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N.0 347 • MAIO 1958 - ANO XXX ■ PREÇO 2$50 FUNDADOR i ENG. ALVARO DE UMA HENRIQUES DIRECTOR: ENG.0 ROBERTO DE ESPREGUEIRA MENDES EDITOR. DR. ÉLIO CARDOSO Propriedade da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses / Estaç5o de Santa Apolónia / Lisboa Composto e impresso nas Oficinas Gráficas da 'Gazeta dos Caminhos de Ferro» — R. da Horta Seca, 7 - Tel. 20158 — Lisboa iiiiiiiiiiniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiin

CAMINHOS DE FERRO DAS NUVENS

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Esta é a estação de La Cima, a estação de via larga mais elevada do mundo (4.830 m. de altitude), na cordilheira dos Andes, no Peru. Nos Andes, o caminho de ferro é ainda hoje a única via de penetração. A passagem dos raros comboios é sempre festiva e ruidosamente assinalada pelas populações locais. E o pitoresco dos costu- tnes e o exotismo dos trajes dos habitantes do «Império do Sol» constituem, por si só, uma «.paisagem» tantas vezes mais maravilhosa do que os múltiplos panoramas que a majestosa cordilheira andina pfòdigamente oferece. Pelo Eng.° FREDERICO DE QUADROS ABRAGÃO

EM Novembro de 1952 publicámos no nú- rada em Novembro de 1877, portanto cerca mero especial do Boletim dedicado de um ano antes da publicação deste livro. aos 75 anos da ponte Maria Pia, al- Começa o engenheiro Seyrig por recordar gumas notas relativas a esta obra ex- que, desde o estabelecimento das primeiras cepcional, espécie de avozinha das nossas pontes de ferro, em 1846, logo se manifestou pontes, mas afinal sempre jovem e um pouco tendência constante para vãos cada vez maio- a menina dos olhos daqueles que dela têm res, tendência que correspondia afinal às ne- cuidado. cessidades cada vez mais exigentes dos cami- Essas páginas, alguma coisa aumentadas nhos de ferro, pois nesses bons tempos era e remodeladas, foram mais tarde incluídas em ele o grande impulsionador, e também aos um capítulo do Esboço da história dos nos- progressos da teoria e da técnica das cons- sos Caminhos de Ferro, publicado no ano truções metálicas. do Centenário. E, assim, se a princípio 40 metros de vão Mas logo, no início desse Volume, se sa- eram já uma ousadia, as aberturas de 100 de- lientou que muitos elementos nos faltavam, pressa deixaram de ser raras e os 130 e mesmo muito haveria a colher em arquivos, jornais, 150 metros algumas Vezes foram atingidos. revistas, etc.. E, com efeito, já não poucos Considerava Seyrig entre 150 e 160 metros temos posteriormente arquivado e, se os •Vo- o limite prático atingido. E isso por motivos lumes seguintes àquele chegarem algum dia de ordem económica, pois que quase sempre a ser publicados, talvez organizemos um vo- era possível implantar, nos vales ou mesmo lume complementar com esses novos elemen- nos rios a atravessar, pilares em número su- tos que, todos juntos, poderão vir a servir a ficiente para reduzir os vãos e encontrar so- alguém mais feliz, de documentação para luções menos dispendiosas. obra de maior fôlego. Mas isso só o futuro e E os grandes Vãos, da ordem dos 130 a as circunstâncias dirão... 160 metros, ficavam para os casos excepcio- Vem isto a propósito de um interessantís- nais em que o factor económico tivesse de simo Volume que o Senhor Director-Geral, ser sacrificado ao condicionamento da técnica. sabendo o nosso gosto —talvez madureza — Mais excepcionais ainda eram os casos por estes assuntos, amàvelmente nos deu a em que aos grandes Vãos se tivesse de aliar conhecer e pôs à nossa disposição. uma grande altura acima do fundo do vale ou Intitula-se ele — e o título é suficiente para do leito do rio. dar ideia de todo o seu interesse - «Ze pont E, para este caso, o limite vulgar era de sur le Douro à . Description des pro- 55 a 60 metros, com um ou dois viadutos, ex- jects presentes au concours. Description cepcionalmente, de 70 metros de cota. détaillée de Vouvrage exécuté. Calculs de Ora tudo isto serve para pôr bem em real- résistance relatifs à celui-ch, par T. Sevrig ce o problema que se apresentava para o -Paris, 1878. atravessamento do rio Douro, no Porto, pelo Recordemos que o engenheiro Seyrig, en- famoso Viaduto, o primeiro do seu tipo, que tão na casa Eiffel, foi o autor, ou um dos au- se acabava de inaugurar e no qual se reuniam 2 tores, do projecto e que a ponte fora inaugu- essas condições extremas. A linha, cujas vicissitudes de traçado ex- ses projectos, todos de concepção bem dife- planámos em outro locai, mas não Vem para rente, que faz o interesse do livro de Seyrig, aqui repetir, chegava à margem esquerda do embora sem nos perdermos em grandes por- Douro, em frente do Porto, à cota de 61 me- menores, que fatigariam sem vantagem. tros acima do rio e com a largura entre mar- — O primeiro (fig. 1) consistia em um gens, nesse ponto, de cerca de 400 metros, grande arco central, circular, repousando so- dos quais 150 correspondem ao rio propria- bre encontros colocados nas margens do rio mente dito e isso no local em que as suas e apoiado sobre maciços de alvenaria, quatro margens são mais apertadas. ao todo, dois em cada margem, para cada Os pilares tinham, pois, de ser extraordi- uma das asnas curvas, que formavam o gran- nàriamente elevados e, como se isso pouco de arco (fig. 1 —corte A B). fosse, com a dificuldade quase insuperável da Destes apoios partiam meios arcos, cujos profundidade do rio e da natureza do fundo. fechos, repousando em outros encontros na Com efeito, sondagens tinham revelado, parte superior das margens, formavam os ex- abaixo dos quinze metros de água, uma ca- tremos da ponte. mada de areia de espessura quase infinita e O arco central media 160 metros, entre tal que se não podia esperar poder atraves- eixos de apoios; os laterais, 82,50 m. cada sá-Ia com fundações pneumáticas. um, o que perfaz o total de 325 metros. Daí a origem dos outros traçados, que se Esta solução tinha a vantagem de facilitar tinham tentado, em busca de outros pontos de a montagem. Com efeito, seria relativamente mais fácil implantação do Viaduto. fácil elevar simultaneamente, em cada mar- Mas todos foram sendo abandonados como gem e simètricamente, os dois arcos, dos no citado livro referimos, até surgir a ideia quais uns iriam repousar nos seus encontros ousada, mas clarividente, que honra quem nas margens, e os outros, sobre o rio, se iriam soube encarar o problema de Vencer o tre- encontrar no fecho do grande arco central. mendo fosso do Douro por um único tramo A própria simetria da concepção dava a da ordem dos 150 metros. este trabalho de montagem, sempre tão difí- cil e delicado, uma solução elegante e atraente. Mas Seyrig aponta-lhe um senão: a difi- Assim definida, foi a solução posta a con- culdade de assegurar a livre dilatação do con- curso pela Companhia Real em 1 de Maio junto da estrutura. Tal dificuldade existia, com de 1875. certeza, no projecto apresentado; mas hoje Quatro construtores se apresentaram à parece-nos que não teria sido difícil achar-lhe chamada e é precisamente a comparação des- solução.

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Corte AB Alçado SM 'itóvCjdzii A

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Corte AB

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— Outro projecto (fig. 2) consistia essen- 50 metros de altura sob cargas como as que cialmente em dois grandes pilares principais aqueles tabuleiros representavam. de alvenaria junto às margens, que suportavam — Um terceiro projecto (fig. 3), dos mes- um grande tramo de 170 metros de vão. Era mos concorrentes do anterior, pouco mais era de forma semiparabólica com a curvatura para do que uma variante daquele. a parte inferior e, nada mais nada menos, O conjunto era sensivelmente o mesmo, de 22,50 metros de altura de Viga ao meio do mas o grande tramo central era substituído Vão. Para as margens, o Viaduto era compos- por dois, um de 120 metros e outro de 45. to de cada lado por dois tramos, com um to- No maior, as Vigas eram também semipa- tal de 90 metros, o que perfazia para todo o rabólicas, mas apenas com 15 metros de al- Viaduto metálico 350 metros. tura a meio do Vão. A largura entre Vigas era de apenas 5,50 Nesta solução admitia-se, pois, um pilar no metros, o que fazia recear perigosas oscila- meio do rio, mas parece que o projecto não ções sob a acção lateral do Vento. Fortes era muito explícito ou muito concreto na jus- contraventamentos procurariam resistir a esse tificação da estabilidade de um pilar com um esforço, mas com o agravamento não menos total de cerca de 75 metros de altura, desde perigoso dos esforços nos banzos das Vigas. o fundo do rio, assente em um leito com as Não parecia menos inquietante o esforço características que as sondagens haviam re- a considerar na parte superior de pilares de velado. Pelo menos, Seyrig escreve, resumin-

Fig.FS Alçado

PlaxUa

tAo^-oco . ílãrzaaa x go. aao SSqzooo. do a sua crítica: «é interessante saber como Dois pilares marginais, com 36 metros de esse pilar era concebido^. altura, constituíam os apoios desse tramo cen- Até 16 metros acima do nível de estiagem tral e dos tramos marginais, com 78 metros era de alvenaria e, dai até ao tabuleiro, for- cada um. mado por dois tubos metálicos de diâmetro O comprimento total de viaduto era de decrescente (fig. 3— corte C D). 332 metros.

