■ -?■ à LEITOR i O melhor serviço que podes prestar ao «Boletim da C, P.» é angariar novos assinantes. Serás, assim, o BOLETIM DA GR nosso melhor colaborador. N.0 283 JANEIRO 1953 ANO 25.° / FUNDADOR 1 ENG.° ALVARO DE LIMA HENRIQUES PROPRIEDADE! DIRECTOR ADMINISTRAÇÃO da Companhia dos Caminhos Eng.0 Roberto de Espregueira Mendes Largo dos Caminhos de Ferro de Ferro Portugueses EDITOR: ANTÓNIO MONTES —Estação de Santa Apolónia Composto e impresso na Tipografia da «Gazeta dos Caminhos de Ferro», R. da Horta Eeca, 7 — Telef. 20158— LISBOA iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiniiiim^

No limiar de um novo ano

de existência e actividade

COM o presente número, o «Boletim da C. P.» entra no 25.° ano

da sua existência. Fundado pelo anterior Director-Geral

Sr. Eng.0 Álvaro de Lima Henriques, nunca deixou de estar,

até hoje, ao serviço dos ferroviários, constituindo ao mesmo tempo um

instrumento de cultura e um elemento de ligação entre dirigentes e

dirigidos, fortalecendo-se e estreitando-se, assim, os laços de amizade

e camaradagem entre todos os componentes da grande família que

trabalha nos caminhos de ferro.

O «Boletim da C. P.», cujas colunas estão sempre abertas de par

em par a todos os seus assinantes, já pode orgulhar-se de uma obra de

cultura, de camaradagem e de solidariedade, e certamente continuará

a contar com o espírito de compreensão dos ferroviários portugueses,

a quem dirige os seus sinceros cumprimentos de Boas Festas, fazendo

ao mesmo tempo os mais veementes votos de felicidades no Novo

Ano de 1953.

1 Os Homens da Ponte Maria Pia

ii

Gustavo Eiffel

Pelo ENG.0 FREDERICO ABRAGAO Chefe do Serviço de Obras Metálicas

Onome de Eiffel desperta, desde logo, cidade até 1850, data em que veio pára no nosso espírito, duas imagens; Paris a fim de cursar, na Escola de Santa uma, a da imponente torre do Bárbara, dois anos de preparatórios. Campo de Marte, em Paris; outra, Em 1852 tentou, sem 'êxito, a admissão mais perto de nós, a da ponte Maria Pia, na Escola Politécnica, o que mais uma vez sobre o Douro. vem lembrar que nâo sâo as escolas que A primeira sintetiza, como alguém já lhe formam os grandes homens, mas a sua pró- chamou, «o que poderá considerar-se como pria personalidade. a moderna idade do Entrou, então, para ferro» ; a segunda foi a Escola Central de inquestionavelmente, na Artes e Manufacturas, sua época, a expressão da qual saiu, em .1885, máxima da técidca, do com 23 anos incomple- arrojo e da larga con- tos, sobraçando o diplo- cepção, e é hoje ainda - ma de Engenheiro quí- uma das mais notáveis mico. obras-de-arte do seu Cgm esse diploma, género. quis Eiffel ir trabalhar Se o engenheiro Ma- para uma fábrica de nuel Afonso de Espre- produtos químicos de gueira foi o homem que, seu tio Mollerat; nâo o com larga visão, deli- tendo conseguido, en- neou a directriz geral trou para o serviço de para solução do grande Charles Nepveu, enge- problema da ligação nheiro construtor de com o Poito, Eiffel foi material e trabalhos de o cérebro e o engenho caminhos de ferro, que conceberam e rea- como seu secretário pes- lizaram a monumental soal, com o vencimento obra que permitiu trans- Êng.» GUSTAVO EIFFEL de 150 francos. por, com elegância, le- Nepveu encarregou- veza e até aparente faci- o de estudar, em espe- lidade, aquele profundo fosso, de margens cial, as fundações em leitos de rios. Parece escarpadas, que é o rio Douro entre a Serra ter sido esta circunstância, aparentemente do Pilar e o Monte do Seminário. fortuita, visto que Eiffel naturalmente se * * destinaria a ramo de actividade bem dife- Nasceu Gustavo Eiffel em Dijon, em 15 rente, que terá decidido da sua carreira de Dezembro de 1832. futura. Fez os seus estudos no liceu daquela Maus negócios obrigaram Nepveu a Ponte do Lima — Viana do Castelo

reduzir as suas oficinas e pessoal; mas de ferro fundido cheios de betão) levou ape- Eiffel, apaixonado decerto pelos seus tra- nas dois anos e terminou sem o menor aci- balhos e cheio de admiração pelo seu che- dente: o nome de Gustavo Eiffel começou fe, pediu-lhe que o deixasse continuar a a cotar-se como o de um grande engenheiro trabalhar com êle, mesmo sem vencimentos. construtor. E, íassim, como [Nepveu tivesse conse- Outros trabalhos se seguiram, cOmo o guido fundir, pouco tempo depois, a sua da ponte sobre o Nive para o caminho de casa com a sociedade belga denominada ferro do Midi, em Bayonne; as pontes de ^Compagnie Générale de Matériel de Che- Oapdenac sobre o Lot e de Floirac sobre o min de Fer», Eiffel foi nomeado chefe do Dordogne, na linha Paris Toulouse, serviço de Estudos das Oficinas de Paris. É então (1867), que Eiffel funda a sua É, então, que o grande engenheiro vai casa de Levallois-Perret, perto de Paris, revelar, pela primeira vez em uma grande obra, o seu gran- de talento e competência téc- uica: aquela companhia fôra encarregada, nesse ano de 1858, da construção da grande ponte sobre o Garona, em Bordéus, ua linha férrea de Orleans; era uma obra de grande vulto, das mais importantes dessa epoca, com seis pilares a 25 uietros abaixo do nível de água 6 nos quais se ia fazer uma das primeiras aplicações das fundações por meio de ar com- primido. O conjunto do trabalho, incluindo toda a parte metá- lica (grande ponte de 500 me- tros em 7 tramos, com pilares Ponte do Lima em Viana do Castelo 3 que se havia de tornar na famosa tCasa buleiros laterais os métodos, que anterior- Eiffel». mente havia concebido, E os seus trabalhos, da maior enverga- A ponte Maria Pia, foi, assim, o ponto dura e verdadeiramente notáveis, seguem de partida para uma série de arcos notá- em ritmo crescente. Assim, a Companhia veis, como o viaduto de Garabit, com 165 dos Caminhos de Ferro de Orléans encar- metros de abertura e transpondo a garganta rega-o de estudar e apresentar projectos de de Truyère a 120 metros de altura; a ponte viadutos, cora altos pilares metálicos, para de Szeguedin, na Áustria-Hungria (arco pa- a linha de Gannat a Commentry e da cons- rabólico de 110 metros de corda); a ponte trução de alguns deles. das Messageries, em Saigão, etc.. Dedica-se, então, Eiffel à concepção e Entre nós, deixou Gustavo Eiffel algu- estudo dos altos pilares metálicos e traz à mas das suas notáveis realizações, não só solução desse problema algumas importan- na ponte Maria Pia, como nas pontes da tes inovações, como seja a substituição do , nas pontes de Caxias e ferro fundido pelo ferro laminado e consti- Oeiras, na linha de , nas pontes do tuídos por quatro pernas, com secção em Cávado e do Lima, na , tendo forma de caixão, às quais se ligam fortes sido nos pilares desta última que foi apli- barras de contraventamento. cado, pela primeira vez em , o pro- cesso da fundação por ar comprimido, a É o tipo que, com mais ou menos modi- profundidades entre 20 e 23 metros. ficações, empregou na ponte Maria Pia, nas Mas, além das pontes que construiu, e pontes da Beira Alta e, um pouco mais tarde, cuja tonelagem se eleva a mais de 50 milhões no viaduto de Garabit. de quilogramas, espalhadas por Portugal, Es- Outro problema, a cujo estudo se dedi- panha, França, Suiça, Itália, Hungria, Ro- cou, foi o da lançagem de pontes e também ménia, Áustria, Rússia, Grécia, Sérvia, Indo- aí o seu engenho concebeu processos que china, Argélia, Egipto, Manilha, Perú, Bo- permitiram construções que, antes dele, se lívia, Eiffel construiu grande número de considerariam impossíveis, como o viaduto edifícios públicos, com uma tonelagem total sobre o Sioule (1868), a ponte de Tarbes, a pouco inferior à das pontes, tais como a 80 metros acima do nível do rio, a ponte notável Galeria das Máquinas da Exposição sobre o Tejo na linha de Cáceres, em Espa- Universal de Paris, com grandes asnas em nha, etc.. arco, o Pavilhão da cidade de Paris e Grande Outro processo de lançagem foi aplicado Galeria na Exposição de 1878, a cobertura pela primeira vez por Eiffel na ponte de da estação de Pest, na Hungria, a Cúpula Tan-An, na Oochinchina, fazendo se aquela do Grande Equatorial do Observatório de operação simultânearaente de uma e outra Nice, com 22,m40 de diâmetro e uma massa margem, em «porte-à-faux», e encontran- superior a 100T, a ossatura metálica da cé- do-se os dois troços ao meio do vão sem lebre estátua da Liberdade, de Bartholdi, apoio interménlio. Este processo foi depois com 46 metros de altura, à entrada do empregado também por Eiffel no viaduto de Nova Iorque, as colunas do canal do do Oise, em França, e nas pontes de Ben- Panamá, etc. -Luo, na Oochinchina, e de Cobas, nas As- Finalmente, a imponente torre do Campo túrias, etc. de Marte, com os seus 300 metros de altura, Influenciado, ao que parece, pela solu- e que ficou conhecida por «Torre Eiffel». ção anterior para vencer os grandes vãos, Nos últimos anos da sua vida dedicou-se dedica-se Eiffel ao estudo dos grandes arcos a investigações científicas, começando pelo metáticos. E é na nossa ponte Maria Pia, na estudo da influência do vento sobre as qual a linha devia passar a 80 metros acima grandes construções, a que se seguiram es- do nível do rio, que Eiffel efectiva a pri- tudos metereológicos, das leis da Aerodi- meira e tão notável realização com o ele- nâmica, etc. gante e arrojado arco de 160 metros de corda, Para estudar o coeficiente do esforço 4 aplicando, por sua vez, à lançagem dos ta- do vento sobre uma superfície, imaginou — _ pelos seus trabalhos científicos e pelo Laboratório Aerodinâmico, que orga- nizou à sua custa, fixou no mundo e para o mundo inteiro, as regras da Aeronáutica».

