Acta boI. bras. 14(1): 77-97. 2000 77

AECHMEA RUIZ & PAV. () DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIV

Gardene Maria de Sousa2 Maria das Graças Lapa Wanderley3

Recebido em 22/0111999. Aceito em 24/0112000

RESUMO - (Aechmea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco, Brasil). Foram registradas dez espécies do gênero Aechmea no Estado de Pernambuco: A. aqui/ega (Salisb.) Griseb., A. eurycorymbus Harms, A.fulgensBrongn., A. lingulata(L.) Baker, A. mertensü(G. Mey.) Schult. f., A. mu(fOlrfüL. B. Sm., A. muncata(Arruda) L. B. Sm., A. stelligeraL. B. Sm., A. tomentosaMez eA. werdermannüHarms. Duas espécies são endêmicas (A. muncata e A. werdermannit) e uma nova ocorrência (A. stelligera) foi referida para Pernambuco. São apresentados chave, descrições, ilustrações e comentários das espécies estudadas.

Palavras-chave - Aechmea, Bromeliaceae, taxonomia, Pernambuco, Brasil

ABSTRACT - (Aechmea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) from Pernambuco State, Brazil). A taxonomic study of the Aechmea of Pernambuco, Brazil was done. Ten species were found: A. aqui/ega (Salisb.) Griseb., A. eurycorymbus Harms, A.jitlgens Brongn., A. fingulata (L.) Baker, A. mertensü(G. Mey.) Schult. f., A. mu(fordüL. B. Sm., A. muncata(Arruda) L. B. Sm., A. stelligeraL. B. Sm., A. tomentosaMez andA. werdermannü Harms. Aechmea muncata and A. werdermannti are endemic, and A. stelfigera is a new records for Pernambuco State. Key, descriptions, comments and illustrations of the species are inc\uded.

Key words - Aechmea, Brome\iaceae, , Pernambuco State, Brazil

Introdução sitada no herbário IPA. Com o objetivo de atualizar a Flora de A fanulia Bromeliaceae está representada Bromeliaceae de Pernambuco foi iniciado o no Estado de Pernambuco por 42 espécies e 16 estudo da família pelo gênero Aechmea, reali­ gêneros (Andrade-Lima 1966a). Este autor rea­ zando levantamento preliminar nos principais lizou posteriormente inúmeras coletas em herbários da região e coletas pelo período de dois Pernambuco, estando a principal coleção depo- anos nas diferentes localidades do Estado.

I Parte da Dissertação de Mestrado da primeira Autora Universidade Federal do Piauí, CCN, Departamento de Biologia, Campus Ministro Petrônio Portela, CEP 64049-550, Teresina, PI, Brasil, e-mail: [email protected] 3 Instituto de Botânica, C. Postal 4005, CEP 01061-970, São Paulo, SP, Brasil, Bolsa Produtividade em Pesquisa do CNPq, e­ mail: [email protected] 78 Sousa & Wanderley: Aec//lnea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco

Bromeliaceae é família de destaque para a sez de material de várias espécies, algumas de­ flora de Pernambuco. Merecem ser menciona­ las conhecidas apenas pelo material-tipo. Pro­ das algumas espécies de valor econômico como curou-se, dessa forma, realizar coletas nas dife­ o "abacaxi" (Ananas comosus (L.) Murril), o rentes regiões do Estado, inclusive no local dos "caroá" (Neoglaziovia variegata(Arruda) Mez), materiais-tipos, para o melhor conhecimento da produtora de fibras, e várias espécies ornamen­ variabilidade das espécies e para a resolução de tais, como Billbergia morelli Brongn., problemas taxonômicos do gênero . . Canistrum aurantiacum E. Morr., Cryptanthus zonatus(Vis.) BeereAechmeafolgens(Brongn.) Material e métodos Beer, entre outras (Andrade-Lima 1966a). Para o presente trabalho foram revisados O Estado de Pernambuco está situado na materiais dos seguintes herbários (abreviaturas região nordeste do Brasil (7°15'4" e 9°28' 18"S segundo Holmgren et aI 1990; Barbosa & Bar­ e 34°48'35" e 41°19'54"W). Abrange cerca de bosa 1996): ALCB, B, CEPEC, EAC, EAN, HB, 98.281km2, apresentando maior extensão de Les­ IAN, IPA, JPB, MG, MUFAL, NATAL, PEUFR, te para Oeste. Ocorrem no Estado florestas R, RB, SP, SPF, UB, UEC, HUEFS e UFP. perenifólias e subcaducifólias, ocupando tanto As descrições das espécies foram as áreas da zona da mata costeira, como as de complementadas com as observações de cam­ mata serrana. Esta última é regionalmente de­ po, feitas em excursões botânicas realizadas em nominada "brejo de altitude," formando áreas diferentes localidades do Estado de Pernambuco, úmidas dentro do domínio das caatingas, em no período de fevereiro/1995 a marçoll996, altitudes superiores a 500 m.s.m. (Andrade-Lima além das informações das etiquetas dos mate­ 1960; 1966b; Vasconcelos Sobrinho 1971). Os riais dos herbários. Os dados de distribuição representantes de Bromeliaceae são encontra­ geográfica foram baseados tanto nas informa­ dos nos diferentes ambientes do Estado. ções de herbário como da literatura especializa­ Aechmea Ruiz & Pav., o maior e um dos da (Fig. 1). mais complexos gênero de Bromeliaceae, per­ O material coletado encontra-se incorpora­ tence à subfamília e reúne cerca do ao acervo do herbário UFP. de 172 espécies, agrupadas em oito subgêneros A terminologia morfológica usada segue (Smith & Downs 1979). Entretanto, este núme­ Radford etal (1974), Stearn (1992) e Font Quer ro está atualmente bastante ampliado, conside­ (1993). Para as abreviaturas de obras usou-se rando as numerosas espécies novas descritas Stafleu & Cowan (1976-1988). desde a publicação desse tratamento. Os sinônimos citados foram baseados nos O gênero Aechmea é restrito ao Novo Mun­ trabalhos de Baker (1879), Smith & Downs do, com concentração de espécies no Brasil. Para (1979) e Read & Luther (1991) e no exame de o Estado de Pernambuco, Andrade-Lima alguns materiais-tipos e descrições originais. (1966b) citou as seguintes espécies: A. aquilega (Salisb.) Griseb., A. eurycorymbus Harms, A. Resultados e discussão fulgens Brongn., A. lingulata (L.) Baker, A. Aechmea Ruiz & Pav. mertensii (G. Mey.) Schult.f., A. muricata (Arruda) L. B. Sm., A. tomentosa Mez e A. Erva terrestre, epífita ou rupícola; rizoma werdermannii Harms. muitas vezes conspícuo. Folhas rosuladas, for­ Em levantamentos atuais nos herbários de mando roseta aberta até tubular; bainha em ge­ Pernambuco, observou-se a ocorrência de ou­ rai alargada, lâminas com margens serradas ou tras espécies de Aechmea, além das já referidas serrilhadas. Escapo bem desenvolvido. por Andrade-Lima (1966a). Percebeu-se escas- Inflorescência simples a composta, flores em ;I> () gS o-

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~ -J -J 41' 40' 39' 38' 37" 36' 35' 7' 7'" 1 I I 1 I I I ~ IV 8o

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Figura I. Distribuição das espécies de Aecluneo no Estado de Pernambuco . • A.llIJuikgo (Salisb.) Griseb.; DA. eurycorim/Jus Harms; 0 A.fu/gens Brongn.; * A. lingu/oto (L.) Baker; O A. mertensü(G. Mey.) Schult. f.; .A. mu{fortlüL. B. Sm.; .6. A. muricala (Arruda) L. B. Sm.; Á A. sleUigera L. B. Sm.; ., A.lomenloso