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Além de todos estes senões, esta solução Aqui, também, Seyrig faz notar os gran- era, de resto, mais cara que a anterior, dos des esforços a suportar pelos tabuleiros, de- mesmos construtores. vido ao Vento, e pelos pilares devido a esse — Um quarto projecto (fig. 4) tinha por facto e ao enorme peso da estrutura para tão base, para transpor o rio, um arco de 156 grandes vãos.

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. /, ; " ^ I '"lli' ; H'■ IA K ■ ■' " metros de abertura, formado por duas per- — Como variante, os mesmos construtores nas curvas, cujo vértice servia de apoio ao substituíam (fig. 5) o arco central por um pi- tramo central. lar fundado no meio do rio, constituído por Fig.M06 Alçado

Plaut

uma parte de alvenaria até acima do nível Foi este projecto a génese, com algumas das maiores cheias e daí até ao tabuleiro por alterações posteriores, do que veio a ser adop- uma parte metálica. tado e construído, que é afinal a nossa bem A altura seria de 61,28 metros acima do zero conhecida ponte «Maria Pia» e que, por isso, hidrográfico e de 80 metros no total. nos não deteremos agora a descrever. O tabuleiro dividia-se em dois tramos cen- Mas Vale a pena registar que mais duas trais com 88 e 84 metros e dois marginais soluções foram concebidas, sem chegarem, com 84 e 76 metros, em um comprimento to- porém, a ser apresentadas a concurso. ai de 332 metros. Em ambas, (figs. 6 e 7) o rio era transpos- Seyrig frisa os inconvenientes deste pilar, to por um grande arco central, que se pro- de tal altura, e das suas fundações sempre longava para uma e outra margens por meios sujeitas a escavações perigosas e salienta arcos do mesmo tipo daquele. que, afinal, as soluções, baseadas em um pi- Sobre esses arcos corria o tabuleiro geral, lar central, fundado no leito do rio, acabam, com o total de 336 metros. por se revelar sempre mais dispendiosas do Variava nessas duas soluções a forma dos que as que o vencem por meio de um arco. arcos, como se Vê nas citadas gravuras, e Va- — Finalmente, outro projecto transpunha riava consideràvelmente a forma dos pilares. o rio por um grande arco central que supor- tava o tabuleiro, prolongando-se este, para uma e outra margem, apoiado em pilares me- O engenheiro Seyrig faz notar quanto o tálicos. custo da solução proposta por Eiffel era mais

Flg.M07 Alçado

PlaaitÀ.

. T/ 1: económica e como era grande a divergência choca, de modo algum, a vista da região dos preços dos vários projectos. admirável em que se situa e deixa perfeita- E, por isso, a Companhia Real, «em pre- mente livre a navegação deste rio tão impo- sença dessas divergências, receou que o pro- nente e, ao mesmo tempo, tão risonho. jecto, aparentemente mais favorável sob o A forma em arco é a que, desde sempre, ponto de Vista económico, fosse na realidade se considerou mais elegante e a composição inferior sob o ponto de vista de resistência e da estrutura metálica, com elementos volu- estabilidade». mosos mas em pequeno número, dá simuhâ- E, dai, tê-lo submetido ao estudo e apre- neameníe ideia de rigidez e de resistência, ciação de uma comissão de técnicos de reno- enquanto que o conjunto conserva a leveza me, como Krantz, Molinos e de Dion, o que que o emprego do metal autoriza. já foi dito nas citadas notas do Boletim e do As nascenças do grande arco, implanta- «Esboço da história dos caminhos de ferro», das obliquamente nas alvenarias, indicam e cuja opinião lhe foi inteiramente favorável bem a sua função de concentrar em um pon- e elogiosa. to os esforços do conjunto, e a forma e a construção dos maciços, que transmitem ao * * * solo o efeito do peso e dos impulsos, mos- tram bem que esses efeitos foram estudados, O livro, em questão, de M. Seyrig desen- ponderados e que são dirigidos, de forma volve depois a descrição e o cálculo do pro- segura, para a base da obra, isto é, a mag- jecto aprovado, com a crítica das várias solu- nífica base que são os rochedos das mar- ções adoptadas, o que não é para aqui e seria gens e que dão, nas suas linhas simples, um muito longo desenvolver. carácter de ousadia e, ao mesmo tempo, de Não resistimos, porém, a transcrever al- grandeza ao conjunto. guns trechos das conclusões do estudo de M, Seyrig e que nos parecem bastante curiosas Quanto ao tabuleiro sobre o arco, basta e de interesse para os estudiosos destes as- ver passar um comboio, para se notar que suntos. não há desproporção entre o seu volume e a massa do tabuleiro que o suporta. Escreve Seyrig; E, na verdade, um ponto que deve ser assinalado é que em nenhuma parte da obra « A disposição inteiramente nova dada ao foram empregadas peças supérfluas para a conjunto da ponte do Douro requer algumas construção e destinadas apenas a orna- observações sobre a forma geral da obra. mentação. É infelizmente muito verdade que nas cons- O carácter do conjunto não resulta, pois, truções metálicas se despreza, muitas vezes de nenhuma parte acessória ou inútil, mas o estudo das formas, deixando para a eco- sim das formas apropriadas às necessidades nomia e a resistência a preocupação exclu- pelo cálculo e pelas regras de construção.» siva do construtor.

E para não alongar mais estas notas, fe- chá-las-emos com a transcrição deste período "■ As vigas rectas e do tipo bow-string são que revela bem o optimismo, a consciência e pouco próprias para se obter efeitos felizes, a confiança do autor; harmonizar-se com a paisagem, etc. . Esperamos que a ponte sobre o Douro «Ignoramos se o arco central encontrará despertará uma impressão mais favorável. imitadores, ou se circunstâncias locais per- Estabelecida, é certo, antes de mais nada mitirão novas aplicações. Se tal se der, es- sob a preocupação de procurar a solução tamos persuadidos de que tal solução será mais económica e mais apropriada às cir- sempre económica... e nela se encontrará cunstâncias locais, ela dá, contudo, expres- um recurso novo, susceptível de resolver di- são às dificuldades vencidas e revela as con- ficuldades que de outra forma pareceriam dições oarticulares da sua construção. Não invencíveis.» 7 o c

Diverlindo-se, pode ganhar dinheiro

PRÉMIOS—300^00 m Eis o interior de uma das magníficas unidades \ r construídas para a C. P. em Roterdão, em 1954 e que circulam em muitas linhas de via larga e estreita do Norte e do Centro do País. A C. P. possui actual- mente 55 destas composições, tanto automotoras como atrelados. As respostas dos nossos assinantes devem-nos ser enviadas, como de costume, em simples posta), até ao fim do mês. Os prémios serão sorteados entre os que tiverem respostas certas. Resultado do Concurso n.0 9 Solução : Pinhal Novo. ia Foram premiados.—Manuel Mendes, chefe de fiÉIlil brigada no 5.° Grupo Oficinal (Barreiro); José Au- 0 gusto Luís, factor de 2.a classe na estação de Man- IM. II gualde e Américo de Jesus, assentador de l.a classe aUAL É A FÁBRICA CONSTRUTORA no distrito n.0 23-B.A. (Guarda). DESTAS UNIDADES ?