Nâo sei se é lícito acrescentar a este despretencioso esboço biográfico uma nota, de carácter pessoal e simples curiosidade, a que se referia, há alguns anos, um dos nossos jornais. Eiffel chegara a Portugal per altura de 1875. Entre os trabalhos que, por essa época, aqui dirigia, contava-se a ponte sobre o Cávado, em Barcelos e, por isso, estabele- cera residência na humilde mas pitoresca povoação de Barcelinhos. Apreciava a vida simples daquela boa gente, comprazia-se na sua convivência, interessava-se pelos seus í usos e costumes, pela etnografia da região ■; si e parece que «aos domingos nâo desdenhava acompanhá-los às boas adegas da região, na mais amistosa camaradagem». m é I Ora conta-se entre aquela boa gente, que, durante os trabalhos de fundação de um dos pilares da ponte, um velho lavrador, dos muitos com quem cavaqueava, o avi- PARIS - A Torre Eiffel sara das cheias traiçoeiras do, rio. Eiffel ter-se-ia rido, seguro de si e dos seus tra- balhos e falando daquele rio como sendo um aparelho caindo verticalmente do se- capaz de o canalizar nos canos das suas gundo andar da torre Eiffel e quo registava altas botas. Mas, chegado o inverno, veio todas as variações de velocidade e dos es- uma daquelas cheias torrenciais, ali táo fre- forços durante a queda; criou, em 1906, quentes, e destruiu e arrastou para muito uml aboratório no Campo de Marte, era Paris; longe quase tudo o que estava feito! instalou, em 1912, em Auteuil, um laborató- Precalços que sucedem aos melhores... fio de Aerodinâmica, que dirigiu até 1921, Durante a sua permanência em Barceli- E as experiências e investigações efectua- nhos viveu em uma casa próximo da igreja das nesse laboratório, que montou à sua paroquial, quase vizinho do Dr, José Joa- custa e dirigiu, foram de tal importância quim Pereira Lopes de Albuquerque que, que permitiram ao Subsecretário de Estado tendo emigrado para França por motivos da Aviação, M. Flandin, dizer, em sessão da políticos, ali concluirá a sua formatura em Câmara dos Deputados de 28 de Novembro medicina e ali vivera longos anos, relacio- de 1922, estas palavras: nando-se, ao que parece, com Eiffel. A sua vinda para a mesma povoação, para perto «Eu quereria que nunca se esque- desse homem, que já conhecia, por certo cesse que a Aeronáutica nasceu em invulgarmente culto naquele meio rural, França, pois foi um grande francês, seria simples capricho do destino ou teria M. Eiffel, ao qual nunca prestaremos sido precisamente essa circunstância que suficiente homenagem, quem, primeiro, para ali o atraiu? Eiffel, quando chegou a Portugal, vinha e espessa, a emoldurar a cabeça de aspecto acompanhado pela sua compatriota, madame dominador, olhar vivo, que o retrato junto Victorinne Roblot, que lhe foi de inexcedí- nos revela, desde muito novo tomara gosto vel dedicação toda a vida. Essa senhora pelos exercícios físicos; foi sempre exce- aqui veio a falecer, quase inesperadamente, lente nadador e, até avançada idade, todas em 3 de Abril de 1877 e foi sepultada, na as manhas praticava esgrima. Por isso, tal- boa terra portuguesa, junto da modesta vez, até ao limite da sua vida, foi um ho- igrejinha paroquial, bem longe da sua pá- mem fisicamente desempenado e de forte tria. espírito, lúcido e esclarecido. Acabrunhado por este desgosto, Eiffel Tal é o homem, cuja vida inteira se de- abandonava Portugal pouco depois e, ocupa- bruçou sobre os problemas das construções do com outros trabalhos, nunca mais cá metálicas, e do qual as notas biográficas voltou. anteriores, necessàriaraente reduzidas, ape- A legião dos seus auxiliares e coopera- nas dão ideia muito ligeira. dores, que soubera preparar com afectuosa Para nós, Eiffel, cuja grande personali- autoridade, fazendo de cada um um amigo, dade domina uma época, é, em primeiro trabalhava por ele, sob a sua longínqua mas lugar e acima de tudo, o homem da ponte perspicaz direcção. Maria Pia, o construtor da obra-de-arte por certo mais importante do nosso país, que * * * honra o seu autor, mas é também uma gló- Gustavo Eiffel morreu em 27 de Dezem- ria para a empresa, que a mandou fazer, bro de 1923, com 91 anos de idade. Meão aceitou a sua arrojada concepção e com ca- de estatura, atarracado e forte, barba^curta rinho a conserva.

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■m Ponte do Dão {Linha de Beita Alta)

6 — .V.

« O GRANDE PROBLEMA»...

Por J. F. RODRIGUES

0 grande problema da vida dos ho- razão quiser penetrar, compreender, tem de mens e dos povos é o problema aderir à fé: credo ut inteligam. A observa- educativo. Com ele se relacionam, ção tem que ser apoiada pela revelação. So- mais ainda, dele dependem todos os zinha nada consegue dizer-nos sobre o ver- outros problemas importantes da vida e da dadeiro sentido da vida, sobre «a medida organização social. em que essa vida pode servir para a reali- Do prisma por que se encare, da resolu- zação dos valores» que devem guiar tôda a ção que se lhe dê, derivam muitas conse- actividade humana. quências, previsíveis umas, imponderáveis Na verdade o homem é um Mundo des- outras, mas todas com influência directa e conhecido. Mais ainda: cada homem é um profunda nas condições de vida e na felici- Mundo diferente. Todos, porém, iguais nisto: dade humana. na sede de felicidade que os devora, a uns Nao sâo afirmações gratuitas e dogmáti- com menos, a outros com mais intensidade, cas. Um curto raciocínio bastará para nos segundo as suas diferentes faculdades. Con- levar à conclusão do que afirmámos como cebida nos superiores bens espirituais, por ponto de partida. uns, entrevista por outros nos bens mate- Assentemos em bases necessárias de or- riais, a felicidade é o nome inspirador de dem filosófica, psicológica—como se queira. todos os actos humanos. Consciente ou in- Mas de inegável sentido humano. conscientemente todos a procuram. Quer se O homem é um pequeno grande Mundo. deixe amolecer na obediência inconsciente Dequeno em extensão: um átomo no uni- à lei do menor esforço, quer tempere a sua verso, uma gôta de água no oceano infinito. alma nos rigores do ascetismo, o homem Mas grande era complexidade: «esse desco- é sempre o mesmo peregrino da mansão da nhecido» que nos apresentou Aléxis Garrei, felicidade. Pensando entrar nela, o homem táo complexo que a ciência opulenta dos desce às abjecções mais inconcebíveis e ele- nossos dias proferiu perante ele um acto de va-se aos acumes da santidade. Para conse- renúncia. Ê nada, pràticamente, tudo o que guí-la ordenou as suas relações com os ou- ela consegue dizer-nos sôbre os cruciantes tros homens, lutou contra as adversidades problemas fundamentais da existência: ori- do meio exterior, arquitectou sistemas filo- gem, essência e destino do homem. Se a sóficos e morais; criou o Direito, a Ciência, Eiffel, quando chegou a Portugal, vinha e espessa, a emoldurar a cabeça de aspecto acompanhado pela sua compatriota, madame dominador, olhar vivo, que o retrato junto Victorinne Roblot, que lhe foi de inexcedí- nos revela, desde muito novo tomara gosto vel dedicação toda a vida. Essa senhora pelos exercícios físicos; foi sempre exce- aqui veio a falecer, quase inesperadamente, lente nadador e, até avançada idade, todas em 3 de Abril de 1877 e foi sepultada, na as manhãs praticava esgrima. Por isso, tal- boa terra portuguesa, junto da modesta vez, até ao limite da sua vida, foi um ho- igrejinha paroquial, bem longe da sua pá- mem fisicamente desempenado e de forte tria. espírito, lúcido e esclarecido. Acabrunhado por este desgosto, Eiffel Tal é o homem, cuja vida inteira se de- abandonava Portugal pouco depois e, ocupa- bruçou sobre os problemas das construções do com outros trabalhos, nunca mais cá metálicas, e do qual as notas biográficas voltou. anteriores, necessàriamente reduzidas, ape- A legião dos seus auxiliares e coopera- nas dáo ideia muito ligeira. dores, que soubera preparar com afectuosa Para nós, Eiffel, cuja grande personali- autoridade, fazendo de cada um um amigo, dade domina uma época, é, em primeiro trabalhava por ele, sob a sua longínqua mas lugar e acima de tudo, o homem da ponte perspicaz direcção. Maria Pia, o construtor da obra-de-arte por certo mais importante do nosso país, que * * * honra o seu autor, mas é também uma gló- Gustavo Eiffel morreu em 27 de Dezem- ria para a empresa, que a mandou fazer, bro de 1923, com 91 anos de idade. Meão aceitou a sua arrojada'concepção e com ca- de estatura, atarracado e forte, barba^curta rinho a conserva.

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Ponte do Dão (Linha de Beita Alta) « O GRANDE PROBLEMA»...