Mez; 0 A. wertlermannüHarms. -..J 1.0 80 Sousa & Wanderley: Aec/lInea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco geral vistosas; brácteas florais vistosas a 8. Bráctea floraI2,3-3,Omm compr., face dorsal inconspícuas, algumas vezes ausentes; sépalas branco-tomentosa, ovário clavado ...... livres a conatas, em geral assimétricas e ...... S.A. steOigera(subg. Aechmea) mucronadas; pétalas vermelhas, róseas, lilases, 8. Bráctea floral ca 5mm compr., glabra; ovário cilín• roxas, amarelas, esverdeadas ou brancas, com 2 drico .... .10. A. wenJemtaIIIIÜ (subg. Aechmea) apêndices petalinos internos; estames 6, inclu­ 6. Ramificações das inflorescências com flo­ sos na corola, livres ou os do segundo ciclo res congestas, formando fascículos na ex­ adnatos às pétalas; ovário ínfero. Fruto baga. tremidade dos ramos 9. Ramos de segunda ordem ca.lcm compro Sementes sem apêndices conspícuos...... 1.A.lHjuilega (subg. Aechmea) 9. Ramos de segunda ordem ca. 13cm compro Chave para as espécies de Aecnmea ...... 6.A. mulforrlü(subg. Aechmea) 1. Inflorescência simples, estrobiliforme ...... 7.A. muricota (subg. Chevaliera) 1. AecnmealHjuUega(Salisb.) Griseb., FI. Brit. 1. Inflorescência composta, cilíndrica a triangular W. I.: 592. 1864. 2. Inflorescência com ramificações apenas na Fig. 2 A-F. base; bráctea floral ausente; pétalas lilases Bromelia aquilega Salisb., Parado Lond. 1(2): com margens mais claras ...... 40. 1806. Tipo. Jamaica: D. Hur/ock S.n. (Lec­ ...... 3.A.foIgens (subg. Lamprococcus) totipificada por Smith & Downs In: Flora 2. Inflorescência composta com ramificações Neotropica. Bromelioideae-Bromeliaceae. da base até o ápice; bráctea floral presente; Monografia 14(3): 1823. 1979. pétalas brancas ou amarelas 3. Flores 0,8-1,2cm compr. Planta ca. 90cm alto Folhas verdes, 4. Pétalas alvas; inflorescência laxa; revestidas em ambas as faces por escamas bráctea floral não envolvendo comple- adpressas, lanceoladas, 0,65-1,20mcompr., 2,4- tamente o ovário ...... 6,Ocm larg., ápice pungente, múcron 3,Omm ...... 4. A. linglllata (subg. Aechmea) compr., margens serradas, espinhos 3mm 4. Pétalas amarelas; inflorescência compr.; bainha alargada, castanho-escura, 20,0- congesta; bráctea floral envolvendo 21,Ocm compr., 8,0-9,Ocm largo Escapo ereto, completamente o ovário ...... 5. A. mertensü (subg. Aechmea) vermelho a verde-alaranjado, lanuginoso, 30,0- 3. Flores 2,O-5,Ocm compro 70,Ocm compro Brácteas do escapo coriáceas, 5. Inflorescência densamente escamoso­ conduplicadas, pardo-claras, as basais densa­ tomentosa; brácteas primárias mente imbricadas e foliáceas, as demais meno­ cimbiformes ...... res e laxas, lanceoladas, ultrapassando os ...... 9. A. lomenlosa (subg. Aechmea) entrenós, 6,0-1O,5cm compr., 2,5-3,5cm larg., 5. Inflorescência glabra ou levemente aplce acuminado, margens inteiras. tomentosa; brácteas primárias Inflorescência composta, panícula congesta, lanceoladas, elíptico-lanceoladas ou fasciculada na extremidade dos ramos, levemen­ oval-lanceoladas te tomentos a, cilíndrica a triangular, 15-19cm 6. Ramificações das inflorescências compr., 9-12cm larg., ramos de segunda ordem com flores laxas, não formando fas­ curtos, ca. 1,Ocm compro Brácteas primárias cículos na extremidade dos ramos papiráceas, vermelhas, patentes, lanceoladas a 7. Bráctea floral ultrapassando o elíptico-Ianceoladas, 3,0-9,5cm compr., 1,0- ovário ...... 1,5cm larg., em geral mais longas que os fasCÍ­ 2.A. eruycorym/Tus (subg. Aec/unea) culos de flores, margens inteiras. Brácteas se­ 7. Bráctea floral não ultrapassando cundárias papiráceas, alaranjadas, base o ovário. Acta bot. bras. 14(1): 77-97. 2000 81