ACTUALIDADES FERROVIÁRIAS

Q> Este é o A TOM!UM (curioso pavilhão em forma de átomo, % % com 103 metros de altura), da Exposição Internacional de Bruxelas, cuja abertura se efec- K tuou no passado dia 17 de Abril. ii As esferas são salas de exposi- m ii ção, com 18 metros de diâmetro, ■ constituindo a cimeira um res- taurante, com panorama total pata toda a Exposição. 0 certame, aguardado com justificado interesse, apresenta no sector dos transportes ferro- viários uma visão completíssi- ma das mais auspiciosas reali- m •k ií jâSÊfaéSSf zações dos últimos anos, mercê do valioso concurso não só de empresas de caminhos de ferro importantes, como também de organismos internacionais de nomeada nesse mesmo domínio : S-' a U. I. C., ORE., \V. L., etc. IMPRESSÕES DE VIAGEM

Dos Pirenéus aos Alpes, pela«Côte iTflzur»

Por EDUARDO O. P. BRITO

CERCA de Vinte horas durou a primeira parte da hora do comboio — um comboio enormíssimo, com monocórdica sinfonia dos rails, que durante 21 carruagens — que nos conduziria até Marselha. vários dias escutámos através — principal- Uma vez instalados numa confortável carruagem e mente — duma das regiões mais maravilhosas da Eu- recomeçada a nossa já conhecida sinfonia, pudemos ropa : o sul da França, com as suas incomparáveis ir admirando os lindos campos da França, cultivados belezas que se estendem dos Pirenéus até junto da com esmero. A tarde começava a acinzentar-se cada fronteira italiana, pelos Alpes Marítimos, nas faldas vez mais e... quando as trevas, por fim, já tudo en- dos quais se situa a paradisíaca e famosa Còte volviam no seu manto negro, chegámos a Toulouse. d'Azur — região de sonho e deslumbramento, com os Aqui, a visita teve de ser breve, mas mesmo assim seus cenários inigualáveis, quer de lindas cidades e suficiente para ficarmos com uma excelente impres- Vilas debruçadas sobre o Mediterrâneo, quer de pla- são que nos deixara a cidade, que é enorme e com nícies verdejantes e densas de arvoredo, salpicadas edificações magníficas. aqui e ali por elegantes chalets e Palaces sump- * * * tuosos. Ao deixarmos Toulouse eram cerca das 23 horas, Foi S. Sebastian que escolhemos para terminus da primeira parte dessa sinfonia, talvez a parte mais monótona de toda a viagem. Ora, S. Sebastian — que já conhecíamos — é uma cidade que apetece sempre visitar, mormente na sua época balnear, em que Veste as melhores galas, para receber a imensa legião de turistas que diàriamente a visitam. Assim, foi com vivo interesse que a admirámos mais uma vez para podermos apreciar melhor toda a sua beleza. A ci- dade em si, uma cidade de 120.000 habitantes, cosmo- : v y polita ao máximo, traçada com largas perspectivas, duma arquitectura urbanística moderna, é um cartaz turístico gritante, pois os turistas fervilham por toda a parte. O Oceano entra por uma garganta estreita m (que nos faz lembrar S. Martinho do Porto), formada por duas colinas de todos os tons de Verde, e a seguir espraia-se formando uma enorme concha dum azul safira, rendilhada de alva espuma das ondas, que é um Verdadeiro encanto. E então do cimo do Monte Igueldo, a visão que se nos depara faz-nos lembrar os exteriores dum deslumbrante filme panorâmico do ... nais surpreendente technicolor! Ali, a vista es- praia-se, ora para lá dos longes azuis do Oceano, ora para a massa gigantesca e informe dos Pirenéus cujas cristas, numa sucessão infindável, parecem ligar-se ao Céu numa cavalgada verdadeiramente apocalíptica. Que cenário maravilhoso! Mas, como o espaço é ■> • pouco, deixemos S. Sebastian e prossigamos na nossa viagem. Uma hora depois de abandonarmos a for- mosa capital de Guipuzcoa, entrámos em França por Hendaia, uma cidade simpática e acolhedora onde o turista sente com indizível prazer os primeiros con- tactos que lhe proporciona um país admirável como é a NICE — O célebre Passeio dos Ingleses, a mais França. Após umas voltas pela cidade, chegara a famosa artéria da Riviera francesa e pelas 6 do dia seguinte descíamos em Marselha, de Cinema, com todo o 'seu proVerbia! snobismo onde aproveitámos as poucas horas que ali estivemos e... todas as suas encantadoras banhistas, as mais para fazer uma breve visita à cidade — urbe imensa, estonteantes que vimos em toda a Còte d'Azur .. considerada a segunda cidade da França. Assim, to- A cidade é mais pequena que Nice, embora conserve mámos um autobus da Linha 45, até ao Boulevard as mesmas características de beleza das da Princesa des Dames, onde descemos e nos embrenhámos pe- do Mediterrâneo. Lá vimos o seu célebre Palais des las imensas avenidas e ruas da parte central da ci- Festivais, de linhas arquitectónicas verdadeira- dade, algumas das quais nada ficam a dever aos gran- mente audaciosas, pelo qual têm passado as mais fa- des boulevards de Paris. mosas vedetas cinematográficas. Mesmo em frente Mas .. a ampulheta do tempo não pára. E assim, do Palais (embandeirado com as flâmulas de inúme- de novo tivemos de conhecer outro comboio, desta ras nações), fica a não menos célebre praia àzPalm- vez o expresso Marselha-Roma, que horas depois nos -Beach, onde geralmente se banham as grandes cele- proporcionava as primeiras imagens de um documem bridades de Cinema. Estendidos em grandes cadei- tário deslumbrante denominado Còte d'Azur — r&- rões, lá vimos a sempre-jovem Danielle Darrieux, o canto verdadeiramente paradisíaco que excedera galã Jean Marais e outras caras que não consegui- tudo quanto a nossa imaginação supunha. Pontos há, mos identificar. porém, onde nos extasiámos perante tanta beleza, a Na manhã do dia seguinte, partimos para Monte beleza daquele anfiteatro imponente que, ao descer Carlo, a famosa estância de turismo .. e do jogo, para o litoral do Mediterrâneo, beija este num jardim conhecida em todo o mundo. Desde já diremos de Verdadeiras delícias naturais, constituído ora por que não só nos encantou como, ainda mais, nos sur-

V CANNES — Aspecto da praia, uma das mais cosmopolitas Ipfe da «Côte d'Azur»

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promontórios, ora por praias lindas e garridas da preendeu, pois, fazíamos de Monte Carlo um juízo mais justificada atracção turística. bastante diferente, julgando tratar-se apenas de um A nossa primeira paragem fora em Nice, a aristo- centro de diversões mundanas ligadas ao seu famoso crática Nice dos Palaces, princesa do mar e da luz, Casino. Afinal, encontrámos também uma cidade cidade moderníssima e ao mesmo tempo tesouro de imensamente comercial, com moderníssimos estabele- Velhas recordações históricas que Vão desde as suas cimentos de toda a espécie, vendendo artigos — o reminiscências gregas até às guerras de Bonaparte. que ainda mais nos admirou —por preços muito mais Urbanisticamente, Nice é uma cidade lindíssima, com baixos do que em França (tome nota o leitor, para as suas elegantes avenidas, amplas e formosas, la- quando for até lá...). Todavia, a razão explica-se deadas de edifícios monumentais, onde se encontram em poucas palavras: no Principado de Mónaco não instalados, principalmente, hotéis de grande luxo. existem impostos de espécie alguma. Ninguém paga C mar, duma quietude impressionante e dum azul contribuições ou simples licenças camarárias, e daí o intensíssimo, entra por uma enorme baía ao longo da motivo dos artigos, a despeito de todo o luxo do local, qual se estende a famosa Promenade des Anglais — serem vendidos por preços mais baixos. Serviço militar quanto a nós a mais bonita e elegante artéria de toda também é coisa de que os monegascos estão livres, a Riviera francesa. por o mesmo não existir no país um país tão ex- A 37 quilómetros de Nice fica outra cidade-praia traordinário que até para os presos a existência de- não menos formosa: Cannes 1 A Cannes dos festivais corre num verdadeiro mar de rosas, pois o soberano de Mónaco, o Príncipe Rainer III, determinara que aos de Nice e de Cannes. Sobretudo as salas da ro- todas as celas da cadeia tenham ,. casa de banho e leta e do bacará, onde, aliás, se jogava fortíssimo e T. S. F.! não se lobrigava um único lugar Vago ! E, segundo Na Verdade, os 150 hectares que possui o Prin- nos informaram, desde as 10 horas da manhã cipado, constituem um oásis maravilhoso na nossa até às 6 do dia seguinte (hora a que fecha, ape- velha Europa, econòmicamente superestruturada, su- nas para efeito de limpezas), parece ser sempre perdirigida e... superexplorada por inúmeras divi- assim... sões politicas e aduaneiras. Dois dias passámos em Monte Carlo, mas não Quanto a beleza, Monte Carlo excedeu também o caímos em hipérbole se dissermos que os mesmos que prevíamos a seu respeito. É o que poderemos mais nos pareceram duas horas — tão Veloz corre o chamar um verdadeiro rincão edénico, constituído tempo nesse torrão de sonho. Mas, a dura realidade por lindas vivendas e grandes hotéis, situado na en- da hora do regresso havia soado. Era inevitável. Dei- costa dum alto penhasco cortado quase a pique sobre xámos assim Monte Carlo, Nice, Cannes, em suma, as águas calmas e cristalinas do Mediterrâneo. Basta toda essa deslumbrante Côte d'Azur, que jamais ol- subirmos aos terraços do Casino para gosarmos uma vidaremos. De novo a monótona sinfonia dos rails. paisagem de autêntica maravilha, como se sonhásse- De novo a caminho dos Pirenéus. Depois... a fron- mos... acordados. Sobre o seu famoso Cdsino dire- teira francesa... espanhola... portuguesa... E eis- mos que o achámos dum luxo requintado e superior -nos em !

