A seguir são propostas algumas parcerias neste sentido:

• Parceria com as redes de ensino, públicas e privadas, quando for o caso, para implantação do Programa de Educação Ambiental, de preferência incluindo-o na grade curricular. Incentivando também trabalhos extracurriculares e gincanas escolares com foco na coleta seletiva. 207 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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• Apoio da Secretaria de Saúde, para, junto ao Programa de Saúde da Família (PSF), levantar alguns dados relevantes correlacionando doenças atuais corriqueiras junto à comunidade, sobretudo possíveis epidemias e causas relacionadas à vetores e locais com acúmulo de resíduos expostos, em locais inadequados. • Apoio do setor de comunicação da Prefeitura e veículos de comunicação que prestem serviços de cunho social, como rádios comunitárias e websites públicos, entre outros, para divulgação dos dias de coleta e dicas ambientais, como forma correta da população acondicionar e dispensar o lixo doméstico, etc. • Trabalho de conscientização junto ao setor de obras da Prefeitura, incentivando a reutilização dos entulhos gerados pelas mesmas. • Ações de sensibilização junto ao setor primário e comerciantes em geral, para acondicionamento adequado e principalmente, transporte do próprio resíduo gerado, nos casos de grandes volumes, que sobrecarregam o serviço público de coleta.

11.12. Ações e parcerias intermunicipais

Considerando o gerenciamento de resíduos como uma sequência de ações e atividades que ajudam a melhorar os serviços de limpeza urbana, a etapa de destinação final caracteriza-se como uma das principais dentro deste complexo sistema, dado seu expressivo impacto, positivo ou negativo, de acordo com sua adequação.

A Lei nº 11.107, em vigência desde 6 de abril de 2005, regula a cooperação interfederativa para a gestão de serviços públicos por meio dos consórcios públicos e convênios de cooperação.

Tais parcerias, se dentro dos moldes legais, representam, não raramente, a solução mais viável, considerando, sobretudo os aspectos ambientais e econômicos, por isso 208 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico comumente adotadas por municípios vizinhos, em especial os de pequeno porte e menor infraestrutura.

O município de Morro da Garça, que se encaixa dentro destes moldes, também tem buscado firmar parceria com os vizinhos, assim amenizando a questão da destinação dos resíduos no Município e os altos custos que esta envolve.

Adotando a linha de consórcio, este seria realizado com outros 27 municípios, a saber: Araçai, Augusto de Lima, Buenópolis, , Caetanópolis, do Norte, , Corinto, , , Felixlândia, Funilândia, , Gouveia, Inimutaba, , Jequitibá, Joaquim Felício, Paraopeba, , , Santana do Pirapama, , Santo Hipólito e Três Marias.

Outra opção seria uma segunda possibilidade de consórcio, que inclusive já se encontra em fase de negociação, para a implantação de um aterro sanitário no próprio município de Corinto, com uma área prevista de 10,25 ha, atendendo também os municípios, Corinto, Monjolos e Santo Hipólito.

11.13. Considerações Finais

Após a análise de todas as lacunas, considerando a realidade encontrada no município, bem como as carências apontadas pela comunidade e identificadas in loco pelos técnicos; e avaliadas as devidas projeções com a abordagem de cenários, prevendo uma realidade mais aproximada, em um horizonte de 20 anos, no qual adotou-se o Cenário Tendencial como o que melhor atenderia a essa análise; conclui-se que este prognóstico evidencia uma situação preocupante referente à institucionalização adequada dos serviços de resíduos sólidos e limpeza urbana.

Há a necessidade de se rever toda a gestão pública, nesse sentido, criando um planejamento efetivo e praticável para o adequado manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana do município, visando a sua devida implementação e manutenção. 209 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Sendo a ferramenta mais relevante para atingir este objetivo a implantação do PGIRS, com suas devidas diretrizes, medidas de controle, adequação e implementação de serviços relacionados a esse importante eixo do saneamento básico, uma vez que, a ausência deste Programa compromete significativamente todo esse sistema, limitando e muitas vezes inviabilizando a atuação do poder público.

Caso as devidas medidas não sejam tomadas, ao longo dos anos, com a projeção de aumento da demanda, a situação só tende a agravar-se. Portanto é imprescindível para reversão deste quadro preocupante o comprometimento e empenho por parte do poder público, também cumprindo com seu papel de envolver a comunidade, com uma atuação transparente e participativa, além de buscar parcerias e alternativas que aperfeiçoem os serviços relacionados, em busca de uma melhoria progressiva dos mesmos e futuro alcance de toda a população de Morro da Garça.

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12. DRENAGEM URBANA E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS

O aumento das áreas urbanizadas e, consequentemente, impermeabilizadas e o uso inadequado do solo provocam a redução da capacidade de armazenamento natural dos deflúvios e estes, por sua vez, demandarão outros locais para ocupar.

Em relação aos outros melhoramentos urbanos, o sistema de drenagem tem uma particularidade: o escoamento das águas pluviais sempre ocorrerá independentemente de existir ou não um sistema de drenagem adequado. A qualidade desse sistema é que determinará se os benefícios ou prejuízos à população serão maiores ou menores.

Para um prognóstico efetivo desse serviço, prevendo resultados mais eficientes, se faz necessário avaliar as reais demandas identificadas junto às diversas atividades locais referentes ao mesmo.

12.1. Avaliação de demanda

Conforme apresentado no diagnóstico, a sede urbana de Morro da Garça não possui um sistema adequado de drenagem pluvial. Este fato pode ser observado pelos vários pontos de inundação existentes no município.

A demanda referente ao sistema de drenagem urbana na sede do município foi considerada levando-se em conta a disponibilidade de estruturas existentes, somente em alguns pontos de vias e áreas urbanizadas.

Segundo dados da Prefeitura Municipal de Morro da Garça (2014), há no município um total de 26.850,00 de vias pavimentadas (asfalto, calçamento, terra), conforme descrito na Tabela 41 e ilustrado na Figura 42, a seguir.

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Figura 42: Sistema viário por tipo de revestimento Fonte: Gesois, 2014

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Tabela 41: Tipos de pavimentação das vias da sede TIPO PERMEABILIDADE Extensão (m) (%) Asfalto Impermeável 9.200,00 34 Terra Permeável 8.050,00 30 Bloquete Parcialmente impermeável 800,00 3 Calçamento Parcialmente impermeável 8.800,00 33 Total 26.850,00 100 Fonte: Gesois, 2014

Com a consequente expansão populacional das áreas urbanas, há o crescimento do número de domicílios, escolas, estabelecimentos comerciais, unidades de saúde, entre outros tipos de ocupação, dessa forma, aumentando também as áreas impermeáveis. Assim, as águas absorvidas pelo solo, anteriormente permeável, passam a ser conduzidas mais rapidamente e em maior quantidade para a malha de drenagem, elevando o escoamento superficial e incrementando a vazão dos corpos d’água.

Portanto, este quadro tende a agravar-se conforme o aumento da densidade populacional, refletindo diretamente no sistema de drenagem pluvial. Buscando uma solução para remediar esse processo, evitando um possível quadro crítico, em decorrência da expansão urbana, ações de prevenção devem ser incorporadas na gestão municipal.

Essa abordagem também faz parte deste Prognóstico e está contemplada a partir do apontamento de indicadores a serem medidos e incorporados ao processo. A avaliação se dará segundo dois cenários limites, a saber:

• Cenário Tendencial: representa a continuidade da tendência atual; • Cenário Alternativo: representa uma evolução superior decorrente de fatores diversos identificados na fase de diagnóstico.

Desta forma tem-se apresentado a seguir os dois cenários projetados junto ao sistema de drenagem.

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As demandas para ambos os cenários a serem adotados, citados anteriormente, consideram, como base de análise, a projeção populacional apresentada nas Tabelas 42 e 43, refletindo-se diretamente na urbanização.

Tabela 42: Evolução populacional – Cenário Tendencial ANO POPULAÇÃO (hab.) ANO POPULAÇÃO (hab.) 2014 1592 2025 1805 2015 1610 2026 1826 2016 1629 2027 1847 2017 1648 2028 1868 2018 1667 2029 1890 2019 1686 2030 1912 2020 1705 2031 1934 2021 1725 2032 1956 2022 1744 2033 1978 2023 1765 2034 2001 2024 1785 Fonte: Gesois, 2014

Tabela 43: Evolução populacional – Cenário Alternativo ANO POPULAÇÃO (hab.) ANO POPULAÇÃO (hab.) 2014 1592 2025 2044 2015 1629 2026 2091 2016 1666 2027 2140 2017 1704 2028 2189 2018 1744 2029 2239 2019 1784 2030 2291 2020 1825 2031 2343 2021 1867 2032 2397 2022 1910 2033 2452 2023 1954 2034 2509 2024 1998 Fonte: Gesois, 2014

Conforme os dados apresentados nas tabelas considerou-se que para o Cenário Tendencial o crescimento será na ordem de 1,15%, sendo este o mais lógico e provável para o futuro de Morro da Garça. E com relação ao Cenário Alternativo, o

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico aumento adotado será o dobro, isto é, 2,30%, conforme já justificado neste Prognóstico.

Dadas as circunstâncias de crescimento apontadas em ambos os cenários, Tendencial e Alternativo, entende-se como fundamental o compromisso por parte da gestão pública em implantar melhorias neste setor. Além disso, é de suma importância que haja uma participação social para que essas melhorias ocorram de forma efetiva.

12.2. Análise de Cenário

Conforme já mencionado, pode-se constatar uma evidente relação direta entre o crescimento populacional e a impermeabilização do solo. Assim, para ilustrar melhor esse contexto e analisá-lo de forma mais concreta, junto à realidade do município de Morro da Garça, apresenta-se a seguir o quadro de infiltração, “Runoff” e evapotranspiração, em função da pavimentação da superfície do solo (Figura 43), resultado do aumento da densidade populacional, analisado a partir dos dados calculados tendo como base a área urbana já urbanizada e a soma total de área das vias pavimentadas (impermeável e parcialmente impermeável), conforme a Tabela 44.

Essa análise teve como base somente a área urbana já urbanizada, como possibilidade de cálculo, uma vez que adotou-se para essa abordagem a pavimentação impermeável em Morro da Garça, não havendo via impermeável, nem parcialmente, nas demais áreas do município.