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Figura 2. A-F. Aechmea aquilega. A. hábito; B. flor; C. bráctea floral; D. sépala; E. pétala, estame e apêndices petalinos; F. estilete e estigma (Sousa et ai. 176). G-K. Aechmeafulgens. G. hábito; H. flor; L sépala ; J. pétala, estame e apêndices petalinos; K. estilete e estigma (Sousa et ai. 86). L-Q. Aechmea lingulata. L. hábito; M. flor; N. bráctea floral; O. sépala; P. pétala, estame e apêndices petalinos; Q. estilete e estigma (Sousa & Wanderley 165). 82 Sousa & Wanderley: AeclImea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco esverdeada, carenadas, ovais, 2,0-2,5cm compro 27/I11987, Esteves & Lyra-Lemos 1796 (SP). Bráctea fIoral semelhante às brácteas secundá­ Bahia: Castro Alves, 26/I11956, fi., Andrade­ rias, 3,0-3,lcm compr., ápice pungente e Lima 56-2498 (IPA); Rio do Peixe, 1O/XIII973, pubescente, margens inteiras, ultrapassando fi, Costa s.n. (ALCB 00277). Rio de Janeiro: completamente o ovário. Flores sésseis, 3,5- Itabaianinha, em direção ao Povoado Campo 4,2cm compr. Sépalas livres, amarelo­ Grande, 19/1XlI974, Fonseca s.n. (RB); Jardim esverdeadas, bilateralmente assimétricas, 1,6- Botânico (cultivada), 23/9/1945, fi., Voll s.n. (RB 1,7cm compr., 0,7-0,8cm larg., levemente 6253). Paraná: Curitiba, cultivada na Reserva carenadas, ápice acuminado. Pétalas livres, ama­ Biológica de Sapitanduva (HB 75893). relas, 2,4-2,5cm de compr., ca. 3mm larg., base Aechmea aquilegadistribui-se nos Estados ligulada, lobo da pétala oval, ápice agudo; apên­ do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, dices petalinos basais, ligulados, conatos à base Pernambuco, Alagoas, Bahia e Rio de Janeiro, das pétalas, porção apicallivre, ápice levemen­ ocorrendo como epífita, terrestre ou rupícola nas te truncado, margens erosas, 3,Omm compro matas, restingas e caatinga. Floresce nos meses Estames com filete de ca. 1,7cm compr., antera de novembro a fevereiro e frutifica em março e ca. 6,Omm compro Estigma cilíndrico, 2,6cm abril. Foi inicialmente descrita como Bromelia compr., lobo espiralado, ultrapassando levemen­ aquilega por Salisbury & Hooker (1806), com te as anteras. Tubo epígino ca. 3mm compro base em material cultivado, procedente da Ovário glabro, trígono, 8,Omm compr., 5,Omm Jamaica. A tipificação é baseada na prancha ori­ larg., liso. Placentação axial, ocupando metade ginal, pela não preservação do material em da cavidade do ovário. Óvulos numerosos, herbário. Esta espécie foi transferida para o gê­ caudados. Frutos e sementes não vistos. nero Aechmea por Grisebach (1864). Smith & Material examinado: BRASIL. Pernam­ Downs (1979) consideraram duas variedades de buco: Cabo, Mata de Gurjaú, 16/III/1994, A. aquilega: A. aquilega varo aquilega e A. Luceiio et aI. s.n. (UFP); Goiana, Estação expe­ aquilega varo chrysocoma (Baker) L. B. Sm., rimental do IPA, 27/lIlI996, Sousa et aI. 176 distintas essencialmente pela coloração das (UFP); 27/11/1996, Sousa et aI. 177 (UFP); brácteas fIorais verde-escuros e amarelo-brilhan­ 27/lIlI996, Sousa et aI. 178 (UFP); Recife, Ae­ tes, respectivamente. O exame desta espécie no roporto, 16/XIIII995, fi., Sousa et aI. 174 (cul­ campo e das plantas cultivadas mostrou a gran­ tivada) (UFP); Campus UFPE, 15/I11996, fi., de variação, não só em relação à coloração da Sousa et aI. 175 (cultivada) (UFP); Jardim Bo­ bráctea fIoral, como também em relação à for­ tânico do Curado, 25/lIlI992, Pereira et aI. 766 ma e coloração das folhas e da infIorescência. (IPA); São Lourenço da Mata, Tapera, XIII1929, Em plantas cultivadas, ou mesmo nas de am­ fi., Pickel s.n. (IPA 3492). bientes abertos, as folhas são caracteristicamente amareladas, diferindo das folhas verde-escuras Material adicional selecionado: BRASIL. dos espécimes que vivem à sombra na mata. Ceará: Pacoti, XIII1986, fi., ri'rde s.n. (EAC Considerando que estas diferenças de coloração 15694); Serra de Maranguape, 24/XIII955, das brácteas e folhas são características pouco Andrade-Lima 55-2390 (IPA).Rio Grande do consistentes, que se modificam em função da Norte: Natal, 311X11992, Félix 5458 (EAN). maior ou menor incidência da luz solar, a varie­ Paraíba: Areia, Il/XII/1958, Morais s.n. dade crysocoma foi aceita na sinonímia de A. (EAN). Alagoas: Coruripe, 2/I1/1982, fI., aquilega, como proposto por Read & Luther Kirkbride s.n. (UB 4633); Marechal Deodoro, (1991). entrocamento daAL 101 Sul, XIII1992, fi., Sil­ A infIorescência pode apresentar grande va­ va s.n. (MUFAL 00622); APA de Santa Rita, riação quanto à forma, desde capitada à cilín- Acta bot. bras. 14(1): 77-97. 2000 83 drica, com flores em geral densamente dispos­ ramificada, (3-4 pinada), laxa, glabra, ramifica­ tas. É possível que esta variação tenha levado ções anguladas. Brácteas primárias papiráceas, diferentes autores a criar vários nomes para A. oval-Ianceoladas, 3,0-1O,5cm compr., 0,5-2,Ocm aqui/ega, como A. exsudans (Lodd.) Baker, largo Brácteas secundárias lanceoladas, sinonimizada em A. aqui/ega por Smith & membranáceas, 7,Omm compr., aristadas. Downs (1979), A. capitata (Schult. f.) Baker e Bráctea floral diminuta, oval, 8,Omm compr., A. aqui/ega varo chrysocoma, sinonimizadas por ápice mucronado, margens inteiras, ultrapassan­ Read & Luther (1991) em A. aqutlega. Segundo do o ovário. Flores sésseis, ca. 2,Ocm compro esses últimos autores, A. aqui/ega var. Sépalas livres, rígidas, fortemente assimétricas, chrysocoma, estabelecida por Smith & Downs torcidas, oval, ca. 1,5cm compr., ápice (1979), em nada difere de A. capitata, espécie mucronado, oblíquo. Pétalas livres, amarelas, conhecida apenas por uma única coleta. Os au­ base ligulada, lobo da pétala lanceolado, ca. tores observaram que os caracteres utilizados 2,Ocm compr., 2,Omm larg., agudo; apêndices para separar estes dois táxons são influenciados petalinos basais, ca. 2,Omm compr., conatos à pelas diferentes condições ambientais, como a base das pétalas, porção apicallivre, ápice leve­ maior ou menor exposição luminosa. Destacam mente truncado, margens erosas. Estames inclu­ ainda que inflorescência capituliforme, com­ sos, do mesmo compro das pétalas; anteras 6mm posta por três espigas estrobiliformes densas, compro Estigma contorcido-espiralado. Tubo oblongas ou subglobosas são comuns a esses epígino ca. 2,Omm compro Ovário liso, glabro, dois táxons. ca. 6,Omm compro Placentação axial ocupando Aechmea aqui/ega apresenta semelhança ca. da metade da cavidade do ovário. Óvulos com A. mulfordii L. B. Sm., ambas com numerosos, caudados. Fruto e sementes não vis­ inflorescência composta por fascículos capitados tos. e forma e coloração das brácteas secundárias e Material examinado: BRASIL. Pernam­ florais semelhantes. buco: lbimirim, 25/XI/1961, Mee s.n. (SP O material Ana Lima 50-68 (lPA), identifi­ 69033). cado como A. mu{fordi~ possui inflorescência Aechmea eurycorymbus foi descrita por que representa o extremo da variação que ocor­ Harms (1935) que a considerou relacionada a re para A. aqutlega, com ramos mais alongados, A. pyramida/is Benth. pela inflorescência principal característica que separa esta espécie paniculada com muitas flores, apresentando esta de A. mulfordit: com grande possibilidade, por­ última menor pilosidade e flores muito peque­ tanto de que sejam sinônimos. Como não foi nas, e não ocorrendo no Brasil. Aechmea. possível examinar o material-tipo de A. eurycorimbus parece mais relacionada a A. mulfordii, não foi efetuada a sinonimização. werdermaniiHarms, descrita na mesma obra da primeira. Estas duas espécies apresentam o mes­ 2. Aeclzmea eurycorym!Jus Harms, Notizbl. Bot. mo padrão de inflorescência, amplamente Gart. Berlin-Dahlen 12: 528. 1935. Tipo. Bra­ ramificada, incluindo ainda no mesmo grupo A. sil. Pernambuco: Floresta, Serra Negra, mar­ ste//igeraL. B. Sm. eA. tomentosaMez. Obser­ ço 1932, Werdermann 2931 (Holótipo B; Foto va-se nestas espécies tendência ao encurtamen­ B 1192/32) to das ramificações terciárias da inflorescência, Planta ca. de 2m alt. Folhas lanceoladas, sendo mais longas em A. werdermannii e A. ápice pungente, margens serradas. Brácteas do eurycorymbus, tomando-se gradativamente mais escapo papiráceas, rosadas, oval-Ianceoladas, curtas em A. ste//igera e A. tomentosa. ápice pungente, 14,Ocm compr., 2,6cm largo Os limites entre A. eurycorymbus e A. lnflorescência composta, panícula amplamente werdermannii não são muitos claros, dificulta- 84 . Sousa & Wanderley: Aeclll!1ea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco dos pela falta de novas coletas de A . vres, lilases, 1,0-1 ,3cm compr., ca. 3,Omm larg., eurycorymbus e pela impossibilidade do exame com margens mais claras, liguladas, lobo oval, do material-tipo da mesma. O único exemplar cuculado, emarginado; apêndices petalinos examinado possui apenas flores jovens, o que basais crassos, liguliformes, ca. de 5,Omm não permitiu descrição detalhada da espécie. É compr., conatos até o terço inferior das pétalas, possivel que as diferenças utilizadas para sepa­ margens serrado-fimbriadas. Estames com file­ rar estas duas espécies sejam provavelmente em te 8,Omm compr., antera 5,Omm compro Estig­ função das diferentes fases de desenvolvimento ma cilíndrico, ca. 9,Omm compr., lobo das partes reprodutivas representadas nas cole­ espiralado, margens onduladas, atingindo a parte ções de herbário, estando o material-tipo de A. mediana das anteras. Tubo epígino ca. 1,0mm werdermannii em fruto. Para melhor compre­ compro Ovário cilíndrico, vermelho, glabro, liso, ensão será necessário o exame de novas cole­ 7,Omm compr., 5,Omm largo Placentação apicaI. ções, incluindo o material-tipo de A. Óvulos numerosos, caudados. Fruto baga, eurycorymbus. vináceo, ca.l,2cm compr., 5,Omm largo Semen­ tes obovóides, ca. 1,5mm compr., 0,5mm largo 3. Brongn., Ann. Sci. Nat. Aechmeafulgens Material examinado: BRASIL. Pernam­ Bot. 2.(15): 371. 1841. buco: Bonito, Reserva Ecológica de Bonito, Fig. 2 G-K. 15/111/1995, fl., Sousa et aI. 86(UFP); Maraial, Lamprococcusfolgens (Brongn.) Beer, Fam. Lagoa dos Gatos, Serra do Urubu, 20N/1994, BromeI.: 103. 1857. Tipo. Guiana: próximo a fr., Miranda et aI. 1595 (PEUFR); Fazenda Céu Caiena, cultivada no Museu de Paris. Quesnel Azul, 13001957, Andrade-Lima 57-2738 (lPA). s.n. (Holótipo P). Pai meirinha, Xl1985, fi., Félix 1785 (EAN); Planta ca. 30,0-80,Ocm alt. Folhas verdes, Quipapá, Engenho Brejinho, 22/I1I/1967, fl, 16,0-63,Ocm compr., 2,6-6,3cm larg., revestidas Andrade-Lima 67-4977(1PA); São Lourenço da por escamas castanhas, esparsas na lâmina, den­ Mata, Estação Ecológica de Tapacurá, Mata do samente dispostas na bainha, ápice acuminado, Camocim, 2/XII/1977, Pontual 77-1312 margens inconspicuamente serradas, espinhos (PEUFR); 10/IV/1990, Moura s.n. (PEUFR esparsos, até 0,5mm compr.; bainha oval, mais 10123); 6N1/1995, fr., Sousa et aI. 127 (UFP); clara que a lâmina, 12,0-16,Ocm compr., 4,0- Engenho São Bento, Tapera, 26/XII/1964, Lima 9,5cm largoEscapo ereto, glabro, vináceo, 11,0- 63-4187(PEUFR); 1927, Pickel s.n. (IPA 6332); 37,Ocm compro Brácteas do escapo V/I927, Pickel s.n. (IPA 6334); 17/1/1930, Pickel membranáceas, vináceas, lanceoladas, 5,0- s.n. (lPA 3494); São Vicente Ferrer, Mata do 12,Ocm compr., ca. 9,Omm larg., ápice agudo, Estado, 28/1V/1995, fl., Sousaetal. 97(UFP); margens inteiras, ultrapassando os entrenós, 18/1V11995, fi., Villarouco et aI. 42 (PEUFR); reflexas, a superior ultrapassando a primeira ra­ Timbaúba, Eng. Água Azul, 26/11/1969, mificação da inflorescência, as basais foliáceas, Andrade-Lima 69-5541(IPA). margens lisas e densamente dispostas. Material adicional selecionado: BRASIL. Inflorescência simples, espiciforme, raros ramos Bahia: Aurelino Leal, llkm W da BR 101, basais, com 4-6 flores laxamente dispostas, 10,0- 3NI1992, fr., Thomasetal. s.n. (CEPEC56504; 28,Ocm compr., 2,5-8,Ocm largo na base, raque ALCB). Rio de Janeiro: Barra da Guaratiba, vermelho. Bráctea floral ausente. Flores sés seis, Sítio Roberto Burle Marx (cultivada), 8/1V11988 , 1,8-2,Ocm compro Sépalas livres, fortemente Chamas s.n. (RB). assimétricas, vermelhas com ápice lilás, obtu­ Aechmea folgens distribui-se pelos Esta­ sas, base crassa, 3,5-4,Omm compro Pétalas li- dos de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, Acta hot. bras. 14(1): 77-97. 2000 85