— Inaugurou-se no passado dia 6 o serviço de comboios eléctricos entre Lisboa e Santarém, com horário melhorado. Entretanto, os trabalhos de elec- trificação até Entroncamento, que constituem a l.afase da adopção de tracção eléctrica na rede da C. P., prosseguem satisfatòriamente. — A reunião ordinária das comissões da União Internacional de Caminhos de Ferro (U. I. C.) reali- Por iniciativa da Companhia, foram criadas re- zar-se-á este ano, de 5 a 19 de Junho, em Budapeste. centemente comissões de estudo, tanto da Renfe como Nela tomarão parte técnicos da C. P.. da C. P., para, em reuniões periódicas a realizar al- — Realizou-se em 26 do mês findo a assembleia ternadamente em Madrid e Lisboa, se ocuparem de geral da Empresa Geral de Transportes, que aprovou todas as questões de interesse para ambas as redes, o relatório e as contas da gerência de 1957 e elegeu em assuntos relacionados com a unificação de mate- para a assembleia geral: presidente, dr. Bustorff rial a construir e em serviço. Silva; Vice-presidente, a «Sociedade Estoril»; Conse- A primeira destas reuniões efectuou-se em 25 do lho de Administração : presidente, Eng." Mário Cos- mês findo, em Madrid. A Comissão da C. P. é presi- ta, actual Administrador-delegado da C. P.; Vice-pre- dida pelo Subdirector Eng." Pedro de Brion e dela 0 08 sidente, Eng. Campos Henriques; Conselho Fiscal: fazem parte os Eng. Vasco Viana, da Divisão de Ma- srs. Mendes de Carvalho e Vasconcelos e Sousa e o terial e Tracção e Francisco Gavicho, da Divisão de Via e Obras. Da Comissão Espanhola fazem parte o vogal, Sr. Levindo Alves. Subdirector da Renfe, Eng.0 Luís Echano e os Eng.08 — Na última Conferência Ferroviária Espanha- Augustin Aleixandre e Pedro Solé, respectivamente -Portugal, foi resolvido que se fizesse a circulação do Departamento de Tracção e de Via e Obras da diária, todos os anos, do Lusitânia «Expresso», no Renfe. período de 30 de Junho a 1 de Outubro. ■sâv^isSS

4 carreira da equipa de futebcl do Na 2." volta - 2-3 em Torres Novas; 3-2 com o G. D. ferroviários do fntroncamento, União Operária; 2-3 com o Alferrarede; 1-2 em Tra- magal; 1-0 com o Alcanena; 2-2 em Benavente e 4-2 na presente época com o Almeirim. Tem tradições no futebol o «Ferroviários» do En- troncamento. Durante Várias épocas competiu no Cam- Até ao momento em que escrevemos, os futebolis- peonato Nacional da 2.a Divisão, mas em face da re- tas do Entroncamento obtiveram os seguintes resulta- modelação Verificada na orgânica das provas federa- dos no Nacional da 3." Divisão : tivas viu-se relegado para posição mais modesta. A representação da Associação de Santarém ficou con- 0-1 com o Benavente fiada aos «Leões», mas, por sinal, estes classificaram- 2-1 em Santarém (União Operária) -se na presente temporada em ultimo lugar, baixando 0-2 com o Águia Vilafranquense igualmente de Divisão. 3-3 com o Alhandra O Desportivo dos «Ferroviários» do Entroncamen- 1-4 em Alferrarede to tem sido um animador dos torneios regionais. Este 0-3 com o Olivais

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A equipa de futebol do G. D. Ferroviários do Entroncamento

ano, treinado pelo ex-jo^ador do clube Diamantino 3-2 em Torres Novas Timóteo, voltou a ter actuação de relevo na prova 3-2 em Benavente distrital, e em competição com mais 7 concorrentes 3-0 com o União Operária logrou qualificar-se para o Nacional da 3.a Divisão, 2-4 com o Águia Vilafranquense mercê de um magnífico terceiro lugar. Os resultados 1-1 em Alhandra alcançados foram os seguintes: Na 1." volta —0-0 com o Torres Novas; 1-1 em Em resumo, a equipa ferroviária teve começo Santarém, com o União Operária; 1-2 em Alferrare- pouco auspicioso mas com o decorrer da prova tem de ; 1-0 com o Tramagal; 1-1 em Alcanena; 6-1 com o melhorado de forma apreciável. Assim, era 11 jogos 12 Benavente e 0-1 em Almeirim, disputados, registou 4 vitória?, 2 empates e 5 derrotas. O de Sanía Luzia

O movimento de veículos sobre carris pode obter- Actualmente, encontram-se em serviço no nosso -se por três processos essenciais. Deles, o mais gene- País seis funiculares: três em Lisboa, explorados ralizado é aquele que recorre apenas à aderência e pela Companhia Carris e integrados na sua rede de que se pode utilizar sempre que não existam inclina- transportes citadinos; um em Braga, pertencente à ções de mais de 40°, sendo necessário, na maioria Confraria do Bom Jesus mas explorado pela Câmara Municipal, em regime de complemento dos seus trans- portes colectivos, auferindo aquela Confraria deter- minada renda pelo seu aluguer; outro, na Nazaré, ex- plorado também pelo Município; e, finalmente, ainda fZ or » um outro em Viana do Castelo, explorado pela C. P., de que nos Vamos ocupar em especial. Os primeiros elevadores — vocábulo que além dos

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L / iBSi % «é; Aspecto da estação inferior do funicular de Santa Luzia. Em 1.° plano, o seu pessoal de serviço

dos casos, a utilização da tracção eléctrica nas linhas com rampas cuja inclinação se avizinha daquele valor. No caso de mais fortes declives, podem empre- gar-se dois sistemas: um deles consiste em utilizar uma cremalheira, colocada no intervalo dos dois car- Um dos carros, na estação inferior ris de rolamento, na qual engrenam rodas dentadas existentes na parte inferior dos veículos motores, en- ascensores Verticais, designa também os funiculares - quanto no outro se consegue o resultado desejado construídos em Portugal, devem-se ao notável enge- por meio de cabos. nheiro português, descendente de pais franceses, Mes- Na primeira das categorias atrás citadas, inclui-se, nier de Ponsard (*). Foi ele quem construiu, em fins como é bem sabido, a quase totalidade de Vias férreas do século passado e início do presente, os elevadores do País e de viação eléctrica urbana, apenas com as da Glória, da Biblioteca e da Estrela, todos em Lis- excepções a seguir mencionadas que se classificam na boa, dos quais apenas subsiste o primeiro, o do Bom terceira das categorias referidas — os funiculares. E Jesus de Braga e o da praia da Nazaré, além do as- não temos em Portugal Continental exemplo algum de caminhos de ferro de cremalheira. Existe, contudo, um na nossa província de Angola ; o troço do Cami- (*) Sobre a vida e obra do engenheiro Mesnier de Pon- sard, ver o interessante artigo do eng." Frederico de Qua- nho de Ferro de Benguela entre as estações de S. Pe- dros Abragão «O elevador de Santa Justa», no «Boletim da dro e Lengue, que tem a inclinação média de 60°. C. P.» de Maio de 1942 (pág. 85). 13 censor de Santa Justa, na capital. Os elevadores da Bica e do Lavra, também situados nesta, são poste- J riores e foram construídos por firmas estrangeiras em 1926/28 e 1914 respectivamente. O funicular de Santa Luzia tem uma extensão de ■■ cerca de 650 ms. e facilita o acesso da estação de ■■ Viana ao Monte de Santa Luzia. Foi construído por iniciativa particular; mais tarde, explorou-o o Muni- cípio, têndo passado para a C. P. em 1951. Tem ape- nas duas estações: a inferior, adjacente à da e a superior no Monte de Santa Luzia. A via é m única, salvo na parte média onde existe um pequeno m troço de dupla via, para permitir o cruzamento dos dois carros: ascendente e descendente. Estes estão ■« is v'- ligados entre si por um cabo metálico de tal modo re- ■ KS2 gulado que, quando um dos carros está na estação in- ■M , i? ferior o outro se encontra na estação superior. Nesta, Ni existe um motor eléctrico destinado a fornecer unica- w mente a potência correspondente à diferença dos pe- mm sos ascendente e descendente e à perdida por atritos,