Tabela 44: Extensão das vias impermeáveis e parcialmente impermeáveis TIPO PERMEABILIDADE Extensão (m) (%) Asfalto Impermeável 9.200,00 49,0 Calçamento Parcialmente impermeável 8.800,00 47,0 Bloquete Parcialmente impermeável 800,00 4,0 Total 18.800,00 100 Fonte: Gesois, 2014

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Figura 43: Impermeabilização do solo Fonte: Mota, 1981

Adotando-se a análise da ilustração e trazendo para a realidade deste município, tem-se a seguinte perspectiva, quanto ao percentual de impermeabilização das vias pavimentadas em relação à área urbana já urbanizada:

• Área total urbana já urbanizada = 692.875,00m² • Largura média das vias com pavimentação (impermeável e parcial) = 12,00m • Comprimento total das vias com pavimentação (impermeável e parcial) = 18.800,00m • Total atual de área das vias com pavimentação (impermeável e parcial) = 225.600,00m² 216 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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• Média per capta de área das vias (impermeável e parcial): 225.600,00m²/ 1.592hab (ano base 2014) = 141,70 m²/ hab. a) Cenário Tendencial

No que se refere ao cenário tendencial e considerando os itens apresentados, tem- se:

• Crescimento populacional estimado em 20 anos = 409 hab. (Percentual de crescimento adotado para o Cenário Tendencial: 1,15% ao ano) • Total de área das vias (impermeável e parcial) previsto em 2034: 225.600,00m² + 57.955,30m² (141,70m² x 409hab) = 283.555,30 m². • Percentual de área impermeabilizada: 283.555,30 m² / 692.875,00m² = 40,9%

Correlacionando o valor encontrado, de 40,9%, para o percentual de área impermeabilizada, com a análise do quadro geral de estudo da impermeabilização do solo, pode-se enquadrar Morro da Garça dentro do seguinte contexto: Superfície pavimentada 35 a 50%, que representa um nível de impermeabilidade relativamente alto, sendo esta uma perspectiva não muito positiva para o município, necessitando, teoricamente, de consideráveis esforços por parte do poder público para obter-se um controle satisfatório e manutenção efetiva do sistema de drenagem. Considerando, sobretudo, os pontos mais críticos e ações prioritárias, que carecem ainda de uma maior atenção e também serão abordados na sequência deste prognóstico. b) Cenário Alternativo

No que se refere ao cenário alternativo e considerando os itens apresentados, tem- se:

• Crescimento populacional estimado em 20 anos = 917 hab. (Percentual de crescimento adotado para o Cenário Alternativo: 2,30% ao ano)

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• Total de área das vias (impermeável e parcial) previsto em 2034: 225.600,00m² + 129.938,90m² (141,70m² x 917hab) = 355.538,90 m². • Percentual de área impermeabilizada: 355.538,90m²/ 692.875,00m² = 51,3%

Para este cenário, considerando o percentual de 51,30% de área impermeabilizada, e também correlacionando este valor com a análise do quadro geral de estudo da impermeabilização do solo adotado, apesar de um pouco mais expressivo, ultrapassando, mas de forma bem sutil, a margem dos 50%, ainda pode-se considerá-lo no mesmo nível de Superfície Pavimentada: 35 a 50%.

Assim, pode-se considerar que ambos os cenários enquadram-se em contextos semelhantes, entre 35 e 50% de impermeabilidade. Porém, em valores reais, a situação do Cenário Alternativo representaria uma preocupação um pouco maior ao município, relativo ao sistema de drenagem, demandando teoricamente em maiores esforços por parte do público, se comparado ao Cenário Tendencial.

12.3. Definição do cenário adotado

No item anterior foram apresentados os dois cenários, Tendencial e Alternativo, com índices variando de 1,15 a 2,30%, transportando a projeção populacional estimada anteriormente e propondo as seguintes realidades:

• Cenário Tendencial, que apresenta uma evolução constante, considerando a mesma curva da evolução populacional apresentada até a presente data, resultando no índice mínimo de projeção esperada; • Cenário Alternativo, que apresenta uma evolução maior em relação ao primeiro, considerando, em hipótese, algum fator externo ou mudança abrupta no local, apesar de já cientes da ineficiência e não totalidade do atual serviço de drenagem no município.

O previsto dentro da realidade de ambos os cenários é que deverá ocorrer uma evolução da demanda dos serviços de drenagem urbana e manejo das águas 218 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico pluviais de Morro da Garça. Após análise de ambos, considerou-se a adoção do Cenário Tendencial, que tende a acompanhar o índice de crescimento apresentado nos últimos anos pelo Município, sendo o mais próximo à realidade projetada para o mesmo, não havendo nenhuma previsão de mudanças relevantes neste sentido, que levasse a outra perspectiva.

Assim, são apresentados neste prognóstico os Objetivos, Metas, Indicadores, Programas, Ações e Prazos, com maior detalhamento, elaborados para este cenário adotado.

12.4. Identificação das carências

Analisando-se os levantamentos realizados nos trabalhos de campo, in loco, constatou-se que as condições dos serviços de drenagem urbana e manejo das águas pluviais, oferecidos atualmente em Morro da Garça, são de atendimento insatisfatório.

Tendo em vista a perspectiva de acréscimo da população, evidenciada pelo estudo de projeção populacional para o município, em um horizonte de planejamento de 20 anos, surge a necessidade de analisar alternativas que busquem aumentar e melhorar a disponibilidade e qualidade dos serviços públicos de saneamento básico municipal.

As dificuldades encontradas para a prestação de serviços relativos ao saneamento básico são fatores limitantes na garantia de melhor qualidade de vida e saúde da população atendida, bem como no compromisso de prever o desenvolvimento sustentável de um município.

Em Morro da Garça, as principais carências foram levantadas e discutidas no Produto 2 – Diagnóstico. A análise deste diagnóstico possibilitou um maior conhecimento das carências, necessidades e disponibilidades de serviços de

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Drenagem Urbana e Manejo de Drenagem Pluvial, apresentadas pela população local e detectadas pela equipe técnica.

12.4.1. Carências identificadas pela comunidade

Na 1ª Conferência e Audiência realizada sobre o PMSB, na sede do município, foram identificadas as carências apresentadas na Tabela 45 a seguir.

Tabela 45: Carências identificadas pela comunidade – Drenagem Pluvial TEMA PROBLEMA LEVANTADO PELA COMUNIDADE O escoamento das casas é feito juntamente à rede de esgoto. O sistema de drenagem é insuficiente e inadequado, tanto na zona urbana quanto na rural. Drenagem A falta de canalização das grotas urbanas também foi registrada. Pluvial Grotas utilizadas erroneamente como descargas de lixo, carcaças de pequenos animais e seres peçonhentos. Águas pluviais apresentando o problema do excesso de terra na parte baixa da cidade, terra essa advinda da encosta do Morrinho que com as enxurradas, invade as ruas da cidade. Fonte: Gesois, 2014

Vale ressaltar que, com relação às áreas rurais, não foram relacionadas as principais carências, uma vez que essas não recebem nenhum tipo de atendimento por parte do poder público, referente aos serviços de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. Porém, a equipe técnica, em seus levantamentos, constatou in loco várias situações críticas, propondo também soluções possíveis para rever este quadro, sendo a prioritária, a implantação do Plano Diretor de Drenagem Pluvial.

12.4.2. Carências identificadas pela equipe técnica

A atual situação da drenagem urbana e manejo das águas pluviais no município de Morro da Garça apresenta as seguintes carências, levantadas na fase do Diagnóstico:

• Insuficiência da quantidade de bocas de lobo e manutenção inadequada (bocas de lobo entupidas), acarretando em inundações, retorno do esgoto, mau cheiro, etc; 220 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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• Estradas da zona rural sem manutenção adequada; • Falta de canalização em bairros e em vários pontos de grotas na cidade, ocasionando enxurradas; • Asfaltamento sem a devida drenagem (ausência de bocas de lobo); • Assoreamento dos córregos e erosão do solo nas áreas rurais; • Inexistência de um Plano Diretor de Drenagem Pluvial; • Falta de projetos básicos e executivos necessários à implementação do Plano Diretor de Drenagem Pluvial; • Ausência de Lei de Uso e Ocupação do Solo com apontamentos para o sistema de drenagem pluvial; • Ausência de Lei Municipal específica de regulamentação da drenagem pluvial; • Inexistência de um programa integrado do sistema de saneamento básico; • Falta de campanhas educativas e conscientização ambiental junto às escolas e comunidade em geral; • Falta de fiscalização das ligações clandestinas de esgoto na rede de drenagem pluvial; • Inexistência de sistema de informação municipal de saneamento básico; • Necessidade de elaboração e regulamentação da Lei de Fiscalização Municipal; • Ausência de equipes capacitadas específicas para cadastro de redes coletoras, poços de visita, bocas de lobo e lançamentos nos córregos; • Necessidade de elaboração e implementação de um plano de recuperação de áreas degradadas; • Necessidade de Decreto para fiscalização e controle, evitando construções de qualquer natureza em áreas de APP; • Necessidade de regulamentação do Conselho Municipal de Defesa Civil.

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12.5. Premissas preconizadas

O PMSB tem como objetivo principal promover a universalização e qualidade dos serviços que abrangem o saneamento básico, instrumentalizando o município com um planejamento integrado dos quatro eixos do saneamento, considerando as especificidades locais, com metas bem definidas a curto, médio e longo prazos.

Este Plano deve estar nivelado à Política Nacional de Meio Ambiente e demais legislações pertinentes, no âmbito federal e estadual, bem como o Plano Diretor Municipal.

Tendo como intuito a implantação de todo este planejamento, dentro do Cenário Tendencial definido e, após identificadas as carências do município, são dispostas as seguintes premissas a serem adotadas, visando a efetividade na prática deste processo.

• Garantir que as premissas dos serviços de saneamento básico, e também as ambientais relacionadas, sejam parte integrante da gestão municipal e do planejamento urbano e rural do município, visando a universalização, qualidade e efetividade destes serviços; • Garantir por Lei o cumprimento dos aspectos básicos primordiais referentes ao tema, primando pela transparência e gestão participativa junto à comunidade. • Investir na gestão pública, capacitando e estruturando-a tanto com recursos técnicos quanto operacionais e materiais. • Implantar Programas e Políticas Públicas voltados especificamente para atendimento dos serviços de drenagem pluvial, em especial o Plano Diretor de Drenagem Pluvial. • Desenvolver e implantar um Plano de Educação Ambiental, visando maior conscientização da população quanto ao manejo das águas pluviais;

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• Analisar criticamente o sistema de drenagem pluvial, prevendo seu aprimoramento para melhor atender todas as áreas do município e suas carências; • Treinar e capacitar o corpo técnico da prefeitura; • Desenvolver Programa de divulgação e Comunicação Visual, como ferramenta de endomarketing, garantindo maior transparência e descentralização de informações, visando maior conscientização e envolvimento da comunidade.

Dentro deste contexto, enfatiza-se o relevante papel de toda a sociedade, como parte fundamental no processo de manejo de águas pluviais, cooperando para seu bom funcionamento.

12.6. Objetivos e metas

O PMSB, no eixo drenagem urbana e manejo das águas pluviais, visa, prioritariamente, o incremento e fortalecimento da gestão integrada do sistema de drenagem urbana do município.

A definição do cenário e identificação das carências do município possibilitaram o estabelecimento de algumas premissas iniciais para o alcance da universalização e dentro de um contexto mais amplo, definiu-se quatro objetivos macro, apresentados da seguinte forma:

1. Garantir ferramentas para a gestão pública, baseados na regulação do sistema de drenagem pluvial, para seu efetivo funcionamento. 2. Implementar, ampliar e adequar os serviços de drenagem. 3. Garantir o funcionamento e continuidade dos serviços de drenagem urbana, através da sistematização, controle e fiscalização das mesmas. 4. Capacitar e desenvolver, junto aos servidores do setor e comunidade em geral, uma conscientização ambiental efetiva.

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Neste contexto, a Tabela 46 apresenta estes objetivos com suas respectivas metas, definidas para o PMSB nos períodos de curto, médio e longo prazos, e, em casos extremos, de caráter imediato. Admitindo-se soluções graduais e progressivas de forma a atingir a universalização e qualidade dos serviços prestados, bem como a sustentabilidade dos recursos naturais.