Por J. F. RODRIGUES

O grande problema da vida dos ho- razão quiser penetrar, compreender, tem de mens e dos povos é o problema aderir à fé: credo ut inteligam. A observa- educativo. Com ele se relacionam, ção tem que ser apoiada pela revelação. So- mais ainda, dele dependera todos os zinha nada consegue dizer-nos sobre o ver- outros problemas importantes da vida e da dadeiro sentido da vida, sobre «a medida organizaçao social. em que essa vida pode servir para a reali- Do prisma por que se encare, da resolu- zação dos valores» que devem guiar tôda a ção que se lhe dê, derivam muitas conse- actividade humana. quências, previsíveis umas, imponderáveis Na verdade o homem é um Mundo des- outras, mas tôdas com influência directa e conhecido. Mais ainda: cada homem é um profunda nas condições de vida e na felici- Mundo diferente. Todos, porém, iguais nisto: dade humana. na sêde de felicidade que os devora, a uns Nao sao afirmações gratuitas e dogmáti- com menos, a outros com mais intensidade, cas. Ura curto raciocínio bastará para nos segundo as suas diferentes faculdades. Con- levar à conclusão do que afirmámos como cebida nos superiores bens espirituais, por ponto de partida. uns, entrevista por outros nos bens mate- Assentemos em bases necessárias de or- riais, a felicidade ê o nome inspirador de dem filosófica, psicológica—como se queira. todos os actos humanos. Consciente ou in- Mas de inegável sentido humano. conscientemente todos a procuram. Quer se O homem é um pequeno grande Mundo. deixe amolecer na obediência inconsciente Pequeno em extensáo: um átomo no uni- à lei do menor esforço, quer tempere a sua verso, uma gôta de água no oceano infinito. alma nos rigores do ascetismo, o homem Mas grande em complexidade: «esse desco- é sempre o mesmo peregrino da mansão da nhecido» que nos apresentou Aléxis Garrei, felicidade. Pensando entrar nela, o homem táo complexo que a ciência opulenta dos desce às abjecções mais inconcebíveis e ele- nossos dias proferiu perante ele um acto de va-se aos acumes da santidade. Para conse- renúncia. É nada, pràticamente, tudo o que guí-la ordenou as suas relações com os ou- da consegue dizer-nos sobre os cruciantes tros homens, lutou contra as adversidades problemas fundamentais da existência: ori- do meio exterior, arquitectou sistemas filo- er § n, essência e destino do homem. Se a sóficos e morais; criou o Direito, a Ciência, 7 a Arte e a Técnica, fundou escolas econó- É preciso responder a estas perguntas micas, organizou regimes políticos, — reali- antes de empreendermos o trabalho educa- zou maravilhas. tivo, se nâo quisermos que a acção se re- Simplesmente... esqueceu-se quase sem- duza a pura agitação, a uma actividade sem pre e ainda hoje se esquece lamentàvelmente sentido. de se ordenar, de se realizar, de se criar no- Que é o homem? Qual a sua natureza vamente a si próprio. íntima? as suas aspirações? as suas facul- Procurou encontrar ou criar a felicidede dades a desenvolver?—É o grande e difícil no exterior e nâo se lembrou de preparar problema do conhecimento do homem, que o único terreno onde ela nasce e pode cres- está na base de todos os problemas sociais cer: o ser humano. e constitui objecto de ciências como a Bio- Resultados: a crise estrondosa da civili- tipologia, a Psicologia, a Antropologia, etc. zação. As relações humanas levaram Hobbes Como se forma? Quais os meios mais a chamar ao homem lobo do homem; o Di- profícuos a empregar na sua educação? Co- reito foi pôsto ao serviço da força, tentando mo tirar proveito do seu conhecimento para legitimar a violência; a Arte desinteressou- o melhorar? Qual a influência dos diversos se dos fins morais do homem e proclamou processos educativos no desenvolvimento perante êle o seu non serviam-, a Política da sua personalidade?—A resposta compete degenerou, de ciência e arte de governar os à Pedagogia e às outras ciências da educa- homens, em arte científica de os enganar e ção suas auxiliares. de os escravizar; a Economia reduziu o ho- Para onde se orienta? qual o sentido da mem à condição de mero objecto de compra sua vida? a sua função neste Mundo? o seu e venda negociável no mercado livre da último destino?—A solução incumbe à filo- oferta e da procura; a Ciência e a Técnica sofia pedagógica, auxiliada pela Teologia, destroem impiedosamente vidas, arte, ri- pela Metafísica, pela Axiologia. quezas. Nâo tentaremos sequer responder aqui Uma consequência palpável: o homem a essas perguntas. As respostas exigiriam saiu diminuído, inferiorizado da aventura tratados e falta-nos competência para os es- em que se metera criando uma civilização crever. E' mais modesto, muito mais mo- desajustada das suas medidas, procurando desto mesmo, o nosso intento. organizar tudo, mas ficando ele próprio de- Propomo-nos tâo sòmente frisar a extror- sorganizado, caótico, primitivo. dinária importância da educação, o valioso Perante o triste malogro, a falência ro- contributo que ela pode prestar para a so- tunda dessa emprêsa, o homem pode esco- lução dos mais importantes problemas hu- lher um de dois caminhos: ou prosseguir no manos e sociais. rumo tomado, como insensato que perseve- Retomemos o raciocínio. ra no êrro, ou dar novas orientações à sua Ficou assente que para resarcir o homem actividade. da falência a que o conduziu a civilização Que orientações novas serão essas? mecânica, desprezadora da sua personali- Parece concludente este raciocínio: Se o dade, importa cuidar a sério da educação. que conduziu o homem à falência foi exacta- Nâo nos repugnará esta conclusão se mente a sua impreparaçâo e se nâo se quer aceitarmos que o homem é o valor supremo agravar o mal persistindo no caminho erra- da criação e que tudo quanto existe, seja ou do, devemos, antes de mais nada, cuidar de nâo filho do seu espírito, deve, legitima- preparar homens, devemos educar. mente, ser pôsto ao seu serviço. Bens natu- Evidentemente que este problema, tâo rais, Máquina, Ciência, Arte, Técnica, Insti- simples na aparência, reveste sérias dificul- tuições terão utilidade na medida era que dades. Tem os seus pressupostos difíceis de servirem para o desenvolvimento, afirma- conseguir. ção e realização plena da personalidade hu- Educar é formar homens, é orientar. mana. Aliás essa função em nada diminuirá Mas ãque é o homem? Como se forma? Para a sua dignidade porque, na medida em que 8 onde se orienta? servirem, serão servidos: o aperfeiçoamento do homem há-de traduzir-se no aperfeiçoa- aqui uma palavra a dizer e ura papel a re- mento das suas realizações. presentar? Esse que ponha os olhos nos Esse aperfeiçoamento humano é o escopo E.Aados Unidos, na Suiça, na Alemanha, na inequívoco da educação. Inglaterra, na Noruega, etc. Dispensámo-nos A educação, por conseguinte, facilitará de justificar a afirmação. a solução de todos os problemas humanos- Ainda nos domínios da Economia, se De todos, dissemos. Podemos justificá-lo olharmos à repartição dos bens, veremos Perpassando a atenção através das variadas que a educação pode contribuir para modi- espécies de fenómenos que entretecem a vida ficá-la profundamente. Pelo desenvolvimento dos homens em sociedade. completo das suas aptidões, mediante o pro- Peçamos alguns exemplos à Sociologia- cesso educativo, o trabalhador pode ascen- Todos proclamam convictamente que a so" der à categoria de proprietário ou de ju- ciedade deve progredir e não retroceder- ristas (em sentido económico: o que vive do Mas que é o progresso?—Individualmente juro do capital). considerado, diz-nos o eminente prosador Como na Sociologia e na Economia, brasileiro Tristão de Ataíde, é a acção que assim nas finanças — por estranho que pa- «tende à formação da personalidade huma- reça. na». No seu aspecto social «visa a formação A contribuição para as receitas públicas da civilização humana». é um dever de solidariedade social, cuja Mas quem constrói a civilização é o ho- compreensão variará na razão directa da mem. E quem forma o homem é a educação. educação dos povos. A aplicação criteriosa Portanto o progresso da sociedade é, em das despesas públicas, hoje que elas atingem ultima análise, um problema de educação. cifras astronómicas com o desmesurado alar- Se coubesse dentro dos limites, forçosa- gamento das funções do Estado—é proble- mente acanhados, deste reduzido trabalho» ma sério que exige não menos séria forma- analisaríamos a sociedade nas suas estrutu- ção das pessoas-suportes dos orgãos do Es- ras normais e nas suas anomalias e chega- tado e dos outros funcionários. ríamos à conclusão de que a educação nos Finalmente a boa execução do orçamento Permite aperfeiçoar as primeiras e atenuar —desenvolvimento do plano administrativo as segundas. Os grupos sociais e o meio do Estado — depende, fundamentalmente, ambiente agem sobre o indivíduo, mas este das pessoas a ouem for confiada. Foi esse reage sobre eles e, no fim de contas, pode um dos pilares em que assentou o sanea- moldá los e adaptá-los à sua medida. Ponto mento das finanças portuguesas: o autor da e que ele esteja preparado para isso. reforma foi o seu executor. À educação incumbe prepará-lo. E' sempre assim: todas as reformas—eco- Que vemos nos domínios da Economia? nómicas, financeiras, pedagógicas, políticas, Porventura os problemas da produção não sociais—nada valem sem Homens que as dependem fundamentalmente dos poderes executem, vivificando-as e não matando-as de iniciativa, cooperação e organização dos no seu espírito. homens?—; fundação e exploração de in- Poderíamos continuar a nossa análise dustrias, aproveitamento da terra, etc. projectando a atenção sôbre a política, o O mesmo se pode dizer da cireulação turismo e outros problemas de interesse. A as riquezas. Os transportes são hoje um conclusão seria sempre idêntica. Parece-rae, < actor primordial do progresso das nações. aliás, que ficou já suficientemente justifica- Atesta-o a história dos nossos dias. E pode- da. É que o grande problema da vida dos rá alguém afirmar que a educação não tem homens e dos povos é o problema educativo. RÉGUA — EstaçSo do Caminho de Ferro