Um carro — o n.0 2 — em plena marcha

Visto o peso do carro descendente servir de força mo- triz para a subida do outro. Cada carro é acompanhado apenas por um agen- li te—o condutor que efectua em trânsito as cobran- ■ ças. Os preços das viagens, regulados pela Tarifa Es- pecial n.0 5 — Passageiros —é assaz módico : lS50para ■ ■ a subida e 1$00 para a descida, tendo as crianças di- reito à redução de 50 7o. O número de carreiras diá- ail&íl 1 ■ rias varia com a época do ano, A afluência é, natural- mente, máxima na época das festas da Senhora da Agonia. t : s- Ao tomar conta deste funicular a C. P. introduziu - v - nele importantes beneficiações que permitiram melho- mt rar consideràvelmente a sua exploração. Colaborou 'j assini com a notável intenção do município vianense 119 de valorizar turisticamente uma zona — como é a de Viana do Castelo — que bem merece, pela prodigali- t Vi ; i dade dos seus recursos naturais, tudo quanto contri- bua para fomentar, ainda mais, o seu progresso. Um troço da via do funicular, notando-se, no centro, os roletes de passagem do cabo Simões do Rosário

propriedade da Companhia dos Caminhos de Ferro O «Bolerim da C. P.» e a Imprensa Portugueses. A Imprensa do País tem, com frequência, feito Pela valiosa e variada colaboração que insere, amáveis referências ao «Boletim da C. P.», que muito tanto da especialidade como literária, o «Boletim da agradecemos e as quais não temos devidamente regis- C. P.'> impõe-se como uma publicação cheia de inte- tado, só por absoluta falta de espaço. resse, que se folheia e se lê com prazer e com proveito. Embora tardiamente, cumpre-nos o dever de agra- A sua apresentação gráfica é das melhores que decer ao jornal O Pejão, — mensário do pessoal das temos visto em publicações do género, inserindo, Minas do Pejão — a transcrição da crónica, aqui pu- ainda, muito boa fotografia. blicada em Fevereiro deste ano, do nosso colaborador «O Pejão», que do «Boletim» referido transcreve Dr. Ary dos S&x\\.os- De dentro para fora (Página ds neste seu número uma saborosa crónica do Dr. Ary memórias de Efigênio Camelo, natural da Lourinhã). dos Santos, a quem, para isso, pede a respectiva véniai A referida transcrição é acompanhada da seguinte no- deseja ao «Boletim da C. P.» a continuação das maio- tícia que, gostosamente, passamos a arquivar : res e melhores prosperidades, ao mesmo tempo que «Temos presente o n.0 344, referente ao mês de apresenta aos seus dirigentes as suas mais efusivas 14 Fevereiro do ano corrente, deste conceituado Boletim, saudações». Renovação das Pontos

da Linha da Ooíra Àlta

y — PONTE DO DÃO

Pelo Eng.° OSCAR AMORIM

Aponte ultimamente substituída, ao km. do Dão, fica substituído todo este grupo, e, 89,600 da linha da Beira Alta, trans- das seis pontes adjudicadas à Casa Krupp, põe o Rio Dão, afluente do Mondego. resta apenas a das Várzeas, em curso. — Esta ponte com a do Críz sobre o rio do mesmo nome, afluente do Dão, e ainda com a da Breda Vencendo o vale onde corre A ponte existente era diferente das outras a ribeira da Breda, por sua vez afluente do obras de arte desta linha. Era do tipo pórtico, Criz, pertencem portanto à mesma bacia hi- com tabuleiro médio. drográfica e à zona que ficará sujeita às inun- A estrutura era mais robusta; no entanto dações provenientes do regolfo da futura bar- esteve sempre incluída, desde as datas cita- ragem de Ovoa. das nos artigos anteriores, no plano de refor- A planta que reproduzimos, mostra a loca- ço, primeiro, e de substituição total, poste- lização dessa barragem próximo da foz do riormente. Dão, das pontes citadas e também os limites Durante esses períodos foi objecto de atu- da zona inundada (mais escura). rada vigilância — verificação frequente do ni- Constituem, como já referimos, o grupo velamento dos apoios da viga contínua, medi- de pontes entre Mortágua e Santa Comba da de deformações locais das suas peças, de Dão, cujos pilares foram construídos .de betão flechas verticais e horizontais, etc.. simples, precisamente por estarem lo'caIizados\ na zona inundada e portanto ficarem, num * * * futuro próximo, em grande parte submersos De todas as pontes, até agora substituídas — e com uma parte sujeita a alternativas de nesta linha, foi a que ofereceu maiores difi- submersão e emersão acompanhando as va- culdades de trabalho. riações do nível do regolfo da albufeira. Basta pensar que houve de construir pila- * * * res de betão, um dos quais com cerca de 50 Com a entrada em serviço da nova ponte metros de altura, situados no fundo de um rio

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Zona inundada pelo regol- fo da futura barragem de Ov|i>(X Nunca se registaram temperaturas abaixo de -f Io C., embora a do ambiente exterior registasse, por vezes, e, simultaneamente, — 3,5° C.. * * ^ A execução da estrutura metálica a cargo da Krupp também não foi isenta de dificulda- des devido ao perfil do terreno, cotas de tra- balho e vão central a vencer — 72,00 metros — sobre o curso de água. * * * O trabalho da ripagem fez-se em 21 de Agosto último, tendo assistido a ele, entre vá- rios Engenheiros da Via e Obras, o Eng.0 Fi- lipe Barata, Chefe do Serviço de Obras Me- tálicas, que representava a Divisão de Via e Obras. v; Estaleiro de margem A seta indica o tubo de descida do betão Os trabalhos realizados, além dos comple- tados em 1954, que constaram de terraplena- de regime caudaloso e abruptas margens ro- chosas. * * * Imagine-se a dificuldade em desmontar muitas centenas de metros cúbicos de granito rijo e abertura de fundações no rio, para a construção de novos pilares, sem poder lan- çar-se mão de outros meios que poderiam abalar a estabilidade dos pilares da antiga ponte então em serviço. i*EE| f ' Com o desnível e natureza de margens existentes, teve grande acuidade o problema da descida de materiais e do betão, dos esta- leiros para o fundo do vale. jBB vi Diversas soluções foi necessário adoptar, consoante os casos, construíndo-se estaleiros marginais e fazendo a descida em pequenos elevadores accionados por guinchos mecânicos ou, no caso do betão, em tubos metálicos. pkwM * * * A época de Inverno, com temperaturas ambiente negativas, impôs por sua vez uma í: * protecção especial às peças betonadas em execução. Sob essa protecção, e portanto no ambien- te artificialmente criado para a presa do be- tão se fazer com normalidade, a temperatura Cofragem e betonagem do 1.° pilar era verificada permanentemente com um ter- As setas indicam os tubos para descida do betão 16 mómetro de máximos e mínimos. -Para avaliar das suas dimensões compará-las com os operários que nele trabalham gens e construção dos desvios de serviço, po- ÍBÍIÍ%k der-se-ão assim resumir: li; li?" PONTE DO DÃO: -!V: Características da antiga ponte : — ponte de pórtico, tabuleiro médio. Viga contínua de 3 tramos: Dois tramos extremos de 56,50 m. de vão e o central com 75,00 m. (o maior em ; :: I * H :; Viga, recta existente em linhas portuguesas). p I i JÍÍB?V 11 ? Extensão total; 188,00 m. - i'(/w ^ À-é' Pilares metálicos com altura total máxima de cerca de 44,50 m. Características da nova ponte:—ponte de tabuleiro superior. Viga contínua de 3 tra- mos, de vãos diferentes: 1.°: 65,00 m.; 2.°: 72,00 m.; 3.°: 51,00 m. Extensão total: 188,00 m. ;; Dois pilares de betão simples com alturas liiiil de 45,97 m. e 29,67 m. incluindo as bases. iísiliiliiilrl! Trabalhos do 2.° Escalão — l.a Fase (exe- cutada pela C. P.) : - a)— Terraplenagens, desmonte de rocha muito dura, fundações para os pilares, bases de cavaletes de montagem e desmontagem; Uma fase da ripagem Ponte antiga já ripada (à direita), a nova (à esquerda) a entrar sobre o 2.° pilar Notar o corte e ripagem do antigo pilar metálico

b) — Construção de novos pilares; c)— Adaptação dos antigos encontros.