Tabela 46: Objetivos e Metas – Drenagem pluvial METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo - Alcançar 100% da - Garantir impedimento de 100% de implementação da legislação construções em APP por meio de relativa ao sistema de ferramentas legais instituídas. drenagem pluvial. - Alcançar 100% da - Garantir previsão de orçamento - Legalizar 100% do implantação do específico para os serviços de mecanismo de cobrança projeto de sistema drenagem junto ao PPA. referente ao serviço de de drenagem nas Garantir ferramentas para - Alcançar 50% da implementação da drenagem. estradas vicinais. a gestão pública, legislação relativa ao sistema de - Alcançar 100 % da regulação - Alcançar 100% da baseados na regulação drenagem pluvial. do sistema de drenagem pluvial 01 implementação do do sistema de drenagem - Alcançar 50 % da regulação do - Alcançar 70% de implantação PRAD junto às APP. pluvial, para seu efetivo sistema de drenagem pluvial. do projeto de sistema de - Garantir prevenção funcionamento. - Elaboração de100% do projeto de drenagem nas estradas efetiva de enchentes manutenção do sistema de drenagem vicinais. com implantação de nas estradas vicinais. - Alcançar 70% da 100% do projeto de - Concluir 100% do estudo de previsão implementação do PRAD junto contenção. do controle de máxima cheia do às APP. Ribeirão do Morro - Conclusão do estudo de - Conclusão do PRAD junto às APP. prevenção de enchentes do Ribeirão do Morro - Manter 100% da manutenção e conservação do sistema de drenagem (ação contínua). - Concluir 100% da elaboração e Implementar, ampliar e execução do Programa de manutenção 02 adequar os serviços de e conservação do sistema de drenagem drenagem - Evitar 100% da ocorrência de enxurradas nos bairros e pontos de grotas na sede *Imediato: Alcançar 100% do cumprimento da aplicação do Código Municipal de Obras e Garantir o funcionamento Posturas. e continuidade dos serviços de drenagem 03 urbana, através da - Alcançar 100% da - Alcançar 100% da regulamentação do implantação do sistema de sistematização, controle e fiscalização das Conselho Municipal de Defesa Civil informação municipal de mesmas. drenagem pluvial

- Garantir equipe 100% capacitada para realização de serviços como de limpeza e desobstrução dos córregos. - Manter Capacitar e desenvolver, - Sensibilizar 100% da população - Manter atualizada 100% da sensibilização de junto aos servidores do quanto à inadequada disposição de lixo equipe de cadastro e 100% da população setor e comunidade em em vias públicas, lotes vagos, córregos alimentação do banco de dados quanto ao serviço de 04 geral, uma e rios do sistema de drenagem drenagem, através conscientização - Sensibilizar 100% da população com - Manter o banco de dados da continuidade do ambiental efetiva relação à ilegalidade da prática de 100% atualizado Programa de ligação clandestina de esgoto na rede Educação Ambiental de drenagem pluvial - Alcançar 100% da implantação do 224 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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METAS Nº OBJETIVO Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo banco de dados do sistema de drenagem Fonte: Gesois, 2014

Dentro deste contexto, enfatiza-se o relevante papel da sociedade, como parte fundamental do processo, uma vez que a prática comum de lançamentos inadequados dos resíduos nas bocas de lobo e córregos compromete significativamente todo o sistema já existente e, consequentemente, o futuro.

Visando consolidar os objetivos supracitados, propõem-se as seguintes ações estruturais e não estruturais.

12.7. Programas, Ações e Prazos

Dentro do eixo da drenagem pluvial pode-se observar claramente dois conjuntos de ações, que envolvem, basicamente, as ações de medidas não estruturais, que envolvem ações operacionais, educacionais, além de medidas de controle. Integram um conjunto de ações locais específicas, visando promover a retenção e infiltração do escoamento, com o controle dos impactos da urbanização na drenagem. E ainda, as ações estruturais, que compõem uma variedade de estruturas, cuja finalidade é deter e/ ou transportar os deflúvios gerados na bacia e também de propiciar a infiltração localizada. Essas estruturas também são denominadas convencionais.

A Tabela 47 apresenta uma síntese dessas ações, relacionadas aos quatro Programas elaborados e os prazos relacionados, para alcance dos objetivos correspondentes, dentro dos períodos estabelecidos em curto, médio e longo prazos, considerando-se ainda, para situações de caráter emergencial, prazo imediato.

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Tabela 47: Programas, Ações e Prazos – Drenagem pluvial AÇÕES OBJ. PROGRAMA Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo - Contratação de estudo do modelo de gestão para o sistema de drenagem. Inserir previsão de orçamento específico de - Implementação do projeto Drenagem no PPA do município de manutenção regular ao - Desenvolvimento de projeto com previsão longo das estradas com de manutenção regular ao longo das implantação de bacias de estradas, com implantação de bacias de contenção (barraginhas). contenção (barraginhas). - Continuidade do Projeto

- Contratação do Plano Diretor de drenagem de manutenção regular - Implantação do PRAD, - Elaboração de Lei de Uso, Ocupação e das estradas . específico para as APP. Parcelamento do Solo, com apontamentos Programa de para o sistema de drenagem pluvial - Continuidade do Plano Regulação do - Instituir políticas públicas 01 - Criação de Lei municipal específica de de recuperação das APP Sistema de para cobrança dos serviços regulamentação da drenagem pluvial degradadas. Drenagem de drenagem Estudo de máxima cheia do Ribeirão do Pluvial Morro. - Implantação do Plano - Elaboração de estudos de - Criação de programa de interação dos da bacia de detenção no implantação de bacia de sistemas de saneamento básico Ribeirão do Morro. detenção no Ribeirão do Elaborar, aprovar e regulamentar a Lei de Morro. fiscalização municipal na área de drenagem.

- Elaboração de Decreto municipal,

impedindo construções de qualquer natureza

em áreas de APP. - Elaboração de plano de recuperação de áreas degradadas.

Programa de - Limpeza, conservação e - Canalização em bairros Construção, - Elaborar Programas de conservação e manutenção constante do e em vários pontos de 02 Operação e manutenção dos sistemas de drenagem. sistema existente (ação grotas na cidade, Manutenção contínua). ocasionando enxurradas.

- *Imediato: Incrementar a fiscalização do setor de projetos, em todas as etapas - Implantar sistema de Programa de (aprovação à construção) em consonância ao 03 informação municipal de Controle e Código de Obras e Posturas do município. drenagem pluvial Fiscalização - Regulamentação do Conselho Municipal de Defesa Civil - Instituir e capacitar equipe de fiscalização, adotando rotinas de trabalho, incluindo frequência de limpeza e desobstrução de córregos. - Reciclar as equipes de - Criação de Programa de Educação cadastro de redes coletoras, Socioambiental, para conscientização da poços de visita, bocas de população quanto à inadequada disposição lobo e lançamentos nos - Dar continuidade ao Programa de lixo em vias públicas, lotes vagos, córregos, para implantação Programa de Educação Conscientizaçã córregos e rios. de banco de dados do Ambiental, realizando 04 o Ambiental e - Desenvolver e implantar campanhas sistema de drenagem. ações periódicas para Capacitação educativas para sensibilizar a população em manutenção, reciclagem não efetuar a ligação clandestina de esgoto - Alimentação e atualização e controle do mesmo. na rede de drenagem pluvial constantes do banco de - Instituir e capacitar equipes de cadastro de dados. redes coletoras, poços de visita, bocas de lobo e lançamentos nos córregos, para implantação de banco de dados do sistema de drenagem. Fonte: Gesois, 2014

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12.8. Proposição de Indicadores

Há na literatura nacional vários modelos de indicadores que podem ser adotados para o controle do serviço de saneamento básico, buscando sua melhor gestão. Optou-se aqui, por adotar um padrão mais simplificado e ao mesmo tempo didático e objetivo, que atenda de maneira prática às necessidades da realidade local e possibilite o acompanhamento de cada um dos Programas estabelecidos.

Esses indicadores contemplam Objetivo, Descrição, Cálculo, Unidades e Periodicidade do controle, conforme apresentado na Tabela 48 a seguir.

Tabela 48: Indicadores – Drenagem pluvial NOME – INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO CÁLCULO UNIDADE

1 - GESTÃO PÚBLICA

1.1. Total de recursos gastos Calcular os gastos com o sistema de Anual Gastos/ ano R$/ ano com microdrenagem microdrenagem

Previsão de gastos no PPA com o 1.2. Total alocado no orçamento sistema de microdrenagem pluvial no Anual Previsão PPA/ ano R$/ ano anual para microdrenagem município.

1.3. Total de recursos gastos Calcular os gastos com o sistema de Anual Gastos/ ano R$/ ano com macrodrenagem macrodrenagem

Previsão de gastos no PPA com o 1.4. Total alocado no orçamento sistema de macrodrenagem pluvial no Anual Previsão PPA/ ano R$/ ano anual para macrodrenagem município.

2 - OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS

(População urbana Calcular a porcentagem da população atendida com o sistema 2.1. Índice de atendimento com urbana do município atendida com o Anual de drenagem pluvial/ % sistema de drenagem sistema de drenagem pluvial população urbana do município) (Extensão de galerias Calcular o índice de vias urbanas que 2.2. Índice de vias urbanas com pluviais/ extensão total apresentam galeria para drenagem Anual % galerias de águas pluviais do sistema viário urbana de águas pluviais. urbano) 3 – CONTROLE E FISCALIZAÇÃO (Área urbana do 3.1. Índice de ocorrência de Acompanhar os índices ocorrência de município / nº total de Pts. Alagam/ Anual alagamentos alagamentos no município ocorrências de km² alagamento por ano) (Extensão das vias urbanas sujeitas a 3.2. Índice de vias urbanas Acompanhar os índices de vias urbanas Anual alagamentos / extensão % sujeitas a alagamentos sujeitas a alagamentos no município total do sistema viário urbano)

4 – CAPACITAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO

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NOME – INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO CÁLCULO UNIDADE Apontar os índices de acidentes de (Número de acidentes trabalhos com afastamento de mais de 15 com afastamento de 4.1. Índice de frequência de dias, em um determinado período do Mensal mais de 15 dias / Mensal acidente de trabalho serviço de drenagem pluvial do município Homens horas e indicar quantos acidentes para cada trabalhadas) x 1.000.000 milhão de horas trabalhadas. Aplicar a seguinte Acompanhar o desempenho dos serviços pontuação: Muito Bom – de drenagem pluvial (micro e 10; Bom – 8; Satisfatório macrodrenagem). Portanto, – 6; Regular – 3; semestralmente devem ser feitas 4.2. Índice de desempenho do Insatisfatório – 1. Os entrevistas com 5% da população total do Semestral Semestral sistema de drenagem pluvial pontos dever ser município. Cada munícipe deve avaliar o somados e serviço de drenagem pluvial em (Muito posteriormente divididos bom), (Bom), (Satisfatório), (Regular) e pela quantidade total de (Insatisfatório) entrevistados Fonte: Adaptação Gesois, 2014 12.9. Hierarquização das áreas de intervenção prioritária

Para a próxima etapa do PMSB, Produto 4, que trata da elaboração de ações, programas e projetos, é necessário realizar a hierarquização das áreas de intervenção, ou seja, a definição das áreas mais carentes e prioritárias, que orientará a sequencia de execução das atividades previstas.

O processo de hierarquização das áreas prioritárias para intervenção, tendo como eixo norteador três fatores preponderantes ao manejo das águas pluviais e drenagem urbana, considerou os seguintes critérios relacionados:

• presença de ponto crítico de inundação; • presença de ponto crítico de erosão; • acesso à infraestrutura de drenagem.