CONHECA A SUA TERRA

alto douro

Por ANTÓNIO RODRIGUES COUTINHO Suhinspeotor de Contabilidade

famoso; o labor dos seus naturais; a impo- NÃO há dúvida que tem de percorrer nência das suas encostas onde os casais, o Alto Douro todo aquele que qui- ser ver a região mais linda e mais brancos, no meio das vinhas, lembram pre- feia de Portugal; a mais fértil e a sépios de titans, tudo isto arrebata, deslum- bra, impressiona. menos produtiva, a mais rica e a mais pobre, As palavras dificilmente poderão tradu- a mais garrida e a mais modesta de todas as zir o que se vê e o que se sente em terras regiões do Continente. Com efeito, essa região ridente e austera do Alto Douro e, por isso, se recomenda uma digressão turística por aí acima, certos ao mesmo tempo, tem para todos os gostos, satisfaz todos os paladares. Ali encontramos de que, quem a fizer uma vez, há-de gostar amendoais tâo densos e tao maravilhosa- de a repetir. Todavia, diremos alguma coisa, mente floridos como os do Algarve; vinhe- em forma de prólogo. dos tao viridentes como os da Estremadura; * 'í * olivais tao vastos como os das Beiras ; hortas Sao quase 10 horas. Nd plataforma da tao mimosas como as do Minho; flores tao variegadas como as das mais províncias estação de S. Bento há grande movimento. ou nao seja o Alto Douro uma síntese com- A máquina do comboio directo do Douro, à pleta de Portugal, e Portugal ura jardim, boca do túnel, vomita fumo e vapor. A pres- sempre florido. são está alta; a viagem vai ser longa. Se- gue-se uma composição enorme, solida e O relevo das montanhas alto durienses; elegante. Tudo repleto. Os comboios do a impetuosidade e a dignidade do seu rio Douro sâo mesmo assim — confortáveis e sempre cheios. Dez horas, precisamente as da tabela. Os que partem acenam, os que ficam ace- nam também. Mas sâo adeu- ses de satisfação, porque, daqui a dias ou semanas, to- dos voltam a encontrar-se. A locomotiva silva pro- longadamente e desaparece uuma das bocarras hiantes do túnel, Ei-la a caminho da fronteira de Barca d'Alva, a 200 quilómetros do Porto. VALONGO — Vista gerai da vila Campanhã, paragem peque- na, apesar da estação ser grande. Erraezinde já fica Para trás. Yê se, ao lado, a linha do Minho, o Padre Américo, verdadeira reincarnação a atravessar o Leça, que agora nos acom- de Jesus, pôs toda a sua inteligência, todo o panha. É um rio pequenino mas cheio d« seu carinho e o seu grande coração. encantos, e que nasce no Monte Córdova Penafiel num alto, e pouco adiante o an- onde Mestre Camilo foi descobrir uma bruxa tigo convento de Bustelo. famosa, e que lhe deu assunto para um pri- Caide, a 237 metros de altitude, é o ponto moroso romance. mais elevado da . Caldas de Valongo, típico na negrura das suas pe- Canaveses para um lado, e a linha do Tâ- dreiras de ardósia, e pouco adiante o Sousa, mega para o outro. também cheio de encantos, a regar as terras O túnel dó Juncal, apesar de grande, é de Cête e circunvizinhas. A Aldeia dos atravessado num ápice. Os comboios do Gaiatos lá nos surge, à direita, como o Douro sâo bons, e o «directo» o melhor de maior padrão de Portugal, e em cuja obra todos. Já se vê o rio famoso. Nas suas águas verdes e serenas reflectem-se os pendores das margens alta- neiras, que agora se nos depa- rara. É a Pala e Porto Manso — uma pincelada de verde es- curo, matizada pelo branco das casas e pelo vermelho dos te- lhados. Laranjeiras frondosas e com frutos de oiro, em pro- 5 ■v fusão, Porto Antigo, na mar- gem fronteira, foi um grande m porto fluvial, antes do advento do Caminho de Ferro. Mosteiro e Caldas de Are- gos. Ermida, Paragem obriga- tória para todos os comboios. Há água boa e abundante para as máquinas e para os pas- sageiros. Anunciam-se, na gare, as VALE DE CAMBRA - (Vista de aviSo) boas laranjas da região. Um ribeiro que vem das ubérrimas terras de raa-se. Vinhedos e mais vinhedos. Quintas e Santa Marinha do Zêzere, passa sob a linha mais quintas. O calor aperta, mas a ânsia de e por entre canaviais enormes. Frescura, apreciar o panorama aumenta. Caldas do águas murmurantes, poesia, encanto. Moledo e as suas turmas, que o génio de Nova arrancada e novo túnel. Passado uma mulher criou. (O Douro precisava de este, do lado esquerdo e saltitando por en- glorificar no granito e no bronze, essa mu- tre fragas e fazendo mover as mós de velhos lher — a famosa Ferreirinha). moinhos, um arroio claro nos surge, e que Avista-se o vale de Cambres e a bacia do a linha atravessa, por cima dum arco de Rodo. Godim, cheio de encantos. Loureiro, granito. É a «fronteira» da província. É o uma verdadeira e onde faz falta uma rio Teixeira, que vem dos lados do Marão e pousada. passa por Oarrapatelo, Mesão Frio, eto. Dei- Nâo há terras mais férteis nem mais lin- xamos o Douro Litoral para entrarmos no das que estas. Alto Douro. Fronteira natural, que nâo Outro túnel, e o comboio volta a parar exige arame farpado nem guarda fiscal. Um daí a instantes. Ouve-se o pregão: «Régua; pequenino curso de água a constitui; a }u- Régua; quem vai para a zante o granito, a montante o xisto — e isto muda de comboio; quem quiser almoçar para um e para o outro lado do rio. tem tempo para isso». Porto de Rei, e o seu monumental solar, Estamos, de facto, na Régua. O movi- em frente. O comboio, veloz, volta a furar mento da estação é enorme. É que daqui, a montanha. Vai-se para toda a parte. É um centro de Barqueiros, e vislumbra-se o convento e comunicações importantes. É o coração do a igreja do Barrô. Aquele, negro pela au- Douro —e também o seu cérebro. Com sência de cal, e esta, de estilo românico, efeito, a Casa do Douro, superintende em que uma torre vulgar descaracterizou. Rede, toda a região, e o que ela determina, cum- a evocar o conselheiro Alpoim, e cuja nobre pre-se. Uma espécie de governo central. residência se vê, perto da estação. Vila Ma- Vale a pena, por todos estes motivos, não rim, Mesão Frio, Cidadelhe, terras cheias de prosseguir a viagem, hoje. O resto ficará pergaminhos, ficam perto. A paisagem ani- para outro dia.

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MESÃO FRIO — Os Paços do Concelho Regulamentação dispersa

Divisão Comercial cias quilométricas de aplicação nas linhas e Ra- mais do Sul e Sueste— (Em vigor desde 1-9-952) Tráfego —Atribui distâncias de aplicação ao apeadeiro Tarifa Internacional para o transporte de de Penteado. Passageiros e Bagagens entre Portugal e Qrã- Aviso ao Público B. n.° 159 — (Em vigor -Bretanha, em trânsito por Espanha e França desde 13-9 952) —Prevê a aplicação de preços —(EniiVigor desde 15-10-952) —Regula o trans- especiais, reduzidos, ao transporte de figos porte de passageiros e bagagens entre Por- secos. tugal e a Qrã-Bretanha. Circular n." 95, de 15-9-952 — Indica a /.0 Aditamento à Tarifa Especial n* 6 P. classificação dos adubos transportados em Pe- — (Em vigor desde 18-9-952) — Altera a re- quena Velocidade, as estações que servem de dacção do Artigo 1.°, n.0 2 do Artigo 2.°, Ar- base de expedição ou os locais de redistribui- tigo 8.°, n.0 2 do Artigo 9.°, Artigo 13.°, n.0 2 ção designados por depósitos. do Artigo 14,° e Artigo 20.° da Tarifa, Aviso ao Público B. n.0 160 —(Em vigor 3° Aditamento à Tarifa Internacional para desde 27-9 952) — Prevê a aplicação de preços transportes de Passageiros, bagagens e cães especiais, reduzidos, ao transporte de aguarrás entre Portugal e Espanha — (Em vigor desde e de pez louro ou negro. 1-10 952) — Altera os itinerários e os preços Aviso ao Público B. n° 161 —(Em vigor mo percurso espanhol para as procedências e desde 20-9-952) — Horas de abertura e encer- destinos de Barcelona-Término, Cerbère e ramento das estações. Anula o Aviso ao Pú- Port-Bcu. blico B, n.0 22. 18° Aditamento à Tarifa Especial n." I P. Aviso ao Público B. n° 162 — (Em vigor ■""""(Em vigor desde 10/9/952) — Altera a re- desde 29 9 952 até 28 de Fevereiro de 1953) — dacção do Artigo 11.° da Tarifa. Prevê a aplicação de preços especiais, redu- 5.° Aditamento à Classificação Oeral de zidos, ao transporte de castanha comum sem Mercadorias — (fim vigor desde 8 9 952) — Al- preparo. tera o tratamento tarifário aplicável a «fava Aviso ao Público B. n.0 163 (6° Adita- seca». mento ao Aviso ao Público B n° 56) — (Em 5° Aditamento ao Quadro das distâncias vigor desde 15-10-952) — Anuncia a entrada quilométricas de aplicação nas linhas do Mi- em vigor da Tarifa Internacional para o trans- nho e Douro—(Em vigor desde 3-10-952) — porte de Passageiros e bagagens entre Por- Atribui distâncias próprias ao apeadeiro de tugal e Orã-Bretanha, em trânsito por Espanha Pala. e França. IO." Aditamento aos Quadros das distân- 11.° Aditamento à Tarifa de Camionagem 1.3 r Èin Lisboa — (Em' vigor desde 15-9-Q52) —Ele- Esclarece â norma a seguir na concessão de vação dos Postos de Despacho da Estação Ma- passes de folga ao pessoal do quadro que gosa rítima da Rocha do Conde de Óbidos à cate- 2 dias de descanso de 15 em 15 dias. goria de Despachos Centrais. Instrução de Via n." 347, de 17-9-952 — 159.° Complemento à Tarifa de Camiona- Transcreve a carta n.0 1.655 — A da n/Direcção gem—vigor desde 15 9-952)—Transporte Qsral na qual define o critério uniforme a de passageiros e bagagens entre a estação de observar por todas as Divisões e Serviços Au- Castelo Branco e os Despachos Centrais de tónomos, acerca de feriados. Orvalho de Oleiros, servindo as povoações de Circular n.0 239, de 19 9 952 — Proíbe ter- Salgueiro e Alto da Foz do Giraldo. minantemente, a partir desta data, fazer aceiros 160.° Complemento à Tarifa de Camiona- a fogo em qualquer área, seja ou não arbori- gem — (Em vigor desde 15 9 952) — Transporte zada. de passageiros e bagagens entre a estação de Castelo B-anco e os Despachos Centrais de Divisão de Abastecimentos Proença-a-Velha e Medelim, 161." Complemento à Tarifa de Camiona- Ordem de serviço «.0 2S--Esclarece as gem— (Em vigor desde 15 9-952)—Transporte condições em que se concedem subsídios por de mercadorias entre a estação de Vendas mudança de residência. Novas e o Despacho Central de Cabrela. Fiscalização das Receitas Divisão de Exploração 72.° Aditamento à CjCircular n.° 76 —Co- Estudos e Aprovisionamentos munica que foi autorizado o transporte gra- tuito, nos comboios, das publicações «Juven- 7.° Aditamento à Instrução n." 2505, de tude Operária» e «Mundo de Aventuras», e 20 9 952 —Alterações a introduzir nas ta- que deixa de ser transportado gratuitamente o belas de frenagem. jornal «Actualidades». Movimento Divisão de Via e Obras Ordem do Dia n." 4.586, de 25 9-952 — Circular da Via n." 3403, de 24-9-952 — Mudança da hora legal. SAN SEBASTIAN - Vista aérea