ocorrendo como epífita e terrestre nas matas e tricomas alvos. Brácteas do escapo papiráceas, em vegetação de restinga. Floresce nos meses cremes a vináceas, lanuginosas, espiraladas, de janeiro a abril e frutifica de maio a julho. lanceoladas, longo-acuminadas, 7,5-9,Ocm Esta espécie possui afinidades morfológicas com compr., 1,0-1,8cm larg., margens inteiras, ge­ A. miniata (Beer) Baker, referida apenas para a ralmente ultrapassando os entrenós, as basais Bahia, em relação ao hábito, forma da imbricadas, foliáceas com margens serradas. inflorescência e coloração das brácteas e das flo­ Inflorescência composta, panícula de espiga, res. Diferencia-se essecialmente pela laxa, sub-piramidal, 24,0-48,Ocm compr., 10,0- inflorescência com ramificações desde a base 40,Ocm largo Brácteas primárias membranáceas, até o ápice em A. miniata, enquanto em A. vináceas, margens lisas, patentes, lanceoladas, folgens os ramos são apenas basais. Em função 3,0-7 ,Ocm compr., gradativamente menores para destas semelhanças, alguns exemplares de o ápice. Bráctea floral coriácea, inconspícua, herbário de A. folgens são identificados como deixando visível quase todo o ovário, verde, oval, A. miniata. A. warasiiE. Pereira também apre­ assimétrica, longo-aristada, 4,5-5,Omm compr., senta afinidades com A. folgens, da qual se se­ lanuginosa, margens levemente serrilhadas. Flo­ para por apresentar ovário verrucoso. res sés seis, 1,0-1 ,2cm compro Sépalas livres, Smith & Downs (1979) consideraram duas esverdeadas, fortemente assimétricas, ca. 3,Omm variedades para A. folgens. A variedade folgens compr., ápice aristado. Pétalas livres, brancas, tem folhas completamente verdes, e a varieda­ 7,5-8,Omm de compr., ca. 2,5mm larg., ligulada de discolor(E. Morr.) Brongn. ex Baker, folhas na base, com lobos elípticos ápice obtuso-ate­ verde-púrpuras na face abaxiaI. Estas variações nuado; apêndices petalinos calosos da base da não foram observadas nitidamente nos mate­ pétala até a base da antera, ápice inconspícuo, riais vivos e são pouco claras no material de bífido, calosidades e apêndices com 5,Omm herbário. Apenas o material Sousa et aI. 86apre­ compro Estames com filete ca. 6,Omm compr., sentou pequena diferenciação entre as duas fa­ antera 2,5mm de compro Estigma cilíndrico, ca. ces da folha, o que poderia constituir um exem­ 8,Omm compr., lobos espiralados, margens on­ plar da variedade discolor. Pela falta de nítida duladas e glandulosas, da mesma altura das diferenciação entre as coleções examinadas op­ anteras. Tubo epígino ca. 0,5mm compro Ovário tou-se por não utilizar a divisão infra-específica cilíndrico a tubular, ca. 4,Ox3,Omm, liso. para a espécie. Placentação apicaI. Óvulos pêndulos, numero­ sos, obtusos. Fruto baga, vináceo, ca. 8,Omm 4. Aechmealingu/ota(L.) Baker, J. Bot. London compr., 5,Omm larg. Sementes obovóides, ca. 17: 164. 1879. 2,5mm compr., 0,5mm largo Fig. 2 L-Q. Material examinado: BRASIL. Pernam­ Bromelia lingulata L. Sp. pI.: 285. 1753. Tipo: buco: Bezerros, Serra Negra de Bezerros, América Meridional, Plumier s.n. (Holótipo 41IIII1996, fr., Sousa et aI. 182 (UFP); Estrada P). para Caruaru, 7/X/1938, Xavier s.n. (JPB 01); Planta ca. 1,30m alt. Folhas verdes a verde­ Maraial, Lagoa dos Gatos, 28/XI/1995, fr., vináceas, liguladas, 0,23-1,25m compr., 3,2- Sousa et aI. 172 (UFP); Taquaritinga do Norte, 7,Ocm larg., ápice abruptamente triangular, dis­ Sítio Cafundó, 26NIIII1995, Sousa et aI. 148 tinto, negro, pungente, espinho apical ca. 1,Ocm, (UFP). São Benedito do Sul, Mijada da Veia, margens densamente serradas, espinhos negros, 4/XII1995, fr., Sousa et aI. 166 (UFP); até 3mm compr.; bainha castanho-vinácea, 4,0- 4/XII1995, Sousa et aI. 167 (UFP); 4/XII1995, 29,Ocm compr., 4,0-1l,Ocm larg. Escapo ereto, Sousa et aI. 168 (UFP); São Lourenço da Mata, esverdeado, 31,0-57 ,Ocm compr., lanuginoso, Mata do Toró, 28/IXIl995, fI., Sousa & 86 Sousa & Wanderley: Aeclzlllea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco

Wanderley 165 (UFP). restinga, campo rupestre e caatinga. É abundan­ te em Pernambuco, estando presente nas matas Material adicional selecionado: BRASIL. do norte e do sul do Estado, com registro de gran­ Ceará: Serra de Maranguape, 22/XI/1955, des populações nos municípios de Maraial e Andrade-Lima 55-2333 (IPA); 24/XI/1955, Taquaritinga do Norte. Floresce nos meses de Andrade-Lima 55-2382 (IPA). Rio Grande do agosto a outubro, com frutificação em outubro­ Norte: Natal 05°48'00"S, 35°13'00"W, novembro. As flores apresentam aroma forte e 16/XI/1980, fi., Projeto Parque das Dunas adocicado, tendo sido observada a visita de abe­ (Natal). Paraiba: Mamanguape, Reserva flores­ lhas. tal do INCRA, 26/X/1982, fl., Miranda et aI. Aechmea ligulata foi descrita por Baker 177(JPB). Alagoas: União dos Palmares, Faz. (1879) como pertencente à secção Pironneava Santo Antônio, 5/I11964, fr., Pontual 44-64 Gaudch. Em 1889 este autor elevou esta secção (PEUFR); 6/II/1966, fI., Pontual 66-262 a gênero. Mez (1896; 1935) classificou-a como (PEUFR); Colônia Leopoldina, Eng. São Sebas­ Wittmackia lingulata, sendo então transferida tião, lIXI/1957, fr., Andrade-Lima 57-2769 por Smith (1955) para o gênero Aechmea. (IPA); lIXI/1957, fl., Andrade- Lima 57-2769 Smith (1955) dividiu esta espécie em duas (IPA). Bahia: Água Preta, 2NI/1939, fr., Foster variedades, A. lingulata varo froesii e Aechmea 58(R); 2NI/1939, fr., Foster61 (R); Belmonte, lingulata varo patentissima (Mart. ex Schult. f.) 25 kmda cidade, 6/I/1981, fl., Carvalho & Gatti L. B. Sm. separadas basicamente pela direção s.n. (CEPEC 22817); Cairu, 14/VIII/1993, dos ramos da inflorescência, forma da bráctea Guedes et aI. s.n. (ALCB 026426); Feira de floral e tamanho das sépalas. Estas variedades Santana, Serra de São José, 20/IX/1980, Noblick não foram adotadas no presente trabalho pelo s.n. (HUEFS; RB); Geolândia, Vale dos rios fato dos exemplares de Pernambuco não exibi­ Paraguaçu e Jacuípe, IX/1980, fr., Scardino et rem variações significativas quanto aos aI. 682(CEPEC;ALCB); 25/IX/1980, Scardino caracteres usados na separação das mesmas. et aI. s.n. (UEC 28871). Espírito Santo: Colatina, 2NIII/1940, I0ster& Foster s.n. (SP). 5. Aeclzmea mertensü (G. Mey.) Schult. f. in Rio de Janeiro: Araruama, 17/IX/1980, Carlos Roem. & Schult., Syst. veg. 7(2): 1272. 1830. & Gurken 22 (HB); Cabo Frio, 14001968, Su­ Fig. 3 A-F. cre 3943 (RB); Casimiro de Abreu, Distrito Bar­ Bromelia mertensiiG. Mey., Primo fl. esseq.: ra de São José, 1956, Segadas- Viana et aI. s.n. 144. 1818. Tipo. Guiana: próximo a foz do (R 186727); Cabo Frio, X/1889, Vle s.n. (R Rio Essequibo, Rodschied s.n. (GOET). 46489); Costa et aI 5 (RB); Santa Maria Madalena, 30NI/1972, Famey 1459 (RB). São Planta ca. de 15,0-42,Ocm alt., roseta com Paulo: São Paulo, Mata da Reserva da Cidade ca. 6 folhas. Folhas verdes, lanceoladas, Universitária, 1O/XI/1982, Matos s.n. (SPF). revestidas de escamas, 14,0-41 ,Ocm compr., 0,6- Aechmea lingulata apresenta ampla distri­ 1,5cm larg., ápice atenuado, ca. 0,5mm compr., buição geográfica, ocorrendo na Costa Rica, margens serradas, espinhos ca. de 1,5mm Bahamas, Ilhas Virgínia, Ilhas Barlavento, Ilhas compr.; bainha levemente castanha, alargada, Sotavento, Venezuela, Trinidade, Tobago, 4,0-6,Ocm compr., 1,3-1,7 cm largo Escapo Suriname, Guiana Francesa e Brasil (Smith & delicado, glabro, ereto, vináceo, 5,0-19,Ocm Downs 1979). No Brasil há registros para os compro Brácteas do escapo membranáceas, Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, vermelhas, alternas, elípticas, 2,5-2,8cm compr., Pernambuco, Alagoas, Bahia, São Paulo, Rio de 5,5-6,Omm larg., ápice pungente, margens Janeiro e Espírito Santo, onde ocorre como serradas, geralmente mais curtas que os entrenós, epífita ou terrestre em matas, vegetação de as superiores mais longas. InfIorescência Acta bot. bras. 14(1): 77-97. 2000 87