Dessa forma, a hierarquização das áreas de intervenção no município foi classificada em quatro níveis de prioridade (1--Crítico, 2-Insatisfatório, 3-Regular, 4- Satisfatório), sendo que a classificação 1 possui maior nível de prioridade do que a 2 e assim sucessivamente. A seguir é apresentada a definição dos níveis de prioridade:

1. Crítico: Pode-se considerar crítica a situação dessas localidades, com presença de pontos críticos tanto de erosão como de inundação, além de 228 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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pouco ou nenhum acesso à infraestrutura e serviços de drenagem. Essas áreas são prioritárias quanto às intervenções; 2. Insatisfatório: Áreas com presença de apenas um tipo de ponto crítico, de inundação ou de erosão, e pouco ou nenhum acesso à infraestrutura e serviços de drenagem, sendo esta também uma realidade indesejável ao município; 3. Regular: Áreas consideradas como regulares pela ausência de pontos críticos e outros fatores agravantes, mas ainda assim, com pouco ou nenhum acesso à infraestrutura e serviços de drenagem; 4. Satisfatório: Áreas e localidades sem nenhum ponto crítico e consideradas com acesso satisfatório quanto à infraestrutura e serviços de drenagem. Assim, sendo as menos prioritárias nesta hierarquização.

A Tabela 49 apresenta a hierarquização das áreas do município de Morro da Garça, considerando tais aspectos.

Tabela 49: Hierarquização das áreas prioritárias – Drenagem pluvial CLASSIFICAÇÃO ÁREAS

Parte Sul da área urbana: presença grave de pontos críticos de erosão, com grandes Crítico voçorocas, sem canalização, carreando parte da terra para os cursos d’água. Também há presença de ponto crítico de inundação e pouco acesso aos serviços de drenagem;

Zona rural: Presença de ponto crítico de inundação e nenhum tipo de acesso à Insatisfatório infraestrutura ou serviços de drenagem; Parte Norte da área urbana: Nessa área não há presença de nenhum ponto crítico ou Regular situação de maior gravidade, porem há pouco acesso à infraestrutura e serviços de drenagem. Não há no município áreas que se enquadrem nessa classificação, considerando suas Satisfatório atuais carências e deficiências em vários aspectos referentes ao sistema de drenagem urbana e manejo das águas. Fonte: Gesois, 2014

Considerando as várias limitações e carências do atual serviço de drenagem do município, pode-se concluir que não há áreas tidas como satisfatórias em Morro da Garça, por isso não houve essa abordagem.

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A partir dos resultados modelou-se uma análise kernel em ambiente SIG da classificação de maior ocorrência, dentro do âmbito municipal e área urbana. Dessa forma, para o eixo drenagem pluvial, na área urbana foi realizada uma análise que correlacionou a densidade de pontos críticos de drenagem e existência de voçorocas, em um raio de 100m. Os resultados são demonstrados, a partir das Figuras 44 e 45. Nota-se que a concentração das deficiências do sistema encontram-se concentradas na parte sul da Sede Municipal.

Já para a área rural as análises ficaram em torno da densidade de localidades com pouco ou nenhum acesso à infraestrutura e serviços de drenagem. Para o eixo drenagem pluvial, a maior ocorrência foi definida pela classe “Insatisfatória”, indicada para as localidades de Furados. Flores, Mutuca, Cambaúba, Vista Alegre, Vista Alegre 2, Saco,do Brejo, Cavalinho II, Cavalinho I, Serragem I, Campo Alegre, Capim Branco, Recanto, Serragem II, Estrada do Boiadeiro, Jacobina, Almoço, Lagoa, Flores I, Riachinho.

De acordo com a Figura 46, a espacialização geoestatística das informações permitiu definir três núcleos de densidade com concentração “alta” e três com densidade de “média a alta”, em função do número de localidades umas próximas à outras num raio de 3000km².

Os núcleos de prioridade “alta” podem ser estratificados em três níveis de importância, em relação a conectividade com outros núcleos de concentração, a saber:

Núcleo (1): é o maior núcleo definido pelas localidades de Serragem I, Campo Alegre e Capim Branco, mas que fazem uma conexão com mais cinco localidades incorporadas em núcleos de densidade de “media a alta”.

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Núcleo (2): é o segundo maior núcleo definido pelas localidades de Saco do Brejo, Cavalinho I e II, e Vista Alegre II, assim com núcleo I também faz uma conexão com um núcleo de densidade de “média a alta”, definido por quatro localidades.

Núcleo (3): Trata-se de um núcleo isolado, definido pelas localidades de Flores e Flores I.

Os núcleos de densidade “média a alta” podem ser estratificados em três níveis de importância, em relação à distância da sede municipal, a saber:

Núcleo (1): Definido pelas localidades de Furados e Extrema, é o mais próximo à sede municipal, fator relevante a favor da o que potencialmente pode contribuir com a consolidação de ações de implantação um sistema básico de drenagem, em áreas mais críticas, em parceria com comunidade, que poderá orientar o processo de implantação dos dispositivos de maior eficiência dentro do contexto de demandas da população local. Tais ações devem ser ampliadas de forma gradual para as demais localidades, dentro dos padrões de possibilidades dos recursos municipais.

Núcleo (2): O segundo núcleo mais próximo à sede municipal, definido pelas localidades de Vista Alegre, Cambaúba e Mutuca.

Núcleo (3): é o mais distante da sede municipal, no entanto abrange maior quantidade de localidades, pois é definido por Estrada do Boiadeiro, Almoço, Lagoa e Riachinho.

As demais localidades constituem-se em núcleos isolados, com densidade média, no entanto com atendimento insatisfatório.

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Figura 44: Hierarquização de áreas prioritárias para intervenção, Pontos críticos de drenagem e voçorocas (zona urbana) – Drenagem Pluvial Fonte: Gesois, 2014

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Figura 45: Hierarquização das áreas prioritárias para intervenção, Pontos críticos voçorocas (zona urbana) – Drenagem pluvial Fonte: Gesois, 2014

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Figura 46: Hierarquização de áreas prioritárias para intervenção zona rural – Drenagem pluvial Fonte: Gesois, 2014 234 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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Para atendimento à demanda apontada na hierarquização das áreas, de uma forma geral, visando ações efetivas, faz-se necessária toda uma revisão dos serviços prestados, como sua setorização, descentralização e sistematização.

O sucesso deste depende diretamente da implementação do Plano Diretor de Drenagem, sendo o mesmo de responsabilidade da gestão pública municipal, desde o gerenciamento à fiscalização, e não da empresa a ser contratada para executá-lo.

Após a etapa de priorização das áreas a serem atendidas, prevê-se a próxima etapa, sendo a gestão dos serviços de drenagem urbana e águas pluviais, que atualmente está muito aquém às demandas que envolvem esse setor, visando atingir as metas de acordo com o planejamento de curto, médio e longo prazos.

Diante de tais missivas metodológicas, o presente Plano estabeleceu os Objetivos, Metas, Ações e Indicadores, descritos a seguir na Tabela 50. Maior detalhamento das ações, bem como a previsão de custos, valores estimados, recursos humanos e fontes de financiamento para cada uma serão apresentados no Produto 4.

Conforme já apresentado, o município não possui estrutura institucional, técnica e financeira para garantir à população, com seus próprios recursos, serviços de saneamento com qualidade e quantidade suficientes, sendo necessária ampla discussão sobre o tema. Com isso, a análise de viabilidade técnico-financeira dos serviços, considerando os cenários junto aos objetivos, metas, programas, projetos e ações, foi realizada com uma abordagem superficial neste produto e será estruturada com mais ênfase no Produto 4, referente aos Programas, Projetos e Ações.

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Tabela 50: Detalhamento das metas, programas, ações e indicadores de cada objetivo – Drenagem pluvial MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 DRENAGEM URBANA E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS GARANTIR FERRAMENTAS PARA A GESTÃO PÚBLICA, BASEADOS NA REGULAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAS, PARA SEU OBJETIVO 1 EFETIVO FUNCIONAMENTO. Considerando o crescimento populacional no município, numa base de 1,15% ao ano. Além da perspectiva de aumento de renda da população, bem como da facilidade ao acesso de bens de consumo, da atual realidade global, torna-se fundamental munir a gestão pública com ferramentas legais que a permita exercer seu papel de forma abrangente e eficaz, FUNDAMENTAÇÃO respaldada por uma legislação eficiente e atual, específica, voltada para o controle, manutenção, ampliação e regulação do sistema de drenagem pluvial. Buscando oferecer um serviço de qualidade, que atenda a 100% da população. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO 1.1. Total de recursos gastos com microdrenagem Gastos/ ano Anual 1.2. Total alocado no orçamento anual para Previsão PPA/ ano Anual microdrenagem COMO INDICADOR PERIODICIDADE 1.3. Total de recursos gastos com macrodrenagem CALCULAR Gastos/ ano Anual 1.4. Total alocado no orçamento anual para Previsão PPA/ ano Anual macrodrenagem METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. • Garantir impedimento de 100% de construções em APP por meio de ferramentas legais instituídas. • Alcançar 100% da implementação da legislação relativa ao • Garantir previsão de orçamento específico para os serviços de drenagem junto sistema de drenagem pluvial. ao PPA. • Legalizar 100% do mecanismo de cobrança referente ao • Alcançar 100% da implantação do projeto de sistema de • Alcançar 50% da implementação da legislação relativa ao sistema de serviço de drenagem. drenagem nas estradas vicinais. drenagem pluvial. • Alcançar 100 % da regulação do sistema de drenagem • Alcançar 50 % da regulação do sistema de drenagem pluvial. pluvial. • Alcançar 100% de execução do Plano de recuperação • Elaboração de100% do projeto de manutenção do sistema de drenagem nas • Alcançar 70% de implantação do projeto de sistema de das APP. estradas vicinais. drenagem nas estradas vicinais. • Concluir 100% do estudo de previsão do controle de máxima cheia do Ribeirão • Alcançar 70% da implementação do PRAD junto às APP. • Garantir prevenção efetiva de enchentes com do Morro. • Conclusão do estudo de prevenção de enchentes do implantação de 100% do projeto de contenção. • Conclusão do Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD) junto às Ribeirão do Morro. APP. 236 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

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PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES AÇÕES POSSÍVEIS IDENTIFICADOR PROGRAMA CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FONTES Contratação de estudo do modelo de gestão para o sistema de drenagem. Implementação do projeto de manutenção regular ao longo das estradas com implantação Continuidade do Projeto de manutenção Inserir previsão de orçamento específico de de bacias de contenção (barraginhas). Drenagem no PPA do município regular das estradas . Contratação do Plano Diretor de drenagem Desenvolvimento de projeto com previsão de manutenção regular ao longo das estradas com Implantação do PRAD, específico para as APP implantação de bacias de contenção (barraginhas). Elaboração de Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, com apontamentos para o Implantação do Plano da bacia de Programa de Instituir políticas públicas para cobrança dos sistema de drenagem pluvial detenção no Ribeirão do Morro GOVERNO Regulação serviços de drenagem Criação de Lei municipal específica de FEDERAL/ P1 do Sistema regulamentação da drenagem pluvial MUNICIPAL E de Drenagem ESTADUAL Pluvial Estudo de máxima cheia do Ribeirão do Morro.