IMPRESSÕES DE VIAGEM

San Sebastian—Paraíso do Cantábrico!

Por EDUARDO O. P. BRITO Empregado de 1.» classe da 4.« Circunscrição de Exploração

VINTE e seis horas após termos tomado, mos visto em toda a Península (incluindo os em Entroncamento, a carruagem do de Madrid), restaurantes, «bars», cafés, «tea- serviço internacional, atrelada ao «rá- -rooms», etc., dum luxo e requinte de elegân- pido» do Porto (comboio n.0 1), e dei- cia, como ainda não encontrámos. xado para traz Vilar Formoso, Salamanca, Me- O Oceano entra por uma garganta estreita dina dei Campo, Valladolid, Burgos, Vitória e (que nos faz lembrar S. Martinho do Porto), outros pontos de paragens obrigatórias, mais formada por duas colinas de todos os tons de ou menos demoradas, descemos na «gare» de verde, e a seguir espraia-se formando uma San Sebastian, a 18 quilómetros da fronteira enorme concha dum azul safira, rendilhada de francesa. alva espuma das ondas, que é um verdadeiro Logo ao primeiro contacto com a formosa encanto. Toda aquela primeira visão de San , capital da Quipuzcoa, ficámos presos, maravi- Sebastian nos pareceu os exteriores dum des- "ados, pelos múltiplos encantos do seu aspecto lumbrante filme do mais surpreendente «techni- exterior, os quais, mais tarde, verificámos fica- color»! E quando, mais tarde, por , rem muito áquem dos do centro da cidade. subimos lá acima ao célebre Monte Igueldo — L que cidade! Com as suas elegantes avenidas verdadeiro rincão paradisíaco, com esplêndido e «calles» amplas e formosas, ladeadas de edi- Casino, inúmeros «bars» e esplanadas instala fícios monumentais em cujos baixos se encon- dos à sombra acolhedora de árvores frondosas, tram instalados, a par com os mais «chies» e parques infantis, cinema subterrâneo, miradou- ruodernos estabelecimentos de modas que te- ros de toda a espécie, etc. — donde podemos 15 avistar, p;rfeitaménte, terra írancesâ, depará- cidades espanholas, é um cartaz turístico gri- mos com um panorama que é um verdadeiro tante, pois, os turistas fervilham por toda a sonho! A vista espraia-se ora para lá dos parte, especialmente na praia — na sua formosa longes azuis do Oceano, ora para a massa gi- concha —sempre regorgitante de banhistas, e gantesca e informe dos Pirinéus, cujas cristas, onde verdadeiros «l.0' Prémios de Beleza"... numa sucessão infindável, parecem ligar-se ao feminina, indiferentes a tudo que os rodeiam, Céu numa cavalgada verdadeiramente apoca- se «torram» impiedosamente aos raios escal- líptica. Que cenário maravilhoso! Só para o dantes daquele sol da Qasconha, cuja lu- vermos, demos por bem empregadas as vinte minosidade nos faz lembrar o dos nossos e tantas horas em que suportámos a monótona Estoris. canção dos «rails», no meio de paisagens ora, Enfim, por estas despretenciosas linhas — por vezes, ainda mais monótonas, ora de exu- verdadeiros apontamentos de viagem escritos berante beleza, como as que se situam na re- sobre os joelhos e colhidos «in loco», tal qual- gião pirinaica. mente os nossos olhos e sentidos os ditaram — poderão já os leitores fazer uma leve ideia * * * do que é San Sebastian, verdadeiro Paraíso do Cantábrico, praia maravilhosa para a qual A cidade em si, uma cidade de 120.000 ha- aconselhamos todos os leitores que ainda a não bitantes, cosmopolita ao máximo, traçada com conheçam, a ir até lá passar alguns dias de fé- largas perspectivas, duma arquitectura urba- rias, dias, aliás, que perdurarão por largo tempo nística moderna, diferente de todas as restantes na memória de todos vós.

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O comboio «Talgo», que faz a ligaçSo de Madrid a Irum Perguntas e Respostas

I — Divisão Comercial Hortaliça — Tarifa Geral, base 6,* com redução de 40 0/o — Fruta — Aviso ao Público B. n.0 100. Feijão seco. Pergunta n.0 109 — Peço díízer-me se para agrupa- Tarifa Geral, base 5.a com redução de 40o/o. mento de remessas ao abrigo do Aviso ao Público B. n.0 94 podemos completar a car^a necessária para atingir o mínimo Preço . . 382$80 X 0,60 = 229$68 de va^ão completo, indicado para essa mercadoria, por outras » . . $50 X 337 X o,5o . . . = 84$25 «íue constituam o aérupamento^ sujeitas a outras tabelas da » . . S00$l6 X 0,10 50$02 ,. . I i8$oo X 0,60 = ic$8o . . Tarifa Especial 1 ou Tarifa Geral, ou se deve ser elevada Manutenção j ia$ooXo,io= 1$80 = 12$60 ao mínimo de va^ão completo a carga principal e, à res- tante carga como corresponder; e, ainda, se devemos respei- Registo 3$00 tar as condições da Tarifa Especial 1 de P. V., fracções de Arredondamento $05 100 ou 10 (juilos. Soma. . . 379$60 Exemplo: Um vagão sacos arroz, 8. 160 Kgs. 20 sacos Camionagem : açúcar, 1.355 Kgs. e 6 sacos milho, 502 Kgs. Hortaliça e feijão S9$5o Fruta $5oXSO = 2S$00 ^ Resposta — De harmonia com o n.0 3 do Aviso ao ' Total. . . 464$io Público B, n,0 94, desde (Jue a soma dos pesos das várias mercadorias aárupadas não atinja o mínimo exigido, será NOTA ~ Se ao consulente que se lhe for apresentado uni aplicado ao peso ç[ue faltar para se atingir esse mínimo o transporte nestas condições deverá convidar o expedidor a ex- pedir separadamente a hortaliça a fim de esta mercadoria dia- Preço mais baixo dos ç(ue corresponderem às mercadorias frutar de aplicação da Tarifa Especial n.* 3 de Grande Veloci- agrupadas. dade. No exemplo apresentado pelo consulente, considerando íue não se trataria de vagão de tonelagem especial reçfuisi- tado pelo expedidor, a taxa devia ser processada por fracções Ill de 10 quilogramas (centésimos da tonelada), e, portanto, pe- 0 Pergunta n." 111 — A Circular n. 823 discrimina los seguintes pesos: que a Companhia tem conta corrente com 11 Ministérios e 0 Arroz . . • 8.160 Kg. bem assim o art. 149.° do livro E. 11 alínea a) n. 1 que só 0 Açúcar 1.360 Kg. desfruta da redução de 5o /0 o Ministério da Guerra : Milho 5l0 Kg, Como este Ministério foi suprimido e criados outros em seu lugar, peço ser informado quantos Ministérios existem presentemente e bem assim os que desfrutem da redução de III 50 % nos transportes em corrente nas alíneas do referido artigo. Pergunta n.° 110 — Peço dizer-me se está certo o Peço ser esclarecido para boa execução do serviço de processo de taxa a seguir indicado. Grande velocidade, de bilheteira. Campanhã a Lishoa-P.-Domicílio, 10 sacos com hortaliça Resposta — O Ministério da Guerra, passou a deno- 600 Kg., 10 cabazes fruta fresca, 500 Kg. e 2 sacos feijão minar-se Ministério do Exército, continuando nas condi- seco 100 Kg. ções previstas no Livro E. II, pois apenas o nome foi alte- Hortaliça, Tarifa 3 — 203$4oXo,60 . . = 122$04 rado. Foi criado o Ministério da Defesa Nacional, mas este Fruta, Aviso B. n." 100 - 337 X $S0X0,S0 = 84$2S 05 Feijão, Tarifa Geral, base 5." com redução somente beneficia das reduções referidas nos art. 45 ° e 47.° do Livro E. 11. 500$l6 X 0,10 50$02 0 Manutenção, 8$00X 10$OOX 0,10 . = i$8o O art. 149.° refere-se a mercadorias. Re 8Í3to 3 $00 Arredondamento . $09 Ill Soma. . . 26l$20 Domicílio : Pergunta n." 112 — Agradeço ser informado se aos limões e marmelos cabe a designação genérica de frutas fres- Fruta, $So X 5o = 2S$00 cas, para efeito da aplicação da Tarifa Especial n.0 3 de Hortaliça e feijão — 700 Kg 59$S0 Grande Velocidade. Total a cobrar. . , 345$70 Resposta — Qs limões e os marmelos estão incluídos Resposta Kstá errado. Segue discriminação como na designação de frutas frescas constante na Tarifa Especial corresponde: n.0 3, sendo, por isso, o seu transporte abrangido pelas dis- posições da mesma Tarifa, Distância — 337 Km. Chama-se a atenção do consulente para os esclareci- tAenioB prestados na Comunicação- Circular n.6 103 do Ser- boio n." 6012 e, depois da cbe^ada deste, àquela estação# viço do Tráfego, de 27 de Agosto de 194S. poder tambám expedir a máquina de socorro deve forne- cer se às duas circulações o mod. M 116 t II — Divisão da Exploração Julgo que sim, porque o regulamento assim o deter-