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Figura 3. A-F Aechmea mertensii. A. hábito; B. flor; C. bráctea floral; D. sépala; E. pétala, estame e apêndices petalinos; F. estilete e estigma (Sousa et aI. 126). O-L. Aechmea muricata. O. hábito; H. flor; L bráctea floral; J. sépala; K. pétala, estame e apêndices petalinoss; L. estilete e estigma (Sousa et aI. 169). 88 Sousa & Wanderley: Aecluflea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco composta, panícula de espigas, congesta, 2,5- s.n. (RB); Seringal São Luiz, 31/111/1978, San­ 8,Ocm compr., 2,O-2,5cm largo Brácteas tos et aI. 297 (lAN); Porto Velho, 24/IX/1963, primárias membranáceas, vermelhas, vistosas, Pires 56780 (UB); BR 29, km 236 Porto Velho, ovadas a elípticas, margens serradas, patentes, 9/IX/1962, Duarte 7033 (RB). Amazonas: ápice agudo, 2,5-3,5cm compr., 5,O-8,Omm largo Manaus, Flores, km 6, 15/1X/1955, Rodrigues Bráctea floral papirácea, amarelo-esverdeada, s.n. (UB 15793); São Raimundo,24NIII/1928, ca. 3,5mm compr., conduplicada, envolvendo Luetzelburg 22099 (R); Reserva Florestal Ducke, completamente o ovário, mucronada, margens 23/1/1963, Fromm et aI. 1424 (R); Igarapé da expandidas, inteiras. Flores sésseis, O,8-0,9cm cachoeira alta do Tarumã,3/1/1955 fi., Chagas compro Sépalas livres, amarelo-esverdeadas, s.n. (UB 15792); km 55 da Rodovia Manaus­ fortemente assimétricas, um dos lobos Itacoatiara, 25N/1963, Oliveira 2803 (UB); distintamente maior, levemente crassas, ca. Estrada Manaus-Boa Vista, 2/11/1984, Farney et 2,5mm compr., ápice mucronado. Pétalas livres, aI. 415(RB). Amapá: Rio Puchaca, 15/11/1961, amarelas, 5,5-6,5mm compr., ca. 1,Omm larg., Emmerich 815 & Andrade (R); Seringal São base ligulada, lobo elíptico, ápice mucronado, Luis, 31/111/1978, Santosetal. 297(MG). Pará: múcron carnoso; apêndices petalinos Altamira, margens esquerda do Rio Xingú, inconspícuos, visível apenas na metade da 111X/1986, Vasconcelos et aI. 236 (MG); pétala, conatos às pétalas, membranáceos, livres 18/X/1986, Vasconcelos et aI. 338 (lAN). na porção mediana, franjados, ca. 2,5mm compro Maranhão: Bom Jardim, Posto Indígena Carú, Estames com filete ca. 5,Omm compr., antera 28NII1/1983, Balicketal. s.n. (CEN); Monção, 1,Omm compro Estigma cilíndrico, ca. 5,Omm, Margem do Rio Pindaré, 3/X/1987, Haas et aI. lobos espiralados, margens onduladas, da mesma 02 (RB); Turiaçu, Km 6 BR 106, 29/XI/1978, altura das anteras. Tubo epígino quase nulo. Rosa & Vilar 2734 (MG). Paraíba: Ma­ Ovário obovóide, ca. 2,5mm compr., 1,5mm manguape, Cabeça de Boi, Sema I1I, 24N/1990, larg., liso. Placentação apical. Óvulos poucos, Felix & Santana 3065 (JPB, EAN); Sema I1I, caudados. Fruto baga, globoso, quando jovem 19NIII/1996 Félix & Miranda s.n. (lAN); Rio verde e na maturidade azul-arroxeado, liso, Tinto, Estação Ecológica, 19NII1/1988, (JPB 7,5mm compr., 2,5mm largo Sementes obovó• 15658); Santa Rita: Km 52, 14/IV/1980, Agra ides, caudadas, 2,5-3,5mm compr., O,5-1,Omm largo s.n. (RB). Alagoas: Colônia Leopoldina, Eng. Material examinado: BRASIL. Pernam­ São Sebastião, 1/X1/1957, fi., Andrade-Lima 57- buco: Bonito, Reserva Municipal, 24/XI/1994, 2767 (IPA). Sergipe: Santo Amaro das Brotas, fi., Felix 7005 (PEUFR); Cabo, Pontezinha, 19/1/1992, Farney et aI. 200/ (RB). Bahia: 1/1962, fi., Sarmento 454-A (PEUFR); Escada, Ilhéus, Olivença, ca. 6 km na estrada Olivença• Usina União Indústria, 7/111/1968, fi., Ferreira Maruim, 4/XIII1991, Amorim et aI. 480 45-68(IPA; SP); Jaboatão dos Guararapes, En­ (CEPEC); Nilo Peçanha, Rodovia Nilo Peçanha• genho Camacuru, 19N/1932, fi., Pickel s.n. (IPA Cairu km 2, 22/X1/1985, fi., Silva & Santos 1962 3495); Ribeirão-Airipibú, 4/XII/1933, Pickel s.n. (CEPEC). (lPA 6318); Rio Formoso, próximo à Reserva Aechmea mertensiipossui ampla distribui­ Ecológica de Saltinho, 26N/1994, Sousa & ção geográfica, ocorrendo na Venezuela, Colôm• Wanderley 26 (UFP); São Lourenço da Mata, bia, Trinidade, Guiana, Suriname, Guiana Fran­ Mata do Toró, 26/XII/1963, fi., Andrade-Lima cesa, Peru e Brasil (Smith & Downs 1979). No 63-4186 (IPA). Brasil, ocorre desde a região norte, nos Estados de Roraima, Amazonas, Rondônia, Acre, Amapá Material adicional selecionado: BRASIL. e Pará, chegando até o nordeste nos Estados de Rondonia: Abuna, 14/IX/1963, Maguire et aI. Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e Paraíba, Acta hot. bras. 14(1): 77-97. 2000 89 sendo esta a primeira referência para este Esta­ margens lisas. Brácteas secundárias papiráceas, do. Ocorre como epífita nas matas e em vegeta­ carenadas, largo-oval, ca. 3,Ocm compr., ápice ção de restinga, geralmente em densas touceiras. pungente, margens inteiras. Bráctea floral se­ Floresce nos meses de novembro a abril, com melhante às brácteas secundárias, 2,6cm compr., frutificação em maio e junho. margens inteiras, envolvendo completamente o Smith & Downs (1979) consideraram A. ovário. Flores sésseis, 3,6-4,Ocm comproSépalas mertensü relacionada a A. paniculata Ruiz & livres, fortemente assimétricas, ca. 2,Ocm Pav., A. huebneri Harms e A. ampla L. B. Sm., compr., levemente carenadas, ápice acuminado. pela bráctea floral cilíndrica, envolvendo com­ Pétalas livres, amarelas, 2,8cm de compr., ca. pletamente a base do ovário, com margens so­ 2,Omm larg., base ligulada, lobo da corola ovado, brepostas. Distingue-se, entretanto, destas, pela ápice agudo; apêndices petalinos basais, ca. inflorescência em panícula congesta e sépalas 4,Omm compro conatos à base das pétalas, por­ mucronadas. ção apical livre, margens erosas. Estames com Apesar de possuir grande variação filete ca. 2,Ocm compr., antera ca. 6,Omm de morfológica e ampla distribuição geográfica, a compro Estigma cilíndrico, ca. 2,5cm, lobo espécie é facilmente identificada. Observou-se espiralado, pouco ultrapassando os estames. que os espécimes provenientes da região norte, Tubo epígino ca. 2,5mm compro Ovário trígono, principalmente do Pará, Amazonas e Rondônia, ca. 8,Omm compr., 5,Omm larg., liso. apresentam maior porte, bainha das folhas mui­ Placentação axial, ocupando metade da cavida­ to alargada e inflorescências maiores (20,0- de do ovário. Óvulos numerosos, caudados. Fru­ 40,Ocm) que os exemplares de Pernambuco. tos e sementes não vistos. Material examinado: BRASIL. Pernam­ 6. AecnmeamulfordüL. B. Sm., Phytologia 19: buco: Cabo, Engenho Boa Vista, 9/XII1968, fl. , 281. 1970. nom. novo para Gravisiafosteriana Lima 50-68 (lPA). L. B. Sm., Phytologia 8: 218, pU, f. 1, 2. Aechmea mu{fordü distribui-se nos Esta­ 1962. non Aechmeafosteriana L. B. Sm. dos de Pernambuco e Bahia. (1941). Tipo. Brasil. Bahia: Portoa, lO/VII Gravisia fosteriana foi descrita por Smith 1939, Foster 84 (Holótipo GH). (1962) com base na coleta de Foster 84. Poste­ Folhas revestidas em ambas as faces por riormente, Smith (1970) propôs um nome novo, escamas adpressas, lanceoladas, 1,20m compr., A. mu{fordii. Esta espécie apresenta afinidades 5,5cm larg., ápice pungente, ca. 6,Omm compr., com A. aquilega (Salish.) Griseb., com base no margens serradas, espinhos ca. de 2,Omm padrão de inflorescência, brácteas primárias, compr.; bainha alargada, castanho-escura, secundárias e floral. No entanto, a inflorescência 25,Ocm compr., 1O,Ocm largo Escapo ereto, de A. mu{fordü apresenta-se mais laxa, devido lanuginoso, 45,Ocm compro Brácteas do escapo aos ramos de segunda ordem serem mais lon­ conaceas, imbricadas, conduplicadas, gos (ca. 13,Ocm), ao contrário de A. aquilega, lanceoladas, ultrapassando os entrenós, ca. com os ramos de segunda ordem mais curtos 19,Ocm compr., 5,5cm larg., ápice acuminado, (ca. 1,Ocm). margens inteiras. Inflorescência composta, A falta de novas coletas de A. mu{fordü não panícula laxa, fasciculada na extremidade dos permitiu melhor compreensão dos limites entre ramos, levemente tomentosa, triangular, ca. estas duas espécies. É necessário. o exame de 44,Ocm compr., 58,Ocm larg., ramos de segunda novas coleções, incluindo o material-tipo desta ordem longos, ca. 13,Ocm. Brácteas primárias espécie, visando o melhor estabelecimento dos papiráceas, patentes, lanceoladas a elíptico• limites entre A. mu{fordü e A. aquilega, com a lanceoladas, 16,0-5,Ocm compr., 3,5-1,5cm larg., possibilidade de constituirem um único táxon. 90 Sousa & Wanderley: Aeclzmea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco

7. Aeellmeo murieato (Arruda) L. B. Sm., Óvulos numerosos, longo-caudados. Frutos e Phytologia 8: 12. 1961. sementes não vistos. Fig. 3 G-L. Material examinado: BRASIL. Pernam­ Bromelia muricata Arruda, Diss. sobre as buco: Jaboatão dos Guararapes, Restinga de plantas do Brasil: 21. 1810. Tipo. Brasil. Prazeres, 14/IXI1955, fi., Lima 55-2135 Pernambuco: coletor não citado (Holótipo: (PEUFR); Nazaré da Mata, Engenho Cavalcan­ não localizado). te, 17/XI/1965, fl., Andrade-Lima 63-4318 (IPA); Recife, Entre Afogados e Boa Viagem, Planta ca. 70,Ocm alt. Folhas verdes, 24/lI/1939, fl, Baker & Collins s.n. (SPF 72156; lanceoladas, face abaxial com indumento for­ SP 41740); São Lourenço da Mata, Mata do mando uma película esbranquiçada, destacável Toró, 22/XI/1995, fl., Sousa et aI. 169 (UFP). "in sicco", 0,71-1,87m compr., 3,5-5,5cm larg., Aechmea muricata é endêmica do Estado ápice pungente, espinho apical ca. 1,Ocm de de Pernambuco, ocorrendo predominantemente compr., margens serradas, espinhos reflexos, ca. como epífita na mata. Floresce nos meses de 1,Omm de compr.; bainha pouco alargada, cas­ setembro a novembro, sendo visitada por bei­ tanho-escura, 12,0-13,Ocm compr., 6,0-9,Ocm ja-flores. Frutifica de dezembro a fevereiro. largo Escapo ereto, esverdeado, branco­ Aechmea muricata apresenta semelhança tomentoso, ca. 55,Ocm de compro Brácteas do morfológica com as espécies dos subgêneros escapo foliáceas, coriáceas, pardacentas, den­ Macrochordion e Pothuava, pela presença de samente imbricadas, mais largas que os entrenós, inflorescência estrobiliforme. A. ornata encobrindo totalmente o escapo, lanceoladas, (Gaudich.) Baker do subg. Pothuavaé semelhan­ 3,0-25,Ocm compr., 3,3-3,7cm larg., ápice pun­ te a A. muricata. Ambas apresentam folhas to­ gente, margens lisas, as basais serradas. talmente cobertas por escamas, formando uma Inflorescência simples, espiga congesta, película esbranquiçada destacável quando seca, estrobiliforme, robusta, 16,Ocm compr., ca. inflorescência estrobiliforme e bráctea floral 7,Ocm larg., muricada. Bráctea floral verde­ carenada e aristada. Porém, distinguem-se pe­ acinzentada, tomentos a, conduplicada, trígona, las brácteas do escapo, bráctea floral e pétalas ângulos salientes, parte superior mais carnosa avermelhadas em A. ornata. que a base, 2,3-2,5cmcompr., carenada, aristada, Foram percorridos todos os locais de ocor­ margens inteiras, não envolvendo completamen­ rência conhecidos desta espécie. No entanto, só te o ovário. Flores sésseis, 4,0-4,2cm compro foi encontrada na Reserva Ecológica de Sépálas livres, esverdeadas, branco-tomentos as Tapacurá, município de São Lourenço da Mata, externamente, fortemente assimétricas e provavelmente por tratar-se de área ainda pro­ contorcidas, 2,0-2,3cm compr., ápice fortemen­ tegida. É provável que esta espécie esteja em te acuminado. Pétalas livres, brancas, com ápi­ perigo de extinção pela contínua derrubada de ce lilás, 3,0-3,3cm compr., ca. 3,Omm larg., base árvores na região e por ser espécie com peque­ ligulada, lobo da corola lanceolado, margens nas populações no ambiente onde vive. onduladas; apêndices petalinos calos os, esten­ 8. AeellmeosteUigeraL. B. Sm., Smithsoniam. dendo-se ao longo dos filetes, sem porção ter­ Misc. Collect.126: 18. 1955. Tipo. Brasil. minaI livre. Estames com filete de 1,9cm compr.; Paraíba: Areia, 15/001944, Vasconcelos s.n. antera 0,8cm compro Estigma cilíndrico, ca. (Holótipo US; Isótipo SP 52358!, EAN 862!). 3,Ocm compr., lobos espiralados, margens on­ Fig.4A-F. duladas e granulosas, igualando as anteras. Tubo epígino ca. 5,Omm compro Ovário cilíndrico, ca. Planta ca. 1,30m alto Folhas verdes, 0,6mm compr., 0,5cm largo Placentação apical. lanceoladas, escamosas, 0,62-1 ,30m compr., 4,1- Acla boI. bras. 14(1): 77-97. 2000 91

6,Ocm larg., ápice pungente, ca. 1,Ocm compr., buco: Bonito, Reserva Ecológica de Bonito, margens densamente serradas, espinhos negros 18/1X11995, Sousa et aI. 160 (UFP); Maraial, até 4,5mm compr.; bainha castanho-escura, Lagoa dos Gatos, 28/XI/1995, Sousa et a!. 170 alargada, 16,0-23,Ocm compr., 8,0-12,Ocm larg. (UFP); Quipapá, Engenho Brejinho, Escapo ereto, vináceo, levemente branco­ 15/IX/1972, fi., Pontual 72-1233 (PEUFR); tomentoso, 45,0-62,Ocm compro Brácteas do es­ 2/1X11980, fi., Brito 18 (IPA); São Benedito do capo papiráceas, vermelhas, espiraladas, oval­ Sul, Mijada da Veia, 28/XI/1995, Sousa et a!. lanceoladas, ápice pungente, mais longas que 171 (UFP); Vicência, Engenho Jundiaí, os entrenós, 16,0-18,Ocm compr., 4,0-5,Ocm 28/1X11968, fi., Pontual 68-861 (PEUFR); Bre­ larg., as basais foliáceas, margens serradas. jo Seco, 6/IXl1986, Sales et a!. 60 (PEUFR). Inflorescência composta, panícula amplamente ramificada, laxa, levemente tomentosa, pirami­ Material adicional selecionado: BRASIL. dal, ramificações angulosas, 35,0-38,Ocm Alagoas: Maceió, Parque do Catolé, 18/1X11979, compr., 28,0-38,Ocm larg. Brácteas primárias fi., Nunes et a!. s.n. (EAC 6969); União dos papiráceas, vermelhas, semelhantes às brácteas Palmares, Engenho Santo Antônio, l/XI/1966, superiores do escapo, oval-Ianceoladas, 2,5- Pontual 66-233 (PEUFR). Parmôa: Alagoinha, 14,Ocm compr., 0,4-4,5cm larg., patentes, pro­ Estação experimental, 1942, Xavier s.n. (JPB tegendo os ramos florais, diminuindo para o 781); Areia, 1939, Xavier s.n. (JPB 09). ápice. Brácteas secundárias papiráceas, verme­ Aechmea stelligera é registrada pela pri­ lhas, lanceoladas, 2,0-4,Ocm compr., 2,5-3,Omm meira vez para o Estado de Pernambuco, ocor­ larg. Bráctea floral coriácea, verde-claro, trian­ rendo ainda nos Estados da Paraíba e Alagoas. gular, diminuta, 2,3-3,Omm compr., branco­ Pode ocorrer como epífita ou terrestre nas ma­ tomentosa na face dorsal, ápice longo­ tas. Floresce nos meses de junho a setembro, acuminado, margem inteira, mais curta e não com maior ocorrência no mês de setembro. envolvendo o ovário. Flores sésseis, 2,7-3,lcm De acordo com Smith (1955), esta espécie compro Sépalas livres, amarelo-esverdeadas, possui afinidades com A. tomentosa Mez pelo tomentos as na porção mediana, fortemente padrão de inflorescência, bráctea floral e colo­ assimétricas, torcidas, ca. 1,3cm compr., ápice ração das peças florais. No entanto, em A. acuminado. Pétalas livres, amarelas, ca. 2,4cm stelligera a inflorescência é sempre laxa, com compr., 5,Omm larg., base ligulada, lobo da ramos da inflorescência mais longos. Nota-se corola lanceolado, ápice mucronado; apêndices também escapo, bráctea floral, ovário e sépalas petalinos basais, ca. 1,5mm compr., conatos às com indumento menos denso do que em A. pétalas na porção basal, parte superior livre, tomentosa. margens erosas. Estames atingindo o ápice das Apesar deste táxon formar grandes popula­ pétalas, filete ca. 1,9cm compr.; anteras 9,Omm ções nos locais de ocorrência, as coletas são es­ compro Estigma cilíndrico, ca. 2,5cm compr., cassas para o Estado, provavelmente por ser, em ultrapassando a altura das anteras, lobos sua grande maioria, epífita em árvores de gran­ espiralados, margens onduladas e densamente des porte. glandulosas. Tubo epígino ca. 1,5mm compro 9. Aecltmea tomentosa Mez in A. De. & e. De., Ovário clavado, verde, branco-tomentoso, ca. Monogr. phan. 9: 229. 1896.Tipo. Brasil. 6,Omm compr., 5,Omm larg. Placentação axial, Pernambuco: Igaraçu, 1887, Ramage s.n. ocupando ca. da metade da cavidade do ovário. (Holótipo BM; Foto GH). Óvulos numerosos, caudados. Fruto e sementes Fig. 4 G-L. não vistos. Material examinado: BRASIL. Pernam- Planta ca. 60cm alt. Folhas verdes, 92 Sousa & Wanderley: Aechmea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco

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Figura 4. A-F. Aechmea stelligera. A. hábito; B. flor; C. bráctea floral; D. sépala; E. pétala, estame e apêndices petalinos; F. estilete e estigma (Sousa et aI. 160). G-L. Aechmea tomentosa. G. hábito; H. flor; L bráctea floral; J. sépala; K. pétala, estame e apêndices petalinos; L. estilete e estigma (Sousa et ai. 149). Acta boI. bras. 14(1): 77-97. 2000 93 lanceoladas, revestidas em ambas as faces por margens onduladas e glandulosas, ultrapassan­ escamas adpressas, 0,42-1,38m compr., 3,3- do os estames. Tubo epígino ca. 4,Omm compro 7,Ocm larg., ápice pungente, ca. 0,6-1,5cm Ovário cilíndrico, verde, branco-tomentoso, ca. compr., margens densamente serradas, espinhos l,4cm compr., 6,Omm largo Placentação axial, irregularmente dispostos, de tamanhos diversos, ocupando metade da cavidade do ovário. Óvu• os maiores ca. 4,Omm compr.; bainha marron­ los numerosos, caudados. Fruto e sementes não escura ou vinácea, 12,0-24,Ocm compr., 5,8- vistos. 18,Ocm largo Escapo ereto, cilíndrico, vináceo, Material examinado: BRASIL. Pernam­ espesso, branco-tomentoso, 18,0-50,Ocm compro buco: Bezerros, Engenho Riachão, lIX1/1959, Brácteas do escapo papiráceas, imbricadas com fl., Andrade-Lima 59-3388(IPA); Paudalho, Pró• escamas adpressas, vistosas, vermelhas, oval­ ximo a Academia de Polícia Militar, lanceoladas, mais longas que os entrenós, re­ 26NII1/1995, fi., Sousa et al 149 (UFP); Rio vestindo completamente o escapo, 13,0-17,Ocm Formoso 28/VIII/1954, Pereira 868 (HB); compr., 3,5-6,Ocm larg., as basais foliáceas, ápi­ 28N/1954, fi., Falcão et al 868 (lPA); Praia ce pungente e margens serradas, as superiores dos Carneiros, 4/1/1968, fl., Lima 38-68 (IPA); geralmente ultrapassando os dois ramos basais, São Lourenço da Mata, Mata do Toró, margens lisas. Inflorescência composta, 26/VIII/1980, Andrade-Lima & Bocage 13 panícula, piramidal, 14,0-27,Ocm compr., 6,0- (IPA); 291IX11995, Sousaetal164(UFP); São 1O,Ocm larg., densamente escamoso-tomentosa, Lourenço da Mata, Tapera, 26/VII/1932, fi., tricomas estrelados. Brácteas primárias seme­ Pickel S. n. (lPA 3496); Tamandaré, Reserva Bio­ lhantes às brácteas superiores do escapo, lógica de Saltinho, 2/1X/1998, Martinelli 15131 papiráceas, vermelhas, cimbiformes, 1,8-15,Ocm (RB). compr., 0,4-6,Ocm larg., patentes, as basais pro­ Material adicional selecionado: BRASIL. tegendo quase completamente os ramos florais, Alagoas: Porto Calvo, Engenho Oriente, as superiores lanceoladas, distintamente meno­ 14/VIII/1960, Andrade-Lima 60-3512 (lPA); res no ápice. Bráctea secundária diminuta, União dos Palmares, Engenho Santo Antônio, escamiforme, acuminada, branco-tomentosa, ca. 1/X1/1966, Pontual 66-233 (IPA). 4,Omm compro Bráctea floral diminuta, seme­ Aechmea tomentosa é restrita ao nordeste lhante às secundárias, longo-acuminada, 1,0- do Brasil, nos Estados de Pernambuco e Alagoas. 0,3cm compr., menor que o ovário. Flores Ocorre nas matas, preferencialmente como sésseis, 4,7-5,Ocm compro Sépalas livres, ama­ epífita. Floresce de julho a novembro, tendo relo-esverdeadas, branco-tomentosas externa­ maior expressividade no mês de agosto. Foram mente, fortemente assimétricas, imbricadas, 1,5- observadas visitas de formigas e beija-flores em 1,8cm compr., mucronadas, múcron ca. 1,8mm. suas inflorescências. Pétalas livres, amarelas, 4,9-5,lcm compr., ca. A echmea tomentosa apresenta afinidades 5,Omm larg., base ligulada, lobo da corola morfológicas com A. stelligera L. B. Sm., per­ lanceolado, ápice mucronado; apêndices tencentes ao mesmo subgênero, diferindo desta petalinos basais ca. 1,5mm compr., conatos à principalmente pelo indumento mais denso e base das pétalas, parte superior mais larga e li­ branco-tomentoso no escapo, brácteas primá­ vre, formando uma pequena "bolsa", margens rias cimbiformes, inflorescência geralmente erosas, calosidade presente a partir da base da congesta com densa pilosidade em todas as pe­ pétala até o terço inferior do lobo da corola, onde ças florais, exceto nas pétalas, e flores relativa­ é mais dilatada. Estames com filete ca. 2,5cm mente grandes (ca. 5,Ocm). Pelo padrão de compr.; anteras ca. 1,Ocm compro Estigma ci­ inflorescência, com presença de ramos de ter­ líndrico ca. 3,7cm compr., lobos espiralados, ceira ordem, assemelha-se também a A. 94 Sousa & Wanderley: Aechmea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco werdermannii, distinguindo-se essencialmente ultrapassando os estames. Tubo epígino ca. pela inflorescência glabra nesta última. 2,Omm compro Ovário cilíndrico, ca. 7,Omm Em expedições de coleta pelo Estado de compro Placentação axial; ocupando toda a ca­ Pernambuco, observou-se que a espécie encon­ vidade do ovário, óvulos numerosos, caudados. tra-se em áreas restritas, com pequeno número Fruto e sementes não vistos. de indivíduos, justificando a pouca Material examinado: BRASIL. Pernam­ representatividade nos herbários, além de habi­ buco: Floresta, Reserva Biológica de Serra Ne­ tarem árvores de grande porte, cuja altura ge­ gra, 26NI/1996, Pimentel et aI. 113 (PEUFR); ralmente ultrapassa 10 metros. Inajá, Reserva Biológica de Serra Negra, 8/IIl/1995, Sousa et aI. 69 (PEUFR, SP); 10. Aeclzmea werdermannü Harms, Notizbl. 8NIIl/1998, Martinelli 15043 (RB). Bot. Gart. Berlin. 12: 529. 1935. Tipo. Bra­ Até o presente, A. werdermannii é conside­ sil. Pernambuco: Floresta, Serra Negra, rada endêmica do Estado de Pernambuco. An­ 1932, Werdermann 2911 (Holótipo B!; Foto teriormente conhecida apenas pela coleta do ma­ B 1192/36). terial-tipo, foi recentemente recoletada na mes­ Folhas lanceoladas, escamosas, 65,0- ma área. 1,50cm compr., 3,0-4,Ocm larg., ápice pungen­ Aechmea werdermanniitem afinidade com te, ca. 0,5cm compr., margem densamente ser­ A. stelligeraL. B. Sm. eA. tomentosaMez, pela rada, espinhos negros até 3,Omm compr.; bai­ inflorescência tripinada, que varia quanto ao nha castanho-avermelhado, 12,5cm compr., comprimento das ramificações, sendo 5,5cm largo Inflorescência composta, panícula gradativamente maiores em A. werdermannii e amplamente ramificada, laxa, glabra, ca. menores em A. tomentosa, cuja a inflorescência 40,Ocm, ramos basais 20,0-30,Ocm compro é mais densa e globosa. As flores de A. Brácteas do escapo paleáceas, ca. 20,Ocm werdermanniipossuem sépalas, pétalas e apên­ compr., amplexiescapo, curto-Iaminadas. dices petalinos com forma e tamanho semelhan­ Brácteas primárias papiráceas, róseas, tes aos de A. stelligera, porém esta espécie pos­ lanceoladas, 2,0-12,Ocm compr., 1,5-2,Ocm larg., sui brácteas florais distintamente menores. As patentes, diminuindo para o ápice, margens in­ características intermediárias ocorrentes em A. teiras. Bráctea secundária membranácea, tomentosa levaram à suposição de que este táxon inconspícua, lanceolada, 0,5-1,Ocm compr., poderia ser um híbrido entre A. werdermannii e 3,Omm larg., margem inteira. Bráctea floral tri­ A. stelligera. Observa-se ainda em A. tomentosa, angular, membranácea, diminuta, ca. 5,Omm flores maiores e com pilosidade mais densa que compr., ca. 3,Omm larg., mais curta que o ová­ nas duas espécies acima mencionadas. rio, ápice longo-acuminado, margens inteiras, Harms (1935) considerou A. werdermannii glabra. Flores sésseis, ca. 3,5cm compro Sépalas próxima a A. spectabilis Brongn. ex Houllet, livres, fortemente assimétricas, torcidas, mar­ espécie da Colômbia e Venezuela, diferindo as gens involutas, ca. 1,3-1,5cm compr., ápice duas pelas flores bem menores nesta última es­ mucronado. Pétalas livres, amarelas, ca. 2,5cm pécie. compr., 2,5mm larg.; base ligulada, lobo da corola lanceolado, apêndices petalinos basais ca. O gênero Aechmea, o maior em número de 1,5mm compr., conatos às pétalas na porção espécies da subfanulia Bromelioideae, apresenta basal, parte superior livre, margens erosas. delimitação bastante complexa e polêmica. Estames atingindo o ápice das pétalas, filete ca. Baker (1879), no primeiro tratamento para a fa­ 2,Ocm compr.; anteras 9,Omm compro Estigma mília Bromeliaceae, propôs para o gênero nove cilíndrico, ca. 2,5cm compr., lobos espiralados, secções. Dez anos depois, este mesmo autor reu- Acta boI. bras. 14(1): 77-97. 2000 95 niu as espécies de A echmea em 11 subgêneros, nando-se mais reduzidos emA. tomentosa, onde que foram posteriormente reduzidos a nove (Mez a inflorescência tem forma globosa. A. 1891-1892;1896;1935; Harms 1930). Mais re­ werdermannii é muito semelhante a A. centemente, Smith & Downs (1979) considera­ eurycorymbus e A. tomentosa semelhante a A. ram oito subgêneros para Aechmea. Apesar de stelligera. Estas espécies apresentam, em geral, Smith & Kress (1989) terem elevado ao nível escassez de material disponível nos herbários, de gênero sete dos oito subgêneros considera­ provavelmente pela dificuldade de coletas, sen­ dos por Smith & Downs (1979), no presente tra­ do algumas delas de áreas restritas e epífitas em balho foi seguida a proposta de Smith & Downs árvores de grande altura. (1979). Procurou-se, no presente trabalho, reencon­ As principais características utilizadas para trar as espécies na localidade dos materiais-ti­ separar os subgêneros estão relacionadas com o pos, sendo A. werdermanii espécie endêmica padrão da inflorescência, presença ou ausência para Pernambuco, cujo material-tipo é de 1932, de pedi ceIo e morfologia das sépalas. Observa­ novamente coletada em 1996, na mesma locali­ se que alguns subgêneros reúnem espécies que dade do tipo (Reserva de Serra Negra). Poste­ estariam melhor posicionadas em outros riormente, duas novas coletas foram obtidas na subgêneros, ou mesmo em outros gêneros afins mesma região. A. tomentosa, espécie referida de Aechmea. Sente-se, portanto, a necessidade também para o Estado de Alagoas, foi novamen­ de melhor estudo dos limites infragenéricos nes­ te encontrada no local do tipo, constituindo, te gênero. O subgênero Chevaliera, ao qual per­ como a anterior, espécies raras e ameaçadas de tence A. muricata, parece ser um dos mais natu­ extinção. Apesar das inúmeras buscas, não foi rais, reunindo grupo de espécies com grandes reencontrada A. eurycorymbus, sendo conheci­ inflorescências estrobiliformes e brácteas flo­ da apenas pelo material-tipo desta espécie. rais conspícuas e espessas. Aechmea aquilega e A. muifordii apresen­ Dentre as espécies estudadas, oito perten­ tam afinidades, distinguindo-se das demais deste cem ao subgênero Aechmea, que inclui cerca de grupo pelas inflorêscências com ramos apicais 72 espécies, representando cerca de 41 % do to­ fasciculados e mais densos. Separam-se entre si tal de aproximadamente 172 espécies do gêne­ pelo comprimento dos ramos da inflorescência, ro. O subgênero Aechmea é bastante artificial, sendo mais longos emA. muifordii A possibili­ reunindo espécies com inflorescências simples dade de constituírem uma única espécie é pos­ a compostas, laxas ou densas, com flores dísticas sível. a polísticas e sépalas sem espinho apical ou Aechmea .fulgens pertence ao subgênero mucronadas (Smith & Downs 1979). Lamprococcus, com cerca de 13 espécies, re­ Entre as espécies deste subgênero observa­ presentando 7% do gênero Aechmea (Smith & se que A. stelligera, A. tomentosa, A. Downs 1979). Esse subgênero é caracterizado werdermannü; A. eurycorymbus, A. muifordii e pelas inflorescências geralmente compostas e A. aquilega são as mais relacionadas, apresen­ sépalas desarmadas, como a maioria dos táxons tando inflorescências compostas, com padrão de ocorrentes no Brasil. A . .fulgens apresenta ramificação semelhante, flores vistosas e gran­ inflorescências semelhantes às de A. mimata des, com apêndices petalóides bastante desen­ (Beer) ex Baker, e A. warasiiE. Pereira, espé­ volvidos. A inflorescência nestas espécies é cies provavelmente relacionadas. muito característica, consistindo em uma O subgênero Chevaliera possui 21 espé­ panícula amplamente ramificada, variando en­ cies, destas, 18 ocorrem no Brasil, sendo algu­ tre as espécies quanto ao comprimento dos ra­ mas exclusivas para o nordeste, como A. depres­ mos, sendo mais longos em A. muifordü; tor- sa L. B. Sm., A. digitata L. B. Sm., A. conifera 96 Sousa & Wanderley: AeclJ/l/ea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do Estado de Pernambuco