Criação de programa de interação dos sistemas de saneamento básico Elaborar, aprovar e regulamentar a Lei de Elaboração de estudos de implantação de bacia fiscalização municipal na área de drenagem. de detenção no Ribeirão do Morro. Continuidade do Plano de recuperação Elaboração de Decreto municipal, impedindo das APP degradadas. construções de qualquer natureza em áreas de APP. Elaboração de plano de recuperação de áreas degradadas.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 DRENAGEM URBANA E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS OBJETIVO 2 IMPLEMENTAR, AMPLIAR E ADEQUAR OS SERVIÇOS DE DRENAGEM Com o aumento da população do município, cresce também os desafios em oferecer um serviço abrangente, descentralizado e qualificado, prevendo todas as etapas do processo de FUNDAMENTAÇÃO manejo das águas pluviais e drenagem. Realidade esta que só é possível através de um conjunto de ações mitigatórias, de forma sistêmica, prevendo melhorias físicas e dos serviços prestados e sobretudo sua manutenção, evitando retrocessos e gastos com retrabalhos, garantindo a continuidade dos serviços. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO (População urbana atendida com o sistema de drenagem pluvial/ 2.1. Índice de atendimento com sistema de drenagem Anual COMO população urbana do município) INDICADOR PERIODICIDADE 2.2. Índice de vias urbanas com galerias de águas CALCULAR (Extensão de galerias pluviais/ extensão total do sistema viário urbano) Anual pluviais METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. • Manter 100% da manutenção e conservação do sistema de drenagem (ação contínua) • Concluir 100% da elaboração e execução do Programa de manutenção e conservação do sistema de drenagem

• Evitar 100% da ocorrência de enxurradas nos bairros e pontos de grotas na sede PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES

AÇÕES POSSÍVEIS IDENTIFICADOR PROGRAMA FONTES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO Elaborar Programa de conservação e manutenção Continuidade do Programa de conservação e manutenção constante dos sistemas de Programa de do sistema de drenagem. drenagem. GOVERNO Construção, FEDERAL/ P2 Limpeza, conservação e manutenção constante do sistema existente (ação contínua) Operação e MUNICIPAL E Manutenção Canalização em vários pontos de grotas na sede, ESTADUAL

ocasionando enxurradas.

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 DRENAGEM URBANA E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS GARANTIR O FUNCIONAMENTO E CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA, ADEQUANDO O SISTEMA, IMPLEMENTANDO E AMPLIANDO AS AÇÕES OBJETIVO 3 PERTINENTES, ATRAVÉS DA SISTEMATIZAÇÃO, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DAS MESMAS. FUNDAMENTAÇÃO Com o aumento da população do município, cresce também os desafios em oferecer um serviço abrangente, descentralizado e sistematizado, prevendo todas as etapas do processo, e garantindo mecanismos para seu controle e manutenção. Para tanto é necessário criar um plano sistêmico de ações, prevendo melhorias físicas e dos serviços prestados, além de seu controle e manutenção, e também de mecanismos de fiscalização, acompanhando de forma efetiva os serviços, garantindo a continuidade das atividades. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO 3.1. Índice de ocorrência de alagamentos (Área urbana do município / nº total de ocorrências de alagamento por ano) Anual COMO INDICADOR (Extensão das vias urbanas sujeitas a alagamentos / extensão total do PERIODICIDADE 3.2. Índice de vias urbanas sujeitas a alagamentos CALCULAR Anual sistema viário urbano) METAS PRAZO IMEDIATO – ATÉ 1 ANO CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. Alcançar 100% do cumprimento da aplicação do Código Municipal de Obras e Posturas (Ação contínua)

• Alcançar 100% da regulamentação do • Alcançar 100% da implantação do sistema de

Conselho Municipal de defesa civil informação municipal de drenagem pluvial

PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES AÇÕES POSSÍVEIS IDENTIFICADOR PROGRAMA PRAZO IMEDIATO CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO FONTES Incrementar a fiscalização do setor de projetos, em GOVERNO Programa de Regulamentação do Implantar sistema de todas as etapas (aprovação à construção) em FEDERAL/ P3 Controle e Conselho Municipal de informação municipal de consonância ao Código de Obras e Posturas do MUNICIPAL E Fiscalização Defesa Civil drenagem pluvial município. ESTADUAL

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MUNICÍPIO DE MORRO DA GARÇA – PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SETOR 1 DRENAGEM URBANA E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS OBJETIVO 4 CAPACITAR E DESENVOLVER, JUNTO AOS SERVIDORES DO SETOR E COMUNIDADE EM GERAL, UMA CONSICIENTIZAÇÃO AMBIENTAL Atualmente é muito difundida a prática da sustentabilidade e seus benefícios, porém, trazendo para a realidade de Morro da Garça, necessário se faz desenvolver a aplicabilidade dessas ações, de caráter sustentável, criando mecanismos e oportunidades de envolvimento e conscientização da comunidade. Sobretudo em municípios de menor porte, como FUNDAMENTAÇÃO Morro da Garça, a participação coletiva é fundamental para garantir o sucesso de ações espaciais como as relacionadas à drenagem pluvial, a devida manutenção das bocas de lobo, o cuidado com as áreas de risco e APP, sobretudo, com relação aos cursos d’água e seu assoreamento. A capacitação da mão de obra local, para especialização da mesma e a consciência ecológica de toda a população farão toda a diferença neste processo. MÉTODO DE QUANTITATIVO ACOMPANHAMENTO (Número de acidentes com afastamento de mais de 15 dias / Homens 4.1. Índice de frequência de acidente de trabalho Mensal horas trabalhadas) x 1.000.000 COMO INDICADOR PERIODICIDADE CALCULAR Aplicar a seguinte pontuação: Muito Bom – 10; Bom – 8; Satisfatório – 6; 4.2. Índice de desempenho do sistema de drenagem Regular – 3; Insatisfatório – 1. Os pontos dever ser somados e Semestral pluvial posteriormente divididos pela quantidade total de entrevistados METAS CURTO PRAZO – DE 0 A 4 ANOS MÉDIO PRAZO – DE 4 A 8 ANOS LONGO PRAZO – DE 8 A 20 ANOS. • Garantir equipe 100% capacitada para realização de serviços como de limpeza e desobstrução dos córregos. • Sensibilizar 100% da população quanto à inadequada disposição • Manter atualizada 100% da equipe de cadastro e • Manter sensibilização de 100% da população quanto ao serviço de lixo em vias públicas, lotes vagos, córregos e rios. alimentação do banco de dados do sistema de drenagem de drenagem, através da continuidade do Programa de • Sensibilizar 100% da população com relação à ilegalidade da Educação Ambiental prática de ligação clandestina de esgoto na rede de drenagem pluvial • Manter o banco de dados 100% atualizado • Alcançar 100% da implantação do banco de dados do sistema de drenagem PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES

AÇÕES POSSÍVEIS IDENTIFICADOR PROGRAMA FONTES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO

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Instituir e capacitar equipe de fiscalização, adotando rotinas de trabalho, incluindo frequência de limpeza e desobstrução Reciclar as equipes de cadastro de redes de córregos. coletoras, poços de visita, bocas de lobo e Criação de Programa de Educação Socioambiental, para lançamentos nos córregos, para implantação de conscientização da população quanto à inadequada banco de dados do sistema de drenagem Dar continuidade ao Programa disposição de lixo em vias públicas, lotes vagos, córregos e Programa de Educação GOVERNO Conscientizaçã Ambiental, realizando FEDERAL/ P4 rios o Ambiental e ações periódicas para MUNICIPAL E Desenvolver e implantar campanhas educativas para Capacitação manutenção, reciclagem e ESTADUAL sensibilizar a população em não efetuar a ligação clandestina controle do mesmo. de esgoto na rede de drenagem pluvial Alimentação e atualização constantes do banco Instituir e capacitar equipes de cadastro de redes coletoras, de dados. poços de visita, bocas de lobo e lançamentos nos córregos, para implantação de banco de dados do sistema de drenagem Fonte: Gesois, 2014

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12.10. Alternativas de intervenção

Pode-se definir impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (ReCESA, 2008).

Com o crescimento populacional, da prática consumista e do habitual uso de descartáveis, entre outros fatores de impacto direto ao meio, aumentam também as preocupações com relação ao acúmulo crescente de resíduos junto aos cursos d’água e sistemas de drenagem pluvial (bocas de lobo), resultante de práticas inadequadas de descarte do lixo e insuficiência no serviço de manejo deste setor, como manutenção e implantação de bocas de lobo, limpeza e proteção dos cursos d’água, controle, etc.

Indo de encontro à essa perspectiva pode-se constatar que, a ação do poder público por si só, com todas as suas limitações, é insuficiente para a solução deste preocupante cenário, sendo necessário, além do envolvimento da sociedade, com ações de sensibilização e educação ambiental, encontrar medidas alternativas, aliando tecnologia e simplicidade, com soluções ecologicamente positivas e economicamente sustentáveis.

A seguir, apresentam-se algumas alternativas, viáveis à realidade de Morro da Garça, dado seu baixo custo e facilidade de adaptação e manejo. a) Trincheiras de Infiltração: são valas cujo princípio se baseia no armazenamento temporário da água no solo e posterior absorção (Figura 47). Possuem como

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico vantagens a diminuição, ou até mesmo a eliminação da rede de micro drenagem; a redução do risco de inundação e de poluição das águas superficiais; a facilidade na recarga das águas subterrâneas e boa integração com o espaço urbano (MCIDADES, 2011).

Figura 47: Exemplos de trincheira de infiltração Fonte: Collischonn, 2008 b) Vala de Infiltração: esse dispositivo consiste numa vala escavada no solo (profundidade entre 1,00 e 3,5m) e revestida internamente com uma manta geotêxtil, conforme a Figura 48. Preenchida com brita, a vala cria um reservatório subterrâneo em condições de reter o deflúvio (PROSAB, 2009).

Figura 48: Vala de infiltração Fonte: PROSAB, 2009 c) Pavimento permeável: a superfície de um pavimento permeável (Figura 49) vem facilitar a infiltração do deflúvio na camada inferior do pavimento, que funciona como uma espécie de reservatório. Na sua implantação, podem ser usados blocos de concreto pré-moldados de diferentes formatos. Nesse sistema, os blocos são 243 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico assentados em uma camada de areia e os espaços vazios preenchidos com material granular ou grama. Em geral, são projetados para suportar cargas dinâmicas de veículos leves em áreas de estacionamentos. Constitui uma boa alternativa não convencional para redução do efeito da impermeabilização sobre a drenagem, atuando como um reservatório (PROSAB, 2009).

Figura 49: Pavimento poroso Parque Ibirapuera Fonte: São Paulo, 1996; Portland, 2002

d) Jardim de chuva / Canteiro Pluvial: os jardins de chuva são depressões topográficas, existentes ou readequadas, sobretudo para receberem o escoamento da água pluvial, de telhados e demais áreas impermeabilizadas limítrofes. O solo, no geral, tratado com composto e demais insumos para aumentar sua porosidade, funciona como uma espécie de esponja, sugando a água, enquanto bactérias e microrganismos do solo removem os poluentes difusos trazidos junto ao escoamento superficial (Figura 50). Os canteiros pluviais são bem semelhantes aos jardins de chuva; diferenciados por serem compactados em locais menores.

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Figura 50: Esquema de um jardim de chuva Fonte: Cormier e Pellegrino (2008)

e) Bacias de percolação: o uso de bacias de percolação para a disposição de drenagem iniciou-se nos anos 1970, segundo Urbonas (1993). Uma bacia de percolação (Figura 51) é construída por escavação de uma valeta que, posteriormente, é preenchida com brita ou cascalho, e sua superfície reaterrada. O material granular promove a reservação temporária do escoamento, enquanto a percolação se processa lentamente para o subsolo (CANHOLI, 2005).