0 mina, mas agradeço ser esclarecido, visto baver opiniões Pergunta n. 86 — Um determinado comboio de pas- contrárias. sageiros encontrou na sua marcha um sinal de afrouxa mento feito por um agente da via, redu2Índo a sua veloci- Resposta — A estação de Barca de Alva deve estabe- dade a 30 çíuilómetros. lecer o cruzamento do comboio n." 6012 com o comboio Agradeço ser esclarecido, cfuando é

(Vistos pelos nossos escritores)

EM tempos muito antigos, uma com- me de consciência e reconheceram o seu panhia de caminhos de ferro era grande pecado, que consistia em inverte- uma Senhora Companhia, cercada rem os modos e vozes dos verbos, pondo de títulos, honras, soberanias. Apre- na passiva o que devia estar na activa, ou sentava-se ao público por intermédio de trocando a posição de sarvido e servidor. homens fardados como sargentos, ou gene- A prudência gritou-Ihes que a função do rais, de perna tesa, sizudos, cheios de ga- produtor é procurar o consumidor, atraí Io, lões, que vendiam passagens, contavam pas- animá-lo, convencê-lo a gastar. Perceberam que, quem fabrica viagens, sageiros, falavam sanhudos às gentes po- deve fazer o possível por apresentá-las ca- bres e às ricas gentes, tal qual os modos do tivantes, sedutoras e acessíveis a todo o escrivão de fazenda, a quem, depois de se viajante da espécie humana, de muitas ou entregar o dinheiro dos tributos, se dizia poucas posses. _ . muito obrigado. iissa moral entrou nas consciências, e Esses da Senhoria ferroviária, no porte, os industriais, perdida a soberba, conquis- davam mostras de que fazer viagens, com- tada a inteligência do fenómeno, começa- prar bilhetes para transporte de seres vi- ram a operar no sentido das realidades. A vos, ou natureza morta constituía um dever produção modificou o estilo por completo, imposto por lei: e venderem-nas eles, repre- em toda a Europa. E Portugal não se alheou sentava um favor dos bons, concedido aos a movimento tão interessante. compradores. Como os demais comboios da Europa, Assim foi que se chegou a meter empe- também os nossos reconheceram que o nhos para ir de comboio, e só Deus sabe preço das viagens obedece ao condiciona- que comboio. Nâo vale a pena recordá-lo, nem, talvez, se conseguisse, tâo distantes lismo do momento social e económico dos nos achamos dessa época, mais de dez anos, povos. Neste caminho, a Itália foi a mais audaciosa e pronta a deoidir-se. Ofereceu uma eternidade. Ora, desde os tempos bíblicos, se ensina percursos cómodos, aprazíveis, com redu- que, mais dia, menos dia, a soberba recebe ções que iam até 75 por cento. castigo. Aconteceu a Lúcifer e a quantos Cada país inventou a sua maneira de lhe têm seguido as manhas. organizar a indústria, de acordo com o Por isso, era toda a parte, o público, carácter, costumes e preferências nacionais. mal atendido, mal tratado, começou a aban- Dentro dessa corrente, a C. P., possuída donar as bilheteiras onde se vendiam pas- pelo espírito novo, procura interpretar o sagens a a aborrecer-se de pedir o favor de gosto do habitante a quem serve, e desco- lhas cederem. As carruagens, em dado mo- bre maneira de deslocá-lo em todos os sen- mento, acharam se transportando espaço tidos. O ano passado apareceu com o «Gom- desocupado. boio-mistério», bem imaginado para o povo Foi então que as Senhorias fizeram exa- que sempre foi atraído pela aventura, quer a do mar desconhecido, quer a do trajecto a grande desdenhosa do público consumi- ignorado. dor de viagens. Este ano, vem com outra, que merece Com um pouco de boa vontade, quem igual, se nao maior, simpatia. É o «Expresso levou os nossos comboios à paridade dos Popular», comboio directo, rapidíssimo, bons estrangeiros, em ligeireza, asseio e baratíssimo, que parte de manha e volta à conforto, conseguirá morigerar desmandos noite. que prejudicam o decoro e compostura ne- O viajante prepara a sua merenda, e vai cessários de manter naqueles ambientes. saboreá-la à Figueira, a Braga, a Leiria, Uns agentes disciplinadores, com a autori- mira, passeia, toma a sua folga, e à noite, dade precisa, que circulassem em todos os regressa ao ponto de partida. comboios, levariam, em breve, à correcção O primeiro a sair vai a Tomar, custa os desmandados. vinte escudos. Permite visitar o convento E, apresentado este voto, prossigamos de Cristo, dar um mergulhão no Nabão, es- no louvor de bom grado feito à iniciativa pairecer todo o dia, e dormir a noite na sua que se lembrou do «expresso popular», cama. agora inventado para oferecer um ócio A ideia, segundo informações colhidas aprazível a quem trabalha com ardor, toda em fonte segura, consiste em estabelecer a semana. E' uma obra meritória, que a 0. trajecto diferente, de modo a servir os mo- P. pratica no País, onde ninguém pensa em radores de cada local. Haverá o expresso proporcionar a folga salutar, reconstituinte popular, de Lisboa a Lisboa, do Porto ao do vigor e da alegria ao povo, produtor e Porto, e, mais tarde, com outras estações de consumidor. início. As carruagens de 3.a classe, moder- Ao numeroso habitante, sujeito a fadiga nas, asseadas, de cómodo suficiente, permi- quotidiana, tâo necessário é o alimento como tem, aos menos abonados, experimentar a o divertimento. Cuidar de ura, desprezar o delícia da velocidade e prontidão de serviço. outro constitui contrasenso imperdoável. E talvez que este primeiro ensaio possa re- Pois, em nenhum tempo, entidade pú? presentar o início da concessão a fazer às blica ou particular se ocupou desta verdade bolsas fracas, vem a ser a 3." classe, nos ex- elementar, no propósito de estabelecer o pro- pressos de longo curso. blema que comporta e procurar-lhe soluções. Há muito se diz que a todas as classes se A circunstância revela-nos a face inédita deve facultar o transporte rápido, porque a do novo plano de viagens onde, como ve- necessidade de chegar depressa tanto se mos, alguma coisa se encontra capaz de impõe aos de l.a como aos de 3.\ A vizinha aguentar o título de serviço social meritório. Espanha resol\reu-se a alternar a 2." cora a Neste género, há outros a criar. Apon- 3.a. É uma solução. Esta ou outra, decerto ta-se o que facilitasse umas férias de serra nao deixará de ser estudada pela iniciativa ou mar aos adolescentes da capital. desembaraçada e inteligente, que se vê, O tema, digno de conversa especial, agora, animar o movimento da 0. P., aguardará a primeira oportunidade, para Acontecerá que viajantes de l.a passem ser versado como convém. para 3.a, na esperança de aí encontrarem Se o bom desejo de cooperar numa boa companhia preferível à que por vezes se en- acção, que anima o cronista, for entendido contra nos lugares de maior preço. Há fre- pelos nossos caminhos de ferro, em espe- quentadores que se apresentam como donos, cial a C. P., muito de útil e belo se pode e donos novos-ricos, de todos aqueles có- conseguir nesta terra de tristes e enfado- modos, para estarem como vilão em casa de nhos, que o sâo pelo quietismo e monoto- seu sogro, estendidos ao comprido, de pés nia da existência que arrastam. sobre os estofos, em conversa de berreiro, Movimentados, postos a circular em desagradáveis de cheiro e de som, como em todas as direcções, ver-se-ia despontar uma regra se mostram as gentes mal educadas. alma nova, e a raça pareceria outra. Percebe-se que sâo a parte residual dos SAMUEL MAIA 20 tempos antigos, em que reinava a Senhoria, (D« cO Século* da 27-VII-li)3a; VELHOS _ TEMAS Amor de mãe!...