* * *

Os trabalhos de desmonte de rocha e de betonagem foram os de maior volume e neles r pesa, com valores elevados, a execução dos pilares. Nos encontros, os trabalhos atingem me- nores Volumes, mas eram mais complexos. w Para executá-los tiveram de se realizar apoios provisórios para a ponte em serviço — crian- do uma suspensão com vigas 1 de P N 55 e cavaletes. No lado de Vilar Formoso houve que es- vaziar todo o cofre, construindo nele a viga e o tirante pré-esforçado previsto no projecto :.r para amarração da nova ponte.

* * l." pilar depois de concluído. Cerca de 50,000 m. de altura Comparar com a escala humana dos operários que estão na base As bases de betão para os cavaletes de 1? montagem e desmontagem são em número de rios.— Dias de trabalho, 342; total de jor- 34 e semelhantes às das pontes já construídas. nais, 40.300. * * * * * * Os trabalhos iniciaram-se em 30 de Julho Os volumes dos trabalhos executados po- de 1956 e os de pré-ripagem estavam concluí- dem resumir-se em : dos em 30 de Julho de 1957. * * * Esca- Betão Betão Des- Caia- monte d) — Trabalhos de soldadura eléctrica exe- vação 250 kgs. 300 kgs. ções e de Rebo- cant. cutados pela Brigada n.0 1 do Serviço de Obra e cos alven." Obras Metálicas: m. c. in. c. m. c. m. q. m. c. — Colocação por soldadura de 586 esqua- — Encontros: dros nas longarinas para fixação das tra- Lado Pampilho- vessas ; sa — 1 9 45 74 — Soldadura de 30 juntas de carris sobre Lado Vilar For- a nova ponte. moso .... 484 — 43 29 142 n — 1.° pilar . . . 30 1.978 26 158 105 Trabalhos do 2°. Escalão — 2. Fase (exe- — 2.° pilar . . . 444 1,232 26 63 50 cutada pelos empreiteiros) — Cav. montagem 154 163 — — — Os trabalhos de montagem dos estaleiros — Cav. desmonta- foram iniciados em 25 de Fevereiro de 1957, gem .... 272 277 — — - os da nova estrutura em 25 de Março de 1957 Totais . . . 1.384 3 651 104 295 371 e concluídos em Agosto seguinte. íjí íjí Consumiram-se: Ponte de estrutura metálica, sistema S. K. R. — 470 vagões de areia com 3.100 m. c. — com tabuleiro superior. — 5.116 m. c. de brita para betão. Peso aproximado: 590 T. — 280 m. c. de pedra para alvenaria. * * * —1.390.000 kgs. de cimento normal. Trabalhos do 3.° Escalão — Ripagem e — 5,000 kgs. de cimento especial de presa., entrada em serviço. rápida em ensecadeiras. Primeiramente foi ripada a ponte antiga, e Empregou-se uma média de 129 operários só depois desta se ter deslocado transversal- dia útil, com o máximo de 197 operários diá- mente e estar sobre os apoios de desmonta-

i. ■:

■AT Ao iniciar a ripagem 7 7 A antiga ponte, de pórtico, ainda no seu lugar, a nova ao lado direito, de tabuleiro *; superior

* «to o «i L ■ > h*

sâm: I 5CH 38 i miã outro selo de 80 c. (Figura B), mas de cores diferen- VE tes; e ainda mais dois, de 25 c. e 1|40 (Figura C), re- presentando um comboio no porto da Beira. Comemorando a inauguração da ponte sobre o rio Zambeze apareceu em 1935 um selo de 1$00, e em ILATELIA 1937 um de 5|00 (Figura D). Nova emissão do Continente No dia 7 de Abril findo começou a circular no ii Continente uma nova emissão, comemorativa da par- Temática Ferroviária ticipação portuguesa na Exposição Universal e Inter- nacional de Bruxelas. Os primeiros selos portugueses da temática fer- roviária foram emitidos no Ultramar pela extinta Com- panhia de Moçambique, ao tempo concessionária dos m territórios de Manica e Sofala. *>» '.'Cç > - v .c oo — s : 7-ABM5» c;

Esta série tem dois valores — 1|00 e 3$30 —, e a tiragem de 8 e 2 milhões, respectivamente. O desenho é da autoria de José de Almada Negreiros. No primeiro dia de circulação foi aposto um ca- rimbo especial em Lisboa e no Porto. Recenseamento filatélico -SC;':': Desejam permutar : JOÃO DUARTE PINTO OSÓRIO, Rua O, Vi- venda Tó Manei — Algueirão. JOSÉ DE MATOS SERRAS, Rua Dr. António José de Almeida, 4 C. r/c. — Barreiro. De 1918 a 1925 circulou uma série de motivos in- dígenas, cujas taxas de 7 c. e 15 c. (Figura A) e de Convidam-se todos os ferroviários filatelis- 10 c. e 80 c. (Figura B), apresentam assuntos ferro- tas a dirigirem as suas inscrições para este viários. De uma série em curso de 1925 a 1931 fazia parte recenseamento do BOLETIM DA C. P.

gem, se fez a ripagem da nova ponte para a * * * sua posição definitiva. Seguiu-se o trabalho de preparação da ri- * * * pagem da nova ponte que teve o seu início às Como habitualmente, as translacções fo- 12 H — 20 m. e terminou às 13 H — 11 m., de- ram comandadas por guinchos manuais: 4 na morando 51 m. para percorrer 8,00 mts., ou ponte antiga, estando 2 nos encontros e 2 seja uma média de 0,157 mets./minuto. * =k * sobre os pilares; 4 sobre a nova ponte — 2 nos extremos e 2 segundo o eixo transversal Executaram-se depois os trabalhos de ali- dos novos pilares. nhamentos transversal e longitudinal, coloca- ijc * * ção de aparelhos de apoio, rebaixamento e A deslocação fez-se nos pilares sobre ro- finalmente a via aberta à circulação às los, e nos encontros, por deslizamento sobre 18 H —50 m. carris. Esteve assim a circulação interrompida en- * * * tre Mortágua e Santa Comba Dão, das 6 H A via foi cortada às 6 H do dia 21 de às 18 H — 50 m., ou sejam 12 H—50 m. Agosto de 1957, tendo o trabalho de prepara- O primeiro comboio a passar foi o merca- ção durado até às 9 H — 50 m. dorias 31.206 às 18 H —55 m. Às 9H — 53 m. iniciou-se a ripagem da Em 5 de Outubro de 1957 foi retirado o ponte antiga, que se concluiu às 10H —27m. afrouxamento de 10 km/H e dada a via livre Portanto, 54 m. para percorrer 7,0 m. sem qualquer restrição, jív c?® ' ^ *^ o o v- ,<> ' ^ tf» t oíl CÍllí 0 N cf êmM