Figura 51: Bacia de percolação Fonte: Canholli, 2005

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico f) Bacias de detenção: são áreas normalmente secas durante as estiagens, mas projetadas para reter as águas superficiais apenas durante e após as chuvas. O tempo de detenção guarda relação apenas com os picos máximos de vazão requeridos a jusante e com os volumes armazenados (Figura 52).

Figura 52: Bacia de detenção – N.A. permanente – Município de Uberaba Fonte: Canholi, 2005

g) Biovaleta: as biovaletas (Figura 53) são semelhantes aos jardins de chuva, porém normalmente são longitudinais, com depressões e vegetação / barreira artificial.

Figura 53: Esquema de Biovaleta Fonte: Cormier, 2014

h) Poço de infiltração: são as medidas de contenção na fonte mais recomendadas, quando não se dispõe de espaço ou quando a urbanização existente, já

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico consolidada, inviabiliza a implantação das medidas dispersivas de aumento da infiltração. Para uma operação eficiente dos poços, é necessário que o nível freático se encontre suficientemente baixo em relação à superfície do terreno e que o subsolo possua camadas arenosas. A qualidade da água drenada é outro fator que pode restringir a implantação dos poços (CANHOLI, 2005). A estrutura típica de um poço de infiltração é apresentada na Figura 54.

Figura 54: Estrutura típica de um poço de infiltração Fonte: Canholi, 2005

i) Telhado reservatório: é um sistema de armazenamento provisório da água das chuvas que, de forma gradual, e libera à rede pluvial, através dispositivo específico de regulação. É classificado em dois tipos: plano e inclinado. A Figura 55 ilustra um telhado reservatório.

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Figura 55: Telhado reservatório / telhado verde Fonte: Portland, 2002

j) Telhado Verde: conhecido como jardim em edifícios (Figura 56), é um dispositivo de controle do escoamento na fonte, que ajuda a mitigar o impacto da urbanização, especialmente em áreas com nível de adensamento elevado. Esse dispositivo é muito eficiente na redução do escoamento, pelo aumento de área verde e pela evapotranspiração. Além disso, aporta valor comercial ao empreendimento e cria condições de vida natural, sendo considerado uma opção economicamente excelente quando comparado aos sistemas estruturais de grande porte (PROSAB, 2009).

Figura 56: Exemplo de telhado verde Fonte: Ecotelhado (2013) k) Microrreservatório: são definidos por pequenos reservatórios, construídos para laminar as enxurradas formadas em lotes urbanos residenciais e comerciais. De 248 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico forma geral, são estruturas simplificadas, em formato de caixas de concreto, alvenaria, por exemplo, ou ainda, escavados no solo, preenchidos com brita, e isolados do solo por tecido geotêxtil (semelhante a uma trincheira). Na Figura 57 pode-se observar o esquema de um microreservatório (A. JÚNIOR, 2008).

Figura 57: Esquema de um microreservatório Fonte: A. Júnior (2008)

Geralmente eles suprem uma demanda, em atendimento a uma restrição legal de escoamento pluvial em um lote, especificada, em geral, na forma de vazão de restrição.

12.11. Articulação e integração com outros setores

A definição dos modelos a serem adotados pelo município faz parte da tomada de decisões políticas, a serem consultadas junto à sociedade, durante a elaboração do Plano de Drenagem Urbana, que irá implementar tais medidas.

Ainda deverão ser propiciadas mudanças na legislação existente no município, com impacto direto aos serviços de drenagem urbana e manejo das águas pluviais. Por exemplo, tanto o Plano Diretor da Cidade como o Plano de Obras deverão incluir os estudos de drenagem urbana como obrigatórios para a implantação de projetos urbanísticos e viários em Morro da Garça.

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Também há necessidade de atualização do Plano Diretor, em conformidade com a previsão de revisão estabelecida nas diretrizes desta lei, uma vez que o crescimento populacional implica que os estudos que serviram de base para este Plano podem já encontrar-se desatualizados, devendo ser revistos.

Considerando a espacialidade do serviço de drenagem urbana e manejo das águas pluviais, é de suma importância buscar uma articulação entre os atores públicos e/ ou privados responsáveis por essa gestão e os diversos setores da gestão pública municipal, envolvendo também a sociedade como um todo. Assim, promovendo um diálogo multilateral para otimizar e fortalecer ações específicas, visando o sucesso das mesmas.

A seguir são propostas algumas parcerias neste sentido:

• Parceria com as redes de ensino, públicas e privadas, quando for o caso, para implantação do Programa de Educação Ambiental, de preferência incluindo-o na grade curricular. Incentivando também trabalhos extracurriculares, como mutirão para recolhimento de lixo nos cursos d’água, distribuição de sacolas para conscientização e inibição da prática de descarte de lixo nas vias, gincanas escolares com a temática ambiental, etc. • Apoio do setor de comunicação da Prefeitura e veículos de comunicação que prestem serviços de cunho social, como rádios comunitárias e websites públicos, entre outros, para divulgação de ações de conscientização ambiental para sensibilização da comunidade com relação aos riscos socioambientais e ilegalidade das construções em APP, além do descarte indevido de lixo nos cursos d’água e vias públicas. • Articulação com o legislativo municipal, participando efetivamente das reuniões da câmara e sensibilizando os vereadores, para maior entendimento e conscientização das carências do setor, buscando apoio nas ações

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pertinentes ao legislativo, como elaboração e aprovação de leis que regulem o sistema de drenagem no município; • Apoio da Secretaria de Saúde para sensibilização da comunidade, através do Programa de Saúde da Família (PSF), com ações de educação ambiental, conscientizando a população quanto aos agravantes das práticas inadequadas de descarte do lixo em cursos d’água e vias públicas, favorecendo a ocorrência de enchentes, poluição, doenças e assoreamento dos córregos e rios, bem como do risco socioambiental das construções em APP, que são áreas protegidas por lei e devem ser preservadas.

12.12. Ações e parcerias intermunicipais

Após levantamentos realizados junto a fontes locais, poder público e comunidade, e pesquisas sobre o município, não foi constatada nenhuma parceria atual ou alguma previsão de parcerias futuras entre Morro da Garça e outros municípios, referente ao serviço de drenagem urbana.

Tal realidade é compreendida pela falta de mecanismos e ações que possam ser trabalhadas de forma intermunicipal, o que acaba inviabilizando parcerias e ações conjuntas para este setor.

Porém, considerando a questão financeira, é válido ressaltar que é possível e indicado que haja associação entre este e outros municípios a fim de pleitear recursos e financiamentos para o sistema de drenagem, junto a autarquias e órgãos públicos relacionados, e ainda ao setor privado. Certamente, ações promovidas em parceria são bem mais expressivas, resultando em maior força e articulação política, assim, ampliando as possibilidades e gerando melhores resultados, sobretudo nos municípios menores onde a falta de recursos é um grande percalço.

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12.13. Considerações Finais

Após a análise de todas as lacunas, considerando a realidade encontrada no município, bem como as carências apontadas pela comunidade e identificadas in loco pelos técnicos; e avaliadas as devidas projeções com a abordagem de cenários, prevendo uma realidade mais aproximada, em um horizonte de 20 anos, no qual adotou-se o Cenário Tendencial como o que melhor atenderia a essa análise; conclui-se que este prognóstico evidencia uma situação preocupante referente à institucionalização adequada dos serviços de drenagem urbana e manejo das águas pluviais.

Há a necessidade de se rever toda a gestão pública, nesse sentido, criando um planejamento efetivo e praticável para um adequado serviço de drenagem urbana e manejo das águas pluviais do município, visando a sua devida implementação e manutenção. Sendo o instrumento mais eficaz e indispensável para atingir este objetivo a implantação do Plano Diretor de Drenagem, com suas devidas diretrizes, medidas de controle, adequação e implementação dos serviços relacionados a setor do saneamento básico, uma vez que, a ausência deste Programa compromete significativamente esse sistema, limitando e muitas vezes inviabilizando a atuação do poder público.

Caso as devidas medidas não sejam tomas, ao longo dos anos, com a projeção de aumento da demanda, a situação só tende a agravar-se. Portanto é imprescindível, para reversão deste quadro preocupante, o comprometimento e empenho por parte do poder público, também cumprindo com seu papel de envolver a comunidade, com uma atuação transparente e participativa, além de buscar parcerias e alternativas que aperfeiçoem os serviços relacionados, em busca de uma melhoria progressiva dos mesmos e futuro alcance de toda a população de Morro da Garça.

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13. COMPATIBILIZAÇÃO DO PMSB COM AS POLÍTICAS E OS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS

A Lei Federal nº 11.445/2007 elenca uma série de princípios básicos, os quais norteiam as proposições acerca do saneamento, sendo que um deles é a integração com gestão eficiente de recursos hídricos.

Na prática, para que essa integração ocorra, não só com o setor dos recursos hídricos, sugere-se que o assunto seja tratado de forma intersetorial, primando pela integração dos diversos setores da administração pública, nos níveis municipal, estadual e federal. Setores da área da saúde, educação, meio ambiente, planejamento urbano, habitação, recursos hídricos, administração, direito, dentre outros, devem trabalhar conjuntamente para que haja aumento da eficiência e eficácia das medidas públicas propostas. Além disso, a articulação com as diferentes políticas setoriais fortalece o enfrentamento da problemática socioambiental associada ao saneamento, uma vez que elas têm ligação direta com a melhoria das condições de vida da população (MCIDADES, 2011).

Dentro da abordagem de cada eixo do saneamento, nesse produto, foi apresentado um item sobre a articulação entre os diversos setores do município de Morro da Garça, sendo que a compatibilização com as políticas e os planos de recursos hídricos será aprofundada a seguir.

Há uma série de leis federais que incentivam a prática da intersetorialidade no ambiente público. Embora a Lei Federal nº 11.445/2007 seja um bom exemplo desse esforço, ela não é a única, sendo a Lei Federal nº 9.433/1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, um dos exemplos de legislações que primam pela intersetorialização.

Tomando como exemplo o abastecimento de água, existem diversos sistemas implantados que usam mananciais de suprimento de água fora dos limites administrativos dos municípios atendidos por esses sistemas.

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Assim, a forte tradição do planejamento setorial, deve ser contrariada, pois tem se mostrado inadequada não só por não dar conta de problemas complexos, mas também por ser imprópria diante do novo marco legal, tanto da área de saneamento, como de outras da administração pública, a exemplo de recursos hídricos (NURENE, 2008).

Para o planejamento do saneamento, a bacia hidrográfica é um território de extrema importância, sendo considerada unidade de planejamento, uma vez que o seu uso e ocupação determinam as condições de disponibilidade da quantidade e qualidade dos recursos hídricos. Para promover a gestão dos recursos hídricos no Brasil, a Lei Federal nº 9.433/1997 estabelece como um dos instrumentos a elaboração de Planos de Recursos Hídricos por bacia hidrográfica.

O diálogo entre os Planos de Recursos Hídricos e de Saneamento Básico, como realizado nesse produto, mostra-se extremamente necessário. Uma importante tarefa é avaliar as condições quantitativas e qualitativas presentes e futuras dos mananciais de fornecer água para suprimento humano e, ainda, a capacidade dos recursos hídricos de receber cargas poluidoras. Tais elementos são essenciais para a seleção das alternativas que foram consideradas no PMSB com vistas à universalização dos serviços.