L. B. Sm., A. leucolepsis L. B. Sm., com regis­ morfologia polínica e anatomia foI iar. A revi­ tro destas espécies, até o presente momento, são dos subgêneros de Aechmea é necessária, o apenas para o Estado da Bahia (Srnith & Downs que possibilitará o melhor conhecimento da cir­ 1979). cunscrição do gênero. Aechmea muncata constitui a única repre­ sentante do subgênero Chevaliera em Agradecimentos Pernambuco. Este subgênero caracteriza-se pela As autoras agradecem aos curadores dos inflorescência robusta e estrobiliforme, com herbários citados, pelo empréstimo e envio do cerca de 21 espécies, representando 12% das material estudado; ao Dr. Simon Mayo, do Royal espécies do gênero Aechmea (Srnith & Downs Botanical Gardens, Kew, Inglaterra, pelas suges­ 1979). Apesar deste padrão de inflorescência tões e ajuda na obtenção de obras raras; ao Prof. ocorrer nos subgêneros Macrochordion (de Marccus Vinicius Alves, da Universidade Fede­ Vriese) Baker e Pothuava (Baker) Baker, o ral de Pernambuco, pelas sugestões, e ao pes­ subgênero Chevaliera separa-~e dos demais por quisador Dr. Jefferson Prado, pelas valiosas apresentar apêndices petalinos reduzidos ou au­ sugestões. sentes. Estas estruturas petalóides em Bromeliaceae constituem importante caracterÍs­ Referências bibliográficas tica floral na farrulia, sendo de grande valor di­ agnóstico na separação de gêneros, ou mesmo Andrade-Lima, D. 1960. Estudos Fitogeográficos de Pernambuco. Arquivos do Instituto de Agricultura específico, especialmente no subgênero Indústria e Comércio - IPA. Boletím Técnico n. 8, Aechmea. Brown & Terry (1992) vêm estudan­ Pernambuco. do estes apêndices, entretanto a função dos mes­ Andrade-Lima, D. 1966a. Bromeliaceae de Pernambuco. mos ainda não é totalmente clara. Publicações da Secretaria de Cultura, Pesquisas Das 10 espécies estudadas no presente tra­ Agronômicas - IPA, 5: 376p., Pernambuco. Andrade-Lima, D. 1966b. Esboço fitogeográfico de alguns balho, sete foram novamente coletadas, o que brejos de Pernambuco. Secretaria da Indústria e Co­ permitiu o melhor conhecimento da variabili­ mércio-IPA, 27p., Pernambuco. dade morfológica apresentada para cada espé­ Baker, J. G. 1879. A synopsis of the genus Aechmea Ruiz cie e as prováveis relações entre as mesmas. & Pav. JournalofBotany 17: 129-135; 161-168; 226- Em relação ao padrão de distribuição geo­ 236. Barbosa, M. C. A. & Barbosa, M. R. V. 1996. Pp. 145- gráfica, foram observados dois padrões: 1 - 150. Os Herbários do Nordeste. In: E. V. S. B. Sampaio; Ampla distribuição geográfica: da Costa Rica S. J. Mayo & M. R. de V. Barbosa (Eds.), Pesquisa até o Sudeste do Brasil (A . lingulata), da Co­ Botânica Nordestina: progresso e perspectivas, SBB, lômbia até o Nordeste do Brasil (A . mertensit). Recife. Brown, G. K. & Terry, R. G. 1992. Petal appendages in 2 - Restrita ao Brasil: 2.1 - presente no nordes­ Bromeliaceae. American Journal of Botany. 79(9): te, estendendo-se até o sudeste (A. folgens e A. 1051-7071. aquilega). 2.2 - exclusiva do nordeste brasilei­ Brummitt, R. K. & Powell, C. E. 1992. Autbors of ro, ocorrendo nos Estados do Ceará, Paraíba, names. Royal Botanic Gardens, Kew. Pernambuco, Alagoas e Bahia (A. eurycorymbus, Font Quer, P. 1993. Dicionário de Botânica. Ed. Labor, Barcelona. A. muifordit: A. stelligera e A. tomentosa). 2.3 - Grisebach, G. 1864.Aechmea: A. aqui/ega. FloraofBritish endêmicas do Estado de Pernambuco (A. West Indies. p. 592. muncata e A. werdermannit). Harms, H. 1930. Bromeliaceae. pp. 65-159. In: H. G. A. Com base no presente estudo, verifica-se a Engler & K. A. E. Prantl (Eds.), Die naturlichen Pflanzenfamilien. (Wilhelm Engelmann). 2Aufl, 15a, necessidade de estudo mais detalhado para o Leipzig. gênero Aechmea, que inclua não apenas o co­ Harms, H. 1935. Aechmea eurycorymbuslA. werdermalllZli: nhecimento da variação populacional, mas tam­ Notizblatt des Kõniglichen botanischen Gartens bém o uso de caracteres adicionais, como a und Museums zu Berlim 12: 528-529. Acta boI. bras. 14(\): 77-97. 2000 97

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