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O problema ferroviário espanhol inquietante, mas nenhum meio de transporte pode hoje eliminar os demais. analisado em seis perguntas e vinte e quatro respostas A 5." — A eléctrica, porque se nutre de fundos na- cionais e a sua base económica é mais favorável. O jornal espanhol «Encuesta de Pueblo», publi- A d." — Desde que possua todo o tráfego que cou recentemente um questionário de 6 importantes por índole lhe compete, modernizando os elementos perguntas ferroviárias dirigidas pelo jornalista Juan de exploração e criando tarifas apropriadas, o com- Francisco Puch a 4 personalidades de relevo ligadas boio deixará de ser deficitário. ao caminho de ferro de Espanha. Não resistimos à tentação de aqui as transcrevermos pelo interesse A segunda personalidade, o Eng.0 Alexandre que a alta categoria dos entrevistados lhes empresta, Goicoechea, inventor do comboio Talgo, respondeu e pela curiosidade que, para nós ferroviários, natu- assim: ralmente constitui o conhecimento destas questões À 1." — Fazendo circular comboios cada vez mais tão actuais e importantes — que se Verificam igual- Velozes, seguros e económicos. mente no nosso País, com idêntica acuidade. A 2.a — Sim, as composições enormes e pesadas Perguntas: devem dar lugar a veículos com rodas livres e taras 1." — Em que sentido devem evoluir os cami- ínfimas. nhos de ferro espanhóis P A 3." — Não. A circulação em linhas de bitola 2." — A chamada «técnica ligeira» deve substi- diferentes não constitui problema para os Veí- tuir a i-pesadaD ? culos ligeiros de rodas ajustáveis. 3." — Se a Espanha ingressar no Mercado Co- A 4." — Se o caminho de ferro não recorrer a mum Europeu, haverá que modificar-se a actual novas técnicas, morrerá! bitola de linhas ? A õ.a — Ainda que a electrificação seja compatí- 4.a — Poderá inquietar o caminho de ferro a vel com a técnica ligeira, é preferível a tracção die- concorrência que lhe faz a camionagem e o avião P sel, prescindindo-se em absoluto da tracção a vapor. 5." — Quanto à tracção ; será preferível a eléc- A 6." — Sim. Demonstram-no bem os Talgos, trica à de combustível P cuja brilhante experiência seria ainda superada se se 6.a— Quando se conseguirá que o caminho de aplicassem a todos os transportes de passageiros e ferro cubra as suas próprias despesas, deixando mercadorias. de ser um transporte deficitário P A terceira personalidade, o Prof. Dr. Rafael 0 Diaz-Llanos, presidente do Colégio Nacional de Eco- A primeira personalidade entrevistada, o Eng. nomistas, disse: José Maria Garcia Lomas, professor catedrático de A Encerrando as linhas deficitárias, como L Caminhos de Ferro da Escola Superior de Enge- aliás se está procedendo nos E. U. A.. ' nharia de Madrid e Vice-presidenle do Conselho de A 2." — O grande Volume de transporte que aflui Administração da Renfe, respondeu às perguntas cita- ao caminho de ferro é o de mercadorias — razão que das da seguinte forma: exige a continuação da adopção da «técnica pesada». À 1." — Aplicando técnica moderna a toda rede A 3.a—É problema dificil, tècnicamente. Será ferroviária e criando massas de tráfego transportá- preferível adoptar-se, em mais larga escala, as com- veis por um custo unitário mínimo. posições de eixos ajustáveis. Sim, sempre que seja possível e fácil. À 4.a — A estrutura da Espanha aconselha o Mas repare-se, a transformação dos parques é cus- transporte por estrada, com preferência por auto- tosa e só exequível a largo prazo. -estradas, e a ela devem subordinar-se os demais trans- À 3.a — Não é preciso ! Os vagões de eixos in- portes ; quanto ao avião, absorverá cada dia mais termudáveis, criação espanhola, chegam a todos os passageiros. mercados Europeus. A 5." — A eléctrica, ainda que hajam locomoti- 20 À A" —Toda a concorrência é, naturalmente, vas que produzam energia para a sua própria tracção. À 6." — Incrementando os transportes e proce- ao que transporta por estrada. Que se não esqueça a dendo-se a uma reforma administrativa e técnica-eco- imensa economia que deste facto resulta... nómica. ÀS." — Não nos sobrando energia hidráulica Por último, a quarta personalidade entrev'stada, não nos parece oportuno glorificar, por enquanto, o Lucas Maria d'Oriol, Director de importante fábrica quilovátio na tracção ferroviária. de material ferroviário, afirmou ; À 6." — É absolutamente necessário que o cami- À 1." — Fazendo mobilizar as possibilidades in- nho de ferro viva por si, sem amparos e subsídios dustriais de construção e os auxílios financeiros ne- governamentais. Logo, há que tornar realidade essa cessários. necessidade. À 2.a — Sim. Rebocar um quilograma desnecessá- E o jornalista Juan Puch, termina da seguinte rio é sempre um desperdício. A técnica ligeira não é forma a curiosa análise do problema ferroviário es- utopia, é uma realidade 1 panhol : À â." — Teòricamente é desejável a unidade da A exploração económica dos caminhos de ferro troca que tècnicamente é possível. Deve no entanto constitui hoje preocupação dominante para os go- o incremento da circulação, ao suprimir-se o obstá- vernos de quase todos os países, A culpa das ex- culo da diferenciação de bitolas e a economia por plorações deficitárias tem um nome: a evolução supressão de transbordos, justificar, obviamente, a dos tempos. Mas será nela, no entanto, que se irá inversão. encontrar a almejada solução para um problema  4.a — Se os ferroviários quiserem, podem bem que trará a recuperação da economia ferroviária, competir, sem complexos de inferioridade, com a ca- guindando o comboio ao lugar de honra que lhe mionagem. Atente-se que um H. P., em caminho de compete — e a que tem inteiro jus — no quadro ferro, pode deslocar uma massa dez vezes superior conjunto de todos os demais transportes.

O progresso de uma nação depende da capacidade do seu sistema de transporte.

NOVIDADES FERROVIÁRIAS A Divisão de Via e Obras dos Caminhos de Ferro Britânicos, con- cebeu e pôs recentemen- te ao serviço um veículo especial destinado à ins- pecção de pontes e via- dutos e que é único, no género, em todo o Mun- do. Montado, com se vê, sobre um vagão aberto especial, o braço arti- culado, em cuja extre- midade está a cabine para os inspectores, per- mite observações a 8,7 metros abaixo do nível mk dos carris e atingir, de- baixo dos arcos, pontos situados a 4,5 metros das paredes exteriores das obras de arte. m Esta é mais uma en- A •. genhosa invenção dos técnicos do Caminho de Ferro que bem atesta o extremo cuidado que r lhes merece a segurança das circulações. 21 FEM/JV/MOS notas £ modqs \ ? Wy x. Por CAROLINA ALVES

A moda ii Os grandes costureiros não se cansam de ideali- zar e lançar a moda no mundo elegante. São verda- deiros génios inventores. As suas criações têm sem- ■ pre novidade e interesse para a mulher. Nas últimas I fe passagens de modelos efectuadas nos seus salões, i ■ têm feito exibir a nova linha — trcpáa/o — que tem ■ ::: despertado a admiração de todos. Os ombros são es- li treitos, a saia curta de 48 a 50 cms. do chão. Reapa- I rição de blusas de seda ou organdi, cintos plissados, saias tufadas, largas, pregas fundas e sobem acima Um bonito vestido da cintura. Saia-casaco — as costas são largas e a frente ajus- põe sobre um tabuleiro e metem-se em forno forte tada à cintura. para corarem ràpidamente. Quando corados, volta-se «Tailleurs» — são sem aba e as saias são de sino para corarem da parte de baixo. ou pregueadas. As mangas pregadas em bico. Casa- Põem-se então dentro de um tacho, regam-se com cos — estilo-bolero. dois decilitros de água, dois decilitros de vinho bran- Vestidos-camisa — caindo a direito, deixando adi- co, junta-se uma cebola pequena picada e umas pita- vinhar o corpo sob os franzidos ou os drapeados das das de pimenta em pó. costas. - Tapa-se o tacho e deixa-se ferver em lume muito Em tudo está imprimido um ar juvenil, desde o brando até os frangos estarem estufados. Depois de casaco ao vestido. prontos, junta-se-lhe mais um pouco de manteiga e As cores são claras, suaves ou azul marinho. sumo de limão. Muitos brancos, azuis e rosa. Na ocasião de servir, dispôem-se numa travessa Vestidos curtos, bordados, ornados de recortes, aquecida e guarnecem-se em volta com palitos de pão de organdi bordado, de «mousseline», ablusados com branco, fritos em manteiga. cinto, cavados na frente, enquanto que as costas flutuam. Pudim de chã Decotes grandes e golas bastante afastadas do Chá verde, bom, 100 gramas; açúcar refinado, pescoço. O peito apertado, achatado, os corpos com 150 grs.; leite, três decilitros; gemas de ovos, oito. pinças longas. Escaldam-se as folhas do chá com o leite a ferver O cinto só deve marcar a frente dos vestidos. A e tapam-se. Deixam-se assim de infusão um quarto cintura tão depressa sobe como desce abaixo das an- de hora. cas. O estômago é cavado. Muitos «empiècements», Batem-se as gemas com o açúçar até engrossa- luvas muito curtas, «cannotiers» de palha ou chapeli- rem ; coa se o chá, que se liga com as gemas, depois nhos postos para trás ; muitos lacinhos, saias de tule de completo arrefecimento. e muitos vestidos plissados desde o ombro e a alarga- Coze-se em forno de calor moderado, numa forma rem para baixo. bem untada com manteiga (Forma com 14 centímetros de diâmetro e oito de altura), Frangos corados e estufadas