Ciente da necessidade da integração entre essas áreas, a Lei de Recursos Hídricos, além de definir o uso prioritário dos recursos hídricos para consumo humano em situações de escassez, prevê a articulação do “planejamento de recursos hídricos” com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional. Assim, os prestadores dos serviços de saneamento, como usuários dos recursos hídricos, devem participar ativamente da gestão, sendo que essa participação se dá via Comitê de Bacia, que tem a competência para aprovar os Planos de Bacias e cuja composição conta com representantes de usuários.

Os fundamentos, princípios, diretrizes e objetivos, descritos em leis e políticas nacionais, bem como estaduais, devem ser considerados na construção dos PMSB, 254 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico pois lhes dão sustentação legal. Alguns trechos importantes e representativos da lei de recursos hídricos, que fazem relação com o saneamento básico, são citados a seguir:

• “Água como um bem de domínio público, como um recurso natural limitado, dotado de valor econômico, cuja disponibilidade e qualidade devem ser asseguradas para a atual e as futuras gerações”. • “Direito ao uso prioritário dos recursos hídricos para o consumo humano e a dessedentação de animais em situações de escassez”. • “Gestão dos recursos hídricos voltada a garantir o uso múltiplo das águas”. • “Garantia da adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do país”. • “Garantia da articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional”.

Como mecanismos para a compatibilização do PMSB com as Políticas e os Planos Nacional e Estadual de Recursos Hídricos, foram consultadas diferentes fontes de pesquisa, sendo a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) as de maior destaque.

A ANA disponibiliza informações sobre gestão dos recursos hídricos, rede hidrometeorológica, implementação de programas e projetos, outorgas e fiscalização, planejamento de recursos hídricos e usos múltiplos. Oferece, ainda, dados hidrológicos, como boletins de monitoramento, evolução da rede por regiões hidrográficas, inventário das estações pluviométricas e fluviométricas e sistema de informações hidrológicas. Disponibiliza, também, programas de manejo existentes em algumas bacias hidrográficas do país, publicações como o Atlas de Abastecimento Urbano de Água, relatórios de acompanhamento e atividades, além de um centro de documentação com banco de imagens e de planos diretores das bacias hidrográficas (ANA, 2014). No que se refere ao âmbito estadual, o IGAM 255 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico fornece dados sobre gestão das águas subterrâneas e superficiais, política de recursos hídricos, uso racional e controle de qualidade da água, outorga de direito de uso de recursos hídricos, formação e coordenação de comitês de bacias, programas de produção e distribuição de água, desenvolvimento sustentável, sistema de informações de recursos hídricos e monitoramento hidrológico (IGAM, 2014). Dentre as diversas informações disponibilizadas pelos órgãos, muitas subsidiaram as discussões apresentadas no Diagnóstico e nesse produto.

Ainda no âmbito estadual, tem-se o CBH Velhas, que como já citado no item de contextualização, juntamente com o Projeto Manuelzão e AGB Peixe Vivo, tem previsto metas e ações voltadas para o saneamento básico na bacia, como a coleta, interceptação e tratamento dos esgotos de sub-bacias e a elaboração de PMSB, como o de Morro da Garça, visando o alcance de melhorias também na gestão dos recursos hídricos.

A falta dos serviços de saneamento básico pode afetar negativamente a saúde humana e o meio ambiente. Os recursos hídricos são afetados diretamente, podendo comprometer a qualidade da água e os ecossistemas naturais com os quais se conectam ao longo do seu curso. Diversas são as situações em que os setores se relacionam, como: o despejo direto de esgoto em locais impróprios, que pode causar degradação ambiental, contaminando lençóis freáticos e corpos hídricos, degradando ecossistemas, comprometendo a flora e a fauna nativas; a utilização dos recursos hídricos para o atendimento das demandas presentes e futuras para prestação dos serviços públicos de saneamento básico, em função da previsão do aumento da demanda por esses recursos; as informações relacionadas ao manejo de águas pluviais, que devem estar de acordo com as características das áreas de drenagem das bacias.

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14. ALTERNATIVAS INSTITUCIONAIS DE GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Dentro do atual ordenamento jurídico-legal brasileiro, a administração pública pode fazer uso de diversos arranjos institucionais para a prestação de serviços públicos, que são apresentados a seguir.

A escolha entre as diversas alternativas deve estar direcionada a buscar a melhor opção para a maximização dos resultados dos serviços e que assegure o alcance dos objetivos da política pública, como o avanço em direção à universalização do acesso.

No município de Morro da Garça as alternativas institucionais de gestão dos serviços públicos de saneamento básico, no que se refere aos serviços de abastecimento de água, na área urbana, o arranjo utilizado vem sendo a concessão, junto a COPASA. Observa-se a tendência de manter essa forma de administração nos próximos anos. Já para o esgotamento sanitário da área urbana, a Prefeitura Municipal que presta o serviço, devendo implantar as os programas e ações definidos para o alcance de melhores resultados.

Na área rural, no que se refere aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, na maioria das localidades as associações comunitárias que realizam a gestão dos serviços, devendo ser firmado um convênio administrativo entre a Prefeitura e tais associações.

Para o manejo dos resíduos sólidos sugere-se a adoção de arranjos como os consórcios públicos ou Parceria Público Privado (PPP) para a coleta, transporte, disposição final e tratamento dos resíduos sólidos gerados. Já para os serviços de

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico limpeza urbana, um arranjo institucional interessante seria os contratos de gestão para as operações de limpeza urbana, coleta e transporte de resíduos.

Em relação aos serviços de drenagem e o manejo das águas pluviais, o município de Morro da Garça apresenta uma situação insatisfatória, sendo possível como arranjo institucional o estabelecimento de contratos de gestão para contratar terceiros para a realização dos serviços. a) Consórcios públicos

Os consórcios públicos são parcerias formadas por dois ou mais entes da federação, para a realização de objetivos de interesse comum, em qualquer área. Os consócios podem discutir formas de promover o desenvolvimento regional, gerir o tratamento de lixo, saneamento básico da região, saúde, abastecimento e alimentação ou ainda execução de projetos urbanos. Eles têm origem nas associações dos municípios, que já eram previstas na Constituição de 1937. Hoje, centenas de consórcios já funcionam no País. Só na área de saúde, 1969 municípios fazem ações por meio destas associações. Porém, faltava a regulamentação da legislação dos consórcios para garantir regras claras e segurança jurídica para aqueles que já estão em funcionamento e estimular a formação de novas parcerias. É esta a inovação da lei atual. Ela busca, sobretudo, estimular a qualidade dos serviços públicos prestados à população.

Um dos objetivos dos consórcios públicos é viabilizar a gestão pública nos espaços metropolitanos, em que a solução de problemas comuns só pode se dar por meio de políticas e ações conjuntas. O consórcio também permite que pequenos municípios ajam em parceria e, com o ganho de escala, melhorem a capacidade técnica, gerencial e financeira. Também é possível fazer alianças em regiões de interesse comum, como bacias hidrográficas ou polos regionais de desenvolvimento, melhorando a prestação de serviços públicos.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico b) Convênios administrativos

Os convênios administrativos são acordos firmados por entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e organizações particulares, para a realização de objetivos de interesse comum dos particulares. Convênio é acordo, mas não é contrato. No contrato as partes têm interesses diversos e opostos; no convênio os partícipes têm interesses comuns e coincidentes. Por outras palavras, no contrato há sempre duas partes (podendo haver mais de dois signatários), uma que pretende o objeto do ajuste e a outra que pretende a contraprestação correspondente, diversamente do que ocorre no convênio, em que não há partes, mas unicamente partícipes com as mesmas pretensões. c) Autarquias

Autarquia na administração pública é uma entidade autônoma, auxiliar e descentralizada da administração pública, porém fiscalizada e tutelada pelo Estado, com patrimônio formado com recursos próprios, cuja finalidade é executar serviços que interessam a coletividade ou de natureza estatal. No Brasil são exemplos de autarquias a Caixa Econômica, os institutos de previdência e outros. d) Empresas públicas

As empresas públicas e as sociedades de economia mista são empresas estatais, isto é, sociedades empresariais que o Estado tem controle acionário e que compõem a Administração Indireta.

Empresa pública é Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída por capital exclusivamente público, aliás, sua denominação decorre justamente da origem de seu capital, isto é, público, e poderá ser constituída em qualquer uma das modalidades empresariais.

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Sociedade de Economia Mista é Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída por capital público e privado, por isso ser denominada como mista. A parte do capital público deve ser maior, pois a maioria das ações deve estar sob o controle do Poder Público. Somente poderá ser constituída na forma de S/A.

Ambas, como regra, têm a finalidade de prestar serviço público e sob esse aspecto serão Pessoas Jurídicas de Direito Privado com regime jurídico muito mais público do que privado, sem, contudo, passarem a ser titulares do serviço prestado, pois recebem somente, pela descentralização, a execução do serviço. Outra finalidade está na exploração da atividade econômica, o que será em caráter excepcional, pois de acordo com a Constituição Federal o Estado não poderá prestar qualquer atividade econômica, mas somente poderá intervir quando houver: - relevante interesse coletivo ou - imperativos da segurança nacional. e) Parceria Público-Privada

As parcerias público-privadas são contratos que estabelecem vínculo obrigacional entre a Administração Pública e a iniciativa privada visando à implementação ou gestão, total ou parcial, de obras, serviços ou atividades de interesse público, em que o parceiro privado assume a responsabilidade pelo financiamento, investimento e exploração do serviço, observando, além dos princípios administrativos gerais, os princípios específicos desse tipo de parceria.

Modalidades, segundo a Lei Federal nº. 11.079/04, art. 2º.

• Concessão patrocinada:

Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº. 8.987, de 13/02/95 quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

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Na parceria público-privada patrocinada o serviço é prestado diretamente ao público, com cobrança tarifária que, complementada por contraprestação pecuniária do ente público, compõe a receita do parceiro privado. "Estando presentes a cobrança de tarifas aos usuários e a contraprestação pecuniária do concedente, estar-se-á diante de uma concessão patrocinada, ainda que o concessionário também receba contraprestação não pecuniária da Administração e outras receitas alternativas".

• Concessão administrativa:

Contrato de concessão cujo objeto é a prestação de serviços (público ou não) diretamente à Administração Pública, podendo o particular assumir a execução da obra, fornecimento de bens ou outras prestações. Portanto, há dois tipos de concessões administrativas.

A concessão administrativa de serviços públicos, em que a Administração Pública é usuária indireta, tem por objeto os serviços públicos a que se refere o art. 175 da Constituição Federal.

A concessão administrativa de serviços ao Estado visa a prestar serviços ou fornecer utilidades diretamente à Administração. Em ambas modalidades de concessão administrativa, o Poder Público assume o ônus relativo ao pagamento do serviço prestado.

• Concessão comum

Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº. 8.987, de 13/022/95, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

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As parcerias público-privadas admitem somente as modalidades de concessão patrocinada e de administrativa; isso significa que a concessão comum, a qual tem por objeto os serviços públicos tratados na Lei nº. 8.987/95, não é regida pela Lei Federal nº. 11.079/04, mas pela Lei das Concessões e legislação correlata.