Por ANTÓNIO PINTO COSTA Revisor de 2.« classe da Divisão Comercial BRINQUEDOS

NÃO há no mundo amor mais cândido, Por F. PEREIRA RODRIGUES Chefe de Repartição da Divisão Comercial profundamente sincero e apaixo- nadamente sentido, como o amor de mâe!,.. Passa uma hora, outra hora... Possuidora dum coração altamente amo- Tomba o tempo na distância roso e de uma bondade inexcedível, está e a vida nunca melhora. sempre corajosa e cristãmente pronta a su- Quem se não lembra, inda agora, portar os maiores sacrifícios, por amor dos com saudades, da infância?! seus dilectos filhos. Perdoa-lhes, enternecida e piedosamente, As crianças! Que alegria todas as faltas que, porventura, cometam, e palpita nos seus folguedos! até aquelas que devem considerar-se inadmis- Cantam, brincam todo o dia, síveis, num espírito de bondade e tolerância. sob a ridente magia Por amor de seus filhos, quantas vezes dos adorados brinquedos! as mães, em holocausto, se expõem a peri- gos de verdadeira loucura, morrendo inglo- Um petiz inteligente, riamente para os salvar! rosto belo, afogueado, São bem dignos de louvor tais sacrifí- salta e grita, de contente, cios, porque traduzem um transcendente ao receber de presente amor, sentidamente puro e santo. algum brinquedo engraçado. Os cuidados fervorosos e constantes que E se a prenda oferecida tem pelos filhos, na vigilância e alimentação, fôr uma bola, isso então que vão desde a infância até à adolescência, a gente vê, resumida, revelam igualmente a dedicação e carinho toda a ventura da vida dum amor infinitamente maternal. na palma da sua mão! O seu coração de mãe amantíssimo é um tesouro de virtudes, que guarda grandioso afecto e onde há sempre lugar aberto para os recolher, para os amparar na vida, tão cheia de espinhos e incertezas. AGRADECIMENTO Os seus olhos cristalinos são como duas estrelas cintilantes que, brilhando no azul António Cardoso Seixas, factor de 2." da l.a Cir- infinito do céu, vem iluminar o caminho cunscrição (Campanhã) vem agradecer, publica, daqueles que são a carne da sua carne, o mente, por intermédio do cBoletim da C. P.», ao Ex."'0 Sr. Dr. Braz Regueiro, ilustre Director do Sa- fruto do seu inolvidável amor!,,. natório Presidente Carmona e a todo o pessoal sob Nas horas tristes e aflitivas das suas as suas ordens, a maneira proficiente e carinhosa vidas amarguradas é que os filhos melhor como ali foi tratado. sabem compreender o bem que sempre tive- O signatário aproveita a oportunidade para m0 ram. E, sentindo nas suas almas as sauda- agradecer também ao Ex. Sr. Dr. Mário Cardoso 0 des dum bem que materialmente terminara, que, junto do médico da 35." Secção, Ex."" Sr. Dr. Mário Pinto de Andrade, o aconselhou ao interna- erguem as mãos a Deus, em fervorosas pre- mento no referido Sanatório. ces, e cora os olhos banhados em lágrimas— Não pode esquecer igualmente neste agradeci- lágrimas abençoadas— pronunciam aquelas mento o ilustre especialista da Companhia, Ex.mo dulcíssimas palavras, que têm o condão de Sr. Dr. Almeida Figueiredo, pela maneira sábia e íazer estremecer os corações de emoção: atenciosa como orientou a sua convalescença. Minha querida Mãe!... António Cardoso Seixas IM AXAL BCDA NA (MEDITAÇÃO) Por JOÃO BISPO Chefe de Repartição Principal ALDEIA

O dia de Natal Por ILDA ODETTE DE F. B. E ABREU Escriturária de l.« classe da Divisão de Via e Obras E bem um dia infindo ! — Eternamente igual, Eternamente lindo! Estalam foguetes no ar, O dia em ç(ue nasceu, Há festa na freguesia. Humilde e pobremente, Repica o sino a cantar. Quem há tanto morreu Casam «Manei e Maria». E vive eternamente! O dia eterno em q[ue nasceu Jesus! Das moças lá do lu^ar E desde guando a sua doce voz, Ela tem a primazia, Se repercute em tudo quanto é luz. E ninguém pode ganhar Amor e Fé e Bem de todos nós! Ao Manei, em galhardia. O dia em que no mundo apareceu O primeiro poeta ou Visionário! Vá de roda em roda, Que a podridão do mundo combateu, Procurem seu par. Em toda a sua vida de calvário! Sangue rubro, ardente, Calvário de viver Rode toda a gente, Dum grande Sonhador Para nesta boda.. Acusado de louco. Outra se arranjar. Por não compreender Que a par de tanta dor, Corre o vinho sem parar, O bem fosse tão pouco ! Haja calor, alegria, — Tribuno da Verdade! Para todos há manjar, Poeta da Pureza! — Boda rica, luzidia. Apóstolo do Bem! — O fulcro da bondade E à noite, à luz do luar, E de quanta beleza Velhos, novos, à porfia, Na vida se contém ! Vai tudo cantar, bailar, — E assim é que o Natal, Na eira, em viva folia. Ficou um dia infindo! — Eternamente igual. Vá de roda em roda, Eternamente lindo! Procurem seu par. — O dia em que nasceu Sangue rubro, ardente, Quem se chamou Jesus Rode toda a gente, E que por nós morreu, Para nesta boda Pregado numa Cruz I Outra se arranjar. Queluz — Dezembro, 1952 Os adiios mílitares^estrangeiros eom o Estado Maior"das manobras

ENTRONCAMENTO, O MAIOR CENTRO

FERROVIÁRIO DO PAÍS, FOI ESCOLHIDO

PARA OS PRIMEIROS EXERCÍCIOS DA

DEFESA CIVIL DO TERRITÓRIO

Avila de Entroncamento foi teatro, em mente pelo facto de ser o centro ferroviário 9 e 10 de Dezembro, dos espectacula- dos mais importante do País. Com efeito, pela res exercícios promovidos pela Defesa sua estação passam diàsiamente cerca de 90 Civil do Território. Nada menos de comboios e 16.000 passageiros, 15.000 homens estiveram concentrados no A sede do comando-geral da Defesa do maior centro ferroviário de Portugal, O acon- Território esteve instalada na estufa subter- tecimento, porque, de facto, pela forma bri- rânea do «Jardim-Parque Dr. Pereira Caldas», lhante como eles foram levados a efeito, consti- bem como as sedes dos sectores militar, civil e tuíram um verdadeiro acontecimento, atraiu à ferroviário dos mesmos exercícios. laboriosa vila, além das forças militares que A população do Entroncamento colaborou participaram nos exercícios do ataque e de- inteligentemente nesses exercícios, observando, fesa, numerosos forasteiros de vários pontos do sem uma falha, todas as instruções dadas pela país, a tal ponto que foram tomados todos os Legião Portuguesa. quartos das pensões, sem falar, é claro, nas Muitos desses exercícios, em que tomaram equipas de cineastas, fotógrafos e jornalistas, parte bombardeiros e aviões de caça, atin- que ali foram em serviço de reportagem. giram impressionante grandeza, fazendo lem- Entroncamento deve a sua escolha, para ali brar os episódios da guerra que os filmes têm se fazerem os referidos exercícios, precisa- trazido ao nosso conhecimento. Para assistirem a esses exercícios, muitas tendo sido muito felicitados os funcionários da foram as altas individualidades militares que nossa Companhia que ali prestam serviço e que se deslocaram até ao Entroncamento, entre as tão valiosa e inteligente colaboração presta- quais e em lugar de honra devemos registar ram aos exercícios da Defesa civil do Terri- os srs. Ministro da Defesa e do Exército; os tório. generais Amaral, adjunto da Defesa Nacional; Na merenda que, em seguida, o sr. minis- Alfredo Sintra, chefe do Estado-Maior das tro da Defesa Nacional, tenente-coronel Santos Forças Aéreas; adidos militares e aeronáuticos Costa, ofereceu, o sr. brigadeiro Cotta de de Espanha e Inglaterra, general Dias Costa c Morais ao agradecer àquele membro do Go- brigadeiro Cotta Morais, respectivamente co- verno o incondicional apoio que dispensaram mandante-geral e 2.° comandante da Legião à D. C. T., não só acentuou que todos quanto Portuguesa; brigadeiros Frederico Vilar e Dr. tinham dirigido os exercícios se encontravam Pinto da Rocha, respectivamente inspector das orgulhosos do que se tinha feito, mas teve tam- tropas de Sapadores e director dos Serviços bém palavras de justa admiração para a forma de Saúde do Exército; coronel Luís de Pina, admirável como se conduziu a população de adido militar em Londre?; dr. Abílio Tavares, Entroncamento, que prontamente colaborou governador civil do distrito de Santarém; dr. com o comando, cumprindo voluntàriamente Nicolau de Bettencourt, director do Hospital as instruções recebidas, e agradeceu ainda à Mililar de Belém; etc. C. P. o concurso dispensado. Após os exercícios, que terminaram no A efectuação destes exercícios veio consa- dia 9, os membros do Governo, oficiais supe- grar, dando-lhe excepcional evidência, a im- riores e adidos militares estrangeiros visitaram portância estratégica do Entroncamento, o as dependências da C. P., no Entroncamento, maior centro ferroviário do País.

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O Entroncamento sob a acção^do ataque dos aviões Um ferroviário na Exposição de Arte dos Trabalhadores

Na Primeira Exposição de Arte dos Trabalha- dores, realizada há poucos meses e que constituiu um verdadeiro acontecimento, figurou uma magní- fica reprodução da Fachada da Estação do Rossio, executada em cortiça pelo aferroviário Lúcio José Marcelino, empregado de 21 classe da Repartição do Processo de Folhas de Vencimentos da Explora- ção. Esse trabalho, que despertou a atenção de mi- lhares de pessoas que visitaram o Pavilhão dos Desportos, foi galardoado com um prémio pe- i-ii. cuniário, atento o seu interesse artístico. Este trabalho, feito na escala de 1 por 125, mede vvc 36 por 40 centímetros e é constituído por cerca de 10.000 pequenos fragmentos, muitos dos quais com a dimensão de um milímetro. Os únicos utensílios empregados na execução desta obra prima de pa- S ciência, foram lâminas de barba, um canivete, uma pinça e lixa. 'vi; Lúcio José Marcelino gastou na execução do seu belo trabalho 1.300 horas de folga. O «Boletim da C. P.», ao reproduzir esse primo- roso trabalho, pratica um acto de justiça a um fun- cionário que, na referida Exposição da Arte dos Tra- balhadores, soube honrar a Empresa em que presta serviço.

A nossa homenagem a uma simpatizante X dos caminhos de (erro

Realizaram-se há poucos dias em Lisboa, em bene- x: fício das Casas de Cari- dade Francesas e Portugue- sas, várias festas nas quais :: foram apresentadas as criações da célebre Casa de Modas de Paris «Chris- tian Dior«. Todas as gentis Wanequins viajaram de avião excepto Mademoi- selle Renée Breton, que viaja sempre de caminho de ferro. Por esse facto o «Bole- tim da 0. P.» raanifesta-lhe a sua simpatia — homena- gem à elegância parisiense 8 ^predilecção ferroviária. PESSOAL

AGENTES QUE COMPLETARAM 40 ANOS DE SERVIÇO

Ricardo Rebelo Duarte, chefe Amadeu Augusto Sá Dias, de 2.a classe de Viseu, Admitido chefe de 2.a classe de Moncorvo. como praticante em 910 912, foi Admitido como praticante em nomeado factor de 2.a classe em 7-10-912, foi nomeado factor de 26-10-9I8. Depois de transitar por 2.a classe em 1-1-918. Depois de outras categorias,foi promovido transitar por outras categorias, a chefe de 3.a classe em 1-5-928 e, foi promovido a chefe de 3.a clas- a chefe de 2." classe, em 1-4-933. se em 1-3-928 e a chefe de 2." classe, em 1-1-933.