Depois de preparados, cortam-se dois frangos pe- Embora tropeces, não desistas do teu quenos em duas partes, lavam-se, enxpgam-se em pa- propósito. nos, esfregam-se com sal fino e limão, barram-se com Shakespeare 22 manteiga, colocam-se em cima de uma grelha, que se AGENTES OUE COMPLETARAM 40 ANOS DE SERVIÇO ■■Mj Jorge da Conceição Soares— Manuel Miguel Romão —Che- • Inspector do pessoal de Trens e fe de estação de 2." classe em A* revisão de bilhetes em Lisboa. Barreiro. Admitido como prati- U» ^ Admitido como carregador even- cante de estação em 8 de Dezem- tual em 30 de Setembro de 1917, bro de 1917, foi promovido a fac- passou a praticante de estação tor de 3.a clãsse em 28 de Novem- em 27 de Outubro de 1919, e no- bro de 1919, a factor de 2.a classe meado aspirante em 2 de Junho em 21 de Junho de 1923, a factor de 1924, foi promovido a revisor de I.a classe em 24 de Dezembro de bilhetes de 2.a classe em 25 de 1926, a chefe de 3.a classe em de Maio de 1925, a revisor de l.a 1 de Janeiro de 1943, e a chefe classe em 1 de Janeiro de 1928, a de 2.a classe em 1 de Dezembro revisor de bilhetes principal em 1 de Janeiro de 1945, de 1952. Em Virtude do A. C. T., passou a chefe de e a Subinspector do pessoal de trens e revisão de bi- estação de 2.a classe, a partir de 1 de Julho de 1955. lhetes em 1 de Janeiro de 1952. Em virtude do A. C. T., passou a Inspector do pessoal de trens e revisão a partir de 1 de Julho de 1955. Manuel Rodrigues Martins — Alberto José da Silva — Con- Factor de 2.a classe em Santa Vi- dutor de 2.a classe em Campa- tória. Admitido como praticante nhã. Admitido como carregador m em 28 de Dezembro de 1917, foi eventual em 22 de Dezembro de promovido a factor de 3." classe 1917, nomeado carregador em 1 em 28 de Novembro de 1919, e a de Julho de 1927, promovido a factor de 2.a classe em 18 de guarda-freios de 3.a classe em 1 Agosto de 1925. de Outubro de 1929, a guarda- freios de 2.a classe em 1 de Julho de 1944, a guarda-freios de l.a m classe em I de Julho de 1947, e a condutor de 2.a classe em 1 de Janeiro de 1952. Maria dos Anjos Pereira — Leonor Nunes — Guarda de Guarda de P. N. do distrito 75 — P. N. de l.a classe do distrito Avanca. Admitida como guarda 2/5.a Secção — Bombaral. Admi- de P. N. em 25/8/917; foi promo- tida como guarda de P. N. em vida a guarda de P. N. de l." 21/8 917; foi promovida a guarda classe em 1/7/955. de P. N. de l.a classe em 1/7/955.

António Rodrigues—Subchefe José Beja dos Santos - Chefe de distrito 34 — Santa Eulália. de lanço de l.a classe da 7.a Admitido como assentador em Secção — Ponte de Sor — Admi- 21/9/917; foi promovido a subchefe tido como assentador em 21/10/917; tT' de distrito em 21/5,925. passou a subchefe de distrito em 21/2/923; a chefe de distrito em 21/11/927; chefe de lanço de 2.a classe em 15/5/937 e finalmente a chefe de lanço de l.a classe em 1/1 949. À\ Emílio F. Rocha — Chefe de Moisés de Oliveira Calado — distrito 34 — Santa Eulália. Admi- Chefe do distrito 79 — Espinho. tido como assentaUor em 21/9/917; Admitido como assentador em passou a subchefe de distrito em 21/9/917; passou a subchefe de -r; 21/3/921 e a Chefe de distrito em distrito em 1/2/922 e a chefe de 1/6/925. distrito em 1/10/929. Júlio Paulo de Carvalho António Osório Pena — Sub- Chefe de Secção do Serviço da chefe de escritório do Serviço da Fiscalização das Receitas no Ser- Fiscalização das Receitas (Recla- viço Central em Lisboa P. Admi- mações) em Lisboa P. Admitido tido como praticante em 15 de como servente auxiliar em 10 de Janeiro de 1918, nomeado aspi- Janeiro de 1918, passou a empre- rante em 1 de Julho de 1919, foi gado de escritório de 2." classe promovido a factor de 3.a classe em 1 de Novembro de 1924, a m. em 1 de Janeiro de 1920, a factor empregado de l.a classe em 1 de de 2.a classe em 1 de Abril de 1923, Janeiro de 1930, empregado prin- e a factor de l.a classe em 1 de cipal em 1 de Janeiro de 1937, a Janeiro de 1936, passou a empre- Chefe de Secção em 1 de Janeiro I gado de 2." classe em 1 de Janeiro de 1944, e a Subchefe de Repar- de 1939, a empregado de l.a classe em 1 de Janeiro t ção em 1 de Janeiro de 1952. Em virtude do A. C. T., de 1945, e a Chefe de Secção em 1 de Janeiro de 1949. passou a Subchefe de escritório, a partir de 1 de Julho de 1955.

AGENTES OUE PRATICARAM ACTOS DIGNOS DE LOUVOR

Manuel Jacinto — Subchefe do Victorino Pereira Lopes — distrito 80 (Granja), que demons- Assentador de l.a classe do dis- trou grande dedicação e interesse trito 416 (S. Pedro da Torre. Em pelo serviço, quando, em 22 de 4'11, ao Verificar que ao km. |V Agosto, ene ntrando-se a cultivar 124,500-Minho se encontrava uma ■ m um terreno seu, ao verificar que árvore caída na linha, a qual im- ipipsí; uma carruagem do comboio 4 se- pedia a circulação dos comboios, guia com os cepos a deitar faísca tomou imediatamente providên- e com uma barra de rojo, pronta- cias para a paragem do comboio mente se dirigiu ao telefone da 5221 que se aproximava, e proce- P. N. do km. 321,702-Norte a-fim- deu à remoção da árvore. -de comunicar o facto e pedir providências. António Francisco Ferreira Feliciano Pereira — Chefe do — Assentador de 1.° do distrito distrito 2-Corgo (Carrazede). Ao 2-B. A. (Costeira). Em 15 de Outu- ter conhecimento de que entre os bro quando se encontrava de fol- kms. 18,400 e 18,500-Corgo lavrava "wp ga, ao notai que ao km. 6,892-B. A. incêndio nas travessas da via, se encontrava um carril partido, prontamente se dirigiu ao local prontamente fez a sua ligação com do incêndio e procedeu à sua ex- 2 barretas, evitando assim um tinção. possível acidente.

José Maria de Oliveira —Even- Manuel Augusto Taveira — tual da 10.a Secção (Régua). Ao Servente auxiliar da 10.a Secção ter conhecimento de que entre os (Régua). Ao ter conhecimento de kms. 18,400 e 18,500-Corgo lavrava que entre os kms. 18,400 e 18,500- incêndio nas travessas da Via, -Corgo, lavrava incêndio nas tra- prontamente se dirigiu ao local vessas da via, prontamente se di- do incêndio e procedeu à sua ex- rigiu ao local do incêndio e pro- tinção. cedeu à sua extinção. m

SUMÁRIO CAMINHOS DE FERRO DAS NUVENS Jí- AINDA A PONTE «MARIA PIA», pelo Eng.» Frederico de Quadros Abragão OS NOSSOS CONCURSOS ^ DOS PIRENÉUS AOS ALPES, PELA «CÔTE D'AZUR», por Eduardo O. P. Brito & NOTICIÁRIO DIVERSO ^ GRUPOS DESPORTIVOS FERROVIÁRIOS )$• NOS BASTIDORES DO NOSSO MEIO - O FUNICULAR DE SANTA LUZIA 4 O «BOLETIM DA C. P.» E A IMPRENSA RENOVAÇÃO DAS PONTES DA LINHA DA BEIRA ALTA, pelo Eng.0 Óscar Amorim FILATELIA DOS JORNAIS «■ NOVIDADES FERROVIÁRIAS & APONTAMENTOS FEMININOS - NOTAS & MODAS, por Carolina Alves %■ PESSOAL NA CARÁ : «Destino sem fim», de Victor Manuel Chagas dos Santos