Se ausentes os demais requisitos elencados na Lei específica das parcerias e a remuneração por parte da Administração Pública limitar-se à contraprestação não pecuniária ou alternativa, caracterizar-se-á a concessão comum. f) Fundações

Fundações são pessoas jurídicas de direito privado (ainda quando sejam estabelecidas pelo governo). As fundações públicas, assim como as privadas, visam objetivos não econômicos. Elas não visam lucro. São constituídas visando algo diferente do mero retorno financeiro direto, como a educação, a saúde, o amparo ao trabalhador etc. Assim, a Fundacentro (ligado ao Ministério do Trabalho) visa difundir conhecimento sobre segurança e saúde no trabalho e meio ambiente; o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) visa compreender e apoiar o desenvolvimento do Brasil através da coleta de informações estatísticas; a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) visa o amparo das populações indígenas, etc. Nenhuma delas objetiva dar lucro. g) Privatizações

Privatização ou desestatização é o processo de venda de uma empresa ou instituição do setor público - que integra o patrimônio do Estado - para o setor privado, geralmente por meio de leilões públicos. No Brasil, o processo de desestatização consistiu principalmente em tornar o Estado um sócio minoritário, pois grande parte das empresas já eram de capital aberto e negociadas em bolsa de valores e o Estado Brasileiro, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, manteve concessões a iniciativa privada.

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico h) Contratos de gestão

Em havendo necessidades específicas, o Poder Público pode contratar com terceiros. Tal contrato deverá seguir normas de direito público, sendo pluripartes (várias partes), formais (devendo obedecer a determinada formalidade), comutativos (havendo recíprocas compensações) e onerosos (pecuniários). As espécies de contratos são:

• Contrato de obra pública (contrato de colaboração),

• Contrato de serviço (contrato de colaboração),

• Contrato de fornecimento (contrato de colaboração),

• Contrato de concessão,

• Contrato de gerenciamento

• Contrato de gestão: O Contrato de Gestão é o contrato Administrativo pelo qual o Poder Público (contratante) instrumentaliza parceria com o contratado (entidade privada ou da Administração Pública indireta), constituindo autêntico acordo operacional, mediante o qual o contratante passa a ser destinatário de benefícios previstos em lei. i) Franquias

Franquia é uma estratégia utilizada em administração que tem, como propósito, um sistema de venda de licença na qual o franqueador (o detentor da marca) cede, ao franqueado (o autorizado a explorar a marca), o direito de uso da sua marca, patente, infraestrutura, know-how e direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços. O franqueado, por sua vez, investe e trabalha na franquia e paga parte do faturamento ao franqueador sob a forma de royalties. Eventualmente, o franqueador também cede ao franqueado o direito de 263 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistemas desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem ficar caracterizado vínculo empregatício.

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15. ANÁLISE DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MUNICÍPIO

A estrutura organizacional da Prefeitura de Morro da Garça é definida pela Lei Complementar nº 03/2010. Esta lei “dispõe sobre os princípios básicos, a organização e a estrutura da Prefeitura do Município de Morro da Garça”. O anexo I da referida lei, mostra a composição de cada Secretaria e o organograma geral (Figura 58). Segundo o art 15, são órgãos de execução da Administração Municipal: • V- Secretaria Municipal de Obras Públicas • VII- Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente • VIII-Secretaria Municipal de Serviços Urbanos Estas três Secretarias estão diretamente envolvidas com os 4 eixos do saneamento básico. O art. 18 apresenta os órgãos colegiados da Administração Municipal, sendo um deles o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CODEMA). Para colaborar na elaboração do PMSB, a Prefeitura de Morro da Garça indicou o Secretário Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, como o responsável pelos contatos com a consultoria. No escopo desta Secretaria, além do meio ambiente, estão incorporadas as atividades relativas à agricultura e pecuária, sendo num total de 5 funcionários aí lotados. A este pequeno número de funcionários compete a fiscalização de um grande território. Além disso, estes funcionários participam de diversos Conselhos (CBH Velhas, Subcomitê do Bicudo, CODEMA, etc.), que exigem viagens constantes. Devido à imensa responsabilidade pelo trato das questões ambientais municipais, seria conveniente que houvesse o desmembramento da atual Secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, com a criação da Secretaria do Meio Ambiente, com a alocação de maior número de funcionários e recursos.

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Figura 58: Organograma geral do município Fonte: Prefeitura Municipal de Morro da Garça, 2014

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16. DIVULGAÇÃO DO PMSB NO MUNICÍPIO

A elaboração e atualização do PMSB deve atender ao previsto na Lei nº 11.445/2007, na qual é prevista a sua divulgação em conjunto com os estudos que os fundamentarem, o recebimento de sugestões e críticas por meio de consulta ou audiência pública e, quando previsto na legislação do titular, análise e opinião por órgão colegiado.

Atualmente existem vários mecanismos para a divulgação do PMSB, assegurando o conhecimento da população de maneira íntegra. Primeiramente, é fundamental que exista pelo menos uma cópia física junto à prefeitura disponível para acesso a todos os interessados. Da mesma forma que demais documentos públicos de caráter não sigiloso, a população pode solicitar cópias parciais ou totais do PMSB. Ao mesmo tempo, é recomendada a disponibilização do Plano através da internet, preferencialmente, no site da prefeitura. Atualmente, a internet consiste numa ferramenta valiosa para divulgação de informações e documentos de caráter público. Deve-se apenas tomar cuidado em relação ao tamanho dos arquivos disponibilizados, visto que o PMSB possui um número considerável de figuras, sendo o tamanho total do arquivo significativo, podendo impactar negativamente no tráfego de dados do órgão. Sendo assim, recomenda-se em determinados casos disponibilizar os arquivos em formatos compactados. A internet pode ser utilizada também como canal de interação, através de fóruns, e-mails, consultas públicas e outros mecanismos que permitam à população de Morro da Garça opinar acerca das atualizações do PMSB.

Outros mecanismos de divulgação incluem jornais e revistas, rádio, televisão, folders, cartazes, e-mails e divulgação em sites. É importante prever, ainda, um relatório anual de monitoramento do Plano, para dar transparência às ações realizadas ao longo de cada ano, com síntese dos indicadores adotados, assim

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Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico como uma avaliação crítica acerca dos resultados obtidos e, quando necessário, das mudanças que terão de ser adotadas (NURENE, 2008).

A efetivação do PMSB de Morro da Garça mediante práticas participativas e ações de mobilização e comunicação social, requer à adoção de novas práticas, que privilegiem o interesse coletivo, assim como a implementação e o desenvolvimento de ações, sendo algumas sugeridas a seguir:

• Planejar os principais objetivos e recursos juntamente com os atores sociais; • Promover ações de sensibilização para os técnicos da prefeitura que atuarem na implantação e operação de programas e projetos, bem como da atualização do PMSB, sobre a importância do PMSB e sua realização com metodologias participativas; • Buscar parcerias e patrocínios para a implantação do PMSB e também para a capacitação técnica, com universidades, empresas públicas, ONG, etc; • Elaborar e disponibilizar documentos e informações sistematizadas, construídas com linguagem acessível e clara para a maioria; • Qualificar agentes governamentais e capacitar o conjunto de atores, contribuindo para o fortalecimento da cultura democrática e a prática da negociação; • Estimular a participação por meio de audiências públicas, atividades de consultas populares, como assembleias, fóruns, reuniões comunitárias, etc; • Fazer uso de materiais didáticos regionalizados ou locais, considerando a identidade do município de Morro da Garça; • Organizar, junto às escolas do município, visitas técnicas aos sistemas de saneamento, com o objetivo de apresentar como os setores ocorrem e funcionam em Morro da Garça; • Empregar estratégias e atividades com caráter pedagógico (apresentações teatrais, por exemplo) em iniciativas de educação ambiental, que devem

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primar pela reflexão e estímulo ao posicionamento crítico diante dos problemas socioambientais do município. • Disponibilizar cursos que apresentem diversas tecnologias em saneamento, tais como: bioconstruções, banheiros secos, fossas ecológicas, sistemas de compostagem, entre outras; • Utilizar outras linguagens, tais como: arte, música, resgate de histórias vividas, visitas em campo, entrevistas, dinâmicas lúdicas, entre outros, como elementos de sensibilização e favorecimento da aprendizagem.

Com isso, ressalta-se que os diversos mecanismos de divulgação existentes devem ser empregados para esclarecer a população. É fundamental envolver as pessoas, grupos e instituições que atuam em processos de formação na região e esses processos devem buscar uma perspectiva de continuidade e permanência, devendo ser elaborados e avaliados com a comunidade como um todo.

De acordo com o MCidades (2011) muitas são as possibilidades e grandes os desafios na promoção de práticas participativas e de ações de mobilização e comunicação social. Esses desafios, no entanto, podem representar a diferença entre um simples “plano de gaveta” e um planejamento participativo em que a sociedade envolve-se e manifesta-se a favor do interesse coletivo.

O planejamento e a gestão das ações mencionadas, anteriormente, necessitam do apoio institucional, financeiro e pedagógico para cada uma delas. É preciso também que essas ações sejam monitoradas, para que sejam avaliados os seus resultados e feitas futuras adequações. As ações de divulgação, educação ambiental, mobilização social em saneamento devem ser iniciadas bem antes dos projetos e obras e continuar após o término delas.

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17. DIRETRIZES PARA REVISÃO DO PMSB

Considerando a situação de Morro da Garça, bem como a necessidade de revisão periódica do PMSB (no máximo a cada quatro anos), sugere-se a manutenção e atualização constante do banco de dados para cálculo periódico de indicadores.

Este banco de dados deve ser incrementado gradativamente conforme a execução das ações do Plano e aperfeiçoamento da estrutura (física, operacional e administrativa) dos setores relativos ao saneamento. Assim, um número maior de indicadores poderá ser efetivamente calculado com dados atualizados, precisos e específicos, facilitando o acompanhamento e a fiscalização da situação do saneamento em todo o município.

Contudo, é necessário que os órgãos gestores dos quatro setores do saneamento utilizem os indicadores essenciais relacionados nas Tabelas “Indicadores”, de cada eixo, pertinentes à realidade municipal e sensíveis às principais alterações previstas no PMSB.

Vale ressaltar ainda que, para esta utilização deve ser considerada a estrutura dos setores, visando o levantamento dos dados utilizados para o cálculo dos indicadores.

Os indicadores, adotados como forma permanente de avaliação de desempenho, deverão ser analisados e seus resultados confrontados, tomando-se como base os parâmetros exigidos pelos órgãos oficiais competentes, quando existentes, e pelas metas e ações previstas no PMSB.

Com a atualização periódica do Plano, o sistema com todos os indicadores poderá ser reavaliado e implantado gradativamente.

Caso os indicadores e programas adotados no Plano não estejam funcionando adequadamente, atingindo suas devidas metas, seja pela falta de implantação 270 Avenida José Cândido da Silveira, nº 447 Bairro Cidade Nova Cep: 31.170-193 - Telefone: (31) 3481.8007 www.gesois.org.br

Produto 3 – Plano Municipal de Saneamento Básico adequada das ações, capacitação do corpo técnico responsável ou ausência de monitoramento, fatores que comprometem o sucesso deste planejamento, propõem- se como mais indicado a contratação de empresa especializada no setor de saneamento, com equipe multidisciplinar de profissionais adequados para execução da revisão quadrienal do Plano.

No caso de a prefeitura possuir um corpo técnico adequado e capacitado para cumprir as etapas do Plano, incluindo sua revisão, esta também pode ser realizada pela própria gestão pública ou por órgãos competentes como o CODEMA do município, caso este seja ativo e atuante em suas funções.

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