Mauuel Azevedo Pereira, ins- Isidoro Vitória, chefe do dis- a! ■S-' Í pector da 19.' Secção de Conta- trito 32 (Assumar). Admitido co- bilidade (Beja). Admitido como mo assentador em 21-11-912, pro- praticante em 1-10-912, foi nomea- movido a subchefe de distrito do aspirante em 1-3 914. Depois em 21-12-915 e a chefe de distrito de transitar por outras catego- em 21-11-924. rias, foi promovido a chefe de 3.' classe em 1-7-936 e, a chefe de 2.a classe, em 1-7 940. Em 1-7-944 foi promovido a subinspector e, em 1-1-949, foi promovido a ins- pector de contabilidade.

Luis Antônio, ajudante de João Antônio Passeira, chefe secção do 3.° lanço da 9.a secção do distrito 437 (Almendra). Ad- (Cerveira). Admitido como assen mitido como assentador de 2." tador de 2.a classe (M. D.) em classe (M. D.) em 2511 912, pro- 25 11-912, promovido a assenta- movido a assentador de l.a clas- dor de l.a classe (subchefe de se (subchefe de distrito) em 28- distrito) em 25-2-925, a capataz -12-923 e a chefe de distrito em de partido (chefe de distrito) em 21-4-928. 17-6-925, a chefe de lanço do 2.a classe em 1-4-929, a chefe de lan- ço de l.a classe em 1-1 943 e a ajudante de secção em 1-1 952.

Maximiana de Queirós, guar- Antônio Rodrigues da Cunha da de P. N. do distrito 435 (Po- Branco, operário de 3.*, caldei- cinho. Admitida como guarda reiro n." 26.206 N. P.. Admitido de P. N. em 25-11-912. como aprendiz, em 1-10-1910 foi nomeado operário de 3.a classe (caldeireiro), em 15-9-943. , *'■

26 Carlos de Azevedo, condutor Armando Gonçalves Viana, de carruagens da revisão de Bar- operário de 1.° classe do Serviço reiro. Admitido ao serviço da de Obras Metálicas Lisboa. Ad- . extinta Direcção dos Caminhos mitido como servente de pinto- de Perro do Sul e Sueste, como res (M. D.) em 17-11-912, nomeado servente, em 4 9 912, foi nomea- aprendiz de pintor em 1-1-919, : : do condutor de carruagens em nomeado artífice de pintor de 1-1-943. S.» classe em 19 12-921, pintor de 2 a classe em 11 5 927 (C. P.) ope rário de 1.* classe em 1-1-943.

Filipe Duarte, chefe do dis- António Francisco, subchefe trito 20 (Barquinha). Admitido do distrito 24 (Bemposta) Admi- como assentador em 21-11-912, tido como assentador em 21-11 promovido a subchefe de dis- -1912 e promovido a subchefe de trito em 1-9-917 e a chefe de dis- distrito em 21-11-928. trito em 21-11-926.

AGENTES QUE PRATICARAM ACTOS DIGNOS DE LOUVOR

■HBH Paulo Máximo, operário aju- Elísio Aquiles Passeira, sub- dante da li." secção, ao tempo chefe do distrito 14-B.A. (Nelas), na 15." secção (Grândola). Gra- louvado pela Direcção-Geral pe- tificado com 100$00, pela sua los bons serviços que, com acen- acção decidida e arrojada, quan- tuado espírito de sacrifício, pres- iíft do em 5 de Novembro do ano tou no dia 20 de Maio p. p. na findo se verificou, em conse- estação de Nelas, para o rápido quência do temporal, o desaba- desimpedimento da via férrea, mento das chaminés da estação alagada e obstruída por terras de Grândola, mercê da qual evi- que sobre ela desabaram em con- tou que os prejuízos causados sequência de violenta tempes- atingissem maiores proprorçôes. tade que nessa data pairou so- bre a região.

José Marques Carvalhas, as José da Costa, assentador do sentador do distrito 14-B.A. (Ne- distrito 14-B.A. (Nelas), louvado las), louvado pela Direcção-Ge- pela Direcção-Geral pelos bons Pi ral pelos bons serviços que, com serviços que, com acentuado es- acentuado espírito de sacrifício, pírito de sacrifício, prestou no mm prestou no dia 20 de Maio p. p. dia 20 de Maio p. p. na estação na estação de Nelas, para o rá- de Nelas, para o rápido desim- IIRiM pido desimpedimento da via fér- pedimento de via férrea, alagada "A rea, alagada e obstruída por ter- e obstruída por terras que sobre ras que sobre ela desabaram em ela desabaram em consequência consequência de violenta tem- de violenta tempestade que nessa ií pestade que nessa data pairou data pairou sobre a região. sobre a região.

Miguel de Figueiredo, assen Amante Martins, assentador tador do distrito 14-B.A. (Nelas), do distrito 14-B.A. (Nelas), lou- louvado pela Direcção Geral pe- vado pela Direcção-Geral pelos los bons serviços que, com acen- bons serviços que, com acen- tuado espírito de sacrifício, tuado espírito de sacrifício, prestou no dia 20 de Maio p. p. prestou no dia 20 de Maio p. p. na estação de Nelas, para o rá- na estação de Nelas, para o rá- pido desimpedimento de via fér- pido desimpedimento de via fér- rea, alagada e obstruída por rea, alagada e obstruída por terras que sobre ela desabaram terras que sobre ela desabaram ik em consequência de violenta em consequência de violenta tempestade que nessa data pai tempestade que nessa data pai- rou sobre a região. rou sobre a região. ' n mmmm

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CAIXAS 5KF- COM ROLAMENTOS DE ROLOS

foram fornecidas desde 1919 a todas par- tes do mundo, sendo cerca de 300.000 dessas caixas para vagões de merca- dorias. Caixas SSCêO53 com rolamentos de rolos oferecem: • Segurança - nenhuma gripagem Duas locomotivas--Duas épocas • Mais quilometragem entre revisões 9 Economia de lubrificante Meio século ou sejam, em linguagem mais O Mais vagões por cada composição rotunda e sonora, cinquenta anos, separam estas duas locomotivas. A primeira, a de cima, representa o Passado e a segunda, que se vê em baixo, representa o Presente, em nue, de leve, já se descortina o que será o Futuro. Em cinquenta anos, na mesma linha, ope- rou-se uma grande revolução: a primeira má- quina foi a que, em 15 de Junho de 1902, inau- gurou a linha férrea entre Jersey City e Chi- cago. Tinha o nome de «Pennsylvania Spe- SOCIEDADE SDStF LIMITADA cial» e percorria, em vinte horas, a distância LISBOA PORTO que separa aquelas duas cidades. A composi- Praça da Alegria, 66-A Avenida dos Aliados, 152 ção deste comboio compunha-se, além da lo- comotiva, de quatro carruagens de madeira. A segunda locomotiva apresenta caracte- rísticas diferentes; é incomparàvelmente mais silenciosa, não produz fumo, é de linhas aero- dinân icas e faz o mesmo percurso de Chicago a Jersey City em dezasseis horas, puxando sem Encadernações do «Boletim da C.P.i dificuldade uma vistosa composição de dezas- seis grandes carruagens, que oferecem todas as comodidades aos passageiros: salão de jan- Como nos anos anteriores en- tar, salão de leitura, salão de fumar, barbea- f ria e engraxadoria. Uma instalação telefónica, carregamo ~ nos da encaderna- que é uma maravilha de técnica, permite aos ção dos números da nossa^'re- passageiros comunicarem com qualquer ponto vista, publicados em 1952. O prê. dos Estados Unidos. ço de 22$50 mantém-se, bas- tando que nos enviem, em mod. 163, e com a urgência possível, os números a encadernar, pois pode suceder que alguns dos nossos leitores pretendam en- cadernar, como |á tem aconteci- do, os números publicados em outros anos anteriores. As remessas devem ser ende- reçadas ao Editor do «Boletim da C. P.»—Santa Apolónia — i Lisboa. 28 ó u m á r 1 o

No limiar de um novo ano de existência e Cnpsi Sml actividade Os Homens da Ponte Maria Pia, por Fre- derico Abragão «0 grande problema»..., por J. F. Rodri- á Inuiirlis gues Conheça a sua terra: Alto Oouro, por An- tónio Rodrigues Coutinho S. A. R. I. Regulamentação dispersa Impressões de viagem: San Sebastian — Parafso do Cantábricol, por Eduardo O. P. Brito Serviços Auxiliares de Gamliilios de Ferro Perguntas e Respostas <08 Expressas Populares» Amor de mãe!..., por António Pinto Costa TRANSPORTES NACIONAIS E INTERNACIONAIS Velhas temas: Brinquedos, por F. Pereira b AGENTES OE NAVEGAÇÃO Rodrigues Boda na Aldeia, por Ilda Odette de F. B. b VIAGENS E TURISMO e Abreu Natal, por João Bispo ARMAZÉM GERAL DE COMÉRCIO Entroncamento, o maior centro ferroviário do Peís, foi escolhido para os primeiros exercícios da Defesa Civil do Território RECOLHA E ENTREGA DE BAGAGENS E OUTRAS MERCADORIAS AO DOMICÍLIO Um ferroviário na exposição de Arte dos Trabalhadores SERVIÇO OE PORTA A PORTA EM CONTENTORES A nossa homenagem a uma simpatizante dos caminhos de ferro Pessoal

Duas locomotivas —Duas épocas Rua do 4rscnalf 124-1.* — LISCC/i

Telefonas ( J

NA CAPA—Presépio de Machado de Castro, existente R. Mousinhc da $ilv€ira 3C-P0R1C na Sé de Lisbo», foto: r Horácio de Novais Telefones 2 5938/9

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